legislaÇÃo urbanÍstica, transformaÇÃo e … · ... dos tipos, e da morfologia urbana, para a...
TRANSCRIPT
LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA, TRANSFORMAÇÃO E FORMAÇÃO DA PAISAGEM URBANA: um recorte na cidade de Juiz de Fora, Minas
Gerais.
JUNQUEIRA, TAÍS DE CÁSSIA; MACHADO, ERNANI SIMPLÍCIO
1. Universidade Federal de Juiz de Fora. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Endereço Postal: Rua José Lourenço Kelmer, s/n, Campus Universitário Bairro São Pedro. CEP: 36036-900 – Juiz de Fora, MG.
E-mail: [email protected]
2. Universidade Federal de Juiz de Fora. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Departamento de Projeto, Representação e Tecnologia
Endereço Postal: Rua José Lourenço Kelmer, s/n, Campus Universitário Bairro São Pedro. CEP: 36036-900 – Juiz de Fora, MG.
E-mail: [email protected]
RESUMO
Este artigo tem por objetivo o levantamento e estudo das posturas municipais e da legislação urbanística ligadas ao processo de formação e desenvolvimento da paisagem urbana por meio do instrumento de pesquisa Tipologia-Morfológica, ou seja, uma análise da paisagem que associa o instrumento de pesquisa da tipologia ao da morfologia. Focalizando na ocorrência de homogeneidade da paisagem devido aos padrões de ocupação urbana, onde se negligencia o pré-existente e induz a formação de tipologias de tecidos e de tipologias edilícias. Inicialmente discorre-se sobre os conceitos de: morfologia urbana, forma urbana, espaço, paisagem urbana, tipologia e paisagem cultural segundo os principais teóricos e por meio de revisões bibliográficas. Para finalizar é apresentada uma análise da paisagem urbana num recorte da região central da cidade de Juiz de Fora, localizada na Zona da Mata Mineira, onde atualmente ocorre um processo de adensamento e especulação imobiliária, modificando a paisagem em um período curto de tempo, tornando questionáveis aspectos sobre a participação da legislação urbanística no seu processo de formação. A paisagem entendida como um conceito vivo e em construção reconhece a cultura arquitetônica atual? Poderíamos afirmar que a legislação está induzindo a formação de uma paisagem ilustrativa do poderio econômico e político na formação das cidades atuais negligenciando e/ou impedindo sua relação física com os elementos culturais? E de que forma o ambiente e a paisagem é assimilada pelos seus indivíduos? A legislação pode induzir uma crise de formação de paisagem cultural na cidade contemporânea?
Palavras-chave: Legislação, Morfologia, Tipologia, Paisagem, Cultural.
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
1. Introdução
Antes de adentrarmos na análise urbana da paisagem e na discussão aqui proposta,
entende-se que trata-se de um conjunto de elementos complexos e que se correlacionam,
como os fatores culturais e econômicos, tipos, evolução ao longo dos anos, entre outros.
Portanto buscou-se a ferramenta de pesquisa Tipo-Morfológica da Escola Italiana, que
possibilita a análise tipológica, dos tipos, e da morfologia urbana, para a análise no recorte.
Busca-se uma leitura técnica desta paisagem urbana, pois mesmo somente com a inocência
dos olhos ela tem se demonstrado frágil e fragmentada. Compreender quais os seus aspectos
visíveis e invisíveis. Sabe-se que a sua conformação em parte é decorrente da permissão
e/ou impulso da legislação urbanística, portanto a análise tipológica faz referência a lei de uso
e ocupação do solo do município incidente no recorte urbano em estudo.
Para não restringirmos somente a ferramenta de pesquisa, procurou-se abarcar alguns
conceitos relacionados com a formação e transformação da paisagem urbana, dos teóricos
Cullen (1983), Lynch (1960), Cozen (1960), Argan (1963), Correa (1989) e Lamas (1992)
referentes à Escola de Morfologia Inglesa, e conceitos da Escola Italiana de Morfologia
Urbana, considerados pertinentes para a discussão.
2. Paisagem urbana, espaço e paisagem cultural.
A paisagem urbana pode ser definida como a arte de relacionamento, o emaranhado de
edifícios, ruas e espaços que constituem o ambiente urbano. E este conjunto de elementos
edificados nos provoca, segundo Cullen (1983) impactos de ordem emocional. Para estruturar
esse conceito de paisagem, o autor recorre a três aspectos; o primeiro é a ótica, que é a visão
serial propriamente dita, e é formada por percepções sequenciais dos espaços urbanos,
primeiro se avista uma rua, em seguida se entra em um pátio, que sugere um novo ponto de
vista de um monumento e assim por diante. O segundo fator é o local, que diz respeito às
reações do sujeito com relação a sua posição no espaço, vulgarmente denominado sentido de
localização, “estou aqui fora”, e posteriormente, “vou entrar em um novo espaço”, e
finalmente, “estou cá, dentro”; esse aspecto refere-se às sensações provocadas pelos
espaços; abertos, fechados, altos, baixos etc. O terceiro aspecto, o de conteúdo, se relaciona
com a construção da cidade, cores, texturas, escalas, estilos que caracterizam edifícios e
setores da malha urbana.
Pioneiro na abordagem da percepção ambiental, o urbanista Kevin Lynch, discorre a cidade
sendo uma construção no espaço em grande escala, perceptível apenas no decurso de
longos períodos de tempo, recorrendo à percepção de cada indivíduo da cidade e como esta
imagem se estrutura. Lynch (1960) identificou que os elementos que as pessoas utilizam para
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
estruturar sua imagem da cidade podem ser agrupados em cinco grandes tipos: vias (ou
caminhos), limites, bairros, pontos nodais e marcos. Além disso apresenta conceitos
relacionados à legibilidade, ou seja, a facilidade com que cada uma das partes da cidade pode
ser reconhecida e organizada em um padrão coerente, oferecendo segurança e possibilitando
uma experiência urbana mais intensa, uma vez que a cidade explore seu potencial visual e
expresse toda a sua complexidade. Também apresenta o conceito de imageabilidade, que
traduz como a qualidade de um objeto físico evocar uma imagem forte em qualquer
observador. Refere-se à forma, cor ou arranjo que facilitam a formação de imagens mentais
de um ambiente fortemente identificadas, poderosamente estruturadas e altamente úteis,
relacionada com a legibilidade. Segundo Lynch (1960), a percepção ambiental pode ser
analisada segundo três componentes: estrutura (a imagem da cidade deve incluir o padrão
espacial ou a relação do objeto com o observador e com os outros objetos), identidade (a
identificação de um objeto implica na sua distinção em relação a outras coisas, seu
reconhecimento como uma entidade separada) e significado (o objeto deve ter algum
significado para o observador, seja prático ou emocional, e que isso está intimamente ligado à
sua identidade e seu papel dentro de uma estrutura mais ampla).
Lynch (1960) e Cullen (1983) trazem os estudos de paisagem relacionando a estrutura física
da paisagem com a percepção e relação subjetiva do observador. A paisagem urbana está
sempre em processo de mudanças, onde por muitas vezes nos causa estranhamento, quando
por exemplo, ocorre a substituição de uma edificação da rua que estamos acostumados a
passar todos os dias. Este processo está intimamente ligado a formação do espaço urbano.
Segundo Correa (1989), o espaço da cidade capitalista é fragmentado e articulado, pois
apresenta-se como um conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si; áreas
residenciais, comerciais, etc., e cada uma dessas partes mantém relações com as demais
com intensidades variáveis. Nas cidades capitalistas principalmente o espaço é desigual. E
por ser reflexo social, ele é mutável e também condicionante da sociedade, através de obras
fixadas pelo homem, as formas espaciais, desempenham na reprodução das condições de
produção e das relações de produção. Lugar onde vivem diversas classes sociais, envolvendo
o cotidiano e o futuro próximo, crenças, valores, que algumas vezes são projetados nas
formas espaciais monumentos, igrejas, rua especial, entre outros. Portanto as mudanças
sociais demandam funções urbanas, que se materializam nas formas espaciais e possui
ações complexas de agentes que articulam este espaço, derivando da dinâmica de
acumulação de capital, das necessidades mutáveis de reprodução das relações de produção,
e dos conflitos de classe. Correa ainda cita quais são estes agentes, sendo os; proprietários
de meio de produção, proprietários fundiários, promotores imobiliários, o Estado e os grupos
sociais excluídos. A ação de cada um desses agentes se faz dentro de um marco jurídico que
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
regula a ação deles, este marco não é neutro refletindo o interesse dominante de um desses
agentes, de forma estratégica esta ação varia no tempo e no espaço.
É importante ressaltar que intenção deste artigo não é discutir a ação destes agentes, mas
apresentar como se dá a formação do espaço urbano, e consequentemente as
transformações paisagísticas. Neste trabalho pontuamos a legislação incidente na área de
análise, por possivelmente estar refletindo o interesse de um destes agentes, repercutindo em
uma transformação do espaço desenfreada, desconsiderando a importância e a capacidade
de ação social da paisagem urbana. Ação social, por meio de seus elementos, produz
afetividade na população, memória, referências espaciais, entre outros sentimentos e
percepções do homem com o seu ambiente construído, ou seja, a relação com a paisagem
urbana é que confere se uma cidade é ou não humanizada. E quando é permitida que esta
relação se acentue, demonstrando a singularidade do lugar, podemos considerar como a arte
humana de habitar, de assentar e de conviver em equilíbrio com todos os seus interesses. E a
formação de uma paisagem cultural demonstra esta singularidade. Segundo a definição da
Unesco, paisagens culturais representam;
(...) o trabalho combinado da natureza e do homem designado no Artigo I da Convenção. Elas são ilustrativas da evolução da sociedade e dos assentamentos humanos ao longo do tempo, sob a influência das determinantes físicas e/ou oportunidades apresentadas por seu ambiente natural e das sucessivas forças sociais, econômicas e culturais, tanto internas, quanto externas. Elas deveriam ser selecionadas com base tanto em seu extraordinário valor universal e sua representatividade em termos de região geocultural claramente definida, quanto por sua capacidade de ilustrar os elementos culturais essenciais e distintos daquelas regiões (UNESCO, 1999, apud RODRIGUES, 2015, p.52).
Portanto, busca-se entender como a paisagem tem se apresentado para a sociedade de
maneira geral, e se ela representa o lugar que ela ocupa, a população que abriga e a cultura
arquitetônica. Dessa forma procuramos os conceitos de morfologia urbana, descritos na
próxima seção.
2.1 Morfologia urbana; forma urbana e tipologia.
Lamas (1992) define a forma urbana como aspecto da realidade, ou modo como se organizam
os elementos morfológicos que constituem e definem o espaço urbano, relativamente a
materialização dos aspectos de organização funcional (relaciona-se com as atividades
humanas habitar, instruir-se, tratar-se, trabalhar, etc.), quantitativa (densidades, superfícies,
fluxos, coeficientes volumétricos, etc.), dos aspectos qualitativos (relaciona-se com o
tratamento dos espaços ao conforto e a comodidade do utilizador, no meio urbano pode ser
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
características como estado da pavimentação, adaptação ao clima, acessibilidade, etc.) e
figurativos (relaciona-se essencialmente com a comunicação estética).
A forma depende do contexto, podendo englobar critérios funcionais como econômicos,
tecnológicos, estéticos e jurídico administrativos, que é o nosso caso nos atentando na
relação entre o parcelamento do solo e as formas urbanas, a variação do contexto ao longo da
história originou diferentes propostas de desenho urbano mesmo com elementos
morfológicos idênticos a rua, a praça, etc. Assim, “[...] a forma urbana deve constituir uma
solução para o conjunto de problemas que o planejamento urbanístico pretende organizar e
controlar’’. (LAMAS, 1992, p.48)
Dentre estes critérios citados podemos considerar a função como um fator influenciador no
critério jurídico administrativo, mais especificamente a legislação urbana, pois,
[...] a organização funcionalista das cidades anulou as considerações morfológicas. As relações quantitativas e distributivas, o zoneamento e a atribuição de uma função exclusiva a cada parcela do território tornaram-se métodos universais do urbanismo, produzindo cidades monótonas e pouco estimulantes – eventualmente com tudo arrumado no seu lugar, mas sem lugar para a surpresa, a complexidade e a emoção.
As teorias funcionalistas encontraram no urbanismo um campo de aplicação facilitado. Para tal, muito contribuiu o simplismo das técnicas de zoneamento, reduzindo a organização da cidade a uma distribuição lógica de zonas com programas específicos, facilitando a realização de edifícios, de preferência monofuncionais, repetitivos, fáceis de projetar e executar. (Lamas, 1992, p.53).
Lamas (1992) aponta e conceitua escalas para a análise da forma na dimensão urbana: da
rua, do bairro e da cidade, e os elementos morfológicos e sua estruturação nestas diferentes
escalas como partes da forma urbana, sendo; o solo (pavimento), o lote, o quarteirão, a
fachada, o logradouro, o traçado da rua, a praça, o monumento, a arvore e a vegetação, o
mobiliário urbano e os edifícios como elemento mínimo, pois deles que e constituído o espaço
urbano e organizam os diferentes espaços identificáveis e com forma própria, como a rua , a
praça entre outros. O autor ainda cita que a tipologia edificada e a forma urbana possuem uma
relação dialética, a forma urbana é determinada pela tipologia edificada que por sua vez e
condicionadora da tipologia.
Ressalta-se que a tipologia para Lamas é entendida como foi conceituada por Quatremére de
Quincy e Durand. Segundo Pereira (2008), Quatremère de Quincy em 1825, procura definir
tipo distinguindo do modelo,
[...] respondendo pela etimologia, Tipo, do grego typos (τυπος), significa
“matriz, impressão, molde, figura em relevo ou em baixo-relevo” e distingue-se de modelo, do latim modellum, trasladado às artes através do italiano modello, que implica uma “cópia literal” e possui demasiadas conotações empíricas, físicas e miméticas. O tipo é a ideia por trás da
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
aparência individual do edifício, uma forma ideal, geradora de infinitas possibilidades, da qual muitos edifícios dissimilares podem derivar. Distingue-se do modelo, objeto específico que pode ser copiado identicamente. “A palavra tipo apresenta menos a imagem de uma coisa a copiar ou imitar por completo que a ideia de um elemento que devia ele mesmo servir de regra ao modelo.” (PEREIRA, 2008, p.66)
Para Giulio Carlo Argan (1962), em Uma Nova agenda para Arquitetura, retoma o conceito de
Quincy considera;
A criação de um ‘‘tipo’’ depende da existência de uma série de construções que tenham entre si uma evidente analogia formal e funcional. Em outras palavras, quando um ‘‘tipo’’ é definido pela prática ou pela teoria da arquitetura, ele já existia na realidade como resposta a um complexo de demandas ideológicas, religiosas ou práticas ligadas a uma determinada situação histórica em qualquer cultura. (NESBITT, 2006, apud ARGAN, 1962, p.269).
Costa e Netto (2015) descrevem a definição do conceito de consciência espontânea pela
escola italiana de morfologia urbana, sendo caracterizado como conhecimento coletivo
intrínseco a determinado povo em um dado momento e cultura, é caracterizado como modelo,
que por sua vez inconscientemente disponibilizado pela herança cultural, denomina-se tipo.
Tanto Argan e a escola Italiana de Morfologia Urbana caracteriza o tipo advindo de uma
demanda social, em um determinado momento. Portanto o estudo dos tipos arquitetônicos do
espaço urbano pode não somente apresentar os principais tipos representantes da produção
e cultura arquitetônica local, mas quais os fatores deste contexto que induz esta formação,
que associada ao estudo de morfologia urbana possibilitará a compreensão da formação do
espaço urbano e forma urbana e sua relação com a paisagem urbana. Como já apresentado
neste artigo, o espaço urbano é formado e manipulado por diversos agentes, sendo
caracterizado como reflexo social e mutável, e o edifício é um importante elemento
morfológico, sendo desenvolvido os conceitos e estudos tipológicos, e a forma urbana
caracteriza-se como os elementos morfológicos se organizam. A paisagem urbana parece ser
sempre analisada como resultante de todos estes processos sociais e urbanos, porém cabe
pensar, quais os meios possíveis para que a formação da paisagem obtenha participação um
pouco mais equalizada de todos os agentes.
2.2 Morfologia urbana
No livro Fundamentos de Morfologia Urbana, Costa e Netto (2015), apresentam e compara os
conceitos de Morfologia urbana entre as duas principais escolas de morfologia; italiana e
inglesa. Onde Morfologia Urbana e sintetizada pelos autores como o estudo da forma,
considerando-a um produto físico das ações da sociedade sobre o meio, que vão edificando-o
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
ao longo do tempo. E um dos principais aspectos que são contemplados em uma análise
morfológica são as edificações e sua implantação no solo urbano, pois, decorrido de uma
ação social, que traz consigo uma determinada intenção, refletem as demandas da sociedade
e são materializados no traçado urbano, por meio de normas estabelecidas pelos órgãos
públicos e às vezes pelos incorporadores privados.
Com base nos estudos de em um dos principais representantes da escola inglesa M. R. G.
Conzen, Costa e Netto (2015) apresentam alguns conceitos referentes à paisagem urbana.
Um deles é o de historicidade, onde ocorre a incidência de diferentes períodos morfológicos,
como acumulação de camadas indicando a quantidade de períodos históricos envolvidos para
a produção da paisagem urbana, indicando acumulação dos elementos formais do período e
revelando a diversidade e a força dos conteúdos sociais e culturais na história da cidade.
Complementar a este há também o conceito de palimpsesto, referindo a dinâmica de
transformação, onde quanto maior o número de camadas maior será a quantidade de
períodos sucessivos que inscreveram suas formas na paisagem urbana. (Costa; Netto, 2015,
p. 64:65)
Já os períodos morfológicos são definidos de acordo com Cozen como;
Parte de processos de transformação cultural continua, no qual a história geral e regional, a história do planejamento urbano, o urbanismo, a arquitetura, a tecnologia, a economia e outros aspectos relevantes da cultura estão todos presentes. (Costa e Netto, 2015, p. 69)
Os autores ainda citam que o lote individual é a escala espacial mais apropriada para a base
de investigação dos processos morfológicos, representando a menor expressão de uma
propriedade indivisa e, portanto, do processo de tomada que dá forma a paisagem urbana. E
que cada região possui três atributos regionais; os históricos-geográficos, os morfológicos e
os funcionais, que formam um sistema de forças interativas, constituem o atributo funcional,
que manifestado materialmente numa forma espacial, constitui o atributo morfológico, a
paisagem urbana. E a sua transformação no tempo demonstra seu atributo
histórico-geográfico. (Costa e Netto, 2015)
2.3 Análise tipo-morfológica.
Na análise tipo-morfológica da escola italiana, utiliza incialmente do elemento isolado; o tipo
edilício, onde o tipo edilício distingue o modelo da edificação mais comum de uma cultura.
Para selecionar a unidade edilícia mais representativa para concentrar a analise, incialmente
deve identificar os edifícios especializados; possuem funções especificas e se diferenciam da
malha urbana da cidade por possuírem características mais complexas e maiores proporções,
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
como a igreja, instituições públicas entre outros. Posteriormente identificar os edifícios
básicos; casas, edifícios multifamiliares e unifamiliares, entre outros, sendo classificados
quanto as suas dimensões de fachadas e distribuição em intervalos que variam em metros.
Em seguida a identificação das séries, referindo ao processo de análise na escala urbana,
conjunto de edifícios que formam uma reduzida silhueta urbana. Depende de uma
interpretação, com objetivo de identificar se um sistema harmonioso na formação do
ambiente, utilizando os conceitos de copresença (correlação espacial), onde é a capacidade
de duas ou mais edificações com períodos e tecnologias diferentes em uma mesma forma
urbana. E derivação (correlação temporal) diz respeito às diferentes origens que permitem as
distinções do tipo básico, condicionados por uma sequência de fatos passados. Os tecidos
urbanos são considerados como as leis e categorias tipológicas existentes no conjunto dos
tipos edilícios com conformação semelhante. E a rota, o meio pelo qual o deslocamento se
efetua, podendo ser contínuas e de ligação entre pontos, as de ligação interurbanas unem
dois polos urbanos. (Costa; Netto, 2015)
3. Análise Tipo-Morfológica; a cidade de Juiz de Fora.
A cidade de Juiz de Fora está localizada na Zona da Mata Mineira (figura 01), possui uma área
de 1.435,749 km² e uma população de 516.247 habitantes (IBGE, 2016).Genericamente a
cidade de Juiz de Fora possui três períodos históricos significativos na sua formação; primeiro
o Caminho Novo, no início do séc. XVIII, era a ligação da região das minas ao Rio de Janeiro,
facilitando o transporte do ouro extraído, onde a Coroa Portuguesa tentava evitar que o ouro
fosse contrabandeado e transportado por outros caminhos, sem o pagamento dos altos
tributos, que incidiam sobre toda extração. O Caminho Novo passava pela Zona da Mata
Mineira e, desta forma, permitiu maior circulação de pessoas.
Ao longo deste caminho foram surgindo postos de registro e fiscalização de ouro, hospedarias
e armazéns, surgindo povoados como o Santo Antônio do Paraibuna, que em 1853 a Vila de
Santo Antônio do Paraibuna é elevada à categoria de cidade e, em 1865, ganha o nome de
cidade do Juiz de Fora. No segundo momento com a expansão cafeeira, início do séc. XIX até
1930, por toda Zona da Mata Mineira, transformou a Vila no principal núcleo urbano da região.
Nela, a produção das fazendas se concentrava para ser transportada e comercializada na
Corte, na cidade do Rio de Janeiro. Além de se constituir em local onde se encontravam os
variados gêneros de subsistência, possuía, também, funções sociais e culturais, como ponto
de encontro das famílias para lazer e diversão. Nesta época é construída a estrada do
Paraibuna, o seu traçado original deu origem a atual e principal, a Av. Rio Branco, que corta a
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
cidade. Portanto a estrada do Paraibuna chega a ser considerada o ponto de partida para
formação do núcleo urbano de Juiz de Fora.
Já o processo de industrialização está atrelado a construção da rodovia União Indústria que
compreende o trecho de Juiz de Fora, Petrópolis e Rio de Janeiro, por iniciativa de Mariano
Procópio Ferreira Lage, com objetivos de encurtar a viagem entre a Corte e a Província de
Minas, destinando-se ao transporte do café. Neste momento, Juiz de Fora recebeu imigrantes
envolvidos neste empreendimento, muitos se estabeleceram na cidade dedicando a diversos
empreendimentos: fábricas, comércios, ao setor agrícola e a mão de obra especializada.
A partir da década de 30 houve uma decadência na indústria da cidade, devido aos fatores de;
crise econômica mundial e cafeeira do brasil, transferência da capital do estado para Belo
Horizonte em 1897, fez com que a cidade perdesse investimentos e influência.
Atualmente a cidade de Juiz de Fora possui os setores de maior desenvolvimento o de
comércio e serviço.
3.1 Análise Tipo-Morfológica; um recorte no bairro Granbery.
O bairro Granbery, situa-se na região central de Juiz de Fora (figura 01). Recebeu este nome
devido à construção no local do Instituto Granbery da Igreja Metodista, um dos mais antigos e
tradicionais colégios da cidade, fundado em 1889. Possui por volta de seis mil habitantes e
predominantemente uso residencial de classe média.
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
Figura 01: Mapa localização bairro Granbery, na malha urbana.
Fonte: Disponível em: [http://www.acessa.com/jfmapas/regioes_centro.php] Acesso em: set/2016.
A análise Tipo-Morfológica focalizou-se na identificação de tipologias, sendo que os critérios
definidores neste recorte conjugam aspectos relativos às fases de ocupação do bairro e os
respectivos padrões edilícios, aos usos existentes e ao padrão de ocupação do lote fazendo
referência a lei, 6908/86, de uso e ocupação do solo do município incidente neste recorte.
Buscamos sintetizar em um mesmo mapa (figura 02) as tipologias identificadas por meio de
cores, sobrepondo ao zoneamento definido pela lei de uso e ocupação do solo. Sendo que no
entorno da rua Sampaio e Av. Rio Branco a lei determina como zona comercial 3,
correspondendo ao modelo M6A, para os usos residenciais, comércio e serviço e institucional.
Sendo possível aos lotes com 450 a 550 metros quadrados, o coeficiente de aproveitamento
máximo de 4.5, do primeiro ao quarto pavimento com 100% de ocupação, até 12 metros de
altura, e demais pavimentos com 50% de ocupação. Ainda dentro do recorte, tem-se uma
zona residencial 2 corredor (ZR2), correspondendo ao modelo M3A, que estipula um
coeficiente de aproveitamento máximo de até 2.8, com 100% de taxa de ocupação até 9.20m
de altura, demais pavimentos com até 65%, para uso residencial e institucional. Tem-se
também M1A para comércio e serviço, com coeficiente igual a 1, com 100% de ocupação até
o terceiro pavimento, com até 9.20 metros de altura, e 65% para os demais pavimentos.
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
Figura 02: Mapa recorte com indicação das tipologias. Esc: 1/2000.
Legenda
Fonte: produzido pelos autores.
Portanto foram sintetizadas seis tipologias no total, sendo a Tipologia 01 com as seguintes
características;
Encontram distribuídas por toda área, em lotes de aproximadamente de 12 a 15
metros de testada, por aproximadamente 30 metros de fundos. Possuem recuos
frontais e laterais. Com até dois pavimentos e com telhado cerâmico, janelas
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
decoradas, com jardins frontais, em clores claras. E possuem usos exclusivamente
residencial.
A Tipologia 02 deriva da tipologia 01, são antigas residências modificadas para uso
comercial. Adquirindo uma estética, com platibandas para esconder o telhado cerâmico,
retirada do jardim frontal, e substituição de esquadrias, mudando toda a conformação do
objeto. Conforme figura 03.
Figura 03: Vista frontal da tipologia 01 a esquerda e tipologia 02 a direita.
Fonte: Google Maps, 2016.
A Tipologia 03, (figura 04) encontra distribuída por toda área, em lotes de aproximadamente
de 15 a 18 metros de testada, por aproximadamente 35 metros de fundos. Não possuem
recuos frontais e laterais, o edifício desenvolve sob a garagem. Com edifícios de 05 a 10
pavimentos em média. As fachadas planas possuem na sua maioria revestimentos em
argamassa com textura e pintadas em clores claras, de uso exclusivamente residencial.
Figura 04: Vista perspectivada da tipologia 03, a direita e esquerda.
Fonte: Google Maps, 2016.
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
A Tipologia 04, (figura 05), também se encontra distribuída por toda área, em lotes de
aproximadamente de 25 a 30 metros de testada, por aproximadamente 35 metros de fundos.
Possuem recuos frontais e laterais na divisa do lote, o edifício desenvolve sob a garagem.
Com edifícios de 15 pavimentos em média. As fachadas possuem sacadas e na sua maioria
revestimentos em granito e uso exclusivamente residencial.
Figura 05: vista frontal da tipologia 04.
Fonte: Google Maps, 2016.
A Tipologia 05 está distribuída por toda área, em lotes de aproximadamente de 25 a 30
metros de testada, por aproximadamente 35 metros de fundos. São edificações com
pavimento de garagem elevada que ocupam 100% da área de projeção dos lotes, sem
afastamentos, o edifício se desenvolve sob a garagem, no centro do lote, com recuos laterais,
frontal e de fundos. Possuem 18 pavimentos em média com uso exclusivamente residencial.
As fachadas possuem sacadas e na sua maioria revestimentos em granito, porcelanato ou
revestimento metálico.
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
Figura 05: vista frontal da tipologia 05.
Fonte: Google Maps, 2016.
Já a Tipologia 06 encontram-se distribuídas na extensão da av. Rio Branco, com comércio no
térreo, garagem elevada que ocupam 100% da área de projeção dos lotes, sem afastamentos,
o edifício se desenvolve sob a garagem, no centro do lote, com recuos laterais, frontal e de
fundos. Possuem 15 pavimentos em média e fachadas planas com cores claras.
Podemos observar pelas características arquitetônicas e de ocupação no lote, que a tipologia
01 são compostas por edificações que antecedem às demais tipologias, correspondendo a um
período anterior. A tipologia 02, que derivam da tipologia 01, corresponde à outra necessidade
de uso, indicando as adaptações no objeto arquitetônico unifamiliar para o uso comercial,
expondo mudanças na caracterização desta área do uso exclusivamente residencial para
predominantemente residencial em edificações multifamiliares. A tipologia 03 demonstra ser
um período de modificação posterior a tipologia 01, seguindo pela tipologia 04. Por fim,
verifica-se que atualmente a tipologia 05 é a que mais provocam transformações, devido ao
seu rápido desenvolvimento pela pressão e especulação imobiliária e a permissibilidade legal.
Além de provocar incompatibilidade com a infraestrutura do espaço, é possível afirmar que
este processo pode acarretar danos a qualidade do espaço, perder a essência do lugar e
comprometer a paisagem urbana.
Indo além, de acordo com Nesbitt, 2006, apud Norberg-Schulz (1984), o nosso mundo da vida
cotidiana consiste em fenômenos concretos, como ruas, portas, flores, animais, entre outros,
mas também de fenômenos menos tangíveis, como os sentimentos. Onde alguns fenômenos
podem compreender outros, como a cidade é feita de casas, formam um ambiente e torna a
paisagem muita complexa. Um termo concreto para ambiente é lugar, onde refere a algo mais
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
do que uma referência abstrata, mas também possuem forma, textura e cor, que em conjunto
determinam uma qualidade ambiental, que é a essência do lugar, consiste em propriedades
diversas, de acordo com as diferentes tradições culturais e as diferentes condições
ambientais, além das características de distribuição espacial e dimensional, onde;
[...] os elementos criados pelo homem são em primeiro lugar, todos os assentamentos de diferentes escalas, das casas às fazendas, das aldeias às cidades, e, em segundo lugar, os caminhos que os conectam, além dos diversos elementos que transformam a natureza em ‘’paisagem cultural’’.
(NESBITT, 2006, apud NORBERG-SCHULZ,1984, p. 448)
Noberg-Schulz (1984) indica que a estrutura do lugar, deveria ser classificada como paisagem
e assentamento e analisada pelas suas categorias de espaço e caráter. Onde o espaço indica
a organização tridimensional e o caráter é determinado pela constituição material e formal do
lugar, sua determinação depende de como as coisas são feitas, determinada pela construção.
As paisagens possuem este caráter, sendo algumas de um tipo especialmente natural; áridas,
férteis, etc. Já a identificação refere da relação da nossa ambiência com uma estrutura
espacial que facilite a orientação e que seja constituída de objetos concretos de identificação,
onde a identidade humana pressupõe a identidade do lugar.
Portanto, é necessário entender como as paisagens urbanas estão sendo constituídas, para
entender qual é o seu caráter, e se ela nos apresenta como meios de identificação, ou como
podemos manter a sua essência em contextos históricos novos, sem impedir a sua dinâmica
de transformação.
Segundo Nascimento e Scifoni (2010), os documentos que regulam e orientam as ações
relacionadas a Paisagem Cultural, pelo IPHAN, conceituam-nas como;
[...] uma porção do território com características peculiares, produto de relações que os grupos sociais estabelecem com a natureza, relações essas que podem aparecer fisicamente, sob a forma de marcas, e/ou por meio de valores que lhe são atribuídos socialmente. O caráter peculiar ou especial, próprio de algum lugar, é o elemento essencial que faz com que uma determinada paisagem possa ser reconhecida como de importância cultural e, portanto, passível de mecanismos públicos de proteção. O peculiar é, assim, o que dá uma identidade, capaz de diferenciá-la num contexto espacial mais amplo. O que lhe confere uma dada identidade pode ser, em um primeiro plano, resultado de marcas inscritas no espaço ou de formas reconhecíveis e delimitáveis, as quais compõem uma unidade orgânica. (Ribeiro, 2007, apud NASCIMENTO e SCIFONI, 2010, p. 31).
Se vivemos uma crise de lugar, onde as estruturas espaciais se generalizam, a arquitetura
torna homogênea, entende-se que vivemos uma crise de produção de paisagens culturais.
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
Considerações finais.
Pela análise dos tipos, poderíamos afirmar que a paisagem no recorte em estudo, ocorre
incidência de diferentes períodos morfológicos. No entanto, devido à intensa modificação de
usos e substituição de tipologias, pode estar forçando a anulação de camadas sem critérios,
tornando a paisagem urbana obsoleta, sem diversidade de elementos formais de cada
período que a constituiu.
Outro ponto a ser analisado é, considerando a definição de tipo pela Escola Italiana de
Morfologia Urbana, onde ele é dado pela consciência espontânea, ou seja, pelo conhecimento
coletivo intrínseco a determinado povo em um dado momento e cultura, é caracterizado como
modelo, que por sua vez inconscientemente disponibilizado pela herança cultural. Dessa
forma as tipologias identificadas refletem esta consciência espontânea, no entanto, não é
satisfatório pensar que a cultura arquitetônica atual esteja tão refém de um agente social,
empobrecida e apática para com o ambiente urbano, tornando a paisagem urbana
homogênea pela repetição de uma mesma solução arquitetônica, uma mesma solução de
ocupação, fazendo com que a relação do indivíduo seja de passividade.
Portanto, poderíamos considerar como uma formação de paisagem artificial, por envolver
somente uma pequena parcela social, impedindo que haja uma identidade e caráter social de
lugar, e a legislação poderá ser considerada como o principal autor neste processo, pois a sua
permissão de gabarito, coeficiente de aproveitamento e taxa de ocupação induz a formação
de um tipo, com soluções onde há o maior aproveitamento de área construída, como produto
de venda. Induz principalmente a substituição da tipologia 01, por demonstrar pouco
rendimento econômico perante a possibilidade de maior aproveitamento construtivo no
mesmo lote, onde muitas vezes há a perda de edifícios históricos e/ou elementos de
identificação do lugar.
Portanto, como uma produção exacerbada, desconsiderando o meio natural, com altos
gabaritos, alta taxa de impermeabilização, sem referências do lugar, pode vir a constituir uma
crise de formação de paisagem cultural na cidade contemporânea. Como pensar
planejamento urbano, considerando os aspectos culturais e ambientais, tais como a relação
com os referenciais geográficos e histórico-sociais como elementos estruturadores dos
respectivos ambientes urbanos, pois o atual quadro de uso e ocupação de solo com a
densidade e volumetria definidas pela legislação em vigor tem alterado significativamente a
imagem urbana local. Existe uma crise arquitetônica, crise de produção de espaço, crise de
paisagem cultural.
4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016
Referências.
ARGAN, Giulio Carlo. História da arte como História da Cidade. 5. edição. São Paulo;
Martins Fontes, 2005.
COSTA, Stael de Alvarenga Pereira Costa; NETTO, Maria Manoela Gimmler.José M.
Ressano Garci. Fundamentos de Morfologia Urbana. 1. edição. Belo Horizonte, MG,
Editora C/Arte, 2015.
NORBERG-SCHULZ , Cristian. O fenômeno do lugar. Seção do Livro uma Nova Agenda
para Arquitetura. Uma antologia teórica 1965-1995 / A. do livro NESBITT Kate. - São Paulo;
COSACNAIFY, 2006.
CULLEN, G. Paisagem urbana. São Paulo: Martins Fontes, 1983.
Juiz de Fora. Decreto-Lei nº 6908/86. Dispõe sobre Parcelamento Urbano, Código de
edificações e Lei do Uso e ocupação do Solo. 2. edição. Juiz de Fora, MG; 1997. Acesso
em: 01 de setembro de 2016. Disponível em:
https://www.pjf.mg.gov.br/leis_urbanas/index.php.
LAMAS, José M. Ressano Garci. Morfologia Urbana e Desenho da Cidade. 3. edição.
Salvador, BA: UFBA, FA, GEA-hosp, Fundação Calouste Gulbekian, 1992.
LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. Lisboa; edições 70, 1960.
NASCIMENTO, Flávia Brito do Nascimento; SCIFONI, Simone. A paisagem cultural como
novo paradigma para a proteção: a experiência do Vale do Ribeira-SP. São Paulo;
RODRIGUES, Laércio de Gomes. Paisagem cultural: nova expansão conceitual do
patrimônio. Macapá; Estação Científica (UNIFAP), 2015. Acesso em: 01 de setembro de
2016. Disponível em:
https://periodicos.unifap.br/index.php/estacao/article/viewFile/1880/laerciov5n1.pdf.
Revista CPC, 2010. Acesso em: 01 de setembro de 2016. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/cpc/article/view/15660.