lei de feminicídio (13.104/15)

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Bruna Tavares e Azevedo Jeovane Vieira Júnior Rafhaella Cardoso Langoni 1

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Page 1: Lei de Feminicídio (13.104/15)

Bruna Tavares e AzevedoJeovane Vieira JúniorRafhaella Cardoso Langoni

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Page 2: Lei de Feminicídio (13.104/15)

• Femicídio X Feminicídio

• Abordagem Tridimensional (Miguel Reale)

• Fato: aspectos sociais

• Valor: aspectos axiológicos

• Norma: aspectos técnicos

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O que é?

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1. Dimensão Fática

Homens e mulheres são iguais?

• Diferenças biológicas

• Diferenças sociais

• Desigualdade mais acentuada em algumas culturas

Números da violência em função de gênero

• Dados CPMI Feminicídio:

• 44 mil mulheres entre 2000 e 2010

• 41% em próprias casas, por companheiros ou ex-companheiros

• Sétima posição mundial de assassinato de mulheres

• Duas em cada três pessoas atendidas no SUS em razão de violência doméstica ou sexual são mulheres; em 51,6%

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• Pesquisa DataSenado 2013

• 30% das entrevistadas não acreditam que as leis do país não são capazes de protegê-las da violência doméstica

• 23,3% acredita que muitas vítimas não denunciam os companheiros à polícia por prever que eles não serão punidos18,6% das entrevistadas já foram vítimas de violência doméstica

• 20,7% nunca procurou ajuda nem denunciou o agressor

• Pesquisa Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil (Instituto Avon/Ipsos, 2011)

• Machismo (46%) e alcoolismo (31%) são apontados como principais fatores que contribuem para a violência

• 52% acham que juízes e policiais desqualificam o problema

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2. Dimensão valorativa

• A lei será efetiva?• Índia (estrupo é crime, mas não é criminalizado)

• A lei será eficaz?• Para resolver um problema social, é preciso empregar

políticas sociais

• Os discursos de ódio de gênero são criminalizados?• Preconceito enraizado na sociedade. Manifesta-se por

agressões vistas com naturalidade pela sociedade, como piadas sexistas e desmoralização

• Discurso de ódio X liberdade de expressãoLei 7.435/85, art. 20: “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.”

Pena: reclusão de um a três anos e multa.”5

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• A lei é constitucional?

• Princípio isonomia: Lógica Aristotélica

• “Dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades” (NERY JUNIOR, 1999, p. 42)

• Brasil é signatário Convenção de Belém do Pará e outros tratados internacionais que versam sobre os direitos das mulheres

• Status de norma constitucional

• Conceito consolidado na doutrina e jurisprudência da “Discriminação Afirmativa”

• Há questionamentos na doutrina quanto a constitucionalidade da lei, alegando supervalorização da mulher em relação ao homem

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Questões

• Legitimidade Direito Penal (ultima ratio)

• Eficácia da norma penal para combater um problema social

• Caráter simbólico

• Antecipação Direito Penal: outros direitos (integridade moral, dignidade sexual etc)

• Discurso de Ódio em gênero

• De caráter supraindividual, o discurso de ódio lesiona a todo um gênero e se manifesta em forma de violência nas vulneráveis

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3. Dimensão Normativa

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• Alteração no artigo 121 do Código Penal• Nova lei cria um § 7º. e outro § 8º

• Legislador expressa a figura do feminicídio, que já era aplicado como homicídio qualificado (motivo torpe)

• Aumento de pena é o mesmo previsto para as demais formas de homicídio qualificado, nos termos do § 2 do artigo 121

• Normal penal meramente simbólica

• Antecipação Direito Penal: outros direitos (integridade moral, dignidade sexual etc)

• Discurso de Ódio em gênero• De caráter supraindividual, o discurso de ódio lesiona a todo um

gênero e se manifesta em forma de violência nas vulneráveis

Page 9: Lei de Feminicídio (13.104/15)

JUSTIFICAÇÃO do PLS 292, de 2013:

“A importância de tipificar o feminicídio é reconhecer, na forma da lei, que mulheres estão sendo mortas pela razão de serem mulheres, expondo a fratura da desigualdade de gênero que persiste em nossa sociedade, e é social, por combater a impunidade, evitando que feminicidas sejam beneficiados por interpretações jurídicas anacrônicas e moralmente inaceitáveis, como o de terem cometido ‘crime passional’. Envia, outrossim, mensagem positiva à sociedade de que o direito à vida é universal e de que não haverá impunidade. Protege ainda a dignidade da vítima, ao obstar de antemão as estratégias de se desqualificarem, midiaticamente, a condição de mulheres brutalmente assassinadas, atribuindo a elas a responsabilidade pelo crime de que foram vítimas”.

Disponível em: www.senado.gov.br 9

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Obrigado.

Bruna Tavares e Azevedo

[email protected]

Jeovane Vieira Júnior

[email protected]

Pesquisadores bolsitas PiBic – Fapemig Unitri

Rafhaella Cardoso Lagoni

[email protected]

Mestre em Direito Público pela UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e docente do Centro Universitário do Triângulo (Unitri)

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