lei do trabalho 127550

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    LEI DO TRABALHO

    A dinmica da situao social, econmica, e politica exige a conformao do quadrojurdico-legal que disciplina o trabalho, o emprego e a segurana social. Nestes termos,ao abrigo do disposto no No. l do artigo 179 da Constituio da Repblica, aAssembleia da Repblica determina:

    CAPTULO IDisposies gerais

    Seco IObjecto e mbito

    Artigo 1(Objecto)

    A presente lei define os princpios gerais e estabelece o regime jurdico aplicvel srelaes individuais e colectivas de trabalho subordinado, prestado por conta alheia emediante remunerao.

    Artigo 2(mbito de aplicao)

    1. A presente lei aplica-se s relaes jurdicas de trabalho subordinado estabelecidasentre empregadores e trabalhadores nacionais e estrangeiros, de todos os ramos deactividade, que exeram a sua actividade no pas.

    2. Esta lei aplica-se tambm s relaes jurdicas de trabalho constitudas entre pessoascolectivas de direito pblico e os seus trabalhadores, desde que estes nao sejamfuncionrios do Estado ou cuja relao nao seja regulada por legislao especifica.

    3. So reguladas por legislao especfica:a) As relaes jurdicas de trabalho dos funcionrios do Estado;b) As relaes jurdicas de pessoas ao servio de Autarquias Locais

    4. A presente lei aplica-se ainda, com as necessrias adaptaes, s associaes, ONG's e aosector cooperativo, no que respeita aos trabalhadores assalariados.

    Artigo 3(Regimes especiais)

    1. So regidas por legislao especial as relaes de:a) Trabalho domstico;b) Trabalho no domiclio;c) Trabalho mineiro;

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    d) Trabalho porturio;e) Trabalho martimo;f) Trabalho rural;g) Trabalho artstico;h) Trabalho desportivo;

    i) Trabalho de segurana privada;j) Trabalho em regime de empreitada;k) Trabalho em regime livre;l) Trabalho em regime de avena.

    2. As relaes de trabalho previstas no nmero anterior, bem como as de outrossectores cujas actividades requeiram regimes especiais, so reguladas pela presente lei,em tudo o que se mostrar adaptado sua natureza e caractersticas particulares.

    Seco IIPrincpios gerais

    Subseco IPrincpios fundamentais

    Artigo 4(Princpios e interpretao do direito do trabalho)

    1. A interpretao e aplicao das normas da presente lei obedece, entre outros, aoprincpio do direito ao trabalho, da estabilidade no emprego e no posto de trabalho, daalterao das circunstncias e da no discriminao em razo da orientao sexual, raa

    ou de se ser portador de HIV/SIDA.2. Sempre que entre uma norma da presente lei ou de outros diplomas que regulam asrelaes de trabalho houver uma contradio, prevalece o contedo que resultar dainterpretao conforme com os princpios aqui definidos.

    3. A violao culposa de qualquer princpio definido na presente lei torna nulo e denenhum efeito o acto jurdico praticado nessas circunstncias, sem prejuzo daresponsabilidade civil e criminal do infractor.

    Subseco II

    Proteco da dignidade do trabalhador

    Artigo 5(Direito privacidade)

    1. O empregador obriga-se a respeitar os direitos de personalidade do trabalhador, emespecial, o direito reserva da intimidade da vida privada.

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    2. O direito privacidade diz respeito ao acesso e divulgao de aspectos relacionadoscom a vida ntima e pessoal do trabalhador, tais como os atinentes vida familiar,afectiva, sexual, estado de sade, convices polticas e religiosas.

    Artigo 6

    (Proteco de dados pessoais)

    1. O empregador no pode exigir ao trabalhador, no acto de contratao ou naexecuo do contrato de trabalho, a prestao de informaes relativas sua vidaprivada, excepto quando particulares exigncias inerentes natureza da actividadeprofissional o exijam, por fora da lei ou dos usos de cada profisso, e seja fornecida,por escrito, a respectiva fundamentao.

    2. A utilizao dos ficheiros e dos acessos informticos relativos aos dados pessoais docandidato a emprego ou trabalhador ficam sujeitos legislao especfica.

    3. Os dados pessoais do trabalhador obtidos pelo empregador sob reserva deconfidencialidade, bem como qualquer informao cuja divulgao violaria aprivacidade daquele, no podem ser fornecidos a terceiros sem o consentimento dotrabalhador, salvo se razes legais assim o determinarem.

    Artigo 7(Testes e exames mdicos)

    1. O empregador pode, para efeitos de admisso ou de execuo do contrato, exigir aocandidato a emprego ou trabalhador a realizao ou apresentao de testes ou exames

    mdicos, para comprovao da sua condio fsica ou psquica, salvo disposio legalem contrrio.

    2. O mdico responsvel pelos testes ou exames mdicos no pode comunicar aoempregador, qualquer outra informao seno a que disser respeito capacidade oufalta desta para o trabalho.

    Artigo 8(Meios de vigilncia a distncia)

    1. O empregador no deve utilizar os meios de vigilncia a distncia no local de

    trabalho, mediante a utilizao de equipamento tecnolgico, com a finalidade decontrolar o desempenho profissional do trabalhador.

    2. O disposto no nmero anterior no abrange as situaes que se destinem protecoe segurana de pessoas e bens, bem como quando a sua utilizao integre o processoprodutivo, devendo, neste caso, o empregador informar ao trabalhador sobre aexistncia e finalidade dos referidos meios.

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    Artigo 9

    (Direito confidencialidade)

    1. A correspondncia do trabalhador, de natureza pessoal, efectuada por qualquer meio

    de comunicao privada, designadamente cartas e mensagens electrnicas, inviolvel,salvo nos casos expressamente previstos na lei.2. O empregador pode estabelecer regras e limites de utilizao das tecnologias deinformao na empresa, nomeadamente do correio electrnico e acesso internet, ouvedar por completo o seu uso para fins pessoais.

    Subseco IIIProteco da maternidade e da paternidade

    Artigo 10(Proteco da maternidade e da paternidade)

    1. O Estado garante a proteco aos pais ou tutores no exerccio da sua funo social demanuteno, educao e cuidados de sade dos filhos, sem prejuzo da sua realizaoprofissional.

    2. So garantidos me trabalhadora, ao pai ou tutor, direitos especiais relacionadoscom a maternidade, a paternidade e o cuidado dos filhos na sua infncia.

    3. O exerccio dos direitos previstos nesta subseco pela trabalhadora grvida,purpera ou lactente, depende da informao do respectivo estado ao empregador,

    podendo este solicitar os meios comprovativos do mesmo.4. Considera-se, para efeitos do gozo dos direitos da presente subseco:

    a) Trabalhadora grvida: toda a trabalhadora que informe, por escrito, aoempregador do seu estado de gestao;b) Trabalhadora purpera: toda a trabalhadora parturiente e durante um prazo desessenta dias imediatamente a seguir ao parto, desde que informe, por escrito, aoempregador do seu estado;c) Trabalhadora lactante: toda a trabalhadora que amamenta o filho e informa oempregador do seu estado, por escrito.

    Artigo 11(Direitos especiais da mulher trabalhadora)

    1. So assegurados trabalhadora, durante o perodo da gravidez e aps o parto, osseguintes direitos:

    a) No realizar, sem diminuio da remunerao, trabalhos que sejam clinicamentedesaconselhveis ao seu estado de gravidez;

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    b) No prestar trabalho nocturno, excepcional ou extraordinrio, ou ser transferidado local habitual de trabalho, a partir do terceiro ms de gravidez, salvo a seupedido ou se tal for necessrio para a sua sade ou a do nascituro;c) Interromper o trabalho dirio para aleitao da criana, em dois perodos de meiahora, ou num s perodo de uma hora, em caso de horrio de trabalho contnuo,

    num e noutro caso sem perda de remunerao, at ao mximo de um ano;d) No ser despedida, sem justa causa, durante a gravidez e at um ano aps o parto.

    2. proibido ao empregador ocupar mulheres em trabalhos que sejam prejudiciais sua sade ou sua funo reprodutora.3. A mulher trabalhadora deve ser respeitada e qualquer acto contra a sua dignidade punido por lei.

    4. Os trabalhadores que no local de trabalho praticarem actos que atentem contra adignidade de uma mulher trabalhadora sero sujeitos a procedimento disciplinar.

    5. vedado ao empregador despedir, aplicar sanes ou por qualquer forma prejudicara mulher trabalhadora por motivo de alegada discriminao ou de excluso.

    6. So consideradas faltas justificadas, no determinando a perda de quaisquer direitos,salvo quanto remunerao, as ausncias ao trabalho da trabalhadora, at 30 dias porano, para prestar assistncia a filhos menores, em caso de doena ou acidente.

    Artigo 12(Licena por maternidade e paternidade)

    1. A trabalhadora tem direito, alm das frias normais, a uma licena por maternidadede sessenta dias consecutivos, a qual pode ter incio 20 dias antes da data provvel doparto, podendo o seu gozo ser consecutivo.

    2. A licena de sessenta dias, referida no nmero anterior, aplica-se tambm aos casosde parto a termo ou prematuro, independentemente de ter sido um nado vivo ou umnado morto.

    3. Nas situaes de risco clnico para a trabalhadora ou para o nascituro, impeditivo doexerccio da actividade, a trabalhadora goza do direito a licena, anterior ao parto, pelo

    perodo de tempo necessrio para prevenir o risco, fixado por prescrio mdica, semprejuzo da licena por maternidade, prevista no n. 1 deste preceito.

    4. Em caso de internamento hospitalar da me ou da criana durante o perodo delicena a seguir ao parto, este perodo suspenso, mediante comunicao datrabalhadora ao empregador, pelo tempo de durao do internamento.

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    5. O pai tem direito a uma licena por paternidade de 1 dia, de 2 em 2 anos, que deveser gozada no dia imediatamente a seguir ao nascimento do filho.

    6. O trabalhador que pretenda gozar a licena por paternidade deve informar, porescrito, ao empregador, prvia ou posteriormente ao nascimento do filho.

    CAPTULO IIFontes de direito do trabalho

    Artigo 13(Fontes de direito do trabalho)

    1. So fontes de direito do trabalho a Constituio da Repblica, os actos normativosemanados da Assembleia da Repblica e do Governo, os tratados e convenesinternacionais, bem como os instrumentos de regulamentao colectiva de trabalho.

    2. Constituem fontes de direito do trabalho os usos laborais de cada profisso, sector deactividade ou empresa, que no forem contrrios lei e ao princpio da boa f, exceptose os sujeitos da relao individual ou colectiva de trabalho convencionarem a suainaplicabilidade.

    Artigo 14(Cdigos de boa conduta)

    1. O disposto no nmero um do artigo anterior no obsta a que os sujeitos da relaode trabalho possam estabelecer cdigos de boa conduta.

    2. Os cdigos de boa conduta e os regulamentos internos no constituem fonte dedireito.

    Artigo 15(Instrumentos de regulamentao colectiva de trabalho)

    1. Os instrumentos de regulamentao colectiva de trabalho podem ser negociais e nonegociais.

    2. Os instrumentos de regulamentao colectiva de trabalho negociais so a conveno

    colectiva, o acordo de adeso e a deciso arbitral voluntria.

    3. As convenes colectivas podem constituir-se sob a forma de:a)Acordo de empresa: quando subscrita por uma organizao ou associao sindicale um s empregador para uma s empresa;b)Acordo colectivo: quando outorgada por uma organizao ou associao sindicale uma pluralidade de empregadores para vrias empresas;

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    c) Contrato colectivo: quando celebrada entre associaes sindicais e associaes deempregadores.

    4. O acordo de adeso corresponde adopo, no todo ou em parte, de uminstrumento de regulamentao colectiva de trabalho em vigor numa empresa,

    mediante a subscrio deste por ambos os sujeitos da relao colectiva de trabalho

    5. A deciso arbitral a determinao tomada por rbitro ou rbitros, que vincula aspartes de um conflito emergente de uma relao de trabalho.

    6. O instrumento de regulamentao colectiva de trabalho no negocial a decisoarbitral obrigatria.

    Artigo 16(Hierarquia das fontes de direito do trabalho)

    1. As fontes de direito superiores prevalecem sempre sobre as fontes hierarquicamenteinferiores, excepto quando estas, sem oposio daquelas, estabeleam tratamento maisfavorvel ao trabalhador.

    2. Quando numa disposio da presente lei se estabelece que a mesma pode ser afastadapor instrumento de regulamentao colectiva de trabalho, no significa que o possa serpor clusula de contrato individual de trabalho.

    Artigo 17(Princpio do tratamento mais favorvel)

    1. As disposies da presente lei s podem ser afastadas por instrumentos deregulamentao colectiva de trabalho e por contratos de trabalho, quando estesestabeleam condies mais favorveis para o trabalhador.

    2. O disposto no nmero anterior no se aplica quando as normas desta lei no opermitirem, nomeadamente quando sejam normas imperativas.

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    CAPTULO IIIRelao individual de trabalho

    Seco IDisposies gerais

    Artigo 18(Noo de contrato de trabalho)

    Entende-se por contrato de trabalho o acordo pelo qual uma pessoa, trabalhador, seobriga a prestar a sua actividade a outra pessoa, empregador, sob a autoridade edireco desta, mediante remunerao.

    Artigo 19(Presuno da relao jurdica de trabalho)

    1. Presume-se existente a relao jurdica de trabalho sempre que o trabalhador esteja aprestar actividade remunerada, com conhecimento e sem oposio do empregador, ouquando aquele esteja na situao de subordinao econmica deste.

    2. Relao de trabalho todo o conjunto de condutas, direitos e deveres estabelecidosentre empregador e trabalhador, relacionados com a actividade laboral ou serviosprestados ou que devam ser prestados, e com o modo como essa prestao deve serefectivada.

    Artigo 20(Contratos equiparados ao contrato de trabalho)

    1. Consideram-se contratos equiparados ao contrato de trabalho os contratos deprestao de servio que, embora realizados com autonomia, colocam o prestadornuma situao de subordinao econmica perante o empregador.2. So nulos, e convertidos em contratos de trabalho, os contratos de prestao deservio celebrados para a realizao de actividades correspondentes a vagas do quadroda empresa.

    Artigo 21(Trabalho em regime livre e de avena)

    1. O empregador pode ter, fora dos seus quadros, trabalhadores em regime livre e deavena.

    2. Constitui trabalho em regime livre a actividade ou tarefa que no preenche operodo normal de trabalho, mas seja realizada dentro dele.

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    3. Considera-se trabalho em regime de avena a prestao de tarefas ou actividades queno integram o normal processo produtivo ou de servio, nem preencham o perodonormal de trabalho.

    Seco II

    Sujeitos da relao individual de trabalho

    Artigo 22(Capacidade para o trabalho)

    1. A capacidade para celebrar contratos de trabalho rege-se pelas regras gerais do direitoe pelas normas especiais constantes da presente lei.

    2. Nos casos em que seja exigvel carteira profissional, o contrato de trabalho s vlido mediante a apresentao da mesma, nos termos estabelecidos no nmeroseguinte e em legislao especfica.

    3. O contrato de trabalho celebrado em desobedincia ao regime estabelecido nesteartigo, havido por nulo e de nenhum efeito.

    Artigo 23(Trabalho de menores)

    1. O empregador deve, em coordenao com o organismo sindical competente, adoptarmedidas tendentes a proporcionar ao menor condies de trabalho adequadas suaidade, sade, segurana, educao e formao profissional, prevenindo quaisquer danos

    ao seu desenvolvimento fsico, psquico e moral.2. O empregador no deve ocupar o menor, com idade inferior a dezoito anos, emtarefas insalubres, perigosas ou as que requeiram grande esforo fsico, definidas pelasautoridades competentes, aps consulta s organizaes sindicais e de empregadores.

    3. O perodo normal de trabalho do menor cuja idade esteja compreendida entrequinze e dezoito anos, no exceder trinta e oito horas semanais e o mximo de sete

    horas dirias.

    Artigo 24

    (Exame mdico prvio)

    1. O menor s pode ser admitido a trabalho depois de submetido a exame mdico, parase conhecer da sua robustez fsica, sade mental e aptido para o trabalho em que serocupado, sendo obrigatria a apresentao do respectivo atestado de aptido para otrabalho.

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    2. O atestado de aptido pode ser passado para um trabalho ou um conjunto detrabalhos ou ocupaes que impliquem riscos similares para a sade, conforme aclassificao feita pela autoridade competente.

    Artigo 25

    (Inspeco mdica)

    1. A aptido do menor para o trabalho deve ser objecto de inspeco mdica anual,podendo a Inspeco do Trabalho requisitar os exames mdicos daquele, com vista acertificar se os trabalhos a que o menor est obrigado, pela sua natureza ou pelascondies em que os mesmos so prestados, so prejudiciais idade, condio fsica,moral ou mental do menor.

    2. Nos casos em que os trabalhos sejam prestados em condies especialmente perigosaspara a sade ou moral do menor, este deve ser transferido para outro posto de trabalho.

    3. No sendo possvel a transferncia prevista no nmero anterior, o menor poderrescindir o contrato de trabalho com justa causa, mediante indemnizao calculada nostermos do artigo 128 da presente lei.

    4. Os exames mdicos do menor referidos neste e no preceito anterior no constituemencargo para o mesmo ou sua famlia, sendo realizados por conta do empregador.

    Artigo 26(Admisso ao trabalho)

    1. O empregador s pode admitir ao trabalho o menor que tenha completado quinzeanos de idade, mediante autorizao do seu representante legal.

    2. Por diploma conjunto, os Ministros do Trabalho, da Sade e da Educao definiro anatureza e condies em que, excepcionalmente, a prestao de trabalho pode serrealizada por menores de idade compreendida entre doze e quinze anos.

    Artigo 27(Celebrao de contrato de trabalho)

    1. O contrato de trabalho celebrado directamente com o menor com idadecompreendida entre doze e quinze anos s vlido mediante autorizao, por escrito,do seu representante legal.

    2. A oposio do representante legal do menor ou a revogao da autorizao, previstano nmero anterior, pode ser declarada a todo o tempo, tornando-se eficaz decorridoum prazo no superior a trinta dias.

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    3. O trabalhador-estudante tem direito a ausentar-se do servio durante o perodo deprestao de provas de exame, sem perda de remunerao, devendo comunicar aoempregador com antecedncia de, pelo menos, 7 dias.

    Subseco IV

    (Trabalhador emigrante)

    Artigo 30(Trabalhador emigrante)

    1. No mbito do direito livre circulao de pessoas e da sua fixao em territrioestrangeiro, o trabalhador emigrante tem direito proteco das autoridades nacionaiscompetentes.

    2. O trabalhador emigrante tem os mesmos direitos, oportunidades e deveres dosdemais trabalhadores do pas estrangeiro onde presta a sua actividade, no quadro dosacordos governamentais celebrados na base de independncia, respeito mtuo,reciprocidade de interesses e relaes harmoniosas entre os respectivos povos.

    3. Compete ao Estado definir, no mbito das suas relaes externas com outros pases,o regime jurdico do trabalho migratrio.

    4. Ao Estado e s instituies pblicas ou privadas cabe criar e manter emfuncionamento os servios apropriados e encarregues de proporcionar ao trabalhadoremigrante informao sobre os seus direitos e obrigaes no estrangeiro, as facilidadesde deslocao, bem como os direitos e garantias no regresso ao seu pas.

    Subseco V(Trabalhador estrangeiro)

    Artigo 31(Trabalhador estrangeiro)

    1. O empregador deve criar condies para a integrao de trabalhadoresmoambicanos qualificados nos postos de trabalho de maior complexidade tcnica e emlugares de gesto e administrao da empresa.

    2. O trabalhador estrangeiro, que exera uma actividade profissional no territriomoambicano, tem o direito igualdade de tratamento e oportunidades relativamenteaos trabalhadores nacionais, no quadro das normas e princpios de direito internacionale em obedincia s clusulas de reciprocidade acordadas entre a Repblica deMoambique e qualquer outro pas.

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    3. Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, pode o Estado moambicano reservarexclusivamente a cidados nacionais determinadas funes ou actividades que seenquadrem nas restries ao seu exerccio por cidado estrangeiro, nomeadamente emrazo do interesse pblico.4. O empregador, nacional ou estrangeiro, pode ter ao seu servio, ainda que realize

    trabalho no subordinado, trabalhador estrangeiro mediante a autorizao do Ministrodo Trabalho ou das entidades a quem este delegar, excepto nos casos previstos nonmero seguinte.

    5. O empregador consoante o tipo de classificao de empresa previsto no artigo 34 dapresente lei pode ter ao seu servio trabalhador estrangeiro, mediante comunicao aoMinistro do Trabalho ou a quem este delegar, de acordo com as seguintes quotas:

    a) 5% da totalidade dos trabalhadores, nas grandes empresas;b) 8% da totalidade dos trabalhadores, nas mdias empresas;c) 10% da totalidade dos trabalhadores, nas pequenas empresas.

    6. Em projectos de investimento aprovados pelo Governo, nos quais se preveja acontratao de trabalhadores estrangeiros em percentagem inferior ou superior prevista no nmero anterior, no exigvel a autorizao de trabalho bastando, para oefeito, a comunicao ao Ministrio do Trabalho, no prazo de 15 dias, aps a suaentrada no pas.

    Artigo 32(Restries contratao de trabalhador estrangeiro)

    1. Sem prejuzo das disposies legais que concedam autorizao de entrada e

    permanncia a cidados estrangeiros, vedada a contratao destes quando tenhamentrado no pas mediante visto diplomtico, de cortesia, oficial, turstico, de visitante,de negcios ou de estudante.

    2. O trabalhador estrangeiro, com residncia temporria, no deve permanecer emterritrio nacional findo o perodo de vigncia do contrato em virtude do qual entrouem Moambique.

    3. O regime constante desta subseco aplica-se ao trabalho do aptrida em territriomoambicano.

    Artigo 33(Condies para contratao de trabalhador estrangeiro)

    1. O trabalhador estrangeiro deve possuir as qualificaes acadmicas ou profissionaisnecessrias e a sua admisso s pode efectuar-se desde que no haja nacionais quepossuam tais qualificaes ou o seu nmero seja insuficiente.

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    2. A contratao de trabalhador estrangeiro, nos casos em que carece de autorizao doMinistro do Trabalho, faz-se mediante requerimento do empregador, indicando a suadenominao, sede e ramo de actividade, a identificao do trabalhador estrangeiro acontratar, as tarefas a executar, a remunerao prevista, a qualificao profissionaldevidamente comprovada e a durao do contrato, devendo este revestir a forma escrita

    e cumprir as formalidades previstas em legislao especfica.

    3. Os mecanismos e procedimentos para contratao de cidados de nacionalidadeestrangeira sero regulados em legislao especfica.

    Subseco VI(Empresas)

    Artigo 34(Tipos de empresas)

    1. Para efeitos da presente lei, considera-se:a) Grande empresa: a que emprega mais de 100 trabalhadores;b)Mdia empresa: a que emprega mais de 10 at ao mximo de 100 trabalhadores;c)Pequena empresa: a que emprega at 10 trabalhadores.

    2. As pequenas empresas podem requerer, para efeitos de aplicao da presente lei, apassagem para o regime das mdias e grandes empresas.

    3. Para efeitos do disposto no n. 1 deste artigo, o nmero de trabalhadorescorresponde mdia dos existentes no ano civil antecedente.

    4. No primeiro ano de actividade, o nmero de trabalhadores reportar-se- ao do dia doincio de actividade.

    Artigo 35(Pluralidade de empregadores)

    1. O trabalhador pode, celebrando um nico contrato, obrigar-se a prestar trabalho avrios empregadores, desde que entre estes exista uma relao ou que mantenham entresi uma estrutura organizativa comum.

    2. Para aplicao do disposto no nmero anterior, tm de verificar-se,cumulativamente, os seguintes requisitos:

    a) O contrato de trabalho deve constar de documento escrito, em que se indique aactividade a que o trabalhador se obriga, o local e o perodo normal de trabalho;b) A identificao de todos os empregadores;c) A identificao do empregador que representa os demais no cumprimento dosdeveres e no exerccio dos direitos emergentes do contrato de trabalho.

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    3. Os empregadores beneficirios da prestao de trabalho so solidariamenteresponsveis pelo cumprimento das obrigaes emergentes do contrato de trabalhocelebrado nos termos dos nmeros anteriores.

    Seco IIIFormao do contrato de trabalho

    Artigo 36(Promessa de contrato de trabalho)

    1. As partes podem celebrar contrato-promessa de trabalho que s vlido se constarde documento escrito no qual se exprima, de forma inequvoca, a vontade dopromitente ou promitentes de obrigar-se a celebrar o contrato de trabalho definitivo, aespcie de trabalho a prestar e a respectiva remunerao.

    2. O incumprimento da promessa de trabalho d lugar a responsabilidade civil nostermos gerais do direito.

    3. No se aplica promessa de trabalho o disposto no art. 830. do Cdigo Civil.

    Artigo 37(Contrato de trabalho de adeso)

    1. O empregador pode manifestar a sua vontade contratual atravs do regulamentointerno de trabalho ou cdigo de boa conduta e, por parte do trabalhador, pela sua

    adeso expressa ou tcita ao referido regulamento.2. Presume-se que o trabalhador adere ao regulamento interno de trabalho quandocelebra contrato de trabalho escrito, onde se especifique a existncia de regulamentointerno de trabalho na empresa.

    3. A presuno afastada quando o trabalhador ou o seu representante legal sepronuncie, por escrito, contra o regulamento, no prazo de trinta dias, a contar doincio da execuo do contrato de trabalho ou da data de publicao do regulamento, seesta for posterior.

    Artigo 38(Forma do contrato de trabalho)

    1. O contrato individual de trabalho est sujeito a forma escrita, devendo ser datado eassinado por ambas as partes e conter as seguintes clusulas:

    a) Identificao do empregador e do trabalhador;

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    b) Categoria profissional, tarefas ou actividades acordadas;c) Local de trabalho;d) Durao do contrato e condies da sua renovao;e) Montante, forma e periodicidade de pagamento da remunerao;f) Data de incio da execuo do contrato de trabalho;

    g) Indicao do prazo estipulado e do seu motivo justificativo, em caso decontrato a prazo;h) Data da celebrao do contrato e, sendo a prazo certo, a da sua cessao.

    2. Para efeitos da al. g) do nmero anterior, a indicao da causa justificativa daaposio do prazo deve fazer-se mencionando expressamente os factos que o integram,estabelecendo-se a relao entre a justificao invocada e o termo estipulado.

    3. O contrato de trabalho a prazo certo no est sujeito a forma escrita, quando tenhapor objecto tarefas de execuo com durao no superior a noventa dias.

    4. Esto sujeitos a forma escrita, nomeadamente:

    a) Contrato-promessa de trabalho;b) Contrato de trabalho a prazo certo de durao superior a noventa dias;c) Contrato de trabalho com pluralidade de empregadores;d) Contrato de trabalhador estrangeiro, salvo disposio legal em contrrio;e) Contrato de trabalho a tempo parcial;f) Contrato de cedncia ocasional de trabalhadores;g) Contrato em comisso de servio;h) Contrato de trabalho no domiclio;

    i) Contrato de trabalho em regime de empreitada.

    5. Na falta da expressa indicao da data de incio da sua execuo, considera-se que ocontrato de trabalho vigora desde a data da sua celebrao.

    6. A falta de forma escrita do contrato de trabalho no afecta a sua validade nem osdireitos adquiridos pelo trabalhador, e presume-se imputvel ao empregador, que ficaautomaticamente sujeito a todas as suas consequncias legais.

    Artigo 39

    (Clusulas acessrias)1. Ao contrato de trabalho pode ser aposta, por escrito, condio ou termo suspensivoe resolutivo, nos termos gerais do direito.

    2. As clusulas acessrias referentes ao termo resolutivo determinam o prazo certo ouincerto da durao do contrato de trabalho.

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    Artigo 40(Celebrao do contrato a prazo certo)

    1. O contrato de trabalho a prazo certo s pode ser celebrado para a realizao detarefas temporrias e pelo perodo estritamente necessrio para o efeito.

    2. So necessidades temporrias, entre outras:a) A substituio de trabalhador que, por qualquer razo, esteja temporariamenteimpedido de prestar a sua actividade;b) A execuo de tarefas que visem responder ao aumento excepcional ou anormalda produo, bem como a realizao de actividade sazonal;c) A execuo de actividades que no visem a satisfao de necessidadespermanentes do empregador;d) A execuo de uma obra, projecto ou outra actividade determinada e temporria,incluindo a execuo, direco e fiscalizao de trabalhos de construo civil, obraspblicas e reparaes industriais, em regime de empreitada;e) A prestao de servios em actividades complementares s previstas na alneaanterior, nomeadamente a subcontratao e a terciarizao de servios;f) A execuo de actividades no permanentes.

    3. Consideram-se necessidades permanentes do empregador as vagas previstas noquadro de pessoal da empresa ou as que, mesmo no estando previstas no quadro depessoal, correspondam ao ciclo normal de produo ou funcionamento da empresa.

    Seco IVDurao da relao de trabalho

    Artigo 41(Durao do contrato de trabalho)

    1. O contrato de trabalho pode ser celebrado por tempo indeterminado ou a prazocerto ou incerto.

    2. Presume-se celebrado por tempo indeterminado o contrato de trabalho em que nose indique a respectiva durao, podendo o empregador ilidir essa presuno mediante acomprovao da temporalidade ou transitoriedade das tarefas ou actividades queconstituam o objecto do contrato de trabalho.

    Artigo 42(Limites ao contrato a prazo certo)

    1. O contrato de trabalho a prazo certo celebrado por um perodo no superior a doisanos, podendo ser renovado por duas vezes, mediante acordo das partes, sem prejuzodo regime das pequenas e mdias empresas.

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    2. Considera-se celebrado por tempo indeterminado o contrato de trabalho a prazocerto em que sejam excedidos os perodos da sua durao mxima ou o nmero derenovaes previstas no nmero anterior, podendo as partes optar pelo regime do n.4 do presente artigo.

    3. As pequenas e mdias empresas podero livremente celebrar contratos a prazo certo,nos primeiros 10 anos da sua actividade.

    4. A celebrao de contratos a prazo certo, fora dos casos especialmente previstos noartigo 40 desta lei, ou em violao dos limites previstos neste preceito, confere aotrabalhador direito indemnizao nos termos do artigo 128 da presente lei.

    Artigo 43(Renovao do contrato a prazo certo)

    1. O contrato de trabalho a prazo certo renova-se, no final do prazo estabelecido, pelotempo que as partes nele tiverem estabelecido expressamente.

    2. Na falta da declarao expressa a que se refere o nmero anterior, o contrato detrabalho a prazo certo renova-se por perodo igual ao inicial, salvo estipulaocontratual em contrrio.

    3. Considera-se como nico o contrato de trabalho a prazo certo cujo perodoinicialmente acordado seja renovado nos termos do n. 1 do presente artigo.

    Artigo 44(Contrato a prazo incerto)

    A celebrao do contrato de trabalho a prazo incerto s admitida nos casos em queno seja possvel prever com certeza o perodo em que cessar a causa que o justifica,designadamente nas situaes previstas no n. 2 do art. 40 da presente lei.

    Artigo 45(Denncia do contrato a prazo incerto)

    1. A produo de efeitos da denncia a que se refere o nmero seguinte depende dodecurso do prazo a que a mesma est sujeita, devendo, em todo o caso, verificar-se aocorrncia do facto a que as partes atriburam eficcia extintiva.

    2. Se o trabalhador contratado a prazo incerto permanecer ao servio do empregadoraps a data da produo dos efeitos da denncia ou, na falta desta, decorridos 7 diasaps o regresso do trabalhador substitudo, ou em caso de cessao do contrato de

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    trabalho por concluso da actividade, servio, obra ou projecto para que tenha sidocontratado, considera-se contratado por tempo indeterminado.

    Seco VPerodo probatrio

    Artigo 46(Noo)

    1. O perodo probatrio corresponde ao tempo inicial de execuo do contrato cujadurao obedece ao estipulado no artigo seguinte.

    2. No decurso do perodo probatrio, as partes devem agir no sentido de permitir aadaptao e conhecimento recproco, por forma a avaliar o interesse na manuteno docontrato de trabalho.

    Artigo 47(Durao do perodo probatrio)

    1. O contrato de trabalho por tempo indeterminado pode estar sujeito a um perodoprobatrio que no exceder a:

    a) 90 dias para os trabalhadores no previstos na alnea seguinte;b) 180 dias para os tcnicos de nvel mdio e superior e os trabalhadores queexeram cargos de chefia e direco .

    2. O contrato de trabalho a prazo pode estar sujeito a um perodo probatrio que no

    exceder a:a) 90 dias nos contratos a prazo certo com durao superior a um ano, reduzindo-seesse perodo a 30 dias nos contratos com prazo compreendido entre 6 meses e 1ano;b) 15 dias nos contratos a prazo certo com durao at 6 meses;c) 15 dias nos contratos a termo incerto quando a sua durao se preveja igualou superior a 90 dias.

    Artigo 48(Reduo ou excluso do perodo probatrio)

    1. A durao do perodo probatrio pode ser reduzida por instrumento deregulamentao colectiva de trabalho ou por contrato individual de trabalho.

    2. Na falta de estipulao, por escrito, do perodo probatrio, presume-se que as partespretenderam exclui-lo do contrato de trabalho.

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    Artigo 49(Contagem do perodo probatrio)

    1. O perodo probatrio conta-se a partir do incio da execuo do contrato detrabalho.

    2. Durante o perodo probatrio, no se consideram, para efeitos de avaliao dotrabalhador, os dias de faltas, ainda que justificadas, de licena ou de dispensa, bemcomo os de suspenso contratual, sem prejuzo do direito remunerao, antiguidade efrias do trabalhador.

    Artigo 50(Denncia do contrato no perodo probatrio)

    1. No decurso do perodo probatrio, salvo estipulao em contrrio, qualquer daspartes pode denunciar o contrato sem necessidade de invocao de justa causa e semdireito a indemnizao.

    2. Para efeitos do disposto no nmero anterior, qualquer dos contratantes obriga-se adar um aviso prvio, por escrito, contraparte, com antecedncia mnima de sete dias.

    Seco VIInvalidade do contrato de trabalho

    Artigo 51(Invalidade do contrato de trabalho)

    1. So nulas as clusulas do contrato individual de trabalho, do instrumento deregulamentao colectiva de trabalho ou de outras fontes laborais que contrariem asdisposies imperativas da presente lei ou de outra legislao vigente na Repblica deMoambique.

    2. A nulidade ou anulao parcial do contrato de trabalho no determina a invalidadede todo o contrato, salvo quando se mostre que este no teria sido concludo sem aparte viciada.

    3. As clusulas nulas so supridas pelo regime estabelecido nos preceitos aplicveis desta

    lei e de outra legislao em vigor no pas.

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    Artigo 52(Regime de invocao da invalidade)

    1. O prazo para invocar a invalidade do contrato de trabalho de seis meses, contadosa partir da data da sua celebrao, excepto quando o objecto do contrato seja ilcito,

    caso em que a invalidade invocvel a todo o tempo.

    2. O contrato de trabalho declarado nulo ou anulado produz todos os efeitos de umcontrato vlido, se chegar a ser executado e durante todo o tempo em que estiver emexecuo.

    Artigo 53(Convalidao do contrato de trabalho)

    1. O contrato de trabalho invlido considera-se convalidado desde o incio, se, durantea sua execuo, cessar a causa de invalidade.

    2. O disposto no nmero anterior no se aplica aos contratos com objecto ou fimcontrrio lei, ordem pblica ou ofensivo dos bons costumes, caso em que sproduzir efeitos quando cessar a respectiva causa de invalidade.

    Seco VIIDireitos e deveres das partes

    Subseco IDireitos das partes

    Artigo 54(Direitos do trabalhador)

    1. Ao trabalhador assegurada a igualdade de direitos no trabalho, independentementeda sua origem tnica, lngua, raa, sexo, estado civil, idade, nos limites fixados por lei,condio social, ideias religiosas ou polticas e filiao ou no num sindicato.

    2. No so consideradas discriminatrias as medidas que beneficiem certos gruposdesfavorecidos, nomeadamente em funo do sexo, capacidade de trabalho reduzida,deficincia ou doena crnica, com o objectivo de garantir o exerccio em condies

    equivalentes dos direitos previstos nesta lei e de corrigir uma situao factual dedesigualdade que persista na vida social.

    3. Ao trabalhador so reconhecidos direitos que no podem ser objecto de qualquertransaco, renncia ou limitao, sem prejuzo do regime da modificao doscontratos por fora da alterao das circunstncias.

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    4. Compete ao Estado assegurar a eficcia dos meios preventivos e coercivos queinviabilizem e penalizem civil e criminalmente toda a violao dos direitos dotrabalhador.

    5. Ao trabalhador , nomeadamente, reconhecido o direito a:

    a) Ter assegurado um posto de trabalho em funo das suas capacidades,preparao tcnico-profissional, necessidades do local de trabalho possibilidadesde desenvolvimento econmico nacional;

    b) Ter assegurada a estabilidade do posto de trabalho desempenhando as suasfunes, nos termos do contrato de trabalho, do instrumento deregulamentao colectiva de trabalho e da legislao em vigor;

    c) Ser tratado com correco e respeito, sendo punidos por lei os actos queatentem contra a sua honra, bom nome, imagem pblica, vida privada edignidade;

    d) Ser remunerado em funo da quantidade e qualidade do trabalho que presta;

    e) Poder concorrer para o acesso a categorias superiores, em funo da suaqualificao, experincia, resultados obtidos no trabalho, avaliaes e necessidadesdo local de trabalho;f) Ter assegurado o descanso dirio, semanal e frias anuais remuneradas;g) Beneficiar de medidas apropriadas de proteco, segurana e higiene notrabalho aptas a assegurar a sua integridade fsica, moral e mental;h) Beneficiar de assistncia mdica e medicamentosa e de indemnizao emcaso de acidente de trabalho ou doena profissional;i) Dirigir-se Inspeco do Trabalho ou aos rgos da jurisdio laboral,sempre que se vir prejudicado nos seus direitos;

    j) Associar-se livremente em organizaes profissionais ou sindicatos,

    conforme o previsto na Constituio da Repblica;k) Beneficiar das condies adequadas de assistncia em caso de incapacidade ena velhice, de acordo com a lei.

    Artigo 55(Antiguidade do trabalhador)

    1. A antiguidade do trabalhador, salvo disposio em contrrio, conta-se a partir dadata da sua admisso at cessao do respectivo contrato ou relao de trabalho.

    2. Conta para efeitos de antiguidade do trabalhador o tempo de:a) Perodo probatrio, sem prejuzo do disposto no artigo 49, n. 2 desta lei;b) Perodo de aprendizagem quando o aprendiz seja admitido ao servio nos termosdo artigo 249 da presente lei;c) Perodos de contrato de trabalho a prazo, quando prestados ao servio do mesmoempregador;d) Servio militar obrigatrio;e) Comisso de servio;

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    f) Licena com remunerao;g) Frias;h) Faltas justificadas;i) Suspenso preventiva em caso de processo disciplinar, desde que a decisofinal seja favorvel ao trabalhador;

    j) Priso preventiva se o processo terminar com a no acusao ou com a absolviodo trabalhador.

    Artigo 56(Prescrio de direitos emergentes do contrato de trabalho)

    1. Todo o direito resultante do contrato de trabalho e da sua violao ou cessaoprescreve no prazo de 6 meses, a partir do dia da sua cessao, salvo disposio legal emcontrrio.2. O prazo de prescrio suspende-se, quando o trabalhador ou o empregador tenhaproposto aos rgos competentes uma aco judicial ou processo de arbitragem peloincumprimento do contrato de trabalho.

    3. O prazo de prescrio tambm se suspende, por um perodo de 15 dias, nos seguintescasos:

    a) Quando o trabalhador tiver apresentado, por escrito, reclamao ou recursohierrquico junto da entidade competente da empresa;b) Quando o trabalhador ou o empregador tiver apresentado, por escrito,reclamao ou recurso junto do rgo da administrao do trabalho.

    4. Todos os prazos a que se refere a presente lei so contados em dias consecutivos de

    calendrio.

    Subseco IIDeveres das partes

    Artigo 57(Princpio da mtua colaborao)

    O empregador e o trabalhador devem respeitar e fazer respeitar as disposies da lei,dos instrumentos de regulamentao colectiva de trabalho e dos cdigos de boaconduta, e colaborar para a obteno de elevados nveis de produtividade na empresa,

    bem como para a promoo humana, profissional e social do trabalho.

    Artigo 58(Deveres do trabalhador)

    O trabalhador tem, em especial, os seguintes deveres:a) Comparecer ao servio com pontualidade e assiduidade;

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    b) Prestar o trabalho com zelo e diligncia;c) Respeitar e tratar com correco e lealdade o empregador, os superioreshierrquicos, os colegas de trabalho e demais pessoas que estejam ou entrem emcontacto com a empresa;d) Obedecer a ordens legais e a instrues do empregador, dos seus representantes

    ou dos superiores hierrquicos do trabalhador, e cumprir as demais obrigaesdecorrentes do contrato de trabalho, excepto as ilegais ou as que sejam contrriasaos seus direitos e garantias;e) Utilizar correctamente e conservar em boas condies os bens e equipamentos detrabalho que lhe forem confiados pelo empregador;f) Guardar sigilo profissional, no divulgando, em caso algum, informaesreferentes sua organizao, mtodos de produo ou negcios da empresa ouestabelecimento;g) No utilizar para fins pessoais ou alheios ao servio, sem a devida autorizao doempregador ou seu representante, os locais, equipamentos, bens, servios e meios

    de trabalho da empresa;h) Ser leal ao empregador, designadamente no negociando por conta prpria oualheia, em concorrncia com ele, bem como colaborando para a melhoria dosistema de segurana, higiene e sade no trabalho;i) Proteger os bens do local de trabalho e os resultantes da produo contraqualquer danificao, destruio ou perda.

    Artigo 59(Deveres do empregador)

    O empregador tem, em especial, os seguintes deveres:

    a) Respeitar os direitos e garantias do trabalhador cumprindo, integralmente, todasas obrigaes decorrentes do contrato de trabalho e das normas que o regem;b) Garantir a observncia das normas de higiene e segurana no trabalho, bemcomo investigar as causas dos acidentes de trabalho e doenas profissionais,adoptando medidas adequadas sua preveno;c) Respeitar e tratar com correco e urbanidade o trabalhador;d) Proporcionar ao trabalhador boas condies fsicas e morais no local de trabalho;e) Pagar ao trabalhador uma remunerao justa em funo da quantidade equalidade do trabalho prestado;f) Atribuir ao trabalhador uma categoria profissional correspondente s funes ou

    actividades que desempenha;g) Manter a categoria profissional atribuda ao trabalhador no a baixando, exceptonos casos expressamente previstos na lei ou nos instrumentos de regulamentaocolectiva de trabalho;h) Manter inalterado o local e o horrio de trabalho do trabalhador, salvo nos casosprevistos na lei, no contrato individual de trabalho ou nos instrumentos deregulamentao colectiva de trabalho;

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    i) Permitir ao trabalhador o exerccio de actividade sindical no o prejudicando peloexerccio de cargos sindicais;

    j) No obrigar o trabalhador a adquirir bens ou a utilizar servios fornecidos peloempregador ou por pessoa por ele indicada;k) No explorar, com fins lucrativos, refeitrios, cantinas, creches ou quaisquer

    outros estabelecimentos relacionados com o trabalho, fornecimento de bens ouprestao de servios aos trabalhadores.

    Subseco IIIPoderes do empregador

    Artigo 60(Poderes do empregador)

    Dentro dos limites decorrentes do contrato e das normas que o regem, compete aoempregador ou pessoa por ele designada, fixar, dirigir, regulamentar e disciplinar ostermos e as condies em que a actividade deve ser prestada.

    Artigo 61(Poder regulamentar)

    1. O empregador pode elaborar regulamentos internos de trabalho contendo normas deorganizao e disciplina do trabalho, os regimes de apoio social aos trabalhadores, autilizao de instalaes e equipamentos da empresa, bem como as referentes aactividades culturais, desportivas e recreativas, sendo, porm, obrigatrio para asmdias e grandes empresas.

    2. A entrada em vigor de regulamentos internos de trabalho, que tenham por objecto aorganizao e disciplina do trabalho , necessariamente, precedida de consulta aocomit sindical da empresa ou, na falta deste, ao rgo sindical competente, e estosujeitos comunicao ao rgo competente da administrao do trabalho.

    3. A entrada em vigor de regulamentos internos de trabalho que estabeleam novascondies de trabalho havida como proposta de adeso em relao aos trabalhadoresadmitidos em data anterior publicao dos mesmos.

    4. Os regulamentos internos de trabalho devem ser divulgados no local de trabalho,por forma a que os trabalhadores possam ter conhecimento adequado do respectivocontedo.

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    Artigo 62(Poder disciplinar)

    1. O empregador tem poder disciplinar sobre o trabalhador que se encontre ao seuservio, podendo aplicar-lhe as sanes disciplinares previstas no artigo seguinte.

    2. O poder disciplinar pode ser exercido directamente pelo empregador ou pelosuperior hierrquico do trabalhador, nos termos por aquele estabelecidos.

    Artigo 63(Sanes disciplinares)

    1. O empregador pode aplicar, dentro dos limites legais, as seguintes sanesdisciplinares:

    a) Admoestao verbal;b) Repreenso registada;c) Suspenso do trabalho com perda de remunerao, at ao limite de 10 dias porcada infraco e de 30 dias, em cada ano civil;d) Multa at 20 dias de salrio;e) Despromoo para a categoria profissional imediatamente inferior, por umperodo no superior a 1 ano;f) Despedimento

    2. No lcito aplicar quaisquer outras sanes disciplinares, nem agravar as previstasno nmero anterior, em instrumento de regulamentao colectiva ou no regulamentointerno de trabalho.

    3. Para alm da finalidade de represso da conduta do trabalhador, a aplicao dassanes disciplinares visa dissuadir o cometimento de mais infraces no seio daempresa, a educao do visado e a dos demais trabalhadores para cumprimentovoluntrio dos seus deveres.

    4. A aplicao da sano de despedimento no implica a perda dos direitos decorrentesda inscrio do trabalhador no sistema de segurana social se, data da cessao darelao laboral, reunir os requisitos para receber os benefcios correspondentes aqualquer um dos ramos do sistema.

    Artigo 64(Graduao das medidas disciplinares)

    1. A aplicao das medidas disciplinares, previstas nas alneas c) a f ) do n." 1 do artigoanterior, deve ser obrigatoriamente fundamentada podendo a deciso ser impugnadano prazo de 6 meses.

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    2. A medida disciplinar deve ser proporcional gravidade da infraco cometida eatender ao grau de culpabilidade do infractor, conduta profissional do trabalhador e,em especial, s circunstncias em que se produziram os factos.

    3. Pela mesma infraco disciplinar no pode ser aplicada mais do que uma sano

    disciplinar.

    4. No considerada como mais do que uma sano disciplinar a aplicao de umasano acompanhada do dever de reparao dos prejuzos causados pela conduta dolosaou culposa do trabalhador.

    5. A infraco disciplinar considera-se particularmente grave sempre que a sua prticaseja repetida, intencional, comprometa o cumprimento da actividade adstrita aotrabalhador, e provoque prejuzo ao empregador ou economia nacional, ou, porqualquer outra forma, ponha em causa a subsistncia da relao jurdica de trabalho.

    Artigo 65(Procedimento disciplinar)

    1. A aplicao de qualquer sano disciplinar, salvo as previstas nas alneas a) e b) do n.1 do artigo 63, deve ser precedida de prvia instaurao do processo disciplinar, quecontenha a notificao ao trabalhador dos factos de que acusado, a eventual respostado trabalhador e o parecer do rgo sindical, ambos a produzir nos prazos previstos naalnea b) do n." 2 do artigo 67 desta lei.

    2. A infraco disciplinar prescreve no prazo de 6 meses, a contar da data da ocorrncia

    da mesma, excepto se os factos constiturem igualmente crime caso em que soaplicveis os prazos prescricionais da lei penal.

    3. A sano disciplinar no pode ser aplicada sem a audio prvia do trabalhador.

    4. Sem prejuzo do recurso aos meios judiciais ou extrajudiciais, o trabalhador podereclamar junto da entidade que tomou a deciso ou recorrer para o superiorhierrquico da mesma, suspendendo-se o prazo prescricional, nos termos do artigo 56da presente lei.

    5. A execuo da sano disciplinar tem de ter lugar nos 90 dias subsequentes decisoproferida no processo disciplinar.

    Artigo 66(Infraces disciplinares)

    1. Considera-se infraco disciplinar todo o comportamento culposo do trabalhadorque viole os seus deveres profissionais, nomeadamente:

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    a) O incumprimento do horrio de trabalho ou das tarefas atribudas;b) A falta de comparncia ao trabalho, sem justificao vlida;c) A ausncia do posto ou local de trabalho no perodo de trabalho, sem a devidaautorizao;d) A desobedincia a ordens legais ou instrues decorrentes do contrato de

    trabalho e das normas que o regem;e) A falta de respeito aos superiores hierrquicos, colegas de trabalho e terceiros, oudo superior hierrquico ao seu subordinado, no local de trabalho ou nodesempenho das suas funes;f) A injria, ofensa corporal, maus tratos ou ameaa a outrem no local de trabalhoou no desempenho das suas funes;g) A quebra culposa da produtividade do trabalho;h) O abuso de funes ou a invocao do cargo para a obteno de vantagensilcitas;i) A quebra do sigilo profissional ou dos segredos da produo ou dos servios;

    j) O desvio, para fins pessoais ou alheios ao servio, de equipamentos, bens, serviose outros meios de trabalho ou a utilizao indevida do local de trabalho;l) A danificao, destruio ou deteriorao culposa de bens do local de trabalho;m) A falta de austeridade, o desperdcio ou esbanjamento dos meios materiais efinanceiros do local de trabalho;n) A embriaguez ou o estado de drogado e o consumo ou posse de droga no postoou local de trabalho ou no desempenho das suas funes;o) O furto, roubo, abuso de confiana, burla e outras fraudes praticadas no local detrabalho ou durante a realizao do trabalho;p) O abandono do lugar.

    2. O assdio, incluindo o assdio sexual, praticado no local de trabalho ou fora dele,que interfira na estabilidade no emprego ou na progresso profissional do trabalhadorofendido, constitui uma infraco disciplinar.

    3. Quando a conduta referida no nmero anterior seja praticada pelo empregador oupelo seu mandatrio, confere ao trabalhador ofendido o direito a ser indemnizado emvinte vezes o salrio mnimo, sem prejuzo de procedimento judicial, nos termos da leiaplicvel.

    Subseco IV

    Processo disciplinarArtigo 67

    (Despedimento por infraco disciplinar)

    1. O comportamento culposo do trabalhador que, pela sua gravidade e consequncias,torne imediata e praticamente impossvel a subsistncia da relao de trabalho, confereao empregador o direito de fazer cessar o contrato de trabalho por despedimento.

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    2. A aplicao da sano disciplinar, nos termos do artigo 65, n. 1 da presente lei, obrigatoriamente precedida da instaurao de processo disciplinar que integra asseguintes fases:

    a) fase de acusao: aps a data do conhecimento da infraco, o empregador tem30 dias, sem prejuzo do prazo de prescrio da infraco, para remeter aotrabalhador e ao rgo sindical existente na empresa uma nota de culpa, por escrito,contendo a descrio detalhada dos factos e circunstncias de tempo, lugar e mododo cometimento da infraco que imputada ao trabalhador;b) fase de defesa: aps a recepo da nota de culpa, o trabalhador pode responder,por escrito, e, querendo, juntar documentos ou requerer a sua audio oudiligncias de prova, no prazo de 15 dias, findo o qual o processo remetido aorgo sindical para emitir parecer, no prazo de 5 dias;c) fase de deciso: no prazo de 30 dias, a contar da data limite para a

    apresentao do parecer do rgo sindical, o empregador deve comunicar,por escrito, ao trabalhador e ao rgo sindical, a deciso proferida, relatandoas diligncias de prova produzida e indicando fundadamente os factos contidos nanota de culpa que foram dados como provados.

    3. O processo disciplinar pode ser precedido de um inqurito, que no exceder 90 dias,nomeadamente nos casos em que no seja conhecido o autor ou a infraco por elecometida, suspendendo-se o prazo de prescrio da infraco.

    4. Para todos os efeitos legais, o processo disciplinar considera-se iniciado a partir dadata da entrega da nota de culpa ao trabalhador.

    5. Com a notificao da nota de culpa, o empregador pode suspender preventivamenteo trabalhador sem perda de remunerao, sempre que a sua presena na empresa possaprejudicar o decurso normal do processo disciplinar.

    6. Se o trabalhador se recusar a receber a nota de culpa, deve o acto ser confirmado, naprpria nota de culpa, pela assinatura de dois trabalhadores, dos quais,preferentemente, um dever ser membro do rgo sindical existente na empresa.

    7. Em caso de processo disciplinar instaurado contra trabalhador ausente e em lugar

    desconhecido, que se presume ter abandonado o posto de trabalho, ou em caso derecusa de recepo da nota de culpa, deve ser lavrado um edital que, durante quinzedias, deve afixar-se num lugar de estilo na empresa, convocando o trabalhador parareceber a nota de culpa, e advertindo-lhe de que o prazo, para a defesa, conta a partir dadata da publicao do edital.

    8. proibido o chamamento de trabalhadores, para responder a processo disciplinar,atravs do jornal, revista ou quaisquer outros rgos de comunicao.

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    Artigo 68

    (Causas de invalidade do processo disciplinar)

    1. O processo disciplinar invlido sempre que:

    a) No for observada alguma formalidade legal, nomeadamente a falta dosrequisitos da nota de culpa ou da notificao desta ao trabalhador, a falta de audiodeste, caso a tenha requerido, a no publicao de edital na empresa, sendo casodisso, ou a falta de remessa dos autos ao rgo sindical, bem como a nofundamentao da deciso final do processo disciplinar;b) Se verifique a no realizao das diligncias de prova requeridas pelo trabalhador;c) Houver violao dos prazos de prescrio da infraco disciplinar, da resposta nota de culpa ou de tomada de deciso;

    2. As causas de invalidade do processo disciplinar, previstas neste artigo, com excepoda prescrio da infraco do procedimento disciplinar e da violao do prazo dacomunicao da deciso, podem ser sanadas at ao encerramento do processodisciplinar ou at 10 dias aps o seu conhecimento.

    3. Sem prejuzo do que decorre do regime da comunicabilidade das provas, oprocedimento disciplinar independente dos processos-crime e cvel, para efeitos deaplicao das sanes disciplinares.

    4. Constitui nulidade insuprvel, em processo disciplinar, a impossibilidade de defesado trabalhador arguido, por no lhe ter sido dado conhecimento da nota de culpa, porvia de notificao pessoal ou edital, sempre que for caso disso.

    Artigo 69(Impugnao do despedimento)

    1. A declarao da ilicitude do despedimento pode ser feita pelo tribunal do trabalhoou por um rgo de conciliao, mediao e arbitragem laboral, em aco interpostapelo trabalhador.

    2. A aco de impugnao do despedimento deve ser intentada no prazo de 6 meses acontar da data do despedimento.

    3. Sendo o despedimento declarado ilcito, o trabalhador deve ser reintegrado no seuposto de trabalho e pagas as remuneraes vencidas desde a data do despedimento atao mximo de 6 meses, sem prejuzo da sua antiguidade.

    4. Na pendncia ou como acto preliminar da aco de impugnao de despedimento,pode ser requerida a providncia cautelar de suspenso de despedimento, no prazo de30 dias a contar da data cessao do contrato.

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    5. Por opo expressa do trabalhador ou quando circunstncias objectivasimpossibilitem a sua reintegrao, o empregador deve pagar indemnizao aotrabalhador calculada nos termos do n. 2 do artigo 128 da presente lei.

    Seco VIIIModificao do contrato de trabalho

    Artigo 70(Princpio geral)

    1. As relaes jurdicas de trabalho podem ser modificadas por acordo das partes oumediante deciso unilateral do empregador, nos casos e limites previstos na lei.

    2. Sempre que a modificao do contrato resultar de deciso unilateral do empregador obrigatria a consulta prvia do rgo sindical da empresa e a sua comunicao aorgo da administrao do trabalho competente.

    Artigo 71(Fundamentos da modificao)

    1. A modificao das relaes de trabalho pode fundar-se em:a) Requalificao profissional do trabalhador decorrente da introduo de novatecnologia, de novo mtodo de trabalho ou da necessidade de reocupao dotrabalhador, para efeitos de aproveitamento das suas capacidades residuais, em casode acidente ou doena profissional;

    b) Reorganizao administrativa ou produtiva da empresa;c) Alterao das circunstncias em que se fundou a deciso de contratar;d) Mobilidade geogrfica da empresa;e) Caso de fora maior.

    2. Sempre que o trabalhador no concordar com os fundamentos da modificao docontrato competir ao empregador o nus de prova da sua existncia perante o rgode administrao do trabalho, rgo judicial ou de arbitragem.

    Artigo 72(Alterao do objecto do contrato de trabalho)

    1. O trabalhador deve desempenhar a actividade definida no objecto do contrato e noser colocado em categoria profissional inferior quela para que foi contratado oupromovido, salvo se se verificarem os fundamentos previstos na presente lei oumediante o acordo das partes.

    2. Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, e salvo acordo individual ou colectivo

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    em contrrio, o empregador pode, em caso de fora maior ou necessidades produtivasimprevisveis, atribuir ao trabalhador, pelo tempo necessrio, no superior a 6 meses,tarefas no compreendidas no objecto do contrato, desde que essa mudana noimplique diminuio da remunerao ou da posio hierrquica do trabalhador.

    Artigo 73(Alterao das condies de trabalho)

    1. As condies de trabalho podem ser modificadas por acordo das partes comfundamento na alterao das circunstncias, caso isso se mostre necessrio para asubsistncia da relao de trabalho ou contribua para melhorar a situao da empresa,atravs de uma mais adequada organizao dos seus recursos, que favorea a sua posiocompetitiva no mercado.

    2. Em nenhum caso ser admitida a modificao das condies de trabalho, comfundamento na alterao das circunstncias, se essa mudana implicar diminuio daremunerao ou da posio hierrquica do trabalhador.

    Artigo 74(Mobilidade geogrfica do empregador)

    1. permitida a mobilidade geogrfica de toda, de uma parte ou sector da empresa.

    2. A mudana total ou parcial da empresa ou estabelecimento pode implicar atransferncia de trabalhadores para outro local de trabalho.

    Artigo 75(Transferncia do trabalhador)

    1. O empregador pode transferir temporariamente o trabalhador para outro local detrabalho, quando ocorram circunstncias de carcter excepcional ligadas organizaoadministrativa ou produtiva da empresa, devendo comunicar o facto ao rgocompetente da administrao do trabalho.

    2. A transferncia do trabalhador a ttulo definitivo s admitida, salvo estipulaocontratual em contrrio, nos casos de mudana total ou parcial da empresa ouestabelecimento onde o trabalhador a transferir presta servios.

    3. A transferncia definitiva do trabalhador para outro local de trabalho, fora do seudomiclio habitual, carece de mtuo acordo, caso implique a mobilidade de que resulteprejuzo srio, como seja a separao do trabalhador da sua famlia.

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    4. Na falta do acordo referido no nmero anterior, o trabalhador pode rescindirunilateralmente o contrato de trabalho com direito a indemnizao, prevista no artigo130 desta lei.

    5. O empregador custear todas as despesas feitas pelo trabalhador, desde que

    directamente impostas pela transferncia, incluindo as que decorrem da mudana deresidncia do trabalhador e do seu agregado familiar.

    Artigo 76(Transmisso da empresa ou estabelecimento)

    1. Com a mudana de titularidade de uma empresa ou estabelecimento pode otrabalhador transitar para o novo empregador.

    2. A mudana do titular da empresa pode determinar a resciso ou a denncia docontrato ou relao de trabalho, havendo justa causa, sempre que:

    a) O trabalhador estabelea um acordo com o transmitente para manter-se aoservio deste;b) O trabalhador, no momento da transmisso, tendo completado a idade dareforma, ou por reunir os requisitos para beneficiar da respectiva reforma, arequeira;c) O trabalhador tenha falta de confiana ou receio fundado sobre a idoneidade doadquirente;d) O adquirente tenha inteno de mudar ou venha a mudar o objecto da empresa,nos doze meses subsequentes, se essa mudana implicar uma alterao substancialdas condies de trabalho.

    3. Havendo transmisso de uma empresa ou estabelecimento de um empregador paraoutro, os direitos e obrigaes, incluindo a antiguidade do trabalhador, emergentes docontrato de trabalho e do instrumento de regulamentao colectiva de trabalhoexistentes passam para o novo empregador.

    4. O novo titular da empresa ou estabelecimento solidariamente responsvel pelasobrigaes do transmitente vencidas no ltimo ano de actividade da unidade produtivaanterior transmisso, ainda que respeitem a trabalhadores cujos contratos tenham jcessado, nos termos da lei, data da referida transmisso.

    5. O regime da transmisso de empresa ou estabelecimento aplicvel, com asnecessrias adaptaes s situaes de cedncia de parte da empresa ou estabelecimento,ciso e fuso de empresas, cesso de explorao ou arrendamento de estabelecimento.

    6. Para efeitos da presente lei, considera-se empresa, estabelecimento ou parte destestoda a unidade produtiva apta a desenvolver uma actividade econmica.

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    Artigo 77(Procedimento)

    1. O transmitente e o adquirente devem, previamente, informar e consultar os rgossindicais de cada uma das empresas ou, na falta destes, a comisso dos trabalhadores ou

    a associao sindical representativa, da data e motivos da transmisso e das projectadasconsequncias da transmisso.

    2. O dever de informar impende sobre o adquirente e o transmitente, que podemmandar afixar um aviso nos locais de trabalho comunicando aos trabalhadores afaculdade de, no prazo de 60 dias, reclamarem os seus crditos, sob pena de caducidadedo direito de os exigir.

    3. Em caso de resciso do contrato de trabalho fundada em comprovado prejuzo sriodecorrente da mudana de titularidade da empresa ou estabelecimento, assiste aotrabalhador o direito a indemnizao prevista no artigo 130 da presente lei.

    Artigo 78(Cedncia ocasional de trabalhador)

    1. Entende-se por contrato de cedncia ocasional de trabalhador aquele por via do qualse disponibiliza, eventual e temporariamente, trabalhador do quadro de pessoal prpriodo cedente para o cessionrio, passando o trabalhador a subordinar-se juridicamente aeste, mas mantendo o seu vnculo contratual com o cedente.

    2. A cedncia ocasional de trabalhadores s permitida se for regulada em instrumentode regulamentao colectiva de trabalho, nos termos de legislao especfica ou dos

    nmeros seguintes.

    3. A prestao de actividade em regime de cedncia ocasional do trabalhador dependeda verificao cumulativa dos seguintes pressupostos:

    a) Existncia de um contrato de trabalho entre o empregador cedente e otrabalhador cedido;b) Ter a cedncia em vista fazer face a aumentos de trabalho ou a mobilidade detrabalhadores;c) Consentimento, por escrito, do trabalhador cedido;d) A cedncia no exceder trs anos e, nos casos do contrato a prazo certo, no irpara alm do perodo de durao deste.

    4. O trabalhador cedido ocasionalmente, mediante a celebrao de um acordo entrecedente e cessionrio, donde conste a concordncia do trabalhador, regressando este empresa do cedente logo que cesse o referido acordo ou a actividade do cessionrio.

    5. Verificando-se a inobservncia dos requisitos previstos no n. 3 do presente artigo,assiste ao trabalhador o direito de optar pela integrao na empresa cessionria ou por

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    uma indemnizao calculada nos termos do artigo 128 da presente lei, a ser paga pelocessionrio.

    Artigo 79(Agncia privada de emprego)

    1. Considera-se agncia privada de emprego toda a empresa em nome individual oucolectivo, de direito privado, que tem por objecto a cedncia temporria de um ou maistrabalhadores a utilizador, mediante a celebrao de contrato de trabalho temporrio ede utilizao.

    2. O exerccio da actividade da agncia privada de emprego carece de autorizao prviado Ministro do Trabalho ou a quem ele delegar, nos termos estabelecidos em legislaoespecfica.

    Artigo 80(Contrato de trabalho temporrio)

    1. Por contrato de trabalho temporrio entende-se o acordo celebrado entre umaagncia privada de emprego e um trabalhador, pelo qual este se obriga, medianteremunerao, a prestar temporariamente a sua actividade a utilizador.

    2. O contrato de trabalho temporrio est sujeito a forma escrita e deve ser assinadopela agncia privada de emprego e pelo trabalhador observando-se os requisitos econter determinadas menes obrigatrias definidas em legislao prpria.

    3. O trabalhador temporrio pertence ao quadro de pessoal da agncia privada deemprego, devendo ser includo na relao nominal dos trabalhadores desta elaborada deacordo com a legislao laboral em vigor.

    4. A celebrao de contratos de trabalho temporrio s admitida nas situaesprevistas no artigo 82 da presente lei.

    Artigo 81(Contrato de utilizao)

    1. Designa-se por contrato de utilizao o contrato de prestao de servio, a prazocerto, celebrado entre a agncia privada de emprego e o utilizador, pelo qual aquela seobriga, mediante remunerao, a colocar disposio do utilizador, um ou maistrabalhadores temporrios.

    2. O contrato de utilizao est sujeito a forma escrita, devendo conter, entre outrasclusulas obrigatrias, as seguintes:

    a) Os motivos do recurso ao trabalho temporrio;

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    b) O nmero de registo no sistema de segurana social do utilizador e da agnciaprivada de emprego, assim como, quanto a esta, o nmero e data do alvar delicena para o exerccio da actividade;c) A descrio do posto de trabalho a preencher e, sendo caso disso, a qualificaoprofissional adequada;

    d) O local e perodo normal de trabalho;e) A retribuio devida pelo utilizador agncia de emprego;f) O incio e durao do contrato;g) A data da celebrao do contrato.

    3. Na falta de forma escrita ou de indicao dos motivos do recurso ao trabalhotemporrio, considera-se que o contrato nulo e a relao de trabalho entre utilizadore trabalhador prestada em regime de contrato por tempo indeterminado.

    4. Em substituio do disposto no nmero anterior, pode o trabalhador optar, nos

    trinta dias aps o incio da prestao da actividade ao utilizador, por umaindemnizao, a ser paga por este, nos termos do artigo 128 da presente lei.

    5. A celebrao de contrato de utilizao com agncia privada de emprego nolicenciada responsabiliza solidariamente esta e o utilizador pelos direitos dotrabalhador emergentes do contrato de trabalho e da sua violao ou cessao.

    Artigo 82(Justificao do contrato de utilizao)

    1. Consideram-se, nomeadamente, necessidades temporrias do utilizador as seguintes:

    a) Substituio directa ou indirecta de trabalhador ausente ou que, por qualquerrazo, se encontre temporariamente impedido de prestar servio;b) Substituio directa ou indirecta de trabalhador em relao ao qual estejapendente em juzo aco de apreciao da licitude do despedimento;c) Substituio directa ou indirecta de trabalhador em situao de licena semremunerao;d) Substituio de trabalhador a tempo inteiro que passe a prestar trabalho atempo parcial;e) Necessidade decorrente da vacatura de postos de trabalho, quando j decorraprocesso de recrutamento para o seu preenchimento;

    f) Actividades sazonais ou outras actividades cujo ciclo anual de produoapresente irregularidades decorrentes da natureza estrutural do respectivomercado, incluindo a agricultura, agro-indstria e actividades decorrentes;g) Acrscimo excepcional da actividade da empresa;h) Execuo de tarefa ocasional ou servio determinado e no duradouro;i) Execuo de uma obra, projecto ou outra actividade definida e temporria,incluindo a execuo, direco e fiscalizao de trabalhos de construo civil,obras pblicas, montagens e reparaes industriais, em regime de empreitada ou

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    em administrao directa, incluindo os respectivos projectos e outras actividadescomplementares de controlo e acompanhamento;

    j) Proviso de servios de segurana, manuteno, higiene, limpeza, alimentao eoutros servios complementares ou sociais inseridos na actividade corrente doempregador;

    k) Desenvolvimento de projectos, incluindo concepo, investigao, direco efiscalizao, no inseridos na actividade corrente do empregador;l) Necessidades intermitentes de mo-de-obra, determinadas por flutuaes daactividade durante dias ou partes do dia, desde que a utilizao no ultrapasse,semanalmente, metade do perodo normal de trabalho praticado no utilizador;m) Necessidades intermitentes de trabalhadores para a prestao de apoio familiardirecto, de natureza social, durante dias ou partes do dia.

    2. Alm das situaes previstas no n. 1, pode ser celebrado um contrato de utilizaopor tempo determinado nos seguintes casos:

    a) Lanamento de uma nova actividade de durao incerta, bem como incio delaborao de uma empresa ou estabelecimento;

    b) Contratao de trabalhadores jovens.

    Artigo 83(Regime aplicvel aos contratos de trabalho temporrio e de utilizao)

    1. Aos contratos de trabalho temporrio e de utilizao aplicam-se, com as necessriasadaptaes, os regimes do contrato de trabalho a prazo.

    2. Os dois tipos de contrato a que se refere o nmero anterior, em tudo o que noestiver previsto na presente lei, so regulados por legislao especial.

    3. Durante a execuo do contrato de trabalho temporrio, o trabalhador fica sujeito aoregime de trabalho aplicvel ao utilizador no que respeita ao modo, lugar, durao esuspenso da prestao de trabalho, disciplina, segurana, higiene, sade e acesso aosseus equipamentos sociais.

    4. O utilizador deve informar agncia privada de emprego e ao trabalhador sobre osriscos para a segurana e sade do trabalhador inerentes ao posto de trabalho a que

    afecto, bem como, sendo caso disso, necessidade de qualificao profissional adequadae de vigilncia mdica especfica.

    5. O utilizador deve elaborar o horrio de trabalho do trabalhador temporrio emarcar o seu perodo de frias, sempre que estas sejam gozadas ao servio daquele.

    6. A agncia privada de emprego pode conferir ao utilizador o exerccio do poderdisciplinar, salvo para efeitos de aplicao da sano de despedimento.

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    7. Sem prejuzo da observncia das condies de trabalho resultantes do respectivocontrato, o trabalhador temporrio pode ser cedido a mais de um utilizador.

    Seco IX

    Durao da prestao do trabalho

    Artigo 84(Perodo normal de trabalho)

    1. Considera-se perodo normal de trabalho o nmero de horas de trabalho efectivo aque o trabalhador se obriga a prestar ao empregador.

    2. Considera-se durao efectiva de trabalho o tempo durante o qual o trabalhadorpresta servio efectivo ao empregador ou se encontra disposio deste.

    Artigo 85(Limites do perodo normal de trabalho)

    1. O perodo normal de trabalho no pode ser superior a quarenta e oito horas porsemana e oito horas por dia.

    2. Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, o perodo normal de trabalho diriopode ser alargado at 9 horas, sempre que ao trabalhador seja concedido meio-dia dedescanso complementar por semana, alm do dia de descanso semanal prescrito noartigo 95 desta lei.

    3. Por instrumento de regulamentao colectiva de trabalho, o perodo normal detrabalho dirio pode ser excepcionalmente aumentado at ao mximo de 4 horas semque a durao do trabalho semanal exceda 56 horas, s no contando para este limite otrabalho excepcional e extraordinrio prestado por motivo de fora maior.

    4. A durao mdia de 48 horas de trabalho semanal deve ser apurada por referncia aperodos mximos de 6 meses.

    5. O apuramento da durao mdia do trabalho semanal, referido no nmero anterior,pode ser obtido por meio de compensao das horas anteriormente prestadas pelotrabalhador, atravs da reduo do horrio de trabalho, dirio ou semanal.

    6. Os estabelecimentos que se dediquem a actividades industriais, com excepo dosque laborem em regime de turnos, podem adoptar o limite de durao do trabalhonormal de 45 horas semanais a cumprir em 5 dias da semana.

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    7. Todos os estabelecimentos, com excepo dos servios e actividades destinados satisfao de necessidades essenciais da sociedade, previstos no artigo 205 da presentelei, bem como os estabelecimentos de venda directa ao pblico, podem, por motivos decondicionamento econmico ou outros, adoptar a prtica de horrio nico.

    8. O empregador deve dar conhecimento de novos horrios de trabalho ao Ministrioque tutela a rea do Trabalho atravs da sua representao mais prxima at ao dia 15do ms posterior ao da sua adopo, observando as normas definidas na presente lei edemais legislao em vigor sobre a matria.

    Artigo 86(Acrscimo ou reduo dos limites mximos dos perodos normais de trabalho)

    1. Os limites mximos dos perodos normais de trabalho podem ser alargados emrelao aos trabalhadores que exeram funes acentuadamente intermitentes ou desimples presena e nos casos de trabalhos preparatrios ou complementares que, porrazes tcnicas, so necessariamente executados fora do perodo normal de trabalho,sem prejuzo dos perodos de descanso previstos na presente lei.

    2. Os limites mximos dos perodos normais de trabalho podem ser reduzidos sempreque o aumento de produtividade o consinta e, no havendo inconvenincia de ordemeconmica e social, seja dada prioridade s actividades que impliquem maior fadigafsica ou intelectual ou riscos acrescidos para a sade dos trabalhadores.

    3. Sem prejuzo do disposto no artigo anterior, o acrscimo ou a reduo dos limitesmximos dos perodos normais de trabalho pode ser estabelecido atravs de diploma

    conjunto dos Ministros do Trabalho e do sector de actividade em causa ou atravs deinstrumento de regulamentao colectiva de trabalho.

    4. Do acrscimo ou da reduo, previstos nos nmeros anteriores, no podem resultarprejuzos econmicos para o trabalhador ou alteraes desfavorveis das suas condiesde trabalho.

    Artigo 87(Horrio de trabalho)

    1. O horrio de trabalho resulta da determinao das horas de incio e termo doperodo normal de trabalho, incluindo a dos intervalos de descanso.

    2. Compete ao empregador, aps consulta prvia ao rgo sindical competente,estabelecer o horrio de trabalho dos trabalhadores ao seu servio, devendo orespectivo mapa ser visado pelo rgo competente da administrao do trabalho eafixado em lugar bem visvel no local de trabalho.

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    3. Na determinao do horrio de trabalho, o empregador est, em especial,condicionado pelos limites legais ou convencionais do perodo normal de trabalho epelo perodo de funcionamento da empresa.

    4. Na medida das exigncias do processo de produo ou da natureza dos servios

    prestados, o empregador deve fixar horrios de trabalho compatveis com os interessesdos trabalhadores, designadamente quando frequentem cursos escolares ou de formaoprofissional ou tenham capacidade de trabalho reduzida.

    5. Podero ser isentos de horrio de trabalho, os trabalhadores que exeram:a) Cargos de chefia e direco, de confiana ou de fiscalizao;b) Funes cuja natureza justifique a prestao de trabalho em tal regime.

    Artigo 88(Interrupo do trabalho)

    1. O perodo normal de trabalho dirio deve ser interrompido por um intervalo dedurao no inferior a meia hora nem superior a 2 horas, sem prejuzo dos serviosprestados em regime de turnos.

    2. Os instrumentos de regulamentao colectiva podem estabelecer durao efrequncia superiores para o intervalo de descanso referido no nmero anterior.

    3. No horrio de trabalho contnuo obrigatoriamente respeitado um intervalo dedescanso no inferior a meia hora, que contabilizado como durao efectiva dotrabalho.

    Artigo 89(Trabalho excepcional)

    1. Considera-se trabalho excepcional o que realizado em dia de descanso semanal,complementar ou feriado.

    2. No pode ser recusada a prestao de trabalho excepcional, em caso de fora maiorou em que seja previsvel um prejuzo para a economia nacional, designadamente parafazer face a um acidente passado ou iminente, para efectuar trabalhos urgentes eimprevistos em mquinas e materiais indispensveis ao normal funcionamento daempresa ou estabelecimento.

    3. O empregador obrigado a possuir um registo do trabalho excepcional, onde, antesdo incio da prestao de trabalho e aps o seu termo, far as respectivas anotaes,alm da indicao expressa do fundamento da prestao de trabalho excepcional,devendo ser visado pelo trabalhador que o prestou.

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    4. A prestao de trabalho em dia de descanso semanal, complementar ou feriadoconfere direito a um dia completo de descanso compensatrio em um dos trs diasseguintes, salvo quando a prestao de trabalho no ultrapasse um perodo de cincohoras consecutivas ou alternadas, caso em que ser compensado com meio-dia dedescanso.

    Artigo 90(Trabalho extraordinrio)

    1. Considera-se extraordinrio, o trabalho prestado para alm do perodo dirio normalde trabalho.

    2. O trabalho extraordinrio s pode ser prestado:a) Quando o empregador tenha de fazer face a acrscimos de trabalho que no

    justifiquem a admisso de trabalhador em regime de contrato a prazo ou por tempoindeterminado;b) Quando se verifiquem motivos ponderosos

    3. Cada trabalhador pode prestar at 96 horas de trabalho extraordinrio por trimestre,no podendo realizar mais de 8 horas de trabalho extraordinrio por semana, nemexceder 200 horas por ano.

    4. O empregador deve, em todos os casos, possuir um registo do trabalhoextraordinrio prestado, em livro prprio.

    Artigo 91

    (Trabalho nocturno)

    1. Considera-se trabalho nocturno o que for prestado entre as vinte horas de um dia e ahora de incio do perodo normal de trabalho do dia seguinte, exceptuando-se otrabalho realizado em regime de turnos, previsto no artigo seguinte.

    2. Os instrumentos de regulamentao colectiva podem considerar como nocturno otrabalho prestado em sete das nove horas que medeiam entre as vinte horas de um dia eas cinco horas do dia seguinte.

    Artigo 92(Trabalho em regime de turnos)

    1. Nas empresas de laborao contnua e naquelas em que houver um perodo defuncionamento de amplitude superior aos limites mximos dos perodos normais detrabalho, deve o empregador organizar turnos de pessoal diferente.

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    2. A durao de trabalho de cada turno no pode ultrapassar os limites mximos dosperodos normais de trabalho fixados na presente lei.

    3. Os turnos funcionaro sempre em regime de rotao, por forma a quesucessivamente os trabalhadores se substituam em perodos regulares de trabalho.

    4. Os turnos no regime de laborao contnua e dos trabalhadores que prestem serviosque, pela sua natureza, no podem ser interrompidos, devem ser organizados de formaa conceder aos trabalhadores um perodo de descanso compensatrio para alm doperodo de descanso semanal.

    Artigo 93(Trabalho a tempo parcial)

    1. Trabalho a tempo parcial aquele em que o nmero de horas a que o trabalhador seobriga a prestar em cada semana ou dia no excede 75% do perodo normal de trabalhopraticado a tempo inteiro.

    2. O limite percentual referido no nmero anterior pode ser reduzido ou aumentadopor instrumento de regulamentao colectiva de trabalho.

    3. O nmero de dias ou de horas de trabalho a tempo parcial deve ser fixado poracordo escrito, podendo, salvo estipulao em contrrio, ser prestado em todos oualguns dias de semana, sem prejuzo do descanso semanal.