lei n - banco de portugal · lein.o 23-a/2015 26-03-2015 m o d. 9 9 9 9 9 9 2 3 / t – 0 1 / 1 4...

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Lei n. o 23-A/2015 26-03-2015 .................................................................................................................................................................................................. Diploma consolidado .................................................................................................................................................................................................. Publicado no DR, 1.ª Série, n.º 60, de 26-03-2015. Não dispensa a consulta do documento original. Mod. 99999923/T 01/14 Assunto: Transpõe as Diretivas 2014/49/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de abril, relativa aos sistemas de garantia de depósitos, e 2014/59/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio, alterando o Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, a Lei Orgânica do Banco de Portugal, o Decreto-Lei n.º 345/98, de 9 de novembro, o Código dos Valores Mobiliários, o Decreto-Lei n.º 199/2006, de 25 de outubro, e a Lei n.º 63-A/2008, de 24 de novembro Transpõe as Diretivas 2014/49/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de abril, relativa aos sistemas de garantia de depósitos, e 2014/59/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio, alterando o Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, a Lei Orgânica do Banco de Portugal, o Decreto-Lei n.º 345/98, de 9 de novembro, o Código dos Valores Mobiliários, o Decreto-Lei n.º 199/2006, de 25 de outubro, e a Lei n.º 63-A/2008, de 24 de novembro. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Artigo 1.º Objeto 1 - A presente lei transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva 2014/49/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de abril, relativa aos sistemas de garantia de depósitos, e a Diretiva 2014/59/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio, que estabelece um enquadramento para a recuperação e a resolução de instituições de crédito e de empresas de investimento e que altera a Diretiva 82/891/CEE, do Conselho, de 17 de dezembro, a Diretiva 2001/24/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de abril, a Diretiva 2002/47/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de junho, a Diretiva 2004/25/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de abril, a Diretiva 2005/56/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de outubro, a Diretiva 2007/36/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de julho, a Diretiva 2011/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de abril, a Diretiva 2012/30/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro, a Diretiva 2013/36/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho, o Regulamento (UE) n.º 1093/2010, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de novembro, e o Regulamento (UE) n.º 648/2012, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de julho. 2 - Em concretização do disposto no número anterior, a presente lei procede à alteração: a) Ao Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto- Lei n.º 298/92, de 31 de dezembro, doravante abreviadamente designado por Regime Geral, alterado pelos Decretos-Leis n.os 246/95, de 14 de setembro, 232/96, de 5 de dezembro, 222/99, de 22 de junho, 250/2000, de 13 de outubro, 285/2001, de 3 de novembro, 201/2002, de 26 de setembro, 319/2002, de 28 de dezembro, 252/2003, de 17 de outubro, 145/2006, de 31 de julho, 104/2007, de 3 de abril, 357-A/2007, de 31 de outubro, 1/2008, de 3 de janeiro, 126/2008, de 21 de julho, e 211- A/2008, de 3 de novembro, pela Lei n.º 28/2009, de 19 de junho, pelo Decreto-Lei n.º 162/2009, de 20 de julho, pela Lei n.º 94/2009, de 1 de setembro, pelos Decretos-Leis n.os 317/2009, de 30 de

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  • Lei n.o 23-A/201526-03-2015

    ..................................................................................................................................................................................................

    Diploma consolidado

    ..................................................................................................................................................................................................

    Publicado no DR, 1. Srie, n. 60, de 26-03-2015.

    No dispensa a consulta do documento original.

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    Assunto: Transpe as Diretivas 2014/49/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de abril,

    relativa aos sistemas de garantia de depsitos, e 2014/59/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho,

    de 15 de maio, alterando o Regime Geral das Instituies de Crdito e Sociedades Financeiras, a Lei

    Orgnica do Banco de Portugal, o Decreto-Lei n. 345/98, de 9 de novembro, o Cdigo dos Valores

    Mobilirios, o Decreto-Lei n. 199/2006, de 25 de outubro, e a Lei n. 63-A/2008, de 24 de novembro

    Transpe as Diretivas 2014/49/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de abril, relativa

    aos sistemas de garantia de depsitos, e 2014/59/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15

    de maio, alterando o Regime Geral das Instituies de Crdito e Sociedades Financeiras, a Lei

    Orgnica do Banco de Portugal, o Decreto-Lei n. 345/98, de 9 de novembro, o Cdigo dos Valores

    Mobilirios, o Decreto-Lei n. 199/2006, de 25 de outubro, e a Lei n. 63-A/2008, de 24 de

    novembro.

    A Assembleia da Repblica decreta, nos termos da alnea c) do artigo 161. da Constituio, o

    seguinte:

    Artigo 1.

    Objeto

    1 - A presente lei transpe para a ordem jurdica interna a Diretiva 2014/49/UE, do Parlamento

    Europeu e do Conselho, de 16 de abril, relativa aos sistemas de garantia de depsitos, e a Diretiva

    2014/59/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio, que estabelece um

    enquadramento para a recuperao e a resoluo de instituies de crdito e de empresas de

    investimento e que altera a Diretiva 82/891/CEE, do Conselho, de 17 de dezembro, a Diretiva

    2001/24/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de abril, a Diretiva 2002/47/CE, do

    Parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de junho, a Diretiva 2004/25/CE, do Parlamento Europeu e

    do Conselho, de 21 de abril, a Diretiva 2005/56/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de

    outubro, a Diretiva 2007/36/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de julho, a Diretiva

    2011/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de abril, a Diretiva 2012/30/UE, do

    Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro, a Diretiva 2013/36/UE, do Parlamento

    Europeu e do Conselho, de 26 de junho, o Regulamento (UE) n. 1093/2010, do Parlamento Europeu

    e do Conselho, de 24 de novembro, e o Regulamento (UE) n. 648/2012, do Parlamento Europeu e

    do Conselho, de 4 de julho.

    2 - Em concretizao do disposto no nmero anterior, a presente lei procede alterao:

    a) Ao Regime Geral das Instituies de Crdito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-

    Lei n. 298/92, de 31 de dezembro, doravante abreviadamente designado por Regime Geral, alterado

    pelos Decretos-Leis n.os 246/95, de 14 de setembro, 232/96, de 5 de dezembro, 222/99, de 22 de

    junho, 250/2000, de 13 de outubro, 285/2001, de 3 de novembro, 201/2002, de 26 de setembro,

    319/2002, de 28 de dezembro, 252/2003, de 17 de outubro, 145/2006, de 31 de julho, 104/2007, de

    3 de abril, 357-A/2007, de 31 de outubro, 1/2008, de 3 de janeiro, 126/2008, de 21 de julho, e 211-

    A/2008, de 3 de novembro, pela Lei n. 28/2009, de 19 de junho, pelo Decreto-Lei n. 162/2009, de

    20 de julho, pela Lei n. 94/2009, de 1 de setembro, pelos Decretos-Leis n.os 317/2009, de 30 de

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    outubro, 52/2010, de 26 de maio, e 71/2010, de 18 de junho, pela Lei n. 36/2010, de 2 de setembro,

    pelo Decreto-Lei n. 140-A/2010, de 30 de dezembro, pela Lei n. 46/2011, de 24 de junho, pelos

    Decretos-Leis n.os 88/2011, de 20 de julho, 119/2011, de 26 de dezembro, 31-A/2012, de 10 de

    fevereiro, e 242/2012, de 7 de novembro, pela Lei n. 64/2012, de 20 de dezembro, e pelos

    Decretos-Leis n.os 18/2013, de 6 fevereiro, 63-A/2013, de 10 de maio, 114-A/2014, de 1 de agosto,

    114-B/2014, de 4 de agosto, e 157/2014, de 24 de outubro;

    b) Lei Orgnica do Banco de Portugal, aprovada pela Lei n. 5/98, de 31 de janeiro, alterada

    pelos Decretos-Leis n.os 118/2001, de 17 de abril, 50/2004, de 10 de maro, 39/2007, de 20 de

    fevereiro, 31-A/2012, de 10 de fevereiro, e 142/2013, de 18 de outubro;

    c) Ao Decreto-Lei n. 345/98, de 9 de novembro, que regula o funcionamento do Fundo de

    Garantia do Crdito Agrcola Mtuo, alterado pelos Decretos-Leis n.os 126/2008, de 21 de julho, 211-

    A/2008, de 3 de novembro, 162/2009, de 20 de julho, 119/2011, de 26 de dezembro, e 31-A/2012,

    de 10 de fevereiro;

    d) Ao Cdigo dos Valores Mobilirios, aprovado pelo Decreto-Lei n. 486/99, de 13 de novembro;

    e) Ao Decreto-Lei n. 199/2006, de 25 de outubro, que regula a liquidao de instituies de

    crdito e sociedades financeiras com sede em Portugal e suas sucursais criadas noutro Estado

    membro, alterado pelo Decreto-Lei n. 31-A/2012, de 10 de fevereiro;

    f) Lei n. 63-A/2008, de 24 de novembro, que estabelece medidas de reforo de solidez

    financeira das instituies de crdito no mbito da iniciativa para o reforo da estabilidade financeira

    e da disponibilizao de liquidez nos mercados financeiros, alterada pelas Leis n.os 3-B/2010, de 28

    de abril, 55-A/2010, de 31 de dezembro, 64-B/2011, de 30 de dezembro, 4/2012, de 11 de janeiro,

    66-B/2012, de 31 de dezembro, 48/2013, de 16 de julho, e 83-C/2013, de 31 de dezembro.

    Artigo 2.

    Alterao ao Regime Geral das Instituies de Crdito e Sociedades Financeiras

    Os artigos 2.-A, 6., 14.-A, 16., 22., 33., 40.-A, 51., 81., 115.-D, 116.-A, 116.-C, 116.-D,

    116.-E, 116.-F, 116.-G, 116.-H, 116.-I, 116.-J, 116.-K, 116.-L, 116.-M, 116.-N, 116.-O, 120.,

    129.-B, 135.-C, 138.-C, 141., 142., 143., 144., 145., 145.-A, 145.-B, 145.-C, 145.-D, 145.-

    E, 145.-F, 145.-G, 145.-H, 145.-I, 145.-J, 145.-L, 145.-M, 145.-N, 145.-O, 146., 147., 148.,

    152., 153., 153.-B, 153.-C, 153.-D, 153.-F, 153.-G, 153.-H, 153.-I, 153.-J, 153.-M, 154.,

    155., 156., 157., 159., 160., 161., 162., 163., 164., 165., 166., 166.-A, 167., 167.-A,

    196., 198., 199.-I, 211., 227.-B e 227.-C do Regime Geral, passam a ter a seguinte redao:

    Artigo 2.-A

    [...]

    ...

    a) ...

    b) 'Apoio financeiro pblico extraordinrio', um auxlio de Estado na aceo do n. 1 do artigo

    107. do Tratado sobre o Funcionamento da Unio Europeia, ou qualquer outro apoio financeiro

    pblico a nvel supranacional, que, se concedido a nvel nacional, constituiria um auxlio de Estado,

    concedido para preservar ou restabelecer a viabilidade, a liquidez ou a solvabilidade de uma

    instituio de crdito, de uma empresa de investimento que exera as atividades previstas nas

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    alneas c) ou f) do n. 1 do artigo 199.-A, com exceo do servio de colocao sem garantia, de uma

    das entidades referidas no n. 1 do artigo 152. ou de um grupo do qual essa instituio faa parte;

    c) 'Ativos de baixo risco', ativos que se inserem na primeira ou na segunda categorias referidas no

    quadro 1 do artigo 336. do Regulamento (UE) n. 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho,

    de 26 de junho, ou os ativos considerados pelo Banco de Portugal como tendo liquidez e segurana

    semelhantes;

    d) 'Autoridade de resoluo a nvel do grupo', uma autoridade de resoluo no Estado membro da

    Unio Europeia em que a autoridade responsvel pela superviso em base consolidada est situada;

    e) 'Autoridade relevante de um pas terceiro', uma autoridade de um pas terceiro que exerce

    funes equivalentes s das autoridades de superviso e resoluo ao abrigo das Diretivas

    2013/36/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho, e 2014/59/UE, do Parlamento

    Europeu e do Conselho, de 15 de maio;

    f) 'Autoridade responsvel pela superviso em base consolidada', a autoridade responsvel pelo

    exerccio da superviso em base consolidada de instituies de crdito-me na Unio Europeia, de

    empresas de investimento-me na Unio Europeia e de instituies de crdito ou empresas de

    investimento controladas por companhias financeiras-me na Unio Europeia ou por companhias

    financeiras mistas-me na Unio Europeia;

    g) [Anterior alnea c).]

    h) [Anterior alnea d).]

    i) [Anterior alnea e).]

    j) [Anterior alnea f).]

    k) [Anterior alnea g).]

    l) [Anterior alnea h).]

    m) [Anterior alnea i).]

    n) 'Compra e venda simtrica (back-to-back transaction)', uma operao realizada entre duas

    entidades de um grupo para efeitos da transferncia, no todo ou em parte, do risco gerado por outra

    operao realizada entre uma das entidades desse grupo e um terceiro;

    o) 'Contrato financeiro', os seguintes contratos:

    i) Contratos sobre valores mobilirios, nomeadamente:

    1.) Contratos para a aquisio, alienao ou emprstimo de valores mobilirios ou de ndices de

    valores mobilirios;

    2.) Contratos de opo sobre valores mobilirios ou ndices de valores mobilirios;

    3.) Contratos de recompra ou de revenda de valores mobilirios ou de ndices de valores

    mobilirios;

    ii) Contratos sobre mercadorias, nomeadamente:

    1.) Contratos para a aquisio, alienao ou emprstimo de mercadorias ou de ndices de

    mercadorias para entrega futura;

    2.) Contratos de opo sobre mercadorias ou ndices de mercadorias;

    3.) Contratos de recompra ou de revenda de mercadorias ou de ndices de mercadorias;

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    iii) Contratos de futuros e a prazo, incluindo contratos (com exceo dos contratos sobre

    mercadorias) de compra, venda ou transferncia de mercadorias ou de bens de outro tipo, servios

    ou direitos por um determinado preo, numa data futura;

    iv) Contratos de swap, nomeadamente:

    1.) Swaps e opes relacionados com taxas de juro; acordos sobre operaes cambiais vista ou

    no; divisas; aes ou ndices de aes; dvida ou ndices de dvida; mercadorias ou ndices de

    mercadorias; condies meteorolgicas; emisses ou inflao;

    2.) Swaps de crdito, margem de crdito ou retorno total;

    3.) Contratos ou operaes semelhantes a um dos contratos referidos nos pontos anteriores

    transacionados de forma recorrente nos mercados de swaps e derivados;

    v) Contratos de emprstimo interbancrio quando o prazo do emprstimo for igual ou inferior a

    90 dias;

    vi) Acordos-quadro respeitantes a todos os tipos de contratos referidos nas subalneas i) a v);

    p) [Anterior alnea j).]

    q) [Anterior alnea k).]

    r) [Anterior alnea l).]

    s) [Anterior alnea m).]

    t) [Anterior alnea n).]

    u) [Anterior alnea o).]

    v) 'Funes crticas', atividades, servios ou operaes cuja interrupo pode dar origem, num ou

    em vrios Estados membros da Unio Europeia, perturbao de servios essenciais para a

    economia ou perturbao da estabilidade financeira devido dimenso ou quota de mercado de

    uma instituio de crdito ou de um grupo, ao seu grau de interligao externa e interna, sua

    complexidade ou s suas atividades transfronteirias, com especial destaque para a substituibilidade

    dessas atividades, servios ou operaes;

    w) [Anterior alnea p).]

    x) [Anterior alnea q).]

    y) [Anterior alnea r).]

    z) [Anterior alnea s).]

    aa) 'Linhas de negcio estratgicas', as linhas de negcio e os servios associados que

    representam o valor de uma instituio de crdito, ou do grupo do qual faa parte, nomeadamente

    em termos de resultados e de valor da marca;

    bb) 'Micro, pequenas e mdias empresas', as micro, pequenas e mdias empresas na aceo do

    artigo 2. do anexo ao Decreto-Lei n. 372/2007, de 6 de novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.

    143/2009, de 16 de junho;

    cc) 'Obrigaes cobertas', as obrigaes, nomeadamente hipotecrias, emitidas por uma

    instituio de crdito sediada num Estado membro da Unio Europeia, quando resulte das suas

    condies de emisso que o valor por elas representado est garantido por ativos que cubram

    completamente, at ao vencimento das obrigaes, os compromissos da decorrentes e que sejam

    afetos por privilgio ao reembolso do capital e ao pagamento dos juros devidos em caso de

    incumprimento do emitente;

    dd) [Anterior alnea t).]

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    ee) [Anterior alnea u).]

    ff) [Anterior alnea v).]

    gg) [Anterior alnea w).]

    hh) 'Sistema de proteo institucional', um sistema que cumpre os requisitos previstos no n. 7 do

    artigo 113. do Regulamento (UE) n. 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de

    junho;

    ii) [Anterior alnea x).]

    jj) [Anterior alnea y).]

    kk) 'Sociedades financeiras', as empresas, com exceo das instituies de crdito, cuja atividade

    principal consista em exercer pelo menos uma das atividades permitidas aos bancos, com exceo da

    receo de depsitos ou outros fundos reembolsveis do pblico, incluindo as empresas de

    investimento e as instituies financeiras referidas na subalnea ii) da alnea z);

    ll) [Anterior alnea aa)].

    Artigo 6.

    [...]

    1 - ...

    a) As empresas de investimento referidas nas alneas a) a d) e g) do n. 1 do artigo 4.-A;

    b) As instituies financeiras referidas nas subalneas ii) e iv) da alnea z) do artigo 2.-A, nas quais

    se incluem:

    i) ...

    ii) ...

    iii) ...

    iv) ...

    v) ...

    vi) ...

    vii) ...

    viii) ...

    ix) ...

    x) ...

    c) ...

    d) ...

    e) ...

    f) ...

    g) ...

    h) ...

    i) ...

    j) ...

    l) ...

    2 - ...

    3 - ...

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    4 - ...

    Artigo 14.-A

    [...]

    1 - ...

    2 - ...

    3 - ...

    4 - Em caso de dispensa, os captulos i e ii do ttulo iii, o captulo ii-C do ttulo vii, os n.os 9 e 10 do

    artigo 116.-AE e o ttulo vii-A aplicam-se ao conjunto constitudo pelo organismo central e pelas

    instituies nele filiadas.

    Artigo 16.

    [...]

    1 - ...

    2 - ...

    3 - A autorizao concedida e os elementos relativos obteno da autorizao, bem como a

    indicao do sistema de garantia de depsitos no qual a instituio de crdito participa, so

    comunicados Autoridade Bancria Europeia.

    4 - ...

    5 - ...

    6 - ...

    Artigo 22.

    [...]

    1 - ...

    2 - ...

    3 - ...

    4 - A revogao da autorizao concedida a uma instituio de crdito com sede em Portugal que

    seja filial de um grupo transfronteirio ou a uma empresa-me de um grupo transfronteirio feita

    em cumprimento do disposto nos artigos 145.-AI e 145.-AJ respetivamente.

    5 - (Anterior n. 4.)

    Artigo 33.

    [...]

    1 - ...

    2 - ...

    3 - ...

    4 - ...

    5 - O disposto no n. 3 no se aplica aos membros dos rgos de administrao e fiscalizao de

    instituies de crdito que beneficiem de apoio financeiro pblico extraordinrio e que tenham sido

    designados especificamente no contexto desse apoio.

    6 - ...

    7 - ...

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    8 - ...

    9 - ...

    10 - ...

    11 - ...

    Artigo 40.-A

    [...]

    1 - ...

    a) ...

    b) ...

    c) ...

    d) ...

    e) Quaisquer decises tomadas no mbito do exerccio de poderes de superviso ao abrigo dos

    artigos 116.-C, 116.-D e 116.-AG;

    f) ...

    2 - ...

    3 - ...

    4 - ...

    5 - ...

    Artigo 51.

    [...]

    1 - A instituio de crdito comunica, por escrito, ao Banco de Portugal, com a antecedncia de 30

    dias, qualquer alterao dos elementos referidos nas alneas a) a c) e f) do n. 1 do artigo 49.

    2 - ...

    Artigo 81.

    [...]

    1 - ...

    a) ...

    b) ...

    c) ...

    d) Autoridades de superviso e de resoluo dos Estados membros da Unio Europeia, quanto s

    informaes necessrias ao exerccio, respetivamente, das funes de superviso e resoluo de

    instituies de crdito e instituies financeiras;

    e) ...

    f) ...

    g) ...

    h) ...

    i) ...

    j) ...

    k) ...

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    l) ...

    2 - ...

    a) ...

    b) ...

    c) ...

    d) ...

    e) O membro do Governo responsvel pela rea das finanas, quando a troca dessas informaes

    esteja relacionada com a aplicao de medidas de resoluo, bem como quando respeite a uma

    deciso ou matria que exija, nos termos da lei, a notificao ou consulta daquele membro do

    Governo ou possa implicar a utilizao de fundos pblicos.

    3 - O Banco de Portugal pode trocar informaes, no mbito de acordos de cooperao que haja

    celebrado, com autoridades de superviso de Estados que no sejam membros da Unio Europeia,

    em regime de reciprocidade, quanto s informaes necessrias superviso, em base individual ou

    consolidada, das instituies de crdito com sede em Portugal e das instituies de natureza

    equivalente com sede naqueles Estados.

    4 - ...

    5 - ...

    6 - ...

    7 - ...

    Artigo 115.-D

    Remuneraes em instituies de crdito que beneficiem de apoio financeiro pblico

    extraordinrio

    Quando as instituies de crdito beneficiem de apoio financeiro pblico extraordinrio, a

    respetiva poltica de remunerao fica ainda sujeita aos seguintes requisitos durante o perodo de

    interveno:

    a) ...

    b) ...

    c) A componente varivel da remunerao dos colaboradores da instituio de crdito deve ser

    limitada a uma percentagem dos lucros sempre que tal seja necessrio para a manuteno de uma

    base de fundos prprios slida e para a cessao tempestiva do apoio financeiro pblico

    extraordinrio.

    Artigo 116.-A

    [...]

    1 - ...

    2 - ...

    3 - ...

    4 - A anlise e a avaliao referidas no nmero anterior so atualizadas pelo menos anualmente

    para as instituies de crdito abrangidas pelo plano de atividades a que se refere o artigo 116.-AC.

    5 - ...

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    6 - ...

    Artigo 116.-C

    [...]

    1 - ...

    2 - ...

    3 - ...

    a) ...

    b) ...

    c) ...

    d) Cuja anlise e avaliao nos termos do disposto no n. 5 do artigo 116.-B e nos n.os 6 e 7 do

    artigo 116.-AE revelem que o incumprimento dos requisitos para a aplicao dos mtodos referidos

    naquelas disposies pode conduzir a requisitos de fundos prprios desadequados;

    e) ...

    f) ...

    4 - ...

    a) ...

    b) ...

    c) O resultado da anlise e avaliao efetuadas nos termos do disposto nos artigos 116.-A e

    116.-AE;

    d) ...

    Artigo 116.-D

    Planos de recuperao

    1 - As instituies de crdito que no faam parte de um grupo sujeito a superviso em base

    consolidada por parte de uma autoridade de superviso de um Estado membro da Unio Europeia

    devem elaborar e apresentar ao Banco de Portugal um plano de recuperao que identifique as

    medidas suscetveis de serem adotadas para corrigir tempestivamente uma situao em que uma

    instituio de crdito se encontre em desequilbrio financeiro, ou em risco de o ficar, nomeadamente

    quando se verifique alguma das circunstncias previstas no promio do n. 1 ou no n. 2 do artigo

    141.

    2 - O plano de recuperao deve conter, pelo menos, os seguintes elementos informativos:

    a) Sntese dos seus principais elementos, uma anlise estratgica e uma sntese da capacidade de

    recuperao global da instituio de crdito;

    b) Sntese das alteraes significativas ocorridas na instituio de crdito desde a apresentao do

    anterior plano de recuperao;

    c) Um plano de comunicao e divulgao que descreva a forma como a instituio de crdito

    tenciona gerir eventuais reaes negativas dos mercados financeiros;

    d) Um conjunto de medidas de reforo do capital e da liquidez necessrias para assegurar ou

    restabelecer a viabilidade e a situao financeira da instituio de crdito;

    e) Estimativa do calendrio para a execuo de cada aspeto significativo do plano;

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    f) Descrio pormenorizada de qualquer constrangimento significativo execuo tempestiva e

    eficaz do plano, incluindo a considerao do impacto sobre o grupo, os clientes e as demais

    contrapartes;

    g) Identificao das funes crticas da instituio de crdito;

    h) Descrio pormenorizada dos processos para determinao do valor e da viabilidade comercial

    das linhas de negcio estratgicas, operaes e ativos da instituio de crdito;

    i) Descrio pormenorizada da forma como o planeamento da recuperao integrado na

    estrutura de governo da instituio de crdito, bem como as polticas e procedimentos que

    regulamentam a preparao, aprovao e execuo do plano de recuperao e a identificao das

    pessoas na organizao responsveis pela preparao e execuo do plano;

    j) Mecanismos e medidas para conservar ou restabelecer os fundos prprios da instituio de

    crdito;

    k) Mecanismos e medidas para garantir que a instituio de crdito tem acesso adequado a fontes

    de financiamento de contingncia de modo a assegurar que possam continuar a exercer as suas

    atividades e cumprir as suas obrigaes medida que as mesmas se venam, nomeadamente

    potenciais fontes de liquidez, uma avaliao dos ativos disponveis para serem prestados em garantia

    e uma avaliao da possibilidade de transferncia de liquidez entre entidades do grupo e linhas de

    negcio;

    l) Mecanismos e medidas para reduzir o risco e a alavancagem da instituio de crdito;

    m) Mecanismos e medidas para a reestruturao de passivos;

    n) Mecanismos e medidas para reestruturar linhas de negcio;

    o) Mecanismos e medidas necessrias para manter o acesso contnuo a infraestruturas dos

    mercados financeiros;

    p) Mecanismos e medidas necessrias para manter o funcionamento continuado dos processos

    operacionais da instituio de crdito, incluindo as infraestruturas e os servios de tecnologias de

    informao;

    q) Mecanismos preparatrios para facilitar a alienao de ativos ou linhas de negcio num prazo

    adequado ao restabelecimento da solidez financeira;

    r) Outras medidas ou estratgias de gesto para restabelecer a solidez financeira da instituio de

    crdito, bem como os potenciais efeitos financeiros resultantes dessas medidas ou estratgias;

    s) Medidas preparatrias que a instituio de crdito adotou, ou prev adotar, para facilitar a

    execuo do plano de recuperao, nomeadamente as necessrias para permitir o reforo atempado

    dos fundos prprios da instituio de crdito;

    t) Um quadro de indicadores relativos situao financeira da instituio de crdito, de natureza

    qualitativa e quantitativa, que sejam suscetveis de verificao peridica, que assinale os aspetos

    sobre os quais as medidas referidas no plano de recuperao podero incidir;

    u) Um conjunto de opes de recuperao, metodologias e procedimentos adequados para

    assegurar a execuo tempestiva das medidas de recuperao.

    3 - O plano de recuperao deve ter em conta diversos cenrios macroeconmicos adversos e de

    esforo financeiro grave, adequados s condies especficas da instituio de crdito,

    designadamente eventos sistmicos e situaes de esforo especficas de uma dada pessoa coletiva

    individualizada ou de grupos.

    4 - O plano de recuperao no deve pressupor o acesso a apoio financeiro pblico

    extraordinrio.

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    5 - Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, o plano de recuperao deve incluir, quando

    aplicvel, uma anlise sobre a forma e o momento em que a instituio de crdito pode solicitar, nas

    condies previstas no plano, o acesso s operaes de crdito junto do Banco de Portugal, devendo

    ainda identificar os ativos que para esse efeito possam ser prestados em garantia.

    6 - O plano de recuperao deve ser aprovado pelo rgo de administrao da instituio de

    crdito em causa antes de ser apresentado ao Banco de Portugal.

    7 - O plano de recuperao deve ser revisto e, se necessrio, atualizado pela instituio de

    crdito:

    a) Com uma periodicidade no superior a um ano;

    b) Aps a verificao de qualquer evento relativo organizao jurdico-societria, estrutura

    operacional, ao modelo de negcio ou situao financeira da instituio de crdito, que possa ter

    um impacto relevante na execuo do plano;

    c) Quando se verifique qualquer alterao nos pressupostos utilizados para a sua elaborao que

    possa ter um impacto relevante na execuo do plano;

    d) Sempre que o Banco de Portugal o solicite, com fundamento nas alneas b) ou c).

    8 - O contedo do plano de recuperao no vincula o Banco de Portugal e no confere a

    terceiros nem instituio de crdito qualquer direito execuo das medidas a previstas, nem a

    impede de, ao abrigo de uma deciso do respetivo rgo de administrao notificada ao Banco de

    Portugal em tempo til:

    a) Tomar medidas em conformidade com o seu plano de recuperao independentemente do no

    cumprimento dos indicadores relevantes;

    b) Abster-se de tomar as medidas previstas no plano de recuperao se tal se revelar

    desadequado face s circunstncias concretas.

    9 - Se a instituio de crdito obrigada a apresentar ao Banco de Portugal um plano de

    recuperao nos termos do disposto no n. 1 exercer uma atividade de intermediao financeira ou

    emitir instrumentos financeiros admitidos negociao em mercado regulamentado, o Banco de

    Portugal comunica Comisso do Mercado de Valores Mobilirios o respetivo plano de recuperao.

    10 - Sem prejuzo do disposto no n. 1, o Banco de Portugal pode exigir a apresentao de um

    plano de recuperao a qualquer outra instituio sujeita sua superviso, em funo da sua

    relevncia para o sistema financeiro nacional, nomeadamente o tipo previsto no artigo 117.-B.

    11 - O Banco de Portugal pode estabelecer, por aviso, elementos adicionais para os planos de

    recuperao, bem como os procedimentos relativos apresentao, manuteno e reviso desses

    planos.

    12 - (Revogado.)

    13 - (Revogado.)

    14 - (Revogado.)

    15 - (Revogado.)

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    Artigo 116.-E

    Obrigaes simplificadas na elaborao dos planos de recuperao

    1 - O Banco de Portugal pode estabelecer que determinadas instituies de crdito estejam

    sujeitas a obrigaes simplificadas relativamente a certos aspetos do plano de recuperao,

    nomeadamente o respetivo contedo e a frequncia da sua atualizao.

    2 - Na determinao das obrigaes simplificadas previstas no nmero anterior, o Banco de

    Portugal considera cumulativamente os seguintes critrios referentes instituio de crdito,

    salvaguardando o princpio da proporcionalidade:

    a) Natureza jurdica;

    b) Estrutura acionista;

    c) Prestao dos servios e exerccio das atividades de investimento a que se refere o

    artigo 199.-A;

    d) Participao num sistema de proteo institucional ou noutros sistemas de solidariedade

    mutualizados;

    e) Dimenso e importncia sistmica, de acordo com o disposto nas alneas a) e b) do n. 2 do

    artigo 138.-B;

    f) Perfil de risco e modelo de negcio;

    g) mbito, substituibilidade e complexidade das suas atividades, servios ou operaes

    desenvolvidos;

    h) Grau de interligao com outras instituies ou com o sistema financeiro em geral.

    3 - O Banco de Portugal pode dispensar, por aviso, as caixas de crdito agrcola mtuo associadas

    da Caixa Central de Crdito Agrcola Mtuo da apresentao de planos de recuperao nos termos

    do disposto no artigo anterior, devendo esta apresentar o plano de recuperao tendo por referncia

    o Sistema Integrado do Crdito Agrcola Mtuo.

    4 - O Banco de Portugal pode especificar, por aviso, o modelo de anlise dos critrios referidos no

    n. 2 e os procedimentos de determinao de obrigaes simplificadas.

    5 - O Banco de Portugal pode a qualquer momento revogar a deciso de aplicao de obrigaes

    simplificadas relativas a certos aspetos do plano de recuperao nos termos do disposto nos n.os 1 e

    3.

    6 - Sempre que o Banco de Portugal adote uma deciso nos termos do disposto nos n.os 1 ou 3,

    informa a Autoridade Bancria Europeia desse facto.

    Artigo 116.-F

    Avaliao do plano de recuperao

    1 - O Banco de Portugal avalia o plano de recuperao no prazo de 180 dias a contar da sua

    apresentao, tendo em vista aferir se foi cumprido o disposto no artigo 116.-D, bem como se

    expectvel que:

    a) A execuo dos mecanismos propostos possa razoavelmente manter ou restabelecer a

    viabilidade e a situao financeira da instituio de crdito ou do grupo a que pertence, tendo em

    conta as medidas preparatrias ou adotadas por cada instituio;

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    b) O plano e as opes especficas a contempladas possam ser executados de forma rpida e

    eficaz em situaes de esforo financeiro, evitando ao mximo efeitos adversos significativos no

    sistema financeiro, incluindo cenrios que levem outras instituies de crdito a executar planos de

    recuperao em simultneo.

    2 - O Banco de Portugal consulta as autoridades de superviso dos Estados membros da Unio

    Europeia em que estejam estabelecidas sucursais significativas, na medida em que isso seja relevante

    para essas sucursais.

    3 - Ao avaliar o plano de recuperao, o Banco de Portugal tem em conta, nomeadamente, a

    adequao da estrutura de capital e de financiamento da instituio de crdito relativamente ao grau

    de complexidade da sua estrutura organizativa e do seu perfil de risco e se o plano de recuperao

    contm medidas suscetveis de afetar negativamente a resolubilidade da instituio de crdito.

    4 - O Banco de Portugal pode determinar, a qualquer momento, a prestao de informaes

    complementares que considere relevantes para a avaliao do plano de recuperao em causa.

    5 - Se o Banco de Portugal considerar que existem deficincias significativas no plano de

    recuperao, designadamente a no incluso ou incompletude de alguns dos elementos de

    informao previstos nos n.os 2 e 5 do artigo 116.-D ou a incluso de indicadores concretos a que se

    refere a alnea t) do n. 2 do mesmo artigo que no meream a concordncia do Banco de Portugal,

    ou constrangimentos significativos execuo do plano, notifica a instituio de crdito ou a

    empresa-me do grupo desse facto e determina, ouvida a instituio, que esta apresente, no prazo

    de 60 dias, prorrogvel por 30 dias com a aprovao do Banco de Portugal, um plano revisto que

    demonstre de que forma essas deficincias ou constrangimentos so resolvidos.

    6 - Caso o Banco de Portugal considere, aps anlise das informaes complementares prestadas

    pela instituio de crdito nos termos do disposto no n. 4 e do plano revisto apresentado nos

    termos do nmero anterior, que se mantm deficincias significativas no plano, pode determinar s

    instituies de crdito a introduo, num prazo razovel, de alteraes especficas ao plano que

    considere necessrias para assegurar o adequado cumprimento do objetivo subjacente elaborao

    do plano de recuperao nos termos do disposto no n. 1 do artigo 116.-D.

    7 - As instituies de crdito devem dar cumprimento determinao do Banco de Portugal

    prevista no nmero anterior atravs da apresentao de um plano de recuperao alterado, no prazo

    de 30 dias, que contemple as alteraes especficas determinadas pelo mesmo.

    8 - O prazo previsto no n. 1 suspende-se enquanto no forem prestadas as informaes

    complementares, nos termos do disposto no n. 4 e quando no seja dado cumprimento s

    determinaes do Banco de Portugal previstas nos n.os 5 e 6.

    Artigo 116.-G

    Desadequao do plano de recuperao

    1 - Se a instituio de crdito no apresentar um plano de recuperao revisto ou se o Banco de

    Portugal considerar que nele no se corrigem adequadamente as deficincias ou os potenciais

    constrangimentos sua execuo prejudicais para os objetivos referidos no n. 1 do artigo anterior e

    que no possvel corrigi-los atravs de alteraes especficas nos termos do disposto no n. 6 do

    mesmo artigo, o Banco de Portugal exige instituio que indique, num prazo razovel, as alteraes

    que pode introduzir na sua atividade para corrigir aquelas deficincias e constrangimentos.

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    2 - Se a instituio de crdito no indicar as alteraes no prazo fixado ou se o Banco de Portugal

    entender que estas no so adequadas, o Banco de Portugal pode determinar-lhe, sem prejuzo da

    competncia dos rgos sociais da instituio, a execuo das medidas que considere necessrias,

    tendo em considerao a gravidade das deficincias ou constrangimentos identificados e o impacto

    dessas medidas na sua atividade, nomeadamente:

    a) A reduo do perfil de risco, incluindo o risco de liquidez;

    b) Medidas tempestivas de reforo de fundos prprios;

    c) A alterao da estratgia de financiamento de modo a reforar a resilincia das linhas de

    negcio estratgicas e funes crticas;

    d) A reviso da estratgia empresarial, nomeadamente alterando a organizao jurdico-

    societria, a estrutura de governo ou a estrutura operacional, ou as do grupo em que a instituio

    que se insere;

    e) A separao jurdica, ao nvel do grupo em que a instituio se insere, entre as atividades

    financeiras e as atividades no financeiras;

    f) Na medida em que for possvel, a segregao das atividades previstas nas alneas a) a c) do n. 1

    do artigo 4. das restantes atividades da instituio;

    g) A restrio das atividades, operaes ou redes de balces;

    h) A reduo do risco inerente s suas atividades, produtos e sistemas;

    i) A comunicao da informao adicional ao Banco de Portugal.

    3 - O disposto no nmero anterior no preclude a possibilidade de aplicao pelo Banco de

    Portugal de qualquer medida de interveno corretiva prevista no artigo 141.

    4 - Se a instituio de crdito exercer uma atividade de intermediao financeira ou emitir

    instrumentos financeiros admitidos negociao em mercado regulamentado, o Banco de Portugal

    comunica Comisso do Mercado de Valores Mobilirios as medidas determinadas que possam ter

    impacto no exerccio dessas atividades.

    5 - (Revogado.)

    6 - (Revogado.)

    7 - (Revogado.)

    8 - (Revogado.)

    Artigo 116.-H

    Plano de recuperao de grupo

    1 - A empresa-me na Unio Europeia de um grupo sujeito a superviso em base consolidada pelo

    Banco de Portugal deve apresentar a este um plano de recuperao tendo por referncia o grupo no

    seu todo, identificando as medidas cuja execuo pode ser necessria ao nvel da empresa-me e de

    cada uma das filiais integradas no respetivo permetro de superviso em base consolidada.

    2 - O plano de recuperao de grupo visa alcanar a estabilidade de um grupo no seu todo, ou de

    alguma das instituies do grupo, quando estejam em situao de esforo, de modo a resolver ou a

    eliminar as causas dessa perturbao e a restabelecer a situao financeira do grupo ou das

    instituies em causa, tendo simultaneamente em conta a situao financeira de outras entidades do

    grupo.

    3 - Quando o Banco de Portugal for a autoridade superviso responsvel pela superviso de filiais

    de uma empresa-me de um grupo com sede num pas terceiro ou na Unio Europeia, pode exigir-

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    lhes a elaborao e a apresentao de um plano de recuperao em base individual, nos casos em

    que por deciso conjunta com a autoridade de superviso em base consolidada se verifique a

    relevncia desse plano no contexto do plano do grupo ou, na falta de deciso conjunta nesse sentido,

    a relevncia seja entendida num contexto de importncia sistmica em mbito domstico.

    4 - Sem prejuzo do disposto no artigo 81., o Banco de Portugal, quando for a autoridade de

    superviso responsvel pela superviso do grupo em base consolidada, comunica, quando for o caso,

    o plano de recuperao de grupo:

    a) s autoridades de superviso relevantes referidas nos artigos 135.-B e 137.-B;

    b) s autoridades de superviso dos Estados membros da Unio Europeia em que esto

    estabelecidas sucursais significativas, na medida em que tal seja relevante para cada sucursal;

    c) s autoridades de resoluo das filiais.

    5 - O plano de recuperao de grupo, bem como o plano elaborado para cada uma das filiais

    naquele integradas incluem:

    a) Os elementos especificados no artigo 116.-D;

    b) Os mecanismos que assegurem a coordenao e a coerncia das medidas a tomar a nvel da

    empresa-me na Unio Europeia, das entidades referidas nas alneas g) a m) do artigo 2.-A

    estabelecidas na Unio Europeia, das instituies financeiras do grupo estabelecidas na Unio

    Europeia e que sejam filiais de uma instituio de crdito, de uma empresa de investimento que

    exera as atividades previstas nas alneas c) ou f) do n. 1 do artigo 199.-A, com exceo do servio

    de colocao sem garantia, ou de uma das entidades previstas nas alneas g) a m) do artigo 2.-A e

    que estejam abrangidas pela superviso em base consolidada a que est sujeita a respetiva empresa-

    me, bem como as medidas a tomar ao nvel das filiais e, se aplicvel, ao nvel das sucursais

    significativas;

    c) Quando aplicvel, as medidas adotadas para apoio financeiro intragrupo nos termos de um

    contrato de apoio financeiro intragrupo celebrado ao abrigo do disposto no artigo 116.-R e

    seguintes;

    d) As diversas opes de recuperao que estabeleam as medidas a adotar nos cenrios

    previstos no n. 3 do artigo 116.-D, incluindo os constrangimentos existentes aplicao das

    medidas de recuperao no seio do grupo, nos termos do disposto na alnea f) do n. 2 do mesmo

    artigo, inclusive ao nvel das entidades abrangidas pelo plano, ou impedimentos operacionais ou

    jurdicos relevantes a uma transferncia rpida de fundos prprios ou reestruturao de passivos

    ou ativos no seio do grupo.

    6 - O plano de recuperao de grupo deve ser aprovado pelo rgo de administrao da empresa-

    me do grupo sujeito a superviso em base consolidada antes de ser apresentado ao Banco de

    Portugal.

    7 - aplicvel ao plano de recuperao de grupo, com as devidas adaptaes, o disposto nos n.os 2

    a 7 e 11 do artigo 116.-D, no artigo 116.-E e no artigo anterior.

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    Artigo 116.-I

    Avaliao do plano de recuperao de grupo

    1 - O Banco de Portugal, como autoridade de superviso responsvel pelo exerccio da superviso

    em base consolidada, em conjunto com as autoridades de superviso responsveis pela superviso

    das filiais da empresa-me na Unio Europeia e com as autoridades de superviso das sucursais

    significativas, na medida em que isso seja relevante para essas sucursais, aps consulta das

    autoridades de superviso referidas no artigo 135.-B, deve analisar o plano de recuperao de

    grupo, tendo em vista verificar se foi cumprido o disposto no artigo anterior.

    2 - A anlise referida no nmero anterior feita, com as devidas adaptaes, de acordo com o

    procedimento e critrios previstos nos artigos 116.-F e 116.-G e tem em conta o impacto potencial

    das medidas de recuperao para a estabilidade financeira em todos os Estados membros da Unio

    Europeia onde o grupo exerce a sua atividade.

    3 - O Banco de Portugal, como autoridade de superviso responsvel pelo exerccio da superviso

    em base consolidada ou como autoridade de superviso de alguma filial de uma empresa-me na

    Unio Europeia, deve procurar, no prazo de 120 dias a partir da data da entrega do plano de

    recuperao de grupo nos termos do disposto no artigo anterior, tomar uma deciso conjunta com

    as demais autoridades de superviso relevantes, sobre:

    a) A anlise e a avaliao do plano de recuperao de grupo;

    b) A necessidade de elaborar planos de recuperao individuais para as instituies de crdito que

    faam parte do grupo; e

    c) A aplicao das medidas referidas nos n.os 4 a 6 do artigo 116.-F e no artigo 116.-G.

    4 - O Banco de Portugal pode solicitar Autoridade Bancria Europeia que auxilie as autoridades

    de superviso no processo de deciso conjunta referido no nmero anterior.

    5 - O Banco de Portugal, como autoridade de superviso responsvel pela superviso em base

    consolidada, na falta de uma deciso conjunta das autoridades de superviso sobre as matrias

    referidas no n. 3, toma uma deciso individual sobre essas questes, no prazo de 120 dias a contar

    da data de apresentao do plano, tendo em conta os pareceres e as reservas expressos pelas

    demais autoridades de superviso e notifica a empresa-me na Unio Europeia e as restantes

    autoridades de superviso da sua deciso.

    6 - O Banco de Portugal, como autoridade de superviso responsvel pela superviso de filiais do

    grupo, na falta de uma deciso conjunta das autoridades de superviso no prazo de 120 dias a contar

    da data de apresentao do plano de recuperao, toma uma deciso individual sobre:

    a) A necessidade de elaborar planos de recuperao especficos para as instituies de crdito

    sujeitas sua superviso; e

    b) A aplicao das medidas a que se referem os n.os 4 a 6 do artigo 116.-F e o artigo 116.-G, ao

    nvel das filiais.

    7 - Se, antes do final dos prazos previstos no n. 5 ou no nmero anterior, ou da adoo de uma

    deciso conjunta, qualquer das autoridades de superviso envolvidas tiver submetido Autoridade

    Bancria Europeia uma questo sobre alguma das matrias previstas nas alneas a) a c) do n. 2 do

    artigo 116.-G, nos termos do disposto no artigo 19. do Regulamento (UE) n. 1093/2010, do

    Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de novembro, o Banco de Portugal, como autoridade de

  • Lei n.o 23-A/2015 26-03-2015..................................................................................................................................................................................................

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    superviso responsvel pela superviso em base consolidada ou de autoridade de superviso de

    alguma das filiais da empresa-me na Unio Europeia, deve aguardar pela deciso a adotar pela

    Autoridade Bancria Europeia e decide de acordo com a mesma.

    8 - Na falta de uma deciso da Autoridade Bancria Europeia no prazo de 30 dias, aplica-se a

    deciso do Banco de Portugal, nos casos previstos nos n.os 5 e 6.

    9 - O Banco de Portugal pode tomar uma deciso conjunta com as demais autoridades de

    superviso no discordantes relativamente deciso conjunta nos termos do disposto no n. 6.

    10 - A deciso conjunta a que se referem o n. 3 e o nmero anterior, e as decises individuais

    tomadas pelas autoridades de superviso na falta da deciso conjunta referida nos n.os 5 a 8, so

    reconhecidas como definitivas pelo Banco de Portugal.

    Artigo 116.-J

    Plano de resoluo

    1 - O Banco de Portugal, aps consulta s autoridades de resoluo dos ordenamentos jurdicos

    em que estejam estabelecidas sucursais significativas, na medida em que tal seja relevante para

    essas sucursais, bem como ao Banco Central Europeu nos casos em que este seja, nos termos da

    legislao aplicvel, a autoridade de superviso da instituio de crdito em causa, elabora um plano

    de resoluo para cada instituio de crdito que no faa parte de um grupo sujeito a superviso

    em base consolidada por parte de uma autoridade de superviso de um Estado membro da Unio

    Europeia.

    2 - O plano de resoluo deve prever as medidas de resoluo suscetveis de serem aplicadas

    quando a instituio de crdito preencher os requisitos para a aplicao de medidas de resoluo

    previstos no n. 2 do artigo 145.-E e deve ter em conta cenrios de ocorrncia relativamente

    provvel e de impacto significativo na instituio de crdito, incluindo a possibilidade de a situao

    de insolvncia ser idiossincrtica ou, ao invs, ocorrer em perodos de instabilidade financeira mais

    generalizada ou de eventos sistmicos.

    3 - O plano de resoluo deve ser elaborado no pressuposto de que, aquando da aplicao de

    medidas de resoluo, no sero utilizados mecanismos de:

    a) Apoio financeiro pblico extraordinrio, para alm da utilizao do apoio fornecido pelo Fundo

    de Resoluo;

    b) Cedncia de liquidez em situao de emergncia pelo Banco de Portugal;

    c) Cedncia de liquidez pelo Banco de Portugal em condies no convencionais em termos de

    constituio de garantias, de prazo e de taxa de juro.

    4 - O plano de resoluo deve conter os seguintes elementos, apresentados, sempre que possvel

    e adequado, de forma quantificada:

    a) A sntese dos principais elementos do plano;

    b) A sntese das alteraes significativas ocorridas na instituio de crdito desde a ltima vez que

    foram apresentadas informaes, relativas sua organizao jurdico-societria, sua estrutura

    operacional, ao modelo de negcio ou situao financeira da instituio de crdito, que possam ter

    um impacto relevante na execuo do plano;

    c) A explicao da forma como as funes crticas e as linhas de negcio estratgicas podem ser

    jurdica, econmica e operacionalmente separadas, na medida do necessrio, de outras funes, a

  • Lei n.o 23-A/2015 26-03-2015..................................................................................................................................................................................................

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    fim de assegurar a sua continuidade aps a verificao de uma situao de insolvncia da instituio

    de crdito;

    d) A estimativa do calendrio para a execuo de cada aspeto significativo do plano;

    e) A descrio detalhada da avaliao da resolubilidade, efetuada nos termos do disposto no

    artigo 116.-O;

    f) A descrio das medidas necessrias, ao abrigo do artigo 116.-P, para eliminar os

    constrangimentos resolubilidade identificados na sequncia da avaliao efetuada nos termos do

    disposto no artigo 116.-O;

    g) A indicao do valor e da viabilidade comercial das funes crticas e linhas de negcio

    estratgicas e dos ativos da instituio de crdito, bem como a descrio dos respetivos processos de

    determinao;

    h) A descrio pormenorizada dos processos internos existentes na instituio de crdito

    destinados a garantir que as informaes a prestar nos termos do disposto no n. 1 do artigo 116.-

    M esto atualizadas e podem ser enviadas ao Banco de Portugal sempre que este o solicitar;

    i) A explicao sobre a forma como a aplicao de medidas de resoluo pode ser financiada sem

    pressupor o recurso utilizao dos mecanismos previstos no nmero anterior;

    j) A anlise sobre a forma e o momento em que a instituio de crdito pode solicitar o acesso s

    operaes de crdito junto do Banco de Portugal e a identificao dos ativos que para esse efeito

    possam ser prestados em garantia;

    k) A descrio pormenorizada das diferentes estratgias de resoluo que podem ser aplicadas

    em funo dos diferentes cenrios possveis e os prazos aplicveis;

    l) A descrio das relaes de interdependncia relevantes;

    m) A descrio das opes destinadas a preservar o acesso aos servios de pagamentos e

    liquidao e a outras infraestruturas, bem como a avaliao da portabilidade das posies dos

    clientes;

    n) A anlise do impacto da aplicao das medidas de resoluo previstas no plano na situao dos

    trabalhadores da instituio de crdito, incluindo uma avaliao dos custos desse impacto, e a

    descrio dos procedimentos de consulta das estruturas de representao coletiva dos trabalhadores

    durante o processo de resoluo;

    o) Um plano de comunicao com os meios de comunicao social e com o pblico;

    p) O requisito mnimo de fundos prprios e crditos elegveis exigido nos termos do disposto no

    n. 1 do artigo 145.-Y e o prazo para atingir esse nvel;

    q) Se aplicvel, a percentagem do requisito mnimo de fundos prprios e crditos elegveis a ser

    cumprido atravs de instrumentos contratuais de recapitalizao interna nos termos do disposto nos

    n.os 1 e 9 do artigo 145.-Y e o prazo para atingir esse nvel;

    r) A descrio das operaes e dos sistemas essenciais para manter os processos operacionais da

    instituio de crdito em funcionamento contnuo;

    s) Se aplicvel, as opinies expressas pela instituio de crdito quanto aos elementos do plano

    de resoluo que lhe tenham sido transmitidos.

    5 - O Banco de Portugal transmite as informaes referidas na alnea a) do nmero anterior

    instituio de crdito em causa.

    6 - Os planos de resoluo so revistos e, se necessrio, atualizados:

    a) Com uma periodicidade no superior a um ano;

  • Lei n.o 23-A/2015 26-03-2015..................................................................................................................................................................................................

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    b) Aps a verificao de qualquer evento relativo organizao jurdico-societria, estrutura

    operacional, ao modelo de negcio ou situao financeira da instituio de crdito, que possa ter

    um impacto relevante na execuo dos planos;

    c) Quando se verifique qualquer alterao nos pressupostos utilizados para a sua elaborao que

    possa ter um impacto relevante na execuo do plano.

    7 - Para efeitos do disposto na alnea b) do nmero anterior, as instituies de crdito comunicam

    de imediato ao Banco de Portugal qualquer evento que exija a reviso ou atualizao do plano de

    resoluo.

    8 - O contedo dos planos de resoluo no vincula o Banco de Portugal e no confere a terceiros

    nem instituio de crdito qualquer direito execuo das medidas a previstas.

    9 - O Banco de Portugal pode no elaborar planos de resoluo autnomos para as caixas de

    crdito agrcola mtuo associadas da Caixa Central de Crdito Agrcola Mtuo sempre que considerar

    suficiente a preparao de um plano de resoluo conjunto para as mesmas, tendo por referncia o

    Sistema Integrado do Crdito Agrcola Mtuo, informando a Autoridade Bancria Europeia sempre

    que tomar essa deciso.

    10 - Se a instituio de crdito objeto do plano de resoluo exercer uma atividade de

    intermediao financeira ou emitir instrumentos financeiros admitidos negociao em mercado

    regulamentado, o Banco de Portugal comunica Comisso do Mercado de Valores Mobilirios o

    respetivo do plano de resoluo.

    11 - O Banco de Portugal transmite os planos de resoluo que elaborar, bem como quaisquer

    alteraes aos mesmos, s autoridades de superviso relevantes.

    Artigo 116.-K

    Plano de resoluo de grupo

    1 - O Banco de Portugal, como autoridade de resoluo a nvel do grupo, elabora e atualiza,

    juntamente com as autoridades de resoluo das filiais do grupo no mbito de colgios de resoluo,

    e aps consulta s autoridades de resoluo e de superviso dos ordenamentos jurdicos em que

    estejam estabelecidas sucursais significativas, na medida em que tal seja relevante para essas

    sucursais, s autoridades de superviso relevantes e s autoridades de resoluo dos Estados

    membros da Unio Europeia em que esteja estabelecida uma companhia financeira, companhia

    financeira mista ou companhia mista do grupo, ou a empresa-me de instituies de crdito do

    grupo, nos casos em que essa empresa-me seja uma companhia financeira-me na Unio Europeia,

    ou uma companhia financeira mista-me na Unio Europeia, um plano de resoluo de grupo para

    cada grupo sujeito sua superviso em base consolidada.

    2 - Na elaborao e atualizao dos planos de resoluo de grupo, o Banco de Portugal, como

    autoridade de resoluo a nvel do grupo, pode tambm consultar as autoridades de resoluo dos

    pases terceiros em cujo ordenamento jurdico o grupo tenha estabelecido filiais, companhias

    financeiras ou sucursais significativas, desde que essas autoridades cumpram os requisitos de

    confidencialidade previstos no artigo 145.-AO.

    3 - O plano de resoluo do grupo adotado por deciso conjunta da autoridade de resoluo a

    nvel do grupo e das autoridades de resoluo das filiais do grupo, que deve ser tomada no prazo de

    120 dias a contar da data de transmisso pela autoridade de resoluo a nvel do grupo das

  • Lei n.o 23-A/2015 26-03-2015..................................................................................................................................................................................................

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    informaes necessrias elaborao do plano de resoluo do grupo, recebidas nos termos do

    disposto no n. 1 do artigo 116.-M.

    4 - O Banco de Portugal pode solicitar Autoridade Bancria Europeia que auxilie as autoridades

    de resoluo no processo de deciso conjunta referido no nmero anterior.

    5 - O Banco de Portugal, como autoridade de resoluo a nvel do grupo, na falta de uma deciso

    conjunta nos termos do disposto no n. 3, toma uma deciso individual sobre o plano de resoluo

    de grupo e comunica-a empresa-me na Unio Europeia, devendo essa deciso ser fundamentada

    e ter em conta os pareceres e as reservas das demais autoridades de resoluo.

    6 - O Banco de Portugal, como autoridade de resoluo responsvel por alguma das filiais da

    empresa-me na Unio Europeia, na falta de uma deciso conjunta nos termos do disposto no n. 3,

    toma uma deciso individual e elabora e atualiza um plano de resoluo para as entidades com sede

    em Portugal, fundamentando-a e expondo os motivos do desacordo com o plano de resoluo de

    grupo proposto e atendendo aos pareceres e s reservas das demais autoridades de superviso e de

    resoluo, notificando os demais membros do colgio de resoluo da sua deciso.

    7 - Se, antes da tomada da deciso conjunta referida no n. 3 e durante o prazo a estabelecido,

    alguma das autoridades de resoluo tiver submetido Autoridade Bancria Europeia questes nos

    termos previstos no artigo 19. do Regulamento (UE) n. 1093/2010, do Parlamento Europeu e do

    Conselho, de 24 de novembro, o Banco de Portugal, como autoridade de resoluo a nvel do grupo

    ou como autoridade de resoluo de alguma das filiais de uma empresa-me na Unio Europeia,

    aguarda pela deciso a tomar pela Autoridade Bancria Europeia e decide em conformidade com a

    mesma.

    8 - Na falta de uma deciso da Autoridade Bancria Europeia no prazo de 30 dias, aplica-se a

    deciso do Banco de Portugal como autoridade de resoluo a nvel do grupo, no caso previsto no n.

    5, e de autoridade de resoluo de alguma das filiais de uma empresa-me na Unio Europeia, no

    caso previsto no n. 6.

    9 - O Banco de Portugal pode opor-se a que a Autoridade Bancria Europeia preste a assistncia

    referida no n. 7 caso considere que a questo objeto de desacordo pode, de alguma forma, colidir

    com as responsabilidades oramentais do pas.

    10 - O Banco de Portugal, como autoridade de resoluo de alguma das filiais de uma empresa-

    me na Unio Europeia, pode tomar uma deciso conjunta com as demais autoridades de resoluo

    de filiais que no discordem nos termos do disposto no n. 3 sobre um plano de resoluo do grupo

    que abranja as entidades em causa.

    11 - As decises conjuntas a que se referem o n. 3 e o nmero anterior e as decises individuais a

    que se referem os n.os 5 e 6, quando tomadas por outras autoridades de resoluo na falta da

    deciso conjunta referida no n. 3, so reconhecidas como definitivas pelo Banco de Portugal.

    12 - Caso sejam adotadas decises conjuntas nos termos do disposto nos n.os 3 e 10 e o Banco de

    Portugal considere que uma questo objeto de desacordo em matria de planos de resoluo de

    grupos pode ter impacto nas responsabilidades oramentais do Pas, deve, como autoridade de

    resoluo a nvel de grupo, reavaliar o plano de resoluo de grupo, incluindo o requisito mnimo de

    fundos prprios e crditos elegveis.

    13 - O Banco de Portugal, como autoridade de resoluo a nvel do grupo, transmite o plano de

    resoluo do grupo, bem como quaisquer alteraes ao mesmo, s autoridades de superviso

    relevantes.

    14 - Os planos de resoluo de grupo devem ser revistos e, se necessrio, atualizados:

  • Lei n.o 23-A/2015 26-03-2015..................................................................................................................................................................................................

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    a) Com uma periodicidade no superior a um ano;

    b) Aps a verificao de qualquer evento relativo organizao jurdico-societria, estrutura

    operacional, ao modelo de negcio ou situao financeira do grupo, ou de qualquer entidade do

    grupo, que possa ter um impacto relevante na execuo do plano;

    c) Quando se verifique qualquer alterao nos pressupostos utilizados para a sua elaborao que

    possa ter um impacto relevante na execuo do plano.

    15 - Tratando-se de um grupo que inclua entidades que exeram atividades de intermediao

    financeira ou emitam instrumentos financeiros admitidos negociao em mercado regulamentado,

    aplicvel o disposto no n. 10 do artigo 116.-J.

    Artigo 116.-L

    mbito do plano de resoluo de grupo

    1 - Os planos de resoluo de grupo a que se refere o artigo anterior devem incluir um plano para

    a resoluo do grupo no seu todo atravs da aplicao de medidas de resoluo ao nvel da empresa-

    me na Unio Europeia e um plano que preveja a separao do grupo e a aplicao de medidas de

    resoluo s suas filiais.

    2 - Os planos de resoluo de grupo devem:

    a) Definir possveis medidas de resoluo a aplicar empresa-me na Unio Europeia, s filiais da

    empresa-me na Unio Europeia e s filiais estabelecidas em pases terceiros, s entidades referidas

    nas alneas g) a m) do artigo 2.-A estabelecidas na Unio Europeia, s instituies financeiras do

    grupo estabelecidas na Unio Europeia e que sejam filiais de uma instituio de crdito, de uma

    empresa de investimento que exera as atividades previstas nas alneas c) ou f) do n. 1 do artigo

    199.-A, com exceo do servio de colocao sem garantia, ou de uma das entidades previstas nas

    alneas g) a m) do artigo 2.-A, e que estejam abrangidas pela superviso em base consolidada a que

    est sujeita a respetiva empresa-me;

    b) Conter a anlise da medida em que os poderes e as medidas de resoluo podem ser aplicados

    e exercidos de forma coordenada a entidades do grupo estabelecidas na Unio Europeia, incluindo

    medidas para facilitar a aquisio por terceiros do conjunto do grupo, de linhas de negcio ou

    atividades separadas desenvolvidas por uma ou vrias entidades do grupo;

    c) Identificar potenciais constrangimentos a uma resoluo coordenada;

    d) Caso um grupo inclua filiais estabelecidas em pases terceiros, identificar mecanismos de

    cooperao e coordenao adequados com as autoridades relevantes desses pases terceiros e as

    implicaes da resoluo na Unio Europeia;

    e) Identificar medidas necessrias para facilitar a resoluo do grupo quando estiverem reunidas

    as condies para a desencadear, nomeadamente a separao jurdica, econmica e operacional de

    funes ou linhas de negcio especficas;

    f) Definir medidas suplementares que se tencione aplicar na resoluo do grupo;

    g) Identificar de que modo as medidas de resoluo podero ser financiadas e, se necessrio,

    estabelecer princpios para a partilha de responsabilidades entre as fontes de financiamento nos

    diferentes Estados membros da Unio Europeia em causa que tenham por base critrios equitativos

    e equilibrados e tomem em considerao o disposto no artigo 145.-AK e o impacto na estabilidade

    financeira daqueles Estados membros;

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    h) Descrever detalhadamente a avaliao da resolubilidade efetuada nos termos do disposto no

    artigo 116.-O.

    3 - O plano de resoluo do grupo deve ser elaborado no pressuposto de que, aquando da

    aplicao de medidas de resoluo, no sero utilizados mecanismos de:

    a) Apoio financeiro pblico extraordinrio, para alm do apoio prestado pelo Fundo de Resoluo

    e pelos restantes mecanismos nacionais de financiamento da resoluo de cada uma das entidades

    que fazem parte do grupo;

    b) Cedncia de liquidez em situao de emergncia pelo Banco de Portugal ou por outros bancos

    centrais;

    c) Cedncia de liquidez pelo Banco de Portugal ou por outros bancos centrais em condies no

    convencionais em termos de constituio de garantias, de prazo e de taxa de juro.

    4 - A empresa-me de um grupo sujeito a superviso em base consolidada por parte do Banco de

    Portugal deve reportar a este o conjunto de informao elencado no n. 1 do artigo seguinte,

    devendo essa informao ser relativa prpria empresa-me e a cada entidade do grupo, incluindo

    as referidas nas alneas g) a m) do artigo 2.-A.

    5 - O Banco de Portugal, como autoridade de resoluo a nvel do grupo, transmite as

    informaes recebidas nos termos do disposto no nmero anterior, desde que sejam assegurados os

    requisitos de confidencialidade estabelecidos no artigo 145.-AO:

    a) Autoridade Bancria Europeia;

    b) s autoridades de resoluo das filiais do grupo;

    c) s autoridades de resoluo dos ordenamentos jurdicos em que estejam estabelecidas

    sucursais significativas, na medida em que tal seja relevante para essas sucursais;

    d) s autoridades de superviso relevantes referidas nos artigos 135.-B e 137.-B; e

    e) s autoridades de resoluo dos Estados membros da Unio Europeia onde se encontrem

    estabelecidas as entidades referidas nas alneas g) a m) do artigo 2.-A.

    6 - Relativamente s informaes relativas a filiais do grupo estabelecidas em pases terceiros, o

    Banco de Portugal, como autoridade de resoluo a nvel do grupo, apenas transmite essas

    informaes com o consentimento da autoridade de superviso ou da autoridade de resoluo do

    pas terceiro em causa.

    7 - O plano de resoluo de um grupo no deve prever um impacto desproporcional em nenhum

    Estado membro da Unio Europeia.

    Artigo 116.-M

    Deveres de comunicao de informao para elaborao dos planos de resoluo

    1 - Para efeitos da elaborao, reviso ou atualizao dos planos de resoluo previstos nos

    artigos 116.-J e 116.-K, a instituio de crdito ou a empresa-me do grupo em causa deve

    comunicar ao Banco de Portugal os seguintes elementos:

    a) Descrio pormenorizada da estrutura organizativa e societria da instituio de crdito e,

    quando for o caso, da empresa-me e das outras entidades do grupo a que pertence, incluindo um

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    organograma e uma lista de todas as entidades, com identificao dos titulares e da percentagem

    das participaes sociais diretas, com e sem direito de voto, em cada entidade identificada;

    b) Localizao, ordenamento jurdico onde foi constituda e descrio do objeto social de cada

    uma das entidades identificadas na alnea anterior;

    c) Identificao dos administradores de cada entidade identificada na alnea a);

    d) Identificao da autoridade de superviso e da autoridade de resoluo de cada entidade

    identificada na alnea a);

    e) Identificao das funes crticas e linhas de negcio estratgicas de cada entidade identificada

    na alnea a) e breve descrio dos critrios que serviram de base a essa classificao, com indicao

    do primeiro responsvel pelas mesmas;

    f) Identificao das carteiras de ativos, de passivos e de posies em risco extrapatrimoniais

    associados s funes crticas e linhas de negcio estratgicas, com indicao do respetivo montante,

    por cada entidade referida na alnea a);

    g) Estratificao dos passivos das entidades identificadas na alnea a) segundo o regime de

    liquidao previsto na lei aplicvel, com segregao por dvida garantida, dvida no garantida e

    dvida subordinada, e discriminao dos montantes, por intervalos de vencimento, entre curto,

    mdio e longo prazo;

    h) Identificao dos crditos elegveis, nos termos do disposto na alnea a) do n. 1 do artigo

    145.-U;

    i) Identificao, por funes crticas e linhas de negcio estratgicas, das principais contrapartes

    das entidades identificadas na alnea a), bem como a anlise do impacto na situao financeira

    destas da eventual insolvncia de cada contraparte identificada;

    j) Descrio da estratgia de cobertura dos riscos materialmente relevantes associada a cada

    operao crtica e linha de negcio estratgica, por cada entidade identificada na alnea a) e

    correspondente alinhamento com a estratgia de negcio subjacente;

    k) Identificao dos processos necessrios para determinar a favor de quem as entidades

    identificadas na alnea a) constituram garantias, a pessoa que detm os bens prestados em garantia

    e quais os ordenamentos jurdicos em que esses bens esto localizados;

    l) Descrio das possveis fontes de liquidez para apoio aplicao da medida de resoluo;

    m) Informao quanto aos ativos onerados, ativos lquidos, atividades extrapatrimoniais e

    estratgias de cobertura para cada entidade identificada na alnea a);

    n) Identificao das interligaes e interdependncias existentes entre as vrias entidades

    identificadas na alnea a), designadamente ao nvel de:

    i) sistemas, instalaes e pessoal;

    ii) mecanismos de capital, financiamento ou liquidez;

    iii) riscos de crdito existentes ou contingentes;

    iv) contratos de contragarantia, garantia cruzada, disposies em matria de incumprimento

    cruzado e convenes de compensao e de novao entre filiais;

    v) contratos de transferncia de risco e de compra e venda simtrica (back-to-back transactions);

    e

    vi) acordos de nvel de servio;

    o) Cada sistema no qual as entidades identificadas na alnea a) realizem um nmero significativo

    de operaes, com discriminao por entidades, funes crticas e linhas de negcio estratgicas;

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    p) Cada sistema de pagamentos, compensao ou liquidao de que as entidades identificadas na

    alnea a) fazem parte, direta ou indiretamente, com discriminao por entidades, funes crticas e

    linhas de negcio estratgicas;

    q) Inventrio pormenorizado e descrio dos principais sistemas de informao de gesto

    utilizados pelas entidades identificadas na alnea a), incluindo os destinados gesto de risco,

    contabilidade e relatrios financeiros e regulamentares, com discriminao por entidades, funes

    crticas e linhas de negcio estratgicas;

    r) Identificao dos proprietrios dos sistemas identificados na alnea anterior, acordos de nvel de

    servio associados e programas, sistemas ou licenas informticos, com discriminao por entidades,

    funes crticas e linhas de negcio estratgicas;

    s) Identificao dos contratos celebrados pelas entidades identificadas na alnea a) que podem ser

    resolvidos no mbito da aplicao de uma medida de resoluo, com indicao sobre se as

    consequncias da respetiva resoluo pode afetar a aplicao das medidas de resoluo;

    t) Identificao e contacto dos membros dos rgos de administrao das vrias entidades

    identificadas na alnea a) responsveis por prestar as informaes necessrias elaborao do plano

    de resoluo, bem como dos responsveis pelas diferentes funes crticas e linhas de negcio

    estratgicas;

    u) Descrio dos procedimentos destinados a assegurar, em caso de resoluo, a disponibilidade

    tempestiva de todas as informaes que o Banco de Portugal solicite por entender necessrias para a

    aplicao das medidas de resoluo.

    2 - O Banco de Portugal pode determinar a qualquer momento que a instituio de crdito ou a

    empresa-me de um grupo sujeito sua superviso em base consolidada preste, no prazo razovel

    que o Banco de Portugal fixe, todos os esclarecimentos, informaes e documentos,

    independentemente da natureza do seu suporte, e inspecionar os seus estabelecimentos, examinar a

    escrita no local e extrair cpias e traslados de toda a documentao pertinente.

    3 - Caso o Banco de Portugal no elabore, nos termos do disposto no n. 9 do artigo 116.-J,

    planos de resoluo autnomos para as caixas de crdito agrcola mtuo associadas da Caixa Central

    de Crdito Agrcola Mtuo, pode dispensar essas instituies do dever de comunicao referido no

    n. 1, no obstante estar a Caixa Central de Crdito Agrcola Mtuo obrigada a reportar essas

    informaes relativamente s suas associadas tendo por base o Sistema Integrado do Crdito

    Agrcola Mtuo.

    4 - Sem prejuzo da responsabilidade contraordenacional emergente dessa conduta, se a

    instituio de crdito ou a empresa-me de um grupo sujeito a superviso em base consolidada por

    parte do Banco de Portugal no enviar ao Banco de Portugal os elementos informativos necessrios

    elaborao, reviso ou atualizao do respetivo plano de resoluo, ou no prestar as informaes

    complementares solicitadas nos termos do disposto no n. 2 no prazo definido, o Banco de Portugal

    pode determinar a aplicao das medidas corretivas previstas no artigo 116.-C que se mostrem

    adequadas a prevenir os riscos associados a essa omisso.

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    Artigo 116.-N

    Dispensa parcial do dever de comunicao de informao para elaborao dos planos de

    resoluo

    1 - O Banco de Portugal pode dispensar parcialmente determinada instituio de crdito ou

    empresa-me de grupo sujeito sua superviso em base consolidada do dever de comunicao de

    informao para elaborao do respetivo plano de resoluo ou do plano de resoluo de grupo,

    tendo em conta:

    a) A natureza jurdica;

    b) A estrutura acionista;

    c) A prestao dos servios e exerccio das atividades de investimento a que se refere o artigo

    199.-A;

    d) A participao num Sistema de Proteo Institucional ou noutros sistemas de solidariedade

    mutualizados;

    e) A dimenso e importncia sistmica, de acordo com o disposto nas alneas a) e b) do n. 2 do

    artigo 138.-B;

    f) O perfil de risco e modelo de negcio;

    g) O mbito, substituibilidade e complexidade das suas atividades, servios ou operaes

    desenvolvidos;

    h) O grau de interligao com outras instituies ou com o sistema financeiro em geral;

    i) O impacto que a sua insolvncia e posterior processo de liquidao, nos termos do regime de

    liquidao previsto na lei aplicvel, poder ter nos mercados financeiros, noutras instituies, nas

    condies de financiamento ou na economia em geral.

    2 - Sempre que o Banco de Portugal conceda dispensas nos termos do disposto no nmero

    anterior, pode elaborar, para essas instituies de crdito ou grupos, um plano de resoluo que no

    inclua todos os elementos previstos no n. 4 do artigo 116.-J, informando a Autoridade Bancria

    Europeia das dispensas concedidas e dos planos simplificados que tenha elaborado.

    3 - O Banco de Portugal pode especificar, por aviso, o modelo de anlise dos critrios referidos no

    n. 1 e os procedimentos para a concesso de dispensas.

    4 - O Banco de Portugal pode, a qualquer momento, revogar a sua deciso de dispensa nos

    termos do disposto no n. 1.

    Artigo 116.-O

    Avaliao da resolubilidade de instituies de crdito e grupos

    1 - Uma instituio de crdito ou um grupo considerado passvel de resoluo se o Banco de

    Portugal considerar exequvel e credvel a sua liquidao nos termos da lei ou a aplicao de uma

    medida de resoluo, que permita assegurar a continuidade das funes crticas desenvolvidas pela

    instituio de crdito ou pelas entidades do grupo, evitando, tanto quanto possvel, consequncias

    adversas significativas, incluindo situaes de instabilidade financeira mais generalizada ou eventos

    sistmicos para o sistema financeiro nacional, de outros Estados membros da Unio Europeia ou da

    Unio Europeia.

    2 - O Banco de Portugal, sempre que elaborar e atualizar os planos de resoluo, avalia a

    resolubilidade de uma instituio de crdito, tendo em considerao o seguinte:

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    a) A capacidade da instituio de crdito para discriminar as linhas de negcio estratgicas e as

    funes crticas desenvolvidas por cada uma das pessoas coletivas do grupo;

    b) O alinhamento das estruturas jurdicas, societrias e operacionais com as linhas de negcio

    estratgicas e as funes crticas;

    c) A existncia de mecanismos que assegurem os recursos humanos, as infraestruturas, o

    financiamento, a liquidez e o capital necessrios para apoiar e manter as linhas de negcio

    estratgicas e as funes crticas;

    d) Em que medida ser possvel, em caso de aplicao de medidas de resoluo, assegurar-se que

    a instituio de crdito no necessitar de recorrer a mecanismos de apoio financeiro pblico

    extraordinrio, para alm da utilizao do apoio prestado pelo Fundo de Resoluo, cedncia de

    liquidez pelo Banco de Portugal em situao de emergncia, ou cedncia de liquidez pelo Banco de

    Portugal em condies no convencionais em termos de constituio de garantias, de prazo e taxas

    de juro;

    e) Em que medida ser possvel, em caso de resoluo, assegurar-se a validade e eficcia dos

    contratos de prestao de servios celebrados pela instituio de crdito;

    f) Em que medida a estrutura de governo da instituio de crdito adequada a gerir e assegurar

    o cumprimento das polticas internas da instituio no que respeita aos seus acordos de nvel de

    servio;

    g) Em que medida a instituio de crdito dispe de processos que permitam a transio dos

    servios prestados a terceiros ao abrigo dos acordos de nvel de servio, em caso de separao das

    funes crticas ou das linhas de negcio estratgicas;

    h) Em que medida existem planos e medidas de contingncia para assegurar a continuidade do

    acesso aos sistemas de pagamento e liquidao;

    i) Adequao dos sistemas de informao de gesto para assegurar que as autoridades de

    resoluo podem obter informaes exatas e completas no que respeita s linhas de negcio

    estratgicas e s funes crticas, de forma a facilitar um processo decisrio rpido;

    j) A capacidade dos sistemas de informao de gesto para fornecer as informaes essenciais

    para a resoluo eficaz da instituio de crdito em qualquer momento, mesmo em caso de clere

    alterao das condies;

    k) Em que medida a instituio de crdito avaliou a adequao dos seus sistemas de informao

    de gesto, atravs da realizao de testes com base em cenrios de esforo definidos pelo Banco de

    Portugal;

    l) Em que medida a instituio de crdito capaz de assegurar a continuidade dos seus sistemas

    de informao de gesto, quer relativamente instituio a resolver como a uma nova instituio a

    criar, no caso de as funes crticas e as linhas de negcio estratgicas serem separadas das restantes

    funes e linhas de negcio;

    m) Em que medida a instituio de crdito estabeleceu mecanismos adequados para assegurar a

    prestao ao Banco de Portugal e s demais autoridades de resoluo das informaes necessrias

    identificao dos seus depositantes e dos montantes garantidos pelo Fundo de Garantia de

    Depsitos, dentro do limite previsto no artigo 166.;

    n) Em caso de prestao de garantias intragrupo, em que medida essas garantias so prestadas

    em condies de mercado e os sistemas de gesto do risco associados s mesmas so slidos;

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    o) Em caso de celebrao pelo grupo de acordos de compra e venda simtrica (back-to-back

    transactions), em que medida esses acordos so celebrados em condies de mercado e os sistemas

    de gesto do risco associados aos mesmos so slidos;

    p) Em que medida a prestao de garantias intragrupo ou de operaes contabilsticas simtricas

    (back-to-back booking transactions) aumenta o contgio dentro do grupo;

    q) Em que medida a estrutura jurdica do grupo limita a aplicao de medidas de resoluo em

    consequncia do nmero de entidades, da complexidade da estrutura do grupo ou da dificuldade em

    identificar que entidades do grupo exercem cada uma das linhas de negcio do grupo;

    r) O montante e o tipo de crditos elegveis da instituio de crdito;

    s) Caso a avaliao envolva uma companhia financeira mista, em que medida a resoluo de

    entidades do grupo que sejam instituies de crdito ou instituies financeiras estabelecidas na

    Unio Europeia e que sejam filiais de uma instituio de crdito, de uma empresa de investimento

    que exera as atividades previstas nas alneas c) ou f) do n. 1 do artigo 199.-A, com exceo do

    servio de colocao sem garantia, ou de uma das entidades previstas nas alneas g) a m) do artigo

    2.-A, e que estejam abrangidas pela superviso em base consolidada a que est sujeita a respetiva

    empresa-me, poder ter impacto negativo na parte no financeira do grupo;

    t) A existncia e solidez dos acordos de nvel de servio;

    u) Em que medida as autoridades de pases terceiros dispem dos instrumentos de resoluo

    necessrios para apoiar as medidas de resoluo adotadas pelas autoridades de resoluo da Unio

    Europeia, bem como a possibilidade de executar medidas coordenadas entre estas e as autoridades

    de pases terceiros;

    v) Adequao da aplicao de medidas de resoluo s suas finalidades, tendo em conta as

    medidas disponveis e a estrutura da instituio de crdito;

    w) Em que medida a estrutura do grupo permite que o Banco de Portugal proceda resoluo do

    grupo no seu todo ou das suas entidades sem provocar consequncias negativas significativas no

    sistema financeiro, na confiana no mercado ou na economia e tendo em vista valorizar ao mximo o

    grupo no seu todo;

    x) Mecanismos e meios atravs dos quais a resoluo poder ser facilitada no caso de grupos com

    filiais estabelecidas em diversos ordenamentos jurdicos;

    y) Credibilidade da adoo de medidas de resoluo de acordo com os seus objetivos, tendo em

    conta as possveis consequncias sobre os credores, trabalhadores, clientes e contrapartes, bem

    como as eventuais medidas que possam ser levadas a cabo por autoridades de pases terceiros;

    z) Em que medida as consequncias da resoluo da instituio de crdito sobre o sistema

    financeiro e sobre a confiana nos mercados financeiros podem ser avaliadas de forma adequada;

    aa) Em que medida a resoluo da instituio de crdito pode provocar consequncias negativas

    significativas no sistema financeiro, na confiana no mercado ou na economia;

    bb) Em que medida o contgio a outras instituies de crdito ou aos mercados financeiros pode

    ser contido atravs da aplicao de medidas e poderes de resoluo;

    cc) Em que medida a resoluo da instituio de crdito pode provocar um efeito significativo

    sobre o funcionamento dos sistemas de pagamento e liquidao.

    3 - avaliao da resolubilidade dos grupos aplica-se, com as necessrias adaptaes, o disposto

    no nmero anterior, devendo essa avaliao ser sempre ponderada pelos colgios de resoluo a

    que se refere o artigo 145.-AG.

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    4 - Caso uma instituio de crdito ou um grupo no sejam considerados passveis de resoluo, o

    Banco de Portugal notifica a Autoridade Bancria Europeia desse facto.

    Artigo 120.

    [...]

    1 - ...

    2 - ...

    3 - ...

    4 - ...

    5 - ...

    6 - ...

    7 - ...

    8 - ...

    9 - ...

    10 - O Banco de Portugal pode exigir que as instituies de crdito conservem registos

    pormenorizados relativos aos contratos financeiros em que intervenham como parte ou a qualquer

    outro ttulo.

    11 - O Banco de Portugal pode estabelecer, por aviso, regras sobre a durao, o contedo e o

    modo de arquivo dos registos referidos no nmero anterior.

    Artigo 129.-B

    [...]

    1 - As instituies de crdito cumprem as obrigaes previstas no captulo ii-C do ttulo vii e nos

    n.os 9 e 10 do artigo 116.-AE, em base individual, salvo dispensa pelo Banco de Portugal da

    aplicao de requisitos prudenciais em base individual, nos termos do disposto no artigo 7. do

    Regulamento (UE) n. 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho.

    2 - ...

    3 - ...

    4 - As obrigaes previstas nos artigos 116., 116.-A a 116.-C e 116.-AC a 116.-AI so

    cumpridas, em base individual ou consolidada, nos termos do disposto nos artigos 6. a 24. do

    Regulamento (UE) n. 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho.

    5 - ...

    Artigo 135.-C

    [...]

    1 - ...

    2 - ...

    3 - ...

    4 - ...

    5 - ...

    6 - ...

    7 - ...

    8 - ...

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    9 - ...

    10 - ...

    11 - As decises a que se referem os n.os 1, 4 e 5 so atualizadas anualmente ou, em

    circunstncias excecionais, sempre que a autoridade competente responsvel pela superviso das