lei orgânica de assistência social (loas)

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  • 7/25/2019 Lei Orgnica de Assistncia Social (LOAS)

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    PgOrganica da Assistencia Social

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    LEI N 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993

    Dispe sobre a organizao da Assistncia Social e d outras providncias.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

    seguinte Lei:LEI ORGNICA DA ASSISTNCIA SOCIAL

    CAPTULO I

    Das Definies e dos Objetivos

    Art. 1A assistncia social, direito do cidado e dever do Estado, Poltica de Seguridade Socialno contributiva, que prov os mnimos sociais, realizada atravs de um conjunto integrado deaes de iniciativa pblica e da sociedade, para garantir o atendimento s necessidades bsicas.

    Art. 2A assistncia social tem por objetivos:

    I - a proteo famlia, maternidade, infncia, adolescncia e velhice;

    II - o amparo s crianas e adolescentes carentes;

    III - a promoo da integrao ao mercado de trabalho;

    IV - a habilitao e reabilitao das pessoas portadoras de deficincia e a promoo de suaintegrao vida comunitria;

    V - a garantia de 1 (um) salrio mnimo de benefcio mensal pessoa portadora dedeficincia e ao idoso que comprovem no possuir meios de prover a prpria manuteno oude t-la provida por sua famlia.

    Pargrafo nico. A assistncia social realiza-se de forma integrada s polticas setoriais, visando aoenfrentamento da pobreza, garantia dos mnimos sociais, ao provimento de condies paraatender contingncias sociais e universalizao dos direitos sociais.

    Art. 3Consideram-se entidades e organizaes de assistncia social aquelas que prestam, semfins lucrativos, atendimento e assessoramento aos beneficirios abrangidos por esta lei, bem comoas que atuam na defesa e garantia de seus direitos.

    CAPTULO II

    Dos Princpios e das Diretrizes

    SEO I

    Dos Princpios

    Art. 4A assistncia social rege-se pelos seguintes princpios:

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    I - supremacia do atendimento s necessidades sociais sobre as exigncias de rentabilidadeeconmica;

    II - universalizao dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatrio da ao assistencialalcanvel pelas demais polticas pblicas;

    III - respeito dignidade do cidado, sua autonomia e ao seu direito a benefcios e serviosde qualidade, bem como convivncia familiar e comunitria, vedando-se qualquercomprovao vexatria de necessidade;

    IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminao de qualquernatureza, garantindo-se equivalncia s populaes urbanas e rurais;

    V - divulgao ampla dos benefcios, servios, programas e projetos assistenciais, bem comodos recursos oferecidos pelo Poder Pblico e dos critrios para sua concesso.

    SEO II

    Das Diretrizes

    Art. 5A organizao da assistncia social tem como base as seguintes diretrizes:

    I - descentralizao poltico-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e osMunicpios, e comando nico das aes em cada esfera de governo;

    II - participao da populao, por meio de organizaes representativas, na formulao daspolticas e no controle das aes em todos os nveis;

    III - primazia da responsabilidade do Estado na conduo da poltica de assistncia social emcada esfera de governo.

    CAPTULO III

    Da Organizao e da Gesto

    Art. 6As aes na rea de assistncia social so organizadas em sistema descentralizado eparticipativo, constitudo pelas entidades e organizaes de assistncia social abrangidas por estalei, que articule meios, esforos e recursos, e por um conjunto de instncias deliberativas compostaspelos diversos setores envolvidos na rea.

    Pargrafo nico. A instncia coordenadora da Poltica Nacional de Assistncia Social o Ministriodo Bem-Estar Social.

    Art. 7As aes de assistncia social, no mbito das entidades e organizaes de assistnciasocial, observaro as normas expedidas pelo Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS), deque trata o art. 17 desta lei.

    Art. 8A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, observados os princpios e diretrizesestabelecidos nesta lei, fixaro suas respectivas Polticas de Assistncia Social.

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    Art. 9O funcionamento das entidades e organizaes de assistncia social depende de prviainscrio no respectivo Conselho Municipal de Assistncia Social, ou no Conselho de AssistnciaSocial do Distrito Federal, conforme o caso.

    1A regulamentao desta lei definir os critrios de inscrio e funcionamento das entidades

    com atuao em mais de um municpio no mesmo Estado, ou em mais de um Estado ou DistritoFederal.

    2Cabe ao Conselho Municipal de Assistncia Social e ao Conselho de Assistncia Social doDistrito Federal a fiscalizao das entidades referidas no caput na forma prevista em lei ouregulamento.

    3A inscrio da entidade no Conselho Municipal de Assistncia Social, ou no Conselho deAssistncia Social do Distrito Federal, condio essencial para o encaminhamento de pedido deregistro e de certificado de entidade de fins filantrpicos junto ao Conselho Nacional de AssistnciaSocial (CNAS).

    4As entidades e organizaes de assistncia social podem, para defesa de seus direitosreferentes inscrio e ao funcionamento, recorrer aos Conselhos Nacional, Estaduais, Municipaise do Distrito Federal.

    Art. 10A Unio, os Estados, os Municpios e o Distrito Federal podem celebrar convnios comentidades e organizaes de assistncia social, em conformidade com os Planos aprovados pelosrespectivos Conselhos.

    Art. 11As aes das trs esferas de governo na rea de assistncia social realizam-se de formaarticulada, cabendo a coordenao e as normas gerais esfera federal e a coordenao eexecuo dos programas, em suas respectivas esferas, aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicpios.

    Art. 12Compete Unio:

    I - responder pela concesso e manuteno dos benefcios de prestao continuadadefinidos no art. 203 da Constituio Federal;

    II - apoiar tcnica e financeiramente os servios, os programas e os projetos deenfrentamento da pobreza em mbito nacional;

    III - atender, em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, s aes

    assistenciais de carter de emergncia.

    Art. 13Compete aos Estados:

    I - destinar recursos financeiros aos Municpios, a ttulo de participao no custeio dopagamento dos auxlios natalidade e funeral, mediante critrios estabelecidos pelosConselhos Estaduais de Assistncia Social;

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    II - apoiar tcnica e financeiramente os servios, os programas e os projetos deenfrentamento da pobreza em mbito regional ou local;

    III - atender, em conjunto com os Municpios, s aes assistenciais de carter deemergncia;

    IV - estimular e apoiar tcnica e financeiramente as associaes e consrcios municipais naprestao de servios de assistncia social;

    V - prestar os servios assistenciais cujos custos ou ausncia de demanda municipaljustifiquem uma rede regional de servios, desconcentrada, no mbito do respectivo Estado.

    Art. 14Compete ao Distrito Federal:

    I - destinar recursos financeiros para o custeio do pagamento dos auxlios natalidade efuneral, mediante critrios estabelecidos pelo Conselho de Assistncia Social do DistritoFederal;

    II - efetuar o pagamento dos auxlios natalidade e funeral;

    III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria comorganizaes da sociedade civil;

    IV - atender s aes assistenciais de carter de emergncia;

    V - prestar os servios assistenciais de que trata o art. 23 desta lei.

    Art. 15Compete aos Municpios:

    I - destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos auxlios natalidade e funeral,mediante critrios estabelecidas pelos Conselhos Municipais de Assistncia Social;

    II - efetuar o pagamento dos auxlios natalidade e funeral;

    III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria comorganizaes da sociedade civil;

    IV - atender s aes assistenciais de carter de emergncia;

    V - prestar os servios assistenciais de que trata o art. 23 desta lei.

    Art. 16As instncias deliberativas do sistema descentralizado e participativo de assistncia social,de carter permanente e composio paritria entre governo e sociedade civil, so:

    I - o Conselho Nacional de Assistncia Social;

    II - os Conselhos Estaduais de Assistncia Social;

    III - o Conselho de Assistncia Social do Distrito Federal;

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    IV - os Conselhos Municipais de Assistncia Social.

    Art. 17Fica institudo o Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS), rgo superior dedeliberao colegiada, vinculado estrutura do rgo da Administrao Pblica Federalresponsvel pela coordenao da Poltica Nacional de Assistncia Social, cujos membros,

    nomeados pelo Presidente da Repblica, tm mandato de 2 (dois) anos, permitida uma nicareconduo por igual perodo.

    1O Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS) composto por 18 (dezoito) membros erespectivos suplentes, cujos nomes so indicados ao rgo da Administrao Pblica Federalresponsvel pela coordenao da Poltica Nacional de Assistncia Social, de acordo com os critriosseguintes:

    I - 9 (nove) representantes governamentais, incluindo 1 (um) representante dos Estados e 1(um) dos Municpios;

    II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, dentre representantes dos usurios ou deorganizaes de usurios, das entidades e organizaes de assistncia social e dostrabalhadores do setor, escolhidos em foro prprio sob fiscalizao do Ministrio PblicoFederal.

    2O Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS) presidido por um de seus integrantes,eleito dentre seus membros, para mandato de 1 (um) ano, permitida uma nica reconduo por igualperodo.

    3O Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS) contar com uma Secretaria Executiva, aqual ter sua estrutura disciplinada em ato do Poder Executivo.

    4Os Conselhos de que tratam os incisos II, III e IV do art. 16 devero ser institudos,respectivamente, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municpios, mediante lei especfica.

    Art. 18Compete ao Conselho Nacional de Assistncia Social:

    I - aprovar a Poltica Nacional de Assistncia Social;

    II - normatizar as aes e regular a prestao de servios de natureza pblica e privada nocampo da assistncia social;

    III - fixar normas para a concesso de registro e certificado de fins filantrpicos s entidades

    privadas prestadoras de servios e assessoramento de assistncia social;IV - conceder atestado de registro e certificado de entidades de fins filantrpicos, na forma doregulamento a ser fixado, observado o disposto no art. 9 desta lei;

    V - zelar pela efetivao do sistema descentralizado e participativo de assistncia social;

    VI - convocar ordinariamente a cada 2 (dois) anos, ou extraordinariamente, por maioriaabsoluta de seus membros, a Conferncia Nacional de Assistncia Social, que ter a

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    atribuio de avaliar a situao da assistncia social e propor diretrizes para oaperfeioamento do sistema;

    VII - (Vetado.)

    VIII - apreciar e aprovar a proposta oramentria da Assistncia Social a ser encaminhadapelo rgo da Administrao Pblica Federal responsvel pela coordenao da PolticaNacional de Assistncia Social;

    IX - aprovar critrios de transferncia de recursos para os Estados, Municpios e DistritoFederal, considerando, para tanto, indicadores que informem sua regionalizao maiseqitativa, tais como: populao, renda per capita, mortalidade infantil e concentrao derenda, alm de disciplinar os procedimentos de repasse de recursos para as entidades eorganizaes de assistncia social, sem prejuzo das disposies da Lei de DiretrizesOramentrias;

    X - acompanhar e avaliar a gesto dos recursos, bem como os ganhos sociais e odesempenho dos programas e projetos aprovados;

    XI - estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os programas anuais e plurianuais do FundoNacional de Assistncia Social (FNAS);

    XII - indicar o representante do Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS) junto aoConselho Nacional da Seguridade Social;

    XIII - elaborar e aprovar seu regimento interno;

    XIV - divulgar, no Dirio Oficial da Unio, todas as suas decises, bem como as contas do

    Fundo Nacional de Assistncia Social (FNAS) e os respectivos pareceres emitidos.

    Art. 19Compete ao rgo da Administrao Pblica Federal responsvel pela coordenao daPoltica Nacional de Assistncia Social:

    I - coordenar e articular as aes no campo da assistncia social;

    II - propor ao Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS) a Poltica Nacional deAssistncia Social, suas normas gerais, bem como os critrios de prioridade e deelegibilidade, alm de padres de qualidade na prestao de benefcios, servios, programase projetos;

    III - prover recursos para o pagamento dos benefcios de prestao continuada definidosnesta lei;

    IV - elaborar e encaminhar a proposta oramentria da assistncia social, em conjunto comas demais da Seguridade Social;

    V - propor os critrios de transferncia dos recursos de que trata esta lei;

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    VI - proceder transferncia dos recursos destinados assistncia social, na forma previstanesta lei;

    VII - encaminhar apreciao do Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS) relatriostrimestrais e anuais de atividades e de realizao financeira dos recursos;

    VIII - prestar assessoramento tcnico aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municpios e sentidades e organizaes de assistncia social;

    IX - formular poltica para a qualificao sistemtica e continuada de recursos humanos nocampo da assistncia social;

    X - desenvolver estudos e pesquisas para fundamentar as anlises de necessidades eformulao de proposies para a rea;

    XI - coordenar e manter atualizado o sistema de cadastro de entidades e organizaes deassistncia social, em articulao com os Estados, os Municpios e o Distrito Federal;

    XII - articular-se com os rgos responsveis pelas polticas de sade e previdncia social,bem como com os demais responsveis pelas polticas scio-econmicas setoriais, visando elevao do patamar mnimo de atendimento s necessidades bsicas;

    XIII - expedir os atos normativos necessrios gesto do Fundo Nacional de AssistnciaSocial (FNAS), de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional deAssistncia Social (CNAS);

    XIV - elaborar e submeter ao Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS) os programasanuais e plurianuais de aplicao dos recursos do Fundo Nacional de Assistncia Social

    (FNAS).

    CAPTULO IV

    Dos Benefcios, dos Servios, dos Programas e dos Projetos de Assistncia Social

    SEO I

    Do Benefcio de Prestao Continuada

    Art. 20O benefcio de prestao continuada a garantia de 1 (um) salrio mnimo mensal pessoaportadora de deficincia e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem no possuirmeios de prover a prpria manuteno e nem de t-la provida por sua famlia.

    1Para os efeitos do disposto no caput, entende-se por famlia a unidade mononuclear, vivendosob o mesmo teto, cuja economia mantida pela contribuio de seus integrantes.

    2Para efeito de concesso deste benefcio, a pessoa portadora de deficincia aquelaincapacitada para a vida independente e para o trabalho.

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    3Considera-se incapaz de prover a manuteno da pessoa portadora de deficincia ou idosa afamlia cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salrio mnimo.

    4O benefcio de que trata este artigo no pode ser acumulado pelo beneficirio com qualqueroutro no mbito da seguridade social ou de outro regime, salvo o da assistncia mdica.

    5A situao de internado no prejudica o direito do idoso ou do portador de deficincia aobenefcio.

    6A deficincia ser comprovada atravs de avaliao e laudo expedido por servio que contecom equipe multiprofissional do Sistema nico de Sade (SUS) ou do Instituto Nacional do SeguroSocial (INSS), credenciados para esse fim pelo Conselho Municipal de Assistncia Social.

    7Na hiptese de no existirem servios credenciados no Municpio de residncia do beneficirio,fica assegurado o seu encaminhamento ao Municpio mais prximo que contar com tal estrutura.

    Art. 21O benefcio de prestao continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliao da

    continuidade das condies que lhe deram origem.

    1O pagamento do benefcio cessa no momento em que forem superadas as condies referidasno caput, ou em caso de morte do beneficirio.

    2O benefcio ser cancelado quando se constatar irregularidade na sua concesso ou utilizao.

    SEO II

    Dos Benefcios Eventuais

    Art. 22Entendem-se por benefcios eventuais aqueles que visam ao pagamento de auxlio pornatalidade ou morte s famlias cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) dosalrio mnimo.

    1A concesso e o valor dos benefcios de que trata este artigo sero regulamentados pelosConselhos de Assistncia Social dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, mediantecritrios e prazos definidos pelo Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS).

    2Podero ser estabelecidos outros benefcios eventuais para atender necessidades advindas desituaes de vulnerabilidade temporria, com prioridade para a criana, a famlia, o idoso, a pessoaportadora de deficincia, a gestante, a nutriz e nos casos de calamidade pblica.

    3O Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS), ouvidas as respectivas representaes deEstados e Municpios dele participantes, poder propor, na medida das disponibilidadesoramentrias das trs esferas de governo, a instituio de benefcios subsidirios no valor de at25% (vinte e cinco por cento) do salrio mnimo para cada criana de at 6 (seis) anos de idade, nostermos da renda mensal familiar estabelecida no caput.

    SEO III

    Dos Servios

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    Art. 23Entendem-se por servios assistenciais as atividades continuadas que visem melhoria devida da populao e cujas aes, voltadas para as necessidades bsicas, observem os objetivos,princpios e diretrizes estabelecidas nesta lei.

    Pargrafo nico. Na organizao dos servios ser dada prioridade infncia e adolescncia em

    situao de risco pessoal e social, objetivando cumprir o disposto no art. 227 da ConstituioFederal e na Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990.

    SEO IV

    Dos Programas de Assistncia Social

    Art. 24Os programas de assistncia social compreendem aes integradas e complementares comobjetivos, tempo e rea de abrangncia definidos para qualificar, incentivar e melhorar os benefciose os servios assistenciais.

    1Os programas de que trata este artigo sero definidos pelos respectivos Conselhos de

    Assistncia Social, obedecidos os objetivos e princpios que regem esta lei, com prioridade para ainsero profissional e social.

    2Os programas voltados ao idoso e integrao da pessoa portadora de deficincia serodevidamente articulados com o benefcio de prestao continuada estabelecido no art. 20 desta lei.

    SEO V

    Dos Projetos de Enfrentamento da Pobreza

    Art. 25Os projetos de enfrentamento da pobreza compreendem a instituio de investimento

    econmico-social nos grupos populares, buscando subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativasque lhes garantam meios, capacidade produtiva e de gesto para melhoria das condies gerais desubsistncia, elevao do padro da qualidade de vida, a preservao do meio-ambiente e suaorganizao social.

    Art. 26O incentivo a projetos de enfrentamento da pobreza assentar-se- em mecanismos dearticulao e de participao de diferentes reas governamentais e em sistema de cooperaoentre organismos governamentais, no governamentais e da sociedade civil.

    CAPTULO V

    Do Financiamento da Assistncia Social

    Art. 27Fica o Fundo Nacional de Ao Comunitria (Funac), institudo pelo Decreto n 91.970, de22 de novembro de 1985, ratificado pelo Decreto Legislativo n 66, de 18 de dezembro de 1990,transformado no Fundo Nacional de Assistncia Social (FNAS).

    Art. 28O financiamento dos benefcios, servios, programas e projetos estabelecidos nesta lei far-se- com os recursos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, das demaiscontribuies sociais previstas no art. 195 da Constituio Federal, alm daqueles que compem oFundo Nacional de Assistncia Social (FNAS).

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    1Cabe ao rgo da Administrao Pblica Federal responsvel pela coordenao da PolticaNacional de Assistncia Social gerir o Fundo Nacional de Assistncia Social (FNAS) sob aorientao e controle do Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS).

    2O Poder Executivo dispor, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de

    publicao desta lei, sobre o regulamento e funcionamento do Fundo Nacional de Assistncia Social(FNAS).

    Art. 29Os recursos de responsabilidade da Unio destinados assistncia social seroautomaticamente repassados ao Fundo Nacional de Assistncia Social (FNAS), medida que seforem realizando as receitas.

    Art. 30 condio para os repasses, aos Municpios, aos Estados e ao Distrito Federal, dosrecursos de que trata esta lei, a efetiva instituio e funcionamento de:

    I - Conselho de Assistncia Social, de composio paritria entre governo e sociedade civil;

    II - Fundo de Assistncia Social, com orientao e controle dos respectivos Conselhos deAssistncia Social;

    III - Plano de Assistncia Social.

    CAPTULO VI

    Das Disposies Gerais e Transitrias

    Art. 31Cabe ao Ministrio Pblico zelar pelo efetivo respeito aos direitos estabelecidos nesta lei.

    Art. 32O Poder Executivo ter o prazo de 60 (sessenta) dias, a partir da publicao desta lei,obedecidas as normas por ela institudas, para elaborar e encaminhar projeto de lei dispondo sobrea extino e reordenamento dos rgos de assistncia social do Ministrio do Bem-Estar Social.

    1O projeto de que trata este artigo definir formas de transferncias de benefcios, servios,programas, projetos, pessoal, bens mveis e imveis para a esfera municipal.

    2O Ministro de Estado do Bem-Estar Social indicar Comisso encarregada de elaborar o projetode lei de que trata este artigo, que contar com a participao das organizaes dos usurios, detrabalhadores do setor e de entidades e organizaes deassistncia social.

    Art. 33Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte) dias da promulgao desta lei, fica extinto oConselho Nacional de Servio Social (CNSS), revogando-se, em conseqncia, os Decretos-Lei ns525, de 1 de julho de 1938, e 657, de 22 de julho de 1943.

    1O Poder Executivo tomar as providncias necessrias para a instalao do Conselho Nacionalde Assistncia Social (CNAS) e a transferncia das atividades que passaro sua competnciadentro do prazo estabelecido no caput, de forma a assegurar no haja soluo de continuidade.

    2O acervo do rgo de que trata o caput ser transferido, no prazo de 60 (sessenta) dias, para oConselho Nacional de Assistncia Social (CNAS), que promover, mediante critrios e prazos a

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    serem fixados, a reviso dos processos de registro e certificado de entidade de fins filantrpicos dasentidades e organizao de assistncia social, observado o disposto no art. 3 desta lei.

    Art. 34A Unio continuar exercendo papel supletivo nas aes de assistncia social, por elaatualmente executadas diretamente no mbito dos Estados, dos Municpios e do Distrito Federal,

    visando implementao do disposto nesta lei, por prazo mximo de 12 (doze) meses, contados apartir da data da publicao desta lei.

    Art. 35Cabe ao rgo da Administrao Pblica Federal responsvel pela coordenao da PolticaNacional de Assistncia Social operar os benefcios de prestao continuada de que trata esta lei,podendo, para tanto, contar com o concurso de outros rgos do Governo Federal, na forma a serestabelecida em regulamento.

    Pargrafo nico. O regulamento de que trata o caput definir as formas de comprovao do direitoao benefcio, as condies de sua suspenso, os procedimentos em casos de curatela e tutela e orgo de credenciamento, de pagamento e de fiscalizao, dentre outros aspectos.

    Art. 36As entidades e organizaes de assistncia social que incorrerem em irregularidades naaplicao dos recursos que lhes forem repassados pelos poderes pblicos tero cancelado seuregistro no Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS), sem prejuzo de aes cveis e penais.

    Art. 37Os benefcios de prestao continuada sero concedidos, a partir da publicao desta lei,gradualmente e no mximo em at:

    I - 12 (doze) meses, para os portadores de deficincia;

    II - 18 (dezoito) meses, para os idosos.

    A idade prevista no art. 20 desta lei reduzir-se-, respectivamente, para 67 (sessenta e sete) e 65(sessenta e cinco) anos aps 24 (vinte e quatro) e 48 (quarenta e oito) meses do incio daconcesso.

    Art. 39O Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS), por deciso da maioria absoluta de seusmembros, respeitados o oramento da seguridade social e a disponibilidade do Fundo Nacional deAssistncia Social (FNAS), poder propor ao Poder Executivo a alterao dos limites de rendamensal per capita definidos no 3 do art. 20 e caput do art. 22.

    Art. 40Com a implantao dos benefcios previstos nos arts. 20 e 22 desta lei, extinguem-se arenda mensal vitalcia, o auxlio-natalidade e o auxlio-funeral existentes no mbito da Previdncia

    Social, conforme o disposto na Lei n 8.213, de 24 de julho de 1991.

    Pargrafo nico. A transferncia dos beneficirios do sistema previdencirio para a assistnciasocial deve ser estabelecida de forma que o atendimento populao no sofra soluo decontinuidade.

    Art. 41Esta lei entra em vigor na data da sua publicao.

    Art. 42Revogam-se as disposies em contrrio.

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    Braslia, 7 de dezembro de 1993, 172 da Independncia e 105 da Repblica.

    ITAMAR FRANCO

    Jutahy Magalhes Jnior