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Legislação e Conhecimentos Específicos

Professor Giuliano Tamagno

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Direito Constitucional

DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Consti-tuição.

§ 1º Brasília é a Capital Federal.

§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou rein-tegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexa-rem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da po-pulação diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei com-plementar.

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulga-ção dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

II – recusar fé aos documentos públicos;

III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CONCEITO DE:

FORMA DE GOVERNO: República (FOGO) – Em ciência política, chama-se forma de governo (ou sistema político) o conjunto de instituições políticas por meio das quais um Estado se organiza a fim de exercer o seu poder sobre a sociedade. Tendo em mente a dificuldade em classificar-se as formas de governo, estas são tradicionalmente categorizadas em: Monarquia – República – Anarquia (Ausência de estado).

SISTEMA DE GOVERNO: Presidencialismo (SIGO)

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Em ciência política, o sistema de governo é a maneira pela qual o poder político é dividi-do e exercido no âmbito de um Estado. O sistema de governo varia de acordo com o grau de separação dos poderes, indo desde a separação estrita entre os poderes legislativo e executivo(presidencialismo), de que é exemplo o sistema de governo dos Estados Unidos, até a dependência completa do governo junto ao legislativo (parlamentarismo), caso do sistema de governo do Reino Unido.

FORMAS DE ESTADO – FEDERAÇÃO (F + E): As formas de Estado são maneira pela qual o Estado organiza sua população, o território e estrutura o seu poder relativamente a outros de igual espécie.

Formas de Estado

De acordo com a classificação doutrinária, existem três formas de Estado, quais sejam o Estado Federal, o Estado Unitário e o Estado Confederado, o Brasil adotou a forma de Estado Fede-rado, e por essa razão iremos aprofundar os nossos estudos nesta modalidade, obviamente traçando um paralelo com as outras formas.

Estado Unitário

O Estado unitário é relativamente descentralizado, ao invés de Estados, possuem províncias, que por sua vez não possuem autonomia constitucional (vamos ver bem isso quando tratarmos de Constituição Estadual).

A pedra fundamental deste tipo de Estado é prescrita pela constituição do Estado Unitário como um todo e só pode ser modificada por meio de uma modificação nessa constituição.

As unidades possuem apenas competência para a legislação provincial, dentro do que a consti-tuição do Estado unitário prescrever.

A legislação em matérias da constituição é totalmente centralizada, ao passo que, no Estado federal, ela é centralizada apenas de modo incompleto, ou seja, até certo ponto, ela é descen-tralizada.

Como exemplo de Estados Unitários temos Uruguai, Espanha e o Brasil até 1891.

Estado Confederado

A principal característica de uma Confederação é a existência de um Tratado Internacional para unir os estados pertencentes, é o que a doutrina chama de “ligados por um cimento jurídico” que seria este Tratado Internacional, ao invés de uma Constituição.

Outro ponto importante é que, na Confederação, os Estados constituintes não abrem mão da sua soberania, enquanto que, na Federação, a soberania é transferida para o Estado Federal.

Geralmente a confederação é governada por uma Assembleia dos Estados Confederados, que têm direitos e deveres idênticos. A confederação tem personalidade jurídica, mas a sua capa-

Direito Constitucional – Da Organização Político-Administrativa – Prof. Giuliano Tamagno

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cidade internacional é limitada. Do ponto de vista histórico, a confederação costuma ser uma fase de um processo que leva à federação, como nos casos dos Estados Unidos e da Suíça.

Estado Federado

Origem

O Federalismo tem origem na revolução e independência dos Estados Unidos. Os líderes colo-niais norte americanos deram início a confronto armado contra a Inglaterra em 1776 porque estavam descontentes com as políticas adotadas pelo Parlamento Inglês entre as décadas de 1760 e 1770 e também porque não admitiam mais que o Parlamento Inglês possuísse autorida-de para determinar e executar às suas colônias tudo que desejasse.

Para recusar o poder exercido pela Inglaterra sobre as colônias norte americanas, os colonos passaram a questionar a origem da soberania. Na concepção dos Ingleses a soberania perten-cia ao Estado Inglês e as únicas limitações a ela seriam determinadas por critérios do próprio soberano. Em contrapartida, os colonos defendiam que a soberania possui origem na popula-ção e seria exercida pelo Estado nos limites do poder que lhe foi delegado.

A partir desse embate, foi declarada a independência das Colônias Americanas em 1776, elas passaram a enfrentar o desafio de elaborar um novo regime constitucional para dar lugar ao espaço antes preenchido pela Lei Britânica.

Em 1777 foi estabelecido o pacto confederativo, que criava um Estado Confederado, uma uni-dade frágil entre os Estados autônomos norte americanos para fazer frente à Europa.

Em 1787 enfraquecidos pela forma de estado adotada, pois a liberdade trazia sérias consequ-ências, doze delegados dos Estados Norte Americanos se reuniram na Convenção de Filadélfia para repensar o arranjo confederativo.

Percebam o tamanho do problema!! Haviam 13 estados independentes, autônomos e livres, que em tese, pelo pacto confederativo, precisam se unir para fazer frente a Europa. Ocorre que na hora de enviar soldados, mantimentos, verbas, etc, para a Confederação, os estados simplesmente não mandavam, sob o argumento de que eram livres e independentes, não pre-cisavam mandar se não quisessem, ou seja, a confederação tinha fracassado pela ausência de poder centralizador capaz de manter uma unidade entre os Estados.

Assim, desta reunião na Filadélfia, com duas formas de estado fracassadas na mão, os doze de-legados, abriram mão de suas liberdades, e deram origem ao primeiro Estado Federado (deten-tor de soberania e composto por diversas entidades territoriais autônomas dotadas de governo próprio).

Ou seja, a Constituição Federativa Americana nasceu de estado que eram livres, e se tornaram únicos – movimento que pode cair na tua prova com a denominação “Centrípeta” ou seja, de fora para dentro. No Brasil, tínhamos um Estado Unitário e esse bloco se difundiu e criou esta-dos autônomos, ou seja, foi o contrário dos EUA, por isso a nomenclatura é “centrífuga”.

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Características comuns a toda Federação

Descentralização Política: Na Constituição Federal existem núcleos de poderes políticos, refe-rendando autonomia para os seus entes.

Constituição Rígida como base Jurídica: visa garantir a distribuição de competências entre os entes autônomos surgindo uma estabilidade institucional.

Inexistência do Direito de Secessão: não é autorizado o direito de retirada. Uma vez que o ente adere ao pacto federativo, não pode mais sair, sob pena de INTERVENÇÃO. Esta característica dá luz ao princípio da indissolubilidade do vínculo federativo – lembrando que a forma federa-tiva é um dos limites materiais ao poder de emenda.

Soberania do Estado Federal: ao ingressar na Federação os estados perdem a Soberania, pas-sando a ser autônomos. A soberania é uma característica do todo, do país, do Estado Federal – República Federativa do Brasil.

Auto-organização dos Estados membros: através de suas constituições estaduais (art. 25 CF/88

Órgão representativo dos Estados membros: A representação dá-se através do Senado Federal – Art. 46 CF.

Guardião da Constituição: Toda federação tem um protetor/tradutor da Constituição, no Brasil é o Supremo Tribunal Federal.

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Direito Constitucional

DOS MUNICÍPIOS

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício míni-mo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promul-gará, atendidos os princípios estabelecidos nes-ta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;

II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores;

III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição;

IV – para a composição das Câmaras Muni-cipais, será observado o limite máximo de:

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes;

b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;

c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;

d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitan-tes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;

e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municí-pios de mais de 80.000 (oitenta mil) habi-tantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes;

f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municí-pios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;

g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municí-pios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes;

h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Muni-cípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes;

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Muni-cípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes;

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Muni-cípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes;

k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Mu-nicípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes;

l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municí-pios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes;

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um

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milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;

n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Mu-nicípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) ha-bitantes;

o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Muni-cípios de 1.350.000 (um milhão e trezen-tos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) ha-bitantes;

p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Mu-nicípios de mais de 1.500.000 (um mi-lhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) ha-bitantes;

q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um mi-lhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;

r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Mu-nicípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;

s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três mi-lhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;

t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;

u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes;

v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Mu-nicípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete mi-lhões) de habitantes;

w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete mi-lhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e

x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito mi-lhões) de habitantes;

V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observa-do o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

VI – o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, ob-servado o que dispõe esta Constituição, ob-servados os critérios estabelecidos na res-pectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:

a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corres-ponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;

b) em Municípios de dez mil e um a cin-quenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;

c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;

d) em Municípios de cem mil e um a trezen-tos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;

e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio má-ximo dos Vereadores corresponderá a ses-senta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;

f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Verea-

Direito Constitucional – Dos Municípios – Prof. Giuliano Tamagno

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dores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;

VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município;

VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Municí-pio;

IX – atibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congres-so Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembléia Le-gislativa;

X – julgamento do Prefeito perante o Tribu-nal de Justiça;

XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;

XII – cooperação das associações represen-tativas no planejamento municipal;

XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;

XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único.

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legisla-tivo Municipal, incluídos os subsídios dos Vere-adores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior:

I – 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habi-tantes;

II – 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;

III – 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habi-tantes;

IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com popula-ção entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;

V – 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três mi-lhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;

VI – 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população aci-ma de 8.000.001 (oito milhões e um) habi-tantes.

§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com fo-lha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.

§ 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:

I – efetuar repasse que supere os limites de-finidos neste artigo;

II – não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou

III – enviá-lo a menor em relação à propor-ção fixada na Lei Orçamentária.

§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desres-peito ao § 1º deste artigo.

Art. 30. Compete aos Municípios:

I – legislar sobre assuntos de interesse local;

II – suplementar a legislação federal e a es-tadual no que couber;

III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas ren-das, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

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IV – criar, organizar e suprimir distritos, ob-servada a legislação estadual;

V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os ser-viços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter es-sencial;

VI – manter, com a cooperação técnica e fi-nanceira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen-tal;

VII – prestar, com a cooperação técnica e fi-nanceira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;

VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planeja-mento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legisla-ção e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Art. 31. A fiscalização do Município será exerci-da pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

§ 1º O controle externo da Câmara Muni-cipal será exercido com o auxílio dos Tribu-nais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefei-to deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

§ 3º As contas dos Municípios ficarão, du-rante sessenta dias, anualmente, à disposi-ção de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conse-lhos ou órgãos de Contas Municipais.

Direito Constitucional – Dos Municípios – Prof. Giuliano Tamagno

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MUNICÍPIOS

Os Municípios tem autonomia político-administrava em relação aos demais entes federados. REGE-SE PELA SUA LEI ORGÂNICA, e não uma Constituição. Esta lei deverá observar o disposto na Constituição Federal e Estadual (art. 29). Assim, a Lei orgânica deve guardar relação de cor-respondência com o modelo federal acerca das proibições e incompatibilidades dos vereado-res – por esse motivo (separação dos poderes) que não se admite a cumulação de funções de vereador e secretário municipal.

Outro ponto interessante é que os municípios tem poder Executivo (prefeito) e Legislativo (Ve-readores) apenas, não possuindo poder judiciário.

Competência Municipal:

O Art. 30 dispões sobre competência (material e legislativa) municipal, que também deve ob-servar o art. 23.

“ A constituição do Brasil estabelece, no que tange a repartição de competências entre entes federados, que os assuntos de interesse local competem aos Municípios. Competência residual dos Estados-membros – matérias que não lhes foram vedadas pela Constituição, nem estive-rem contidas entre as competências da União ou dos Municípios” (STF Adin 845).

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Direito Constitucional

DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I – manter a integridade nacional;

II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida funda-da por mais de dois anos consecutivos, sal-vo motivo de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios recei-tas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representati-vo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compre-endida a proveniente de transferências, na

manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Muni-cípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:

I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;

II – não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

III – não tiver sido aplicado o mínimo exigi-do da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;

IV – o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Es-tadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

Art. 36. A decretação da intervenção depende-rá:

I – no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;

II – no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supre-mo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;

III – de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34,

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VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.

§ 1º O decreto de intervenção, que especi-ficará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legis-lativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Se não estiver funcionando o Congres-so Nacional ou a Assembléia Legislativa, far--se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.

§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Con-gresso Nacional ou pela Assembléia Legis-lativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medi-da bastar ao restabelecimento da normali-dade.

§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a es-tes voltarão, salvo impedimento legal.

Quem intervirá nos Estados é a União, e quem intervirá nos Municípios, são os Es-tado. Há uma verticalização nesse sentido. UNIÃO NUNCA INTERVÉM EM MUNICÍPIOS.

A intervenção deve ser encarada como uma exceção, basta ver o caput dos arts. 34 e 35, afinal, a grande marca de uma Federação é a Autonomia. Intervenção é o último recur-so a se usar.

Quem intervém é o chefe do Poder Execu-tivo, é um ato político, e para não dar mar-gem a possíveis manobras eleitorais, a CF enumera de forma taxativa as hipóteses de intervenção nos Artigos 34 e 35.

Em âmbito Federal a competência para de-cretar a intervenção é do STF e em âmbito Estadual é do Tribunal de Justiça, que con-forme Sumula 637 do STF tem a sua decisão irrecorrível.

A Federação proíbe o separatismo (seces-são), a Federação é indissolúvel, porém permite a organização dos estados e muni-cípios no território.

Art. 18 § 3º Os Estados podem incorporar-se en-tre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei com-plementar.

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Legislação

LEI COMPLEMENTAR Nº 3.673, DE 24 DE JUNHO DE 1991

Estabelece o Estatuto que institui e regula o re-gime jurídico único dos servidores públicos do Município de Caxias do Sul e dá outras provi-dências.

O Poder Legislativo aprovou e eu sanciono a se-guinte Lei.

TÍTULO I

Do Regime Jurídico Único

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei Complementar institui o regime jurídico único dos servidores públicos da Admi-nistração Direta, Indireta e Fundacional do Mu-nicípio de Caxias do Sul.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.

Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em número certo, remunerado pelos cofres mu-nicipais, ao qual corresponde um conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas ao servidor público.

Parágrafo único. Os cargos públicos são de provimento efetivo ou em comissão.

Art. 4º A investidura em cargo público depen-de de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as no-

meações para cargos em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Art. 5º Os cargos públicos municipais são acessí-veis a todos os brasileiros, preenchidos os requi-sitos que a lei estabelecer.

Art. 6º Quadro é o conjunto dos cargos públicos municipais de provimento efetivo.

Parágrafo único. Também poderá constituir um quadro, na forma que a lei estabelecer, o conjunto dos cargos em comissão e fun-ções gratificadas.

CAPÍTULO IIDO PROVIMENTO

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 7º Precederão sempre o ingresso no serviço público municipal, qualquer que seja a forma de investidura, a inspeção de saúde e o exame psi-cológico, realizados pelo órgão competente do Município.

§ 1º A inspeção médica para o ingresso é válida por noventa (90) dias e somente de-corrido este período poderá ser repetida para o caso de candidato julgado tempora-riamente inapto.

§ 2º No caso de cargo em comissão, a inspe-ção de saúde e o exame psicológico pode-rão ser realizados até trinta (30) dias após a posse.

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Art. 8º São requisitos básicos para ingresso no serviço público:

I – a nacionalidade brasileira;

II – o gozo dos direitos políticos;

III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

IV – a idade mínima de dezoito (18) anos;

V – ter boa conduta;

VI – gozar de boa saúde física e mental;

VII – possuir aptidão e vocação para o exer-cício do cargo;

VIII – ter atendido às condições especiais prescritas para o cargo.

§ 1º As atribuições do cargo podem justifi-car a exigência de outros requisitos, estabe-lecidos em lei.

§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de inscrever-se em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras, e para as quais serão reservadas vagas oferecidas no concurso, nos termos do edital.

Art. 9º O provimento dos cargos públicos far-se--á mediante ato da autoridade competente de cada Poder, do dirigente superior de Autarquia ou Fundação Pública.

Art. 10. A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

Art. 11. São formas de provimento em cargo pú-blico:

I – nomeação;

II – readaptação;

III – reversão;

V – aproveitamento;

V – reintegração;

VI – recondução.

Parágrafo único. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormen-te ocupado, decorrente de inabilidade em estágio probatório relativo a outro cargo ou reintegração do anterior ocupante. En-contrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, de atri-buições e vencimentos compatíveis.

Seção II DA NOMEAÇÃO

Art. 12. A nomeação far-se-á:

I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado ou de carreira;

II – em comissão, para os cargos de confian-ça, de livre nomeação e exoneração, ocor-rendo esta automaticamente, para todos os efeitos desta Lei, ao deixar o cargo a auto-ridade de quem o servidor desfruta a con-fiança.

Art. 13. A nomeação para cargo isolado ou de carreira depende de prévia aprovação em con-curso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.

Seção III DO CONCURSO PÚBLICO

Art. 14. As normas gerais para realização de concurso serão estabelecidas em regulamento.

Art. 15. O edital do concurso estabelecerá os requisitos a serem satisfeitos pelos candidatos, observando-se:

I – as provas deverão aferir, com caráter obrigatório, os conhecimentos específicos exigidos para o exercício do cargo;

II – os pontos correspondentes aos títulos não poderão exceder a mais de um quinto (1/5) do total dos pontos do concurso;

III – o prazo de validade do concurso público será de até dois (2) anos, prorrogável uma (1) vez, por igual período;

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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IV – durante o prazo de validade previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público será convocado com prio-ridade sobre novos concursados para assu-mir cargo na carreira.

Art. 16. Os limites de idade para a prestação de concurso público são os estabelecidos pela le-gislação federal.

Seção IVDA POSSE E DO EXERCÍCIO

Art. 17. Posse é a aceitação expressa das atri-buições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo público, com o compromisso de bem servir, formalizada com a assinatura do termo pela autoridade competente e pelo empossado.

§ 1º A posse ocorrerá no prazo de quinze (15) dias contados da publicação do ato de provimento, prorrogável por mais quinze (15), a requerimento do interessado.

§ 2º Em se tratando de servidor em férias, em licença ou afastado por qualquer motivo legal, o prazo será contado do término do impedimento.

§ 3º Poder-se-á dar posse mediante procu-ração específica.

Art. 18. São competentes para dar posse:

I – o Prefeito e os dirigentes dos órgãos que lhe são diretamente subordinados;

II – os Secretários Municipais e os dirigentes superiores de Autarquia ou Fundação e os chefes dos órgãos;

III – o órgão central de pessoal, nos demais casos.

Art. 19. A autoridade a quem couber dar posse verificará, previamente, sob pena de responsa-bilidade, se foram satisfeitas as condições legais para o provimento.

Art. 20. Só haverá posse nos casos de provimen-to por nomeação.

§ 1º Será tornado sem efeito o ato de provi-mento se a posse não ocorrer no prazo pre-visto pelo artigo 17, § 1º.

§ 2º O servidor, antes de entrar em exercí-cio, deverá apresentar, ao órgão central de pessoal, os elementos necessários ao as-sentamento individual, não apresentados anteriormente por não constituírem condi-ção para a posse.

Art. 21. Exercício é o desempenho do cargo pelo servidor nele provido.

Parágrafo único. O titular da repartição em que for lotado o servidor é a autoridade competente para dar-lhe exercício.

Art. 22. O exercício no cargo terá início no prazo de quinze (15) dias, contados:

I – da data da posse;

II – da data da publicação do ato, em qual-quer caso.

§ 1º Não se apresentando o servidor para entrar em exercício dentro do prazo, será tornado sem efeito o ato de provimento.

§ 2º A promoção não interrompe o exercí-cio.

Art. 23. O início do exercício e as alterações que nele ocorram serão comunicados ao órgão central de pessoal, que os registrará no assenta-mento individual do servidor.

Parágrafo único. A frequência do servidor, durante cada mês, será comunicada me-diante folha ponto, da qual constará, explici-tamente, o número de dias em que efetiva-mente trabalhou e as alterações porventura ocorridas.

Art. 24. Nenhum servidor poderá ser posto a disposição ou, de qualquer forma, ter exercício em repartição diversa daquela em que estiver lotado, salvo nos casos previstos neste Estatuto ou mediante prévia autorização do Prefeito, for-malizada em Portaria.

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Parágrafo único. Nesta última hipótese, o afastamento só será permitido para fim de-terminado e por prazo certo, com a concor-dância do servidor.

Art. 25. Somente com prévia autorização ou de-signação do Prefeito, formalizada em Portaria, poderá o servidor afastar-se do exercício do car-go, em objeto de estudo ou missão especial.

§ 1º Deverá sempre constar da Portaria o objeto do afastamento, o prazo de sua dura-ção e se é ele com ou sem ônus para o Mu-nicípio.

§ 2º O afastamento dar-se-á sem prejuízo do vencimento e demais vantagens, quando se caracterizar o interesse do Município.

§ 3º Quando se tratar de curso de aperfei-çoamento ou pós-graduação em estabeleci-mento situado no Município, aplicar-se-ão as normas estabelecidas para o servidor es-tudante.

§ 4º Quando se tratar de afastamento tem-porário, decorrente de estudo ou missão especial, esportiva de caráter amadorista, cientifica ou artística, o Prefeito poderá au-torizar que o servidor dela participe, com ou sem ônus para o Município, à vista dos elementos integrantes do expediente res-pectivo.

§ 5º O servidor só poderá ser posto à dis-posição de outra entidade governamental ou de Administração Indireta e Fundacional do Município, a pedido do titular respecti-vo, para exercer cargo de confiança ou mis-são determinada, por prazo certo, mediante concordância do servidor.

Art. 26. Nenhum servidor poderá permanecer fora do Município por mais de dois (2) anos em objeto de estudos e por mais de quatro (4) em missão especial ou à disposição de outra entida-de governamental, nem se ausentar novamente senão depois de decorridos quatro (4) anos de efetivo exercício, contados da data do regresso.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica no caso de exercício de pos-to de confiança, desde que sem ônus para o Município, bem como nos casos de cedên-cia a outra entidade governamental, desde que haja relevante interesse público e social devidamente motivado.

Art. 27. O ocupante de cargo de provimento efetivo fica sujeito a vinte (20) horas; trinta e três (33) horas; trinta e seis (36) horas e qua-renta (40) horas semanais de trabalho, na forma estabelecida pelas especificações das categorias funcionais.

Parágrafo único. O exercício de cargo em comissão exigirá de seu ocupante inteira dedicação ao serviço, podendo ser convoca-do sempre que houver interesse da Admi-nistração.

Seção VDA LOTAÇÃO

Art. 28. Lotação é a colocação do servidor na re-partição em que deva ter exercício.

§ 1º O deslocamento do servidor de uma para outra repartição far-se-á por relotação.

§ 2º Tanto a lotação inicial, como as subse-qüentes, poderão ser feitas a pedido ou "ex--officio", após o pronunciamento do órgão de colocação.

§ 3º No caso de cargo em comissão ou de função gratificada, a lotação e compreendi-da no próprio ato da nomeação ou designa-ção.

Art. 29. Designação é o ato mediante o qual o Secretário Municipal da Educação e Cultura, ou autoridade delegada, determina a unidade es-colar ou órgão onde o professor deverá ter exer-cício.

§ 1º A designação poderá ser alterada a pe-dido ou no interesse do ensino.

§ 2º O deslocamento por necessidade do ensino far-se-á com o consentimento do membro do magistério, exceto nos casos

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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em que este for excedente na unidade es-colar ou colocado à disposição da Secretaria Municipal da Educação e Cultura, pela Dire-ção da Escola.

§ 3º No caso de o professor ser colocado à disposição, a Direção da unidade escolar de-verá apresentar relatório das razões que a levaram a tal proposição, ouvida, também, a parte interessada.

Art. 30. No interesse do ensino, o membro do magistério poderá ser designado, temporaria-mente, para desempenhar as suas funções, ou encargos específicos, fora de sua unidade esco-lar, por determinação da autoridade competen-te.

Art. 31. Os membros do magistério eleitos para função de Diretor de Escola não poderão ser de-signados "ex-officio" para outra unidade escolar.

Parágrafo único. O membro do magistério eleito para a função de Diretor poderá, a pedido, ser designado para ter exercício em outra unidade escolar, desde que precedida de pedido de dispensa da função.

Seção VIDA ESTABILIDADE

Art. 32. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargos de provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º Para a aquisição da estabilidade é obri-gatória a avaliação especial de desempe-nho, realizada no período de estágio proba-tório.

§ 2º A estabilidade diz respeito ao serviço público e não ao cargo.

Art. 33. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado, ou de decisão em processo adminis-trativo disciplinar no qual lhe seja assegurado o contraditório e ampla defesa.

Seção VIIDA READAPTAÇÃO

Art. 34. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de igual padrão, mais compatível com sua aptidão ou vocação, podendo ser processa-da a pedido ou "ex-officio".

§ 1º Dar-se-á a readaptação quando se ve-rificar que o servidor, em relação ao cargo que ocupa:

a) tornou-se totalmente inapto em virtude de modificações permanentes de seu esta-do físico ou psíquico;

b) não mais apresenta pendores vocacio-nais condizentes.

§ 2º A verificação das condições aludidas no parágrafo anterior será realizada pelo órgão central de pessoal, que indicará, à vista de laudo médico, estudo social e teste vocacio-nal, o cargo que julgue possível à readapta-ção do servidor.

§ 3º A autoridade competente apreciará a indicação, na forma do parágrafo anterior, e atribuirá ao servidor, em caráter experi-mental, tarefas correspondentes ao cargo indicado, na mesma repartição em que es-tiver lotado, pondo-o em observação e re-petindo o procedimento até que possa ser indicada a readaptação ou seja considerado inadaptável.

§ 4º Caso inexistam na mesma repartição as tarefas inerentes ao cargo indicado, admitir--se-á o estágio experimental em outra.

§ 5º Verificada a adaptabilidade do servidor e comprovada sua habilitação, será ele rea-daptado, ouvido previamente o órgão com-petente.

Art. 35. Inexistindo vaga, serão atribuídas ao servidor as tarefas do cargo indicado até que se disponha deste para o regular provimento.

Art. 36. Verificada a inaptidão parcial, o órgão da Biometria Médica indicará, dentre as tarefas

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do cargo, as que não possam ser exercidas pelo servidor.

Art. 37. A atribuição e a delimitação de tarefas far-se-ão mediante portaria do órgão central de pessoal.

Art. 38. Se julgado incapaz para o serviço públi-co, o servidor será aposentado.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese, a readaptação não poderá acarretar o au-mento ou redução da remuneração do ser-vidor.

Seção VIIIDA REVERSÃO

Art. 39. Reversão é o retorno do aposentado à atividade no serviço público municipal, verifica-do, em processo, que não subsistem os motivos determinantes da aposentadoria.

§ 1º A reversão far-se-á a pedido ou “ex--officio”.

§ 2º Em nenhum caso poderá efetuar-se a reversão sem que, mediante inspeção mé-dica, fique provada a capacidade para o exercício do cargo.

§ 3º Será cassada a aposentadoria do servi-dor que, revertendo, não entrar em exercí-cio no prazo legal.

Art. 40. A reversão far-se-á no cargo anterior-mente exercido ou, se transformado, no resul-tante da transformação.

§ 1º Comprovada a habilitação pelo órgão competente, poderá o aposentado reverter ao serviço público municipal em outro car-go do mesmo nível de retribuição.

§ 2º A reversão não poderá ocorrer com re-tribuição inferior ao provento da inativida-de.

Art. 41. Para nova aposentadoria, a reversão dará direito à contagem do tempo em que o ser-vidor esteve aposentado.

Seção IXDO ESTÁGIO PROBATÓRIO

Art. 42. Ao entrar em exercício o servidor no-meado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por um período de três anos, durante o qual sua aptidão e capaci-dade serão objeto de avaliação no desempenho do cargo, observados os seguintes fatores:

I – assiduidade;

II – pontualidade;

III – disciplina;

IV – relacionamento interpessoal;

V – responsabilidade;

VI – produtividade;

VII – dedicação ao serviço;

VIII – eficiência;

IX – iniciativa.

Art. 43. O órgão a que esteja afeta a colocação do servidor indicará a lotação do estagiário, atendendo, sempre que possível, à relação en-tre as tendências por ele demonstradas e as ati-vidades da repartição.

Art. 44. O órgão onde o estagiário estiver lota-do deve orientá-lo e acompanhá-lo no exercício de suas funções, bem como instrumentalizá-lo quanto às disposições legais e proporcionar-lhe o aperfeiçoamento profissional necessário para o desempenho do cargo.

Art. 45. As aferições periódicas e final dos requi-sitos do estágio probatório serão realizadas pelo órgão competente, nos termos do regulamento elaborado por comissão paritária.

§ 1º Para confirmação do servidor no cargo, será necessário que o conceito final, tradu-zido numericamente, seja igual ou superior a dois terços do grau máximo, em cada um dos fatores de avaliação.

§ 3º O servidor não aprovado em estágio probatório será exonerado ou reconduzido

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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ao cargo anteriormente ocupado, se era es-tável.

§ 4º Nos casos de afastamento decorrentes das disposições legais, superiores a 30 (trin-ta) dias, fica protelada sua avaliação no es-tágio probatório por igual período.

§ 5º O servidor em estágio probatório não pode ser cedido ou colocado à disposição de outros órgãos públicos ou entidades.

§ 6º Quando o servidor em estágio probató-rio for designado para desempenhar cargo em comissão ou função gratificada, a aferi-ção fica protelada por igual período.

Art. 45-A. Será exonerado o servidor que, no período de seu estágio probatório, apresentar qualquer das seguintes situações:

I – ao final do processo, quando verificar-se que o servidor não atingiu a pontuação to-tal mínima para aprovação em qualquer dos fatores de avaliação;

II – a qualquer momento, quando for cons-tatada a impossibilidade matemática de atingir a pontuação mínima até a quinta avaliação;

III – a qualquer momento, quando verificar--se que o servidor avaliado obteve a nota mínima em todos os fatores de avaliação, em duas avaliações consecutivas ou interca-ladas;

IV – a qualquer momento, quando o servi-dor apresentar, por qualquer meio, no de-sempenho de suas funções, atitudes ou re-sultados absolutamente insatisfatórios para o exercício do cargo, sendo-lhe oportuniza-da ampla defesa; ou

V – a qualquer momento, quando o número de faltas injustificadas do servidor ultrapas-sar 30 (trinta) dias, consecutivos ou não, du-rante 1 (um) ano.

Art. 45-B. Durante o Estágio Probatório o servi-dor não poderá gozar de licença para:

I – tratar de interesses particulares; e

II – acompanhar cônjuge.

Art. 45-C. O julgamento dos recursos interpos-tos nos processos de avaliação de estágio pro-batório, dirigidos ao Prefeito, poderá ser delega-do ao Procurador-Geral do Município.

Art. 46. O servidor deverá cumprir o estágio probatório no exercício do cargo para o qual foi nomeado em caráter efetivo.

Art. 47. O estagiário pode apresentar defesa por escrito, se discordar das aferições periódicas e/ou resultado final, no prazo de dez dias, a contar da notificação.

Seção XDA REINTEGRAÇÃO

Art. 48. A reintegração, que decorrerá de deci-são administrativa ou judicial, é o reingresso no serviço público municipal de servidor demitido ou exonerado, com ressarcimento do prejuízo correspondente às vantagens ligadas ao cargo.

Art. 49. O servidor reintegrado terá direito ao cargo que ocupava anteriormente ou ao trata-mento dispensado aos demais ocupantes da ca-tegoria funcional, respeitadas as mesmas condi-ções que lhes foram estabelecidas.

Parágrafo único. Reintegrado o servidor mas não existindo vaga, aquele que lhe houver ocupado o cargo será exonerado ou, se ocupava outro cargo, a este reconduzido, sem direito à indenização ou, ainda, posto em disponibilidade remunerada.

Seção XIDA CAUÇÃO

Art. 50. O servidor nomeado para cargo cujo provimento, por prescrição legal ou regulamen-tar, exija caução como garantia, não poderá en-trar em exercício sem a prévia satisfação dessa exigência.

§ 1º A caução poderá ser feita por uma das modalidades seguintes:

a) depósito em moeda corrente;

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b) garantia hipotecária;

c) títulos da Dívida Pública da União, do Es-tado ou do Município, pelo valor nominal;

d) apólice de seguro de fidelidade funcio-nal, emitida por instituto oficial ou empresa legalmente autorizada.

§ 2º No caso de seguro, as contribuições referentes a prêmio serão descontadas do servidor segurado, em folha de pagamento.

§ 3º Não poderá ser autorizado o levanta-mento da caução antes de tomadas as con-tas do servidor.

§ 4º O responsável por alcance ou desvio de material não ficará isento da ação adminis-trativa ou criminal que couber, ainda que o valor da caução seja superior ao montante do prejuízo causado.

Seção XIIDA PROMOÇÃO

Art. 51. As promoções obedecerão às regras es-tabelecidas na lei que dispuser sobre os planos de carreira dos servidores municipais e do ma-gistério público municipal.

TÍTULO II

Das Mutações Funcionais

CAPÍTULO IDA DISPONIBILIDADE E DO APROVEI-

TAMENTO

Art. 52. O servidor estável será posto em dispo-nibilidade quando for declarado por lei extinto ou desnecessário o cargo de que era titular e não for possível seu imediato aproveitamento.

§ 1º A disponibilidade não exclui nomeação para cargo em comissão, com direito de op-

ção, ou a designação para função gratifica-da.

§ 2º Enquanto não vagar cargo nas condi-ções previstas para aproveitamento de ser-vidor em disponibilidade, nem se verificar qualquer das hipóteses a que alude o pa-rágrafo anterior, poderá o Prefeito atribuir--lhe, em caráter temporário, funções com-patíveis com o cargo que ocupava.

§ 3º Nas hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º, será assegurado ao servidor provento cor-respondente ao vencimento do cargo de que era detentor.

§ 4º O servidor em disponibilidade poderá ser aposentado.

Art. 53. Aproveitamento é a forma de investidu-ra do servidor em disponibilidade em cargo de provimento equivalente, por sua natureza e re-tribuição, àquele de que era titular.

§ 1º Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, será preferido o que estiver há mais tempo em disponibilidade e, no caso de empate, o que contar mais tempo de serviço municipal.

§ 2º Se o servidor não entrar em exercício no cargo em que houver sido aproveitado dentro dos prazos legais, será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a dispo-nibilidade, com perda de todos os direitos de sua anterior situação.

§ 3º Em nenhum caso se poderá efetuar aproveitamento sem que, através do órgão central de pessoal, fique provada a capaci-dade física e mental e a aptidão para o exer-cício do cargo.

§ 4º Será aposentado com a retribuição correspondente ao cargo anteriormente ocupado o servidor em disponibilidade que for julgado incapaz, em inspeção médica, le-vando-se em conta na aposentadoria, para efeitos de tempo de serviço, o período da disponibilidade.

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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CAPÍTULO IIDA SUBSTITUIÇÃO

Art. 54. Dar-se-á substituição de titular de cargo em comissão ou de função gratificada, durante seu impedimento legal, quando se tornar indis-pensável tal providência em face das necessida-des de serviço.

§ 1º Quando a substituição for em prazo não superior a sessenta (60) dias e houver necessidade de assumir o substituto, ine-xistindo este poderá o titular da repartição, mediante portaria, designar outro servidor estável.

§ 2º O substituto perceberá o vencimento ou a gratificação durante o período de afas-tamento do titular.

Art. 55. Em caso excepcional, atendida a con-veniência da Administração, o titular do cargo de direção ou chefia poderá ser nomeado ou designado, cumulativamente, como substituto para outro cargo da mesma natureza, até que se verifique a nomeação ou designação do titular e, neste caso, somente perceberá o vencimento correspondente a um cargo.

CAPÍTULO IIIDA REMOÇÃO

Art. 56. Remoção e o deslocamento do servidor de uma para outra repartição.

Parágrafo único. A remoção poderá ocor-rer:

a) a pedido, atendida a conveniência do ser-viço;

b) de ofício, no interesse da Administração;

c) por permuta, precedida de requerimento firmado pelos interessados.

Art. 57. O servidor em estágio probatório não poderá ser removido.

CAPÍTULO IVDA VACÂNCIA

Art. 58. A vacância do cargo decorrerá de:

I – exoneração;

II – demissão;

III – aposentadoria;

IV – posse em outro cargo inacumulável;

V – readaptação;

VI – falecimento.

Art. 59. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor ou de ofício.

Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:

a) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;

b) quando, por decorrência de prazo, ficar extinta a disponibilidade;

c) quando, tendo tomado posse, não entrar no exercício;

d) quando ocorrer acumulação proibida de cargos públicos.

Art. 60. A exoneração de cargo em comissão dar-se-á:

I – a juízo da autoridade competente;

II – a pedido do próprio servidor.

Art. 61. A vaga ocorrerá na data:

I – imediata àquela em que o servidor com-pletar setenta (70) anos;

II – da publicação da lei que criar o cargo ou do ato que formalizar qualquer das hipóte-ses previstas no artigo 58.

Art. 62. A vacância de função gratificada dar-se--á por dispensa, a pedido ou de ofício, ou por destituição.

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Parágrafo único. A destituição poderá ser aplicada como penalidade nos casos previs-tos nesta Lei.

CAPÍTULO VDO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE

CONFIANÇA

Art. 63. A função gratificada é instituída por Lei para atender encargos de direção, chefia, asses-soramento ou coordenação de serviços, tarefas ou atividades, e é privativa de servidor público de provimento efetivo.

Art. 64. A designação para o exercício de função gratificada, que nunca será cumulativa com o cargo em comissão, será formalizada em porta-ria da autoridade competente.

Art. 65. O valor da função gratificada será per-cebido cumulativamente com o vencimento do cargo de provimento efetivo.

Art. 66. O valor da função gratificada continu-ará sendo percebido pelo servidor que, sendo seu ocupante, estiver ausente em virtude de férias, luto, casamento, licença para tratamen-to de saúde, licença à gestante, adotante ou pa-ternidade, serviços obrigatórios por lei ou atri-buições decorrentes de seu cargo ou função, e outros afastamentos legais, exceto quando em licença para tratar de interesses particulares.

Art. 67. Será tornada sem efeito a designação do servidor que não entrar no exercício da fun-ção gratificada no prazo de dois (2) dias, a con-tar do ato de investidura.

Art. 68. A designação de função gratificada não poderá recair em servidor de outra entidade pú-blica posto à disposição do Município.

Art. 69. Os ocupantes de cargos em comissão ou funções de confiança serão nomeados de acor-do com as normas constitucionais e orgânicas.

Art. 70. É também facultado ao servidor efetivo do Município ou em disponibilidade, quando in-dicado para o exercício de cargo em comissão,

optar pelo recebimento do valor corresponden-te à diferença entre o padrão do cargo de provi-mento efetivo, segundo a referência promocio-nal de que é detentor, e do cargo em comissão.

TÍTULO III

Do Regime de Trabalho

CAPÍTULO IDO HORÁRIO E DO PONTO

Art. 71. O Prefeito determinará, quando não estabelecido em lei ou regulamento, o horário de expediente das repartições, que será único para os servidores detentores de carga horária de trinta e três (33) horas semanais e em turnos e plantões.

Art. 72. O horário normal de trabalho de cada cargo ou função e o estabelecido na legislação específica, não podendo ser superior a oito (8) horas diárias e a quarenta (40) horas semanais.

Parágrafo único. Considera-se como notur-no o serviço prestado entre dezenove (19) horas de um dia e sete (7) horas do dia se-guinte, computando-se cada hora como cin-qüenta e dois minutos (52`) e trinta segun-dos (30``).

Art. 73. Atendendo a conveniência ou a necessi-dade do serviço, e mediante acordo escrito, po-derá ser instituído sistema de compensação de horário, hipótese em que a jornada diária pode-rá ser superior a oito (8) horas, sendo o exces-so de horas compensado pela correspondente diminuição em outro dia, observada sempre a jornada máxima semanal.

§ 1º O sistema de compensação de horas será formalizado em livro de registro es-pecífico para esse fim, no qual constará o número de horas trabalhadas a mais e, ao lado, o dia e a forma de compensação.

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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§ 2º O total de horas a serem compensadas não poderá ultrapassar a cinco (5) dias de afastamento do serviço.

§ 3º O livro de horas creditadas e compen-sadas fará parte da documentação oficial da secretaria de origem onde o servidor estiver lotado.

Art. 74. A frequência do servidor será controla-da:

I – pelo ponto;

II – pela forma determinada, quanto aos servidores não sujeitos ao ponto.

Parágrafo único. Ponto é o registro, mecâni-co ou não, que assinala o comparecimento do servidor ao serviço e pelo qual se verifi-ca, diariamente, a sua entrada e saída.

Art. 75. Os Secretários Municipais e titulares de Autarquias e Fundações poderão, atendendo à natureza de determinados serviços ou em cir-cunstâncias especiais, autorizar horário de tra-balho diferente do normal para um dado órgão, para determinadas atividades ou mesmo para um servidor, desde que seja cumprido o núme-ro de horas semanais estabelecido.

CAPÍTULO IIDO SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO

Art. 76. A prestação de serviço extraordinário só poderá ocorrer por expressa determinação da autoridade competente, mediante solicitação do chefe imediato do servidor, ou de ofício, pelo Prefeito ou titular de Autarquia ou Fundação.

§ 1º No serviço extraordinário noturno será computado como hora cumprida o período de cinqüenta e dois minutos (52`) e trinta segundos (30``).

§ 2º É vedado convocar servidor para pres-tar serviço extraordinário em número de horas semanais que excedam em cinqüen-ta por cento (50%) do regime estabelecido para o respectivo cargo.

§ 3º O serviço extraordinário legitima-se quando visa a substituir servidor legalmen-te afastado ou que faltou ao serviço.

§ 4º Salvo em casos excepcionais, devida-mente justificados, não poderá o trabalho extraordinário exceder a duas (2) horas di-árias e, neste caso, a prorrogação será, no máximo, de duas (2) horas diárias.

§ 5º Será punido o servidor que atestar fal-samente a prestação de plantão ou serviço extraordinário, bem como o que propuser ou permitir gratificação sob este título por serviço não realizado.

§ 6º O serviço extraordinário, mediante acordo de compensação com folga, não será remunerado.

Art. 77. O serviço extraordinário poderá ser rea-lizado sob a forma de plantões para assegurar o funcionamento dos serviços municipais.

CAPÍTULO IIIDO REPOUSO SEMANAL

Art. 78. O servidor tem direito a repouso remu-nerado, num dia a cada semana, preferencial-mente aos domingos, bem como nos dias feria-dos civis e religiosos.

§ 1º A remuneração do dia de repouso cor-responderá a um dia normal de trabalho.

§ 2º Na hipótese de servidores com remu-neração por produção, peça ou tarefa, a re-muneração do repouso corresponderá ao total da produção da semana, dividida pelos dias úteis da mesma semana.

§ 3º Consideram-se já remunerados os dias de repouso semanal do servidor mensalista ou quinzenalista, cujo vencimento remune-ra trinta (30) ou quinze (15) dias, respecti-vamente.

Art. 79. Perderá a remuneração do repouso se-manal obrigatório o servidor que tiver faltado

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ao serviço no caso do artigo 105, § 2º, deste Es-tatuto.

Art. 80. Nos serviços públicos ininterruptos po-derá ser exigido trabalho nos dias feriados civis e religiosos, hipótese em que as horas traba-lhadas serão pagas com acréscimo de cem por cento (100%), salvo a concessão de outro dia de folga compensatória.

CAPÍTULO IVDO REGIME ESPECIAL DE TRABALHO

TÍTULO IV

Dos Direitos e Vantagens

CAPÍTULO IDO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 89. A apuração do tempo de serviço será feita em dias.

§ 1º O número de dias será convertido em anos, considerando o ano com trezentos e sessenta e cinco (365) dias.

§ 2º Para efeito de fixação de provento, feita a conversão, os dias restantes, até cento e oitenta e dois (182), não serão computados, arredondando-se para um (1) ano quando excederem a este número.

Art. 90. Serão computados os dias de efetivo exercício à vista dos comprovantes de pagamen-to.

Art. 91. Além das ausências ao serviço, justifica-das, serão considerados como de efetivo exercí-cio os afastamentos em virtude de:

I – férias;

II – casamento;

III – luto;

IV – exercício de cargo de provimento em comissão, no Município;

V – convocação para o serviço militar obri-gatório;

VI – júri e outros serviços obrigatórios por Lei;

VII – missão ou estudo em qualquer parte do território nacional ou no estrangeiro, quando autorizado pela autoridade compe-tente, sem prejuízo da remuneração;

VIII – realização de provas, na forma previs-ta neste Estatuto;

IX – licença;

a) prêmio;

b) à gestante, à adotante e paternidade;

c) para tratamento de saúde, inclusive por acidente em serviço, agressão não provoca-da ou moléstia profissional;

d) para tratamento de saúde de pessoa da família, quando licença remunerada;

e) para concorrer a cargo eletivo e exercê--lo;

f) para desempenho de mandato classista;

g) nos demais casos previstos em Lei.

§ 1º Constitui tempo de serviço municipal, para todos os efeitos legais, o tempo ficto e o anteriormente prestado ao Município, pelo servidor, qualquer que tenha sido sua forma de admissão.

§ 2º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado, concomitante-mente, em mais de um cargo ou função, de órgãos ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Municípios, inclu-sive tempo de contribuição na atividade pri-vada.

Art. 92. O afastamento para o exercício de man-dato eletivo será computado para todos os efei-

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tos legais, exceto para promoção por mereci-mento.

Art. 93. O tempo de serviço público prestado à Administração Direta, Indireta e Fundacional do Município de Caxias do Sul, bem como à Câmara de Vereadores, será computado integralmente para fins de avanços, gratificações e adicionais por tempo de serviço, aposentadoria e disponi-bilidade.

Art. 94. Para efeito de aposentadoria e disponi-bilidade, computar-se-á integralmente o tempo:

I – de serviço prestado pelo servidor em função ou órgão público federal, estadual ou municipal, inclusive em organizações au-tárquicas e fundacionais;

II – de serviço ativo nas forças armadas e auxiliares, prestado durante a paz, compu-tando-se pelo dobro o tempo em operação de guerra;

III – de serviço prestado em sociedade de economia mista nas quais tenha participado o Município, desde que relativo a período de vigência desta condição;

IV – de trabalho prestado à instituição de caráter privado que tiver sido transformada em estabelecimento de serviço público;

V – em que o servidor:

a) esteve em disponibilidade remunerada;

b) já esteve aposentado;

c) esteve de licença para desempenho de mandato classista.

Art. 96. Não será computado o tempo de ser-viço gratuito, exceto o de mandato legislativo municipal anterior à nomeação, para efeitos do artigo 94.

CAPÍTULO IIDO VENCIMENTO E DA

REMUNERAÇÃO

Art. 97. Vencimento é a retribuição pecuniá-ria devida ao servidor pelo efetivo exercício do cargo, correspondente a padrão fixado em lei, observada a classe promocional e acrescido de aumentos trienais e da gratificação de função incorporada.

§ 1º Remuneração é o vencimento acresci-do dos adicionais e gratificações diversas, bem assim das demais vantagens pecuniá-rias, temporárias ou permanentes, estabe-lecidas em lei.

§ 2º A revisão geral da remuneração dos servidores ativos, inativos e pensionistas, far-se-á sempre na mesma data e nos mes-mos índices.

§ 3º O índice de reajuste da remuneração dos servidores não pode ser inferior ao ne-cessário para repor o seu poder aquisitivo.

§ 4º É vedado ao servidor, ressalvadas as vantagens de caráter individual, assim como as relativas à natureza ou ao local de traba-lho, perceber mais do que o Prefeito Muni-cipal.

Art. 98. Os vencimentos dos servidores são irre-dutíveis.

Art. 99. O pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Município deverá ser realizado até o último dia útil do mês de traba-lho prestado.

Parágrafo único. As obrigações pecuniárias dos órgãos da Administração Direta, Indire-ta e Fundacional, para com seus servidores ativos, inativos e pensionistas, não cumpri-das até o último dia do mês de aquisição do direito, serão liquidadas com os valores atu-alizados pelos índices aplicados para a re-visão geral da remuneração dos servidores públicos do Município e, na sua ausência, pelo índice de atualização monetária oficial federal.

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Art. 100. Fica assegurada aos servidores da Ad-ministração Direta, Indireta e Fundacional, iso-nomia de vencimentos para cargos de atribui-ções iguais ou assemelhadas, do mesmo Poder, ou entre servidores dos Poderes Executivo e Le-gislativo, ressalvadas as vantagens de caráter in-dividual, assim como as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

Art. 101. As retribuições devidas ao servidor por semana, por dia e hora de trabalho, são as se-guintes:

I – a semanal com 1/52 (um cinqüenta e dois avos) da anual;

II – a horária, o quociente entre a semanal e o número de horas a que está sujeito por semana.

Art. 102. Será admitida procuração, com vali-dade de até doze (12) meses, para o fim de re-cebimento de qualquer importância dos cofres municipais decorrente do exercício de função ou cargo, quando o servidor se encontrar fora da sede ou comprovadamente impossibilitado de locomover-se.

Art. 103. É proibido, fora dos casos expressa-mente previstos neste Estatuto, ceder ou gravar vencimento, gratificação ou vantagem decor-rente do exercício da função ou cargo público.

Art. 104. Perderá o vencimento ou remunera-ção do cargo efetivo, salvo o direito de opção e o de acumulação, o servidor nomeado para car-go em comissão.

Art. 105. O servidor que não comparecer ao serviço, salvo motivo legal ou moléstia compro-vada, perderá a retribuição do dia ou, no caso de plantão, a que lhe caberia se não houvesse faltado.

§ 1º O servidor perderá, ainda:

I – o vencimento ou remuneração durante o afastamento decorrente de:

a) prisão preventiva;

b) suspensão preventiva administrativa;

c) condenação judicial, por sentença defini-tiva, a pena que não determine demissão;

II – um sexto (1/6) da retribuição do dia se comparecer ao serviço dentro da hora se-guinte à marcada para o início ou se retirar antes de findo o período de trabalho, salvo nos casos especiais, devidamente autoriza-dos pelo chefe a que estiver subordinado, em face de justo motivo.

§ 2º Se o servidor faltar ao trabalho durante qualquer dia útil da semana, ser-lhe-á des-contado o domingo, o mesmo acontecendo em relação ao feriado se a falta ocorrer em dia contíguo.

§ 3º O servidor que por doença não estiver em condições de trabalhar ficará obrigado a fazer pronta comunicação ao chefe ime-diato, submetendo-se ao necessário exame médico.

Art. 106. As reposições e indenizações à Fazen-da Municipal serão descontadas em parcelas não excedentes à quinta (5ª) parte da retribui-ção mensal líquida.

Parágrafo único. Não caberá o desconto parcelado quando o servidor solicitar exo-neração ou abandonar o cargo.

Art. 107. O servidor afastado pelos motivos pre-vistos no artigo 91 continuará percebendo os avanços e as gratificações que lhe caibam, salvo as exceções indicadas neste Estatuto.

CAPÍTULO IIIDAS VANTAGENS PECUNIÁRIAS

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 108. Além do vencimento poderão ser de-feridas ao servidor as seguintes gratificações, adicionais e acréscimos pecuniários:

I – gratificação de função;

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II – adicionais por tempo de serviço;

IV – adicionais por plantão ou serviço extra-ordinário;

V – adicional por serviço noturno;

VI – gratificações pelas seguintes atividades especiais:

a) exercício em determinadas zonas ou lo-cais;

b) execução de trabalho com risco de vida ou saúde;

c) participação em órgão de deliberação co-letiva;

d) representação;

e) elaboração de trabalho técnico especiali-zado ou científico;

f) auxiliar, fiscal, membro de comissão de concurso ou de banca examinadora;

g) instrutor ou auxiliar de instrutor de curso de aperfeiçoamento funcional;

h) especialista de classe especial do magis-tério;

VII – avanços.

§ 1º Os adicionais relativos ao regime de tempo integral, dedicação exclusiva e ser-viço extraordinário não podem ser percebi-dos cumulativamente.

§ 2º As gratificações e os adicionais se in-corporarão ao vencimento ou provento nos casos indicados neste Estatuto ou em lei.

Art. 109. Satisfeitos os requisitos legais, poderá o servidor perceber, ainda, as seguintes vanta-gens:

I – abono familiar;

II – auxílio por diferença de caixa;

III – indenizações;

IV – gratificação natalina.

Seção IIDAS INDENIZAÇÕES

Art. 110. Constituem indenizações as seguintes contraprestações de serviços ao servidor:

I – diárias;

II – ajuda de custo;

III – transporte;

IV – auxílio transporte.

Subseção IDAS DIÁRIAS

Art. 111. Ao servidor que, por determinação da autoridade competente, se deslocar eventual ou transitoriamente do Município, no desempe-nho de suas atribuições ou em missão ou estu-do de interesse da Administração, serão conce-didas, além do transporte, inclusive locomoção urbana, diárias para cobrir as despesas com ali-mentação e pousada.

§ 1º Nos casos em que o deslocamento não exija pernoite fora do Município, as diárias serão pagas por metade.

§ 2º O valor das diárias será estabelecido em regulamento.

§ 3º A alimentação, pousada e locomoção, a serviço no interior do Município, serão esta-belecidas em regulamento.

Art. 112. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obri-gado a restituí-las, integralmente, no prazo de três (3) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar ao Município em prazo menor do que o previsto para seu afastamento, res-tituirá as diárias recebidas em excesso em igual prazo.

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Subseção IIDA AJUDA DE CUSTO

Art. 113. A ajuda de custo destina-se a cobrir as despesas de viagem e instalação do servidor que for designado para exercer missão ou estu-do fora do Município, por tempo que justifique a mudança temporária de residência.

Parágrafo único. A concessão da ajuda de custo ficará a critério da autoridade compe-tente, que considerará os aspectos relacio-nados com a distância percorrida, o número de pessoas que acompanharão o servidor e a duração da ausência.

Art. 114. A ajuda de custo não poderá exceder o dobro do vencimento do servidor, salvo quando o deslocamento for para o exterior, caso em que poderá ser até quatro (4) vezes o vencimento, desde que arbitrada justificadamente.

Subseção IIIDO TRANSPORTE

Art. 115. Conceder-se-á indenização de trans-porte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, nos termos da lei específica.

Subseção IVDO AUXÍLIO TRANSPORTE

Art. 116. O servidor receberá auxílio transporte, correspondente à necessidade do seu desloca-mento em atividade para seu local de trabalho, nos termos da lei.

Seção III DO AUXÍLIO POR

DIFERENÇA DE CAIXA

Art. 117. O servidor que, por força das atribui-ções de seu cargo, pague ou receba moeda cor-rente, perceberá um auxílio por diferença de caixa, no montante de dez por cento (10%) da remuneração.

§ 1º O servidor que estiver respondendo le-galmente pelo tesoureiro ou caixa, durante os impedimentos legais destes, fará jus ao pagamento do auxílio.

§ 2º O auxílio de que trata este artigo só será pago enquanto o servidor estiver efeti-vamente executando serviços de pagamen-to ou recebimento e nos afastamentos re-gulamentares.

§ 3º O auxílio por diferença de caixa será in-corporado, na aposentadoria, ao provento do servidor que o perceber durante cinco (5) anos consecutivos ou oito (8) intercala-dos.

Seção IVDOS AVANÇOS, DAS

GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS

Subseção IDOS AUMENTOS DO

VENCIMENTO DOS AVANÇOS

Art. 118. Os cargos de provimento efetivo terão aumentos de vencimento de cinco por cento (5%), denominados avanços, calculados sobre a referência da classe promocional.

§ 1º Excluem-se da base de cálculo do avan-ço os aumentos trienais anteriormente con-cedidos.

§ 2º A cada triênio de serviço público cor-responderá um avanço, cuja concessão será automática.

§ 3º Para fins de avanços computar-se-á integralmente o tempo de serviço público prestado à Administração Direta, Indireta e Fundacional do Município de Caxias do Sul, bem como à Câmara de Vereadores.

Art. 119. Para efeito de concessão de avanço não se considerará interrupção de atividade qualquer dos afastamentos do artigo 91.

Parágrafo único. A concessão de avanço será protelada na razão de:

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a) dez (10) dias por falta não justificada;

b) trinta (30) dias por dia de suspensão ou multa;

c) um (1) ano quando a penalidade for por prazo superior a cinco (5) dias.

Art. 120. O servidor provido em outro cargo, na forma da lei, manterá os avanços trienais con-quistados no cargo anterior, cujo cálculo incidi-rá sobre a referência da classe promocional que passar a exercer.

Subseção IIDAS VANTAGENS ADICIONAIS

Art. 122. O servidor estável, ao completar 15 (quinze) e 25 (vinte e cinco) anos de serviço pú-blico prestado à Administração Direta, Indireta e Fundacional do Município de Caxias do Sul, bem como à Câmara de Vereadores, contado na forma deste Estatuto, passará a perceber, respectivamente, gratificação adicional de 19% (dezenove por cento) ou 35% (trinta e cinco por cento) sobre o vencimento, excluídos deste os avanços trienais.

Parágrafo único. A gratificação de 19% (de-zenove por cento) cessará uma vez concedi-da a de 35% (trinta e cinco por cento).

Art. 123. No caso de acumulação remunerada, será considerado para efeito de gratificação adi-cional o tempo de serviço prestado em cada car-go isoladamente.

Subseção IIIDO ADICIONAL POR REGIME

ESPECIAL DE TRABALHO

Subseção IV DA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO

Art. 126. A gratificação de função será percebi-da cumulativamente com o vencimento ou com o provento do servidor em disponibilidade.

Art. 127. O servidor detentor de cargo de provi-mento efetivo que tenha permanecido durante

cinco anos consecutivos no desempenho de car-go em comissão, função gratificada, ou ambos, terá incorporada ao vencimento, para todos os efeitos legais, a vantagem de cunho pessoal, na forma da alínea a do § 1º deste artigo.

§ 1º O servidor efetivo e que houver exer-cido cargo em comissão, função gratificada, ou ambos, por dois anos, terá adicionada a importância equivalente a vinte por cento (20%):

a) do valor equivalente à função gratificada de mesmo número;

b) do valor correspondente à diferença en-tre o padrão do cargo de provimento efeti-vo e do cargo em comissão.

§ 2º A cada dois anos excedentes no exer-cício de cargo em comissão, função gratifi-cada, ou ambos, corresponderá novo acrés-cimo, no mesmo percentual, sobre o valor previsto na alínea a do parágrafo anterior;

§ 3º Se mais de um cargo em comissão ou função gratificada tiver o servidor exercido, servirá de base de cálculo o valor exercido equivalente à função gratificada correspon-dente, desde que nele tenha permanecido, no mínimo, por dois anos.

§ 4º Computar-se-ão, para todos os efeitos legais, as permanências já ocorridas nos cargos em comissão e funções gratificadas, ou ambos, à vista de seus assentamentos funcionais.

§ 5º O servidor no gozo da vantagem pre-vista neste artigo nada perceberá pelo exercício de função gratificada ou cargo em comissão de nível equivalente àquele que incorporou ao vencimento, tendo direito à diferença quando vier a desempenhar ou-tro posto mais elevado.

§ 6º O servidor beneficiado por este artigo não pode se eximir, sem justo motivo, ao desempenho de função que lhe seja atribu-ída, desde que compatível com a incorpora-da.

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Art. 128. Fica assegurado ao servidor o direito de incorporar as gratificações especiais, de sím-bolos GE-1 e GE-2, criadas pela Lei nº 2.157, de 19 de dezembro de 1973.

§ 1º A incorporação de que cuida o "caput" deste artigo se processará na forma regrada pelo artigo 127 deste Estatuto.

§ 2º Para efeitos de incorporação compu-tam-se as permanências ocorridas nas fun-ções gratificadas, nos cargos em comissão e no desempenho de funções, mediante a percepção de gratificação especial de sím-bolos GE-1 e GE-2.

§ 3º As gratificações especiais de símbolos GE-1 e GE-2, para fins e efeitos de tabela de pagamento, correspondem, atualmente, às funções gratificadas de padrões FG-3 e FG-4, respectivamente.

Art. 129. A vantagem incorporada ao vencimen-to do servidor, nos termos desta Subseção, não poderá ser absorvida em virtude de aumento ou alterações posteriores no plano de pagamento.

Subseção V DAS GRATIFICAÇÕES POR

ATIVIDADES ESPECIAIS

Art. 130. Serão arbitradas pelo Prefeito, quan-do não previstas em lei ou regulamento, as gra-tificações relativas à participação em órgão de deliberação coletiva de caráter permanente e as concedidas a título de representação.

Parágrafo único. A gratificação por trabalho técnico especializado ou científico, de utili-dade para a Administração e que não cons-titua atribuição de cargo provido ou de ór-gão municipal, será também arbitrada pelo Prefeito e paga após a sua conclusão.

Art. 131. Fica instituída a concessão de gratifi-cação pelo desempenho da atribuição de fiscal, integrante de comissão executiva ou de banca examinadora de concurso público para provi-mento de cargos efetivos.

§ 1º Os servidores efetivos farão jus a:

I – dez por cento (10%) do vencimento base do padrão um (01), por turno trabalhado, quando atuarem como fiscais;

II – cem por cento (100%) do vencimento base do padrão quatorze (14) quando inte-grarem a comissão executiva, cabendo ao presidente da comissão um acréscimo de dez por cento (10%) do vencimento base do padrão quatorze (14); e

III – sessenta por cento (60%) do vencimen-to base do padrão quatorze (14) quando in-tegrarem a banca examinadora.

§ 2º A comissão executiva será composta de:

I – três (03) servidores efetivos: para o con-curso público com até cinco (05) cargos, es-pecializações ou áreas de atuação; ou

II – cinco (05) servidores efetivos: para o concurso público com mais de cinco (05) cargos, especializações ou áreas de atuação.

§ 3º O número de fiscais e de integrantes da banca examinadora será de acordo com o número de candidatos inscritos ou classi-ficados para a fase da prova de títulos, com condições para que se possa cumprir todas as normas pertinentes à legalidade do con-curso público.

Art. 131-A. Fica instituída a concessão de gratifi-cação pelo desempenho da atribuição de instru-tor ou palestrante de curso ou palestra com o objetivo de colaborar com o desenvolvimento e qualificação profissional dos servidores públicos municipais.

§ 1º Os servidores efetivos que atuarem como instrutores farão jus a:

I – dez por cento (10%) do vencimento base do padrão um (01), por hora, se o curso for realizado fora do horário de trabalho do ins-trutor; ou

II – cinco por cento (5%) do vencimento base do padrão um (01), por hora, se o cur-

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so for realizado dentro do horário de traba-lho do instrutor.

§ 2º Os servidores efetivos que atuarem como palestrantes farão jus a:

I – trinta por cento (30%) do vencimento base do padrão um (01), por palestra, se a mesma for realizada fora do horário de tra-balho do palestrante; ou

II – quinze por cento (15%) do vencimento base do padrão um (01), por palestra, se a mesma for realizada dentro do horário de trabalho do palestrante.

§ 3º Os instrutores ou palestrantes só se enquadrarão nas disposições contidas no caput quando o curso ou palestra não tiver relação com as atribuições normais de seus cargos, funções gratificadas ou cargos em comissão em que estejam investidos, bem como as comissões ou conselhos que ve-nham integrar.

Subseção VI DAS GRATIFICAÇÕES

DOS ESPECIALISTAS DE CLASSE ESPECIAL DO MAGISTÉRIO

Art. 132. Pelo exercício de magistério em clas-se de alunos excepcionais – classe especial – o professor perceberá um gratificação mensal, de cinqüenta por cento (50%), a ser calculada so-bre o vencimento básico do Grau I.

§ 1º O professor ou professora que trabalhe no atendimento de excepcionais poderá , a pedido, após vinte e cinco (25) ou vinte (20) anos, respectivamente, de efetivo exercício em regência de classe, completar seu tem-po de serviço em outras atividades pedagó-gicas no ensino público municipal, as quais serão consideradas como de efetiva regên-cia.

§ 2º A gratificação concedida ao servidor público municipal designado exclusivamen-te para exercer atividades no atendimento a deficientes, superdotados ou talentosos,

será incorporada ao vencimento após per-cebida por cinco (5) anos consecutivos ou dez (10) intercalados.

§ 3º O professor beneficiado com a incor-poração de que trata este artigo não poderá se eximir, sem justo e aceito motivo, ao de-sempenho do magistério em classes de alu-nos excepcionais.

§ 4º A cada cinco (5) anos de efetivo exercí-cio em classe especial, o professor poderá pedir afastamento dela pelo período de um (1) ano, sem prejuízo das vantagens pre-vistas nesta Lei, proibida a acumulação de períodos. Durante o afastamento o profes-sor será designado para exercer funções na escola, inclusive em classe regular, devendo retornar à classe especial expirado o perío-do de afastamento.

Art. 133. A atividade em classe especial será exercida pelo professor que possuir habilitação específica e/ou curso de especialização para ensino especial, com mais de trezentas (300) horas-aula, ministrado por instituição pública ou privada oficial, atendidos mais os seguintes requisitos:

I – ter, no mínimo, dois (2) anos de regência de classe em curso regular;

II – ser professor de 1ª a 4ª série e habilita-ção com curso de especialização;

III – apresentar condições de personalidade adequada ao tipo de atividade a desenvol-ver, comprovadas mediante seleção psico-técnica, procedida pelo órgão dirigente.

§ 1º Classe especial é a que agrupa alunos excepcionais, para o desenvolvimento de currículos adequados às diversas categorias e graus de excepcionalidade.

§ 2º Aluno excepcional é o super ou subdo-tado que, física, sensorial, emocional e so-cialmente se desvia do tipo normal em grau que necessite de tratamento especial para obter-se o máximo de sua potencialidade.

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Subseção VII DA GRATIFICAÇÃO NATALINA

Art. 134. A gratificação natalina ou 13º (décimo terceiro) salário, será paga com base na remu-neração integral ou no valor do provento do aposentado, vigentes no mês de dezembro, ex-ceto referente ao serviço extraordinário.

§ 1º O pagamento da gratificação natalina, também chamada 13º (décimo terceiro) sa-lário, será efetivado até o dia 20 (vinte) de dezembro, garantindo ao servidor que o requerer, entre os meses de fevereiro e no-vembro de cada ano, recebimento de adian-tamento de até a metade do 13º (décimo terceiro) salário, num prazo de 30 (trinta) dias contado a partir de protocolado o re-querimento.

§ 2º O pagamento devido será calculado proporcionalmente ao tempo de efetivo exercício.

§ 3º O pagamento devido a título de serviço extraordinário na gratificação natalina será efetuado pela média anual das horas pres-tadas.

Subseção VIII DO ABONO FAMILIAR

Subseção IXDO ADICIONAL POR SERVIÇO NOTURNO

Art. 140. Ao servidor convocado para prestar serviço noturno, será atribuído adicional de 20% (vinte por cento) sobre a hora normal efeti-vamente cumprida em horário noturno.

§ 1º O adicional noturno integrará a base de cálculo da contribuição previdenciária, para efeito de cálculo de benefício de aposenta-doria e pensão, pela média das contribui-ções efetuadas.

§ 2º Fica assegurado ao servidor que teve incorporado aos vencimentos o adicional noturno pelo cumprimento deste horário

durante 8 (oito) anos consecutivos ou não, até a data de publicação desta Lei, a conti-nuidade deste em sua remuneração, e a al-teração de seu horário normal de trabalho, salvo no caso em que requerer dispensa do mesmo.

§ 3º Ao servidor que tenha cumprido servi-ço noturno durante 8 (oito) anos consecuti-vos ou não, até a data de publicação desta Lei, e que não tenha requerido a incorpora-ção aos vencimentos do respectivo adicio-nal e a alteração do horário de trabalho, po-derá requerê-lo em até 90 (noventa) dias a contar da publicação desta Lei Complemen-tar, sendo incorporado o valor resultante da média do número de horas recebidas com o adicional noturno no período, e assegurado o estabelecido no parágrafo anterior.

Subseção X DO ADICIONAL POR PLANTÃO OU

SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO

Art. 141. O servidor convocado para prestação de plantão ou serviço extraordinário perceberá um adicional correspondente a retribuição devi-da pelo trabalho cumprido em horário normal, acrescida, no mínimo, de 50% (cinquenta por cento).

§ 1º O adicional será pago por hora de tra-balho efetivamente realizado.

§ 2º O serviço extraordinário realizado em domingos e feriados civis e religiosos será remunerado com acréscimo de 100% (cem por cento), em relação a retribuição devida pelo trabalho cumprido em horário normal.

§ 3º O plantão ou serviço extraordinário noturno terá sua contraprestação calcula-da observando o disposto no art. 140, sem prejuízo do acréscimo estabelecido neste artigo.

Art. 142. É vedado o pagamento de adicional de plantão ou serviço extraordinário não prestado, com o objetivo de remunerar outros serviços ou encargos.

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Parágrafo único. O servidor que o perceber indevidamente será obrigado a restituí-lo de uma só vez.

Subseção XI DA GRATIFICAÇÃO PELO

EXERCÍCIO DE ATIVIDADES PENOSAS, INSALUBRES,

PERIGOSAS E DE DIFÍCIL ACESSO

Art. 143. Os servidores que exercerem suas ati-vidades em contato com explosivos ou mate-riais inflamáveis, em condições de periculosida-de, terão direito a uma gratificação adicional de trinta por cento (30%) sobre o vencimento bási-co que perceberem.

Art. 144. Consideram-se como condições de pe-riculosidade os riscos a que estão expostos os servidores:

I – decorrentes do transporte, da carga e descarga de inflamáveis ou material explo-sivo;

II – dos serviços de manutenção e operação em que o servidor permaneça em contato com inflamáveis ou explosivos, em recinto onde estes são armazenados e manipulados ou em veículos em que são transportados.

Art. 145. É considerado como risco de vida a execução de trabalho com substância explosiva ou que, sendo combustível, se inflama ao mais rápido contato de uma chama.

Art. 146. Contato permanente é o resultante da prestação de serviços não eventuais, com infla-máveis ou explosivos, em condições de pericu-losidade.

Art. 147. Periculosidade com inflamável ou ex-plosivo, em qualquer operação, é o risco ineren-te ao trabalho não eventual com aqueles agen-tes.

Art. 148. A gratificação referente às atividades em contato permanente com explosivos ou ma-teriais inflamáveis, em condições de periculosi-dade, só será devida enquanto perdurar a exe-

cução dos serviços pelo servidor, nas condições dos artigos 146 e 147.

Art. 149. Serão consideradas atividades e ope-rações insalubres, enquanto não se verificar a inteira eliminação das causas da insalubridade, aquelas que, por sua própria natureza, condi-ções ou métodos de trabalho, expõem os servi-dores a agentes físicos, químicos ou biológicos nocivos e que possam produzir doenças e cons-tem dos quadros aplicados pelas Leis Trabalhis-tas vigentes ou legislação posterior que os alte-rem ou modifiquem.

§ 1º A caracterização qualitativa ou quanti-tativa, quando for o caso, da insalubridade e os meios de proteção dos servidores, sendo levado em conta o tempo de exposição aos efeitos insalubres, serão determinados pela Biometria Médica do Município ou median-te convênio neste sentido, observado em sua atuação, inclusive quanto aos quadros de atividades e operações insalubres e às normas para sua caracterização, a legislação aplicada aos empregados regidos pelas Leis Trabalhistas, vigentes ou posteriores, que a atualize ou modifique.

§ 2º A eliminação ou redução de insalubri-dade poderá ocorrer, segundo o caso, pela aplicação de medidas de proteção coletiva ou recursos de proteção individual.

Art. 150. Os graus de insalubridade, para efei-to de gratificação, calculados sobre o valor do menor padrão de vencimento, para os trabalhos considerados insalubres, são:

I – grau 1, grau máximo;

II – grau 2, grau médio;

III – grau 3, grau mínimo.

§ 1º Os graus máximo, médio e mínimo, terão como base o menor padrão de ven-cimento do quadro de provimento efetivo e serão de quarenta por cento (40%), vinte por cento (20%) e dez por cento (10%), res-pectivamente.

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§ 2º Se as condições do local e dos modos de operar se modificarem pela proteção dada e forem de maneira que façam desa-parecer as causas de insalubridade, a grati-ficação será eliminada.

Art. 151. Os efeitos pecuniários, inclusive adi-cionais decorrentes do trabalho nas condições de insalubridade ou periculosidade, atestados, serão devidos a contar da data do pedido admi-nistrativo.

Parágrafo único. Enquanto não forem elimi-nadas suas causas, o exercício de atividades ou operações insalubres assegurará a per-cepção de adicionais.

Art. 152. No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será considerado o de mais elevado grau, vedada a percepção cumu-lativa.

Art. 153. Nas atividades e operações insalubres será obrigatório o exame médico periódico dos servidores, de seis (6) em seis (6) meses.

Parágrafo único. Os exames médicos de-verão investigar a capacidade física do ser-vidor para a função que exerce ou venha a exercer.

Art. 154. Os servidores que exercerem suas ati-vidades em contato permanente com serviços de eletricidade, em condições de periculosida-de, terão direito a uma gratificação de trinta por cento (30%) sobre o vencimento básico que per-ceberem.

Art. 155. Consideram-se como condições de pe-riculosidade aquelas fundadas na Lei Federal nº 7.369, de 20 de setembro de 1985, ou superve-niente, que a altere, modifique ou regulamente.

Art. 156. É exclusivamente suscetível de gerar direito à percepção de adicional de periculosi-dade o exercício das atividades identificadas na legislação federal já referida, desde que o ser-vidor, independentemente do cargo ou função, permaneça habitualmente em área de risco, executando ordens, e em situação de exposição contínua, caso em que o pagamento da gratifi-

cação incidirá sobre o vencimento básico que perceber.

§ 1º O ingresso ou a permanência eventual em área de risco não gera direito à gratifica-ção de periculosidade.

§ 2º São equipamentos ou instalações elé-tricas em situação de risco aqueles cujo contato físico ou exposição aos efeitos da eletricidade possa resultar incapacitação, invalidez permanente ou morte.

Art. 157. Cessado o exercício da atividade ou eliminado o risco, o adicional de periculosidade deixará de ser pago.

Parágrafo único. A caracterização do risco ou da sua eliminação far-se-á através de pe-rícia técnica.

Art. 158. Os casos omissos nesta Subseção se-rão resolvidos aplicando-se a legislação traba-lhista pertinente à matéria.

Art. 159. Adota-se, para fins de disciplinar o adi-cional de penosidade, a legislação trabalhista atinente à espécie.

Art. 160. Em hipótese alguma ocorrerá percep-ção cumulativa dos adicionais de insalubridade, periculosidade e penosidade, sendo sempre deferido aquele que corresponda às atividades efetivamente exercidas pelo servidor.

Art. 161. A gratificação pelo exercício de ativi-dades penosas, insalubres, perigosas e de difícil acesso, será incorporada, na aposentadoria, ao provento do servidor que a tenha percebido por cinco (5) anos consecutivos ou oito (8) interca-lados.

Art. 162. O servidor com exercício em escola si-tuada no interior do Município, ou considerada, mediante Decreto do Poder Executivo, de difícil acesso, perceberá uma ajuda de custo, como parcela indenizatória de despesas de transporte e/ou estada, arbitrada pelo Prefeito Municipal através de Portaria, em percentual entre vinte e quarenta por cento sobre o vencimento básico do servidor.

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Parágrafo único. Também farão jus à ajuda de custo de que trata o caput, aqueles servi-dores da Administração Direta, Autarquias e Fundação, em exercício em unidades admi-nistrativas localizadas no interior do Municí-pio, consideradas de difícil acesso mediante Decreto do Poder Executivo, na proporção dos dias laborados no local.

CAPÍTULO IVDAS FÉRIAS

Art. 163. O servidor gozará, obrigatoriamente, por ano, trinta (30) dias de férias, de acordo com a escala que for encaminhada pela chefia imediata.

§ 1º Compete ao chefe do órgão organizar, no mês de novembro, a escala de férias para o ano seguinte, atendendo, sempre que possível, a conveniência do servidor.

§ 2º É facultado o gozo de férias em dois (2) períodos de quinze (15) dias, desde que não prejudique o serviço.

§ 3º Somente depois do primeiro (1º) ano de efetivo exercício adquirirá o servidor di-reito a férias.

§ 4º É proibido levar à conta de férias qual-quer falta ao serviço.

§ 5º A escala poderá ser alterada de acordo com a conveniência do serviço ou do servi-dor.

§ 6º O servidor que exerça cargo em comis-são ou função gratificada não será incluído na escala de férias, devendo ser determi-nada em entendimento com a autoridade a que estiver subordinado a época em que deverá gozá-las.

§ 7º Durante as férias o servidor terá direito, além do vencimento, a todas as vantagens que percebia no momento em que passou a fruí-las.

§ 8º A média das horas extras realizadas du-rante o período aquisitivo das férias servirá de base para o cálculo da remuneração das mesmas, juntamente com as demais vanta-gens.

Art. 164. Independentemente de solicitação, o servidor terá direito ao gozo de férias anuais re-muneradas com um terço (1/3) a mais do que a remuneração normal, e pagamento antecipado.

Parágrafo único. Ao servidor será assegu-rado, por ocasião da aposentadoria, o côm-puto em dobro, para todos os efeitos legais, ou indenização do período de férias cujo di-reito tenha adquirido ou, proporcionalmen-te, à razão de um doze avos (1/12) por mês de serviço ou fração superior a quinze (15) dias.

Art. 166. À família do servidor que faleceu com direito a férias, ou em gozo de férias, será paga a retribuição relativa a todo o período.

Art. 167. É proibida a acumulação de férias.

§ 1º Quando, por absoluta necessidade do serviço, o servidor não puder gozar férias no ano correspondente, deverá gozá-las, obrigatoriamente, no ano seguinte.

§ 2º No caso do parágrafo anterior o chefe imediato comunicará, por escrito, ao órgão competente, a transferência das férias e as razões que a determinaram.

Art. 168. A concessão das férias, mencionado o período de gozo, será participada por escrito ao servidor, com antecedência, cabendo a este as-sinar o recebimento da respectiva notificação.

Art. 169. No caso de exoneração será devida ao servidor a remuneração correspondente ao pe-ríodo de férias cujo direito tenha adquirido.

Parágrafo único. O servidor exonerado após doze (12) meses de serviço terá direito, também, à remuneração relativa ao perío-do incompleto de férias, na proporção de um doze avos (1/12) por mês de serviço ou fração superior a quinze (15) dias.

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Art. 170. O servidor que em um exercício gozar licença nos casos do artigo 188, incisos I e II, por período superior a sessenta (60) dias, consecu-tivos ou não, terá protelado por igual período o direito ao gozo de férias no ano seguinte.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica nos casos de licença decorrente de acidente em serviço, agressão não provocada ou mo-léstia profissional.

§ 2º Não serão consideradas faltas ao ser-viço as concessões, licenças e afastamentos previstos em lei, nos quais o servidor conti-nue com direito aos vencimentos normais, como se em exercício estivesse.

§ 3º O tempo de serviço anterior será so-mado ao posterior para fins de aquisição do período aquisitivo de férias, nos casos de li-cenças previstas para concorrer a cargo ele-tivo e serviço militar.

§ 4º O servidor que tiver gozado, num exer-cício, mais de trinta (30) dias de licença para tratar de interesses particulares, ou no caso do artigo 188, inciso VII, somente após um (1) ano da apresentação fará jus a férias.

Art. 171. Perderá o direito a férias o servidor que, no ano antecedente àquele em que deve-ria gozá-las, tiver mais de trinta (30) faltas não justificadas.

Art. 172. O servidor que tiver sua situação fun-cional alterada, na forma da lei, quando em gozo de férias, não é obrigado a apresentar-se antes de concluí-las.

Art. 173. Cumpre ao servidor comunicar, previa-mente, ao chefe imediato, o endereço eventual no período de férias.

Art. 174. O servidor que opera, direta e perma-nentemente, com Raios X ou substâncias radio-ativas, gozará, obrigatoriamente, vinte (20) dias consecutivos de férias por semestre de ativida-de profissional, proibida, em qualquer hipótese, a acumulação.

Art. 175. Para o pessoal docente e especialista de educação, em exercício nas unidades escola-

res da rede municipal de ensino, o período de férias será de sessenta (60) dias, durante as fé-rias escolares, devendo ser fixado em calendá-rio anual, de forma a atender às necessidades didáticas e administrativas do estabelecimento, desde que cumprido o calendário escolar.

Parágrafo único. Fica assegurado o paga-mento de 1/3 (um terço) da remuneração sobre todo o período de férias de que trata este artigo.

Art. 176. O servidor em regime de acumulação lícita perceberá o adicional de que trata o artigo 164, calculado sobre a remuneração dos cargos cujo período aquisitivo lhe garanta o gozo de fé-rias.

Parágrafo único. O adicional de férias será devido em função de cada cargo exercido pelo servidor.

CAPÍTULO VDAS VANTAGENS AO

SERVIDOR ESTUDANTE

Art. 177. O Município facilitará aos seus servi-dores a conclusão de cursos em que estejam inscritos ou em que venham a se inscrever.

Art. 178. Nenhum desconto sofrerá a retribui-ção do servidor regularmente matriculado em estabelecimento de ensino, por motivo de afas-tamento do serviço durante os dias das provas finais a que estiver sujeito.

§ 1º O mesmo será assegurado ao servidor que se inscrever em exames supletivos de 1º e 2º graus e vestibulares.

§ 2º O servidor interessado deverá compro-var, perante o seu chefe imediato, as datas em que se realizarão as diversas provas, bem como o comparecimento, sob pena de ser considerado faltoso ao serviço.

§ 3º Poderá ser concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar

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e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.

§ 4º Para efeito do disposto neste artigo será exigida a compensação de horário na repartição, respeitada a duração semanal do trabalho.

Art. 179. O servidor que se valer do disposto nos artigos anteriores fica obrigado a trazer per-feitamente em dia a tarefa que lhe competir.

Parágrafo único. Havendo necessidade, o chefe do servidor providenciará para que o mesmo complete sua tarefa fora do horário de trabalho, sem direito a perceber gratifi-cação por serviço extraordinário.

Art. 180. O servidor que for indicado pelo es-tabelecimento de ensino que estiver frequen-tando ou pela respectiva organização estudan-til para participar de viagem oficial de estudo, intercâmbio cultural ou competições esportivas poderá ser autorizado a participar sem prejuízo de seus vencimentos.

Parágrafo único. A concessão da vantagem de que trata este artigo será feita à vista de correspondência oficial do estabelecimento de ensino ou da entidade estudantil ou me-diante requerimento do servidor, devida-mente instruído com documento compro-batório de sua indicação.

CAPÍTULO VI DA ASSISTÊNCIA AO SERVIDOR

Art. 181. O Município promoverá assistência aos servidores buscando o bem estar físico e mental e o aperfeiçoamento intelectual.

§ 1º Caberá especialmente ao Município o custeio:

I – do tratamento dos servidores atingidos por doenças profissionais contraídas nos lo-cais de trabalho;

II – do tratamento de servidores acidenta-dos no serviço; e

III – da organização de programas de educa-ção e propaganda sanitária e de prevenção contra acidentes do trabalho.

§ 2º A realização do plano de assistência de que trata este artigo poderá ser delegada com ônus para o Município.

CAPÍTULO VII DAS CONCESSÕES DIVERSAS

Art. 182. Sem qualquer prejuízo, o servidor po-derá faltar ao serviço nos seguintes casos:

I – por um (1) dia, para doação de sangue;

II – por um (1) dia, para se alistar como elei-tor;

III – por dois (2) dias, por motivo de faleci-mento de tios, padrasto, madrasta, cunha-dos, genro, nora, sogros e sobrinhos;

IV – por oito (8) dias consecutivos, em razão de:

a) casamento;

b) falecimento do cônjuge, pais, filhos, en-teados, menor sob guarda ou tutela e ir-mãos, ou a ele equiparados, avós e netos;

V – por cinco (5) dias de faltas justificadas, anualmente, que fizer comprovação peran-te o chefe imediato.

Art. 182A. A servidora, mãe de filho excepcio-nal ou inválido de qualquer idade, comprovada-mente incapaz para exercer qualquer atividade remunerada, terá sua carga horária reduzida em cinqüenta por cento.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica à remuneração mensal da servidora.

§ 2º A comprovação da deficiência, na for-ma prevista neste artigo, será avaliada e atestada previamente por junta especial composta por dois médicos designados pelo Município e dois profissionais da área da saúde indicados por instituições que

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atendam deficientes, que emitirão laudo declarando se o grau de deficiência obriga a acompanhamento e/ou assistência perma-nente.

Art. 183. Além dos cursos de treinamento e aperfeiçoamento realizados por órgão compe-tente, poderá o Município conceder bolsa de es-tudos a servidor que, por seus conhecimentos, aptidões e atuações, a tal se tenha recomenda-do, desde que:

I – se trate de curso de especialização pro-fissional ou estágio;

II – a especialização se relacione com as ati-vidades que desempenha.

Parágrafo único. A concessão de bolsa de estudos dependerá de manifestação da Se-cretaria da Administração, ou órgão equiva-lente.

Art. 184. O servidor beneficiado com bolsa de estudos que pedir exoneração nos dois (2) anos subseqüentes ao término do curso realizado fica obrigado a indenizar o Município das importân-cias dispendidas com transporte, diárias e custo do estágio ou curso.

CAPÍTULO VIII DAS CONSIGNAÇÕES

E DESCONTOS EM FOLHA

Art. 185. Terão caráter obrigatório os seguintes descontos:

I – quantias devidas ou contribuições que, em virtude de lei, devam ser retidas em fa-vor da Fazenda Pública;

II – contribuições para previdência e assis-tência;

III – pensão alimentícia, em cumprimento de decisão judicial.

Art. 186. Nenhum desconto em folha, além dos obrigatórios, poderá ser efetuado sem prévia autorização do servidor.

Parágrafo único. O pagamento ao consigna-tário será realizado no mês subseqüente ao desconto.

Art. 187. A soma das consignações não poderá exceder a trinta por cento (30%) da remunera-ção, excetuada a pensão alimentícia.

CAPÍTULO IXDAS LICENÇAS

Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 188. Conceder-se-á licença ao servidor:

I – para tratamento de saúde;

II – por motivo de doença em pessoa da fa-mília;

III – à gestante, à adotante e paternidade;

IV – para concorrer a cargo eletivo;

V – para serviço militar obrigatório;

VI – para tratar de interesses particulares;

VII – para acompanhar cônjuge servidor pú-blico;

VIII – para gozar licença-prêmio;

IX – por acidente em serviço, por moléstia profissional e agressão não provocada;

X – para desempenho de mandato classista;

XI – para servir a outro órgão ou entidade.

Parágrafo único. Ao servidor ocupante de cargo em comissão só será concedida licen-ça:

a) para tratamento de saúde, desde que haja sido submetido à inspeção médica para ingresso e julgado apto;

b) nos casos dos incisos III e IX deste artigo.

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Art. 189. A concessão de licença poderá ser de-legada a outra autoridade por ato expresso do Prefeito.

Art. 190. A licença dependente de inspeção mé-dica será concedida pelo prazo indicado no res-pectivo laudo.

Parágrafo único. A licença será iniciada na data do pedido, se o servidor se apresentar para exame nas vinte e quatro (24) horas subseqüentes.

Art. 191. O servidor poderá permanecer em li-cença, nos casos previstos no art. 188, pelo pra-zo:

I – de duração do mandato, nos casos dos incisos IV e X;

II – de quarenta e oito meses, no caso do inciso XI, salvo se o convênio de cedência, mediante autorização legislativa, conforme art. 61, inciso XI, da Lei Orgânica do Municí-pio, prever outro prazo;

III – de vinte e quatro meses, nos demais ca-sos.

Art. 192. O servidor poderá gozar licença onde lhe convier, ficando, porém, obrigado a comuni-car previamente o endereço ao chefe a que esti-ver imediatamente subordinado.

Seção II LICENÇA PARA

TRATAMENTO DE SAÚDE

Art. 193. A licença para tratamento de saúde se dará:

I – a pedido do funcionário;

II – “ex-officio”.

§ 1º Num e noutro caso, é indispensável a inspeção médica pelo órgão competente do Município, a qual será facultada em domicí-lio quando o servidor residir em Caxias do Sul ou em município limítrofe e for impossí-vel o comparecimento pessoal.

§ 2º Sempre que a inspeção se realizar na sede do órgão médico, o servidor deverá aguardar o resultado em serviço, salvo nos casos de licença em prorrogação ou de mo-léstia que determine a interrupção imediata do exercício, a critério da autoridade médi-ca.

§ 3º O servidor que se recusar a submeter--se à inspeção médica será suspenso até que ela se verifique.

§ 4º No caso de licença negada, as faltas correrão à exclusiva responsabilidade do servidor, salvo durante os dias em que o ór-gão de biometria atestar tenha ele estado à disposição de junta médica.

Art. 194. A inspeção de saúde será efetua-da:

I – por um médico do órgão de biometria, nos casos de licença até trinta (30) dias e à servidora gestante;

II – por uma junta médica, do mesmo órgão, constituída de, no mínimo, três (3) mem-bros designados pelo respectivo chefe, nos demais casos.

Art. 195. O servidor em licença para tratamento de saúde deverá, antes de sua conclusão, sub-meter-se a nova inspeção, a ser realizada por outro perito.

Parágrafo único. No caso de licença até quinze (15) dias, poderá o laudo médico de-terminar que, uma vez concluído o período, retorne o servidor ao serviço, dispensada a reinspeção.

Art. 196. Nas licenças prolongadas, antes de se completarem trezentos e sessenta (360) dias, deverá o órgão de Biometria Médica pronun-ciar-se sobre a natureza da doença, indicando se o caso é de:

I – concessão de nova licença;

II – retorno ao serviço com ou sem limita-ção de tarefas;

III – readaptação.

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Art. 197. Quando o servidor se encontrar fora do Município, estando legalmente afastado do exercício do cargo, poder-lhe-á ser concedida li-cença mediante laudo de outro serviço médico oficial, até trinta (30) dias.

§ 1º Será admitido atestado passado por médico particular, com firma reconhecida, excepcionalmente, quando for comprovado pelo servidor a inexistência de serviço ofi-cial na localidade.

§ 2º No caso a que se refere o parágrafo an-terior, o atestado somente produzirá efeitos depois de homologado pelo órgão central de pessoal, com ratificação do órgão médi-co competente.

§ 3º Caso não seja homologado o atesta-do, o servidor será obrigado a reassumir imediatamente o exercício do cargo, sendo computados como falta os dias de ausência.

Art. 198. Em gozo de licença para tratamento de saúde, o servidor deverá abster-se de atividade remunerada ou não compatível com o seu esta-do, sob pena de interrupção imediata da licen-ça.

Art. 199. O servidor licenciado para tratamento de saúde é obrigado a reassumir o exercício do cargo se for considerado apto em inspeção mé-dica realizada "ex-officio".

Parágrafo único. No curso da licença, caso se julgue em condições de reassumir o exer-cício do cargo, ou de ser aposentado, pode-rá o servidor requerer inspeção médica.

Seção IIILICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA

EM PESSOA DA FAMÍLIA

Art. 200. O servidor poderá obter licença por motivo de doença na pessoa de ascendente, descendente e colateral consanguíneo ou afim, até o segundo grau civil, e do cônjuge ou com-panheiro (a), desde que prove ser indispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo.

§ 1º A comprovação das condições previstas neste artigo, como preliminar para conces-são da licença, far-se-á mediante o preen-chimento de formulário próprio, visado pela autoridade a que o servidor estiver imedia-tamente subordinado, a qual expressará sua concordância ou não com as declarações nele constantes.

§ 2º Provar-se-á a doença mediante inspe-ção de saúde procedida pelo órgão da Bio-metria Médica, ao qual se encaminhará o formulário referido no parágrafo anterior.

§ 3º O encaminhamento previsto no pará-grafo anterior será feito mesmo que a au-toridade a quem cabe visar o formulário declare, por escrito, discordar, total ou par-cialmente, dos elementos nele contidos, cabendo, neste caso, ao órgão competente realizar a investigação social.

§ 4º A licença de que trata este artigo será concedida:

a) com o vencimento ou remuneração, até noventa (90) dias;

b) com dois terços (2/3), quando exceden-te de noventa (90) dias e não ultrapassar a cento e oitenta (180) dias;

c) com um terço (1/3), quando, indo além de cento e oitenta (180) dias, não exceder de trezentos e sessenta e cinco (365) dias;

d) sem vencimentos, quando exceder de trezentos e sessenta e cinco (365) dias, até setecentos e trinta (730) dias.

Seção IV LICENÇA À GESTANTE,

À ADOTANTE E PATERNIDADE

Art. 201. Será concedida licença-maternidade à servidora, por 120 (cento e vinte) dias conse-cutivos, que perceberá neste período, salário--maternidade através do regime próprio de pre-vidência social dos servidores do Município de Caxias do Sul.

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§ 1º A licença poderá ter início no 1º (pri-meiro) dia do 9º (nono) mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.

§ 2º No caso de nascimento prematuro, a li-cença terá início a partir do parto.

§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será sub-metida a exame médico e, julgada apta, re-assumirá o exercício.

§ 4º No caso de aborto, atestado por médi-co oficial, a servidora terá direito a 30 (trin-ta) dias de licença.

Art. 201-A. A duração da licença-maternidade poderá ser prorrogada por mais 60 (sessenta) dias, a pedido da servidora, que deverá apre-sentar requerimento até o final do segundo mês da licença-maternidade.

§ 1º Durante o período de prorrogação da licença-maternidade, a servidora municipal terá direito a sua remuneração integral, fi-cando a cargo do ente empregador o paga-mento.

§ 2º Durante a prorrogação da licença-ma-ternidade de que trata esta Lei, a servidora não poderá exercer qualquer atividade re-munerada e a criança não poderá ser manti-da em escola infantil ou organização similar.

§ 3º Em caso de descumprimento do dis-posto neste artigo, a servidora municipal perderá o direito à prorrogação da licença, voltando às suas atividades normais.

§ 4º A servidora poderá requerer a interrup-ção da prorrogação da licença-maternidade a qualquer tempo.

Art. 202. Pelo nascimento de filho, o servidor terá direito à licença paternidade de cinco (5) dias consecutivos.

Parágrafo único. Quando servidor adotan-te, a licença será a contar da data do termo de guarda e responsabilidade.

Art. 203. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis (6) meses, a servidora terá direito,

durante a jornada de trabalho, a uma (1) hora, que poderá ser parcelada em dois (2) períodos de meia (1/2) hora.

Art. 204. Ao servidor que adotar ou obtiver ter-mo de guarda e responsabilidade para fins de adoção de criança, ficam estendidos os direitos previstos neste Estatuto.

§ 1º No caso de adoção ou guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, o perío-do de licença-maternidade à servidora será de 120 (cento e vinte) dias, e a prorrogação desta em 60 (sessenta) dias.

§ 2º No caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de 1 (um) ano até 4 (qua-tro) anos de idade, o período de licença à servidora será de 60 (sessenta) dias, e a prorrogação desta em 30 (trinta) dias.

§ 3º No caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de 4 (quatro) anos até 8 (oito) anos de idade, o período de licença à servidora será de 30 (trinta) dias, e a prorro-gação desta em 15 (quinze) dias.

§ 4º A licença-maternidade só será conce-dida mediante apresentação do termo de guarda e responsabilidade à adotante ou guardiã.

§ 5º No caso de adoção, será concedida apenas uma licença-maternidade e uma pa-ternidade por criança adotada.

Art. 205. Os casos patológicos verificados antes ou depois do parto e decorrentes deste serão objeto de licença para tratamento de saúde.

Art. 206. A servidora gestante em serviço de na-tureza braçal terá direito a ser aproveitada em função compatível com seu estado, a contar do quinto (5º) mês de gestação, e sem prejuízo do que estabelece esta Seção.

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Seção V LICENÇA PARA

CONCORRER A CARGO ELETIVO

Art. 207. O servidor que concorrer a cargo pú-blico eletivo será licenciado pelo período pre-visto pela legislação eleitoral, sem prejuízo de nenhum direito ou vantagem em cujo gozo esti-ver, inclusive da contagem do tempo respectivo como de efetivo serviço.

§ 1º Para os servidores não sujeitos à desin-compatibilização, a licença será concedida a partir da data do requerimento, acompa-nhada de prova de registro da candidatura perante a Justiça Eleitoral, limitada, porém, ao mínimo de trinta (30) dias anteriores ao pleito.

§ 2º Quando o candidato ocupar cargo do qual deva desincompatibilizar-se antes da data prevista no parágrafo anterior, a licen-ça será concedida a partir do último dia do prazo para desincompatibilizar-se.

§ 3º Em qualquer dos casos, a licença pro-longar-se-á pelos dez (10) dias posteriores ao pleito.

§ 4º Caso o servidor, nas condições previs-tas no § 2º, venha a ter negado o registro de sua candidatura pela Justiça Eleitoral, ou não alcance a indicação como candidato na convenção de seu partido, terá apenas jus-tificadas as faltas ao serviço até a data da negativa do registro, ou até a data da con-venção partidária, mas sem direito à remu-neração.

Art. 208. Ao servidor público em exercício de mandato eletivo aplicam-se as seguintes dispo-sições:

I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sen-do-lhe facultado optar pela sua remunera-ção;

III – investido no mandato de Vereador, ha-vendo compatibilidade de horários, perce-berá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo e, não havendo compatibilida-de, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV – em qualquer caso que exija o afasta-mento para exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para to-dos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estives-se.

Seção VI LICENÇA PARA O SERVIÇO

MILITAR OBRIGATÓRIO

Art. 209. Ao servidor que for convocado para o serviço militar e outros encargos da segurança nacional será concedida licença pelo prazo que se tornar necessário, sem prejuízo de qualquer direito ou vantagem, descontada, mensalmen-te, a importância que perceber na qualidade de incorporado.

§ 1º A licença será concedida à vista de do-cumento oficial que prove a incorporação obrigatória ou a matrícula em curso de for-mação da reserva.

§ 2º O servidor desincorporado reassumi-rá imediatamente o exercício, sob pena de perda do vencimento ou remuneração e, se a ausência exceder a trinta (30) dias, de de-missão, por abandono de cargo.

§ 3º Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso da sede, o prazo para apre-sentação será de dez (10) dias.

Art. 210. Ao servidor que houver feito curso para ser admitido como oficial da reserva das Forças Armadas será também concedida licença com vencimento ou remuneração, durante os estágios prescritos pelos regulamentos milita-res.

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Seção VII LICENÇA PARA TRATAR DE

INTERESSES PARTICULARES

Art. 211. Somente depois do servidor adquirir a estabilidade no serviço público poderá obter licença, sem vencimento, para tratar de interes-ses particulares.

§ 1º O disposto neste artigo aplica-se ao servidor que tenha sido beneficiado com bolsa de estudo.

§ 2º A licença poderá ser negada quando o afastamento for inconveniente aos interes-ses do serviço.

§ 3º O servidor deverá aguardar em exercí-cio a concessão da licença, sob pena de de-missão, se o período de afastamento ultra-passar trinta (30) dias consecutivos.

§ 4º O servidor em estágio probatório não poderá sair de licença para tratar de interes-ses particulares.

Art. 212. O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo, desistindo do restante da licença.

Art. 213. Não será concedida nova licença antes de decorridos dois (2) anos do término ou da desistência da anterior.

Parágrafo único. A proibição constante des-te artigo não se aplica à prorrogação de li-cença até o máximo estabelecido no artigo 191.

Seção VIII LICENÇA PARA ACOMPANHAR CÔNJUGE SERVIDOR PÚBLICO

Art. 214. O servidor ou servidora cujo cônjuge seja servidor público terá direito à licença, sem vencimento, quando o mesmo for mandado servir fora do Município.

Parágrafo único. A licença será concedida mediante pedido devidamente instruído e vigorará pelo tempo que durar a comissão

ou a nova função do marido ou esposa, até o máximo de quatro (4) anos.

Seção IXLICENÇA-PRÊMIO

Art. 215. Conceder-se-á ao servidor público que, por um (1) quinquênio completo não hou-ver interrompido a prestação de serviços ao Município e revelar assiduidade, licença-prêmio de três (3) meses.

Art. 216. Não será concedida licença-prêmio ao servidor público que, no quinquênio, tiver:

I – sofrido pena de multa ou suspensão;

II – mais de cinco (5) faltas não justificadas ao serviço;

III – gozado licença:

a) por motivo de doença em pessoa da fa-mília ou acompanhante do cônjuge servidor público ou militar, por mais de quarenta e cinco (45) dias;

b) para tratar de interesses particulares, por qualquer prazo.

Parágrafo único. Não terão efeito de inter-romper o quinquênio, mas somente prote-lá-lo, os seguintes afastamentos:

a) os que não ultrapassarem os limites es-tabelecidos nos incisos II e III, alínea "a", do “caput” deste artigo;

b) as licenças para tratamento de saúde por prazo superior a noventa (90) dias, consecu-tivos ou não, exceto as decorrentes de aci-dente em serviço, agressão não provocada no exercício de suas atribuições ou moléstia profissional.

Art. 217. A licença-prêmio será gozada de uma só vez, ou em parcelas nunca inferiores a um (1) mês, como requerida pelo servidor, no prazo máximo de doze (12) meses da data do requeri-mento, devendo ser levado em conta o interes-se do serviço no período.

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§ 1º Entre uma e outra parcela, no fracio-namento do trimestre, deverá decorrer um período de, no mínimo, dois (2) meses, sal-vo no caso de prorrogação da concessão, observado o interesse do serviço.

§ 2º Terá preferência para entrar em gozo de licença-prêmio o servidor público que a requerer, mediante prova de moléstia, po-sitivada pelo órgão de Biometria Médica do Município.

Art. 218. O tempo, total ou parcial, de licença--prêmio não gozada será, a pedido do servidor, contado em dobro para todos os efeitos legais.

Art. 219. Sendo de interesse do serviço a licen-ça-prêmio, a pedido do servidor, poderá ser convertida em três (3) meses de vencimentos ou remuneração, pagos em três (3) mensalida-des iguais e sucessivas, ou de uma só vez, a todo servidor que, no decurso da vigência da referida licença, permanecer no desempenho de suas funções.

Parágrafo único. A compensação financeira não autoriza a contagem em dobro do tem-po de serviço.

Seção X DA LICENÇA POR

ACIDENTE EM SERVIÇO

Art. 220. Serão integrais os vencimentos ou re-muneração do servidor licenciado para trata-mento de saúde por acidente em serviço, vítima de agressão não provocada no exercício de suas atribuições ou acometido de moléstia profissio-nal.

Art. 221. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor e que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido, bem como, aque-les ocorridos no ambiente de trabalho e durante o horário laboral.

§ 1º Equipara-se ao acidente em serviço o dano:

I – decorrente de agressão sofrida e não provocada no exercício de suas atribuições;

II – sofrido no percurso da residência e/ou local de refeição para o local de trabalho e vice-versa, observada a habitualidade tem-poral para o deslocamento e trajeto percor-rido;

III – sofrido por moléstia profissional;

IV – decorrente de desabamento, inunda-ção, incêndio e outros casos fortuitos ou de força maior, no exercício de suas funções;

V – causado por acidente sofrido pelo ser-vidor, ainda que fora do local e horário de trabalho, na realização de serviço ou execu-ção de ordem determinada por autoridade municipal; e

VI – ocorrido em viagem a serviço do Muni-cípio, independente do meio de locomoção.

§ 2º No caso de acidente previsto no caput e demais situações previstas no § 1º, é in-dispensável para a concessão da licença e tratamento pelo órgão competente a res-pectiva comprovação, que se dará no prazo de cinco (5) dias úteis, a contar do fato, me-diante processo regular realizado ex-officio, incluindo a reconstituição detalhada da ocorrência.

§ 3º Entende-se por moléstia profissional a que tiver relação de causa e efeito com as condições inerentes ao serviço, ou a fatos nele ocorridos, devendo o laudo médico es-tabelecer-lhe a rigorosa caracterização.

§ 4º Entende-se como percurso o trajeto da residência ou do local de refeição para o trabalho ou deste para aquele, independen-temente do meio de locomoção, desde que não haja alteração ou interrupção voluntá-ria dos percursos habitualmente realizados pelo servidor.

Art. 222. As moléstias passíveis de tratamento ambulatorial compatíveis com o exercício do cargo não darão motivo à licença, salvo nos ca-

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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sos de faltarem recursos médicos necessários no Município de Caxias do Sul.

Seção XI DA LICENÇA PARA DESEMPENHO

DE MANDATO CLASSISTA

Art. 223. É assegurado ao servidor direito à li-cença para desempenho de mandato em cargo de direção em confederação, federação ou sin-dicato representativo de servidores públicos, com direito à opção pela remuneração.

§ 1º Fica limitado em 7 (sete), o número de servidores a serem licenciados para exerce-rem mandatos de direção junto ao Sindica-to dos Servidores Municipais, e em 1 (um) servidor, para exercer mandato de direção junto à confederação e/ou federação repre-sentativa dos servidores públicos.

§ 2º Nos limites fixados no § 1º, estão con-templadas as representações dos servi-dores em suas entidades representativas, sejam estes vinculados ao Poder Executivo – Administração Direta, Autárquica e Fun-dacional, ou Poder Legislativo.

§ 3º O servidor ocupante de cargo em co-missão ou função gratificada deverá desin-compatibilizar-se do cargo ou função quan-do empossado no mandato de que trata este artigo.

Seção XII DA LICENÇA PARA SERVIR

A OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADE

Art. 224. O servidor poderá ser posto à disposi-ção para ter exercício em outro órgão ou enti-dade dos Poderes da União, dos Estados e dos Municípios mediante sua concordância, nas se-guintes hipóteses:

I – para exercício de função de confiança;

II – nos casos previstos em leis específicas;

III – para cumprimento de convênio.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso I deste artigo a cedência será sem ônus para o Município e, nos demais casos, conforme dispuser a lei ou convênio.

CAPÍTULO X DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 225. É assegurado ao servidor direito de requerer, pedir reconsideração e recorrer, bem como o de representar em defesa do direito ou interesse legítimo.

§ 1º As petições, salvo determinação ex-pressa em lei ou regulamento, serão sem-pre dirigidas ao Prefeito e terão despacho final no prazo final de quarenta (40) dias.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao concurso público, devendo ser observada a determinação expressa em regulamento próprio.

Art. 226. O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provas, suscetíveis de reformar o despacho, a decisão ou o ato.

Parágrafo único. O pedido de reconside-ração, que não poderá ser renovado, será submetido à autoridade que houver pro-latado o despacho, proferido a decisão ou praticado o ato.

Art. 227. Caberá recurso ao Prefeito quando o pedido de reconsideração houver sido despa-chado por autoridade diversa ou não decidido no prazo legal.

§ 1º Terá caráter de recurso o pedido de re-consideração quando o autor do despacho, decisão ou ato, houver sido o Prefeito.

§ 2º A atribuição outorgada ao Prefeito, pelo caput, poderá ser delegada ao Procura-dor-Geral do Município.

Art. 228. O pedido de reconsideração e o recur-so, os quais não têm efeito suspensivo, se provi-dos darão lugar às retificações necessárias, re-troagindo seus efeitos à data do ato impugnado.

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Art. 229. O direito de requerer prescreve:

I – em cinco (5) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das rela-ções de trabalho;

II – em cento e vinte (120) dias nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.

§ 1º O prazo de prescrição principia a cor-rer da data da publicação do ato impugnado ou, quando este for de natureza reservada, da data em que tiver ciência expressa o in-teressado.

§ 2º Os pedidos de reconsideração e o re-curso, quando cabíveis e apresentados den-tro do prazo de que trata este artigo, inter-rompem a prescrição.

Art. 230. A representação será dirigida ao chefe imediato do servidor, ao qual cabe, se a solução não for de sua alçada, encaminhá-la a quem de direito.

Parágrafo único. Se não for dado andamen-to à representação no prazo de cinco (5) dias, poderá o servidor dirigi-la, direta e su-cessivamente, à autoridade superior.

CAPÍTULO XI DA APOSENTADORIA

Art. 232. Decorridos trinta (30) dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial, podendo afastar-se do serviço, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferi-mento do pedido.

Parágrafo único. No período de licença de que trata este artigo, o servidor tem direito à totalidade da remuneração, computando--se o tempo como de efetivo exercício para todos os efeitos.

Seção I DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

Seção IIDO PROVENTO

Art. 239. A gratificação por regime especial de trabalho e gratificação por execução de trabalho em risco de vida e saúde, será in-corporada, na aposentadoria, ao provento do servidor que a tenha percebido durante 5 (cinco) anos consecutivos.

TÍTULO V

Do Regime Disciplinar

CAPÍTULO I DOS DEVERES

Art. 241. São deveres do servidor:

I – manter assiduidade;

II – ser pontual;

III – usar de discrição;

IV – tratar com urbanidade as partes, aten-dendo-as sem preferências pessoais;

V – desempenhar, pessoalmente, com zelo e presteza, os encargos que lhe competirem e os trabalhos de que for incumbido dentro de suas atribuições;

VI – ser leal às instituições constitucionais e administrativas a que servir;

VII – observar as normas legais e regula-mentos;

VIII – representar ou comunicar ao seu che-fe imediato irregularidades de que tiver co-nhecimento no órgão em que servir;

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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IX – respeitar e acatar seus superiores hie-rárquicos e obedecer às suas ordens, exceto quando manifestamente ilegais;

X – frequentar cursos legalmente instituí-dos, para seu aperfeiçoamento;

XI – providenciar para que esteja sempre em dia no assentamento individual a sua declaração de família;

XII – manter espírito de cooperação e soli-dariedade com os companheiros de traba-lho;

XIII – manter coleção atualizada de leis, re-gulamentos e demais normas necessárias ao desempenho de suas atribuições;

XIV – zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado;

XV – apresentar-se ao serviço conveniente-mente trajado ou uniformizado, quando for o caso;

XVI – sugerir providências tendentes ao aperfeiçoamento do serviço;

XVII – apresentar relatórios ou resumo de suas atividades, nas hipóteses e prazos pre-vistos em lei ou regulamento, ou quando determinado pela autoridade competente;

XVIII – atender preferencial e prontamente:

a) requisições destinadas à defesa da Fazen-da Municipal;

b) pedidos de certidões para fins de direito;

c) pedidos de informações da Câmara Mu-nicipal;

d) diligências solicitadas por sindicante ou comissão de inquérito;

e) deprecados judiciais.

Parágrafo único. Será considerado como co--autor o superior hierárquico que, receben-do denúncia ou representação a respeito de irregularidade no serviço ou de falta come-tida por servidor seu subordinado, deixar

de tomar as providências necessárias à sua apuração.

CAPÍTULO IIDAS PROIBIÇÕES

Art. 242. Ao servidor é proibida qualquer ação ou omissão capaz de comprometer a dignidade e o decoro da função pública, ferir a disciplina e a hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço, causar dano à Administração Pública, e espe-cialmente:

I – ausentar-se do serviço durante o expe-diente, sem prévia autorização do chefe imediato;

II – recusar a fé a documentos públicos;

III – opor resistência injustificada ao anda-mento de documento ou processo ou exe-cução de serviço;

IV – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

V – compelir ou aliciar outro servidor no sentido de filiação a partido político;

VI – manter, sob sua chefia imediata, côn-juge, companheiro ou parente até segundo grau civil, decorrente de nomeação por con-curso público;

VII – atuar como procurador ou intermediá-rio junto às repartições públicas municipais, exceto quando se tratar de parente até se-gundo grau civil;

VIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro, sem licença prévia;

IX – proceder de forma desidiosa no desem-penho de suas funções;

X – cometer a outro servidor atribuições es-tranhas às do cargo que ocupa, exceto em situações emergenciais e transitórias;

XI – referir-se de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho, às auto-

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ridades e a atos da Administração Pública Municipal, podendo, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço;

XII – entreter-se, durante as horas de traba-lho, em palestras, leituras ou outras ativida-des estranhas ao serviço;

XIII – retirar, modificar ou substituir, sem prévia permissão da autoridade competen-te, qualquer documento ou objeto existen-te na repartição;

XIV – deixar de comparecer ao serviço sem causa justificada;

XV – ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho, ou apresentar-se alco-olizado ao serviço;

XVI – participar de atos de sabotagem con-tra o serviço público;

XVII – entregar-se a atividades político-par-tidárias nas horas e locais de trabalho;

XVIII – apropriar-se de quaisquer bens do Município, desviá-los ou empregá-los em atividades particulares, políticas ou estra-nhas ao serviço;

XIX – exercer atribuições diferentes das de-finidas em lei ou regulamento como pró-prias do cargo ou função em que esteja le-galmente investido;

XX – valer-se do cargo para lograr provei-to pessoal em detrimento da dignidade da função pública;

XXI – fazer contratos de natureza comercial ou industrial com a Administração Munici-pal, por si ou como representante de ou-trem;

XXII – exercer comércio ou participar de so-ciedades comerciais, exceto como acionista, quotista ou comanditário;

XXIII – ser diretor ou integrar conselho de empresas fornecedoras ou prestadoras de serviços, ou que realizem qualquer moda-

lidade de contrato com o Município, sob pena de demissão do serviço público, inclu-sive quando se tratar de função de confian-ça do Município, bem como exercente de cargo em comissão;

XXIV – exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em empre-sa, estabelecimento ou instituição que te-nha relações industriais ou comerciais com o Município, em matéria que se relacione com a finalidade da repartição em que es-teja lotado;

XXV – praticar usura;

XXVI – aceitar representação de Estado es-trangeiro;

XXVII – receber propinas, comissões, pre-sentes e vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

XXVIII – valer-se de sua qualidade de servi-dor para desempenhar atividades estranhas às funções ou para lograr, direta ou indireta-mente, qualquer proveito;

XXIX – revelar fato ou informação que o ser-vidor conheça em razão do cargo ou função;

XXX – cometer às pessoas estranhas à re-partição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargos que competir a si ou a seus subordinados.

XXXI – praticar assédio moral.

Parágrafo único. Não está compreendida nas proibições dos incisos XXI, XXII, XXIII e XXIV deste artigo a participação de servido-res na direção ou gerência de cooperativas, fundações e entidades de classe, ou como sócios.

Seção IDA ACUMULAÇÃO

Art. 243. É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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§ 1º Excetuam-se da regra deste artigo, mediante a comprovação escrita perante a autoridade administrativa do Município da compatibilidade de horário:

a) de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos privativos de médico.

§ 2º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções e abrange as Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista da União, do Distrito Federal, dos Estados--membros, dos Territórios e dos Municípios.

§ 3º Quando o provimento em cargo públi-co municipal resultar em acumulação per-mitida, na forma deste artigo, deverá cons-tar esta circunstância no ato respectivo.

Art. 244. A proibição de acumular não se aplica aos aposentados.

Art. 245. Não se compreende na proibição de acumular a percepção de:

I – pensões com vencimentos, remuneração ou proventos;

II – gratificações e vantagens das previstas neste Estatuto, com vencimentos, remune-ração ou proventos.

Art. 246. Constatada, em inquérito administrati-vo, a acumulação proibida e provada a boa-fé, o servidor deverá optar por um dos cargos.

Parágrafo único. Provada a má-fé:

I – perderá ambos os cargos, se a acumula-ção se verificar na esfera municipal;

II – será demitido do cargo municipal, co-municando-se o fato à outra entidade go-vernamental na qual detenha cargo ou fun-ção;

III – restituirá o que houver percebido inde-vidamente, com a incidência dos juros le-gais e da atualização monetária.

Seção II DAS RESPONSABILIDADES

Art. 247. O servidor responde civil, penal e ad-ministrativamente, pelo exercício irregular de suas atribuições.

Art. 248. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário público ou a ter-ceiros.

Parágrafo único. Tratando-se de dano cau-sado a terceiros, responderá o servidor pe-rante a Fazenda Pública, através de compo-sição amigável ou via judicial.

Art. 249. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputados ao servidor nessa qualidade.

Art. 250. A responsabilidade administrativa re-sulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Art. 251. As sanções civis, penais e administra-tivas, poderão acumular-se, sendo independen-tes entre si.

Art. 252. A responsabilidade civil ou administra-tiva do servidor será afastada no caso de absol-vição criminal que negue a existência do fato ou a sua autoria.

Seção III DAS PENALIDADES E SUA APLICAÇÃO

Art. 253. São penas disciplinares:

I – advertência;

II – repreensão;

III – suspensão ou multa;

IV – destituição de função gratificada ou de-missão de cargo em comissão;

V – demissão;

VI – cassação de disponibilidade;

VII – cassação de aposentadoria.

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§ 1º Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a natureza e a gravidade da infração e os danos dela resultantes para o serviço público.

§ 2º À primeira infração, de acordo com a sua natureza e gravidade, poderá ser aplica-da qualquer das penas indicadas neste arti-go.

§ 3º No caso de pequena falta que, por sua natureza e reduzida gravidade, não deman-de a aplicação das penas previstas nos inci-sos II a VII deste artigo, será o servidor ad-vertido particular e verbalmente.

Art. 254. A repreensão será aplicada por escrito:

I – na falta de cumprimento do dever fun-cional;

II – na reiteração de ato pelo qual o servidor haja sido advertido;

III – quando ocorrer procedimento público inconveniente.

Art. 255. A suspensão, que não poderá exceder de sessenta (60) dias consecutivos, perdendo o servidor todos os direitos e vantagens decorren-tes do exercício do cargo, aplicar-se-á:

I – quando a falta for intencional ou se re-vestir de gravidade;

II – na violação das proibições consignadas neste Estatuto;

III – nos casos de reincidência em falta já punida com repreensão;

IV – como gradação de penalidade mais gra-ve, tendo em vista circunstâncias atenuan-tes.

§ 1º Também será punido com pena de sus-pensão o servidor que:

a) atestar falsamente a prestação de plan-tão ou serviço extraordinário, bem como propuser e permitir gratificação a esse títu-lo por serviço não realizado;

b) recusar-se, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário;

c) for responsável pelo retardamento de processo;

d) deixar de atender a convocação de co-missão de inquérito para prestar depoimen-to, informações e demais providências e di-ligências requeridas, inclusive a pedido de sindicante.

§ 2º A pena de suspensão não será aplicada enquanto o servidor estiver em licença ou férias.

§ 3º Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de cinqüenta por cento (50%) por dia de retribuição.

§ 4º Os efeitos da conversão da pena de sus-pensão em multa não serão alterados, mes-mo que ao servidor seja assegurado afasta-mento legal remunerado durante o período.

§ 5º A pena de multa nenhum prejuízo acar-reta na contagem de tempo de serviço, a não ser para efeito de concessão de avanço, licença-prêmio e promoção.

Art. 256. A destituição de função gratificada dar-se-á:

I – quando se verificar falta de exação no seu desempenho;

II – quando for constatado que, por negli-gência ou benevolência, o servidor contri-buiu para que não se apurasse, no devido tempo, a falta de outrem.

III – quando comprovada a prática de assé-dio moral.

Parágrafo único. Ao detentor de cargo em comissão, enquadrado nas disposições des-te artigo, caberá pena de demissão, sem perda do cargo efetivo de que seja titular, se for o caso.

Art. 257. Será aplicada a pena de demissão nos casos de:

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I – indisciplina ou insubordinação graves ou reiteradas;

II – ofensa física ou grave ameaça contra servidor ou particular, produzida no exercí-cio das funções, salvo, quando for o caso, estando configurada a existência de uma das excludentes de ilicitude;

III – abandono de cargo, caracterizado pelo não-comparecimento do servidor por mais de trinta (30) dias consecutivos, sem per-missão legal;

IV – ausência excessiva ao serviço, sem mo-tivo legal, em número superior a sessenta (60) dias interpolados, durante um (1) ano;

V – transgressão de qualquer das disposi-ções constantes nos incisos V a VII; X a XVIII, e XXI a XXXI do art. 242, considerada sua gravidade, efeito ou reincidência;

VI – falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resulte em dano pessoal ou material de monta;

VII – incontinência pública e escandalosa e vício de jogos proibidos;

VIII – perda do cargo em razão do disposto no artigo 92, inciso I, do Código Penal, ou por expressa decisão judicial transitada em julgado;

IX – acumulação proibida, na forma do arti-go 243;

X – aplicação indevida do dinheiro público;

XI – reincidência na transgressão prevista no artigo 255, § 1º, alínea "a";

XII – lesão aos cofres públicos ou dilapida-ção do patrimônio municipal;

XIII – comentar, divulgar ou informar a ter-ceiros quaisquer assuntos de natureza sigi-losa, sobre os quais possua conhecimento em razão da função exercida, bem como sem autorização do superior fornecer, a qualquer título ou pretexto, cópias ou origi-nais de documentos existentes nos diversos

órgãos da Prefeitura Municipal e outros ór-gãos do Município, inclusive entes autárqui-cos e fundacionais;

XIV – corrupção passiva, nos termos da lei penal;

XV – prática de outros crimes contra a ad-ministração pública.

Art. 258. Atendendo à gravidade da falta, a de-missão poderá ser aplicada com a nota "a bem do serviço público", a qual constará sempre do ato de demissão fundada nos incisos VIII a XIV do artigo 257, e no seu inciso XV, quando a pena cominada na lei penal for a de reclusão.

Art. 259. Aplicar-se-á pena de cassação de dis-ponibilidade quando ficar provado em processo que o servidor:

I – praticou, quando em atividade, qualquer dos atos para os quais e cominada, neste Es-tatuto, a pena de demissão;

II – aceitou cargo ou função pública contra disposição expressa em lei;

III – aceitou representação de Estado es-trangeiro, sem autorização;

IV – foi condenado por crime que importa-ria em demissão se estivesse em atividade;

V – firmou contrato de natureza comercial ou industrial com a Administração Munici-pal, por si ou como representante de ou-trem;

VI – exerce advocacia administrativa;

VII – pratica usura;

VIII – incorreu na hipótese do § 2º do artigo 53.

Art. 260. Dar-se-á a cassação da aposentadoria quando ficar provado, em processo, que o apo-sentado transgrediu o disposto nos incisos I e II do artigo anterior.

Art. 261.O ato que punir o servidor mencionará sempre a disposição legal em que se fundamen-tar.

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Art. 262. Uma vez submetido a processo admi-nistrativo disciplinar, o servidor só poderá ser exonerado, a pedido, depois da conclusão do processo e de reconhecida a sua inocência.

Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo o servidor estável processado por abandono de cargo ou ausências exces-sivas ao serviço.

Art. 263. A aplicação da penalidade prescreverá em:

I – um (1) ano, a de advertência e a de re-preensão;

II – dois (2) anos, a de suspensão ou multa;

III – três (3) anos, as de destituição de fun-ção e demissão por abandono de cargo ou faltas excessivas ao serviço;

IV – quatro (4) anos, nos demais casos.

§ 1º O prazo de prescrição contar-se-á da data do conhecimento do ato ou fato.

§ 2º No caso de processo administrativo dis-ciplinar, a prescrição se interrompe da data da sua instauração.

§ 3º O prazo de prescrição será suspenso quando ocorrer a hipótese do § 2º do artigo 256.

§ 4º Se a infração disciplinar for também prevista como crime na lei penal, por esta regular-se-á a prescrição, sempre que os prazos forem superiores aos estabelecidos neste artigo.

Art. 264. Para aplicação das penas disciplinares são competentes:

I – o Prefeito, em qualquer caso; e

II – os Secretários Municipais e os titulares de órgãos diretamente subordinados ao Prefeito, até a suspensão ou multa, limitada aquela ao máximo de 30 (trinta) dias.

Parágrafo único. A atribuição outorgada ao Prefeito poderá ser delegada ao Procura-dor-Geral do Município.

Art. 265. Toda pena, das previstas no artigo 253, que for imposta ao servidor, deverá constar no seu assentamento individual, bem como o re-sultado, em qualquer hipótese, de processo ad-ministrativo disciplinar em que indiciado, com intimação do servidor.

Parágrafo único. A penalidade será aplicada através de portaria, mencionado sempre o fundamento legal e a causa da sanção dis-ciplinar.

Art. 266. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos X, XII e XIV do artigo 257, implica na indisponibilidade dos bens e no ressarcimento ao erário sem prejuízo da ação judicial cabível.

Parágrafo único. A demissão ou a destitui-ção de cargo em comissão, prevista neste artigo, incompatibiliza o servidor para nova investidura em cargo municipal pelo prazo mínimo de cinco (5) anos.

Art. 266-A. A pena de demissão de detentor de cargo em comissão e/ou de destituição de função gratificada, nos casos de assédio moral, impedirá o acesso do servidor em uma nova investidura em cargo ou função gratificada no Município, pelo prazo mínimo de cinco (5) anos.

CAPÍTULO III DO PROCESSO

ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 267. A autoridade que tiver ciência de ir-regularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou procedimento administrativo dis-ciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa, sob pena de tornar-se co-responsável.

Art. 268. As denúncias sobre irregularidades se-rão objeto de apuração desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante,

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e sejam formuladas por escrito ou reduzidas a termo.

Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar infração disciplinar ou ilícito civil ou penal, o processo será arquivado.

Art. 269. As irregularidades e faltas funcionais serão apuradas por meio de:

I – sindicância, quando:

a) a ciência ou notícia não for suficiente para sua determinação ou para apontar o servidor faltoso;

b) sendo determinado o indiciado, não for a falta confessada, documentalmente prova-da ou manifestamente evidente;

II – procedimento administrativo disciplinar, quando:

a) a gravidade da ação ou omissão torne o autor passível de pena das previstas nos in-cisos III a VI do artigo 259;

b) na sindicância ficar comprovada a ocor-rência de irregularidade ou falta funcional grave, ainda que sem indicação de autoria.

§ 1º Quando a aplicação de pena disciplinar de advertência, de repreensão, suspensão ou multa, prescindir de sindicância, a au-toridade dará ciência prévia ao faltoso dos motivos determinantes da punição, ficando registro expresso na respectiva ficha funcio-nal.

§ 2º É assegurado ao servidor, em todas as hipóteses de aplicação de penalidade disci-plinar, o exercício do direito de petição, para todos os fins e efeitos, no prazo de trinta (30) dias da ciência.

Art. 270. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de trinta (30) dias, ou de demissão, cassação de aposentadoria ou de dis-ponibilidade ou, ainda, destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração do pro-cedimento disciplinar.

Art. 271. Da denúncia poderá resultar:

I – arquivamento do processo;

II – aplicação de penalidade de advertência, suspensão de até trinta (30) dias, ou multa;

III – instauração do procedimento adminis-trativo disciplinar.

Seção IIDA SUSPENSÃO PREVENTIVA

Art. 272. A autoridade competente poderá de-terminar a suspensão preventiva do servidor, até sessenta (60) dias, prorrogáveis por mais trinta (30) dias, se houver necessidade de seu afastamento para apuração de falta fundamen-tada e a ele imputada.

Art. 273. O servidor terá direito:

I – à remuneração e à contagem do tempo de serviço relativo ao período de suspensão preventiva, quando do processo não resul-tar punição, ou esta se limitar à pena de ad-vertência;

II – à remuneração e à contagem do tempo de serviço correspondente ao período de afastamento excedente ao prazo de suspen-são efetivamente aplicada.

Art. 274. O afastamento preventivo cessará uma vez decorrido o respectivo prazo, ou an-tes, se ultimada a instrução da apuração, salvo no caso de alcance ou malversação de dinheiro público, quando se prolongará até decisão final do processo.

Seção III DA SINDICÂNCIA

Art. 275. Toda autoridade municipal é compe-tente para, no âmbito do órgão sob sua chefia, determinar a realização de sindicância.

§ 1º A sindicância será cometida a servidor de hierarquia igual ou superior à do impli-cado.

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§ 2º O sindicante dedicará tempo integral ao encargo, ficando automaticamente dis-pensado de suas atribuições normais até a apresentação do relatório.

Art. 276. O sindicante efetuará, em caráter de sigilo funcional, e de forma sumária, as diligên-cias necessárias ao esclarecimento da ocorrên-cia e indicação do responsável, apresentando, no prazo máximo de dez (10) dias úteis, relató-rio a respeito.

§ 1º Preliminarmente deverá o sindicante ouvir o autor da representação e o servidor implicado, se houver.

§ 2º Reunidos os elementos apurados, o sindicante traduzirá, no relatório, as suas conclusões pessoais, indicando o possível culpado, qual a irregularidade ou transgres-são, e o seu enquadramento nas disposi-ções estatutárias.

§ 3º O sindicante somente sugerirá a instau-ração de procedimento administrativo disci-plinar quando os fatos apurados, comprova-damente, na sindicância, a tal conduzirem, na forma do inciso II do artigo 269.

Art. 277. A autoridade, de posse do relatório do sindicante, acompanhado dos elementos que o instruírem, decidirá, no prazo de cinco (5) dias úteis, pela aplicação de penalidade de sua com-petência, pela instauração do procedimento ad-ministrativo disciplinar, se for o caso e estiver na sua alçada, ou pelo encaminhamento a quem competir, para as providências legais.

Parágrafo único. A autoridade, quando for o caso, dará ao implicado prazo de até qua-renta e oito (48) horas para apresentação de elementos de defesa, podendo, para este efeito, determinar a realização de di-ligências complementares julgadas neces-sárias, quando o prazo para a decisão será dilatado para até dez (10) dias úteis.

Seção IV DO PROCEDIMENTO

ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Subseção I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 278. O inquérito administrativo disciplinar obedecerá a este procedimento e será realizado por comissão constituída de três (3) servidores titulares e três (3) suplentes, estáveis, designa-dos pela autoridade competente, dos quais pelo menos um (1) Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais.

Parágrafo único. As comissões disciplinares serão renovadas, anualmente, pelo terço, funcionando seus membros em regime in-tegral, com secretário designado pelo Pre-feito.

Art. 279. São autoridades competentes para de-terminar a instauração de inquérito administra-tivo, além do Prefeito, os titulares da Adminis-tração Indireta e Fundacional.

Parágrafo único. A atribuição outorgada ao Prefeito poderá ser delegada ao Procura-dor-Geral do Município.

Art. 280. Os membros da comissão disciplinar, exceto o Bacharel em Ciências Jurídicas e So-ciais, deverão ser de categoria igual ou superior à do indiciado, se houver, não podendo nenhum deles estar ligado ao mesmo por qualquer vín-culo de subordinação ou parentesco.

Art. 281. Não poderá fazer parte da comissão, nem secretariá-la, o autor da denúncia ou re-presentação, ou o que tenha realizado a sindi-cância.

Art. 282. O procedimento administrativo dis-ciplinar deverá ser iniciado dentro do prazo de cinco (5) dias úteis, contado da data da sua instauração, e ter ultimada sua instrução em noventa (90) dias, prorrogáveis, a juízo da au-toridade que o houver mandado instaurar, por até sessenta (60) dias, quando circunstâncias ou motivos especiais o justifiquem.

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Art. 283. A comissão disciplinar exercerá suas atividades com independência e imparcialida-de, assegurando o sigilo necessário à elucidação do fato, ou exigido pelo interesse da Administra-ção.

Art. 284. O procedimento disciplinar se desen-volve nas seguintes fases:

I – instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;

II – inquérito administrativo, que compre-ende a instrução, defesa e relatório;

III – julgamento.

Art. 285. Quando o inquérito disciplinar resultar de prévia sindicância, o processo desta, inclusi-ve relatório, integrará os autos como peça infor-mativa da instrução.

Parágrafo único. Na hipótese de o relatório concluir pela prática de crime, a autoridade competente oficiará à autoridade policial para abertura de inquérito, independente-mente da imediata instauração do procedi-mento administrativo disciplinar.

Subseção II DOS ATOS E TERMOS PROCESSUAIS

Art. 286. Na realização do procedimento ad-ministrativo disciplinar serão observadas as se-guintes normas:

I – o presidente da comissão, ao instalar os trabalhos, autuará a portaria e demais pe-ças existentes e designará dia, hora e local para a primeira audiência, determinando a citação do indiciado ou dos indiciados;

II – a citação será feita com antecedência mínima de quarenta e oito (48) horas da data marcada para a audiência inicial e o instrumento respectivo conterá, além do dia, hora e local, a qualificação do indiciado e a falta que lhe é imputada;

III – caso o indiciado se recuse a receber a citação, deverá o encarregado da diligência

certificar o ocorrido, à vista de, no mínimo, duas (2) testemunhas;

IV – quando houver fundada suspeita de ocultação do indiciado, proceder-se-á cita-ção por hora certa, na forma do Código de Processo Civil;

V – estando o indiciado ausente do Municí-pio, se conhecido seu endereço será citado por via postal, em carta registrada, juntan-do-se ao processo comprovante do registro e o aviso de recebimento;

VI – não sendo encontrado o indiciado, por se achar em lugar incerto e não sabido, será citado mediante edital, publicado por três (3) vezes, no órgão de imprensa e no local destinado a tais publicações, com prazo de quinze (15) dias, a contar da última publica-ção;

VII – a citação pessoal, as intimações e as notificações serão feitas pelo secretário, apresentando ao destinatário o instrumen-to correspondente, em duas (2) vias, para que, retendo uma (1) delas, passe recibo, devidamente datado, na outra;

VIII – a tomada de depoimento das teste-munhas obedecerá, preferentemente, à seguinte ordem: primeiro, as apresentadas pelo denunciante, a seguir as indicadas pela comissão e, por último, as arroladas pelo in-diciado;

IX – antes de depor, a testemunha será de-vidamente qualificada, declarando o nome, estado civil, idade, profissão, residência, ní-vel de instrução, se é parente do indiciado ou se mantém ou não relações com o mes-mo e em que grau;

X – ao ser inquirida uma testemunha as de-mais não poderão estar presentes, salvo o caso em que a comissão julgue necessária a acareação.

§ 1º Não havendo indiciado, a comissão in-timará as pessoas, servidores ou não, que

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presumivelmente possam esclarecer a ocor-rência objeto da investigação.

§ 2º Quando a comissão entender que os elementos da denúncia são insuficientes para bem caracterizar a ocorrência, poderá ouvir previamente a vítima ou a pessoa que notificou a irregularidade ou falta funcional.

Art. 287. Feita a citação e não comparecendo o indiciado, o processo prosseguirá à sua revelia e com defensor designado pelo presidente, o mesmo acontecendo nos casos previstos nos in-cisos V e VI do artigo anterior, e não comparecer no prazo fixado.

Art. 288. O indiciado tem o direito de, pessoal-mente ou por intermédio de defensor, assistir os atos probatórios que se realizarem perante a comissão, requerendo o que julgar conveniente.

§ 1º Se o indiciado não tiver constituído de-fensor, poderá requerer ao presidente da comissão a designação de um dentre os ser-vidores ativos e inativos, Bacharel em Ciên-cias Jurídicas e Sociais ou, na falta, um den-tre os profissionais legalmente habilitados.

§ 2º O indiciado, dentro do prazo de seten-ta e duas (72) horas após o interrogatório, poderá requerer diligências, produzir pro-va documental e arrolar testemunhas até o máximo de cinco (5).

§ 3º Se as testemunhas de defesa não forem encontradas e o indiciado, dentro de seten-ta e duas (72) horas, não indicar outras em substituição, prosseguir-se-á nas demais etapas processuais.

Art. 289. A testemunha somente poderá eximir--se de depor nos casos previstos no Código Pe-nal.

§ 1º Se arrolados como testemunhas o Pre-feito, os Secretários do Município e os Vere-adores, bem como autoridades federais ou estaduais de níveis hierárquicos a eles asse-melhados ou superiores, serão ouvidos em local, dia e hora previamente ajustados com a autoridade processante.

§ 2º Os servidores municipais arrolados como testemunhas serão requisitados aos respectivos chefes de serviço, e os federais e estaduais, bem como os militares, serão notificados por intermédio das repartições ou unidades a que pertencerem.

§ 3º No caso em que pessoa estranha ao serviço público se recuse a depor perante a comissão, o presidente solicitará à autori-dade policial providências no sentido de ser ouvida na Polícia, encaminhando, para tan-to, àquela autoridade, a matéria, reduzida a itens, sobre a qual deva ser ouvida.

Art. 290. Durante o curso do processo a comis-são promoverá as diligências que se fizerem ne-cessárias à elucidação do objeto do inquérito, podendo, inclusive, recorrer a técnicos e peri-tos.

Parágrafo único. Os órgãos municipais aten-derão com prioridade as solicitações da co-missão.

Art. 291.Compete à comissão conhecer de no-vas imputações que surgirem contra o indiciado durante o processo, caso em que este poderá produzir provas em sua defesa.

Art. 292. A comissão, à vista de elementos de prova, colhidos no decurso do processo, poderá indiciar outro servidor, que será imediatamente citado para fins de interrogatório e acompanha-mento do processo, nos termos deste Capítulo.

Parágrafo único. A indiciação de que trata este artigo será feita através de portaria do Prefeito Municipal, ou titular de órgão da Administração Indireta ou Fundacional, que encaminhará, ao órgão central de pessoal, cópia para fins de registro.

Art. 293. Na formação material do processo se-rão obedecidas as seguintes normas:

I – todos os termos lavrados pelo secretário terão forma processual sucinta e, quando possível, padronizada;

II – a juntada de documentos será feita pela ordem cronológica de apresentação, me-

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diante despacho do presidente da comis-são, devidamente rubricados e numerados pelo secretário;

III – a cópia da ficha funcional deverá inte-grar o processo, desde a indiciação do ser-vidor;

IV – juntar-se-á, também, ao processo, após o competente despacho do presidente, o mandato que, revestido das formalidades legais, permitirá a intervenção de procura-dor do indiciado.

Art. 294. Ultimada a instrução do processo, inti-mar-se-á o indiciado ou seu defensor, correndo da data da intimação o prazo de dez (10) dias para apresentação de defesa por escrito, sendo--lhe facultado o exame do processo ou a obten-ção de cópia.

§ 1º Havendo dois (2) ou mais indiciados, o prazo será comum e de vinte (20) dias.

§ 2º O prazo de defesa poderá ser supri-mido, a critério da comissão, quando esta julgá-la desnecessária ante a inconteste comprovação, no curso do processo, da ino-cência do indiciado.

Art. 295. Esgotado o prazo de defesa, a comis-são apresentará o seu relatório dentro de dez (10) dias.

§ 1º Se a defesa tiver sido dispensada ou apresentada antes da fluência do prazo, contar-se-á o destinado à feitura do relató-rio a partir do dia seguinte ao da dispensa ou da apresentação.

§ 2º No relatório a comissão apreciará, em relação a cada indiciado, separadamente, as irregularidades de que foi acusado, as pro-vas que instruírem o processo e as razões de defesa, propondo, então, justificadamente, a absolvição ou punição, sugerindo, neste caso, a pena que couber.

§ 3º Deverá, também, a comissão, em seu relatório, sugerir providências tendentes a evitar a reprodução de fatos semelhantes aos que originaram o processo, bem como

quaisquer outras que lhe pareçam do inte-resse do serviço público municipal.

Art. 296. Apresentado o relatório, a comissão ficará à disposição da autoridade que houver mandado instaurar o inquérito, para qualquer esclarecimento ou providência julgada necessá-ria.

Art. 297. Recebido o processo, a autoridade que houver determinado sua instauração, ouvido o órgão central de pessoal, deverá julgá-lo no pra-zo de quinze (15) dias.

§ 1º Quando não forem de sua alçada a apli-cação das penalidades ou providências indi-cadas, a autoridade propô-las-á ao Prefeito, dentro do prazo marcado para decisão.

§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para decisão final, contado da data do recebimento do processo pelo Prefeito, será, também, de quinze (15) dias.

§ 3º A autoridade julgadora promoverá, no prazo de oito (8) dias da decisão que pro-ferir, a expedição dos atos decorrentes do julgamento e determinará as providências necessárias à sua execução.

§ 4º Cumprido o disposto no parágrafo an-terior, dar-se-á ciência da solução do pro-cesso ao autor da representação e ao ser-vidor que houver presidido a comissão de inquérito, após o que o processo será reme-tido ao órgão central de pessoal para arqui-vamento, onde permanecerá por cinco (5) anos.

Art. 298. Quando ao servidor se imputar crime praticado na esfera administrativa, a autoridade que houver determinado a instauração do pro-cesso providenciará para que, simultaneamen-te, se instaure o inquérito policial.

Art. 299. A decisão que reconhecer a prática de infração capitulada na lei penal implicará, sem prejuízo das sanções administrativas, na remes-sa de cópia do processo à autoridade compe-tente.

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Art. 300. É assegurada a intervenção do indicia-do, ou seu defensor, em qualquer fase do pro-cesso, até apresentação da defesa.

Art. 301. Tanto no processo administrativo dis-ciplinar como na sindicância poderá ser argüi-da suspeição ou nulidade, durante ou após a formação da culpa, devendo a argüição funda-mentar-se em texto legal, sob pena de ser dada como inexistente.

Parágrafo único. As irregularidades proces-suais que não constituírem vícios substan-ciais insanáveis, insuscetíveis de influir na apuração da verdade ou na decisão do pro-cesso, não lhe determinarão a nulidade.

Subseção III DO PROCESSO POR ABANDONO DE CARGO OU POR AUSÊNCIAS

EXCESSIVAS

Art. 302. É dever do chefe imediato conhecer os motivos que levem o servidor a faltar, con-secutiva e frequentemente ao serviço, sem jus-tificativa legal, buscando solucionar o problema porventura ocorrente, aplicando ou propondo a penalidade cabível, ou provendo, oportuna-mente, as medidas indicadas para cada caso.

Parágrafo único. Constatadas as primeiras faltas, deverá o chefe imediato comunicar o fato ao órgão central de pessoal, cujo chefe promoverá as diligências referidas neste ar-tigo, sob pena de se tornar co-responsável.

Art. 303. Quando o número de faltas ultrapas-sar trinta (30) dias consecutivos ou sessenta (60) dias interpolados, durante um (1) ano, em-bora tomadas todas as providências do artigo anterior, o chefe encaminhará de imediato ao órgão central de pessoal comunicação a respei-to, especificando as medidas adotadas.

Art. 304. O órgão central de pessoal, de posse dos elementos de que trata o artigo anterior, promoverá sindicância e, à vista do resultado nela colhido, proporá:

I – a solução, se ficar provada a existência de força maior, coação ilegal ou circunstância ligada ao estado físico ou psíquico do servi-dor, que contribua para não se caracterizar o abandono de cargo ou que possa determi-nar a justificação das faltas frequentes;

II – a instauração de procedimento adminis-trativo disciplinar, se inexistirem provas das situações mencionadas no inciso anterior, ou, existindo, forem julgadas insatisfatórias.

Parágrafo único. Salvo nos casos em que, através de sindicância, ficar caracterizada, desde logo, a intenção do faltoso em dei-xar o cargo, ser-lhe-á permitido continuar a exercê-lo, a título precário, sem prejuízo da conclusão do processo.

Seção V DA REVISÃO DO PROCESSO

ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Art. 305. A revisão do processo administrativo disciplinar de que haja resultado punição pode-rá ser requerida, em qualquer tempo, uma só vez, quando:

I – a decisão for contrária ao texto expresso da lei ou à evidência dos autos;

II – a decisão se fundar em depoimento, exames ou documentos falsos ou viciados;

III – forem aduzidas novas provas, suscetí-veis de atestar a inocência do interessado ou de autorizar diminuição da pena.

§ 1º Não constitui fundamento para a revi-são a simples alegação de injustiça da pena-lidade.

§ 2º O processo de revisão correrá apenso ao originário.

§ 3º O pedido de revisão não tem efeito sus-pensivo e nem permite agravação da pena.

Art. 306. O pedido de revisão será dirigido ao Prefeito, que o julgará, após exame pelo órgão central de pessoal, no prazo máximo de 60 (ses-senta) dias.

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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§ 1º Tratando-se de servidor falecido, desa-parecido ou incapacitado de requerer, po-derá a revisão ser solicitada por qualquer pessoa da família.

§ 2º A atribuição outorgada ao Prefeito po-derá ser delegada ao Procurador-Geral do Município.

TÍTULO VI

Da Seguridade Social ao Servidor

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 307. O Município manterá, mediante sis-tema contributivo, plano de seguridade social para o servidor, submetido ao regime de que trata esta Lei, e para sua família.

§ 1º O plano de que trata este artigo é da responsabilidade do Município, que pode-rá, no todo ou em parte, ser satisfeito por instituição oficial de previdência, assistên-cia à saúde ou assistência social, para a qual contribuirão o Município, o servidor e o pensionista.

§ 2º Os benefícios da aposentadoria, pro-moção "post-mortem" e auxílio alimenta-ção são da responsabilidade direta do Poder Público Municipal, por sua Administração Direta, Indireta e Fundacional.

Art. 308. O plano de seguridade social visa dar cobertura aos riscos a que está sujeito o servi-dor e sua família e compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes fi-nalidades:

I – garantir meios de subsistência nos even-tos de doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e re-clusão;

II – proteção à maternidade, à adoção e pa-ternidade;

III – assistência à saúde.

Art. 309. Os benefícios do plano de seguridade social compreendem:

I – programas de auxílio alimentação, exten-sivos a todos os servidores da Administra-ção Direta, Indireta e Fundacional;

II – quanto ao servidor, além da aposenta-doria, os previstos neste Estatuto e mais os seguintes:

a) auxílio natalidade;

b) promoção "post-mortem";

c) auxílio por dependente com deficiência.

III – quanto ao dependente:

a) pensão por morte;

b) auxílio funeral;

c) auxílio reclusão.

CAPÍTULO IIDOS BENEFÍCIOS

Seção I DO AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO

Art. 310. O auxílio alimentação é devido ao ser-vidor ativo, nos termos e condições estabeleci-dos em regulamento, a ser baixado no prazo de seis (6) meses, a contar da vigência do presente Estatuto.

Seção IIIDO AUXÍLIO NATALIDADE

Art. 312. O auxílio natalidade é devido ao ser-vidor por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente a cinqüenta por cento (50%) do menor padrão de vencimento do qua-dro de cargos de provimento efetivo, inclusive no caso de natimorto.

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Parágrafo único. Na hipótese de parto múl-tiplo, o auxílio natalidade será pago por fi-lho nascido.

Seção IVDA PENSÃO POR MORTE

Art. 316. O órgão ou entidade referidos no arti-go 20 da Lei Orgânica do Município não podem retardar o início do pagamento de benefícios por mais de quarenta (40) dias após o protoco-lo do requerimento, comprovada a evidência do fato gerador.

Seção V DO AUXÍLIO FUNERAL

Art. 318. Por morte do servidor ou aposentado será concedido auxílio funeral no valor:

I – de dois (2) meses de remuneração ou provento, se o enterro foi promovido por pessoa da família;

II – do montante das despesas realizadas, respeitado o limite fixado no inciso anterior, quando promovido por outra pessoa, me-diante apresentação do comprovante das despesas.

§ 1º O processo de concessão do auxílio fu-neral obedecerá a rito sumário, a concluir--se no prazo de quarenta e oito (48) horas da prova do óbito.

§ 2º Poderá ser concedido auxílio comple-mentar para cobrir despesas de transporte da família, remoção do corpo e outros de-correntes do falecimento do servidor, ocor-rido quando no desempenho de serviço fora do Município.

Seção VIII DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Art. 325. O Município manterá órgão ou entida-de previdenciária e assistência médica e odon-tológica para seus servidores e dependentes, mediante contribuição, na forma da lei.

§ 2º A contribuição dos servidores, descon-tada em folha de pagamento, bem como a parcela devido pelo Município ao órgão de previdência serão repassadas até o dia cin-co (5) do mês seguinte ao da competência.

Seção IX DO AUXÍLIO POR

DEPENDENTE COM DEFICIÊNCIA

(Seção acrescida pela Lei Complementar nº 209, de 29 de outubro de 2003)

Art. 325-A. Aos servidores ocupantes de car-go efetivo, ativos e inativos e aos pensionistas, dos órgãos da administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo e da Câmara Municipal será concedido um auxílio na razão de 15% (quinze por cento) sobre o menor pa-drão básico do sistema classificado por depen-dente com deficiência, desde que atendidos os seguintes requisitos:

I – que seja comprovada a deficiência me-diante exame médico pericial e laudo reali-zados pelo órgão competente do Município, devendo ser revista a cada dois anos para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem; e

II – que o dependente viva efetivamente às expensas do servidor ativo e inativo e pen-sionista;

§ 1º Para todos os efeitos, considera-se pes-soa portadora de deficiência aquela inca-pacitada para a vida independente e para o trabalho em razão de anomalias ou lesões irreversíveis de natureza hereditária, congê-nitas ou adquiridas.

§ 2º Para os efeitos desta Lei, compreen-dem-se os filhos de qualquer condição, os tutelados e os que, mediante autorização judicial, estejam submetidos à guarda do servidor.

§ 3º Se os cônjuges não viverem em co-mum, o auxílio será concedido unicamente ao que tiver dependentes sob sua guarda e às suas expensas ou, se ambos tiverem, a

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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um e a outro, de acordo com a respectiva distribuição.

§ 4º Quando os filhos estiverem, mediante autorização judicial, sob a guarda e manu-tenção de outra pessoa, a esta será pago o auxílio.

§ 5º No caso de ambos os cônjuges serem servidores públicos municipais, o direito de um não exclui o direito do outro.

Art. 325-B. A verificação das condições estabe-lecidas para percepção do auxílio também terá por base as declarações do servidor, devida-mente comprovadas, ficando este, disciplinar e criminalmente, responsável pelas falsidades porventura constantes em tais declarações, além de ser obrigado à devolução das quantias ilegalmente recebidas.

Art. 325-C. O pagamento do benefício cessa:

I – no momento em que forem superadas as condições que lhe deram origem;

II – em caso de morte do dependente;

III – em caso de morte presumida do depen-dente, declarada em juízo; ou

IV – em caso de ausência do dependente, declarada em juízo.

Parágrafo único. Qualquer alteração, re-lativamente à situação da deficiência, que resulte em redução do auxílio, deverá ser comunicada ao órgão central de pessoal dentro do prazo de quinze dias da data em que a alteração tenha ocorrido, sob pena das sanções legais cabíveis.

Art. 325-D. A concessão do auxílio retroagirá até o máximo de seis meses da data da compro-vação de dependência.

Art. 325-E. O auxílio não sofrerá qualquer redu-ção por motivo de faltas ao serviço ou de cum-primento de pena disciplinar, de suspensão ou multa, assim como não estará sujeito a imposto ou taxa, nem servirá para cálculo de qualquer contribuição, ainda que para fins de previdência social.

TÍTULO VII

Da Contratação Temporária de Ex-cepcional Interesse Público

Art. 326. Para atender a necessidades tempo-rárias de excepcional interesse público poderão ser efetuadas contratações de pessoal, por tem-po determinado, mediante contrato de locação de serviços.

Art. 327. Consideram-se contratações de excep-cional interesse público as que visam a:

I – prevenir e atender a situações de calami-dade pública;

II – combater surtos epidêmicos;

III – atender outras situações de emergên-cia.

Art. 328. As contratações de que trata este Títu-lo terão dotação orçamentária específica e não poderão ultrapassar o prazo de seis (6) meses.

Art. 329. É vedado o desvio de função de pessoa contratada na forma deste Título, bem como sua recontratação antes de decorridos seis (6) meses do término do contrato, sob pena de nu-lidade do contrato administrativo e responsabi-lidade administrativa e civil da autoridade con-tratante.

Art. 330. Os contratos serão de natureza admi-nistrativa, ficando assegurados os seguintes di-reitos ao contratado:

I – remuneração equivalente à percebida pelos servidores de igual ou assemelhada função, do quadro permanente do Municí-pio;

II – jornada de trabalho, serviço extraordi-nário, repouso semanal remunerado, adi-cional noturno e gratificação natalina pro-porcional, nos termos desta Lei;

III – férias proporcionais, ao término do contrato;

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IV – inscrição em sistema oficial de previ-dência social.

TÍTULO VIII

Das Disposições Finais

Art. 331. O Dia do Servidor Público será come-morado a vinte e oito (28) de outubro.

Art. 332. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento, ficando prorrogado para o primeiro (1º) dia útil seguinte o prazo de vencimento em dia que não haja expediente.

Art. 333. Aos servidores fica assegurada a parti-cipação, através de representantes eleitos dire-tamente, em órgãos colegiados instituídos pela Administração Pública, não importando o cará-ter dos mesmos.

Parágrafo único. Dentro de sessenta (60) dias, o Poder Executivo adaptará a legisla-ção instituidora de conselhos municipais, incluindo, na sua composição, um represen-tante titular e um suplente dos servidores municipais, mesmo inativo.

Art. 334. Ao ocupante de cargo em comissão que não for servidor efetivo, além de outras atribuições em lei são assegurados os seguintes direitos e vantagens:

I – décimo terceiro salário;

II – abono-família;

III – repouso semanal remunerado;

IV – gozo de férias anuais, remuneradas com um terço (1/3) a mais do que o valor da respectiva remuneração:

V – licença à gestante, à adotante e pater-nidade;

VI – licença para tratamento de saúde, por acidente em serviço, agressão não provo-

cada no desempenho de suas atribuições e moléstia profissional.

Art. 335. Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos definidos em lei ou regulamento como próprios de cargo ou função gratificada não decorre nenhum direito ao servidor.

Art. 336. O órgão central de pessoal fornecerá, gratuitamente, documento de identidade fun-cional aos servidores.

Art. 337. Nenhum direito decorre de ato baixa-do por autoridade incompetente.

§ 1º Os titulares dos órgãos da Administra-ção Direta, Indireta e Fundacional, são com-petentes para baixar os atos administrativos decorrentes da aplicação desta Lei.

§ 2º Os sistemas de pessoal da Adminis-tração Indireta e Fundacional deverão ser estabelecidos em rigorosa consonância e compatibilidade com o vigente na Adminis-tração Centralizada, inclusive quanto às di-retrizes do plano de carreira, ressalvadas as peculiaridades dos respectivos serviços.

Art. 338. Os servidores, no exercício de suas atribuições, não estão sujeitos à ação penal por ofensa irrogada de natureza administrativa.

Parágrafo único. Ao chefe imediato do ser-vidor cabe riscar, a requerimento do inte-ressado, as injúrias ou calúnias porventura encontradas.

Art. 339. O servidor que esteja sujeito à fiscali-zação de órgão profissional e por este for sus-penso do exercício da profissão, enquanto durar a medida não poderá desempenhar atividade que envolva responsabilidade técnico-profissio-nal.

Art. 340. São isentos de taxas os requerimentos, certidões e outros papéis que, na esfera admi-nistrativa, interessarem ao servidor municipal, ativo ou inativo, nessa qualidade.

Art. 342. É autorizada a transferência de servi-dor de um para outro quadro do Município, des-de que haja cargo idêntico e vaga e se verifique o interesse da Administração, ressalvado o direi-to de concordância do servidor.

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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Art. 343. Fica instituída a figura do Delegado do Sindicato dos Servidores Municipais, a ser elei-to pelos servidores públicos na proporção esta-belecida em lei, garantida a irredutibilidade de vencimentos e inamovibilidade do local de tra-balho, salvo com o seu consentimento expresso.

Parágrafo único. O Delegado representará os interesses do servidor público municipal perante o Sindicato.

Art. 344. Além dos previstos neste Estatuto, são direitos dos servidores públicos do Município os assegurados na Constituição Federal, na Lei Or-gânica e na Legislação Municipal.

Art. 345. O disposto neste Estatuto é extensivo aos servidores da Câmara Municipal, respeita-da, quanto à prática dos atos administrativos, a competência dos respectivos titulares.

Art. 346. Ressalvados os direitos adquiridos, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, são revogadas as disposições em contrário e incompatíveis com o presente Estatuto, especialmente a Lei Munici-pal nº 1.978, de 23 de novembro de 1971; a Lei Municipal nº 2.276, de 26 de março de 1976, e Lei Municipal nº 3.139, de 29 de junho de 1987.

Art. 347. Esta Lei Complementar e o Ato das Dis-posições Transitórias entrarão em vigor na data de sua publicação.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE CAXIAS DO SUL, em 24 de junho de 1991.

Dr. Mansueto de Castro Serafini FilhoPREFEITO MUNICIPAL

ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓ-RIAS

Art. 1º O disposto no § 3º do Art. 117 deste Es-tatuto aplica-se, a partir da data de sua vigência, aos proventos dos servidores já inativados que, à data da aposentadoria, tiverem preenchido os requisitos estabelecidos.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE CAXIAS DO SUL, em 24 de junho de 1991.

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Slides – Lei Complementar Nº 3.673, de 24 de Junho de 1991

LEI COMPLEMENTAR N° 3.673/1991.

Regime jurídico único dos servidores públicos do Município de Caxias do

Sul.

Prof. Giuliano Tamagno

Regime jurídico Estatutário

Provimento e vacância dos

cargos públicos

direitos e vantagens

deveres

responsabilidades

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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Art. 1º Esta Lei Complementar institui o regime jurídicoúnico dos servidores públicos da Administração Direta,Indireta e Fundacional do Município de Caxias do Sul.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, servidor éa pessoa legalmente investida em cargo público.

Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em número certo,remunerado pelos cofres municipais, ao qual correspondeum conjunto de atribuições e responsabilidades cometidasao servidor público.

Parágrafo único. Os cargos públicos são de provimentoefetivo ou em comissão.

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Art. 4º A investidura em cargo público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargos em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Art. 5º Os cargos públicos municipais são acessíveis a todos os brasileiros, preenchidos os requisitos que a lei estabelecer.

Art. 6º Quadro é o conjunto dos cargos públicosmunicipais de provimento efetivo.

Parágrafo único. Também poderá constituir um quadro,na forma que a lei estabelecer, o conjunto dos cargos emcomissão e funções gratificadas.

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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DO PROVIMENTODisposições Gerais

Art. 7º Precederão sempre o ingresso no serviço público municipal, qualquer que seja a forma de investidura, a inspeção de saúde e o exame psicológico, realizados pelo órgão competente do Município.

§ 1º A inspeção médica para o ingresso é válida por noventa (90) dias e somente decorrido este período poderá ser repetida para o caso de candidato julgado temporariamente inapto.

Requisitos para ingresso no

serviço público

brasileiro

(-) 18 anos

Quitação eleitoral e militar

Saúde física e mental

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Art. 11. Os cargos públicos serão providos por:

I – nomeação:II – recondução: Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado.

III – readaptação: Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições eresponsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mentalverificada em inspeção médica.

IV – reversão: Reversão é o retorno do servidor aposentado por invalidez à atividade no serviçopúblico municipal, verificado, em processo, que não subsistem os motivos determinantes daaposentadoria.

V – reintegração: Reintegração é a investidura do servidor estável no cargo anteriormenteocupado, quando invalidada a sua demissão por decisão judicial, com ressarcimento de todas asvantagens.

VI – aproveitamento: Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, pelo órgão a que

servir, o servidor estável ficará em disponibilidade remunerada.

Do Concurso Público

Art. 14. As normas gerais para realização de concurso serão estabelecidas em regulamento.

Art. 15.O edital do concurso estabelecerá os requisitos a serem satisfeitos pelos candidatos, observando-se:

I - as provas deverão aferir, com caráter obrigatório, os conhecimentos específicos exigidos para o exercício do cargo;

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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IV - durante o prazo de validade previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo na carreira.

Art. 16. Os limites de idade para a prestação de concurso público são os estabelecidos pela legislação federal.

Da Posse e do Exercício

Art. 17. Posse é a aceitação expressa das atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo público, com o compromisso de bem servir, formalizada com a assinatura do termo pela autoridade competente e pelo empossado.

§ 1º A posse ocorrerá no prazo de quinze (15) dias contados da publicação do ato de provimento, prorrogável por mais quinze (15), a requerimento do interessado.

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Art. 18. São competentes para dar posse:

I - o Prefeito e os dirigentes dos órgãos que lhe são diretamente subordinados;

II - os Secretários Municipais e os dirigentes superiores de Autarquia ou Fundação e os chefes dos órgãos;

III - o órgão central de pessoal, nos demais casos.

Art. 19. A autoridade a quem couber dar posseverificará, previamente, sob pena de responsabilidade,se foram satisfeitas as condições legais para o provimento.

Art. 20. Só haverá posse nos casos de provimento pornomeação.

§ 1º Será tornado sem efeito o ato de provimento se aposse não ocorrer no prazo previsto pelo artigo 17, § 1º.§ 2º O servidor, antes de entrar em exercício, deveráapresentar, ao órgão central de pessoal, os elementosnecessários ao assentamento individual, não apresentadosanteriormente por não constituírem condição para a posse.

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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Art. 21. Exercício é o desempenho do cargo pelo servidor nele provido.Parágrafo único. O titular da repartição em que for lotado o servidor é a autoridade competente para dar-lhe exercício.

Art. 22. O exercício no cargo terá início no prazo de quinze (15) dias, contados:I - da data da posse;II - da data da publicação do ato, em qualquer caso.

§ 1º Não se apresentando o servidor para entrar em exercício dentro do prazo, será tornado sem efeito o ato de provimento.

Art. 32. São estáveis após três anos de efetivo exercícioos servidores nomeados para cargos de provimento efetivoem virtude de concurso público.

§ 1º Para a aquisição da estabilidade é obrigatória aavaliação especial de desempenho, realizada no períodode estágio probatório.

§ 2º A estabilidade diz respeito ao serviço público e não aocargo.

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Art. 33. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado, ou de decisão em processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurado o contraditório e ampla defesa.

Do Estágio ProbatórioArt. 42. Ao entrar em exercício o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por um período de três anos, durante o qual sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação no desempenho do cargo, observados os seguintes fatores:I - assiduidade; II - pontualidade; III - disciplina; IV -relacionamento interpessoal; V - responsabilidade; VI -produtividade; VII - dedicação ao serviço; VIII - eficiência;IX - iniciativa.

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Art. 45-A. Será exonerado o servidor que, no período de seu estágio probatório, apresentar qualquer das seguintes situações:

I - ao final do processo, quando verificar-se que o servidor não atingiu a pontuação total mínima para aprovação em qualquer dos fatores de avaliação;

II - a qualquer momento, quando for constatada aimpossibilidade matemática de atingir a pontuação mínimaaté a quinta avaliação;

III - a qualquer momento, quando verificar-se que o servidoravaliado obteve a nota mínima em todos os fatores deavaliação, em duas avaliações consecutivas ouintercaladas;

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Art. 45-B. Durante o Estágio Probatório o servidor não poderá gozar de licença para:I - tratar de interesses particulares; e II - acompanhar cônjuge.

Art. 45-C. O julgamento dos recursos interpostos nos processos de avaliação de estágio probatório, dirigidos ao Prefeito, poderá ser delegado ao Procurador-Geral do Município.

Vacâ

ncia

ExoneraçãoPedido

Ofício

CC’c

Servidor não estável

Posse em outro cargo

Demissão

Readaptação

Recondução

Aposentadoria

Falecimento

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DOS DIREITOS E VANTAGENS

DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 89. Apuração do tempo de serviço será feita em dias.§ 1º O número de dias será convertido em anos,considerando o ano com trezentos e sessenta e cinco(365) dias.§ 2º Para efeito de fixação de provento, feita a conversão,os dias restantes, até cento e oitenta e dois (182), nãoserão computados, arredondando-se para um (1) anoquando excederem a este número.

Art. 90. Serão computados os dias de efetivo exercício à vista dos comprovantes de pagamento.

Art. 91. Além das ausências ao serviço, justificadas, serão considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:

I - férias;II - casamento;III - luto;

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DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO

Art. 97. Vencimento é a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo efetivo exercício do cargo, correspondente a padrão fixado em lei, observada a classe promocional e acrescido de aumentos trienais e da gratificação de função incorporada.

§ 1º Remuneração é o vencimento acrescido dos adicionais e gratificações diversas, bem assim das demais vantagens pecuniárias, temporárias ou permanentes, estabelecidas em lei.

§ 2º A revisão geral da remuneração dos servidores ativos, inativos e pensionistas, far-se-á sempre na mesma data e nos mesmos índices.

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DAS VANTAGENS PECUNIÁRIAS

Disposições Gerais

Art. 108. Além do vencimento poderão ser deferidas ao servidor as seguintes gratificações, adicionais e acréscimos pecuniários:

I - gratificação de função;

II - adicionais por tempo de serviço;

IV - adicionais por plantão ou serviço extraordinário;

V - adicional por serviço noturno;

VI - gratificações pelas seguintes atividades especiais:

a) exercício em determinadas zonas ou locais;

b) execução de trabalho com risco de vida ou saúde;

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Art. 109. Satisfeitos os requisitos legais, poderá o servidor perceber, ainda, as seguintes vantagens:

I - abono familiar;

II - auxílio por diferença de caixa;

III - indenizações;

IV - gratificação natalina.

IV - adicionais por plantão ou serviço extraordinário;

V - adicional por serviço noturno;

VI - gratificações pelas seguintes atividades especiais:

a) exercício em determinadas zonas ou locais;b) execução de trabalho com risco de vida ou saúde;c) participação em órgão de deliberação coletiva;d) representação;

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Das In,m,m denizações

Art. 110. Constituem indenizações as seguintescontraprestações de serviços ao servidor:

I - diárias; (Ao servidor que, por determinação da autoridadecompetente, se deslocar eventual ou transitoriamente do Município, nodesempenho de suas atribuições ou em missão ou estudo de interesse daAdministração, serão concedidas, além do transporte, inclusive locomoçãourbana, diárias para cobrir as despesas com alimentação e pousada.)

II - ajuda de custo; (A ajuda de custo destina-se a cobrir as despesas de viagem e instalação do servidor que for designado para exercer missão ou estudo fora do Município, por tempo que justifique a mudança temporária de residência.)

III - transporte; (Art. 115. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, nos termos da lei específica.)

IV - auxílio transporte.(Art. 116. O servidor receberá auxílio transporte, correspondente à necessidade do seu deslocamento em atividade para seu local de trabalho, nos termos da lei.)

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Da Gratificação pelo Exercício de Atividades Penosas,Insalubres, Perigosas e de Difícil Acesso

Art. 143. Os servidores que exercerem suas atividadesem contato com explosivos ou materiais inflamáveis, emcondições de periculosidade, terão direito a umagratificação adicional de trinta por cento (30%) sobre ovencimento básico que perceberem.

Art. 145. É considerado como risco de vida a execução detrabalho com substância explosiva ou que, sendocombustível, se inflama ao mais rápido contato de umachama.

Art. 146. Contato permanente é o resultante da prestaçãode serviços não eventuais, com inflamáveis ou explosivos,em condições de periculosidade.

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DAS CONSIGNAÇÕES E DESCONTOS EM FOLHA

Art. 185. Terão caráter obrigatório os seguintes descontos:

I - quantias devidas ou contribuições que, em virtude de lei, devam ser retidas em favor da Fazenda Pública;

II - contribuições para previdência e assistência;

III - pensão alimentícia, em cumprimento de decisão judicial.

Art. 186. Nenhum desconto em folha, além dosobrigatórios, poderá ser efetuado sem prévia autorizaçãodo servidor.Parágrafo único. O pagamento ao consignatário serárealizado no mês subseqüente ao desconto.

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DA APOSENTADORIA

Art. 232. Decorridos trinta (30) dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial, podendo afastar-se do serviço, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido.

Parágrafo único. No período de licença de que trata este artigo, o servidor tem direito à totalidade da remuneração, computando-se o tempo como de efetivo exercício para todos os efeitos.

Da Acumulação

Art. 243. É vedada a acumulação remunerada de cargospúblicos.

§ 1º Excetuam-se da regra deste artigo, mediante acomprovação escrita perante a autoridade administrativa doMunicípio da compatibilidade de horário:

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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a) de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico oucientífico;

c) a de dois cargos privativos de médico.

§ 2º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções e abrange as Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista da União, do Distrito Federal, dos Estados-membros, dos Territórios e dos Municípios.

§ 3º Quando o provimento em cargo público municipal resultar em acumulação permitida, na forma deste artigo, deverá constar esta circunstância no ato respectivo.

Art. 244. A proibição de acumular não se aplica aos aposentados.

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Das Penalidades e sua Aplicação

Art. 253. São penas disciplinares:I - advertência;II - repreensão;III - suspensão ou multa;IV - destituição de função gratificada ou demissão de cargo em comissão;V - demissão;VI - cassação de disponibilidade;

VII - cassação de aposentadoria.§ 1º Na aplicação das penas disciplinares serãoconsideradas a natureza e a gravidade da infração e osdanos dela resultantes para o serviço público.

§ 2º À primeira infração, de acordo com a sua natureza egravidade, poderá ser aplicada qualquer das penasindicadas neste artigo.

§ 3º No caso de pequena falta que, por sua natureza ereduzida gravidade, não demande a aplicação das penasprevistas nos incisos II a VII deste artigo, será o servidoradvertido particular e verbalmente.

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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Art. 254. A repreensão será aplicada por escrito:

I - na falta de cumprimento do dever funcional;

II - na reiteração de ato pelo qual o servidor haja sido advertido;

III - quando ocorrer procedimento público inconveniente.

Art. 255. A suspensão, que não poderá exceder de sessenta (60) dias consecutivos, perdendo o servidor todos os direitos e vantagens decorrentes do exercício do cargo, aplicar-se-á:

I - quando a falta for intencional ou se revestir de gravidade;

II - na violação das proibições consignadas neste Estatuto;

III - nos casos de reincidência em falta já punida com repreensão;

IV - como gradação de penalidade mais grave, tendo em vista circunstâncias atenuantes.

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§ 1º Também será punido com pena de suspensão o servidor que:

a) atestar falsamente a prestação de plantão ou serviço extraordinário, bem como propuser e permitir gratificação a esse título por serviço não realizado;b) recusar-se, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário;c) for responsável pelo retardamento de processo;d) deixar de atender a convocação de comissão de inquérito para prestar depoimento, informações e demais providências e diligências requeridas, inclusive a pedido de sindicante.

§ 2º A pena de suspensão não será aplicadaenquanto o servidor estiver em licença ou férias.

§ 3º Quando houver conveniência para o serviço, a penade suspensão poderá ser convertida em multa, na base decinqüenta por cento (50%) por dia de retribuição.

§ 4º Os efeitos da conversão da pena de suspensão emmulta não serão alterados, mesmo que ao servidor sejaassegurado afastamento legal remunerado durante operíodo.

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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§ 5º A pena de multa nenhum prejuízo acarretana contagem de tempo de serviço, a não ser paraefeito de concessão de avanço, licença-prêmio e promoção.

Art. 256. A destituição de função gratificada dar-se-á:

I - quando se verificar falta de exação no seu desempenho;

II - quando for constatado que, por negligência oubenevolência, o servidor contribuiu para que não seapurasse, no devido tempo, a falta de outrem.

III - quando comprovada a prática de assédio moral.

Parágrafo único. Ao detentor de cargo em comissão, enquadrado nas disposições deste artigo, caberá pena de demissão, sem perda do cargo efetivo de que seja titular, se for o caso.

Art. 257. Será aplicada a pena de demissão nos casos de:

I - indisciplina ou insubordinação graves ou reiteradas;II - ofensa física ou grave ameaça contra servidor ou particular, produzida no exercício das funções, salvo, quando for o caso, estando configurada a existência de uma das excludentes de ilicitude;

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III - abandono de cargo, caracterizado pelo não-comparecimento do servidor por mais de trinta (30) dias consecutivos, sem permissão legal;

IV - ausência excessiva ao serviço, sem motivo legal, em número superior a sessenta (60) dias interpolados, durante um (1) ano;

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Art. 267. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou procedimento administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa, sob pena de tornar-se co-responsável.

Art. 268. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante, e sejam formuladas por escrito ou reduzidas a termo.

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Art. 269. As irregularidades e faltas funcionais serão apuradas por meio de:I - sindicância, quando:a) a ciência ou notícia não for suficiente para sua determinação ou para apontar o servidor faltoso;b) sendo determinado o indiciado, não for a falta confessada, documentalmente provada ou manifestamente evidente;II - procedimento administrativo disciplinar, quando:a) a gravidade da ação ou omissão torne o autor passível de pena das previstas nos incisos III a VI do artigo 259;b) na sindicância ficar comprovada a ocorrência de irregularidade ou falta funcional grave, ainda que sem indicação de autoria.

Art. 270. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de trinta (30) dias, ou de demissão, cassação de aposentadoria ou de disponibilidade ou, ainda, destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração do procedimento disciplinar.

Art. 271. Da denúncia poderá resultar:

I - arquivamento do processo;

II - aplicação de penalidade de advertência, suspensão de até trinta (30) dias, ou multa;III - instauração do procedimento administrativo disciplinar.

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DA SEGURIDADE SOCIAL AO SERVIDOR

Art. 307. O Município manterá, mediante sistema contributivo,plano de seguridade social para o servidor, submetido ao regimede que trata esta Lei, e para sua família.§ 1º O plano de que trata este artigo é da responsabilidade doMunicípio, que poderá, no todo ou em parte, ser satisfeito porinstituição oficial de previdência, assistência à saúde ouassistência social, para a qual contribuirão o Município, o servidore o pensionista.§ 2º Os benefícios da aposentadoria, promoção "post-mortem" eauxílio alimentação são da responsabilidade direta do PoderPúblico Municipal, por sua Administração Direta, Indireta eFundacional.

Art. 308. O plano de seguridade social visa dar cobertura aos riscos a que está sujeito o servidor e sua família e compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes finalidades:

I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclusão;

II - proteção à maternidade, à adoção e paternidade;

III - assistência à saúde.

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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Art. 309. Os benefícios do plano de seguridade social compreendem:I - programas de auxílio alimentação, extensivos a todos os servidores da Administração Direta, Indireta e Fundacional;II - quanto ao servidor, além da aposentadoria, os previstos neste Estatuto e mais os seguintes:a) auxílio natalidade;b) promoção "post-mortem";c) auxílio por dependente com deficiência. III - quanto ao dependente:a) pensão por morte;b) auxílio funeral;

DOS BENEFÍCIOS

Do Auxílio Alimentação

Art. 310. O auxílio alimentação é devido ao servidor ativo, nos termos e condições estabelecidos em regulamento, a ser baixado no prazo de seis (6) meses, a contar da vigência do presente Estatuto.

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Do Auxílio Natalidade

Art. 312. O auxílio natalidade é devido ao servidor por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente a cinqüenta por cento (50%) do menor padrão de vencimento do quadro de cargos de provimento efetivo, inclusive no caso de natimorto.

Parágrafo único. Na hipótese de parto múltiplo, o auxílio natalidade será pago por filho nascido.

DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO

Art. 326. Para atender a necessidades temporárias de excepcional interesse público poderão ser efetuadas contratações de pessoal, por tempo determinado, mediante contrato de locação de serviços.

Legislação – Lei Complementar nº 3.673/91 – Prof. Giuliano Tamagno

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Art. 327. Consideram-se contratações de excepcional interesse público as que visam a:

I - prevenir e atender a situações de calamidade pública;

II - combater surtos epidêmicos;

III - atender outras situações de emergência.

Art. 328. As contratações de que trata este Título terão dotação orçamentária específica e não poderão ultrapassar o prazo de seis (6) meses.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 331. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e oito (28) de outubro.

Art. 332. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento, ficando prorrogado para o primeiro (1º) dia útil seguinte o prazo de vencimento em dia que não haja expediente.

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Legislação

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo e do Município de Caxias do Sul, reunidos em Câmara Constituin-te Municipal, com os poderes outorgados pelas Constituições da República Federativa do Brasil e do Estado do Rio Grande do Sul, com o pen-samento voltado para a construção de uma so-ciedade soberana, livre, igualitária e democráti-ca, fundada nos princípios de justiça e do pleno exercício de cidadania ética, moral e do traba-lho, promulgamos, sob a inspiração popular e proteção de Deus, a seguinte LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL.

TÍTULO I

Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º O Município de Caxias do Sul é unidade do território do Estado do Rio Grande do Sul, com personalidade jurídica de Direito Público interno e autonomia política, administrativa e financeira, que proclama e adota, nos limi-tes de sua autonomia e competência, os prin-cípios fundamentais e os direitos individuais, coletivos, sociais e políticos, universalmente consagrados e reconhecidos pela Constituição Federal, a todas as pessoas no âmbito de seu território, coibindo, para tanto, a prática discri-minatória de sentido excludente motivada por etnia, sexo, orientação sexual, cor, idade, con-dição sócio-econômica, deficiência física, credo religioso e convicção política.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de represen-

tantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Lei Orgânica.

Art. 2º A soberania popular será exercida por sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e, nos termos da lei, mediante:

I – plebiscito;

II – referendo;

III – iniciativa popular.

Art. 3º São Poderes do Município, independen-tes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Exe-cutivo.

Parágrafo único. É vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições e ao cidadão, investido em um deles, exercer função em outro, salvo nos casos previstos nesta Lei Orgânica.

TÍTULO II

Da Organização do Município

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 4º É mantida a atual circunscrição territo-rial do Município, cujos limites só poderão ser alterados nos termos da legislação.

Parágrafo único. O Município tem como sede a cidade de Caxias do Sul.

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Art. 5º Os símbolos oficiais do Município são os estabelecidos em lei.

Art. 6º O território do Município poderá ser di-vidido em distritos, subdistritos e regiões admi-nistrativas, criados, organizados e extintos por lei municipal, observada a legislação em vigor.

CAPÍTULO IIDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 7º A administração pública direta e indireta obedecerá, dentre outros princípios, aos de le-galidade, impessoalidade, moralidade, publici-dade, eficiência e também ao seguinte:

I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preen-cham os requisitos estabelecidos em lei, as-sim como aos estrangeiros, na forma da lei:

a) é proibida qualquer discriminação, por raça, cor, idade, sexo, religião, vinculação política, situação econômica, tanto na ins-crição para o concurso público, quanto no exercício da função pública;

II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a com-plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração:

a) as provas deverão aferir, com caráter eli-minatório, os conhecimentos específicos exigidos para o exercício do cargo;

b) os pontos correspondentes aos títulos não poderão exceder a mais de um quinto do total de pontos do concurso;

III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-vas e títulos, será convocado com priorida-de sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego na carreira;

V – é garantido ao servidor público civil o di-reito à livre associação sindical;

VI – a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos às pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

VII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

VIII – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento;

IX – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

X – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedade de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Pú-blico;

XI – são estáveis, após (3) três anos de efe-tivo exercício, os servidores municipais no-meados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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XII – os cargos em comissão serão exercidos preferencialmente por servidores, nos ca-sos e condições previstos em lei;

XIII – somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação pú-blica;

XIV – ressalvados os casos específicos na legislação, as obras, os serviços, compras e alienações são contratados mediante processo de licitação pública que assegu-re igualdade de condições a todos os con-correntes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente deve permitir as exi-gências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

§ 1º A administração pública municipal é fundacional, quando realizada por fundação instituída ou mantida pelo Município.

§ 2º A publicação dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor-mativo ou de orientação social, dela não po-dendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de au-toridades ou servidores públicos.

§ 3º A não-observância do disposto nos in-cisos II e III implicará na nulidade do ato e na punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 4º Todo e qualquer cidadão no gozo de suas prerrogativas constitucionais poderá prestar concurso para preenchimento de cargo da administração pública municipal, na forma que a lei estabelecer.

§ 5º A ação político-administrativa do Muni-cípio será acompanhada e avaliada, através de mecanismos estáveis, por conselhos po-pulares, na forma da lei.

Art. 8º Ao servidor público em exercício de mandato eletivo aplicam-se as seguintes dispo-sições:

I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sen-do-lhe facultado optar pela sua remunera-ção;

III – investido no mandato de Vereador, ha-vendo compatibilidade de horários, perce-berá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo e, não havendo compatibilida-de, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV – em qualquer caso que exija o afasta-mento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para to-dos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – para efeito de benefício previdenciá-rio, no caso de afastamento, os valores se-rão determinados como se no exercício esti-vesse.

Seção IIDOS SERVIDORES MUNICIPAIS

Art. 9º O Município deverá estabelecer em lei o regime jurídico de seus servidores.

Art. 10. Os cargos e funções públicos serão cria-dos por lei que fixará a denominação, padrão de vencimentos, condições de provimento e recur-sos pelos quais serão pagos os seus ocupantes.

Art. 11. São direitos dos servidores públicos do Município, além de outros previstos na Consti-tuição Federal e nas leis, mais os seguintes:

I – vencimento ou salário básico, nunca in-ferior ao salário mínimo fixado pela União, para os trabalhadores urbanos e rurais;

II – irredutibilidade de vencimentos ou sa-lários;

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III – décimo terceiro salário ou vencimento, com base na remuneração integral ou no valor dos proventos da aposentadoria;

IV – remuneração para o trabalho noturno que será de, no mínimo, vinte por cento su-perior ao trabalho diurno;

V – salário-família ou abono familiar para seus dependentes;

VI – duração do trabalho normal não supe-rior a oito horas diárias e quarenta sema-nais, facultada a compensação de horários e redução da jornada, na forma da lei;

VII – repouso semanal remunerado, prefe-rencialmente aos domingos;

VIII – remuneração do serviço extraordiná-rio, superior, no mínimo, em cinqüenta por cento a do normal;

IX – gozo de férias anuais remunerados com, pelo menos, um terço a mais do que a remuneração normal, e pagamento ante-cipado;

X – licença à gestante, sem prejuízo do em-prego e da remuneração, com a duração de cento e vinte dias;

XI – licença-paternidade nos termos fixados em lei;

XII – redução dos riscos inerentes ao traba-lho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XIII – remuneração, exercício de cargos e funções e critério de admissão não diferen-ciáveis por motivo de sexo, idade, cor ou es-tado civil;

XIV – auxílio-transporte, correspondente à necessidade do deslocamento do servidor em atividade para seu local de trabalho, nos termos da lei;

XV – auxílio-funeral;

XVI – regime jurídico único, estabelecido em estatuto, através de lei complementar,

observados os princípios e normas da Cons-tituição Federal e desta Lei Orgânica;

XVII – planos de carreira que prevejam, também, as vantagens de caráter individual, bem como as relativas à natureza e ao local de trabalho;

XVIII – carreiras, organizadas de modo a fa-vorecer o acesso generalizado aos cargos públicos;

XIX – promoções de grau a grau nos cargos organizados em carreira, obedecendo aos critérios de merecimento, habilitação, espe-cialização e antigüidade, alternadamente, e lei que deva estabelecer normas para asse-gurar critérios objetivos na avaliação;

XX – tratamento sem discriminação no to-cante à remuneração e critérios de admis-são do servidor, se portador de deficiência;

XXI – adicional de remuneração às ativida-des consideradas penosas, insalubres, peri-gosas e de difícil acesso, na forma da lei;

XXII – programa de auxílio ao servidor pú-blico estudante e seus dependentes;

XXIII – programas de auxílio-alimentação extensivo a todos os servidores da adminis-tração direta, indireta e fundacional;

XXIV – serviço de assistência social, garanti-do pelo Município a todos os servidores da administração direta, indireta ou fundacio-nal.

Art. 12. A revisão geral da remuneração dos ser-vidores públicos ativos, inativos e dos pensionis-tas far-se-á sempre na mesma data e nos mes-mos índices.

§ 1º O índice de reajuste dos vencimentos dos servidores não poderá ser inferior ao necessário para repor o seu poder aquisiti-vo.

§ 2º As gratificações e adicionais por tempo de serviço serão asseguradas a todos os ser-vidores municipais efetivos e serão regidas por critérios uniformes quanto à incidência,

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ao número e às condições de aquisição, na forma da legislação.

§ 3º A lei deverá assegurar ao servidor que, por um qüinqüênio completo, não houver interrompido a prestação de serviços ao Município e revelar assiduidade, licença prêmio de três meses, que poderá ser con-vertida em tempo dobrado de serviço, para os efeitos nela previstos.

Art. 13. Fica vedado atribuir aos servidores da administração pública qualquer gratificação de equivalência superior à remuneração fixada para os cargos ou funções de confiança criados em lei.

Parágrafo único. É vedada a participação dos servidores públicos no produto da arre-cadação de multas, inclusive da dívida ativa.

Art. 14. O pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Município deverá ser realizado até o último dia útil do mês de traba-lho prestado.

§ 1º O pagamento da gratificação natalina, também chamada décimo terceiro salário, será efetivado até o dia vinte de dezembro, garantindo ao servidor que o requerer, en-tre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, recebimento da metade do dé-cimo terceiro salário num prazo de trinta dias, contado a partir de protocolado o re-querimento.

§ 2º As obrigações pecuniárias dos órgãos da administração direta e indireta para com os seus servidores ativos, inativos ou pen-sionistas, não cumpridas até o último dia do mês da aquisição do direito, serão liquida-das com valores atualizados pelos índices aplicados para a revisão geral da remunera-ção dos servidores públicos do Município.

Art. 15. O tempo de serviço público federal, estadual e municipal prestado à administração direta e indireta, inclusive fundações públicas, será computado integralmente, para fins de avanço, gratificação e adicionais por tempo de serviço, aposentadoria e disponibilidade.

Art. 16. O servidor público será aposentado:

I – por invalidez permanente, sendo os pro-ventos integrais quando decorrentes de acidentes em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei e proporcionais nos de-mais casos;

II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;

III – voluntariamente:

a) aos trinta e cinco anos de serviço, se ho-mem, e aos trinta, se mulher, com proven-tos integrais;

b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e vinte e cinco, se professora, com proventos inte-grais;

c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;

d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de ser-viço.

§ 1º Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso III, a e c, no caso de exercício de atividades considera-das penosas, insalubres ou perigosas.

§ 2º A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empregos temporários.

§ 3º Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remune-ração dos servidores em atividade, sendo também estendido aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, in-clusive quando decorrentes da transforma-ção ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria, na forma da lei.

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§ 4º Na contagem do tempo para a aposen-tadoria do servidor aos trinta e cinco anos de serviço, e da servidora aos trinta, o perí-odo de exercício de atividades que assegu-rem direito à aposentadoria especial será acrescido de um sexto e de um quinto, res-pectivamente.

Art. 17. O servidor inativo, por tempo de ser-viço, que, nesta condição, prestar serviços ao Município após sua aposentadoria, terá incor-porada aos seus proventos, quando de seu afas-tamento, uma parcela correspondente a um trinta avos dos seus proventos por ano de ser-viço prestado.

Art. 18. O professor ou professora que trabalhe no atendimento de excepcionais poderá, a pe-dido, após vinte e cinco ou vinte anos, respec-tivamente, de efetivo exercício em regência de classe, completar seu tempo de serviço em ou-tras atividades pedagógicas no ensino público municipal, as quais serão consideradas como de efetiva regência.

Parágrafo único. A gratificação concedida ao servidor público municipal designado exclusivamente para exercer atividades no atendimento a deficientes, superdotados ou talentosos, será incorporada ao venci-mento após percebida por cinco anos con-secutivos ou dez intercalados.

Art. 19. Decorridos trinta dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da apo-sentadoria, o servidor público será considerado em licença especial, podendo afastar-se do ser-viço, salvo se antes tiver sido cientificado do in-deferimento do pedido.

Parágrafo único. No período da licença de que trata este artigo o servidor tem direito à totalidade da remuneração, computando--se o tempo como de efetivo exercício para todos os efeitos legais.

Art. 20. O Município manterá órgão ou entidade de previdência e assistência médica, odontoló-gica e hospitalar para seus servidores e depen-dentes, mediante contribuição, na forma da lei.

§ 1º A diretoria da entidade previdenciá-ria dos servidores públicos municipais será eleita pelo voto direto e secreto dos seus associados.

§ 2º O Presidente da entidade previdenciá-ria do Município será eleito por voto direto e secreto dos seus associados.

§ 3º A contribuição dos servidores, descon-tada em folha de pagamento, bem como a parcela devida pelo Município ao órgão ou entidade de previdência, serão repassadas até o dia cinco do mês seguinte ao da com-petência.

§ 4º O benefício da pensão por morte cor-responde à totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em lei, sendo revisto, na mes-ma proporção e na mesma data, sempre que ocorram modificações nos vencimen-tos dos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação de cargos ou funções em que se deu o falecimento ou a aposentadoria, na forma da lei.

§ 5º O valor da pensão por morte deve ser rateado, na forma da lei, entre os dependen-tes do servidor falecido e, extinguindo-se o direito de um deles, a quota corresponden-te é acrescida às demais, procedendo-se a novo rateio entre os pensionistas remanes-centes.

§ 6º O órgão ou entidade referidos no caput não podem retardar o início do pagamen-to de benefícios por mais de quarenta dias após o requerimento de protocolo, compro-vada a evidência de fato gerador.

§ 7º O benefício da pensão por morte do se-gurado do Município não é retirado de seu cônjuge ou companheiro em função de uma nova união ou casamento destes.

Art. 21. Ao servidor público, quando adotante, ficam estendidos os direitos que assistem ao pai e à mãe naturais.

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Art. 22. Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselho de empresas fornecedoras ou prestadoras de serviços ou que realizem qual-quer modalidade de contrato com o Município, sob pena de demissão do serviço público.

Art. 23. A lei assegurará aos servidores da admi-nistração direta, indireta e das autarquias, iso-nomia de vencimentos para cargos de atribui-ções iguais ou assemelhadas, do mesmo Poder, ou entre servidores dos Poderes Executivo e Le-gislativo, ressalvadas as vantagens de caráter in-dividual, assim como as relativas à natureza ou local de trabalho.

Art. 24. A remuneração, os subsídios, os proven-tos, a aposentadoria, as pensões ou outra espé-cie remuneratória, percebidas cumulativamen-te ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer natureza, dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica ou fundacional, dos membros dos Poderes Executivo e Legislativo, bem como dos Vereadores e demais agentes políticos, não poderão exceder o subsídio mensal, em espé-cie, do Prefeito Municipal.

§ 1º O disposto no “caput” deste artigo também é aplicado às empresas públicas e às sociedades de economia mista e suas subsidiárias, que receberem recursos do município para o pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

§ 2º Lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, fixará a remunera-ção e subsídios dos servidores e agentes po-líticos nos limites da Lei Orgânica.

Art. 25. O servidor público municipal, se morto em função de serviço ou em razão dele, reco-nhecidas as circunstâncias na apuração regular, previstas em lei pela Advocacia-Geral do Muni-cípio, será promovido post-mortem.

§ 1º Se pertencente a cargo isolado ou em-pregado, haverá um acréscimo de vinte por cento à remuneração da pensão respectiva.

§ 2º Sendo o servidor ocupante de cargo em final de carreira a pensão respectiva

terá por base a remuneração corresponden-te, acrescida da diferença entre a mesma e a do padrão imediatamente anterior.

Art. 27. Fica vedada a cedência de servidores entre os Poderes do Município, assim como a outros órgãos públicos de qualquer esfera ou entidades particulares, sem a expressa mani-festação da anuência do servidor e estabelecida através de convênio.

Parágrafo único. É vedada a cedência de servidores a entidades particulares com fins lucrativos.

Art. 28. Aos ocupantes dos cargos em comissão, além de outras vantagens atribuídas em lei, se-rão asseguradas as seguintes:

I – décimo terceiro salário integral;

II – abono-família aos seus dependentes;

III – repouso semanal remunerado, prefe-rencialmente aos domingos;

IV – gozo de férias anuais remuneradas com pelo menos um terço a mais que o valor do respectivo cargo;

V – licença à gestante, sem prejuízos do cargo e de remuneração, com a duração de cento e vinte dias;

VI – licença-paternidade nos termos fixados em lei.

Art. 29. Fica instituída a figura do Delegado da Associação dos Servidores Públicos Municipais, a ser eleito pelos servidores públicos, na pro-porção de um delegado para cada cinqüenta servidores, garantida a irredutibilidade de ven-cimentos e a inamovibilidade do local de traba-lho, salvo com o seu consentimento expresso.

Art. 30. Aos servidores municipais fica assegu-rada a participação através de representantes eleitos diretamente em órgãos colegiados, ins-tituídos pela administração pública, não impor-tando o caráter dos mesmos.

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CAPÍTULO IIIDOS BENS MUNICIPAIS

Art. 31. Constituem bens municipais todas as coisas, móveis e imóveis, direitos e ações que, a qualquer título, pertençam ao Município.

Art. 32. Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais, respeitada a competência da Câmara quanto àqueles utilizados em seus ser-viços.

Art. 33. Todos os bens municipais serão cadas-trados com a identificação respectiva, os quais ficarão sob a responsabilidade do titular da se-cretaria ou do setor a que estiverem afetos.

Art. 34. A alienação de bens municipais, subor-dinada à existência de interesse público devida-mente justificado, será precedida de avaliação e autorização legislativa, quando:

I – imóveis, fica dispensada a concorrência pública nos casos de permuta e doação, esta permitida apenas para entidades e ins-tituições públicas; ( N.R. dada pela Emenda à L.O.M. nº 11, de 10 de outubro de 1997.)

II – móveis, depende apenas de concorrên-cia pública, dispensada nos casos de doação que é permitida exclusivamente para fins assistenciais e com interesse público rele-vante.

Art. 35. A aquisição de bens imóveis, por com-pra ou permuta, dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa.

Art. 36. É proibida a doação, venda ou conces-são de uso de qualquer fração dos parques, pra-ças, jardins ou largos públicos, salvo concessão de uso para pequenos espaços previstos no Có-digo de Posturas do Município, com autorização legislativa.

CAPÍTULO IVDA COMPETÊNCIA

Art. 37. É competência comum do Município com a União e o Estado:

I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e con-servar o patrimônio público;

II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens na-turais notáveis, os sítios arqueológicos e pa-leontológicos;

IV – impedir a evasão, a destruição e a des-caracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico e cultural;

V – proporcionar os meios de acesso à cul-tura, à educação e à ciência;

VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

VII – preservar a flora e a fauna;

VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento Alimentar;

IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habi-tacionais e de saneamento básico;

X – combater as causas da pobreza e os fa-tores de marginalização, promovendo a in-tegração social dos setores desfavorecidos;

XI – estabelecer e implantar política de edu-cação para a segurança do trânsito;

XII – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e ex-ploração de recursos hídricos e minerais no âmbito de seu território.

Art. 38. É competência do Município, ressalvada a do Estado, prover tudo quanto diga respeito aos assuntos de interesse local, cabendo-lhe, entre outras, as seguintes atribuições:

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I – organizar-se juridicamente, expedir leis, atos e medidas de seu exclusivo interesse;

II – elaborar o orçamento municipal, pre-vendo a receita e fixando a despesa com base em planejamento adequado;

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência e aplicar as suas rendas;

IV – organizar o quadro e estabelecer o regi-me jurídico único de seus servidores, aten-didas as disposições da legislação;

V – prover a estrutura para combate a in-cêndio e definir os equipamentos preventi-vos nos edifícios em geral;

VI – adquirir bens, inclusive através de de-sapropriação por necessidade ou utilidade públicas, ou por interesse social;

VII – elaborar o seu Plano Diretor de Desen-volvimento Integrado;

VIII – determinar o itinerário e os pontos de parada dos transportes coletivos, bem como fixar os locais de pontos dos táxis e táxis-lotação;

IX – conceder, permitir ou autorizar servi-ços de transportes coletivos, de táxis e tá-xis-lotação, bem como fixar as respectivas tarifas;

X – fixar e sinalizar os limites das zonas de silêncio, de trânsito e tráfego;

XI – disciplinar os serviços de carga e des-carga e fixar tonelagem máxima permitida de veículos em estradas municipais;

XII – sinalizar as vias urbanas e estradas mu-nicipais;

XIII – regulamentar e fiscalizar a instalação e funcionamento dos elevadores;

XIV – dispor sobre serviço funerário e cemi-térios, encarregando-se da administração daqueles que forem públicos e fiscalizando os pertencentes a entidades privadas;

XV – autorizar e fiscalizar, regularmente, a afixação de cartazes e anúncios, bem como a utilização de quaisquer outros meios de

publicidade e propaganda, nos locais sujei-tos ao poder de polícia municipal;

XVI – disciplinar os jogos esportivos, os es-petáculos e os divertimentos públicos, sem prejuízo da ação policial do Estado, e incre-mentar práticas esportivas, com especial atenção aos alunos de estabelecimentos municipais;

XVII – dispor sobre captura, apreensão, de-pósito e destino de animais e mercadorias apreendidas em decorrência de transgres-são da legislação;

XVIII – instituir e impor multas por infração de suas leis e resoluções;

XIX – interditar edifícios em ruínas ou em condições de absoluta insalubridade e fazer demolir qualquer construção que ameace ruir, após vistoria que poderá ser assistida pela parte interessada, mediante laudo as-sinado por comissão de peritos;

XX – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planeja-mento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

XXI – organizar e prestar diretamente ou sob delegação, sempre através de licitação, os serviços públicos de interesse local, in-clusive o de transporte coletivo, que possui caráter essencial;

XXII – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legisla-ção e a ação fiscalizadora federal e estadual;

XXIII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;

XXIV – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino funda-mental;

XXV – manter setor centralizado para aten-dimento de reclamações relativos à presta-ção de serviços públicos;

XXVI – legislar sobre os serviços de utilida-de pública e regulamentar os processos de

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instalação, distribuição e consumo público de água e gás;

XXVII – ordenar as atividades urbanas, fi-xando condições e horário para funciona-mento de estabelecimentos comerciais e similares, observadas as normas federais pertinentes;

XXVIII – regular o tráfego e o trânsito nas vias públicas municipais, atendendo às ne-cessidades de locomoção das pessoas por-tadoras de deficiência;

XXIX – disciplinar a localização, nas áreas urbanas e, nas proximidades de culturas agrícolas e mananciais, de substâncias po-tencialmente perigosas;

XXX – promover a coleta, o transporte, o tratamento e a destinação final dos resídu-os sólidos domiciliares e de limpeza urbana;

XXXI – fazer cessar, no exercício do poder de polícia administrativa, as atividades que violarem as normas de saúde, sossego, hi-giene, segurança, funcionalidade, estética, moralidade e outras de interesse da coleti-vidade;

XXXII – dispor sobre autorização, permissão e concessão de uso de bens públicos muni-cipais.

CAPÍTULO VDAS PROIBIÇÕES

Art. 39. Ao Município é vedado:

I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar– lhes o funcio-namento ou manter com eles, ou seus re-presentantes, relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a cola-boração de interesse público;

II – recusar fé aos documentos públicos;

III – criar distinções ou preferências entre brasileiros;

IV – lançar impostos sobre:

a) o patrimônio, a renda ou os serviços da União, do Estado e de outros municípios;

b) templos de qualquer culto;

c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores e de instituições de educação ou de assistên-cia social sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados em lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel desti-nado a sua impressão;

e) bens de entidades esportivas e recreati-vas sem fins lucrativos, legalmente organi-zados;

f) cemitérios comunitários e de sociedades civis, sem fins lucrativos;

V – outorgar isenções ou anistia fiscal, ou permitir remissão de dívidas, sem interesse público justificado e autorização legislativa, sob pena de nulidade do ato.

TÍTULO III

Da Organização dos Poderes

CAPÍTULO IDO PODER LEGISLATIVO

Seção IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 40. O Poder Legislativo é exercido pela Câ-mara Municipal de Vereadores.

Parágrafo único. Obedecendo às disposi-ções constitucionais que regem a matéria, fixa-se em 21 (vinte e um) Vereadores a composição numérica da Câmara Municipal para a próxima legislatura, a se iniciar em 1993.

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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Art. 41. A Câmara Municipal reunir-se-á anual-mente, de 1º de fevereiro a 15 de dezembro.

Art. 42. A primeira sessão de cada legislatura realizar-se-á no dia 1º de janeiro do ano sub-seqüente ao da eleição, para posse do Prefei-to, Vice-Prefeito e Vereadores, elegendo-se, na mesma oportunidade, a Mesa.

Parágrafo único. É de um ano o mandato dos membros da Mesa, sendo possibilitada a recondução por igual período.

Art. 43. O Vereador que não tomar posse na sessão do dia 1º de janeiro do ano subseqüen-te ao da eleição deverá fazê-lo dentro de quin-ze dias do início do normal funcionamento da Câmara, sob pena de perda do mandato, salvo motivo justo, aceito pela maioria dos membros da Câmara.

Art. 44. No ato da posse e ao término do man-dato, os Vereadores deverão fazer a declaração de seus bens, a qual ficará arquivada na Câma-ra, constando das respectivas atas.

Art. 45. A convocação extraordinária da Câmara caberá:

I – ao Prefeito;

II – ao Presidente da Câmara de Vereadores;

III – à maioria de seus membros.

§ 1º A convocação extraordinária será leva-da ao conhecimento dos Vereadores atra-vés de convocação pessoal e escrita.

§ 2º Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara de Vereadores deliberará exclusiva-mente sobre matéria da convocação.

Art. 46. As sessões da Câmara Municipal de Ca-xias do Sul serão realizadas na Sala das Sessões ou em qualquer outro dia, horário e local do Município, mediante a prévia aprovação de Re-solução de iniciativa da Mesa Diretora.

Parágrafo único. Em caso de urgência ou relevante interesse da Câmara Municipal de Caxias do Sul, a Mesa da Câmara poderá expedir Resolução de Mesa determinando

o dia, horário e local de realização das Ses-sões fora de sua Sede.

Art. 47. As sessões da Câmara de Vereadores serão públicas, sendo vedado o voto secreto nas suas deliberações.

Art. 48. As sessões somente serão abertas com a presença de, no mínimo, um terço dos Verea-dores.

Art. 49. As sessões solenes serão realizadas na posse dos Vereadores, do Prefeito e Vice-Pre-feito, bem como nas homenagens e comemo-rações especiais, nelas só podendo usar da pa-lavra Vereadores previamente designados pelo Presidente e, se for o caso, o homenageado e convidados.

Seção IIDA MESA

Art. 50. A eleição da Mesa da Câmara, com ex-ceção do primeiro ano, dar-se-á na última ses-são ordinária de cada ano legislativo e com pos-se em 1º de janeiro do ano subseqüente.

Art. 51. A Mesa da Câmara é constituída de um Presidente, um Primeiro Vice-Presidente, um Segundo Vice-Presidente, um Primeiro-Secretá-rio e um Segundo-Secretário.

Art. 52. À Mesa, dentre outras atribuições, com-pete:

I – tomar todas as medidas necessárias à re-gularidade dos trabalhos legislativos;

II – promulgar a Lei Orgânica e suas emen-das, do mesmo modo procedendo com o Regimento Interno;

III – promulgar resoluções e decretos legis-lativos;

IV – representar junto ao Poder Executivo sobre necessidades de economia interna da Câmara;

V – deliberar sobre questões de ordem le-vantadas pelos Vereadores durante a ses-são da Câmara.

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Seção IIIDO PRESIDENTE

Art. 53. Dentre outras atribuições compete ao Presidente da Câmara:

I – representar a Câmara em juízo e fora dele;

II – dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e administrativos da Câmara;

III – promulgar, juntamente com o secretá-rio as resoluções e os decretos legislativos;

IV – promulgar as leis com sanção tácita, ou cujo veto tenha sido rejeitado pelo Plenário, desde que não aceita esta decisão, em tem-po hábil, pelo Prefeito;

V – fazer publicar os atos da Mesa, tais como resoluções, decretos legislativos e leis pela mesma promulgados;

VI – autorizar as despesas da Câmara;

VII – representar, por decisão da Câmara, sobre a inconstitucionalidade de lei ou ato municipal;

VIII – representar, por decisão de dois ter-ços da Câmara, a intervenção no Município nos casos admitidos pela Constituição Esta-dual;

IX – manter a ordem no recinto da Câma-ra, podendo solicitar a força necessária para este fim;

X – encaminhar, para parecer prévio, a pres-tação de contas do Município ao Tribunal de Contas do Estado ou ao órgão a que for atri-buída esta incumbência;

XI – fazer cumprir o Regimento Interno.

Seção IVDOS VEREADORES

Art. 54. Os Vereadores, eleitos na forma da lei, gozam de garantias, que a mesma lhes assegu-ra, pelas suas opiniões, palavras e votos proferi-dos no exercício do mandato.

Art. 55. É vedado ao Vereador:

I – desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, em-presa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço pú-blico, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou em-prego remunerado, inclusive os de que se-jam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior;

II – desde a posse:

a) ser proprietário, controlador, diretor de empresa, que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito pú-blico, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam de-missíveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a;

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o in-ciso I, a;

d) ser titular de mais de um cargo ou man-dato público eletivo.

Art. 56. Perde o mandato o Vereador:

I – cujo procedimento for declarado incom-patível com o decoro parlamentar;

II – que deixar de comparecer, em cada ses-são legislativa, à terça parte das sessões or-dinárias, salvo doença comprovada, licença ou missão autorizada pela Casa;

III – que perder ou tiver suspensos os direi-tos políticos;

IV – quando o decretar a justiça eleitoral;

V – que sofrer condenação criminal em sen-tença transitada e julgada;

VI – que se utilizar do mandato para a práti-ca de atos de corrupção ou de improbidade

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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administrativa, devidamente comprovados na forma da lei.

§ 1º Nos casos dos incisos I, V e VI, além dos que incorrerem nas proibições estabeleci-das no artigo anterior, a perda do mandato será decidida pela Câmara de Vereadores por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou partido político re-presentado na Câmara de Vereadores, asse-gurada ampla defesa.

§ 2º Nos casos previstos nos incisos II e IV, a perda será declarada pela Mesa da Casa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou de partido político re-presentado na Câmara de Vereadores, asse-gurada ampla defesa.

Art. 57. Extinguir-se-á o mandato do Vereador quando:

I – ocorrer o falecimento, renúncia ou con-denação por crime funcional ou eleitoral;

II – deixar de tomar posse sem motivo jus-to, aceito pela Câmara, dentro do prazo de quinze dias;

III – perder ou tiver suspensos os direitos políticos.

§ 1º Comprovado o ato ou fato extintivo, o Presidente da Câmara, na primeira sessão, deverá comunicar ao Plenário e fazer cons-tar na ata a declaração da extinção do man-dato e convocar imediatamente o respecti-vo suplente.

§ 2º Caso o Presidente da Câmara não to-mar as providências do parágrafo anterior, o suplente do Vereador poderá requerer a declaração de extinção do mandato, por via judicial e, se procedente, o Presidente deve-rá pagar as custas do processo e honorários de advogado, importando a decisão judi-cial na destituição automática do cargo da Mesa e no impedimento para nova investi-dura durante toda a legislatura.

Art. 58. Não perde o mandato o Vereador que ocupar cargo de secretário municipal, de dire-

tor, ou cargo em comissão, desde que se afaste do exercício da vereança.

Art. 59. O Vereador poderá licenciar-se:

I – por moléstia devidamente comprovada;

II – para desempenhar missões temporárias de caráter cultural ou de interesse do Mu-nicípio;

III – para tratar de interesses particulares por prazo determinado, nunca inferior a trinta dias, não podendo reassumir o exer-cício do mandato antes do término da licen-ça.

Parágrafo único. Para fins de remuneração, considerar-se-á como em exercício o Verea-dor licenciado, nos termos dos incisos I e II.

Art. 60. No caso de vaga ou licença do Vereador, o Presidente convoca imediatamente o suplen-te.

Parágrafo único. O suplente convocado deve tomar posse dentro do prazo de quin-ze dias da data da notificação, sob pena de perda do mandato em caso de negativa de comparecimento, salvo motivo justo aceito pela maioria absoluta da Câmara.

Seção VDAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA

Art. 61. Compete à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, dispor sobre todas as maté-rias de competência do Município e, especial-mente:

I – instituir os tributos e regular a arrecada-ção e a aplicação das rendas municipais;

II – autorizar isenções e anistias fiscais e a remissão de dívidas;

III – votar o orçamento anual, a Lei de Dire-trizes Orçamentárias e o Plano Plurianual de Investimentos e operações de crédito bem como a abertura de créditos suplementares e especiais;

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IV – deliberar sobre obtenção e concessão de empréstimos e operações de crédito bem como a forma e os meios de pagamen-to;

V – autorizar a concessão de auxílios, prê-mios e subvenções;

VI – autorizar a concessão de serviços pú-blicos;

VII – autorizar a alienação de bens imóveis;

VIII – autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de doação sem en-cargo;

IX – criar, transformar e extinguir cargos, empregos e funções públicas e fixar os res-pectivos vencimentos, por proposta do Pre-feito, quando subordinados ao Executivo, e os dos serviços da Câmara;

X – aprovar o Plano Diretor de Desenvolvi-mento Integrado;

XI – autorizar convênios com entidades pú-blicas ou particulares e consórcios com ou-tros municípios;

XII – delimitar o perímetro urbano;

XIII – autorizar a denominação de próprios, vias e logradouros públicos e sua alteração;

XIV – estabelecer normas urbanísticas, par-ticularmente as relativas a zoneamento e loteamento;

XV – criar, extinguir, estruturar e definir as atribuições das Secretarias e órgãos de ad-ministração do Município;

XVI – dispor sobre a divisão territorial do Município, respeitada a legislação federal e estadual;

XVII – autorizar a participação do Municí-pio em região metropolitana, aglomeração urbana e microrregião, a ser instituída pelo Estado, na forma da lei.

Art. 62. Compete privativamente à Câmara Mu-nicipal exercer as seguintes atribuições, dentre outras:

I – eleger sua Mesa;

II – elaborar o Regimento Interno;

III – organizar os serviços administrativos in-ternos e prover os cargos respectivos;

IV – propor a criação ou extinção dos cargos dos serviços administrativos internos, bem como a fixação dos respectivos vencimen-tos, por iniciativa da Mesa ou de um terço dos Vereadores;

V – conceder licença ao Prefeito, ao Vice--Prefeito e aos Vereadores;

VI – autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a ausentar-se do Município, quando o perío-do for superior a 15 (quinze) dias;

VII – conhecer da renúncia do Prefeito, Vi-ce-Prefeito e Vereadores;

VIII – tomar e julgar as contas do Prefeito, deliberando sobre o parecer do Tribunal de Contas, no prazo de sessenta dias de seu re-cebimento, observados os seguintes precei-tos:

a) o parecer do Tribunal de Contas deixa de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal;

b) decorrido o prazo de sessenta dias sem deliberação pela Câmara, as contas serão consideradas aprovadas ou rejeitadas de acordo com a conclusão do parecer do Tri-bunal de Contas;

c) rejeitadas as contas, estas devem ser ime-diatamente remetidas ao Ministério Público para os fins de direito;

IX – decretar a perda do mandato do Pre-feito e dos Vereadores, nos casos indicados na Constituição Federal, nesta Lei Orgânica e na legislação federal aplicável;

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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X – autorizar a realização de empréstimo, operação ou acordo externo de qualquer natureza, de interesse do Município;

XI – proceder à tomada de contas do Pre-feito, através de comissão especial, quando não apresentadas à Câmara dentro de no-venta dias após a abertura da sessão legis-lativa;

XII – aprovar convênio, acordo ou qualquer outro instrumento celebrado pelo Municí-pio com a União, o Estado, o Distrito Federal ou entidades assistenciais e culturais;

XIII – fixar a remuneração do Prefeito, Vice--Prefeito e dos Vereadores, na forma esta-belecida nesta Lei;

XIV – estabelecer e mudar temporariamen-te o local de suas reuniões;

XV – convidar o Prefeito a comparecer à Câ-mara para prestar informações sobre a ad-ministração;

XVI – convocar Secretários do Município, titulares de autarquias ou instituições de que participe o Município e servidores para, pessoalmente, prestar informações sobre assuntos de sua pasta previamente deter-minados, importando em crime de respon-sabilidade o não-comparecimento no prazo de dez dias sem justificação adequada;

XVII – deliberar sobre o adiamento e sus-pensão de suas sessões;

XVIII – criar comissão parlamentar de in-quérito sobre fato determinado e prazo cer-to, mediante requerimento de um terço de seus membros;

XIX – conceder Título de Cidadão Emérito e Título de Cidadão Caxiense mediante De-creto Legislativo, aprovado pelo voto de, no mínimo, dois terços dos membros da Câma-ra;

XX – representar sobre a intervenção do Es-tado no Município;

XXI – julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores nos casos previstos nesta Lei Orgânica e na legislação superior;

XXII – fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo; XXIII – emendar a Lei Orgânica;

XXIV – encaminhar ao Poder Executivo pe-dido de informações por escrito, importan-do em crime de responsabilidade a recusa ou não-atendimento no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações fal-sas;

XXV – aprovar referendo e convocar plebis-cito, na forma da lei; XXVI – apreciar veto;

XXVII – no exercício de suas funções legisla-tiva e fiscalizadora, ter assegurada a presta-ção de informações que solicitar, com apro-vação do Plenário, aos órgãos estaduais de administração direta e indireta, situados no Município, no prazo de dez dias úteis, a con-tar do recebimento do pedido;

XXVIII – sustar, por decisão do Tribunal de Contas do Estado, a execução de atos rela-tivos a contratos por este impugnados, so-licitando de imediato ao Poder Executivo as medidas cabíveis, no prazo legal.

Seção VIDA COMISSÃO REPRESENTATIVA

Art. 63. Durante o recesso da Câmara Munici-pal, atuará uma comissão representativa, eleita na última sessão ordinária do período legislati-vo, que será composta pelos membros eleitos da Mesa e por um representante de cada ban-cada, indicados pelas lideranças partidárias, com as seguintes atribuições:

I – reunir-se ordinariamente uma vez por semana, em dia e horário conforme o esta-belecido no Regimento Interno, ou extraor-dinariamente por convocação do Presiden-te;

II – zelar pelas prerrogativas do Poder Legis-lativo;

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III – zelar pela observância da Lei Orgânica e dos direitos e garantias individuais;

IV – autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a ausentar-se do Município por mais de cinco dias.

Seção VIIDO PROCESSO LEGISLATIVO

Art. 64. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I – emendas à Lei Orgânica;

II – leis complementares;

III – leis ordinárias;

IV – decretos legislativos;

V – resoluções.

Art. 65. São ainda objeto de deliberação da Câ-mara Municipal, na forma do Regimento Inter-no:

I – autorizações;

II – indicações;

III – requerimentos.

Art. 66. A iniciativa das leis, salvo nos casos de competência exclusiva, cabe a qualquer Verea-dor, ao Prefeito e ao eleitorado que a exerce sob a forma de moção articulada, subscrita, no míni-mo, em cinco por cento do total do número de eleitores do Município.

§ 1º O projeto de lei encaminhado por ini-ciativa popular será apresentado na Ordem do Dia da Câmara e deverá ser apreciado no prazo máximo de noventa dias, contado do recebimento pela Câmara Municipal. De-corrido esse prazo sem apreciação, o mes-mo irá à votação independente de parece-res.

§ 2º Não tendo sido votado até o encerra-mento da sessão legislativa, o projeto será inscrito prioritariamente para votação na sessão imediata da mesma legislatura ou na primeira sessão da legislatura seguinte.

§ 3º Nas discussões dos projetos de iniciati-va popular ficará garantida a sua defesa em Plenário por um dos cinco primeiros signa-tários.

Art. 67. São de iniciativa privativa do Prefeito as leis que disponham sobre:

I – criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta, indireta e fundacional ou aumento de sua remunera-ção;

III – servidores públicos do Município, seu regime jurídico e provimento de cargos, empregos e funções;

IV – criação, extinção, estruturação e atri-buições das secretarias e órgãos da admi-nistração pública, salvo o que for de exclu-siva competência da Câmara de Vereadores.

Art. 68. Não é admitido aumento da despesa prevista:

I – nos projetos de iniciativa privativa do Prefeito, ressalvado o disposto no art. 126, § 3º desta Lei Orgânica;

II – nos projetos sobre organização dos ser-viços administrativos da Câmara dos Verea-dores.

Art. 69. O Prefeito pode solicitar urgência, fun-damentando-a, para apreciação de projetos de sua competência.

§ 1º Solicitada a urgência, a Câmara deve-rá manifestar-se em até trinta dias sobre o projeto de lei, contados da data em que for feita a solicitação.

§ 2º Esgotado o prazo previsto no parágra-fo anterior, sem deliberação pela Câmara, a proposição deverá ser incluída na Ordem do Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se ultime a votação.

§ 3º Os prazos do parágrafo primeiro não correm nos períodos de recesso da Câmara de Vereadores, nem se aplicam aos projetos

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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de códigos, estatutos, organização de servi-ços e sistema de classificação de cargos.

Art. 70. São matérias de lei complementar, en-tre outras:

I – Código Tributário do Município;

II – Código de Obras;

III – Plano Diretor de Desenvolvimento Inte-grado;

IV – Código de Posturas;

V – lei instituidora do regime jurídico único dos servidores;

VI – lei instituidora da Guarda Municipal;

VII – concessão de serviços públicos.

Parágrafo único. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Art. 71. Os projetos de iniciativa popular, quando rejeitados pela Câmara de Vereado-res, serão submetidos a referendo popular, se, no prazo de cento e vinte dias, cinco por cento do eleitorado que tiver votado nas úl-timas eleições do Município o requerer.

Parágrafo único. Os resultados das consul-tas referendárias serão promulgados pelo Presidente da Câmara de Vereadores, con-siderando-se válida a consulta referendária, contanto que haja o comparecimento às urnas da maioria absoluta dos eleitores do Município.

Art. 72. A Câmara Municipal de Vereadores, no âmbito de sua competência, poderá promover consulta referendária ou plebiscitária, versando sobre atos, autorizações ou concessões do Po-der Executivo e sobre matéria legislativa sancio-nada ou vetada.

Parágrafo único. As consultas referendárias e plebiscitárias serão formuladas em termos de aprovação ou rejeição dos atos, autori-zações ou concessões do Poder Executivo, bem como do teor da matéria legislativa.

Subseção IDO VETO

Art. 73. Aprovado o projeto na forma regimen-tal, o mesmo será encaminhado ao Poder Exe-cutivo no prazo de cinco dias úteis que, aquies-cendo, o sancionará.

§ 1º Se o Prefeito considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou con-trário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contado da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito ho-ras, ao Presidente da Câmara de Vereado-res, os motivos do veto.

§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o si-lêncio do Prefeito importará em sanção.

§ 4º O veto será apreciado dentro de trin-ta dias a contar de seu recebimento, só po-dendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores.

§ 5º Se o veto não for mantido, será o proje-to enviado, para promulgação, ao Prefeito.

§ 6º Esgotado, sem deliberação, o prazo es-tabelecido no parágrafo quarto, o veto será colocado na Ordem do Dia da sessão ime-diata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Prefeito Muni-cipal, nos casos dos parágrafos terceiro e quinto, o Presidente da Câmara de Vereado-res a promulgará e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente fazê--lo.

Art. 74. A matéria constante de projeto de lei rejeitado só poderá constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos Vereadores.

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Subseção IIDAS COMISSÕES

Art. 75. A Câmara de Vereadores tem comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no Regi-mento Interno.

§ 1º Na Constituição de cada comissão será assegurada a representação dos partidos, proporcional ao número de representantes no Legislativo.

§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I – discutir, apreciar e votar parecer do re-lator sobre projeto de lei, na forma do Re-gimento;

II – realizar audiência pública com entida-des da sociedade civil;

III – convocar Secretários do Município para prestar informações sobre assuntos ineren-tes às suas atribuições;

IV – receber petições, reclamações e repre-sentações de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

V – solicitar depoimento de qualquer au-toridade ou cidadão;

VI – apreciar programas de obras, planos municipais e sobre eles emitir pareceres;

VII - emitir parecer sobre matéria de com-petência legislativa.

Art. 76. As Comissões Parlamentares de Inqué-rito que têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previs-tos no Regimento Interno, são criadas mediante requerimento de um terço dos Vereadores, para apuração de fato determinado e por prazo cer-to, sendo suas conclusões, se for o caso, enca-minhadas ao Ministério Público, para que pro-mova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Subseção IIIDAS DELIBERAÇÕES

Art. 77. As deliberações são tomadas por maio-ria simples de votos, salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica e nos parágrafos seguintes:

§ 1º Dependem do voto favorável da maio-ria absoluta dos Vereadores a aprovação e as alterações das seguintes matérias:

a) Regimento Interno da Câmara;

§ 2º Dependem do voto favorável de dois terços dos membros da Câmara de Verea-dores:

a) emendas à Lei Orgânica;

b) rejeição de parecer prévio do Tribunal de Contas sobre a prestação de contas do Mu-nicípio;

c) concessão de Título de Cidadão Emérito e Título de Cidadão Caxiense;

d) destituição de componentes da Mesa.

§ 3º O Presidente da Câmara ou seu even-tual substituto na direção dos trabalhos só tem voto:

a) na eleição da Mesa;

c) quando houver empate em qualquer vo-tação plenária;

d) quando a matéria exigir, para sua apro-vação, o voto favorável de dois terços dos Vereadores.

§ 4º Não poderá votar o Vereador que tiver parente afim, consangüíneo até o terceiro grau inclusive, ou interesse próprio mani-festo na deliberação, sob pena de nulidade da votação quando o seu voto for decisivo.

Art. 78. Transcorridos quarenta e cinco dias do recebimento de qualquer proposição em trami-tação na Câmara Municipal, seu Presidente, a requerimento de um ou mais Vereadores, deve-rá incluí-la na Ordem do Dia, para ser discutida e votada independentemente de parecer.

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Parágrafo único. A proposição só poderá ser retirada da Ordem do Dia se o autor de-sistir do requerimento.

Art. 79. A Câmara de Vereadores, mediante requerimento subscrito pela maioria de seus membros, poderá retirar da Ordem do Dia, em caso de convocação extraordinária, projeto de lei que não tiver tramitado no Poder Legislativo por, no mínimo, trinta dias.

Subseção IVDA REMUNERAÇÃO

Art. 80. A remuneração do Prefeito, Vice-Pre-feito e dos Vereadores será fixada pela Câmara Municipal, em cada legislatura para a subse-qüente, em data anterior à realização das elei-ções para os respectivos cargos, observado o que dispõe a Constituição Federal, sobre a qual incidirá o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza.

Art. 81. Quando da fixação da remuneração, a Câmara Municipal estabelecerá o critério, para viger na legislatura seguinte, da atualização da expressão monetária.

Parágrafo único. Inexistindo a previsão de atualização, a qualquer tempo, aplicar-se--á, como percentual de reajuste, o mesmo índice concedido ao funcionalismo público municipal.

Seção VIIIDA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINAN-

CEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 82. A fiscalização contábil, financeira, orça-mentária, operacional e patrimonial do Muni-cípio e das entidades da administração direta, indireta e fundacional quanto à legalidade, le-gitimidade, economicidade, aplicação das sub-venções e renúncia de receitas, será exercida pela Câmara Municipal, mediante sistemas de controles externo e interno de cada Poder.

Parágrafo único. Deverá prestar contas toda pessoa física ou entidade pública que utilizar, arrecadar, guardar, gerenciar ou ad-ministrar dinheiro, bens e valores públicos

ou pelos quais o Município responda ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Art. 83. O controle externo da Câmara Munici-pal terá o auxílio do Tribunal de Contas do Esta-do do Rio Grande do Sul, através de parecer pré-vio sobre as contas que o Prefeito e a Mesa da Câmara de Vereadores prestarem anualmente.

§ 1º As contas serão apresentadas até no-venta dias do encerramento do exercício fi-nanceiro.

§ 2º Se até este prazo não forem apresen-tadas as contas, a Comissão de Desenvolvi-mento Econômico, Fiscalização e Controle Orçamentário deverá fazê-lo em trinta dias.

§ 3º Apresentadas as contas, o Presidente da Câmara, mediante publicação de edital, delas dará ciência ao contribuinte, para exa-me e apreciação, o qual terá o prazo de ses-senta dias para, na forma da lei, questionar--lhes a legitimidade.

§ 4º Vencido o prazo do parágrafo anterior, as contas e as questões levantadas serão enviadas ao Tribunal de Contas para emis-são de parecer prévio.

§ 5º Recebido o parecer prévio, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Fiscaliza-ção e Controle Orçamentário, sobre ele e as contas, dará seu parecer em quinze dias.

Art. 84. A Comissão Permanente de Desenvol-vimento Econômico, Fiscalização e Controle Orçamentário, diante de indícios de despesas não– autorizadas, ainda que sob forma de in-vestimentos não-programados ou de subsídios não-aprovados, poderá solicitar de autoridade responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos ou considerados estes insuficientes, a Comis-são de Desenvolvimento Econômico, Fiscali-zação e Controle Orçamentário deverá soli-citar ao Tribunal de Contas pronunciamento

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conclusivo sobre a matéria em caráter de urgência.

§ 2º Entendendo o Tribunal de Contas irre-gular a despesa, a Comissão de Desenvolvi-mento Econômico, Fiscalização e Controle Orçamentário, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, poderá propor a Câmara Municipal a sua sustação.

CAPÍTULO IIDO PODER EXECUTIVO

Seção IDO PREFEITO E VICE-PREFEITO

Art. 85. O Poder Executivo é exercido pelo Pre-feito, auxiliado pelos Secretários e Diretores equivalentes.

Art. 86. A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizar-se-á simultaneamente, no primeiro do-mingo de outubro, em primeiro turno, e, no últi-mo domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do man-dato vigente, observadas a forma de eleição e as condições de elegibilidade previstas na Cons-tituição Federal.

Parágrafo único. A eleição do Prefeito im-portará a do Vice-Prefeito, com ele registra-do.

Art. 87. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomam pos-se em sessão da Câmara Municipal de Vereado-res, no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição, prestando o compromisso de man-ter, defender e cumprir as Constituições Fede-ral, Estadual e a Lei Orgânica do Município, ob-servando as leis e promovendo o bem geral dos munícipes.

Art. 88. Se, decorridos dez dias da data de pos-se, o Prefeito ou o Vice– Prefeito, salvo motivos de força maior, não tiveram assumido o cargo, este será declarado vago pela Câmara Municipal de Vereadores.

Art. 89. Substituirá o Prefeito, no caso de impe-dimento, e sucedê-lo-á no de vaga, o Vice-Pre-feito.

§ 1º Caberá ao Vice-Prefeito, além das atri-buições que lhe são conferidas por lei com-plementar, auxiliar o Prefeito sempre que convocado.

§ 2º O Prefeito e o Vice-Prefeito, até o ato de posse e no penúltimo mês de mandato, deverão apresentar detalhada declaração de bens à Mesa da Câmara, sendo lavrada a ata.

Art. 90. O mandato do Prefeito será de quatro anos, vedada a reeleição para o período subse-qüente, e terá início em 1º de janeiro do ano se-guinte ao ano da eleição.

Art. 91. O Prefeito e o Vice-Prefeito não pode-rão, sem licença da Câmara de Vereadores, au-sentar-se do Município por período superior a 15 (quinze) dias, sob pena de perda do cargo.

Art. 92. Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, ou da vacância dos respecti-vos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício do cargo, o Presidente da Câmara Mu-nicipal de Vereadores e, no impedimento deste, o Juiz de Direito, Diretor do Foro.

Parágrafo único. Na vacância dos cargos far--se-á nova eleição noventa dias depois de aberta a segunda vaga e os eleitos comple-tarão o período de seus antecessores, salvo se esta ocorrer a menos de um ano do tér-mino do quadriênio, caso em que vigorará o disposto no caput deste artigo.

Art. 93. Perderá o mandato o Prefeito que as-sumir outro cargo ou função administrativa pú-blica direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público.

Seção IIDAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO

Art. 94. Compete privativamente ao Prefeito:

I – representar o Município em juízo e fora dele;

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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II – iniciar o processo legislativo, na forma ou nos casos previstos nesta Lei Orgânica;

III – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regula-mentos para sua fiel execução;

IV – vetar projetos de lei, total ou parcial-mente;

V – dispor sobre a organização e funciona-mento da administração municipal, na for-ma da lei;

VI – expor, em mensagem à Câmara de Ve-readores, por ocasião da abertura da sessão anual, a situação do Município e os planos de governo;

VII – enviar à Câmara de Vereadores o pla-no plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Lei;

VIII – prestar, anualmente, à Câmara de Vereadores, dentro de noventa dias após a abertura da sessão legislativa, as contas re-ferentes ao exercício anterior;

IX – celebrar convênios com a União, com o Estado e com outros municípios para a exe-cução de obras e serviços;

X – nomear e exonerar os Secretários Muni-cipais, os Diretores de autarquias e departa-mentos, além de titulares de instituições de que participe o Município, na forma da lei;

XI – declarar a utilidade ou necessidade pú-blicas, ou o interesse social de bens para fins de desapropriação ou servidão adminis-trativa;

XII – expedir decretos, portarias e outros atos administrativos;

XIII – prover os cargos públicos e expedir os demais atos referentes à situação funcional dos servidores;

XIV – prover os serviços de obras de admi-nistração pública;

XV – superintender a arrecadação dos tri-butos, bem como a guarda e a aplicação da receita, autorizando as despesas e pa-gamentos dentro das disponibilidades or-çamentárias ou dos créditos votados pela Câmara;

XVI – aplicar multas previstas em leis e con-tratos, bem como relevá-las quando impos-tas irregularmente;

XVII – decidir sobre os requerimentos, re-clamações ou representações que lhe fo-rem dirigidas;

XVIII – oficializar, obedecidas as normas ur-banísticas aplicáveis, as vias e os logradou-ros públicos, mediante denominação apro-vada pela Câmara;

XIX – convocar extraordinariamente a Câ-mara quando o interesse da administração o exigir;

XX – aprovar projetos de edificação e pla-nos de parcelamento do solo, arruamento ou zoneamento urbano ou para fins urba-nos;

XXI – organizar os serviços internos das re-partições criadas por lei, sem exceder as verbas destinadas;

XXII – contrair empréstimos e realizar ope-rações de crédito mediante prévia autoriza-ção da Câmara;

XXIII – providenciar sobre a administração dos bens do Município a sua alienação, na forma da lei;

XXIV – prover o sistema viário do Município;

XXV – providenciar sobre o desenvolvimen-to do ensino;

XXVI – estabelecer a divisão administrativa do Município, de acordo com a lei;

XXVII – solicitar o auxílio das autoridades policiais para garantia do cumprimento de seus atos;

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XXVIII – adotar providências à conservação e salvaguarda do patrimônio municipal;

XXIX – colocar à disposição da Câmara, den-tro de dez dias de sua requisição, quantias que devam ser dispensadas de uma só vez e, até o quinto dia de cada mês, a parcela correspondente ao duodécimo de sua dota-ção orçamentária;

XXX – exercer outras atribuições previstas nesta Lei Orgânica.

Seção IIIDA REMUNERAÇÃO

Art. 95. Caso o Vice-Prefeito ocupar cargo em comissão, deverá optar entre a remuneração do cargo e a atribuída ao Vice-Prefeito.

Art. 96. O Prefeito, quando licenciado, terá di-reito a perceber o subsídio.

I – se impossibilitado do exercício do cargo por motivo de doença devidamente com-provada;

II – se em gozo de férias.

Art. 97. O Prefeito, quando a serviço ou em mis-são de representação do Município, receberá o subsídio e verba de representação.

Art. 98. Independentemente de licença da Câ-mara Municipal, que deverá apenas ser previa-mente oficiada, o Prefeito gozará férias de trinta dias após cada ano de mandato e, no último, go-zará as férias durante o período aquisitivo.

§ 1º O trintídio das férias poderá ser fracio-nado, a critério do Prefeito.

§ 2º O direito ao gozo de férias só poderá ser exercido até o término do ano subse-quente ao do período aquisitivo, vedada a acumulação.

§ 3º Ao Vice-Prefeito assistirá igualmente direito a férias, nas mesmas condições pre-vistas nos parágrafos anteriores, cabendo ao Prefeito a primazia no seu exercício.

Seção IVDA RESPONSABILIDADE DO PREFEITO

Art. 99. Importarão em responsabilidade os atos do Prefeito ou do Vice-Prefeito que atenta-rem contra as Constituições Federal, Estadual, a Lei Orgânica e:

I – o livre exercício dos Poderes constituí-dos;

II – o exercício dos direitos individuais, polí-ticos e sociais;

III – a probidade da administração;

IV – a lei orçamentária;

V – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Art. 100. Admitida a acusação contra o Prefeito Municipal, por dois terços da Câmara de Vere-adores, o mesmo será submetido a julgamen-to perante o Tribunal de Justiça, nas infrações penais comuns, ou perante o Poder Legislativo, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º O Prefeito ficará suspenso de suas fun-ções:

I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Tribunal de Justiça;

II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pela Câmara Muni-cipal.

§ 2º Se decorrido o prazo de cento e oiten-ta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Prefeito, sem pre-juízo do regular prosseguimento do proces-so.

§ 3º Enquanto não sobrevier sentença con-denatória, nas infrações penais comuns, o Prefeito não estará sujeito à prisão.

§ 4º O Prefeito, na vigência de seu mandato, não poderá ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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Seção VDOS SECRETÁRIOS

Art. 101. Além das atribuições fixadas em lei or-dinária, compete aos Secretários do Município:

I – orientar, coordenar e executar as ativida-des dos órgãos e entidades da administra-ção municipal, na área de sua competência;

II – referendar os atos e decretos do Prefei-to e expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos relativos aos assuntos de suas secretarias;

III – apresentar ao Prefeito relatório anual dos serviços realizados por suas secretarias;

IV – comparecer à Câmara nos casos previs-tos nesta Lei Orgânica;

V – praticar os atos pertinentes às atribui-ções que lhes forem delegados pelo Prefei-to.

Art. 102. Aplicar-se-á, aos titulares de autar-quias e de instituições de que participe o Muni-cípio, o disposto nesta Seção.

Seção VIDOS ATOS MUNICIPAIS

Subseção IDA PUBLICAÇÃO

Art. 103. A publicação das leis e atos municipais far-se-á em órgão oficial do Município e, na falta deste, por afixação na sede da Prefeitura ou da Câmara.

§ 1º Nenhum ato produz efeito antes de sua publicação.

§ 2º A publicação dos atos normativos pode ser resumida.

Art. 104. O Poder Executivo deverá publicar no órgão oficial do Município:

I – as conclusões de todas as sindicâncias e auditorias instaladas em órgão da adminis-tração direta e indireta;

II – os cargos e funções públicas criados por lei em número e com atribuições e remune-rações respectivos;

III – as contratações de pessoal por tempo determinado;

IV – o resumo da folha de pagamento do pessoal da administração direta e indireta e a contribuição financeira do Município para com as despesas de pessoal em cada uma das entidades da administração direta, es-pecificando-se as parcelas correspondentes a ativos, inativos e pensionistas, e os valores retidos a título de Imposto de Renda, pro-ventos de qualquer natureza e de contribui-ções previdenciárias;

V – o balancete econômico-financeiro, re-ferente ao mês anterior, do órgão de previ-dência do Município;

VI – anualmente, relatório pormenorizado das despesas mensais realizadas pelo Muni-cípio e entidades da administração direta e indireta, na área da comunicação, especial-mente em propaganda;

VII – no primeiro dia útil dos meses de fe-vereiro e agosto, o quadro de pessoal dos órgãos e entidades da administração direta e indireta e das subsidiárias destas, relativo ao último dia do semestre civil anterior, re-lacionando também o número de admitidos e demitidos no mesmo período, distribuí-dos por faixa de remuneração e quadro de-monstrativo dos empregados contratados;

VIII – os contratos firmados pelo Poder Pú-blico Municipal nos casos e condições disci-plinadas em lei.

Subseção IIDOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Art. 105. Os atos administrativos de competên-cia do Prefeito deverão ser expedidos com obe-diência às seguintes normas:

I – decreto, numerado em ordem cronológi-ca, nos seguintes casos:

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a) regulamento de lei;

b) instituição, modificação ou extinção de atribuições não constantes de lei;

c) regulamentação interna de órgãos que forem criados na administração municipal;

d) abertura de créditos especiais e suple-mentares até o limite autorizado por lei, as-sim como créditos extraordinários;

e) declaração de utilidade pública ou neces-sidade social, para fins de desapropriação ou de servidão administrativa;

f) aprovação de regulamentos ou de regi-mento;

g) medidas executórias do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;

h) criação, extinção, declaração ou modifi-cação de direitos dos administradores, não--privativos de lei;

i) normas de efeitos externos, não-privati-vos de lei;

j) fixação e alteração de preços;

II – portaria, nos seguintes casos:

a) provimento e vacância dos cargos públi-cos e demais atos de efeitos individuais;

b) lotação e relotação nos quadros de pes-soal;

c) abertura de sindicância e processos ad-ministrativos, aplicação de penalidades e demais atos individuais de efeitos internos;

d) outros casos determinados em lei ou de-creto;

III – contrato, na forma da lei.

Parágrafo único. Os atos constantes dos in-cisos II e III, deste artigo, salvo os de provi-mento e vacância dos cargos públicos, po-derão ser delegados.

Subseção IIIDA VEDAÇÃO

Art. 106. O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Verea-dores e os Servidores Municipais, bem como as pessoas ligadas a qualquer deles por matrimô-nio ou parentesco, afim ou consangüíneo, até o terceiro grau inclusive, não poderão contra-tar com o Município, seja a que título for, bem como ficam incluídas na presente proibição as pessoas jurídicas, das quais as mesmas pessoas tenham participação direta na administração destas, subsistindo a proibição até seis meses após findar as respectivas funções.

Parágrafo único. Não se incluem nesta proi-bição os contratos cujas cláusulas e condi-ções sejam uniformes para todos os interes-sados.

Art. 107. O município será obrigado a fornecer a qualquer interessado, no prazo máximo de quinze dias, certidões dos atos, contratos e de-cisões, desde que requeridas para fim de direito determinado, sob pena de responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou retardar a sua expedição.

Seção VIIDA ADVOCACIA-GERAL DO

MUNICÍPIO

Art. 108. A Advocacia-Geral do Município é ins-tituída como atividade inerente ao regime de legalidade na Administração Pública Municipal, devendo representar judicial e extrajudicial-mente o Município e seus órgãos da administra-ção direta e indireta.

§ 1º São princípios fundamentais da Advo-cacia-Geral do Município a unidade, a indi-visibilidade e a independência.

§ 2º É atribuição da Advocacia-Geral do Mu-nicípio a representação do Conselho Muni-cipal de Defesa do Consumidor nas ações em que este for parte.

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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Seção VIIIDOS CONSELHOS MUNICIPAIS

Art. 109. Os conselhos municipais são órgãos de cooperação governamental que têm por fi-nalidade auxiliar a administração na orientação, planejamento, fiscalização e julgamento de ma-téria de sua competência.

Art. 110. As atribuições de cada conselho, sua organização, composição, funcionamento, for-ma de nomeação dos titulares e suplentes e prazo de duração do mandato, são especifica-dos por lei.

Parágrafo único. Na composição dos conse-lhos, será respeitada proporção que possibi-lite participação paritária entre os represen-tantes do Poder Executivo, das entidades sindicais e comunitárias.

TÍTULO IV

Do Sistema Tributário, do Orçamen-to, das Finanças Públicas, da Ordem

Social e Econômica

CAPÍTULO IDA ADMINISTRAÇÃO

TRIBUTÁRIA E FINANCEIRA

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 111. O sistema tributário do Município é regido pelo disposto nas Constituições Federal, Estadual, em leis complementares e ordinárias e nesta Lei Orgânica Municipal.

Seção IIDOS TRIBUTOS E DAS RECEITAS PÚ-

BLICAS MUNICIPAIS

Art. 112. São tributos municipais os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria decor-

rentes de obras públicas, instituídos por lei mu-nicipal, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal e nas normas gerais de di-reito tributário.

Art. 113. São tributos de competência munici-pal:

I – imposto sobre:

a) a propriedade predial e territorial urba-na;

b) a transmissão inter vivos, a qualquer tí-tulo, por ato oneroso, de bens imóveis; por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos e sua aquisi-ção;

c) venda a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto de óleo diesel;

d) serviços de qualquer natureza, na forma da legislação;

II – taxas, que só poderão ser instituídas por lei em razão do exercício do Poder de Polí-cia ou pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas, tendo como limite total a despesa realizada e, como limite individu-al, o acréscimo de valor que a obra resultar para cada imóvel beneficiado.

§ 1º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos previstos nas alíneas c e d do inciso I.

§ 2º Poderá ser instituída Taxa de Prevenção e Combate a Incêndio, na forma da lei.

Art. 114. A receita municipal constituir-se-á da arrecadação dos tributos municipais, da parti-cipação em tributos da União e do Estado, dos recursos resultantes do Fundo de Participação dos Municípios e da utilização de seus bens, ser-viços, atividades e de outros ingressos.

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Art. 115. Nenhum contribuinte será obrigado ao pagamento de qualquer tributo, lançado pela Prefeitura, sem prévia notificação.

§ 1º Considerar-se-á notificação a entrega aviso de lançamento no domicílio fiscal do contribuinte, nos termos da legislação fede-ral pertinente.

§ 2º Do lançamento do tributo, caberá re-curso ao Prefeito, assegurado, para a sua in-terposição, o prazo de quinze dias, contado da notificação.

Art. 116. A concessão de anistia, remissão, isen-ção, benefícios e incentivos fiscais, bem como de dilação de prazos de pagamentos de tributos, só será feita mediante autorização legislativa.

Art. 117. São inaplicáveis quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de fiscalizar pessoas ou entidades vinculadas, dire-ta ou indiretamente, ao fato gerador dos tribu-tos municipais.

Art. 118. Sem prejuízo de outras garantias ao contribuinte, será vedado ao Município estabe-lecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, ou diferença tributária entre bens ou serviços, em razão de sua procedência ou destino, por meio de tributos.

Art. 119. Os proprietários de lotes irregulares com a fração ideal de até setecentos e vinte me-tros quadrados, que comprovarem o pagamen-to de imposto ao Instituto Nacional de Coloniza-ção e Reforma Agrária – INCRA – estão isentos do pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU – salvo os que estiverem inscri-tos no Cadastro Imobiliário do Município, até a data da promulgação da presente Lei.

Art. 120. O imposto sobre a propriedade predial e territorial será instituído por lei, podendo ser progressivo de modo a assegurar o cumprimen-to da função social da propriedade.

Parágrafo único. A cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU – terá alí-quotas diferenciadas a partir dos seguintes critérios:

a) área construída;

b) localização do imóvel;

c) número de imóveis do mesmo proprietá-rio;

d) área do terreno.

Art. 121. Na instituição do Imposto sobre a transmissão inter vivos será estabelecida alí-quota única, de modo a assegurar justiça fiscal e tributária.

Parágrafo único. O imposto a que se refere o caput será fixado de acordo com o valor venal do imóvel, atribuído na forma legal, observadas a isenção e a redução sobre aqueles da população de baixa renda.

CAPÍTULO IIDAS FINANÇAS PÚBLICAS

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 122. A Lei complementar disporá sobre fi-nanças públicas, observados os princípios esta-belecidos nas Constituições Federal, Estadual e em leis complementares.

Art. 123. As disponibilidades de caixa do Muni-cípio e dos órgãos ou entidades do Poder Públi-co e das empresas por eles controladas serão depositadas em bancos oficiais do Estado, res-salvados os casos previstos em lei.

Seção IIDOS ORÇAMENTOS

Art. 124. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I – a programação plurianual do setor públi-co;

II – as diretrizes orçamentárias;

III – os orçamentos anuais.

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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§ 1º A lei que instituir a programação pluria-nual do setor público estabelecerá diretri-zes, objetivos e metas quantificadas, física e financeiramente, dos programas, projetos e atividades da administração direta e indi-reta, de suas fundações e das empresas em que o Município detenha a maioria do capi-tal social com direito a voto.

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias com-preenderá as metas e prioridades da ad-ministração pública municipal, contidas na programação plurianual para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elabo-ração da lei orçamentária anual e disporá sobre as alterações na legislação tributária.

§ 3º As leis orçamentárias anuais compre-enderão:

I – o orçamento anual das receitas e despe-sas referentes aos Poderes do Município, seus fundos, órgãos e entidades da adminis-tração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Município;

II – o orçamento anual das empresas em que o Município, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com di-reito a voto e sua execução não estará sujei-ta as normas da contabilidade pública.

§ 4º As despesas com publicidade de quais-quer órgãos ou entidades da administração direta, indireta ou fundações instituídas pelo Poder Público, deverão ser objeto de dotação orçamentária específica, com de-nominação PUBLICIDADE, de cada órgão, fundo, empresa ou subdivisão administrati-va dos Poderes constituídos, não podendo ser complementadas senão através de lei específica.

§ 5º As despesas de manutenção das sub-prefeituras distritais e das regiões adminis-trativas, instituídas por lei, deverão ser ob-jeto de dotação orçamentária própria, com denominação, pela ordem, Subprefeituras ou Região administrativa, as quais não po-dem ser complementadas ou suplementa-das, senão através de lei específica.

§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de:

I – demonstrativo de efeito sobre as recei-tas e despesas decorrentes de isenções, anistia, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária, tarifária e creditícia;

II – demonstrativo de todas as despesas ocorridas mensalmente no primeiro semes-tre do exercício correspondente ao do ano da proposta orçamentária;

III – premissas orçamentárias detalhadas e que evidenciem a formulação das previsões constantes do inciso anterior e dos valores da proposta orçamentária;

IV – demonstrativo da situação de endivi-damento para cada empréstimo existente, seu saldo devedor, amortização e encargos financeiros, correspondentes a cada semes-tre do ano da proposta orçamentária;

§ 7º Os orçamentos anuais previstos nos in-cisos I e II do parágrafo terceiro deste artigo, compatibilizados com a programação plu-rianual do setor público, terão, entre suas funções, a de reduzir desigualdades sociais.

§ 8º Fica garantida a participação popular, a partir dos Setores do Município, nas eta-pas de elaboração, definição e acompanha-mento da execução do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual.

Art. 125. O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada mês, relató-rio resumido da execução orçamentária, bem como apresentará trimestralmente ao Poder Legislativo a caracterização sobre o Município e suas finanças públicas, devendo constar do de-monstrativo:

I – as receitas e despesas da administração direta, indireta e fundações do Poder Públi-co Municipal constantes do seu orçamento, em seus valores mensais;

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II – os valores ocorridos desde o início do exercício até o último mês do trimestre, ob-jeto da análise financeira;

III – a comparação mensal entre os valores do inciso II com seus correspondentes, pre-vistos no orçamento já atualizado por suas alterações;

IV – as previsões atualizadas de seus valores até o final do exercício financeiro.

§ 1º Os trimestres, objeto de análise finan-ceira, deverão ser:

a) dos meses de janeiro a março;

b) dos meses de abril a junho;

c) dos meses de julho a setembro;

d) dos meses de outubro a dezembro.

§ 2º A lei disciplinará o acompanhamento físico-financeiro da programação plurianual do setor público, das diretrizes orçamentá-rias e dos orçamentos anuais.

Art. 126. Os projetos de lei, relativos à progra-mação plurianual do setor público, às diretrizes orçamentárias, aos orçamentos anuais e aos créditos adicionais, serão apreciados pelo Poder Legislativo.

§ 1º Caberá à Comissão Permanente de Fis-calização e Controle Orçamentário:

I – examinar e emitir parecer sobre os pro-jetos referidos neste artigo e sobre as con-tas apresentadas anualmente pelo Prefeito Municipal;

II – examinar e emitir parecer sobre os pla-nos e programas municipais previstos nesta Lei Orgânica e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões da Câma-ra Municipal.

§ 2º As emendas apresentadas na Comis-são, que sobre elas emitirá parecer, serão apreciadas, na forma regimental, pelo Ple-nário.

§ 3º As emendas aos projetos de lei orça-mentária anuais ou aos projetos que a mo-difiquem somente poderão ser aprovadas caso:

I – sejam compatíveis com a programação plurianual do setor público e com a lei de di-retrizes orçamentárias;

II – indiquem os recursos necessários, admi-tidos apenas os provenientes de anulação de despesa, salvo as que incidam sobre:

a) dotação para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

III – sejam relacionadas com:

a) correção de erros ou omissões;

b) os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º As emendas ao projeto de lei de dire-trizes orçamentárias não serão aprovadas quando incompatíveis com a programação plurianual do setor público.

§ 5º O Poder Executivo poderá enviar men-sagem à Câmara Municipal para propor mo-dificações nos projetos a que se refere este artigo, enquanto não iniciada a votação.

§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual de diretrizes orçamentárias e dos orçamen-tos anuais serão enviados ao Poder Legisla-tivo pelo Prefeito Municipal, nos seguintes prazos:

I – o projeto do plano plurianual até trinta de março do primeiro ano do mandato do Prefeito e devolvido para sanção até trinta de junho;

II – o projeto de lei de diretrizes orçamen-tárias, anualmente, até trinta de julho e de-volvido para sanção até trinta de setembro;

III – o projeto de lei orçamentária até trin-ta de outubro e devolvido para sanção até quinze de dezembro de cada ano.

§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o dis-

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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posto nesta seção, as demais normas relati-vas ao processo legislativo.

§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos espe-ciais ou suplementares, com prévia e espe-cífica autorização legislativa.

§ 9º A Câmara não enviando, no prazo con-signado na lei complementar federal, o pro-jeto de lei orçamentária à sanção, será pro-mulgado como lei, pelo Prefeito, o projeto originário do Executivo.

§ 10. Rejeitado pela Câmara o projeto de lei orçamentária anual, prevalecerá, para o ano seguinte, o orçamento do exercício em curso, aplicando-se– lhe a atualização dos valores.

Art. 127. São vedados:

I – o início de programas ou projetos não in-cluídos na lei orçamentária anual.

II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os cré-ditos orçamentários;

III – a realização das operações de créditos, salvo por antecipação da receita, que exce-dam ao montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante crédi-tos suplementares ou especiais, com finali-dade precisa, aprovados pelo Poder Legisla-tivo por maioria absoluta;

IV – a abertura de créditos suplementares ou especiais sem prévia autorização legis-lativa e sem indicação dos recursos corres-pondentes;

V – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legisla-tiva;

VI – a concessão ou a utilização de créditos limitados, exceto despesas de pessoal;

VII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos do orçamento para suprir necessidades ou cobrir déficit de em-presas, fundações e fundos;

VIII – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa;

IX – a destinação de verbas orçamentárias a entidades privadas, com exceção das que não possuam caráter lucrativo e tenham sido declaradas de utilidade pública;

X – a destinação de verbas orçamentárias e fundos, exceto aqueles disciplinados por esta Lei Orgânica e por lei complementar;

XI – a contratação de serviços de terceiros para a realização de atividades que possam ser regularmente exercidas por servidores públicos municipais.

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão na progra-mação do plano plurianual ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de au-torização for promulgado nos últimos qua-tro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício fi-nanceiro subseqüente.

§ 3º A abertura de créditos extraordinários somente será admitida para atender a des-pesas imprevisíveis e urgentes, como as de-correntes de comoção interna ou calamida-de pública.

Art. 128. Os recursos correspondentes às dota-ções orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais destinados ao Poder Legislativo, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de cada mês.

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Art. 129. A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá exceder os limites es-tabelecidos em lei complementar.

Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos ou alteração na estrutura de carreiras, bem como a admissão de pes-soal, a qualquer título, pelos órgãos e enti-dades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público e as empresas em que o Município detenha a maioria do capital vo-tante, só poderão ser feitas:

I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender as projeções de des-pesas de pessoal e aos acréscimos dela de-correntes;

II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 130. Até trinta dias antes do prazo da re-messa do orçamento anual, por parte do Poder Executivo ao Poder Legislativo, as entidades de classe poderão encaminhar sugestões funda-mentadas sobre questões do orçamento do ano seguinte.

Parágrafo único. O Poder Executivo deverá considerar as sugestões recebidas das en-tidades de classe, legalmente constituídas, na elaboração do orçamento ou apresentar justificativa quanto ao adiamento do aten-dimento ou impossibilidade de acolhimen-to.

Art. 131. Durante o período da pauta regimen-tal, poderão ser apresentadas emendas popula-res aos projetos de lei do plano plurianual, dire-trizes orçamentárias e orçamento anual, desde que firmadas por, no mínimo, quinhentos elei-tores ou encaminhadas por duas entidades re-presentativas da sociedade.

Art. 132. O orçamento anual contemplará a União das Associações de Moradores de Bair-ros – UAB – com recursos financeiros de acordo com as disponibilidades do Município, os quais

serão repassados à entidade, no prazo máximo de quatro meses.

Art. 133. É da competência privativa da Câmara Municipal a aprovação dos convênios em que o Município participar.

Art. 134. O controle externo, a cargo do Poder Legislativo, será exercido diretamente ou com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado.

Art. 135. O Município destinará, no mínimo, trinta por cento de sua receita para atividades desenvolvidas na área educacional e cultural.

Parágrafo único. Do percentual referido no “caput” deste artigo, três por cento deverá ser aplicado na construção, conservação, manutenção e na aquisição de equipamen-tos para as escolas públicas municipais.

CAPÍTULO IIIDA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL

Art. 136. O Município, dentro de sua compe-tência, organizará a ordem econômica e social, conciliando a liberdade de iniciativa com os su-periores interesses da coletividade.

Art. 137. A intervenção do Município no do-mínio econômico terá por objetivo estimular e orientar a produção, defender os interesses do povo e promover a justiça e solidariedade so-ciais.

Art. 138. O Município assistirá os trabalhado-res rurais e suas organizações legais, procuran-do proporcionar-lhes, entre outros benefícios, meios de produção e de trabalho, crédito e pre-ço justo, saúde e bem-estar social.

Art. 139. O Município deverá organizar progra-ma especial de abastecimento popular para ga-rantir o acesso da população de baixa renda aos itens da cesta básica de alimentos.

Art. 140. O Município deverá dispor de recursos financeiros específicos para programas assisten-ciais, atividades culturais e esportivas.

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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Art. 141. Fica autorizada a construção de cape-las mortuárias, no âmbito do Município, desde que administradas pelas entidades comunitá-rias, sem fins lucrativos, obedecidas as normas do plano diretor.

Art. 142. O Município destinará anualmente re-cursos para o custeio e manutenção de creches comunitárias.

Parágrafo único. Os recursos financeiros destinados às creches comunitárias serão repassados através dos órgãos competen-tes.

Art. 143. O Município apoiará e estimulará, na forma da lei, o cooperativismo e o associati-vismo como forma de desenvolvimento sócio--econômico dos trabalhadores rurais e urbanos, através de:

I – incentivo às formas de produção, consu-mo, serviços, crédito e educação, coopera-das e associadas, como forma preferencial de desenvolvimento;

II – constituição do Conselho Municipal de Cooperativismo e Associativismo, garantida a representação de trabalhadores rurais e urbanos à definição das políticas públicas de fomento e de desenvolvimento, bem como assegurar a participação de cooperativas e associações nos órgãos municipais em que a iniciativa privada tenha assento;

III – preferência, quando da igualdade de condições, às cooperativas e associações de trabalhadores rurais e urbanos, no desen-volvimento de programas governamentais.

CAPÍTULO IVDA POLÍTICA URBANA E HABITACIO-

NAL

Art. 144. O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado, aprovado por lei, é o instrumento bá-sico da política de desenvolvimento e expansão urbana do Município.

§ 1º A política de desenvolvimento urbano e habitacional do Município será conjuga-da com os esforços da União e do Estado e definirá o planejamento e a ordenação de usos, atividades e funções de interesse lo-cal, visando a:

I – melhorar a qualidade de vida na cidade;

II – promover a definição e realização da função social da propriedade;

III – promover a ordenação territorial, inte-grando as diversas atividades e funções ur-banas;

IV – prevenir e corrigir as distorções do cres-cimento urbano;

V – promover a recuperação dos bolsões de favelamento, sua integração e articulação com a malha urbana;

VI – integrar as atividades urbanas e rurais;

VII – impedir as agressões ao meio ambien-te, estimulando ações preventivas e corre-tivas;

VIII – distribuir os benefícios e encargos do processo de desenvolvimento da cidade, inibindo a especulação imobiliária, os vazios urbanos e a excessiva concentração urbana;

IX – promover a integração, racionalização e otimização da infra-estrutura urbana bá-sica, priorizando os aglomerados de maior densidade populacional e as populações de menor renda, especialmente na descentra-lização dos serviços públicos ofertados;

X – preservar os sítios, as edificações e os monumentos de valor histórico, artístico e cultural;

XI – promover o desenvolvimento econômi-co local;

XII – preservar as zonas de proteção de ae-ródromos;

XIII – preservar e estimular a criação de áre-as verdes e de lazer no âmbito urbano.

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§ 2º A ampliação de áreas urbanas, ou de expansão urbana, deverá ser acompanhada do respectivo zoneamento de usos e regime urbanístico.

§ 3º Todo o parcelamento do solo para fins urbanos deverá estar inserido em área ur-bana, ou de expansão urbana, assim defini-das em lei.

§ 4º É assegurada a participação das entida-des comunitárias, legalmente constituídas, na definição do plano diretor e das diretri-zes gerais de ocupação do solo, bem como na elaboração e implementação dos planos, programas e projetos que lhes sejam con-cernentes.

Art. 145. A lei estabelecerá a política municipal de habitação que deverá prever a articulação e integração das ações do Poder Público e a par-ticipação das comunidades organizadas, bem como os instrumentos institucionais e financei-ros para a sua execução.

§ 1º A distribuição de recursos públicos priorizará o atendimento das necessidades sociais, nos termos da política habitacional do Município, e será prevista no plano plu-rianual e no orçamento, os quais destinarão recursos específicos para programas de ha-bitação de interesse social.

§ 2º Serão priorizados investimentos do Município em programas habitacionais para suprir deficiências de moradia de famílias de baixa renda, entendidas estas como as que auferem renda igual ou inferior a cinco vezes o piso nacional de salários ou equiva-lentes.

§ 3º No programa de moradia popular, o Município instituirá um plano próprio des-tinado aos servidores municipais que não possuem imóvel para morar.

Art. 146. O Município destinará, anualmente, verba correspondente a cinco por cento do or-çamento para o Fundo da Casa Popular – FUN-CAP.

§ 1º A verba será depositada em conta ban-cária especialmente aberta e à disposição do fundo, em banco oficial do Estado.

§ 2º A lei preverá possibilidade de convê-nios do Poder Público com entidades que especificará para o fim de assistência técni-ca à moradia econômica, bem como possi-bilidade de loteamentos destinados ao fun-cionalismo municipal.

Art. 147. O Poder Público Municipal poderá re-alizar desapropriação, por interesse social, de área ou imóvel urbano que se destine à moradia popular ou outro fim constante do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado.

Art. 148. O direito de propriedade territorial urbana não pressupõe o direito de construir ou parcelar o solo, cujo exercício deverá ser autori-zado pelo Poder Público, segundo critérios que forem estabelecidos em lei municipal, nela ins-tituídas, obrigatoriamente, as penalidades aos infratores.

Art. 149. A área urbana que não possuir edifica-ção e não cumprir sua função social estará sujei-ta a imposto progressivo no tempo e seu valor real será o dobro do ano anterior, sem prejuízo da atualização e reajustes ocorridos no período.

Art. 150. Nos termos da Constituição Federal, o Poder Municipal exigirá do proprietário do solo urbano não-edificado, subutilizado ou não-uti-lizado, que promova seu adequado aproveita-mento, sob pena, sucessivamente de:

I – parcelamento ou edificação compulsó-rios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III – desapropriação.

§ 1º Nas áreas delimitadas para edificação compulsória, será obrigatória a produção de habitações de baixo custo.

§ 2º As desapropriações, referidas no inciso III deste artigo, serão usadas para recompor a carência de áreas para equipamentos pú-

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blicos e a produção de habitações ou lotes urbanizados pelo Poder Municipal, destina-dos à população de baixa renda.

Art. 151. É vedado o desmatamento das mar-gens de lençóis de água, que implique riscos de erosões, enchentes e aglomerações de insetos. As áreas já desmatadas devem sofrer tratamen-to adequado para a sua recuperação, sob super-visão do Poder Público Municipal, com a parti-cipação de entidades ligadas à defesa do meio ambiente.

Art. 152. Para assegurar a todos os cidadãos o direito à moradia, ficará o Poder Público obriga-do a formular e identificar políticas habitacio-nais que permitam:

I – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas em regime ou em condições de subabitações;

II – acesso a programas públicos de financia-mento para aquisição de terrenos e constru-ção de habitação própria;

III – compatibilização da política municipal de habitação com planos de urbanização que garantam a existência de transportes e de equipamentos sociais complementares à vida urbana digna;

IV – estímulo e apoio às iniciativas das co-munidades locais e das populações, tenden-tes a resolver os respectivos problemas ha-bitacionais e fomento à autoconstrução e à criação de cooperativas de habitação;

V - estímulo à construção privada, com su-bordinação aos interesses gerais.

VI – estabelecimento de um sistema de co-mercialização compatível com o rendimento familiar à aquisição de moradia.

Art. 153. Lei específica proverá e regulamentará a instituição de operações interligadas entre o Município e a iniciativa privada, visando a incen-tivar a construção de habitações de interesse social, observados os seguintes requisitos:

I – concessão de incentivos através da possi-bilidade de alteração de índices e caracterís-ticas de uso e ocupação do solo;

II – obrigação do particular interessado em construir e doar ao Fundo da casa Popular – FUNCAP – habitações de interesse social, como definido em lei, correspondente a, no mínimo, cinqüenta por cento do valor do Custo Unitário Básico – CUB – da vantagem que advier com a alteração de índices;

III – possibilidade de, por edital público de chamamento à iniciativa privada, serem propostas operações interligadas em áreas específicas;

IV – oitiva do Conselho do Plano Diretor Ur-bano – CPDU;

V – autorização legislativa.

CAPÍTULO VDA POLÍTICA AGRÍCOLA

Art. 154. O Município, ao elaborar a sua política agrícola, levará em conta:

I – a assistência técnica e extensão rural;

II – o incentivo ao cooperativismo;

III – a eletrificação e telefonia rural;

IV – a irrigação;

V – o incentivo à pesquisa e à tecnologia;

VI – a habitação para o trabalhador rural;

VII – a educação voltada a capacitação e produtividade do agricultor;

VIII – o armazenamento da produção e es-tradas em condições para o seu escoamen-to.

Parágrafo único. A política agrícola fará par-te do Plano de Desenvolvimento do Meio Rural.

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Art. 155. O Município cuidará para que sejam incentivadas as instalações de pólos produtores em zonas rurais, visando, por meio de incenti-vos e de implantação de infra-estrutura neces-sária, à fixação do homem no campo, auxiliando aqueles que pretendam retornar à área rural.

Art. 156. O Município manterá em cooperação com a União e o Estado, serviço de assistência técnica, pesquisa e extensão rural, destinado ao abastecimento prioritário dos pequenos e mé-dios produtores, bem como as suas formas as-sociativas, no limite de suas atribuições.

Parágrafo único. A assistência técnica, pes-quisa e extensão rural, de que trata o caput, será mantida com recursos financeiros mu-nicipais de forma a complementar os recur-sos federais e estaduais.

Art. 157. O Poder Público, através de mecanis-mos definidos em lei, estimulará a organização de produtores rurais, voltada à produção de ali-mentos, à sua comercialização direta aos consu-midores, buscando garantir e priorizar o abaste-cimento da população.

CAPÍTULO VIDA POLÍTICA DE TRANSPORTES

Art. 158. O transporte é direito fundamental do cidadão, sendo de responsabilidade do Poder Público o planejamento, o gerenciamento e a prestação dos vários meios de transporte.

Art. 159. A concessão e regulamentação dos serviços de transporte coletivo urbano, regido por lei, é atribuição do Poder Público Municipal, após aprovação da Câmara.

Art. 160. Ao Município é dado o poder de inter-vir em empresas privadas de transporte cole-tivo, a partir do momento em que as mesmas desrespeitarem sua política, o plano viário, pro-vocarem danos e prejuízos aos usuários ou pra-ticarem ato lesivo ao interesse da comunidade.

Parágrafo único. A intervenção será rea-lizada pelo Poder Executivo, por iniciativa

própria ou decisão da Câmara, por maioria absoluta de seus membros.

Art. 161. O Poder Público administrará o siste-ma de vale-transporte no Município e repas-sará, mensalmente, os valores respectivos aos concessionários ou permissionários.

Art. 162. O Poder Público Municipal só permiti-rá a entrada em circulação de novos ônibus mu-nicipais, desde que estejam adaptados para o livre acesso a circulação das pessoas portadoras de deficiência física ou motora, bem como em condições de prestar segurança aos usuários.

Art. 163. Será assegurado passe livre para apo-sentados e idosos acima de sessenta anos, bem como o acesso adequado às gestantes, nos transportes coletivos.

Art. 164. Será assegurado o direito de setenta e cinco passagens escolares mensais, no valor de cinqüenta por cento da tarifa de transporte co-letivo urbano aos estudantes.

Art. 165. Fica obrigatória a manutenção de li-nhas noturnas de transporte coletivo na área urbana.

CAPÍTULO VIIDO DESENVOLVIMENTO SÓCIO-ECO-NÔMICO E DA INTEGRAÇÃO REGIO-

NAL

Art. 166. A ordem econômica, fundada na valo-rização do trabalho humano, tem por fim asse-gurar a todos existência digna, conforme os di-tames da justiça social, observados os princípios das Constituições Federal e Estadual.

Art. 167. A política de desenvolvimento do Município será executada pelo Poder Público conforme diretrizes fixadas em lei, relativas à estrutura econômica, social e urbano-regional do território municipal e visará à melhoria das condições de vida, ao cumprimento dos direitos fundamentais e sociais de todos, ao respeito e à promoção dos valores sócio-culturais e à pre-

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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servação e à valorização dos bens materiais do Município.

Parágrafo único. A política de desenvolvi-mento municipal atenderá prioritariamen-te:

I – ao desenvolvimento social;

II – ao desenvolvimento econômico;

III – à ordem territorial;

IV – à integração e descentralização das ações públicas.

Art. 168. O Município dispensará às microem-presas e às empresas de pequeno porte, rurais e urbanas, assim definidas em lei, tratamento diferenciado, visando a incentivá-las através de:

I – simplificação de suas obrigações admi-nistrativas;

II – vantagens e incentivos tributários;

III – priorização dos consórcios, cooperati-vas e associações de micro e pequenos em-presários;

IV – apoio dos órgãos públicos de pesquisa e extensão ao estudo dos problemas das micro e pequenas empresas.

Art. 169. O planejamento urbanístico municipal terá feição de instrumento de integração urba-no-rural.

Parágrafo único. Aplicar-se-ão ao planeja-mento urbanístico, entre outras, as seguin-tes diretrizes:

I – controle do processo de urbanização para assegurar-lhe equilíbrio e evitar o des-povoamento das áreas agrícolas ou pasto-ris;

II – organização, nos limites da competên-cia municipal, das funções da vida coletiva, abrangendo habitação, trabalho, circulação e recreação;

III – promoção de melhoramento da área rural na medida necessária do ajustamento desta ao crescimento dos núcleos urbanos;

IV – incorporação do processo de planeja-mento à administração como via para a to-mada de decisões.

Art. 170. O Município buscará a integração de outros municípios da região para organizar, pla-nejar e executar funções públicas de interesse comum.

Parágrafo único. Poderão ser destinados re-cursos orçamentários a órgãos de coopera-ção regional para a prestação de serviços de interesse comum.

TÍTULO V

Da Educação, da Cultura, do Desporto, da Ciência, da Tecnolo-

gia e do Turismo

CAPÍTULO IDA EDUCAÇÃO

Art. 171. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, baseada na justiça social, na democracia e no respeito aos direitos huma-nos, ao meio ambiente e aos valores culturais, visa ao desenvolvimento do educando como pessoa e a sua qualificação para o trabalho e exercício da cidadania.

Art. 172. O Sistema Municipal de Educação e Cultura constituir-se-á:

I – do Conselho Municipal de Educação e Cultura;

II – da Secretaria Municipal de Educação;

III – da Secretaria Municipal de Cultura.

Art. 173. O Conselho Municipal de Educação e Cultura, constituir-se-á em Comissões de Educa-ção, Cultura, Desporto Ciência e Tecnologia.

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Art. 174. A comunidade escolar, o Conselho Municipal de Educação e Cultura, a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria Municipal de Cultura estabelecerão o plano municipal de educação e cultura de duração plurianual, em consonância com os planos nacional e estadu-al, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino nos diversos níveis e à integração das ações desenvolvidas pelo Poder Público que orientem para:

I – o desenvolvimento do ser humano e a garantia de seu aperfeiçoamento contínuo;

II – a formação de cidadãos capazes de com-preender criticamente a realidade social, conhecendo os seus direitos e responsabi-lidades frente à sociedade como um todo;

III – o preparo do cidadão para o acesso à cultura, à pesquisa, aos conhecimentos científicos e tecnológicos;

IV – a valorização e a difusão do saber, me-diante a produção do conhecimento, vol-tados à transformação social e à busca da consciência de classe para a construção de estruturas humanas, individuais e coletivas;

V – gestão democrática do ensino munici-pal;

VI – valorização dos profissionais do ensino;

VII – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

VIII – liberdade de aprender, ensinar, pes-quisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

IX – pluralismo de idéias e concepções pe-dagógicas.

Art. 175. O Município promoverá e assegurará:

I – o ensino fundamental, diurno, noturno, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiverem acesso na idade própria;

II – política com vista à formação profissio-nal, nas áreas de ensino público municipal em que houver carência de professores,

sendo facultada a contratação de professo-res, a título precário, na forma da lei, para o preenchimento de vagas nas escolas rurais de difícil acesso, no caso de não existir pro-fessor concursado com interesse na referida vaga, até que seja conseguido um professor concursado que queira assumir a mesma;

III – cursos de atualização e aperfeiçoamen-to aos seus professores e especialistas, nas áreas em que estes atuarem e em que hou-ver necessidade;

IV – oferta gradativa de ensino supletivo, buscando especialmente a erradicação do analfabetismo e o acesso ao ensino funda-mental para todos;

V – oferta gradativa de ensino médio e pre-paração para o ingresso no ensino superior;

VI – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencial-mente na rede regular de ensino;

VII – atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade;

VIII – atendimento ao educando no ensi-no fundamental, através de programas su-plementares de material didático, escolar, transporte, alimentação e assistência à saú-de, extensivo aos excepcionais e deficientes físicos;

IX – condições à prática da educação física, do lazer e do esporte ao educando e inclu-sive aos deficientes físicos, sensoriais, men-tais ou múltiplos, com profissionais especia-lizados;

X – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

XI – incentivo à publicação de obras e pes-quisas no campo da educação.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gra-tuito é direito público subjetivo.

§ 2º O não-oferecimento do ensino obriga-tório pelo Município, ou sua oferta irregular,

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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importa em responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º Transcorridos dez dias úteis do pedi-do de vaga, incorrerá em responsabilidade administrativa a autoridade municipal com-petente que não garantir ao interessado, devidamente habilitado, o acesso à escola fundamental.

§ 4º Compete ao Poder Público recence-ar os educandos no ensino fundamental, fazendo-lhes a chamada, e zelar, junto aos pais e responsáveis, pela freqüência à esco-la.

§ 5º O Município instalará creches em bair-ros.

§ 6º Os programas de que trata o inciso VIII, deste artigo, serão mantidos nas escolas com recursos financeiros específicos, que não os destinados à manutenção do ensino.

§ 7º O Município implantará escolas de tempo integral.

§ 8º O Município atuará prioritariamente no ensino fundamental e pré– escolar, proven-do todas as escolas municipais com o pri-meiro grau completo.

Art. 176. O Sistema Municipal de Ensino asse-gurará a todos os alunos condições de eficiência escolar.

Parágrafo único. Será vedada às escolas pú-blicas a cobrança de taxas, ou contribuições a qualquer título.

Art. 177. Será assegurado aos pais, professores, alunos e funcionários organizarem-se paritaria-mente, em todos os estabelecimentos de ensi-no, através de associações, grêmios ou outras formas, buscando participar e apoiar a escola.

Parágrafo único. Os diretores das escolas públicas municipais serão escolhidos, me-diante eleição direta e uninominal, pela co-munidade escolar, na forma da lei.

Art. 178. O Município garantirá educação es-pecial aos deficientes, em qualquer idade, bem

como aos superdotados nas modalidades em que lhes forem adequadas.

Art. 179. O Município manterá o professorado municipal em nível econômico, social e cultural à altura de suas funções, garantindo-lhe justa remuneração, mediante fixação de piso salarial e condições de aperfeiçoamento, bem como plano de carreira.

Parágrafo único. Na organização do sistema municipal de ensino, serão considerados profissionais do magistério público munici-pal os professores e especialistas em educa-ção.

Art. 180. O Município fiscalizará as escolas ma-ternais, creches, pré– escolas, academias e simi-lares, que serão reguladas por lei e aprovadas pelo Conselho Municipal de Educação e Cultura quanto à habilitação profissional e à infra– es-trutura funcional do prédio.

Art. 181. O Município poderá firmar convênios para atendimento ao excepcional com entida-des que preencham os requisitos do art. 213 da Constituição Federal como forma de comple-mentar o atendimento.

Art. 182. O Município definirá normas de parti-cipação na política de combate ao uso de dro-gas, objetivando a educação preventiva, a as-sistência e a recuperação aos dependentes de substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica, articulado com a União e o Estado.

Art. 183. O Município contará com serviços es-pecializados para atendimento, orientação e as-sistência ao educando.

Art. 184. O Município repassará aos Círculos de Pais e Mestres – CPMs, das escolas municipais, devidamente organizados e registrados, verba para a execução de pequenos reparos nos pré-dios escolares e para aquisição de materiais didáticos, pedagógicos e equipamentos, com recursos proporcionais ao número de alunos atendidos e à dimensão do prédio.

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Parágrafo único. A direção do CPM deverá, no final do exercício, fazer a devida presta-ção de contas ao Poder Executivo Munici-pal.

Art. 185. O Município incentivará as empresas a proporcionar ensino fundamental ou médio gratuito a seus funcionários, através de uma es-trutura adequada e integrada à rede pública, de conformidade com a lei.

Art. 186. Todo estabelecimento escolar a ser criado na zona urbana deverá ser de 1º grau completo.

§ 1º As escolas municipais de ensino funda-mental incompleto, na zona urbana, serão progressivamente transformadas em esco-las fundamentais completas.

§ 2º Na área rural, para cada grupo de es-colas de ensino fundamental incompleto, haverá uma escola central de ensino funda-mental completo que assegure número de vagas suficientes para absorver os alunos da área.

Art. 187. O Município manterá sistema de bi-bliotecas escolares na rede pública municipal, cabendo-lhe o assessoramento e a fiscalização.

Art. 188. O currículo do ensino municipal obe-decerá aos princípios de flexibilidade técnico--pedagógico-administrativos para atender às peculiaridades sócio– econômico-culturais e ou-tras específicas da comunidade.

Art. 189. O Município assegurará aos professo-res das escolas unidocentes de classes multisse-riadas que lecionarem de 1ª a 4ª série e os que atuarem no ensino noturno, uma gratificação de, no mínimo, vinte por cento sobre o básico do plano de carreira, além da ajuda de custo para o difícil acesso.

Art. 190. O Município disporá em lei sobre a concessão de bolsas de estudo aos professores estagiários que atuarem na rede municipal de ensino.

CAPÍTULO IIDA CULTURA

Art. 191. O Município estimulará o desenvol-vimento das ciências, das artes, das letras e da cultura em geral, observando o disposto nas Constituições Federal e Estadual.

§ 1º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para o Município.

§ 2º O Município assegurará a preservação de seu patrimônio arquivístico, proporcio-nando meios para a sua correta gestão e acesso, na forma da lei.

Art. 192. São direitos culturais garantidos pelo Município:

I – o pleno exercício da criação e expressão artísticas;

II – o amplo acesso, apoio, incentivo e pro-teção à produção e ao consumo de bens culturais;

III – o acesso ao patrimônio cultural do Mu-nicípio, entendendo-se como tal o patrimô-nio natural e os bens de natureza material e imaterial, portadores de referências à iden-tidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade, incluindo--se entre esses bens:

a) as formas de expressão;

b) os modos do fazer, criar e viver;

c) as criações artísticas, científicas e tecnológicas;

d) os documentos, as obras, os prédios e os outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis, os sítios arqueológicos, ecológicos, as capelas e as localidades de preservação permanente.

§ 1º Todos os prédios, públicos e particula-res, igrejas, capelas, monumentos, obras, estátuas, praças e cemitérios, com mais de

Legislação – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul – Prof. Giuliano Tamagno

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cinqüenta anos, não poderão ser demolidos sem parecer do Conselho Municipal do Pa-trimônio Histórico e Cultural – COMPAHC e outorga legislativa.

§ 2º As referidas obras, independentemen-te do ano de construção, inventariadas ou tombadas, só poderão ser demolidas, me-diante parecer do COMPAHC e outorga le-gislativa.

§ 3º O Poder legislativo autorizará a demo-lição, quando for comprovado que a obra não tem valor histórico, cultural, arquitetô-nico, religioso, turístico e artístico.

Art. 193. O Poder Público Municipal, com a co-laboração da comunidade, promoverá e pro-tegerá o patrimônio cultural por meio de in-ventários, registros, arquivos, tombamentos, desapropriações e outras formas de acautela-mento e preservação.

§ 1º Os danos e ameaças ao patrimônio cul-tural serão punidos na forma da lei.

§ 2º O plano diretor disporá, necessaria-mente, sobre a proteção ao patrimônio his-tórico e cultural do Município.

§ 3º O Município manterá, sob a orienta-ção técnica do Estado, cadastro atualizado do patrimônio histórico e cultural, público e privado, na forma da lei.

§ 4º Ao Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural serão atribuídos, na for-ma da lei, os objetivos de preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural do Município.

Art. 194. O Município deverá instituir quadro de funcionários para o atendimento específico da área da cultura.

Art. 195. O Município estimulará, através de in-centivo, na forma da lei, o investimento de pes-soas físicas e jurídicas, destinado a atividades culturais.

Art. 196. As entidades culturais, recreativas e comunitárias, sem fins lucrativos, serão consi-

deradas centros de cultura do Município e, para tanto, gozarão de apoio público para a sua ma-nutenção e desenvolvimento.

Art. 197. O Poder Público Municipal deverá ga-rantir o funcionamento de bibliotecas públicas descentralizadas, com acervo em número sufi-ciente para atender à demanda dos educandos.

Art. 198. O Poder Público Municipal deverá con-tribuir para a promoção de obras e trabalhos dos artistas locais.

CAPÍTULO IIIDO DESPORTO

Art. 199. O Município, com recursos específi-cos, suficientemente dimensionados, deverá ga-rantir o pleno exercício do direito e o acesso às práticas desportivas, apoiando e incentivando a valorização e a difusão de suas manifestações, cabendo-lhe:

I – fixar normas, fiscalizar, organizar, admi-nistrar o desporto educacional e estabele-cer critérios e habilitação adequada para o funcionamento de escolas para a prática do desporto e da educação física;

II – garantir condições para a prática da educação física, do lazer e do esporte ao de-ficiente físico, sensorial e mental, através de profissionais especializados;

III – estimular a participação voluntária da população em práticas desportivas não-for-mais;

IV – assegurar espaços urbanos e rurais, provendo-os com a infra-estrutura adequa-da;

V – difundir os valores do desporto, espe-cialmente os relacionados com a preserva-ção da saúde física e mental, promoção do bem-estar e elevação da qualidade de vida da população;

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VI – instituir quadro de funcionários para atendimento específico na área de despor-to, lazer e recreação;

VII – fixar e divulgar o Calendário Desporti-vo Anual;

VIII – organizar e patrocinar os campeona-tos municipais de clubes não- filiados, insti-tuídos por lei.

CAPÍTULO IVDA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Art. 200. O Município deverá apoiar a formação de recursos humanos, nas áreas de ciência, pes-quisa e tecnologia e concedendo aos que dela se ocupem, meios e condições de trabalho.

Art. 201. A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente à solução dos problemas sociais e ao desenvolvimento da economia do Município, prevalecendo sempre os direitos fundamentais do cidadão.

CAPÍTULO VDO TURISMO

Art. 202. O turismo é fator de desenvolvimento social e econômico do Município, que o promo-verá e o incentivará.

Art. 203. O Município deverá definir política plurianual de desenvolvimento do turismo com um calendário de atrações e eventos, estabele-cendo áreas específicas na zona urbana e rural como prioritárias, buscando uma infra-estrutu-ra turística com recursos próprios ou com a par-ticipação da iniciativa privada.

TÍTULO VI

Da Defesa do Cidadão, da Saúde e do Meio Ambiente

CAPÍTULO IDA SEGURANÇA DO

CIDADÃO E DA SOCIEDADE

Art. 204. A segurança supletiva, pela qual o Mu-nicípio também é responsável, tem como base o primado do trabalho e, como objetivo, o bem--estar do cidadão e a justiça social.

CAPÍTULO IIDOS DIREITOS E GARANTIAS DAS CRIANÇAS, DOS IDOSOS,

DOS DEFICIENTES, DAS MINORIAS, DO HOMEM, DA MULHER,

DA FAMÍLIA E DOS ADOLESCENTES

Art. 205. O Município criará centros ocupacio-nais visando ao atendimento de menores, opor-tunizando sua formação geral e profissional.

Art. 206. O Município prestará orientação e as-sistência às famílias carentes quanto ao planeja-mento familiar, respeitando seu direito de livre opção.

Art. 207. O Município assistirá a criança e o adolescente abandonados, propiciando-lhes os meios adequados a sua manutenção, educação, encaminhamento ao emprego e integração à sociedade.

Art. 208. O Município, no que lhe couber, pres-tará assistência à mulher, à criança, ao adoles-cente, ao idoso e ao deficiente, vítimas de vio-lência.

Art. 209. O Município criará albergues e outros serviços destinados à mulher, à criança, ao ado-lescente, ao idoso e ao deficiente, vítimas de

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violência ou abandonados, e dará apoio a enti-dades que lhes prestarem assistência.

Art. 210. É vedado à administração pública dire-ta e indireta, a permissionários e concessioná-rios de serviços públicos de qualquer natureza, bem como qualquer estabelecimento públicos ou privado, praticar discriminação racial, de gê-nero, por orientação sexual, étnica, política ou religiosa, em razão do nascimento, idade, esta-do civil, de trabalho urbano ou rural, de defici-ência física, imunológica, sensorial ou mental, de cumprimento de pena, cor ou razão de qual-quer peculiaridade ou condição.

Art. 211. Caberá ao Município legislar sobre instalação e funcionamento de equipamentos e serviços coletivos como restaurantes, lavan-derias, creches e outros, assistidos pelo Poder Público.

Art. 212. O Município prestará assistência inte-gral à saúde da mulher nas diferentes fases da sua vida.

Art. 213. O Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher, na forma do Regimento In-terno, será integrado por representantes do Executivo e da sociedade civil, reconhecida por sua contribuição à causa da mulher.

Art. 214. Caberá ao Município, concorrente-mente com a União e o Estado, a criação de programas de prevenção, de integração social, de preparo para o trabalho, de acesso facilitado aos bens de serviços e à escola, e de atendimen-to especializado para portadores de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, priorizando o atendimento no ambiente familiar e comuni-tário.

Parágrafo único. Para o cumprimento do caput, instituir-se-á quadro técnico respon-sável em todos os órgãos com atuação nes-tes programas.

Art. 215. O Município exigirá que empresas con-cessionárias ou permissionárias empreguem deficientes em percentual a ser fixado em lei complementar.

Art. 216. O Município buscará assegurar às pes-soas deficientes e incapazes para o trabalho, idosas ou não, condições de vida digna, livre da situação de dependência, garantindo-lhes, in-clusive, a assistência de que necessitarem para a readaptação ao trabalho.

Art. 217. O Conselho Comunitário do Bem-Estar do Menor – COMBEM – terá como finalidade:

I – nortear e definir prioridades da política de atendimento às crianças e adolescentes do Município;

II – representar a comunidade na aprova-ção, aplicação e fiscalização de recursos re-passados ao órgão ou, diretamente, às enti-dades pelos poderes públicos e outros;

III – fiscalizar a linha de atendimento das en-tidades, a fim de garantir os direitos funda-mentais das crianças e adolescentes como prioridade absoluta.

Art. 218. O Município, no que lhe couber, apli-cará as disposições e normas previstas no Esta-tuto Nacional da Criança e do Adolescente.

Art. 219. O dever do Município para com a edu-cação deverá prever atendimento educacional aos portadores de deficiência, preferencialmen-te na rede de ensino.

CAPÍTULO IIIDA DEFESA DO CONSUMIDOR

Art. 220. O Município promoverá ação sistemá-tica de proteção ao consumidor, de modo a ga-rantir a segurança, a saúde e a defesa de seus interesses econômicos.

Art. 221. A política de consumo será planejada e executada pelo Poder Público, com a partici-pação de entidades representativas do consu-midor.

Art. 222. O Conselho Municipal de Defesa do Consumidor terá como base os seguintes prin-cípios:

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I – integrar-se a programas federais e esta-duais de defesa do consumidor;

II – estimular e incentivar o cooperativismo e outras formas associativas de consumo;

III – propiciar meios que possibilitem ao consumidor o exercício do direito à escolha e à defesa de seus interesses econômicos, bem como a sua segurança e a sua saúde;

IV – prestar atendimento e orientação ao consumidor, quando necessários;

V – fiscalizar a qualidade de bens e servi-ços, assim como seus preços, pesos e medi-das nos limites de sua competência.

CAPÍTULO IVDA SAÚDE

Art. 223. A saúde é direito de todos e dever do Poder Público, garantida mediante políticas so-ciais, econômicas e ambientais, que visem à re-dução ou à eliminação do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitá-rio às ações e serviços de sua proteção, promo-ção e recuperação.

Parágrafo único. O direito à saúde implica em:

I – acesso à terra e aos meios de produção;

II – condições dignas de trabalho, sanea-mento, moradia, alimentação, educação, transporte e lazer;

III – respeito ao meio ambiente e controle da poluição ambiental;

IV – opção quanto à prole.

Art. 224. O Município, através do Conselho Mu-nicipal da Saúde, formulará a política de saúde e saneamento básico, dispondo sobre suas neces-sidades peculiares.

Parágrafo único. Será assegurada a partici-pação direta das entidades representativas de usuários, em nível das unidades presta-

doras de serviços de saúde, no controle de suas ações e serviços.

Art. 225. As ações e serviços públicos de saúde, no âmbito do Município, integrarão o Sistema Único de Saúde, dentro de uma rede regionali-zada e hierarquizada, observadas as seguintes diretrizes:

I – descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de gover-no;

II – integralidade na prestação de ações pre-ventivas, curativas e reabilitadoras, adequa-das às diversas realidades epidemiológicas;

III – universalização e eqüidade em todos os níveis de atenção à saúde, à população ur-bana e rural;

IV – participação popular;

V – formulação, gestão, controle e fisca-lização das políticas de saúde, através do Conselho Municipal da Saúde, com função deliberativa e composto por representantes das entidades de usuários, dos trabalhado-res em saúde e das instituições gestoras dos serviços de saúde.

Art. 226. O Poder Público Municipal, em cola-boração com a União e o Estado, deverá elabo-rar o seu Programa Municipal de Saúde, até os seis primeiros meses de cada ano, como parte integrante do Plano Orçamentário Municipal de Saúde e do plano plurianual.

Art. 227. As instituições privadas podem par-ticipar, em caráter supletivo, do Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, segundo as diretrizes e mediante contrato de direito públi-co ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas.

Parágrafo único. A decisão sobre a contra-tação de serviços privados, nos termos des-te artigo, cabe ao Conselho Municipal da Saúde.

Art. 228. O Sistema Único de Saúde poderá in-tervir nos serviços de natureza privada, neces-

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sários ao alcance dos objetivos, em conformida-de com a lei.

Art. 229. O Poder Público Municipal poderá des-tinar às instituições privadas recursos públicos específicos para a saúde e saneamento previs-tos no Orçamento Municipal, na forma do artigo 226 desta Lei Orgânica.

Art. 230. É vedada a ação de instituições de ca-pital estrangeiro no Sistema Único de Saúde no âmbito do Município, salvo os casos previstos em lei.

Art. 231. Ao Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, além de sua atribuições ineren-tes, incumbe, na forma da lei:

I – coordenar e integrar as ações e serviços de saúde individuais e coletivos;

II – elaborar, periodicamente, através do Conselho Municipal da Saúde, as priorida-des e estratégias de promoção a esta;

III – controlar e fiscalizar as ações e serviços que comportem risco à saúde, à segurança, ao bem-estar físico e psíquico do indivíduo e da coletividade e do meio ambiente, in-clusive na zona rural;

IV – estimular a formação da consciência pública voltada à preservação da saúde e do meio ambiente;

V – realizar a vigilância sanitária, epidemio-lógica, toxicológica e farmacológica, promo-vendo estudos e pesquisas;

VI – assegurar, sistemática e periodicamen-te, informações e divulgações de dados e resultados em saúde pública;

VII – garantir a formação e o funcionamen-to dos serviços públicos de saúde, inclusive hospitalares e ambulatoriais, visando aten-der a necessidades de todas as sedes dos distritos, das comunidades, populosas do interior e da zona urbana;

VIII – fiscalizar a aplicação das normas, cri-térios e padrões de coleta, processamento, armazenamento e transfusão de sangue

humano e seus derivados, garantindo a qualidade destes produtos durante todo o processo, vedado qualquer tipo de comer-cialização, estimulando a consciência à doa-ção, garantindo informações e acompanha-mento aos doadores;

IX – fiscalizar a produção e a distribuição de insumos farmacêuticos, medicamentos e correlatos, imunobiológicos, produtos des-tinados à biotecnologia, e químicos essen-ciais às ações de saúde, materiais de acon-dicionamento e embalagens, equipamentos e outros meios de prevenção, tratamento e diagnóstico;

X – em complementação à atividade federal e estadual, regulamentar, controlar e fiscali-zar os alimentos, da fonte de produção até o consumidor;

XI – propiciar recursos educacionais e cien-tíficos que assegurem o exercício do direi-to ao planejamento familiar, fornecendo tecnologia, métodos de contracepção, bem como a livre decisão da mulher, do homem ou do casal, tanto para exercer a procriação como para evitá-la, cabendo à rede pública, pelo seu corpo clínico, prestar atendimento médico para a prática do aborto nos casos previstos em lei;

XII – colaborar na proteção do meio am-biente, inclusive o do trabalho;

XIII – vedar, na rede municipal de saúde, toda e qualquer experimentação de subs-tâncias, drogas ou meios anticoncepcionais que atentem contra a saúde e não sejam de pleno conhecimento dos usuários nem fis-calizados pelo poder público e pelos órgãos representativos da população;

XIV – fiscalizar, através do Conselho Munici-pal da Saúde, a produção, venda, distribui-ção e comercialização de meios químicos e hormonais de contracepção, proibindo-se a comercialização de drogas em fase de expe-rimentação por empresas nacionais ou mul-tinacionais.

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Art. 232. O Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, será financiado com recursos da seguridade social, dos orçamentos da União, do Estado e do Município, além de outras fontes.

§ 1º A lei disporá sobre o volume mínimo de recursos da receita do Município a ser desti-nada anualmente.

§ 2º Os recursos financeiros serão subordi-nados ao planejamento e controle do Con-selho Municipal da Saúde.

§ 3º Lei Complementar deverá dispor sobre convênios, visando a integrar a formação de recursos humanos e de pesquisa das insti-tuições de ensino em saúde, públicas ou sem fins lucrativos, junto à rede do Sistema Único de Saúde.

Art. 233. Lei municipal disporá sobre a criação de comissões de higiene, saúde e segurança do trabalho, eleitos pelos servidores municipais, nos órgãos da administração direta e indireta.

Art. 234. O Município concederá estímulos es-peciais, na forma da lei, às pessoas que doarem órgãos passíveis de transplante quando de sua morte e prestará adequada assistência, através do Sistema Único de Saúde, aos receptores.

Art. 235. O Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, garantirá:

I – proteção ao trabalhador urbano e rural, no exercício de atividade laborativa contra todo o risco à saúde física e mental;

II – acesso dos cidadãos às informações so-bre riscos à saúde, presentes no meio am-biente e nos ambientes de trabalho;

III – informações aos interessados sobre avaliações de suas condições de saúde.

Art. 236. Compete ao Sistema Único de Saúde, de ofício ou mediante denúncia, proceder à avaliação das fontes de risco à saúde, ao meio ambiente ou no local de trabalho a determinar a adoção das devidas providências para que ces-sem os motivos que lhes deram causa.

§ 1º A avaliação poderá ser acompanhada pelo próprio denunciante, ou representante designado pelo Sindicato de sua categoria profissional.

§ 2º Ao sindicato de trabalhadores, ou re-presentantes que forem designados, é ga-rantido requerer a interdição de máquinas, de setor ou de todo o ambiente de trabalho, quando houver risco iminente à vida ou à saúde dos empregados.

§ 3º O Sistema Único de Saúde intervirá, em qualquer empresa, para garantir a saúde e a segurança dos empregados nos ambientes de trabalho.

Art. 237. Ao Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, compete estabelecer e implantar, nos temos da lei, política de prevenção de aci-dentes e doenças do trabalho, com a participa-ção, no que couber, das entidades representa-tivas de categorias profissionais e econômicas.

CAPÍTULO VDO SANEAMENTO BÁSICO

Art. 238. O saneamento básico é serviço essen-cial como atividade preventiva das ações de saú-de e meio ambiente, sendo dever do Município a extensão desses serviços a toda população, como condição essencial à qualidade de vida, proteção ambiental e desenvolvimento social.

Art. 239. É de responsabilidade do Poder Públi-co a captação, o tratamento e a distribuição de água potável, a coleta, o tratamento e a destina-ção final de esgotos cloacais, pluviais e do lixo domiciliar, mediante contraprestação remune-ratória, nos termos da legislação.

Parágrafo único. A prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário serão prestados exclusivamente pelo Poder Público Municipal, ficando proi-bida a privatização, concessão ou permissão privada destes serviços no âmbito do Muni-cípio de Caxias do Sul.

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Art. 240. É de responsabilidade dos respectivos emissores, dentro das normas definidas pelos Poderes Públicos, o tratamento do lixo e dos efluentes industriais, hospitalares e laborato-riais de pesquisa, de análises clínicas e asseme-lhados.

Art. 241. A localização de centros de reciclagem e tratamento de resíduos urbanos só poderá ser definida após avaliação do seu impacto ambien-tal, mediante aprovação do Poder Legislativo, ouvidos os órgãos técnicos.

Art. 242. O Município deverá manter órgão téc-nico normativo e de execução dos serviços de saneamento básico.

Art. 243. O Município poderá buscar integração de abrangência regional com municípios afins na formulação de sua política de saneamento básico.

Art. 244. O Poder Público Municipal elaborará anualmente programa de saneamento básico que definirá prioridades e recursos do orçamen-to para sua consecução.

TÍTULO VII

Disposição Final

Art. 245. Esta Lei Orgânica e o Ato das Disposi-ções Transitórias, depois de assinados pelos Ve-readores, serão promulgados simultaneamente pela Mesa da Câmara Municipal e entrarão em vigor na data de sua publicação.

Caxias do Sul, 4 de abril de 1990

– Guerino Pisoni Netto, Presidente – Virvi Sírtoli, 1º Vice-Presidente – Rosane Fátima Hambsch, 2º Vice-Presidente –Zoraido da Silva, 1º Secretá-rio – Edio Eloi Frizzo, 2º Secretário – Luiz Carlos dos Santos, Relator – Adir Ubaldo Rech – Edson Marchioro – Geni Peteffi – Gilberto J. S. Vargas – José Carlos Vanin – José Enedir Dias Bemfica – Kalil Sehbe Neto – Luiz Carlos Festugatto – Marino Kury – Odir Frizzo – Osvaldo Lacerda de Azambuja – Pedro Rech – Renato Paese – Wal-

demar Jones Biglia – Wilson Turella.

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Slides – Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul

Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul

Prof. Giuliano Tamagno

DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º O Município de Caxias do Sul, entidade federativalocalizada no Estado do Rio Grande do Sul, dotado depersonalidade jurídica de Direito Público, proclama a observânciados princípios fundamentais, dos direitos individuais, coletivos,sociais e políticos universalmente consagrados e inseridos naConstituição Federal a todas as pessoas no âmbito de seuterritório, coibindo, para tanto, a prática discriminatória desentido excludente motivada por etnia, sexo, orientação sexual,cor, idade, condição socio econômica, deficiência física, credoreligioso e convicção política.

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Art. 2º A soberania popular será exercida por sufrágiouniversal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;II - referendo;III - iniciativa popular;IV - participação popular nas decisões e no aperfeiçoamento democrático de suas instituições; e V - ação fiscalizadora sobre a administração pública.

Art. 3º São Poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo.

Parágrafo único. É vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições e ao cidadão, investido em um deles, exercer função em outro, sal vo nos casos previstos nesta Lei Orgânica.

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DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 4º É mantida a atual circunscrição territorial doMunicípio, cujos limites só poderão ser alterados nostermos da legislação.Parágrafo único. O Município de Caxias do Sul, parteintegrante da República Federativa do Brasil e do Estadodo Rio Grande do Sul, exercendo a competência e aautonomia política, legislativa, administrativa e financeira,asseguradas pela Constituição da República, organiza-senos termos desta Lei.

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Disposições Gerais

Art. 7º A administração pública direta e indiretaobedecerá, dentre outros princípios, aos de legalidade,impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência etambém ao seguinte:

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I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveisaos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidosem lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei:

II - a investidura em cargo ou emprego público depende deaprovação prévia em concurso público de provas ou deprovas e títulos, de acordo com a natureza e acomplexidade do cargo ou emprego, na forma prevista emlei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissãodeclarado em lei de livre nomeação e exoneração:

V - é garantido ao servidor público civil o direito àlivre associação sindical;VI - o direito de greve será exercido nos termos e noslimites definidos em lei específica;

Dos Servidores MunicipaisArt. 9º O Município deverá estabelecer em leicomplementar o regime jurídico de seus servidores.

Art. 10. Os cargos e funções públicas serão criado s porlei, que fixará a denominação, padrão de vencimentos,atribuições, condições de pr ovimento e recursos pelosquais serão pagos os seus ocupantes.

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Art. 11. São direitos dos servidores públicos doMunicípio, além de outros previstos na ConstituiçãoFederal e nas leis, mais os seguintes:

I - vencimento ou salário básico, nunca inferior ao saláriomínimo fixado pela União, para os trabalhadores urbanose rurais;II - irredutibilidade de vencimentos ou salários;III - décimo terceiro salário ou vencimento, com base naremuneração integral ou no valor dos proventos daaposentadoria;

DOS BENS MUNICIPAIS

Art. 31. Constituem bens municipais todas as coisas, móveis e imóveis, direitos e ações que, a qualquer título, pertençam ao Município.

Art. 32. Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais, respeitada a competência da Câmara quanto àqueles utilizados em seus serviços.

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Art. 34. A alienação de bens municipais,subordinada à existência de interesse públicodevidamente justificado, será precedida de avaliação eautorização legislativa, quando:I - imóveis, fica dispensada a concorrência públicanoscasos de permuta e doação, esta permitida apenas paraentidades e instituições públicas;II - móveis, depende apenas de concorrência pública,dispensada nos casos de doação que é permitidaexclusivamente para fins assistenciais e com interessepúblico relevante.

DA COMPETÊNCIA

Art. 37. É competência comum do Município com a União e o Estado:

I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas econservar o patrimônio público;II – cuidar da saúde e assistência pública, ad proteção

e garantia das pessoas portadorasde deficiência;

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III - proteger os documentos, as obras e outrosbens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos,as paisagens naturais notáveis, o sítios arqueológicos epaleontológicos;IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterizaçãode obras de arte e de outros bens de valor histórico,artístico e cultural;V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educaçãoe à ciência;VI - proteger o meio ambiente e combater a poluiçã o emqualquer de suas formas;

Art. 38. É competência do Município, ressalvada a do Estado, prover tudo quanto diga respeito aos assuntos de interesse local, cabendo-lhe, entre outras, as seguintes atribuições:

I - organizar-se juridicamente, expedir leis, atos e medidas de seu exclusivo interesse;

II - elaborar o orçamento municipal, prevend o a receita e fixando a despesa com base em planejamento adequado;

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III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência e aplicar as suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

IV - organizar o quadro e estabelecer o regime jurídico único de seus servidores, atendidas as disposições da legislação;

V - prover a estrutura para combate a incêndio e definir os equipamentos preventivos nos edifícios em geral

DAS PROIBIÇÕES

Art. 39. Ao Município é vedado:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles,ou seus representantes, relações de dependência oualiança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;II - recusar fé aos documentos públicos;III - criar distinções ou preferências entre brasileiros;

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IV - lançar impostos sobre:a) o patrimônio, a renda ou os serviços da União, do

Estado e de outros municípios;

b) templos de qualquer culto;

DO PODER LEGISLATIVO

Art. 40. O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, composta por 23 (vinte e três) Vereadores.

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Art. 41. A primeira sessão de cada legislatura realizar-se-á no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição, para posse do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, elegendo-se, na mesma oportunidade, a Mesa.

Parágrafo único. É de um ano o mandato dos membros da Mesa, sendo possibilitada a recondução por igual período.

Art. 45. A convocação extraordinária da Câmara, admitida somente em casos de urgência e havendo interesse público relevante, caberá:

I - ao Presidente da Câmara, de ofício, ou por solicitação do Prefeito;

III - à maioria de seus membros.

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Do Presidente

Art. 53. Dentre outras atribuições compete ao Presidente da Câmara:

I - representar a Câmara em juízo e fora dele;

II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e administrativos da Câmara;

III - promulgar, juntamente com o secretário as resoluções e os decretos legislativos;

Dos VereadoresArt. 54. Os Vereadores gozam de inviolabilidade por opiniões, palavras e votos.

Art. 55. É vedado ao Vereador:I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

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II - desde a posse:

a) ser proprietário, controlador, diretor de empresa, que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum , nas entidades referidas noinciso I, a;

Art. 59. O Vereador poderá licenciar-se:

I - por moléstia devidamente comprovada;

II - para desempenhar missões temporárias de caráter cultural ou de interesse do Município;

III - para tratar de interesses particulares por prazo determinado, nunca inferior a trinta dias, não podendo reassumir o exercício do mandato antes do término da licença;

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DO PODER EXECUTIVO

Do Prefeito e Vice-Prefeito

Art. 85. O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito,auxiliado pelos Secretários e Diretores equivalentes.

Art. 86. A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizar-se-á simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, emprimeiro turno, e, no último domingo de outubro, emsegundo turno, se houver, do ano anterior ao do términodo mandato vigente, observadas a forma de eleição e ascondições de elegibilidade previstas na ConstituiçãoFederal.

Parágrafo único. A eleição do Prefeito importará a doVice-Prefeito, com ele registrado.

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Da Advocacia-Geral do Município

Art. 108. A Advocacia-Geral do Município é instituídacomo atividade inerente ao regime de legalidade naAdministração Pública Municipal, devendo representarjudicial e extrajudicialmente o Município e seus órgãos daadministração direta e indireta.

DO SISTEMA TRIBUTÁRIO, DO ORÇAMENTO, DAS FINANÇAS PÚBLICAS, DA ORDEM SOCIAL E ECONÔMICA

DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E FINANCEIRA

Art. 111. O sistema tributário do Município é egidor pelo disposto nas Constituições Federal, Estadual, em leis complementares e ordinárias e nesta Lei Orgânica Municipal.

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Dos Tributos e das Receitas Públicas Municipais

Art. 112. São tributos municipais os impostos, as t axas e as contribuições de melhoria decorrentes de obras públicas, instituídos por lei municipal, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal e nas normas gerais de dire ito tributário.

Art. 113. São tributos de competência municipal:

I - imposto sobre:a) a propriedade predial e territorial urbana;b) a transmissão inter vivos , a qualquer título, por atooneroso, de bens imóveis; por natureza ou acessão física,e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,bem como cessão de direitos e sua aquisição;c) venda a varejo de combustíveis líquidos e gasosos,exceto de óleo diesel;

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DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Disposições Gerais

Art. 122. A Lei complementar disporá sobre finançaspúblicas, observados os princípios estabelecidos nasConstituições Federal, Estadual e em leiscomplementares.

Art. 123. As disponibilidades de caixa do Município e dosórgãos ou entidades do Poder Público e das empresas poreles controladas serão depositadas em bancos oficiais doEstado, ressalvados os casos previstos em lei.

Dos Orçamentos

Art. 124. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:I - a programação plurianual do setor público;II - as diretrizes orçamentárias;III - os orçamentos anuais.§ 1º A lei que instituir a programação plurian ual do setor público estabelecerá diretrizes, objetivos e metas quantificadas, física e financeiramente, dos programas, projetos e atividades da administração direta e indireta, de suas fundações e das empresas em que o Município detenha a maioria do capital social com direito a voto.

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DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL

Art. 136. O Município, dentro de sua competência,organizará a ordem econômica e social, conciliando aliberdade de iniciativa com os superiores interesses dacoletividade.

Art. 137. A intervenção do Município no domíni oeconômico terá por objetivo estimular e orientar aprodução, defender os interesses do po vo e promovera justiça e solidariedade sociais.

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Legislação

LEI COMPLEMENTAR Nº 241, DE 29 DE JUNHO DE 2005

ispõe sobre a organização da previdência social dos servidores públicos do Município de Caxias Sul e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE CAXIAS DO SUL.

Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei Complementar.

TÍTULO I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece os princípios e as normas para o funcionamento do Regime Próprio de Previdência Social dos servidores públicos titulares de cargos efetivos, dos aposentados e pensionistas do Município de Caxias do Sul, cuja organização será baseada em normas gerais de contabilidade e atuária, de modo a garantir equilíbrio financeiro e atuarial na forma de um Fundo de Aposentadoria e Pen-são do Servidor (FAPS), observados os seguintes critérios:

I – realização de avaliação atuarial inicial e em cada balanço anual, bem como de au-ditoria, por entidades independentes legal-mente habilitadas, utilizando parâmetros gerais à organização e revisão do plano de custeio e benefícios;

II – financiamento mediante recursos pro-venientes do Município e das contribuições dos servidores ativos, inativos e pensionis-tas, detentores dos cargos efetivos;

III – cobertura exclusiva a servidores públi-cos titulares de cargos efetivos e seus res-

pectivos dependentes, vedado o pagamen-to de benefícios, mediante convênios ou consórcios com Estados e Municípios;

IV – pleno acesso dos segurados às infor-mações relativas à gestão do regime e par-ticipação de representantes dos servidores públicos, ativos e inativos, nos colegiados e instâncias de decisão em que os seus inte-resses sejam objetos de discussão e delibe-ração;

V – registro contábil individualizado das contribuições de cada servidor e dos órgãos da administração pública direta, das autar-quias e fundações de quaisquer dos Pode-res do Município;

VI – identificação e consolidação em de-monstrativos financeiros e orçamentários de todas as despesas fixas e variáveis com pessoal inativos e pensionistas, bem como dos encargos incidentes sobre os proventos e pensões pagos; e,

VII – sujeição às inspeções e auditorias de natureza atuarial, contábil, financeira, orça-mentária e patrimonial dos órgãos de con-troles interno e externo.

Parágrafo único. As avaliações atuariais serão custeadas com recursos próprios do FAPS, devendo o valor ser considerado nas avaliações atuariais a sua cobertura apro-priada, através de alíquotas incidentes no plano de custeio.

Art. 2º A previdência social dos servidores públicos detentores de cargos efetivos e dos aposentados e pensionistas da Administração Municipal de Caxias do Sul tem por finalidade

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assegurar a estes e seus dependentes, o paga-mento dos proventos de aposentadoria e pen-são, com o objetivo de dar cobertura aos even-tos de invalidez e morte, incluídos os resultantes de acidentes em serviço, bem como o pagamen-to dos proventos de aposentadoria por idade ou tempo de contribuição, cumpridos os prazos de carência previstos nesta Lei Complementar.

§ 1º As contribuições do empregador e do pessoal ativo, inativo, pensionistas e os recursos vinculados ao FAPS somente po-derão ser utilizados para pagamentos pre-videnciários, ressalvadas as despesas admi-nistrativas até o percentual de 2% (dois por cento) da receita total.

§ 2º Os ocupantes, exclusivamente, de car-go em comissão, emprego público ou con-trato temporário, serão inscritos no Regime Geral de Previdência do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), a cujas leis e regula-mentos ficam vinculados.

§ 3º Os benefícios de aposentadoria e pen-são por morte já concedidos e decorrentes de sistema próprio não contributivo serão custeados pelo Fundo de Aposentadoria e Pensão do Servidor, instituído por esta Lei, mediante aporte dos recursos pelo Municí-pio ou entes públicos responsáveis.

Art. 3º Nos cálculos dos proventos de aposen-tadoria dos servidores titulares de cargos efeti-vos do Município, previstos no § 3º do art. 40 da Constituição Federal, bem como o art. 2º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de de-zembro de 2003, serão consideradas as médias aritméticas simples das maiores remunerações, utilizadas como base as contribuições do servi-dor aos regimes de previdência, a que esteve vinculado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo, desde a competência de julho de 1994 ou a partir do iní-cio da contribuição, se posterior àquela.

§ 1º As remunerações consideradas no cál-culo do valor inicial dos proventos terão os seus valores atualizados, mês a mês, de acordo com a variação integral do índice fi-

xado à atualização dos salários de contribui-ção considerados no cálculo dos benefícios do regime geral da previdência social.

§ 2º A base de cálculo dos proventos será a remuneração do servidor no cargo efetivo nas competências a partir de julho de 1994 em que não tenha havido contribuição para o regime próprio.

§ 3º Os valores das remunerações a serem utilizadas, no cálculo de que trata este ar-tigo, serão comprovados mediante docu-mento fornecido pelos órgãos e entidades gestoras dos regimes de previdência para os quais o servidor esteve vinculado ou, na fal-ta daquele, por outro documento público, sendo passíveis de confirmação as informa-ções fornecidas.

§ 4º Para os fins deste artigo, as remunera-ções consideradas no cálculo da aposenta-doria, atualizadas na forma do § 1º deste artigo, não poderão ser:

I – inferiores, ao valor do salário-mínimo; e,

II – superiores, ao limite máximo do salário de contribuição, quanto ao período em que o servidor esteve vinculado para o regime geral de previdência social.

§ 5º Os proventos, calculados de acordo com o caput deste artigo, por ocasião de sua concessão, não poderão ser inferiores ao valor do salário mínimo nem exceder a remuneração do respectivo servidor no car-go efetivo em que se deu a aposentadoria.

Art. 4º Na aplicação desta Lei serão observados, além de outros, os seguintes conceitos:

I – BENEFÍCIOS: compreendem as aposen-tadorias e as pensões, que se constituem nos direitos primordiais do segurado à pre-vidência municipal, além dos demais previs-tos no art. 14 desta Lei Complementar;

II – SEGURADO: é a pessoa física, legalmen-te investida em cargo público efetivo muni-cipal, inativa ou pensionista, em condições de usufruir dos benefícios da previdência municipal;

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III – DEPENDENTE: é a pessoa economica-mente dependente do segurado, que esteja habilitada no cadastro previdenciário, após preencher os requisitos legais, por solicita-ção do segurado e em condições de usufruir os benefícios da previdência municipal;

IV – BENEFICIÁRIO: compreende tanto o se-gurado quanto o dependente;

V – INSCRIÇÃO: é o ato de habilitação, jun-to à previdência municipal, para usufruir os benefícios previdenciários;

VI – EMPREGADOR: são os órgãos da admi-nistração direta, as autarquias e fundações do Poder Executivo, bem como a Câmara de Vereadores; e,

VII – SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO: abrange o valor da remuneração correspondente ao mês de trabalho e da gratificação natalina, do servidor ativo, inativo e pensionista, ex-cluídas as seguintes parcelas:

a) participação em órgãos de deliberação coletiva;

b) salário-família;

c) ajuda de custo e diárias;

d) pagamentos de caráter indenizatórios;

e) gratificações e outras vantagens cujas normas instituidoras excluírem as suas in-corporações aos vencimentos e proventos;

f) adicional do terço constitucional de fé-rias; e,

g) abono de permanência de que tratam o § 19 do art. 40 da Constituição Federal, o § 5º do art. 2º e o § 1º do art. 3º da Emenda Cons-titucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003.

TÍTULO II

Da Criação do Fundo de Aposentadoria e Pensão do Servidor

Art. 5º É instituído o Fundo de Aposentadoria e Pensão do Servidor (FAPS), que será adminis-trado pelo Instituto de Previdência e Assistência

Municipal (IPAM) de Caxias do Sul, sendo este o único órgão gestor, a quem compete aplicar e fazer cumprir as disposições previstas nesta Lei Complementar.

TÍTULO III

Dos Beneficiários

CAPÍTULO IDOS SEGURADOS

Art. 6º São segurados obrigatórios do Fundo de Aposentadoria e Pensão todos os servidores ocupantes de cargo efetivo, ativos, inativos e pensionistas, dos órgãos da administração dire-ta, autárquica e fundacional do Poder Executivo e da Câmara de Vereadores, mesmo que nome-ados para o exercício de cargo comissionado ou designados para exercer função gratificada, inclusive aquelas pensionistas que se encontra-vam nesta condição no período anterior à cria-ção do IPAM.

Art. 7º Os servidores municipais em licença não remunerada ou colocados à disposição, sem ônus para o Município, podem permanecer vin-culados ao FAPS.

§ 1º A contribuição dos segurados, de que trata este artigo, deverá ser recolhida na sua integralidade, partes do segurado e pa-tronal, pelo próprio servidor.

§ 2º Os segurados mencionados no caput deste artigo perderão tal qualidade no mo-mento em que deixarem de recolher as con-tribuições devidas ao FAPS.

Art. 8º A inscrição dos segurados obrigatórios ao FAPS, mencionados no art. 6º desta Lei, dar--se-á na data de início do exercício do cargo efe-tivo.

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CAPÍTULO IIDOS DEPENDENTES

Art. 9º Consideram-se dependentes dos segura-dos do FAPS à obtenção dos benefícios desta Lei Complementar:

I – o cônjuge; o companheiro, a companhei-ra, estes reconhecidos mediante a união estável, e o filho não emancipado, de qual-quer condição, menor de vinte e um anos de idade ou inválido; e,

II – o pai e a mãe quando inválidos ou ao completar setenta anos de idade, sem ren-dimentos próprios e que residam e vivam sob a dependência econômica do segurado.

§ 1º Equipara-se à condição de filho, para os efeitos desta Lei Complementar, o enteado e o tutelado não emancipados, menores de vinte e um anos de idade ou inválidos, que vivam e residam sob a dependência econô-mica do segurado e não possuam bens ou recursos suficientes para o próprio susten-to, nem amparo de outro órgão previdenci-ário.

§ 2º A dependência econômica das pessoas de que trata o inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada, inclusive dos enteados e tutelados.

Art. 10. A existência de dependentes de qual-quer das categorias previstas nos incisos do arti-go anterior exclui do direito à pensão os depen-dentes das categorias seguintes.

CAPÍTULO IIIDA INSCRIÇÃO DOS SEGURADOS E

DOS DEPENDENTES

Art. 11. A inscrição do segurado obrigatório far--se-á ex-ofício e a do facultativo mediante re-querimento próprio, este na forma do artigo 7º.

Art. 12. A inscrição de dependente será efetua-da mediante requerimento do segurado, na for-ma do regulamento próprio.

§ 1º Caso o segurado venha a falecer, o de-pendente não inscrito poderá requerer sua inscrição, na forma do regulamento.

§ 2º O segurado responderá pelas despesas acarretadas ao FAPS, oriundas de inscrição indevida de dependente, sem prejuízo das sanções administrativas, civis e penais cabí-veis.

Art. 13. A perda da qualidade de dependente ocorre:

I – para o cônjuge, por abandono do lar, por nulidade ou anulação de casamento, por separação judicial ou por divórcio, sem que lhe tenha sido assegurada a prestação de alimentos, ou se voluntariamente a dispen-sou;

II – para a (o) companheira (o), mediante solicitação do segurado, quando não mais existirem as condições inerentes a essa si-tuação;

III – para os filhos, enteados e tutelados, por casamento, pela emancipação ou ao completarem o limite máximo de idade ou cessação dos motivos;

IV – por óbito;

V – para o inválido, quando cessar a invali-dez;

VI – quando cessar a dependência econômi-ca; e,

VII – por perda da qualidade de segurado de quem ele dependa.

Parágrafo único. A responsabilidade pela comunicação do evento que faça cessar a dependência será do segurado, cabendo ao FAPS tomar as providências necessárias à exclusão do dependente em situação inde-vida.

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TÍTULO IV

Dos Direitos Dos Beneficiários

CAPÍTULO IDOS BENEFÍCIOS EM GERAL

Art. 14. As prestações asseguradas pelo FAPS, preenchidos os requisitos legais, classificam-se nos seguintes benefícios:

I – quanto ao segurado:

a ) aposentadoria por invalidez;

b) aposentadoria voluntária;

c) aposentadoria compulsória;

d) aposentadoria especial;

e) auxílio-doença;

f) salário-família;

g) salário-maternidade; e,

h) gratificação natalina.

II – quanto ao dependente:

a) pensão, em caso de falecimento do se-gurado; e,

b) auxílio-reclusão.

Art. 15. Ressalvadas as aposentadorias decor-rentes dos cargos acumuláveis na forma da Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previ-dência previsto no art. 40 da Constituição Fede-ral.

CAPÍTULO IIDOS PERÍODOS DE CARÊNCIA

Art. 16. Período de carência é o tempo corres-pondente ao número mínimo de contribuições mensais efetuadas ao FAPS, indispensáveis para

que o segurado tenha direito a usufruir os bene-fícios previstos nesta Lei.

Art. 17. Para concessão de benefícios pelo FAPS, serão observados os seguintes prazos de carên-cia:

I – aposentadoria por invalidez, doze contri-buições mensais; e,

II – aposentadoria por idade, tempo de con-tribuição e especial, cento e oitenta contri-buições mensais.

Art. 18. Independe de carência a concessão dos seguintes benefícios.

I – pensão por morte, auxílio-reclusão e sa-lário-família;

II – salário-maternidade; e,

III – auxílio-doença e aposentadoria por in-validez decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional e a decorrente das do-enças especificadas pelo art. 21, I desta Lei, adquirida após o ingresso do segurado no regime próprio de previdência.

Art. 19. O servidor que perder a condição de segurado do FAPS, e sua vinculação com o ente empregador, nele reingressando, depois de decorridos cento e oitenta dias, ficará sujeito a novos períodos de carência, para ter direito aos benefícios previstos nesta Lei, exceto para quaisquer das espécies de aposentadoria, caso em que será exigida apenas a complementação do período de carência.

CAPÍTULO IIIDA CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS

Seção IDA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

Art. 20. Aposentadoria por invalidez é devida ao segurado que for considerado incapaz para o desempenho de suas funções, na forma prevista na legislação pertinente.

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§ 1º A aposentadoria por invalidez será sempre precedida de licença para trata-mento de saúde de, no mínimo, vinte e qua-tro meses.

§ 2º A aposentadoria por invalidez depen-derá da confirmação, através de exame mé-dico-pericial, realizada por junta médica, a cargo da Diretoria Médica Previdenciária e homologada pelo Presidente do IPAM.

Art. 21. Os proventos da aposentadoria por in-validez serão aqueles previstos no art. 40 da Constituição Federal:

I – integrais, quando esta for decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional adquirida após o ingresso do segurado na Administração Municipal ou doença grave contagiosa ou incurável, conforme segue :

a) tuberculose ativa;

b) hanseníase;

c) alienação mental;

d) neoplasia maligna;

e) cegueira;

f) paralisia irreversível e incapacitante;

g) cardiopatia grave;

h) doença de Parkinson;

i) espondiloartrose anquilosante;

j) nefropatia grave;

k) estado avançado de doença de Paget (os-teíte deformante);

l) síndrome da deficiência imunológica ad-quirida (AIDS);

m) contaminação por radiação; e,

n) outras doenças que a lei venha indicar. II – proporcionais, nos demais casos.

Art. 22. O aposentado por invalidez deverá sub-meter-se, sempre que convocado pelo Diretor Médico da Previdência e, obrigatoriamente, a

cada cinco anos, a verificação de sua invalidez por exame médico pericial, através de junta mé-dica a cargo da Diretoria Médica Previdenciária, até completar setenta anos de idade.

§ 1º O aposentado que deixar de cumprir com o disposto no caput deste artigo terá suspenso o pagamento dos seus proventos, até que seja cumprida tal formalidade.

§ 2º O retorno à atividade de servidor apo-sentado por invalidez, caracterizando-se na reversão, far-se-á quando a junta médica declarar insubsistentes os motivos da apo-sentadoria, e após homologação da presi-dência do IPAM.

§ 3º O pagamento do benefício de aposen-tadoria por invalidez decorrente de doença mental será feito ao curador do segurado, condicionado à apresentação do termo de curatela, ainda que provisório.

Seção IIDA APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA

Art. 23. O segurado poderá requerer aposen-tadoria voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as demais condições da Constituição Federal e le-gislação municipal:

I – sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta anos de contri-buição, se mulher; e,

II – sessenta e cinco anos de idade, se ho-mem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

§ 1º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no inciso I deste ar-tigo, para o professor que comprove exclu-sivamente tempo de efetivo exercício, em cargo de magistério, compreendida como atividade docente, exercida exclusivamente

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em sala de aula, na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio.

§ 2º O servidor de que trata este artigo e tenha completado as exigências à aposenta-doria voluntária, estabelecidas no § 1º, III, "a", do art. 40 da Constituição Federal e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar as exigências para aposenta-doria compulsória, contidas no § 1º, II, do art. 40 da Constituição Federal.

Art. 24. Para os efeitos desta Lei, tempo de con-tribuição corresponde à soma de todos os perí-odos, contados de data a data, de contribuições recolhidas à Previdência, em nome do segura-do.

Seção IIIDA APOSENTADORIA ESPECIAL

Art. 25. A aposentadoria especial será devida ao segurado que, observados os períodos de carência e tempo de contribuição, se enquadrar nas situações e condições estipuladas na legisla-ção federal que rege a matéria.

Seção IVDA APOSENTADORIA COMPULSÓRIA

Art. 26. A aposentadoria compulsória será au-tomática, e declarada por ato, com vigência a partir do dia em que o servidor atingir a idade--limite de permanência no serviço ativo, setenta anos, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

Seção VDA PENSÃO

Art. 27. Ao dependente inscrito, de segurado falecido ou desaparecido, observado o respec-tivo período de carência, caberá a percepção de pensão, a qual será devida a partir da data do óbito ou da decisão judicial.

Art. 28. A concessão do benefício de pensão por morte, será igual:

I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo esta-belecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da Constituição Federal, acrescido de seten-ta por cento da parcela excedente a este li-mite, caso aposentado à data do óbito; e,

II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabe-lecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, da Constituição Federal, acrescido de se-tenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.

Parágrafo único. Ao cônjuge, estando se-parado de fato ou judicial, ou o ex-cônjuge divorciado, que esteja recebendo pensão alimentícia judicialmente arbitrada, será concedido o benefício de pensão por mor-te, observando-se o limite máximo de cin-qüenta por cento, destinando-se o valor restante da pensão aos demais dependen-tes habilitados.

Art. 29. A pensão poderá ser concedida por morte presumida, em caráter provisório, nas se-guintes hipóteses:

I – mediante declaração de autoridade judi-ciária; e,

II – em caso de desaparecimento do segu-rado por motivo de acidente, desastre ou catástrofe, mediante prova hábil, a partir da data da ocorrência.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese, de-verá haver inscrição no registro público da sentença declaratória de ausência.

Art. 30. Extingue-se o direito ao recebimento de pensão:

I – para o filho, de qualquer condição, aos 21 anos de idade ou emancipado, exceto se inválido;

II – para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegu-

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rada prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado;

III – para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o se-gurado ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos; e, IV – para os dependentes em geral:

a) pela cessação da invalidez; e,

b) pelo falecimento.

Parágrafo único. A invalidez do dependente será apurada pelo Fundo de Aposentadoria e Pensão, através de laudo, realizado por junta médica a cargo da Diretoria Médico--Previdenciária e homologada pelo Presi-dente do IPAM.

Art. 31. A pensão ficará extinta ao findar o direi-to do último pensionista remanescente.

Seção VIDO AUXÍLIO-DOENÇA

Art. 32. O auxílio-doença será devido ao servi-dor que obtiver licença para tratamento da pró-pria saúde ou por acidente, por período supe-rior a noventa dias.

§ 1º O valor do auxílio-doença, em relação ao salário de contribuição do servidor, será equivalente ao percebido no período de competência da concessão da licença.

§ 2º O auxílio-doença, vedada qualquer percepção cumulativa, será assumido pelo FAPS, cujo valor devido poderá ser deduzido das contribuições a cargo do empregador.

Seção VIIDO SALÁRIO-MATERNIDADE

Art. 33. A partir do início do gozo da licença-ges-tante, a segurada terá direito à percepção do sa-lário-maternidade, durante cento e vinte dias, o qual corresponderá à sua remuneração integral.

§ 1º À segurada que adotar ou obtiver o termo de guarda e responsabilidade para

fins de adoção de criança é devido salário--maternidade, o qual corresponderá a sua remuneração integral, pelo período:

I – de cento e vinte dias, se a criança tiver até um ano de idade;

II – de sessenta dias, se a criança tiver entre um e quatro anos de idade; e,

III – de trinta dias, se a criança tiver de qua-tro a oito anos de idade.

§ 2º O salário-maternidade será assumido pelo FAPS, cujo valor devido poderá ser de-duzido das contribuições a cargo do empre-gador.

Seção VIIIGRATIFICAÇÃO NATALINA

Art. 34. Até o dia 20 do mês de dezembro de cada ano, os aposentados e pensionistas terão direito à percepção da gratificação natalina, a qual corresponderá a um doze avos para cada mês ou fração superior a quinze dias em que te-nha percebido proventos do FAPS no respectivo ano.

§ 1º A base de cálculo do abono anual será o valor do provento percebido no mês de dezembro do ano a que se refere.

§ 2º Será facultada a antecipação de até metade da gratificação natalina, também denominado de décimo terceiro salário, aos aposentados e pensionistas, que a requere-rem, entre os meses de fevereiro e novem-bro de cada ano.

Seção IXDO AUXÍLIO-RECLUSÃO E DO SALÁ-

RIO FAMÍLIA

Art. 35. Até que a lei discipline os acessos ao salário-família e auxílio-reclusão, previstos na Lei Complementar nº 3.673, de 24 de junho de 1991, os segurados e seus dependentes, apenas serão concedidos àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 586,19 (qui-nhentos e oitenta e seis reais e dezenove cen-

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tavos), que, quando da publicação da lei, serão eles corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do RGPS.

TÍTULO V

Das Disposições Gerais Relativas a Benefícios

Art. 36. Os pagamentos da aposentadoria e pensão serão devidos conforme dispuser o ato concessor.

Parágrafo único. A referência para o cálcu-lo do valor dos proventos será o salário de contribuição, previsto no inciso VII do art. 4º desta Lei.

Art. 37. A importância não percebida em vida, pelo segurado aposentado, deverá ser paga aos seus dependentes habilitados à pensão, inde-pendentemente de inventário ou arrolamento, ressalvada a prescrição.

Art. 38. O pagamento dos benefícios será efetu-ado diretamente ao beneficiário ou ao seu re-presentante legal, constituído junto ao FAPS.

Parágrafo único. O representante do bene-ficiário deverá apresentar ao FAPS a reno-vação do instrumento de procuração ou a certidão judicial comprobatória da perma-nência, da guarda, da tutela ou curatela, sob pena de suspensão do pagamento do benefício, conforme regulamento.

Art. 39. O pensionista, seu tutor ou curador, firmará termo de responsabilidade, mediante o qual se comprometerá a comunicar ao FAPS qualquer fato que determine a perda da quali-dade de dependente, sob pena das sanções pe-nais e civis aplicáveis.

Art. 40. Não será permitido ao segurado anteci-par o pagamento de contribuições para fins de recebimento de benefícios.

Art. 41. Os valores dos benefícios serão reajus-tados sempre que houver reajuste geral de ven-

cimentos para o funcionalismo público munici-pal, no mesmo índice geral.

TÍTULO VI

Do Custeio da Previdência Municipal

Art. 42. Constituem recursos do FAPS:

I – o produto da arrecadação referente às contribuições dos servidores para a manu-tenção do regime próprio de previdência social, de caráter contributivo e solidário, na razão de 11% (onze por cento) incidente sobre:

a) a totalidade da base de contribuição dos cargos efetivos ativos; e,

b) a parcela dos proventos de aposentado-rias e pensões que superem o limite máxi-mo estabelecido para os benefícios do regi-me geral de previdência social.

II – o produto da arrecadação da contribui-ção do Município, Administração Direta, Autárquica, Fundacional e Legislativo, de 11,73% (onze vírgula setenta e três por cen-to) sobre o total da folha de pagamento dos servidores ativos, inativos e pensionista;

III – o produto da arrecadação dos segu-rados previstos no artigo 7º desta Lei, que será integral, partes patronal e do segurado, do respectivo salário de contribuição a que teria se estivesse no exercício do cargo;

IV – o produto dos encargos de correção monetária e juros legais devidos pelo Muni-cípio, em decorrência de eventuais atrasos no recolhimento das contribuições;

V – os rendimentos e juros decorrentes da aplicação do saldo de recursos do Fundo;

VI – aportes de capital que satisfaçam o dis-posto no inciso III do art. 6º da Lei Federal nº 9.717, de 17 de novembro de 1998; VII – os recursos decorrentes das compensações financeiras entre regimes de previdência;

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VIII – o produto da arrecadação referente ao financiamento do passivo atuarial inicial; e,

IX – outros recursos que lhes sejam destina-dos.

§ 1º Os percentuais de contribuição previs-tos nos incisos I, II e III deste artigo serão avaliados atuarialmente, conforme dispõe a legislação federal e, quando necessário, al-terados por lei municipal.

§ 2º O Município será responsável pela co-bertura de eventuais insuficiências finan-ceiras do regime disciplinado nesta Lei, decorrentes do pagamento de benefícios previdenciários.

Art. 43. O recolhimento das contribuições dos segurados obrigatórios e dos empregadores será efetuado ao FAPS, até o quinto dia após a data de pagamento da remuneração dos servi-dores municipais.

§ 1º O atraso no recolhimento das contri-buições ao FAPS implicará em atualização monetária e juros do valor com base nos mesmos índices e critérios utilizados à co-brança dos impostos municipais em atraso, acrescido de juros moratórios.

§ 2º No caso dos segurados relacionados no artigo 7º desta Lei, além do disposto no parágrafo anterior aplica-se a perda de di-reito aos benefícios cujos fatos geradores tenham ocorrido no período descoberto, o qual não poderá, em hipótese alguma, ser superior a três meses.

Art. 44. O recolhimento das contribuições dos segurados facultativos será efetuado pelo pró-prio interessado, na forma do regulamento.

TÍTULO VII

Da Administração do FAPS

Art. 45. O FAPS será administrado pelos seguin-tes órgãos:

I – Presidente do IPAM;

II – Diretoria Executiva;

III – Conselho Deliberativo; e,

IV – Conselho Fiscal.

CAPÍTULO IDO PRESIDENTE DO IPAM

Art. 46. É de competência do Presidente do IPAM, em relação ao FAPS:

I – a administração geral;

II – representar judicial e extrajudicialmen-te;

III – convocar os membros do Conselho De-liberativo para decisão de todos os atos que envolvam alterações na legislação, no patri-mônio e na administração do FAPS;

IV – expedir as resoluções, portarias e or-dens de serviço necessárias ao bom funcio-namento do FAPS; e,

V – autorizar os pagamentos em geral.

Parágrafo único. São considerados nulos os atos praticados pelo Presidente do IPAM, mencionados no inciso III deste artigo, que não obtiverem o aval do Conselho Delibera-tivo e a anuência do Conselho Fiscal.

Art. 47. O cargo de Presidente do IPAM será ele-tivo, conforme legislação pertinente.

CAPÍTULO IIDA DIRETORIA EXECUTIVA

Art. 48. A Diretoria Executiva, órgão de admi-nistração e representação legal do FAPS é assim constituída:

I – Presidente do IPAM;

II – Diretoria Administrativa;e,

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III – Diretoria Financeira.

Art. 49. A Direção Geral do FAPS será exercida pelo Presidente do IPAM, e o comando das Di-retorias exercidas por Diretores nomeados pelo Prefeito Municipal, que terão sua indicação apreciada pelo Conselho Deliberativo.

§ 1º O Presidente do IPAM e o Diretor Admi-nistrativo do FAPS serão escolhidos dentro do quadro de servidores efetivos do serviço público municipal.

§ 2º A indicação dos Diretores Administrati-vo e Financeiro recairá em um profissional detentor das titulações em Ciências Contá-beis, Econômicas, Jurídicas ou Administrati-vas.

Art. 50. O Presidente do IPAM perceberá subsí-dio equivalente a de Secretário Municipal e os Diretores Administrativo e Financeiro a remune-ração equivalente ao Cargo em Comissão CC 7.

Art. 51. Ficam criados os seguintes cargos públi-cos no Quadro dos Cargos em Comissão e Fun-ções Gratificadas do Instituto de Previdência e Assistência Municipal (IPAM), que passam a in-tegrá-lo, na forma da Lei 2.650, de 06 de julho de 1981.

I – FUNÇÕES AUXILIARES DE GOVERNO

QUANTIDADE DENOMINAÇÃO CÓDIGO

01 Diretor Administrativo Previdenciário 2.2.1.6.7

01 Diretor Financeiro Previdenciário 2.2.1.7.7

Art. 52. Cabe ao Presidente do IPAM, após deli-beração do Conselho Deliberativo, acionar judi-cialmente as entidades a que se refere o inciso VI do art. 4º desta Lei, para compeli-las a efe-tuar os depósitos das contribuições previdenci-árias devidas.

CAPÍTULO IIIDO CONSELHO DELIBERATIVO

DA PREVIDÊNCIA

Art. 53. O Conselho Deliberativo constitui-se em órgão colegiado, composto por seis mem-bros, designados dentre os servidores titulares de cargo efetivo, regidos e organizados por regi-mento próprio, com indicação de acordo com os seguintes critérios:

I – o Presidente do IPAM, considerado mem-bro nato do Conselho, que será detentor do voto decisivo em caso de empate;

II – dois representantes titulares e dois su-plentes do Poder Executivo, indicados pelo Prefeito Municipal; e,

III – três representantes titulares e três su-plentes dos servidores públicos efetivos, eleitos pelos segurados do regime da previ-dência municipal.

§ 1º Em caso de não haver possibilidade de preenchimento de qualquer das vagas esta-belecidas no inciso III deste artigo, o Poder Executivo indicará os servidores para com-pletar o número mínimo exigido.

§ 2º Compete ao Prefeito Municipal, após a indicação nos termos desta Lei, efetuar a nomeação e dar posse aos Conselheiros e ao Presidente, dentro de no máximo dez dias do recebimento da comunicação for-mal.

§ 3º Os conselheiros exercerão mandato de dois anos consecutivos, admitida apenas uma recondução.

§ 4º Sempre que necessário, no exercício das atividades de Conselheiro, o servidor fi-cará dispensado das atribuições do seu car-go, sendo que o tempo de serviço será con-tado para todos os efeitos legais.

§ 5º O Conselho somente deliberará por aprovação de no mínimo quatro dos seus membros.

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Art. 54. Compete ao Conselho Deliberativo:

I – aprovar o orçamento do FAPS;

II – aprovar todos os atos relacionados às alterações da legislação, patrimônio e admi-nistração do FAPS;

III – deliberar sobre a prestação de contas, orçamento e os relatórios de execução orça-mentária e financeira do FAPS;

IV – definir sobre a forma de funcionamen-to do Conselho, através de Resoluções e eleger seu Presidente;

V – aprovar a estrutura organizacional e funcional do FAPS;

VI – definir indexadores sucedâneos no caso de extinção ou alteração daqueles definidos nesta Lei;

VII – baixar as instruções necessárias das si-tuações não previstas em regulamento que sejam de competência do FAPS;

VIII – propor a alteração de estudos, com vistas a assegurar a viabilidade econômico--financeira do FAPS;

IX – divulgar todas as decisões proferidas pelo Conselho no Jornal do Município;

X – aprovar a celebração de contratos reali-zados com entidades nas áreas de segurida-de social;

XI – deliberar sobre outros assuntos de inte-resse do FAPS, por provocação do Presiden-te;

XII – homologar os nomes indicados aos cargos da Diretoria Executiva;

XIII – comunicar ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) quando do não repasse das contribuições ao FAPS; e,

XIV – elaborar a minuta de Decreto que re-gulamentará a presente Lei.

CAPÍTULO IVDO CONSELHO FISCAL

Art. 55. O Conselho Fiscal, órgão de fiscalização interna do FAPS, é composto de três membros titulares e de três membros suplentes, definidos de acordo com os seguintes critérios:

I – um titular e um suplente representan-te do Poder Executivo Municipal, indicado pelo Prefeito;e,

II – dois titulares e dois suplentes represen-tantes dos servidores públicos, eleitos pelos segurados do regime de previdência muni-cipal.

§ 1º Compete ao Prefeito Municipal nomear e dar posse aos membros do Conselho Fis-cal, dentro de no máximo dez dias, conta-dos da data do recebimento da comunica-ção formal.

§ 2º Os membros do Conselho exercerão mandato de dois anos, admitida apenas uma recondução.

§ 3º A indicação dos membros do Conselho recairá, obrigatoriamente, em servidores públicos detentores de cargo efetivo, com titulação em curso técnico-contábil e/ou de nível universitário, nas áreas de ciências administrativas, contábeis, econômicas ou jurídicas.

§ 4º Sempre que necessário, no exercício das atividades de Conselheiro Fiscal, o ser-vidor ficará dispensado das atribuições de seu cargo, sendo que o tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais.

§ 5º Ocorrendo vaga no Conselho Fiscal, assumirá, para completar o mandato, o res-pectivo suplente, nomeado e empossado segundo os procedimentos definidos neste artigo.

Art. 56. Compete ao Conselho Fiscal:

I – fiscalizar a administração financeira e contábil do Fundo, podendo, para tal fim,

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requisitar perícias, examinar a escrituração e respectiva documentação;

II – dar parecer sobre balanços e prestações de contas anuais e balancetes mensais;

III – proceder à verificação de caixa, quando entender oportuno;

IV – atender às consultas e solicitações que lhe forem submetidas pelo Conselho Deli-berativo e pelo Prefeito Municipal;

V – examinar as prestações de contas dos servidores responsáveis por bens e valores do Fundo, opinando a respeito;

VI – comunicar, por escrito, ao Conselho De-liberativo, as deficiências e irregularidades encontradas no desempenho de suas ativi-dades;

VII – fiscalizar o recolhimento das contribui-ções, inclusive verificando a correta base de cálculo;

VIII – analisar e fiscalizar a aplicação do sal-do de recursos do Fundo quanto à forma, prazo e natureza dos investimentos; e,

IX – eleger seu Presidente.

TÍTULO VIII

Das Disposições Transitórias e Finais

Art. 57. A autoridade administrativa ou o servi-dor que, no exercício de suas funções, deixar de efetuar os recolhimentos ao Fundo, incorrerá, respectivamente, em crime de responsabilidade pelo descumprimento de lei, sem prejuízo das sanções de natureza civil ou administrativas ca-bíveis.

Art. 58. As disponibilidades do Fundo serão apli-cadas em estabelecimento bancário, mediante operação que assegure, no mínimo, correção monetária do valor, respeitando o disposto no art. 6º da Lei Federal nº 9.717, de 1998, veda-dos empréstimos de qualquer natureza, inclusi-

ve ao próprio Município, a entidades da admi-nistração indireta e aos respectivos segurados.

Parágrafo único. A aplicação das disponibili-dades do Fundo obedecerá ao estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional.

Art. 59. O orçamento e a escrituração contábil do FAPS integrarão o orçamento do IPAM, bem como a prestação de contas anual, e obedece-rão às disposições contidas na Lei 4.320, de 17 de março de 1964, em especial nos artigos 107 a 110, bem como aos princípios fundamentais de contabilidade e normas brasileiras de conta-bilidade.

Parágrafo único. O FAPS emitirá balancete mensal e o balanço anual, o qual será publi-cado no Jornal do Município.

Art. 60. A movimentação das contas bancárias em nome do FAPS será autorizada em conjunto pelo Presidente do IPAM e pelo Diretor Finan-ceiro do FAPS.

Art. 61. Até a entrada em vigor do orçamento do FAPS, a movimentação financeira será regis-trada como receita e despesa extra-orçamentá-ria, e posteriormente integrarão a execução or-çamentária.

Art. 62. A representação judicial e extrajudicial do FAPS será feita pelo Instituto de Previdência e Assistência Municipal (IPAM).

Art. 63. É vedada a participação de membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal na Diretoria Executiva.

Art. 64. Observado o disposto no art. 4º da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezem-bro de 1998, é assegurado o direito de opção pela aposentadoria voluntária com proven-tos calculados de acordo com o art. 40, §§ 3º e 17, da Constituição Federal, àquele que te-nha ingressado regularmente em cargo efetivo na Administração Pública direta, autárquica e fundacional, até a data de publicação daquela Emenda, quando o servidor, cumulativamente:

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I – tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher;

II – tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria; e,

III – contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:

a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e,

b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data de publicação daquela Emen-da, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea "a" deste inciso.

§ 1º O servidor de que trata este artigo que cumprir as exigências para aposentadoria na forma do caput terá os seus proventos de inatividade reduzidos para cada ano an-tecipado em relação aos limites de idade estabelecidos pelo art. 40, §1º, III, a, e § 5º da Constituição Federal, na seguinte pro-porção:

I – três inteiros e cinco décimos por cento, para aquele que completar as exigências para aposentadoria na forma do caput até 31 de dezembro de 2005; e,

II – cinco por cento, para aquele que com-pletar as exigências para aposentadoria na forma do caput a partir de 1º de janeiro de 2006.

§ 2º O professor que até a data de publica-ção da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, tenha ingressado, re-gularmente, em cargo efetivo de magistério e que opte por aposentar-se na forma do disposto no caput, terá o tempo de serviço exercido até a publicação daquela Emenda contado com o acréscimo de dezessete por cento, se homem, e de vinte por cento, se mulher, desde que se aposente, exclusiva-mente, com tempo de efetivo exercício nas funções de magistério, observado o dispos-to no §1º.

§ 3º O servidor de que trata este artigo, que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no caput, e que opte por permanecer em ati-vidade, fará jus a um abono de permanên-cia equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no art. 40, §1º, II, da Constituição Federal.

§ 4º Às aposentadorias concedidas de acor-do com este artigo aplica-se o disposto no art. 40, § 8º, da Constituição Federal.

Art. 65. É assegurada a concessão, a qualquer tempo, de aposentadoria aos servidores públi-cos, bem como pensão aos seus dependentes, que, até a data de publicação da Emenda Cons-titucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, tenham cumprido todos os requisitos para a obtenção desses benefícios, com base nos crité-rios da legislação então vigente.

Art. 66. Para efeito do cumprimento dos requi-sitos de concessão das aposentadorias conta-se, como tempo de efetivo exercício no serviço pú-blico, o tempo de exercício de cargo efetivo, ain-da que descontínuo, na União, Estados, Distrito Federal e Municípios, incluídas suas autarquias e fundações.

§ 1º Para efeito do disposto no caput, será também considerado o tempo de exercício em emprego, função ou cargo de natureza não efetiva até 16 de dezembro de 1998.

§ 2º Para fins de fixação da data de ingresso no serviço público, quando o servidor tiver ocupado, sem interrupção, sucessivos car-gos efetivos na Administração Pública dire-ta, autárquica e fundacional em qualquer dos entes mencionados no caput, será con-siderada a data da mais remota investidura dentre as ininterruptas.

Art. 67. O servidor que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória

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contidas no §1º, II, do art. 40 da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Cons-titucional nº 41, de 19.12.2003.

Parágrafo único. O pagamento do abono de permanência é de responsabilidade do ente em que o servidor estiver em atividade, e será devido a partir do cumprimento dos re-quisitos para a obtenção do benefício.

Art. 68. Os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, do Prefeito Mu-nicipal.

Parágrafo único. As remunerações, os sub-sídios e os benefícios de que trata o caput que estejam sendo percebidos em desacor-do do disposto neste artigo serão imedia-tamente reduzidos aos limites dele decor-rentes, de forma proporcional, mediante desconto do valor excedente.

Art. 69. A unidade gestora do regime próprio de previdência dos servidores procederá, anual-mente, o recenseamento previdenciário, abran-gendo todos os aposentados e pensionistas.

Art. 70. Os inativos e pensionistas que perce-bam proventos e pensões com valor inferior ao limite máximo estabelecido para os benefí-cios do regime geral de previdência social ficam isentos da contribuição previdenciária a partir da publicação desta Lei.

Art. 71. O Instituto de Previdência e Assistência Municipal – IPAM, utilizando recursos do Fundo de Aposentadoria e Pensão, efetuará a devolu-ção das contribuições previdenciárias descon-tadas dos inativos e pensionistas, a partir da vi-gência da Lei Complementar nº 146, de 12 de julho de 2001, na forma a ser definida em regu-lamento, através do qual se definirá, inclusive, as questões pertinentes aos processos judiciais pendentes referente à matéria.

Art. 72. Ficam os órgãos da Administração Dire-ta, Autárquica e Fundacional do Poder Executivo e da Câmara de Vereadores autorizados a ceder

servidores dos seus quadros ao IPAM, para exer-cer atividades vinculadas ao FAPS.

Art. 73. O Município publicará Decreto regula-mentando o Fundo de Aposentadoria e Pensão do Servidor (FAPS), no prazo de até 180 dias da publicação desta Lei .

Art. 74. Será criada Comissão Paritária, formada por, no mínimo, três titulares e três suplentes do Poder Executivo, indicados pelo Prefeito Mu-nicipal, e por três titulares e três suplentes dos servidores, indicados pela entidade classista dos municipários, todos do quadro de provimento efetivo, com a atribuição de elaborar a minuta de projeto-de-lei de adequação do Instituto de Previdência e Assistência Municipal (IPAM), pro-pondo as alterações necessárias em até cento e oitenta dias.

Art. 75. Os índices apontados nos incisos I e II do artigo 42 desta Lei podem ser revistos e/ou confirmados na data de sua implantação poden-do ocorrer alterações dos mesmos em virtude das situações não previstas e/ou determinações legais.

Art. 76. Para manutenção da assistência à saú-de e assistência social do servidor, prestada pelo IPAM, fica estabelecido índice de contribuição, conforme cálculo atuarial da saúde e assistência social, até que o mesmo seja revisto na promul-gação de legislação própria:

I – índice percentual de contribuição de 6,43% (seis vírgula quarenta e três por cen-to) sobre a remuneração, provento ou pen-são, respectivamente dos servidores ativos, inativos e pensionistas dos órgãos empre-gadores do Poder Executivo e do Poder Le-gislativo, excluídas as parcelas previstas no inciso VII do artigo 4º, para custear as des-pesas com saúde;

II – índice percentual de contribuição de 6,31% (seis vírgula trinta e um por cento) sobre o valor total da folha de pagamento dos servidores ativos, inativos e pensionis-tas dos órgãos empregadores do Poder Exe-cutivo e do Poder Legislativo, excluídas as

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parcelas previstas no inciso VII do artigo 4º, para custear as despesas com saúde; e,

III – índice percentual de contribuição de 0,12% (zero vírgula doze por cento) sobre o valor total da folha de pagamento dos ser-vidores ativos, inativos e pensionistas dos órgãos empregadores do Poder Executivo e do Poder Legislativo, excluídas as parcelas previstas no inciso VII do artigo 4º, para cus-tear as despesas com assistência social.

Art. 77. O Poder Executivo expedirá os atos re-gulamentares necessários à plena execução desta Lei, inclusive os regulamentos sobre os Conselhos nela previstos e os publicará no Jor-nal do Município.

Art. 78. Integra a presente Lei a Nota Técnica Atuarial, da Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – FAURGS.

Art. 79. Os Membros dos Conselhos Deliberati-vo e Fiscal poderão ser reconduzidos a apenas mais um período, não valendo tal disposição às atuais composições Colegiadas.

Art. 80. As novas alíquotas contidas no art 42, incisos I e II serão exigíveis após decorridos 90 (noventa) dias da data de publicação desta Lei.

Parágrafo único. As contribuições de que trata o artigo 40, I e II, da Lei Complementar nº 146, de 12 de julho de 2001, ficam man-tidas até o início do recolhimento da contri-buição a que se refere o caput.

Art. 81. O direito à percepção do abono perma-nência é devido desde a entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezem-bro de 2003, para todos os servidores que pre-encheram os requisitos necessários para reque-rer a aposentadoria, desde que tenham pelo menos 25 (vinte cinco) anos de contribuição, se mulher e 30 (trinta) anos de contribuição, se ho-mem, na forma a ser definida em regulamento.

Art. 82 . Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 83. Ficam revogadas as Leis Complemen-tares nºs 146, de 12 de julho de 2001; 174, de

06 de junho de 2002; 207, de 29 de setembro de 2003, e o art. 3º da Lei Complementar nº 187, de 18 de novembro de 2002. Ficam asse-guradas, na sua plenitude, às garantias do art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal de 1988, al-cançados sob a égide das legislações anteriores, nas formas especificadas.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE CAXIAS DO SUL, 29 de junho de 2005.

José Ivo Sartori,PREFEITO MUNICIPAL

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Slides – Lei Complementar Nº 241, de 29 De Junho de 2005

LEI COMPLEMENTAR Nº 241, DE 29 DE JUNHO DE 2005

Dispõe sobre a organização da previdência social dos servidores públicos do Município de Caxias Sul e dá outras

providências.

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1° Esta Lei Complementar estabelece os princípios e as normas para o funcionamento do Regime Próprio de Previdência Social dos servidores públicos titulares de cargos efetivos, dos aposentados e pensionistas do Município de Caxias do Sul, cuja organização será baseada em normas gerais de contabilidade e atuária, de modo a garantir equilíbrio financeiro e atuarial na forma de um Fundo de Aposentadoria e Pensão do Servidor (FAPS), observados os seguintes critérios:

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I - realização de avaliação atuarial inicial e em cadabalanço anual, bem como de auditoria, por entidadesindependentes legalmente habilitadas, utilizandoparâmetros gerais à organização e revisão do plano decusteio e benefícios;

II - financiamento mediante recursos provenientes doMunicípio e das contribuições dos servidores ativos,inativos e pensionistas, detentores dos cargos efetivos;

Art. 2° A previdência social dos servidores públicosdetentores de cargos efetivos e dos aposentados epensionistas da Administração Municipal de Caxias do Sultem por finalidade assegurar a estes e seus dependentes,o pagamento dos proventos de aposentadoria e pensão,com o objetivo de dar cobertura aos eventos de invalideze morte, incluídos os resultantes de acidentes em serviço,bem como o pagamento dos proventos de aposentadoriapor idade ou tempo de contribuição, cumpridos os prazosde carência previstos nesta Lei Complementar.

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1° As contribuições do empregador e do pessoal ativo, inativo, pensionistas e os recursos vinculados ao FAPS somente poderão ser utilizados para pagamentos previdenciários, ressalvadas as despesas administrativas até o percentual de 2% (dois por cento) da receita total.

2° Os ocupantes, exclusivamente, de cargo em comissão, emprego público ou contrato temporário, serão inscritos no Regime Geral de Previdência do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), a cujas leis e regulamentos ficam vinculados.

Art. 3º Nos cálculos dos proventos de aposentadoria dos servidores titulares de cargos efetivos do Município, previstos no § 3º do art. 40 da Constituição Federal, bem como o art. 2º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, serão consideradas as médias aritméticas simples das maiores remunerações, utilizadas como base as contribuições do servidor aos regimes de previdência, a que esteve vinculado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo, desde a competência de julho de 1994 ou a partir do início da contribuição, se posterior àquela.

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Art. 4º Na aplicação desta Lei serão observados, além de outros, os seguintes conceitos:

I - BENEFÍCIOS: compreendem as aposentadorias e as pensões, que se constituem nos direitos primordiais do segurado à previdência municipal, além dos demais previstos no art. 14 desta Lei Complementar;

II - SEGURADO: é a pessoa física, legalmente investida em cargo público efetivo municipal, inativa ou pensionista, em condições de usufruir dos benefícios da previdência municipal;

III - DEPENDENTE: é a pessoa economicamente dependente do segurado, que esteja habilitada no cadastro previdenciário, após preencher os requisitos legais, por solicitação do segurado e em condições de usufruir os benefícios da previdência municipal;

IV - BENEFICIÁRIO: compreende tanto o segurado quanto o dependente;

V - INSCRIÇÃO: é o ato de habilitação, junto à previdência municipal, para usufruir os benefícios previdenciários;

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VI - EMPREGADOR: são os órgãos da administração direta, as autarquias e fundações do Poder Executivo, bem como a Câmara de Vereadores; e,

VII - SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO: abrange o valor da remuneração correspondente ao mês de trabalho e da gratificação natalina, do servidor ativo, inativo e pensionista, excluídas as seguintes parcelas:

a) participação em órgãos de deliberação coletiva;b) salário-família;c) ajuda de custo e diárias;d) pagamentos de caráter indenizatórios;e) gratificações e outras vantagens cujas normasinstituidoras excluírem as suas incorporações aosvencimentos e proventos;f) adicional do terço constitucional de férias; e,g) abono de permanência de que tratam o § 19 do art. 40da Constituição Federal, o § 5º do art. 2º e o § 1º do art.3º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembrode 2003.

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DA CRIAÇÃO DO FUNDO DE APO-SENTADORIA E PENSÃO DO SERVIDOR

Art. 5° É instituído o Fundo de Aposentadoria e Pensão doServidor (FAPS), que será administrado pelo Instituto dePrevidência e Assistência Municipal (IPAM) de Caxias doSul, sendo este o único órgão gestor, a quem competeaplicar e fazer cumprir as disposições previstas nesta LeiComplementar.

DOS SEGURADOS

Art. 6° São segurados obrigatórios do Fundo de Aposentadoria e Pensão todos os servidores ocupantes de cargo efetivo, ativos, inativos e pensionistas, dos órgãos da administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo e da Câmara de Vereadores, mesmo que nomeados para o exercício de cargo comissionado ou designados para exercer função gratificada, inclusive aquelas pensionistas que se encontravam nesta condição no período anterior à criação do IPAM.

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DOS DEPENDENTES

Art. 9° Consideram-se dependentes dos segurados do FAPS à obtenção dos benefícios desta Lei Complementar:I - o cônjuge; o companheiro, a companheira, estes reconhecidos mediante a união estável, e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de vinte e um anos de idade ou inválido; e,II - o pai e a mãe quando inválidos ou ao completar setenta anos de idade, sem rendimentos próprios e que residam e vivam sob a dependência econômica do segurado.

DA INSCRIÇÃO DOS SEGURADOS E DOSDEPENDENTES

Art. 11. A inscrição do segurado obrigatório far-se-á ex-ofício e a do facultativo mediante requerimento próprio,este na forma do artigo 7º.

Art. 12. A inscrição de dependente será efetuada medianterequerimento do segurado, na forma do regulamentopróprio.1° Caso o segurado venha a falecer, o dependente nãoinscrito poderá requerer sua inscrição, na forma doregulamento.

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DOS DIREITOS DOS BENEFICIÁRIOSDOS BENEFÍCIOS EM GERAL

Art. 14. As prestações asseguradas pelo FAPS, preenchidos os requisitos legais, classificam-se nos seguintes benefícios:

I - quanto ao segurado:

a ) aposentadoria por invalidez;b) aposentadoria voluntária;c) aposentadoria compulsória;d) aposentadoria especial;

e) auxílio-doença;f) salário-família;g) salário-maternidade; e,f) gratificação natalina.

II - quanto ao dependente:

a) pensão, em caso de falecimento do segurado; e,b) auxílio-reclusão.

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DA CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOSDa Aposentadoria por Invalidez

Art. 20. Aposentadoria por invalidez é devida ao segurado que for considerado incapaz para o desempenho de suas funções, na forma prevista na legislação pertinente.

1° A aposentadoria por invalidez será sempre precedida de licença para tratamento de saúde de, no mínimo, vinte e quatro meses.

Art. 21. Os proventos da aposentadoria por invalidez serão aqueles previstos no art. 40 da Constituição Federal:

I - integrais, quando esta for decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional adquirida após o ingresso do segurado na Administração Municipal ou doença grave contagiosa ou incurável, conforme segue :

a) tuberculose ativa;b) hanseníase;

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Da Aposentadoria Voluntária

Art. 23. O segurado poderá requerer aposentadoria voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as demais condições da Constituição Federal e legislação municipal:

I - sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta anos de contribuição, se mulher; e,

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, esessenta anos de idade, se mulher, com proventosproporcionais ao tempo de contribuição.

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Da Aposentadoria Especial

Art. 25. A aposentadoria especial será devida ao segurado que, observados os períodos de carência e tempo de contribuição, se enquadrar nas situações e condições estipuladas na legislação federal que rege a matéria.

Da Aposentadoria Compulsória

Art. 26. A aposentadoria compulsória será automática, e declarada por ato, com vigência a partir do dia em que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço ativo, setenta anos, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

Do Auxílio-Doença

Art. 32. O auxílio-doença será devido ao servidor que obtiverlicença para tratamento da própria saúde ou por acidente, porperíodo superior a noventa dias.

1° O valor do auxílio-doença, em relação ao salário decontribuição do servidor, será equivalente ao percebido noperíodo de competência da concessão da licença.

2° O auxílio-doença, vedada qualquer percepção cumulativa,será assumido pelo FAPS, cujo valor devido poderá serdeduzido das contribuições a cargo do empregador.

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Do Salário-Maternidade

Art. 33. A partir do início do gozo da licença-gestante, a segurada terá direito à percepção do salário-maternidade, durante cento e vinte dias, o qual corresponderá à sua remuneração integral.

§ 1° À segurada que adotar ou obtiver o termo de guarda e responsabilidade para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade, o qual corresponderá a sua remuneração integral, pelo período:

I - de cento e vinte dias, se a criança tiver até um ano de idade;

II - de sessenta dias, se a criança tiver entre um e quatro anos de idade; e,

III - de trinta dias, se a criança tiver de quatro a oito anos de idade.

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DO CUSTEIO DA PREVIDÊNCIA MUNICIPAL

Art. 42. Constituem recursos do FAPS:I - o produto da arrecadação referente às contribuições dos servidores para a manutenção do regime próprio de previdência social, de caráter contributivo e solidário, na razão de 11% (onze por cento) incidente sobre:a) a totalidade da base de contribuição dos cargos efetivos ativos; e,b) a parcela dos proventos de aposentadorias e pensões que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social.

DA ADMINISTRAÇÃO DO FAPS

Art. 45. O FAPS será administrado pelos seguintes órgãos:

I - Presidente do IPAM;

II - Diretoria Executiva;

III - Conselho Deliberativo; e,

IV - Conselho Fiscal.

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DO CONSELHO FISCAL

Art. 55. O Conselho Fiscal, órgão de fiscalização interna do FAPS, é composto de três membros titulares e de três membros suplentes, definidos de acordo com os seguintes critérios:

I - um titular e um suplente representante do Poder Executivo Municipal, indicado pelo Prefeito; e,

II - dois titulares e dois suplentes representantes dos servidores públicos, eleitos pelos segurados do regime de previdência municipal.

1° Compete ao Prefeito Municipal nomear e dar posse aos membros do Conselho Fiscal, dentro de no máximo dez dias, contados da data do recebimento da comunicação formal.

Art. 56. Compete ao Conselho Fiscal:

I - fiscalizar a administração financeira e contábil do Fundo, podendo, para tal fim, requisitar perícias, examinar a escrituração e respectiva documentação;

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II - dar parecer sobre balanços e prestações de contas anuais e balancetes mensais;

III - proceder à verificação de caixa, quando entender oportuno;

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Legislação

LEI COMPLEMENTAR Nº 298/07 PLANO DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA AOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CAXIAS DO SUL

Dispõe sobre o Plano de Saúde e Assistência aos Servidores Públicos Municipais de Caxias do Sul – IPAM-SAÚDE e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE CAXIAS DO SUL.

Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei Complementar.

TÍTULO I

Do Plano de Saúde e Assistência aos Servidores Municipais

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O Instituto de Previdência e Assistência Municipal – IPAM, autarquia do Município de Caxias do Sul, criada pela Lei nº 2.274, de 23 de março de 1976, é o responsável pelo plane-jamento e execução de todas as atribuições do IPAM-SAÚDE e do Fundo de Aposentadoria e Pensão do Servidor – FAPS.

Art. 2º O Plano de Saúde e Assistência aos Ser-vidores Públicos do Município de Caxias do Sul – IPAM-SAÚDE, fica instituído nos termos desta Lei Complementar.

Art. 3º O IPAM poderá realizar operações pre-vistas nesta Lei Complementar, mediante cele-bração de convênios e contratos com pessoas físicas e jurídicas de direito privado ou de direito público.

TÍTULO II

Dos Beneficiários e da Inscrição

CAPÍTULO IDOS ASSOCIADOS

Art. 4º São associados do IPAM-SAÚDE para efeito de assistência à saúde:

I – servidores detentores de cargo de provi-mento efetivo;

II – servidores inativos;

III – pensionistas do Fundo de Aposentado-ria e Pensão do Município, desde que se ins-crevam em até 90 (noventa) dias da data do óbito do servidor; e

IV – empregados que prestam serviços ao Município, vinculados ao regime celetista, detentores da estabilidade de que trata o art. 19 do ADCT da Constituição de 1988.

Parágrafo único. Não serão admitidos como segurados na forma do inciso III, cônjuges ou companheiros que se encontram separa-dos judicialmente, divorciados ou com dis-solução da união estável na data do óbito.

Art. 5º Os associados em licença não remune-rada ou cedidos sem ônus para o Município, bem como os afastados da folha de pagamento por qualquer motivo, por período superior a 30 (trinta) dias, podem permanecer vinculados ao IPAM– SAÚDE, mediante opção.

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§ 1º A contribuição dos associados de que trata este artigo deverá ser recolhida, pelo associado, na sua integralidade parte segurado e parte patronal, conforme dispuser o decreto.

§ 2º Os associados perderão tal qualidade no momento em que deixarem de recolher as contribuições devidas ao IPAM-SAÚDE.

§ 3º Os débitos relativos a coparticipação deverão ser pagos diretamente ao presta-dor de serviços.

Art. 6º O associado que, por qualquer razão, desvincular-se do plano, deverá quitar seu débi-to junto ao Instituto.

§ 1º Será encaminhada cobrança extra-ju-dicial ou inscrição em dívida ativa, no prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar do desli-gamento, aos que se desvincularem do ser-viço público ou do Plano IPAM-SAÚDE, caso não saldarem seus débitos.

§ 2º Os valores devidos serão corrigidos conforme o estipulado para os benefícios que originaram o débito e poderão ser par-celados para quitação junto ao IPAM-SAÚ-DE.

§ 3º Nos casos de desligamento ou demis-são dos associados do serviço público, o órgão empregador deverá solicitar formal-mente, ao IPAM-SAÚDE, a relação atualiza-da dos débitos do servidor antes da rescisão respectiva.

Art. 7º A perda definitiva da qualidade de asso-ciado ao IPAM-SAÚDE dar-se-á através da exo-neração, demissão ou falecimento, bem como na hipótese prevista no art. 10.

Parágrafo único. A partir do momento da desvinculação, cessam os direitos aos be-nefícios previstos no IPAM-SAÚDE, não im-plicando a transferência ou devolução das contribuições.

CAPÍTULO IIDOS DEPENDENTES

Art. 8º Consideram-se dependentes dos asso-ciados, para efeito desta Lei Complementar:

I – o (a) cônjuge, companheiro ou compa-nheira;

II – o filho, solteiro de qualquer condição ou sexo, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido com incapacidade para a vida inde-pendente ou incapacidade para atos da vida civil; e

III – o filho, solteiro de qualquer condição ou sexo, maior de 21 (vinte e um anos) e menor de 29 (vinte e nove anos), conforme critérios e condições definidas em Decreto, com o pagamento de uma contribuição su-plementar de 14% (quatorze por cento) so-bre o padrão 1 (um), instituído pela Lei nº 2.266, de 29 de dezembro de 1975, por de-pendente.

§ 1º Considera-se companheiro ou compa-nheira a pessoa que mantenha união estável com o associado ou associada comprovan-do na forma estabelecida no Regulamento.

§ 2º No caso de servidores públicos que se-jam cônjuges ou companheiros entre si, que optarem pelo plano familiar, considerar-se--á dependente o de menor remuneração, incidindo o percentual de contribuição so-bre a soma das remunerações.

§ 3º A manutenção de dependentes, elenca-dos no inciso II, após completarem 21 (vinte e um) anos de idade, somente será deferi-da com a realização de perícia médica com caracterização de invalidez e incapacidade à vida independente ou de incapacidade para atos da vida civil, sendo que esta última de-verá ser reconhecida judicialmente.

§ 4º Aos pensionistas não será permitida a inscrição de dependentes.

Art. 9º Equiparam-se aos filhos, nas condições do inciso II do art. 8º:

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I – o enteado menor de 21 anos;

II – o menor de 21 anos que esteja sob sua guarda ou tutela; e

III – o curatelado, inscrito ainda menor, como enteado, tutelado ou por termo de guarda.

Parágrafo único. Em todos os casos deve ser comprovada a dependência econômica e a inexistência de renda própria de qual-quer espécie, conforme regulamento.

Art. 10. A perda da qualidade de dependente e o cancelamento automático de sua inscrição ocorre:

I – para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, pela anulação do casamento ou pelo óbito;

II – para o companheiro ou companheira, pela cessação da união estável com o asso-ciado ou associada;

III – para o filho, de qualquer condição, pela emancipação, casamento, união estável comprovada, ou quando completar 21 (vin-te e um) anos de idade, salvo se enquadra-do nas condições previstas no § 3º do art. 8º;

IV – para os dependentes em geral pelo fa-lecimento;

V – para o menor sob guarda ou tutela:

a) pelo fim do termo de guarda ou tutela;

b) quando ficar comprovado administrativa-mente que cessaram as condições que am-param a concessão do termo de guarda ou da tutela;

c) quando cessada a dependência econômi-ca perante o servidor; e

d) no caso do inciso III.

VI – para o enteado, no caso das alíneas c) e d) do inciso V;

VII – para os filhos maiores de 21 (vinte e um) anos, inválidos, pela cessação da inca-pacidade para atos da vida civil.

CAPÍTULO IIIDA INSCRIÇÃO

Art. 11. A inscrição do associado e seus depen-dentes incumbe ao primeiro, mediante a apre-sentação de documentos exigidos na forma pre-vista no Regulamento.

Parágrafo único. A inscrição dos dependen-tes relacionados no art. 8º é facultativa e, uma vez inscritos, os dependentes deverão cumprir todas as carências estabelecidas na presente Lei Complementar.

Art. 12. O IPAM-SAÚDE emitirá identificação específica com a finalidade de comprovar a as-sociação e a dependência, a qual é essencial à obtenção de qualquer benefício.

Parágrafo único. Em caso de utilização in-devida ou fraudulenta da identificação, ou em caso de adulteração dessa identificação, aplicam-se as penalidades previstas nesta Lei Complementar.

Art. 13. A inscrição no IPAM-SAÚDE é obrigató-ria, podendo o servidor optar entre o Plano Fa-miliar e Plano Individual, sendo que:

I – o Plano Familiar proporciona cobertura de benefícios ao servidor e seus dependen-tes.

II – o Plano Individual proporciona cobertu-ra de benefícios somente ao servidor.

§ 1º Poderá haver alteração de opção entre os Planos Individual e Familiar, mediante re-querimento do servidor.

§ 2º Em caso de mudança do Plano Familiar para o Plano Individual, ficam automática e imediatamente canceladas as inscrições dos dependentes do servidor.

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TÍTULO III

Dos Benefícios

CAPÍTULO IDOS BENEFÍCIOS EM GERAL

Art. 14. Os benefícios assegurados pelo IPAM SAÚDE consistem em:

a) assistência médica;

b) assistência odontológica;

c) assistência farmacêutica;

d) assistência financeira de serviços neces-sários à proteção da saúde;

e) assistência preventiva à saúde; e

f) assistência multidisciplinar na área da saúde.

Art. 15. O associado contribuirá com uma parte das despesas referentes aos benefícios previs-tos nas alíneas a) b) c) e f) do art. 14, a título de co-participação, permitida a antecipação do pagamento pelo IPAM-SAÚDE e o ressarcimen-to a posterior pelo servidor ou pensionista até o limite de três vezes o salário de contribuição, conforme dispuserem as tabelas e normas esta-belecidas nesta Lei Complementar e respectivo regulamento.

CAPÍTULO IIDAS CARÊNCIAS

Art. 16. Os serviços serão prestados aos asso-ciados e dependentes a partir da sua inscrição, observados os seguintes períodos de carência:

I – no recolhimento da primeira contribui-ção, em folha de pagamento, da mensalida-de devida ao plano de saúde para consulta e exames complementares;

II – 90 (noventa) dias para os demais pro-cedimentos ambulatoriais, hospitalares, odontológicos ou amparados na alínea f) do art. 14;

III – 300 (trezentos) dias para partos a ter-mo;

IV – 12 (doze) meses para cobertura de do-enças ou lesões, congênitas ou preexisten-tes;

V – 30 (trinta) dias para assistência financei-ra; e

VI – Não possuem período de carência os benefícios de atendimento de emergência ou urgência.

§ 1º É assegurada a inscrição ao filho recém nascido ou adotado de segurado no IPAM--SAÚDE, com isenção do período de carên-cia, desde que a mesma seja feita no prazo máximo de 30 (trinta) dias do nascimento ou adoção.

§ 2º O (a) cônjuge ou companheiro(a) ao se-rem inscritos no IPAM-SAÚDE cumprirão as carências previstas neste artigo.

CAPÍTULO IIIDA ASSISTÊNCIA MÉDICA

Art. 17. A assistência médica proporcionará atendimento clínico, cirúrgico e exames com-plementares à saúde aos associados e depen-dentes em regime clínico, ambulatorial e hos-pitalar, com a amplitude variável de 0 (zero) a 100% (cem por cento) do custo arcado pelo IPAM-SAÚDE, conforme estabelecerem tabelas, o regulamento e suas normas.

§ 1º A assistência hospitalar será propiciada com cobertura integral do custo de hospita-lização em quarto semi-privativo.

§ 2º A assistência hospitalar com serviços cirúrgicos em geral e aqueles necessários à realização de cirurgia terá cobertura inte-gral, por parte do IPAM-SAÚDE.

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§ 3º A assistência hospitalar para parto, in-cluindo hospitalização em quarto privativo, serviços de parto em geral e aqueles neces-sários realização do procedimento, terá co-bertura integral por parte do IPAM-SAÚDE, sendo possível o financiamento das despe-sas de atendimento a recém nascido, filho de dependente inscrito, nos termos do re-gulamento.

§ 4º A cobertura de transfusões de sangue, em hospitalizações, será integral por parte do IPAM-SAÚDE.

§ 5º Não será propiciada nenhuma cober-tura às cirurgias ou procedimentos ambu-latoriais realizados exclusivamente para fins estéticos.

§ 6º Nos procedimentos médico-cirúrgicos que necessitarem o uso de próteses, órte-ses, implantes ou materiais especiais como condição única para o sucesso terapêutico, as despesas decorrentes deste ato serão de responsabilidade do IPAM, considerando:

a) havendo opções em relação aos materiais a serem utilizados será liberado o de menor valor e, preferencialmente, o nacional;

b) nos casos de o beneficiário optar por pró-teses, órteses, implantes ou materiais es-peciais de maior valor, o associado poderá financiar a diferença, sempre mediante or-çamento pré-aprovado;

c) estão excluídos desta cobertura os proce-dimentos com caracterização estética e os procedimentos em que o tratamento médi-co, fisioterápico ou outro tipo de tratamen-to possa suprir a deficiência de função; e

d) a autorização dos procedimentos caberá à Diretoria de Serviços de Saúde após pare-cer favorável do órgão técnico responsável.

§ 7º Nos casos de hospitalização para revi-são (check-up), haverá co-participação do associado conforme estabelecerem tabelas, o regulamento e normas.

§ 8º A consulta e atendimentos clínicos em serviços credenciados terá cobertura e par-ticipação do associado nos custos, na forma do regulamento, cujo pagamento deverá ser efetuado diretamente ao profissional no ato do serviço, quando prestado por pesso-as físicas.

§ 9º O custo das consultas médicas em crianças de (0) zero a (1) um ano de idade será coberto integralmente pelo IPAM-SAÚ-DE.

§ 10. O plano proporcionará a cobertura in-tegral para exames de análises clínicas cujo valor não ultrapasse o equivalente a 200 (duzentos) CH's – Coeficiente de Honorários ou outro indicador que o venha substituí-lo.

§ 11. Os demais exames de análises clínicas, exames auxiliares de diagnóstico e procedi-mentos investigatórios de diagnóstico terão seu custeio subsidiado pelo IPAM-SAÚDE em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento).

§ 12. Todos os exames deverão ser previa-mente autorizados, em quantidades e limi-tes, conforme critérios a serem definidos por regulamento próprio.

§ 13. As gestantes, os menores de 12 (doze) anos e os idosos, a partir de 60 (sessenta) anos, terão direito à acompanhante em hospitalizações.

§ 14. Poderá ser definida a ampliação da as-sistência médica, através de regulamento, observadas as disposições do caput deste artigo.

Art. 18. O IPAM-SAÚDE organizará os serviços de assistência médica que será feita de modo a assegurar o tratamento médico aos seus benefi-ciários por profissionais, instituições credencia-das ou serviços próprios, na forma estabelecida no Regulamento.

Art. 19. O tratamento dos beneficiários atingi-dos por cardiopatia grave, alienação mental, ne-oplasia maligna em atividade, síndromes paralí-ticas irreversíveis incapacitantes, diabete melito

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com evidência de comprometimento macro--vascular, doenças pulmonares incapacitantes para o trabalho, cegueira evolutiva ou insufici-ência renal crônica será suportado integralmen-te pelo IPAM-SAÚDE.

§ 1º A doença de que o associado ou de-pendente já era portador ao ingressar no IPAM-SAÚDE não lhe conferirá direito à assistência prevista no caput, salvo quan-do sobrevier por motivo de progressão ou agravamento.

§ 2º Perícia médica fundamentará o enqua-dramento no consenso da Sociedade Brasi-leira de Medicina e suas respectivas espe-cialidades.

§ 3º Para o reconhecimento da alienação mental será exigida a interdição judicial do beneficiário, sendo que não será considera-da alienação mental a enfermidade psiquiá-trica em fase aguda.

§ 4º O tratamento a que se refere o caput consiste em tratamento médico, psicológi-co, fisioterápico, fonoaudiológico, exames especializados e medicamentos relaciona-dos única e exclusivamente à patologia que justificou o enquadramento:

a) as substâncias terapêuticas indicadas para o tratamento medicamentoso serão suportadas integralmente pelo IPAM-SAÚ-DE, sempre observada a de menor preço;

b) o tratamento fisioterápico necessário será liberado na fase aguda da patologia, sendo que a continuidade do mesmo estará condicionada à evidência de evolução clíni-ca favorável, com fundamento em relatório médico, acompanhado do respectivo prog-nóstico; e

c) o tratamento psicológico necessário será liberado havendo evidência de evolução clínica favorável, com fundamento em rela-tório especializado, médico ou psicológico, que dependerá de homologação da respec-tiva área de perícia médica interna do IPAM.

§ 5º Em quaisquer das hipóteses do caput, o tratamento poderá ser realizado pelo pró-prio Instituto, ou em serviço especialmente credenciado ou contratado para esta finali-dade, de forma a garantir o menor custo à Instituição.

Art. 20. A utilização de serviços profissionais não credenciados somente será reembolsada na proporção prevista nesta Lei, e de acordo com as tabelas e normas de assistência médica estabelecidas em regulamento, nos casos em que ficar comprovada a urgência do atendimen-to e/ou a inexistência de profissional e/ou servi-ço credenciado na área em questão.

CAPÍTULO VIDA ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA

Art. 21. A assistência odontológica proporciona-rá atendimento clínico e cirúrgico aos associa-dos e dependentes em regime clínico, ambula-torial ou hospitalar, com a amplitude variável de 0 (zero) a 100% (cem por cento) do custo ade-quado pelo IPAM-SAÚDE, conforme estabelece-rem as tabelas e regulamentos nos moldes do art. 17, aplicáveis à odontologia.

Parágrafo único. Órteses, próteses e im-plantes serão objeto de financiamento.

Art. 22. O IPAM-SAÚDE organizará os serviços de assistência odontológica que será feita de modo a assegurar o tratamento odontológico aos seus beneficiários por profissionais, institui-ções credenciadas ou serviços próprios, na for-ma estabelecida no Regulamento.

Art. 23. A utilização de serviços profissionais não credenciados somente será reembolsada na proporção prevista nesta Lei, e de acordo com as tabelas e normas de assistência odonto-lógica estabelecidas em regulamento, nos casos em que ficar comprovada a urgência do atendi-mento e/ou a inexistência de profissional e/ou serviço credenciado na área em questão.

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CAPÍTULO VIIDA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Art. 24. O IPAM-SAÚDE proporcionará cobertu-ra no valor do medicamento necessário adqui-rido pelo associado ou dependente, mediante apresentação de receita médica e/ou odonto-lógica, que satisfaça os requisitos definidos em regulamento, com subsídio de, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento), quando adquiridos junto à Farmácia do IPAM ou estabelecimento conveniado.

Art. 25. São considerados medicamentos ne-cessários aqueles indispensáveis ao tratamento médico e odontológico, do associado, discrimi-nados em receita médica ou odontológica, onde se encontre disciplinado o seu uso.

§ 1º As receitas médicas ou odontológicas em que constem substâncias que não te-nham sido aprovadas pelo Ministério da Saúde e ANVISA ou sem comprovação cien-tífica de sua eficácia terapêutica não serão contempladas no benefício da assistência farmacêutica.

§ 2º As receitas de medicamentos de orien-tação terapêutica com o objetivo de ferti-lização não se enquadram nas disposições deste capítulo.

§ 3º Quaisquer medicamentos com finali-dade estética, inclusive os manipulados na área dermatológica, não gozarão da cober-tura que trata este capítulo.

§ 4º Medicamentos importados não nacio-nalizados não terão a cobertura da assistên-cia farmacêutica de que trata este capítulo.

CAPÍTULO VIIIDA ASSISTÊNCIA FINANCEIRA

Art. 26. A Assistência Financeira ao associado será concedida, na forma estabelecida pelo Re-gulamento desta Lei, para financiamento de ser-

viços necessários à proteção da saúde, median-te o pagamento de correção monetária e juros.

CAPÍTULO IXDA ASSISTÊNCIA

PREVENTIVA À SAÚDE

Art. 27. A Assistência Preventiva compreende-rá as ações junto aos beneficiários, quer indi-vidualmente, quer em grupo, por meio de pro-gramas de saúde preventiva e de promoção à saúde visando a melhoria de suas condições de vida.

CAPÍTULO XDA ASSISTÊNCIA MULTIDISCIPLINAR

NA ÁREA DA SAÚDE

Art. 28. Os demais serviços especializados na área da saúde, não mencionados nos artigos anteriores, poderão ser oferecidos pelo IPAM--SAÚDE, mediante aprovação do Conselho Ges-tor, com no mínimo de 50% (cinquenta por cen-to) de coparticipação do associado, conforme estabelecido em regulamento.

TÍTULO IV

CAPÍTULO IDAS PENALIDADES

Art. 29. Os associados e dependentes do IPAM--SAÚDE estão sujeitos às seguintes penalidades:

I – advertência escrita;

II – suspensão do benefício de Assistência Farmacêutica prevista no Capítulo VII, pelo prazo de até 1 (um) ano;

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IV – suspensão do benefício de Assistência Farmacêutica prevista no Capítulo VII, pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) anos;

V – suspensão do uso do IPAM-SAÚDE pelo prazo de até 1 (um) ano;

VI – suspensão do IPAM-SAÚDE pelo prazo de 1(um) a 3 (três) anos;

VII – penalidades previstas na Lei nº 3.673, de 24 de junho de 1991; e

VIII – demais medidas cabíveis, inclusive na esfera penal.

§ 1º A penalidade de advertência será im-posta nas seguintes situações:

a) utilização indevida ou adulteração da car-teira de identificação do associado IPAM--SAÚDE; e

b) não obediência a determinações do regu-lamento do IPAM-SAÚDE e de normas esta-belecidas pelo Instituto.

§ 2º A penalidade de suspensão até 1 (um) ano do benefício de Assistência Farmacêuti-ca será aplicada em caso de qualquer utiliza-ção fraudulenta do benefício de Assistência Farmacêutica ou reincidência nas infrações previstas no § 1º em relação a esse benefí-cio.

§ 3º A penalidade de suspensão de 1 (um) a 3 (três) anos do benefício de Assistência Farmacêutica será aplicada no caso de rein-cidência do associado na utilização fraudu-lenta do benefício de Assistência Farmacêu-tica.

§ 4º A penalidade de suspensão de até 1 (um) ano do IPAM-SAÚDE será aplicada nos seguintes casos:

a) qualquer ato caracterizado como fraude; e

b) reincidência na prática de ações previs-tas no § 1º em relação aos outros benefícios previstos nesta Lei.

§ 5º A penalidade de suspensão de 1 (um) até 3 (três) anos do IPAM-SAÚDE será apli-cada nos seguintes casos:

a) prática reiterada ou costumeira de ações contrárias ao regulamento do IPAM-SAÚDE ou à legislação vigente, que causem prejuí-zo ao Instituto; e

b) reincidência na prática de ações previstas na alínea a) do § 4º.

§ 6º As penalidades previstas no inciso VI do caput serão aplicadas sempre que caracteri-zados atos previstos na lei a que se refere o dispositivo.

§ 7º A aplicação das penalidades previstas nos incisos II a VII do artigo não depende de aplicação prévia da penalidade prevista no inciso I.

§ 8º Será garantido ao associado o direito à ampla defesa, conforme dispuser o Regula-mento.

§ 9º O associado deverá indenizar o IPAM--SAÚDE, dos prejuízos que ocasionou, in-clusive no que tange às despesas para recuperação de créditos, emolumentos, ho-norários advocatícios e correlatos.

§ 10. Quando as ações forem cometidas pelos dependentes, o respectivo associado titular será solidariamente responsável, pe-rante o IPAM-SAÚDE, por todos os atos pra-ticados.

§ 11. Os que participarem, direta ou indire-tamente do ato irregular ou ilícito, inclusive profissionais e estabelecimentos, creden-ciados ou não pelo IPAM-SAÚDE, estarão sujeitos às penalidades estabelecidas nesta lei e serão solidariamente responsáveis pela indenização devida ao IPAM-SAÚDE.

§ 12. As penas previstas neste artigo pode-rão ser aplicadas cumulativamente.

Art. 30. Os estabelecimentos e profissionais cre-denciados pelo IPAM-SAÚDE estão sujeitos às seguintes penalidades:

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I – advertência escrita;

II – suspensão do credenciamento;

III – descredenciamento do IPAM-SAÚDE; e

IV – outras medidas legais, inclusive no âm-bito da Justiça Cível e Criminal.

§ 1º A penalidade de advertência será im-posta nas seguintes situações: a) identifi-cação indevida ou errônea do associado IPAM-SAÚDE; e

b) não obediência a determinações do regu-lamento do IPAM-SAÚDE e de normas esta-belecidas pelo Instituto.

§ 2º A penalidade de suspensão do creden-ciamento do IPAM-SAÚDE será aplicada no caso de reincidência das práticas previstas no § 1º.

§ 3º A penalidade de descredenciamento do IPAM-SAÚDE será aplicada nos seguintes casos:

a) qualquer ato caracterizado como fraude, inclusive mediante apoio, conluio ou coni-vência à irregularidade praticada por asso-ciado;

b) qualquer comportamento anti-ético ou contrário às normas e práticas da respectiva área de atuação profissional; e

c) prática reiterada ou costumeira de ações contrárias ao regulamento do IPAM-SAÚDE ou à legislação vigente.

§ 4º Nos casos do § 3º deverá ser comunica-do o Conselho Regional da categoria corres-pondente.

§ 5º As demais penalidades previstas no ca-put serão aplicadas sempre que o ato pra-ticado caracterizar evento que assim justifi-que.

§ 6º A aplicação das penalidades previstas nos incisos II a IV do caput não depende de aplicação prévia da penalidade prevista no inciso I.

§ 7º Será garantido ao profissional ou esta-belecimento o direito à ampla defesa.

§ 8º O profissional ou estabelecimento de-verá indenizar o IPAM-SAÚDE, dos prejuízos que ocasionou ao IPAM, inclusive no que tange às despesas para recuperação de cré-ditos, emolumentos, honorários advocatí-cios e correlatos.

§ 9º Os que participarem, direta ou indire-tamente do ato irregular ou ilícito, inclusive associados do IPAM-SAÚDE, estarão sujei-tos às penalidades estabelecidas nesta lei e serão solidariamente responsáveis pela in-denização devida ao IPAM-SAÚDE.

CAPÍTULO XIIDISPOSIÇÕES DIVERSAS

Art. 31. Os valores devidos pelos servidores ou pensionistas ao IPAM, passíveis de lançamento em Conta de Reposição, serão pagos da seguin-te forma:

I – mediante desconto em folha de paga-mento, até o percentual de 12% (doze por cento) sobre o salário de contribuição, para os servidores ou pensionistas cujo débito na Conta de Reposição for inferior a 3 (três) ve-zes o salário ou provento; e

II – no ato do atendimento quando o débito na Conta de Reposição for superior ao limi-te previsto no inciso I.

§ 1º Quando o servidor ou pensionista ul-trapassar o limite estipulado no caput, o valor excedente será descontado em parce-la única, sem prejuízo do desconto de 12% (doze por cento) sobre o saldo devedor da Conta de Reposição.

§ 2º Os valores da Conta de Reposição se-rão corrigidos mensalmente pela média dos mesmos índices usados para correção sala-rial dos servidores.

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Art. 33. No caso de falecimento do associa-do, os débitos referentes à utilização do plano IPAM-SAÚDE, serão cobrados junto ao espólio, se houver.

Art. 34. A impressão digital do associado inca-paz de assinar, desde que aposta em serviço credenciado pelo IPAM-SAÚDE, será reconheci-da como valor de assinatura para efeito de con-cessão ou quitação em recibos.

TÍTULO IV

Do Custeio

CAPÍTULO IDAS FONTES DE RECEITA

Art. 35. O custeio do IPAM-SAÚDE será atendido pelas contribuições:

I – dos servidores que optarem pelo Plano Familiar, na percentagem de 7,7% (sete vír-gula sete por cento), incidente sobre a base de cálculo;

II – dos servidores que optarem pelo Plano Individual, e dos pensionistas na percenta-gem de 6% (seis por cento), incidente sobre a base de cálculo; e

III – dos órgãos empregadores, no per-centual de 7,7% (sete vírgula sete por cento), incidente:

a) sobre a folha de pagamento dos servido-res ativos de provimento efetivo; servidores inativos e celetistas estabilizados pelo art. 19 do ADCT da Constituição de 1988; e

b) sobre a mesma base de contribuição dos pensionistas, optantes pelo Plano de Saúde.

§ 1º As contribuições referidas neste artigo incidem sobre o valor da remuneração cor-respondente ao mês de trabalho do servi-dor ativo e proventos de inativo e pensio-nista, excluídas as seguintes parcelas:

a) gratificação de 1/3 (um terço) de férias;

b) 13º (décimo terceiro) salário;

c) participação em órgãos de deliberação coletiva;

d) salário-família;

e) pagamentos de caráter indenizatório;

f) gratificações e outras vantagens cujas normas instituidoras excluírem as suas in-corporações aos vencimentos e proventos; e

g) abono de permanência de que tratam o § 19 do art. 40 da Constituição Federal, o § 5º do art. 2º e o § 1º do art. 3º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003.

§ 2º A menor contribuição para o Plano Individual será equivalente a 8% (oito por cento) do Padrão 1 (um) e a maior será de 3 (três) vezes este valor.

§ 3º A menor contribuição para o Plano Fa-miliar será equivalente a 10% (dez por cen-to) do Padrão 1 (um) e a maior será de 6 (seis) vezes este valor.

§ 4º Quando ocorrer alteração de plano de contribuição, de Individual para Familiar, os dependentes incluídos a partir de então es-tarão sujeitos às carências previstas nesta Lei.

§ 5º No caso de servidores ou pensionistas portadores de mais de uma matrícula os vencimentos serão somados, incidindo uma única vez o teto de contribuição.

§ 6º As alíquotas previstas nos incisos I e II são para os servidores que optarem pelo plano de saúde até 60 (sessenta) dias do iní-cio do exercício do cargo.

§ 7º Os servidores que optarem pelo Pla-no de Saúde após o prazo previsto no § 6º ou se desligarem do mesmo e retornarem após 6 (seis meses), cumprirão as carências previstas no art. 16 desta Lei, contribuindo

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para o custeio de acordo com a faixa etária, de titular e dependentes, a ser fixada em Decreto, observando os valores praticados no mercado e cálculo atuarial.

§ 8º A opção de retorno ao Plano de que trata o § 7º, será permitida uma única vez.

Art. 36. Também constituem fontes de receita do IPAM-SAÚDE as mencionadas a seguir:

a) rendas resultantes das aplicações finan-ceiras;

b) reversão de qualquer importância em vir-tude de prescrição;

c) rendas resultantes de juros e correção monetária;

d) multas e moras de pagamento de quan-tias devidas ao IPAM;

e) emolumentos, taxas, contribuições, per-centagens e outras importâncias devidas em decorrência de prestação de serviço;

f) recebimentos de lucros apurados referen-te à participação na Farmácia do IPAM Ltda;

g) doações ou subvenções de pessoas físi-cas ou jurídicas; e

h) outras receitas eventuais.

CAPÍTULO IIDA ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO

Art. 37. A arrecadação das contribuições e de quaisquer importâncias devidas ao IPAM-SAÚ-DE caberá obrigatoriamente aos órgãos empre-gadores do Município.

Art. 38. Os órgãos e entidades do Município que procedam o pagamento de vencimentos ou pro-ventos aos servidores públicos deverão deposi-tar, em conta vinculada à disposição do IPAM--SAÚDE, o total dos descontos realizados em folha de pagamento, em favor do Instituto, até o quinto dia útil do mês subseqüente.

§ 1º O não-recolhimento no prazo estabe-lecido neste artigo importa na aplicação de multa de 2% (dois por cento), atualização monetária pelos índices do IPCA-IBGE, ou outro indexador oficial que vier a substituí--lo, e juros no percentual de 12% (doze por cento) ao ano.

§ 2º A autoridade administrativa ou servi-dor que, no exercício de suas atribuições, deixar de efetuar os recolhimentos devidos ao IPAM incorrerá em falta de natureza fun-cional cujas sanções não excluirão outras de natureza civil ou criminal aplicáveis ao caso.

Art. 39. Os órgãos empregadores deverão en-viar até o quinto dia útil do mês subseqüente a que se referir a arrecadação, por meio magné-tico, a base remuneratória que gerou as contri-buições dos servidores, a respectiva contribui-ção patronal e demais consignações devidas ao IPAM-SAÚDE.

TÍTULO V

Da Administração do IPAM

Art. 40. O IPAM SAÚDE será administrado por:

I – Presidente do IPAM;

II – Conselho Gestor;

III – Diretoria Executiva; e

IV – Conselho Fiscal.

CAPÍTULO IDO PRESIDENTE DO IPAM

Art. 41. Compete ao Presidente do IPAM:

I – a administração geral;

II – representar judicialmente e extrajudi-cialmente o Instituto de Previdência e Assis-tência Municipal;

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III – encaminhar ao Conselho Gestor as si-tuações que envolvam alterações na legis-lação, no patrimônio e na administração do IPAM-SAÚDE, bem como a informação de todas infrações cometidas por usuários;

IV – expedir e dar publicidade às resoluções próprias e do Conselho Gestor, portarias, instruções normativas e ordens de serviço;

V – autorizar os pagamentos em geral;

VI – acionar judicialmente os órgãos empre-gadores, após deliberação do Conselho Ges-tor, para compeli-los a efetuar os depósitos das contribuições assistenciais devidas; e

VII – aplicar as penalidades previstas nos arts. 29 e 30 desta Lei Complementar.

§ 1º São considerados nulos os atos pratica-dos pelo Presidente do IPAM, mencionados no inciso III deste artigo, que não obtiverem o aval do Conselho Gestor.

§ 2º O Presidente do IPAM será livremente escolhido e nomeado pelo Prefeito Munici-pal dentre os servidores de provimento efe-tivo do Município.

CAPÍTULO IIDO CONSELHO GESTOR

DO IPAM-SAÚDE

Art. 42. O Conselho Gestor constitui-se em ór-gão colegiado deliberativo e normativo, com responsabilidade civil, composto por 6 (seis) membros e 5 (cinco) suplentes, designados den-tre os servidores titulares de cargo efetivo asso-ciados ao IPAM-SAÚDE, regido e organizado por Regimento próprio, com indicação de acordo com os seguintes critérios:

I – o Presidente do IPAM, considerado membro nato do Conselho e detentor do voto decisivo em casos de empates;

II – 2 (dois) representantes titulares e 2 (dois) suplentes, indicados pelo Prefeito Municipal;

III – 3 (três) representantes titulares e 3 (três) suplentes dos servidores, indicados pela entidade sindical classista.

§ 1º Em caso de não haver possibilidade de preenchimento de qualquer das vagas esta-belecidas no inciso III deste artigo, o Poder Executivo indicará os servidores para com-pletar o número mínimo exigido.

§ 2º Compete ao Prefeito Municipal, após a indicação nos termos desta Lei, efetuar a nomeação e dar posse aos Conselheiros, dentro de, no máximo, 10 (dez) dias do re-cebimento da comunicação formal.

§ 3º Sempre que necessário, no exercício das atividades de Conselheiro, o servidor fi-cará dispensado das atribuições de seu car-go, sendo que o tempo de serviço será con-tado para todos os efeitos legais.

§ 4º O Conselho somente deliberará com a presença de, no mínimo, 4 (quatro) de seus membros.

§ 5º Ocorrendo vaga no Conselho Gestor, assumirá, para completar o mandato, o res-pectivo suplente, nomeado e empossado segundo os procedimentos definidos neste artigo.

§ 6º O Conselho Gestor reunir-se-á mensal-mente na sede do IPAM, e, extraordinaria-mente, por convocação de seu Presidente ou de 4 (quatro) de seus membros, ou por solicitação da Presidência do IPAM, com an-tecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 43. Compete ao Conselho Gestor:

I – aprovar o orçamento do IPAM-SAÚDE;

II – deliberar sobre todos os atos relacio-nados ao patrimônio e administração do IPAM– SAÚDE e alterações da legislação e

Legislação – Lei complementar nº 298/07 – Prof. Giuliano Tamagno

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encaminhar as minutas propostas ao Prefei-to Municipal;

III – deliberar sobre a prestação de contas, orçamento e relatórios de execução orça-mentária e financeira do IPAM-SAÚDE;

IV – definir sobre a forma de funcionamen-to do Conselho, através de resoluções e ele-ger seu Presidente;

V – estabelecer diretrizes gerais para aplica-ção financeira das disponibilidades de caixa do IPAM-SAÚDE e deliberar sobre o resulta-do destas aplicações;

VI – propor estudos, com vistas a assegu-rar a viabilidade econômico-financeira do IPAM-SAÚDE;

VII – propor políticas e diretrizes para ações na área de saúde inerentes aos objetivos e fins do Instituto;

VIII – deliberar sobre a minuta de Decreto regulamentador da presente Lei Comple-mentar e encaminhá-la ao Prefeito do Mu-nicípio;

IX – comunicar o tribunal de Contas do Es-tado quando do não repasse das contribui-ções ao IPAM-SAÚDE devidas pelos órgãos empregadores;

X – informar ao Prefeito Municipal quanto à prática de ato ou fato que justifique, nos termos da lei, a destituição do Presidente ou Diretores do IPAM-SAÚDE;

XI – tomar conhecimento da celebração de contratos, consórcios e convênios com órgãos dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, e dos municípios, bem como com entidades privadas, nas áreas de saúde e assistência social;

XII – zelar pelo patrimônio do IPAM-SAÚDE, pelos seus objetivos e pelo cumprimento desta Lei e demais preceitos legais perti-nentes aplicáveis; e

XIII – deliberar sobre outros assuntos de in-teresse do IPAM-SAÚDE, por provocação de qualquer de seus membros.

CAPÍTULO IIIDA DIRETORIA EXECUTIVA

Art. 44. A Diretoria Executiva, órgão de adminis-tração e representação legal do IPAM-SAÚDE, é assim constituída:

I – Presidente do IPAM;

II – Diretoria de Serviços de Saúde; e

III – Diretoria Administrativa.

Art. 45. A Direção Geral do IPAM-SAÚDE será exercida pelo Presidente do IPAM e o comando das diretorias exercidas por diretores nomeados pelo Prefeito Municipal.

Art. 46. O Presidente do IPAM receberá remu-neração equivalente à do Cargo em Comissão de Secretário Municipal, conforme prevê a Lei Complementar nº 241, de 29 de junho de 2005 e, os Diretores Administrativo e de Serviços de Saúde, a remuneração equivalente ao Cargo em Comissão CC-8.

§ 1º A indicação do Diretor de Serviços de Saúde recairá em profissional detentor de titulação em Ciências Biológicas e de Saúde, Ciências Humanas e/ou Administração com especialização na área da saúde.

§ 2º A indicação do Diretor Administrativo recairá em servidor detentor de titulação em Administração, ou Ciências Contábeis, ou Ciências Econômicas Jurídicas e Sociais.

§ 3º A Diretoria Executiva reunir-se-á, obri-gatoriamente, a cada 15 (quinze) dias e, ex-traordinariamente, sempre que convocada pelo Presidente do IPAM.

Art. 47. Ficam criados os seguintes cargos públi-cos no Quadro dos Cargos em Comissão e Fun-ções Gratificadas do Instituto de Previdência e Assistência Municipal (IPAM), que passam a

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integrá-lo, na forma da Lei nº 2.650, de 06 de julho de 1981.

I – FUNÇÕES AUXILIARES DE GOVERNO

QUANTIDADE DENOMINAÇÃO CÓDIGO

01 Diretor Administrativo 2.2.1.10.8

01 Diretor de Serviços de Saúde 2.2.1.11.8

Art. 48. O constante da presente Lei Comple-mentar integrará as Leis nºs 6.387, de 1º de ju-lho de 2005 (Plurianual do Setor Público para os exercícios de 2006 a 2009), e 6.594, de 29 de setembro de 2006 (Lei de Diretrizes Orçamen-tárias para o exercício de 2007), no que couber.

Art. 49. Compete ao Diretor Administrativo:

I – coordenar, através dos setores integran-tes da área, as atividades relacionadas a re-cursos humanos e serviços administrativos vinculados ao IPAM-SAÚDE;

II – coordenar a estrutura financeira do Instituto acompanhando a execução orça-mentária, operações da tesouraria, contabi-lidade financeira e controle patrimonial do IPAM-SAÚDE;

III – realizar acompanhamento dos pro-gramas, planos de trabalho, atividades de controle interno e atividades relativas a sua área de atuação, propondo ações necessá-rias para seu aprimoramento;

IV – coordenar a elaboração do orçamento e a programação financeira do Instituto;

V – apresentar relatórios periódicos do de-sembolso e fluxo de caixa, no detalhamento e pagamento solicitado, ao Presidente do Instituto e ao Conselho Gestor;

VI – supervisionar o trabalho do atuário e apresentar os cálculos para análise e delibe-ração do Presidente e do Conselho Gestor; e

VII – outras atividades delegadas pelo Pre-sidente.

Art. 50. Compete ao Diretor de Serviços de Saú-de:

I – coordenar, através dos setores integran-tes da área, as atividades relacionadas à prestação de serviços de saúde;

II – realizar acompanhamento dos progra-mas, planos de trabalho e atividades relati-vos a sua área de atuação, propondo ações necessárias para seu aprimoramento;

III – elaborar estudos visando a execução de ações extraordinárias ou implantação de novos programas, ações e/ou serviços;

IV – apresentar relatórios periódicos quan-titativos e qualitativos das ações relativas a sua área de competência;

V – analisar as situações não previstas nos regulamentos, resoluções ou normas espe-cíficas do Instituto, apresentando ao Presi-dente e ao Conselho Gestor estudos técni-cos sobre a matéria; e

VI – outras atividades delegadas pelo Presi-dente.

CAPÍTULO IVDO CONSELHO FISCAL

Art. 51. O Conselho Fiscal, órgão de fiscalização interna do IPAM-SAÚDE, é composto de 3 (três) membros titulares e de 3 (três) membros su-plentes, definidos de acordo com os seguintes critérios:

I – um titular e um suplente representan-te do Poder Executivo Municipal, indicado pelo Prefeito; e,

II – 2 (dois) titulares e 2 (dois) suplentes re-presentantes dos servidores públicos, indi-cados pela entidade sindical classista.

Legislação – Lei complementar nº 298/07 – Prof. Giuliano Tamagno

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§ 1º Compete ao Prefeito nomear e dar pos-se aos membros do Conselho Fiscal dentro de no máximo 10 (dez) dias, contados da data do recebimento da comunicação for-mal.

§ 2º A indicação dos membros do Conselho recairá, obrigatoriamente, em servidores públicos titulares de cargo efetivo, detento-res de titulação em administração, ciências contábeis, ecônomicas, jurídicas ou em cur-so técnico-contábil.

§ 3º Sempre que necessário, no exercício das atividades de Conselheiro Fiscal, o ser-vidor ficará dispensado das atribuições de seu cargo, sendo que o tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais.

§ 4º Ocorrendo vaga no Conselho Fiscal, assumirá, para completar o mandato, o res-pectivo suplente, nomeado e empossado segundo os procedimentos definidos neste artigo.

Art. 52. Compete ao Conselho Fiscal:

I – fiscalizar a administração financeira e contábil do IPAM-SAÚDE, podendo, para tal fim, requisitar perícias, examinar a escritu-ração e respectiva documentação;

II – dar parecer sobre balanços e prestações de contas anuais e balancetes mensais;

III – proceder à verificação de caixa quando entender oportuno;

IV – atender as consultas e solicitações que lhe forem submetidas;

V – examinar as prestações de contas dos servidores responsáveis por bens e valores do IPAM-SAÚDE, opinando a respeito;

VI – comunicar, por escrito, ao Conselho Gestor e à Presidência do IPAM, as defici-ências e irregularidades encontradas no de-sempenho de suas atividades;

VII – fiscalizar o recolhimento das contribui-ções, inclusive verificando a correta base de cálculo; e

VIII – eleger seu Presidente.

TÍTULO V

Das Disposições Gerais e Transitórias

CAPÍTULODAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 53. Ao IPAM-SAÚDE ficam assegurados os direitos, regalias, inscrições e privilégios de que goza a Fazenda Municipal.

Art. 54. Não haverá restituições de valores arre-cadados, excetuada a hipótese de descontos ou recolhimentos indevidos.

Art. 55. Os associados e seus dependentes, residentes ou que se encontrarem em outros municípios ou estados terão seus gastos com assistência médica, odontológica e farmacêuti-ca ressarcidos de acordo com as respectivas ta-belas do IPAM-SAÚDE e normas estabelecidas e definidas em regulamento.

Art. 56. Nenhuma alteração de serviços e mo-dificações nos percentuais e valores de cálcu-lo constantes desta Lei poderão ser instituídos sem que tenha sido avaliado o respectivo custo atuarial e instituídas as fontes para o seu cus-teio.

CAPÍTULO IIDAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 57. Os membros do atual Conselho Delibe-rativo do Instituto de Previdência e Assistência Municipal – IPAM exercerão seu mandato até a constituição do Conselho Gestor.

Art. 58. Os atuais beneficiários do Plano de Saú-de estabelecido através da Lei nº 2.274/76, per-manecem vinculados ao IPAM-SAÚDE, no Plano Familiar.

§ 1º Aos servidores cabe solicitação de alte-ração de Plano.

§ 2º Aos beneficiários mencionados no ca-put não incidirão carências.

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§ 3º Novos dependentes que forem inscri-tos no prazo de 30 (trinta) dias a contar da publicação desta Lei Complementar estarão isentos das carências previstas nos incisos I, II, III e V do art. 16.

§ 4º Os atuais dependentes inscritos com fundamento no inciso III do art. 9º, da Lei nº 2.274/76, permacem vinculados a este Pla-no de Saúde.

Art. 59. No prazo máximo de 180 (cento e oiten-ta) dias da publicação desta lei, o IPAM-SAÚDE efetuará o recadastramento de todos os asso-ciados e dependentes.

Art. 60. Aos servidores e pensionistas cujo dé-bito na conta reposição ultrapasse o limite de 3 (três) vezes o salário de contribuição, a partir da vigência desta lei, o percentual a ser desconta-do, até o retorno ao limitador, será de até 20% (vinte por cento) para a dívida já existente, ga-rantindo-se a aquisição de medicamentos com os descontos e subsídios praticados aos associa-dos mediante pagamento a vista.

Art. 61. Esta Lei Complementar será regulamen-tada no prazo 180 (de cento e oitenta) dias a partir de sua publicação.

TÍTULO VII

Das Disposições FinaisArt. 62. O art. 181 da Lei Complementar nº 3.673, de 24 de junho de 1991, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 181. O Município promoverá as-sistência aos servidores buscando o bem estar físico e mental e o aperfeiço-amento intelectual.

§ 1º Caberá especialmente ao Município o custeio:

I – do tratamento dos servidores atingidos por doenças profissionais contraídas nos lo-cais de trabalho;

II – do tratamento de servidores acidenta-dos no serviço; e

III – da organização de programas de educa-ção e propaganda sanitária e de prevenção contra acidentes do trabalho.

§ 2º A realização do plano de assistência de que trata este artigo poderá ser delegada com ônus para o Município."(NR)

Art. 63. Ficam extintos do Quadro dos Cargos em Comissão e Funções Gratificadas do Ins-tituto de Previdência e Assistência Municipal – IPAM, os cargos abaixo, criados pela Leis nºs 2.650, de 6 de julho de 1981 e 4.202, de 5 de dezembro de 1994, respectivamente.

I – FUNÇÕES AUXILIARES DE GOVERNO

QUANTIDADE DENOMINAÇÃO CÓDIGO

01 Diretor Benefícios 2.2.1.2.7

01 Diretor Administrativo 2.1.3.7.8

Art. 64. As contribuições previstas no art. 35 se-rão exigíveis após 90 (noventa) dias da publica-ção desta Lei Complementar.

Art. 65. Fica revogado o § 1º do art. 325 da Lei Complementar nº 3.673, de 24 de junho de 1991.

Art. 66. Ficam revogadas as Leis nºs 2.399, de 29 de dezembro de 1977; 3.161, de 2 de outu-bro de 1987; 3.393, de 19 de outubro de 1989; 4.047, de 24 de novembro de 1993; 4.087, de 29 de dezembro de 1993 e 4.599, de 23 de de-zembro de 1996, e os seguintes dispositivos da Lei nº 2.274, de 23 de março de 1976: Título I, arts. 2º e 3º; Título II ao Título V e Título VI, do art. 76 ao art. 87.

Art. 67. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Caxias do Sul, 20 de dezembro de 2007; 132º da Colonização e 117º da Emancipa-

ção Política.

José Ivo Sartori,PREFEITO MUNICIPAL.