lean startup

20
Lean Startup Uma abordagem sobre a agilização de Processos na criação de projectos empresariais de Software Por: Maria Antónia de Oliveira Dias Alves Pimenta Ferreira Janeiro 2012

Upload: maria-antonia-ferreira

Post on 13-Jan-2015

391 views

Category:

Education


1 download

DESCRIPTION

Olhando a Word Wide Web segundo a perspectiva triangular baseada na relação entre a ligação da tecnologia utilizada no desenvolvimento das aplicações, o modelo de negócios mais apropriado associado com uma estratégia de Marketing Relacional. Será pertinente verificar como se deve realizar a articulação entre estes tês vértices, de forma a que a sua combinação seja geradora de mais valor.

TRANSCRIPT

Page 1: Lean startup

Lean Startup Uma abordagem sobre a agilização de Processos na criação de projectos empresariais de

Software

Por:

Maria Antónia de Oliveira Dias Alves Pimenta Ferreira

Janeiro 2012

Page 2: Lean startup

Lean Startup

2 | P á g i n a

Índice

Página Introdução 3 I) Conceito de Startup 4 II)Conceito Lean 8

1- História do Conceito Lean 8 2- Evolução do Conceito Lean 9 3- Lean Software Development 11

III) Lean Startup 13 1- Conceito e Técnicas do Lean Startup 13 2- O Sucesso do Lean Startup 16

2.1- As Startups de Sucesso 16 2.1-1 As do Lean Startups com implantação a nível mundial 16 2.1-2 As do Lean Startups com implantação a nível nacional 17

Conclusão 19 Bibliografia / Webgrafia 20

Page 3: Lean startup

Lean Startup

3 | P á g i n a

Introdução

Olhando a Word Wide Web segundo a perspectiva triangular baseada na relação entre a

ligação da tecnologia utilizada no desenvolvimento das aplicações, o modelo de negócios

mais apropriado associado com uma estratégia de Marketing Relacional. Será pertinente

verificar como se deve realizar a articulação entre estes tês vértices, de forma a que a sua

combinação seja geradora de mais valor.

Valor criado a partir de boas “visões” gera software de sucesso e necessariamente

empresas de sucesso.

Os sinais da "crise", que se fazem sentir atualmente de forma evidente, tornam ainda mais

imperativo que as organizações se concentrem na redução das actividades que não

acrescentam valor – menos desperdício, incrementando, simultaneamente, o

desenvolvimento de uma mentalidade aberta à criatividade e à inovação – mais valor,

evitando estratégias de curto prazo, de forma a demonstrar a sustentabilidade do negócio a

todas as partes interessadas – mais respeito pelas pessoas.

Page 4: Lean startup

Lean Startup

4 | P á g i n a

I) Conceito Startup

Startup pode ser definido como um modelo embrionário de criação de pequenos projectos

empresariais, ligados à pesquisa, investigação e desenvolvimento de ideias inovadoras,

frequentemente de base tecnológica.

Com o desenvolvimento do hardware e software de suporte das tecnologias de

informação e comunicação, permitindo o aumento exponencial de utilizadores da internet,

a Web tornou-se numa das maiores se não a maior das plataformas de negócio a nível

mundial e local por excelência de implementação de um grande número de Startups.

O termo Startup possui uma herança de empreendorismo e inovação bastante forte, que

nos pode recordar empresas como a Google, Yahoo, Ebay , Paypal, Flickr, Youtube e mais

recentemente o fenómeno da Facebook, entre muitas outras, que beneficiaram de

crescimentos explosivos, liderando hoje os segmentos de mercado onde actuam.

Segundo Yuri Gitahy especialista em startups, investidor-anjo (BA) e conselheiro de

empresas de tecnologia, em entrevista à revista VISÃO, a 20 de Outubro de 2010, tudo

começou durante a época que denominaram de bolha da Internet, entre 1996 e 2001.

Apesar de usado nos EUA há várias décadas, só na bolha “.com” o termo "startup"

começou a ser usado pelo resto do mundo. Significava um grupo de pessoas que

trabalhava com uma ideia diferente que, aparentemente, poderia realizar dinheiro. Além

disso, "startup" sempre foi sinônimo de iniciar uma empresa e colocá-la em

funcionamento.

Mas qual o conceito a que os investidores chamam de startup?

Muitas pessoas dizem que qualquer pequena empresa no seu período inicial pode ser

considerada uma startup. Outros defendem que uma startup é uma empresa com custos

de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada

vez maiores. Mas há uma definição mais atual, que parece satisfazer a diversos

especialistas e investidores: uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo

de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza.

Apesar de curta, essa definição envolve vários conceitos:

- Um cenário de incerteza significa que não há como afirmar se aquela ideia e projeto de

empresa irão realmente dar certo - ou pelo menos provarem ser sustentáveis.

- O modelo de negócios é como a startup gera valor - ou seja, como transforma o seu

trabalho em dinheiro. Por exemplo, um dos modelos de negócios do Google é cobrar por

cada click nos anúncios mostrados nos resultados de busca - e esse modelo também é

usado por muitos outros motores de busca. Um outro exemplo seria o modelo de negócio

de direitos de autor: em que o seu utilizador paga royalties por uma marca, mas tem

acesso a uma receita de sucesso com suporte no criador dessa marca ou produto - e por

isso aumenta as hipóteses de gerar lucro.

Page 5: Lean startup

Lean Startup

5 | P á g i n a

- Ser repetível significa ser capaz de entregar o mesmo produto novamente em escala

potencialmente ilimitada, sem muitas personalizações ou adaptações para cada cliente.

Isso pode ser feito tanto ao vender a mesma unidade do produto várias vezes, ou tendo-os

sempre disponíveis independente da procura. Uma analogia simples para isso seria o

modelo de venda de filmes: não é possível vender a mesma unidade de DVD várias vezes,

pois é preciso fabricar um diferente a cada cópia vendida. Por outro lado, é possível ser

repetível com o modelo pay-per-view (modelo utilizados nos “vídeo Clubes” dos

operadores 3 Play para televisão digital Meo ou Zon por exemplo) – em que o mesmo

filme é distribuído a qualquer um que queira pagar por ele sem que isso tenha impacto na

disponibilidade do produto ou no aumento significativo do custo por cópia vendida.

- Ser escalável é a chave de uma startup: significa crescer cada vez mais, sem que isso

influencie no modelo de negócios. Crescer em receita, mas com custos crescendo bem

mais lentamente. Isso fará com que a margem seja cada vez maior, acumulando lucros e

gerando cada vez mais riqueza.

É justamente por esse ambiente de incerteza (até que o modelo seja encontrado) que

tanto se fala em investimento para startups - sem capital de risco, é muito difícil persistir

na busca pelo modelo de negócios enquanto não existe receita. Após a comprovação de

que ele existe e a receita começar a crescer, provavelmente será necessária uma nova leva

de investimento para essa startup se tornar uma empresa sustentável. Quando se torna

escalável, a startup deixa de existir e dá lugar a uma empresa altamente lucrativa. Caso

contrário, ela precisa de se reinventar - ou enfrenta a ameaça de morrer prematuramente.

A esse ambiente de incerteza que caracteriza uma startup, embora baseado e bem

fundamentado num modelo de negócios, na identificação dos cinco elementos principais

que o compõem:

- Modelo de proposta de valor ou a forma como a empresa de startup define qual os

eu diferencial de mercado e como se destaca dos demais que operam nesse mesmo

mercado.

- Modelo de interface com o consumidor, ou seja, como é realizado o interface com os

seus utilizadores/clientes /consumidores.

- Modelo de operação, entendido como qual a melhor forma para levar o seu produto

até aos seus utilizadores/clientes/consumidores.

-Modelo estratégico ou identificação de como serão atingidos os objectivos

estratégicos, tais como a missão da empresa/startup, a sua visão, os seus valores e

todas as competências necessárias ao seu adequado funcionamento.

- Modelo económico na perspectiva da demonstração da viabilidade financeira.

E ainda que associado com uma estratégia de Marketing Relacional, filosofia que aponta

no sentido de uma relação mais individualizada e de aprendizagem com cada um dos seus

“clientes” (utilizadores/clientes/consumidores), através de uma grande interactividade, de

Page 6: Lean startup

Lean Startup

6 | P á g i n a

modo a obter a informação para conseguir oferecer produtos/serviços ajustados às suas

necessidades específicas.

A “visão” (ideia/projecto) alicerçado numa correcta fundamentação de modelo de

negócio, e uma estratégia de Marketing, não é na grande maioria dos casos, condição sine

qua non para despertar o interesse de investidores, tão necessário à obtenção do capital

de risco necessário ao arranque de uma startup.

Este paradigma embora seja mais fácil de superar em países como os Estados unidos da

América, nomeadamente no centro nevrálgico da tecnologia mundial, Silicon Valley, local

por excelência da existência de grande quantidade de investidores, com visão para o

investimento em sartups, onde está sediado Sean Parker (General Partner e Founders

Fund) inicialmente conhecido como criador do Napster e que entre muitos investimentos

em startups e cargos como presidente do Facebook, é um “pesquisador de talentos” e de

“visões”, o que o tornou um empresário de enorme sucesso.

Silicon Valley, será pois o local no mundo onde se concentram as maiores empresas de

índole tecnológica do mundo geradas a partir de startups e consequentemente a sede dos

denominados BA- Business Angels.

O que são Business Angels e para que servem?

Business Angels são capitalistas de risco individuais que cobrem as necessidades de

financiamento a que o Capital de Risco institucional não dá resposta, nomeadamente os

projectos de capital semente e de capital inicial vulgarmente designado por startups. Na

sua maior parte, antigos empreendedores que alienaram, na totalidade ou em parte, o seu

negócio e que pretendem reinvestir uma parte dos seus capitais em empresas que lhes

possam permitir continuar a participar no “jogo” empresarial e obter resultados atractivos

no futuro.

As motivações que se encontram subjacentes aos Business Angels reflectem o seu perfil:

enquanto investidores pretendem conseguir uma mais-valia a médio prazo, no momento

da venda ou entrada da empresa num mercado bolsista. Enquanto antigos

empreendedores, procuram reviver – ou continuar a viver - o entusiasmo e a excitação

que se encontram associados à criação de uma empresa, em especial no domínio das

tecnologias de informação, onde o desenvolvimento é normalmente espectacular e

rápido.

Numa operação de Capital de Risco, o grau de liberdade de gestão do empreendedor pode

variar muito, mas normalmente a gestão operacional fica 100% a seu cargo. O investidor

fica normalmente com funções de assessoria à gestão.

Na nomenclatura anglo-saxónica existem dois termos que definem este tipo de relação:

“hands-on” e “hands-off”. Quando um investidor é do segundo tipo, a sua contribuição é

meramente financeira e todas as responsabilidades de gestão ficam a cargo do

empreendedor. O investidor exige pouco mais do que um relatório mensal das actividades

da empresa. De qualquer forma, os acordos contratuais definem qual o tipo de decisões

que podem merecer aprovação do investidor (decisões estratégicas ou grandes

Page 7: Lean startup

Lean Startup

7 | P á g i n a

investimentos). Quando o investidor é “hands-on”, entra também com as suas

competências ou contactos, e procura ter um envolvimento ativo na gestão da empresa.

Ele procura encorajar as equipas, estimulá-las e mantê-las, mas também dizer-lhes onde e

quando elas se desviam do rumo traçado.

Em países como Portugal, quer o conceito de startup, quer o surgimento dos Business

Angels estão ainda a dar os primeiros passos, o que torna a criação de startups muito mais

difícil de concretizar, provocando que muitos projectos e visões (ideias) não passem do

papel, ou geralmente, quando as startups são criadas, o investidor do capital de risco ou

semente como também vulgarmente é designado é simultaneamente o criador do

projecto.

Mas será que Startups são somente empresas de internet?

Não necessariamente. Elas só são mais frequentes na Internet porque é bem mais barato

criar uma empresa de software do que uma de agronegócio ou biotecnologia, por

exemplo, e a web torna a expansão do negócio bem mais fácil, rápida e barata - além da

venda ser repetível. Mesmo assim, um grupo de pesquisadores com uma patente

inovadora pode também ser uma startup - desde que ela comprove um negócio repetível e

escalável.

Page 8: Lean startup

Lean Startup

8 | P á g i n a

II) Conceito Lean

1- História do Conceito Lean

O conceito ou filosofia Lean como alguns investigadores preferem denominar-lhe, embora

seja novo na sua implementação em algumas áreas, bebe nos seus principais pressupostos

conceitos que datam de há dois seculos.

Desde o final de 1890, Frederick W Taylor inovou ao estudar e divulgar a gestão científica

do trabalho, que teve como consequências a formalização do estudo dos tempos e o

estabelecimento de padrões.

Frank Gilbreth acrescentou às técnicas criadas por Frederick W Taylor a decomposição do

trabalho em movimentos elementares.

Surgiram então os primeiros conceitos de eliminação do desperdício e os estudos sobre o

movimento.

Henry Ford, em 1910, inventou a linha de montagem para o Ford T, produto padrão.

Alfred P. Sloan aperfeiçoou o sistema Ford introduzindo na GM o conceito de diversidade

nas linhas de montagem.

Após a Segunda Guerra Mundial, Taiichi Ohno e Shingeo Shingeo criaram, para a Toyota,

os conceitos do «just-in-time», «waste reduction», «pull system» que, acrescidos a outras

técnicas de introdução de fluxo, criaram o Toyota Production System (TPS).

Desde esse período, o TPS nunca parou de evoluir e de se aperfeiçoar. James Womack em

1990 sintetizou esses conceitos para formar o Lean-Manufacturing, enquanto que o

“know-how” japonês se difundiu por todo o Ocidente à medida que se torna evidente o

sucesso das empresas que aplicam esses princípios e técnicas.

A utilização do conceito Lean-Manufacturing traria às empresas consequências financeiras,

como a redução dos activos circulantes (stocks e trabalhos em curso), a redução dos

capitais utilizados, o aumento de tesouraria, a melhoria do retorno sobre investimento,

bem como trabalho sobre a produtividade e rentabilidade da conta de ganhos e perdas

através da redução dos custos de produção. Consequências industriais como a redução

dos investimentos para produção igual, o aumento da produção com um investimento

constante, a produção ecológica, fábricas mais compactas bem como a melhoria da

qualidade. Consequências comerciais traduzidas na produção adaptada à procura do

cliente, na redução dos prazos de entrega e numa maior satisfação do cliente.

Page 9: Lean startup

Lean Startup

9 | P á g i n a

2- Evolução do Conceito Lean

James Womack e Daniel Jones criaram o termo "Lean Thinking" (ou "Mentalidade Enxuta")

para denominar uma filosofia de negócios baseada no Sistema Toyota de Produção e no

conceito Lean-Manufacturing, que olha com detalhe para as atividades básicas envolvidas

no negócio e identifica o que é o desperdício e o que é o valor a partir da ótica dos clientes

e utilizadores.

As práticas envolvem a criação de fluxos contínuos e sistemas exigentes baseados na

necessidade real dos clientes, a análise e melhoria do fluxo de valor planeados e da cadeia

completa, desde as matérias-primas até aos produtos acabados, e o desenvolvimento de

produtos que efetivamente sejam soluções do ponto de vista do cliente. A adoção dessa

filosofia tem trazido resultados extraordinários para as empresas que a praticam.

Originalmente concebida por Taiichi Ohno e colaboradores, essencialmente como práticas

industriais, têm sido gradualmente disseminadas em todas as áreas da empresa e também

para empresas dos mais diferentes tipos e setores, tornando-se efetivamente uma filosofia

e uma cultura empresarial.

Os resultados obtidos geralmente implicam num aumento da capacidade de oferecer os

produtos que os clientes querem, na hora que eles querem, aos preços que eles estão

dispostos a pagar, com custos menores, qualidade superior, "lead times" (tempos curtos),

garantindo assim uma maior rentabilidade ao negócio em que for aplicado. Desenvolvido

originalmente no ambiente de produção industrial, o lean thinking vem sendo aplicado,

com grandes resultados na eliminação de desperdícios, nos diferentes departamentos das

organizações, dentro de um novo conceito denominado "Lean Enterprise" (administração,

desenvolvimento de produto e produção), bem como em empresas de diversos setores,

tais como: automobilístico, aeronáutico, eletrónico, serviços, construção, saúde, etc.

O processo de pensamento de cinco passos para orientar a implementação de técnicas

lean é fácil de lembrar, mas nem sempre fácil de alcançar:

1. Definir precisamente o valor a partir da perspectiva do cliente final, em termos de um

produto específico, com capacidades específicas, oferecidas a um preço específico e num

determinado espaço de tempo.

2. Identificar todas as etapas do fluxo de valor para cada família de produtos, eliminando

sempre que possível, os passos que não criam valor.

3. Fazer com que os passos de criação de valor ocorram numa sequência apertada

permitindo assim que o produto flua suavemente em direção ao cliente.

4. Projetar e fornecer o que o cliente quer, apenas quando o cliente quer.

5. Quando o valor for especificado, fluxos de valor são identificados, os passos

desperdiçados são removidos, e o fornecimento ao cliente é realizado segundo o

Page 10: Lean startup

Lean Startup

10 | P á g i n a

Identificar o Valor

Mapa do Fluxo de

Valor

Criar Fluxo

Estabelecer o Arranque

Procurar a Perfeição

projetado, começar o processo novamente e continuar até um estado de perfeição que é

alcançado quando o valor perfeito é criado sem desperdício.

O Lean thinking, enquanto filosofia de gestão, coloca o seu focus na melhoria da

produtividade, na redução ou eliminação de custos e tempos, promovendo as atividades

que realmente acrescentam valor para o cliente. Este conceito ultrapassa as fronteiras da

indústria e atinge os serviços na generalidade, quer sejam do domínio empresarial ou

público.

Os diferentes domínios de aplicabilidade do Lean thinking levaram à criação das mais

variadas ferramentas Lean como:

• Lean Manufacturing

Lean Enterprise

Lean Software Development

• Lean Logistics

• Lean Consumption

• Lean Project Management

• Lean Accounting

• Lean Health Care Systems

Page 11: Lean startup

Lean Startup

11 | P á g i n a

• Lean Management

• Lean Supply Chain

• Lean Services

• Lean 6 Sigma

• Lean Governance

• Lean X

• Lean Research

• Lean Training

• Lean Construction

• Lean Transformation

(entre outras).

3- Lean Software Development

Na área de software o "Lean Thinking" é conhecido por Lean Software Development (LSD).

Os objetivos são desenvolver o software em menos tempo, com menos orçamento, e com

menos defeitos.

Lean Software Development não é uma metodologia de gestão ou de desenvolvimento per

si, mas oferece princípios que são aplicáveis em qualquer ambiente para melhorar o

desenvolvimento de software.

Os princípios no desenvolvimento do software:

Eliminar o Desperdício

Funcionalidades Extras - É necessário um processo que permita criar apenas os

20% de funcionalidades que dará 80% de valor. Não se especifique demasiado

cedo.

Criar Conhecimento

Planificar é muito importante. Aprender é essencial. O futuro é criado com

feedback, não com planos adivinhatórios, os padrões devem ser melhorados

continuamente.

Page 12: Lean startup

Lean Startup

12 | P á g i n a

Produzir com qualidade

Se rotineiramente se encontra defeitos nos sistemas num processo de verificação,

é porque o processo está defeituoso. (TDD e testes de aceitação automatizados,

integração continua)

Adiar decisões e comprometimentos

Eliminar a ideia de que iniciar o desenvolvimento deve acontecer através de uma

especificação completa.

Arquitetura deve suportar a adição de qualquer nova funcionalidade a qualquer

momento.

Aprender o máximo possível até se tomar uma decisão irreversível.

Entregar rápido

Empresas que competem com base na velocidade possuem uma grande vantagem

em custo, entregam qualidade superior e são mais alinhadas às necessidades dos

clientes. Diminuir o tempo entre ciclos com menos funcionalidades e menos itens

em processo. Estabelecer uma velocidade confiável e cíclica com o

desenvolvimento interativo.

Respeitar as pessoas

Equipas despontam através de Orgulho, Comprometimento, Confiança. Os

membros estão mutualmente comprometidos a alcançar um objetivo comum.

Melhorar o sistema

Foco sobre Toda a Cadeia de Valor - Da requisição do cliente à instalação do

software.

Page 13: Lean startup

Lean Startup

13 | P á g i n a

III) Lean Startup

1- Conceito e Técnicas do Lean Startup

“Lean Startup” pode ser definida como uma filosofia para o desenvolvimento de novas

estratégias de negócio.

Desenvolvida por Eric Ries considerado um dos melhores jovens empresários de Silicon

Valley na área do Negócio Eletrónico, que define de forma genérica que “Startup mais do

que inteligência, mais do que dinheiro, mais do que trabalho duro e empenho Startup é

uma visão. “

A Lean Startup é a forma prática de implementar a cultura de aprendizagem necessária

para as Startups, principalmente para o caso das empresas de software. Essa filosofia está

a ganhar cada vez mais influência nos círculos de empreendorismo tecnológico em todo o

mundo, especialmente no epicentro, Silicon Valley, onde os efeitos da crise econômica

têm refletido bastante na quantidade de Capital de risco disponível, o que

consequentemente tem obrigado as Startups a serem muito mais eficientes e objetivas.

A premissa principal da Lean Startup é de que quanto maior a velocidade e menor o custo

de cada grande interação – onde a Startup valida ou elimina hipóteses importantes sobre o

seu produto ou mercado – maiores são as suas hipóteses de sucesso. Não são raros os

casos onde essas interações resultam em mudanças significativas na ideia original dos

fundadores, a que Eric Ries chama de “pivôs”. De facto, em retrospectiva, um ponto em

comum que caracteriza a grande maioria das Startups de sucesso (ex. Paypal, Flickr, eBay,

Youtube, etc.), é que estas souberam modificar esses “pivôs” conforme iam descobrindo

novas evidências sobre o seu negócio.

A Lean Startup baseia-se na combinação do seguinte tripé:

- Customer Development: Processo interativo que parte da premissa de que “os factos

estão fora do centro de desenvolvimento, dentro dele só existem opiniões”, e que o

empreendedor os deve procurar o mais rápido possível antes de validar as suas hipóteses

fundamentais no mercado.

O modelo é composto por quatro passos, que devem ser aplicados com rigor nos

objetivos, mas com flexibilidade nos métodos, de acordo com o tipo de negócio da

Startup. A figura abaixo ilustra essas etapas:

Page 14: Lean startup

Lean Startup

14 | P á g i n a

Resumidamente, a descrição de cada passo é a seguinte:

- Customer Discovery: Testes das hipóteses de mercado e entendimento dos

problemas dos clientes pelos criadores do projeto, verificando se o produto proposto

atende essas necessidades de forma satisfatória. Procurando responder à questão: os

clientes querem o seu produto?

- Customer Validation: Validação do processo de vendas e distribuição do produto,

onde se desenvolve um modelo de negócio replicável e escalável. Procurando

responder à questão: os clientes efetivamente pagam pelo seu produto?

- Customer Creation: Criação da exigência de escalonamento das vendas. É a etapa

(e só aqui) onde é feito o lançamento das campanhas de Marketing (Marketing

Launch).

- Company Building: Criação e prática de processos para “lubrificar a máquina” e

finalizar a transição de uma organização focada numa “Procura de negócio”, para uma

focada na execução. É a fase onde a empresa tem o desafio de crescer e chegar ao

público.

- Desenvolvimento Ágil: Aplicação de metodologias tais como XP (metodologia assente

nos quatro valores: As Pessoas e as interações entre elas são mais importantes que

processos e ferramentas; O Software em funcionamento é mais importante que uma

documentação abrangente; A colaboração com o cliente é mais importante que

negociação de contratos; Responder às mudanças é mais importante que seguir um

plano), ajustadas para o ambiente das Startups, que possibilitam grande redução do

tempo em cada intervenção no desenvolvimento, aumentando a velocidade da “Procura

de negócio” através de feedback real dos clientes/utilizadores.

- Plataforma Tecnológica: Uso de serviços, frameworks e tecnologias diversas (WordPress,

Google Adwords, etc), que garantem baixo custo e uma agilidade sem precedentes na

construção de produtos de base tecnológica.

Em suma o Lean Startup parte do princípio que tanto o problema (ideia ou necessidade do

cliente) quanto a solução (produto) são desconhecidos e que a descoberta de ambos é um

processo interativo que aglutina o desenvolvimento do produto com atividades de

Customer Development, seja por investigação qualitativa (entrevistas, testes de

usabilidade, …) ou seja por experimentação quantitativa com software em produção com

clientes reais. A figura seguinte ilustra essa integração.

Page 15: Lean startup

Lean Startup

15 | P á g i n a

Ideias

Construção

Código

Monotorização de Tempo

Dados

Aprendizagem

Para o caso das experimentações quantitativas, Eric Ries fez um diagrama simplificado que

ele chama de Loop Fundamental de uma Lean Startup e ilustra como uma equipa deve

proceder nas atividades dentro de um centro de desenvolvimento de software.

Atingindo assim a premissa principal do Lean Startup quanto maior a velocidade de

construção de código e menor o custo de cada repetição maiores são as possibilidades de

Sucesso.

Page 16: Lean startup

Lean Startup

16 | P á g i n a

2- O Sucesso do Lean Startup

Embora este conceito só tenha sido criado em 2008, ele caracteriza a grande maioria das

Startups bem sucedidas, como a Paypal, Flickr, eBay, Youtube, Facebook, entre muitas

outras como anteriormente foi referido. Muitas dessas statups embora não partissem de

todas as premissas do conceito actual do Lean Startup, utilizaram já os seus conceitos base

no seu desenvolvimento.

2.1- As Lean Startups de Sucesso

Muitas são as Startups de sucesso actuais que utilizaram o conceito Lean Startup, desde o

início da sua implementação, tornando-se empresas de sucesso, umas a nível mundial

outras com um nível de abrangência de mercado mais local, focadas no país onde foram

criadas.

2.1-1. As Lean Startup com implantação a nível mundial

A nível mundial poderemos destacar algumas Lean Startup como a DropBox, ou a Grockit.

A Dropbox é uma startup que fornece aos seus utilizadores

um serviço para armazenamento de ficheiros digitais dos

mais diversos tipos e formatos, baseado no conceito de

"computação em nuvem" ("cloud computing") a Dropbox

disponibiliza enormes e poderosas centrais de

computadores que conseguem armazenar os ficheiros dos

seus utilizadores espalhados pelo mundo. Uma vez que os ficheiros sejam copiados para os

servidores da Dropbox, passarão a ficar acessíveis a partir de qualquer lugar que tenha

acesso à internet. O princípio é o de manter arquivos sincronizados entre dois

computadores que tenham o Dropbox instalado.

A Grockit é uma startup, cujo conceito assenta numa rede

social de aprendizagem. Através da Grockit, os

utilizadores/alunos podem fazer testes das mais variadas

disciplinas, exercitando e testando assim os seus

conhecimentos. Esta rede social aos seus utilizadores/alunos

a partilha e colaboração de informação didáctica on-line com

outros utilizadores/alunos. A Grockit disponibiliza aos seus

utilizadores/alunos um programa de preparação para os

principais exames dos diversos graus de ensino nos EUA, através de um vasto reportório

de exames standard. A Grockit acredita que as pessoas aprendem melhor através de

situações ensino entre os seus pares (aluno para aluno) do que através do conceito do

ensino normal professor para aluno. A tecnologia da Grockit assenta na integração de

elementos de inteligência artificial.

Page 17: Lean startup

Lean Startup

17 | P á g i n a

2.1-2 As Lean Startup com implantação a nível nacional

A nível Nacional começam a surgir também já algumas Lean Startup de sucesso das quais

se referência a LeanDo e a ServidorEscola.

A LeanDo Technologies SA é uma Lean Startup de

desenvolvimento de Software com sede em Lisboa e

uma empresa do grupo internacional WhatEver, grupo

existente desde 1997.

Focados na agilização de processos na produção de Software, oferecendo serviços nas

áreas, Financeira, Logística, Educação e Utilitários, em plataforma multi-idioma. Realizam o

seu desenvolvimento de Software em Java, PHP, C#, SugaCRM. É prática comum no seu

desenvolvimento de aplicações utilizarem o conceito LSD (Lean Software Development).

A ServidorEscola é uma Startup construída de raiz

através do conceito de Lean Startup na área do

Software de Gestão Escolar. Construída a partir da

“Visão” pivô de desenvolvimento de um software

inexistente no mercado. Software esse que

permitisse realizar a Gestão de Contas de Gerência

das escolas. Os seus fundadores realizaram o seu modelo de negócio, para a sua ideia pivô,

baseado numa aplicação pensada para ser executada em ambiente de rede local. A equipa

de fundadores formada por três elementos com experiência no ensino e simultaneamente

no desenvolvimento de Software enquanto freelancers, capacidades técnicas achadas

suficientes para a construção da Startup, depressa se depararam com os primeiros

problemas.

- Toda a aplicação teria que ser construída como um todo logo numa primeira versão beta

de teste.

- Questionando-se se seria suficiente o retorno da informação (erros, sugestões,

satisfação) da utilização dessa versão, apenas por uma ou duas escolas teste.

- Os custos de assistência e manutenção do produto.

- Os custos de distribuição do produto.

- Os custos associados ao marketing.

Perante tal cenário e verificando que o capital semente (risco) necessário, seria elevado

para as capacidades financeiras de investimento dos fundadores e tendo estes bem

presente a noção que não basta uma boa ideia, fundamentada num bom modelo de

negócio e associado a uma boa estratégia de Marketing, para cativar e angariar

Page 18: Lean startup

Lean Startup

18 | P á g i n a

investidores, fundamentalmente em Portugal em que essa figura ainda é rara de

encontrar.

Partiram então para a reformulação da ideia Pivô. Dessa reformulação, resultaram as

seguintes modificações:

- Construção de uma plataforma Web.

- A aplicação estava incluída num portal.

- Atribuir acesso gratuito durante um período que foi definido pelos fundadores.

-Inclusão da Funcionalidade de Comunicação via email de “Anomalias”, “Sugestões” e

“Reclamações” logo desde a colocação do portal on-line.

Esta reformulação do Pivô levou à reestruturação do modelo de negócio e do tipo de

Marketing utilizado o que permitiu a construção da Startup, pois o capital semente reduziu

para valores substancialmente inferiores.

A comunicação intensa com os utilizadores permitiu agilizar os processos provocando

alterações de código mais rápidas indo de encontro às expectativas e necessidades dos

utilizadores. As diversas sugestões dos utilizadores provocaram alterações ao pivô,

acrescentando-lhe novas ferramentas e funcionalidades para satisfação dos mesmos.

Algum tempo após a fase de implementação e do tempo de utilização gratuita a Servidor

Escola possuía já uma carteira de clientes considerável, tornando-se numa empresa com

lucros “razoáveis” segundo os seus fundadores.

Page 19: Lean startup

Lean Startup

19 | P á g i n a

Conclusão

A escolha o tema “Lean Startup” não foi um acaso, mas sim por acreditar que este

conceito de agilização de processos será o futuro das Startups de sucesso, quer a nível

Mundial quer Nacional.

As Startups possuem uma herança de empreendorismo e inovação bastante forte e poderá

ser uma das formas de ultrapassar a depressão económica atualmente existente.

Apoiada nos testemunhos das Lean Startup de sucesso que investiguei e especialmente do

último caso relatado, a Startup “ServidorEscola”, é minha plena convicção, de que este é o

caminho a seguir na criação de empresas de índole tecnológica e que a sua plataforma por

excelência será a world Wide Web pois elimina quaisquer fronteiras ou quaisquer tipo de

barreiras como a linguística.

Para terminar, gostaria de voltar a citar o autor deste conceito, Eric Ries

“Startup mais do que inteligência, mais do que dinheiro, mais do que

trabalho duro e empenho Startup é uma visão. “

Page 20: Lean startup

Lean Startup

20 | P á g i n a

Bibliografia

Taborda, Ana (2006). “O que é uma Startup?”. Diário Económico

Antunes, Joaquim e Rita, Paulo (2008). “O Marketing Relacional como novo paradigma”.

Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão.

Pinto, J. P. (2006). “Gestão de Operações”. LIDEL Edições Técnicas.

Yuri, Gitahy (2010). “Afinal o que é uma Startup”. Revista VISÃO

Webgrafia

http://www.youtube.com/watch?v=zGXAVw3vF9A&feature=player_embedded

http://www.startuplessonslearned.com/

http://theleanstartup.com/

http://www.leandotech.com/

http://www.slideshare.net/venturehacks/customer-development-methodology-

presentation

http://www.ipei.pt/index.php?option=content&task=view&id=56

http://www.lean.org

http://www.apba.pt

https://plus.google.com/106645217405104240059/posts/fBdT4at8pHh#10664521740510

4240059/posts/fBdT4at8pHh