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LEGISLAÇÃO BÁSICA

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Didatismo e Conhecimento 1

LEGISLAÇÃO BÁSICA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – (DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS,

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS, DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO, DA DEFESA DO ESTADO E DAS

INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS).

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

PREÂMBULONós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assem-

bleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igual-dade e a justiça como valores supremos de uma sociedade frater-na, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, cons-titui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamen-tos:

I - a soberania;II - a cidadaniaIII - a dignidade da pessoa humana;IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V - o pluralismo político.Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce

por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos des-ta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fe-derativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;II - garantir o desenvolvimento nacional;III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-

gualdades sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,

raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-

ções internacionais pelos seguintes princípios:I - independência nacional;II - prevalência dos direitos humanos;III - autodeterminação dos povos;IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;VI - defesa da paz;VII - solução pacífica dos conflitos;VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-

dade;X - concessão de asilo político.Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará

a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-a-mericana de nações.

TÍTULO II Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re-sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu-mano ou degradante;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistên-cia religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cien-tífica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela po-dendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica-ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei es-tabelecer;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguar-dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

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Didatismo e Conhecimento 2

LEGISLAÇÃO BÁSICA

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, per-manecer ou dele sair com seus bens;

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coopera-tivas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-necer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autoriza-das, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extra-judicialmente;

XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação

por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade compe-tente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para paga-mento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à

reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades des-portivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpre-tes e às respectivas representações sindicais e associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privi-légio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a ou-tros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvol-vimento tecnológico e econômico do País;

XXX - é garantido o direito de herança;XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será

regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos bra-sileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”;

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con-sumidor;

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor-mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pa-gamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi-tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organiza-

ção que lhe der a lei, assegurados:a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votações;c) a soberania dos veredictos;d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra

a vida;XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena

sem prévia cominação legal;XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-

tos e liberdades fundamentais;XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e im-

prescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de

graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, poden-do evitá-los, se omitirem; (Regulamento)

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;b) perda de bens;c) multa;d) prestação social alternativa;e) suspensão ou interdição de direitos;XLVII - não haverá penas:a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do

art. 84, XIX;b) de caráter perpétuo;c) de trabalhos forçados;d) de banimento;e) cruéis;XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos,

de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física

e moral;L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam

permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

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Didatismo e Conhecimento 3

LEGISLAÇÃO BÁSICA

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro-gas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela au-toridade competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla de-fesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul-gado de sentença penal condenatória;

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identifi-cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos proces-suais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mili-tar, definidos em lei;

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori-dade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do respon-sável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém so-frer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri-buições do Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-

mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona-lidade, à soberania e à cidadania;

LXXII - conceder-se-á habeas data:a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à

pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gra-tuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)

a) o registro civil de nascimento;b) a certidão de óbito;LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas

data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cida-dania.

LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são as-segurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitu-cional nº 45, de 2004)

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamen-tais têm aplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela ado-tados, ou dos tratados internacionais em que a República Federati-va do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Na-cional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluí-do pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Inter-nacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

CAPÍTULO II DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ-dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;III - fundo de garantia do tempo de serviço;

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IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa-mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula-ção para qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em conven-ção ou acordo coletivo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração inte-gral ou no valor da aposentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua

retenção dolosa;XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da

remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da em-presa, conforme definido em lei;

XII - salário-família pago em razão do dependente do tra-balhador de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em tur-nos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-mingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mí-nimo, em cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do sa-lário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante

incentivos específicos, nos termos da lei;XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo

no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de

normas de saúde, higiene e segurança;XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,

insalubres ou perigosas, na forma da lei;XXIV - aposentadoria;XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o

nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-esco-las; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do

empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha-dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)

a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)

b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de fun-ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salá-rio e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalu-bre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de de-zesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com víncu-lo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado-res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de tra-balho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência so-cial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013)

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fun-dação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na orga-nização sindical;

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou eco-nômica, na mesma base territorial, que será definida pelos traba-lhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses cole-tivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

IV - a Assembleia geral fixará a contribuição que, em se tra-tando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respec-tiva, independentemente da contribuição prevista em lei;

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negocia-ções coletivas de trabalho;

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a par-tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

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Didatismo e Conhecimento 5

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Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à or-ganização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendi-das as condições que a lei estabelecer.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos tra-balhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e dis-porá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comuni-dade.

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e em-pregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus inte-resses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empre-gadores.

CAPÍTULO III DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:I - natos:a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que

de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasi-leira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Fe-derativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra-sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucio-nal nº 54, de 2007)

II - naturalizados:a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasilei-

ra, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterrup-tos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Re-visão nº 3, de 1994)

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:I - de Presidente e Vice-Presidente da República;II - de Presidente da Câmara dos Deputados;III - de Presidente do Senado Federal;IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;VI - de oficial das Forças Armadas.VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 23, de 1999)§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em

virtude de atividade nociva ao interesse nacional;II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada

pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estran-

geira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao bra-

sileiro residente em estado estrangeiro, como condição para perma-nência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Fe-derativa do Brasil.

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

CAPÍTULO IV DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;II - referendo;III - iniciativa popular.§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;II - facultativos para:a) os analfabetos;b) os maiores de setenta anos;c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, du-

rante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:I - a nacionalidade brasileira;II - o pleno exercício dos direitos políticos;III - o alistamento eleitoral;IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;V - a filiação partidária; RegulamentoVI - a idade mínima de:a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Repú-

blica e Senador;b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e

do Distrito Federal;c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou

Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;d) dezoito anos para Vereador.§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do

Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substi-tuído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)

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§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repú-blica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Pre-feitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Es-tado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes con-dições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegi-bilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato conside-rada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)

§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruí-da a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du-

rarem seus efeitos;IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação

alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor

na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)

CAPÍTULO V DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime de-mocrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento

I - caráter nacional;II - proibição de recebimento de recursos financeiros de enti-

dade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para defi-nir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para ado-tar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbi-to nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatu-tos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Reda-ção dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006)

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade ju-rídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo par-tidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.

§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organi-zação paramilitar.

TÍTULO III Da Organização do Estado

CAPÍTULO I DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distri-to Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

§ 1º Brasília é a Capital Federal.§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,

transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem se-rão reguladas em lei complementar.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Na-cional, por lei complementar.

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período de-terminado por Lei Complementar Federal, e dependerão de con-sulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Munici-pal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996)

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus re-presentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

II - recusar fé aos documentos públicos;III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CAPÍTULO II DA UNIÃO

Art. 20. São bens da União:I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser

atribuídos;II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,

das fortificações e construções militares, das vias federais de co-municação e à preservação ambiental, definidas em lei;

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com ou-tros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

VI - o mar territorial;VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;VIII - os potenciais de energia hidráulica;IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológi-

cos e pré-históricos;XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito

Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração di-reta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, pla-taforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de frontei-ra, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.

Art. 21. Compete à União:I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de

organizações internacionais;II - declarar a guerra e celebrar a paz;III - assegurar a defesa nacional;IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que

forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele per-maneçam temporariamente;

V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven-ção federal;

VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

VII - emitir moeda;VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar

as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de orde-nação do território e de desenvolvimento econômico e social;

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, conces-

são ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, conces-são ou permissão:

a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Re-dação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta-dos onde se situam os potenciais hidroenergéticos;

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeropor-tuária;

d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por-tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limi-tes de Estado ou Território;

e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-cional de passageiros;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Pú-

blico do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de ser-viços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;

XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diver-sões públicas e de programas de rádio e televisão;

XVII - conceder anistia;XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as

calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos

hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (Re-gulamento)

XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, in-clusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;

XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacio-nal de viação;

XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qual-quer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a la-vra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os se-guintes princípios e condições:

a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercializa-ção e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, co-mercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da

atividade de garimpagem, em forma associativa.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,

marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;II - desapropriação;III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo

e em tempo de guerra;IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radio-

difusão;V - serviço postal;VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos

metais;VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de

valores;VIII - comércio exterior e interestadual;IX - diretrizes da política nacional de transportes;X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima,

aérea e aeroespacial;XI - trânsito e transporte;XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;XIV - populações indígenas;XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão

de estrangeiros;XVI - organização do sistema nacional de emprego e condi-

ções para o exercício de profissões;XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Dis-

trito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territó-rios, bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

XX - sistemas de consórcios e sorteios;XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico,

garantias, convocação e mobilização das polícias militares e cor-pos de bombeiros militares;

XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviá-ria e ferroviária federais;

XXIII - seguridade social;XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;XXV - registros públicos;XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as

modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públi-cas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa maríti-ma, defesa civil e mobilização nacional;

XXIX - propaganda comercial.Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Esta-

dos a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Dis-trito Federal e dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan-tia das pessoas portadoras de deficiência;

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens natu-rais notáveis e os sítios arqueológicos;

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cul-tural;

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual-quer de suas formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abas-

tecimento alimentar;IX - promover programas de construção de moradias e a me-

lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginali-

zação, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direi-

tos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

XII - estabelecer e implantar política de educação para a se-gurança do trânsito.

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Cons-titucional nº 53, de 2006)

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

II - orçamento;III - juntas comerciais;IV - custas dos serviços forenses;V - produção e consumo;VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza,

defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, tu-rístico e paisagístico;

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu-midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turís-tico e paisagístico;

IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnolo-gia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

XI - procedimentos em matéria processual;XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de

deficiência;XV - proteção à infância e à juventude;XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias

civis.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas pe-culiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais sus-pende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

CAPÍTULO III DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Consti-tuição.

§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.

§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante con-cessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, veda-da a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Re-dação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)

§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-grar a organização, o planejamento e a execução de funções públi-cas de interesse comum.

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes

e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decor-rentes de obras da União;

II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.Art. 27. O número de Deputados à assembleia Legislativa cor-

responderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema elei-toral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de manda-to, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secre-taria, e prover os respectivos cargos.

§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legis-lativo estadual.

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do tér-

mino do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em pri-meiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)

§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assem-bleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda Constitu-cional nº 19, de 1998)

CAPÍTULO IV Dos Municípios

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Cons-tituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo reali-zado em todo o País;

II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no pri-meiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição;

IV - para a composição das Câmaras Municipais, será obser-vado o limite máximo de: (Redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 58, de 2009) (Produção de efeito) (Vide ADIN 4307)

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; (Re-dação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitan-tes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitan-tes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento ses-senta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (tre-zentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucio-nal nº 58, de 2009)

l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um mi-lhão e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitu-cional nº 58, de 2009)

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (qua-tro milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, ob-servado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)

VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, ob-servado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios es-tabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites má-ximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio má-ximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitan-tes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emen-da Constitucional nº 25, de 2000)

d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emen-da Constitucional nº 25, de 2000)

e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habi-tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessen-ta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o sub-sídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emen-da Constitucional nº 25, de 2000)

VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, pala-vras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Muni-cípio; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da verean-ça, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembleia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Re-numerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

XII - cooperação das associações representativas no planeja-mento municipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Consti-tucional nº 1, de 1992)

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse especí-fico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do in-ciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, pa-rágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitu-cional nº 1, de 1992)

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exer-cício anterior: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Consti-tuição Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito)

II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitan-tes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habi-tantes; (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Muni-cípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) ha-bitantes. (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cen-to de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Munici-pal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste arti-go; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluí-do pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Or-çamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câ-mara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

Art. 30. Compete aos Municípios:I - legislar sobre assuntos de interesse local;II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem

como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres-tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legisla-ção estadual;

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen-tal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento terri-torial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural lo-cal, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Muni-cípio ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Mu-nicipal.

§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos ter-mos da lei.

§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

CAPÍTULO V DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Seção I DO DISTRITO FEDERAL

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municí-pios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com in-terstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabeleci-dos nesta Constituição.

§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legis-lativas reservadas aos Estados e Municípios.

§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, obser-vadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.

§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.

§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombei-ros militar.

Seção II DOS TERRITÓRIOS

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e ju-diciária dos Territórios.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.

§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.

§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, ha-verá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência de-liberativa.

CAPÍTULO VI DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federa-

ção em outra;III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas

unidades da Federação;V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois

anos consecutivos, salvo motivo de força maior;b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fi-

xadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judi-

cial;VII - assegurar a observância dos seguintes princípios cons-

titucionais:a) forma republicana, sistema representativo e regime demo-

crático;b) direitos da pessoa humana;c) autonomia municipal;d) prestação de contas da administração pública, direta e in-

direta.e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de im-

postos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;

II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita mu-

nicipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 29, de 2000)

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo

ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;

II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;

III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de repre-sentação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o

prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o inter-ventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a As-sembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.

§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislati-va, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afasta-das de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.

CAPÍTULO VII DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera-ção;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-buições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre as-sociação sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 19, de 1998)

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públi-cos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-terminado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento)

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Minis-tros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Pro-curadores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor pú-blico não serão computados nem acumulados para fins de conces-são de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Consti-tucional nº 19, de 1998)

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emen-da Constitucional nº 19, de 1998)

a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científi-co; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emen-da Constitucional nº 34, de 2001)

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun-ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda-des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controla-das, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedên-cia sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obriga-ções de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de quali-ficação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri-mento das obrigações. (Regulamento)

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio-namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi-cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convê-nio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, in-formativo ou de orientação social, dela não podendo constar no-mes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III impli-cará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmen-te: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - a disciplina da representação contra o exercício negli-gente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a in-disponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra-ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possi-bilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos ór-gãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser am-pliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desem-penho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluí-do pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - o prazo de duração do contrato;II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-

tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;III - a remuneração do pessoal.”§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas

e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que rece-berem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re-muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remune-ratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste ar-tigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgâ-nica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vin-te e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárqui-ca e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera-ção;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibi-lidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exer-cício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afas-tamento, os valores serão determinados como se no exercício es-tivesse.

Seção II DOS SERVIDORES PÚBLICOS

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-cípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pú-blica direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-pios instituirão conselho de política de administração e remunera-ção de pessoal, integrado por servidores designados pelos respec-tivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais com-ponentes do sistema remuneratório observará: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requi-sitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisi-tos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exi-gir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni-ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (In-cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor re-muneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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Didatismo e Conhecimento 15

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários prove-nientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autar-quia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço públi-co, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtivida-de. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emen-da Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de ca-ráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atua-rial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Consti-tucional nº 41, 19.12.2003)

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proven-tos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcio-nais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 41, 19.12.2003)

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Reda-ção dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as se-guintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respecti-vo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por oca-sião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utili-zadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferencia-dos para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regi-me de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitu-cional nº 47, de 2005)

II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, «a», para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no en-sino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 20, de 15/12/98)

§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor faleci-do, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposen-tado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no car-go efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo esta-belecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluí-do pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser-var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço cor-respondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de con-tagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de ou-tras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de pre-vidência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdên-cia dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Cons-titucional nº 20, de 15/12/98)

§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fi-xar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Exe-cutivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respecti-vos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis-posto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complemen-tar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualiza-dos, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposenta-dorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com per-centual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previden-ciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efeti-vos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluí-do pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá ape-nas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os be-nefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Consti-tucional nº 47, de 2005)

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (In-cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-rada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - mediante procedimento de avaliação periódica de de-sempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defe-sa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor es-tável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, apro-veitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remunera-ção proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servi-dor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcio-nal ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obri-gatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Seção III DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL

E DOS TERRITÓRIOS (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom-beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Ter-ritórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Fe-deral e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Seção IV DAS REGIÕES

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.

§ 1º - Lei complementar disporá sobre:I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;II - a composição dos organismos regionais que executarão, na

forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:

I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder Público;

II - juros favorecidos para financiamento de atividades prio-ritárias;

III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;

IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.

§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e mé-dios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.

TÍTULO V Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas

CAPÍTULO I DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO

Seção I DO ESTADO DE DEFESA

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conse-lho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaça-das por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigo-rarem, dentre as seguintes:

I - restrições aos direitos de:a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;b) sigilo de correspondência;c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na

hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.

§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.

§ 3º Na vigência do estado de defesa:I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo exe-

cutor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;

II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela au-toridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;

III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;

IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presi-

dente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.

§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convoca-do, extraordinariamente, no prazo de cinco dias.

§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.

§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

Seção II DO ESTADO DE SÍTIO

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:

I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fa-tos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;

II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.

Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autori-zação para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional de-cidir por maioria absoluta.

Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.

§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.

§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio duran-te o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.

§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas.

Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com funda-mento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as se-guintes medidas:

I - obrigação de permanência em localidade determinada;II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condena-

dos por crimes comuns;III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao

sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;

IV - suspensão da liberdade de reunião;V - busca e apreensão em domicílio;VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;VII - requisição de bens.Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difu-

são de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.

Seção III DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus mem-bros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referen-tes ao estado de defesa e ao estado de sítio.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, ces-sarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.

Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o esta-do de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Na-cional, com especificação e justificação das providências adota-das, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.

CAPÍTULO II DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanen-tes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Ar-madas.

§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disci-plinares militares.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados mili-tares, aplicando-se lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e assegura-das em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Arma-das; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou em-prego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (In-cluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado in-digno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribu-nal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucio-nal nº 18, de 1998)

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso ante-rior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea “c”; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

IX - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003)

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limi-tes de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, con-sideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guer-ra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir

serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, ale-garem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decor-rente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. (Re-gulamento)

§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros en-cargos que a lei lhes atribuir. (Regulamento)

CAPÍTULO III DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e res-ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;II - polícia rodoviária federal;III - polícia ferroviária federal;IV - polícias civis;V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão perma-

nente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in-frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio-nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e dro-gas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judi-ciária da União.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de car-reira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as mili-tares.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser-vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.

§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, for-ças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ór-gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais des-tinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ór-gãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân-sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (In-cluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO MATO GROSSO (TÍTULO III – DO ESTADO);

TÍTULO IIIDO ESTADOCAPÍTULO I

Das Disposições Gerais

Art. 17 É mantida a integridade territorial do Estado, que so-mente será alterada mediante aprovação de sua população e por lei complementar federal.

§ 1º A organização político-administrativa do Estado com-preende seus Municípios, dotados de autonomia e subdivididos em distritos criados por eles, observada a legislação estadual.

§ 2º A cidade de Cuiabá é a Capital do Estado.

Art. 18 No exercício de sua autonomia o Estado editará leis, expedirá atos e adotará medidas pertinentes aos seus interesses, às necessidades da Administração e ao bem-estar da população.

Art. 19 São símbolos estaduais a bandeira, o selo e o brasão de armas em uso na data da promulgação desta Constituição, bem como o hino estabelecido em lei.

Art. 20 Incluem-se entre os bens do Estado:I - os que, atualmente, lhe pertencem e os que vierem a ser

atribuídos;II - as ilhas fluviais e as terras devolutas situadas em seu terri-

tório, não pertencentes à União;III - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergen-

tes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma de lei, as de-correntes de obras da União.

CAPÍTULO IIDo Poder Legislativo Estadual

SEÇÃO IDa Assembleia Legislativa

Art. 21 O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Le-gislativa, composta de representantes do povo mato-grossense, eleitos pelo sistema proporcional, entre cidadãos brasileiros, maio-res de vinte e um anos, no exercício dos direitos políticos, por voto direto e secreto, na forma da Legislação Federal.

§ 1º O número de Deputados à Assembleia Legislativa cor-responderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados, e, atingindo o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze, procedendo-se aos ajustes necessários no ano anterior às eleições.

§ 2º Cada legislatura terá a duração de quatro anos, iniciando-se com a posse dos Deputados.

Art. 22 Salvo disposição constitucional em contrário, as de-liberações da Assembleia Legislativa e de suas Comissões serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

Art. 23 Ao Poder Legislativo fica assegurada autonomia fun-cional, administrativa e financeira.

Art. 24 A Assembleia Legislativa será dirigida por uma Mesa, composta de um Presidente, um primeiro e um segundo Secretá-rios, à qual cabe, em colegiado, a direção dos trabalhos legislativos e serviços administrativos.

§ 1º O Presidente representará a Assembleia Legislativa em Juízo e fora dele e presidirá as sessões plenárias e as reuniões da Mesa e do Colégio de Líderes.

§ 2º Para substituir o Presidente e os Secretários haverá um Primeiro e um Segundo Vice-Presidente e um Terceiro e Quarto Secretário. (EC 25/04)

§ 3º Os membros da Mesa e seus respectivos substitutos serão eleitos para um mandato de 02 (dois) anos, na forma estabelecida pelo Regimento Interno da Assembleia Legislativa, permitida a re-condução. (EC 63/12)

Art. 25 Cabe à Assembleia Legislativa, com a sanção do Go-vernador do Estado, não exigida esta para o especificado no art. 26, dispor sobre todas as matérias de competência do Estado, es-pecialmente:

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas es-taduais, anistia ou remissão envolvendo matéria tributária;

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, Orçamento anual, operações de crédito, dívida pública;

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Didatismo e Conhecimento 20

LEGISLAÇÃO BÁSICA

III - planos e programas estaduais, regionais e setoriais de de-senvolvimento;

IV - criação, incorporação, fusão, subdivisão ou desmembra-mento de Municípios, observado o disposto no art. 18, § 4º, da Constituição Federal;

V - limites do território de cada unidade municipal e bens de domínio do Estado;

VI - transferência temporária de sede do Governo Estadual;VII - organização administrativa e judiciária do Poder Judi-

ciário, Ministério Público, da Procuradoria Geral do Estado, da Defensoria Pública, do Tribunal de Contas, da Polícia Judiciária Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar. (EC 09/94).

VIII - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, na Administração Pública direta e indireta, bem como fixação dos respectivos vencimentos e remuneração, observados os critérios estabelecidos na Constituição Federal e nesta Constituição;

IX - criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Es-tado e órgãos da Administração Pública;

X - matéria financeira, podendo:a) autorizar, previamente, o Governador a estabelecer conces-

são para exploração de serviço público, bem como fixação e rea-juste de tarifas e preços respectivos;

b) autorizar a alienação, cessão e arrendamento de bens imó-veis do Estado e o recebimento de doações com encargos gravo-sos, inclusive a simples destinação específica do bem;

c) autorizar a criação de fundos, autarquias, empresas públi-cas, sociedades de economia mista e fundações instituídas pelo Poder Público ou mantidas pelo Estado;

XI - aprovar, previamente, mudanças na composição da remu-neração dos servidores públicos, integrada de vencimento-base, representação e adicional por tempo de serviço.

Art. 26 É da competência exclusiva da Assembleia Legisla-tiva:

I - eleger a Mesa Diretora e constituir suas Comissões;II - receber o compromisso e dar posse ao Governador e ao

Vice-Governador do Estado, conhecer-lhes da renúncia e apreciar seus pedidos de licença;

III - autorizar o Governador e ao (sic.) Vice-Governador a se ausentarem do Estado, quando a ausência exceder a quinze dias, e do país por qualquer tempo;

IV - estabelecer e mudar, temporariamente, sua sede, local de suas reuniões, bem como da reunião de suas Comissões Perma-nentes;

V - apreciar o decreto de intervenção em Municípios;VI - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbi-

tem do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa;VII - julgar, anualmente, as contas do Governador e apreciar

os relatórios sobre a execução dos planos de governo, procedendo à tomada de contas, quando não apresentadas dentro de sessenta dias, contados da abertura da Sessão Legislativa;

VIII - fiscalizar e controlar, diretamente, através de quaisquer de seus membros ou Comissões, os atos do Poder Executivo, in-cluídos os da Administração indireta;

IX - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;

X - fixar remuneração para os Deputados Estaduais, em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõem os artigos 150, II, 153, III e 153, § 2º, I da Constituição Federal;

XI - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Governador, o Vice-Governador e os Secre-tários de Estado;

XII - autorizar referendo e convocar plebiscito;XIII - elaborar e votar seu Regimento Interno;XIV - dispor sobre sua organização, funcionamento, poder de

polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na Constituição Federal e nesta Constituição;

XV - elaborar sua proposta de orçamento, dentro dos limites da lei de diretrizes orçamentárias;

XVI - processar e julgar o Governador do Estado e Vice-Go-vernador nos crimes de responsabilidade e os Secretários de Esta-do nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

XVII - processar e julgar o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado e o Procurador-Geral da Defensoria Pública nos crimes de responsabilidade;

XVIII - escolher, mediante voto secreto e após arguição pú-blica, dois terços dos membros do Tribunal de Contas do Estado;

XIX - aprovar, previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:

a) Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado;b) (declarado inconstitucional, em controle concentrado,

pelo Supremo Tribunal Federal – ADIN nº 184-1, julgada em 25/06/1993, DJ 27.08.1993)

c) (declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal – ADIN nº 452-2, julgada em 28/08/2002, DJ 31.10.2002);

d) Interventor em Município;e) Titulares de outros cargos que a lei determinar.XX - ressalvado o disposto no art. 52, V, da Constituição Fe-

deral, autorizar operações internas e externas de natureza financei-ra de interesse do Estado, exceto no caso de operação interna para atender à calamidade pública, quando esse ato será praticado “ad referendum” da Assembleia Legislativa;

XXI - suspender a execução, total ou parcial, de lei ou ato nor-mativo estadual, declarado inconstitucional por decisão definitiva do Tribunal de Justiça;

XXII - autorizar, previamente, por iniciativa do Governador, a destituição do Procurador-Geral de Justiça e do Procurador-Geral da Defensoria Pública;

XXIII - destituir, por deliberação da maioria absoluta dos De-putados, na forma da lei estadual complementar, o Procurador-Ge-ral de Justiça e o Procurador-Geral da Defensoria Pública;

XXIV - apreciar os relatórios trimestral e anual do Tribunal de Contas do Estado;

XXV - requerer intervenção federal, se necessário, para asse-gurar o livre exercício de suas funções;

XXVI - ordenar a sustação de contrato impugnado pelo Tri-bunal de Contas;

XXVII - apreciar convênios, acordos ou contratos celebrados pelo Poder Executivo com os Governos Federal, Estaduais ou Mu-nicipais, entidades de direito público ou privado, ou particulares, de que resultem para o Estado quaisquer encargos;

XXVIII - emendar a Constituição Estadual, promulgar leis nos casos previstos nesta Constituição, expedir decretos legisla-tivos e resoluções;

XXIX - apreciar vetos do Governador do Estado;

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Didatismo e Conhecimento 21

LEGISLAÇÃO BÁSICA

XXX - solicitar ao Governador do Estado informações sobre assunto relacionado com matéria legislativa em tramitação ou su-jeita a sua fiscalização;

XXXI - estabelecer, para o início de cada exercício financeiro, a remuneração do Governador, do Vice-Governador e dos Secre-tários de Estado.

Parágrafo único Nos casos previstos nos inciso XVI e XVII, funcionará como Presidente o do Tribunal de Justiça, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos vo-tos da Assembleia Legislativa, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício da função pública, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.

Art. 27 A Assembleia Legislativa, bem como qualquer de suas Comissões, poderá convocar para prestar, pessoalmente, in-formações sobre assuntos previamente determinados, importando crime de responsabilidade e ausência sem justificação adequada:

I - Secretários de Estado;II - Procurador-Geral de Justiça;III - Procurador-Geral do Estado;IV - Procurador-Geral da Defensoria Pública;V - Titulares dos órgãos da Administração Pública indireta.Art. 28 A Mesa da Assembleia Legislativa, poderá enca-

minhar pedidos escritos de informação aos ocupantes de cargos enumerados nos incisos do artigo anterior, importando crime de responsabilidade a recusa ou o não atendimento no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.

SEÇÃO IIIDos Deputados Estaduais

Art. 29 Os Deputados Estaduais são invioláveis, civil e pe-nalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.9 (EC 42/06)

§ 1º Os Deputados Estaduais, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça. (EC 42/06)

§ 2º Desde a expedição do diploma, os Deputados Estaduais não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Assembleia Legislativa, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (EC 42/06)

§ 3º Recebida a denúncia contra o Deputado, por crime ocor-rido após a diplomação, o Tribunal de Justiça dará ciência à As-sembleia Legislativa, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (EC 42/06)

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Assembleia Le-gislativa no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (EC 42/06)

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (EC 42/06)

§ 6º Os Deputados Estaduais não serão obrigados a testemu-nhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercí-cio do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (EC 42/06)

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Assembleia Legislativa. (EC 42/06)

§ 8º As imunidades dos Deputados Estaduais subsistirão du-rante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Assembleia Legislativa, nos casos de atos praticados fora do recinto do Parlamento Estadual, que se-jam incompatíveis com a execução da medida. (EC 42/06)

Art. 30 Os Deputados Estaduais não poderão:I - desde a expedição do diploma:a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito

público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mis-ta ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades constantes da alínea anterior.

II - desde a posse:a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que

goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nu-tum” nas entidades referidas no inciso I, “a”;

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti-dades a que se refere o inciso I, “a”;

d) ser titulares demais de um cargo ou mandato público ele-tivo.

Art. 31 Perderá o mandato o Deputado Estadual:I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no ar-

tigo anterior;II - cujo procedimento for declarado incompatível com o de-

coro parlamentar;III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa à

terça parte das sessões ordinárias da Assembleia Legislativa, salvo licença ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;V - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em

julgado;VI - quando decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na

Constituição Federal.§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos ca-

sos definidos do Regimento Interno, o abuso das prerrogativas as-seguradas aos Deputados Estaduais ou a percepção de vantagens indevidas.

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e V, a perda do mandato será decidida pela Assembleia Legislativa, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de partido político re-presentado na Casa, assegurada a ampla defesa.

§ 3º Nos casos previstos nos incisos III, IV e VI, a perda será declarada pela Mesa da Assembleia Legislativa, de ofício ou me-diante provocação de qualquer de seus membros ou de partido po-lítico representado na Casa, assegurada a ampla defesa.

Art. 32 Não perderá o mandato o Deputado Estadual:I - investido no cargo de Ministro de Estado, Secretário de

Estado e de Prefeitura da Capital;II - licenciado pela Assembleia Legislativa por motivo de

doença ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse 180 (cento e oitenta) dias por Sessão Legislativa. (EC 68/14)

§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de inves-tidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.

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Didatismo e Conhecimento 22

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado Estadual poderá optar pela remuneração do mandato.

Art. 33 As contribuições devidas ao fundo de previdência parlamentar serão calculadas tomando-se por base a remuneração mensal, nos termos da lei.

SEÇÃO IVDas Reuniões

Art. 34 A Assembleia Legislativa reunir-se-á, anualmente, na Capital do Estado, de 02 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agos-to a 22 de dezembro. (EC 49/06)

§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem nos sábados, domingos ou feriados.

2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, do orçamento anual, da eleição da Mesa da Assembleia Legislativa, quando for o caso, e o julgamento das contas do Governador do Estado relativas ao exercício financeiro anterior.

§ 3º A Assembleia Legislativa reunir-se-á em sessão prepa-ratória a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da Legislatu-ra, para a posse dos Deputados Estaduais e eleição da Mesa, para mandato de 02 (dois) anos, na forma estabelecida em seu Regi-mento Interno. (EC 63/12)

§ 4º A convocação extraordinária da Assembleia Legislativa far-se-á por ato do Governador do Estado, do Presidente da Casa ou a requerimento da maioria de seus membros, em caso de urgên-cia ou interesse público relevante.

§ 5º Na sessão legislativa extraordinária, a Assembleia Legis-lativa somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convoca-da e que deverá constar, expressamente, no ato convocatório.

§ 6º Para o segundo biênio, a eleição da Mesa dar-se-á na Ordem do Dia da primeira sessão do mês de setembro do segundo ano legislativo, tomando posse os eleitos em 1º de fevereiro do ano subsequente.13 (EC 53/08)

Art. 35 A Assembleia Legislativa funcionará, ordinariamente, todos os dias úteis, à exceção de segunda-feira e sábado, com a presença de, pelo menos, um terço de seus membros, em sessões públicas, consoante o seu Regimento Interno.

SEÇÃO VDas Comissões

Art. 36 A Assembleia Legislativa terá comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no Regimento Interno ou no ato de que resultar sua criação.

§ 1º Na constituição da Mesa e de cada Comissão, é assegura-da, tanto quanto possível, a representação proporcional dos parti-dos ou dos blocos parlamentares que participam da Casa

§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência cabe:

I - discutir e votar projetos de lei que dispensar, no forma do Regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros de Casa;

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - convocar Secretários de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes às suas atribuições;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;VI - apreciar programas de obras, planos estaduais regionais e

setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão po-

deres de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno da Casa, serão criadas a re-querimento de um terço dos membros da Assembleia Legislativa, para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infra-tores.

§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa da Assembleia Legislativa, eleita pelo Plenário por voto secreto, na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no Regimento Interno, e cuja composição reproduzirá, quando possível, a proporcionalidade da representação partidária.

SEÇÃO VIDo Processo Legislativo

SUBSEÇÃO IDas Disposições Gerais

Art. 37 O processo legislativo compreende a elaboração de:I – emendas à Constituição;II – leis complementares;III – leis ordinárias;IV – leis delegadas;V – decretos legislativos;VI – resoluções.Parágrafo único Lei complementar disporá sobre a elabora-

ção, redação, alteração e consolidação das leis.

SUBSEÇÃO IIDa Emenda à Constituição

Art. 38 A constituição poderá ser emendada mediante pro-posta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Assembleia Le-gislativa;

II - do Governador do Estado;III - de mais da metade das Câmaras Municipais do Estado,

manifestando-se, cada uma delas, pela maioria simples de seus membros.

§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou estado de sítio.

§ 2º A proposta será discutida e votada pela Assembleia Le-gislativa, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos Deputados Estaduais.

§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pela Mesa da Assembleia Legislativa, com o respectivo número de ordem.

§ 4º Não serão objeto de deliberação as propostas de emendas previstas no § 4, do art. 60, da Constituição Federal.

§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

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Didatismo e Conhecimento 23

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. ... As leis sancionadas e promulgadas serão obrigato-riamente regulamentadas no prazo máximo de 90 (noventa) dias, contados da data de sua publicação, importando em crime de res-ponsabilidade o descumprimento deste dispositivo. (EC 19/01)

SUBSEÇÃO IIIDas Leis

Art. 39 A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Assembleia Legislativa, ao Go-vernador do Estado, ao Tribunal de Justiça, à Procuradoria Geral de Justiça e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Cons-tituição.

Parágrafo único São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos da Polícia Militar e do Cor-po de Bombeiros Militar;

II - disponham sobre:a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na Admi-

nistração Pública direta e indireta ou aumento de sua remuneração, observado o disposto na Seção III, Capítulo V, deste Título;

b) servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provi-mento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferência de militares para a inatividade;

c) organização do Ministério Público, da Procuradoria Geral do Estado e da Defensoria Pública, observado o disposto na Constitui-ção Federal;

d) criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Estado e órgãos da Administração Pública.

Art. 40 Não será admitido aumento de despesa prevista:I - nos projetos de iniciativa privativa do Governador, ressalva-

do o disposto do art. 164, desta Constituição.II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos

da Assembleia Legislativa, dos Tribunais e do Ministério Público.Art. 41 O Governador do Estado poderá solicitar urgência para

apreciação de projetos de sua iniciativa.§ 1º Se a Assembleia Legislativa não se manifestar no prazo

máximo de quarenta e cinco dias, esta dever ser incluída na ordem do dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se ultime a votação.

§ 2º O prazo de que trata o parágrafo anterior não corre no pe-ríodo de recesso da Assembleia Legislativa, nem se aplica aos pro-jetos de lei complementar.

§ 3º A solicitação de urgência poderá ser feita mesmo depois da remessa do projeto de lei e em qualquer fase de sua tramitação, começando a fluir o prazo a partir da leitura no expediente.

Art. 42 O projeto de lei, após concluída a respectiva votação, se rejeitado pela Assembleia Legislativa, será arquivado; se aprovado, será enviado ao Governador do Estado que, aquiescendo, o sancio-nará no prazo de quinze dias úteis.

§ 1º Se o Governador do Estado considerar o projeto de lei, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, conta-dos da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, os motivos do veto ao Presidente da Assembleia Legislativa.

§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

§ 3º Se o veto ocorrer durante o recesso da Assembleia Legis-lativa, o Governador do Estado fará publicá-lo.

§ 4º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Governa-dor importará em sanção.

§ 5º O veto será apreciado no prazo de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos membros da Assembleia Legislativa, em escrutínio secreto.

§ 6º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Governador do Estado.

§ 7º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no par. 5º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobres-tadas as demais proposições, até sua votação final, ressalvadas as matérias de que trata o art. 41, desta Constituição.

§ 8º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito ho-ras pelo Governador do Estado, nos casos dos parágrafos 4º e 6º, o Presidente da Assembleia Legislativa a promulgará e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente fazê-lo.

§ 9º Na apreciação do veto, a Assembleia Legislativa não po-derá introduzir qualquer modificação no texto vetado.

Art. 43 A matéria constante do projeto de lei rejeitado so-mente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Assembleia Legislativa.

Art. 44 As leis delegadas serão elaboradas pelo Governador do Estado, que deverá solicitar, para cada caso, a delegação à As-sembleia Legislativa.

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos competência exclu-siva da Assembleia Legislativa, a matéria reservada à lei comple-mentar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério público, a carreira e a garantia de seus membros;

II - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.§ 2º A delegação ao Governador do Estado terá a forma de re-

solução da Assembleia Legislativa, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.

§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pela Assembleia Legislativa, esta a fará em votação única, vedada qual-quer emenda.

Art. 45 As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta dos membros da Assembleia Legislativa e receberão nu-meração distinta das leis ordinárias.

Parágrafo único Serão regulados por lei complementar, entre outros casos previstos nesta Constituição:

I - Sistema Financeiro e Tributário do Estado;II – Organização Judiciária do Estado;III – Organização do Ministério Público do Estado;IV – Organização da Procuradoria Geral do Estado;V - Organização da Defensoria Pública do Estado;VI - Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado;VII - Estatuto dos Servidores Públicos Militares do Estado;VIII – Organização dos Profissionais da Educação Básica.

(EC 12/98)IX - Organização da Polícia Judiciária Civil do Estado;X - Organização do Grupo Tributação, Arrecadação e Fisca-

lização;XI - Organização do Tribunal de Contas do Estado;XII - Organização das entidades da Administração Pública

Indireta;XIII - Lei de Diretrizes da Educação;XIV - Código da Saúde;

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Didatismo e Conhecimento 24

LEGISLAÇÃO BÁSICA

XV - Outras leis de caráter estrutural referidas nesta Cons-tituição ou incluídas nesta categoria pelo voto prévio da maioria absoluta dos membros da Assembleia Legislativa.

XVI – Regime Jurídico das Carreiras da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados - AGER/MT. (EC 14/99)

SEÇÃO VIIDa Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária

Art. 46 A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope-racional e patrimonial do Estado e das entidades da Administração Pública direta e indireta, quanto aos aspectos de legalidade, legi-timidade e economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela Assembleia Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Parágrafo único Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie, ou, por qualquer forma, administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais o Estado responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Art. 47 O controle externo, a cargo da Assembleia Legislati-va, é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas, anualmente, pelo Governador do Estado, mediante parecer prévio a ser elaborado em sessenta dias, a contar de seu recebimento e enviado à Assembleia Legisla-tiva para julgamento;

II - julgar as contas dos administradores e demais respon-sáveis por dinheiros, bens e valores públicos da Administração Pública direta e indireta e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na Administração Pública direta e indireta, do Poder Público Estadual ou Municipal, exce-tuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, res-salvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria da Assembleia Legislati-va, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias, de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional o pa-trimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Estado, diretamente ou através dos seus órgãos da Adminis-tração Pública direta ou indireta, mediante convênio, acordo, ajus-te ou outros instrumentos congêneres;

VI - apreciar, para registro, os cálculos para transferência aos Municípios de parcelas do Imposto sobre operações relativas à Circulação de mercadorias e sobre Prestação de Serviços;

VII - velar pela entrega, na forma e nos prazos constitucionais, dos recursos aos Municípios das parcelas a que se refere o inciso anterior;

VIII - prestar as informações solicitadas pela Assembleia Le-gislativa, ou por qualquer de suas comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e Patrimonial, bem como sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

IX - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de des-pesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, dentre outras cominações, multas proporcionais ao vulto do dano causado ao erário;

X - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro-vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

XI - sustar, se não atendido, a execução de ato impugnado, comunicando, a decisão à Assembleia Legislativa;

XII - representar ao Poder competente sobre irregularidade ou abusos apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado dire-tamente pela Assembleia Legislativa, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis.

§ 2º Se a Assembleia Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no pará-grafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de dé-bito ou multa, terão eficácia de título executivo.

§ 4º O Tribunal encaminhará à Assembleia Legislativa, tri-mestral e anualmente, relatório de suas atividades.

Art. 48 A Assembleia Legislativa ou sua Comissão competen-te, ante indício de despesas não autorizadas, ainda que sob forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados in-suficientes, a Assembleia Legislativa ou a Comissão referida no “caput” deste artigo solicitará ao Tribunal pronunciamento conclu-sivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.

§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Assembleia Legislativa, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, determinará sua sustação.

Art. 49 O Tribunal de Contas do Estado, integrado por sete Conselheiros, tem sede na Capital, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território estadual, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 46, desta Constituição.

§ 1º Os Conselheiros do Tribunal de Contas serão nomeados pelo Governador do Estado, com aprovação prévia da Assembleia Legislativa, dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requi-sitos:

I - mais de trinta anos e menos de sessenta e cinco anos de idade;

II - idoneidade moral e reputação ilibada;III - notório conhecimento jurídico, contábil, econômico e fi-

nanceiro ou de administração pública;IV - mais de 10 (dez) anos de exercício de função ou de efetiva

atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior e, no caso dos Auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, 10 (dez) anos de efetiva ati-vidade nas respectivas carreiras daquele Tribunal.(EC 61/2011)17

§ 2º Os Conselheiros do Tribunal de Contas Estado serão es-colhidos:18 I – três pelo Governador do Estado, com aprovação da Assembleia Legislativa, sendo um da sua livre escolha e dois, alternadamente, dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segun-do os critérios de antiguidade e merecimento; (EC 06/93)

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Didatismo e Conhecimento 25

LEGISLAÇÃO BÁSICA

II – quatro pela Assembleia Legislativa. (EC 06/93)§ 3º O auditor, quando em substituição a Conselheiro, terá as

mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercí-cio das demais atribuições da judicatura, as de Juiz de Entrância Especial. (EC 06/93)

§ 4º É vedado aos Conselheiros, sob pena de perda do cargo, ainda que em disponibilidade, o exercício de outra função pública, salvo de um cargo de magistério, bem como receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participações nos processos, ou ainda, dedicar-se a atividades político-partidárias. (EC 39/05)

Art. 50 Os Conselheiros do Tribunal de Contas terão as mes-mas garantias, prerrogativas, vedações, impedimentos, remune-ração e vantagens dos Desembargadores e somente poderão apo-sentar-se com as vantagens do cargo quando o tiverem exercido efetivamente por mais de cinco anos. (EC 39/05)

§ 1º (declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal - ADIN nº 184-1, de 23/06/93 – DJ 27.08.1993)

§ 2º (declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal - ADIN nº 184-1, de 23/06/93 – DJ 27.08.1993)

§ 3º20 (revogado pela EC 39/05)§ 4º21 (declarado inconstitucional, em controle concentrado,

pelo Supremo Tribunal Federal, ADIN 98-5, de 7/08/97)Art. 5122 Fica criado o Ministério Público de Contas do Es-

tado de Mato Grosso, instituição permanente, essencial às funções de fiscalização e controle externo contábil, financeiro, orçamen-tário, operacional e patrimonial do Estado de Mato Grosso. (EC 58/10)

§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público de Contas a unidade, a indivisibilidade, a independência funcional e a autonomia administrativa. (EC 58/10)

§ 2º O Ministério Público de que trata o caput deste artigo será integrado por 04 (quatro) Procuradores de Contas de carreira própria, dirigido pelo Procurador-Geral de Contas, escolhido pelos integrantes da carreira, para investidura a termo de 02 (dois) anos, vedada a recondução imediata. (EC 58/10)

§ 3º Lei Complementar, de iniciativa do Tribunal de Contas, estabelecerá a organização da carreira e as atribuições dos Procu-radores de Contas. (EC 58/10)

§ 4º Aos Procuradores do Ministério Público de Contas são assegurados os direitos, garantias, prerrogativas e vedações dos membros do Ministério Público Estadual, inclusive de natureza remuneratória. (EC 58/10)

§ 5º A investidura dos Procuradores de Contas pressupõe in-gresso na carreira através de concurso público de provas e títu-los, obedecendo-se, nas nomeações, a ordem de classificação, sem prejuízo das disposições constitucionais alusivas aos membros do Ministério Público Estadual. (EC 58/10)

Art. 52 Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário man-terão, de forma integrada, sistema de controle interno com a fina-lidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plu-rianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos do Estado;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimo-nial nos órgãos e entidades da Administração Estadual, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan-tias, bem como dos direitos e haveres do Estado;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão ins-titucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno ao tomarem conhe-cimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dele darão ciên-cia ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2º A Auditoria-Geral do Estado constitui-se como órgão su-perior de Controle Interno do Poder Executivo Estadual.

Art. 53 O Tribunal de Contas prestará suas contas anualmen-te, à Assembleia Legislativa, no prazo de sessenta dias da abertura da sessão legislativa.

Art. 54 Qualquer cidadão, partido político, associação ou sin-dicato é parte legítima para denunciar irregularidades ou abusos perante o Tribunal de Contas, exigir-lhe completa apuração e a devida aplicação de sanções legais aos responsáveis, ficando as autoridades que receberem a denúncia ou requerimento de provi-dências solidariamente responsáveis em caso de omissão.

Art. 55 As declarações de bens que devem fazer o Governa-dor, Vice-Governador, os Secretários de Estado, o Procurador-Ge-ral do Estado, o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral da Defensoria Pública, os Deputados Estaduais, os Prefeitos, os Vereadores, o Presidente do Tribunal de Contas e do Tribunal de Justiça, no início e no fim da gestão, serão enviadas em quinze dias ao Tribunal de Contas, para registro e avaliação.

Parágrafo único Não enviadas as declarações no prazo de-terminado, o Tribunal fará, de ofício, levantamento, dando ao inte-ressado o direito de sobre ele manifestar dentro de quinze dias, sob pena de prevalecer, como declaração, os dados levantados.

Art. 56 As contas relativas a subvenções, financiamentos, empréstimos, auxílios e outros instrumentos congêneres, recebi-dos do Estado ou por seu intermédio, serão prestadas em separado, ao Tribunal de Contas do Estado, na forma e prazos estabelecidos. (EC 34/05)

Parágrafo único As contas relativas a convênios de trans-ferências voluntária de recursos do Estado serão prestadas, pela convenente, ao órgão ou entidade concedente, no prazo máximo de 30 dias, devendo este encaminhá-las ao Tribunal de Contas do Estado no prazo de 60 dias, contados do término das respectivas vigências. (EC 34/05)

CAPÍTULO IIIDo Poder Executivo Estadual

SEÇÃO IDo Governador e do Vice-Governador do Estado

Art. 57 O Poder Executivo é exercido pelo Governador do Estado, auxiliado pelos Secretários de Estado.

Art. 58 O Governador e o Vice-Governador do Estado se-rão eleitos, simultaneamente, noventa dias antes do término do mandato de seus antecessores, observado o disposto no art. 77 da Constituição Federal.

Parágrafo único O mandato do Governador é de quatro anos, vedada a reeleição para o período subsequente, e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.

Art. 59 São condições de elegibilidade do Governador e do Vice-Governador:

I - a nacionalidade brasileira;II - o pleno exercício dos direitos políticos;

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

III - o domicílio eleitoral na circunscrição do Estado pelo pra-zo fixado em lei;

IV - a filiação partidária;V - a idade mínima de trinta anos.Art. 60 O Governador e o Vice-Governador tomarão posse

em sessão da Assembleia Legislativa, prestando o compromisso de manter a Constituição, defendê-la, bem como às instituições democráticas, cumpri-la, observar as leis e promover o bem geral da população do Estado de Mato Grosso.

Parágrafo único Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Governador ou Vice-Governador, salvo motivo de for-ça maior, não tiverem assumido o cargo, este será declarado vago pela Assembleia Legislativa.

Art. 61 Substituirá o Governador, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Governador.

Parágrafo único O Vice-Governador, além de outras atribui-ções que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Governador, sempre que por ele convocado para missões especiais.

Art. 62 Em casos de impedimento do Governador ou do Vi-ce-Governador, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessi-vamente chamados ao exercício da chefia do Poder Executivo, o Presidente da Assembleia Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justiça.

Art. 63 Vagando os cargos de Governador e de Vice-Gover-nador, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.

§ 1º Ocorrendo a vacância no último ano do período governa-mental, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pela Assembleia Legislativa na forma da lei.

§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

Art. 64 O Governador deve residir na Capital do Estado.§ 1º O Governador e o Vice-Governador não poderão, sem

licença da Assembleia Legislativa, ausentar-se do País, por qual-quer tempo, nem do Estado, por mais de quinze dias, sob pena de perda do cargo.

§ 2º Tratando-se de viagem oficial, o Governador, no prazo de quinze dias a partir da data do retorno, deverá enviar à Assembleia Legislativa relatório circunstanciado sobre resultado da mesma.

Art. 65 Aplicam-se ao Governador e ao Vice-Governador, no que couber, as proibições e impedimentos estabelecidos para os Deputados Estaduais.

Parágrafo único Perderá o mandato o Governador que as-sumir outro cargo ou função na Administração Pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público.

Art. ...24 (Revogado pela EC 22/03)

SEÇÃO IIDas Atribuições do Governador do Estado

Art. 66 Compete privativamente ao Governador do Estado:I - nomear e exonerar os Secretários de Estado;II - iniciar o processo legislativo na forma e nos casos pre-

vistos nesta Constituição, inclusive, (sic.) nos casos de aumentos salariais;

III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, expedir de-cretos e regulamentos para sua fiel execução;

IV - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;V - dispor sobre a organização e funcionamento da Adminis-

tração do Estado, na forma da lei;VI - decretar e executar a intervenção nos municípios;

VII - nomear, após aprovação pela Assembleia Legislativa, o Procurador- Geral de Justiça, dentre os indicados em lista tríplice composta na forma da lei complementar, e os titulares dos cargos indicados no inciso XIX, do art. 26 desta Constituição;

VIII - (Inciso suspenso em liminar concedida na ADIN 282-1).IX - enviar à Assembleia Legislativa o plano plurianual, o pro-

jeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstas nesta Constituição;

X - prestar, anualmente, à Assembleia Legislativa, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas relati-vas ao exercício anterior;

XI - prover os cargos públicos estaduais, na forma da lei;XII - exercer o comando supremo da Polícia Militar e do Cor-

po de Bombeiros Militar do Estado e as demais atribuições previs-tas nesta Constituição. (EC 09/94)26

Parágrafo único O Governador poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos V e XI aos Secretários de Estado, ao Pro-curador-Geral de Justiça ou ao Procurador-Geral do Estado, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

SEÇÃO IIIDe Responsabilidade do Governador do Estado

Art. 67 (artigo declarado inconstitucional pela ADI 291-1, julgada em 07/04/2010)

Art.68 O Governador, admitida a acusação pelo voto de dois terços dos Deputados, será submetido a julgamento perante o Su-perior Tribunal de Justiça, nas infrações penais comuns, ou perante a Assembleia Legislativa, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º O Governador ficará suspenso de suas funções:I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou

queixa- crime pelo Superior Tribunal de Justiça;II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do pro-

cesso pela Assembleia Legislativa.§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamen-

to não estiver concluído, cessará o afastamento do Governador, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.

§ 3º (declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal pela ADIN 1010 – DJ 17.11.1995)

SEÇAO IVDas Secretarias de Estado

Art. 69 A direção superior da Administração do Estado é exercida pelo Gabinete do Governador e auxiliado pelos Secretá-rios de Estado.

Parágrafo único A criação, a extinção e a transformação de Secretaria de Estado serão regidas por lei, devendo ser observadas:

I - a existência de necessidade de otimizar a ação administra-tiva e social do Poder Executivo;

II - a manutenção de integração orgânica de setores e funções administrativas oficiais;

III - a realização de direção unificada para uma mesma polí-tica setorial;

IV - a presença dos demais requisitos exigidos pela lei para a sua estruturação.

Art. 70 Os Secretários de Estado serão escolhidos dentre bra-sileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 71 Compete ao Secretário de Estado, além de outras atri-buições estabelecidas nesta Constituição e em lei:

I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual na área de sua com-petência e referendar os atos e decretos assinados pelo Governa-dor;

II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;

III - apresentar ao Governador do Estado relatório anual dos serviços realizados na Secretaria;

IV - praticar os atos pertinentes às aV - comparecer à Assembleia Legislativa ou a qualquer de

suas Comissões, quando convocado, no prazo máximo de dez dias após a sua convocação;

VI - comparecer perante a Assembleia Legislativa e a qual-quer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimen-to prévio com a Mesa Diretora, para expor assunto de relevância de sua Secretaria;

VII - propor ao Governador, anualmente, o orçamento de sua pasta;

VIII - delegar suas próprias atribuições, por ato expresso, aos seus subordinados, sem eximir-se, todavia, da responsabilidade administrativa, civil ou penal, ocasionada por prática de irregulari-dade que venha ocorrer em decorrência do exercício de delegação.

Art. 72 Os Secretários de Estado, nos crimes comuns, são jul-gados pelo Tribunal de Justiça.

Parágrafo único Nos crimes de responsabilidade, o processo e o julgamento serão efetuados pela Assembleia Legislativa.

SEÇÃO VDo Conselho de Governo

Art. 73 O Conselho de Governo é órgão superior de consulta Governador do Estado, sob sua presidência e dele participam:

I - o Vice-Governador do Estado;II - o Presidente da Assembleia Legislativa;III - os líderes das bancadas partidárias na Assembleia Legis-

lativa;IV - outros previstos na lei que regulamentará sua organização

e funcionamento.Parágrafo único Compete ao Conselho pronunciar-se sobre

questões relevantes suscitadas pelo Governador do Estado, incluí-da a estabilidade das instituições e problemas emergentes, de gra-ve complexidade e implicações sociais.

SEÇÃO VIDa Defesa do Cidadão e da Sociedade

SUBSEÇÃO IDas Disposições Gerais

Art. 74 A defesa da sociedade e do cidadão, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para:

I - garantir a segurança pública, mediante a manutenção da ordem pública, com a finalidade de proteger o cidadão, a sociedade e os bens públicos e particulares, coibindo os ilícitos penais e as infrações administrativas;

II - auxiliar a defesa civil, por meio de atividades de socorro e assistência, em casos de calamidade pública, sinistros e outros flagelos;

III - promover a integração social, com a finalidade de preve-nir a violência, com o resgate da cidadania mediante a assistência aos diversos segmentos excluídos dos processos de desenvolvi-mento socioeconômico.

Art. 75 O Estado assegurará a defesa da sociedade e do cida-dão, pautando a ação policial pelo zelo das instituições democráti-cas e pela defesa das garantias constitucionais.

Art. 76 A ação policial organiza-se de forma sistêmica e rea-liza-se sob direção operacional unificada.

Parágrafo único A direção operacional, exercida pelo Poder Executivo, realiza-se através da Secretaria de Estado de Segurança Pública. (EC 10/95)

Art. 77 A defesa da ordem jurídica, da ordem pública, dos direitos e das garantias constitucionais e a segurança no Estado de Mato Grosso constituem área de competência da Secretaria de Estado de Justiça e Defesa da Cidadania e da Secretaria de Estado de Segurança Pública. (EC 10/95)

Parágrafo único A organização, a competência e as atribui-ções das Secretarias de Estado aludidas no caput deste artigo serão definidas em lei. (EC 10/95).

SUBSEÇÃO IIDa Polícia Civil

Art. 78 A Polícia Judiciária Civil, incumbida das funções de polícia judiciária e da apuração de infrações penais, exceto as mili-tares e ressalvada a competência da União, é dirigida por Delegado de Polícia estável na carreira, de livre escolha, nomeação e exone-ração pelo Governador do Estado.

Parágrafo único O cargo de Delegado de Polícia integra, para todos os fins, as carreiras jurídicas do Estado. (EC 65/12)

Art. 79 Lei complementar estabelecerá a organização e o es-tatuto da Polícia Judiciária Civil, observado:

I - criação de Academia de Policia Civil, destinada ao aperfei-çoamento dos seus membros e cuja frequência será obrigatória aos policiais civis em estágio probatório;

II - ingresso inicial na carreira por concurso público, sendo: a) de provas e títulos, com exame oral e público dos candida-

tos, para os cargos de Delegados de Polícia, privativos de bacha-réis em Direito, assegurada a participação da Ordem dos Advoga-dos do Brasil em sua realização e observado (sic.), nas nomeações, a ordem de classificação;

b) de provas ou provas e títulos para os demais cargos.III - a remoção do Delegado de Polícia somente se dará por

necessidade do serviço ou a pedido do servidor, neste caso desde que atenda à conveniência do serviço policial;

IV - vencimentos compatíveis com a importância da atividade policial, aplicando-se aos Delegados de Polícia o disposto no arti-go 120 desta Constituição;

V - remuneração, a qualquer título, fixada com diferença não excedente a 10% (dez por cento) de uma para outra classe de De-legado de Polícia. (EC 64/12)

SUBSEÇÃO IIIDa Polícia Militar

Art. 80 A Polícia Militar, instituição permanente e regular, força auxiliar e reserva do Exército, organizada com base na hie-rarquia e na disciplina, é dirigida pelo Comandante-Geral.

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Didatismo e Conhecimento 28

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Parágrafo único A escolha do Comandante-Geral é de livre nomeação e exoneração pelo Governador do Estado, dentre os ofi-ciais da ativa do Quadro de Oficiais da Polícia Militar do último posto de carreira.

Art. 81 À Polícia Militar incumbe o policiamento ostensivo, a preservação da ordem pública e a polícia judiciária militar, além de outras atribuições que a lei estabelecer.

Art. 82 Ao Corpo de Bombeiros Militar, instituição perma-nente e regular, força auxiliar e reserva do Exército, organizada com base na hierarquia e na disciplina, e dirigida pelo Comandan-te-Geral, compete32: (EC 09/94)

I - realizar serviços de prevenção e extinção de incêndio; (EC 09/94)

II - executar serviços de proteção, busca e salvamento; (EC 09/94)

III - planejar, coordenar e executar as atividades de defesa ci-vil, dentro de sua área de competência, no Sistema Estadual de Defesa Civil; (EC 09/94)

IV - estudar, analisar, exercer e fiscalizar todo o serviço de segurança contra incêndio e pânico no Estado; (EC 09/94)

V - realizar socorros de urgência; (EC 09/94)VI - executar perícia de incêndios relacionada com sua com-

petência; (EC 09/94)VII - realizar pesquisa científica no seu campo de ação; (EC

09/94)VIII - desempenhar atividades educativas de prevenção de in-

cêndios, pânicos coletivos e de proteção ao meio ambiente. (EC 09/94)

Parágrafo único A escolha do Comandante-Geral é da livre nomeação e exoneração pelo Governador do Estado, dentre os ofi-ciais da ativa do Quadro de Oficiais Combatentes do último posto de carreira. (EC 09/94).

SUBSEÇÃO IVDa Perícia Oficial e Identificação Técnica – POLITEC (EC

33/05)

Art. 8334 A Perícia Oficial e Identificação Técnica – POLI-TEC, na forma da lei complementar, ressalvada a competência da União, é incumbida de: (EC 33/05)

I – realizar as perícias de criminalística, de medicina legal e de odontologia legal; (EC 33/05)

II – realizar os serviços de identificação civil e criminal; (EC 33/05)

III – realizar perícias auxiliares à proposição de ações civis públicas, no âmbito de atuação da Perícia Oficial e Identificação Técnica; (EC 33/05)

IV – realizar outras perícias de que necessitar a Administração Pública Estadual, no âmbito de atuação da Perícia Oficial e Identi-ficação Técnica; (EC 33/05)

V – participar, no âmbito de sua competência, das ações es-tratégicas visando à segurança pública e à garantia da cidadania; (EC 33/05)

VI – buscar a integração com os demais órgãos vinculados à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública; (EC 33/05)

VII – organizar e manter, no âmbito de sua atuação, grupos de pesquisa científica, técnica e criminais, que visem à constante atualização e aperfeiçoamento de seus procedimentos. (EC 33/05)

§ 1º Os trabalhos de perícia e identificação serão prestados e suas informações fornecidas, sempre que requisitados por Presi-dente de Inquérito Policial, Civil ou Militar, pelo Ministério Públi-co ou por determinação judicial, em qualquer fase da persecução penal. (EC 33/05)

§ 2º A Perícia Oficial e Identificação Técnica é incumbida de realizar, ressalvada a competência da União, as perícias de crimi-nalística, de medicina legal, de odontologia legal e os serviços de identificação civil e criminal, em todo o Estado de Mato Grosso. (EC 33/05)

Art. 84 A Perícia Oficial e Identificação Técnica – POLITEC será dirigida por Perito Oficial, servidor de carreira, de livre nomea-ção e exoneração pelo Governador do Estado. (EC 33/05)

SUBSEÇÃO VDa Coordenadoria do Sistema Penitenciário

Art. 85 A Polícia Penitenciária do Estado tem como Objetivo a humanização, a reeducação, a reintegração social e a ressocializa-ção dos reeducandos, fundada no trabalho manual, técnico, cientí-fico, cultural e artístico, e se subordinará aos seguintes princípios:

I - respeito à dignidade e à integridade física dos presos, as-segurando-lhes o pleno exercício dos direitos não atingidos pela condenação;

II - garantia da prestação de assistência odontológica, psicoló-gica e jurídica para os condenados e aqueles que aguardam julga-mento;

III - a manutenção de colônias penais agrícolas e industriais;IV - garantia aos sentenciados e egressos, como etapa conclusi-

va do processo de reintegração social, de oportunidades de trabalho produtivo, condignamente remunerado, que possa gerar, a baixo custo, bens de significativo valor social para as comunidades de onde provenham.

Parágrafo único Para implementação do previsto no inciso IV, serão estabelecidos programas alternativos de educação e traba-lho remunerado em atividade industrial, agrícola e artesanal, atra-vés de convênios com entidades públicas ou privadas.

Art. 86 Nos estabelecimentos penitenciários do Estado será garantido ao preso acesso às informações prestadas pelos meios de comunicação social e a sua situação judiciária.

Art. 87 O estabelecimento prisional destinado a mulheres terá, como dependência anexa e independente, creche, garantido o dis-posto no art. 5o, L, da Constituição Federal.

Art. 88 Todo preso, qualquer que seja sua condição, será sub-metido pelo órgão competente, semestralmente, a exame completo de saúde, adotando-se imediatamente as medidas necessárias.

Art. 89 Lei ordinária disporá sobre o Quadro Especial de Ser-vidores Penitenciários.

Art. 90 O Estado será ressarcido pelo preso, na medida de suas possibilidades, das despesas decorrentes da execução da pena e da medida de segurança.

CAPÍTULO IVDa Administração da Justiça

SEÇÃO IDo Poder Judiciário

Art. 91 São órgãos do Poder Judiciário Estadual:I - o Tribunal de Justiça;II - o Tribunal do Júri;III - os Juízes de Direito;

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Didatismo e Conhecimento 29

LEGISLAÇÃO BÁSICA

IV - os Conselhos de Justiça Militar Estadual;V - os Juizados Especiais;VI - as Turmas Recursais,VII - os Juizados de Menores;VIII - a Justiça de Paz;IX - as Varas Distritais;X - as Varas Itinerantes;XI - outros órgãos instituídos em lei.Art. 92 A lei de Organização Judiciária, de iniciativa do Tri-

bunal de Justiça, disporá sobre o ingresso e a carreira de magis-trado, bem como a divisão judiciária do Estado, observando os seguintes critérios:

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz subs-tituto, através de concurso público de provas e títulos, com exame oral e público dos candidatos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases para compor a banca examinadora;

II - nomeações feitas com observância da ordem crescente de classificação;

III - promoção, de entrância para entrância feita por antiguida-de e merecimento, alternadamente, com observância dos seguintes critérios:

a) promoção obrigatória do juiz que figurar por três vezes con-secutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;

b) somente poderão concorrer à promoção por merecimento os juízes que integrarem a primeira quinta parte da lista de anti-guidade de entrância e que nela conte com o mínimo de dois anos de exercício, salvo se não houver, com tais requisitos, quem aceite a promoção;

c) aferição do merecimento levando-se em conta critérios ob-jetivos de presteza, segurança e eficiência no exercício da função jurisdicional, bem como pela frequência e aproveitamento em cur-so de aperfeiçoamento jurídico reconhecido pelo Tribunal;

d) na apuração da antiguidade, o Tribunal somente poderá re-cusar o juiz mais antigo pelo voto de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.

e) (dispositivo com eficácia suspensa por liminar na ADI 4042-1)

IV - o acesso ao Tribunal de Justiça dar-se-á por antiguidade e por merecimento, alternadamente, apuradas na última entrância, observadas as alíneas “c” e “d”, do inciso anterior e os seguintes critérios: 37 (EC 43/06)

a) acesso obrigatório do juiz mais votado, na vaga de mereci-mento; (EC 43/06)

b) somente poderão concorrer ao acesso por merecimento os juízes que integrarem a última entrância da carreira e que nela con-tem com o mínimo de dois anos de exercício, salvo se não houver, com tais requisitos, quem aceite a vaga. (EC 43/06)

V – (declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal – ADIN nº 98-5, Sessão 7/08/97, acórdão DJ 31.10.1997)38

a) os proventos da aposentadoria serão revisados nas mesmas oportunidades e proporções dos reajustes ou aumentos da remune-ração concedida, a qualquer título, aos magistrados em atividade;

b) os proventos dos magistrados aposentados serão pagos na mesma condição em que for a remuneração dos magistrados em atividade, figurando em folha de pagamento expedida pelo Poder Judiciário.

VI - o Tribunal somente poderá remover, colocar em dispo-nibilidade ou aposentar compulsoriamente o magistrado por inte-resse público, em decisão por voto secreto de dois terços, de seus membros, assegurada ampla defesa;

VII - estabelecimento de plantão judiciário permanente nas Comarcas de Terceira Entrância e Especial durante os horários não cobertos pelo expediente forense, inclusive nos fins de sema-na, dias santos e feriados, com a finalidade de garantir a tutela dos direitos individuais, os relativos a cidadania, o atendimento de pedidos de “habeas-corpus” e prisão preventiva e de busca e apreensão;

VIII - o subsídio dos Magistrados será fixado com diferença não superior a dez e nem inferior a cinco por cento de uma para outra instância e de uma para outra entrância, não podendo exceder a título nenhum a dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, observadas as disposições contidas na Seção III, Capítulo V, Título III, desta Constituição; (EC 37/05)

IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença em determinados atos, às próprias partes e a seus advo-gados, ou somente a estes;

X - as decisões administrativas do Tribunal de Justiça serão motivadas, sendo as de disciplina tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;

XI - o subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça corresponderá a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. (EC 37/05)

§ 1º O Tribunal de Justiça, Órgão Superior do Poder Judiciá-rio Estadual, compõe-se de trinta Desembargadores e tem sede na Capital e Jurisdição em todo o Estado40. (EC 30/04)

§ 2º A representação do Poder Judiciário compete ao Presi-dente do Tribunal de Justiça.

§ 3º Compete, privativamente ao Tribunal de Justiça do Esta-do de Mato Groso, eleger seu órgão diretivo, por maioria absoluta e voto direto, secreto e paritário, dentre os membros do Tribunal Pleno, exceto os cargos de corregedoria, por todos os magistrados em atividade, de primeiro e segundo graus, da respectiva jurisdi-ção, para um mandato de 02 (dois) anos, permitida uma recondu-ção. (EC 67/13)

§ 4º O disposto no parágrafo anterior não se aplica ao Tribu-nal Regional Eleitoral, competindo-lhe eleger seu órgão diretor na forma de seu Regimento Interno, observado o previsto no § 2º do Art. 120 da Constituição Federal. (EC 67/13)

Art. 93 Um quinto dos lugares do Tribunal de Justiça será composto de membros do Ministério Público e de advogados, na seguinte forma: (EC 56/09)

I - para o Ministério Público, a escolha dar-se-á entre Promo-tores e Procuradores de Justiça, com mais de 35 (trinta e cinco) anos de idade e pelo menos 10 (dez) de carreira, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto dos integrantes ativos da car-reira; (EC 56/09)

II - para a advocacia, a escolha se dar-se-á entre advogados de notório saber jurídico e reputação ilibada, com mais de 10 (dez) anos de efetiva atividade profissional, indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso. (EC 56/09)

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Didatismo e Conhecimento 30

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Parágrafo único As entidades de que trata o caput elabora-rão lista sêxtupla, encaminhando-a ao Tribunal de Justiça, que dela formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo que, nos 20 (vinte) dias subsequentes, escolherá um dos seus integrantes para nomeação. (EC 56/09)

Art. 94 Os juízes gozam das seguintes garantias:I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após

dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse perío-do, de deliberação do Tribunal de Justiça ou de sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII, da Constituição Federal;

III - irredutibilidade de vencimentos, observados, quanto à re-muneração, o que dispõem os artigos 37, XI, 150, II, 153, III e 153, § 2º, I, da Constituição Federal e o disposto da Seção III, Capítulo V, deste Título.

Art. 95 Aos juízes é vedado:I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou fun-

ção, salvo uma de magistério;II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participa-

ção em processo;III - dedicar-se à atividade político-partidária.Art. 96 Compete privativamente ao Tribunal de Justiça:I – processar e julgar, originariamente: (EC 31/04)a) nas infrações penais comuns e de responsabilidade, os

juízes de primeiro grau e os membros do Ministério Público, da Procuradoria-Geral do Estado, da Defensoria Pública, o Coman-dante-Geral da Polícia Militar e do Diretor-Geral da Polícia Civil, ressalvado a competência da Justiça Eleitoral; (EC 31/04)

b) as ações rescisórias de seus acórdãos e as revisões criminais nos processos de sua competência;

c) o habeas-corpus, quando o coator ou o paciente for auto-ridade diretamente sujeita à sua jurisdição em única instância, ou quando houver perigo de se consumar a violência antes que outro Juízo possa conhecer do pedido;

d) as representações sobre inconstitucionalidade de leis ou ato normativo estaduais ou municipais,

e) os conflitos de competência entre Câmaras ou Turmas do Tribunal ou entre seus respectivos membros, os conflitos de atri-buições entre autoridades judiciárias e administrativas, quando fo-rem neles interessadas o Governador, os Magistrados, os Secretá-rios de Estado, o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado e o Procurador da Defensoria Pública;

f) os conflitos de competência entre os Juízes de Direito e os Conselhos de Justiça Militar;

g) o mandado de segurança e o habeas data contra os atos do Governador do Estado, da Mesa da Assembleia Legislativa, do próprio Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas, dos Secretários de Estado, do Procurador-Geral de Justiça, do Procurador-Geral do Estado, do Defensor Público-Geral, do Comandante-Geral da Polícia Militar e do Diretor-Geral da Polícia Civil; (EC 31/04)

h) o habeas-data e o mandado de injunção nos casos de sua jurisdição;

i) a execução de sentença proferida nas causas de competên-cia originária, facultada a delegação de atos do processo a juiz de primeiro grau;

j) as habilitações incidentes nas causas sujeitas a seu conhe-cimento;

l) a execução de suas decisões;

m) a representação, objetivando a intervenção em Municípios na forma prevista na Constituição Federal e nesta Constituição;

n) a restauração de autos extraviados ou destruídos e outros in-cidentes que ocorrerem em processo de sua competência originária;

o) as revisões e reabilitações, quanto às condenações que haja proferido;

p) o impedimento e a suspensão, não reconhecidos, de Desem-bargador e do Procurador-Geral de Justiça, contra eles arguídos;

II - julgar, em grau de recurso:a) as causas decididas em primeira instância, inclusive as dos

Conselhos de Justiça Militar Estadual;b) as demais questões sujeitas por lei à sua competência; III - por deliberação administrativa:a) propor à Assembleia Legislativa o projeto de lei de orga-

nização Judiciária, eleger seus órgãos diretivos e elaborar seu re-gimento interno com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e adminis-trativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e dos Juízes que lhes forem vinculados, zelando pelo exercício da atividade cor-recional respectiva;

c) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus mem-bros e aos Juízes e servidores que lhes forem imediatamente vin-culados;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e tí-

tulos, obedecido o disposto no artigo 167 desta Constituição, os cargos necessários ao seu funcionamento, exceto os de confiança assim definidos em lei;

f) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de Juízes de carreira da respectiva jurisdição;

g) propor ao Poder Legislativo, na forma desta Constituição: 1 - a alteração do número de seus membros;2 - a criação e a extinção de cargos e a fixação dos vencimentos

dos seus membros, dos juízes e dos serviços auxiliares;3 - a criação, alteração ou extinção de tribunais inferiores; 4 - a alteração da organização juridiciária;5 - a criação e alteração dos Juizados;6 - a criação e alteração dos Conselhos de Justiça Militar Es-

tadual;7 - a criação e alteração da Justiça de Paz.h) escolher, na forma do art. 120, § 1º, alíneas “a” e “b” da

Constituição Federal, os membros do Tribunal Regional Eleitoral de sua indicação.

Art. 97 A Lei de Organização Judiciária organizará os Juiza-dos Especiais, providos por juízes togados, em quadro próprio e concurso específico, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante procedimento oral e sumaríssimo, permitida, nas hipóteses previstas em lei, a tramitação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau.

Art. 98 Através da Lei de Organização Judiciária será orga-nizada a Justiça de Paz remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face à impugnação apresentada, o processo de ha-bilitação, exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicio-nal, além de outras previstas na legislação.

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Didatismo e Conhecimento 31

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 99 Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia funcio-nal, administrativa e financeira.

§ 1º O Tribunal de Justiça elaborará sua proposta orçamentá-ria dentro dos limites estipulados na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º O encaminhamento da proposta compete ao Presidente do Tribunal de Justiça, após aprovação do Tribunal Pleno.

§ 3º No prédio onde funciona o Fórum e o Tribunal de Justiça, haverá instalações próprias ao Ministério Público, à Ordem dos Ad-vogados do Brasil, à Procuradoria-Geral do Estado e à Defensoria Pública

§ 4º Os Procuradores de Justiça gozarão do mesmo tratamento e das mesmas prerrogativas dispensadas aos membros dos Tribunais perante os quais oficiem.

Art. 100 Os pagamentos devidos pelas Fazendas Estadual e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusiva-mente na ordem cronológica da apresentação dos precatórios e a conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de Direito Público, de verba necessária ao pagamento dos seus débitos constantes de precatórios judiciários, até o dia primeiro de julho, data em que terão atualizados os seus valores fazendo-se o paga-mento até o final do exercício seguinte.

§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão con-signados ao Poder Judiciário, recolhendo-se as importâncias respec-tivas à repartição competente, cabendo ao Presidente do Tribunal de Justiça determinar o pagamento segundo as possibilidades do depó-sito, e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para o caso de preterimento do seu direito de precedência, o sequestro da quantia necessária à satisfação do débito.

§ 3º Dar-se-á direito de preferência de pagamento de precató-rios de natureza alimentícia aos servidores ativos e aposentados, bem como aos pensionistas, que preencherem um dos seguintes re-quisitos: (EC 36/05)

I - portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alie-nação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia gra-ve, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imu-nodeficiência adquirida, diabetes maleatus, no caso de magistério, surdez permanente ou anomalia da fala, enfisema pulmonar, osteíte deformante, fibrose cística (mucoviscidose) comprovadas mediante perícia médica feita pelo Sistema de Saúde do Estado; (EC 36/05)

II - idade superior a 60 (sessenta anos); (EC 36/05)III - créditos com origem em ações propostas há mais de quinze

anos. (EC 36/05) Art. 101 Aos Conselhos de Justiça Militar, constituídos na for-

ma da Lei de Organização Judiciária, compete, em primeiro grau, processar e julgar os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, nos crimes militares assim definidos em lei.

Parágrafo único Os Conselhos de Justiça Militar comporão a Vara Especializada da Justiça Militar, dirigida por juiz de direito de entrância especial integrante da magistratura de carreira.

Art. 102 Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça designará juiz com competência exclusiva para questões agrárias.

Parágrafo único Para o exercício das funções previstas neste artigo, o juiz se deslocará até o local do conflito, sempre que ne-cessário à eficiência da prestação jurisdicional.

SEÇÃO IIDo Ministério Público

Art. 103 O Ministério Público é uma instituição permanen-

te, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Parágrafo único São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

Art. 104 Ao Ministério Público é assegurada a autonomia funcional e administrativa, cabendo-lhe:

I - praticar atos próprios de gestão;II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional do pes-

soal da carreira e dos serviços auxiliares organizados em quadros próprios;

III - adquirir bens e serviços e efetuar a respectiva contabili-zação;

IV - propor, de maneira facultativa, a criação e extinção de seus cargos, nos termos desta Constituição e da Constituição Fe-deral;

V - organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das Pro-motorias de Justiça;

VI - eleger os integrantes dos órgãos de sua administração superior, na forma da lei;

VII - elaborar seu regimento interno;VIII - exercer outras competências dela decorrentes.Parágrafo único O Ministério Público, sem prejuízo de ou-

tras dependências, instalará as Promotorias de Justiça em Prédios sob sua administração, integrantes do conjunto arquitetônico dos Fóruns.

Art. 105 O Ministério Público elaborará sua proposta orça-mentária dentro dos limites da lei de diretrizes orçamentárias.

Parágrafo único A fiscalização contábil, financeira, orça-mentária, operacional e patrimonial do Ministério Público, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de dotações e recursos próprios e renúncia de receitas, será exercida pelo Poder Legislativo, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno estabelecido na sua Lei Complementar.

Art. 106 Lei Complementar, cuja iniciativa é facultada ao Procurador-Geral de Justiça, disporá sobre:

I - normas específicas de organização, atribuições e Estatu-to do Ministério Público, observados, dentre outros, os seguintes princípios:

a) ingresso na carreira mediante concurso público de provas e títulos com exame oral e público dos candidatos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização e observada, nas nomeações, a ordem de classificação;

b) promoção voluntária de entrância a entrância e acesso à Procuradoria de Justiça, alternadamente, por antiguidade e mereci-mento, apuradas na entrância imediatamente anterior, observando, para qualquer caso, o disposto nas alíneas “c”, “d”, “e” e “f”, deste inciso;

c) a promoção por merecimento, em qualquer caso, pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o Promo-tor de Justiça a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;

d) é obrigatória a promoção do Promotor de Justiça que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de mere-cimento;

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Didatismo e Conhecimento 32

LEGISLAÇÃO BÁSICA

e) na apuração da antiguidade, o Promotor de Justiça somente poderá ser recusado pelo voto de dois terços dos Procuradores de Justiça, conforme procedimento próprio, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;

f) subsídio que será fixado por lei, observada a diferença entre cinco e dez por cento de uma para outra entrância ou categoria e de entrância mais elevada para o de Procurador-Geral de Justiça e Procurador de Justiça, percentual este que será fixado por delibe-ração da maioria absoluta dos membros integrantes do Colégio de Procuradores de Justiça, sendo que o valor do subsídio não poderá ser inferior ao limite estabelecido na parte final do art. 37, XI, da Constituição Federal43. (EC 38/05)

II – elaboração, pelos membros do Ministério Público, de listra tríplice, dentre os integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos de idade, e com dez anos, no mínimo, no cargo de Promotor de Justiça ou Procurador de Justiça, para a escolha do Procurador-Geral de Justiça pelo Governador, para mandato de dois anos, per-mitida uma recondução44; (EC 32/05)

III - destituição do Procurador-Geral de Justiça por deliberação da maioria absoluta e por voto secreto da Assembleia Legislativa;

IV - controle externo da atividade policial;V - procedimentos administrativos de sua competência;VI - exercício da fiscalização dos estabelecimentos prisionais e

dos que abrigam idosos, menores, incapazes ou pessoas portadoras de deficiências;

VII - aprovação, pela Promotoria de Justiça especializada, no registro e mudanças estatutárias das fundações, inclusive as insti-tuídas e mantidas pelo Poder Público, funcionando em feitos que tratem de seus interesses e exercendo a fiscalização nos termos da lei civil;

VIII - e Justiça Militar Estadual;IX - conhecimento de representação por violação de direitos

humanos e sociais, por abuso de poder econômico e administrativo e apurá-las;

X - exercício da proteção, da defesa do meio ambiente e do patrimônio cultural;

XI - demais matérias necessárias ao cumprimento de suas fina-lidades institucionais.

Parágrafo único No exercício de suas funções o Ministério Público poderá:

a) instaurar procedimentos administrativos de sua competên-cia, requisitando informações e documentos para instruí-los;

b) requisitar informações e documentos de entidades privadas para instruir procedimentos ou processo em que oficie;

c) requisitar à autoridade policial competente a instauração de inquérito, acompanhá-lo e produzir provas;

d) dar publicidade dos procedimentos administrativos que ins-taurar e das medidas adotadas.

Art. 107 Os membros do Ministério Público têm as seguintes garantias:

I - vitaliciedade, após dois anos do exercício, não podendo per-der o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade de comarca ou função especializada, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão por voto de dois terços dos Procuradores de Justiça, após assegurada ampla defesa;

III - irredutibilidade de vencimentos observado, quanto à re-muneração, o disposto na Constituição Federal e na Seção III, Ca-pítulo V, deste Título.

Art. 108 Os membros do Ministério Público sujeitam-se às seguintes vedações:

I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorá-rios, percentagens ou custas processuais;

II - exercer a advocacia;III - participar de sociedade comercial, na forma da Lei;IV - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra fun-

ção pública, salvo uma de magistério;V - exercer, atividade político-partidária, salvo exceções pre-

vistas na lei.Art. 109 As funções do Ministério Público são privativas dos

integrantes da carreira, que deverão residir na Comarca da respec-tiva lotação.

Parágrafo único (declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal – ADIN nº 98-5 – Acórdão publicado no DJ de 31/10/97).

SEÇÃO IIIDa Procuradoria Geral do Estado

Art. 110 A Procuradoria Geral do Estado é instituição neces-sária à Administração Pública Estadual e função essencial à Admi-nistração da Justiça, responsável, em toda sua plenitude e a título exclusivo, pela advocacia do Estado.

Parágrafo único (Parágrafo declarado inconstitucional pela ADIN 291-1, julgada em 07/04/2010.)

Art. 111 A carreira de Procurador do Estado, a organização e o funcionamento da Instituição serão disciplinados em lei comple-mentar.

§ 1º O ingresso na classe inicial da carreira far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, com exame oral e público dos candidatos, realizado perante comissão composta por Procura-dores do Estado, sob a presidência do Procurador-Geral, e por um representante da Seção de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 2º O Procurador Geral do Estado, nos termos desta Constitui-ção, será nomeado pelo Governador.

Art. 112 São funções institucionais da Procuradoria Geral do Estado, além da representação judicial e extrajudicial do Estado:

I – exercer as funções de consultoria e assessoria jurídica do Estado, na forma da lei;

II – (Inciso declarado inconstitucional pela ADIN 291-1, jul-gada em 07/04/2010)

III - unificar a jurisprudência administrativa do Estado;IV- promover a inscrição e a cobrança judicial da dívida ativa

estadual;V - orientar, juridicamente, os Municípios, na forma da lei

complementar;VI - (Inciso declarado inconstitucional pela ADIN 291-1, jul-

gada em 07/04/2010)VII - supervisionar técnica e juridicamente as consultorias, as-

sessorias, departamentos jurídicos, procuradorias das autarquias e das fundações e os demais órgãos e unidades jurídicas integrantes da administração direta e indireta do Poder Executivo, podendo avocar processos judiciais a fim de atender ao interesse público; (EC 62/12)

VIII – representar o Estado perante os Tribunais de Contas do Estado e da União;

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Didatismo e Conhecimento 33

LEGISLAÇÃO BÁSICA

IX - sugerir aos representantes dos Poderes do Estado provi-dências de ordem jurídica reclamadas pelo interesse público e pela boa aplicação das leis vigentes;

X - opinar em todos os processos que impliquem alienação de bens do Estado;

XI - a realização dos processos administrativos-disciplinares, nos termos da lei;

XII - exercer as demais atribuições definidas em lei, desde que compatíveis com a natureza da Instituição.

§ 1º A Procuradoria-Geral do Estado deverá manter, conforme lei orgânica própria, órgãos regionais para executar adequadamen-te as suas funções constitucionais. (EC 67/12)

§ 2º Os órgãos regionais da Procuradoria-Geral do Estado de-verão ser instalados, preferencialmente, de acordo com as regiões de planejamento do Plano de Desenvolvimento para Mato Grosso – MT + 20. (EC 62/12)

Art. 113 São asseguradas aos Procuradores do Estado as se-guintes garantias.

I - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remu-neração, o disposto na Constituição Federal e na Seção III, Capí-tulo V, deste Título;

II - (Inciso declarado inconstitucional na ADIN 291-1, julgada em 07/04/2010)

III - responsabilidade disciplinar apurada através de processo administrativo instruído pela Corregedoria da Procuradoria Geral do Estado, mediante decisão do Colégio de Procuradores;

IV - promoção por antiguidade e merecimento, alternadamen-te, nos termos da lei;

V - fixação de remuneração com diferença não superior cinco por cento de uma para outra categoria.

Art. 114 A concessão dos direitos inerentes ao cargo de Pro-curador, dar-se-á por ato do Procurador-Geral do Estado, após de-cisão do Colégio de Procuradores, ressalvados, nos termos desta Constituição, os atos de competência do Governador do Estado.

Art. 115 Os servidores da Administração Pública atenderão às solicitações de certidões, informações, autos de processos e docu-mentos formuladas pela Procuradoria Geral do Estado.

SEÇÃO IVDa Defensoria Pública

Art. 116 A Defensoria Pública do Estado é instituição es-sencial à função jurisdicional, atuando junto à sociedade civil, na orientação jurídica e na defesa, em todos os graus e instâncias, dos direitos e interesses dos necessitados, na forma da lei.

Parágrafo único São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade, a autonomia funcional e ad-ministrativa, competindolhe: (EC 35/2005)

a) praticar atos próprios de gestão; (EC 35/2005)b) praticar atos e decidir sobre a situação funcional do pessoal

da carreira e dos serviços auxiliares organizados em quadros pró-prios; (EC 35/2005)

c) propor a criação e a extinção de seus cargos, nos termos desta Constituição; (EC 35/2005)

d) eleger os integrantes de sua Administração Superior, na for-ma da Lei; (EC 35/2005)

e) elaborar seu regimento interno; (EC 35/2005)f) exercer outras competências de sua autonomia. (EC

35/2005)

Art. 116-A A Defensoria Pública elaborará sua proposta or-çamentária dentro dos limites da Lei de Diretrizes Orçamentárias. (EC 35/2005)

Parágrafo único A fiscalização contábil, financeira, orça-mentária, operacional e patrimonial da Defensoria Pública, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de dotações e recursos próprios e renúncias de receitas será exercida pelo Po-der Legislativo, mediante controle externo, e pelo sistema de con-trole interno estabelecido na sua Lei Complementar. (EC 35/2005)

Art. 117 Lei Complementar, cuja iniciativa é facultada ao De-fensor Público Geral, disporá sobre a organização e funcionamen-to da Defensoria Pública, observados os seguintes princípios:56 (EC 35/2005)

a) ingresso na carreira mediante concurso público e provas de títulos com exame oral e público dos candidatos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua reali-zação e observada, nas nomeações, a ordem de classificação; (EC 35/2005)

b) promoção voluntária de entrância para entrância, e da en-trância mais elevada para o cargo de Procurador da Defensoria Pública, alternadamente, por antiguidade e merecimento, apurados na entrância imediatamente anterior; (EC 35/2005)

c) remuneração fixada com diferença não excedente a dez por cento de uma para outra entrância, e da entrância mais elevada para o cargo de Procurador da Defensoria Pública; (EC 35/2005)

d) destituição do Defensor Público-Geral por deliberação da maioria absoluta por voto secreto da Assembleia Legislativa. (EC 35/2005)

Art. 118 À Defensoria Pública compete:I - dar assistência jurídica, judicial e extra-judicial aos neces-

sitados; II - orientar e dar assistência judiciária aos usuários de bens

e serviços finais e, nesta condição, ao Sistema Estadual de Defesa do Consumidor;

III - exercer, quando se tratar de réu pobre, as atribuições de Procuradorde-Ofício junto aos Conselhos de Justiça Militares;

IV - assistir, judiciariamente, os menores em situação irregu-lar ou de risco, sem prejuízo das atribuições próprias do Ministério Público;

V - ter assento nos órgãos colegiados estaduais cujas ativida-des guardem relação direta com os direitos individuais e sociais;

VI - assistir, judiciariamente, os sindicatos profissionais sem recursos suficientes para a defesa de seus interesses;

VII - solicitar de autoridade estadual e seus agentes certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos e providências necessárias ao exer-cício de suas atribuições;

VIII - exercer a fiscalização dos estabelecimentos prisionais;IX - exercer as demais atribuições definidas em lei.Art. 119 Aos membros da Defensoria Pública é assegurado

o direito de comunicar-se pessoal e reservadamente com o preso, tendo livre acesso e trânsito em qualquer local e dependências em que ele se encontrar.

Art. 120 Às carreiras disciplinadas neste Capítulo aplica-se o disposto no art. 135 da Constituição Federal.

Parágrafo único O subsídio do grau ou nível máximo da carreira da Defensoria Pública, corresponderá a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e os subsídios dos

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

demais Membros serão fixados em lei e escalonados, não podendo a diferença entre um e outro ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal, obedecido, em qualquer caso, o dis-posto nos Arts. 37, XI, e 39, § 4º, da CF/88. (EC 59/10)

SEÇÃO VDo Conselho Estadual de Justiça

Art. 121 (declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal – ADIN nº 98-5 – Sessão realizada em 7/08/97 – DJ 31.10.1997)

Art. 122 (declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal – ADIN nº 98-5 – Sessão realizada em 7/08/97 – DJ 31.10.1997)

Art. 123 (declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal – ADIN nº 98-5 – Sessão realizada em 7/08/97 – DJ 31.10.1997)

SECÃO VIDo Controle da Constitucionalidade

Art. 124 São partes legítimas para propor a ação direta de in-constitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal em face desta Constituição:

I – o Governador do Estado;II – a Mesa da Assembleia Legislativa;III – o Procurador-Geral de Justiça;IV – o Procurador-Geral do Estado;V – o Procurador-Geral da Defensoria Pública;VI – o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;VII - partido político com representação na Assembleia Legis-

lativa;VIII - federação sindical ou entidade de classe de âmbito esta-

dual;IX - o Prefeito, a Mesa da Câmara de Vereadores ou partido

político com representação nesta, quando se tratar de lei ou ato nor-mativo municipal.

Art. 125 Somente pelo voto da maioria absoluta dos seus mem-bros ou dos membros do respectivo órgão especial poderá o Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

§ 1º O Procurador-Geral de Justiça será previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade.

§ 2º Quando o Tribunal de Justiça apreciar a inconstituciona-lidade, em tese, de norma legal ou ato normativo estadual, citará, previamente, a Procuradoria Geral do Estado para defender o ato ou o texto impugnado ou o Procurador Municipal, para o mesmo fim, quando se tratar de norma legal ou ato normativo municipal.

Art. 126 Declarada a inconstitucionalidade por decisão defini-tiva, esta será comunicada à Assembleia Legislativa ou à Câmara Municipal de Vereadores para a suspensão da execução, no todo ou em parte, da lei ou do ato normativo do Poder Público.

Parágrafo único Declarada a inconstitucionalidade por omis-são de medida para tornar efetiva norma desta Constituição, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

CAPÍTULO VDa Administração Pública

SEÇÃO IDas Disposições Gerais

Art. 127 A Administração Pública é o conjunto dos órgãos e funções dos Poderes do Estado e das entidades descentralizadas, aplicadas à execução de atividades e serviços administrativos, com a finalidade de promoção do bem-estar geral e da satisfação das ne-cessidades coletivas.

Art. 128 A Administração Pública direta é efetivada imedia-tamente por qualquer dos órgãos próprios dos Poderes do Estado.

Parágrafo único A Administração Pública Indireta é realizada imediatamente por:

a) autarquias, de serviço ou territorial;b) sociedades de economia mista;c) empresas públicas;d) fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público;e) demais entidades de Direito Privado, sob o controle direto ou

indireto do Estado.Art. 129 A Administração Pública direta e indireta, de qualquer

dos Poderes do Estado, obedecerá aos princípios de legalidade, im-pessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao seguinte:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei;

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

III - o edital de convocação para concurso público estabelecerá:a) prazo de validade do concurso de até dois anos, prorrogável

uma vez por igual período;b) o número de vagas oferecidas.IV - os cargos em comissão e as funções de confiança serão

exercidos, preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional, nos casos e condições previstos em lei;

V - a lei ordinária reservará um percentual não inferior a um por cento dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência de qualquer natureza e definirá os critérios de sua admis-são, observando o disposto nesta Constituição;

VI - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo deter-minado para atender à necessidade de excepcional interesse público;

VII - somente por lei específica poderão ser criadas e extintas as entidades da Administração Pública direta e indireta;

VIII - depende de autorização legislativa em cada caso, a cria-ção de subsidiárias das entidades da Administração Pública indireta, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

IX - as normas administrativas que criam, modificam ou ex-tinguem direitos dos servidores públicos da Administração Pública direta e indireta serão estabelecidas somente através de lei;

X - ressalvados os casos específicos na legislação, as obras, ser-viços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de paga-mento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensável à garantia do cumprimento das obri-gações;

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Didatismo e Conhecimento 35

LEGISLAÇÃO BÁSICA

XI - para se habilitarem às licitações estaduais ou à obtenção de empréstimos concedidos pelos órgãos do Sistema Financeiro do Estado, as empresas deverão comprovar, na forma da lei, o cumpri-mento de suas obrigações previdenciárias e trabalhistas.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam-panha dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores públicos.

§ 2º (Revogado pela EC 11/96)§ 3º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará

a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 4º As reclamações relativas à prestação de serviços públicos serão disciplinadas em lei.

§ 5º Os atos de improbidade administrativa importarão na sus-pensão dos direitos políticos, na perda da função pública, na indis-ponibilidade dos bens e no ressarcimento do erário, na forma e gra-dação prevista em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

§ 6º (O parágrafo foi suspenso em liminar concedida em medi-da cautelar na ADIN 282-1)

§ 7º A não publicação importa na nulidade do ato e na punição, pelo Tribunal de Contas, da autoridade responsável pelo fato, que será referendada pela Assembleia Legislativa.

§ 8º A lei estabelecerá a obrigatoriedade da notificação ou in-timação pessoal do interessado para determinados atos administra-tivos, caso em que só produzirão efeitos a partir de tais diligências.

§ 9º A lei fixará prazos para a prática dos atos administrativos e estabelecerá procedimentos adequados à sua revisão, indicando seus efeitos e forma de processamento.

§ 10 A Administração Pública é obrigada a fornecer ao inte-ressado, no prazo máximo de quinze dias, contados da respectiva solicitação, certidão de atos, contratos, decisões ou pareceres que não tenham sido previamente declarados sigilosos, sob pena de res-ponsabilidade da autoridade ou servidor que retardar ou negar a sua expedição. No mesmo prazo deverá atender às requisições judiciais, se outro não for fixado pelo Juiz.

Art. 130 As empresas concessionárias de serviços públicos su-jeitam-se ao permanente controle e fiscalização do Poder Público e da coletividade, cumprindo-lhes manter adequada execução do ser-viço e a plena satisfação dos direitos dos usuários.

Art. 131 A autorização, permissão ou concessão para a presta-ção de serviços públicos, sempre mediante licitação, será regulada por lei, que disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação e as condi-ções de caducidade, fiscalização, rescisão e reversão de concessão ou permissão;

II - os direitos dos usuários;III - tarifas que permitam cobrir o custo, a depreciação dos equi-

pamentos e os investimentos na melhoria e a expansão dos serviços;IV - a obrigatoriedade de manter o serviço adequado;V - a reversão dos bens vinculados ao serviço público objeto de

concessão ou permissão.§ 1º Os contratos de concessão e permissão de serviços públicos

serão firmados por prazo determinado.§ 2º A cassação de concessão e permissão de serviço público

inabilitará, em qualquer hipótese, a participação do concessionário ou permissionário em nova concorrência pública para serviços da mesma natureza.

Art. 132 Ao servidor público em exercício de mandato eletivo aplicam-se as disposições do artigo 38 da Constituição Federal.

Art. 133 Quando no exercício de mandato eletivo em direto-ria de entidade sindical ou associativa, representativa de categoria profissional de membros da Administração Pública, será colocado à disposição da entidade, desde que:

I - seja solicitado e não ultrapasse o limite de três servidores, em entidade que congregue um mínimo de mil representados;

II - seja solicitado e não ultrapasse o limite de um servidor, em entidades que congregue menos de mil e mais de trezentos repre-sentados.

Art. 134 (O caput do artigo foi suspenso em liminar concedida em medida cautelar na ADIN 282-1)

Parágrafo único (O parágrafo único do artigo foi suspenso em liminar concedida em medida cautelar na ADIN 282-1)

Art. 135 O Poder Público do Estado e dos Municípios garanti-rá assistência médicoodontológica, creches e pré-escolas aos filhos e dependentes dos servidores públicos, do nascimento até aos seis anos e onze meses.

Art. 136 Somente poderão ser criados cargos em comissão quando houver justificada necessidade baseada em relação pessoal e pública de confiança.

SEÇÃO IIDos Valores Públicos

SUBSECÃO IDas Disposições Gerais

Art. 137 A qualquer pessoa é atribuído o direito de levar ao conhecimento da autoridade a improbidade, irregularidade ou ilega-lidade de que tomar ciência, imputável a qualquer servidor público, competindo ao funcionário ou empregado público fazê-lo perante seu superior hierárquico.

Art. 138 Todas as autoridades sem lei específica, quando indi-ciadas em inquérito administrativo ou policial, por crime de respon-sabilidade ou crime comum, serão afastadas da função por seu chefe imediato, até final decisão judicial e administrativa.

SUBSEÇÃO IIDos Servidores Públicos Civis

Art. 139 O Estado e os Municípios, instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da Administração Pública direta, autarquias e fundações.

§ 1º A lei assegurará, aos servidores de Administração Pública direta, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados no mesmo Poder ou entre servidores dos Pode-res Executivo, Legislativo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

§ 2º As entidades da Administração Pública indireta, não con-templadas neste artigo, são constituídas de empregos públicos sob regime jurídico de natureza trabalhista observado o disposto no art. 129 desta Constituição e o art. 173, § 2º, da Constituição Federal.

§ 3º Aplicam-se aos servidores públicos estaduais as seguintes disposições, além das previstas no § 2º do art. 39 da Constituição Federal:

I – (O inciso foi suspenso em liminar concedida em medida cautelar na ADIN 282-1.)

II - (O inciso foi suspenso em liminar concedida em medida cautelar na ADIN 282-1.)

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Didatismo e Conhecimento 36

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 4º Sob pena de responsabilização, a autoridade que deter-minar o desconto em folha de pagamento do servidor para insti-tuições de previdência ou associações, deverá efetuar o repasse do desconto no prazo máximo de cinco dias úteis, juntamente com a parcela de responsabilidade do órgão.

Art. 140 Aplica-se ao servidor público o disposto no art. 41 da Constituição Federal.

Parágrafo único O servidor público estadual será aposentado na forma prevista no art. 40 da Constituição Federal, observando-se:

a) o benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade da remuneração ou proventos do servidor civil ou militar falecido, sendo majorado na mesma proporção sempre que houver reajuste na remuneração integral do servidor da ativa, acrescida de todas as vantagens;

b) incorporam-se aos proventos da aposentadoria, todas as gratificações da atividade quando exercidas por mais de cinco anos ininterruptos ou dez intercalados.

SUBSEÇÃO IIIDos Servidores Públicos Militares

Art. 141 São servidores públicos militares os integrantes da Po-lícia Militar do Estado e do Corpo de Bombeiros Militar.

Art. 142 As patentes, conferidas pelo Governador, com prer-rogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos, postos e uniformes militares.

Art. 143 Caberá ao Tribunal de Justiça decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças nos termos do Art. 125, § 4º, da Constituição Federal.

§ 1º Os Oficiais, nos termos do artigo 42, § 7º e 8º da Consti-tuição Federal, e as praças graduadas, após submetidas a julgamento condenatório com sentença transitada em julgado, na justiça comum ou militar, ou com decisão condenatória nos respectivos Conselhos Disciplinares, serão julgados na forma deste artigo.

Art. 144 Aplica-se aos servidores a que se refere esta Subseção, o disposto no art. 42 e seus parágrafos da Constituição Federal.

SEÇÃO IIIDa Política Salarial Única

Art. 145 A remuneração total dos cargos, empregos e funções dos Poderes Legislativo, Executivo será composta, exclusivamente, do vencimento-base e de uma única verba de representação.

§ 1º O adicional por tempo de serviço concedido aos ocupan-tes dos cargos de carreira de provimento efetivo e aos empregados públicos, como única vantagem pessoal, não será considerado para efeitos deste artigo e do inciso XXXI do art. 26 desta Constituição.

§ 2º Fica fixado como limite único, no âmbito de qualquer dos Poderes, do Tribunal de Contas e do Ministério Público do Estado, para fins do disposto no Art. 37, §12, da Constituição Federal, o sub-sídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Esta-do, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Vereadores. (EC 60/2011)

§ 3º Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Po-der Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

§ 4º É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espé-cies remuneratórias para efeito de remuneração de pessoal do servi-ço público.67 (EC 60/11)

§ 5º Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor Público não serão computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

§ 6º Os vencimentos dos servidores civis e militares são irredu-tíveis, e a remuneração observará o que dispõe os parágrafos 2º e 3º deste artigo, a legislação do imposto de rende e as demais normas contidas na Constituição Federal e nesta Constituição.

§ 7º É vedada a acumulação remunerada de cargo públicos, ex-ceto, quando houver compatibilidade de horários:

a) a de dois cargos de Professor;b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;c) (declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo

Supremo Tribunal Federal – ADIN nº 281-3 – Acórdão publicado no DJ 6/02/98).

§ 8º A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange todas as entidades da Administração Pública indireta.

Art. 146 A lei, ao instituir o regime estatutário o os planos de carreira para os servidores e empregados públicos, fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração de carreira, estabelecendo, também, a representação única.

Parágrafo único A relação entre a maior e a menor remune-ração, prevista neste artigo, será revista trienalmente, até chegar a oito vezes.

Art. 147 A revisão geral da remuneração dos servidores pú-blicos, sem distinção de índices, entre servidores públicos civis e militares, far-se-á sempre na mesma data.

§ 1º Os reajustes e aumentos, a qualquer título e feitos em qual-quer época por qualquer dos Poderes, serão automaticamente esten-didos aos demais, sem distinção de índices entre servidores públicos civis e militares.

§ 2º O pagamento da remuneração dos servidores públicos civis e militares dar-se-á até o dia dez do mês seguinte ao que se refere.

§ 3º O não pagamento da remuneração até a data referida no parágrafo anterior, importará na correção de seu valor, aplicando-se os índices federais de correção diária, a partir do dia seguinte ao vencimento até a data do efetivo pagamento.

§ 4º O montante da correção será pago juntamente com o venci-mento do mês subsequente, corrigido o seu total até o último dia do mês, pelos mesmos índices do parágrafo anterior.

Art. 148 Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário farão publicar, trimestralmente, no Diário Oficial, seus respectivos lota-cionogramas, com a especificação de remuneração atualizada de todos os servidores.

Parágrafo único As nomeações, demissões, exonerações, con-tratações para prestação de serviços e reajustes de remuneração que não forem publicados no Diário Oficial do Estado serão considera-dos nulos de pleno direito.

CAPÍTULO VIDo Sistema Tributário e Financeiro

SEÇÃO IDas Disposições Gerais

Art. 149 O Estado e os Municípios, observado o disposto na Constituição Federal e nesta Constituição, poderão instituir os se-guintes tributos:

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Didatismo e Conhecimento 37

LEGISLAÇÃO BÁSICA

I - impostos;II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela

utilização, efetiva ou potencial de serviços públicos específicos ou divisíveis prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e

serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de im-postos.

Art. 150 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao con-tribuinte, é vedado ao Estado e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se

encontrarem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, tí-tulos ou direitos;

III - cobrar tributos:a) em relação a fatos gerados ocorridos antes do inicio de vi-

gência da lei que os houver instituído ou aumentado;b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada

a lei que os instituiu ou aumentou.IV - utilizar tributo com efeito de confisco;V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por

meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Po-der Público;

VI - instituir impostos sobre:a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;b) templos de qualquer culto;c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclu-

sive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrati-vos, observados os requisitos da lei;

d) os imóveis tombados pelos órgãos competentes;e) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impres-

são.VII - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de

qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.§ 1º A vedação expressa na alínea “a” do inciso VI é extensi-

va às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes.

§ 2º O disposto na alínea “a” do inciso VI e no parágrafo an-terior não compreende o patrimônio, a renda e os serviços, relacio-nados com a exploração de atividades econômicas, regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou que haja con-traprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador de obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

§ 3º As vedações expressas nas alíneas “b” e “c” do inciso VI, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços rela-cionados com as finalidades essenciais das entidades nelas men-cionadas.

§ 4º A vedação estabelecida na alínea “d” do inciso VI será suspensa sempre que caracterizado o dano por ação ou omissão comprovada pelos órgãos competentes, na forma da lei.

§ 5º Não se considera limitação a tráfego de bens, para fins do disposto no inciso V, deste artigo, a retenção de mercadorias desacompanhadas de documentação fiscal ou acompanhadas de documentação fiscal inidônea, hipóteses em que ficarão retidas até a comprovação da legitimidade de sua posse e da regularidade fis-cal. (EC 55/09)

Art. 151 Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tributária ou previdenciária só poderá ser concedida através de lei específica, estadual ou municipal.

Parágrafo único A concessão ou revogação de isenções in-centivos, benefícios fiscais e tributários, no Estado, dependerá de autorização do Poder Legislativo Estadual ou Municipal.

Art. 152 O Estado poderá, excepcionalmente e por convênio, transferir para os municípios a fiscalização da arrecadação de seus tributos.

SEÇÃO IIDos Impostos do Estado

Art. 153 Compete ao Estado instituir:I - impostos sobre:a) transmissão causa-mortis e doação, de quaisquer bens ou

direitos;b) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre

prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se ini-ciem no exterior;

c) propriedade de veículos automotores.II - adicional ao imposto de renda incidente sobre lucros, ga-

nhos e rendimentos de capital até o limite de cinco por cento do imposto pago à União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas em seu território.

§ 1º O imposto previsto no inciso I, alínea “a”, atenderá ao seguinte:

I - relativamente aos bens imóveis e respectivos direitos, com-petirá ao Estado quando nele se situar o bem;

II - relativamente aos bens móveis, títulos e créditos, compe-tirá ao Estado onde nele se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador;

III - terá a competência para sua instituição regulada por lei complementar federal:

a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior; b) se o de cujus, possuía bens, era residente ou domiciliado ou

teve seu inventário processado no exterior.IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal.§ 2º O imposto previsto no inciso I, “b”, atenderá ao seguinte:I - será não-cumulativo, admitida sua seletividade, em função

da essencialidade das mercadorias e dos serviços, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mer-cadorias ou prestação de serviços, com o montante cobrado nas anteriores por este ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em con-trário da legislação, não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes e acar-retará a anulação do crédito relativo às operações e prestações an-teriores;

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Didatismo e Conhecimento 38

LEGISLAÇÃO BÁSICA

III - terá alíquotas aplicáveis às operações e prestações inte-restaduais e de exportação, na forma estabelecida por Resolução do Senado Federal;

IV - poderá ter as alíquotas máximas e mínimas nas operações internas estabelecidas por Resolução do Senado Federal, nos ter-mos do art. 155, § 2º, V, da Constituição Federal;

V - não poderá ter alíquotas internas nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, inferiores às previstas para as operações interestaduais, salvo deliberação em contrário do Estado, na forma da lei do Sistema Financeiro e Tri-butário do Estado e do art. 155, XII, “g” de Constituição Federal;

VI - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á:

a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contri-buinte do imposto;

b) a alíquota interna quando o destinatário não for contribuin-te dele;

c) a diferença de que trata o art. 155, § 2º, VIII, da Consti-tuição Federal, caberá ao Estado, quando nele o destinatário for contribuinte do imposto.

VII - incidirá, também:a) sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda

quando se tratar de bem destinado ao consumo ou ativo fixo do estabelecimento, assim como sobre serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado, quando nele estiver situado o esta-belecimento destinatário da mercadoria ou do serviço;

b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tribu-tária dos Municípios;

VIII - não incidirá:a) sobre operações que destinem ao exterior produtos indus-

trializados, excluídos os semi-elaborados definidos em lei comple-mentar federal;

b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele deri-vados e energia elétrica;

c) sobre o ouro, quando definido em lei federal como ativo financeiro ou instrumento cambial, nos termos do art. 153, § 5º, da Constituição Federal.

IX - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à indus-trialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos.

Art. 154 O Estado e os Municípios não poderão instituir ou-tro tributo incidente sobre operações relativas a energia elétrica, combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais do país, além dos impostos previstos nos artigos 153, I, “b” e 155, III, desta Constituição.

SEÇÃO IIIDos Impostos dos Municípios

Art. 155 Compete aos Municípios instituir impostos sobre:I - propriedade predial e territorial urbana;II - transmissão inter-vivos, a qualquer título, por ato oneroso,

de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição;

III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, ex-ceto o óleo diesel;

IV - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 153, I, “b”, definidos em lei complementar federal.

§ 1º O imposto de que se trata o inciso I poderá ser progres-sivo, nos termos de lei municipal, de forma a assegurar o cumpri-mento da função social da propriedade.

§ 2º O imposto previsto no inciso II:a) não incidirá sobre a transmissão de bens ou direitos incor-

porados ao patrimônio da pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nes-ses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arren-damento mercantil;

b) compete ao Município da situação do bem.§ 3º O imposto previsto no inciso III não exclui a incidência

do imposto estadual previsto no art. 153, I, “b” sobre a mesma operação.

SEÇÃO IVDa Repartição das Receitas Tributárias

Art. 156 Pertencem ao Estado:I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda

e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendi-mentos pagos, a qualquer título, por ele, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;

II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I, da Constituição Federal;

III - trinta por cento do produto da arrecadação do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títu-los ou valores mobiliários incidente sobre o ouro, originário deste Estado, quando definido em lei federal como ativo financeiro ou instrumento cambial.

Art. 157 Pertencem aos Municípios:I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda

e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendi-mentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;

II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados;

III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do impos-to do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licencia-dos em seu território;

IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mer-cadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação;

V - setenta por cento para o Município de origem, do produto da arrecadação do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários, incidente sobre o ouro, quando definido em lei federal como ativo financeiro ou instrumento cambial.

Parágrafo único As parcelas de receita pertencentes aos Mu-nicípios, mencionados no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios:

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Didatismo e Conhecimento 39

LEGISLAÇÃO BÁSICA

I - no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de merca-dorias e nas prestações de serviços realizados em seus territórios; (EC 15/99)

II - até 25% (vinte e cinco por cento) distribuídos aos Municí-pios, conforme critérios econômicos, sociais e ambientais a serem definidos em Lei Complementar. (EC 15/99)

Art. 158 O Estado e os Municípios receberão da União a parte que lhes cabe nos tributos por ela arrecadados, calculados na forma do art. 159, da Constituição Federal.

Art. 159 O Estado entregará: (EC 08/93)I - dos recursos que receber nos termos do inciso II, Artigo

159, da Constituição Federal, 25% (vinte e cinco por cento) aos municípios, observados os critérios estabelecidos no Artigo 157, parágrafo único, incisos I e II, desta Constituição; (EC 08/93)

II - das receitas tributárias próprias do Tesouro do Estado, provenientes de impostos, 03% (três por cento) para aplicação em programas de financiamento ao setor privado, através de institui-ções financeiras de caráter oficial, ficando assegurados aos mini, micro e pequenos agentes econômicos, no mínimo 60% (sessenta por cento) destes recursos, na forma que a lei complementar esta-belecer. (EC 08/93)

Art. 160 É vedada ao Estado a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relati-vos a impostos.

Parágrafo único Esse vedação não impede o Estado de con-dicionar a entrega de recursos ao pagamento de seus créditos.

Art. 161 O Estado e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês subsequente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio.

Parágrafo único Os dados divulgados pelo Estado serão dis-criminados por Município.

SEÇÃO VDos Orçamentos

Art. 162 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:I - o plano plurianual;II - as diretrizes orçamentárias;III - os orçamentos anuais do Estado.§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá as dire-

trizes, objetivos e metas da Administração Pública Estadual para as despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como a re-dução das desigualdades inter-regionais segundo critérios popula-cionais.

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da Administração Pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elabo-ração da lei orçamentária anual, disporá, justificadamente, sobre alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de apli-cação das agências financeiras oficiais de fomento.

§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o en-cerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução or-çamentária.

§ 4º Os planos e programas estaduais e setoriais serão ela-borados em consonância com plano plurianual e apreciados pela Assembleia Legislativa.

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:I - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Estado, seus

fundos, órgãos e entidades da Administração Pública direta e in-direta;

II - o orçamento de investimento das empresas em que o direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento de seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da Administração Pública di-reta ou indireta bem como os fundos instituídos e mantidos pelo Poder Público.

§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de de-monstrativo regionalizado, sobre as receitas e despesas, decorren-tes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natu-reza financeira, tributária e creditícia.

§ 7º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei federal.

§ 8º As operações de crédito por antecipação de receita, a que alude o parágrafo anterior, obedecerão ao estatuído pelo inciso III do artigo 167 da Constituição Federal e serão liquidadas no pró-prio exercício financeiro72. (EC 07/93)

§ 9º A previsão de receita e a fixação da despesa no projeto e na lei orçamentária devem refletir com fidedignidade a conjun-tura econômica e a política fiscal do Estado de Mato Grosso. (EC 69/14)

Art. 163 Serão estabelecidos em lei os planos e programas estaduais e setoriais, sob a forma de diretrizes e bases de plane-jamento estadual, compatibilizados com as disposições federais e com o desempenho econômico do Estado.

Art. 164 Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicio-nais serão apreciados pela Assembleia Legislativa, sendo aprova-dos por maioria absoluta dos seus membros.

§ 1º Caberá à Comissão Permanente de Fiscalização e Acom-panhamento da Execução Orçamentária:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Governador do Estado;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas estaduais e setoriais e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais Comissões da Assembleia Legislativa.

§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão referida no parágrafo anterior, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário da Assembleia Legislativa.

§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídos as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;b) serviço de dívida;c) transferências tributárias constitucionais para os Municí-

pios.

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Didatismo e Conhecimento 40

LEGISLAÇÃO BÁSICA

III - sejam relacionadas:a) com a correção de erros ou omissões;b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias

não poderão ser aprovados quando incompatíveis com o plano plu-rianual.

§ 5º O Governador do Estado poderá enviar mensagem à As-sembleia Legislativa para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo, enquanto não iniciada a votação na Comissão Permanente de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Or-çamentária, de parte cuja alteração é proposta.

§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, de diretrizes or-çamentárias e do orçamento anual serão enviados ao Poder Legis-lativo, pelo Governador do Estado, nos seguintes prazos:73 (EC 29/04)

I - projeto de lei do Plano Plurianual, até 30 de agosto do pri-meiro ano do mandato do Governador;74 (EC 50/07)

II – projeto de lei de diretrizes orçamentárias, anualmente, até 30 de maio; (EC 29/04)

III – projeto de lei do orçamento anual, até 30 de setembro. (EC 29/04)

§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta Seção, as demais normas rela-tivas ao processo legislativo.

§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou re-jeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, median-te créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica au-torização legislativa.

§ 9º No primeiro ano do mandato do Governador o projeto de lei do Plano Plurianual conterá como anexo as metas e prioridades do Governo, sem prejuízo do encaminhamento do referido anexo nos demais exercícios através da Lei de Diretrizes Orçamentárias. (EC 50/07)

§ 10 É obrigatória a execução da Programação incluída na lei orçamentária anual, resultante das emendas parlamentares. (EC 69/14)

§ 11 As emendas parlamentares ao Projeto de Lei Orçamen-tária serão aprovadas no limite de 1% (um por cento) da Receita Corrente Líquida realizada no exercício anterior. (EC 69/14)

§ 12 A não execução da programação orçamentária, nas con-dições previstas nos §§ 10 e 11 deste artigo, implicará crime de responsabilidade, salvo nas situações abaixo especificadas, desde que autorizadas pela Assembleia Legislativa: (EC 69/14)

I - nos casos de impedimento de ordem técnica, legal ou ope-racional, que torne impossível a sua execução, mediante justifica-tiva apresentada pelo Poder Executivo até 90 (noventa) dias antes do encerramento da Sessão legislativa; (EC 69/14)

II - quando for constatado que o montante previsto poderá re-sultar no não cumprimento das metas fiscais estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentária, situação em que as emendas parla-mentares poderão ser reduzidas em percentual igual ao que incidir sobre o conjunto das despesas discricionárias. (EC 69/14)

§ 13 Para fins do disposto nos §§ 10 e 11 deste artigo, a exe-cução da programação orçamentária das emendas parlamentares será: (EC 69/14)

I - aplicada, sob pena de implicar em crime de responsabili-dade, nas seguintes áreas e nos respectivos percentuais mínimos: (EC 69/14)

a) 12% para a saúde;b) 25% para a educação;c) 6,5% em esporte, e;d) 6,5% em cultura.II - demonstrada no relatório resumido da execução orçamen-

tária de que trata o Art. 162, § 3º; (EC 69/14)III - objeto de manifestação específica no parecer do Tribunal

de Contas do Estado, previsto no Art. 47, I; (EC 69/14)IV - divulgadas em audiências públicas pelos municípios be-

neficiados, e; (EC 69/14)V - fiscalizada e avaliada quanto aos resultados obtidos. (EC

69/14) Art. 165 São vedados:I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei or-

çamentária anual;II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações dire-

tas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;III - a realização de operações de créditos que excedam o

montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas me-diante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

IV - a vinculação de impostos a órgão, fundo ou despesas, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os incisos III e IV do artigo 157 e o artigo 159 e respectivos incisos, desta Constituição; a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino, como determinado pelo artigo 245 desta Constituição, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no artigo 162, § 7º, desta Constituição;75 (EC 08/93)

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspon-dentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra, ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

VII - a solicitação e a concessão de créditos ilimitados;VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de

recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidades ou cobrir “déficit” de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 162, § 5º, desta Constituição;

IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa;

X - lançamento de títulos da dívida pública estadual, sem pré-via autorização legislativa; (EC 05/93)

XI - a aplicação de disponibilidade de caixa do Estado em tí-tulos, valores mobiliários e outros ativos de empresa privada. (EC 05/93).

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exer-cício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.

§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admi-tida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 41, desta Constituição.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 166 Os recursos correspondentes às dotações orçamen-tárias, inclusive os créditos suplementares e especiais, destinados aos Poderes Legislativo e Judiciário e ao Ministério Público, ser-lhes-ão entregues até o dia vinte de cada mês, nos termos da lei complementar federal a que alude o § 9º, art. 165 da Constituição Federal.

Art. 167 A despesa com pessoal ativo e inativo do Estado e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar federal.

Parágrafo único A concessão de qualquer vantagem ou au-mento de remuneração, a criação de cargos ou alteração de es-trutura de carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades de Administração Pública direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, só poderão ser feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para aten-der às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela de-correntes;

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes or-çamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

SEÇÃO VIDo Sistema Financeiro Estadual

Art. 168 O Sistema Financeiro Público Estadual estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do Estado e a servir aos interesses da coletividade, com a função precípua de democratizar o crédito e permitir à população o acesso aos servi-ços bancários, é constituído pelas instituições financeiras oficiais estaduais.

Art. 169 As instituições financeiras estaduais são órgãos de execução da política de crédito do Governo Estadual, sendo cons-tituídas em todos os segmentos do sistema financeiro que convie-rem ao desenvolvimento estadual.

Art. 170 A criação, transformação, fusão, cisão, incorporação ou extinção das instituições financeiras oficiais estaduais depende-rão sempre de prévia autorização da Assembleia Legislativa.

Art. 171 A arrecadação de tributos e demais receitas, dos ór-gãos da Administração Pública direta e indireta, será efetuada em instituições financeiras públicas e nas privadas em que brasileiros detenham mais de 50% (cinquenta por cento) do capital com direi-to a voto.76 (EC 27/04)

§ 1º As contribuições sociais devidas também serão, obriga-toriamente, depositadas em instituição financeira pública estadual ou federal e nas provadas em que brasileiros detenham mais 50% (cinquenta por cento) do capital com direito a voto. (EC 27/04)

§ 2º A movimentação de recursos financeiros, do Poder Le-gislativo, Executivo e Judiciário, deverá ser através de instituição financeira oficial, seja estadual ou federal, e privada em que brasi-leiros detenham mais de 50% (cinquenta por cento) do capital com direito a voto. (EC 27/04)

Art. 172 Os recursos financeiros captados pelas instituições oficiais estaduais serão, integralmente, aplicados no interesse do desenvolvimento do Estado.

Parágrafo único Os recursos financeiros relativos a progra-mas e projetos de caráter regional, de responsabilidade do Estado, serão depositados em suas instituições financeiras oficiais.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (ART. 1º AO 28 E ART. 301 A 307).

DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.

Código de Processo Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que Ihe confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

LIVRO IDO PROCESSO EM GERAL

TÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território bra-sileiro, por este Código, ressalvados:

I - os tratados, as convenções e regras de direito internacio-nal;

II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da Repú-blica, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100);

III - os processos da competência da Justiça Militar;IV - os processos da competência do tribunal especial (Cons-

tituição, art. 122, no 17);V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos

processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.

Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei an-terior.

Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensi-va e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.

TÍTULO IIDO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995)

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja co-metida a mesma função.

Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I - de ofício;II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Mi-

nistério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

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Didatismo e Conhecimento 42

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:

a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;b) a individualização do indiciado ou seus sinais característi-

cos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profis-são e residência.

§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da exis-tência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbal-mente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, veri-ficada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.

§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualida-de para intentá-la.

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos crimi-nais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)(Vide Lei nº 5.970, de 1973)

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável,

do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a aca-reações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo da-tiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de ante-cedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua ati-tude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pes-soa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá pro-ceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.

Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só pro-cessado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubri-cadas pela autoridade.

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preven-tivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apu-rado e enviará autos ao juiz competente.

§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.

Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias

à instrução e julgamento dos processos;II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Minis-

tério Público;III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades

judiciárias;IV - representar acerca da prisão preventiva.Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no §

3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Esta-

tuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vi-gência)

Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização ju-dicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos ade-quados – como sinais, informações e outros – que permitam a locali-zação da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequên-cia. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

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Didatismo e Conhecimento 43

LEGISLAÇÃO BÁSICA

II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial de-verá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às empresas prestado-ras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibi-lizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.

Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolu-ção do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligên-cias, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autorida-de policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguarda-rão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo neces-sário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requeren-tes. (Redação dada pela Lei nº 12.681, de 2012)

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sem-pre de despacho nos autos e somente será permitida quando o in-teresse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de 30.5.1966)

Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de pre-catórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que com-pareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identifi-cação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

TÍTULO IIIDA AÇÃO PENAL

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado au-sente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Parágrafo único re-numerado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)

§ 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. (Incluído pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)

Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.

Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciati-va do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apre-sentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denún-cia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

CAPÍTULO IIDA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:I - está cometendo a infração penal;II - acaba de cometê-la;III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido

ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, ob-jetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvi-rá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida,

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao in-terrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhen-do, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a auto-ridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005)

§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o con-duzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.

§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deve-rão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.

§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença des-te. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005)

§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá cons-tar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa pre-sa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de presta-do o compromisso legal.

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se en-contre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indica-da. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante re-cibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da au-toridade, ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assi-nado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.

(LEI FEDERAL Nº 8.429/1992): AGENTE PÚBLICO, ATOS DE IMPROBIDADE E SANÇÕES.

LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.

Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I Das Disposições Gerais

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incor-porada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquen-ta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades des-ta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cin-quenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem re-muneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qual-quer forma direta ou indireta.

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimô-nio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministé-rio Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressar-cimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio pú-blico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

CAPÍTULO II Dos Atos de Improbidade Administrativa

Seção I Dos Atos de Improbidade Administrativa que

Importam Enriquecimento Ilícito

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importan-do enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patri-monial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agen-te público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o for-necimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, di-reta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de merca-dorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te-nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera-ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou decla-ração a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valo-res integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Seção II Dos Atos de Improbidade Administrativa que

Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que cau-sa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamen-to ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorpora-ção ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acer-vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicá-veis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente des-personalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô-nea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a ob-servância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra-tivos, ou dispensá-los indevidamente; (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autori-zadas em lei ou regulamento;

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio pú-blico;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das nor-mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-queça ilicitamente;

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natu-reza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa-da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem su-ficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-dades previstas na lei.(Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incor-poração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela adminis-tração pública a entidades privadas mediante celebração de parce-rias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vi-gência)

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regu-lamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

XVIII - celebrar parcerias da administração pública com enti-dades privadas sem a observância das formalidades legais ou regu-lamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e aná-lise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administra-ção pública com entidades privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administra-ção pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplica-ção irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

Seção III Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os

Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que aten-ta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, lega-lidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão

das atribuições e que deva permanecer em segredo;IV - negar publicidade aos atos oficiais;V - frustrar a licitude de concurso público;VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de ter-ceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú-blica com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessi-bilidade previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

CAPÍTULO III Das Penas

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e admi-nistrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se con-correr esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, di-reta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-tícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

CAPÍTULO IV Da Declaração de Bens

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio-nados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pes-soal competente. (Regulamento) (Regulamento)

§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou compa-nheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo de-terminado, ou que a prestar falsa.

§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da de-claração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e pro-ventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo .

CAPÍTULO V Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad-ministrativa competente para que seja instaurada investigação des-tinada a apurar a prática de ato de improbidade.

§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades esta-belecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representa-ção ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.

§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im-probidade.

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conse-lho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.

§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações finan-ceiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será pro-posta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.

§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do patri-mônio público.

§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Minis-tério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redação dada pela Lei nº 9.366, de 1996)

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nu-lidade.

§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisó-ria nº 2.180-35, de 2001)

§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbida-de ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresen-tação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifesta-ção por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justi-ficações, dentro do prazo de quinze dias. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da ine-xistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresen-tar contestação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inade-quação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de repa-ração de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI Das Disposições Penais

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida-de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está

sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa com-petente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune-ração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo

quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).

II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Mi-nistério Público, de ofício, a requerimento de autoridade admi-nistrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

CAPÍTULO VII Da Prescrição

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções pre-vistas nesta lei podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

CAPÍTULO VIII Das Disposições Finais

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de

1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e 104° da República.

ARTIGOS 312 A 326, DO CÓDIGO PENAL, QUE TRATAM DOS CRIMES COMETIDOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.

Código Penal.

TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO I DOS CRIMES PRATICADOS

POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

PeculatoArt. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, va-

lor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, em-

bora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de fun-cionário.

Peculato culposo§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime

de outrem:Pena - detenção, de três meses a um ano.§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se

precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outremArt. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que,

no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações (In-cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Ad-ministração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluí-do pela Lei nº 9.983, de 2000)

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Didatismo e Conhecimento 49

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de in-formações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou so-licitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e mul-ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Ad-ministração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documentoArt. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de

que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicasArt. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa

da estabelecida em lei:Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

ConcussãoArt. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indireta-

mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Excesso de exação§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que

sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Re-dação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou-trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres pú-blicos:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passivaArt. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta

ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Reda-ção dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de prati-car qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Facilitação de contrabando ou descaminhoArt. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática

de contrabando ou descaminho (art. 334):Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação

dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

PrevaricaçãoArt. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato

de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para sa-tisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente pú-

blico, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosaArt. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de respon-

sabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimen-to da autoridade competente:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativaArt. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse pri-

vado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitráriaArt. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pre-

texto de exercê-la:Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena cor-

respondente à violência.

Abandono de funçãoArt. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos

em lei:Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de

fronteira:Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongadoArt. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de sa-

tisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autori-zação, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcionalArt. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo

e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

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Didatismo e Conhecimento 50

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e em-préstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Admi-nistração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Públi-ca ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Violação do sigilo de proposta de concorrênciaArt. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência públi-

ca, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 140/2006 (DIVULGAÇÃO DE DADOS E INFORMAÇÕES PELOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL, POR MEIO DA

REDE MUNICIPAL DE COMPUTADORES – INTERNET).

PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 140, DE 16 DE MARÇO DE 2006.

Disciplina a divulgação de dados e informações pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, por meio da rede mun-dial de computadores – internet, e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DO CONTROLE E DA TRANSPARÊNCIA e o MINISTRO DE ESTADO DO PLANE-JAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso das atribuições que lhes confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Consti-tuição, e em cumprimento do disposto no parágrafo único do art. 2º do Decreto nº 5.482, de 30 de junho de 2005,

R E S O L V E M:

Capítulo IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º A divulgação de informações relativas à execução orça-mentária e financeira dos órgãos e entidades da Administração Pú-blica Federal direta e indireta, exclusivamente para fins de controle social, seguirá o disposto nesta Portaria.

Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal deverão manter em seus respectivos sítios eletrônicos na rede mun-dial de computadores página denominada “Transparência

Pública”, tendo por conteúdo mínimo as informações previstas nesta Portaria.

Art. 3º A Controladoria-Geral da União, no prazo de sessenta dias a contar da publicação desta Portaria, fica incumbida de tornar e manter disponível repositório, denominado “banco de dados de Transparência Pública”, com as informações que formarão o con-teúdo mínimo a ser divulgado nas páginas dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta.

Art. 4º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no prazo de sessenta dias a contar da publicação desta Portaria, apre-sentará modelo das páginas de Transparência Pública, ficando a cri-tério de cada órgão ou entidade da Administração Pública Federal adotá-lo.

Art. 5º O acesso às páginas de Transparência Pública de cada órgão e entidade da Administração Pública Federal, deverá ser efe-tuado por meio de atalho em imagem gráfica, conhecida como ban-ner, com identidade visual específica para a Transparência Pública, constante da página inicial de seu respectivo sítio, sempre em en-dereço estruturado como “www.domínio do órgão/transparencia”.

§ 1º As informações a que se refere esta Portaria também po-derão ser obtidas na página do Portal da Transparência do Governo Federal, por meio dos endereços eletrônicos www.transparencia.gov.br, www.portaldatransparencia.gov.br ou www.portaltranspa-rencia.gov.br.

§ 2º No mesmo prazo estabelecido no art. 4º, a imagem grá-fica - banner - com a identidade visual para o atalho menciona-do no caput, será estabelecida pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em um modelo, com três possibilidades de tamanho, nos termos da Cartilha de Usabilidade para Sítios e Por-tais do Governo Federal, elaborada pelo Comitê Técnico de Gestão de Sítios e Serviços On-line, vinculado ao Comitê Executivo de Governo Eletrônico.

Art. 6º O prazo para divulgação das informações na respectiva página de Transparência Pública será de trinta dias para os órgãos da Administração direta, e de sessenta para as entidades da Admi-nistração indireta, a contar da data em que o banco de dados e o modelo de que tratam os arts. 3º e 4º tenham sido disponibilizados.

Capítulo IIDO CONTEÚDO DAS PÁGINAS DE

TRANSPARÊNCIA PÚBLICA

Art. 7º As páginas de Transparência Pública conterão informa-ções sobre a execução orçamentária e financeira, licitações, con-tratos, convênios, despesas com passagens e diárias dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta, além de outros conteúdos que vierem a ser estabelecidos, utilizando obri-gatoriamente o banco de dados de que trata o art. 3º.

Parágrafo único. A Controladoria-Geral da União, no mesmo prazo estabelecido no art. 3º desta Portaria, determinará os proce-dimentos para acesso às informações contidas no banco de dados referido no caput.

Art. 8º As informações de que trata esta Portaria não substi-tuem publicação prevista em lei, nem consulta direta aos sistemas estruturadores do Governo Federal, devendo essa restrição figurar de forma destacada na página de Transparência Pública.

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Didatismo e Conhecimento 51

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Seção IExecução orçamentária e financeira

Art. 9º As seguintes informações, relativas à execução orça-mentária e financeira dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, serão divulgadas e atualizadas mensalmente nas páginas de Transparência Pública:

I - Quadro de Detalhamento de Programas, por unidade orça-mentária do órgão ou entidade, contendo:

a) código e especificação dos programas orçamentários;b) orçamento atualizado, levando em consideração os recur-

sos consignados por programa na Lei Orçamentária Anual e em seus créditos adicionais;

c) valor liquidado no ano considerado, para exercícios encer-rados, e valor liquidado até o mês considerado, para o exercício corrente;

d) valor pago no ano considerado, para exercícios encerrados, e valor pago até o mês considerado, para o exercício corrente;

e) percentual dos recursos liquidados comparados aos auto-rizados;

f) percentual dos recursos pagos comparados aos autorizados;II - Quadro de Execução de Despesas, por unidade orçamen-

tária dos órgãos e entidades, contendo:a) descrição da natureza das despesas;b) valor liquidado no ano considerado, para exercícios encer-

rados e valor liquidado até o mês considerado, para o exercício corrente;

c) valor pago no ano considerado, para exercícios encerrados e valor pago até o mês considerado, para o exercício corrente.

Parágrafo único. As informações de que trata este artigo serão extraídas do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI.

Seção IILicitações

Art. 10. As seguintes informações, referentes às licitações rea-lizadas pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, serão publicadas nas páginas de Transparência Pública, devendo ser atualizadas semanalmente:

I - órgão superior;II - órgão subordinado ou entidade vinculada;III - unidade administrativa dos serviços gerais - UASG;IV - número da licitação;V - número do processo;VI - modalidade da licitação;VII - objeto;VIII - número de itens;IX - data e hora da abertura;X - local da abertura;XI - cidade da abertura;XII - Unidade da Federação da abertura;XIII - situação da licitação (aberta ou homologada);XIV - contato no órgão ou entidade responsável;XV - atalho para solicitação, por meio de correio eletrônico,

da íntegra de editais, atas, anexos, projetos básicos e informações adicionais, diretamente à área responsável do órgão ou entidade.

§ 1º As informações de que trata este artigo serão extraídas do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais – SIASG.

§ 2º Os dados a que se refere o caput deste artigo permane-cerão nas páginas de Transparência Pública pelo prazo mínimo de quatro anos após o encerramento da licitação.

Seção IIIContratações

Art. 11. As seguintes informações, relativas aos contratos fir-mados e notas de empenho expedidas pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, deverão ser divulgadas e atualiza-das quinzenalmente nas páginas de Transparência Pública:

I - órgão superior;II - órgão subordinado ou entidade vinculada;III - unidade administrativa dos serviços gerais - UASG;IV - número do contrato;V - data de publicação no Diário Oficial da União;VI - número do processo;VII - modalidade da licitação;VIII - nome do contratado;IX - número de inscrição do contratado no Cadastro Nacional

de Pessoas Jurídicas – CNPJ ou no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF;

X - objeto;XI - fundamento legal;XII - período de vigência;XIII - valor do contrato;XIV - situação do contrato (ativo, concluído, rescindido ou

cancelado);XV - atalho para solicitar ao órgão ou entidade responsável,

via correio eletrônico, a íntegra do instrumento de contrato e res-pectivos aditivos;

XVI - relação de aditivos ao contrato com as seguintes infor-mações:

a) número do aditivo;b) data da publicação no Diário Oficial da União;c) número do processo;d) objeto do aditivo.§ 1º As informações de que trata este artigo serão extraídas do

Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais – SIASG.§ 2º As informações a que se refere o caput deste artigo per-

manecerão nas páginas de Transparência Pública pelo prazo míni-mo de quatro anos após o encerramento da vigência do contrato.

Art. 12. Os órgãos e entidades da Administração Pública Fe-deral divulgarão, com atualização quinzenal, nas respectivas pá-ginas de Transparência Pública, relação de empresas que, por ato seu, tenham sido declaradas suspensas do direito de participar de licitação ou impedidas de contratar com a Administração Pública Federal em razão de descumprimento de contrato consigo, fazen-do-se constar:

I - órgão superior;II - órgão subordinado ou entidade vinculada;III - unidade administrativa dos serviços gerais - UASG;IV - nome da empresa;V - número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Ju-

rídicas - CNPJ;

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Didatismo e Conhecimento 52

LEGISLAÇÃO BÁSICA

VI - penalidade aplicada;VII - período de vigência da penalidade;VIII - objeto do contrato.Parágrafo único. As informações de que trata este artigo serão

extraídas do Sistema Integrado de Administração de Serviços Ge-rais – SIASG.

Seção IVConvênios e Instrumentos Congêneres

Art. 13. As seguintes informações relativas aos convênios ou instrumentos congêneres que envolvam transferência de recursos públicos federais celebrados pelos órgãos e entidades da Adminis-tração Pública Federal serão divulgadas e atualizadas quinzenal-mente nas páginas de Transparência Pública:

I - órgão superior;II - órgão subordinado ou entidade vinculada;III - unidade gestora;IV - nome do conveniado;V - número do convênio;VI - número do processo;VII - objeto;VIII - valor de repasse;IX - valor da contrapartida do conveniado;X - valor total dos recursos;XI - período de vigência.§ 1º As informações de que trata este artigo serão extraídas do

Sistema Integrado de Administração Financeira - SIAFI.§ 2º Os dados a que se refere o caput deste artigo permane-

cerão nas páginas de Transparência Pública pelo prazo mínimo de quatro anos após o encerramento da vigência do convênio.

Art. 14. Os órgãos e entidades da Administração Pública Fe-deral divulgarão, com atualização quinzenal, nas respectivas pági-nas de Transparência Pública, relação de entes conveniados que, em razão de ato de sua responsabilidade, tenham sido declarados inadimplentes em razão de descumprimento de obrigação pactua-da consigo, fazendo constar as informações relacionadas no caput do art. 13.

Parágrafo único. As informações de que trata este artigo se-rão extraídas do Sistema Integrado de Administração Financeira - SIAFI.

Seção VDiárias e passagens

Art. 15. As diárias e passagens pagas a servidores públicos em viagem em razão do trabalho ou a colaboradores eventuais em via-gens no interesse da Administração, terão seus dados publicados e atualizados quinzenalmente nas páginas de Transparência Pública, devendo constar as seguintes informações relativas a cada trecho:

I - órgão superior;II - órgão subordinado ou entidade vinculada;III - unidade gestora;IV - nome do servidor;V - cargo;VI - origem de todos os trechos da viagem;VII - destino de todos os trechos da viagem;

VIII - período da viagem;IX - motivo da viagem;X - meio de transporte;XI - categoria da passagem;XII - valor da passagem;XIII - número de diárias;XIV - valor total das diárias;XV - valor total da viagem.§ 1º As informações de que trata este artigo, referentes aos

órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, ficam condicionadas à implantação do Sistema de Concessão de Diárias e Passagens – SCDP, de onde deverão ser extraídas.

§ 2º As informações a que se refere o caput deste artigo per-manecerão nas páginas de Transparência Pública pelo prazo míni-mo de quatro anos após a realização da viagem.

Capítulo IIIDA APRESENTAÇÃO E DA LINGUAGEM

Art. 16. As informações serão apresentadas de forma simples, com a utilização de recursos de navegação intuitiva a qualquer ci-dadão, independentemente de senhas ou conhecimentos específi-cos de informática.

Art. 17. Todo o conteúdo técnico deverá ser precedido de tex-to introdutório e, sempre que possível, acompanhado por notas ex-plicativas, na forma de dicas de tela.

Art. 18. As informações serão divulgadas na forma extensiva e decodificada, com a utilização de linguagem simples e objetiva.

Art. 19. O conteúdo estabelecido no Capitulo II deverá ser apresentado nas páginas de Transparência Pública conforme a no-menclatura dos itens de dados estabelecida pelo Ministério do Pla-nejamento, Orçamento e Gestão no modelo a que se refere o art. 4º desta Portaria.

Art. 20. As páginas de Transparência Pública conterão glossá-rio com as definições, em linguagem acessível ao cidadão, de todos os termos técnicos empregados na apresentação das informações.

Parágrafo único. O modelo definido no art. 4º conterá suges-tão de glossário, que poderá ser adotada pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal.

Art. 21. Os dados deverão ser apresentados com a respectiva fonte e data da última atualização.

Capítulo IVDAS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Art. 22. Independentemente da publicação na respectiva pá-gina de Transparência Pública, as entidades da Administração Pú-blica Federal indireta deverão encaminhar, em meio eletrônico, à Controladoria-Geral da União, nas periodicidades estabelecidas no Capítulo II e no prazo estabelecido no art. 6º, as informações, requeridas nesta Portaria, que não se encontram registradas nos sistemas informatizados da Administração Pública Federal - SIA-FI, SIASG e SCDP.

Parágrafo único. A Controladoria-Geral da União, no prazo estabelecido no art. 3º desta Portaria, determinará os procedimen-tos e padrões para envio das informações pelas entidades da Admi-nistração Pública Federal referidas no caput.

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Didatismo e Conhecimento 53

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Capítulo VDO SIGILO DAS INFORMAÇÕES

Art. 23. As informações classificadas como sigilosas, nos ter-mos da legislação sobre a matéria, terão sua divulgação restrita, tendo em vista o que dispõe o art. 4º do Decreto nº 5.482, de 30 de junho de 2005.

Art. 24. Caberá aos órgãos e entidades da Administração Pú-blica Federal informar à Controladoria-Geral da União, no prazo de sessenta dias a contar da publicação desta Portaria, as infor-mações referentes ao conteúdo mínimo estabelecido no Capítulo II que estão protegidas pelo sigilo mencionado no art. 23, com a respectiva fundamentação legal.

Capítulo VIDISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 25. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e a Controladoria-Geral da União, no prazo de 90 dias, deverão adotar as providências necessárias para a incorporação às páginas de Transparência Pública, de dados agregados, associados aos pro-gramas e ações de governo, para fins de aprimorar a qualidade das informações postas à disposição da população, de forma a permitir ao cidadão, análises mais abrangentes sobre a gestão dos recursos públicos.

Art. 26. Nos termos do art. 5º do Decreto nº 5.482, de 2005, os órgãos integrantes do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal verificarão o cumprimento do disposto nesta Portaria.

Art. 27. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publica-ção.

JORGE HAGE SOBRINHOMinistro de Estado do Controlee da Transparência - Interino

PAULO BERNARDO SILVAMinistro de Estado do Planejamento,Orçamento e Gestão

LEI Nº 12.527/2011 (ACESSO A INFORMAÇÕES).

LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.

Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Cons-tituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem ob-servados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos

Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;

II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu-nicípios.

Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para reali-zação de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen-tos congêneres.

Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en-tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas.

Art. 3o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da ad-ministração pública e com as seguintes diretrizes:

I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;

II - divulgação de informações de interesse público, indepen-dentemente de solicitações;

III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec-nologia da informação;

IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública;

V - desenvolvimento do controle social da administração pú-blica.

Art. 4o Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti-

lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato;

II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato;

III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado;

IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada ou identificável;

V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamen-to, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informação;

VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados;

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Didatismo e Conhecimento 54

LEGISLAÇÃO BÁSICA

VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in-divíduo, equipamento ou sistema;

VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino;

IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem modificações.

Art. 5o É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor-mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com-preensão.

CAPÍTULO IIDO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA

SUA DIVULGAÇÃO

Art. 6o Cabe aos órgãos e entidades do poder público, obser-vadas as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:

I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação;

II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilida-de, autenticidade e integridade; e

III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even-tual restrição de acesso.

Art. 7o O acesso à informação de que trata esta Lei compreen-de, entre outros, os direitos de obter:

I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada;

II - informação contida em registros ou documentos, produ-zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos;

III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;

IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti-

dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú-

blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos admi-nistrativos; e

VII - informação relativa: a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro-

gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos;

b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.

§ 1o O acesso à informação previsto no caput não compreen-de as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvi-mento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

§ 2o Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.

§ 3o O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo.

§ 4o A negativa de acesso às informações objeto de pedido for-mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1o, quando não funda-mentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei.

§ 5o Informado do extravio da informação solicitada, poderá o in-teressado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sin-dicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação.

§ 6o Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, o respon-sável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.

Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in-dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.

§ 1o Na divulgação das informações a que se refere o caput, de-verão constar, no mínimo:

I - registro das competências e estrutura organizacional, endere-ços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público;

II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros;

III - registros das despesas; IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclu-

sive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados;

V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e

VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. § 2o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entida-

des públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet).

§ 3o Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de regulamen-to, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:

I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o aces-so à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão;

II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos ele-trônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;

III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;

IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação;

V - garantir a autenticidade e a integridade das informações dis-poníveis para acesso;

VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co-

municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e

VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9oda Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo De-creto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008.

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Didatismo e Conhecimento 55

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabi-lidade Fiscal).

Art. 9o O acesso a informações públicas será assegurado me-diante:

I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder público, em local com condições apropriadas para:

a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa-ções;

b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res-pectivas unidades;

c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a in-formações; e

II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação popular ou a outras formas de divulgação.

CAPÍTULO IIIDO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Seção IDo Pedido de Acesso

Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1o desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido con-ter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida.

§ 1o Para o acesso a informações de interesse público, a iden-tificação do requerente não pode conter exigências que inviabili-zem a solicitação.

§ 2o Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet.

§ 3o São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interesse público.

Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou con-ceder o acesso imediato à informação disponível.

§ 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve-rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:

I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;

II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou

III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação.

§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cienti-ficado o requerente.

§ 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po-derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que necessitar.

§ 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de in-formação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autorida-de competente para sua apreciação.

§ 5o A informação armazenada em formato digital será forne-cida nesse formato, caso haja anuência do requerente.

§ 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos.

Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados.

Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fa-zê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei no 7.115, de 29 de agosto de 1983.

Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de-verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original.

Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do documento original.

Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia.

Seção IIDos Recursos

Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência.

Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierar-quicamente superior à que exarou a decisão impugnada, que deve-rá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti-dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cin-co) dias se:

I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado;

II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser di-rigido pedido de acesso ou desclassificação;

III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e

IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi-mentos previstos nesta Lei.

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Didatismo e Conhecimento 56

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre-ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 2o Verificada a procedência das razões do recurso, a Con-troladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que adote as providências necessárias para dar cumprimento ao dis-posto nesta Lei.

§ 3o Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Rea-valiação de Informações, a que se refere o art. 35.

Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassi-ficação de informação protocolado em órgão da administração pública federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Es-tado da área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.

§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia-ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo Comando.

§ 2o Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35.

Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegató-rias proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de clas-sificação de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Pú-blico, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.

Art. 19. (VETADO). § 1o (VETADO). § 2o Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público in-

formarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, negarem acesso a informações de interesse público.

Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este Capítulo.

CAPÍTULO IVDAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Seção IDisposições Gerais

Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação neces-sária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.

Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos pra-ticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso.

Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público.

Seção IIDa Classificação da Informação quanto ao

Grau e Prazos de Sigilo

Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:

I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integri-dade do território nacional;

II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido for-necidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos in-ternacionais;

III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da popula-ção;

IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econô-mica ou monetária do País;

V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estraté-gicos das Forças Armadas;

VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e de-senvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;

VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou

VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações.

Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades pú-blicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilida-de à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada.

§ 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informa-ção, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes:

I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. § 2o As informações que puderem colocar em risco a segu-

rança do Presidente e Vice-Presidente da República e respecti-vos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição.

§ 3o Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, poderá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocor-rência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação.

§ 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público.

§ 5o Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:

I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e

II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final.

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Didatismo e Conhecimento 57

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Seção IIIDa Proteção e do Controle de Informações Sigilosas

Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando a sua proteção. (Regulamento)

§ 1o O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados por lei.

§ 2o O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.

§ 3o Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não autorizados.

Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne-cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu-rança para tratamento de informações sigilosas.

Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em razão de qualquer vínculo com o poder público, executar ativida-des de tratamento de informações sigilosas adotará as providências necessárias para que seus empregados, prepostos ou representan-tes observem as medidas e procedimentos de segurança das infor-mações resultantes da aplicação desta Lei.

Seção IVDos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e

Desclassificação

Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da administração pública federal é de competência: (Regulamento)

I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: a) Presidente da República; b) Vice-Presidente da República; c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro-

gativas; d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes

no exterior; II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso

I, dos titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista; e

III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos inci-sos I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou che-fia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assesso-ramento Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei.

§ 1o A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a subdelegação.

§ 2o A classificação de informação no grau de sigilo ultras-secreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento.

§ 3o A autoridade ou outro agente público que classificar in-formação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento.

Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os seguintes elementos:

I - assunto sobre o qual versa a informação; II - fundamento da classificação, observados os critérios esta-

belecidos no art. 24; III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou

dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art. 24; e

IV - identificação da autoridade que a classificou. Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no

mesmo grau de sigilo da informação classificada. Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela

autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente supe-rior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previs-tos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24. (Regulamento)

§ 1o O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto-ridades ou agentes públicos.

§ 2o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa-minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.

§ 3o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua produção.

Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu-blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de regulamento:

I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses;

II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identificação para referência futura;

III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa-ções genéricas sobre os solicitantes.

§ 1o Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi-cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes.

§ 2o Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação.

Seção VDas Informações Pessoais

Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser fei-to de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais.

§ 1o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati-vas à intimidade, vida privada, honra e imagem:

I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; e

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Didatismo e Conhecimento 58

LEGISLAÇÃO BÁSICA

II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por ter-ceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pes-soa a que elas se referirem.

§ 2o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevido.

§ 3o O consentimento referido no inciso II do § 1o não será exigi-do quando as informações forem necessárias:

I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver fí-sica ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o tratamento médico;

II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identifica-ção da pessoa a que as informações se referirem;

III - ao cumprimento de ordem judicial; IV - à defesa de direitos humanos; ou V - à proteção do interesse público e geral preponderante. § 4o A restrição de acesso à informação relativa à vida privada,

honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.

§ 5o Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamen-to de informação pessoal.

CAPÍTULO VDAS RESPONSABILIDADES

Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilida-de do agente público ou militar:

I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la inten-cionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;

II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em ra-zão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública;

III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação;

IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir aces-so indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;

V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem;

VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente infor-mação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e

VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concer-nentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado.

§ 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão conside-radas:

I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contra-venção penal; ou

II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos.

§ 2o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente público responder, também, por improbidade administrati-va, conforme o disposto nas Leis nos 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992.

Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor-mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções:

I - advertência; II - multa; III - rescisão do vínculo com o poder público; IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe-

dimento de contratar com a administração pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; e

V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran-te a própria autoridade que aplicou a penalidade.

§ 1o As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 2o A reabilitação referida no inciso V será autorizada somen-te quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti-dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV.

§ 3o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên-cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista.

Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos danos causados em decorrência da divulgação não autoriza-da ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigi-losa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido.

CAPÍTULO VIDISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 35. (VETADO). § 1o É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Infor-

mações, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, sobre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá competência para:

I - requisitar da autoridade que classificar informação como ultrassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte-gral da informação;

II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se-cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, observado o disposto no art. 7o e demais dispositivos desta Lei; e

III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 1o do art. 24.

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Didatismo e Conhecimento 59

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 2o O prazo referido no inciso III é limitado a uma única renovação.

§ 3o A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1o de-verá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos ou secretos.

§ 4o A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3o impli-cará a desclassificação automática das informações.

§ 5o Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informa-ções, observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e demais disposições desta Lei. (Regulamento)

Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco-mendações constantes desses instrumentos.

Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por objetivos: (Regulamento)

I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para tratamento de informações sigilosas; e

II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado trata-do, acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem pre-juízo das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais órgãos competentes.

Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcionamento do NSC.

Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de novembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco de dados de entidades go-vernamentais ou de caráter público.

Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à reavaliação das informações classificadas como ultrassecretas e secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo ini-cial de vigência desta Lei.

§ 1o A restrição de acesso a informações, em razão da reava-liação prevista no caput, deverá observar os prazos e condições previstos nesta Lei.

§ 2o No âmbito da administração pública federal, a reavalia-ção prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos desta Lei.

§ 3o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previs-to no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da legislação precedente.

§ 4o As informações classificadas como secretas e ultrassecre-tas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, automaticamente, de acesso público.

Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi-nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:

I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;

II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre-sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;

III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao correto cumprimento do disposto nesta Lei; e

IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum-primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos.

Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da admi-nistração pública federal responsável:

I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fomento à cultura da transparência na administração pública e conscientização do direito fundamental de acesso à informação;

II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi-nistração pública;

III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da ad-ministração pública federal, concentrando e consolidando a publi-cação de informações estatísticas relacionadas no art. 30;

IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relató-rio anual com informações atinentes à implementação desta Lei.

Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua publicação.

Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de de-zembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 116. ............................................................................................................................................................... VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do

cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori-dade competente para apuração;

.................................................................................” (NR) Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de 1990,

passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A: “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-

vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun-ção pública.”

Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-pios, em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabele-cidas nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao disposto no art. 9o e na Seção II do Capítulo III.

Art. 46. Revogam-se: I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991. Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias

após a data de sua publicação. Brasília, 18 de novembro de 2011; 190o da Independência e

123o da República.

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Didatismo e Conhecimento 60

LEGISLAÇÃO BÁSICA

LEIS ESTADUAIS E SUAS ATUALIZAÇÕES: LEI 7692/2002

LEI N° 7.692, DE 1º DE JULHO DE 2002 - D.O. 1º.07.02.

Regula o processo administrativo no âmbito da Adminis-tração Pública Estadual.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO, tendo em vista o que dispõe o Art. 42 da Constituição Estadual, sanciona a seguinte lei:

TÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta lei regula os atos e procedimentos administrativos da Administração Pública centralizada e descentralizada do Estado de Mato Grosso, que não tenham disciplina legal específica.

§ 1º Para os fins desta lei, consideram-se: I - órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da Admi-

nistração direta; II - entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade

jurídica, integrante da Administração indireta; III - autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder

de decisão. § 2º Considera-se integrante da Administração descentralizada

estadual toda pessoa jurídica controlada ou mantida, direta ou in-diretamente, pelo Poder Público estadual, seja qual for seu regime jurídico.

Art. 2º As normas desta lei aplicam-se subsidiariamente aos atos e procedimentos administrativos com disciplina legal específi-ca, observada a hierarquia das normas jurídicas..

Art. 3º Os prazos fixados em normas legais específicas preva-lecem sobre os desta lei.

TÍTULO IIDOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ESTADUAL

Art. 4º A Administração Pública Estadual obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, motivação, finalidade, razoabilidade, pro-porcionalidade, ampla defesa, contraditório e segurança jurídica.

Art. 5º A norma administrativa deve ser interpretada e aplica-da de forma que melhor garanta a realização do interesse público a que se dirige.

TÍTULO IIIDOS DIREITOS E DEVERES DO ADMINISTRADO

CAPÍTULO IDOS DIREITOS DO ADMINISTRADO

Art. 6º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração Pública Estadual, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados por lei:

I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões profe-ridas;

III - formular alegações e apresentar documentos antes da de-cisão, os quais serão objeto de consideração do órgão competente;

IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.

CAPÍTULO IIDOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 7º São deveres do administrado perante a Administração Pública Estadual, sem prejuízo de outros previstos em lei:

I - expor os fatos conforme a verdade; II - prestar as informações que lhe sejam solicitadas e colaborar

para o esclarecimento dos fatos; III - proceder com urbanidade, lealdade e boa-fé; IV - não agir de modo temerário.

TÍTULO IVDOS INTERESSADOS

Art. 8º São legitimados como interessados para os fins de pro-cesso administrativo estadual:

I - as pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;

II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;

III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos ou interesses coletivos;

IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quan-to a direitos ou interesses difusos.

Art. 9º São capazes, para fins de processo administrativo esta-dual, os maiores de 18 (dezoito) anos, ressalvada previsão especial em lei.

TÍTULO VDA COMPETÊNCIA

Art. 10 Competência é a fração do poder político autônomo do Estado, conferida pela Constituição ou pela lei como própria e irre-nunciável dos órgãos administrativos, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

Art. 11 Um órgão administrativo, através de seu titular poderá, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

Parágrafo único O órgão colegiado não pode delegar suas fun-ções, mas apenas a execução material de suas deliberações.

Art. 12 Não podem ser objeto de delegação: I - a competência para edição de atos normativos que regulam

direitos e deveres dos administrados; II - as atribuições inerentes ao caráter político da autoridade; III - as atribuições recebidas por delegação, salvo autorização

expressa e na forma por ela determinada;

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Didatismo e Conhecimento 61

LEGISLAÇÃO BÁSICA

IV - a totalidade da competência do órgão; V - as competências essenciais do órgão que justifiquem sua

existência; VI - a decisão de recursos administrativos.Art. 13 O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-

cados no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso. § 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes

transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação, podendo conter ressalva de exercício de atribuição delegada.

§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se como editadas pelo delegado.

Art. 14 Será permitida, em caráter excepcional e por moti-vos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Art. 15 Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.

TÍTULO VIDOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Art. 16 É impedido de exercer suas competências em proces-so administrativo o servidor ou autoridade que:

I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; II - tenha participado ou venha a participar como perito, tes-

temunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro, ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral até o terceiro grau;

III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o in-teressado ou respectivo cônjuge, companheiro, ou qualquer paren-te seu, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral até o terceiro grau.

Art. 17 A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen-to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de exercer suas competências.

Parágrafo único A omissão do dever de comunicar o impedi-mento constitui falta grave para efeitos disciplinares.

Art. 18 Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servi-dor que tenha amizade íntima ou inimizade capital com algum dos interessados, ou com os respectivos cônjuges, companheiros, ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral até o terceiro grau.

Art. 19 O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso sem efeito suspensivo.

TÍTULO VIIDOS ATOS ADMINISTRATIVOS

CAPÍTULO IDISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 20 A Administração Pública Estadual não iniciará qual-quer atuação material relacionada com a esfera jurídica dos parti-culares sem a prévia expedição do ato administrativo que lhe sirva de fundamento, salvo na hipótese de expressa previsão legal.

CAPÍTULO IIDA FORMALIZAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Art. 21 Os atos administrativos, produzidos por escrito, in-dicarão a data e o local de sua edição e conterão a identificação nominal, funcional e a assinatura da autoridade responsável.

Art. 22 Os atos de conteúdo normativo e os de caráter geral serão numerados em séries específicas, seguidamente, sem reno-vação anual.

Art. 23 Os regulamentos serão editados por decreto, observa-das as seguintes regras:

I - nenhum regulamento poderá ser editado sem base em lei, nem prever infrações, sanções, deveres ou condicionamentos de direitos nela não estabelecidos;

II - os decretos serão referendados pelos Secretários de Estado em cuja área de atuação devam incidir, ou pelo Procurador-Geral do Estado, quando for o caso;

III - nenhum decreto regulamentar será editado a consideração dos motivos que demonstre o fundamento legal de sua edição, a finalidade das medidas adotadas e a extensão de seus efeitos;

IV - as minutas de regulamento serão obrigatoriamente sub-metidas ao órgão jurídico competente e, posteriormente, à Procu-radoria-Geral do Estado, antes de sua apreciação pelo Governador do Estado.

CAPÍTULO IIIDA REVOGAÇÃO, INVALIDAÇÃO E CONVALIDAÇÃO

DOS ATOS ADMINISTRATIVOSSeção I

Disposição Preliminar

Art. 24 A Administração Pública Estadual deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade e pode revo-gá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, sempre assegurando a ampla defesa e o con-traditório.

Parágrafo único Os atos que apresentem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração Pública Es-tadual, em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.

Seção IIDa Invalidação dos Atos Administrativos

Art. 25 São inválidos os atos administrativos que desatendam os princípios da Administração Pública Estadual e os pressupostos legais e regulamentares de sua edição, especialmente nos casos de:

I - incompetência do órgão, entidade ou autoridade de que emane;

II - ilicitude, impossibilidade, incerteza ou imoralidade do ob-jeto;

III - omissão de formalidades ou procedimentos essenciais; IV - inexistência ou impropriedade do motivo de fato ou de

direito; V - falta ou insuficiência de motivação; VI - desvio de poder; VII - desvio de finalidade. Parágrafo único Nos atos discricionários, será razão de inva-

lidade a falta de correlação lógica entre o motivo e o objeto do ato, tendo em vista sua finalidade.

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Didatismo e Conhecimento 62

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 26 O direito de a Administração Pública Estadual inva-lidar os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 10 (dez) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má fé.

§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.

§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer me-dida da autoridade administrativa que importe impugnação à va-lidade do ato.

Seção IIIDa Convalidação dos Atos Administrativos

Art. 27 A Administração Pública Estadual poderá convalidar seus atos inválidos, quando a invalidade decorrer de vício de com-petência ou de ordem formal desde que:

I - na hipótese de vício de competência, a convalidação seja feita pela autoridade titulada para a prática do ato e não se trate de competência indelegável;

II - na hipótese de vício formal, este possa ser suprimido de modo eficaz.

Parágrafo único Não será admitida a convalidação quando dela resultar prejuízo à Administração Pública Estadual ou a ter-ceiros ou quando se tratar de ato impugnado.

CAPÍTULO IVDA PUBLICIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Art. 28 Os atos administrativos, inclusive os de caráter geral, entrarão em vigor na data de sua publicação, salvo disposição ex-pressa em contrário.

Art. 29 Salvo norma expressa em contrário, a publicidade dos atos administrativos consistirá em sua publicação no Diário Ofi-cial do Estado de Mato Grosso, ou, quando for o caso, na citação ou intimação do interessado.

Parágrafo único A publicação dos atos sem conteúdo norma-tivo poderá ser resumida.

CAPÍTULO VDO PRAZO PARA PRODUÇÃO DOS

ATOS ADMINISTRATIVOS

Art. 30 Será de 30 (trinta) dias, se outra não for a determina-ção legal, o prazo máximo para a prática de atos administrativos isolados, que não exijam procedimentos especiais para sua prola-ção ou para sua adoção pela autoridade pública, de outras provi-dências necessárias à aplicação de lei, ato normativo ou decisão administrativa.

§ 1º O prazo fluirá a partir do momento em que, à vista das circunstâncias, tornar-se logicamente possível a produção do ato ou a adoção da medida.

§ 2º Os prazos previstos neste artigo poderão ser, caso a caso, prorrogados uma vez, por igual período, pela autoridade compe-tente, à vista de representação fundamentada do agente responsá-vel por seu cumprimento.

TÍTULO VIIIDOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS

CAPÍTULO INORMAS GERAIS

Seção IDo Direito de Petição

Art. 31 Fica assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, independentemente de pagamento, o direito de petição para defesa de direitos, bem como contra ilegalidade ou abuso de poder.

Parágrafo único As associações, quando expressamente au-torizadas por seus estatutos ou por ato especial, e os sindicatos poderão exercer o direito de petição, em defesa dos direitos e inte-resses coletivos ou individuais de seus membros.

Art. 32 Em nenhuma hipótese, a Administração Pública Esta-dual poderá recusar-se a protocolar a petição, sob pena de respon-sabilidade do agente.

Seção IIDa Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo Adminis-

trativo

Art. 33 Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada, senão quando a lei expressamente a exigir.

§ 1º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somen-te será exigido quando houver fundada dúvida de autenticidade.

§ 2º A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.

§ 3º O processo deverá ter suas páginas numeradas sequen-cialmente e rubricadas.

Art. 34 Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.

Art. 35 Os atos do processo devem realizar-se preferencial-mente na sede do órgão, cientificando-se o interessado, quando imprescindível sua presença, se outro for o local de realização.

Seção IIIDos Prazos

Art. 36 Quando outros não estiverem previstos nesta lei ou em disposições especiais, serão obedecidos os seguintes prazos máximos nos procedimentos administrativos:

I - para autuação, juntada aos autos, publicação e outras provi-dências de mero expediente: 02 (dois) dias;

II - para expedição de intimação pessoal: 05 (cinco) dias; III - para elaboração e apresentação de informes sem caráter

técnico ou jurídico: 05 (cinco) dias; IV - para elaboração e apresentação de pareceres ou informes

de caráter técnico ou jurídico: 15 (quinze) dias; V - para manifestações do particular ou providências a seu

cargo: 05 (cinco) dias; VI - para decisões no curso do procedimento: 05 (cinco) dias; VII - para decisão final: 20 (vinte) dias; VIII - para outras providências da Administração Pública Es-

tadual: 05 (cinco) dias. § 1º O prazo fluirá a partir do momento em que, à vista das

circunstâncias, tornar-se logicamente possível a produção do ato ou a adoção da providência.

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Didatismo e Conhecimento 63

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 2º Os prazos previstos neste artigo poderão ser, caso a caso, prorrogados uma vez, por igual período, pela autoridade compe-tente, à vista de representação fundamentada do agente responsá-vel por seu cumprimento.

Art. 37 O prazo máximo para decisão de requerimentos de qualquer espécie apresentados à Administração Pública Estadual será de 120 (cento e vinte) dias, se outro não for legalmente esta-belecido.

§ 1º Ultrapassado o prazo sem decisão, o interessado poderá considerar rejeitado o requerimento na esfera administrativa, salvo previsão legal em contrário.

§ 2º Quando a complexidade da questão envolvida não per-mitir o atendimento do prazo previsto neste artigo, a autoridade cientificará o interessado das providências até então tomadas, sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior.

§ 3º O disposto no § 1º deste artigo não desonera a autoridade do dever de apreciar o requerimento.

Seção IVDa Publicidade

Art. 38 No curso de qualquer procedimento administrativo, as citações e intimações, quando feitas pessoalmente ou por carta com aviso de recebimento, observarão as seguintes regras:

I - constitui ônus do requerente informar seu endereço para correspondência, bem como alterações posteriores;

II - considera-se efetivada a intimação por carta com sua en-trega no endereço fornecido pelo interessado;

III - na citação e intimação pessoal, caso o destinatário se re-cuse a assinar o comprovante de recebimento, o servidor encarre-gado certificará a entrega e a recusa;

IV - quando o particular estiver representado nos autos por procurador, a este serão dirigidas as intimações, salvo disposição expressa em contrário.

Art. 39 A intimação deverá conter: I - a identificação do intimado e nome do órgão ou entidade

administrativa; II - finalidade da intimação; III - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes; IV - informação da continuidade do processo independente-

mente do seu comparecimento; V - se necessário, data, hora e local em que deve comparecer. § 1º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo,

por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou por outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.

§ 2º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser feita por meio de publicação no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso.

§ 3º As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado su-pre sua falta ou irregularidade.

Art. 40 O desatendimento à intimação não importa o reco-nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.

Parágrafo único No prosseguimento do processo administra-tivo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado.

Art. 41 Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e atos de outra natureza, de seu interesse.

Art. 42 Ao advogado fica assegurado o direito de retirar os autos da repartição, mediante recibo, durante o prazo para mani-festação de seu constituinte, salvo na hipótese de prazo comum.

CAPÍTULO IIDO INÍCIO DO PROCESSO

Art. 43 O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

Art. 44 O requerimento inicial do interessado deve ser formu-lado por escrito e conter os seguintes dados:

I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; II - identificação do interessado e de quem o represente, sendo

o caso; III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co-

municações; IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus

fundamentos; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. Parágrafo único É vedada à Administração Pública Estadual a

recusa de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

Art. 45 Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.

Art. 46 Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.

CAPÍTULO IIIDA INSTRUÇÃO DO PROCESSO

Art. 47 As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.

§ 1º O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo.

§ 2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.

Art. 48 O órgão ou entidade da Administração Pública Estadual que necessitar de informações de outro, para instrução de procedi-mento administrativo, poderá requisitá-las diretamente sem obser-vância da vinculação hierárquica, mediante ofício, do qual uma có-pia será juntada aos autos.

Art. 49 Durante a instrução, os autos do procedimento adminis-trativo permanecerão na repartição competente.

Art. 50 Quando a matéria do processo envolver assunto de in-teresse geral, a autoridade competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.

§ 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que as pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas.

§ 2º O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado no processo, mas confere o direito de ob-ter da Administração Pública Estadual resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente escritas.

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Didatismo e Conhecimento 64

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 51 Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú-blica para debates sobre a matéria do processo.

Art. 52 Os órgãos e entidades administrativas, em matéria re-levante, poderão estabelecer outros meios de participação de admi-nistrados, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente constituídas.

Art. 53 Os resultados da consulta, da audiência pública e de outros meios de participação de administrados deverão ser apre-sentados com a indicação do procedimento adotado.

Art. 54 Quando necessária à instrução do processo, a au-diência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.

Art. 55 Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale-gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo seguinte desta lei.

Art. 56 Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes no próprio órgão ou entida-de administrativa responsável pelo processo, o órgão competente para a instrução providenciará, de ofício, a obtenção dos documen-tos ou das respectivas cópias.

Art. 57 O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili-gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo.

§ 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.

§ 2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun-damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

Art. 58 Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.

Art. 59 Quando a apresentação das provas solicitadas aos interessados for necessária à apreciação de pedido formulado, o não-atendimento no prazo fixado pela Administração Pública Es-tadual para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.

Art. 60 Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de 10 (dez) dias, salvo outro prazo legalmente fixado.

Art. 61 Em caso de risco iminente, a Administração Pública Estadual poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.

Art. 62 O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido ini-cial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente.

CAPÍTULO IVDA DECISÃO DO PROCESSO

Art. 63 A Administração Pública Estadual tem o dever de emitir decisão nos processos administrativos, em matéria de sua competência.

Art. 64 A motivação indicará as razões que justifiquem a edi-ção do ato, especialmente a regra de competência, os fundamentos de fato e de direito e a finalidade objetivada.

§ 1º A motivação do ato no procedimento administrativo po-derá consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, propostas ou decisões, que, nes-te caso, serão parte integrante do ato.

§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das de-cisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessa-dos.

§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comis-sões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.

CAPÍTULO VDA EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 65 O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, re-nunciar a direitos disponíveis.

§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado.

§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração Pública Estadual considerar que o interesse público assim o exige.

Art. 66 O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.

TÍTULO IXDOS RECURSOS

CAPÍTULO IDISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 67 Das decisões administrativas cabe recurso, por razões de legalidade e de mérito.

Art. 68 São irrecorríveis, na esfera administrativa, os atos de mero expediente ou preparatórios de decisões.

Art. 69 Contra decisões tomadas originariamente pelo Gover-nador do Estado, caberá pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, observando-se, no que couber, o regime do recurso previsto no art. 67.

Parágrafo único O pedido de reconsideração só será admitido se contiver novos argumentos, e será sempre dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a decisão.

CAPÍTULO IIDA LEGITIMIDADE PARA RECORRER

Art. 70 Têm legitimidade para interpor recurso administrativo os interessados citados no art. 8º desta lei, desde que prejudicados pela decisão.

CAPÍTULO IIIDA COMPETÊNCIA PARA CONHECER DO RECURSO

Art. 71 Quando norma legal não dispuser de outro modo, será competente para conhecer do recurso a autoridade imediatamente superior àquela que praticou o ato.

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Didatismo e Conhecimento 65

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 72 Salvo disposição legal em contrário, a instância má-xima para o recurso administrativo será:

I - na Administração centralizada, o Secretário de Estado ou autoridade a ele equiparada, excetuados os casos em que o ato tenha sido praticado originariamente;

II - na Administração descentralizada, o dirigente superior da pessoa jurídica.

CAPÍTULO IVDOS REQUISITOS DA PETIÇÃO DE RECURSO

Art. 73 O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de ree-xame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.

Art. 74 A petição de recurso observará os seguintes requi-sitos:

I - será dirigida à autoridade recorrida e protocolada no ór-gão a que esta pertencer;

II - trará a indicação do nome, qualificação e endereço do recorrente;

III - conterá exposição das razões de inconformidade; IV - conterá o pedido de nova decisão. Art. 75 Salvo disposição legal em contrário, o prazo para

apresentação de recurso ou pedido de reconsideração será de 15 (quinze) contados da publicação ou intimação do ato.

§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso admi-nistrativo deverá ser decidido no prazo máximo de 30 (trinta) dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.

§ 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, mediante justificativa explícita.

Art. 76 Conhecer-se-á do recurso erroneamente designado, quando de seu conteúdo resultar induvidosa a impugnação do ato.

CAPÍTULO VDOS EFEITOS DOS RECURSOS

Art. 77 Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.

Parágrafo único Havendo justo receio de prejuízo de di-fícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.

CAPÍTULO VIDA TRAMITAÇÃO DOS RECURSOS

Art. 78 A tramitação dos recursos observará as seguintes regras:

I - a petição será juntada aos autos em 02 (dois) dias, conta-dos da data de seu protocolo;

II - requerida a concessão de efeito suspensivo, a autoridade recorrida apreciará o pedido nos 05 (cinco) dias subsequentes;

III - havendo outros interessados representados nos autos, que possam ser prejudicados pela nova decisão, serão estes inti-mados, com prazo comum de 15 (quinze) dias, para oferecimen-to de contrarrazões;

IV - com ou sem contrarrazões, os autos serão submetidos ao órgão jurídico, para elaboração de parecer, no prazo de 15 (quinze) dias;

V - a autoridade recorrida poderá reconsiderar seu ato, nos 05 (cinco) dias subsequentes;

VI - mantido o ato, os autos serão encaminhados à autoridade competente para conhecer do recurso, para decisão, em 30 (trinta) dias.

§ 1º As decisões previstas nos incisos II, V e VI serão encami-nhadas, em 02 (dois) dias, à publicação no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso.

§ 2º Da decisão prevista no inciso II, não caberá recurso na esfera administrativa.

Art. 79 Os recursos dirigidos diretamente ao Governador do Estado de Mato Grosso serão, previamente, submetidos à Procu-radoria-Geral do Estado, para parecer, a ser apresentado no prazo máximo de 15 (quinze) dias.

Art. 80 O recurso não será conhecido quando interposto: I - fora do prazo; II - perante órgão incompetente; III - por quem não seja legitimado; IV - depois de exaurida a esfera administrativa. § 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a auto-

ridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. § 2º O não-conhecimento do recurso não impede a Administra-

ção Pública Estadual de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida a hipótese prevista no art. 26.

CAPÍTULO VIIDA DECISÃO DOS RECURSOS

Art. 81 O órgão competente para decidir o recurso poderá con-firmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.

Art. 82 A decisão de recurso não poderá, no mesmo procedi-mento, agravar a restrição produzida pelo ato ao interesse do recor-rente, salvo em casos de invalidação.

Art. 83 Ultrapassado, sem decisão, o prazo de 120 (cento e vinte) dias contado do protocolo do recurso que tramite sem efei-to suspensivo, o recorrente poderá considerá-lo rejeitado na esfera administrativa.

§ 1º No caso do pedido de reconsideração previsto no art. 69, o prazo para a decisão será de 90 (noventa) dias.

§ 2º O disposto neste artigo não desonera a autoridade do dever de apreciar o recurso.

Art. 84 Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quan-do surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.

Parágrafo único Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.

Art. 85 Esgotados os recursos, a decisão final tomada em pro-cedimento administrativo formalmente regular não poderá ser mo-dificada pela Administração Pública Estadual, salvo por invalidação ou revisão, ou quando o ato, por sua natureza, for revogável.

TÍTULO XDAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 86 O descumprimento injustificado, pela Administração Pú-blica Estadual, dos prazos previstos nesta lei gera responsabilidade disciplinar, imputável aos agentes públicos encarregados do assunto, não implicando, necessariamente, em invalidação do procedimento.

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Didatismo e Conhecimento 66

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 1º Respondem também os superiores hierárquicos que se omitirem na fiscalização dos serviços de seus subordinados, ou que de algum modo concorram para a infração.

§ 2º Os prazos concedidos aos particulares poderão ser de-volvidos, mediante requerimento do interessado, quando óbices causados pela Administração Pública Estadual resultarem na im-possibilidade de atendimento do prazo fixado.

Art. 87 Os prazos começam a correr a partir da data da cien-tificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e in-cluindo-se o do vencimento.

§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expedien-te ou este for encerrado antes da hora normal.

§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contí-nuo.

§ 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data.

§ 4º No caso do parágrafo anterior, não havendo, no mês do vencimento, o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.

Art. 88 Salvo motivo de força maior devidamente comprova-do, os prazos processuais não se suspendem.

Art. 89 Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiaria-mente os preceitos desta lei.

Art. 90 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 91 Revogam-se as disposições em contrário. Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 1º de julho de 2002.

as) JOSÉ ROGÉRIO SALLESGovernador do Estado

LEI COMPLEMENTAR 04/1990

LEI COMPLEMENTAR Nº 04, DE 15 DE OUTUBRO DE 1990.

. Consolidada até a LC 568/15.

. Publicada no DOE de 15/10/90, p. 02.

. Alterada pelasLC: 12/92, 33/94, 42/96, 59/99, 68/00, 85/01, 94/01 ,123/03,

124/03, 14 1/03; 187/04, 197/04, 254/06, 260/06, 263/06, 266/06, 289/07, 293/07, 298/08, 330/08 , 345/09 ,347/09, 400/10 , 426/11, 479/12, 515/13, 524/14, 550/14 , 568/15

Dispõe sobre o Estatuto dos Servidores, Públicos da Ad-ministração Direta das Autarquias e das Fundações Públicas Estaduais.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO Faço saber que a Assembleia Legislativa do Estado decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar.

TÍTULO ICAPÍTULO ÚNICO

Das Disposições Preliminares

Art. 1° Esta lei complementar institui o Estatuto dos Servido-res Públicos da Administração Direta, das Autarquias e das Funda-ções Estaduais criadas e mantidas pelo Poder Público.

Art. 2° Para os efeitos desta lei complementar, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.

Art. 3° Cargo Público integrante da carreira é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacio-nal que deve ser cometido a um servidor.

Parágrafo único Os cargos públicos, acessíveis a todos os bra-sileiros, são criados por lei complementar, com denominação pró-pria e remuneração paga pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

Art. 4° Os cargos de provimento efetivo da Administração Direta, das Autarquias e das Fundações criadas e mantidas pelo Poder Público, serão organizados e providos em carreiras.

Art. 5º As carreiras serão organizadas em classes de cargos, observadas a escolaridade e a qualificação profissional exigidas, bem assim a natureza e complexidade das atribuições a serem exercidas e manterão correlação com as finalidades dos órgãos ou entidades a que devam atender.

§ 1º Classe é a divisão básica da carreira, que agrupa os car-gos da mesma denominação, segundo o nível de atribuições e res-ponsabiIidades, inclusive aquelas das funções de direção, chefia, assessoramento o assistência.

§ 2º As Classes serão desdobradas em padrões, aos quais cor-respondem a remuneração do cargo.

§ 3º As carreiras compreendem Classes de cargos do mesmo grupo profissional, reunidas em segmentos distintos, escalonados nos níveis básico, auxiliar, médio e superior.

Art. 6º Quadro é o conjunto de carreira e em comissão, inte-grantes das estruturas dos órgãos da Administração Direta, das Au-tarquias a das Fundações criadas e mantidas pelo Poder Público.

Art. 7º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

TÍTULO IIDo Provimento, Progressão. Vacância, Promoção, Ascen-são, Acesso, Remoção, Redistribuição e Substituição.

CAPÍTULO IDo Provimento

Seção IDisposições Gerais

Art. 8º São requisitos básicos para o ingresso no serviço pú-blico:

I - a nacionalidade brasileira;II - o gozo dos direitos políticos;III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;V - a idade mínima prevista em lei;VI - a boa saúde física e mental.§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de

outros requisitos estabelecidos em lei.

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Didatismo e Conhecimento 67

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 2° Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direi-to de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para as quais deverá ser reservado um mínimo de 5% (cinco por cento) das vagas oferecidas no concurso, observando-se o disposto na Lei Estadual n° 4.902, de 09.10.85.

Art. 9º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder, do dirigente superior da autarquia ou da fundação pública.

Art 10 A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.Art. 11 São forma de provimento de cargo público:I - nomeação;II - ascensão;III - transferência;IV - readaptação;V - reversão;VI - aproveitamento;VII - reintegração;VIII - recondução.

SEÇÃO IIDa Nomeação

Art. 12. A nomeação far-se-á :I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de carreiras;II - em comissão, para os cargos de confiança, de livre exo-

neração, respeitando o que dispõe o Artigo 7º da Lei, nº 5.601, de 09.05.90.

Parágrafo único A designação por acesso, para a função de direção, chefia, assessoramento e assistência, recairá, exclusiva-mente, em servidor de carreira, satisfeitos os requisitos de que trata o Artigo 13, Parágrafo Único.

Art. 13 A nomeação para cargo de carreira depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecida a ordem de classificação e o prazo de sua validade.

Parágrafo único Os demais requisitos para o ingresso e o de-senvolvimento do servidor na carreira, mediante progressão, pro-moção, ascensão e acesso serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na administração pública estadual e seus regulamentos.

SEÇÃO IIIDo Concurso Público

Art. 14. O concurso será de caráter eliminatório e classificató-rio, compreendendo, provas ou provas e títulos.

§ 1º A publicação do resultado do concurso deverá ser efe-tivado no prazo máximo de 30 (trinta) dias após a realização do mesmo. (Renumerado de p. único para § 1º pela LC 298/08)

§ 2º O concurso público e as vagas estabelecidas no edital poderão ser dispostas por região ou municípios pólos, a critério da Administração Pública. (Acrescentado pela LC 298/08)

§ 3º A Administração Pública, observando-se estritamente a ordem classificatória e a pontuação obtida no certame, quando não forem preenchidas todas as vagas existentes em determinada região ou município pólo poderá aproveitar os candidatos classi-ficados e excedentes dos demais pólos. (Acrescentado pela LC 298/08)

§ 4º O aproveitamento dos candidatos classificados e exce-dentes de que trata o § 3° se dará por convocação publicada em Diário Oficial. (Acrescentado pela LC 298/08)

§ 5º O candidato que opta por assumir vagas em outros municí-pios ou região pólo que eventualmente tiver vagas não preenchidas, automaticamente, será considerado desistente de assumir na região ou município pólo opção para qual se inscreveu para o concurso. (Acres-centado pela LC 298/08)

Art. 15. O concurso público terá validade de até 02 (dois) anos, podendo ser prorrogada uma única vez, por igual período.

§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua reali-zação serão fixados em edital que será publicado no Diário Oficial do Estado. (Nova redação dada pela LC 260/06)

§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade ainda não ex-pirado.

§ 3º Os princípios da ética e da filosofia serão matérias obrigató-rias nos concursos públicos. (Acrescentado pela LC 400/10)

SEÇÃO IVDa Posse e do Exercício

Art. 16. Posse é a investidura no cargo público mediante a acei-tação expressa das atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo público com o compromisso de bem servir, formalizada com a assinatura do termo pela autoridade competente e pelo empossado.

§ 1º A posse ocorrerá no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias contados da publicação do ato de provimento. (Nova redação dada pela LC 289/07 )

§ 2º Em se tratando de servidor em licença, ou afastamento por qualquer outro motivo legal, o prazo será contado do término do im-pedimento.

§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração especifica.§ 4° Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por no-

meação, acesso e ascensão.§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará, obrigatoriamente,

declaração dos bens e valores que constituem seu patrimônIo e decla-ração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo previsto no parágrafo 1º.

§ 7° O ato de provimento ocorrerá no prazo máximo de 30 (trinta) dias após a publicação do resultado do concurso para as vagas imedia-tamente disponíveis conforme o estabelecido no edital de concurso.

Art. 17. A posse em cargo público dependerá de comprovada aptidão física e mental para o exercício do cago, mediante inspeção médica oficial.

Parágrafo único. Será empossado em cargo público aquele que for julgado apto física e mentalmente pela assistência médica pública do Estado, excetuando-se os casos previstos no parágrafo 2º do Artigo 8º desta Lei Complementar.

Art. 18. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo.

§ 1º É de 15 (quinze) dias o prazo para o servidor empossado em cargo público de provimento efetivo entrar em exercício, contados da data da posse. (Nova redação dada pela LC 289/07 )

§ 2º Será exonerado o servidor empossado que não entrar em exercício no prazo previsto no parágrafo anterior.

§ 3º A autoridade competente do órgão ou entidade para onde for designado o servidor compete dar-lhe exercício.

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Didatismo e Conhecimento 68

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 19. O início, a suspensão, a interrupção a o reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servidor.

Parágrafo único Ao entrar em exercício, o servidor apresenta-rá ao órgão competente, os elementos necessários ao assentamento individual.

Art. 20. A promoção ou a ascensão não interrompem o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data da publicação do ato que promover ou ascender o servidor.

Art. 21. O servidor transferido, removido, redistribuído, re-quisitado ou cedido, quando licenciado, que deva prestar serviços em outra localidade, terá 30 (trinta) dias de prazo para entrar em exercício, incluído nesse tempo o necessário ao deslocamento para a nova sede.

Parágrafo único. Na hipótese do servidor encontrar-se afasta-do legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término do afastamento.

Art. 22. O ocupante de cargo de provimento efetivo, integran-te do sistema de carreira, fica sujeito a 30 (trinta) horas semanais de trabalho.

Art. 23 Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores:

I - assiduidade;II - disciplina;III - capacidade de iniciativa;IV - produtividade;V - responsabilidade;VI - idoneidade moral.§ 1° 04 (quatro) meses antes de findo o período do estágio

probatório, será, obrigatoriamente, submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada de acordo com o que dispuser a lei e o regulamento do plano de carreira, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a VI.

§ 2° Se, no curso do estágio probatório, for apurada, em pro-cesso regular, a inaptidão para exercício do cargo, será exonerado.

§ 3° No curso do processo a que se refere o parágrafo ante-rior, e desde a sua instauração, será assegurado ao servidor ampla defesa que poderá ser exercitada pessoalmente ou por intermédio de procurador habilitado, conferindo-se-lhe, ainda, o prazo de 10 (dez) dias, para juntada de documentos e apresentação de defesa escrita.

§ 4° Para a avaliação prevista neste artigo, deverá ser consti-tuída uma comissão paritária no órgão ou entidade composta por 06 (seis) membros.

§ 5° Não constituem provas suficientes e eficazes as certidões ou portarias desacompanhadas dos documentos de atos adminis-trativos para avaliar negativamente a aptidão e capacidade do ser-vidor no desempenho do cargo, sobretudo nos fatores a que refere os incisos I, II, III, IV, V e VI deste artigo.

Seção VDa Estabilidade

Art. 24 O servidor habilitado em concurso público e empos-sado em cargo de carreira adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 02 (dois) anos de efetivo exercício.

Art. 25 O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administra-tivo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

Seção VIDa Transferência

Art. 26 Transferência é a passagem do servidor estável de cargo efetivo de carreira para outro de igual denominação, classe e remune-ração, pertencente a quadro de pessoal diverso e na mesma localidade.

Art. 27 Será admitida a transferência de servidor ocupante de cargo de quadro em extinção para igual situação em quadro de outro órgão ou entidade.

Parágrafo único A transferência far-se-á a pedido do servidor, atendendo a conveniência do serviço público.

Art. 28 São requisitos essenciais da transferência:I - interesse comprovado do serviço;II - existência de vaga;III - contar, o servidor, com 02 (dois) anos de efetivo exercício

no cargo.Parágrafo único Nos casos de transferência não se aplicam os

incisos deste artigo para cônjuge ou companheiro (a).Art. 29 As transferências não poderão exceder de 1/3 (um terço)

das vagas de cada classe.

Seção VIIDa Readaptação

Art. 30 Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atri-buições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.

§ 1° Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado, nos termos da lei vigente.

§ 2° A readaptação será efetivada em cargo de carreira de atribui-ções afins, respeitada a habilitação exigida.

§ 3° Em qualquer hipótese, a readaptação não poderá acarretar aumento ou redução de remuneração do servidor.

Seção VIIIDa Reversão

Art. 31 Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado por invalidez. quando, por junta médica oficial, forem declarados in-subsistentes os motivos determinantes da aposentadoria.

Art. 32 A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultan-te de sua transformação, com remuneração integral.

Parágrafo único Encontrando-se provido este cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

Art. 33 Não poderá reverter o aposentado que já tiver completa-do 70 (setenta) anos de idade.

Art. 34 A reversão far-se-á a pedido.

Seção IXDa Reintegração

Art. 35 Reintegração é a investidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transforma-ção, quando invalidada a sua demissão por ocasião administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

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Didatismo e Conhecimento 69

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 1° Na hipótese do cargo ter sido extinto, o servidor ocupará outro cargo equivalente ao anterior com todas as vantagens.

§ 2° O cargo a que se refere o artigo somente poderá ser preen-chido em caráter precário até o julgamento final.

Seção XDa Recondução

Art. 36 Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:

I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior ocupante.Parágrafo único Encontrando-se provido o cargo de origem, o

servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no Artigo 40.

Seção XIDa Disponibilidade e do Aproveitamento

Art. 37 Aproveitamento é o retorno do servidor em disponibili-dade ao exercício do cargo público.

Art. 38 Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração inte-gral.

Art. 39 O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e remunerações compatíveis com o anteriormente ocupado.

Parágrafo único O Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamento de servidor em disponibili-dade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos da administração pública, na localidade em que trabalhava anteriormente ou em outra com a concordância do servidor.

Art. 40 O aproveitamento do servidor que se encontra em dis-ponibilidade há mais de 12 (doze) meses dependerá de prévia com-provação de sua capacidade física e mental, por junta médica oficial.

§ 1° Se julgado apto, o servidor assumirá o exercício do cargo no prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação do ato de apro-veitamento.

§ 2° Verificada a incapacidade definitiva, o servidor em disponi-bilidade será aposentado, na forma da legislação em vigor.

Art. 41 Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

Art. 42 Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá preferência o de maior tempo de disponibilidade e, no caso de empa-te, o de maior tempo de serviço público.

CAPÍTULO IIDA VACÂNCIA

Art. 43 A vacância do cargo público decorrerá de:I - exoneração;II - demissão;III - ascensão;IV - acesso;V - transferência;VI - readaptação;VII - aposentadoria;VIII - posse em outro cargo inacumulável;IX - falecimento.

Art. 44 A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.

Parágrafo único A exoneração de ofício dar-se-á:I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;II - quando por decorrência do prazo, ficar extinta a punibili-

dade para demissão por abandono de cargo;III - quando, tendo tomado posse, não entrar no exercício no

prazo estabelecido.Art. 45 A exoneração de cargo em comissão dar-se-á: (Re-

prestinado o art 45, pela LC550/14)I - a juízo da autoridade competente, salvo os cargos ocupados

por servidores do plano de carreira através de eleições;II - a pedido do próprio servidor;III - em conformidade com o que dispõe a Lei n° 5.601, de

09.05.90.Parágrafo único Os cargos em comissão ocupados por servi-

dores do quadro de carreiras eleitos conforme Artigo 134 da Cons-tituição Estadual, só poderão ser exonerados a pedido ou quando comprovadamente através de processo administrativo, agir contra os interesses do Estado e da categoria que o elegeu.

CAPÍTULO IIIDA PROGRESSÃO, PROMOÇÃO,

ASCENSÃO E ACESSO

Art. 46 Progressão é a passagem do servidor de uma refe-rência para a imediatamente superior, dentro da mesma classe e da categoria funcional a que pertence, obedecidos os critérios es-pecificados para a avaliação de desempenho e tempo de efetiva permanência na carreira.

Art. 47 Ascensão é a passagem do servidor de um nível para outro sendo posicionado na primeira classe e em referência ou padrão de vencimento imediatamente superior àquele em que se encontrava, na mesma carreira.

Art. 48 Promoção é a passagem do servidor de uma classe para a imediatamente superior do respectivo grupo de carreira que pertence, obedecidos os critérios de avaliação, desempenho e qua-lificação funcional.

Art. 49 Acesso é a investidura do servidor na função de di-reção, chefia, assessoramento e assistência, segundo os critérios estabelecidos em lei.

Art. 50 Os critérios para aplicação deste capítulo serão defini-dos ao instituir o plano de carreira.

Parágrafo único Fica assegurada a participação dos servidores na elaboração do plano de carreira e seus critérios.

CAPÍTULO IVDa Remoção e da Redistribuição

SEÇÃO IDa Remoção

Art. 51 Remoção é o deslocamento do servidor a pedido ou de oficio, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede, observada a lotação existente em cada órgão: (Nova redação dada pela LC 187/04)

I - de uma para outra repartição do mesmo órgão ou entidade;II - de um para outro órgão ou entidade, desde que compatíveis

a situação funcional e a carreira especifica do servidor removido.

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Didatismo e Conhecimento 70

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 1º A remoção a pedido para outra localidade, por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente, fica condicionada à apresentação de laudo pericial emitido pela Corre-gedoria-Geral de Perícia Medica da Secretaria de Estado de Admi-nistração - SAD, bem como à existência de vagas. (Acrescentado pela LC187/04)

§ 2º A remoção para outra localidade, baseada no interesse público, deverá ser devidamente fundamentada. (Acrescentado pela LC 187/04)

Art. 52 O ato que remover o servidor estudante de uma para outra cidade ficará suspenso se, na nova sede, não existir estabe-lecimento congênere oficial, reconhecido ou equiparado àquele em que o interessado esteja matriculado, devendo permanecer no exercício do cargo.

§ 1° Efetivar-se-á a remoção se o servidor concluir o curso, deixar de cursá-lo ou for reprovado durante 02 (dois) anos conse-cutivos.

§ 2° Semestralmente, o interessado deverá apresentar prova de sua frequência regular do curso que estiver matriculado perante a repartição a que esteja subordinado.

SEÇÃO IIDa Redistribuição

Art. 53 Redistribuição é o deslocamento do servidor, com o respectivo cargo, para o quadro de pessoal do mesmo ou qualquer órgão ou entidade do Governo, cujo planos de carreira e remune-ração sejam idêntico, observado sempre o interesse da administra-ção. (Nova redação dada pela LC 187/04)

§ 1º A redistribuição dar-se-á exclusivamente para ajustamen-to de quadros de pessoal às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção, ou criação de órgão ou en-tidade.

§ 2º Nos casos de extinção de órgão ou entidade os servidores estáveis que não puderem ser redistribuídos, na forma deste artigo, serão colocados em disponibilidade com remuneração integral, até seu aproveitamento na forma do artigo 40.

CAPÍTULO VDa Substituição

Art. 54 (revogado) (Revogado pela LC 266/06)Art. 55 (revogado) (Revogado pela LC 266/06)

TÍTULO IIIDos Direitos e Vantagens

CAPÍTULO IDo Vencimento e da Remuneração

Art. 56. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei.

Art. 57. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres-cido das vantagens pecuniárias, permanentes ou temporárias, pre-vistas na Constituição Federal, Estadual, em acordos coletivos ou em convenções de trabalho que venham a ser celebrados. (ADI 559-6 – DOU 24/05/2006, declara incostitucional apenas a ex-pressão “em acordos coletivos ou em convenções de trabalho que venham a ser celebrados”)

Art. 58 A remuneração total do servidor será composta exclu-sivamente do vencimento base, de uma única verba de representa-ção e do adicional por tempo de serviço.

Parágrafo único O adicional por tempo de serviço concedido aos ocupantes dos cargos de carreira de provimento efetivo e aos empregados públicos como única vantagem pessoal, não será con-siderado para efeito deste artigo.

Art. 59 Ao servidor nomeado para o exercício de cargo em co-missão, é facultado optar entre o vencimento de seu cargo efetivo e do cargo em comissão, acrescido da verba única de representação.

Parágrafo único O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remune-ração de acordo com o estabelecido no Artigo 119, § 1°.

Art. 60 O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vanta-gens de caráter permanente, é irredutível.

Art. 61 É assegurada a isonomia de vencimento para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza e ao local de trabalho.

Art. 62 Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, importância superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Secretários de Estado, por membros da Assembleia Legislativa e membros do Tribunal de Justiça.

Parágrafo único Excluem-se do teto de remuneração, o adi-cional por tempo de serviço e as vantagens previstas no Artigo 82, I a VIII.

Art. 63 A relação entre a menor e a maior remuneração atri-buída aos cargos de carreira não poderá ser superior a 08 (oito) vezes.

Art. 64 O servidor perderá:I - vencimento ou remuneração do dia que não comparecer ao

serviço, salvo motivo legal ou moléstia comprovada;II - 1/3 (um terço) do vencimento ou da remuneração do dia,

quando comparecer ao serviço com atraso máximo de uma hora, ou quando se retirar antecipadamente;

III - 1/3 (um terço) do vencimento ou da remuneração durante o afastamento por motivo de prisão preventiva, pronúncia por cri-me comum, denúncia por crime funcional, condenação recorrível por crime inafiançável ou processo no qual haja pronúncia, com direito à diferença, se absolvida;

IV - 2/3 (dois terços) do vencimento ou da remuneração du-rante o período de afastamento em virtude da condenação por sen-tença definitiva, cuja pena não resulte em demissão.

Art. 65 Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne-nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.

§ 1° Mediante autorização do servidor poderá haver consigna-ção em folha de pagamento a favor de terceiros, ou seja, institui-ções de previdências, associações, sindicatos, pecúlio, seguros e os demais na forma definida em regulamento instituído pelas associa-ções e sindicatos dos servidores.

§ 2° Sob pena de responsabilidade a autoridade que determinar o desconto em folha de pagamento para instituições de previdência ou associações, deverá efetivar o repasse do desconto, no prazo máximo dos 05 (cinco) primeiros dias úteis do mês subsequente.

Art. 66 As reposições e indenizações ao erário serão descon-tadas em parcelas mensais não excedentes à décima parte da remu-neração ou provento.

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Didatismo e Conhecimento 71

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 1° Independente do parcelamento previsto neste artigo, o recebimento de quantias indevidas poderá implicar processo dis-ciplinar para apuração de responsabilidades e aplicação das pena-lidades cabíveis.

§ 2° Nos casos de comprovada má fé e abandono de cargo, a reposição deverá ser feita de uma só vez, sem prejuízo das pena-lidades cabíveis, inclusive no que se refere a inscrição na dívida ativa.

Art. 67 O servidor em débito com o erário que for demitido, exonerado ou que tiver a sua aposentadoria ou disponibilidade cas-sada, terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitá-lo.

Parágrafo único A não-quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição na dívida ativa.

Art. 68 O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de pres-tação de alimentos resultantes de decisão judicial.

Art. 69 O pagamento da remuneração dos servidores públicos dar-seá até o dia 10 (dez) do mês seguinte ao que se refere.

§ 1° O não-pagamento até a data prevista neste artigo impor-tará na correção do seu valor, aplicando-se os índices federais de correção diária, a partir do dia seguinte ao do vencimento até a data do efetivo pagamento.

§ 2° O montante da correção será pago juntamente com o ven-cimento do mês subsequente, corrigido o seu total até o último dia do mês, pelos mesmos índices do parágrafo anterior.

CAPÍTULO IIDas Vantagens

Art. 70 Além do vencimento poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:

I - indenizações;II - gratificações e adicionais.Parágrafo único A indenização não se incorpora ao vencimen-

to ou provento para qualquer efeito.Art. 71 As vantagens não serão computadas nem acumuladas

para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniá-rios ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

Seção IDas Indenizações

Art. 72 Constituem indenizações ao servidor:I - ajuda de custo;II - diárias.Art. 73 Os valores das indenizações, assim como as condi-

ções para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.Art. 74 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)Art. 75 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)Art. 76 Não será concedida a ajuda de custo ao servidor que

se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.Art. 77 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)Art. 78 O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo

quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no pra-zo determinado no Artigo 21.

Parágrafo único Não haverá obrigação de restituir a ajuda de custo nos casos de exoneração de ofício, ou de retorno por motivo de doença comprovada.

SUBSEÇÃO IIDas Diárias

Art. 79 O servidor que, a serviço, se afastar da sede, em ca-ráter eventual ou transitório, para outro ponto do território mato-grossense e de outras unidades da Federação, fará jus a passagens e diárias para cobrir as despesas de pousada, alimentação, locomo-ção urbana e rural.

Parágrafo único A diária será concedida por dia de afastamen-to, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede.

Art. 80 O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 05 (cinco) dias.

Parágrafo único Na hipótese do servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, em igual prazo.

SUBSEÇÃO IIIDa Indenização de Transporte

Art. 81 Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização do meio próprio de locomo-ção para execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme regulamento.

SUBSEÇÃO IVDas Gratificações e Adicionais

Art. 82. Além da remuneração e das indenizações previstas nesta lei, poderão ser deferidas aos servidores, as seguintes grati-ficações adicionais:

I - gratificação natalina;II - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigo-

sas ou penosas;III - adicional pela prestação de serviço extraordinário;IV - adicional noturno;V - adicional de férias;VI - adicional por tempo de serviço;VII – Vetado;VIII – Vetado.

SUBSEÇÃO VDa Gratificação Natalina

Art. 83. A gratificação natalina corresponde-te a um doze avos da remuneração a que o servidor fizer jus ao mês de dezembro, por mês de exercício, no respectivo ano.

Parágrafo único A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral.

Art. 84 A gratificação natalina será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano. (Nova redação dada pela LC 479/12)

Parágrafo único (revogado) (Revogado pela LC 479/12)Art. 85. O servidor exonerado perceberá sua gratificação na-

talina, proporcionalmente aos de efetivo exercício, calculada sobre a remuneração do mês de exoneração.

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Didatismo e Conhecimento 72

LEGISLAÇÃO BÁSICA

SUBSEÇÃO VIDo Adicional, Por Tempo de Serviço

Art. 86 O adicional por tempo de serviço é devido à razão de 2% (dois por cento), por ano de serviço público estadual, incidente sobre o vencimento - base do cargo efetivo, até o limite de 50% (cinquenta por cento). (Nova redação dada pela LC 42/96)

§ 1º O servidor fará jus ao adicional a partir do mês imediato àquele em que completar o anuênio, independente, de requerimen-to. (Acrescentado pela LC 42/96)

§ 2º - V E T A D O (Acrescentado pela LC 42/96)§ 3º Fica excluído do teto constitucional o adicional por tempo

de serviço. (Acrescentado pela LC 42/96)

SUBSEÇÃO VIIDos Adicionais de Insalubridade,

Periculosidade ou Penosidade

Art. 87. Os servidores que trabalham com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxi-cas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional nos termos da legislação pertinente.

§ 1º O servidor que fizer jus a mais de um adicional será con-cedido o pagamento, de acordo com a legislação pertinente.

§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

Art. 88 . Caberá à Administração Estadual exercer permanen-te controle da atividade de servidores em operações ou locais con-siderados penosos, insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afasta-da, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não perigoso.

Art. 89 Na concessão dos adicionais de penosidade, insalubri-dade e de periculosidade serão observadas as situações especifica-das na legislação pertinente aplicável ao servidor público.

Art. 90. O adicional de penosidade será devido ao servidor em exercício em zonas de fronteira ou em locais, cujas condições de vida o justifiquem. nos termos, condições e limites fixados em regulamento.

Art. 91. Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raio X ou substâncias radioativas devem ser mantidos sob contro-le permanente, de modo que as doses de radiação, ionizantes não ultrapassam o nível máximo previsto na legislação própria.

Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo de-vem ser submetidos a exame médico oficial.

SUBSEÇÃO VIIIDo Adicional Por Serviço Extraordinário

Art. 92. O serviço extraordinário será remunerado com acrés-cimo de no mínimo 50 % (cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 93. Somente será permitido serviço extraordinário para atender situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 02 (duas) horas diárias, conforme se dispuser em re-gulamento.

SUBSEÇÃO IXDo Adicional Noturno

Art. 94. O serviço noturno prestado em horário compreendi-do entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 05 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor hora acrescido de 25 % (vinte e cinco por cento) computando-se cada hora com 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.

Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração prevista no artigo 93.

SUBSEÇÃO XDo Adicional de Férias

Art. 95. Independente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional de 1/3 (um terço) da remune-ração correspondente ao período de férias.

Parágrafo único. No caso do servidor exercer função de di-reção , chefia, assessoramento ou assistência ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.

Art. 96. O servidor em regime de acumulação lícita percebe-rá o adicional de férias, calculado sobre a remuneração do cargo em que for gozar as férias.

Art. 97. O servidor fará jus a 30 (trinta) dias de férias, que podem ser cumuladas até o máximo de dois períodos, median-te comprovada necessidade de serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. (Nova redação dada pela LC 141/03)

§ 1º Para o período aquisitivo de férias, serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.

§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.§ 3º Fica proibida a contagem, em dobro, de férias não goza-

das, para fins de aposentadoria e promoção por antiguidade acu-muladas ,por mais de 02 (dois) períodos.

§ 4º Para gozo das férias previstas neste artigo, deverá ser observada a escala a a ser organizada pela repartição.

§ 5º As férias poderão ser parceladas em até 02 (duas) etapas, se assim requeridas pelo servidor, sendo cada uma destas de 15 (quinze dias. (Acrescentado pela LC141/03)

§ 6º Caso não cumprido o estabelecido no caput deste artigo, o servidor público, automaticamente, entrará em gozo de férias a partir do primeiro dia do terceiro período aquisitivo. (Acrescenta-do pela LC 293/07) Art. 98 Quando em gozo de férias, o servidor terá direito a receber o equivalente a 01 (um) mês de vencimento. (Nova redação dada pela LC 141/03)

Parágrafo único. No caso de férias proporcionais, o servidor perceberá uma remuneração correspondente ao número de dias gozados. (Acrescentado pela LC 141/03)

Art. 99. O pagamento da remuneração das férias deverá ser efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respesctivo período, observando-se o disposto no parágrafo primeiro deste artigo.

§ 1º É facultado ao servidor converter 1/3 (um terço) das fé-rias ou abono pecuniário desde que o requeira com pelo menos 60 (sessenta) dias de antecedência de seu início.

§ 2º No cálculo do abono pecuninário será considerado o va-lor do adicional de férias, previsto no artigo 82, inciso V.

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Didatismo e Conhecimento 73

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 100 O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas gozará, obrigatoriamente, 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade pro-fissional, proibida, em qualquer hipótese a acumulação.

Art. 101. É proibido a transferência, e remoção do servidor quando em gozo de férias.

Art. 102. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para juri, serviço militar ou ,eleitoral ou por motivo de superior interes-se público definidos em lei, devendo o período interrompido ser gozado imediatamente, após a cessação do motivo da interrupção.

CAPÍTULO IIIDas Licenças

SEÇÃO IDisposições Gerais

Art. 103. Conceder-se-á, ao servidor, licença:I - por motivo de doença em pessoa da família;II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;III - para serviço militar;IV - para atividade políticas;V - prêmio por assiduidade;VI - para tratar de interesses particulares;VII - para qualificação profissional.§ 1º A licença prevista no inciso I será precedida de exame por

médico da junta médica oficial.§ 2º O servidor não poderá permanecer em licença da mesma

espécie por período superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos casos dos incisos II, III, IV e VII deste artigo.

§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença prevista no inciso I deste artigo, ressaIvada a hipótese do artigo 105 e seus parágrafos.

Art. 104. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mesma espécie será considerada como pror-rogação.

SEÇÃO IIDa Licença Por Motivo de Doença em Pessoas em Família

Art. 105. Poderá ser concedida licença ao servidor, por mo-tivo de doença do cônjuge ou companheiro, padrastro ou madras-ta, ascendente, descendente, enteado e colateral consanguíneo ou afim até o segundo grau civil, mediante comprovação médica.

§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispenssável e não puder ser prestada simultanea-mente com o exercício do cargo, o que deverá ser apurado através de acompanhamento social.

§ 2º A licença será concedida sem prejuízo da remuneração do cargo efetivo, até um 01 (um) ano, com 2/3 (dois terços) do venci-mento ou remuneração, excedente, esse prazo, até 02 (dois) anos.

SEÇÃO IIIDa Licença Por Motivo de Afastamento do Cônjuge

Art. 106. Poderá ser concedida licença ao servidor para acom-panhar o cônjuge ou companheiro que for deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração. § 2º Na hipótese do deslocamento de que trata este artigo,

o servidor poderá ser lotado, provisoriamente, em repartição da Administração Estadual Direta, Autárquica ou Fundacional, desde que para exercício de atividade compatível com o seu cargo com remuneração do órgão de origem.

SEÇÃO IVDa licença para o serviço militar

Art. 107. Ao servidor convocado para o serviço miltar será concedida licença, na forma e condições previstas na legislação específica.

Parágrafo único Concluído o serviço militar, o servidor terá 30 (trinta) dias, com remuneração, para reassumir o exercício do cargo.

SEÇÃO VDa Licença para Atividade Política

Art. 108. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que mediar entre a sua escolha, em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a justiça eleitoral.

§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha sua função e que exerça cargo de direção, chefia, as-sessoramento, assistência, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante, a justiça eleitoral, até o décimo quinto dia seguinte ao do pleito.

§ 2º A partir do registro de candidatura e até o décimo quinto dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença como se em exercício estivesse, com o vencimento de que trata o artigo 57.

SEÇÃO VIDa Licença-Prêmio por Assiduidade

Art. 109. Após cada quinquênio ininterrupto de efetivo exer-cício no serviço público Estadual, o servidor fará jus a 03 (três) meses de licença, a título de prêmio por assiduidade, com a re-muneração do cargo efetivo, sendo permitida sua conversão em espécie parcial ou total, por opção do servidor.

§ 1º Para fins da licença-prêmio de que trata este artigo, será considerado o tempo de serviço desde seu ingresso no serviço pú-blico estadual.

§ 2º É facultado ao servidor fracionar a licença de que trata este artigo, em até 03 (três) parcelas, desde que defina previamente os meses para gozo da licença.

§ 3º (revogado) (Revogado pela LC 59/99)§ 4º (revogado) (Revogado pela LC 59/99)Art. 110. Não se concederá licença-prêmio ao servidor que,

no período aquisitivo:I - sofrer penalidade disciplinar, de suspensão;II - afastar-se do cargo em virtude de:a) licença por motivo de doença em pessoa da família, sem

remuneração;b) licença para tratar de interesses particulares;c) condenação a pena privativa de liberdade, por sentença de-

finitiva;d) afastamento para acompanhar cônjuge ou companheiro.

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Didatismo e Conhecimento 74

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Parágrafo único. As faltas injustificadas ao serviço retardarão a concessão de licença prevista neste artigo, na proporção de um mês para cada três faltas.

Art. 111. O número de servidor em gozo simultâneo de licen-ça-prêmio não poderá ser superior a 1/3 (um terço) da lotação da respectiva unidade administrativa do órgão ou entidade.

Art. 112. Para efeito de aposentadoria será contado em dobro o tempo de licença-prêmio não gozado.

Art. 113. Para possibilitar o controle das concessões da licen-ça, o órgão de lotação deverá proceder anualmente a escala dos servidores, a fim de atender o disposto no artigo 109, Parágrafo 4º, e garantir os recursos orçamentários e financeiros necessários ao pagamento, no caso de opção em espécie.

§ 1º O servidor não poderá cumular duas licenças-prêmio. (Acrescentado pela LC 293/07)

§ 2º O servidor deverá gozar a licença-prêmio concedida, obrigatoriamente, no período aquisitivo subsequente. (Acrescen-tado pela LC 293/07)

§ 3º Caso não usufrua no período subsequente, entrará, au-tomaticamente, em gozo da referida licença a partir do primeiro dia do terceiro período aquisitivo.(Acrescentado pela LC 293/07)

SEÇÃO VIIDa Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 114. A pedido e sem prejuízo do serviço será concedida, ao servidor estável, licença para o trato de assuntos particulares, pelo prazo de até 02 (dois) anos consecutivos, sem remuneração, podendo esta licença ser interrompida a qualquer momento por interesse do servidor.

§ 1º A licença poderá ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço público.

§ 2º Não se concederá nova licença antes de decorridos 02 (dois) anos do término da anterior.

§ 3º Não se concederá licença a servidor nomeado, removido, redistribuído ou transferido, antes de compIetar 02 (dois) anos de exercício.

§ 4º O requerente aguardará, em exercício no cargo, a publi-cação, no diário oficial, do ato decisório sobre a licença solicitada.

SEÇÃO VIIIDe Licença para o Desempenho de Mandato Classista

Art. 115. É assegurado ao servidor o direito a licença para o desempenho do mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito estadual, sindicato representativo da categoria e entidade fiscalizadora da profissão, nos termos do artigo 133 da Constituição Estadual.

Parágrafo único. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogado no caso de reeleição.

SEÇÃO IXDa Licença para Qualificação Profissional

Art. 116. A licença para qualificação profissional se dará com prévia autorização do Governador do Estado e consiste no afas-tamento do servidor de suas funções, sem prejuízo dos seus ven-cimentos, assegurada a sua efetividade para todos os efeitos de

carreira e será concedida para frequência de curso de formação, treinamento, aperfeiçoamento ou especializacão profissional ou a nível da pós-graduação e estágio, no país ou no exterior, se de interesse do Estado.

Art. 117. Para concessão da licença de que trata o artigo an-terior, terão preferências os servidores que satisfaçam os seguintes requisitos:

I - Residência em localidade onde não existam unidades uni-versitárias ou faculdades isoladas;

II - Experiência no máximo de 05 (cinco) anos de magistério público estadual, e o servidor com 05 (cinco) anos de efetivo exer-cício no Estado;

III - Curso correlacionado com a área de atuação.Art. 118. Realizando-se o curso na mesma localidade da lota-

cão do serviço ou em outra de fácil acesso, em lugar da licença será concedida simples dispensa do expediente pelo tempo necessário a frequência regular do curso.

Parágrafo único. A dispensa de que trata o artigo deverá ser obrigatóriamente comprovado mediante frequência regular do cur-so.

CAPÍTULO VDos Afastamentos

SEÇÃO IDo Afastamento Para servir a Outro Órgão ou Entidade

Art. 119. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:

I - para exercício de cargo em comissão de confiança;II - em casos previstos em leis específicas.§ 1º Nas hipóteses do inciso I deste artigo, o ônus da remune-

ração será do órgão ou entidade cessionária.§ 2º Mediante autorização do Governador do Estado, o ser-

vidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Pública Estadual, que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo.

SEÇÃO IIDo Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

Art. 120. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato federal, Estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;

II - investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

III - investido no mandato de vereador :a) havendo compatibilidade de horários, perceberá as vanta-

gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;b) não havendo compatibilidade de horários, será afastado do

cargo, sendo-lhe facultado optar peIa sua remuneração;c) não poderá exercer cargo em comissão ou de confiança na

Administração Pública, de livre exoneração.§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá

para a seguridade social como se em exercício estivesse.§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não

poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade di-versa onde exerce a mandato.

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Didatismo e Conhecimento 75

LEGISLAÇÃO BÁSICA

SEÇÃO IIIDo Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior

Art. 121. O servidor não poderá ausentar-se do Estado ou País para estudo ou missão oficial, sem autorização do Governador do Estado, ou Presidente dos Órgãos dos Poderes Legislativo e Judi-ciário.

§ 1º A ausência não excederá de 04(quatro) anos e, finda a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência.

§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou licença para tratar da interesse par-ticular, antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressal-vada a hipótese do ressarcimento da despesa havida com o afas-tamento.

Art. 122. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com direito a opção pela remuneração.

Art. 123. O afastamento para estudo ou missão oficial no ex-terior, obedecerá ao disposto em legislação específica.

CAPÍTULO VDas Concessões

Art. 124. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:

I – por um (01) dia, para doação de sangue;II - por 02 (dois) dias para se alistar como eleitor;III - por 08 (oito) dias consecutivos em razão de:a) casamentos;b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou

padrasto, filhos, enteado, menor sob guarda ou tutela, irmãos e avós.

Art. 125 (revogado) (Revogado pela LC 293/07)Art. 126. Ao servidor estudante, que mudar de sede no interes-

se da administração, assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituto de ensino congênere, em qualquer época, independente de vaga, na forma e condições estabelecidas na legislação específica.

Parágrafo único O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou companheiro, aos filhos ou enteados do servidor, que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.

CAPÍTULO VIDo Tempo de Serviço

Art. 127. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público prestado ao Estado de Mato Grosso, inclusive o das Forças Armadas.

Art. 128. A apuração do tempo de serviço será feita em dias que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

Parágrafo único Feita a converção, os dias restantes até 182 (cento o oitenta a dois), não serão computados, arredondando-se para 01 (um) ano quando excederem deste número, para efeito de aposentadoria.

Art. 129. Além das ausências ao serviço previstas no artigo 125, serão considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:

I – férias;II – exercício de cargo em comissão, ou equivalente em ór-

gãos ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;

III – exercício de cargo, ou função de governo ou adminis-tração, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República, Governo Estadual e Municipal.

IV – participação em programas de treinamento regularmente instituído;

V – desempenho de mandato eletivo federal, estadual, munici-pal ou do distrito federal, exceto para promoção por merecimento;

VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;VII – missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afas-

tamento.VIII – licença:a) à gestante, à adotante e à paternidade;b) para tratamento da própria saúde, até 02 (dois) anos;c) por motivo de acidente em serviço ou doença Profissional;d) prêmio por assiduidade;e) por convocação para o serviço militar;f) qualificação Profissional;g) licença para acompanhar cônjuge ou companheiro;h) licença para tratamento de saúde em pessoa da família;i) para desempenho de mandato classista.IX – deslocamento para a nova sede de que trata o artigo 21.X – participação em competição desportiva estadual e nacio-

nal ou convocação para integrar representação desportiva nacio-nal, no país ou no exterior, conforme disposto em lei específica.

Art. 130 Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:

I – o tempo do serviço público federal, estadual e municipal, mediante comprovação do serviço prestado e do recolhimento da previdência social;

II – a licença para atividade política, no caso do artigo 108, Parágrafo 2º;

III – o tempo correspondente ao desempenho de mandato ele-tivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público estadual;

IV – o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social, o após decorridos 05 (cinco) anos de efetivo exercício no serviço público;

V – o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;VI – Vetado.§ 1º O tempo de serviço a que se refere o inciso I deste artigo

não poderá ser contado em dobro ou quaisquer outros acréscimos, salvo se houver norma correspondente na legislação estadual.

§ 2º O tempo em que a servidor esteve aposentado ou em disponibilidade será apenas contado para nova aposentadoria ou disponibilidade.

§ 3º Será contado, em dobro, o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em operações de guerra.

§ 4º É vedado a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função em órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista e empresa pública.

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Didatismo e Conhecimento 76

LEGISLAÇÃO BÁSICA

CAPÍTULO VIIDo Direito de Petição

Art. 131. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Po-deres Públicos, em defesa de direito ou de interesse legítimo.

Parágrafo único. É possibilitado, dependente somente de sindi-calização prévia, que o requerimento seja subscrito pelo respectivo Sindicato da categoria do servidor. (Acrescentado pela LC 345/09)

Art. 132. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado através daquela a que estiver imediata-mente subordinado o requerente.

Art. 133. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que hou-ver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.

Parágrafo único. O requerimento e o pedido da reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 05 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias, contados a partir do recebimento dos autos pela autoridade julgadora, após a apreciação pela Procuradoria-Geral do Estado, consoante estabelece o art. 14, II, da Lei Complementar nº 111, de 1º de julho de 2002. (Nova redação dada pela LC 123/03)

Art. 134. Caberá recurso:I – do indeferimento do pedido de reconsideração;II – das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior

a que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.

§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 135. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciên-cia, pelo interessado, da decisão decorrida.

Art. 136. O recurso poderá ter recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente.

Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsi-deração ou de recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.

Art. 137. O direito em requerer prescreve:I – em 05 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cas-

sação de aposentadoria ou disponibilidade ou que afetem Interesse patrimonial a créditos resultantes das relações de trabalho.

II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.

Parágrafo único O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou de ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

Art. 138. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabí-veis, interrompem a prescrição;

Parágrafo único Interrompida a prescrição, o prazo recomeçará a correr pelo restante, no dia em que cessar a interrupção.

Art. 139. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser re-levada pela administração.

Art. 140. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista ao processo ou documento na repartição ao servidor ou a procu-rador por ele constituído.

Art. 141. A administração deverá rever seus atos , a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.

Art. 142. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo.

TÍTULO IVDo Regime Disciplinar

CAPÍTULO IDos Deveres

Art. 143. São deveres do funcionário:I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;II – ser leal às instituições a que servir;III – observar as normas legais e regulamentares;IV– cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta-

mente ilegais;V - atender com presteza:a) ao público em geral, prestando as informações requeridas,

ressalvadas as protegidas por sigilo;b) a expedição de certidões requeridas para defesa de direito

ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;c) as requisições para a defesa da fazenda pública.VI – levar ao conhecimento da autoridade superior as irregu-

laridades de que tiver ciência em razão do cargo;VII – zelar pela economia do material e a conservação do pa-

trimônio público;VIII – guardar sigilo sobre assuntos da repartição;IX – manter conduta compatível com a da moralidade admi-

nistrativa; X – ser assíduo e pontual ao serviço;XI – tratar com urbanidade as pessoas;XII – representar contra ilegalidade ou abuso de Poder.Parágrafo único A representação do que trata o inciso XII, será

encaminhada pela via hierárquica e obrigatoriamente apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegu-rando ao representado direito de defesa.

CAPÍTULO IIDas Proibições

Art. 144. Ao servidor público é proibido:I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia

autorização do chefe imediato;II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente,

qualquer documento, ou objeto da repartição;III - recusar fé a documentos públicos;IV - opor resistência injustificada ao andamento de documen-

to e processo ou execução de serviço;V - referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso, à autori-

dades públicas ou aos atos do Poder Público, mediante manifesta-ção escrita ou oral, podendo, porém, criticar ato do Poder Público, do ponto de vista doutrinário ou da organizanção do serviço, em trabalho assinado;

VI – cometer a pessoa estranha à repartição , fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuições que seja sua respon-sabilidade ou de seu subordinado;

VII - compelir ou aliciar outro servidor no sentido de filiação a associação profissional ou sindical, ou a partido político;

VIII - manter sob sua chefia imediata, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou-trem, em detrimento da dignidade da função pública;

X – participar de gerência ou administração de empresa pri-vada, de sociedade civil, ou exercer comércio e, nessa qualidade, transacionar com o Estado.

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Didatismo e Conhecimento 77

LEGISLAÇÃO BÁSICA

XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repar-tições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciá-rios ou assistenciais de parentes até segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de Estado estran-geiro, sem licença do Governador do Estado;

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa;XVI - utilizar pessoa ou recursos materiais em serviços ou

atividades particulares;XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas às do

cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis

com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho.XIX - assediar sexualmente ou moralmente outro servidor pú-

blico. (Acrescentado pela LC 347/09)

CAPÍTULO IIIDa Acumulação

Art. 145. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos. empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, dos Estados e dos Mu-nicípios.

§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona-da à comprovação da compatibilidade de horários.

Art. 146. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.

Art. 147. O servidor vinculado ao regime desta lei, que acu-mular licitamente dois cargos de carreira, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos recebendo a remuneração do cargo em comissão, facultando-lhe a opção pela remuneração.

Parágrafo único. O afastamento previsto neste artigo ocorrerá apenas em relação a um dos cargos, se houver compatibilidade de horários.

CAPÍTULO IVDas Responsabilidades

Art. 148. O servidor responde civil, penal e administrativa-mente, pelo exercício irregular de suas atribuições.

Art. 149. A responsabilidade civil decorre do ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiro.

§ 1º A Indenização de prejuízo dolosamante causado ao erário somente será liquidado na forma prevista no artigo 66, na falta do outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a fazenda estadual, em ação regressiva.

§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança re-cebida.

Art. 150 A responsabilidade penal abrange os crimes e contra-venções imputados ao servidor, nessa qualidade.

Art. 151. A responsabilidade administrativa resulta do ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho de cargo ou fun-ção.

Art. 152. As sanções civis penais e administrativas poderão cumular-se sendo independentes entre sí.

Art. 153. A responsabilidade civil ou administrativa do ser-vidor será afastada no caso da absolvição criminal que negue a existência do fato ou de sua autoria.

CAPÍTULO VDas Penalidades

Art. 154. São penalidades disciplinares:I – repreensão;II – suspensão;III – demissãoIV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;V –destituição de cargo em comissão.Art. 155. Na aplicação das penalidades serão consideradas a

natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provieram para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes a os antecedentes funcionais.

Art. 156. A repreensão será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do artigo 143, Inciso I a lX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamento ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.

Art. 157. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com repreensão e de violação das demais proibi-ções que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa)dias.

§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o ser-vidor que injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspe-ção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.

§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penali-dade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

Art. 158. As penalidades de repreensão e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 01 (um) ano a 03 (três) meses de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.

Parágrafo único O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

Art. 159. A demissão será aplicada nos seguintes casos:I - crime contra a administração pública;II - abandono de cargo;III - inassiduidade habitual;IV - improbidade administrativa;V - incontinência pública e conduta escandalosa;VI - insubordinação grave em serviço;VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, sal-

vo em legítima defesa própria ou de outrem;VIII - aplicação irregular de dinheiro público;IX – revelação de segredo apropriado em razão do cargo;X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio Es-

tadual;

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Didatismo e Conhecimento 78

LEGISLAÇÃO BÁSICA

XI - corrupção;XII - acumulação ilegal de cargos ou fuções públicas após

constatação em processo disciplinar;XIII - transgressão do artigo 144, incisos X a XVII.Art. 160. Verificada em processo disciplinar acumulação proi-

bida, e provada a boa fé, o servidor optará por um dos cargos.§ 1º Provada a má fé, perderá também o cargo que exercia há

mais tempo e restituirá o que tiver percebido indevidamente.§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, sendo um dos cargos

ou função exercido em outro órgão ou entidade, a demissão lhe será comunicada.

Art. 161. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.

Art. 162. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita a penalidades de suspensão e de demissão.

Parágrafo único Ocorrida a exoneração de que trata o artigo 45, o ato será convertido em destituição de cargo em comissão prevista neste artigo.

Art. 163. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII a X do artigo 144, implica indispo-nibilidade dos bens e ressarcimento ao erário sem prejuízo da ação penal cabível.

Art. 164. A demissão ou a destituição de cargo em comissão por infringência do artigo 144, inciso X, XII e XIII, incompatibili-za o ex servidor para nova investidura em cargo público estadual, pelo prazo mínimo de 05 (cinco) anos.

Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público esta-dual o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comis-são por infringência do artigo 159, Inciso I, IV, VIII, X e XI.

Art. 165. Configura o abandono de cargo a ausência inten-cional do servidor ao serviço por mais de 30 (trinta) dias conse-cutivos.

Art. 166. Entende-se por inassiduidade habitual, a falta ao serviço sem causa justificada por 60 (sessenta) dias, interpolada-mente, durante o período de 12 (doze) meses.

Art. 167. O ato de imposição da penalidade mencionará sem-pre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.

Art. 168. As penalidades disciplinares serão aplicadas:I - pelo Governador do Estado, pelos Presidentes do Poder Le-

gislativo e dos Tribunais Estaduais, pelo Procurador Geral da Jus-tiça e o pelo dirigente superior de autarquia e Fundação, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, Órgão ou Entidade;

II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata-mente inferior aquelas mencionadas no inciso I , quando se trata de suspensão superior a 30 (trinta) dias.

III - pelo chefe da repartição e outra autoridade, na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos , nos casos de repreensão ou de superior de até 30 (trinta) dias;

IV - peIa autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão de não ocupante do cargo efetivo.

Art. 169 A ação disciplinar prescreverá:I – em 05 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com de-

missão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;

II – em 2 (dois) anos, quanto à representação e suspensão;

§ 1º O prazo de prescrição começa da data em que, o fato ou transgressão se tornou conhecido.

§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime.

§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.

§ 4º Interrompido o curso da prescrição, este recomeçará a correr pelo prazo restante, à partir do dia em que cessar a inter-rupção.

§ 5º Se decorrido o prazo legal para o disposto no parágrafo terceiro, sem a conclusão e o julgamento, recomeçará a correr o curso da prescrição.

TÍTULO VDo Processo Administrativo Disciplinar

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 170. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo disciplinar, assegurado ao acu-sado ampla defesa.

Art. 171. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formulados por escrito, confirmada a auten-ticidade.

Parágrafo único Quando o fato narrado não configurar eviden-te infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada por falta de objeto.

Art. 172 . Da sindicância poderá resultar: I - arquivamento do processo;II - aplicação de penalidade de repreensão ou suspensão de até

30 (trinta) dias;III - instauração de processo dinciplinar.Art. 173. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar

à imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias de demissão ou destituição de cargo em comissão, será obri-gatória a instauração do processo disciplinar.

CAPÍTULO IIDo Afastamento Preventivo

Art. 174. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instau-radora do processo disciplinar poderá ordenar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cassarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

Art. 175. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação mediata com, as atribuições do cargo que se encontre investido.

§ 1º O servidor que responde a processo administrativo disci-plinar nos termos do caput deste artigo, até decisão final da autori-dade competente e independentemente do que dispõe o artigo an-

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Didatismo e Conhecimento 79

LEGISLAÇÃO BÁSICA

terior, deverá ser remanejado para exercer as atribuições do cargo em que se encontra investido em ambiente de trabalho diverso da-quele em que as exercia quando da instauração do referido proces-so, sem prejuízo da remuneração. (Acrescentado pela LC 85/01)

§ 2º Para a aplicação das penalidades previstas nesta lei com-plementar, observar-se-á o disposto no artigo 168.(Acrescentado pela LC 85/01)

Art. 176 Vetado.Art. 177. A comissão de inquérito exercerá suas atividades

com independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessá-rio a elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração.

Art. 178. O processo discipIinar se desenvolve nas seguintes fases:

I – instauração, com publicação do ato que Constituiu a co-missão;

II – inquérito administrativo, que compreende instrução, de-fesa e relatório;

III – julgamento.Art. 179. O prazo para a conclusão do processo disciplinar

não excederá 60 (sessenta) dias, contados da publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.

§ 1º Decorrido, sem que seja apresentado o relatório conclusi-vo, a autoridade competente deverá determinar a apuração, a res-ponsabilidade dos membros da comissão.

§ 2º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo in-tegral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.

§ 3º As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberações adotadas.

SEÇÃO IDo Inquérito

Art. 180. O inquérito administrativo será contraditório, asse-gurado ao acusado a ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.

Art. 181. Os autos de sindicância integrarão o processo disci-plinar, como peça informativa de instrução.

Parágrafo único. Na hipótese do relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a au-toridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

Art. 182. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a toma-da de depoimentos, acareações, investigações diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

Art. 183. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo em qualquer fase, pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar-se e reinquirir testemunhas, produzir provas a contra-provas e formular quesitos, quando se tratar de prova peri-cial, § 1º O Presidente da comissão poderá denegar pedidos con-siderados impertinentes meramente protelatórios ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.

§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com-provação do fato independer, de conhecimento especial de perito.

Art. 184. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo Presidente da comissão, devendo a segun-da via, com o ciente do interessado, ser anexada aos autos.

Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a ex-pedição do mandado será imediatamente comunicado ao chefe da repartição onde serve, com indicação do dia e hora marcados para a inquirição.

Art. 185. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.

§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se in-

firmem, proceder-se-á a acareacão,entre os depoentes.Art. 186. Concluída a inquirição das tentemunhas a comissão

promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedi-mentos previstos nos artigos 184 e 185.

§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvi-do separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles.

§ 2º O Procurador do acusado poderá assistir ao interrogató-rio, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhes vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-lhe, porém, rein-quirí-las, por intermédio do Presidente da comissão.

Art. 187. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade compete que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.

Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será proces-sado em auto apartado e apenso no processo principal, após a ex-pedição do laudo pericial.

Art. 188. Tipificada a Infração disciplinar será formulada a in-dicação do servidor com a especificação dos fatos a ele imputados a das respectivas provas.

§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo Pre-sidente de Comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se- lhe vista do processo na repartição.

§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.

§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências indispensáveis.

§ 4º No caso de recusa do indiciado em opor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação.

Art. 189 O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à Comissão o lugar onde poderá ser encontrado.

Art. 190. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabi-do, será citado por edital, publicado no Diário Oficial do Estado e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa.

Parágrafo único Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.

Art. 191.Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal,

§ 1º A revelia será declarada por termo nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa.

§ 2º Para defender o indiciado revél, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como defensor-dativo de cargo de nível igual ou superior ao do indiciado.

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Didatismo e Conhecimento 80

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 192. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencio-nará as provas em que se baseou para formar a sua convicção.

§ 1º O relatório será conclusivo quanto a inocência ou respon-sabilidade do servidor.

§ 2º O processo disciplinar, com o relatório da comissão, indi-cará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.

Art. 193. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido á autoridade que determinou a instauração, para julgamento.

SEÇÃO IIDo Julgamento

Art. 194. No prazo de 60 (sessenta) dias, contados do recebimen-to do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.

§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade compe-tente que decidirá em igual prazo.

§ 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá a autoridade competente para a imposição da pena mais grave.

§ 3º Se a penalidade prevista for de demissão, o julgamento caberá às autoridades de que trata o inciso l, do artigo 169.

Art. 195. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas dos autos.

Parágrafo único Quando o relatório da comissão contrariar as pro-vas dos autos, a autoridade julgadora poderá motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la, ou isentar o funcionário de respon-sabilidade.

Art. 196. Verificada a existência de vício insanável, a autoridade julgadora declarará a nulidade total ou parcial do processo e ordenará a constituição de outra comissão, para a instauração de novo processo.

§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo. (Nova redação dada pela LC 123/03)

§ 1º O julgamento fora do prazo legal implica nulidade do pro-cesso.

§ 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que trata o artigo 169, parágrafo 2º, será responsabilizada na forma do Capitulo V, do Título V desta. Lei.

Art. 197. Extinta a punibilidade peIa prescrição, a autoridade jul-gadora determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.

Art. 198. Quando a infração estiver capitulada como crime, o pro-cesso disciplinar será remetido ao Ministério Público para instauração da Ação Penal, ficando translado na repartição.

Art. 199. O servidor que responde processo disciplinar só pode-rá ser exonerado a pedido, do cargo, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o do cumprimento da penalidade acaso aplicada.

Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o artigo 44, parágrafo único, inciso I, o ato será convertido em demissão, se for o caso.

Art. 200. Serão assegurados transporte e diárias:I – ao servidor convocado para prestar depoimento fora, da sede

de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou indicia-do;

II – aos membros da comissão e ao secretário, quando obri-gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

SEÇÃO IIIDa Revisão do Processo

Art. 201. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstanciais suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.

§ 1º Em caso de falecimento, ausência, ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa poderá requerer a revisão do processo.

§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo curador.

Art. 202. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re-querente.

Art. 203 A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para revisão que requer elementos novos, ain-da não apreciados no processo originário.

Art. 204. o requerimento de revisão do processo será dirigido ao Secretário de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão encaminhará o pedido ao , dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.

Parágrafo único. Recebida a petição, o dirigente do órgão ou entidade providenciará a constituição da comissão na forma prevista no art. 176, desta lei.

Art. 205. A revisão correrá em apenso ao processo originário. Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e

hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.

Art. 206. A comissão revisora terá até 60 (sessenta) dias para a conclusão dos trabalhos, prorrogável por igual prazo quando as circunstâncias o exigirem.

Art. 207. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.

Art 208. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pena-lidade nos termos do art. 154 desta lei.

Parágrafo único. O prazo para julgamen to será até 60 (sessen-ta) dias, contados do recebimento do processo no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.

Art. 209. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação a destituição de cargo em comissão que será convertida em exoneração.

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

TÍTULO VIDa Seguridade Social do Servidor

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 210. O Estado manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua família submetido ao Regime Jurídico Único.

Art. 211. O Plano de Seguridade Social visa dar cobertura aos riscos a que esta sujeito o servidor e sua família, e compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam as seguintes finalidades:

I – garantir meios de subsistência nos eventos de doença, in-validez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclusão;

II – proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;,III – (revogado) (Revogado pela LC 94/01)

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Didatismo e Conhecimento 81

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos e condições definidos em regulamento, observadas as disposições desta lei.

Art. 212. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do ser-vidor compreendem:

I – quanto ao servidor:a) aposentadoria;b) (revogado) (Revogado pela LC 94/01)c) salário-famílía;d) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; (Nova

redação dada pela LC 263/06)e) licença por acidente em serviço;f) licença para tratamento de saúde.II – quanto aos dependentes:a) pensão vitalícia e temporária;

c) (revogado) (Revogado pela LC 94/01)d) auxílio-reclusão.§ 1º (revogado) (Revogado pela LC 254/06)§ 2º O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude,

dolo ou má fé, implicará na devolução ao erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.

CAPÍTULO IIDos Benefícios

SEÇÃO IDa aposentadoria

Art. 213. O servidor será aposentado:I – por invalidez permanente, sendo os proventos integrais

quando decorrentes de acidentes em serviço, moléstia profissio-nal ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, com base de conclusões de junta médica do IPEMAT - Instituto de Previdência do Estado de Mato Grosso e proporcional nos demais casos. (Nova redação dada pela LC 68/00)

II – compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;

III – voluntáriamente:a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30

(trinta) se mulher, com proventos integrais;b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de

magistério, se professor, e 25 (vinte e cinco), se professora, com proventos integrais;

c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem e aos 25 (vinte e cinco) se mulher, com proventos proporcionais;

d) aos 65 (sessenta o cinco) anos de idade, se homem, e aos 60 (sessenta), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incurá-veis, a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alie-nação mental, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, esclerose múlti-pla, hepatopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, expondiloartrose anquilorante, nefropatia grave, estado avançado do mal de Paget, osteíte deformante, síndrome da imunodeficiência adquirida, AIDS; no caso de magistério, surdez permanente, anomalia da fala e outros que a lei indicar com base na medicina especializada. (Nova redação dada pela LC 568/15)

§ 2º Nos casos de exercícios de atividades consideradas insa-lubres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no artigo 90, a aposentadoria que trata o inciso III, alíneas “a”, “b” e “c”, observará o disposto em lei especial.

§ 3º Estende-se aos ocupantes de cargos em comissão, as prer-rogativas inseridas no inciso I deste artigo, quando se tratar de acidente em serviço, moléstia profissional e invalidez permanente. (Acrescentado pela LC 68/00)

§ 4º Para atender o disposto no inciso I deste artigo a Junta Médica do IPEMAT terá o prazo de 30 (trinta) dias para expedir, o laudo ou atestado de invalidez, contados da data do requerimento do interessado. (Acrescentado pela LC 68/00)

Art. 214. A aposentadoria compulsória será automática e de-clarada por ato com vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade limite de permanência no serviço ativo.

Art. 215. A aposentadoria voluntária ou por invalídez vigora-rá a partir da data da publicação do respectivo ato.

§ 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses.

§ 2º Expirado o período de licença e não estando em condi-ções de reassumir o cargo, ou de ser readaptado, o servidor será aposentado.

§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o término de licen-ça e a publicação do ato de aposentadoria será considerado como de prorrogação de licença.

Art. 216. O provento de aposentadoria será calculado com observância do disposto no artigo 57, e revisto na mesma data e proporção, sempre que se modificar a remuneração do servidor em atividade.

Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer be-nefícios ou vantagens posteriormente concedidos ao servidor em atividade, inclusive, quando decorrentes da transformação ou re-classificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

Art. 217. O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de serviço, se acometido de qualquer das moléstias espe-cificadas no artigo 213, parágrafo 1º, passará a perceber provento integral.

Art. 218. (revogado) (Revogado pela LC 524/14Art. 219. (revogado) (Revogado pela LC 59/99)Art. 220. O servidor que tiver exercido função de direção,

chefia, assessoramento, assistência ou cargo em comissão, por pe-ríodo de 05 (cinco) anos consecutivos ou 10 (dez) anos interpola-dos poderá se aposentar com a gratificação da função ou remune-ração do cargo em comissão, de maior valor, desde que exercido por um, período mínimo de 02 (dois) anos.

Parágrafo único. Quando o exercício da função ou cargo em comissão de maior valor não corresponde ao período de 02 (dois) anos, será incorporada a gratificação ou remuneração da função ou cargo em comissão imediatamente inferior dentre os exercidos.

Art. 221 Ao servidor aposentado será paga a, gratificação natalina, até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro, em valor equi-valente ao respectivo provento, deduzido adiantamento recebido.

Art. 222 Ao Ex-combatente que tenha efetivamennte partici-pado de operações bélicas, durante a segunda guerra mundial, nos temos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida aposentadoria com proventos integrais, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.

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Didatismo e Conhecimento 82

LEGISLAÇÃO BÁSICA

SEÇÃO IlDo Auxílio-Natalidade

Art. 223 (revogado) (Revogado pela LC 124/03)§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de

100% (cem por cento).§ 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro, servidor

público, quando a parturiente não for servidora.

SEÇÃO IIIDo Salário-Família

Art. 224. O salário-familia, definido na legislação específica,

é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econô-mico.

§ 1º Consideram.se dependentes para efeito de percepção do salário-família:

(Nova redação dada pela LC 124/03)I – o filho, até quatorze anos de idade ou inválido.II – o enteado e o menor que esteja sob sua tutela, comprovada

a dependência econômica, e desde que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação.

§ 2º O salário-família somente será devido ao servidor que perceber remuneração, vencimento ou subsídio igual ou interior ao teto fixado para esse fim pelo Regime Geral de Previdência Socia. (Nova redação dada pela LC 124/03)

Art. 225. Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento de apo-sentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.

Art. 226. Quando pai e mãe forem servidores públicos e vi-verem em comum, o salário-família será pago a um deles quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.

Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes.

Art. 227. O salário-família não está sujeito a qualquer tribu-to, nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para previdência social.

Art. 228. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família.

SEÇÃO IVDa Licença para Tratamento de Saúde

Art. 229. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

Art. 230. A Inspeção para fins de licença para Tratamento de Saúde será feita pelo Médico Assistente do órgão da Previdência Estadual ou por Junta Médica Oficial, conforme se dispuser em regulamento. (Nova redação dada pela LC 12/92)

Art. 231. Findo o prazo de licença, se necessário, o servidor será submetido a nova inspeção médica, que concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.

Art. 232. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou quais-quer das doenças especificadas no art. 213, parágrafo 1º.

Art. 233. O servidor que apresente indícios de lesões orgâni-cas ou funcionais será submetido à inspeção médica.

Art. 234. Será punido disciplinarmente o servidor que se re-cusar à inspeção médica, cessando os efeitos da pena logo que se verifique a inspeção.

SEÇÃO VDa Licença à Gestante, à Adotante e da

Licença-Paternidade

Art. 235 Será concedida licença à servidora gestante por um período de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração, mediante inspeção médica. (Nova redação dada pela LC 330/08)

§ 1º A licença poderá ter inicio no primeiro dia do oitavo mês da gestação, salvo antecipação por prescrição médica. (Nova reda-ção dada pela LC 330/08)

§ 2º no caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto. (Nova redação dada pela LC 330/08)

§ 3º No caso de natimorto, será concedida a licença para tra-tamento de saúde, a critério médico, na forma prescrita no Art. 231, da Lei Complementar n° 04/90.(Nova redação dada pela LC 330/08)

§ 4º Ocorrido o parto, sem que tenha sido requerida a licença, poderá esta ser concedida mediante apresentação da certidão de nascimento e vigorará a partir da data do evento. (Nova redação dada pela LC 330/08)

§ 5º no caso de aborto não criminoso, atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 60 (sessenta) dias de repouso re-munerado, podendo ser prorrogado por inspeção médica. (Acres-centado pela LC 330/08)

§ 6º No caso de recém-nascido com deficiência visual, audi-tiva, mental, motora ou que sofra de má-formação congênita, o período da licença-maternidade estabelecido no caput deste artigo será prorrogado por mais 120 (cento e vinte) dias, mediante ne-cessidade fundamentada em laudo clínico pelo médico assistente. (Acrescentado pela LC 515/13)

Art. 236 Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor terá direito à licença-paternidade de 05 (cinco) dias consecutivos. (Nova redação dada pela LC 263/06)

Art. 237 Para amamentar o próprio filho, até a idade de 06 (seis) meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em 02 (dois) períodos de 1/2 (meia) hora.

Art. 238 À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança de até 04 (quatro) anos de idade serão concedidos 90 (no-venta) dias, de licença remunerada para ajustamento do adotado ao novo lar. (Nova redação dada pela LC 426/11)

§ 1º (revogado) (Revogado pela LC 124/03)§ 2º (revogado) (Revogado pela LC 124/03)§ 3º No caso de adoção ou guarda judicial de recém nascido

a licença será concedida até que a criança complete 06 (seis) me-ses de idade, mas nunca inferior ao prazo concedido pelo caput. (Acrescentado pela LC 426/11)

§ 4º No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 04 (quatro) anos de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias. (Acrescentado pela LC 426/11)

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Didatismo e Conhecimento 83

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 5º Decorrido o prazo da licença, a servidora deverá apresen-tar ao órgão competente certidão judicial, atestando a permanência da adoção ou da guarda no período correspondente, sob pena de incorrer nas sanções previstas no Art. 154, I e III. (Acrescentado pela LC 426/11)

SEÇÃO VIDa Licença por Acidente em Serviço

Art. 239 Será licenciado, com remuneração integral, o servi-dor acidentado em serviço.

Art. 240 Configura acidente em serviço o dano físico ou men-tal sofrido pelo servidor e que se relacione mediata ou imediata-mente com as atribuições do cargo exercido.

Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:I – decorrente de agressão sofrida a não provocada pelo servi-

dor no exercício do cargo;II – sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-

versa.Art. 241. O servidor acidentado em serviço que necessite da

tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos, dentro ou fora do Estado.

Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médi-ca oficial constitui medida de exceção a somente será admissível quando inexistirem, meios a recursos adequados, em instituição pública.

Art. 242. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.

Art. 243. Por morte do servidor, os dependentes fazem jus a uma pensão mensal de valor correspondente ao da respectiva remuneração ou provento, a partir da data do óbito, observado o limite estabelecido no artigo 62 desta lei.

Art. 244. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em vitalícias e temporárias.

§ 1º A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas permanen-tes, que somente se extinguem ou revertem com a morte de seus beneficiários.

§ 2º A pensão temporária é composta de cota ou cotas que podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, cessação da invalidez ou maioridade do beneficiário.

§ 3º Aplica-se, para efeito deste artigo, os benefícios previstos na alínea “a” do artigo 140 da Constituição Estadual.

Art. 245. São beneficiários das pensões:I – vitalícia:a) cônjuge;b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorciada,

com percepção de pensão alimentícia;c) o companheiro ou companheira designado(a) que compro-

ve união estável como entidade familiar, por meio de ação judicial própria ao reconhecimento; (Nova redação dada pela LC 524/14)

d) a mãe e o pai que comprovem a dependência econômica do servidor, por meio de ação judicial própria ao reconhecimento. (Nova redação dada pela LC 524/14)

e) (revogado) (Revogado pela LC 124/03)II – temporária:a) os filhos até que atinjam a maioridade civil ou, se inválidos,

enquanto durar a invalidez; (Nova redação dada pela LC 197/04)b) (revogado) (Revogado pela LC 197/04)

c) o irmão órfão de pai e sem padrasto, até18 (dezoito) anos e o irmão inválido, enquanto durar a invalidez, que comprovem dependência econômica do servidor, por meio de ação judicial própria ao reconhecimento.” (NR) (Nova redação dada pela LC 524/14)

d) (revogado) (Revogado pela LC 124/03)§ 1º A concessão da pensão vitalícia aos beneficiários de que

tratam as, alíneas “a” a “c” do inciso I deste artigo, exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas alíneas “d” e “e”.

§ 2º A concessão da pensão temporária aos beneficiários de que tratam as alíneas “a” a “b” do inciso II deste artigo, exclui des-se direito os demais beneficiários referidos nas alíneas “c” e “d”.

Art. 246. A pensão será concedida integralmente ao titular da pensão vitalícia, exceto se existirem beneficiários da pensão tem-porária.

§ 1º Decorrendo habilitação de vários titulares à pensão vita-lícia, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os benefi-ciários habilitados.

§ 2º Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e temporária, metade do valor caberá ao titular ou titulares da pensão vitalícia, sendo a outra metade rateada em partes iguais, entre os titulares da pensão temporária.

§ 3º Ocorrendo habilitação somente à pensão temporária, o valor integral da pensão será rateada, em partes iguais, entre os que se habilitarem.

§ 4º Quando o beneficiário se tratar de pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorciada, com percepção de pensão alimentícia, o valor do benefício corresponderá àquele determi-nado judicialmente a título de alimentos. (Acrescentado pela LC 524/14)

Art. 247 A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, sendo que será devida a contar da data: (Nova redação dada pela LC 524/14)

I – do óbito, quando requerida até 30 (trinta) dias depois deste; (Acrescentado pela LC 524/14)

II – do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior; (Acrescentado pela LC 524/14)

III – da decisão judicial, no caso de morte presumida. (Acres-centado pela LC 524/14)

Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova poste-rior ou habilitação tardia que implique exclusão de beneficiários ou redução de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que foi oferecida.

Art. 248. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela prática de crime doloso de que resultou a morte do servidor.

Art. 249. Será concedida pensão provisória por morte do ser-vidor nos seguintes casos:

I – declaração de ausência, pela autoridade judiciária compe-tente.

II – desaparecimento em desabamento inundação, incêndio ou acidente não caracterizado como em serviço;

III – desaparecimento no desempenho das atribuições do car-go ou em missão de segurança.

Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vi-talícia ou temporária conforme o caso, decorridos 05 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, hipótese em que a benefício será automaticamente cancelado.

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Didatismo e Conhecimento 84

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 250. Acarreta perda de qualidade de beneficiário:I – o seu falecimento;II – a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a

concessão da pensão do cônjuge;III – a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário

inválido;IV – a cessação da menoridade civil por qualquer das causas

previstas na legislação em vigor, bem como a da invalidez. (Nova redação dada pela LC 197/04)

V – a acumulação de pensão na forma do artigo 249;VI – a renúncia expressa.VII – a constituição de nova união estável ou a celebração de

novo casamento para os que recebem o benefício com fundamento nas alíneas “a”, “b” ou “c” do inciso I do art. 245.”VII - a consti-tuição de nova união estável ou a celebração de novo casamento para os que recebem o benefício com fundamento nas alíneas “a”, “b” ou “c” do inciso I do art. 245. (Acrescentado pela LC 197/04 )

Art. 251. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário a respectiva cota reverterá:

I – da pensão vitalícia para os remanescentes desta pensão ou para os titulares da pensão temporária se não houver pensionista remanescente da pensão vitalícia;

II – da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na falta destes, para o beneficiário da pensão vitalícia.

Art. 252 As pensões serão reajustadas segundo critérios esta-belecidos pelas normas constitucionais e legais aplicáveis ao bene-fício. (Nova redação dada pela LC 524/14)

Art. 253. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de mais de 02 (duas) pensões.

SEÇÃO VIIIDo Pecúlio Especial

Art. 254 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)§ 1º O pecúlio será concedido obedecida a seguinte ordem de

preferência:I - Ao cônjuge ou companheiro sobrevivente;II - Aos filhos e aos enteados, menores de 21 vinte a um) anos:III - Aos indicados por livre nomeação do servidor;IV - Aos herdeiros, na forma da lei civil.§ 2º A declaração para beneficiários será feita ou alterada a

qualquer tempo, nela se mencionando o critério de divisão do pe-cúlio, no caso de mais de um beneficiário.

Art. 255 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)Parágrafo único Reaparecendo o servidor, o pecúlio será por

este restituído, mediante desconto em folha de pagamento à razão da 10% (dez por cento) da remuneração ou dos proventos mensais.

Art. 256 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)I - Do óbito do servidor;II - Da data da declaração de ausência ou do dia do desapare-

cimento do servidor.

SEÇÃO IXDo Auxílio-Funeral

Art. 257 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)§ Iº No caso de acumulação legal de cargos no Estado, o au-

xílio será pago tomando-se por base a soma de ambas as remune-rações.

§ 2º O auxílio será devido também ao servidor por morte do cônjuge, companheiro ou dependente econômico.

§ 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarente e oito) ho-ras, por meio de prodimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.

Art. 258 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)Art. 259 (revogado) (Revogado pela LC 59/99)

SEÇÃO XDo Auxílio-Reclusão

Art. 260 A família do servidor ativo é devido o auxílio-reclu-são, nos seguintes valores:

I – 2/3 (dois terços) da remuneração quando afastado por mo-tivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela auto-ridade competente, enquanto perdurar a Prisão;

II – metade da remuneração, durante o afastamento em virtude de condenação, por sentença difinitiva, a pena que não determine perda do cargo.

§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá direito à integralização da remuneração, desde que absolvido.

§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que a servidor for posto em liberdade, ainda que condicional.

§ 3º O auxilio reclusão somente será devido à família do ser-vidor que perceber remuneração, vencimento ou subsídio igual ou inferior ao teto fixado para esse fim pelo Regime Geral de Previ-dência Sócial. (Acrescentado pela LC 124/03)

CAPÍTULO IIIDa Assistência à saúde

Art. 261 (revogado) (Revogado pela LC 94/01)

CAPÍTULO IVDo Custeio

Art. 262 O Plano de Seguridade Social do servidor será cus-teado com o produto de arrecadação de contribuições sociais obri-gatório dos servidores dos três Poderes do Estado, da Autarquias e das Fundações e das Fundações Públicas, criadas e mantidas pelo Poder Público Estadual.

§ 1º A contribuição do servidor, diferenciada em função da remuneração mensal, bem com dos órgãos e entidades, será fixada em lei.

§ 2º O custeio da aposentadoria é de responsabilidade integral do tesouro do Estado.

TÍTULO VIICAPÍTULO ÚNICO

Da Contratação Temporária de Excepcional Interesse Pú-blico

Art. 263 Para atender a necessidade temporária de excepcio-nal interesse público, poderão ser efetuadas contratações de pes-soal por tempo determinado.

Art. 264 Consideram-se como de necessidade temporária de excepcional interesse público as contratações que visem a:

I - combater surtos epidêmicos;II - fazer Recenseamento;

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Didatismo e Conhecimento 85

LEGISLAÇÃO BÁSICA

III - atender a situações de calamidade pública;IV - substituir professor ou admitir professor visitante, inclu-

sive estrangeiro, conforme lei específica do magistério;V - permitir a execução de serviço, por profissional de notó-

ria especialização, inclusive estrangeiro, nas áreas de pesquisas científica e tecnológica;

VI - atender as outras situações motivadamente de urgência. (Nova redação dada pela LC 12/92)

§ 1º As contratações de que trata este artigo terão dotação específica e não poderão ultrapassar o prazo de 06 (seis) meses, exceto nas hipóteses dos incisos II, IV e VI, cujo prazo máxi-mo será de 12 (doze) meses, e inciso V, cujo prazo máximo será de 24 (vinte e quatro) meses, prazos estes somente prorrogáveis se o interesse público, justificadamente, assim o exigir ou até a nomeação por concurso público. (Nova redação dada pela LC 12/92)

§ 2º O recrutamento, será feito mediante processos seletivos simplificado, sujeito a ampla divulgação em jornal de grande cir-culação e observará os critérios definidos em regulamento, exce-to na hipótese prevista nos incisos III e IV deste artigo, quando se tratar de situação emergencial.

Art. 265. É vedado o desvio de função de pessoa contratada, na forma deste Título, sob pena de nulidade do contrato e respon-sabilidade administrativa e civil da autoridade contratante. (Nova redação dada pela LC 12/92)

Art. 266. Nas contratações por tempo determinado serão observados os padrões de vencimento dos planos de carreira do órgão ou entidade contratante, exceto na hipótese do ínciso V do art. 264, quando serão observados os valores do mercado de trabalho.

TÍTULO VIIICAPÍTULO ÚNICO

Das Disposições Gerais

Art. 267. O dia do servidor público será comemorado a vinte e oito de outubro.

Art. 268 Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Executivo, Legislativo o Judiciário, os seguintes incentivos fun-cionais, além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira:

I - prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou traba-lhos que favorecem o aumento da produtividade e a redução dos custos operacionais; e

II - concessão de medalhas, diploma de honra ao mérito, condecorações e elogio.

Art. 269. Os prazos previstos nesta lei serão contados em dias corridos excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguin-te, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.

Art. 270. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, nenhum servidor poderá ser privado de quaisquer de seus direitos, sofrer discriminação em sua vida fun-cional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.

Art. 271. É vedado exigir atestado de ideologia como condi-ção para posse ou exercício de cargo ou função pública.

Parágrafo único. Será responsabilidade administrativa e cri-minalmente a autoridade que infringir o disposto neste artigo.

Art. 272. São assegurados ao servidor público os direitos de associação profissional ou sindical e o de greve.

§ 1º O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei.

§ 2º (Julgado inconstitucional pela ADI STF 554-5 - DOU 24/05/06)

Art. 273. É vedado ao servidor servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau, salvo em função de con-fiança ou livre escolha, não podendo ultrapassar de 02 (dois) o seu número.

Art. 274. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam as suas expensas e constem de seu assentamento individual.

Parágrafo único Equipara-se ao cônjuge a companheira ou companheiro, que comprove união estável como entidade familiar.

Art. 275. Para os fins desta lei, considera-se sede do muni-cípio onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercício, em caráter permanente.

Art. 276. Aos servidores regidos pelas Leis especiais, de que trata o parágrafo único do artigo 45 da Constituição Estadual, com exceção do inciso VII e artigo 79, serão aplicados, subsidiariamen-te, as disposições deste estatuto.

Art. 277. Quando da fixação das condições para realização de concurso público de provas ou de provas e títulos. deverá ser ob-servado que a inscrição de ocupantes de cargo público independerá do limite de idade.

Parágrafo único Ao estipular o limite de vagas, deverá ser re-servado 50% (cinquenta por cento) do quantitativo fixado, para fins de ascenção funcional.

Art. 278. A Polícia Militar e Civil do Estado será regido por estatuto próprio.

Art. 279. A investidura em cargo público depende de aprova-ção prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei, de livre nomeação e exoneração, conforme artigo 12 desta lei.

TÍTULO IXCAPÍTULO ÚNICO

Das Disposições Transitórias e Finais

Art. 280. Ficam submetidos ao regime jurídico desta lei, os servidores dos Poderes do Estado da Administração Direta, das Autarquias e Fundações criadas e mantidas pelo Estado de Mato Grosso, regidos pelo Estatuto do Servidores Públicos Civis do Es-tado, de que trata a Lei nº 1.638, de 28 de outubro de 1961, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943, exceto os contratados por prazo determinado, conforme o disposto nesta lei.

§ 1º A submissão de que trata este artigo fica condicionada ao que dispõe a lei que instituir o Regime Jurídico Único.

§ 2º Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no re-gime estatutário ficam transformados em cargos, na data da publi-cação desta lei.

§ 3º Os contratos individuais de trabalho se extinguem auto-maticamente pela transformação dos empregos ou funções, fican-do assegurados aos respectivos ocupantes a continuidade da conta-gem de tempo de serviço para fins de férias, gratificação natalina, anuênio, aposentadoria e disponibilidade, e ao pessoal optante nos termos da lei no 5.107, de 13.09. 66, o levantamento do FGTS.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 4º O regime jurídico desta lei é extensivo aos serventuários da justiça, remunerados com recursos do Estado no que couber.

§ 5º Os empregos dos servidores estrangeiros com estabilida-de no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade brasileira, passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo órgão ou entidade, sem prejuízo.

§ 6º Vetado.§ 7º Assegura-se aos servidores contratados sob o regime jurí-

dico celetista que não desejarem ser submetidos ao regime jurídico estatutário o direito de, alternativamente:

I – ter o contrato de trabalho rescindido garantindo-lhe a in-denização pecuniária integral de todos os direitos adquiridos na vigência do regime celetista, inclusive os previstos nos parágrafos 3º e 6º deste artigo;

II – obter remanejamento para empresas públicas ou de eco-nomia mista do Estado, desde que haja manifestação favorável da administração do órgão de origem e da empresa de destino do ser-vidor.

Art. 281 Vetado.

DOS DIREITOS INERENTES AOS PLANOS DE CAR-REIRA AOS QUAIS SE ENCONTRAM VINCULADOS OS EMPREGOS

Art. 282. A licença especial disciplinada pelo artigo 120, de Lei n 1.638, de 1.961, ou por outro diploma legal, fica transfor-mada em licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos artigos 109 a 113 desta lei.

Art. 283. Até a data de vigência da Lei de que trata o artigo 262, § 1º, os servidores abrangidos por esta lei contribuirão na forma e nos percentuais atualmente estabelecidos para o servidor do Estado, conforme regulamento próprio.

Art. 284. Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subsequente.

Art. 285. Revogam-se as Leis nºs. 1.638, de 28 de outubro de 1961; 5.083, de 03 de dezembro de 1986 e 978, de 04 de novembro de 1957, Decreto nº 511, de 25 de março de 1968, Lei no 5.063, de 20 de novembro de 1986 e Decreto nº 2.245, de 02 de dezembro de 1986.

Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 15 de outubro de 1990, 168º dia Independência e 101º da República.

EDISON FREITAS DE OLIVEIRASANTO SCARAVELLIVALDECIR FLETRINJOSEFINA DA CRUZ COELHOMANOEL ALBANO DA SILVAARGEU ORTIZ KERBERVALTER ALBANO DA SILVAULISSES RIBEIROBENEDITO FLAVIANO DE SOUZAARQUIMEDES BORGES MONTEIROELMO DOS SANTOS BERTINETTICARLOS PEREIRA DO NASCIMENTOEDISON TARCISIO OLIVEIRA CAMPOSJOAREZ GOMES DE SOUZAYÊNES JESUS DE MAGALHÃES

LEI COMPLEMENTAR 207/2004, E ALTERAÇÕES

LEI COMPLEMENTAR Nº 207, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2004 - D.O. 18.03.05.

Institui o Código Disciplinar do Servidor Público Civil do Poder Executivo do Estado de Mato Grosso, e dá outras provi-dências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO, tendo em vista o que dispõe o Art. 45 da Constituição Estadual, aprova e o Governador do Estado sanciona a seguinte lei complementar:

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta lei complementar institui o Código Disciplinar do Servidor Público Civil do Estado de Mato Grosso.

Art. 2º O servidor público civil, detentor de emprego público, cargo efetivo ou em comissão, que infringir deveres elementares ou violar condutas vedadas, previstas no Estatuto do Servidor Público, estará sujeito a procedimentos administrativos disciplinares previs-tos nesta lei complementar.

CAPÍTULO IIDAS PENALIDADES

Art. 3º São penalidades disciplinares: I - repreensão; II - suspensão: a) de 01 (um) a 30 (trinta) dias e, b) de 31 (trinta e um) a 90 (noventa) dias; III - demissão; IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo efetivo ou em comissão. Art. 4º Quando do julgamento pela autoridade competente, em

havendo conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

Parágrafo único O servidor punido com suspensão, em seu direito de recorrer em sua defesa ou de interesse legítimo, pode pleitear a conversão em multa.

Art. 5º A suspensão terá o seu início de imediato ou em até 02 (dois) meses da ciência do servidor, de acordo com a conveniência da Administração.

Art. 6º Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a de-missão.

Art. 7º A destituição de cargo em comissão, exercido por não ocupante de cargo efetivo, será aplicada nos casos de infração su-jeita às penalidades de suspensão de 31 (trinta e um) a 90 (noventa) dias ou demissão.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 8º Configura abandono de cargo a ausência, sem cau-sa justificada, do servidor ao serviço, por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.

Art. 9º Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao servi-ço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias, intercaladamente, durante o período de 12 (doze) meses.

Parágrafo único Para o fim do disposto no caput, a cada final de mês as unidades de recursos humanos deverão efetuar a soma-tória de faltas dos servidores nos últimos 12 (doze) meses.

CAPÍTULO IIIDAS REGRAS PARA APLICAÇÃO DAS PENALIDADES

Art. 10 A natureza, a gravidade, os motivos determinantes e a repercussão da infração, os danos por ela causados, o comporta-mento e os antecedentes funcionais do servidor, a intensidade do dolo ou grau de culpa devem ser considerados para a dosagem da sanção administrativa.

Art. 11 São circunstâncias que atenuam a pena: I - haver o transgressor procurado diminuir as consequências

da falta, ou haver antes da aplicação da pena reparado o dano; II - haver o transgressor confessado espontaneamente a falta

perante a autoridade sindicante ou processante, de modo a facilitar a apuração daquela.

III - a boa conduta funcional; e IV - relevantes serviços prestados. Art. 12 São circunstâncias que agravam a pena: I - reincidência; II - coação, instigação ou determinação para que outro servi-

dor, subordinado ou não, pratique infração ou dela participe; III - impedir ou dificultar, de qualquer maneira, a apuração de

falta funcional cometida; IV - concurso de dois ou mais agentes na prática de infrações.

CAPÍTULO IVDAS RESPONSABILIDADES

Art. 13 O servidor responde civil, penal e administrativamen-te, pelo exercício irregular de suas atribuições.

Art. 14 A responsabilidade civil decorre do ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

Art. 15 A indenização de prejuízo causado ao erário será li-quidada em parcelas limitadas ao máximo de 30% (trinta por cen-to) da remuneração ou provento do servidor, desde que consentido pelo mesmo.

Art. 16 Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a fazenda estadual, em ação regressiva.

Art. 17 A obrigação de reparar o dano estende-se aos suces-sores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.

Art. 18 A responsabilidade administrativa resulta de ato omis-sivo ou comissivo praticado no desempenho de cargo ou função.

Art. 19 As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se sendo independentes entre si.

Art. 20 A responsabilidade civil ou administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existên-cia do fato ou a sua autoria.

CAPÍTULO VDA INSTRUÇÃO SUMÁRIA

Art. 21 A Instrução Sumária é a fase formal e interna, de rito sumário, que antecede a Sindicância Administrativa ou Processo Administrativo Disciplinar, quando houver, em tese, indícios de infringência legal ou regulamentar em denúncia, processo admi-nistrativo ou auto de constatação, nos casos de autoria e materiali-dade certas ou incertas.

Art. 22 A Instrução Sumária será iniciada por determinação das autoridades competentes, a saber: o Governador do Estado, Secretário de Estado, Superintendentes, Presidente de Entidades, Diretores de Entidades e Órgãos Desconcentrados.

Art. 23 A autoridade designada ou comissão deve concluir o procedimento no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, podendo ser renovado por igual período, iniciando-a através de despacho do servidor designado.

Parágrafo único Os documentos produzidos no procedimen-to de instrução passam a ter validade legal, devendo obrigatoria-mente, serem acostado aos autos de sindicância administrativa ou processo administrativo disciplinar.

Art. 24 Finalizada a instrução, havendo ou não enquadramen-to previsto em lei, o servidor designado para a apuração dos fatos fará fundamentado relatório o qual apontará os fatos e tipificações, sugerindo ou não a instauração de sindicância administrativa ou processo administrativo disciplinar ou recomendando o arquiva-mento em Instrução Sumária, a qual será autuada para controle.

Art. 25 Em sendo recomendado o arquivamento, a Instrução Sumária deverá ser encaminhada ao superior que determinou sua instauração, o qual poderá concordar com o arquivamento ou jus-tificar decisão contrária, hipótese em que será designado outro ser-vidor para nova apuração.

Parágrafo único Acatado o arquivamento pela autoridade competente será dada ciência ao servidor denunciante e denun-ciado.

Art. 26 Havendo, em tese, materialidade e tipificação admi-nistrativa será elaborada, de imediato, portaria de instauração da Sindicância Administrativa para apurar os fatos atribuídos ao ser-vidor, nos termos desta lei complementar.

CAPÍTULO VISINDICÂNCIA ADMINISTRATIVA

Art. 27 A autoridade competente que determinar a instaura-ção de Sindicância Administrativa deverá indicar, para presidi-la, sempre que possível servidor estável com formação profissional igual ou superior ao sindicado.

Parágrafo único Poderá ser determinado um único servidor ou comissão processante.

Art. 28 A autoridade competente para determinar a instaura-ção de sindicância administrativa se convencida da existência de irregularidade funcional e de indícios de quem seja o autor, pode-rá em despacho fundamentado do seu convencimento remanejar o sindicado para exercer as atribuições de seu cargo em unidade diversa daquela em que se deu o fato investigado.

Art. 29 O servidor designado ou o Presidente da Comissão de Sindicância consignará, por meio de despachos interlocutórios, as diligências necessárias à elucidação dos fatos, estabelecendo um nexo causal entre o objeto da apuração e as medidas adotadas.

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Art. 30 Serão carreadas para os autos todas as provas pos-síveis e necessárias ao esclarecimento do fato atribuído e ense-jador do procedimento administrativo, juntando-se documentos e oitavando pessoas, que de alguma forma possam contribuir para a elucidação dos fatos.

Art. 31 O servidor designado ou o Presidente da Comissão Processante deverá garantir, no texto da portaria inaugural, a refe-rência à necessidade de cumprimento do art. 5°, LV, da Constitui-ção da República Federativa do Brasil, e do art. 10, X, da Consti-tuição Estadual, que tratam do princípio da ampla defesa.

Art. 32 Durante a instrução do procedimento administrativo, não existe impedimento para que o servidor mencionado, em pre-liminar, seja oitivado sobre os fatos em apuração.

Art. 33 As testemunhas prestarão depoimento oral, sendo que, na redação do termo, a autoridade sindicante cingir-se-á às expres-sões usadas por elas, tentando reproduzir fielmente o que foi dito.

Art. 34 A inquirição de testemunhas que estejam em locali-dade diversa daquela onde se processa a Sindicância Administra-tiva, deverá ser feita por meio de pergunta prévia e objetivamente formulada, por via precatória ou ofício circunstanciado, remetido pelo meio mais rápido de comunicação, devendo o relatório de in-quirição ser devolvido o mais rápido possível, para que se possam cumprir os prazos estabelecidos em lei.

Art. 35 É permitida a qualquer tempo, vista dos autos do pro-cedimento administrativo disciplinar para facilitar o trabalho dos defensores.

Art. 36 Sendo a Sindicância Administrativa um instrumento para sustentáculo à instauração de processo administrativo disci-plinar ou para aplicação de faltas de menor gravidade, punida com repreensão ou com suspensão de até 30 (trinta) dias, infere-se que as provas em desfavor do sindicado deverão ser aceitas a qualquer tempo antes da elaboração do despacho de acusação (libelo acusa-tório), vez que, representam meios importantes à apuração do fato atribuído e à definição dos possíveis autores.

Art. 37 O pedido de juntada de documento será feito pelo in-teressado, mediante requerimento dirigido à autoridade sindicante.

Art. 38 Deferido o requerimento pela autoridade sindicante, o documento será juntado aos autos, o qual não poderá ser retirado antes de findo e arquivado o processo de sindicância.

Art. 39 O desentranhamento de documentos integrantes dos autos poderá ser concedido a qualquer tempo para novas investi-gações de fatos não relacionados à apuração, e neste caso, os docu-mentos serão encaminhados à autoridade competente, mantendo-se no processo cópias autênticas dos documentos desentranhados.

Art. 40 Nos casos em que os autos de sindicância adminis-trativa passem a instruir o Processo Administrativo Disciplinar, a solicitação de documentos a serem desentranhados, a pedido das partes, somente poderá ser concedida após a conclusão do referido processo.

Art. 41 Em qualquer fase, pode o dirigente do órgão ou enti-dade requerer às autoridades designadas cópias de instrução sumá-ria ou de sindicância administrativa, para conhecimento e demais providências.

Art. 42 A Sindicância Administrativa será instaurada por meio de portaria da autoridade designada, nos seguintes casos:

I - como preliminar de processo administrativo disciplinar. II - quando não for obrigatório o processo administrativo dis-

ciplinar e a aplicação da penalidade resultar em pena de repreensão ou suspensão em até 30 (trinta) dias.

Parágrafo único Considera-se autoridade competente para designar apuração e posterior julgamento da sindicância que possa culminar com penalidades de repreensão ou suspensão até 30 (trin-ta) dias, os Secretários de Estado, os Superintendentes, os Direto-res de Entidades e Órgãos desconcentrados.

Art. 43 O sindicado será notificado para seu interrogatório, no mínimo com 03 (três) dias de antecedência, com cópia da portaria instauradora e do despacho de indiciação.

Art. 44 Se no curso da sindicância administrativa, em qual-quer hipótese, surgirem indícios de prática de crime, a autoridade sindicante encaminhara cópia dos autos à autoridade que determi-nou a instauração, para conhecimento e providências de encami-nhamento à autoridade policial, sem prejuízo da continuidade da apuração no âmbito administrativo.

Art. 45 A autoridade competente para determinar a instaura-ção de sindicância administrativa deverá observar a hierarquia, em toda sua plenitude, para designar o presidente do feito, podendo ser designados os servidores do Jurídico, das comissões processan-tes, das Coordenadorias, das Gerências e servidores de cargo igual ou superior ao sindicado.

Art. 46 As autoridades competentes para designar, em se tra-tando de designação de servidores de outros órgãos ou unidades, deverão ter o consentimento prévio do responsável pelos mesmos.

Art. 47 A Sindicância Administrativa será registrada em livro próprio das unidades que tenham competência para a apuração.

Art. 48 A Sindicância Administrativa deve obrigatoriamente ser observado os direitos de ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, devendo ser dado publicidade.

Art. 49 Compete à autoridade sindicante designada, comuni-car o início do feito aos setores do Jurídico e de Recursos Huma-nos, fornecendo-lhes o nome do sindicado, sua individualização funcional, sua lotação, o número do feito e a data da autuação.

Art. 50 A Sindicância será concluída no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data da portaria inaugural.

Parágrafo único A Sindicância Administrativa poderá ser prorrogada por iguais e sucessivos períodos, não podendo exceder a 120 (cento e vinte) dias.

Art. 51 Instruído o procedimento e colhidos os elementos ne-cessários à comprovação dos fatos e da autoria, a autoridade sin-dicante:

I - formalizará despacho de indiciação (libelo acusatório), devendo pormenorizar e fundamentar o motivo da apuração, in-dividualizando ou reiterando a acusação, apontando os fatos irre-gulares, os dispositivos legais violados, e, em tese, e atribuídos ao servidor;

II - deverá consignar no despacho de indiciação o nome do denunciante, se houver, e das testemunhas que serão inquiridas, podendo o defensor do sindicado reperguntar, cumprindo os dita-mes de ampla defesa;

III - obrigatoriamente, deverá anexar cópia da ficha funcional do servidor, no qual deverá ser grifado e registrado o que consta em favor e desfavor do mesmo, para quando do relatório conclusi-vo ser parâmetro para dosagem da pena;

IV - notificará o sindicado e defensor com cópia da portaria instauradora e do despacho de indiciação, com antecedência mí-nima de 03 (três) dias, do local, dia e hora designados para seu interrogatório, bem como, dará ciência das testemunhas arroladas pela autoridade sindicante;

V - a autoridade sindicante poderá arrolar até 05 (cinco) teste-munhas, e a defesa, igual número.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 52 A inquirição de testemunha que esteja em localida-de diversa daquela onde se processa a sindicância poderá ocorrer por carta precatória ou ofício circunstanciado, remetido pelo meio mais rápido de comunicação, expediente do qual constará pergunta prévia e objetivamente formulada, devendo a diligência ser cum-prida com urgência e restituída à origem o mais rápido possível, devendo ser dada ciência ao acusado e defensor, do dia, hora e local em que a testemunha será oitivada.

Art. 53 Considerar-se-á revel o sindicado que, regularmente notificado, não se apresentar ao seu interrogatório.

§ 1º A revelia será declarada por termo nos autos da Sindicân-cia.

§ 2º Para a defesa do indiciado revel, a autoridade sindican-te designará um servidor como defensor dativo, de cargo de nível igual ou superior ao do sindicado, sempre que possível bacharel em Direito.

Art. 54 Procedido ao interrogatório do sindicado, inicia-se o prazo de 03 (três) dias para requerimento ou oferecimento de pro-dução de provas de seu interesse, que serão deferidas, se pertinen-tes.

Art. 55 O denunciante, se existir, prestará declarações no inter-regno da notificação do despacho de indiciação e a data fixada para o interrogatório do sindicado.

Art. 56 A declaração do denunciante deverá ser lida ao sindi-cado, antes de seu interrogatório, devendo ser consignado no termo, a leitura.

Art. 57 Havendo dois ou mais sindicados o prazo será contado em dobro.

Art. 58 A autoridade sindicante poderá, indeferir diligências consideradas procrastinadoras ou desnecessárias à apuração do fato atribuído ao servidor, devendo neste caso fundamentar o despacho de indeferimento, dando ciência imediata ao acusado e a seu de-fensor.

Art. 59 Quando o sindicado e defensor devidamente notifica-dos para a produção de provas, não as oferecer no prazo regimental, deverá a autoridade sindicante consignar, em despacho, o fato e, após, determinar a notificação dos mesmos para as alegações finais;

Art. 60 O sindicado e seu defensor poderão ter vista dos autos, na repartição ou fora dela, mediante extração de cópias às expensas do requerente.

Art. 61 Concluída a produção de prova, o sindicado será inti-mado para, dentro de 03 (três) dias, oferecer defesa escrita (alega-ções finais).

Parágrafo único Na hipótese de não-oferecimento de defesa escrita, a autoridade sindicante nomeará, para representar o sindi-cado, um servidor que seja, preferencialmente, bacharel em direito, concedendo-lhe novo prazo de 03 (três) dias.

Art. 62 Findo o prazo de defesa, a autoridade sindicante emi-tirá relatório conclusivo, em que examinará todos os elementos co-lhidos na sindicância.

Parágrafo único O relatório conclusivo deverá: I - sugerir a sanção cabível e encaminhar à autoridade julga-

dora, nos casos de repreensão e suspensão em até 30 (trinta) dias; II - sugerir o arquivamento dos autos, quando não forem co-

lhidos elementos fáticos suficientes para caracterização das faltas atribuídas no despacho de indiciação ou para definição de autoria;

III - sugerir a absolvição do sindicado quando inexistir o fato ou, em existindo, não constituir proibição prevista em lei; não ter sido o sindicado o autor da infração; ou não houver inexigibilidade de conduta diversa;

IV - sugerir a instauração de processo administrativo disci-plinar quando previr que a pena possa ser superior a 30 (trinta) dias ou que seja caso de demissão, destituição de cargo comissionado ou cassação de aposentadoria.

Art. 63 Na fase de apreciação e decisão (relatório conclusivo), resultando provas a favor do sindicado, pode a autoridade sindicante excluir enquadramentos, de forma parcial ou na íntegra, daqueles su-geridos no despacho de indiciação.

Parágrafo único É vedado acrescentar novo enquadramento em fase de relatório final.

Art. 64 Concluída a Sindicância Administrativa, os autos serão encaminhados ao setor jurídico do órgão ou entidade para análise e parecer quanto a sua legalidade, devendo ser devolvida à autoridade julgadora no prazo de 03 (três) dias úteis.

Art. 65 O sindicado será notificado do julgamento no prazo de 05 (cinco) dias.

Parágrafo único Na hipótese de punição, o sindicado será no-tificado com a cópia da portaria punitiva, a qual será encaminhada a unidade de Recursos Humanos para anotação em ficha funcional e descontos pecuniários.

Art. 66 A portaria punitiva, assinada pela autoridade competen-te para o julgamento, mencionará o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.

Art. 67 A Sindicância Administrativa poderá, em qualquer fase, ser avocada pelo dirigente do órgão ou entidade, mediante despacho fundamentado.

CAPÍTULO VIIDO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Art. 68 O processo administrativo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade do servidor por infração atribuí-da no exercício de sua função, ou que tenha relação com as atribui-ções do cargo em que se encontrar investido, nos casos em que se atribua ao servidor, faltas de natureza grave que possam culminar em penas de suspensão superiores a 30 (trinta) dias, demissão, destitui-ção de cargo comissionado ou cassação de aposentadoria.

Parágrafo único Deverão ser observados no processo adminis-trativo disciplinar os princípios do contraditório e da ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.

Art. 69 São competentes para determinar a instauração de pro-cesso administrativo disciplinar e posterior julgamento: o Governa-dor do Estado em caso de demissão, Secretários de Estado e os Pre-sidentes de Entidades, nos casos de suspensão de 31 (trinta e um) a 90 (noventa) dias.

Art. 70 A autoridade competente para determinar a instauração de processo administrativo disciplinar, se convencida da existência de irregularidade funcional e de indícios de quem seja o autor, deve-rá, em despacho fundamentado, remanejar o acusado para exercer as atribuições de seu cargo em unidade diversa daquela em que se deu o fato investigado.

Art. 71 Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instau-radora do processo administrativo disciplinar poderá ordenar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração, podendo o afastamento ser pror-rogado, somente uma vez, em até mais 60 (sessenta dias).

Parágrafo único Durante o afastamento previsto no caput o ser-vidor deverá ser colocado à disposição da Escola de Governo ou con-gêneres, devendo cumprir integralmente seu horário de trabalho.

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Art. 72 O processo administrativo disciplinar será realizado por Comissão Processante, Permanente ou Especial, designada por autoridade mencionada no art. 69 desta lei complementar.

Art. 73 A Comissão Processante será integrada por 03 (três) servidores estáveis, sendo o presidente o mais categorizado hie-rarquicamente.

§ 1º Não poderá fazer parte da Comissão Processante, o ser-vidor que anteriormente tenha presidido sindicância ou partici-pado das investigações que dão suporte ao Processo Adminis-trativo.

§ 2º Não poderá fazer parte da Comissão Processante, os parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive cônjuge ou qualquer subordinado hie-rárquico do denunciante ou do acusado, ou desafetos do acusado.

§ 3º O servidor que se encontrar na situação do § 2º deste ar-tigo, deverá comunicar à autoridade competente o impedimento.

§ 4º O presidente da comissão designará o secretário, que será um servidor do órgão ou entidade.

§ 5º O presidente da Comissão Processante não poderá ser subordinado ao acusado.

Art. 74 A Comissão Processante exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, assegurando o sigilo ne-cessário à elucidação dos fatos, ou exigido pelo interesse da ad-ministração.

Art. 75 O processo administrativo será iniciado pelo pre-sidente da comissão dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias, a contar da publicação da portaria que determinar sua ins-tauração.

§ 1º O processo administrativo será concluído no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da citação do acusado, admitida sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigi-rem, mediante solicitação à autoridade que determinou sua ins-tauração.

§ 2º A Comissão Processante comunicará o início do proces-so administrativo aos setores Jurídico e de Recursos Humanos.

Art. 76 A portaria vestibular, que será publicada no Diário Oficial do Estado, deverá esclarecer os motivos que a enseja-ram, a qualificação individual do acusado, minuciosa atribuição dos fatos atribuídos ao acusado e os dispositivos legais, em tese, violados.

Art. 77 O presidente da Comissão Processante e seus mem-bros elaborarão ata de instalação do processo administrativo dis-ciplinar, a qual determinará:

I - autuação e registro; II - designação de dia e hora para audiência inicial; III - citação do acusado; IV - notificação do denunciante, no caso de existência; V - notificação de testemunhas; VI - a juntada de cópia da ficha funcional do servidor, na

qual deverá ser grifado e registrado o que consta em favor e des-favor do mesmo;

VII - demais providências tendentes a permitir a completa elucidação dos fatos.

Art. 78 O acusado será citado para interrogatório por uma das seguintes formas:

I - pessoalmente, com antecedência mínima de 05 (cinco) dias, devendo ser enviada, junto à citação, cópia da portaria de instauração e da ata de instalação, que permita ao acusado co-nhecer o motivo do procedimento disciplinar e o enquadramento administrativo atribuído em seu desfavor;

II - se estiver em outro município deste Estado, pessoalmen-te, por intermédio do respectivo superior hierárquico, ao qual se-rão encaminhadas, pelo correio através de carta registrada com aviso de recebimento, ou meio próprio; a citação será acompa-nhada de cópia da portaria de instauração e da ata de instalação, juntando-se ao processo o comprovante de sua entrega ao desti-natário;

III - se estiver em lugar certo e conhecido em outro Estado, pelo correio, com as cautelas exigidas neste artigo.

§ 1º Não sendo encontrado o acusado e ignorando-se o seu paradeiro, será citado por edital, inserto três vezes seguidas, no Diário Oficial do Estado com prazo de 15 (quinze) dias para o comparecimento, a contar da data da última publicação.

§ 2º O secretário da Comissão certificará no processo as datas em que o edital foi publicado.

Art. 79 A Comissão Processante poderá arrolar até 08 (oito) testemunhas.

Art. 80 Existindo denunciante, este prestará declarações no interregno entre a citação e o interrogatório do acusado.

§ 1º O acusado poderá assistir à inquirição do denuncian-te, salvo se este alegar constrangimento ou intimidação, porém, a proibição não se aplica ao seu defensor que poderá formular perguntas ao denunciante.

§ 2º As declarações do denunciante, se houver, serão lidas, antes do interrogatório, pelo secretário da Comissão Processante para que o denunciado possa ter conhecimento.

Art. 81 Não comparecendo o acusado regularmente citado, prosseguirá o processo à sua revelia, nomeando o presidente um defensor dativo para defendê-lo, que deverá ser servidor do órgão ou entidade, sempre que possível bacharel em Direito.

Art. 82 O acusado poderá constituir advogado para todos os atos e termos do processo.

§ 1º Em sendo constituído advogado, em caso de desistência deverá ser juntado aos autos do processo, o substabelecimento.

§ 2º Não tendo o acusado, condições financeiras ou negando-se a constituir advogado, o presidente da Comissão Processante nomeará um defensor, preferencialmente, bacharel em direito, servidor do órgão ou entidade.

Art. 83 Realizado o interrogatório, será o acusado e ou seu defensor notificado para defesa, podendo produzir provas, contra provas ou formular quesitos, quando se tratar de prova pericial, no prazo de 08 (oito) dias.

Parágrafo único A vista dos autos processuais será conce-dida na repartição, mediante requerimento da parte ou defensor, ou fora da repartição mediante cópia às expensas do requerente.

Art. 84 Ao acusado é facultado arrolar até 08 (oito) teste-munhas.

Art. 85 Concluído o prazo para defesa, o Presidente da Co-missão Processante designará audiência de instrução.

§ 1º O acusado e seu defensor serão notificados da data, dia, hora e local da audiência de instrução, com antecedência mínima de 05 (cinco) dias, nominando as testemunhas que serão oitivadas.

§ 2º Serão ouvidas, pela ordem, as testemunhas arroladas pela comissão e em seguida as arroladas pelo acusado.

§ 3º O denunciante, o acusado e as testemunhas, se necessá-rio, poderão ser ouvidos, reinquiridos ou acareados, em mais de uma audiência.

§ 4º A notificação do servidor público será comunicada ao respectivo chefe imediato, com a indicação do dia, local e hora marcados para sua inquirição.

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Didatismo e Conhecimento 91

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 86 A testemunha arrolada não poderá eximir-se de depor, salvo se for ascendente, descendente, cônjuge, ainda que separado legalmente, irmão, sogro, cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusado, exceto quando não for possível, de outro modo, obter-se informações dos fatos e suas circunstâncias, considerando-o como informante.

§ 1º Os parentes, nos mesmos graus, do denunciante, ficam proibidos de depor, ressalvada a exceção prevista neste artigo.

§ 2º O servidor que se recusar a depor, sem motivo justo, será objeto de sindicância administrativa, devendo a recusa ser comu-nicada oficialmente à autoridade designante, que determinará sua apuração, devendo o resultado final ser comunicado ao Presidente da Comissão Processante.

§ 3º O servidor que tiver de ser ouvido fora da sede de seu exer-cício terá direito, exceto o acusado, a transporte e diárias na forma da lei.

§ 4º Concluído o processo administrativo disciplinar com a ab-solvição do acusado, poderá o mesmo requerer o ressarcimento de despesas com transporte e diárias.

§ 5º São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, a menos que, desobrigadas pela parte interessada, queiram dar seu testemunho.

Art. 87 Residindo a testemunha em município diverso da sede da Comissão Processante, sua inquirição poderá ser deprecada às unidades mais próximas do local de sua residência, devendo constar na precatória os quesitos a serem respondidos pela testemunha.

§ 1º A Comissão Processante certificar-se á a data e horário da realização da audiência de inquirição para deles cientificar, com 05 (cinco) dias de antecedência, o acusado ou seu defensor, em cumpri-mento ao direito de ampla defesa e do contraditório.

§ 2º A carta precatória conterá a síntese dos fatos atribuídos, indicará os esclarecimentos pretendidos e solicitará comunicação tempestiva da data da audiência.

Art. 88 A Comissão Processante, se entender conveniente, ou-virá o denunciante ou as testemunhas no respectivo município de residência.

Art. 89 As testemunhas arroladas pelo acusado deverão ser no-tificadas a comparecer na audiência, salvo quando o acusado, por escrito, se comprometer em apresentá-las, espontaneamente.

Parágrafo único Será notificada a testemunha que não compa-recer espontaneamente e cujo depoimento for considerado impres-cindível pela Comissão Processante.

Art. 90 O Presidente da Comissão Processante indeferirá per-gunta considerada impertinente, formulada pelo acusado ou seu de-fensor, mas fará o ocorrido constar do termo.

Art. 91 Em qualquer fase do processo poderá o Presidente or-denar diligência que entender conveniente, de ofício ou a requeri-mento do acusado.

Parágrafo único Sendo necessário o concurso de técnicos ou peritos oficiais, o Presidente da Comissão requisitá-los-á quem de direito, observados os impedimentos de ordem legal.

Art. 92 O Presidente da Comissão, em despacho fundamenta-do, poderá indeferir as diligências requeridas com finalidade mani-festadamente protelatória ou de nenhum interesse para o esclareci-mento do fato, devendo dar ciência do indeferimento ao acusado e seu defensor.

Art. 93 No curso do processo, tomando a Comissão Processan-te conhecimento de novas acusações em desfavor do processado, deverá de imediato dar ciência à autoridade que determinou a ins-tauração do procedimento administrativo disciplinar.

§ 1º Quando forem atribuídos novos fatos pertinentes ao pro-cesso, deles será citado o acusado com cópia de portaria comple-mentar, reabrindo-lhe prazo para produção de provas.

§ 2º Se os novos fatos atribuídos não tiverem ligação com o processo, será designada outra comissão para apuração do fato.

Art. 94 Encerrada a fase probatória, o acusado e seu defensor serão notificados para apresentação das alegações finais, no prazo de 10 (dez) dias, a contar da ciência no respectivo mandado.

§ 1º Havendo dois ou mais acusados o prazo será, comum, de 20 (vinte) dias.

§ 2º Não tendo sido apresentadas as alegações finais, o Pre-sidente da Comissão nomeara defensor dativo, abrindo-lhe novo prazo.

Art. 95 Terão forma sucinta, quanto possível, os termos in-terlocutórios lavrados pelo secretário, bem como as certidões e os compromissos.

Art. 96 Toda e qualquer juntada aos autos far-se-á em ordem cronológica de apresentação, rubricada pelo secretário.

Art. 97 Recebidas às alegações finais, e saneado o processo, a Comissão Processante apresentará o seu relatório dentro de 10 (dez) dias.

Art. 98 Do relatório da Comissão Processante deverá constar: I - apreciação individualizada, em relação a cada acusado,

às irregularidades que lhe foram imputadas, às provas colhidas e às razões de defesa, propondo a absolvição ou a punição cabível, mencionando as provas em que se baseou para formar sua convic-ção, e indicará os dispositivos legais violados e as circunstâncias atenuantes e agravantes;

II - sugestão de quaisquer providências relacionadas com o feito que lhe pareçam do interesse do serviço público.

Parágrafo único Havendo divergência entre os membros da comissão processante quanto à sanção sugerida, o membro diver-gente apresentará relatório em separado.

Art. 99 O processo relatado será encaminhado, inicialmente, ao setor jurídico do órgão ou entidade, para exarar Parecer quan-to a sua legalidade, e que, após 03 (três) dias úteis, encaminhará os autos à autoridade que determinou a instauração do processo para julgamento, que o fará em 20 (vinte) dias, de acordo com sua competência.

§ 1º Havendo mais de um acusado e diversidade de sanção, o julgamento caberá à autoridade competente para imposição da pena mais grave.

§ 2º Nos casos de suspensão superior a 30 (trinta) dias, a au-toridade após seu julgamento, devolverá os autos à Comissão Pro-cessante para elaboração da Portaria Punitiva, de sua lavra.

§ 3º Colhido o ciente do servidor na Portaria Punitiva, esta será encaminhada ao setor de Recursos Humanos para as provi-dências de anotações e descontos pecuniários.

Art. 100 Se a penalidade prevista for a de demissão, desti-tuição de cargo comissionado ou cassação de aposentadoria, seu julgamento e a aplicação da sanção caberão ao Governador do Es-tado, amparado no parecer proferido pela autoridade designante, observada a manifestação da Procuradoria-Geral do Estado.

Parágrafo único O julgamento fora do prazo legal não impli-ca nulidade do processo.

Art. 101 A autoridade julgadora, quando o relatório da Co-missão Processante contrariar as provas dos autos, poderá, moti-vadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor da responsabilidade.

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Didatismo e Conhecimento 92

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 102 O ato de imposição da penalidade mencionará o fun-damento legal e a causa da sanção disciplinar.

Art. 103 Quando houver notícia de infração penal praticada por servidor, sem que tenha sido instaurado inquérito policial, a autori-dade designante ou o presidente da Comissão Processante, de ime-diato, encaminhará as peças à Delegacia de Polícia competente para os devidos fins.

Art. 104 O processo administrativo será sobrestado se o acusa-do for demitido por decisão proferida em outro procedimento disci-plinar, retomando o seu andamento se o acusado for reintegrado ao cargo que ocupava.

Art. 105 É defeso fornecer, a qualquer meio de divulgação, nota sobre ato processual antes de seu julgamento, salvo no interesse da administração e a juízo do dirigente do órgão ou entidade.

Art. 106 O servidor que responder a processo administrativo disciplinar só poderá ser exonerado, a pedido, ou aposentado vo-luntariamente, após o julgamento do processo e o cumprimento da penalidade.

Parágrafo único Havendo requerimento de exoneração a pe-dido, este deve ser juntado nos autos para apreciação ao término do procedimento.

CAPÍTULO VIIIDA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E DA REABILITA-

ÇÃOSeção I

Da Extinção da Punibilidade

Art. 107 A extinção da punibilidade ocorre pela prescrição, que se dá:

I - em 02 (dois) anos, nas faltas sujeitas à repreensão e suspensão até 30 dias;

II - em 03 (três) anos, nas faltas sujeitas à suspensão de 31 (trinta e um) dias a noventa dias;

III - em cinco anos, nas faltas sujeitas a demissão, cassação de aposentadoria e destituição de caro efetivo ou em comissão.

§ 1º O prazo de prescrição inicia-se no dia do conhecimento do fato e interrompe-se pela instauração de sindicância ou de processo administrativo disciplinar, ou pelo sobrestamento de que trata o art. 104 desta lei complementar.

§ 2º Interrompido o curso da prescrição, este recomeçará a cor-rer pelo prazo restante, a partir do dia em cessar a interrupção.

Seção IIDa Reabilitação

Art. 108 Será considerado reabilitado o servidor punido disci-plinarmente:

I - com a pena de repreensão após 01 (um) ano de sua aplicação; II - com pena de suspensão em até 30 (trinta) dias, após 03 (três)

anos de sua aplicação; III - com pena de suspensão de 31 (trinta e um) a 90 (noventa)

dias, após 05 (cinco) anos de sua aplicação. Parágrafo único A reabilitação será requerida pelo servidor,

decorrido o lapso referido neste artigo, a qual será analisada pelo se-tor Jurídico do órgão ou entidade, e em seguida encaminhada para o setor de Recursos Humanos para atualização de registro funcional.

Art. 109 Na imposição de nova penalidade disciplinar será somado a esta o prazo restante a ser cumprido, da pena anterior-mente aplicada.

CAPÍTULO IXDA RECONSIDERAÇÃO, DO RECURSO

E DA REVISÃO.

Art. 110 Assegura-se ao servidor o direito de recorrer em defesa do direito ou interesse legítimo.

Seção IDa Reconsideração

Art. 111 Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser o mes-mo renovado.

Art. 112 O prazo para interposição do pedido de reconsideração é de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do servidor da penalidade lhe im-posta, ou da publicação do ato de demissão, cassação de aposentadoria e destituição de cargo efetivo ou comissionado.

Parágrafo único Nos casos de processo administrativo disciplinar em que houver pedido de reconsideração ao Governador do Estado, o prazo para decisão será iniciado após apreciação pela Procuradoria-Ge-ral do Estado, contado a partir do recebimento dos autos pela autoridade julgadora.

Art. 113 O pedido de reconsideração será decidido no prazo de 20 (vinte) dias.

Seção IIDo Recurso

Art. 114 Caberá recurso do indeferimento do pedido de reconside-ração à autoridade superior.

Art. 115 O recurso será encaminhado por intermédio da chefia a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 116 O prazo para interposição de recurso é de 15 (quinze) dias, a contar:

I - da ciência do servidor do indeferimento do pedido de reconsi-deração, se houver;

II - da ciência da penalidade lhe imposta, nos casos de repreensão ou suspensão;

III - da publicação do ato de demissão, cassação de aposentadoria e destituição de cargo efetivo ou comissionado.

Art. 117 O recurso será recebido com efeito devolutivo. Parágrafo único O recurso poderá ser admitido, com efeito sus-

pensivo para evitar possíveis lesões ao direito do recorrente ou para sal-vaguardar interesses superiores da Administração.

Seção IIIDa Revisão

Art. 118 O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tem-po, a pedido, ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circuns-tanciais suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada, quando:

I - a decisão houver sido proferida contra expressa disposição legal; II - a decisão colhida for contrária à evidência nos autos; III - a decisão se fundar em depoimentos, exames periciais, visto-

rias e documentos falsos; IV - surgirem, após a decisão, provas de inocência do punido; V - ocorrer circunstâncias que autorizem o abrandamento da pena. Parágrafo único Os pedidos que não se fundarem nos casos

enumerados neste artigo serão indeferidos liminarmente.

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Didatismo e Conhecimento 93

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 119 Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa poderá requerer a revisão do processo.

Art. 120 No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo curador.

Art. 121 No processo revisional, o ônus da prova cabe ao reque-rente.

Art. 122 A simples alegação de injustiça da penalidade não cons-titui fundamento para revisão que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário.

Art. 123 O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Secretário de Estado ou autoridade equivalente, que se autorizar à re-visão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.

Parágrafo único Recebida a petição, o dirigente do órgão ou en-tidade providenciará a constituição da comissão revisora.

Art. 124 A revisão correrá em apenso ao processo originário. Parágrafo único Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora

para a produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar. Art. 125 A comissão revisora terá até 30 (trinta) dias para a con-

clusão dos trabalhos, prorrogáveis, uma vez, por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.

Art. 126 Aplica-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão sindicante ou comissão de processo administrativo disciplinar.

Art. 127 O julgamento caberá à autoridade que determinou a re-visão.

Parágrafo único O prazo para julgamento será até 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, podendo a autoridade julgadora determinar diligências.

Art. 128 Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição de cargo em comissão que será conver-tida em exoneração.

Parágrafo único Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

Art. 129 A revisão será processada por comissão especialmente designada pela autoridade que a deferiu, composta de 03 (três) mem-bros.

Art. 130 Cabe ao Presidente da Comissão designar seu secretário. Art. 131 É vedada a participação na revisão de quem tenha atuado

no procedimento disciplinar. Art. 132 Tratando-se de sindicância finalizada, a revisão será pro-

cessada por autoridade especialmente designada pela autoridade que a deferiu, observada a hierarquia.

Art. 133 Recebido o pedido, o Presidente da Comissão, ou a auto-ridade designada para processar a revisão, providenciará o apensamen-to do procedimento disciplinar e notificará o requerente para, no prazo de 08 (oito) dias, juntar as provas que tiver ou indicar as que pretenda produzir, oferecendo rol de testemunhas se for o caso.

Art. 134 Contar-se-ão por dias corridos os prazos previstos nesta lei complementar, não se computando o dia inicial e prorrogando-se o vencimento que cair em sábado, domingo ou feriado, para o primeiro dia útil subsequente.

Art. 135 Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 29 de dezembro de 2004.

as) BLAIRO BORGES MAGGIGovernador do Estado

LEI COMPLEMENTAR 566/2015

LEI COMPLEMENTAR Nº 566, DE 20 DE MAIO DE 2015 - D.O. 20.05.15.

Dispõe sobre a organização administrativa do Poder Exe-cutivo Estadual e dá outras providências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO, tendo em vista o que dispõe o Art. 45 da Cons-tituição Estadual, aprova e o Governador do Estado sanciona a se-guinte lei complementar:

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta lei complementar dispõe sobre a organização da Administração do Poder Executivo do Estado de Mato Grosso e dá outras providências.

Art. 2º O Poder Executivo é exercido pelo Governador do Estado, auxiliado pelos Secretários de Estado.

Parágrafo único O Vice-Governador do Estado, além das atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, au-xiliará o Governador do Estado quando convocado para missões especiais.

Art. 3º Os Secretários de Estado possuem suas competências regidas pelo Art. 71 da Constituição do Estado, adicionando-se a estas:

I - planejar, coordenar e avaliar as atividades de sua área de competência;

II - dar plena publicidade dos atos e atividades de sua gestão, conforme legislação específica;

III - elaborar a programação do órgão compatibilizando-a com as diretrizes gerais do governo e aprovar a programação das ativi-dades de entidades da Administração Indireta que lhes são vincu-ladas;

IV - referendar atos administrativos e normativos assinados pelo Governador;

V - propor o orçamento do órgão e encaminhar as respectivas prestações de contas;

VI - ordenar, fiscalizar e impugnar despesas públicas; VII - participar de Conselhos e Comissões, podendo designar

representantes com poderes específicos; VIII - realizar a supervisão interna e externa dos órgãos; IX - receber reclamações relativas à prestação de serviços pú-

blicos, decidir e promover as correções exigidas; X - determinar, nos termos da legislação, a instauração de

sindicância e processo administrativo, aplicando-se as necessárias punições disciplinares;

XI - prestar esclarecimentos relativos aos atos de sua Pasta, conforme previsto na Constituição Estadual;

XII - propor ao Governador a intervenção nos órgãos das entidades vinculadas, assim como a substituição dos respectivos dirigentes;

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Didatismo e Conhecimento 94

LEGISLAÇÃO BÁSICA

XIII - exercer outras atividades situadas na área de abrangên-cia da respectiva secretaria e demais atribuições delegadas pelo Chefe do Poder Executivo.

Parágrafo único São Secretários de Estado: I - os titulares das Secretarias; II - os titulares dos Gabinetes da Governadoria de Estado; III - o Secretário-Chefe da Casa Civil; IV - o Secretário-Chefe da Casa Militar; V - o Procurador-Geral do Estado; VI - o Controlador-Geral do Estado.Art. 4º A Administração Pública Estadual compreende,

conforme Anexo I desta Lei Complementar: I - a Administração Direta, constituída pelos órgãos inte-

grantes da estrutura organizacional administrativa da Governa-doria do Estado, das Secretarias de Estado e demais órgãos e instituições indicados por lei;

II - a Administração Indireta, constituída pelas seguintes es-pécies de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) autarquias; b) fundações públicas de direito público e de direito priva-

do; c) empresas públicas; d) sociedades de economia mista. Parágrafo único As entidades compreendidas na Adminis-

tração Indireta serão vinculadas à Secretaria de Estado em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade, conforme as disposições desta lei complementar.

Art. 5º A estrutura organizacional básica dos órgãos e enti-dades da Administração Pública Direta e Indireta é constituída dos seguintes níveis:

I - Nível de Decisão Colegiada - representado pelos Conse-lhos Superiores dos órgãos e entidades ou assemelhados e suas unidades de apoio, necessárias ao cumprimento de suas compe-tências legais e funções regimentais;

II - Nível de Direção Superior - representado pelos titulares dos órgãos, entidades e Secretários de Estado, no desempenho de suas funções estratégicas institucionais e administrativas;

III - Nível de Apoio Estratégico e Especializado - repre-sentado pelas unidades responsáveis por competências de apoio direto, estratégico e altamente especializado, ao Núcleo Estraté-gico do órgão e entidade no desempenho de suas competências institucionais;

IV - Nível de Assessoramento Superior - representado pelas unidades de assessoria responsáveis pelo apoio técnico e espe-cializado aos titulares em assuntos de interesse geral do órgão e entidade;

V - Nível de Administração Sistêmica - compreendendo os órgãos e unidades setoriais prestadores de serviços nas áreas de planejamento, administração e finanças, coordenados, respecti-vamente, pelas Secretarias de Estado de Planejamento, de Ges-tão e de Fazenda;

VI - Nível de Execução Programática - representado pelos órgãos e unidades responsáveis pelas atividades-fim de cada Se-cretaria, consubstanciadas em funções de caráter permanente;

VII - Nível de Administração Regionalizada - representado pela execução de atividades-fim do órgão e entidade em deter-minados polos regionais a serem definidos por Decreto;

VIII - Nível de Administração Desconcentrada - representa-do por órgãos e unidades responsáveis pela execução de ativida-des-fim cujas características exijam organização e funcionamento peculiares, dotadas de relativa autonomia administrativa e finan-ceira, com adequada flexibilidade de ação gerencial;

IX - Nível de Administração Descentralizada - compreenden-do as entidades autárquicas, fundacionais, sociedades de economia mista e empresas públicas, com organização fixada em lei e regula-mentos próprios, vinculadas aos órgãos centrais.

CAPÍTULO IIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA

Seção IDa Governadoria do Estado

Art. 6º A Governadoria do Estado é composta pelo conjunto de órgãos auxiliares do Governador e a ele, direta e imediatamen-te, vinculados, com as competências definidas nesta lei comple-mentar.

Art. 7º Integram a Governadoria do Estado, como órgãos es-senciais:

I - a Casa Civil; II - a Casa Militar; III - o Gabinete de Articulação e Desenvolvimento Regional; IV - o Gabinete de Comunicação;V - o Gabinete de Governo; VI - o Gabinete de Assuntos Estratégicos; VII - o Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção; VIII - o Gabinete da Vice-Governadoria. § 1º Integra a Governadoria do Estado, como órgão de asses-

soramento imediato ao Governador, o Conselho de Desenvolvi-mento Econômico e Social;

§ 2º Integra a Governadoria do Estado, como órgão superior de controle interno essencial permanente, a Controladoria-Geral do Estado.

§ 3º Junto à Governadoria do Estado funcionará, como órgão de consulta do Governador do Estado, o Conselho de Governo.

Art. 8º À Casa Civil compete: I - fortalecer o relacionamento e facilitar a articulação do go-

verno com as entidades da sociedade civil, visando maior partici-pação do cidadão mato-grossense nas ações de governo;

II - garantir a representação política do Governador perante os Poderes, outros Entes da Federação, autoridades nacionais e inter-nacionais e sociedade mato-grossense, promovendo a integração política institucional;

III - atuar como elo entre o governo e demais órgãos, execu-tando e transmitindo decisões governamentais;

IV - avaliar previamente a nomeação e a exoneração de to-dos os cargos comissionados da Administração Pública Direta e Indireta;

V- planejar, promover e coordenar os planos e programas de regularização fundiária rural e urbana;

VI - promover e coordenar a busca, em articulação com en-tidades descentralizadas vinculadas ao órgão, por soluções ade-quadas e pacíficas para os conflitos fundiários, rurais e urbanos do Estado;

VII - coordenar e fiscalizar, em coordenação com entidades descentralizadas vinculadas ao órgão, a regulação dos serviços pú-blicos delegados pelo Estado.

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Didatismo e Conhecimento 95

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Art. 9º À Casa Militar compete: I - prestar assistência direta e imediata ao Governador no desem-

penho de suas atribuições; II - adotar medidas preventivas de enfrentamento às ocorrências

de crise que venham afetar a segurança do Governador; III - planejar, executar, controlar e avaliar as atividades de inteli-

gência e contrainteligência de interesse governamental; IV - prestar assessoramento militar ao Cerimonial Oficial do Es-

tado; V - gerir os serviços de proteção pessoal do Governador, seu côn-

juge e seus parentes em linha reta em primeiro grau, bem como a segu-rança pessoal do Vice-Governador e, excepcionalmente, do secretaria-do, autoridades e outras pessoas, quando expressamente determinado pelo Governador;

VI - gerir os serviços de segurança da sede do governo e residên-cia do Governador, bem como dos demais locais e adjacências onde estiver presente;

VII - gerir os serviços de transporte aéreo e viário do Governador e Vice-Governador, bem como coordenar o fretamento, a utilização, a fiscalização e o controle dos serviços de transporte aéreo dos demais órgãos do Poder Executivo;

VIII - receber, orientar e acompanhar autoridades e convidados em visitas oficiais ao Estado, quando formalmente autorizado pelo Go-vernador;

IX - coordenar as atividades do Comitê Estadual de Acompanha-mento de Conflitos Fundiários do Estado, em conformidade com a re-gulamentação específica.

Art. 10 Ao Gabinete de Articulação e Desenvolvimento Regional compete:

I - coordenar e planejar, em conjunto com a Secretaria de Estado de Planejamento, as políticas de desenvolvimento regional através dos seguintes instrumentos:

a) Política de Desenvolvimento Regional do Estado de Mato Grosso;

b) Planos Regionais de Desenvolvimento; c) Programas de Desenvolvimento Regional do PPA;II - gerir a rede, central e regional, de desenvolvimento regional; III - definir e implantar metodologias de formulação de planos de

desenvolvimento regional; IV - elaborar, disponibilizar e fazer cumprir as normas sobre o

funcionamento da rede de desenvolvimento regional; V - capacitar os parceiros e atores para atuar na área de gestão das

políticas de desenvolvimento regional; VI - coordenar os programas estaduais de desenvolvimento regio-

nal em áreas sensíveis e regiões de fronteira; VII - realizar a articulação com os demais órgãos e entidades da

Administração Pública que possuam atividades afins; VIII - integrar e coordenar programas estaduais voltados para o

desenvolvimento sustentável de Municípios; IX - identificar e gerenciar as demandas levantadas pelos Consór-

cios Intermunicipais. Art. 11 Ao Gabinete de Assuntos Estratégicos compete: I - prestar assessoramento direto e imediato ao Governador do Es-

tado no desempenho de suas atribuições, especialmente: a) na coordenação, no planejamento e na execução das diretrizes e

políticas relativas à integração das ações governamentais estratégicas; b) na promoção de análises de políticas públicas estratégicas

para o Estado; c) na realização de estudos de natureza político-institucional

de dimensão estratégica;

II - articular as atividades e os trabalhos essenciais à execução das estratégias do Plano de Governo, em conjunto com a Secreta-ria de Estado de Planejamento, e colaborar no desenvolvimento do planejamento estratégico do governo e seu acompanhamento, bem como na avaliação contínua das ações desenvolvidas;

III - acompanhar os debates e as deliberações estratégicas nos conselhos governamentais, apoiando o monitoramento do cumpri-mento de suas decisões nas áreas técnicas;

IV - colaborar com a Secretaria de Estado de Planejamento no que tange ao subsídio e orientação às Secretarias de Estado e aos demais órgãos e entidades estaduais, com vista ao planejamento estratégico e à gestão de ações, programas e projetos estratégicos de governo;

V - propor ajustes na execução das ações, programas e proje-tos estratégicos de governo.

Art. 12 Ao Gabinete de Comunicação compete: I - gerir a política de comunicação social do Poder Executivo

Estadual; II - gerir ações de comunicação, propaganda e publicidade das

ações de governo e dos eventos internos e externos; III - gerir os serviços de assessoria de imprensa, bem como as

entrevistas coletivas e individuais; IV - gerir o conteúdo web do Poder Executivo Estadual, bem

como a padronização institucional de todos os portais eletrônicos; V - gerir os serviços de marketing de relacionamento; VI - gerir a política de comunicação institucional interna do

Poder Executivo Estadual; VII - estimular a participação da comunidade em eventos cí-

vicos, bem como contribuir para a divulgação da cultura estadual e maior conhecimento da realidade mato-grossense, no próprio Estado e no País.

Art. 13 Ao Gabinete de Governo compete: I - prestar assessoria ao Governador para o bom desempenho

de suas funções no que se refere à organização das atividades de agenda, ao planejamento de viagens (nacionais e internacionais), ao cerimonial de governo, à assessoria jurídica do Governador, à ajudância de ordens, à organização do acervo documental e à ma-nutenção do Palácio;

II - produzir informações para subsidiar o governo nas au-diências, visitas, reuniões, viagens, entrevistas e participações em eventos de qualquer natureza;

III - articular as ações sociais do governo junto às demais Se-cretarias de Estado, a órgãos nacionais e internacionais, bem como fomentar as ações de voluntariado;

IV - coordenar as relações internacionais do Governo do Esta-do no que se relaciona a:

a) relações diplomáticas; b) estabelecimento de parcerias, termos de cooperação, trata-

dos e acordos com governos estrangeiros; c) articulação com os demais órgãos para a promoção do go-

verno no âmbito internacional; V - coordenar, em ação conjunta com a Casa Civil, a contra-

tação e a nomeação de servidores públicos em cargos comissiona-dos, observando a qualificação técnica.

Art. 14 Ao Gabinete de Transparência e Combate à Corrup-ção compete:

I - formular, coordenar e fomentar a implementação de planos, programas e projetos voltados à prevenção da corrupção e à pro-moção da transparência, do acesso à informação, da conduta ética, da integridade e do controle social na Administração Pública;

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

II - estimular e apoiar a implantação de planos, programas, projetos e normas voltadas à prevenção da corrupção e ao forta-lecimento da transparência, da integridade e da conduta ética no setor público e na sua relação com o setor privado;

III - promover, coordenar e fomentar a realização de estudos e pesquisas, visando à produção e à disseminação do conhecimento nas áreas de prevenção da corrupção, promoção da transparência, acesso à informação, conduta ética, integridade e controle social;

IV - promover a articulação com órgãos, entidades e organis-mos nacionais e internacionais que atuem no campo da prevenção da corrupção, de promoção da transparência, do acesso à informa-ção, da conduta ética, da integridade e do controle social;

V - participar em fóruns ou organismos nacionais e interna-cionais relacionados ao combate e à prevenção da corrupção, à promoção da transparência, do acesso à informação, da conduta ética, da integridade e do controle social, e atuar como agente mul-tiplicador;

VI - propor, estimular e fortalecer a implementação de ins-trumentos, políticas e iniciativas que valorizem padrões éticos na ação administrativa;

VII - receber e averiguar demandas referentes à restrição ile-gal de acesso à informação e/ou práticas ilícitas, encaminhando-as para os órgãos competentes, bem como acompanhar e dar a res-pectiva resposta;

VIII - propor, estimular e colaborar para a difusão dos ins-trumentos de boas práticas para uma gestão pública responsável, transparente e participativa no contexto da Administração Esta-dual, com a colaboração dos órgãos e entidades afins;

IX - implementar as ações do plano estadual de transparência e do plano estadual de combate à corrupção;

X - sugerir ou recomendar a adoção de medidas visando ao aperfeiçoamento, à proposição e ao alcance de objetivos que ofe-reçam respostas efetivas e necessárias às demandas da sociedade.

Art. 15 Ao Gabinete da Vice-Governadoria compete: I - auxiliar o Governador do Estado no desempenho de suas

funções; II - auxiliar o Governador do Estado no relacionamento com

autoridades federais, estaduais e municipais, autoridades religio-sas, civis e militares, partidos políticos, entidades de classe e ou-tras organizações e instituições representativas da sociedade;

III - gerir o Observatório de Gestão. Art. 16 Ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e So-

cial - CONDES, órgão de assessoramento do Governador do Esta-do na formulação de políticas e diretrizes específicas voltadas ao desenvolvimento econômico e social do Estado de Mato Grosso, compete:

I - aprovar as diretrizes e objetivos estratégicos para as políti-cas públicas que integrarão o Plano Plurianual (PPA);

II - aprovar propostas de elaboração e revisão do Plano de Longo Prazo - PLP do Estado;

III - aprovar a indicação de órgãos e entidades responsáveis pelos programas estratégicos e prioritários intersetoriais;

IV - aprovar a proposta de anteprojeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO;

V - aprovar a proposta de Lei Orçamentária Anual - LOA;VI - aprovar a formação de Núcleos Temáticos; VII - decidir sobre estratégias de planejamento, replanejamen-

to e avaliação dos resultados fiscais; VIII - avaliar programas e ações de desenvolvimento regional.

§ 1º A organização, funcionamento e demais atribuições do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social serão discipli-nados em regimento interno.

§ 2º Funcionará vinculada ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social a Secretaria Técnica do CONDES, cujas ati-vidades ficarão subordinadas à Casa Civil.

Art. 17 A Controladoria-Geral do Estado é instituição perma-nente e essencial ao funcionamento do controle interno do Poder Executivo Estadual, na forma dos arts. 70 e 74 da Constituição Federal e art. 52 da Constituição Estadual, cujas competências, or-ganização e funcionamento são estabelecidos em lei complemen-tar específica.

Art. 18 A Procuradoria-Geral do Estado é instituição necessá-ria à Administração Pública Estadual e função essencial à adminis-tração da Justiça, responsável sob título exclusivo pela advocacia do Estado, e exercendo, nos termos do Art. 112 da Constituição Estadual, a representação judicial e a consultoria jurídica do Esta-do de Mato Grosso.

Parágrafo único A organização e o funcionamento da Pro-curadoria-Geral do Estado são estabelecidos em lei complementar específica, nos termos do Art. 111 da Constituição Estadual.

Art. 19 Compete ao Conselho de Governo, nos termos do Art. 73 da Constituição Estadual e das disposições de sua lei re-gulamentadora, pronunciar-se sobre questões relevantes suscitadas pelo Governador do Estado, incluída a estabilidade das instituições e problemas emergentes, de grave complexidade e implicações so-ciais.

Seção IIDas Secretarias de Estado

Art. 20 As Secretarias de Estado são órgãos auxiliares do Go-vernador e a ele, direta e imediatamente, subordinados, com as atribuições definidas nesta Lei Complementar.

Art. 21 As Secretarias de Estado são as seguintes: I - Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos

Fundiários - SEAF; II - Secretaria de Estado de Cidades - SECID; III - Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação

- SECITECI; IV - Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer - SE-

CEL; V - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico -

SEDEC; VI - Secretaria de Estado de Educação - SEDUC; VII - Secretaria de Estado de Fazenda - SEFAZ; VIII - Secretaria de Estado de Gestão - SEGES; IX - Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística - SIN-

FRA; X - Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos - SE-

JUDH; XI - Secretaria de Estado de Meio Ambiente - SEMA; XII - Secretaria de Estado de Planejamento - SEPLAN; XIII - Secretaria de Estado de Saúde - SES; XIV - Secretaria de Estado de Segurança Pública - SESP; XV - Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social -

SETAS. Parágrafo único A organização e o funcionamento das Secre-

tarias de Estado são estabelecidos em regimento interno.

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Didatismo e Conhecimento 97

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Art. 22 À Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e As-suntos Fundiários compete:

I - planejar, promover e coordenar a política agrícola e fundiá-ria do Estado de acordo com as características e peculiaridades da agricultura familiar, considerando sua produção e sustentabilidade;

II - promover o desenvolvimento rural sustentável do segmen-to constituído pelos agricultores familiares;

III - planejar, promover e coordenar, em articulação com enti-dades descentralizadas vinculadas ao órgão, a assistência técnica e extensão rural do Estado;

IV - promover atividades de pesquisa, validação e transferên-cia de tecnologia;

V - promover atividades de fomento para o fortalecimento da agricultura familiar.

Art. 23 À Secretaria de Estado de Cidades compete: I - desenvolver o planejamento e a gestão das políticas esta-

duais da habitação de interesse social, saneamento ambiental, mo-bilidade e acessibilidade urbana, planejamento do uso e ocupação do solo urbano e planejamento metropolitano articulados entre si e com as demais políticas públicas afins e correlatas, apoiando igual-mente os municípios na efetivação dessas políticas;

II - desenvolver atividades voltadas para o aumento da oferta de infraestrutura urbana nos municípios do Estado;

III - analisar, elaborar, fiscalizar e executar projetos e obras pú-blicas e de pavimentação urbana, sob sua competência, observando os parâmetros de qualidade, segurança, prazo e custos planejados;

IV - gerenciar o uso e ocupação do solo no complexo do Cen-tro Político Administrativo, tendo em vista a acessibilidade, a mo-bilidade, a urbanização e o paisagismo;

V - elaborar, fiscalizar e executar projetos e obras públicas re-lacionadas à estrutura organizacional do Estado, conforme planeja-mento de governo;

VI - coordenar as ações da Defesa Civil; VII - articular e coordenar as ações de integração dos órgãos

de defesa civil, em especial no âmbito da gestão da informação e do planejamento operacional.

Art. 24 À Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ino-vação compete:

I - colaborar com o Conselho Estadual competente na formu-lação da Política Estadual de Desenvolvimento Científico, Tecno-lógico e Inovação;

II - propor políticas e planos, com a participação dos compo-nentes do Sistema Estadual de Ciência e Tecnologia e da sociedade, capazes de elevar a capacidade científica e tecnológica em setores estratégicos para o desenvolvimento sustentado do Estado, articu-lando ações e instituições para sua execução;

III - implementar mecanismos que favoreçam o desenvolvi-mento científico, tecnológico e de inovação nas áreas estratégicas definidas na Política Estadual de Desenvolvimento Científico, Tec-nológico e Inovação;

IV - contribuir para a consolidação, expansão e aprimoramento da base física de apoio às iniciativas científicas e de desenvolvi-mento tecnológico, instalada no Estado;

V - concorrer para a capacitação dos recursos humanos dedica-dos ao ensino, pesquisa científica, desenvolvimento experimental e serviços técnicos atuantes nas instituições que integram o Sistema Estadual de Ciência e Tecnologia;

VI - contribuir para a capacitação profissional da força de tra-balho do Estado, no sentido de viabilizar investimentos geradores de trabalho e renda, implementando a Política Estadual de Educa-ção Profissional e Tecnológica, garantindo a oferta pública e gra-tuita de cursos de educação profissional e tecnológica em todas as suas modalidades e níveis, exercendo a função de fiscalizá-los, nas instituições pertencentes ao Sistema Estadual de Ensino;

VII - contribuir para o desenvolvimento e melhoria da qualida-de do ensino superior mediante a regulação, supervisão e avaliação das Instituições de Ensino Superior Estaduais e seus cursos;

VIII - contribuir para o fomento da inovação no sistema produ-tivo do Estado e para transformação da sua base técnica, através do uso intensivo da ciência, tecnologia, inovação, educação profissio-nal e educação superior;

IX - contribuir para inserção do conhecimento científico e tec-nológico nos processos de produção de bens e serviços, com resul-tados na melhoria da produtividade e da qualidade dos produtos gerados;

X - contribuir para a promoção do desenvolvimento científico que estimule a conservação dos recursos naturais renováveis, de maneira a torná-los fonte permanente de renda para o desenvolvi-mento regional;

XI - promover a dinamização do Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, através da integração e interação de seus componentes;

XII - promover o desenvolvimento de ações regionalizadas em ciência, tecnologia e inovação com os Estados da Região Centro-Oeste, bem como ações de caráter federativo com outros Estados brasileiros e com órgãos do Governo Federal;

XIII - estimular o desenvolvimento de ambientes especializa-dos e cooperativos de inovação;

XIV - administrar o Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia - FUNTEC, cabendo ao Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia definir as prioridades para aplicação de recursos do Fundo.

Art. 25 À Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer compete:

I - planejar, organizar, coordenar, executar, controlar e avaliar as ações setoriais, a cargo do Estado, relativas ao incentivo, à pro-dução, à valorização e à difusão das manifestações culturais da so-ciedade mato-grossense, assegurada a preservação da diversidade cultural, a democratização do acesso à cultura e o oferecimento de oportunidades para o exercício do direito à identidade cultural;

II - fomentar e divulgar a cultura mato-grossense em todas as suas expressões e diversidade regional, promovendo a difusão da identidade e da memória do Estado;

III - articular-se com órgãos, entidades oficiais e agentes da comunidade, bem como relacionar-se com instituições nacionais e estrangeiras, com vistas ao intercâmbio e à cooperação culturais, de esporte e de lazer;

IV - promover a integração das ações culturais e de esporte e lazer com as ações de outros segmentos, voltadas à construção da cidadania e ao desenvolvimento humano, considerando-se os ele-mentos característicos do contexto cultural do Estado;

V- promover a articulação sistemática e estabelecer relações de parceria com órgãos e entidades governamentais e não gover-namentais, nacionais, estrangeiras e internacionais, e viabilizar a execução de programas, projetos e ações da cultura, esporte e lazer, assegurando a participação da cultura e do esporte no desenvolvi-mento social, econômico, político e ambiental do Estado de Mato Grosso;

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

VI - promover a preservação do patrimônio cultural, histórico e artístico do Estado, material e imaterial, incentivando sua fruição pela comunidade;

VII - promover e ampliar o acesso da população aos bens cul-turais, materiais e imateriais, por meio da interiorização, da des-centralização e do fomento das cadeias geradoras de cultura nos Municípios;

VIII - promover ações que visem a estimular o desenvolvi-mento de vocações artísticas e esportivas e a formação, o aperfei-çoamento e a qualificação de técnicos e agentes culturais;

IX - planejar, incentivar, estimular, patrocinar, apoiar e rea-lizar projetos e programas esportivos e recreativos do Estado; (Revogado pela Lei Complementar nº 572, de 16 de novembro de 2015.)

X - formular diretrizes e promover a definição e implantação de planos, programas, projetos e ações relativas à cultura, esporte e lazer no âmbito regional e estadual;

XI - formular e coordenar o Plano Estadual da Cultura e o Plano Estadual do Desporto;

XII - desenvolver estudos e pesquisas visando a elaboração, ampliação e acompanhamento dos seus programas, projetos e ati-vidades;

XIII - promover, coordenar e acompanhar, em parceria com outras instituições públicas e privadas, programas de fomento à economia criativa, visando à geração de trabalho, emprego e ren-da;

XIV - supervisionar e coordenar as práticas do desporto edu-cacional do Sistema Estadual do Desporto, em parceria com ór-gãos e entidades estaduais afins. (Revogado pela Lei Complemen-tar nº 572, de 16 de novembro de 2015.)

Art. 26 À Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econô-mico compete:

I - analisar, propor, orientar, articular, coordenar e supervisio-nar a execução de medidas que envolvam as diferentes esferas de governo, nos setores públicos e privados, no tocante ao desenvol-vimento industrial, comercial, turístico, mineral e de energia;

II - propor e supervisionar a execução das políticas de incenti-vos e investimentos de natureza federal e estadual, e privada;

III - identificar as oportunidades de investimentos e tomar providências destinadas à atração, à localização, à permanência e ao desenvolvimento de iniciativas industriais, comerciais, mine-rais e de energia, de cunho econômico para o Estado;

IV - orientar o planejamento, a implantação e a operação das áreas dos Distritos Industriais do Estado;

V - coordenar a execução de políticas estaduais que estejam articuladas com as políticas federais, relativas a produtos de ex-portação, sujeitos às medidas regulares de beneficiamento e co-mercialização;

VI - promover, fomentar e apoiar o empreendedorismo no Es-tado;

VII - coordenar, supervisionar e controlar ações e instrumen-tos do setor público para o desenvolvimento da política agríco-la, referente às atividades agrossilvopastoris, comercialização e agroindústria, visando à promoção do desenvolvimento de Mato Grosso;

VIII - propor políticas e supervisionar as ações no âmbito da defesa agropecuária;

IX - desenvolver e elaborar políticas públicas de desenvolvi-mento econômico de forma sistêmica e integrada, em nível regio-nal e estadual;

X - estimular a integração institucional e instrumental entre os órgãos do setor e as instâncias municipal e federal, bem como com a iniciativa privada, os produtores e suas organizações rurais;

XI - formular, planejar, executar, coordenar, avaliar as polí-ticas, programas, projetos e demais ações relativas ao desenvol-vimento do turismo do Estado como atividade econômica susten-tável;

XII - incentivar e estimular a dinamização das empresas e agentes de produção, instalados ou que venham a se instalar no Estado;

XIII - formular, normatizar e gerir fundos especiais de investi-mentos e de incentivos fiscais destinados ao desenvolvimento das empresas de turismo, para o incremento do turismo no Estado.

Art. 27 À Secretaria de Estado de Educação compete: I - formular e coordenar as atividades estaduais de educação e

supervisionar sua execução nas instituições que compõem sua área de competência;

II - estabelecer mecanismos que garantam a qualidade do en-sino público estadual;

III - promover e acompanhar as ações de planejamento, o de-senvolvimento dos currículos, os programas e a pesquisa referente ao desenvolvimento escolar, viabilizando a organização e o fun-cionamento da escola;

IV - realizar a avaliação da educação e dos recursos humanos no setor, gerando indicadores educacionais e mantendo sistemas de informações;

V - fortalecer a cooperação com os Municípios, com vistas ao desenvolvimento da educação básica no Estado;

VI - coordenar a gestão e a adequação da rede de ensino es-tadual, o planejamento e a caracterização das obras a serem exe-cutadas em prédios escolares, o aparelhamento e o suprimento das escolas e as ações de apoio ao aluno;

VII - definir, coordenar e executar as ações da política de ca-pacitação dos educadores e diretores da rede pública de ensino Estadual.

Art. 28 À Secretaria de Estado de Fazenda compete: I - executar a administração financeira e a contabilidade pú-

blicas estaduais; II - executar a administração das dívidas públicas internas e

externas; III - promover a gestão dos recursos financeiros e o efetivo

controle dos gastos públicos para viabilizar a execução financeira das políticas governamentais;

IV - exercer a orientação, a supervisão e a fiscalização das atividades de administração financeira do Estado;

V - exercer a orientação normativa, a supervisão técnica e o controle das atividades contábeis relativas à gestão financeira do Estado;

VI - formular as políticas tributária e fiscal do Estado e pro-mover sua execução, controle, acompanhamento e avaliação;

VII - planejar, executar, acompanhar e avaliar, conforme o or-denamento da política geral do Estado, as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento dos tributos estaduais, contribuições a fundos, conformada em matéria tributária, bem como as transferências constitucionais recebidas da União e as receitas não tributárias previstas no art. 20, § 1°, da Constituição Federal;

VIII - gerir o Sistema Tributário Estadual para garantir a efeti-vação do potencial contributivo da economia e assegurar o contro-le da arrecadação tributária;

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Didatismo e Conhecimento 99

LEGISLAÇÃO BÁSICA

IX - exercer o controle das atividades econômicas, na forma da legislação tributária e fiscal, para assegurar a compatibilidade entre a real capacidade contributiva da economia e a receita efetiva;

X - definir, em conjunto com as demais Secretarias, nas respec-tivas áreas de competência, as políticas de concessão de incentivos fiscais, na forma da lei;

XI - observado o devido processo legal, o sigilo fiscal e a le-gislação pertinente, mediante contraditório e ampla defesa, aplicar medidas ou sanções administrativas, quando for o caso, inclusive a representação cabível, aprovada em colegiado;

XII - manter programas, projetos e atividades de desenvolvi-mento e aperfeiçoamento permanente do pessoal fazendário, indis-pensáveis ao cumprimento de seus objetivos;

XIII - zelar pelo equilíbrio de atuação entre as 03 (três) car-reiras do quadro da SEFAZ, a fim de proporcionar oportunidade de desenvolvimento profissional a todos os servidores fazendários;

XIV - aplicar os critérios de proporcionalidade e de paridade entre as 03 (três) carreiras específicas da SEFAZ nas nomeações dos órgãos comissionados e funções de confiança das áreas da Re-ceita Pública, do Tesouro Estadual e órgãos de atendimento ao con-tribuinte, de acordo com os seguintes critérios:

a) na área da Receita Pública os cargos em comissão e funções de confiança devem ser ocupados exclusivamente e paritariamente por servidores das 03 (três) carreiras fazendárias:

1) inclusive, nos órgãos de Julgamentos e Reexame de Proces-sos, a paridade passa a ser obrigatória entre os servidores das 03 (três) carreiras fazendárias;

2) no Conselho de Contribuinte do Estado de Mato Grosso, as nomeações dos servidores fazendários se dará de forma paritária por servidores das 03 (três) carreiras fazendárias;

b) não há relação de hierarquia ou subordinação entre as 03 (três) carreiras do quadro da SEFAZ; (Promulgação - D.O. 12.01.16)

XV - assegurar ao contribuinte o devido processo legal, na forma da lei, para revisão em instância administrativa do crédito tributário constituído e questionado;

XVI - executar a administração tributária estadual para a con-tínua efetivação do potencial contributivo do tributo, estímulo crescente ao cumprimento voluntário e constante simplificação da obrigação tributária.

§ 1º Na Secretaria de Estado de Fazenda, com exceção do cargo de Secretário de Estado de Fazenda, os cargos e funções de confiança devem ser ocupados preferencialmente por servidores das 03 (três) carreiras específicas da SEFAZ, a fim de proporcionar oportunidades de desenvolvimento profissional a todos os servido-res fazendários.

§ 2º A Gerência do Conselho de Contribuintes, unidade ad-ministrativa integrante do Nível de Execução Programática, bem como a Gerência de Controle e Reexame de Processos, unidade administrativa integrante do Nível de Execução Programática, pas-sam a ser órgãos vinculados diretamente ao Gabinete do Secretário de Estado de Fazenda, sem qualquer vínculo ou subordinação às Secretarias Adjuntas.

Art. 29 À Secretaria de Estado de Gestão compete: I - gerir a política concebida pelo Conselho de Gestão de Pes-

soas - COGEP no âmbito do Poder Executivo Estadual, visando ao eficiente emprego das pessoas vinculadas ao Estado;

II - operacionalizar e controlar os remanejamentos de funções de confiança e de cargos em comissão, bem como acompanhar, controlar e avaliar as suas despesas no âmbito do Poder Executivo;

III - gerir a política de formação e capacitação dos servidores civis e militares e empregados públicos e promover a produção e a divulgação de conhecimentos;

IV - gerir a política de aquisições de bens e contratações de serviços no âmbito do Poder Executivo Estadual;

V - gerir a política de patrimônio e serviços do Poder Execu-tivo Estadual;

VI - gerir a publicidade de todas as matérias oficiais do go-verno para garantir a legitimidade dos atos e fatos da Adminis-tração Pública Estadual e a fé pública das matérias previstas em lei, exceto nas hipóteses de utilização, na forma da lei, de diário oficial eletrônico pela Secretaria responsável pela matéria objeto de divulgação, além de fornecer serviços gráficos;

VII - gerir a política para arquivo, protocolo e documentos permanentes de valor histórico produzidos pelo Poder Executivo, preservar e facilitar o acesso aos documentos sob sua guarda;

VIII - gerir o sistema previdenciário do Poder Executivo Es-tadual;

IX - gerir os serviços de perícia médica devidos aos servidores estaduais civis e militares e seus dependentes, para a instrução de processos de posse e exercício, licença, aposentadoria, readapta-ção, reversão, pensão e outros previstos em lei;

X - gerir a política de assistência à saúde dos servidores e empregados públicos do Poder Executivo Estadual;

XI - orientar, supervisionar e avaliar tecnicamente os proce-dimentos organizacionais dos órgãos e entidades relacionados aos sistemas de sua competência;

XII - prover, normatizar e aplicar metodologias e ferramentas de gestão voltadas para a padronização e melhoria de processos e a modelagem das estruturas organizacionais;

XIII - aumentar o rendimento e reduzir os custos administra-tivos e operacionais dos órgãos e entidades do Poder Executivo Estadual.

Art. 30 À Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística compete:

I - elaborar, coordenar e supervisionar as políticas públicas de logística e transportes do Estado;

II - executar a política estadual de logística e transportes, com-preendendo o planejamento, o projeto e a execução de obras de infraestrutura, de forma direta ou indireta;

III - planejar, projetar, coordenar, regular, controlar e integrar as ações inerentes às atividades de infraestrutura e serviços pú-blicos de transporte terrestre, hidroviário, terminais de transporte de passageiros e cargas, sob a responsabilidade do Governo do Estado;

IV - elaborar e propor planos, programas, normas, padrões técnicos, tabela de preços e projetos relativos a obras públicas e acompanhar as ações referentes à sua execução;

V - administrar e dar manutenção na infraestrutura de trans-portes por via direta ou mediante delegação;

VI - atuar como titular do Poder concedente e/ou permiten-te dos serviços públicos concedidos à iniciativa privada no setor de transportes, incluindo rodovias estaduais, serviços públicos de transporte coletivo rodoviário intermunicipal de passageiros e ain-da os sistemas aquaviário, ferroviário, aeroportuário, na forma pre-vista em regulamentos, editais de licitação e respectivos contratos ou atos de permissão;

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

VII - atuar em parceria com órgãos competentes da Adminis-tração Pública Federal, Estadual e Municipal para viabilização do desenvolvimento de todos os modais de transporte no Estado, in-cluindo rodovias, ferrovias, hidrovias e aeroportos;

VIII - realizar gestão com o objetivo de viabilizar recursos para construção e manutenção da infraestrutura de transportes, mediante financiamentos, parcerias e convênios, bem como atuar como órgão fomentador e gestor de arranjos locais, visando imple-mentar modelos inovadores de financiamento da infraestrutura de transportes no Estado.

Parágrafo único Todas as obras conveniadas com a Caixa Econômica Federal e em fase de execução ficarão, até seu término, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística. (Promulgação - D.O. 12.01.16)

Art. 31 À Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos compete:

I - elaborar, coordenar e gerir a política prisional, por meio da custódia dos indivíduos privados de liberdade, promovendo condi-ções efetivas para sua reintegração social;

II - elaborar, coordenar e gerir a política de atendimento às medidas socioeducativas, visando a proporcionar ao adolescente em conflito com a lei meios efetivos para sua ressocialização;

III - gerir as políticas de defesa do consumidor e fomentar os institutos de defesa ao consumidor;

IV - prestar suporte administrativo, operacional e financeiro aos conselhos integrantes de sua estrutura administrativa;

V - gerir os Fundos integrantes de sua estrutura administra-tiva;

VI - gerir a política estadual de preservação da justiça, garan-tia, proteção e promoção dos direitos e liberdades do cidadão, dos direitos políticos e das garantias constitucionais;

VII - zelar pelo livre exercício dos Poderes constituídos. Art. 32 À Secretaria de Estado de Meio Ambiente compete: I - formular, propor e executar as políticas estaduais do meio

ambiente; II - promover o controle, a preservação, a conservação e a

recuperação ambiental; III - contribuir para o desenvolvimento sustentável em benefí-

cio da qualidade de vida do povo mato-grossense; IV - formular, propor, gerir e executar as políticas estaduais

que visam contribuir para a proteção do clima; V - contribuir para a formação de uma cultura social voltada

para a conservação ambiental;VI - promover o fortalecimento da dimensão e a responsabi-

lidade ambiental no âmbito das políticas públicas e da sociedade; VII - exercer o poder de polícia administrativa ambiental no

âmbito Estadual, através de: a) licenciamento ambiental das atividades utilizadoras dos re-

cursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidoras ou degra-dadoras do meio ambiente, nos termos da legislação;

b) fiscalização e aplicação das penalidades por infração à le-gislação de proteção ambiental;

c) controle e fiscalização das atividades de exploração dos re-cursos minerais, hídricos, florestais e faunísticos;

VIII - estudar, formular e propor as normas necessárias ao zo-neamento ambiental;

IX - promover o levantamento, a organização e a manutenção do cadastro estadual de atividades que alteram o meio ambiente;

X - promover o monitoramento dos recursos ambientais esta-duais e das ações antrópicas sobre os mesmos;

XI - desenvolver pesquisas e estudos técnicos que subsidiem o planejamento das atividades que envolvam a conservação e a pre-servação dos recursos ambientais e o estabelecimento de critérios de exploração e manejo dos mesmos;

XII - adotar medidas visando ao controle, à conservação e à preservação dos recursos ambientais e, quando julgar necessário, à proteção de bens de valor científico e cultural;

XIII - elaborar e propor a edição de normas que julgar ne-cessárias à sua atuação no controle, conservação e preservação do meio ambiente;

XIV - propor a criação, implantar, administrar e fiscalizar as Unidades de Conservação Estaduais;

XV - elaborar e divulgar inventários e censos faunísticos e flo-rísticos periódicos, considerando principalmente as espécies raras e endêmicas, vulneráveis ou em perigo de extinção, objetivando sua perpetuação;

XVI - cooperar com os órgãos federais na fiscalização am-biental das terras indígenas;

XVII - promover o fortalecimento institucional, através de parcerias em ações de natureza ambiental, celebrando convênios e/ou termos de cooperação técnica com órgãos da Administração Pública Direta e Indireta Federal, Estadual e Municipal, bem como pessoas jurídicas nacionais e internacionais.

Art. 33 À Secretaria de Estado de Planejamento compete: I - gerir o sistema central de planejamento, orçamento e infor-

mações do Estado; II - coordenar a elaboração, a execução, o monitoramento e a

avaliação dos seguintes instrumentos de planejamento: a) Plano de Longo Prazo - PLP; b) Plano Plurianual - PPA; c) Planos e programas multissetoriais, setoriais e regionais; d) Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO; e) Plano de Trabalho Anual - PTA; f) Lei Orçamentária Anual – LOA; g) Contratos de Gestão e/ou Acordos de Resultados. III - fortalecer a gestão das políticas públicas estaduais, por

meio de estudos técnicos e acompanhamento das ações prioritárias de governo;

IV - coordenar, compatibilizar e avaliar a alocação de recur-sos orçamentários, tendo em vista as necessidades das unidades da Administração Pública para o cumprimento dos objetivos e metas governamentais;

V - promover a capacitação dos agentes do sistema central de planejamento, orçamento e gestão da informação do Estado;

VI - elaborar as diretrizes e implementar o modelo de gestão de políticas públicas do Estado;

VII - coordenar a unidade de projetos do governo; VIII - gerir o sistema estadual de convênios do Estado; IX - manter a atualização cartográfica do Estado;X - realizar estudos sociais, econômicos e ambientais visando

à organização do espaço mato-grossense e à formulação dos indi-cadores de planejamento governamental.

Art. 34 À Secretaria de Estado de Saúde compete: I - implementar as diretrizes do Sistema Único de Saúde -

SUS no Estado de Mato Grosso, de acordo com as políticas apro-vadas pelo Conselho Estadual de Saúde e Comissões Intergestoras Tripartite e Bipartite;

II - formular, normatizar e regulamentar a Política Estadual de Saúde;

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Didatismo e Conhecimento 101

LEGISLAÇÃO BÁSICA

III - coordenar a implantação e executar, de maneira comple-mentar, as ações de saúde no Estado;

IV - realizar cooperação técnica para a promoção da munici-palização e de organização dos sistemas regionais e municipais de saúde;

V - promover a formação, a qualificação e o desenvolvimento de profissionais do SUS para atuação na área de saúde no Estado;

VI - orientar ações para regiões e grupos sociais com maior necessidade de atenção à saúde;

VII - fomentar a atenção à saúde, implementar o modelo de atenção à saúde e fomentar a construção de novos modelos, priori-zando ações de promoção e prevenção, com reorientação das ações de assistência ambulatorial e hospitalar;

VIII - garantir a oferta de serviços e a referência regional e estadual de caráter terciário;

IX - regular, controlar e avaliar a prestação de serviços e a execução das ações de saúde nos setores público e privado;

X - realizar avaliação sistemática através de estudos e pesqui-sas com a finalidade de medir impactos e resultados das ações de saúde e/ou identificar fatores de risco;

XI - fomentar a realização de pesquisas técnico-científicas e o desenvolvimento.

Art. 35 À Secretaria de Estado de Segurança Pública com-pete:

I - formular, coordenar, executar e monitorar a Política Es-tadual de Preservação da Ordem Pública e Segurança no Estado, que será norteada pelos princípios fundamentais da integração e da regionalização;

II - formular, coordenar, executar e monitorar a Política Es-tadual de Inteligência de Segurança Pública, funcionando como órgão central do Sistema Estadual de Segurança Pública;

III - planejar, fiscalizar e executar os recursos orçamentários e financeiros destinados à segurança pública, priorizando investi-mento em ações integradas entre as forças de segurança que com-põem sua estrutura;

IV - consolidar os projetos de segurança pública, definindo as diretrizes para sua elaboração, apresentação e execução;

V - formular, monitorar, regulamentar, fiscalizar e executar a aplicação dos recursos diretamente arrecadados através das taxas de prestação de serviço de segurança pública;

VI - planejar, coordenar e monitorar as atividades de polícia ostensiva, promovendo avaliações periódicas de desempenho, pro-dutividade e eficiência, executando as correções necessárias para o alinhamento à Política Estadual de Segurança Pública;

VII - planejar, coordenar e monitorar as atividades de Polí-cia Judiciária do Estado, compreendendo toda a atividade inves-tigativa de apuração de infrações penais, promovendo avaliações periódicas de desempenho, produtividade e eficiência, executando as correções necessárias para o alinhamento à Política Estadual de Segurança Pública;

VIII - planejar, coordenar e monitorar as atividades de Po-lícia Técnica e Científica, promovendo avaliações periódicas de desempenho, produtividade e eficiência, executando as correções necessárias para o alinhamento à Política Estadual de Segurança Pública;

IX - planejar, coordenar e monitorar as atividades de preven-ção e combate a Incêndios, de busca e salvamento, promovendo avaliações periódicas de desempenho, produtividade e eficiência, executando as correções necessárias para o alinhamento à Política Estadual de Segurança Pública;

X - controlar, registrar e fiscalizar o fabrico, o comércio, o transporte e o uso de armas, munições, explosivos, combustíveis e inflamáveis;

XI - oferecer auxílio e executar ação complementar às autorida-des da segurança nacional;

XII - exercer a segurança de trânsito e controle e fiscalização nas rodovias estaduais;

XIII - planejar, executar e monitorar a segurança pública na zona de fronteira, no âmbito de sua atribuição, promovendo gestão, acordos e parcerias junto ao Governo Federal, para potencializar a segurança na região;

XIV - exercer as atribuições de polícia administrativa e de fisca-lização de atividades potencialmente danosas;

XV - criar, regulamentar, administrar e supervisionar banco de dados único de ocorrências policiais, promovendo análises estatísti-cas e análises criminais, de modo a subsidiar a Política Estadual de Segurança Pública;

XVI - produzir e gerenciar dados, estudos e estatísticas sobre vio-lência, criminalidade e vitimização;

XVII - divulgar oficialmente, com exclusividade, as ações e re-sultados da segurança pública, tais como estatísticas mensais, relató-rios, índices, referenciais ou outro produto análogo;

XVIII - propor e executar planos e ações que visem à redução dos índices de violência e criminalidade;

XIX - atuar de forma integrada com entes da Federação, Pode-res, instituições e órgãos da Administração Pública Estadual para a implementação de ações, mediante atividades de inteligência e uso de tecnologia no combate e prevenção à corrupção e à lavagem de ativos;

XX - atuar de forma integrada com entes da Federação, Pode-res, instituições e órgãos da Administração Pública Estadual, direta e indireta, para a implementação de ações de interesse de segurança pública, celebrando acordos, convênios e parcerias, nos termos da le-gislação constitucional, federal e estadual de regência;

XXI - celebrar acordos, parcerias, convênios e instrumentos con-gêneres com entidades do terceiro setor e a iniciativa privada, nos ter-mos da legislação constitucional, federal e estadual de regência;

XXII - realizar a gestão dos planos de redução da criminalidade, englobando ações governamentais integradas e regionalizadas com os órgãos de segurança pública e demais órgãos da administração públi-ca que possam colaborar com ações de caráter preventivo em áreas de vulnerabilidade social;

XXIII - criar, coordenar e monitorar unidades integradas no âm-bito de sua competência.

Parágrafo único Compõem a estrutura organizacional da Secre-taria de Estado de Segurança Pública os seguintes órgãos desconcen-trados da Administração Pública Direta:

I - Polícia Militar; II - Polícia Judiciária Civil; III - Corpo de Bombeiros Militar; IV - Perícia Oficial e Identificação Técnica. Art. 36 À Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social

compete: I - planejar, desenvolver, implantar e coordenar projetos, progra-

mas e ações de prevenção do uso de substâncias e produtos psicoati-vos;

II - formular, implementar e avaliar diretrizes e políticas que ga-rantam os princípios fundamentais básicos da cidadania, da dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho e assistência social, visando à melhoria da qualidade de vida e da vulnerabili-dade social;

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Didatismo e Conhecimento 102

LEGISLAÇÃO BÁSICA

III - supervisionar, coordenar e promover políticas de emprego e mão de obra;

IV - promover a integração entre os órgãos e parceiros com instituições públicas, privadas, governamentais e não governamen-tais, a fim de alcançar resultado de interesse público voltado para as ações da Secretaria;

V - realizar estudos e executar projetos específicos e especiais na sua área de atuação;

VI - fomentar, implantar e coordenar as políticas públicas esta-duais relativas aos programas, projetos e ações da Secretaria;

VII - promover a inclusão social, a assistência integral e as ações voltadas às famílias que vivem em situação de pobreza;

VIII - proporcionar cidadania e inclusão social aos beneficiá-rios dos programas sociais;

IX - realizar ações estruturantes, emergenciais e sustentáveis de combate à fome;

X - consolidar o direito à assistência social em todo o território mato-grossense;

XI - estabelecer uma sólida rede de proteção e promoção social que quebre o ciclo de pobreza e promova a conquista da cidadania nas comunidades mato-grossenses;

XII - desenvolver ações voltadas à inserção na vida econômica e social das pessoas portadoras de quaisquer deficiências, visando ao desenvolvimento de suas potencialidades.

CAPÍTULO IIIDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

Art. 37 As entidades integrantes da Administração Indireta Estadual reger-se-ão pelas disposições contidas nesta lei comple-mentar e nas leis específicas, obedecidos os seguintes princípios institucionais:

I - as autarquias e as fundações públicas de direito público, pelas leis de criação e respectivos regimentos internos;

II - as empresas públicas e as sociedades de economia mis-ta, suas subsidiárias ou controladas, pelas leis que autorizarem sua constituição e pelos respectivos estatutos ou contratos sociais.

Art. 38 São autarquias do Estado de Mato Grosso as seguintes entidades:

I - Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado - MATO GROSSO SAÚDE;

II - Mato Grosso Previdência - MTPREV; III - Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso - INTER-

MAT; IV - Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso - IN-

DEA/MT; V - Junta Comercial do Estado de Mato Grosso - JUCEMAT; VI - Instituto de Pesos e Medidas de Mato Grosso - IPEM/MT; VII - Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN/MT; VIII - Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos

Delegados - AGER; IX - Agência de Desenvolvimento Metropolitano da Região do

Vale do Rio Cuiabá - AGEM/VRC. Art. 39 São fundações públicas do Estado de Mato Grosso as

seguintes: I - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso

- FAPEMAT; II - Fundação Universidade do Estado de Mato Grosso - UNE-

MAT; III - Fundação Nova Chance - FUNAC.

Art. 40 São sociedades de economia mista do Estado de Mato Grosso as seguintes:

I - MT Participações e Projetos S.A. - MT-PAR; II - Companhia Mato-grossense de Mineração - METAMAT; III - Companhia Mato-grossense de Gás - MT Gás; IV - Agência de Fomento do Estado de Mato Grosso S.A. - MT

FOMENTO; V - Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso - SA-

NEMAT, em liquidação; VI - Central de Abastecimento do Estado de Mato Grosso - CEA-

SA/MT. Art. 41 São empresas públicas do Estado de Mato Grosso as se-

guintes: I - Centro de Processamento de Dados do Estado de Mato Grosso

- CEPROMAT; II - Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão

Rural - EMPAER. Art. 42 Ficam vinculadas aos órgãos abaixo indicados, para efeito

de supervisão, fiscalização e controle, as seguintes entidades da Admi-nistração Indireta Estadual:

I - à Casa Civil: a) Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delega-

dos - AGER; b) Agência de Desenvolvimento Metropolitano da Região do Vale

do Rio Cuiabá - AGEM/VRC; c) Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso - INTERMAT. II - à Secretaria de Estado de Gestão: a) Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado -

MATO GROSSO SAÚDE; b) Mato Grosso Previdência - MTPREV. III - à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico: a) Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso - INDEA/MT; b) Junta Comercial do Estado de Mato Grosso - JUCEMAT;c) Instituto de Pesos e Medidas de Mato Grosso - IPEM/MT; d) Companhia Mato-grossense de Mineração - METAMAT; e) Companhia Mato-grossense de Gás - MT Gás; f) Agência de Fomento do Estado de Mato Grosso S.A. - MT Fo-

mento. IV - à Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fun-

diários: a) Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão

Rural S.A. - EMPAER; b) Central de Abastecimento do Estado de Mato Grosso - CEASA/

MT. V - à Secretaria de Estado de Segurança Pública: a) Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN/MT. VI - à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação: a) Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso -

FAPEMAT; b) Fundação Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. VII - à Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos: a) Fundação Nova Chance - FUNAC. VIII - à Secretaria de Estado das Cidades: a) Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso - SANE-

MAT, em liquidação. IX - à Secretaria de Estado de Planejamento: a) Centro de Processamento de Dados do Estado de Mato

Grosso - CEPROMAT; b) MT Participações e Projetos S.A. - MT-PAR.

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Didatismo e Conhecimento 103

LEGISLAÇÃO BÁSICA

CAPÍTULO IVDA EXTINÇÃO E CRIAÇÃO DOS CARGOS EM COMIS-

SÃO E FUNÇÕES DE CONFIANÇA DO ESTADO

Art. 43 No âmbito dos órgãos componentes da Administração Direta do Estado ficam mantidos os cargos em comissão nas quan-tidades estabelecidas no Anexo II desta Lei Complementar.

§ 1º Ficam extintos os cargos em comissão da Administra-ção Publica Direta do Estado não constantes do Anexo II desta lei complementar.

§ 2º Ficam criados, no âmbito da Administração Publica Di-reta do Estado, os seguintes cargos em comissão, já incluídos no Anexo II desta lei Complementar:

I - (VETADO). I - 02 (três) cargos nível DGA-1; (Promulgação - D.O.

12.01.16) II - 01 (um) cargo nível DGA-2; III - 03 (três) cargos nível DGA-3; IV - 13 (treze) cargos nível DGA-4; § 3º Ficam extintos na Secretaria Extraordinária da Copa do

Mundo FIFA 2014- SECOPA- os seguintes cargos em comissão e funções de confiança:

I - 01 (um) cargo em nível DGA-1; II - 04 (quatro) cargos em nível DGA-2; III - 06 (seis) cargos em nível DGA-5; IV - 14 (quatorze) cargos em nível DGA-6 e 02 (duas) funções

de confiança em nível DGA-6; V - 15 (quinze) cargos em nível DGA-8. § 4º Os cargos remanescentes da Secretaria Extraordinária da

Copa do Mundo FIFA 2014 – SECOPA ficam remanejados para a Secretaria de Estado de Cidades, sendo extintos em 31 de dezem-bro de 2015.

Art. 44 Ficam extintos os seguintes cargos em comissão e funções de confiança na Administração Pública autárquica e fun-dacional:

I - no âmbito do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso - DETRAN/MT:

a) 11 (onze) cargos de Chefe de Ciretran C, nível DGA-6. b) 04 (quatro) cargos de Coordenador, nível DGA-6; c) 10 (dez) cargos de Assistente de Direção, nível DGA-10. II - no âmbito do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado

de Mato Grosso - INDEA: a) 13 (treze) cargos de Assistente Técnico II, nível DGA-9; b) 03 (três) cargos de Assistente de Gabinete, nível DGA-10;c) 01 (um) cargo de Diretor, nível DGA-3; d) 01 (um) cargo de Chefe de Gabinete, nível DGA-5; III - no âmbito do Instituto de Terras de Mato Grosso - IN-

TERMAT: a) 02 (dois) cargos de Assessor Técnico I, nível DGA-4; b) 04 (quatro) cargos de Assessor Técnico III, nível DGA-6; c) 01 (um) cargo de Coordenador, nível DGA-6; d) 01 (um) cargo de Assistente Técnico I, nível DGA-8; e) 06 (seis) cargos de Gerente, nível DGA-8; f) 04 (quatro) cargos de Assistente Técnico II, nível DGA-9; g) 06 (seis) cargos de Assistente de Direção, nível DGA-10; h) 07 (sete) cargos de Assistente de Gabinete, nível DGA-10; i) 02 (dois) cargos de Líder de Equipe, nível DGA-10.

IV - no âmbito da Junta Comercial do Estado de Mato Grosso - JUCEMAT:

a) 03 (três) cargos de Assistente Técnico II, nível DGA-9; b) 03 (três) cargos de Assessor Técnico III, nível DGA-6; c) 04 (quatro) cargos de Assistente de Direção, nível DGA-10. V - no âmbito da Agência de Desenvolvimento Metropolitano do

Vale do Rio Cuiabá-AGEM/VCR: a) 01 (um) cargo de Assessor Técnico III, nível DGA-6. VI - no âmbito da Agência de Regulação dos Serviços Públicos

Delegados do Estado de Mato Grosso-AGER: a) 02 (dois) cargos de Assessor Técnico I, nível DGA-4; b) 04 (quatro) cargos de Assessor Técnico III, nível DGA-6; c) 02 (dois) cargos de Coordenador, nível DGA-6; d) 02 (dois) cargos de Gerente, nível DGA-8. VII - no âmbito do Instituto de Assistência à Saúde dos Servido-

res do Estado - MATO GROSSO SAÚDE, 03 (três) cargos de Assis-tente de Direção, nível DGA-10;

VIII - no âmbito da Loteria do Estado de Mato Grosso - LEMAT: a) 01 (um) cargo de Presidente, nível DGA-2; b) 02 (dois) cargos de Diretor, nível DGA-3; c) 01 (um) cargo de Assessor Técnico I, nível DGA-4. Parágrafo único Ficam criados os seguintes cargos em comis-

são na Administração Pública autárquica e fundacional: I - no âmbito do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de

Mato Grosso - INDEA: a) 01 (um) cargo de Assessor Técnico III, nível DGA-6; b) 01 (um) cargo de Chefe de Gabinete, nível DGA-5; c) 01 (um) cargo de Diretor, nível DGA-3. II - no âmbito do Instituto de Terras de Mato Grosso - INTER-

MAT: a) 01 (um) cargo de Diretor, nível DGA-3; b) 01 (um) cargo de Assessor Especial II, nível DGA-4. III - no âmbito da Fundação Nova Chance – FUNAC: a) 01 (um) cargo de Chefe de Gabinete, nível DGA-5; b) 01 (um) cargo de Assessor Especial II, nível DGA-4. IV - no âmbito do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores

do Estado - MATO GROSSO SAÚDE, 01 (um) cargo de Coordena-dor, nível DGA-6.

Art. 45 Deverão ser extintos os seguintes cargos em comissão nas empresas estatais da Administração Pública Estadual, a serem confirmados em ato normativo da entidade:

I - no âmbito da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assis-tência e Extensão Rural - EMPAER/MT, 35 (trina e cinco) cargos em comissão e funções de confiança, nível DAC-8;

II - no âmbito do Centro de Processamento de Dados do Estado de Mato Grosso - CEPROMAT:

a) 01 (um) cargo de Assessor Jurídico II;b) 01 (um) cargo de Assessor de Desenvolvimento Organizacio-

nal, Gestão Estratégica e Projeto; c) 04 (quatro) cargos de Assessor Especial; d) 05 (cinco) cargos de Assessor Técnico-administrativo; e) 02 (dois) cargos de Assistente da Presidência; f) 01 (um) cargo de Motorista do Diretor-Presidente; g) 01 (um) cargo de Motorista do Gabinete do Diretor-Presidente; h) 10 (dez) cargos de Assistente de Diretoria; i) 04 (quatro) cargos de Secretária de Diretoria; j) 01 (um) cargo de Pregoeiro; k) 03 (três) cargos de Gerente de Unidade; l) 12 (doze) cargos de Gerente Operacional.

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Didatismo e Conhecimento 104

LEGISLAÇÃO BÁSICA

III - no âmbito da MT-Participações e Projetos - MT PAR: a) 01 (um) cargo de Consultor de Operações, Projetos e Enge-

nharia; b) 02 (dois) cargos de Assessor Técnico da Presidência; c) 01 (um) cargo de Assessor de Controle Interno; d) 01 (um) cargo de Assessor Jurídico; e) 01 (um) cargo de Gerente de Gestão de Bens, Direitos e Ati-

vos; f) 01 (um) cargo de Gerente de Pessoal e Financeiro; g) 01 (um) cargo de Gerente de Planejamento, Orçamento e

Contabilidade; h) 01 (um) cargo de Pregoeiro; i) 01 (um) cargo de Assistente Técnico; j) 03 (três) cargos de Assistente Administrativo; k) 01 (um) cargo de Recepcionista; l) 01 (um) cargo de Auxiliar de Serviços Gerais. IV - no âmbito da Companhia Mato-grossense de Gás - MT

Gás: a) 05 (cinco) cargos de Assessor Especial I, nível DGA-2; b) 01 (um) cargo de Diretor, nível DGA-3; c) 02 (dois) cargos de Assessor Técnico II, nível DGA-5; d) 04 (quatro) cargos de Assessor Técnico III, nível DGA-6; e) (VETADO). e) 08 (oito) cargos de Técnico da Área Instrumental, nível

DGA-10. (Promulgação - D.O. 12.01.16) V - no âmbito da Companhia Mato-grossense de Mineração -

METAMAT: a) 03 (três) cargos de Assessor Técnico II, nível DGA-5; b) 04 (quatro) cargos de Assessor Técnico III, nível DGA-6; c) 07 (sete) cargos de Assistente Técnico I, nível DGA-8; d) 08 (oito) cargos de Gerente II, nível DGA-8; e) 14 (quatorze) cargos de Assistente Técnico II, nível DGA-9. VI - no âmbito da Agência de Fomento do Estado de Mato

Grosso S.A. - MT FOMENTO: a) 02 (dois) cargos de Assessor Técnico; b) 02 (dois) cargos de Superintendente; c) 01 (um) cargo de Assessor de Controle Interno; d) 05 (cinco) cargos de Gerente; e) 07 (sete) cargos de Chefe de Divisão. VII - no âmbito do Central de Abastecimento do Estado de

Mato Grosso - CEASA: a) 01 (um) cargo de Diretor; b) 01 (um) cargo de Assessor Jurídico; c) 01 (um) cargo de Chefe de Departamento de Engenharia; d) 01 (um) cargo de Assessor de Comunicação; e) 01 (um) cargo de Coordenador de Recursos Humanos; f) 01 (um) cargo de Coordenador de Administração e Finanças; g) 01 (um) cargo de Contador; h) 01 (um) cargo de Secretária Executiva;i) 01 (um) cargo de Técnico Administrativo; j) 01 (um) cargo de Técnico Contábil. Parágrafo único Ficam criados os seguintes cargos em comis-

são nas empresas estatais da Administração Pública Estadual, a se-rem confirmados por ato normativo interno da entidade:

I - no âmbito da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assis-tência e Extensão Rural - EMPAER/MT, 05 (cinco) cargos de Ge-rente, nível DAC-7.

II - no âmbito da Companhia Mato-grossense de Gás - MT Gás, 03 (três) cargos de Assessor Técnico I, nível DGA-4.

CAPÍTULO VDAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 46 Fica extinta a Loteria do Estado de Mato Grosso - LE-MAT, autarquia criada pela Lei nº 363 de 1953.

Art. 47 Ficam extintos os órgãos da Administração Pública Direta não previstos nos Arts. 7º e 21 desta lei, sendo suas com-petências, programas, ações e atividades absorvidas pelos órgãos integrantes da Governadoria do Estado e pelas Secretarias de Es-tado criadas nesta Lei Complementar, conforme as áreas de suas competências específicas.

§ 1º As obrigações e responsabilidades ainda não liquidadas da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo FIFA 2014 - SE-COPA, criada pela Lei Complementar nº 434, de 30 de setembro de 2011, ficam transferidas para a Secretaria de Estado das Cidades.

§ 2º Os órgãos que absorverem, por qualquer meio, competên-cia de outros órgãos, sucede-os e se sub-rogam em seus direitos, encargos e obrigações, assim como nas respectivas dotações orça-mentárias e extraorçamentárias.

§ 3º Os servidores de carreira dos órgãos desmembrados se-rão redistribuídos e remanejados para os órgãos vigentes, mediante decreto editado pelo Chefe do Poder Executivo, respeitado o esta-belecido no Estatuto do Servidor Público, nas legislações das res-pectivas leis de carreira e nas demais legislações de interesse geral de pessoal.

§ 4º Os conselhos atualmente existentes vinculados a órgãos da Administração Pública Direta serão remanejados para atender às competências específicas de cada órgão, salvo se forem extintos por ato normativo próprio.

Art. 48 Os remanejamentos e transformações de estrutura in-terna nos órgãos e entidades deverão ser regulamentados mediante Decreto de estrutura organizacional.

Parágrafo único Após publicação dos decretos que regula-mentam as estruturas organizacionais, serão cadastrados nos siste-mas informatizados oficiais do Poder Executivo as unidades admi-nistrativas, os cargos em comissão e as funções de confiança.

Art. 49 Fica o Chefe do Poder Executivo autorizado, mediante decretos regulamentares, a executar os atos necessários à imple-mentação da reforma prevista nesta lei complementar, propiciando o desmembramento, a fusão, a incorporação e a reestruturação in-terna de órgãos e entidades estaduais, mediante alteração de deno-minação, bem como o remanejamento de servidores de acordo com a legislação pertinente, e a transferência orçamentária para outros órgãos, desde que não implique aumento de despesas nem criação ou extinção de cargos e órgãos públicos.

Parágrafo único Enquanto não expedidos os atos necessários ao fiel cumprimento desta lei complementar, fica assegurada a apli-cação, no que não forem incompatíveis, das disposições dos de-cretos regulamentares em vigor que disciplinam as atividades dos órgãos e entidades do Poder Executivo do Estado, especialmente dos respectivos regimentos internos.

Art. 50 Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 51 Revogam-se a Lei nº 4.087, de 11 de julho de 1979; a Lei Complementar nº 14, de 16 de janeiro de 1992; a Lei Com-plementar nº 21, de 16 de outubro de 1992; os arts. 1º ao 5º da Lei Complementar nº 36, de 11 de outubro de 1995; a Lei Complemen-tar nº 37, de 17 de novembro de 1995; a Lei nº 7.011, de 03 de junho de 1998; a Lei Complementar nº 53, de 23 de dezembro de 1998; a Lei Complementar nº 64, de 08 de outubro de 1999; a Lei nº 7.296,

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Didatismo e Conhecimento 105

LEGISLAÇÃO BÁSICA

de 14 de julho de 2000; a Lei Complementar nº 69, de 15 de se-tembro de 2000; a Lei Complementar nº 93, de 27 de novembro de 2001; os arts. 1º e 2º da Lei nº 7.573, de 18 de dezembro de 2001; o art. 8º da Lei Complementar nº 126, de 11 de julho de 2003; os arts. 1º, 2º, 17, 18, 19 e 20 da Lei Complementar nº 132, de 22 de julho de 2003; a Lei Complementar nº 138, de 05 de novembro de 2003; o art. 45 da Lei Complementar nº 140, de 16 de dezembro de 2003; a Lei Complementar nº 151, de 08 de janeiro de 2004; os arts. 1º ao 3º e os arts. 17 ao 20 da Lei Complementar nº 164, de 30 de março de 2004; os arts. 1º ao 25 da Lei Complementar nº 214, de 23 de junho de 2005; a Lei Complementar nº 220, de 29 de se-tembro de 2005; os arts. 1º, 2º, 3º, 4º e 6º da Lei nº 8.373, de 11 de outubro de 2005; a Lei Complementar nº 238, de 28 de dezembro de 2005; os arts. 10, 11 e 13 da Lei Complementar nº 264, de 28 de dezembro de 2006; os arts. 2º ao 5º da Lei Complementar nº 300, de 10 de janeiro de 2008; os arts. 1º ao 6º da Lei Complementar nº 310, de 10 de março de 2008; os arts. 3º, 4º, 6º, 8º, 9º e 11 da Lei Complementar nº 383, de 19 de janeiro de 2010; a Lei nº 9.332, de 31 de março de 2010; a Lei Complementar nº 397, de 18 de maio de 2010; a Lei Complementar nº 413, de 20 de dezembro de 2010; os arts. 1º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º da Lei Complementar nº 427, de 12 de julho de 2011; os arts. 1º e 2º da Lei Complementar nº 428, de 21 de julho de 2011; a Lei Complementar nº 495, de 03 de maio de 2013; os arts. 8º e 10 e os Anexos I e III da Lei Complementar nº 506, de 11 de setembro de 2011; e a Lei Complementar nº 522, de 30 de dezembro de 2013.

Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 20 de maio de 2015. as) JOSÉ PEDRO GONÇALVES TAQUES Governador do Estado

ANEXO IAdministração Pública Estadual

I - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA A. GOVERNADORIA: 1. Casa Civil 2. Casa Militar 3. Gabinete de Articulação e Desenvolvimento Regional; 4. Gabinete de Comunicação; 5. Gabinete de Governo; 6. Gabinete de Assuntos Estratégicos; 7. Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção; 8. Gabinete da Vice-Governadoria; 9. Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social; 10. Controladoria-Geral do Estado; 11. Conselho de Governo; 12. Procuradoria-Geral do Estado. B. SECRETARIAS DE ESTADO: 1. Secretaria de Estado de Agricultura e Assuntos Fundiários

- SEAF; 2. Secretaria de Estado de Cidades - SECID; 3. Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação -

SECITECI; 4. Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer - SECEL; 5. Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico - SE-

DEC; 6. Secretaria de Estado de Educação - SEDUC; 7. Secretaria de Estado de Fazenda- SEFAZ; 8. Secretaria de Estado de Gestão - SEGES;

9. Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística - SIN-FRA;

10. Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos - SE-JUDH;

11. Secretaria de Estado de Meio Ambiente - SEMA; 12. Secretaria de Estado de Planejamento - SEPLAN; 13. Secretaria de Estado de Saúde - SES; 14. Secretaria de Estado de Segurança Pública; 15. Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social -

SETAS. II - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA A. AUTARQUIAS: 1. Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado -

MATO GROSSO SAÚDE; 2. Mato Grosso Previdência - MTPREV; 3. Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso - INTER-

MAT; 4. Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso - INDEA/

MT; 5. Junta Comercial do Estado de Mato Grosso - JUCEMAT; 6. Instituto de Pesos e Medidas de Mato Grosso - IPEM/MT; 7. Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN/MT; 8. Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos De-

legados - AGER; 9. Agência de Desenvolvimento Metropolitano da Região do

Vale do Rio Cuiabá - AGEM/VRC.B. FUNDAÇÕES PÚBLICAS: 1. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso

- FAPEMAT; 2. Fundação Universidade do Estado de Mato Grosso - UNE-

MAT; 3. Fundação Nova Chance - FUNAC. C. SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA: 1. MT Participações e Projetos S.A- MT-PAR; 2. Companhia Mato-grossense de Mineração - METAMAT; 3. Companhia Mato-grossense de Gás - MT Gás; 4. Agência de Fomento do Estado de Mato Grosso S.A - MT

FOMENTO; 5. Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso -

SANEMAT, em liquidação; 6. Central de Abastecimento do Estado de Mato Grosso -

CEASA/MT. D. EMPRESAS PÚBLICAS: 1. Centro de Processamento de Dados do Estado de Mato

Grosso - CEPROMAT; 2. Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Exten-

são Rural - EMPAER.

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Didatismo e Conhecimento 106

LEGISLAÇÃO BÁSICA

ANEXO IICARGOS EM COMISSÃO DA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA DIRETA

CARGO-SÍMBOLO QUANTIDADE DGA-1 24 DGA-2 116 DGA-3 40 DGA-4 447 DGA-5 206 DGA-6 714 DGA-7 34 DGA-8 851 DGA-9 131 DGA-10 205 TOTAL 2.768

LEI COMPLEMENTAR 80/2000

LEI COMPLEMENTAR Nº 80, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2000 – D.O. 14.12.00.

Dispõe sobre os critérios de avaliação de desempenho dos servidores públicos civis do Estado.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO, tendo em vista o que dispõe o Art. 45 da Constituição Estadual, sanciona a seguinte lei complementar:

Art. 1º Para os servidores públicos estaduais que ingressaram no serviço público estadual a partir de 05 de junho de 1998, data da publicação da Emenda Constitucional nº 19, o período do estágio probatório é de 36 (trinta e seis) meses.

Art. 2º A avaliação de desempenho dos servidores públicos civis será anual, mediante a observância dos seguintes fatores:

I - assiduidade; II - qualidade do trabalho; III - produtividade no trabalho; IV - conhecimento do trabalho; V - pontualidade; VI - iniciativa; VII - presteza; VIII - criatividade; IX - administração do tempo; X - eficiência; XI - responsabilidade; XII - cooperação; XIII - idoneidade moral; XIV - uso adequado dos equipamentos de serviço e material

de expediente; e XV - saúde.

§ 1º Os critérios adotados têm caráter irrevogável, não caben-do ao avaliado suscitar dúvidas de qualquer espécie.

§ 2º Os critérios e requisitos para a avaliação dos fatores enu-merados no art. 2º da presente lei complementar serão baixados através de Instrução Normativa, obedecida a especificidade do cargo, pelos respectivos órgãos de lotação, em conjunto com a Se-cretaria de Estado de Administração.

Art. 3º O sistema de avaliação a que se refere o artigo anterior receberá os seguintes conceitos para cada critério:

I - excelente; II - muito bom; III - bom; IV - regular; e V - insatisfatório. § 1º Os conceitos dispostos neste artigo receberão a escala de

pontuação com as seguintes notas atribuídas: I - excelente - 100; II - muito bom - 90 e 80; III - bom - 70 e 60; IV - regular - 50 e 40; e V - insatisfatório - zero.§ 2º Será declarado inapto o servidor cuja avaliação total, con-

siderados todos os critérios de julgamento, obtenha as seguintes pontuações:

a) 03 (três) conceitos insatisfatórios; b) nota igual ou inferior a 60% (sessenta por cento) da pontua-

ção máxima admitida. Art. 4º A avaliação de desempenho será realizada por uma

Comissão, composta por 03 (três) membros, todos com nível de escolaridade não inferior ao do servidor a ser avaliado, sendo um o seu Chefe imediato e os demais lotados no órgão a que esteja vinculado.

§ 1º A Comissão elaborará um relatório fundamentado sobre a sua conclusão, recomendando ou não a sua aprovação à autoridade superior.

§ 2º A avaliação deverá ser homologada pela autoridade supe-rior do órgão, dela dando-se ciência ao interessado.

§ 3º Os membros da Comissão de Avaliação de Desempenho deverão exercer suas funções com impessoalidade e imparcialida-de, observando rigorosamente os critérios e fatores estabelecidos nos arts. 2º e 3º desta lei complementar.

§ 4º Responderá administrativa, civil e penalmente, nas comi-nações legais, o membro e o superior do Órgão que agir diferente das normas estabelecidas no parágrafo anterior.

Art. 5º O servidor não aprovado no estágio probatório, a con-tar da data de sua ciência, terá o prazo de 10 (dez) dias para apre-sentar a sua defesa.

§ 1º A apresentação da defesa será por escrito, com juntada de documentos comprobatórios.

§ 2º A autoridade superior do órgão, a partir do recebimento da defesa, terá o prazo de 10 (dez) dias para apor a sua conclusão.

Art. 6º O servidor não aprovado, quando apurada a sua inap-tidão para o exercício do cargo, será exonerado.

Art. 7º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em Comissão, no órgão ou enti-dade de sua lotação.

§ 1º Não será permitida a cessão, requisição ou disposição de servidor em estágio probatório, para ter exercício em outro órgão ou Poder, diferente de sua lotação.

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Didatismo e Conhecimento 107

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 2º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas licenças e afastamentos previstos no art. 103 da Lei Complementar nº 04, de 15 de outubro de 1990.

§ 3º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos no parágrafo anterior, reiniciando a sua contagem no retorno do servidor às suas atividades.

Art. 8º Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 9º Revogam-se as disposições em contrário. Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 14 de dezembro de 2000. as) DANTE MARTINS DE OLIVEIRA Governador do Estado

LEI COMPLEMENTAR 112/2002

LEI COMPLEMENTAR N° 112, DE 1º DE JULHO DE 2002 - D.O. 1º.07.02.

Institui o Código de Ética Funcional do Servidor Público Civil do Estado de Mato Grosso.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO, tendo em vista o que dispõe o Art. 45 da Constituição Estadual, sanciona a seguinte lei complementar:

CAPÍTULO ISeção I

Das Regras Deontológicas

Art. 1º Esta lei complementar institui o Código de Ética Fun-cional do Servidor Público Civil do Estado de Mato Grosso.

Art. 2º O exercício de cargo efetivo ou em comissão, emprego público ou função de confiança exige conduta compatível com os preceitos deste Código e com os demais princípios da moral indi-vidual, social e funcional, em especial com os seguintes:

I - a dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o ser-vidor público, seja no exercício de cargo, emprego ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio Poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos estaduais;

II - o servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconvenien-te, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no artigo 37, caput, e § 4º, da Constituição Federal;

III - a moralidade da Administração Pública Estadual não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo;

IV - a remuneração do servidor público é custeada pelos tribu-tos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade adminis-trativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade;

V - o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio;

VI - a função pública integra-se na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional;

VII - salvo os casos de investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública Estadual, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos ter-mos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão compro-metimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar;

VIII - toda pessoa tem direito à verdade. O servidor público não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública Esta-dual. O Estado de Mato Grosso não pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão, ou da mentira, que sempre aniquila a dignidade humana;

IX - a cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público estadual caracterizam o esforço pela disciplina;

X - tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral;

XI - causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado de Mato Grosso, mas a todos os homens de boa vontade que dedi-caram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los;

XII - deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permi-tindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atra-so na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente dano moral aos usuários dos serviços públicos estaduais;

XIII - o servidor público deve prestar toda a sua atenção às or-dens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cum-primento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos er-ros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública;

XIV - toda ausência injustificada do servidor público de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público es-tadual, o que quase sempre conduz à desordem nas relações hu-manas;

XV - o servidor público que trabalha em harmonia com a es-trutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concida-dão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua ati-vidade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento do Estado de Mato Grosso.

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Didatismo e Conhecimento 108

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Seção IIDos Deveres Fundamentais do Servidor Público

Art. 3º Para fins de apuração do comprometimento ético, en-tende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer ór-gão ou entidade do Poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as so-ciedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado de Mato Grosso.

Art. 4º São deveres fundamentais do servidor público: I - desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo efetivo ou

em comissão, emprego público ou função de confiança de que seja titular;

II - exercer suas atribuições, com rapidez, perfeição e rendi-mento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situa-ções procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qual-quer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;

III - ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri-dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;

IV - jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;

V - tratar cuidadosamente os usuários dos serviços públicos estaduais, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;

VI - ter consciência de que seu trabalho é regido por princí-pios éticos que se materializam na adequada prestação dos servi-ços públicos estaduais;

VII - ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários dos serviços públicos estaduais, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

VIII - ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estru-tura em que se funda o Poder estatal;

IX - resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;

X - zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;

XI - ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa-mente em todo o sistema;

XII - comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual-quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as provi-dências cabíveis;

XIII - manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distri-buição;

XIV - participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;

XV - apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;

XVI - manter-se atualizado com as instruções e normas de ser-viço, bem como com a legislação pertinente ao órgão ou entidade onde exerce suas funções;

XVII - cumprir, de acordo com as normas do serviço e as ins-truções superiores, as tarefas de seu cargo, emprego ou função, tanto quanto possível com critério, segurança e rapidez, mantendo sempre em boa ordem;

XVIII - facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito;

XIX - exercer, com estrita moderação, as prerrogativas fun-cionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contraria-mente aos legítimos interesses dos usuários dos serviços públicos estaduais e dos jurisdicionados administrativos;

XX - abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, po-der ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;

XXI - divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética Funcional, estimulando o seu integral cumprimento.

Seção IIIDas Vedações ao Servidor Público

Art. 5º É vedado ao servidor público: I - o uso do cargo, emprego ou função, bem como facilidades,

amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favo-recimento, para si ou para outrem;

II - prejudicar deliberadamente a reputação de outros servido-res públicos ou de cidadãos que deles dependam;

III - ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

IV - usar de artifícios para procrastinar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;

V - deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;

VI - permitir que perseguições, simpatias, antipatias, capri-chos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público ou com colegas hierarquicamente superiores ou in-feriores;

VII - pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pes-soa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor público para o mesmo fim;

VIII - alterar ou deturpar o teor de documentos que deva enca-minhar para providências;

IX - iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos estaduais;

X - desviar servidor público para atendimento a interesse par-ticular;

XI - retirar da repartição pública, sem estar legalmente auto-rizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimô-nio público estadual;

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

XII - fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbi-to de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

XIII - apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele;XIV - dar o seu concurso a qualquer instituição que atente con-

tra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; XV - exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome

a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO IIDAS COMISSÕES DE ÉTICA

Art. 6º Em todos os órgãos e entidades do Poder Executivo, bem assim nos Poderes Legislativo e Judiciário do Estado de Mato Grosso, deverá ser criada, através de portaria do respectivo Secre-tário de Estado ou do dirigente máximo da entidade ou Poder, uma Comissão de Ética, integrada por 03 (três) servidores públicos efe-tivos e respectivos suplentes, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética funcional do servidor público, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público estadual, competindo-lhe co-nhecer concretamente de atos susceptíveis de advertência ou cen-sura ética.

Parágrafo único A portaria a que se refere o caput deverá ser publicada no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso, com a indi-cação dos nomes dos membros titulares e dos respectivos suplentes.

Art. 7º À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organis-mos encarregados da execução do quadro de carreira, os registros sobre a conduta ética dos servidores públicos, para o efeito de ins-truir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimen-tos próprios da carreira do servidor público.

Art. 8º O processo de apuração de prática de ato em desrespei-to ao preceituado neste Código será instaurado pela Comissão de Ética, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada formulada por autoridade, servidor público, qualquer cidadão que se identifi-que ou quaisquer entidades associativas regularmente constituídas.

§ 1º O servidor público será oficiado para manifestar-se no pra-zo de 05 (cinco) dias.

§ 2º Os interessados, bem como a Comissão de Ética, de ofício, poderão produzir provas documental e testemunhal.

§ 3º A Comissão de Ética poderá promover as diligências que considerar necessárias.

§ 4º Concluídas as diligências mencionadas no parágrafo an-terior, a Comissão de Ética oficiará o servidor público para nova manifestação, no prazo de 03 (três) dias.

§ 5º Se a Comissão de Ética concluir que o servidor público praticou ato em desrespeito ao preceituado neste Código, adotará uma das cominações previstas no artigo posterior, com comunica-ção da decisão ao faltoso e ao seu superior hierárquico.

Art. 9º A violação das normas estipuladas neste Código acar-retará as seguintes cominações:

I - advertência, aplicável aos servidores públicos no exercício do cargo efetivo ou em comissão, emprego público ou função de confiança;

II - censura ética, aplicável aos servidores públicos que já tive-rem deixado o cargo efetivo ou em comissão, emprego público ou função de confiança.

Parágrafo único A cominação aplicada será transcrita na fi-cha funcional do faltoso, por um período de 05 (cinco) anos, para todos os efeitos legais, em especial para o disposto no art. 6º deste Código.

Art. 10 Sempre que a conduta do servidor público ou sua re-incidência ensejar a imposição de penalidade, deverá a Comissão de Ética encaminhar a sua decisão à autoridade competente para instaurar o processo administrativo disciplinar, nos termos do Es-tatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Mato Grosso e, cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por exercício profissional, o servidor público esteja inscrito, para as providên-cias disciplinares cabíveis. O retardamento dos procedimentos aqui prescritos implicará comprometimento ético da própria Co-missão, cabendo à autoridade acima citada o seu conhecimento e providências.

Art. 11 As decisões da Comissão de Ética, na análise de qual-quer fato ou ato submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos in-teressados, divulgadas no próprio órgão ou entidade, bem como remetidas às demais Comissões de Ética, criadas com o fito de formação da consciência ética na prestação de serviços públicos estaduais.

Parágrafo único Todo o expediente deverá ser remetido à Se-cretaria de Estado de Administração, por translado, em se tratando de servidor do Poder Executivo.

Art. 12 A Comissão de Ética não poderá se eximir de fun-damentar o julgamento da falta ética do servidor publico ou do prestador de serviços contratado, alegando a falta de previsão nes-te Código, cabendo-lhe recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios éticos e morais conhecidos em outras profissões.

Art. 13 Em cada órgão e entidade do Poder Executivo, bem como nos Poderes Legislativo e Judiciário do Estado de Mato Grosso, em que qualquer cidadão houver de tomar posse ou ser investido em função pública, deverá ser prestado, perante a res-pectiva Comissão de Ética, um compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas por este Código de Ética Funcional e de todos os princípios éticos e morais estabelecidas pela tradição e pelos bons costumes.

Art. 14 Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 15 Revogam-se as disposições em contrário.

Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 1º de julho de 2002.

as) JOSÉ ROGÉRIO SALLESGovernador do Estado

LEI COMPLEMENTAR 389/2010

LEI COMPLEMENTAR Nº 389, DE 31 DE MARÇO DE 2010 - D.O.31.03.10.

Reestrutura a Carreira dos Profissionais do Sistema Peni-tenciário, e dá outras providências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO, tendo em vista o que dispõe o Art. 45 da Cons-tituição Estadual aprova e o Governador do Estado sanciona a se-guinte lei complementar:

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Didatismo e Conhecimento 110

LEGISLAÇÃO BÁSICA

CAPÍTULO IDA REESTRUTURAÇÃO

Art. 1º Esta lei complementar reestrutura a Carreira dos Ser-vidores do Sistema Penitenciário tendo por finalidade organizá-la e estabelecer as normas sobre o regime jurídico de seu pessoal, in-cluindo qualificação profissional, habilitação para ingresso, regime de remuneração e estruturação dos cargos pertencentes à Carreira.

Art. 2º Para os efeitos desta lei complementar considera-se: I - Carreira: o conjunto de cargos de provimento efetivo agru-

pados, segundo sua natureza e complexidade, estruturados em Classe e Nível, escalonados em função do grau de responsabilida-de e das atribuições a serem desempenhadas;

II - Cargo: é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional, que devem ser cometidas a um servidor;

III - Classe: é a posição do servidor na tabela de subsídios, es-calonado na Horizontal, com requisitos de capacitação, formação e mesma natureza, complexidade, atribuições e responsabilidades;

IV - Nível: é a posição do servidor na tabela de subsídios, escalonado na Vertical consoante os critérios temporal e avaliação de desempenho.

Parágrafo único Os ocupantes dos cargos da carreira do Sis-tema Penitenciário são lotados na Secretaria de Justiça e Seguran-ça Pública, com exercício nos Estabelecimentos Penitenciários do Sistema Penitenciário de Mato Grosso.

Art. 3º Os cargos de Profissional de Nível Superior do Sis-tema Prisional, Agente Prisional do Sistema Prisional, Assistente do Sistema Prisional e Auxiliar do Sistema Prisional, passam a ser denominados, respectivamente, de Profissional de Nível Superior do Sistema Penitenciário, Agente Penitenciário do Sistema Peni-tenciário, Assistente do Sistema Penitenciário e Auxiliar do Siste-ma Penitenciário.

Art. 4º Para os efeitos desta lei complementar entende-se por Servidores Penitenciários o conjunto de ocupantes de cargos efeti-vos e os estáveis no Serviço Público Estadual, que desempenham atividades de formulação, coordenação, organização, supervisão, avaliação, custódia, vigilância, guarda, escolta e execução das ações e serviços nas Unidades Penais, que compõem o Sistema Penitenciário do Estado de Mato Grosso, em conformidade com os perfis profissionais e ocupacionais atribuídos a cada cargo.

Art. 5º A Carreira dos Profissionais do Sistema Penitenciário será única, abrangente, multiprofissional e desenvolver-se-á dentro dos padrões que integram todas as áreas de atuação necessárias ao Sistema Penitenciário.

CAPÍTULO IIDA CONSTITUIÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL

Art. 6º O Quadro de Pessoal do Sistema Penitenciário de Mato Grosso constitui-se de servidores efetivos e os estabilizados no serviço público pelo Art. 19 do Ato das Disposições Constitu-cionais Transitórias da Constituição Federal, que integram e com-põem a carreira, conforme perfil profissiográfico, constante nos Anexos II a V.

Parágrafo único O quantitativo atual de cargos existentes consta do Anexo I, desta lei complementar.

Art. 7º Os cargos de provimento efetivo da Carreira dos Pro-fissionais do Sistema Penitenciário do Estado de Mato Grosso se-rão organizados e observarão notadamente:

I - a natureza das atividades desenvolvidas pelos Servidores Penitenciários e aos objetivos da Política de Justiça e Segurança Pública do Estado de Mato Grosso respeitando a habilitação exigi-da para ingresso no cargo, vinculada diretamente ao seu perfil pro-fissional e ocupacional e a correspondente qualificação do servidor;

II - valorização do tempo integral e da dedicação exclusiva ao serviço; (*Revogado pela Lei Complementar nº 457, de 22 de de-zembro de 2011).

III - aperfeiçoamento profissional e ocupacional mediante pro-gramas de educação/capacitação continuada, formação de especia-listas e treinamento em serviço;

IV - prioritariamente, o provimento dos cargos em comissão do Quadro de Pessoal do Sistema Penitenciário deverão ser ocupados por profissionais de carreira, com base em preceitos legais, critérios técnicos e experiência na área de atuação;

V - as especificidades do exercício profissional decorrente de responsabilidades e riscos eminentes, oriundos do contato intenso e contínuo com os usuários, portadores de patologias infecto-con-tagiosas;

VI - adoção de sistema de movimentação funcional na carreira moldado no planejamento e na missão institucional, no desenvolvi-mento organizacional do Sistema Penitenciário de Mato Grosso, na motivação e na valorização destes profissionais;

VII - garantia da oferta contínua de programas de capacitação voltados para o desenvolvimento e fortalecimento gerencial do Sis-tema Penitenciário;

VIII - avaliação do desempenho funcional mediante critérios que incorporem os aspectos da missão e dos valores institucionais do Sistema Penitenciário e a qualidade dos serviços prestados;

IX - garantia de liberdade de organização no local de trabalho, de expressão de suas opiniões, de ideias, de crenças e de convicções político-ideológicas, filiação em associações e entidades sindicais;

X - garantia de condições adequadas no ambiente de trabalho, que proporcione o melhor desempenho da função.

CAPÍTULO IIIDOS CARGOS E SUAS ATRIBUIÇÕES

Art. 8° As atribuições dos cargos que integram a carreira dos Profissionais do Sistema Penitenciário são, dentre outras, as seguin-tes:

I - Profissional de Nível Superior do Sistema Penitenciário: atendimento psicológico, social, odontológico, médico, de enfer-magem, nutricional e pedagógico ao custodiado, terapia ocupacio-nal, análise jurídica, análise de sistemas, administração de material e serviços, administração financeira, administração hospitalar, or-ganização e métodos, modernização, inspeção e controle, execução de projetos e programas, análise estatística e agronomia.

II - Assistente do Sistema Penitenciário: secretariado, digita-ção, arquivo, protocolo, manutenção de dados, datilografia, progra-mação, eletrotécnica, mecânica, técnicas agrícolas, atendimento e acompanhamento do custodiado nos tratamentos nas áreas clínica e odontológica, orientação e prevenção de doenças infectoconta-giosas, preservação dos materiais e equipamentos da unidade de saúde, administração de medicação conforme prescrição médica, supervisão da medicação dos programas básicos de saúde, coleta de materiais para realização de exames e apoio aos trabalhos técnicos.

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Didatismo e Conhecimento 111

LEGISLAÇÃO BÁSICA

III - Agente Penitenciário do Sistema Penitenciário: as atribui-ções deste cargo se dividem em:

a) Setor de Segurança: 1. atendimento; 2. orientação; 3. assistência; 4. disciplina; 5. vigilância; 6. segurança interna; 7. guarda; 8. custódia; 9. escolta; 10. operar sistema de comunicação; 11. conduzir veículos; 12. realizar revista nos segregados, nas celas, nos pátios e de-

pendências afins; 13. prestar segurança aos diversos profissionais que fazem

atendimentos especializados às pessoas custodiadas. b) Setor de Operações Especiais: 1. vigilância interna e externa, inclusive nas muralhas e guari-

tas dos estabelecimentos penais; 2. realizar revista pessoal, na entrada dos apenados; 3. realizar revista pessoal nos visitantes, quando necessário; 4. operar sistema de comunicação; 5. conduzir veículos; 6. realizar escolta armada em cumprimento às requisições das

autoridades competentes; 7. realizar escolta armada, nos apoios, a atendimento interno,

hospitalar e saídas autorizadas; 8. realizar escolta armada nas transferências entre estabele-

cimentos penais, intermunicipais, interestaduais e internacionais; 9. prestar assistência em situações de emergência, tais como:

fugas, motins, incêndios, rebeliões e outras assemelhadas; 10. realizar diligências, junto às polícias, objetivando a recap-

tura de foragidos dos estabelecimentos. IV - Auxiliar do Sistema Penitenciário: Limpeza, Conserva-

ção, Manutenção, Transporte, Cozinha, Recepção e Telefonia. § 1º As atividades de guarda, escolta e operações especiais

serão desempenhadas por Agentes Penitenciários do Sistema Peni-tenciário devidamente selecionados por meio de processo seletivo interno.

§ 2º O Poder Executivo regulamentará, no prazo de 60 (ses-senta) dias a contar da data da publicação da presente lei comple-mentar, a estrutura funcional, o processo seletivo e os detalhamen-to das atribuições.

CAPÍTULO IVDOS REQUISITOS E FORMAS DE PROGRESSÃO NA

CARREIRASeção I

Dos requisitos para progressão

Art. 9º A Carreira dos Profissionais do Sistema Penitenciário estrutura-se na linha horizontal, em classes representadas por le-tras maiúsculas, em conformidade com a respectiva habilitação, titulação, capacitação e aperfeiçoamento:

I - Profissional de Nível Superior do Sistema Penitenciário: a) Classe A: habilitação em Nível Superior, com registro nos

respectivos Conselhos de Classe; b) Classe B: 01(um) título de pós-graduação lato sensu;

c) Classe C: requisito da classe B mais um título de pós-gra-duação lato sensu, ou requisito da classe B mais 360 (trezentas e sessenta) horas de cursos de aperfeiçoamento, qualificação e/ou capacitação profissional, com fração mínima de 16 horas.

d) Classe D: requisito da classe A mais 01 (uma) habilitação em nível superior ou requisito da classe C mais 02 (dois) títulos de pós-graduação lato sensu, ou um título de mestrado ou doutorado.

II - Assistente do Sistema Penitenciário: a) Classe A: habilitação em Nível Médio Completo; b) Classe B: 200 (duzentas) horas de curso de capacitação e/

ou aperfeiçoamento e/ou qualificação profissional, com fração mí-nima de 16 horas;

c) Classe C: requisito da classe B, mais 200 (duzentas) horas de curso de capacitação e/ou aperfeiçoamento e/ ou qualificação profissional com fração mínima de 16 horas;

d) Classe D: habilitação em Nível Superior. III - Agente Penitenciário do Sistema Penitenciário: a) Classe A-I: habilitação em ensino médio completo; b) Classe A-II: habilitação em ensino médio completo; c) Classe A-III: habilitação em ensino médio completo; d) Classe B: 200 (duzentas) horas de curso de capacitação e/

ou aperfeiçoamento e/ou qualificação profissional, com fração mí-nima de 16 horas;

e) Classe C: requisito da classe B, mais 200 (duzentas) horas de curso de capacitação e/ou aperfeiçoamento e/ ou qualificação profissional com fração mínima de 16 horas;

f) Classe D: habilitação em Nível Superior. IV - Auxiliar do Sistema Penitenciário: a) Classe A: habilitação em Nível Fundamental completo; b) Classe B: 100 (cem) horas de curso de capacitação e/ou

aperfeiçoamento com fração mínima de 16 horas; c) Classe C: critério da classe B, mais Nível Médio completo,

com diploma devidamente reconhecido pelo MEC; d) Classe D: critério da Classe C mais 100 (cem) horas de

curso de capacitação e/ou aperfeiçoamento, com fração mínima de 16 horas.

§ 1º Os Profissionais do Sistema Penitenciário serão submeti-dos a prévio curso de formação/qualificação com carga horária mí-nima de 100 (cem) horas, a ser realizado pela Escola Penitenciária, após posse no cargo.

§ 2o Os cursos de aperfeiçoamento e/ou qualificação e/ou ca-pacitação profissional serão reconhecidos se realizados dentro da área de atuação do servidor ou relacionados com a abrangência do Sistema Penitenciário.

§ 3º A carga horária de cursos de especializações e/ou aperfei-çoamento e/ou qualificação e/ou capacitação profissional contada para posicionamento em uma Classe não será recontada para efeito de nova progressão horizontal.

Art. 10 O sistema de progressão na Carreira dos Servidores do Sistema Penitenciário consiste em:

I - progressão horizontal; II - progressão vertical.

Seção IIDa Progressão Horizontal

Art. 11 A progressão horizontal, em Classe, dar-se-á de uma Classe para outra, imediatamente superior à que o servidor ocupa, mediante comprovação da habilitação e/ou certificação de aperfei-

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Didatismo e Conhecimento 112

LEGISLAÇÃO BÁSICA

çoamento e/ou qualificação e/ou capacitação profissional exigida para a respectiva Classe, observado o cumprimento do intervalo mínimo de 03 (três) anos na Classe A para B, 03 (três) anos da Classe B para C e 05 (cinco) anos da Classe C para D.

Parágrafo único Para o cargo de Agente Penitenciário do Sistema Penitenciário será observado o cumprimento do intervalo mínimo de 01 (um) ano da classe A-I para A-II, 02 (dois) anos da classe A-II para A-III, 03 (três) anos na Classe A-III para B, 03 (três) anos da Classe B para C e 05 (cinco) anos da Classe C para D. (*Revogado pela Lei Complementar nº 457, de 22 de dezembro de 2011).

Seção III Da Progressão Vertical

Art. 12 A progressão vertical, em nível, ocorrerá de um nível para outro subsequente, da mesma Classe, desde que:

I - cumprido o interstício de 03 (três) anos; II - aprovado em processo específico de Avaliação de Desem-

penho Anual.

CAPÍTULO VDO INGRESSO

Art. 13 O ingresso na Carreira dos Profissionais do Sistema Penitenciário obedecerá os seguintes critérios:

I - habilitação específica exigida para o provimento do cargo público;

II - registro profissional expedido por órgão competente, quando assim exigido;

III - ter no mínimo 21 (vinte e um) anos de idade completos, e 50 (cinquenta) anos, no máximo, à data do encerramento das inscrições para o concurso público para o provimento dos cargos.

Art. 14 O ingresso nos cargos de provimento efetivo da Car-reira dos Profissionais do Sistema Penitenciário será através de concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo.

§ 1º Para o preenchimento dos cargos de Profissionais do Sis-tema Penitenciário serão realizadas no mínimo 05 (cinco) fases seguintes, todas de caráter eliminatório:

I - prova objetiva; II - exame de saúde; III - aptidão física; IV - exame psicológico, em acordo com o perfil profissiográ-

fico; V - investigação social. § 2º Fica assegurada à fiscalização, em todas as fases do con-

curso por representantes do sindicato da categoria. Art. 15 Para ingresso no cargo de Agente Penitenciário pode-

rá ser fixado quantitativo de vagas para homens e mulheres tendo em vista as peculiaridades e necessidades das unidades do Sistema Penitenciário.

Art. 16 Ao entrar em exercício o servidor será enquadrado na Classe A, Nível 01 (um) do respectivo cargo da Carreira dos Profissionais do Sistema Penitenciário, de acordo com o perfil e o cargo para o qual foi efetuado o concurso.

CAPÍTULO VIDA JORNADA DE TRABALHO

Art. 17 A jornada de trabalho dos Servidores Penitenciários será de 30 (trinta), 40 (quarenta) e 44 (quarenta e quatro) horas semanais.

§ 1º O Servidor Penitenciário matriculado regularmente em cur-so de nível superior, mediante requerimento, poderá ter sua escala de trabalho alterada para frequentar as aulas com regularidade, sem pre-juízo para o serviço.

§ 2º Diante do requerido, a direção da unidade prisional apresen-tará uma escala de serviço diferenciada a esse Servidor Penitenciário, adequando o cumprimento da carga horária obrigatória e a frequência regular no curso de nível superior.

§ 3º Ao Servidor Penitenciário será fornecida alimentação/refei-ção, correspondente ao desjejum, almoço, jantar e ceia, servida aos profissionais durante o cumprimento do expediente e jornada de tra-balho de 24 horas.

CAPÍTULO VIIDA REMUNERAÇÃO

Art. 18 O sistema remuneratório dos Profissionais do Sistema Penitenciário é o estabelecido por meio de subsídio, fixado em parcela única, vedado o acréscimo de gratificação, abono, prêmio, verba de representação, ou qualquer espécie remuneratória, obedecido o dis-posto no Art. 37, X e XI, da Constituição Federal.

Art. 19 O sistema de remuneração da Carreira dos Profissionais do Sistema Penitenciário estrutura-se através de tabelas de subsídios fixadas em razão da natureza, grau de responsabilidade, complexida-de e requisitos exigidos para ingresso em cada cargo da carreira dos Profissionais do Sistema Penitenciário.

Art. 20 O servidor do Sistema Penitenciário, além do subsídio perceberá:

I - ajuda de custo; II - indenização por insalubridade, consoante legislação per-

tinente; III - adicional por prestação de serviço extraordinário; IV - adicional noturno;

Seção IDa ajuda de custo

Art. 21 A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercí-cio em nova sede, com mudança de domicílio, em caráter permanente.

§ 1° A ajuda de custo, quando devida ao Profissional do Sistema Penitenciário, corresponderá ao valor de 01 (uma) remuneração men-sal do mesmo, não podendo exceder a importância correspondente a 10 (dez) vezes a menor remuneração paga no serviço público estadual.

§ 2° Não terá direito à ajuda de custo o servidor: I - movimentado por interesse próprio; II - movimentado de um Município a outro cuja distância for

igual ou inferior a 30 (trinta) quilômetros.Art. 22 O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo

quando, injustificadamente, não se apresentar no novo local de traba-lho no prazo de 30 (trinta) dias.

Parágrafo único Não haverá obrigação de restituir a ajuda de custo nos casos de exoneração de ofício, ou de retorno por motivo de doença comprovada.

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Didatismo e Conhecimento 113

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Sub-Seção IDo adicional por prestação de serviço extraordinário

Art. 23 Será permitido o serviço extraordinário em situações excepcionais e temporárias, conforme dispõe a Lei Complementar nº 04, de 15 de outubro de 1990.

Art. 24 Fica criado o Banco de Horas ao servidor que ultrapas-sar sua carga horária de trabalho por necessidade do serviço.

§ 1º Será garantida a compensação por meio de folga das horas que ultrapassarem a carga horária do servidor.

§ 2º O Banco de Horas deverá ser regulamentado no prazo má-ximo de 90 (noventa) dias.

Sub-Seção IIIndenização por Trabalho Noturno

Art. 25 O serviço noturno prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 05 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor hora acrescido de mais 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora com 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.

§ 1° Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração àquele aplicada.

§ 2° Cabe a cada estabelecimento penal enviar à unidade de Gestão de Pessoas relação nominal dos servidores que laboraram no período estabelecido no caput.

Sub-Seção IIIDa Contratação de Seguro de Vida

Art. 26 O Governo do Estado de Mato Grosso poderá contem-plar os Profissionais do Sistema Penitenciário com seguro de vida, a ser contratado mediante disponibilidade orçamentária e financeira.

Art. 27 As indenizações não serão incorporadas ao subsídio.

CAPÍTULO VIIIDA POLÍTICA DE GESTÃO DE PESSOAS

Art. 28 A Política de Gestão de Pessoas do Sistema Penitenciá-rio é fundamentada nos princípios e regras consignados no Art. 7º desta lei complementar, terá seu eixo constitutivo consubstanciado num sistema de desenvolvimento dos profissionais do Sistema Peni-tenciário norteando-se pelos seguintes objetivos:

I - promoção obrigatória de política de Gestão de Pessoas vol-tada a saúde mental dos servidores;

II - fortalecimento das ações que visem garantir aos Servidores Penitenciários uma política de desenvolvimento e capacitação pro-fissional;

III - enfoque nos profissionais como sujeito do processo social de construção permanente do Sistema Penitenciário favorecendo o desenvolvimento de suas capacidades/potencialidades e do compro-misso ético e social;

IV - fortalecimento e desenvolvimento gerencial dos profissio-nais do Sistema Penitenciário.

Art. 29 O sistema de desenvolvimento dos profissionais do Sis-tema Penitenciário constituir-se-á dos seguintes programas e forma-ção continuada, organizados pela Escola Penitenciária:

I - Programa de Qualificação aos Servidores Penitenciários; II - Programa de Avaliação de Desempenho Anual; III - Programa de Valorização aos Servidores Penitenciários;

§ 1º A Escola Penitenciária de Mato Grosso dentro de sua competência poderá firmar convênios, protocolos de cooperação ou instrumentos equivalentes com instituições ou órgãos fede-rais, estaduais ou municipais, com o objetivo de viabilizar a execução das ações do Programa de Qualificação Profissional de forma a racionalizar e integrar os recursos disponíveis.

§ 2º Serão observadas no Sistema de Desenvolvimento dos Profissionais do Sistema Penitenciário as Normas Regulamenta-doras relativas a Acidentes e Doenças em Decorrência do Traba-lho, Saúde Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais, do Ministério do Trabalho.

CAPÍTULO IXDO PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

PARA O SISTEMA PENITENCIÁRIO

Art. 30 O Programa de Qualificação e Formação Continua-da, obrigatoriamente será ofertado aos servidores efetivos e aos estáveis, em exercício, nas Unidades Penais.

Art. 31 O Programa de Qualificação Profissional para os Servidores do Sistema Penitenciário será formulado pela Esco-la Penitenciária do Estado de Mato Grosso, em conjunto com uma Comissão representada por Servidores de cada categoria e da respectiva entidade sindical, que será submetido à aprovação do Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública devendo conter, entre outros, os seguintes objetivos:

I - caráter permanente e atualizado da programação de forma a acompanhar a evolução do conhecimento e dos processos ati-nentes ao avanço tecnológico da área penitenciária;

II - universalidade no aspecto do conteúdo técnico-científico e profissional da qualificação, assim como da promoção humana do profissional do Sistema Penitenciário como agente de trans-formação das práticas e modelos assistenciais;

III - ser veículo de sistematização das ações e dos serviços do Sistema Penitenciário inscritos nas políticas nacionais;

IV - ser instrumento de integração dos parceiros de gestão do Sistema Penitenciário, no âmbito federal, estadual e municipal;

V - formação de gerências profissionalizadas para o Sistema Penitenciário;

VI - descobrir valores e potenciais humanos para o desenvol-vimento de novas atribuições necessárias ao desenvolvimento do Sistema Penitenciário;

VII - utilizar metodologias e recursos tecnológicos de ensi-no à distância que viabilizem a qualificação dos profissionais do Sistema Penitenciário em todos os níveis e regiões geográficas do Estado.

§ 1º Constitui parte integrante e indispensável do Programa de Qualificação Profissional para o Sistema Penitenciário a sua avaliação permanente de forma a identificar a eficácia e o im-pacto da sua aplicação na melhoria das práticas e da qualidade dos serviços prestados às mulheres e aos homens, em privação de liberdade.

§ 2º Caberá à Escola Penitenciária, em conjunto com os re-presentantes de cada categoria do Sistema Penitenciário elaborar a programação anual do Programa de Qualificação Profissional para os Servidores Penitenciários, com os seus correspondentes conteúdos de formação e respectivos custos para fins de aprecia-ção e aprovação do Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública.

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Didatismo e Conhecimento 114

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 3º O servidor beneficiado pelo Programa de Qualificação Profissional deverá disponibilizar, no prazo e condições estabe-lecidas em regulamento, as informações e conhecimentos obtidos durante sua participação no Programa de Qualificação ou Pós-Gra-duação, bem como se colocar à disposição da Escola Penitenciária para o repasse dos conhecimentos adquiridos.

CAPÍTULO XDO PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

ANUAL

Art. 32 O Programa de Avaliação de Desempenho Anual, parte integrante do Sistema de Desenvolvimento dos Profissionais Penitenciários é o instrumento de unificação da Política de Gestão de Pessoas do Sistema Penitenciário devendo, na sua concepção, abranger critérios capazes de avaliar, na sua inteireza, a qualidade do trabalho em Penitenciário servindo ainda como retro alimen-tador do Programa de Qualificação para o Sistema Penitenciário.

Art. 33 A elaboração das normas disciplinadoras do Progra-ma de Avaliação de Desempenho consubstanciada em legislação específica observará:

I - o caráter processual, contínuo e anual do Programa de Ava-liação de Desempenho;

II - será feita por comissão específica do Sistema Penitenciá-rio, composta por servidores estáveis, com nível de escolaridade superior ou igual ao servidor avaliado, bem como igual ou superior tempo de serviço;

III - a participação em atividades extra-funcionais, assim consideradas aquelas pertinentes ao exercício de funções/ativida-des de relevância institucional, tais como, execução de projetos, membros de comissões e de grupos de trabalho e instrutor e/ou coordenador de eventos originários do Programa de Qualificação Profissional para o Sistema Penitenciário.

CAPÍTULO XIDO PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DO SERVIDOR

Art. 34 O Sistema Penitenciário poderá instituir e regulamen-tar formas de premiação destinadas ao servidor efetivo, estável ou comissionado, por serviços prestados ao Sistema Penitenciário no âmbito estadual, nos seguintes termos:

I - por desempenho de resultado no exercício das funções, re-conhecido por Gestores e/ou Servidores do Sistema Penitenciário;

II - pela apresentação de projetos, inventos, pesquisas cien-tíficas, publicações, entre outros, que contribuam para o Sistema Penitenciário.

Parágrafo único O prêmio de que trata o caput será regula-mentado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, publicada e arquivada na Ficha Funcional do servidor, bem como ser contado como atividade funcional para o seu aprimoramento profissional, mas não poderá ser representado por moeda corrente.

CAPITULO XIIDO ACÚMULO DE CARGOS

Art. 35 Ressalvados os casos previstos na Constituição Fede-ral, é vedada a acumulação de cargos públicos.

CAPÍTULO XIIIDAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 36 O interstício para a próxima progressão horizontal dos atuais servidores será contado a partir da data do seu último en-quadramento horizontal, respeitado o disposto no Art. 2º da Lei n° 9.318, de 23 de fevereiro de 2010.

Art. 37 O prazo para a próxima progressão vertical dos atuais servidores será contado a partir da data do seu último enquadra-mento vertical.

Art. 38 Para efeito de comprovação de Curso Superior ou Pós-Graduação será considerado Diploma o documento expedido e/ou validado consoante as normas do Ministério da Educação.

Parágrafo único Nos casos em que o Diploma ou Certificado estiverem em fase de expedição ou registro, será considerado o Atestado de Conclusão acompanhado do respectivo Histórico Es-colar.

Art. 39 O servidor que ingressar na carreira dos profissionais do sistema penitenciário, a partir da data de publicação desta lei complementar, terá direito à sua primeira progressão na carreira cumprido o Estágio Probatório.

CAPÍTULO XIVDAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 40 Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosó-fica ou política, nenhum servidor poderá se eximir do cumprimen-to de seus deveres.

Art. 41 É assegurado, ao Servidor Penitenciário, o direito de associação profissional ou sindical.

Art. 42 Os efeitos da presente lei complementar estendem-se aos inativos e pensionistas da Carreira dos Profissionais do Siste-ma Penitenciário, observado o disposto na Constituição Federal.

Art. 43 Os Servidores do Sistema Penitenciário terão direito à Carteira Funcional de Identificação a ser fornecida quando do ingresso na carreira.

§ 1º Na Carteira de Identidade Funcional será impresso o livre porte de arma, em todo território estadual, com a seguinte redação: “O portador tem direito ao porte de arma de fogo, consoante Lei Federal nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003.

§ 2º O porte de arma de fogo será concedido por Ato do Se-cretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, conforme Art. 34, do Decreto Federal nº 5.123, de 1º de julho de 2004, sendo que, para fazer jus ao porte, o Servidor Penitenciário deverá estar apto ao manuseio e apresentar comprovação técnica e psicológica.

§ 3º O Agente Penitenciário que preencher os requisitos do Art. 36, do Decreto nº 5.123/04, reforçado pelo § 2º, do Art. 6º, da Lei Federal nº 11.706, de 19 de junho de 2008, com redação dada pela Lei Federal nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, terá concedido o porte de arma de fogo, de uso permitido, na Carteira de Identidade Funcional, para Defesa Pessoal, consoante § 1º, do Art. 1º, da Portaria nº 478/2007/DG-DPF.

§ 4º O Agente Penitenciário do Setor de Operações Especiais poderá portar arma de fogo de uso restrito, no exercício de suas atividades institucionais regulamentares, do tipo pistola, carabina calibre ponto 40, espingarda calibre 12, fuzil calibre 5.56 e revól-ver calibre 38, após treinamento específico.

§ 5º O Servidor Penitenciário ficará responsável pela conser-vação e manutenção da sua arma de fogo.

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Didatismo e Conhecimento 115

LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 6º A aquisição de armas de fogo, de uso permitido, por parte do Servidor Penitenciário, obedecerá ao disposto no Art. 4º da Lei Federal nº 10.826 de 22 de dezembro de 2003 e no Art. 12, do Decreto Federal nº 5.123, de 1º de julho de 2004, as de uso restrito estão sujeitas aos preceitos do Art. 27, da Lei Federal nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 e Art. 18, do Decreto Federal nº 5.123, de 1º de julho de 2004.

§ 7º A aquisição da munição pelo Servidor Penitenciário, para uso pessoal, ficará condicionada à autorização do Departamento de Polícia Federal e ao limite estabelecido em Portaria do Ministério da Defesa, conforme previsto no Art. 21 e parágrafos, do Decreto Federal nº 5.123/2004, Art. 31 e 32 e parágrafos, da Instrução Nor-mativa nº 23/05/DG/DPF.

§ 8º Não será permitido o porte de arma de fogo no interior de aeronaves devendo o servidor nestas condições entregá-la des-municiada ao Comandante do vôo no momento do embarque e recolhê-la ao término da viagem, conforme preceitua o Art. 48 e incisos, do Decreto Federal nº 5123/2004.

§ 9º O Servidor Penitenciário ao portar arma de fogo, fora do serviço, deverá acautelar-se quanto à segurança e à ostensivida-de, particularmente onde haja aglomeração de pessoas, em virtude de evento de qualquer natureza, a exemplo do interior de igrejas, escolas, cinemas, estádios esportivos, clubes públicos e privados, aeroportos e outros locais assemelhados, disciplinados no Art. 26 e seus parágrafos, do Decreto Federal nº 5.123/2004.

Art. 44 È permitida a cessão de servidores regidos por esta lei complementar, aos órgãos e Poderes do Estado de Mato Grosso, da União e dos Municípios, nas seguintes condições:

I - o ônus da cessão do servidor de que trata o caput deste arti-go será da entidade cessionária, salvo se para exercício de funções inerentes ao Sistema Penitenciário;

II - o Sistema Penitenciário deverá celebrar convênios para cessão e/ou permuta de servidores com unidades federais, muni-cipais e filantrópicas, para a execução de serviços do Sistema Pe-nitenciário;

III - fica vedada a mobilidade do servidor do SisPen/MT quan-do estiver no exercício de cargo comissionado, contratado tem-porariamente, em estágio probatório ou respondendo a Processo Administrativo Ético ou Disciplinar;

IV - o servidor cedido nos termos do caput desta lei com-plementar poderá ficar afastado pelo prazo de 24 (vinte e quatro) meses, prorrogáveis, uma vez, por igual período.

Art. 45 Aplica-se o disposto nesta lei complementar, ao Ser-vidor estabilizado nos termos do Art.19, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988.

Art. 46 O Servidor Penitenciário, quando preso provisoria-mente, por cometer um delito terá direito à prisão em dependência separada e estabelecimento específico, por gênero, em consonân-cia com o Art. 84, § 2º, da Lei Federal nº 7.210, de 29 de julho de 1984.

Art. 47 Fica autorizada a criação da Corregedoria do Sistema Penitenciário.

Art. 48 Após a publicação desta lei complementar, os pro-fissionais Agentes Penitenciários, que forem atuar no Setor de Operações Especiais, passarão por criteriosa seleção para serem capacitados e treinados em conhecimentos e habilidades Técnicos, Físicos e Psicológicos, para assumirem, gradativamente, a escolta, segurança externa e contenção nos estabelecimentos Penitenciá-rios, no prazo máximo de 02 (dois) anos.

Parágrafo único As atribuições referidas no caput são a recep-ção de entrada do detido, segurança ostensiva, interna e externa, em alguns estabelecimentos penitenciários e escolta ostensiva, interna e externa, em Hospitais, Clínicas, Fórum, bem como às escoltas inter-municipais, interestaduais e internacionais.

Art. 49 O Regimento Interno do Sistema Penitenciário será ela-borado por Comissão multidisciplinar composta por representantes da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública e servidores da carreira indicados pelo sindicato da mesma e deverá ser publicado no prazo 180 (cento e oitenta) dias.

Art. 50 Revogam-se as disposições em contrário, em especial os Arts. do 4º ao 8º da Lei n° 8.260, de 28 de dezembro de 2004.

Art. 51 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 31 de março de 2010.

as) SILVAL DA CUNHA BARBOSAGovernador do Estado

LEI COMPLEMENTAR 517/2013.

LEI COMPLEMENTAR Nº 517, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2013 – D.O. 18.12.13.

Dispõe sobre o reajuste salarial dos Profissionais do Sistema Penitenciário do Estado de Mato Grosso, e dá outras providên-cias.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO, tendo em vista o que dispõe o Art. 45 da Constituição Estadual, aprova e o governador do Estado sanciona a seguinte lei complementar:

Art. 1º Esta lei complementar dispõe sobre o reajuste salarial dos servidores do Sistema Penitenciário do Estado de Mato Grosso.

Art. 2º Fica implantado aos servidores da categoria, ativos, apo-sentados e pensionistas, o percentual de 7,5% (sete e meio por cento) sobre o subsídio de janeiro de 2014, a partir de maio de 2014, inde-pendentemente da recomposição salarial a ser concedida a todos os servidores em maio de 2014.

Art. 3º Fica implantado aos membros da categoria, ativos, apo-sentados e pensionistas, o percentual de 7,5% (sete meio por cento) sobre o subsídio de janeiro de 2015, a partir de maio de 2015, inde-pendentemente da recomposição salarial a ser concedida a todos os servidores em maio de 2015.

Art. 4º Fica estabelecido que, a partir do próximo edital de con-curso da carreira, será necessário nível superior completo em qualquer área de formação para se ingressar no cargo de Agente Penitenciário.

Art. 5º Os Assistentes do Sistema Penitenciário, a partir de janei-ro de 2014, passarão a perceber o subsídio em vigor em janeiro para os Agentes Penitenciários do Sistema Penitenciário.

Art. 6º Esta lei complementar entra em vigor na data de sua pu-blicação.

Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 18 de dezembro de 2013.as) SILVAL DA CUNHA BARBOSA

Governador do Estado

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Didatismo e Conhecimento 116

LEGISLAÇÃO BÁSICA

DECRETO 1899 DE 25 DE AGOSTO DE 2013 – TIPIFICA AS FALTAS DISCIPLINARES E SEU PROCEDIMENTO NO ÂMBITO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO ESTADO

DO MATO GROSSO.

DECRETO Nº 1899, DE 26 DE AGOSTO DE 2013

Tipifica as faltas disciplinares de natureza média e leve, regulamenta o procedimento disciplinar, institui a composição do Conselho Disciplinar no âmbito do Sistema Penitenciário do Estado de Mato Grosso e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO, no uso das atribuições que são conferidas pelo artigo 66, inciso III, da Constituição Estadual, e

CONSIDERANDO que a falta disciplinar imputada ao ree-ducando deverá ser apurada mediante regulamento, observando-se o direito de defesa e do contraditório, conforme previsto no art. 59 da Lei federal nº 7.210, de 11 de julho de 1984, que institui a Lei de Execução Penal;

CONSIDERANDO a necessidade de atualização do Regi-mento Interno Padrão dos Estabelecimentos Prisionais do Estado de Mato Grosso, aprovado pelo Decreto nº 5.683, de 13 de de-zembro de 2002, publicado no Diário Oficial do Estado de 13 de dezembro de 2002;

CONSIDERANDO o advento da Lei federal nº 10.792, de 01 de dezembro de 2003, publicada no Diário Oficial da União de 02 de dezembro de 2003, e da Lei federal nº 11.466, de 28 de março de 2007, publicada no Diário Oficial da União de 29 de março de 2007, visando a conformidade dos instrumentos legais estaduais aos ditames da lei federal;

CONSIDERANDO o parágrafo único do artigo 2º da Re-solução nº 12, de 25 de maio de 2011, do Conselho Federal de Psicologia – CFP, referendada pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária – CNPCP;

CONSIDERANDO a necessidade de criação de mecanismos visando garantir a ordem interna dos estabelecimentos penais esta-duais, consistente na disciplina, conforme previsão legal;

CONSIDERANDO a importância de estarem os procedimen-tos adequados à situação e particularidade dos estabelecimentos penais estaduais, garantindo que em todos seja possível a apuração de faltas cometidas por reeducandos;

CONSIDERANDO que a Lei nº 7.210/84 (Lei de Execução Penal) no art. 49, garante que as faltas médias e leves e as sanções serão estabelecidas pela legislação local,

DECRETA:Art. 1º O presente decreto tipifica as condutas praticadas em

faltas leves e médias, institui o procedimento disciplinar, as san-ções disciplinares, prazos de prescrição e reabilitação, entre ou-tros, de aplicação no âmbito dos estabelecimentos penais do Esta-do de Mato Grosso, em consonância com a Lei de Execução Penal (Lei 7210.84).

TÍTULO IDA DISCIPLINA E DAS FALTAS DISCIPLINARES

Capítulo IDa Disciplina

Art. 2º A ordem e a disciplina serão mantidos nos estabeleci-mentos penais estaduais, utilizando se dos meios necessários, ga-rantindo se segurança, organização, respeito, cautela, objetivando o retorno satisfatório do Reeducando à sociedade e a estabilidade das unidades.

Art. 3º Os atos de indisciplina, tipificados como faltas, serão passíveis das seguintes penalidades:

I – advertência verbal; II – repreensão;III – suspensão ou restrição de regalias;IV – suspensão ou restrição de direitos, observadas as condi-

ções previstas no artigo 41, parágrafo único, da Lei nº 7.210/1984;V – isolamento em local adequado;VI – inclusão no regime disciplinar diferenciado.§ 1º Advertência verbal é a punição de caráter educativo,

aplicado às infrações de natureza leve, e se couber as de natureza média.

§ 2º Repreensão é a sanção disciplinar, revestida de maior ri-gor no aspecto educativo, aplicável em casos de infração de natu-reza média, bem como aos reincidentes em falta de natureza leve.

Art. 4º Ás faltas leves e médias, aplicam se às sanções previs-tas nos incisos I, II e III do artigo anterior.

Art. 5º Às faltas graves, aplicam se às sanções previstas nos incisos IV, V e VI do artigo 3º deste Decreto, observando os inci-sos III, IV e V do artigo 53, da Lei federal nº 7.210.1984, Lei de Execução Penal.

§ 1º O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da Exe-cução do processo.

§ 2º O Diretor do estabelecimento penal poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, no interesse da disciplina, da segurança do estabelecimento, do próprio faltoso, e para averiguação do fato.

§ 3º O tempo de isolamento preventivo será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar;

§ 4º A autorização para a inclusão do reeducando em regime disciplinar diferenciado dependerá de requerimento circunstancia-do pelo diretor ao superior hierárquico para adoção de medidas junto ao Juiz da Execução e ao do processo em tratando se de ree-ducando provisório, para os fins da decretação do regime discipli-nar diferenciado ou inclusão preventiva nesse regime se for o caso.

Art. 6º A suspensão e restrição de regalias poderão ser aplica-das isoladas ou cumulativamente, na prática de faltas de qualquer natureza.

Art. 7º Punem se as tentativas com a sanção correspondente a falta consumada.

Art. 8º O reeducando que concorrer para o cometimento da falta disciplinar, incidirá nas mesmas sanções cominadas ao fal-toso.

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Didatismo e Conhecimento 117

LEGISLAÇÃO BÁSICA

Capítulo IIDas Faltas Disciplinares

Art. 9º As faltas disciplinares, segundo sua natureza classifi-cam se em:

I – leves;II – médias; III – graves.

Seção IDas Faltas Disciplinares de Natureza Leve

Art. 10 Considera se falta disciplinar de natureza leve:I – atitude de acinte ou desconsideração perante funcionários

ou visitas; II – emprego de linguagem desrespeitosa;III – apresentar se de forma irreverente diante do Diretor, fun-

cionários, visitantes ou outras pessoas;IV – comunicar se com o reeducando em regime de isolamento

celular ou entregar ao mesmo quais quer objetos sem autorização;V – manusear equipamento de trabalho sem autorização ou

sem conhecimento do encarregado, mesmo a pretexto de reparos ou limpeza;

VI – adentrar em cela ou alojamento alheio, sem autorização; VII – desatenção em sala de aula ou no trabalho;VIII – permutar, penhorar ou dar em garantia objetos de sua

propriedade a outro reeducando ou funcionário;

IX – utilizar se de bens de propriedade do Estado, de forma diversa para a qual recebeu;

X – procrastinar cumprimento de ordem ou recusar o dever de trabalho;

XI – executar, sem autorização o trabalho de outrem;XII – responder por outrem a chamadas regulamentares;XIII – ter posse de papéis, documentos, objetos ou valores não

cedidos e (ou) não autorizados pelo Estabelecimento Penal;XIV – descuidar da higiene pessoal; XV – estar indevidamente trajado;XVI – transitar pelo estabelecimento, manter se em locais não

permitidos ou ausentar se dos locais de presença obrigatória, sem permissão;

XVII – proceder de forma grosseira ou discutir com outro ree-ducando;

XVIII – usar material de serviço para finalidade diversa da qual foi prevista;

XIX – sujar pisos, paredes ou danificar objetos que devam ser conservados;

XX – portar ou manter na cela ou alojamento, material de jo-gos não permitidos;

XXI – remeter correspondência, sem registro regular pelo se-tor competente;

XXII – desobedecer aos horários regulamentares;XXIII – descumprir as prescrições médicas;XXIV – abordar autoridade ou pessoas estranhas ao estabele-

cimento, sem autorização; XXV – lavar ou secar roupa em local não permitido;XXVI – fazer refeições em local e horário não permitido;

XXVII – utilizar se de local impróprio para satisfação das ne-cessidades fisiológicas;

XXVIII – conversar através de janelas, guichê da cela ou de setor de trabalho ou em local não apropriado;

XXIX – descumprir as normas para as visitas sociais ou ín-timas;

XXX – mostrar displicência no cumprimento do sinal conven-cional de recolhimento ou formação.

Seção IIDas Faltas Disciplinares de Natureza Média

Art. 11 Considera se falta disciplinar de natureza média:

I – deixar de acatar determinações superiores;II – dificultar averiguação, ocultando fato ou coisa relaciona-

da com a falta de outrem;III – manter na cela objetos não permitidos;IV – portar material cuja posse seja proibida por portaria inter-

na da direção do estabelecimento;V – desviar ou ocultar objetos de qualquer natureza cuja guar-

da lhe tenha sido confiada;VI – simular doença para eximir se de dever legal ou regula-

mentar, ou para saída fora do estabelecimento

VII – induzir ou instigar alguém a prática de falta disciplinar leve, média ou grave;

VIII – divulgar notícia que possa perturbar a ordem ou a dis-ciplina;

IX – dificultar a vigilância em qualquer dependência do esta-belecimento penal;

X – abandonar o trabalho sem permissão;XI – praticar auto lesão, como ato de rebeldia;XII – praticar ato libidinoso, obsceno ou gesto indecoroso; XIII – causar dano material a coisa alheia;XIV – provocar perturbações como ruídos e vozeirius ou

vaias; XV – perturbar a jornada de trabalho ou a realização de tare-

fas; XVI – perturbar o repouso noturno ou a recreação;XVII – praticar jogo previamente não permitido;XVIII– praticar atos de comércio de qualquer natureza com

companheiros, funcionários, etc.;XIX – inobservar os princípios de higiene pessoal, da cela e

demais dependências do estabelecimento.XX – destruir objetos de uso pessoal, fornecidos pelo estabe-

lecimento penal; XXI – abster se de alimentos, como protesto ou rebeldia;XXII – utilizar se de outrem para transportar correspondência

ou objeto, sem conhecimento da administração XXIII – provocar intriga, discórdia entre funcionários, reedu-

candos ou causar tumulto; XXIV – colocar outro reeducando sob sua submissão;

XXV – utilizar material, ferramentas ou utensílios do estabe-lecimento em proveito próprio ou alheio,

XXVI – desviar material de trabalho, de estudo, de recreação e outros, para local indevido; XXVII – recusar se a deixar a cela, quando determinado, mantendo se em atitude de rebeldia; XXVIII – deixar de frequentar, sem justificativa, as aulas do curso em que esteja matriculado;

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Didatismo e Conhecimento 118

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XXIX – alterar ou fazer uso indevido de documentos ou car-tões de identificação fornecidos pela administração, para transitar no interior do estabelecimento;

XXX – receber, confeccionar, portar, ter em sua guarda, con-sumir, apresentar se embriagado ou concorrer para que exista no local do estabelecimento, indevidamente:

a) bebida alcoólica;b) objetos que possam ser utilizados em fugas;c) drogas de qualquer espécie, quando o fato configurar as cir-

cunstâncias do artigo 28, da Lei Federal nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 “Lei antidrogas”.

XXXI – atrasar, sem justa causa, o retorno ao estabelecimento penal, no caso de saída temporária;

XXXII – deixar de submeter se à sanção disciplinar imposta.

Seção IIIDas Faltas Disciplinares de Natureza Grave

Art. 12 As condutas que configuram faltas graves são tipifi-cadas pela Lei de Execução Penal, em consonância com o Art. 49, da Lei 7.210/84.

Seção IVDas Atenuantes e das Agravantes

Art. 13 São circunstâncias atenuantes, na aplicação das pe-nalidades:

I – primariedade em falta disciplinar; II – natureza e circuns-tância do fato;

III – bons antecedentes penitenciários;IV – imputabilidade relativa atestada por autoridade médica

competente; V – ressarcimento dos danos materiais.Art. 14 São circunstâncias agravantes, na aplicação das pe-

nalidades:I – reincidência em falta disciplinar;II – natureza e circunstância do fato;III – prática de falta disciplinar durante o prazo de reabilitação

de conduta por sanção disciplinar anterior.

Seção VDa Medida Cautelar

Art. 15 O diretor do estabelecimento penal poderá determinar por ato motivado, como medida cautelar, o isolamento do reedu-cando faltoso em falta de natureza grave ou reincidência de falta de natureza média, por período não superior a 10 (dez) dias, ou ainda quando:

I – pesem contra o reeducando informações, devidamente comprovadas, de que estaria preste a cometer infração disciplinar de natureza grave;

II – pesem contra o reeducando, informações devidamente comprovadas, de que estaria ameaçada sua integridade física;

III – a requerimento do reeducando, que expressará a neces-sidade de ser submetido a isolamento cautelar, como medida de segurança pessoal.

Parágrafo único. Nos casos de isolamento a pedido do ree-ducando, deverá ele manifestar se, por escrito, pela continuidade ou não.

TÍTULO IIDO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR, DA SANÇÃO E

DA REABILITAÇÃOCAPÍTULO I

Do Procedimento Disciplinar, da Sanção Disciplinar, da Reconsideração, da Revisão e do Conselho Disciplinar

Seção IDo procedimento disciplinar e da aplicação da sanção

disciplinar

Art. 16 Cometida a infração disciplinar, sempre que possível, o (s) Reeducando (s) será(ão) conduzido (s) ao setor de segurança e disciplina, para registro da ocorrência que conterá nome e ma-trícula dos envolvidos, local e hora da ocorrência, rol de testemu-nhas, a descrição minuciosa dos fatos e outras circunstâncias e, se for o caso, desde já, sua oitiva e das testemunhas.

§ 1º Impossibilitada a apresentação do faltoso ao setor de se-gurança e disciplina, a citada ocorrência deverá ser registrada no livro de Ocorrências Internas do estabelecimento penal, observan-do se o caput deste artigo.

§ 2º Se o fato constituir crime, deverá ser o faltoso conduzi-do, imediatamente, a presença, e (ou) requisitada a diligência, da autoridade policial competente para a formalização da prisão em flagrante, devendo ser isolado o local, se o delito deixar vestígios, para as perícias necessárias.

§ 3º O servidor que tomar conhecimento de falta disciplinar praticada por reeducando deverá levar o ocorrido ao conhecimento do superior imediato, ao qual redigirá comunicado com a descri-ção minuciosa das circunstâncias do fato e dos dados dos envol-vidos (faltoso e testemunhas), no livro de ocorrências interna do estabelecimento penal, devendo tal fato ser levado ao conhecimen-to do Diretor do estabelecimento penal para adoção das medidas cautelares necessárias e, para a instauração no prazo de 3 (três) dias úteis, através de Portaria, o procedimento disciplinar e conse-quentemente sua apuração, e demais providências cabíveis.

§ 4º No interesse da ordem e disciplina ou da apuração do fato, o reeducando poderá ser recolhido, por decisão fundamenta-da do Diretor do estabelecimento penal, em isolamento preventi-vo, por período não superior a 10 (dez) dias, em se tratando de falta disciplinar de natureza grave, em caso de inclusão do faltoso no regime disciplinar diferenciado, o Diretor requererá circunstancia-damente a seu superior hierárquico para adoção de medidas junto ao Juiz da Execução e ao do processo em tratando se de reedu-cando provisório, para os fins da decretação do regime disciplinar diferenciado ou inclusão preventiva nesse regime se for o caso.

§ 5º A decisão que determinar o isolamento preventivo deverá ser comunicado ao Juiz da Execução e ao do processo em tratando se de reeducando provisório, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. Devendo este período preventivo ser computado no caso de futura imposição da sanção disciplinar, observando o disposto no § 3º do artigo 5º deste decreto.

§ 6º O procedimento disciplinar para a apuração da falta será instaurado por meio de portaria do Diretor do estabelecimento pe-nal, tendo como base o fato que lhe tenha sido encaminhado.

§ 7º A portaria inaugural do procedimento disciplinar deverá conter a descrição sucinta dos fatos, citando o tempo, modo, lugar, indicação da falta e demais informações pertinentes, bem como, sempre que possível, a indicação dos seus autores com o nome completo e a respectiva matrícula, e o prazo de 30 (trinta) dias, para a conclusão do procedimento disciplinar;

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Didatismo e Conhecimento 119

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§ 8º A portaria inaugural do procedimento disciplinar e de-mais documentos que a acompanham serão encaminhados ao pre-sidente do Conselho Disciplinar, para as providências pertinentes.

§ 9º Quando não for conhecida a autoria ou não for possí-vel a individualização imediata da conduta faltosa, será instaurada investigação preliminar, vedada a decretação do isolamento pre-ventivo.

§ 10 A investigação preliminar, para a apuração da autoria e materialidade dos fatos, será instaurada por portaria do Diretor do estabelecimento penal, nomeando se um dos servidores membros do Conselho Disciplinar, como responsável pelas investigações, o qual fica impedido de oficiar no mesmo procedimento disciplinar, nomeando se a sua substituição por um dos suplentes, podendo este inquirir servidores e outras pessoas, solicitar as perícias e ou-tras diligências admitidas em direito.

§ 11 O prazo para a conclusão da investigação preliminar será de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período, ocasião em que o encarregado elaborará relatório circunstanciado e o encami-nhará ao Diretor do estabelecimentos penal para instauração de procedimento administrativo ou arquivamento.

Art. 17 É assegurado ao reeducando faltoso o direito à ampla defesa e contraditório, devendo apresentar defesa preliminar a ser apresentada em 03 (três) dias por seu defensor indicado, ou pela Defensoria Pública em caso de haver declaração da não possibili-dade de constituir defensor, após sua citação com fotocópia da por-taria inaugural, seguindo se na ordem no prazo de 05 (cinco) dias, após oferecida a defesa preliminar, a realização de audiência de instrução e julgamento, proceder se á à tomada de declarações dos ofendidos se o tiverem, das testemunhas de acusação e de defesa, o interrogatório do faltoso e, o oferecimento da defesa final oral, a qual será reduzida a termo, e ou ante a complexidade do feito abrir se á vistas ao defensor do faltoso pelo prazo de 03 (três) dias para oferecimento da defesa final.

§ 1º Havendo necessidade, o Conselho Disciplinar poderá proceder a novo interrogatório ou oitiva, de ofício ou a pedido fundamentado da defesa.

§ 2º O não comparecimento do defensor constituído pelo ree-ducando faltoso, independentemente do motivo, a qualquer ato do procedimento não acarretará a suspensão dos trabalhos ou a prorrogação dos prazos, devendo ser nomeado outro defensor para assisti lo naquele ato especifico.

§ 3º Aplicam se às oitivas, interrogatórios, às acareações, às perícias e demais trâmites do procedimento disciplinar, no que couber, os dispositivos, para essa finalidade, estabelecidos no Có-digo de Processo Penal.

§ 4º Na ata de audiência, que deverá ser assinada por todos, serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirmações fundamentais e as informações úteis à apuração dos fatos.

§ 5º Na impossibilidade do encerramento da instrução do pro-cedimento disciplinar no prazo fixado na portaria inaugural, e o caso for de difícil elucidação o presidente do Conselho Disciplinar poderá requerer ao Diretor do estabelecimento penal, o qual terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para deferir ou indeferir fun-damentadamente sua decisão, quanto a prorrogação de prazo para conclusão dos trabalhos e diligências, esta prorrogação dar se á uma única vez por igual prazo (30 dias).

§ 6º Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do proce-dimento, e as demais questões serão decididas no relatório final.

§ 7º Encerradas as fases de instrução e defesa, o Conselho Disciplinar elaborará o relatório final no prazo de 05 (cinco) dias, contados a partir da data da realização da audiência de instrução e julgamento e ou do recebimento da defesa final, se não oferta-da oralmente na audiência de instrução e julgamento, opinando fundamentadamente sobre a aplicação da sanção disciplinar ou a absolvição do reeducando faltoso, e encaminhará em 03 (três) dias os autos a aprecia ção do Diretor do estabelecimento penal.

§ 8º No caso em que reste comprovada autoria de danos capa-zes de ensejar responsabilidade penal ou civil, deverá o presidente do Conselho Disciplinar, em seu relatório, manifestar se conclusi-vamente, propondo o encaminhamento de fotocópia dos autos às autoridades competentes.

§ 9º O Diretor do estabelecimento penal proferirá sua deci-são final no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contadas da data do recebimento do relatório final do Conselho Disciplinar, ou de-terminará novas diligências que entenda indispensáveis ao escla-recimento do fato, a serem realizadas no prazo de 05 (cinco) dias. Na decisão do Diretor do estabelecimento penal sobre qualquer infração disciplinar, deverão constar as seguintes providências:

I – ciência por escrito ao reeducando faltoso e seu defensor do resultado do procedimento disciplinar;

II – registro em ficha disciplinar;III – juntada de cópia do procedimento disciplinar no pron-

tuário do reeducando faltoso;IV – comunicação à autoridade policial competente, quando

a conduta faltosa constituir ilícito penal;V – comunicação acompanhada de fotocópia do procedimen-

to ao Juiz da Execução e ao do processo em tratando se de ree-ducando provisório, da sanção imposta, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, nos casos de falta de natureza grave, decretação e aplicação de isolamento pelo prazo de 30 (trinta) dias e, represen-tará ao Juiz da Execução para os fins do § único do artigo 37 e dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, § 1º, alínea “d” e § 2º, ambos da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, Lei de Execução Penal.

VI – requerimento ao superior hierárquico para adoção de medidas junto ao Juiz da Execução e ao do processo em tratando se de reeducando provisório, para os fins da decretação do regime disciplinar diferenciado ou inclusão preventiva nesse regime se for o caso.

VII – determinar o cumprimento da sanção disciplinar im-posta.

VIII – indicar o servidor ou setor que deverá fazer cumprir a sanção.

Seção IIDa Reconsideração

Art. 18 .O reeducando faltoso poderá solicitar a reconside-ração da decisão, no prazo de 05 (cinco) dias, contados de sua intimação, sem efeito suspensivo, quando surgirem novos fatos, não considerados na decisão.

Parágrafo único. O pedido será dirigido ao Diretor do es-tabelecimento penal, que aplicar a sanção disciplinar, o qual o decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

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Didatismo e Conhecimento 120

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Seção IIIDa Revisão

Art. 19 Poderá ser requerida a revisão do procedimento disci-plinar, a qualquer tempo, quando:

I – a decisão se fundamentar em testemunhos ou documentos comprovadamente falsos;

II – a sanção tiver sido aplicada em desacordo com as normas deste Decreto e da legislação federal.

§ 1º O pedido será dirigido ao Diretor do estabelecimento penal, que aplicou a sanção disciplinar, ou quem o substituir;

§ 2º O pedido deverá ser reduzido a termo, acompanhado de todas as provas, e/ou testemunhas, admitidas em direito;

§ 3º Admitido o requerimento de revisão, o Diretor do es-tabelecimento penal, nomeará dentre os membros e suplentes do Conselho Disciplinar, dois servidores que não tenham oficiado nos autos:

I – os servidores nomeados exercerão a função de presidente e relator do procedimento revisional;

II – o prazo para conclusão do procedimento revisional é de 15 (quinze) dias, renovável por igual prazo, nos quais serão anali-sadas as provas e realizada as oitivas necessárias ao esclarecimen-to dos novos fatos;

III – realizada a análises das provas e oitivas necessárias, abrir se á vistas a defesa, pelo prazo de 03 (três) dias, para oferecimento da defesa final;

III – encerrada a fase de instrução do procedimento revisional e juntado aos autos a defesa final, a Comissão Revisional elaborará o relatório final, reformando ou confirmando a decisão prolatada nos autos do Procedimento Disciplinar;

IV – o relatório final será encaminhado ao Diretor do estabe-lecimento penal, para homologação da decisão da Comissão Revi-sional, no prazo de 05 (cinco) dias;

V – dar se á ciência ao reeducando faltoso e a defesa, da deci-são de homologação do procedimento revisional.

§ 4º Julgada procedente a revisão, serão canceladas as sanções aplicadas, comunicando se ao Juiz da Execução e ao do processo em tratando se de reeducando provisório.

Seção IVDo Conselho Disciplinar

Art. 20 O Conselho Disciplinar é composto por três membros titulares e três suplentes, nomeados no mês de janeiro de cada biê-nio por portaria do Secretário Adjunto de Administração Peniten-ciária, dentre servidores do estabelecimento penal, por indicação do Diretor do estabelecimento penal e referenda pelos respectivos Superintendentes.

§ 1º O Conselho Disciplinar, existente em cada estabelecimen-to penal, é o órgão competente para a apuração das faltas discipli-nares praticadas pelos reeducandos e terá a seguinte composição:

I – presidente;II – primeiro membro; III – segundo membro.§ 2º A presidência do Conselho será exercida por servidor,

preferencialmente com formação jurídica e ou conhecimento na área disciplinar.

§ 3º Não poderão ser nomeados como membros titulares ou suplentes, servidores que estejam respondendo a procedimento ad-ministrativo disciplinar ou criminal.

§ 4º Serão destituídos e substituídos os membros titulares ou suplentes que no curso do mandato venham a responder procedi-mento administrativo disciplinar ou criminal.

§ 5º O mandato dos membros titulares do Conselho e seus suplentes terá a duração de 02 (dois) anos, a partir da nomeação, permitida as reconduções.

§ 6º Na falta, ou impedimento e ou suspeição do membro titular, este será substituído por um dos suplentes:

I – tratando se o impedimento e ou suspeição do presidente do conselho, será este substituído pelo membro apto a oficiar no respectivo procedimento disciplinar;

II – o impedimento e ou suspeição, serão arguido por petição fundamentada pela defesa endereçada ao diretor do estabelecimen-to penal, e (ou) de ofício pelo membro que se declarar impedido ou suspenso;

III – recebida o impedimento e suspeição, o diretor do estabe-lecimento penal terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, para de-ferir ou indeferi las fundamentadamente, indicando um dos mem-bros para presidir o procedimento disciplinar e um dos suplentes para oficiar nos autos;

IV – aplica se aos impedimentos e (ou) suspeição as normas e requisitos do Código de Processo Penal.

§ 7º O presidente do Conselho autuará a portaria e demais documentos que a acompanharem, e juntará fotocópias de peças do prontuário carcerário do reeducando e de interesse para o pro-cedimento disciplinar, além de:

I – nomear um dos membros, para oficiar como secretário no procedimento disciplinar;

II – manter sob a custódia e guarda os autos do procedimento disciplinar e o livro de recebimento e remessa, onde serão registra-dos toda movimentação;

§ 8º Quando necessária a realização de perícias por órgãos externos, estas deverão ser solicitadas pelo presidente do Conselho Disciplinar, por intermédio do Diretor do estabelecimento penal, o qual terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para deferi las ou indeferi las justificadamente.

§ 9º Ao presidente do Conselho Disciplinar compete elaborar o termo de instalação dos trabalhos, deliberando sobre:

I – a designação da data, hora e local das audiências;II – a citação do reeducando faltoso, informando o da acusa-

ção que lhe é imputada e sobre a data e hora de audiências desig-nadas, bem como acerca da necessidade de apresentação defesa prévia e arrolamento de testemunhas no prazo de 03 (três) dias a contar da sua ciência;

III – a intimação do defensor do reeducando faltoso, cientifi-cando o sobre a data e hora designadas para as audiências e que poderá apresentar defesa prévia e arrolar testemunhas no prazo de 03 (três) dias a contar de sua ciência, responsabilizando se pela apresentação das testemunhas de defesa independente de intima-ção pelo Conselho Disciplinar;

IV – a intimação das testemunhas de acusação; V – a requisição de perícias, quando for o caso.§ 10 Na impossibilidade de citação do reeducando faltoso por

motivo de força maior, ocorrerá o sobrestamento do procedimento até a sua recaptura, em caso se fuga, devendo ser informado o Juí-zo competente no prazo de 03 (três) dias;

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

§ 11 Na impossibilidade de intimação do defensor, o reedu-cando deverá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas indicar outro, e, no caso de o reeducando não possuir defensor constituído ou não puder constituir, o presi dente do Conselho Disciplinar deverá acionar a Defensoria Pública.

CAPÍTULO IIDa Extinção, da Prescrição, da Classificação da

Conduta e da ReabilitaçãoSeção I

Da Extinção

Art. 21 Extingue se a punibilidade.I – pela morte do reeducando faltoso;II – pela retroatividade de lei ou regulamento que não mais

considera o fato como falta disciplinar; III – pela prescrição.

Seção IIDa Prescrição

Art. 22 A prescrição da pretensão punitiva ocorrerá em:I – 03 (três) anos, para as faltas graves;II – 02 (dois) anos, para as faltas médias; III – 01 (um) ano, para as faltas leves.§ 1º A prescrição começa a correr a partir da data do conhe-

cimento, pela Administração Penal, da prática da infração discipli-nar e de sua autoria.

§ 2º A instauração do procedimento disciplinar interrompe a prescrição.

§ 3º Não corre a prescrição enquanto quem praticou a falta disciplinar estiver foragido.

Art. 23 A prescrição da pretensão executória terá início com a decisão final que impõe a sanção disciplinar, nos mesmos prazos do artigo anterior.

Seção IIIDa Classificação da Conduta

Art. 24 A conduta disciplinar nos estabelecimentos penais es-taduais classifica se em:

I – ótima, quando no prazo mínimo de 02 (dois) anos, não tiver cometido infração disciplinar de natureza grave ou média;

II – boa, quando no prazo mínimo de 01 (um) ano, não tiver cometido infração disciplinar de natureza grave ou média;

III – regular, quando no prazo mínimo de 06 ( seis) meses, não tiver cometido infração disciplinar de natureza leve ou média ;

IV – má, quando for cometida infração de natureza grave ou reincido em falta de natureza média, durante o período de reabi-litação.

Art. 25 Será rebaixado o conceito de conduta do reeducando que sofrer sanção disciplinar, em estabelecimento penal anterior, seja estadual ou federal.

Seção IVDa Reabilitação

Art. 26. O reeducando terá os seguintes prazos para reabili-tação da conduta, a partir do cumprimento da sanção disciplinar:

I – de 06 (seis) meses para as faltas de natureza leve; II – de 01 (um) ano para as faltas de natureza média;III – de 02 (dois) anos para as faltas de natureza grave.

Art. 27 O cometimento da falta disciplinar de qualquer natu-reza, durante o período de reabilitação acarretará a imediata anula-ção do tempo de reabilitação até então cumprido.

Parágrafo único. Com a prática de nova falta disciplinar, exigir se á novo tempo para reabilitação que deverá ser somado ao tempo estabelecido para falta anterior.

TÍTULO IIIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 28 O abuso de poder exercido contra o reeducando ou por este, será punido administrativa mente, sem prejuízo da apuração da responsabilidade civil e penal.

Art. 29 Cada Estabelecimento Penal adotará, atendendo suas peculiaridades e horário próprio, o funcionamento e trabalhos do Conselho Disciplinar.

Art. 30 Ao segundo mês de cada ano, o diretor do estabe-lecimento penal encaminhará a Superintendência respectiva e ao Juízo de Execução Penal da Comarca, relatório circunstanciado das atividades e funcionamento do Conselho Disciplinar, contendo a quantidade de procedimentos disciplinares instaurados, concluí-dos, bem como as sanções aplicadas.

Art. 31 Os membros do Conselho Disciplinar e o Diretor do estabelecimento penal cuidarão para que sejam observados e res-peitados os direitos e deveres dos reeducandos, durante o trâmite processual e na execução das sanções e decisões proferidas por estes, respondendo nos termos da legislação própria, pelos resulta-dos adversos a que derem causa, por ação ou omissão.

Parágrafo único. No exercício de suas funções, os membros do Conselho Disciplinar, não deverão compactuar com os reedu-candos nem praticar atos que possam atentar contra a segurança, ordem ou disciplina, mantendo diálogo com os reeducandos dentro dos limites funcionais.

Art. 32 Em casos de danos ao patrimônio público e ao estabe-lecimento penal, o diretor deverá solicitar a presença da autoridade policial e perícia oficial no local, objetivando avaliar os prejuízos e elucidar as irregularidades, encaminhando os resultados a quem de direito.

Parágrafo único. Cabe ao reeducando ressarcir o Estado pe-los danos causados, ao patrimônio físico e material da unidade.

Art. 33 Aplica se ao disposto neste Decreto, para fatos ocor-ridos no interior dos estabelecimentos penais, no local das saídas autorizadas e durante o percurso das escoltas.

Art. 34 As disposições aplicam se a todos os estabelecimen-tos penais estaduais, esteja o reeducando nos regimes de cumpri-mento de pena fechado, semi aberto ou aberto.

Art. 35 Os casos omissos serão resolvidos pelo Diretor do estabelecimento penal em conjunto com o Presidente do Conselho Disciplinar.

Art. 36 Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.Art. 37 Revogam se as disposições em contrário, em especial

as dos Arts. 49 ao 78, do RegimentoInterno Padrão dos Estabelecimentos Penais do Estado de

Mato Grosso, aprovado pelo Decreto nº 5.638/2002.Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 26 de agosto 2013, 192º da

Independência e 125º da República.

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Didatismo e Conhecimento 122

LEGISLAÇÃO BÁSICA

01) ( TRT – 20º Região – Juiz do Trabalho) A ação civil de improbidade administrativa

A) admite que o juiz designe audiência de conciliação, se esta for de interesse de partes e do Ministério Público.

B) será instruída necessariamente com prova documentada incontestável do ato de improbidade sob pena de indeferimento da inicial.

C) segue o rito sumário ou o rito ordinário, na dependência do valor que for atribuído à causa.

D) pode ser precedida de pedido de sequestro, que será pro-cessado nos termos do Código de Processo Civil.

E) pode ser proposta por pessoa física ou entes dotados de capacidade judiciária como previsto na Constituição da República.

Resposta: D

02) (MPE-SC – Analista – Tecnologia da Informação) As cominações da lei de improbidade administrativa:

A) Não se aplicam ao sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público.

B) Dependem da comprovação de ilícito necessariamente do-loso

C) Não podem ser aplicadas depois de transcorrido o prazo prescricional que é de 10 anos

D) Se aplicam àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade.

E) Em caso de agente público temporário, para serem aplica-das, exigem que o exercício da atividade seja remunerado.

Resposta: D

03 ) ( Pref de Osasco – Agente Fiscal) Em tema de improbi-dade administrativa, afirma-se que:

A) o ato de improbidade é delito relacionado aos crimes con-tra a administração pública e importa a perda da função pública e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei;

B) o ato ímprobo ocasiona, dentre outros, a cassação dos di-reitos políticos, a perda da função pública e a imposição da pena privativa de liberdade, na forma e gradação previstas em lei;

C) a condenação pela prática de ato de improbidade há de ser feita pela autoridade administrativa competente, após regular pro-cesso administrativo disciplinar;

D) o ato de improbidade importa, dentre outros, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei;

E) é imprescindível a observância do contraditório e ampla defesa no processo administrativo que culmina com a condenação por ato de improbidade.

Resposta: D

04) ( UFPR – Psicólogo) Os atos de improbidade adminis-trativa importarão:

A) a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

B) a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pú-blica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, em valor a ser definido de acordo com o prudente arbítrio do juiz, sendo que o ressarcimento do erário suspenderá a ação penal.

C) a exclusão permanente dos direitos políticos, a critério do juiz, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

D) a suspensão dos direitos políticos, a perda da função públi-ca, salvo se servidor público efetivo e estável, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei.

E) a extinção dos direitos políticos e do direito de ocupar função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Resposta: A

05) ( ANS – Ativ. Téc. De Complexidade Intelectual – Ad-ministração) Conforme disposto na Lei de Improbidade Admi-nistrativa:

A) os atos de improbidade só podem ocorrer mediante con-dutas dolosas, inexistindo ato culposo de improbidade adminis-trativa.

B) qualquer pessoa, sem a necessidade de se identificar, pode representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar ato de improbidade.

C) a ação de improbidade administrativa pode ser proposta por qualquer cidadão.

D) é vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade administrativa.

E) a perda da função pública e a suspensão dos direitos polí-ticos se efetivam com a sentença condenatória, mesmo que ainda haja recursos cabíveis.

Resposta: D

06) ( TRT – 1º REGIÃO (RJ) – Juiz do Trabalho Substitu-to) No tocante à improbidade administrativa,

A) são legitimadas para propor ação de improbidade as as-sociações civis, constituídas há pelo menos 1 ano e que incluam, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio pú-blico.

B) o autor da ação de improbidade e o agente público ímprobo podem celebrar termo de ajustamento de conduta, caso em que há a suspensão condicional do processo.

C) os dirigentes das organizações sociais não estão sujeitos às sanções estatuídas na Lei Federal nº 8.429/92, dada a sua natureza de entidade privada.

D) reputa-se agente público, nos termos da Lei Federal no 8.429/92, todo aquele que ocupa cargo, emprego ou função públi-ca, não incluídos nessa categoria os titulares de mandato eletivo, denominados agentes políticos.

E) os sucessores de agente público que cometeu im- probida-de, incorrendo apenas na modalidade atenta- tória aos princípios da Administração Pública, não se sujeitam às cominações da Lei Federal nº 8.429/92.

07) (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário) As sanções previstas pela Lei de Improbidade Administrativa são:

A) ressarcimento integral do dano; perda da função pública; perda dos direitos políticos; pagamento de multa civil; proibição de contratar com o Poder Público; proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios; pena de reclusão de 1 (um) a 6 (seis) anos.

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

B) pagamento de multa civil e multa penal, nos casos de culpa; proibição de contratar com o Poder Público; proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios; perda dos direitos políticos.

C) perda dos direitos políticos; perda de bens e valores acres-cidos ilicitamente ao patrimônio; pagamento de multas civil e penal; proibição de contratar com o Poder Público; proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

D) perda de bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimô-nio; reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos; perda dos direitos políti-cos; ressarcimento integral do dano; proibição de contratar com o Poder Público.

E) perda de bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimô-nio; ressarcimento integral do dano; perda da função pública; sus-pensão dos direitos políticos; pagamento de multa civil; proibição de contratar com o Poder Público; proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

Resposta: E

08) ( MPE-SE – Analista do Ministério Público – Especia-lista Direito) A ação de improbidade administrativa

A) não admite, se proposta pelo Ministério Público, a figura da encampação pela pessoa jurídica de direito público lesada.

B) pode ser rejeitada pelo juiz após oitiva prévia do réu, antes da citação para apresentação de contestação.

C) resultará, se procedente, na aplicação das sanções de perda da função pública, ressarcimento integral do dano e multa civil de até 2 (duas) vezes o valor do dano, seja qual for o ato de improbi-dade cometido.

D) apenas poderá ser proposta após a conclusão de procedi-mento administrativo, instaurado após representação dirigida à autoridade superior do órgão ao qual vinculado o servidor que co-meteu o ato de improbidade.

E) prescinde da intervenção do Ministério Público, seja na qualidade de parte, seja na de fiscal da lei.

Resposta: B

09) ( EPTC – Agente Tributário) De acordo com a Lei nº 12.527/11, é CORRETO afirmar que:

A) Não poderá ser permitido o acesso à informação necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.

B) O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso à informação disponível no prazo de 40 dias.

C) No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa do acesso, deverá o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 15 dias a contar da sua ciência.

D) Negado o acesso à informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Con-troladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de cinco dias se o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado.

Resposta: D

10) ( IPSMI – Procurador) No tocante à Lei no 12.527/11, é correto afirmar:

A) com a edição do ato decisório fica dispensável o acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato administrativo.

B) qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades públicas, devendo o pedido conter os motivos determinantes da solicitação de informações de interesse público.

C) os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha-bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet de dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, pro-jetos e obras de órgãos e entidades, assim como de informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados.

D) a competência prevista para a classificação dos documen-tos como ultrassecreta e secreta não poderá ser delegada pela au-toridade responsável.

E) negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer ao Se-nado Federal que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.

Resposta: C

11) ( CESPE – Técnico em Regulação de Aviação Civil) Julgue os itens seguintes, relativos ao processo administrativo e à Lei de Acesso à Informação.1O princípio da razoabilidade é asse-gurado no processo administrativo por meio da adequação entre meios e fins e da vedação à imposição de obrigações, restrições e sanções superiores àquelas estritamente necessárias ao atendi-mento do interesse público.

() Certo() Errado

Resposta: Certo

12) ( CESPE – Técnico em Regulação de Aviação Civil) Julgue os itens seguintes, relativos ao processo administrativo e à Lei de Acesso à Informação.2O pedido de acesso a informações a órgão público integrante da administração direta por parte de interessado deverá conter identificação do requerente, especifica-ção da informação requerida e identificação dos motivos que a determinam.

() Certo() ErradoResposta: Errado

13) ( CESPE – Técnico em Regulação de Aviação Civil) Julgue os itens seguintes, relativos ao processo administrativo e à Lei de Acesso à Informação.3Ao administrado é vedado conhecer das decisões proferidas em processo administrativo em que tenha a condição de mero interessado.

() Certo() ErradoResposta: Errado 14) ( TJ- SC – Juiz Federal Substituto) Vigora no Brasil,

disciplinando o direito constitucional de acesso à informação, a Lei no 12.527/11. É ideia ESTRANHA ao regime dessa lei a

A. criação, pelo acesso à informação classificada como sigi-losa, da obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.

B. possibilidade de que qualquer interessado possa apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades competen-tes, devendo o pedido conter a identificação do requerente, a es-pecificação da informação requerida e os motivos determinantes da solicitação de informações de interesse público.

C. inclusão, no sentido de acesso à informação, do direito de obter informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado.

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D. observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção.

E. classificação da informação sigilosa, em regra geral, se-gundo os seguintes critérios: ultrassecreta − 25 anos; secreta − 15 anos; e reservada − 5 anos.

Resposta: B

15) ( ENAP – Técnico de Nível Superior) O direito de acesso à informação é um direito humano fundamental e está vinculado à noção de democracia. Com relação a controle social, a transparên-cia e à Lei de Acesso a Informação, julgue os itens subsequentes. As entidades privadas sem fins lucrativos, dado seu alcance social, estão submetidas à lei em questão, independentemente da fonte de recursos que utilizem para a realização de ações, desde que estas sejam de interesse público.

C. CertoE. Errado

Resposta: Errado

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