lei n 2.638-institui codigo ambiental-1

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Prefeitura de Crato Palácio Alexandre Arraes Gabinete do Prefeito CNPJ CGF Endereço: Contatos: E-Mail e Site Oficial 07.587.975/0001-07 06.920.251-6 Palácio Alexandre Arraes 88 3521.9600 - Ramal 32 [email protected] Largo Júlio Saraiva sn.º - Centro 88 3521.8969 http://www.crato.ce.gov.br Crato Ceará LEI Nº. 2.638/2010. CRATO/CE, 07 DE OUTUBRO DE 2010. EMENTA: Institui o CÓDIGO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE CRATO e dá outras providências. O Prefeito Municipal do Crato, Estado do Ceará, no uso das atribuições que lhes são conferidas por lei, faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei: TÍTULO I DA COMPETÊNCIA E DA AÇÃO DO MUNICÍPIO DE CRATO COM RELAÇÃO AO MEIO AMBIENTE Capítulo I Das Disposições Preliminares Art. 1º. Com base nas Constituições Federal, Estadual, na Lei Orgânica e no Plano Diretor do Município de Crato esta Lei tem como finalidade, respeitada as competências da União e do Estado do Ceará, regulamentar as ações do Poder Público Municipal e a sua relação com a coletividade na conservação, defesa, melhoria, recuperação e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida para as presentes e futuras gerações, e estabelecer normas para a administração, proteção e controle do Patrimônio Ambiental, da qualidade do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável do Município de Crato. Capítulo II Das Competências e dos Deveres do Município de Crato Art. 2º. É competência do Município de Crato, nos termos da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica Municipal e desta Lei, garantir aos cidadãos cratenses um meio ambiente equilibrado e uma sadia qualidade de vida, direitos inalienáveis do povo, impondo-se ao Município de Crato e a comunidade o dever de preservá-los e defendê-los, assegurando a efetividade desses direitos cabendo ao poder público: I - proteger o meio ambiente e combater a poluição, em qualquer de suas formas; II - exigir, quando necessário, estudo prévio de impacto ambiental, conceder licença, autorização e/ou anuência ambiental para a localização, implantação, ampliação e funcionamento de empreendimentos, obras ou atividades que apresentem potencial poluidor degradador ao meio ambiente; III - fiscalizar as atividades e empreendimentos potencialmente poluidoras e degradadoras existentes no Município;

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LEI Nº. 2.638/2010.

CRATO/CE, 07 DE OUTUBRO DE 2010.

EMENTA: Institui o CÓDIGO

AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE

CRATO e dá outras providências.

O Prefeito Municipal do Crato, Estado do Ceará, no uso das atribuições que lhes são conferidas por lei, faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

DA COMPETÊNCIA E DA AÇÃO DO MUNICÍPIO DE CRATO COM RELAÇÃO AO MEIO AMBIENTE

Capítulo I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º. Com base nas Constituições Federal, Estadual, na Lei Orgânica e no

Plano Diretor do Município de Crato esta Lei tem como finalidade, respeitada as competências da União e do Estado do Ceará, regulamentar as ações do Poder Público Municipal e a sua relação com a coletividade na conservação,

defesa, melhoria, recuperação e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida para as presentes e futuras gerações, e estabelecer normas para a

administração, proteção e controle do Patrimônio Ambiental, da qualidade do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável do Município de Crato.

Capítulo II

Das Competências e dos Deveres do Município de Crato

Art. 2º. É competência do Município de Crato, nos termos da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica Municipal e desta Lei, garantir aos cidadãos cratenses um meio ambiente equilibrado e uma sadia qualidade de vida, direitos inalienáveis do povo, impondo-se ao Município de

Crato e a comunidade o dever de preservá-los e defendê-los, assegurando a efetividade desses direitos cabendo ao poder público:

I - proteger o meio ambiente e combater a poluição, em qualquer de suas formas;

II - exigir, quando necessário, estudo prévio de impacto ambiental, conceder licença, autorização e/ou anuência ambiental para a localização,

implantação, ampliação e funcionamento de empreendimentos, obras ou atividades que apresentem potencial poluidor degradador ao meio ambiente;

III - fiscalizar as atividades e empreendimentos potencialmente poluidoras e degradadoras existentes no Município;

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IV - fazer cessar, no exercício do direito de polícia administrativa, as

atividades que violarem a legislação ambiental vigente;

V - compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a conservação ambiental, a qualidade de vida e o uso racional dos recursos ambientais, naturais ou não;

VI - preservar a fauna e a flora;

VII - proibir a caça de animais silvestres, estabelecendo punição aos infratores;

VIII - identificar e caracterizar os ecossistemas do Município, definindo as funções específicas de seus componentes, as fragilidades, as ameaças, os riscos e os usos compatíveis;

IX - estimular e promover o reflorestamento em áreas degradadas, objetivando especialmente a proteção das encostas e dos recursos hídricos,

bem como a manutenção de índices mínimos de cobertura vegetal;

X – Coibir desmatamentos e construções em Área de Preservação Permanente - APP;

XI - assegurar que áreas desmatadas irregularmente recebam tratamento adequado para a recuperação, sob supervisão do Órgão Municipal de Meio Ambiente, aberto à participação de entidades ligadas à preservação do meio

ambiente;

XII – apoiar e estimular estudos e pesquisas na temática ambiental, especialmente na área da Chapada do Araripe e nas demais Unidades de Conservação – UC, existentes no Município;

XIII - articular e integralizar ações e atividades ambientais desenvolvidas pelas diversas organizações e/ou entidades do Município com aquelas

intermunicipais e dos órgãos estaduais e federais, quando necessário, favorecendo convênios e outros instrumentos de cooperação;

XIV - estabelecer normas, critérios e padrões de emissão de efluentes e de qualidade ambiental, bem como normas relativas ao uso e manejo de

recursos ambientais, naturais ou não;

XV - normatizar o controle das mais diversas formas de poluição ambiental, propiciando a redução de seus níveis;

XVI - delimitar áreas a serem protegidas, criando, através de Leis, espaços territoriais protegidos, implantando os serviços públicos indispensáveis às suas finalidades;

XVII - promover o tombamento de prédios e/ou logradouros públicos, bem como de recursos naturais renováveis e não renováveis de caráter relevante;

XVIII - promover a informação e a educação ambiental;

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XIX - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direito à pesquisa, a

exploração dos recursos hídricos e minerais de seu território;

XX - desenvolver ações de proteção aos recursos hídricos, de modo especial as nascentes do Município, através de meios comuns, de tombamento e desapropriação;

XXI - desenvolver ações no sentido de dotar o Município de infra-estrutura necessária a uma gestão eficiente dos serviços de coleta, tratamento dos

efluentes e resíduos variados, tais como:

a) esgotos domésticos,

b) poluentes industriais e químicos,

c) água de refrigeração, radioativos, biodegradáveis ou não, organismos patogênicos, evitando desta forma, a poluição dos mananciais de água e o meio ambiente.

XXII - estabelecer parâmetros para a busca da qualidade visual e sonora

adequadas;

XXIII - estabelecer normas relativas à coleta seletiva de resíduos sólidos, estimulando a reciclagem e reutilização dos mesmos.

TÍTULO II

DOS PRINCÍPIOS, OBJETIVOS E NORMAS GERAIS DA POLÍTICA

MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE

Capítulo I

Dos Princípios

Art. 3º. Para o estabelecimento da política ambiental do Município de Crato serão observados, os seguintes princípios fundamentais:

I - direito a todos a um meio ambiente ecologicamente equilibrado e a obrigação de defendê-lo, preservá-lo e recuperá-lo para as presentes e futuras gerações;

II - promoção do desenvolvimento integral do ser humano;

III - imposição ao poluidor degradador da obrigação de recuperar e ou indenizar os danos causados ao meio ambiente;

IV - caráter público e democrático das informações relativas ao meio ambiente;

V - multidisciplinaridade no trato das questões ambientais;

VI – incentivar a participação comunitária na defesa do ambiente;

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VII - manutenção do equilíbrio ecológico;

VIII - racionalização do uso do solo, água, ar e dos recursos energéticos;

IX - incentivar o uso de tecnologias sustentáveis;

X – planejamento e fiscalização do uso do Patrimônio Ambiental;

XI - controle e zoneamento das atividades potenciais ou efetivamente poluidoras;

XII - proteção dos ecossistemas, com a preservação e manutenção de áreas

representativas;

XIII - incentivo ao estudo científico e tecnológico direcionado ao uso e proteção do Patrimônio Ambiental;

XIV - a educação ambiental na sociedade, visando ao conhecimento da realidade, à tomada das responsabilidades sociais e ao exercício da cidadania;

XV - a autonomia do poder municipal para o exercício das atribuições compatíveis com o interesse ambiental local;

XVI - gerenciamento da utilização adequada do Patrimônio Ambiental e histórico, baseada na ação conjunta do Poder Público e da coletividade, visando proteger, conservar e recuperar a qualidade ambiental propícia à

vida, garantindo o desenvolvimento sustentável;

XVII - prevenção dos danos e degradações ambientais, através da adoção de medidas preventivas que neutralizem ou minimizem, para níveis tecnicamente seguros, os efeitos desejados;

XVIII - organização e utilização adequada do solo urbano e rural, objetivando compatibilizar sua ocupação com as condições exigidas para a recuperação,

conservação e melhoria da qualidade ambiental;

XIX - proteção dos ecossistemas, das unidades de conservação, da fauna e da flora;

XX - articulação, coordenação e integração das políticas e ações entre os órgãos e entidades do Município e com os dos demais níveis de governo, bem como a realização de parcerias com o setor privado e organizações da

sociedade civil, visando à recuperação, preservação e melhoria do meio ambiente;

XXI – A função social da propriedade.

Capítulo II

Dos Objetivos

Art. 4º. São objetivos da Política Municipal de Meio Ambiente:

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I - manter a fiscalização permanente do Patrimônio Ambiental, visando à

garantia da qualidade de vida e ao equilíbrio ecológico;

II - formular novas técnicas, estabelecendo padrões de proteção, conservação e melhoria do meio ambiente;

III - dotar o Município de infra-estrutura material e quadros funcionais adequados e qualificados para a administração do meio ambiente;

IV - planejar o uso dos recursos naturais, compatibilizando o desenvolvimento econômico-social com a proteção dos ecossistemas;

V - controlar as atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI - estimular a pesquisa e promover a conscientização da população sobre o meio ambiente em que vive;

VII - coletar, catalogar e colocar à disposição de todo e qualquer cidadão, através das formalidades legais, todos os dados e informações sobre a qualidade do Patrimônio Ambiental e a qualidade de vida no Município;

VIII - licenciar empreendimentos e atividades que utilizam recursos naturais, que afetem direto ou indiretamente o meio ambiente;

IX- Criar Unidades de Conservação e Preservação Ambiental.

Capítulo III

Das Normas Gerais

Art. 5º. As normas, diretrizes, parâmetros e medidas relativas à aplicação desta Lei observarão as peculiaridades dos meios urbanos e rurais atendidas

à dinâmica de transformação dos fatores econômicos e sociais que os caracterizam.

Art. 6º. Os princípios, objetivos, normas e medidas diretivas estabelecidas nesta Lei, ou dela decorrentes, deverão ser observadas na elaboração de

planos, programas e projetos, bem como nas ações de todos os órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, e particular.

Art. 7º. Constituem-se em medidas diretivas as normas técnicas, padrões, parâmetros e critérios relativos à utilização, exploração e conservação do

Patrimônio Ambiental e melhoria da qualidade de vida prevista em legislação federal, estadual e municipal.

Art. 8º. É obrigação do Poder Público, sempre que solicitado e respeitado o sigilo industrial, divulgar informações referentes a processos e equipamentos vinculados à geração e ao lançamento de poluentes para o meio ambiente,

bem como os seus riscos ambientais decorrentes de empreendimentos públicos ou privados.

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Art. 9º. O Poder Público compatibilizará as políticas de crescimento

econômico e social às de proteção do meio ambiente, tendo como finalidade o desenvolvimento integrado, harmônico e sustentável.

Parágrafo Único. Não poderão ser realizadas, sem licenciamento ou autorização ambiental, ações ou atividades suscetíveis de alterar a qualidade do ambiente.

Art. 10. Compete ao Poder Público, criar estratégias, visando à proteção e à

recuperação dos processos ecológicos essenciais para a reprodução e manutenção da vida.

TÍTULO III DO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO

Capítulo Único

Dos Espaços Territoriais Protegidos

Art. 11. Espaços territoriais protegidos são espaços sujeitos a Regime Jurídico Especial, definidos neste Capítulo, sendo o município responsável pela sua delimitação, quando não definida em Lei.

Art. 12. Os espaços territoriais protegidos são:

I - as Áreas de Preservação Permanente, definidas em dispositivos legais superiores ou regulamentadas em Lei municipal;

II - as Unidades de Conservação – UC’s, definidas em dispositivos legais superiores ou regulamentadas em Lei municipal;

III - as áreas verdes públicas e particulares, com vegetação relevante, nativa ou plantada, reconhecidas e regulamentadas por ato do Poder Público

Municipal;

IV – os morros, serras e serrotes reconhecidos e regulamentados por ato do Poder Público Municipal;

V - as áreas de mananciais, bem como os corpos d'água superficiais ou subterrâneos, reconhecidos e regulamentados por ato do Poder Público Municipal.

Art. 13. São consideradas Áreas de Preservação Permanente as florestas, demais formas de vegetação e territórios junto a:

I - águas superficiais e subterrâneas;

II - nascentes, “olhos d’água” e as faixas marginais de proteção de águas superficiais;

III - a cobertura vegetal que contribua para a resistência das encostas à erosão e a deslizamentos;

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IV - áreas que abrigam exemplares raros ou ameaçados de extinção ou

insuficientemente conhecidos, da flora e da fauna, bem como aqueles que servem de local de pouso, abrigo ou reprodução de espécimes migratórias;

V - áreas que apresentem indícios ou vestígios de sítios paleontológicos, arqueológicos e espeleológicos;

VI - topos de serras, serrotes, e área sopedânea da chapada do Araripe;

VII - encostas ou parte destas, com declividade superior a quarenta e cinco graus, equivalente a cem por cento na linha de maior declive.

Parágrafo Único - As atividades junto às Áreas de Preservação Permanente serão regradas pela correspondente legislação ambiental em vigor de maneira que não descaracterize ou prejudique seus atributos e funções essenciais.

Art. 14. A alteração adversa e/ou a redução da área de Unidades de Conservação somente será possível mediante Lei Municipal, devidamente

justificada por técnicos legalmente habilitados.

Art. 15. Incentivar a criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural.

Art. 16. Toda e qualquer Unidade de Conservação criada no Município de Crato, terá parecer prévio do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA.

TÍTULO IV DO SISTEMA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

Capítulo I

Da Estrutura

Art. 17. A estrutura do Sistema Municipal do Meio Ambiente é formada por um Órgão Executivo do Meio Ambiente, por um Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA, e por um instrumento de apoio

logístico - financeiro, o Fundo Municipal de Desenvolvimento Ambiental - FUMDAM.

Capítulo II

Do Órgão Executivo

Art. 18. Compete ao Órgão Municipal de Meio Ambiente, coordenar, controlar e executar a Política Municipal de Meio Ambiente, com as atribuições e competências definidas nesta Lei, além de outras competências atribuídas pelo Executivo Municipal por meio de mecanismos regulatórios.

Art. 19. Compete ao Poder Executivo Municipal, por intermédio do Órgão Municipal do Meio Ambiente, e complementarmente às demais unidades político-administrativas do Município de Crato, no âmbito de suas competências legais:

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I - coordenar ações e executar planos, programas, projetos, diretrizes e

atividades de proteção e preservação ambiental, considerando-o como um patrimônio público, tendo em vista o uso coletivo e a melhoria da qualidade de vida;

II - mobilizar e coordenar ações e recursos humanos, financeiros e materiais, bem como estimular a participação da população na consecução dos objetivos

e interesses estabelecidos nesta Lei, dotando o Município de infra-estrutura material e de quadros funcionais qualificados para a administração do meio

ambiente;

III - exigir Estudo de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental EIA- RIMA, análise de risco e licenciamento, para instalações e ampliações de obras ou atividades de grande impacto que possam degradar efetiva ou potencialmente o ambiente, conforme legislação vigente;

IV - controlar a produção, a extração, a comercialização, o transporte e o

emprego de materiais, bens e serviços, métodos e técnicas que comportam risco para a vida ou comprometam a qualidade de vida e o meio ambiente;

V - prevenir e combater as diversas formas de poluição;

VI - proteger o patrimônio natural, histórico, estético, arqueológico, paleontológico, espeleológico e paisagístico do Município, sem prejuízo da competência de outros órgãos municipais;

VII - promover a utilização adequada do espaço territorial e dos recursos hídricos e minerais destinados para fins urbanos e rurais, através de uma

criteriosa definição do uso e ocupação;

VIII - promover a conscientização pública para a proteção do Meio Ambiente e a Educação Ambiental como processo permanente, integrado, interdisciplinar e multidisciplinar em todos os níveis de ensino: formal, informal e não formal;

IX - identificar, criar e administrar Unidades de Conservação e outros bens de interesse ecológico, adotando medidas de preservação do patrimônio genético

e estabelecendo normas a serem observadas nestas áreas;

X - expedir Licença, Anuência e Autorização ambiental de impacto local para atividades a serem realizadas no Município que causem, ou que possam causar desconforto à qualidade de vida da população e ou ao equilíbrio ambiental do Município, consoante a legislação específica;

XI - executar a fiscalização, controle e monitoramento das atividades e

empreendimentos utilizadores de recursos naturais ou considerados, efetiva ou potencialmente, poluidores, bem como, sob qualquer forma, capazes de causar degradação ambiental;

XII - identificar, fiscalizar e proteger as Áreas de Preservação Permanente e os ecossistemas do Município, definindo as funções específicas de seus

componentes, as fragilidades, as ameaças, os riscos e os usos compatíveis;

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XIII - emitir intimações, auto de infração e aplicar sanções, quando da

constatação e ou prova testemunhal de infração às Leis ambientais;

XIV - sugerir Leis complementares, resoluções, decretos e emendas relacionadas ao meio ambiente;

XV - determinar as penalidades disciplinares e compensatórias pelo não cumprimento das medidas necessárias à preservação e ou correção de degradação ambiental causada por pessoa física ou jurídica, pública ou

privada;

XVI - propor e discutir com outros órgãos públicos, medidas necessárias à proteção e controle ambiental no Município;

XVII - dar início a processo administrativo ou judicial para apuração de infrações decorrentes da inobservância da legislação ambiental em vigor;

XVIII - estabelecer diretrizes específicas para a proteção dos Recursos Hídricos e participar da elaboração de planos de ocupação de áreas de drenagem de Bacias ou Sub-bacias Hidrográficas;

XIX - assessorar a administração pública na elaboração e revisão do planejamento local quanto aos aspectos ambientais, controle da poluição,

expansão urbana;

XX - exercer a vigilância municipal ambiental e o poder de polícia;

XXI - manter cadastro atualizado anualmente dos estabelecimentos, atividades e empreendimentos contendo informações sobre os insumos e

processos utilizados, bem como o tratamento aos resíduos gerados;

XXII - recomendar ao COMDEMA a elaboração de normas, critérios e padrões de qualidade ambiental e de uso e manejo de recursos ambientais no Município;

XXIII - homologar e fazer cumprir as decisões do COMDEMA, observada a legislação pertinente;

XXIV - coordenar a gestão do FUMDAM, nos aspectos técnicos, administrativos e financeiros, segundo as diretrizes fixadas pelo COMDEMA;

XXV - prestar apoio técnico e administrativo ao COMDEMA;

XXVI - apoiar as ações das organizações da sociedade civil que tenham a questão ambiental entre seus objetivos;

XXVII - emitir parecer técnico aos projetos de Lei e regulamentos que tratem de matéria ambiental;

XXVIII - fixar diretrizes ambientais para elaboração de projetos de parcelamento do solo urbano, bem como para a instalação de atividades e empreendimentos;

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XXIX - promover, coordenar, avaliar e adequar a arborização urbana;

XXX - apoiar outras atividades correlatas atribuídas pela Administração Municipal.

Capítulo III

Do Órgão Colegiado

Art. 20. O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA é o órgão normativo, consultivo e deliberativo da Política Municipal de Meio Ambiente do Município de Crato.

Parágrafo Único - As atribuições, representantes e outras especificações a respeito da funcionalidade deste Órgão Colegiado estão previstas em Lei

Municipal e no seu respectivo Regimento Interno.

Art. 21. Os atos do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA são de domínio público e deverão ser obrigatórios e amplamente divulgados.

Capítulo IV

Do Fundo Municipal de Desenvolvimento Ambiental - FUMDAM

Art. 22. O Fundo Municipal de Desenvolvimento Ambiental - FUMDAM, objetiva concentrar recursos destinados ao fortalecimento da Política Municipal de Meio Ambiente.

Parágrafo Único - O regramento e a logística de funcionamento do FUMDAM estão previstos nos termos da Lei Municipal.

TÍTULO V

DOS INSTRUMENTOS E DA POLÍTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

Capítulo I

Dos Instrumentos

Art. 23. São instrumentos da Política Municipal do Meio Ambiente de Crato:

I - a Unidade Administrativa Ambiental Municipal através de seu quadro funcional;

II - o COMDEMA;

III - a Legislação Ambiental;

IV - o FUMDAM;

V - a Fiscalização Ambiental;

VI - o Licenciamento Ambiental;

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VII - a Educação Ambiental;

VIII - o Plano Diretor Municipal;

IX - a avaliação do Estudo de Impacto Ambiental, Análise de Riscos, Estudo de Impactos de Vizinhança, Estudos de Viabilidade Ambiental, Plano de Controle Ambiental, e outros instrumentos;

X - o Banco de Dados Ambientais;

XI - o Planejamento Ambiental;

XII - o Zoneamento Ambiental das diversas atividades;

XIII - o Diagnóstico da Qualidade Ambiental;

XIV - os acordos, convênios, consórcios e outros mecanismos associados de gerenciamento de recursos ambientais;

XV - os estímulos e incentivos com objetivo de proteger, manter, melhorar e recuperar a qualidade ambiental;

XVI - as Auditorias Ambientais;

XVII - as Audiências Públicas;

XVIII - a Certificação Ambiental como forma de reconhecimento aos métodos, técnicas e tecnologias de produção limpas e sustentáveis;

XIX - a Compensação pelo Dano ou Uso de Recursos Naturais;

XX - as Sanções Disciplinares e Compensatórias ao descumprimento das providências necessárias à Preservação ou Recuperação do Dano Ambiental;

XXI - os Termos de Ajustamento de Conduta (TACs), e os Termos de Compromisso Ambientais (TCAs) promovidos pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Seção I

Do Planejamento Ambiental

Art. 24. O Planejamento Ambiental estabelecerá as diretrizes, visando ao Desenvolvimento Sustentável e será realizado através de um processo dinâmico e permanente, baseado na realidade local, realizando-se a partir da

análise das condições do meio ambiente natural e construído e das tendências econômicas e sociais, devendo basear-se:

I - na adoção das Micro-bacias Hidrográficas como unidades físico-territoriais de Planejamento e Gerenciamento Ambiental;

II - no Diagnóstico Ambiental, considerado a partir das condições do Patrimônio Ambiental e da qualidade do meio ambiente, incluindo-se o grau

de degradação dos recursos naturais, das fontes poluidoras e do uso do solo

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no território do Município e das características de desenvolvimento sócio-

econômico;

III - na avaliação da capacidade de suporte dos ecossistemas, indicando limites de absorção de impactos provocados pela instalação de atividades produtivas e de obras de infra-estrutura, bem como a capacidade de saturação resultante de todos os demais fatores naturais e antrópicos;

IV - no Zoneamento Ambiental.

Art. 25. O Planejamento Ambiental deverá:

I - produzir subsídios para formulação e reformulação da Política Municipal do Meio Ambiente;

II - definir as metas a serem atingidas para a qualidade da água, do ar e do solo;

III - fixar as diretrizes e parâmetros ambientais para o uso e ocupação do solo, para a conservação e ampliação da cobertura vegetal e para manutenção

e melhoria da qualidade das águas superficiais e subterrâneas;

IV - elaborar planos, programas e projetos de interesse ambiental;

V - recomendar ações, visando ao aproveitamento sustentável do Patrimônio Ambiental;

VI - recomendar ações destinadas a articular e integrar os aspectos ambientais e o desenvolvimento social dos planos, programas, projetos e

ações desenvolvidas pelos diferentes órgãos municipais ou da esfera estadual e federal.

Art. 26. A coordenação da elaboração do Planejamento Ambiental cabe ao Órgão Municipal do Meio Ambiente, que fornecerá a infra-estrutura técnica e

operacional necessária e poderá celebrar convênios com outras instituições para este fim.

Seção II

Do Banco de Dados Ambientais

Art. 27. A Unidade Administrativa Ambiental Municipal manterá um Banco de Dados com as informações relativas ao meio ambiente que conterá o resultado de estudos, pesquisas, ações de fiscalização, estudos de impacto ambiental, autorizações e licenciamentos, monitoramentos e inspeções.

§ 1° - As informações disponíveis em outros órgãos municipais, estaduais e federais também poderão constar deste sistema.

§ 2° - É garantido ao público o total acesso às informações contidas no Banco de Dados Ambientais, exceto as matérias protegidas por segredo industrial ou comercial.

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Seção III

Do Zoneamento Ambiental

Art. 28. O zoneamento ambiental consiste na definição de áreas do território do Município de Crato, de modo a regular atividade bem como definir ações para a proteção e melhoria da qualidade do ambiente, em face das

características ou atributos das áreas.

Art. 29. O Zoneamento Ambiental será definido por Lei específica, integrado ao Plano Diretor do Município de Crato, e estabelecerá as Zonas de Proteção Ambiental, respeitados, em qualquer caso, os princípios, objetivos e as

normas gerais consagrados nesta Lei.

Seção IV

Da Compensação pelo Dano ou Uso de Recursos Naturais

Art. 30. A compensação ambiental exigida quando da implantação de empreendimentos de significativo impacto ambiental, passivo de EIA/RIMA,

fica sujeito às exigências estabelecidas pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, tais como:

I – implantação de unidades de conservação;

II - recuperar áreas degradadas bem como outras formas de intervenção que possam, mesmo em áreas diversas daquela do impacto direto, contribuir para a manutenção ou melhoria da qualidade ambiental do Município;

III - apoiar programas de Educação Ambiental para a comunidade local.

Seção V

Dos Estímulos e Incentivos

Art. 31. O Executivo Municipal estimulará e incentivará ações, atividades, procedimentos e empreendimentos, de caráter público ou privado, que visem

à proteção, manutenção e recuperação do meio ambiente e a utilização auto-sustentada dos recursos ambientais, mediante concessão de apoio técnico,

científico e operacional.

§ 1º - Para a concessão dos estímulos e incentivos citados, o Órgão Municipal do Meio Ambiente fará avaliação técnica da adequação ambiental do solicitante e do benefício gerado.

§ 2°- Os estímulos, incentivos e demais benefícios concedidos nos termos deste artigo serão sustados ou extintos, quando o beneficiário descumprir as exigências do Poder Público ou as disposições da legislação ambiental.

Seção VI

Do Controle, Monitoramento, Licenciamento, Fiscalização e Auditoria

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Art. 32. É vedada a emissão ou lançamento, direta ou indiretamente, de

poluentes ou, ainda, a degradação dos recursos ambientais, conforme as definições a que remete o artigo 2º desta Lei, observados os limites estabelecidos em Lei federal, estadual ou municipal.

Art. 33. É vedado no Município de Crato:

I - a produção, distribuição e venda de aerossóis que contenham clorofluorcarbono - CFC;

II - a fabricação, comercialização, transporte, armazenamento e utilização de armas químicas e biológicas;

III - a instalação de fábricas e depósitos de explosivos, para uso civil na área urbana do Município;

IV - a produção, a comercialização, o armazenamento e a utilização de substâncias alteradas biologicamente sem o estudo e aprovação de órgãos

técnicos devidamente habilitados;

V - a produção, o transporte, a comercialização e o uso de medicamentos, biocidas, agrotóxicos ou produtos químicos ou biológicos, cujo emprego se tenha comprovado nocivo em qualquer parte do território nacional, ou em

outros países, por razões toxicológicas, farmacológicas ou de degradação ambiental;

VI - o armazenamento de lixo radiativo no território municipal;

VII - a pesca predatória;

VIII - a de caça ou apanha de animais silvestres, ressalvados os casos previstos em Lei;

IX - depósitos de resíduos sólidos e ou líquidos em local não licenciado pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente;

X - o corte e poda de árvores públicas sem a autorização do Órgão Municipal do Meio Ambiente;

XI - o transporte de cargas perigosas (tóxicas, radioativas e poluentes) em desacordo com as normas exigidas em legislação vigente;

XII - a comercialização e ou exploração de fósseis sem fins científicos.

Art. 34. Para a efetivação das atividades de controle e fiscalização, o Órgão Municipal do Meio Ambiente poderá solicitar a colaboração dos órgãos e entidades que compõem o SISNAMA, bem como de outros órgãos ou entidades municipal, estadual e federal.

Art. 35. O Órgão Municipal do Meio Ambiente poderá exigir que os responsáveis pelas fontes ou ações degradantes adotem medidas de segurança para evitar os riscos ou a efetiva poluição da água, do ar, do solo e

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do subsolo, e para evitar outros efeitos indesejáveis ao bem-estar da

comunidade e à preservação das espécies da fauna e da flora.

Art. 36. No exercício do controle preventivo, corretivo e repressivo das situações que causam ou possam causar impactos ambientais, cabe o Órgão Municipal do Meio Ambiente:

I - efetuar vistorias, inspeções técnicas e fiscalização;

II - analisar, avaliar e emitir pareceres sobre o desempenho das atividades, empreendimentos, processos e equipamentos sujeitos a seu controle;

III - verificar a ocorrência de infrações, aplicando as penalidades previstas nesta Lei e demais legislações pertinentes;

IV - determinar que as pessoas físicas ou jurídicas prestem esclarecimentos em local, dia e hora previamente fixados;

V - apurar denúncias e reclamações.

Art. 37. Os técnicos, fiscais ambientais e demais pessoas autorizadas pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente são agentes credenciados para o exercício do controle ambiental.

Parágrafo Único - O Órgão Municipal do Meio Ambiente poderá requisitar apoio policial para o exercício legal de suas atividades de fiscalização, quando

houver impedimento para fazê-lo.

Art. 38. O Órgão Municipal do Meio Ambiente poderá determinar ao responsável pelas fontes poluidoras o seu autocontrole, por meio do monitoramento dos níveis e das concentrações de suas emissões e

lançamentos de poluentes, sem ônus para o Município de Crato.

Parágrafo Único - A metodologia do monitoramento das emissões poluidoras, a que se refere o caput, será determinada e supervisionada pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, que poderá, a qualquer tempo, solicitar que

outra entidade de reconhecida idoneidade e capacidade técnica, de sua escolha, faça a aferição dos resultados obtidos pela fonte poluidora.

Subseção I

Do Licenciamento Ambiental Municipal

Art. 39. Para efeitos desta Lei, entende-se por:

I - Licenciamento ambiental como o procedimento administrativo pelo qual o Órgão Municipal do Meio Ambiente licencia a construção, instalação,

ampliação, reforma, recuperação, alteração, operação e desativação de estabelecimentos, obras e atividades utilizadoras de recursos ambientais ou consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras, bem como capazes, sob

qualquer forma, de causar degradação ambiental, considerando as

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disposições legais e regulamentares e as normas aplicáveis ao caso, sem

prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis;

II - Licença ambiental como o ato administrativo pelo qual o Órgão Municipal do Meio Ambiente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar, recuperar, alterar, operar e

desativar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas

que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental;

III - Estudos Ambientais são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, ampliação e operação de uma atividade ou empreendimento apresentado como subsídio para a análise da licença requerida.

Art. 40. Estão sujeitos ao licenciamento ambiental municipal os

empreendimentos e as atividades elencadas em Resoluções específicas do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, Conselho Estadual de Meio Ambiente - COEMA, Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente –

COMDEMA.

Art. 41. As atividades impactantes ao meio ambiente local sejam pela utilização de recursos naturais, seja pelas transformações produzidas no meio, dependerão do prévio licenciamento do Órgão Municipal do Meio

Ambiente ou dos Órgãos Estadual e Federal.

Parágrafo Único - São objetos de licenciamento pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente as atividades que lhe forem delegadas pelo Estado ou União por instrumento legal ou convênio.

Art. 42. O Órgão Municipal do Meio Ambiente, no exercício de sua competência, expedirá as seguintes licenças:

I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção,

atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básico e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados incluindo as medidas de controle ambientais e demais

condicionantes, da que constituem motivo determinante;

III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e

condicionantes determinados para a operação.

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§ 1° - As licenças ambientais poderão ser expedidas isoladas ou

sucessivamente, de acordo com a natureza, característica e fase do empreendimento ou atividade.

§ 2° - Em caso de empreendimentos de PORTE MICRO, com POTENCIAL POLUIDOR / DEGRADADOR PEQUENO, poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades, conforme entendimento e

critérios pré-estabelecidos pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente e desde que respeitados os condicionantes ambientais e legais, visando a objetivação

do controle ambiental.

§ 3° - A licença ambiental a ser expedida será precedida de um processo administrativo simplificado que resultará em documento administrativo enquadrado nas fases de LP, LI e LO.

§ 4° - A simplificação a que se refere o Parágrafo Primeiro, objetiva a maior fluência do processo administrativo de licenciamento ambiental em termos de

procedimentos e tempo demandado, porém não exime, em hipótese alguma, os itens de controle ambiental a serem observados para a emissão da respectiva licença ambiental.

Art. 43. O procedimento de licenciamento obedecerá às seguintes etapas:

I - Definição pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida;

II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes;

III - Análise pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e realização de vistorias técnicas, quando necessárias;

IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, em decorrência da análise dos documentos, projetos e

estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação, caso os esclarecimentos e as complementações não tenham sido satisfatórios;

V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;

VI - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer

jurídico;

VII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.

§ 1° - No procedimento de licenciamento ambiental o empreendimento ou atividade deverá estar em conformidade com o Plano Diretor Desenvolvimento

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Urbano - PDDU, e quando for o caso, outros condicionantes legais para o

desenvolvimento da atividade.

§ 2° - A expedição ou renovação do Alvará de Licença para funcionamento dos estabelecimentos municipais que sejam objeto de licenciamento ambiental ficam condicionados à emissão da respectiva licença ambiental.

Art. 44. Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados às despensas do

empreendedor, com a devida apresentação da ART - Anotação de Responsabilidade Técnica.

Parágrafo Único - O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos previstos no caput deste artigo serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais.

Art. 45. O Órgão Municipal do Meio Ambiente definirá, se necessário, procedimentos específicos para as licenças ambientais, observadas a

natureza, característica e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de

planejamento, implantação e operação.

§ 1º - Poderá ser admitido um único processo de licenciamento ambiental para pequenos empreendimentos e atividades similares e vizinhos ou para aqueles integrantes de planos de desenvolvimento aprovados, previamente pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, desde que definida a

responsabilidade legal pelo conjunto de empreendimentos ou atividades.

§ 2º - Deverão ser estabelecidos critérios para agilizar e simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos que implementem planos e programas voluntários de gestão ambiental,

visando a melhora contínua e o aprimoramento do desempenho ambiental.

Art. 46. O custo de análise para a obtenção da licença ambiental será estabelecido por instrumento legal do Sistema Municipal de Meio Ambiente, visando o ressarcimento, pelo empreendedor, das despesas realizadas pelo

Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Parágrafo Único - Facultar-se-á ao empreendedor acesso à planilha de custos realizados pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente para a análise da licença e estudos.

Art. 47. O Órgão Municipal do Meio Ambiente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada modalidade de licença, em função das

peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 04 (quatro) meses a contar do ato de protocolar o requerimento

até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver necessidade de EIA/RIMA e/ou audiência pública.

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§ 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa

durante a elaboração dos estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos pelo empreendedor.

§ 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que justificados e com a concordância do empreendedor e do Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Art. 48. O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e

complementações, formuladas pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, dentro do prazo máximo de 01 (um) mês, a contar do recebimento da respectiva notificação.

Parágrafo Único - O prazo estipulado no caput poderá ser prorrogado, desde que justificados e com a concordância do empreendedor e do Órgão Municipal

do Meio Ambiente.

Art. 49. O não cumprimento dos prazos estipulados nos artigos 47 e 48, respectivamente, sujeitará ao arquivamento do processo de licenciamento.

Art. 50. O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a apresentação de novo requerimento de licença, que deverá obedecer aos procedimentos estabelecidos no artigo 43, mediante novo pagamento de custo

de análise.

Art. 51. O Órgão Municipal do Meio Ambiente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de licença, especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes aspectos:

I - o prazo de validade da Licença Prévia deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos

relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 01 (um) ano;

II - o prazo de validade da Licença de Instalação deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade,

não podendo ser superior a 2 (dois) anos;

III - o prazo de validade da Licença de Operação deverá considerar os planos de controle ambiental e será de no máximo, 1 (um) ano.

§ 1º - A Licença Prévia e a Licença de Instalação poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos incisos I e II.

§ 2º - O Órgão Municipal do Meio Ambiente poderá estabelecer prazos de validade específicos para a Licença de Operação de empreendimentos ou

atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificação em prazos inferiores.

§ 3º - Na renovação da Licença de Operação de uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 03 (três)

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meses da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença,

ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Art. 52. O Órgão Municipal do Meio Ambiente, mediante decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:

I - violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais;

II - omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença;

III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.

Art. 53. Compete o Órgão Municipal do Meio Ambiente, a expedição de normas gerais e procedimentos para implantação e fiscalização do licenciamento previsto na presente Lei.

Subseção II

Da Autorização Ambiental

Art. 54. A Autorização Ambiental (AA) será concedida a empreendimentos ou atividades de caráter temporário, conforme enquadramento em Resolução do COMDEMA, cujo prazo será estabelecido em cronograma operacional, não

excedendo o período máximo de 01 (um) ano. Caso o empreendimento, atividade, pesquisa, serviço ou obra de caráter temporário, exceda o prazo estabelecido de modo a configurar situação permanente, serão exigidas as

licenças ambientais correspondentes, em substituição à Autorização Ambiental expedida.

Art. 55. A Autorização para Desmatamento (AD) é expedida para supressão total ou parcial de vegetação nativa e formação sucessória, devendo ser

efetivada mediante as seguintes modalidades:

I - Autorização para Exploração Florestal: aplicada nos casos em que a finalidade seja o desmatamento e/ou a utilização de qualquer produto ou subproduto de origem florestal, que tenham objetivos sociais e econômicos

ligados diretamente a fins agropecuários, florestais e assemelhados, através da supressão parcial da vegetação, compatibilizada com o equilíbrio ecológico, mediante apresentação de Planos de Manejo Florestal, Agroflorestal,

Silvipastoril e Agrosilvipastoril;

II - Autorização para o Uso Alternativo do Solo: aplicada nos casos, cuja finalidade do desmatamento seja a destinação à implantação de culturas agrícolas, frutíferas, pastagens e florestais;

III - Autorização para Transporte de Matéria-prima de Origem Florestal: expedida para o transporte de matéria-prima de origem florestal proveniente

da exploração de atividade florestal, silvicultural, agroflorestal e agrosilvipastoril, bem como de atividades no uso alternativo do solo;

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IV - Autorização para o Uso do Fogo: expedida para a realização da queima

controlada, que é o emprego do fogo como prática cultural e manejo em atividades agrícolas, silvicultural, agroflorestal e agrosilvipastoril;

V - Outras Autorizações: aplicada para qualquer alteração/supressão da cobertura vegetal nativa, suas formações sucessoras, bem como demais formas de vegetação que não sejam objeto de exploração florestal e uso

alternativo do solo.

Parágrafo Único - O Prazo de validade das Autorizações para Desmatamento será de no máximo de 01 (um) ano, exceto a Autorização para Transporte de Matéria-prima de Origem Florestal, que será de 48 (quarenta e oito) horas.

Todos estes prazos terão início na data da concessão da Autorização expedida pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Subseção III

Da Fiscalização

Art. 56. A fiscalização do cumprimento do disposto nesta Lei e das normas dele decorrentes será exercida por servidores municipais e agentes credenciados pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Art. 57. O proprietário do estabelecimento ou o seu preposto responsável permitirá, sob as penas da Lei, o ingresso da fiscalização no local das atividades potencialmente poluidoras para a inspeção de todas as suas áreas,

e a permanência, pelo tempo que se tornar necessário, em estabelecimentos públicos e privados, não lhes podendo negar informações e documentação

pertinente.

Parágrafo Único - Nos casos de impedimento à ação fiscalizadora, os agentes solicitarão a intervenção policial ou judicial para execução da medida ordenada, sem prejuízo da aplicação das penalidades cabíveis.

Art. 58. Aos agentes fiscalizadores, além das funções que lhes forem determinadas pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, cabe:

I - efetuar vistorias, levantamentos, avaliações e verificar o cumprimento das normas e padrões ambientais estabelecidas, bem como apurar

irregularidades ou infrações e aplicar as penalidades previstas;

II - lavrar notificação, autos de infração e emissão de relatórios e pareceres técnicos;

III - efetuar medições e coletas de amostras com equipamento e técnicas adequadas para análises e controle;

IV - lacrar equipamentos, unidades produtivas ou instalações, nos termos da legislação em vigor, bem como apreender materiais;

V - exercer atividade orientadora visando a adoção de atitude ambiental positiva;

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Parágrafo Único - Todos os procedimentos atribuídos ao agente fiscalizador

conterão os elementos que permitam a sua clara e inequívoca identificação pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Subseção IV

Da Auditoria Ambiental

Art. 59. Para os efeitos desta Lei a auditoria ambiental tem o objetivo de:

I - verificar o cumprimento de normas ambientais federais, estaduais e municipais;

II- verificar os níveis efetivos ou potenciais de poluição e degradação ambiental provocados pelas atividades ou obras auditadas;

III - examinar a política ambiental adotada pelo empreendedor ou responsável pela atividade e a sua conformidade com os padrões legais em vigor;

IV - examinar, através de padrões e normas de operação e de manutenção, a capacitação dos operadores e a qualidade do desempenho da operação e

manutenção dos sistemas, rotinas, instalações e equipamentos de proteção do meio ambiente;

V - identificar os riscos de acidentes e de emissões contínuas, que possam afetar, direta ou indiretamente, a saúde da população residente na área de

influência;

VI - analisar as medidas adotadas para a correção de não-conformidades legais detectadas em auditorias ambientais anteriores;

VII - sugerir melhorias nos processos auditados.

§ 1º - O prazo para implementação das medidas referidas no inciso VI e VII deste artigo será determinado pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente.

§ 2º - O não cumprimento das medidas, nos prazos estabelecidos na forma do parágrafo anterior deste artigo, sujeitará o infrator, pessoa física ou jurídica, às penalidades administrativas, cíveis e penais cabíveis.

Art. 60. O Órgão Municipal do Meio Ambiente poderá determinar aos responsáveis pela atividade efetiva ou potencialmente poluidora ou

degradadora a realização de auditorias ambientais, periódicas ou eventuais, estabelecendo diretrizes e prazos específicos quando observado descumprimento.

Parágrafo Único - Para a elaboração das diretrizes, referidas no caput deste

artigo, poderá ser determinada pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente a consulta prévia à comunidade afetada.

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Art. 61. O Executivo Municipal regulamentará o processo de habilitação dos

técnicos e empresas que terão permissão para efetuar auditoria ambiental no Município de Crato

Art. 62. Correrá por conta e ônus do auditado, pessoa física ou jurídica, os custos das auditorias ambientais, que serão realizadas por equipe técnica ou empresa de sua livre escolha dentre as que estiverem devidamente

habilitadas no Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Art. 63. Antes de dar início ao processo de auditoria, a empresa ou pessoa física, comunicará ao Órgão Municipal do Meio Ambiente a equipe técnica ou empresa contratada que realizará a auditoria.

§ 1º - A omissão ou sonegação de informações relevantes importará no cancelamento da habilitação do técnico ou empresa, assegurados ao devido

processo legal, a ampla defesa e o contraditório.

§ 2º - A pessoa física ou jurídica que tiver cancelada a sua habilitação, nos termos do parágrafo anterior, ficará impedida de realizar novas auditorias ambientais no Município, sem prejuízo das demais sanções administrativas,

cíveis e penais.

Art. 64. São passíveis de auditorias ambientais periódicas, as atividades de elevado potencial poluidor e degradador, entre as quais:

I - as indústrias petroquímicas;

II - as centrais termoelétricas;

III - atividades extratoras ou extrativistas de recursos naturais;

IV - as instalações destinadas à estocagem de substâncias tóxicas e perigosas;

V - as instalações de processamento e de disposição final de resíduos tóxicos ou perigosos.

§ 1º - A enumeração constante deste artigo não é exaustiva, facultando-se o Órgão Municipal do Meio Ambiente determinar a auditoria ambiental para os

casos que entender necessários, conforme parecer de seu corpo técnico.

§ 2º - Para os casos previstos neste artigo, o intervalo máximo entre as auditorias ambientais periódicas será de 1 (um) ano.

§ 3º - Sempre que constatadas infrações aos regulamentos federais, estaduais e municipais de proteção ao meio ambiente, deverão ser realizadas auditorias periódicas sobre os aspectos relacionados às infrações até a efetiva correção

das irregularidades, independentemente de aplicação de penalidades administrativas, cíveis ou penais, de Termo de Ajuste de Conduta, de Termo de Compromisso Ambiental ou de proposição de Ação Civil Pública.

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Art. 65. Não realizada a auditoria nos prazos e condições determinados, se

sujeitará o infrator, pessoa física ou jurídica, à pena pecuniária nunca inferior ao custo da auditoria, que será promovida por instituição ou equipe técnica designada pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente,

independentemente de aplicação de outras penalidades legais já previstas.

Art. 66. Todos os documentos decorrentes das auditorias ambientais, ressalvados aqueles que contenham matéria de sigilo industrial, conforme definido pelos empreendedores, serão acessíveis à consulta pública nas

dependências do Órgão Municipal do Meio Ambiente, independentemente do recolhimento de taxas ou emolumentos.

Parágrafo Único - O requerimento de certidões ou de fotocópias dos documentos referidos no caput serão fornecidos após o recolhimento da taxa

de expediente estipulada pela Lei tributária municipal.

Seção VII

Da Avaliação Prévia de Impactos Ambientais

Art. 67. Considera-se impacto ambiental, qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia, resultante das atividades não naturais

que, direta ou indiretamente, também afetem os costumes, a cultura e as formas de sobrevivência das populações.

Art. 68. A avaliação de impacto ambiental é resultante do conjunto de instrumentos e procedimentos à disposição do Poder Público Municipal que

possibilita a análise e interpretação de impactos sobre a saúde, o bem-estar da população, a economia e o equilíbrio ambiental, e compreende:

I - a consideração da variável ambiental nas políticas, planos, programas ou projetos que possam resultar em impacto referido no caput;

II - a elaboração de estudos ambientais a serem definidos pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente para implantação de empreendimentos ou

atividades, na forma da Lei.

Parágrafo Único - A variável ambiental deverá incorporar o processo de planejamento das políticas, planos, programas e projetos como instrumento decisório do órgão ou entidade competente.

Art. 69. É de competência do Órgão Municipal do Meio Ambiente a exigência de estudos ambientais apropriados para concessão de licença ambiental para

atividades efetiva ou potencialmente poluidora e/ou degradadora do meio ambiente no Município de Crato, observada a legislação ambiental vigente.

Art. 70. Os requisitos essenciais do tipo de Avaliação Prévia de Impactos Ambientais, exigível em cada caso para o Licenciamento Ambiental,

respeitarão as resoluções do CONAMA e as normas e resoluções federais, estaduais e municipais em vigência.

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Seção VIII

Da Comunicação do Efeito Danoso ou Potencialmente Danoso

Art. 71. A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que possa causar ou for causadora de dano ambiental, tem o dever de comunicar o evento danoso ou potencialmente danoso o Órgão Municipal do Meio

Ambiente.

§ 1º - A comunicação deve ser feita por todos os meios possíveis e adequados, na iminência, durante ou após a ocorrência do dano.

§ 2º - A comunicação feita verbalmente deverá ser reiterada por escrito no prazo de 48 horas.

§ 3º - A comunicação efetuada não exime da responsabilidade de reparar o dano.

Art. 72. Qualquer pessoa poderá comunicar ao Órgão Municipal do Meio Ambiente os fatos que contrariem esta legislação.

Seção IX

Das Infrações e Penalidades

Art. 73. Considera-se infração ambiental toda ação ou omissão que importe inobservância dos preceitos desta Lei, seus regulamentos, decretos municipais, normas técnicas e resoluções do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA e a legislação ambiental Estadual e Federal.

§ 1º - A reparação do dano ambiental é obrigatória em todos os casos,

independente da penalidade aplicada.

§ 2º - As infrações serão caracterizadas da seguinte forma:

I - execução de obras, atividades, processos produtivos e empreendimentos, ou a utilização ou exploração de recursos naturais de quaisquer espécies,

sem a respectiva licença ambiental;

II - a execução, utilização ou exploração mencionadas no inciso anterior, em desacordo com a respectiva licença ambiental;

III - a inobservância ou o não cumprimento das normas legais e regulamentares ou das exigências impostas pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente;

IV - no procedimento para obtenção de licenciamento ambiental municipal, fornecer informações incompletas, incorretas ou inexatas.

§ 3º - As penalidades incidirão sobre os infratores, sejam eles:

I - autores diretos, pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, e que, por qualquer forma, se beneficiem da prática da infração;

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II - autores indiretos, assim compreendidos aqueles que, de qualquer forma,

concorram, por ação ou omissão, para a prática da infração ou dela se beneficiem, incluindo-se também as pessoas físicas responsáveis pelas pessoas jurídicas de direito público ou privado.

§ 4º - Na ocorrência das infrações caracterizadas neste artigo, serão considerados, para efeito de graduação e imposição de penalidades:

I - o grau de desconformidade da execução, utilização ou exploração de

recursos naturais e/ou atividades, relacionando-as com as normas legais, regulamentares e demais exigências do Órgão Municipal do Meio Ambiente;

II - a intensidade do dano efetivo ou potencial ao meio ambiente;

III - a menor ou maior gravidade;

IV - as circunstâncias atenuantes ou agravantes;

V - os antecedentes do infrator.

§ 5º - As infrações classificam-se em:

I - Leves, aquelas em que haja somente circunstâncias atenuantes;

II - Médias, aquelas em que for verificada uma circunstância agravante;

III - Graves, aquelas em que forem verificadas duas circunstâncias agravantes;

IV - Gravíssimas, aquelas em que forem verificadas a existência de três ou mais circunstâncias agravantes ou reincidência da ação.

§ 6º - Para o efeito do disposto no inciso IV do § 4º deste artigo, serão atenuantes as seguintes circunstâncias:

I - menor grau de compreensão e escolaridade do infrator;

II – reconhecimento por parte do infrator do dano causando e manifestado pela espontânea reparação do dano ou limitação da degradação ambiental causada;

III - comunicação prévia do infrator às autoridades competentes, em relação a

perigo iminente de degradação ambiental;

IV - colaboração com os agentes encarregados da fiscalização e do controle ambiental;

V - ser infrator primário e a falta cometida ser de natureza leve.

§ 7º - Para o efeito do disposto no inciso IV do § 4º deste artigo, serão agravantes, as seguintes circunstâncias:

I - a reincidência ou infração continuada;

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II - a maior extensão da degradação ambiental;

III - o dolo;

IV - a ocorrência de efeitos sobre a propriedade alheia;

V - danos permanentes à saúde humana;

VI - a infração atingir área sob proteção legal;

VII - o emprego de métodos cruéis na morte ou captura de animais;

VIII - impedir ou causar dificuldade ou embaraço à fiscalização;

IX - utilizar-se, o infrator, da condição de agente público para a prática de infração;

X - tentativa de se eximir da responsabilidade, atribuindo-a a outrem;

XI - ação sobre espécies raras, endêmicas, vulneráveis ou em perigo de extinção;

XII - cometer a infração para obter vantagem pecuniária;

XIII - coagir outrem para a execução material da infração;

XIV - deixar o infrator de tomar as providências ao seu alcance, quando tiver conhecimento do ato lesivo ao meio ambiente;

XV - cometer infrações ambientais à noite, sábados, domingos e feriados.

§ 8º - A penalidade de interdição, definitiva ou temporária será imposta nos casos de perigo iminente à saúde pública e ao meio ambiente ou a critério da autoridade competente, nos casos de infração continuada.

§ 9º - A autoridade ambiental competente poderá impor a penalidade de interdição, temporária ou definitiva, desde a primeira infração, objetivando a

recuperação e regeneração do ambiente degradado.

§ 10º - A imposição da penalidade de interdição poderá acarretar a suspensão ou a cassação das licenças, conforme a gravidade do caso.

§ 11º - A penalidade de embargo ou demolição poderá ser imposta no caso de obras ou construções feitas sem licença ambiental ou em desconformidade com ela.

§ 12º - No caso de infração continuada, caracterizada pela repetição da ação ou omissão inicialmente punida, a penalidade de multa poderá ser aplicada

diariamente até cessar a infração.

§ 13º - Havendo concurso de circunstâncias atenuantes e agravantes a pena poderá ser aplicada em consideração à circunstância preponderante, entendendo-se como tal, aquela que caracterize o conteúdo da vontade do

autor ou as conseqüências da conduta assumida.

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§ 14º - O servidor público que, dolosamente, concorra para a prática de

infração às disposições desta Lei e de seu regulamento, ou que facilite o seu cometimento, fica sujeito às cominações administrativas e penais cabíveis, sem prejuízo da obrigação solidária com o autor de reparar o dano ambiental

a que der causa.

Art. 74. O infrator, pessoa física ou jurídica de direito público ou privado é responsável independentemente de culpa ou dolo, pelo dano que causar ao meio ambiente e à coletividade em razão de suas atividades poluentes.

§ 1º - Considera-se causa de dano a ação ou omissão do agente, sem a qual a infração não teria ocorrido.

§ 2º - O resultado da infração é imputável a quem lhe deu causa, a quem para ele concorreu ou dele se beneficiou, sejam eles:

a) diretores, gerentes, administradores, membros de conselho e de órgãos técnicos, auditores, promitentes compradores ou proprietários, prepostos ou

mandatários de pessoa jurídica, arrendatários, parceiros, posseiros, desde que praticado por prepostos ou subordinados e no interesse dos proponentes

ou dos superiores hierárquicos;

b) autoridades que se omitirem ou facilitarem, por consentimento legal, prática do ato.

Art. 75. Consideram-se para os fins desta Seção os seguintes conceitos:

Advertência - é a intimação do infrator para fazer cessar a irregularidade sob

pena de imposição de outras sanções.

Apreensão - ato material decorrente do poder de polícia e que consiste no privilégio do poder público de assenhorear-se de objeto ou de produto da fauna ou da flora silvestre.

Auto de Constatação - registra a irregularidade constatada no ato da fiscalização, atestando o descumprimento preterido ou iminente da norma

ambiental e adverte o infrator das sanções administrativas cabíveis.

Auto de Infração - registra o descumprimento de norma ambiental e consigna a sanção pecuniária cabível.

Demolição - destruição forçada de obra incompatível com a norma ambiental.

Embargo - é a suspensão ou proibição da execução de obra ou implantação de empreendimento.

Fiscalização - toda e qualquer ação de agente fiscal credenciado visando ao

exame e verificação do atendimento às disposições contidas na legislação ambiental, neste regulamento e nas normas deles decorrentes.

Infração - é o ato ou omissão contrário à legislação ambiental, a esta Lei e às normas deles decorrentes.

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Infrator - é a pessoa física ou jurídica cujo ato ou omissão, de caráter

material ou intelectual, provocou ou concorreu para o descumprimento da norma ambiental.

Interdição - é a limitação, suspensão ou proibição do uso de construção, exercício de atividade ou condução de empreendimento.

Intimação - é a ciência ao administrado da infração cometida, da sanção imposta e das providências exigidas, consubstanciadas no próprio auto ou em

edital.

Multa - é a imposição pecuniária singular, diária ou cumulativa, de natureza objetiva a que se sujeita o administrado em decorrência da infração cometida.

Notificação - é a comunicação formal ao infrator, dando ciência da constatação dos fatos irregulares, solicitando o encaminhamento das medidas necessárias à suspensão ou remediação da irregularidade em pauta.

Poder de Polícia - é a atividade da administração que, limitando ou disciplinando direito, interesse, atividade ou empreendimento, regula a

prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à proteção, controle ou conservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida no Município.

Reincidência - é a perpetração de infração da mesma natureza ou de natureza diversa, pelo agente anteriormente autuado por infração ambiental; no

primeiro caso trata-se de reincidência específica e no segundo caso de reincidência genérica; a reincidência observará um prazo máximo de 3 (três)

anos entre uma ocorrência e outra.

Art. 76. Os infratores dos dispositivos da presente Lei e regulamentos e demais normas pertinentes à matéria, tendo em vista o não cumprimento da matéria, e o não cumprimento das medidas necessárias à observação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação ambiental,

ficam sujeitos às seguintes penalidades, independente da obrigação de reparar o dano e de outras sanções da União e/ou Estado, civis ou penais:

I - advertência por escrito em que o infrator será intimado para fazer cessar a irregularidade sob pena de imposição de outras sanções;

II - multa simples, diária ou cumulativa;

III - apreensão de produtos e subprodutos da fauna e flora silvestres, instrumentos, apetrechos e equipamentos de qualquer natureza utilizados na

infração;

IV - inutilização do objeto da infração;

V - embargo ou interdição temporária parcial ou total de estabelecimentos ou atividades até correção da irregularidade;

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VI - cassação de alvarás e licenças, e a conseqüente interdição definitiva do

estabelecimento autuado, a serem efetuadas pelos órgãos competentes do Executivo Municipal;

VII - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Município.

§1º - Quando o infrator praticar, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas cumulativamente às penas cominadas.

§2º - Na hipótese de infrações continuadas, poderá ser imposta multa diária ou cumulativa.

Art. 77. As infrações à legislação ambiental serão apuradas em processo administrativo próprio, iniciado com a denúncia ou constatação da infração,

observados o rito e prazos estabelecidos nesta Lei.

Art. 78. A fiscalização e a ampliação de penalidades de que tratam este regulamento dar-se-ão por meio de:

I - advertência;

II - auto de constatação;

III - notificação;

IV - auto de infração;

V - auto de apreensão;

VI - auto de embargo;

VII - auto de interdição.

Parágrafo Único - Os autos serão lavrados em 3 vias destinadas:

a) a 1ª, ao autuado;

b) a 2ª, ao processo administrativo;

c) a 3ª, ao arquivo.

Art. 79. Constatada a irregularidade, o Auto de Infração será lavrado pela autoridade ambiental que houver constatado, devendo conter:

I - nome do infrator e sua qualificação nos termos da Lei;

II - local, data e hora da infração;

III - descrição da infração e menção ao dispositivo ou regulamento transgredido;

IV - penalidade a que está sujeito o infrator e o preceito legal que autoriza sua imposição;

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V - ciência pelo autuado de que responderá pelo processo administrativo;

VI - assinatura do autuado ou, na sua ausência ou recusa, de duas testemunhas e do autuante com a caracterização através do nome e da

residência, quando for o caso;

VII - nome e assinatura do autuante e sua categoria funcional;

VIII - prazo do recolhimento da multa quando aplicada, caso o infrator abdique o direito de defesa;

IX - prazo para apresentação da defesa.

Art. 80. Na lavratura do auto, as omissões ou incorreções não incorrerão em nulidade, se do processo constatarem elementos suficientes para

determinação da infração e do infrator.

Art. 81. A assinatura do infrator ou seu representante não constitui formalidade essencial à validade do auto, nem implica em confissão, nem a recusa constitui agravante.

Parágrafo Único - A recusa da contra-fé pelo infrator será averbada no auto de infração pela autoridade que o lavrou, por fé pública, e não afastará a

presunção de veracidade do auto de infração.

Art. 82. O infrator será notificado para ciência da infração e aplicação da penalidade:

I - pessoalmente;

II - pelo correio, via Aviso de Recebimento;

III - por edital, se estiver em lugar incerto e não sabido.

Parágrafo Único - O edital referido no inciso III deste artigo será publicado uma única vez, em jornal de circulação local, considerando-se efetivada a notificação 05 (cinco) dias após a publicação.

Art. 83. O autuado poderá apresentar defesa, por escrito, no prazo de 20 (vinte) dias, a contar da data da ciência.

Art. 84. O pedido de impugnação da sanção ou da ação fiscal instaura o processo de contencioso administrativo em primeira instância.

Parágrafo Único - O pedido de impugnação será apresentada ao Protocolo Geral da Prefeitura Municipal de Crato, devendo mencionar:

a) autoridade julgadora a quem é dirigida;

b) a qualificação do impugnante;

c) os motivos de fato e de direito em que se fundamentar;

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d) os meios de prova a que o impugnante pretende produzir, expostos os

motivos que as justifiquem.

Art. 85. Fica vedado reunir em uma só impugnação ou recurso referente a mais de uma sanção ou ação fiscal, ainda que versem sobre o mesmo assunto e alcancem o mesmo infrator.

Art. 86. O julgamento do processo administrativo, e os relativos ao exercício do poder de polícia, serão de competência:

I - em primeira instância, da Junta Recursal de Meio Ambiente nos processos que versarem sobre toda e qualquer ação fiscal decorrente do exercício do

poder de polícia;

§ 1º - O processo será julgado no prazo de 30 (trinta) dias a partir de sua entrega na Junta Recursal de Meio Ambiente.

§ 2º - O procedimento inicial será representado pela expedição de um Parecer Jurídico a respeito do processo em julgamento, expedido pela Procuradoria Municipal.

§ 3º - A Junta Recursal de Meio Ambiente, dará ciência da decisão ao sujeito passivo, intimando-o, quando for o caso, a cumpri-la ao prazo de 20 (vinte)

dias contados da data de seu recebimento.

II - em segunda e última instância administrativa, ao COMDEMA.

§ 1º - O COMDEMA proferirá decisão no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contados da data do recebimento do processo, no plenário do Conselho.

§ 2º - Se o processo depender de diligência, este prazo passará a ser contado a partir da conclusão da mesma.

§ 3º - Fica facultado ao autuante e ao autuado juntar provas no decorrer do período em que o processo estiver em diligência.

§ 4º - Em situações de embargo ou interdição de atividades produtivas e, considerando a atividade como única forma de sustento do autuado, os prazos recursais de julgamento da infração deverão ser diminuídos.

Art. 87. A Junta Recursal de Meio Ambiente terá a composição de 3 (três) membros do Órgão Municipal do Meio Ambiente, sendo formada de 2 (dois)

funcionários de carreira do Órgão Municipal do Meio Ambiente designados pelo Secretário e 1 (um) Presidente, que será sempre o Coordenador da Seção do Meio Ambiente.

Art. 88. Compete ao presidente da Junta Recursal de Meio Ambiente:

I - presidir e dirigir todos os serviços da Junta Recursal de Meio Ambiente, zelando pela sua regularidade;

II - determinar as diligências solicitadas;

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III - proferir voto ordinário e de qualidade, sendo este fundamentado;

IV - assinar as resoluções, em conjunto com os membros da Junta;

V - recorrer de ofício ao COMDEMA, quando for o caso.

Art. 89. São atribuições dos membros da Junta Recursal de Meio Ambiente:

I - examinar os processos que lhe forem distribuídos, apresentando, por escrito, no prazo estabelecido, relatório com pareceres conclusivos;

II - solicitar esclarecimentos, diligências ou visitas, se necessário;

III - proferir voto fundamentado;

IV - proferir, se desejar, voto escrito e fundamentado;

V - redigir as resoluções, nos processos em que funcionar como relator, desde que vencedor o seu voto;

VI - redigir as resoluções, quando vencido o voto do relator.

Art. 90. Não sendo cumprida, nem impugnada a sanção fiscal, será declarada à revelia e permanecerá o processo no Órgão Municipal do Meio

Ambiente, pelo prazo de 20 (vinte) dias para cobrança amigável de crédito constituído.

§ 1º - A notificação para o pagamento da multa será feita mediante registro postal ou por meio de edital publicado em jornal de circulação local, se não

localizado o infrator.

§ 2º - Esgotado o prazo de cobrança amigável, sem que tenha sido pago o crédito constituído, o órgão preparador declarará o sujeito passivo devedor omisso e encaminhará o processo à Secretaria Municipal da Fazenda, para

inscrição do débito em dívida ativa e promoção executiva pela Procuradoria Geral, quando não for o caso de reparação de dano ambiental.

Art. 91. São definitivas as decisões:

§ 1º - De primeira instância:

I - quando esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido

interposto.

§ 2º - De segunda e última instância recursal administrativa.

Art. 92. Os recursos interpostos das decisões não definitivas terão efeitos suspensivos relativos à penalidade, até a decisão definitiva.

Art. 93. Sem obstar a aplicação das penalidades previstas nesta Lei, independentemente da existência de dolo, fica obrigado o agente causador do

dano ambiental a avaliá-lo, recuperá-lo, corrigi-lo e monitorá-lo nos prazos e condições fixados pela autoridade competente, bem como a indenizar ou

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reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua

atividade.

Art. 94. Além das penalidades que lhe forem impostas, o infrator será responsável pelo ressarcimento à administração pública das despesas que esta vier fazer em caso de perigo iminente á saúde pública ou ao meio ambiente.

Art. 95. A pena de multa consiste no pagamento do valor correspondente:

I - nas infrações LEVES de 50 (cinqüenta) Unidades de Referência Municipal - URMs;

II - nas infrações MÉDIAS de 500 (quinhentas) URMs;

III - nas infrações GRAVES de 1000 (mil) URMs;

IV - nas infrações GRAVÍSSIMAS de 5000(cinco mil) URMs até a ocorrência de 03 (três) agravantes, sendo acrescida de 100% por agravo adicional.

§ 1º - A multa será recolhida ao FUMDAM.

§ 2º - Nos casos de reincidência, a multa corresponderá ao dobro da anteriormente imposta se a infração for de natureza genérica e ao triplo se for de natureza específica.

Art. 96. As multas de que trata o artigo anterior poderão ser convertidas, a critério da autoridade ambiental, mediante aprovação do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA, em penas educativas, como ações

compensadoras ao meio ambiente, devendo ser observada a correspondência eqüitativa de valores.

Parágrafo Único - São Penas Educativas:

I - plantio ou doações de mudas ao viveiro municipal;

II - confecção de folhetos informativos nos moldes preconizados pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente;

III - divulgação, em qualquer meio de comunicação, de mensagens informativas, educativas ou de orientação sociais, expedidas pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente;

IV - doação e instalação de equipamentos públicos;

V - desenvolvimento de programas de educação ambiental;

VI - prestação de serviços públicos;

VII - outras ações que tragam benefício ao meio ambiente e à comunidade, a critério do órgão autuador.

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Art. 97. São infrações ambientais sujeitas às penas previstas no artigo 76

desta Lei:

I - construir, instalar, ampliar ou fazer funcionar em qualquer parte do território do Município, empreendimentos, obras, atividades ou serviços submetidos ao regime desta Lei, sem licença do Órgão Municipal do Meio Ambiente competente ou contrariando as normas legais e regulamentos

pertinentes;

II - deixar, aquele que tiver o dever legal de fazê-lo, de notificar qualquer fato relevante do ponto de vista ecológico e ambiental, de acordo com o disposto nesta Lei, no seu Regulamento e demais normas técnicas;

III - obstar ou dificultar a ação das autoridades ambientais competentes no exercício de suas funções;

IV - descumprir atos emanados da autoridade ambiental, visando a aplicação da legislação vigente;

V - omitir ou deixar de fornecer informações ou documentação solicitadas pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente;

VI - transgredir outras Leis, decretos, resoluções, portarias, normas, diretrizes, padrões ou parâmetros federais, estaduais ou locais, legais ou regulamentares, destinados à proteção da saúde pública ou do meio ambiente;

VII - utilizar, aplicar, comercializar, manipular ou armazenar pesticidas,

raticidas, fungicidas, inseticidas, agro-químicos e outros congêneres, pondo em risco a saúde ambiental, individual ou coletiva, em virtude do uso inadequado ou inobservância das normas legais, regulamentares ou técnicas,

aprovadas pelos órgãos competentes ou em desacordo com os receituários e registros pertinentes;

VIII - causar poluição de qualquer natureza, que possa trazer danos à saúde, ao meio ambiente ou ameaçar o bem-estar do indivíduo ou da coletividade;

IX - emitir substâncias odoríferas na atmosfera, fora dos padrões da legislação vigente;

X - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes de zonas urbanas ou localidade equivalente;

XI - contribuir para que a água ou ar atinjam níveis ou categorias de qualidade inferior aos fixados em normas oficiais;

XII - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção de abastecimento de água da comunidade;

XIII - utilizar águas subterrâneas em desacordo com o disposto na legislação em vigor;

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XIV - emitir ruídos ou trepidações com características ou intensidade que

contrariem a legislação em vigor;

XV - dar início, de qualquer modo, ou efetuar parcelamento do solo, sem aprovação dos órgãos competentes ou em desacordo com a mesma ou com inobservância das normas e diretrizes pertinentes;

XVI - causar poluição do solo que torne uma área imprópria para ocupação;

XVII - inobservar, o proprietário ou inquilino, as exigências ambientais relativas a imóveis;

XVIII - explorar os veículos de divulgação presentes na paisagem urbana em desacordo com os dispositivos desta Lei;

XIX - praticar qualquer ação que possa provocar dano, alteração do desenvolvimento natural ou morte da vegetação arbórea, contrariando o disposto na presente Lei;

XX - maltratar os animais ou praticar atos de crueldade contra os mesmos;

XXI - utilizar, perseguir, destruir, caçar, pescar, apanhar, capturar, coletar, exterminar, depauperar, mutilar ou manter em cativeiro e em semicativeiro

exemplares da fauna silvestre, sem autorização do órgão competente;

XXII - criar, possuir, conduzir ou manter animais que coloquem em risco a segurança e a saúde pública;

XXIII – comercializar e ou explorar fósseis.

Art. 98. As multas, taxas de licença e autorização ambiental previstas nesta

Lei, reverterão em sua totalidade ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Ambiental - FUMDAM, através de rede bancária no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados do recebimento da comunicação para seu

recolhimento, sob pena de incidências de juros e inscrição na dívida ativa.

Seção X

Do Termo de Compromisso Ambiental

Art. 99. Fica instituído, no âmbito do Órgão Municipal do Meio Ambiente, o Termo de Compromisso Ambiental - TCA, a ser celebrado com pessoas físicas

ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores.

Art. 100. O Termo de Compromisso Ambiental, que possuirá força de título executivo extrajudicial, tem por objetivo a recuperação do meio ambiente

degradado, por meio da fixação de obrigações e condicionantes técnicos que deverão ser rigorosamente cumpridos pelo infrator em relação à atividade

degradadora a que causa, de modo a cessar, adaptar, recompor, corrigir ou minimizar seus efeitos negativos sobre a meio ambiente.

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Parágrafo Único - O Termo de Compromisso Ambiental a que se refere este

artigo destinar-se-á, exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas no caput possam promover as necessárias correções de suas atividades, para o atendimento das exigências impostas pelas

autoridades ambientais competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento disponha sobre:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos respectivos representantes legais;

II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e o

máximo de 03 (três) anos, com possibilidade de prorrogação por igual período;

III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto e o cronograma físico de execução e de implantação das obras e serviços exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas;

IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-cumprimento

das obrigações nele pactuadas;

V - o valor da multa de que trata o inciso anterior não poderá ser superior ao valor do investimento previsto;

VI - o foro competente para dirimir litígios entre as partes.

Art. 101. Constatada a ocorrência de infração ambiental os órgãos de licenciamento e fiscalização do Órgão Municipal do Meio Ambiente deverão diligenciar, junto ao infrator ambiental, no sentido de formalizar o Termo de Compromisso Ambiental - TCA, independentemente da aplicação das sanções

cabíveis.

§ 1º - Através do Termo de Compromisso Ambiental (TCA) lavrado entre o Órgão Municipal do Meio Ambiente e o interessado, poderão ser ajustadas condições e obrigações a serem cumpridas pelos responsáveis pelas fontes de

degradação ambiental.

§ 2º - Do Termo de Compromisso Ambiental deverá constar obrigatoriamente a penalidade para o caso de descumprimento da obrigação assumida.

§ 3º - Cumpridas integralmente as obrigações assumidas pelo infrator, a multa será reduzida em noventa por cento do valor atualizado, monetariamente.

Art. 102. Os Termos de Compromisso Ambiental – TCA’s, deverão ser submetidos à apreciação da Junta Recursal do Órgão Municipal do Meio

Ambiente.

Art. 103. A inexecução total ou parcial do convencionado no Termo de Compromisso Ambiental ensejará sua remessa à Procuradoria Geral do

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Município de Crato, para execução das obrigações dele decorrentes, sem

prejuízo das sanções penais e administrativas aplicáveis à espécie.

Art. 104. Fica delegada a competência ao titular do Órgão Municipal do Meio Ambiente para a prática dos Termos de Compromisso Ambiental – TCA’s.

Seção XI

Da Pesquisa e Tecnologia

Art. 105. Compete ao Município de Crato, estimular o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias voltadas à preservação, conservação e uso racional

dos recursos ambientais, observando as peculiaridades locais.

§ 1º - A Administração Pública promoverá estudos, análises e avaliações de informações destinadas a fundamentar científica e tecnicamente a atuação do poder público na garantia da sadia qualidade ambiental no Município, ainda que por meio de convênios de cooperação técnica com Universidades,

Institutos de Pesquisas e Tecnologia e demais órgãos públicos e privados.

§ 2º - A Administração Pública manterá à disposição da comunidade os estudos e pesquisas através do Banco de Dados Ambientais.

Seção XII

Da Informação e Educação Ambiental

Art. 106. Educação Ambiental é um processo de aprendizagem permanente que visa ao conhecimento, à reflexão e à incorporação dos conceitos relativos

às questões ambientais.

Art. 107. Compete ao Poder Público promover a Educação Ambiental em todos os níveis de sua atuação e a conscientização da sociedade para a preservação, conservação e recuperação do meio ambiente, considerando:

I - a Educação Ambiental sob o ponto de vista interdisciplinar e interinstitucional das ações desenvolvidas;

II - o fomento da conscientização ambiental junto a todos os segmentos da

sociedade;

III - a necessidade das instituições governamentais estaduais e municipais de realizarem ações conjuntas para o planejamento e execução de projetos de educação ambiental, respeitando as peculiaridades locais e regionais;

IV - a capacitação dos recursos humanos para a operacionalização da educação ambiental, com vistas ao pleno exercício da cidadania.

Parágrafo Único - O conhecimento relacionado às questões ambientais deverá ser difundido em ações educativas e de divulgação, visando estimular a

cooperação e a participação da comunidade na gestão ambiental.

Art. 108. A Educação Ambiental deverá ser desenvolvida:

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I - na rede pública e particular de ensino;

II - nos segmentos da sociedade, com a participação ativa principalmente daqueles que possam atuar como agentes multiplicadores das informações,

práticas e posturas desenvolvidas nos programas de educação ambiental;

§ 1º - O Poder Público, por meio dos órgãos que compõem o Sistema Municipal do Ambiente, atuarão no apoio, estímulo e promoção da capacitação da comunidade escolar das instituições de ensino, atualizando-os

quanto às informações, práticas e posturas referentes à temática ambiental.

§ 2º - A educação ambiental deverá ser realizada através de programas, projetos, campanhas e outras ações desenvolvidas por órgãos e entidades públicas do Município, especialmente pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, com a cooperação e participação das instituições privadas e/ou

formadoras do Sistema Municipal do Ambiente.

Art. 109. Quanto à Educação Ambiental, caberá o Órgão Municipal do Meio Ambiente:

I - criar condições para o desenvolvimento de Educação Ambiental em todo município;

II - estimular a participação da sociedade, particularmente das empresas privadas, no desenvolvimento dos programas de Educação Ambiental.

Art. 110. A Administração Pública deverá buscar parcerias e convênios com instituições de ensino e pesquisa, empresas privadas e organizações não

governamentais, para o desenvolvimento de projetos de Educação Ambiental.

Capítulo II

Da Certificação Ambiental

Art. 111. A certificação de qualidade ambiental poderá ser concedida aos produtos fabricados e/ou serviços realizados no território do Município de Crato.

Art. 112. São objetivos da certificação de qualidade ambiental:

I - criar nas pessoas o hábito de consumo responsável, ambientalmente correto;

II - incentivar as empresas a manterem padrões de qualidade ambiental adequados;

III - promover o desenvolvimento sustentável.

Art. 113. A certificação de qualidade ambiental será concedida pela Prefeitura Municipal de Crato, após análise do Órgão Municipal de Meio

Ambiente e parecer do COMDEMA.

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Parágrafo Único. O Órgão Municipal de Meio Ambiente poderá exigir laudos,

visitas e análises do modo de produção do bem, inclusive feitas por outros órgãos, federais ou estaduais, ou até mesmo, da iniciativa privada, porém com habilitação técnica para tanto.

Art. 114. É vedada a concessão da certificação de qualidade ambiental para:

I - carnes de qualquer origem;

II - produtos que utilizem metais pesados ou substâncias tóxicas em qualquer de suas fases de produção ou que contenham estes materiais;

III- empresas que sofreram penalidades ou advertências ambientais no período de sua existência;

IV - empresas que se utilizarem de embalagem a base de PVC, isopor ou produzida a partir de gases do tipo freon (CFC).

Art. 115. O produto e/ou serviço indicado para certificação de qualidade ambiental receberá um certificado com validade de um ano juntamente com o

símbolo que poderá ser utilizado pela empresa no produto e/ou serviço.

Art. 116. Qualquer desrespeito às normas ambientais ou aos padrões de qualidade e gerenciamento ambiental por parte da empresa poderá acarretar a suspensão da certificação por prazo indeterminado, não excluindo as penalidades cabíveis.

Art. 117. A empresa que tiver seu pedido de concessão da certificação de qualidade ambiental indeferida receberá relatório informando sobre sua

situação e qual (ais) a(s) causa(s) da reprovação do produto e/ou serviço.

TÍTULO VI DA PROTEÇÃO AMBIENTAL

Capítulo I

Do Solo

Art. 118. As iniciativas públicas ou privadas de uso de recursos naturais do Município de Crato, bem como os de uso, ocupação e parcelamento do solo,

devem respeitar as necessidades do equilíbrio ecológico e as diretrizes e normas de proteção ambiental.

Art. 119. Na análise de projetos de uso e ocupação do solo, loteamentos e/ou desmembramentos o Órgão Municipal do Meio Ambiente, no âmbito de sua competência, deverá manifestar-se dentre outros, necessariamente sobre os

seguintes aspectos:

I - reserva de áreas verdes e proteção de interesses paisagísticos e ecológicos;

II - utilização de áreas com terrenos alagadiços ou sujeitos a inundações;

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III - saneamento de áreas aterradas com material nocivo à saúde;

IV - ocupação de áreas onde o nível de poluição local impeça condições sanitárias mínimas, observado o disposto em laudo geológico emitido para os

casos em análise;

V - proteção do solo, da fauna, da flora vegetal e das águas superficiais, subterrâneas, fluentes, emergentes e reservadas;

VI - sistema de abastecimento de água;

VII - coleta, tratamento e disposição final dos esgotos e resíduos sólidos.

Art. 120. Toda e qualquer atividade, pública ou privada, de movimentação e de uso de recursos naturais ou de interesse público no Município de Crato,

bem como os de uso, ocupação e parcelamento do solo, devem adotar técnicas, processos e métodos que visem à sua conservação, melhoria e recuperação, observadas as características geomorfológicas, físicas, químicas,

biológicas, ambientais e suas funções sócio-econômicas, bem como as normas de proteção ambiental em vigor.

§ 1º - O uso do solo abrange atividades rurais, através de sua preparação manual ou mecânica, tratamento químico e orgânico e cultivo, bem como

atividades urbanas, através do parcelamento e uso do solo residencial, de serviços, de lazer, comercial, institucional e industrial.

§ 2º - A inobservância das disposições legais de uso e ocupação do solo caracterizará infração, passível de sanção e reparo do dano.

§ 3º - A proteção do solo no Município visa:

I - garantir o uso racional do solo urbano, através dos instrumentos de gestão competentes, observadas as diretrizes ambientais contidas no Plano Diretor do Município;

II - garantir a utilização do solo cultivável, através de adequado planejamento, desenvolvimento, fomento e disseminação de tecnologias e manejos;

III - priorizar o controle da erosão, a contenção de encostas e o reflorestamento das áreas degradadas;

IV - priorizar a proteção dos recursos hídricos e as áreas de preservação permanentes.

Art. 121. Considera-se poluição do solo a disposição, descarga, infiltração, acumulação, injeção ou o enterramento no solo, em caráter temporário ou definitivo, de substância ou produtos potencialmente poluentes, em estado

sólido, pastoso, líquido ou gasoso.

§ 1º - A municipalidade, através de seus órgãos afins, incentivará a adoção de adubação orgânica e métodos naturais de controle de pragas e parasitas

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objetivando a redução e substituição da adubação química, bem como o uso

de agrotóxicos em geral.

§ 2º - Todo estabelecimento comercial e/ou industrial que comercialize, produza, importe ou exerça qualquer outra atividade com materiais agrotóxicos, seus componentes e afins, deverá ter um responsável pelo controle das condições de armazenamento, depósito, estoque, transporte,

entrada e saída dos materiais, carga e descarga, bem como das notas fiscais e receituários agronômicos.

§ 3º - No caso da instalação de empreendimento ou atividade que armazene ou distribua substância derivados de petróleo, (óleo diesel, gasolina, óleos

lubrificantes e derivados) fica obrigado a montar estrutura de proteção contra vazamentos.

Art. 122. É obrigatória aos proprietários das terras agrícolas, ainda que em caso de arrendamentos ou parcerias, a adoção de sistemas de conservação do

solo agricultado, independente de divisões ou limite de propriedades, em caso de interesse ambiental.

§ 1º - É obrigatório, o trabalho integrado entre os confrontantes, proporcionalmente à área de sua propriedade, quando em atividade de interesse ambiental relacionada à microbacia hidrográfica em que se

localizam os imóveis, ressalvado, em qualquer caso, o direito de regresso.

§ 2º - Entenda-se por conservação do solo agricultável, a minimização de suas perdas por erosão e a sustentação ou elevação da sua produtividade mediante sistemas de produção não impactantes ou que comportem técnicas

mitigadoras.

§ 3º - As estradas vicinais deverão dispor de mecanismos para conter e direcionar o escoamento das águas pluviais, de modo a não prejudicar a sua funcionalidade e a não permitir a degradação das áreas adjacentes.

§ 4º - Entende-se por atividades de interesse ambiental, para efeito deste artigo, quando da exploração agrícola, todas as práticas que visem:

I - controlar a erosão em todas as suas formas;

II - criar medidas para o controle da desertificação;

III - evitar a prática de queimadas em áreas de solo agrícola, a não ser em casos especificados pela legislação ambiental em vigor;

IV - recuperar, manter e melhorar as características físicas, químicas e biológicas do solo;

V - evitar assoreamento de cursos d’água e bacias de acumulação;

VI - priorizar a utilização de controle biológico de pragas.

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Art. 123. Ficam os proprietários das terras agrícolas, independentemente de

arrendamentos e parcerias, obrigados a recuperar as terras agricultadas, erodidas ou depauperadas, pela adoção de sistemas de produção prejudiciais à conservação dos solos, ou pelo mau uso de máquinas, de produtos

químicos ou de materiais.

Art. 124. O Município de Crato, por meio do Órgão Municipal do Meio Ambiente auxiliará os órgãos diretamente responsáveis no cumprimento do que determina a legislação federal e estadual pertinente a defensivos agrícolas

e domiciliares.

Art. 125. Os projetos de uso e ocupação do solo urbano, bem como a sua implementação, que implicarem riscos potenciais ou efetivos à fauna, à cobertura vegetal, à atmosfera, aos recursos hídricos e ao controle de drenagens locais, sujeitar-se-ão à análise e licenciamento ambiental, devendo

ser exigido, ainda:

I - projeto de conservação e aproveitamento das águas;

II - projeto de controle de assoreamento dos cursos d'água;

III - apresentação de traçados, bem como a previsão da utilização de técnicas que contemplem a desaceleração do deflúvio e, por conseguinte, o processo

erosivo;

IV - projetos construtivos de corte e/ou aterro, contemplando a reutilização da camada superficial de solo para fins nobres;

V - projeto de proteção do solo pelos proprietários de terrenos, quando suas condições físicas e topográficas os tornarem vulneráveis à erosão e comprometer a qualidade das águas superficiais;

VI - projeto específico da restauração de superfícies de terrenos degradados, contemplando a dinâmica do processo erosivo e as medidas para deter a

erosão;

VII - projeto de contenção e infiltração de águas pluviais, a critério do Órgão Municipal do Meio Ambiente e da Secretaria Municipal de Infra-estrutura.

Art. 126. Os projetos urbanísticos de parcelamento e ocupação do solo deverão contemplar métodos para retardar o acúmulo da água pluvial resultante desta urbanização e métodos para realizar a infiltração da mesma.

Art. 127. As diretrizes viárias das áreas a serem loteadas e que apresentarem cursos d’água de qualquer porte deverão respeitar a Área de Preservação

Permanente prevista no Código Florestal Nacional.

Parágrafo Único - As obras viárias de transposição ficam sujeitas aos critérios do licenciamento ambiental.

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Art. 128. Depende de prévia autorização do Órgão Municipal do Meio

Ambiente a obra que envolva desmonte de rocha, escavação, movimento de terra, aterro, desaterro e depósito de entulho.

Parágrafo Único - Para quaisquer obras referidas no caput deverão ser previstos mecanismos de manutenção da estabilidade de taludes, drenagem

superficial, recomposição do solo e de cobertura vegetal adequada à contenção do carreamento pluvial de sólidos.

Seção Única

Da Mineração, Aterramentos e Terraplenagem

Art. 129. O licenciamento ambiental para aterramentos, terraplenagem e exploração de jazidas minerais, incluindo areia, argila e cascalho, no território

do Município de Crato, cumprirá as determinações da legislação em vigor, observando-se o seguinte:

I - a jazida não deverá estar situada em topo de serra ou em área que apresente potencial turístico, importância paisagística ou ecológica, ou que se

caracterize como de preservação permanente ou unidade de conservação, declarada por legislação municipal, estadual ou federal;

II - a exploração mineral não deverá atingir as áreas nativas de valor histórico, arqueológico, ambiental e paisagístico, assim caracterizadas pela

legislação vigente;

III - a exploração mineral não poderá se constituir em ameaça ao conforto e à segurança da população, nem comprometer o desenvolvimento urbanístico da região;

IV - ao redor das nascentes e olhos d'água estabelecidos pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, são vedados os aterramentos, as terraplenagens e a

exploração mineral a uma distância não inferior a cem metros da área úmida;

V - a montante dos locais de captação de água para abastecimento público é vedada qualquer exploração mineral que possa comprometer a quantidade e qualidade do recurso hídrico;

VI – Toda a atividade que envolva projetos de engenharia civil como trabalhos de terraplenagem e ou movimentos de terra, assim com aterramentos com resíduos, implicando descaracterização da morfologia natural da área, deverá

ser submetida à aprovação do Órgão Municipal do Meio Ambiente;

VII – Para a realização de terraplenagem será exigida a construção de sistema de contenção de lama proveniente da erosão do solo exposto às intempéries;

VIII – No caso de transporte de material de origem mineral é obrigatório a adequada cobertura da carga;

IX – as atividades de mineração não poderão obstruir o escoamento das águas superficiais;

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X – as atividades não poderão oferecer perigo à estabilidade de pontes,

pontilhões, muralhas ou de qualquer obra construída;

XI – as exceções a qualquer dispositivo desse artigo serão analisadas pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente e, quando for o caso, pelo COMDEMA, devendo ser observada a motivação de segurança e interesse sociais e coletivos e a condição de não prejudicar o estado e a qualidade do meio

ambiente, observando sempre a legislação em vigor;

Art. 130. As atividades de mineração que venham a se instalar ou ser ampliadas deverão atender aos requisitos exigidos para licenciamento ambiental nos níveis municipais, estaduais e federais definidos pela

legislação específica e, em especial, deverão apresentar o Plano de Recuperação da Área Degradada.

§ 1º - Operar, sem licença ambiental ou em desacordo com a licença emitida constitui infração sujeita à embargo e multa.

§ 2º - O horário para funcionamento das atividades a que se refere este capitulo será das 6 (seis) horas às 19 (dezenove) horas.

§ 3º - Os depósitos de material extraído deverão estar localizados a distâncias suficientes das divisas da propriedade e terem dispositivos de proteção, de

maneira que não haja o seu carreamento ou dispersão para propriedades de terceiros ou logradouros públicos.

§ 4º - Para novas autorizações serão consideradas situações agravantes:

a) possuir o interessado, áreas em exploração, nas quais não esteja sendo cumprido o plano aprovado;

b) ter o interessado encerrado as atividades extrativas, sem que tenha efetuado a modelagem do terreno e implantação da vegetação ou outras medidas mitigatórias e/ou compensatórias conforme previsto em Plano de

Exploração e de Recuperação de Área Degradada, anteriormente aprovados.

Art. 131. O Plano de Recuperação de Área Degradada deverá ser executado concomitantemente com a exploração da mineração.

Art. 132. A recuperação de áreas de mineração abandonadas ou desativadas, são de responsabilidade do minerador.

Art. 133. Com o objetivo de evitar a instalação de processos erosivos e de desestabilização de massas, os taludes resultantes de atividades minerárias deverão receber cobertura vegetal e dispor de sistema de drenagem com

apresentação de projeto elaborado por profissional habilitado.

Art. 134. Os empreendimentos de mineração, que utilizem como método de lavra o desmonte por explosivos primários e secundários, deverão atender aos limites de ruído, vibração e segurança estabelecidos na legislação vigente.

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Art. 135. Nas pedreiras, deverão ser adotados procedimentos que visem à

minimização da emissão de partículas na atmosfera, tanto na atividade de lavra quanto na de transporte nas estradas, internas e externas, bem como nos locais de beneficiamento.

Art. 136. As atividades de mineração deverão adotar sistema de tratamento e disposição de efluentes sanitários e de águas residuárias provenientes da

lavagem de máquinas.

Parágrafo Único - É obrigatória a existência de caixa de retenção de óleo, devidamente dimensionada, proveniente da manutenção de veículos e equipamentos do empreendimento.

Art. 137. Para impedir o assoreamento dos corpos d’água, os empreendimentos de mineração deverão dispor de tanque de captação de

resíduos finos transportados pelas águas superficiais ou outros recursos tecnicamente justificados e de eficácia comprovada.

Art. 138. O minerador é responsável pelo isolamento das frentes de lavra e deverá adotar medidas que minimizem ou suprimam os impactos sobre a

paisagem da região, por meio da implantação de cinturão arborizado que isole visualmente o empreendimento.

Art. 139. Por ocasião do pedido de Licença Municipal para Extração de Substancia Mineral ou renovação da mesma, tendo em vista emissão de documento municipal que embasará o licenciamento ambiental em níveis

municipal, estadual e federal, fica o empreendedor obrigado a apresentar a documentação técnica necessária à localização do empreendimento, bem

como à análise do processo produtivo e medidas mitigatórias e compensatórias a realizar ou realizadas.

Art. 140. A Licença Municipal para Extração de Substancia Mineral para o exercício das atividades de que trata este capítulo somente poderá ser

transferida para terceiros, com prévia anuência do Poder concedente.

Parágrafo Único: Em caso de transferência de licença, o novo titular fica obrigado a dar continuidade aos projetos apresentados ao Órgão Municipal de Meio Ambiente.

Art. 141. A Licença Municipal para Extração de Substancia Mineral será concedido por até 04 (quatro) anos, sendo renovável através de requerimento do interessado, dirigido ao Órgão Municipal do Meio Ambiente, acompanhado

do relatório da atividade mineradora, segundo requisitos exigidos pelo referido Órgão.

Art. 142. O titular da Licença Municipal para Extração de Substancia Mineral, aterramento ou terraplanagem ficará obrigado a:

I - executar a atividade de acordo com o projeto aprovado;

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II - extrair somente as substâncias minerais que constam da licença

concedida;

III - comunicar ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM e ao Órgão Municipal do Meio Ambiente o descobrimento de qualquer outra substância mineral não incluída na licença de exploração;

IV - confiar a responsabilidade dos trabalhos de exploração a técnicos legalmente habilitados para as atividades licenciadas;

V - impedir o extravio ou obstrução das águas e drenar as que possam ocasionar prejuízos aos vizinhos;

VI - impedir a poluição do ar ou das águas que possa decorrer da atividade;

VII - proteger e conservar as fontes d'água e a vegetação natural;

VIII - proteger com vegetação adequada as encostas de onde forem extraídos materiais;

IX - manter a erosão sob controle durante a execução do projeto e por 5 (cinco) anos após terminada a atividade, de modo a não causar prejuízo a todo e qualquer serviço, bens públicos e particulares.

Art. 143. Qualquer novo pedido de Licença Municipal para Extração de Substancia Mineral, aterramento e terraplenagem somente será deferido se o

interessado comprovar que a área objeto da licença que lhe tenha sido anteriormente concedida se encontra recuperada ou em fase de recuperação, segundo o cronograma de trabalho então apresentado.

Parágrafo Único - Será exigido laudo técnico comprobatório de recuperação das áreas exploradas anteriormente.

Art. 144. A Licença Municipal para Extração de Substancia Mineral, terraplenagem e aterramento será cancelada quando:

I - na área destinada à exploração forem realizadas construções incompatíveis com a natureza da atividade;

II - for promovido o parcelamento, arrendamento ou qualquer outro ato que importe na redução da área explorada e/ou requerida, sem prévia anuência do poder público;

III – se não houver apresentação de relatório circunstanciado anual da atividade.

Parágrafo Único - Será interditada a atividade, ainda que licenciada de acordo com esta Lei, caso, posteriormente, se verifique que sua exploração acarreta

perigo ou dano à vida, à saúde pública, à propriedade, ou se realize em desacordo com o projeto apresentado, ou ainda, quando se constatem danos

ambientais não previstos por ocasião do licenciamento.

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Art. 145. A Prefeitura Municipal de Crato poderá, em qualquer tempo,

determinar a execução de obras na área ou local de exploração das atividades previstas neste capítulo, visando à proteção das propriedades circunvizinhas ou para evitar efeitos que comprometam a qualidade ambiental.

Art. 146. Os atuais titulares de licença ambiental para exploração de jazidas a que se refere este capítulo deverão no prazo de 60 (sessenta) dias antes do

vencimento, solicitar a sua renovação, quando for o caso, na forma do presente Lei.

Art. 147. São proibidas obras de terraplenagem no território municipal, que envolvam a retirada ou movimentação de material de encostas, em áreas

nativas de valor histórico, ambiental e paisagístico, exceto em casos previstos por Lei.

Parágrafo Único - As obras de terraplenagem essenciais à coletividade, que conflitem com alguma proibição deste artigo, serão avaliadas pelo Órgão

Municipal do Meio Ambiente, ouvido o COMDEMA, que poderá autorizá-la, caso ocorra apenas impacto ambiental temporário, durante a implantação do projeto, e caso fique demonstrada a mitigação de tais impactos, por meio de

EIA/RIMA.

Art. 148. O titular de autorização de pesquisa de permissão ou concessão de lavra, de licenciamento de manifesto de mina, ou de qualquer outro título minerário, responde pelos danos causados ao Meio Ambiente, sem prejuízo

das cominações legais pertinentes.

Art. 149. Toda atividade de mineração, aterramento e terraplenagem, licenciada pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, deverá ter afixada, em local de fácil acesso visual, uma placa de 1,20m x 0,90m, informando à população a finalidade da obra, o número e a data de validade da licença

expedida, o nome do técnico responsável pela sua execução, número de registro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA, o número

da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART e a empresa executora do projeto.

Art. 150. No caso de danos ao Meio Ambiente decorrentes das atividades de mineração e/ou de terraplanagem ou aterramento, ficam obrigados os seus responsáveis a cumprir as exigências de imediata recuperação do local, de

acordo com projeto que a viabilize, sob pena de fazê-la a Prefeitura Municipal de Crato, diretamente ou por entidades especializadas, às expensas

exclusivas do agressor, independentemente das cominações civis e criminais pertinentes.

Art. 151. A realização de trabalhos de extração de substâncias minerais de qualquer classe sem a competente permissão, concessão ou licença, sujeitará o responsável à ação penal cabível, sem prejuízo das cominações

administrativas e da obrigação de recuperar o meio ambiente degradado.

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Parágrafo Único – O Órgão Municipal do Meio Ambiente adotará todas as

medidas para a comunicação do fato, a que alude este artigo, aos órgãos federais ou estaduais competentes para as providências necessárias.

Art. 152. Para fornecimento de materiais para obras, todas as empresas, cadastradas ou não, para participarem de licitação pública municipal, necessitam apresentar as licenças ambientais, previamente determinadas

pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, sem prejuízo de outras licenças municipais, estaduais e federais de suas atividades.

Art. 153. Serão definidas pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, faixas mínimas de segurança entre frente de ataque e demais divisas da área em

função do tipo de atividade exploratória.

Art. 154. A extração de areia durante os trabalhos de desobstrução de córregos a serem realizados pelos órgãos públicos ou pela iniciativa privada, será objeto de autorização, a critério do Órgão Municipal do Meio Ambiente,

sem prejuízo dos dispositivos legais estaduais e federais.

Art. 155. O responsável não poderá interromper as atividades extrativas sem prévia justificativa sob pena de perda da Licença e demais sanções legais, reservadas em qualquer caso as determinações constantes do artigo.

Art. 156. A realização de trabalhos de extração de substâncias minerais de qualquer classe, sem a competente licença ambiental, sujeitará o responsável à ação penal cabível, sem prejuízo das cominações administrativas e da

obrigação de recuperar o meio ambiente degradado.

Capítulo II

Dos Recursos Hídricos

Art. 157. As ações do Município de Crato no sentido da gestão, uso, proteção, conservação, recuperação e preservação dos recursos hídricos atenderão ao

disposto na Legislação Federal, estadual e municipal.

Parágrafo Único – O município norteará suas ações com base na Política Estadual de Recursos Hídricos, ressalvada a sua autonomia.

Art. 158. A gestão municipal será participativa e considerará a bacia hidrográfica como unidade de pesquisa, planejamento e gestão dos recursos hídricos;

Capítulo III

Da Poluição Sonora

Seção I

Do Controle da Emissão de Ruídos

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Art. 159. O controle da emissão de ruídos no Município de Crato visa

garantir o sossego e bem-estar público, evitando sua perturbação por emissões excessivas ou incômodas de sons de qualquer natureza ou que contrariem os níveis máximos fixados em Lei.

Parágrafo Único - Para efeitos desta Lei, consideram-se aplicáveis as seguintes definições:

I - poluição sonora: toda emissão de som que, direta ou indiretamente, seja

ofensiva ou nociva à saúde, à segurança e ao bem-estar público ou transgrida as disposições fixadas na norma competente;

II - som: fenômeno físico provocado pela propagação de vibrações mecânicas em um meio elástico, dentro da faixa de freqüência de 16Hz (dezesseis Hertz) a 20KHz (vinte QuiloHertz) e possível de excitar o aparelho auditivo humano;

III - ruídos: qualquer som que cause ou possa causar perturbações ao sossego público ou produzir efeitos psicológicos e/ou fisiológicos negativos em

seres humanos;

IV - zona sensível de ruídos: são as áreas situadas num raio de 100m de unidades de atendimento médico/hospitalar, instituições de ensino, bibliotecas, asilos, casa de repouso e assemelhados onde é proibido o

funcionamento de equipamentos sonoros.

Art. 160. Para impedir ou reduzir a poluição sonora, incumbe ao Município de Crato:

I - licenciar, fiscalizar e controlar a implantação e operação dos empreendimentos industriais, comerciais, prestadores de serviços e outras atividades potencialmente causadoras de poluição sonora, e atividades que

possam produzir ruídos ou vibrações que perturbem o sossego e o bem estar público em zonas residenciais e comerciais, além dos limites permitidos fixados na legislação vigente;

II - organizar programas de educação e conscientização a respeito de causas, efeitos e métodos de atenuação e controle de ruídos e vibrações;

III - disciplinar e controlar a execução de serviço de propaganda falada por meio de alto falantes, amplificadores de som e equipamentos eletroacústicos em geral;

IV - sinalizar convenientemente as áreas próximas a unidades de atendimento médico/hospitalar, instituições de ensino, bibliotecas, asilos, casa de repouso

e assemelhados.

Parágrafo Único - O Órgão Municipal do Meio Ambiente exigirá, quando for o caso, apresentação do projeto de isolamento acústico, no qual deverá constar:

a) Projeto arquitetônico;

b) Memorial descritivo;

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c) Anotação de Responsabilidade Técnica - ART do responsável pelo projeto.

Art. 161. É proibido perturbar o sossego e o bem-estar público com ruídos ou vibrações, de qualquer natureza, que ultrapassem os níveis legalmente

previstos na legislação para os diferentes horários e zonas de uso.

Parágrafo único - As medições de ruído obedecerão aos padrões estabelecidos pela a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, especialmente a NBR10151 e a NBR 10152 ou outras que vierem a substituí-las.

Seção II

Dos Ruídos Produzidos em Fontes Fixas

Art. 162. A emissão de ruídos, decorrentes de quaisquer atividades exercidas em ambiente confinado, coberto ou não, somente será permitida, se não prejudicar o sossego público e a saúde, conforme os padrões estabelecidos pela ABNT.

§ 1º - Incluem-se, na hipótese deste artigo, as instalações ou espaços,

comerciais, industriais, de prestação de serviços, residenciais e institucionais, inclusive especiais e de lazer, cultura, hospedagem e templos de qualquer culto.

§ 2º - A implantação do projeto de tratamento acústico é condição essencial para a renovação ou concessão de licença legalmente exigida para instalação

e funcionamento do estabelecimento, evento ou empreendimento.

Seção III

Dos Ruídos e Vibrações Produzidas por Obras de Construção Civil

Art. 163. As emissões de ruídos ou vibrações provenientes da construção civil deverão atender às normas técnicas adotadas pelo Órgão Municipal do

Meio Ambiente.

§ 1º - As obras de que trata este artigo, sejam contínuas ou descontínuas, em qualquer zona de uso, somente poderão ser executadas no horário de 6h às 19h, salvo autorização especial.

§ 2º - As obras de construção civil somente poderão se realizar aos domingos, feriados ou fora do horário permitido, mediante autorização especial que

preveja os tipos de serviços a serem executados, os horários a serem obedecidos e os níveis máximos de sons e vibrações permitidos e ouvido a comunidade do entorno mediante consulta pública.

Art. 164. Será permitida, independentemente da zona, do dia e horário, toda

e qualquer obra pública ou particular, de emergência, que por sua natureza, objetive evitar colapso nos serviços de infra-estrutura da cidade ou risco de integridade física e material da população.

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Seção IV

Dos Ruídos Produzidos por Fontes Móveis e Veículos Automotores

Art. 165. As emissões sonoras provenientes de propagandas realizadas por fontes móveis tais como: carros, motos, bicicletas, carrinhos, dentre outros, não poderão afetar o sossego, o trabalho, o bem estar ou a saúde das

pessoas.

Art. 166. As fontes móveis de propagação de som, inclusive os destinados a eventos culturais, sociais, religiosos, só poderão exercer suas atividades munidos da autorização expressa do Órgão Municipal de Meio Ambiente, sem

prejuízo da competência dos Órgãos de Trânsito e da Justiça Eleitoral quando for o caso.

§ 1º - Na autorização mencionada deverá constar o nível de pressão sonora (decibéis) máximo permitido, horários e demais condicionante adotadas pelo Órgão Municipal de Meio Ambiente, necessárias ao controle da poluição

sonora.

§ 2º - No caso de descumprimento a qualquer condicionante, a autorização será cassada, e os responsáveis pela atividade, penalizados na forma da Lei.

Art. 167. É proibido a utilização do equipamento de som de carro e os chamados “paredões” em bares, restaurantes, logradouros públicos e assemelhados.

Seção V

Dos Ruídos Produzidos por Fontes Diversas

Art. 168. É proibido qualquer tipo de manifestação ruidosa, com ou sem equipamento sonoro, que incomode a vizinhança e os transeuntes.

§ 1º - Serão permitidas, mediante autorização do Órgão Municipal do Meio Ambiente, em horário e local previamente definidos, as manifestações coletivas em logradouros públicos ou, nas situações consagradas pela

tradição, os seguintes eventos:

I - bandas de música, desde que em cortejos, manifestações religiosas e desfiles públicos;

II - propaganda eleitoral, de acordo com a legislação própria;

III - manifestações culturais, tradicionais, religiosas e político-partidárias;

IV - comemorações oficiais;

§ 2º - A penalidade decorrente da infração ao disposto neste artigo será aplicada ao responsável pela organização ou execução do evento.

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Art. 169. O uso de explosivos para demolições e desmonte de rochas, além

das autorizações previstas em legislação específica, deverá ser previamente autorizado pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Art. 170. Os estabelecimentos, inclusive os postos de gasolina e assemelhados, que utilizarem ou permitirem no espaço físico, em que atuam, a utilização de alto falantes, rádios, buzinas, ruídos provenientes de veículos

automotores, aparelhos sonoros e qualquer outro tipo de ruído que supere os índices de medição de ruídos definidos legalmente pelo zoneamento e horários

em questão serão responsabilizadas por tais atos.

Capítulo IV

Da Paisagem Urbana

Art. 171. Considera-se paisagem urbana a configuração resultante da contínua e dinâmica interação entre os elementos naturais, os elementos construídos e o homem, numa constante relação de escala, forma, função e

movimento.

Parágrafo Único - É considerada poluição visual qualquer elemento visual, publicitário ou não, que obstrua ou limite a visão paisagística, cause transtornos, confusão mental, prejudique a estética e harmonia dos

elementos naturais ou construídos, enfeie, suje ou degrade a paisagem urbana.

Art. 172. Cabe ao Órgão Municipal do Meio Ambiente, promover sem prejuízo das obrigações dos demais Órgãos e entidades, medidas adequadas para

manter as condições de acessibilidade e visibilidade dos espaços públicos;

Art. 173. Os instrumentos publicitários, bem como a instalação de elementos de comunicação visual e do mobiliário urbano na área do Município de Crato, só será permitida mediante autorização dos órgãos competentes e observadas as disposições pertinentes previstas na Lei do mobiliário urbano e em

legislação específica, cabendo sanções e penalidades prevista em Lei.

Art. 174. É proibida a publicidade, bem como a instalação, afixação ou veiculação de instrumentos publicitários, sejam quais forem as suas finalidades, formas ou composições, nos seguintes casos:

I - nos logradouros públicos: passeios, viadutos, túneis, pontes, elevadas, monumentos, inclusive canteiros, rótulas e pistas de rolamento de tráfego,

muros, fachadas e empenas cegas, exceto os agregados equipamentos do mobiliário urbano de interesse público, definidos e normatizados em

legislação específica e que possuam caráter institucional ou educativo;

II - que utilizem dispositivos luminosos que produzam ofuscamento ou causem insegurança ao trânsito de veículos ou pedestres;

III - que prejudiquem a visualização das sinalizações viárias e outras destinadas à orientação do público;

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IV - que desviem a atenção dos motoristas ou obstruam sua visão ao entrar e

sair de estabelecimentos, ruas e estradas;

V - fixados em árvores, cabines telefônicas, nas caixas de correio e alarme de incêndio;

VI - que se constituam em perigo à segurança e à saúde da população ou que, de qualquer forma, prejudiquem a fluidez dos seus deslocamentos nos logradouros públicos;

VII - que prejudiquem, de alguma maneira, as edificações vizinhas ou direitos de terceiros;

VIII - que por qualquer forma prejudiquem a insolação ou a aeração da edificação em que estiverem instalados;

IX - em cemitérios e seus equipamentos, salvo com a finalidade orientadora;

X - em mal estado de conservação no aspecto visual, como também estrutural;

XI - mediante emprego de artefatos inflamáveis;

XII - veiculados mediante uso de animais;

XIII - fora das dimensões e especificações elaboradas na regulamentação desta Lei;

XIV - quando utilizarem incorretamente o vernáculo;

XV - quando favorecerem ou estimularem qualquer espécie de ofensas ou discriminação racial, social ou religiosa;

XVI - quando veicularem elementos que possam induzir à atividade criminosa ou ilegal, à violência, ou que possam favorecer, enaltecer ou estimular tais atividades.

Art. 175. Os anúncios e veículos de divulgação que forem encontrados em desacordo com as disposições previstas em Lei, serão retirados e apreendidos, sem prejuízo da aplicação de penalidade ao responsável.

Parágrafo Único - Serão considerados responsáveis por anúncios e/ou veículos de propaganda, o seu proprietário e, caso não sendo possível a sua identificação, o anunciante.

Art. 176. Os veículos de divulgação devem ser compatíveis ou compatibilizados com os usos de solo adjacentes e com o visual ambiental do espaço físico onde se situam, de modo a não criar condições adversas que

decorram em prejuízo de ordem ambiental e/ou econômica à comunidade como um todo.

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Capítulo V

Do Saneamento Ambiental

Art. 177. A Política Municipal de Saneamento do Município de Crato deverá contemplar, dentre outros, os seguintes aspectos:

I - diretrizes para o Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos Urbanos;

II - programa de Educação Ambiental sistemático visando a redução da produção de resíduos;

III – implantação do Sistema de Saneamento Básico.

Art. 178. Toda e qualquer fonte geradora de efluente, que estejam instaladas em local provido da Rede Pública de Coleta e Tratamento de Esgoto, deverão ser obrigatoriamente interligados ao Sistema.

§ 1º - O despejo final dos efluentes deverá obedecer aos padrões de lançamento adotado pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente;

§ 2º - Em locais não providos da Rede Pública de Coleta e Tratamento de Esgoto, a fonte geradora de efluente doméstico, quando se tratar de unidade

individualizada, poderá se utilizar de tanque séptico e sumidouro.

§ 3º - Indústrias, condomínios, conjunto habitacionais, ou qualquer fonte poluidora localizadas em áreas não dotadas de Rede Pública de Coleta e Tratamento de Esgoto, deverão possuir Estação de Tratamento Própria.

Art. 179. É proibido o lançamento de águas servidas ou efluentes de qualquer tipo em logradouros públicos;

Art. 180. As fontes geradoras de resíduos e efluentes dos serviços de saúde e industriais são responsáveis pela coleta, tratamento, transporte e disposição

final das substâncias de qualquer natureza resultantes de suas atividades.

Seção Única

Dos Resíduos Sólidos

Art. 181. Na gestão municipal dos Resíduos Sólidos, compete ao Órgão Municipal do Meio Ambiente sem prejuízo das competências dos demais

Órgãos:

I - estabelecer normas, especificações e instruções técnicas para disposição final dos resíduos e recuperação das áreas degradadas ou contaminadas pela disposição dos mesmos;

II - exercer a fiscalização das atividades de geração, coleta, transporte, tratamento, manuseio, triagem, reciclagem e disposição final dos resíduos

sólidos urbanos, em conjunto com os demais órgãos de fiscalização da Prefeitura Municipal de Crato, e aplicar as penalidades previstas.

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Art. 182. A coleta, o transporte, o tratamento, o processamento e a

destinação dos resíduos sólidos de estabelecimentos industriais, comerciais ou de prestação de serviços, inclusive de saúde, são de responsabilidade da fonte geradora.

§ 1º - As fontes geradoras descritas no “Caput” deste artigo deverão promover a segregação de resíduos na origem visando o reaproveitamento das frações

recicláveis.

§ 2º - Os resíduos segregados nas fontes geradoras poderão ser doados ou comercializados mediante comprovação e sua transferência deverá ser documentada, especificando e quantificando os resíduos;

Art. 183. Quando houver necessidade de armazenamento temporário dos resíduos sólidos nas instalações da fonte geradora, deverão ser tomadas

medidas adequadas de proteção, ao meio ambiente e as pessoas, obedecendo aos critérios e normas estabelecidos pela legislação vigente.

Art. 184. A coleta, transporte, tratamento ou disposição final de resíduos sólidos se processará em condições que não tragam malefícios ou

inconvenientes a saúde, à segurança e ao bem estar público ou ao meio ambiente.

Parágrafo Único - Fica expressamente proibido:

I – a disposição de resíduos sólidos em passeios, vias, logradouros públicos, praças, jardins, terrenos baldios, escadarias, passagens, viadutos, canais, pontes, açudes, nascentes, córregos, rios, áreas erodidas, áreas de

preservação permanente, maciços florestais e demais áreas de interesse ambiental;

II - o lançamento de resíduos sólidos em águas superficiais, sistema de drenagem de águas pluviais, poços, cacimbas, áreas erodidas ou áreas que não sejam exclusivamente destinadas a este fim;

III - a queima e a disposição final de resíduos de qualquer natureza ou espécie a céu aberto, em locais fechados ou em caldeiras sem sistema de tratamento de particulados;

IV - a disposição e armazenamento de resíduos perigosos e nocivos à saúde pública em caçambas estacionárias.

Art. 185. A coleta, transporte, tratamento e disposição final de resíduos sólidos portadores de agentes patogênicos, inclusive os de serviços de saúde,

tais como hospitais, laboratórios, farmácias, clinicas médicas e veterinárias, os resultantes de postos de saúde e similares, assim como alimentos ou produtos contaminados deverão ser adequadamente acondicionados e

conduzidos por transporte especial nas condições estabelecidas legislação ambiental em vigor.

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Art. 186. Os condomínios residenciais e comerciais, os prédios com mais de

quatro residências ou acima de três pavimentos, bem como as indústrias localizadas no perímetro urbano do Município de Crato, ficam obrigados a instalar e manter em condições adequadas locais para o acondicionamento

temporário dos resíduos orgânicos e inorgânico.

Art. 187. O Município de Crato priorizará ações que estimulem a redução, reutilização e reciclagem dos resíduos bem como realizará e implementará melhorias constantes no Programa de Coleta Seletiva.

Art. 188. O Município de Crato adotará o modelo de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

Art. 189. O manejo, o tratamento e o destino final dos resíduos sólidos se dará através de meios técnicos e organizacional que importem na coleta

diferenciada e sistema de tratamento integrado.

§ 1º - Entende-se por coleta diferenciada de resíduos a sistemática que propicia a redução do grau de heterogeneidade desses resíduos, na origem de sua produção, permitindo o transporte de forma separada para cada um dos

diversos componentes em que forem organizados.

§ 2º - A coleta diferenciada de resíduos dar-se-á separadamente para:

I – os resíduos domésticos;

II - os resíduos patogênicos e os sépticos de origem dos serviços de saúde;

III - entulho procedente de obras e demolições de construção civil;

IV - podas de árvores e jardins;

V - restos de feiras e de mercados e restos de alimentos deles provenientes;

VI - os resíduos inservíveis, não reaproveitáveis ou não recicláveis, considerados inertes pelas normas técnicas.

§ 3º - A separação dos resíduos, especialmente aqueles advindos da construção civil, deverá ser feita preferencialmente no local de origem.

§ 4º - A disposição final de cada tipo de resíduo, descrita no § 2º deste artigo, deve obedecer aos seguintes critérios:

I - os entulhos deverão ser dispostos em áreas previamente autorizadas;

II - os materiais recicláveis, sejam provenientes da construção civil ou de outras atividades, serão destinados às estações de separação e reciclagem, governamentais e não governamentais licenciadas;

III - os resíduos gerados pelas feiras, mercados e de restos de alimentos

provenientes dessas atividades, quando não forem removidos de imediato, deverão ser armazenados em recipientes fechados e encaminhados ao aterro sanitário do Município, no prazo máximo de 24 horas;

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IV - os resíduos provenientes de podas de árvores e jardins serão destinados

para aproveitamento pela indústria demandadora de uso de biomassa mediante concessão legalmente formalizada;

V - os resíduos classificados como inservíveis serão destinados ao aterro sanitário.

Art. 190. O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos deve prever ações que tenham por metas:

I - a redução, reutilização, reciclagem, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos;

II - o controle ambiental das atividades que envolvam qualquer tipo de manejo dos resíduos sólidos urbanos.

Art. 191. Todas as áreas de recepção ou exposição de resíduos urbanos ficam condicionadas à obtenção de licenciamento ambiental e submetidas ao

controle e monitoramento.

Art. 192. A Prefeitura Municipal de Crato deverá incentivar, por meio de programas específicos, a implantação de reciclagem de resíduos, podendo, para tal fim:

I - oferecer incentivos fiscais;

II - incentivar a formação de organizações não governamentais de catadores de materiais recicláveis.

Art. 193. As embalagens que acondicionam produtos perigosos não poderão ser comercializadas nem abandonadas, devendo ter destinação final

adequada, retornando à fonte geradora.

Art. 194. Responderá pela infração ou acidentes ambientais que envolvam resíduos sólidos, quem, por qualquer modo os cometer, concorrer para sua prática ou dela se beneficiar.

Art. 195. Os dejetos da limpeza de fossas sépticas, de sanitários químicos e de sanitários de veículos de transporte rodoviário, ferroviário e aeroviário

deverão ter disposição adequada, previamente aprovada pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, sendo vedado o seu lançamento em galerias de água pluvial, corpos d’água ou terrenos baldio.

Parágrafo Único - Os dejetos provenientes da dragagem de córregos, da limpeza de fossas e de sanitários de veículos poderão ser conduzidos à

estação de tratamento de esgoto, após aprovação do órgão competente ou, na impossibilidade, ter projeto de tratamento e disposição final aprovado pelo

Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Art. 196. As empresas de limpeza de fossas deverão ser cadastradas e licenciadas no Órgão Municipal do Meio Ambiente e na entidade pública

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municipal de saneamento básico, que exercerá controle e fiscalização sobre as

atividades das mesmas.

Capítulo VI

Da Conservação dos Ecossistemas

Art. 197. A gestão ambiental dos ecossistemas do município, deverá trabalhar em conformidade com os parâmetros de sustentabilidade, visando a sua preservação.

Art. 198. O Sistema de Áreas Verdes compreende toda área de interesse ambiental ou paisagístico, de domínio público ou privado, cuja preservação ou recuperação venha a ser justificada pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, e abrangerá:

I - praças, parques urbanos e áreas verdes e de lazer previstas nos projetos de loteamentos e urbanização;

II - arborização de vias públicas;

III - unidades de conservação;

IV - áreas arborizadas de clubes esportivos sociais, de chácaras urbanas e de condomínios fechados;

V - remanescentes de vegetação regional, natural, representativos dos segmentos do ecossistema;

VI - Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais protegidas pelo Código Florestal Brasileiro;

VII - outras determinadas pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente.

§ 1º - Parques Urbanos são aqueles inseridos na malha urbana, com objetivo principal de propiciar a preservação e lazer à população.

§ 2º - Áreas Verdes são espaços livres, de uso público, com tratamento paisagístico efetivamente implantado, reservados a cumprir funções de contemplação e repouso, permitindo-se ainda a instalação de mobiliário

urbano de apoio a estas atividades.

§ 3º - Área de lazer é o espaço livre, de uso público, integrante das Áreas Verdes, destinados aos usos recreativos, na qual podem ser feitas construções que objetivem segurança, saúde e educação.

§ 4º - São consideradas Unidades de Conservação, os Parques Municipais, as Estações Ecológicas, os remanescentes de vegetação natural e outros espaços

territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder

Público com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

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§ 6º - Qualquer intervenção ou uso especial das áreas verdes ou de lazer

somente serão permitidos após autorização expressa do Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Art. 199. Compete ao Órgão Municipal do Meio Ambiente planejar e integrar o Sistema de Áreas Verdes, observando, dentre outros, os seguintes critérios:

I - a importância do segmento do ecossistema na reprodução, alimentação e refúgio de representantes da fauna silvestre remanescente ou cuja

reintrodução seja compatível com o desenvolvimento urbano;

II - a importância dos remanescentes de vegetação na proteção das áreas com restrição de uso;

III - a existência de espécies raras ou árvores imunes ao corte;

IV - a proximidade entre reservas de vegetação, importantes para a disseminação da flora e fauna ou constituição de corredores ecológicos;

V - a possibilidade de um ou mais segmentos do ecossistema atuarem como

moderadores de clima, amenizadores de poluição sonora e atmosférica, banco genético ou referencial pela sua beleza cênica;

VI - a necessidade de evitar a excessiva fragmentação das áreas verdes nos projetos de loteamento e urbanização;

VII - a utilização da arborização urbana como elemento de integração entre os elementos do Sistema de Áreas Verdes;

VIII - a necessidade de implantação dos Parques criados por legislação específica;

IX - o adequado manejo da arborização das vias públicas;

X - o incentivo à arborização de áreas particulares.

Art. 200. Entende-se como cobertura vegetal urbana toda forma de vegetação existente no tecido urbano e periurbano.

Art. 201. A vegetação de porte arbóreo e demais formas de vegetação natural ou aquelas de reconhecido interesse social para o Município de Crato, bem como a fauna a elas associadas, são bens de interesse comum a todos os

cidadãos, cabendo ao Poder Público e aos cidadãos do Crato, a responsabilidade pela sua conservação.

Art. 202. Vegetação natural, para efeito desta Lei, é toda vegetação constituída de espécies autóctones, primárias ou que se encontre em diferentes estágios de regeneração.

Art. 203. O Poder Público Municipal, juntamente com a coletividade, promoverá a proteção da fauna local, vedando práticas que coloquem em

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risco a sua função ecológica, que provoquem a extinção de espécies e que

submetam os animais à crueldade.

§ 1º - A função ecológica de uma espécie é definida pelas relações tróficas estabelecidas com populações de outras espécies e sua relação com o meio físico em que vive.

§ 2º - A extinção é o desaparecimento de populações de uma espécie em uma determinada área geográfica ou comunidade.

§ 3º - Práticas de caça, apanha, uso, perseguição, mau trato, confinamento e criação em locais não apropriados constituem crueldade aos animais.

§ 4º- Em caso de uma espécie exótica recém introduzida, que venha colocar em risco a saúde e integridade do ecossistema, a mesma poderá ser objeto de

controle, regulamentado em legislação ambiental específica.

§ 5º - Ficam proibidas a introdução de espécimes da fauna e flora silvestre ou exótica, bem como modificações no meio ambiente, sem autorização dos órgãos competentes, devidamente regulamentada por legislação ambiental

específica.

Art. 204. A integração e conservação dos remanescentes de vegetação natural serão feitas por meio de corredores ecológicos que interliguem dois ou mais segmentos do ecossistema original.

Art. 205. Na recomposição das formações florestais, deve-se considerar a composição florística das formações originais associadas aos ecossistemas

correspondentes, incluindo-se as espécies de valor alimentício para a fauna.

Art. 206. São consideradas áreas de proteção obrigatórias do Sistema de Áreas Verdes do Município de Crato, além das previstas na Lei Orgânica do Município de Crato, no Código Florestal Estadual e Federal, os remanescentes de vegetação natural cuja preservação tenha sido justificada pelo Órgão

Municipal do Meio Ambiente.

Art. 207. A Prefeitura Municipal de Crato, poderá criar ou incentivar a criação de Unidades de Conservação para preservar e conservar espécimes da fauna silvestre e da flora locais e seus habitats naturais, ninhos, abrigos e

criadouros, por meio da elaboração de plano de manejo adequado.

Art. 208. A preservação dos remanescentes de vegetação natural em áreas particulares será incentivada por meio de:

I - permuta de área;

II - transferência do potencial construtivo;

III - desapropriação;

IV - incentivo fiscal por meio de isenção ou redução do imposto imobiliário.

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Art. 209. O recurso hídrico é um componente vital ao sistema ecológico,

portanto, caberá ao Órgão Municipal do Meio Ambiente, promover ações que garantam sua preservação.

Art. 210. Caberá o Órgão Municipal do Meio Ambiente, expedir as normas técnicas relativas à aplicação destes requisitos legais.

Art. 211. Consideram-se áreas de interesse ambiental os bosques de matas nativas que possuam exemplares representativos da flora do Município de

Crato, que visem a preservação de águas existentes, do habitat da fauna, da estabilidade dos solos, da proteção paisagística e manutenção da distribuição equilibrada dos maciços vegetais.

Art. 212. Visando a proteção dos exemplares de vegetação típica dos ecossistemas existentes no Município de Crato, bem como da vegetação

nativa associada a esta, o Poder Público Municipal instituirá grupo de trabalho multisetorial visando à discussão de normas municipais de restrição

e incentivo aos exemplares de floresta associada, inventário das populações existentes, licenciamento ambiental municipal e outras questões afins.

Capítulo VII

Da Arborização Urbana

Art. 213. A vegetação arbórea e arbustiva existente ou que venha a existir em áreas pertencentes ao Município de Crato é considerada Patrimônio Público

de relevante importância para a qualidade de vida da população.

Art. 214. A proteção, conservação, manejo e monitoramento de associações, formações vegetais ou de árvores isoladas, no Município de Crato, ficam sujeitos às prescrições da presente Lei, desde que obedecidos os princípios da

Constituição Federal e as disposições contidas na Legislação Federal, Estadual e Municipal.

Art. 215. O Órgão Municipal do Meio Ambiente é responsável pelo controle e execução da implantação, manutenção e remoção de árvores e arbustos

localizados em áreas urbanas de seu domínio, devendo possui pessoal treinado e equipado para este fim.

Seção I

Da Vegetação Arbórea

Art. 216. Cabe ao Órgão Municipal do Meio Ambiente autorizar corte da

vegetação nativa, localizada no interior de seu perímetro. Sendo que a sua execução só poderá ocorrer após a emissão de laudo técnico, nos seguintes casos:

I - quando o estado sanitário da árvore justificar;

II - quando a árvore, ou parte dela, apresentar risco iminente de queda;

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III - quando a árvore constituir risco à segurança nas edificações, sem que

haja outra solução para o problema;

IV - quando a árvore estiver causando danos comprovados ao patrimônio público ou privado, não havendo alternativas para solução do problema;

V - quando o plantio irregular ou a propagação espontânea de espécies impossibilitar o desenvolvimento adequado de árvores vizinhas;

VI - quando se tratar de espécie invasora, tóxica ou inadequada, com propagação prejudicial comprovada;

VII - quando da implantação de empreendimentos, reformas ou benfeitorias, públicos ou privados, não existir solução técnica comprovada que evite a necessidade da extração ou corte, caso em que se exigirá o transplante ou a

reposição.

§ 1º - Na autorização para supressão de vegetação arbórea a que se refere este artigo será indicada a reposição adequada para cada caso.

§ 2º - A reposição florestal obrigatória obedecerá a legislação municipal vigente.

§ 3º - Na hipótese do empreendedor não possuir área para reposição a florestal obrigatória ou por opção do mesmo, este poderá recolher ao FUMDAM o valor referente a 20 URMs por muda compensatória a ser

plantada, cobrindo este valor os custos de implantação, acompanhamento e monitoramento das mesmas.

§ 4º - As reposições indicadas são de cumprimento obrigatório, cuja inobservância constitui infração sujeita a multa e a embargo da obra ou do

empreendimento.

Art. 217. O pedido de autorização de corte ou poda de árvore, deverá ser efetuado mediante solicitação prévia do(s) proprietário(s) do imóvel ou seu(s) representante(s) legal(is) em formulário padrão fornecido pelo Órgão

Municipal do Meio Ambiente, acompanhado da Certidão Atualizada do imóvel em até noventa dias.

Parágrafo único - É vedada a poda excessiva ou drástica, a não ser em situações que a exijam, devendo, então, tal necessidade estar discriminada na autorização.

Art. 218. O manejo de árvores exóticas no perímetro urbano será precedido de autorização ambiental.

Art. 219. Causar danos, derrubar ou extrair sem autorização ou causar morte às árvores constitui infração passível de multa.

§ 1º - A multa será atenuada:

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I - em 1/3, se o dano causado às árvores não for suficiente para comprometer

a sobrevivência do espécime;

II - em 1/2, se houver a pronta reparação do dano pelo infrator, mediante constatação pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente.

§ 2º - A multa será agravada pelo triplo se o dano corte ou derrubada:

I - atingir árvore declarada imune ao corte;

II - atingir vegetação protegida por legislação específica, excetuando o caso previsto na alínea anterior;

III - atingir vegetação pertencente às Unidades de Conservação do Município.

Art. 220. Os projetos de Engenharia Civil cuja implantação implique em alterações dos recursos florísticos deverão, obrigatoriamente, serem examinados pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Art. 221. Quando se tratar de loteamentos e/ou desmembramentos, os projetos deverão ser previamente analisados pelo Órgão Municipal do Meio

Ambiente para definir diretrizes quanto às áreas de preservação ou conservação de exemplares agrupados ou isolados.

Parágrafo Único - Os projetos técnicos que embasam estes procedimentos de licenciamento ambiental envolvendo parcelamento de solo na forma de

desmembramentos, deverão indicar em plantas os recursos naturais existentes.

Art. 222. Os loteamentos deverão ser entregues com a arborização das vias públicas concluída, segundo Memorial Descritivo e Projeto previamente

aprovado pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Art. 223. As áreas verdes situadas em terrenos integrantes de áreas considerados de preservação permanente, quando impactadas deverão ser recuperadas.

§ 1º - Em caso de depredação, além das penalidades previstas nesta Lei, a recuperação da área será de responsabilidade do proprietário ou possuidor do

terreno, quando este der causa ao evento por ação ou omissão, mediante apresentação de projeto técnico realizado por profissional habilitado.

§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior, o proprietário ou possuidor manterá isolada e interditada a área até que seja considerada refeita ou colocará em ação outra forma de recuperação desde que disposta em projeto técnico

realizado por profissional habilitado.

Art. 224. É proibida a comercialização de plantas de relevante interesse ambiental ou parte delas, oriundas de seus ambientes naturais.

Art. 225. Poderá ser autorizado o corte de exemplares de espécies da flora nativa ameaçadas de extinção, nos seguintes casos:

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I - quando o risco à vida ou ao patrimônio for comprovado por meio de laudo

técnico;

II - de exemplares localizados em áreas urbanas consolidadas e devidamente licenciados com comprovada inexistência de alternativas;

III - necessários para a realização de pesquisas científicas;

IV - nos casos de utilidade pública.

Parágrafo Único - Entende-se por utilidade pública, nos termos da Resolução CONAMA 369/2006:

a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;

b) as obras essenciais de infra-estrutura destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia;

c) as atividades de pesquisa e extração de substâncias minerais, outorgadas pela autoridade competente, exceto areia, argila, saibro e cascalho;

d) a implantação de área verde pública em área urbana;

e) pesquisa arqueológica;

f) obras públicas para implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados;

g) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos privados de aqüicultura, obedecidos os critérios e requisitos previstos em Resoluções do CONAMA.

Seção II

Das Normas Para a Arborização Urbana

Art. 226. Serão criadas normas que, visando o planejamento e ordenamento da arborização urbana, possibilitarão elaborar planos de arborização que definirão as espécies a serem mantidas ou implantadas, principalmente em vias que mereçam atenção especial, tais como as vias centrais, vias de acesso

e vias com fluxo de turistas.

Parágrafo Único - A criação destas normas deverá ser submetida à apreciação do COMDEMA.

Art. 227. O plantio e replantio de árvores nos passeios públicos do Município de Crato poderá ser executado pela população, desde que autorizado pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente de acordo com as normas e com as

espécies definidas para arborização elaborada pelo Município de Crato.

Art. 228. A poda de ramos e galhos de árvores e arbustos em áreas pertencentes ao Município de Crato poderá ser autorizada nos seguintes casos:

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I - quando os ramos estiverem prejudicando o tráfego de pedestres e veículos,

devendo ser podados somente os ramos que causam transtornos;

II - quando os ramos estiverem mortos ou em adiantado processo de desvitalização;

III - para fins estéticos, visando a harmonizar a copa, devendo ser realizada através de pequenos desbastes;

IV - quando os ramos estiverem colocando em perigo o patrimônio público ou privado, ou a segurança do cidadão;

V - quando os ramos estiverem oferecendo risco de danos à rede elétrica ou rompimento de cabos de telefone;

VI - para redução de copa visando a maior passagem de luz solar ou melhorar a visualização de estabelecimentos comerciais.

Art. 229. Os tipos de podas adotados no Município de Crato deverão ser:

I - poda de condução de mudas, para que formem a copa em altura superior a 2,50 metros do solo, evitando interferências com pedestres e veículos;

II - poda em “V” e poda em furo poderão ser efetuadas nas árvores de porte elevado que convivam com fiação da rede de distribuição secundária de energia e fiação telefônica, desde que autorizado pelo Órgão Municipal do

Meio Ambiente.

§ 1º - Para a realização das podas, deverão ser usados instrumentos apropriados, como tesoura de podar, podão, moto serras, serrotes e similares.

§ 2º - As podas drásticas poderão ser realizadas desde que fique comprovado, tecnicamente, ser a única alternativa para solucionar o disposto nos incisos de I a VI do Art. 228.

Art. 230. As solicitações de podas por parte da população em áreas pertencentes ao Município de Crato, deverão serem encaminhadas por escrito

ao Órgão Municipal do Meio Ambiente.

§ 1º - O Órgão Municipal do Meio Ambiente deverá manter a disposição da população, formulário padrão para requerimento de serviços de poda.

§ 2º - Os cidadãos podem requerer serviços de poda independentemente das árvores ou arbustos estarem localizados em frente às suas residências.

Art. 231. É vedada a poda de raízes em árvores de arborização pública sem autorização do Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Art. 232. O corte raso de árvores e arbustos em áreas pertencentes ao Município de Crato poderá ser autorizado nos seguintes casos:

I - quando a árvore chegar ao fim do seu ciclo de vital ou estiver fortemente desvitalizada;

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II - defronte a terrenos a serem edificados, quando o corte for indispensável à

realização da obra, não havendo alternativa locacional;

III - quando a árvore apresentar risco iminente de queda;

IV - quando a árvore estiver causando relevante dano ao patrimônio público ou privado;

V - quando a espécie estiver em local inadequado às suas características morfofisiológicas.

Art. 233. Em situações emergenciais que envolvam segurança pública, onde seja necessária a poda ou extração, dispensa-se a autorização ao Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e às concessionárias de serviços públicos de energia elétrica, telecomunicações e saneamento.

Parágrafo Único - Os órgãos referidos no caput deverão justificar por escrito o

Órgão Municipal do Meio Ambiente, em três dias, a intervenção efetuada, sob pena de multa.

Art. 234. As despesas decorrentes da reposição de espécimes suprimidos irregularmente, inclusive decorrentes de acidentes de trânsito, correrão por conta do responsável pela infração, sem prejuízo das demais sanções legais

cabíveis.

Art. 235. Os projetos de infra-estrutura urbana (água, esgoto, eletrificação, telefonia ou equivalente) e de sistema viário deverão ser compatibilizados com a arborização e áreas verdes existentes.

Parágrafo Único - Os projetos referidos neste artigo deverão ser submetidos à análise e parecer do Órgão Municipal do Meio Ambiente, que exigirá a

adequação dos projetos e obras às necessidades de preservar a arborização existente.

Art. 236. O uso do logradouro público ajardinado, como praças e parques, por particulares para colocação de barracas ou qualquer outra estrutura,

eventos de qualquer natureza, está condicionado à autorização do Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Seção III

Da Proteção da Arborização Urbana

Art. 237. Não poderão ser lançados resíduos domésticos ou industriais nos

canteiros da arborização urbana.

Art. 238. Empresa(s) prestadora(s) de serviço de energia elétrica, telefonia fixa e TV a cabo e outras que utilizem cabeamento aéreo deverão observar distância segura das árvores de modo a garantir a sua preservação.

Art. 239. É vedada a fixação de qualquer objeto que comprometa o estado sanitário das árvores ou provoque dano à mesma.

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Art. 240. Qualquer exemplar ou pequenos conjuntos da flora poderão ser

declarados imunes ao corte ou supressão, mediante ato da autoridade municipal competente, por motivo de sua localização, raridade, beleza ou condição de porta-semente.

Art. 241. As árvores declaradas imunes aos cortes, mediante apresentação de projeto técnico poderão ser transplantadas para outro local, mediante

autorização ambiental.

Art. 242. Será obrigatória, nos projetos de edificações, reformas e ampliações residenciais, comerciais ou industriais a serem analisados pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, a indicação da localização das árvores

existentes.

Parágrafo Único - O proprietário do imóvel ou o empreendedor ficará responsável pela proteção das árvores já existentes.

Capítulo VIII

Da Fauna

Art. 243. A política sobre a fauna silvestre do Município de Crato tem por finalidade seu uso adequado e racional, com base nos conhecimentos

taxonômicos, biológicos e ecológicos, visando à melhoria da qualidade de vida da sociedade e compatibilização do desenvolvimento sócio-econômico com a preservação do ambiente e do equilíbrio ecológico.

Art. 244. As espécies animais silvestres autóctones, bem como as

migratórias, em qualquer fase de seu desenvolvimento, seus ninhos, abrigos, criadouros naturais, habitats e ecossistemas necessários à sua sobrevivência são bens públicos de uso restrito, sendo sua utilização a qualquer título

estabelecida pela presente Lei.

Art. 245. É proibida a utilização, perseguição, destruição, caça, pesca, apanha, captura, coleta, extermínio, depauperação, mutilação e manutenção em cativeiro e em semicativeiro de exemplares da fauna silvestre, por meios

diretos ou indiretos, bem como o seu comércio e de seus produtos e subprodutos, a menos que autorizado na forma da Lei.

Art. 246. É proibida a introdução, transporte, posse e utilização de espécies de animais silvestres não autóctones no Município de Crato, salvo as autorizadas pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, com rigorosa

observância à integridade física, biológica e sanitária dos ecossistemas, pessoas, culturas e animais do território municipal.

Art. 247. A existência de animais domésticos no território do Município de Crato, sem finalidade comercial, somente será permitida se não for imprópria,

nociva ou ofensiva à saúde, à segurança e ao bem-estar da população.

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Art. 248. O Órgão Municipal do Meio Ambiente, em conjunto com o

COMDEMA, colaborarão com órgãos federais e estaduais na proteção da fauna.

Seção I

Dos Maus Tratos aos Animais

Art. 249. É proibido praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir e mutilar animais silvestres, domésticos, nativos ou exóticos.

Parágrafo Único - Entende-se como ato de abuso, maus-tratos e assemelhados o uso exagerado, excessivo, injusto e desrespeitoso, independente de haver dano físico;

Art. 250. Considera-se como agravantes, castigos violentos como maus tratos ao animal na cabeça, baixo ventre ou pernas.

Seção II

Dos Animais Silvestres

Art. 251. É expressamente proibido o uso de visgos, atiradeiras, fundas, bodoques, baladeira, armas de fogo, alçapões e assemelhados, sob pena de apreensão destes instrumentos pela fiscalização.

Art. 252. É vedada a introdução, o transporte e a retirada de espécies de animais silvestres para local onde não ocorram naturalmente, bem como introdução de espécies exóticas no Município de Crato sem autorização dos

órgãos competentes.

Art. 253. São proibidos, salvo em situações excepcionais, a juízo do órgão responsável e da legislação pertinente, a criação, a manutenção e o alojamento de espécies exóticas.

Art. 254. As áreas que apresentarem relevante importância ambiental para reprodução de animais silvestres ameaçados de extinção, não poderão ser

urbanizadas, ou utilizadas de modo a causar danos a vida silvestre.

Seção III

Do Manejo da Fauna

Art. 255. A introdução de animais silvestres regionais em segmentos de ecossistemas naturais existentes no Município de Crato, que compreendem

as áreas de preservação permanente, reservas legais, remanescentes de vegetação natural e unidades de conservação, só será permitida com autorização do Órgão Municipal do Meio Ambiente.

§ 1º- A permissão a que se refere o caput somente será expedida após estudos sobre a capacidade de suporte do ecossistema.

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§ 2º- Para efeito do caput, a Administração Pública incentivará a pesquisa

científica sobre ecologia de populações de espécies da fauna silvestre regional.

Art. 256. É proibida a introdução de animais exóticos em segmentos de ecossistemas naturais existentes no Município de Crato, compreendendo-se as áreas de preservação permanente, reservas legais, remanescentes de

vegetação natural, unidades de conservação e corpos d’água.

Art. 257. É proibido o abandono de qualquer espécime da fauna silvestre, ou exótica, domesticada ou não, e de animais domésticos ou de estimação nos parques urbanos, praças, áreas de preservação permanente e demais logradouros públicos municipais.

Art. 258. São protegidos os pontos de pouso de aves migratórias.

Subseção I

Da Pesquisa.

Art. 259. Caberá à Prefeitura Municipal de Crato, formalizar parcerias com instituições de pesquisa, para elaborar e divulgar o levantamento das espécies silvestres de ocorrência nos segmentos de ecossistemas naturais e artificiais do Município de Crato.

Parágrafo Único - A realização de pesquisa científica, estudo e coleta de material biológico nas unidades de conservação e parques municipais,

dependerão de prévia autorização do Órgão Municipal do Meio Ambiente e demais órgãos competentes e, ao final de seus trabalhos, a instituição deverá

fornecer uma cópia do seu relatório para o Órgão Municipal do Meio Ambiente, que o incorporará ao Banco de Dados Ambiental.

Subseção II

Do Comércio e Criação de Animais

Art. 260. É proibido o comércio, sob qualquer forma, de espécimes da fauna silvestre, bem como produtos e objetos oriundos de sua caça, perseguição, mutilação, destruição ou apanha.

§ 1º - Excetua-se do disposto neste artigo, o comércio de espécimes e produtos provenientes de criadouros comerciais ou jardins zoológicos devidamente legalizados, desde que não oriundos de caça, perseguição,

mutilação, destruição ou apanha.

Art. 261. É proibida qualquer forma de divulgação ou propaganda que estimule ou sugira a prática do ato de caçar, aprisionar, perseguir ou maltratar os animais, ou que induza ao consumo de sub-produtos, ou objetos

provenientes da fauna silvestre brasileira.

Art. 262. Na área urbana do Município de Crato, independentemente da autorização estadual ou federal, será exigida a autorização do Órgão Municipal do Meio Ambiente para a instalação de criatórios, guarda ou posse

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de animais silvestres, exóticos ou aquáticos, ainda que para atividades

comerciais, desportivas ou de lazer.

§ 1º - Processos administrativos, solicitando a autorização para a criação, posse ou guarda de animal somente serão expedidos após a vistoria de técnico do Órgão Municipal do Meio Ambiente no local, e o laudo técnico constatar as condições mínimas de higiene, segurança, bem-estar e demais

requisitos técnicos necessários à qualidade do meio ambiente local a ser impactado pela presença do animal.

§ 2º - Não será expedida a autorização referida no caput, quando o animal em questão causar incômodo à vizinhança, desconforto ou perturbação do

sossego público.

§ 3º - Consideram-se incômodos à vizinhança, desconforto ou perturbação do sossego público, produzido direta ou indiretamente pelo animal ou criatório, na emissão de sons, odores ou resíduos.

§ 4º - A autorização, eventualmente concedida pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, poderá ser revogada a qualquer tempo, uma vez constatada

qualquer desconformidade com o disposto nesta Lei, caso em que o Órgão Municipal do Meio Ambiente interditará o local.

§ 5º - Qualquer animal encontrado em desconformidade com o disposto nesta Lei poderá ser apreendido pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente que dará a

eles o destino cabível.

§ 6º - O Executivo Municipal regulamentará os procedimentos necessários ao cumprimento deste artigo, inclusive quanto à destinação dos animais apreendidos, que poderão ser encaminhados para guarda de pessoas ou instituições reconhecidamente envolvidas com a preservação da vida animal.

Art. 263. É proibida a instalação de pocilgas, estábulos, cocheiras, granjas, canil e estabelecimentos congêneres na área urbana consolidada.

§ 1º - Entende-se por área urbana consolidada aquela legalmente definida como urbana pelo Poder Público Municipal, que possua densidade demográfica superior a cinco mil habitantes por km² e cumpra, no mínimo, quatro dos seguintes equipamentos de infra-estrutura urbana:

a) malha viária com canalização de águas pluviais;

b) rede de abastecimento de água;

c) rede de esgoto;

d) distribuição de energia elétrica e iluminação pública;

e) recolhimento de resíduos sólidos urbanos;

f) tratamento de resíduos sólidos urbanos.

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§ 2º - A inobservância da proibição contida no caput constitui infração sujeita

à apreensão dos animais, interdição e multa.

§ 3º - Só serão permitidos estábulos para eqüinos, com autorização do Órgão Municipal do Meio Ambiente, que será precedida do necessário laudo técnico.

Art. 264. É proibida a alimentação voluntária de pombos na área urbana do Município de Crato, sujeitando-se o infrator à multa e à apreensão dos alimentos que seriam destinados aos mesmos.

Art. 265. Em área urbana do Município de Crato, independentemente da quantidade, é proibida a criação dos seguintes gêneros e espécies de animais:

I - suínos;

II - bovinos;

II - abelhas.

Parágrafo Único - A relação constante deste artigo não é exaustiva, podendo ser ampliada pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, por meio de portaria.

Art. 266. É proibida a permanência de animais, soltos ou amarrados, nos parques, praças, vias públicas, áreas de lazer e esporte, terrenos baldios públicos ou privados e demais logradouros públicos da área urbana do Município de Crato.

§ 1º- Os cães só serão permitidos nestes locais, desde que conduzidos

amarrados com guia, enforcador e focinheira, quando de médio ou grande porte, e guia e peitoral, quando de pequeno porte, e seu responsável traga consigo os equipamentos necessários para recolhimento dos dejetos de seus

animais.

§ 2º - Excetuam-se à regra do parágrafo anterior, os cães-guias a serviço de deficientes visuais.

Subseção III

Do Controle de Zoonoses e Vetores

Art. 267. O Poder Executivo Municipal adotará programa de prevenção e monitoramento, com o objetivo de controlar zoonoses, vetores e animais

peçonhentos, contemplando, entre outros:

I - controle de raiva e outras zoonoses, por meio do Centro de Zoonose, com permanentes controles de natalidade, conforme recomendado pela Organização Mundial de Saúde e pela captura de animais errantes;

II - combate de vetores e seus criadouros no meio urbano, notadamente da dengue e da febre amarela;

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III - controle de populações de roedores e animais peçonhentos, por meio de

saneamento ambiental, destinação adequada de entulhos e resíduos, limpeza de terrenos, córregos, galerias de esgoto e galerias pluviais;

IV - educação e conscientização para a posse responsável de animais.

Art. 268. Os estabelecimentos residenciais, comerciais e industriais que produzam, comercializem ou reciclem pneus, recipientes plásticos, garrafas, vidros, vasos, ferro-velho, material de construção e recipientes que possam

acumular água e se tornar criadouros de vetores, são obrigados a mantê-los protegidos de chuva.

Parágrafo Único - O funcionamento de ferro velho, sucatas, e locais que trabalhem com resíduo reciclável são passiveis de licenciamento ambiental;

Art. 269. Cabe aos proprietários de imóveis urbanos ou rurais, situados no Município de Crato, erradicar os focos de insetos nocivos encontrados dentro de sua propriedade.

Capítulo IX

Dos Loteamentos e Construções

Art. 270. A elaboração de diretrizes urbanísticas deverá ser precedida das diretrizes ambientais, emitidas pelo Sistema Municipal de Meio Ambiente.

Parágrafo Único - As diretrizes ambientais devem estabelecer os critérios necessários para garantir a conservação dos recursos naturais, bem como exigir medidas preventivas e mitigadoras da poluição e, quando couber,

determinar estudos de impacto de vizinhança.

Art. 271. Serão estabelecidas restrições de uso nos seguintes casos:

I - várzeas;

II - serras, serrotes e encostas com declividade superior a 45º, associados a solos pouco profundos, exposição rochosa ou pedregosidade, e o seu entorno,

definido de acordo com as condições locais;

III - entorno de Parques, remanescentes de vegetação natural e de Unidades de Conservação;

IV - áreas especificadas no Zoneamento Ambiental.

§ 1º - As áreas referidas no inciso II, quando autorizado o seu uso, deverão ser recuperadas com o plantio de espécies nativas.

§ 2º - Na emissão das diretrizes ambientais, para os projetos e empreendimentos localizados nas áreas descritas neste artigo, o Órgão Municipal do Meio Ambiente e a Secretaria do Planejamento determinarão as

restrições pertinentes.

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Art. 272. Nos projetos de parcelamento do solo, que apresentem áreas de

interesse ambiental ou paisagístico, serão exigidas medidas convenientes à sua defesa.

Art. 273. Todos os projetos de loteamentos, condomínios, conjuntos habitacionais, distritos industriais e arruamentos e onde mais couber,

deverão incluir o projeto de arborização urbana e tratamento paisagístico das áreas verdes e de lazer, a ser submetido à aprovação do Órgão Municipal do

Meio Ambiente, mediante apresentação de Projeto Técnico elaborado por profissional habilitado e acompanhado da Anotação de Responsabilidade Técnica – ART.

Parágrafo Único - Os empreendimentos deverão ser entregues com a arborização de ruas e avenidas concluídas e áreas verdes e de lazer tratadas

paisagisticamente, com aprovação prévia dos projetos técnicos pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente.

Art. 274. Caberá o Órgão Municipal do Meio Ambiente, definir o Sistema de Áreas Verdes de cada empreendimento, em função de remanescências

florestais e do seu estágio de regeneração ou degradação, da existência de Áreas de Preservação Permanentes, de várzeas, de faixas de drenagem e das demais características físicas da circunvizinhança da gleba.

§ 1º - Existindo no empreendimento Áreas de Preservação Permanentes, conforme descrito em legislação ambiental pertinente, estas não poderão, a

critério do Executivo Municipal, ser parcialmente englobadas no conjunto de áreas verdes do loteamento, limitadas à contribuição de 15 % do total das

áreas verdes do mesmo.

§ 2º - As áreas verdes dos loteamentos e afins poderão abrigar a instalação de bacias para contenção de cheias, que deverão ser revestidas com vegetação rasteira resistente a encharcamentos, podendo estas serem computadas na

porcentagem destinada às Áreas Verdes, desde que não impliquem na derrubada de vegetação arbórea nativa.

§ 3º - A inclusão de canteiros centrais de avenidas como Áreas Verdes de loteamentos e demais formas de parcelamento do solo só será admitida, a critério do Executivo Municipal, quando apresentarem largura mínima de 2,5

metros.

§ 4º - As Áreas Institucionais não poderão estar projetadas, sob nenhuma hipótese, em Áreas de Preservação Permanentes.

Seção Única

Das Proibições

Art. 275. É proibido, sob pena de multa:

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I - cortar, extrair, remover, matar, danificar ou usar inadequadamente a

vegetação de porte arbóreo do Município, por qualquer modo ou meio, salvo os casos permitidos nesta Lei;

II - pintar, pichar, fixar pregos, faixas, fios elétricos, cartazes, anúncios ou similares, na vegetação de porte arbóreo, para qualquer fim;

III - podar ou extrair árvores para colocação de luminosos, letreiros, out-doors ou elementos de comunicação visual similares;

IV - desviar águas de lavagem com substâncias nocivas, para os canteiros arborizados, ou lançar substâncias nocivas nos canteiros;

V - plantar árvores em canteiros centrais de avenidas, rotatórias, praças, áreas verdes e demais logradouros públicos, em desacordo com as normas

estabelecidas pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente;

VI - danificar as mudas plantadas nos passeios públicos, áreas verdes e de lazer, áreas institucionais e demais áreas de uso público;

VII - depositar resíduos domésticos ou industriais, entulhos, materiais de construção e resíduos de jardim nos caules de árvores, canteiros centrais de avenidas, praças, parques e demais áreas verdes municipais.

VIII - o trânsito ou o estacionamento de veículos de qualquer natureza sobre os passeios, canteiros, praças e jardins públicos, com exceção dos veículos

utilizados pela Administração Pública, destinados aos serviços de manutenção e no caso de eventos culturais ou de interesse social

devidamente autorizado pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente;

Art. 276. É proibida a edificação de interesse privado, nas áreas verdes do Município de Crato.

Parágrafo Único - A inobservância do disposto no caput deste artigo sujeita o infrator à interdição, apreensão e demolição.

TÍTULO VII DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

Capítulo Único

Dos Servidores Fiscais e da Ação Fiscalizadora

Art. 277. A fiscalização das normas ambientais previstas nesta Lei e os regulamentos delas decorrentes serão exercidos pelos órgãos municipais de acordo com as competências e atribuições regimentais, estatutárias ou delegadas que lhes forem conferidas.

§1º – Os atos administrativos decorrentes da ação fiscalizadora ambiental serão praticados por servidores municipais e/ou técnico habilitado mediante

convênio ou termo de cooperação técnica.

§2º – Aos servidores fiscais, no exercício de suas funções, é assegurado livre acesso e permanência nas dependências dos locais fiscalizados, podendo,

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quando necessário, requisitar força policial para garantir a realização e a

segurança da ação fiscalizadora.

TÍTULO VIII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 278. À Procuradoria Geral do Município de Crato caberá a defesa dos interesses referentes à Tutela Ambiental, Defesa dos Interesses Difusos e do

Patrimônio Natural, Histórico, Cultural, Paisagístico, Arquitetônico e Urbanístico como forma de apoio técnico-jurídico à implantação dos objetivos desta Lei e demais normas ambientais vigentes.

Art. 279. Poderá ser instituído pelo município, prêmio de mérito ambiental para incentivar a pesquisa e apoiar os inventores e introdutores de inovações

tecnológicas que visem proteger o meio ambiente e também em homenagem àqueles que se destacarem em defesa do meio ambiente.

Art. 280. Fica autorizado o Órgão Municipal do Meio Ambiente a expedir normas técnicas, padrões e critérios aprovados pelo Conselho Municipal de

Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA, destinados a complementar esta Lei e seus regulamentos.

Art. 281. As despesas necessárias ao cumprimento da presente Lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias.

Art. 282. Deverão ser previstos na dotação orçamentária do Órgão Municipal do Meio Ambiente e dos demais órgãos relacionados, os recursos financeiros

necessários à implementação desta Lei.

Art. 283. Todas as situações e fatos ambientais que se encontrem ou se encontrarem em desacordo com o que dispõe esta Lei, ou contrarie seus princípios, mas não estejam previstos em texto legal, serão gerenciados pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente, que estabelecerá os procedimentos a

serem seguidos pelos interessados e fixará prazos para a sua observância

Art. 284. O Poder Executivo regulamentará a presente Lei, no que couber, estabelecendo as normas técnicas, padrões e critérios definidos com base em estudos e propostas realizados pelo Órgão Municipal do Meio Ambiente e

demais órgãos integrantes do Sistema Municipal do Ambiente e os demais procedimentos para licenciamento, controle e fiscalização, necessários à implementação do disposto nesta Lei.

Art. 285. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Paço da Prefeitura Municipal, em 07 de outubro de 2010.

SAMUEL VILAR DE ALENCAR ARARIPE.

Prefeito Municipal de Crato