lavagem-lixiviaÇÃo do potÁssio em folhas de … · tabela 1. potencial de crescimento de calos...

15
Solos - Adubação 2010 LAVAGEM-LIXIVIAÇÃO DO POTÁSSIO EM FOLHAS DE CAFEEIROS J.B. Matiello e A.W. R. Garcia, Engs Agrs Mapa-Procafé, Edson C. Figueiredo e Ana Carolina R.S.Paiva - Engs Agrs Fundação Procafé O potássio é o segundo nutriente mais exigido pelo cafeeiro, sendo importante especialmente na formação dos grãos e na sua produtividade. A planta de café tem como principal fonte de suprimento a disponibilidade no solo, diretamente ou via adubação potássica. Nas folhas a suficiência nutricional é avaliada pela análise do tecido foliar, considerando-se adequado o nível entre 1,6 e 2%, dependendo da época do ano e da carga dos cafeeiros. A disponibilidade de potássio, como a maioria dos nutrientes, é crítica na fase de rápido crescimento do cafeeiro e na granação dos frutos, que ocorre de novembro a março, coincidindo com o período chuvoso. Moraes & Arens (1969), constataram ser o K facilmente lavado das folhas de plantas cultivadas, quando estas são lavadas, mostrando que o fenômeno pode ocorrer em condições de campo, graças à ação da água do orvalho ou das chuvas. A proporção de potássio retirada das folhas deve estar na dependência da característica foliar de cada espécie vegetal, que pode variar em teor de lignina, celulose e outros. Não se conhece nenhum trabalho anterior quantificando o processo de lavagem de K das folhas do cafeeiro. Deste modo, o presente trabalho objetivou avaliar a perda de K pelas folhas do cafeeiro, em 2 condições importantes, quando ainda verdes, na planta, e quando secas, estando no chão e assim cedendo nutrientes na sua reciclagem. O trabalho foi realizado em folhas de cafeeiros da variedade Catucai vermelho 785/15, aos 3 anos de idade, tomadas no campo da Fazenda Experimental de Varginha. Foram coletadas cerca de 1000 folhas, do 3º-4º pares. O material foi imediatamente levado ao laboratório de análise vegetal da Fundação Procafé, onde foram misturadas as folhas e separadas em 24 lotes de 40 folhas. O experimento foi conduzido em blocos inteiramente casualizados com 4 tratamentos e 6 repetições, totalizando 24 unidades experimentais. Os tratamentos estudados foram: 1- Folhas verdes, lavagem rápida de rotina- é o processo normal adotado nos laboratório, onde as folhas são lavadas apenas para tirar sujeiras, secas em estufa por 16 horas a 60ºC, e encaminhadas para processo de análise. 2- Folhas verdes, sem a lavagem rápida de rotina- secas em estufa por 16 horas, e encaminhadas para processo de análise. 3- Folhas verdes, com lavagem por 24 horas, em 1500 ml de água destilada, em becker de dois litros sobre um agitador a 90 rpm, e depois foram secas por 16 horas em estufa a 60ºC, e encaminhadas para a análise. 4- Folhas secas, por 16 horas, então lavadas por 24 horas do mesmo modo do tratamento 3. Todos os tratamentos e suas repetições foram analisados conforme os métodos de rotina, determinando-se os teores foliares de K, N, P, Ca, Mg, S, Zn, Fe, Mn, Cu e B, no laboratório de análise de solos e material vegetal da Fundação Procafé-Varginha e posteriormente analisados no programa estatístico Sisvar. Resultados e conclusões: Para o potássio todos os tratamentos diferiram ao nível de 0,05% no teste de Scott-Knott (quadro 1). Verificou-se que nas folhas verdes, a lavagem rápida e principalmente, a lavagem demorada (24hs), simulando o que poderia ocorreria por chuvas, promove lixiviação significativa do potássio foliar. Essa perda deve ocorrer pelo processo de difusão de potássio, mesmo no tecido vivo. Nas folhas secas, com o tecido morto, à semelhança do que ocorre em folhas secas no chão, a lavagem foi muito efetiva na lixiviação do potássio. Provavelmente, isso ocorreu devido ao fato que nas folhas secas as células foram rompidas, liberando, com mais facilidade, os íons de potássio para a solução. Isto mostra que a reciclagem do potássio, contido nas folhas caídas do cafeeiro, ocorre de forma rápida, pela lavagem de chuvas ou irrigação, mesmo sem haver a decomposição da folhagem. Pode-se concluir, com base nos resultados e na condição ensaiada, que:

Upload: ngoanh

Post on 24-Jan-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Solos - Adubação 2010 LAVAGEM-LIXIVIAÇÃO DO POTÁSSIO EM FOLHAS DE CAFEEIROS J.B. Matiello e A.W. R. Garcia, Engs Agrs Mapa-Procafé, Edson C. Figueiredo e Ana Carolina R.S.Paiva - Engs Agrs Fundação Procafé

O potássio é o segundo nutriente mais exigido pelo cafeeiro, sendo importante especialmente na formação dos grãos e na sua produtividade. A planta de café tem como principal fonte de suprimento a disponibilidade no solo, diretamente ou via adubação potássica. Nas folhas a suficiência nutricional é avaliada pela análise do tecido foliar, considerando-se adequado o nível entre 1,6 e 2%, dependendo da época do ano e da carga dos cafeeiros.

A disponibilidade de potássio, como a maioria dos nutrientes, é crítica na fase de rápido crescimento do cafeeiro e na granação dos frutos, que ocorre de novembro a março, coincidindo com o período chuvoso.

Moraes & Arens (1969), constataram ser o K facilmente lavado das folhas de plantas cultivadas, quando estas são lavadas, mostrando que o fenômeno pode ocorrer em condições de campo, graças à ação da água do orvalho ou das chuvas.

A proporção de potássio retirada das folhas deve estar na dependência da característica foliar de cada espécie vegetal, que pode variar em teor de lignina, celulose e outros. Não se conhece nenhum trabalho anterior quantificando o processo de lavagem de K das folhas do cafeeiro.

Deste modo, o presente trabalho objetivou avaliar a perda de K pelas folhas do cafeeiro, em 2 condições importantes, quando ainda verdes, na planta, e quando secas, estando no chão e assim cedendo nutrientes na sua reciclagem.

O trabalho foi realizado em folhas de cafeeiros da variedade Catucai vermelho 785/15, aos 3 anos de idade, tomadas no campo da Fazenda Experimental de Varginha. Foram coletadas cerca de 1000 folhas, do 3º-4º pares. O material foi imediatamente levado ao laboratório de análise vegetal da Fundação Procafé, onde foram misturadas as folhas e separadas em 24 lotes de 40 folhas.

O experimento foi conduzido em blocos inteiramente casualizados com 4 tratamentos e 6 repetições, totalizando 24 unidades experimentais. Os tratamentos estudados foram:

1- Folhas verdes, lavagem rápida de rotina- é o processo normal adotado nos laboratório, onde as folhas são lavadas apenas para tirar sujeiras, secas em estufa por 16 horas a 60ºC, e encaminhadas para processo de análise.

2- Folhas verdes, sem a lavagem rápida de rotina- secas em estufa por 16 horas, e encaminhadas para processo de análise.

3- Folhas verdes, com lavagem por 24 horas, em 1500 ml de água destilada, em becker de dois litros sobre um agitador a 90 rpm, e depois foram secas por 16 horas em estufa a 60ºC, e encaminhadas para a análise.

4- Folhas secas, por 16 horas, então lavadas por 24 horas do mesmo modo do tratamento 3. Todos os tratamentos e suas repetições foram analisados conforme os métodos de rotina,

determinando-se os teores foliares de K, N, P, Ca, Mg, S, Zn, Fe, Mn, Cu e B, no laboratório de análise de solos e material vegetal da Fundação Procafé-Varginha e posteriormente analisados no programa estatístico Sisvar.

Resultados e conclusões:

Para o potássio todos os tratamentos diferiram ao nível de 0,05% no teste de Scott-Knott (quadro 1).

Verificou-se que nas folhas verdes, a lavagem rápida e principalmente, a lavagem demorada (24hs), simulando o que poderia ocorreria por chuvas, promove lixiviação significativa do potássio foliar. Essa perda deve ocorrer pelo processo de difusão de potássio, mesmo no tecido vivo.

Nas folhas secas, com o tecido morto, à semelhança do que ocorre em folhas secas no chão, a lavagem foi muito efetiva na lixiviação do potássio. Provavelmente, isso ocorreu devido ao fato que nas folhas secas as células foram rompidas, liberando, com mais facilidade, os íons de potássio para a solução. Isto mostra que a reciclagem do potássio, contido nas folhas caídas do cafeeiro, ocorre de forma rápida, pela lavagem de chuvas ou irrigação, mesmo sem haver a decomposição da folhagem.

Pode-se concluir, com base nos resultados e na condição ensaiada, que:

- A lavagem e lixiviação do potássio das folhas de cafeeiros ocorrem de forma significativa, com redução do teor foliar desse nutriente, que pode ocorrer principalmente pela lavagem mais demorada, nas folhas verdes, e mais efetivas nas folhas secas.

- Essas perdas atingem a cerca de 45% nas folhas verdes e 70% nas folhas secas, sendo importante considerar essas perdas na interpretação dos resultados das análises, conforme a época.

Quadro1- Teores foliares de K em folhas de cafeeiros, submetidas ou não à lavagem, rápida ou demorada, Varginha-MG, 2010.

TRATAMENTOS Teores médios de K nas folhas

1-Folhas verdes, sem lavagem rápida 2,000 a

2-Folhas verdes, lavagem rápida de rotina 1,575 b 3-Folhas verdes, com lavagem por 24 horas 1,166 c

4-Folhas secas e lavadas por 24 horas 0,635 d

2009 EQUIVALENCIA NA COLETA DE FOLHAS INDIVIDUAIS OU DE PARES NA AMOSTRAGEM PARA ANÁLISE FOLIAR DO CAFEEIRO J.B. Matiello, A.W.R. Garcia, S.R. Almeida, Ana Carolina Ramia N. Paiva, Allyson F. Vilela, R.N. Paiva e A.L. Garcia, Engs. Agrs. MAPA;Fundação Procafé

A análise foliar em cafeeiros é um instrumento importante, auxiliar na avaliação de deficiências

e do estado nutricional das plantas e na indicação da adubação racional das lavouras de café. A literatura, especialmente os trabalhos do Prof. Malavolta (In: Manual de Adubação do

Cafeeiro, Inst. Potassa, Piracicaba)), cita que no cafeeiro a coleta de folhas deve ser procedida de forma a coletar um par de folhas no 3º ou 4º par, contados da extremidade do ramo, para formar amostra destinada à análise pelos laboratórios.

Surgiram dúvidas sobre a recomendação da coleta de folhas em cafeeiros, ou seja, se deveria ser coletado o par (as 2 folhas do par) ou apenas uma de cada par. A maioria dos técnicos entendiam que a recomendação e o uso na prática era feito com a coleta das 2 folhas do par.

Como a retirada individual das folhas do par traria a vantagem de uma melhor representação na amostra, já que poderiam ser coletadas folhas representando o dobro do numero de ramos nas plantas, procedeu-se um estudo para verificar a correspondência na recomendação.

No estudo escolheu-se uma lavoura e cafeeiros bem uniformes na Fazenda Experimental de Varginha em 6 talhões sendo três de Catuai e três de Mundo Novo, e procedeu-se a coleta, nas mesmas plantas e em ramos equivalentes, em 2 tipos de amostra, sendo: Amostra 1, com a coleta do par de folhas (2 folhas do terceiro par). A amostra 2 foi constituída de folhas somente uma de cada par, também do terceiro. Foram tomadas 40 folhas na amostra 2 contra 80 na amostra 1. Foram tomadas 12 amostras dos cafeeiros.

Procedeu-se a análise das amostras no laboratório da Fundação Procafé, também em Varginha, para determinar os níveis nutricionais nas folhas, seguindo-se a metodologia de análise usual.

Resultados e conclusões Os resultados médios das 12 amostras, na média entre aquelas do Catuai e do M. Novo, obtidos

para os vários parâmetros nutricionais analisados, estão colocados, comparativamente, no quadro 1. Quadro 1- Níveis nutricionais médios,em folhas de cafeeiros (Catuai e M. Novo) tomados em 2 tipos de amostras, Varginha-Mg, 2008.

Tipo de Amostra Níveis dos nutrientes nas folhas

N %

P %

K %

Ca %

Mg %

Zn ppm

B ppm

Cu ppm

1- Par de folhas 3,36 0,14 2,48 0,97 0,26 33,7 80,4 260 2- Folha do par 3,35 0,14 2,57 1,00 0,26 35,3 81,9 284

Os dados médios do quadro 1 mostram que houve total semelhança entre os níveis

nutricionais, para todos os nutrientes, entre as amostras do par ou de folhas individuais do par. A análise estatística não mostrou diferenças significativas.em nenhum dos nutrientes comparados.

Os resultados obtidos permitiram concluir que: - Ocorre uma equivalência nas amostragens entre o par de folhas e as folhas individuais do

mesmo par. - Como através da coleta das folhas individuais pode-se representar mais ramos com o mesmo

tamanho de amostra (numero total de folhas coletadas) a boa técnica amostral indica que é mais recomendável usar a amostra de folhas individuais.

Biotecnologia 2010 CRESCIMENTO DE CALOS EMBRIOGÊNICOS DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE CAFÉ EM MEIO DE CULTURA LÍQUIDO 1E.Q. Silva, 1A.C.R.S. Paiva; 1Pesquisadores Fundação Procafé; 2A.A. Custódio; 2J. Pala; 2Bolsistas Consórcio Pesquisa Café; 3B.R. Silva; 3Bolsista FAPEMIG; 4V.R. Paulino; 4Bolsista CNPq; 5C.H.S. Carvalho; 5Pesquisador Embrapa Café. ([email protected]).

A embriogênese somática é um método de propagação vegetativa bastante eficiente para a produção de mudas clonais de café. Durante o ciclo da embriogênese somática a produção e multiplicação de calos embriogênicos é uma das etapas que tem papel importante para a formação de mudas clonais em larga escala. Visando-se otimizar a produção comercial de mudas clonais de café, realizaram-se vários ensaios a fim de comparar a taxa de multiplicação de calos cultivados nos meios T3 (Boxtel e Berthouly, 1996) e SM (Teixeira et al. 2004) em sistema líquido e estimar o potencial de multiplicação de calos embriogênicos de 12 plantas matrizes selecionadas pelo programa de melhoramento genético da Fundação Procafé. Os calos embriogênicos foram produzidos a partir de explantes foliares das plantas matrizes 3, 5, 13/36, 6/5, 19/3, 5/14, 6/38, 10/18, 4/12, 10/1, 12 e Siriema Manhuaçu. Os explantes foliares foram inoculados em placas de Petri contendo meio de cultura primário por 30 dias e então transferidos para um meio secundário de acordo com os protocolos descritos por Teixeira et al. (2004) e Rezende (2008). Após seis meses da inoculação dos explantes, os calos embriogênicos das plantas foram transferidos para crescimento em meio líquido para a realização dos ensaios. Para a avaliação da taxa de crescimento os calos foram inoculados na concentração de 10g/L, ou seja, 200mg de calo/20mL de meio por frasco, mantidos sob agitação de 100rpm e subcultivados a cada 15 dias. Utilizou-se delineamento experimental inteiramente ao acaso, com quatro a seis repetições, dependendo da disponibilidade de calo. Para algumas plantas matrizes os ensaios foram repetidos várias vezes (Tabelas 1 e 2) e para plantas 3, 13/36, 6/5, 19/3, 5/14 e 6/38 foram também utilizadas linhagens de calos obtidas dentro de um mesmo plaqueamento. A avaliação da massa final de calos foi realizada 45 dias após a inoculação e então calculados a taxa de crescimento dos calos a cada 15 dias. Resultados Potencial de crescimento de calos embriogênicos de diferentes genótipos de cafeeiro. A taxa de crescimento de calos variou de 53,3 mg a 1051,1 mg, com uma média geral de 328,7 mg (Tabela 1). Os resultados apresentaram grandes diferenças entre as plantas avaliadas indicando que o crescimento de calos é dependente do genótipo. Todavia, observou-se também que a taxa de crescimento foi influenciada pela linhagem do calo obtida dentro de um mesmo genótipo, sugerindo que a seleção de linhagens de calos pode aumentar a taxa de multiplicação. As plantas Siriema Manhuaçu, 10/14, 19/3 e 6/5 apresentaram as taxas de crescimento bem menores que a média, indicando a necessidade de otimizar o protocolo de multiplicação de calos embriogênicos.

Tabela 1. Potencial de crescimento de calos embriogênicos de diferentes plantas matrizes de cafeeiro,

cultivados em meio líquido T3.

Planta matriz

Meios de Indução

Início do ensaio Taxa de crescimento (mg/15 dias) Primário Secundário

3 MI MI 9/9/2009 510,3 3 MI SM 9/9/2009 1051,1 3 MI SM 28/12/2009 188,9 3 MI SM 8/1/2010 290,0 3 MI SM 1/3/2010 142,9 5 MI SM 24/9/2009 95,7 5 MI SM 8/1/2010 386,6

13/36 PM SM 15/7/2009 207,9 13/36 MI MI 15/7/2009 335,3 13/36 PM SM 24/9/2009 92,9

6/5 PM SM 15/7/2009 204,9 6/5 MI MI 15/7/2009 210,6 6/5 PM SM 24/9/2009 234,3

19/3 MI MI 15/7/2009 255,9 19/3 PM SM 15/7/2009 98,6 5/14 MI MI 15/7/2009 418,6 5/14 PM SM 15/7/2009 208,3 6/38 MI MI 15/7/2009 308,6 6/38 PM SM 15/7/2009 347,3

10/18 PM SM 15/7/2009 684,3 4/12 PM SM 15/7/2009 984,3

10/14 PM SM 15/7/2009 148,9 Siriema Manhuaçu MI SM 24/9/2009 53,3

Cl 12 MI SM 23/4/2010 430,0

Média - - 328,7

Influência do meio de cultura no crescimento de calos embriogênicos. A taxa de crescimento dos calos multiplicados em meio SM foi, em geral, ligeiramente superior à taxa obtida no meio T3, à exceção da planta matriz 12 (Tabela 2). Além disso, verificou-se também grande variação na taxa de crescimento de calos iniciados e multiplicados em épocas diferentes.

Tabela 2. Taxa de crescimento de calos embriogênicos obtidos de três plantas matrizes de café e multiplicados nos meios de cultura T3 e SM.

Planta matriz

Meios de Indução

Início do ensaio

T3 SM

Primário Secundário Taxa de cresc. (mg/15

dias)

Taxa de cresc.

(mg/15 dias)

3 MI SM 28/12/2009 188,9 388,4 3 MI SM 8/1/2010 290,0 374,1 3 MI SM 1/3/2010 142,9 159,3

Média - - - 207,3 307,3

5 MI SM 8/1/2010 386,6 385,4 12 MI SM 23/4/2010 427,6 401,8

Média geral - - - 287,2 341,8

PRODUÇÃO DE CALOS EMBRIOGÊNICOS EM EXPLANTES FOLIARES DE PLANTAS MATRIZES DE CAFEEIRO. 1A.A Custódio; 1J. Pala; 1Bolsistas Consórcio Pesquisa Café; 2E.Q. Silva, 2A.C.R.S. Paiva; 2Pesquisadores Fundação Procafé; 3B.R. Silva; 3Bolsista FAPEMIG; 4V.R. Paulino; 4Bosista CNPq; 5C.H.S. Carvalho; 5Pesquisador Embrapa Café, ([email protected]).

A propagação vegetativa via embriogênese somática permite a multiplicação em larga escala de híbridos e de genótipos superiores que ainda estão segregando para características de interesse. Esta

técnica aplicada ao melhoramento genético de café arábica possibilita selecionar plantas matrizes em

cerca de 10 anos. Uma das primeiras etapas do processo de produção de mudas clonais é a avaliação do

potencial de produção de calos embriogênicos dos genótipos a serem multiplicados. Nesse contexto, este

trabalho avaliou o potencial de produção de calos embriogênicos friáveis a partir de explantes foliares de

17 plantas matrizes de café arábica com resistência à ferrugem e ao bicho-mineiro selecionadas pela

Fundação Procafé. Utilizaram-se dois meios de cultura para a indução de calos embriogênicos.

Inicialmente os explantes foliares de, aproximadamente, 1cm2 são plaqueados com a face adaxial em

contato com um meio de cultura, denominado de MI, e cultivados durante um mês. O meio MI é formado

por sais MS/2, vitaminas MS, caseína hidrolisada (100 mg.L-1), extrato de malte (400 mg.L-1), 2,4-D (20

µM), IBA (9,84 µM), 2iP (20 µM), sacarose (20 g.L-1) e Phytagel (2,4 g.L-1). Após um mês em meio MI

os explantes foram transferidos para meio SM, (Teixeira et al., 2004), no qual as concentrações de 2,4-D

e 2iP são reduzidas para 10 µM. Os explantes foliares foram inoculados em placas de Petri, contendo

nove explantes e usadas 30 placas de Petri por genótipo, totalizando 270 explantes foliares por genótipo.

A avaliação da produção de calos embriogênicos foi realizada seis meses após a inoculação determinado-

se a porcentagem de explantes com calos embriogênicos. Tabela 1. Percentagem de Calos Embriogênicos em explantes de diferentes genótipos de cafeeiro.

Genótipo Data de plaqueamento Explantes com calos embriogênicos

(%)

CL 3

13/2/2009 91,99 14/2/2009 68,04 16/3/2009 89,18 16/4/2009 94,14 30/4/2009 66,90 30/4/2009 92,80 5/5/2009 64,10

12/6/2009 91,24 15/7/2009 8,85 16/7/2009 3,60 14/8/2009 26,40 18/9/2009 11,70

15/10/2009 4,80 30/10/2009 2,20 13/11/2009 0,00 30/12/2009 8,30 12/1/2010 25,00 26/2/2010 12,80 15/4/2010 61,64 15/4/2010 63,65

Média 44,37

Cl Siriema Manhuaçu 20/2/2009 31,98 26/6/2009 52,18

Média 42,08

Cl 5

27/2/2009 66,52 27/2/2009 60,85 5/3/2009 76,10 4/6/2009 52,03 15/5/2009 65,24 2/7/2009 38,93

Média 59,95

8/10 14/12/2009 6,48 10/3/2010 20,90

Média 13,69

19/7 15/12/2009 0,00 10/3/2010 1,38

Média 0,69

6/38 16/12/2009 2,55 10/3/2010 16,78

Média 9,66

14/32 16/12/2009 1,13 10/3/2010 0,62

Média 0,87

13/36 16/12/2009 2,69 10/3/2010 37,14

Média 19,91

12/6 16/12/2009 5,35 10/3/2010 8,86

Média 7,10

Cl 6 20/7/2009 0,40 7/14 11/12/2009 33,30 10/1 11/12/2009 57,14 5/14 14/12/2009 43,17 10/6 14/12/2009 44,27 19/3 15/12/2009 0,00

14/8 10/3/2010 0,00 11/13 11/12/2009 20,00

Média geral 34,03

Resultados

A percentagem de explantes com calos embriogênicos variou de 0,0% no genótipo 14/8 a 59,95% no clone 05 indicando que esta característica é dependente do genótipo (Tabela 1). Os genótipos 3 e 5, com médias de 44,37% e 59,95%, tem sido utilizados como referência em nosso laboratório pois, consistentemente apresentam alta taxa de formação de calos. Verificou-se também que a formação de calos variou dentro de cada genótipo em função da época de coleta dos explantes. Por exemplo, para o clone 03 as maiores percentagens de formação de calos foram observadas no primeiro semestre de 2009, durante os meses de fevereiro a junho de 2009, decrescendo a partir de julho. Provavelmente, o estado fisiológico da planta matriz no momento da coleta de folhas, afetado principalmente pelo período de frutificação e ou pela disponibilidade de água, influenciaram na produção de calos embriogênicos. Os genótipos 19/3, 14/8, 14/32, 6/38, 19/7, 8/10, 6 e 12/6, comparativamente aos demais, produziram poucos calos havendo necessidade de otimizar o protocolo ou as condições de cultivo da planta matriz. A percentagem média de calos embriogênicos obtidos (34,03%) é considerada satisfatória, pois permite a um único operador produzir grande quantidade de calos embriogênicos necessários à produção de mudas

clonais em escala comercial.

2009 EFEITO DO SISTEMA DE CULTIVO E DO MEIO DE CULTURA SOBRE O CRESCIMENTO DE CALOS

EMBRIOGÊNICOS DE CAFEEIRO 1C.H.S. Carvalho, Pesquisador, 1Embrapa Café; 2A.C.R.S. Paiva; 2J. Pala; 2E.Q. Silva; 2A.A. Custódio; V.R. Paulino; 2Pesquisadores Fundação Procafé.

A multiplicação de calos embriogênicos é uma etapa importante para a produção em larga escala de mudas clonais de café por embriogênese somática, pois geralmente é necessário aumentar a quantidade de calo disponível antes de iniciar o processo de regeneração de embriões. O crescimento dos calos pode ser realizado mediante dois sistemas de cultivo: meio líquido ou meio gelificado.

Neste trabalho comparou-se a produção de calos embriogênicos em meio líquido com a de meio gelificado usando-se dois meios de cultura recomendados para café arábica: CP (van Boxtel & Berthouly, 1996) e SM (Teixeira et al. 2004).

Calos embriogênicos foram obtidos a partir de explantes foliares de progênies de café da população Siriema. Utilizaram-se 200 mg de calo por placa de Petri, com 9 cm de diâmetro e 35 ml de meio de cultura e 200 mg de calo erlenmayer de 125 ml contendo 20 ml de meio. As culturas foram mantidas no escuro e subcultivadas a cada 15 dias e a massa fresca de calos foi determinada aos 51 dias após o início dos tratamentos. O meio líquido foi mantido sob agitação de 110 rpm. O ensaio foi instalado em delineamento inteiramente casualizado com 10 repetições por tratamento.

Verificou-se que o crescimento em massa fresca de calos foi estatisticamente o mesmo para os meios T3 e SM, tanto no sistema líquido, quanto no gelificado (Tabela 1). Todavia, a massa fresca de calos produzida no meio líquido foi significativamente maior que no meio gelificado, com um aumento de massa de calo de 6,7 vezes no meio líquido e, de cerca de 3,0, no meio gelificado.

Tabela 1. Efeito do meio de cultura e do sistema de cultivo (líquido e gelificado) sobre o crescimento de calos embriogênicos.

Meio de

cultura

Líquido Gelificado

Massa fresca de calo

após 51 dias (mg)

Aumento

(x) Massa fresca de calo após 51 dias (mg)

Aumento

(x)

T3 1349 6,7 534 2,6

SM 1344 6,7 662 3,3

EFEITO DO PERÍODO DE SUBCULTIVO SOBRE A INDUÇÃO DE CALOS EMBRIOGÊNICOS EM

EXPLANTES FOLIARES DE CAFEEIRO 1A.C.R.S. Paiva; 1J. Pala; 2E.Q. Silva; 1A.A. Custódio; V.R. Paulino; 1Pesquisadores Fundação Procafé. 2C.H.S. Carvalho,

Pesquisador, 2Embrapa Café.

A embriogênese somática permite a multiplicação em larga escala de híbridos e de genótipos

superiores de café que ainda estão segregando para características de interesse. Esta técnica aplicada ao

melhoramento genético de café arábica possibilita reduzir o tempo para lançamento de novas cultivares de

café de, aproximadamente, 30 anos, para cerca de 10 anos. A primeira etapa desse processo é a indução de

calos embriogênicos. Em geral, a indução de calos embriogênicos é feita a partir de explantes foliares por um

período de quatro a seis meses, utilizando-se dois meios de cultura: um primeiro meio, denominado de “meio

de condicionamento”, em geral, por 20 a 30 dias, e um segundo, o “meio de indução de calos embriogênicos

friáveis”, por quatro a cinco meses. Nesse segundo meio a concentração de 2,4-D pode aumentar (van Boxtel &

Berthouly, 1996), diminuir (Teixeira et al. 2004) ou permanecer constante (Rezende, 2008).

Este trabalho avaliou o efeito do subcultivo sobre a indução de calos embriogênicos friáveis a partir

de explantes foliares de plantas matrizes de café arábica com resistência à ferrugem e ao bicho-mineiro.

A indução de calos embriogênicos foi realizada em placas de Petri, contendo nove explantes foliares

com cerca de 1 cm2 , usando-se um único meio com 20uM de 2,4-D e 20 uM de 2-iP para a produção de calos

(Rezende et al. 2008). Foram avaliados três tratamentos: 1) Sem subcultivo, ou seja, os explantes foliares

foram plaqueados e mantidos sem subcultivo por seis meses; 2) subcultivo 30 dias após o plaqueamento dos

explantes e, 3) subcultivo dos explantes a cada 30 dias. Aos 180 dias após o início dos tratamentos foi avaliada

a percentagem de explantes com calos embriogênicos e o peso dos calos, usando-se plantas da população

Siriema para a coleta dos explantes. Utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado, com

parcelas constituídas por uma placa de Petri e 40 repetições.

Não houve diferença significativa para a percentagem de explantes com calo embriogênico, a qual

variou de 47,0 a 66,6%, e nem para peso de calo por explante, variando de 35,7 a 46,5% (Tabela 1). Esses

resultados indicam que nos primeiros seis meses não há necessidade de fazer subcultivo para a indução de

calos embriogênicos a partir de explantes foliares de cafeeiro arábica.

Tabela 1. Efeito do subcultivo sobre a indução de calos embriogênicos em explantes foliares de café. Tratamento Explantes com calo embriogênico (%) Peso de calo/ explante (mg)

Sem subcultivo 47,0 46,5 Subcultivo aos 30 dias 57,7 38,6 Subcultivo a cada 30 dias 66,6 35,7

2008 POTENCIAL DE INDUÇÃO DE CALOS EMBRIOGÊNICOS EM PLANTAS

MATRIZES DA POPULAÇÃO SIRIEMA A.C. R. Santos, Pesquisadora Fundação Procafé, , J. C. de Rezende, Pesq. Epamig Lavras; M. Pasqual, Prof. Dr. Titular Dpto. de Agricultura- UFLA, J.B. Teixeira, Pesquisador Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, C. H. S. de Carvalho, Pesquisador Embrapa Café.

O experimento foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos da Fundação Procafé, em

Varginha, MG. Foi avaliado o potencial de produção de calos embriogênicos em genótipos de Coffea

arabica com resistência à ferrugem e ao bicho-mineiro, provenientes da população Siriema (Coffea

racemosa x Coffea arabica). De acordo com o protocolo descrito por Teixeira et al. (2004), os explantes

foliares foram inicialmente inoculados em meio primário (PM) e, após um período de 30 dias em sala de

crescimento, na ausência de luz e temperatura de 25±2°C, foram transferidos para o meio secundário

(SM), permanecendo nas mesmas condições relatadas. Foram estudados 10 genótipos provenientes de

progênies em geração F3, descritos a seguir: 4-20, 20-5, 10-1, 5-14, 6-38, 14-8, 14-3, 8-10, 02 e 10-8,

sendo cada genótipo considerado como um tratamento. Esses genótipos foram selecionados para serem utilizados como plantas matrizes visando à produção de mudas clonais.

Foi utilizado delineamento experimental inteiramente casualizado, com seis repetições,

correspondentes a cada placa de Petri, contendo nove explantes. A avaliação do experimento foi efetivada

seis meses após a instalação, constituindo da porcentagem de explantes com calos embriogênicos. Foram

testados os ajustes para dois modelos: o primeiro com nenhum fator (nulo) e o segundo considerando o

efeito principal do genótipo. Utilizou-se a análise da Deviance e, após análise de resíduos, observou-se

que os melhores ajustes foram obtidos com a família quasibinomial e a função de ligação probit. Foi

verificada a homogeneidade da variância e, sendo ela satisfatória, empregou-se o teste de comparação de

médias Scott & Knott. As análises foram realizadas empregando-se a rotina GLM (Generalized Linear

Models) do aplicativo computacional R® (R, 2008).

Resultados e Conclusões:

Houve diferença significativa entre os híbridos estudados, evidenciada pelo teste de qui-quadrado, demonstrando que o genótipo influenciou na formação de calos embriogênicos. Foi observada grande variabilidade para a indução de calos embriogênicos (Figura 1), com média percentual de 0 (genótipos 14-8; 14-3 e 8-10) a 53,3 (genótipo 5-14). Os genótipos 20-5, 10-1, 5-14 e 6-38 apresentaram maior formação de calos embriogênicos que os demais.

Os genótipos que apresentaram média percentual de indução de calos embriogênicos acima de 25% poderão ser utilizados para a produção de mudas clonais em escala comercial, de acordo com protocolo estudado (Teixeira et al., 2004). Por outro lado, há necessidade de otimizar o protocolo de indução de calos dos genótipos 14-8; 14-3 e 8-10, os quais não apresentaram formação de calos embriogênicos, objetivando o processo de multiplicação clonal em escala comercial. Conclui-se que a produção de embriões somáticos é fortemente dependente de fatores genotípicos.

FIGURA 1 Valores médios da porcentagem de calos embriogênicos em explantes foliares de 10 genótipos elite com alta heterozigose. Fundação Procafé, Varginha, MG, 2007.

INFLUÊNCIA DE MEIO DE CULTURA E GENÓTIPO NA EMBRIOGÊNESE SOMÁTICA INDIRETA DE Coffea arabica L. P. A. de Carvalho- 7° período de Agronomia, UFLA, Bolsista Fapemig; A. N. G. Mendes, Prof. Adjunto Dpto. de Agricultura- Orientador, J. C. de Rezende, Pesq. Epamig Lavras; A.C. R. Santos, Pesquisadora Fundação Procafé, M. Pasqual Prof. Dr. Titular Dpto. de Agricultura, C. H. S. de Carvalho, Pesquisador Embrapa Café.

Um importante método de propagação in vitro de plantas de Coffea arabica é a embriogênese somática, a qual possibilita propagação vegetativa acelerada e uniformidade genética de clones superiores, apresentando um grande potencial a ser explorado. Visando otimizar este processo, o objetivo deste estudo foi avaliar o desenvolvimento de calos em explantes foliares provenientes de plantas com alta heterozigose em diferentes meios de cultura, utilizando o processo de embriogênese somática indireta. Estacas caulinares de ramos ortotrópicos de híbridos F1 de Coffea arábica L. do Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro conduzido pela UFLA/Epamig/UFV, obtidos por meio de recepa de plantas matrizes, foram enraizadas e acondicionadas em vasos, permanecendo em casa de vegetação por seis meses, dando origem a plantas matrizes. Folhas bem desenvolvidas correspondentes ao terceiro par foram coletadas e conduzidas ao laboratório de Cultura de Tecidos da Universidade Federal de Lavras, onde foi realizado o experimento.

Os explantes foliares passaram por duas etapas, na primeira foram inoculados em meio PM ou meio C e após o período de 30 dias em sala de crescimento, na ausência de luz e temperatura de 25 ± 1°C foram transferidos para o meio SM ou meio E respectivamente, no qual permaneceram por 150 dias nas mesmas condições anteriores. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, com seis repetições (seis explantes considerados como parcela) e esquema fatorial 2 x 4, constituído de dois meios de cultura [Boxtel e Berthouly (1996) e Teixeira at al (2004)] e cinco genótipos de Coffea arabica. Aos 180 dias após a instalação, foi avaliada a formação de calos embriogênicos. As análises

0

10

20

30

40

50

60

C4-20 C20-5 C10-1 C5-14 C6-38 C14-8 C14-3 C8-10 C02 C10-8

Genótipos

Calo

s em

bri

ogên

ico

s (%

) .

B

A

A

B

A

B

B

B

A

B

foram realizadas empregando-se a rotina GLM (Generalized Linear Model) do aplicativo computacional R® (R, 2008). Resultados e Conclusões:

Verificou-se, o comportamento diferenciado apenas dos genótipos inoculados em meio de cultura Boxtel & Berthouly (1996), evidenciado pelo efeito significativo do teste do qui-quadrado a 5% significância. Por outro lado, os genótipos inoculados em meio Teixeira et al. (2004) não apresentaram significância, demonstrando que este meio de cultura não influencia o comportamento dos mesmos. O genótipo 4.2 apresentou maior formação de calos embriogênicos quando inoculado no meio Boxtel & Berthouly (1996), correspondendo a 19,44% dos calos formados, sendo estatisticamente superior aos demais (Tabela 1). Neste mesmo meio de cultura, não houve formação de calos embriogênicos nos híbridos 2.2, 5.0 e 7.2.

No meio de cultura Teixeira at al. (2004), apenas o híbrido 5.0 não apresentou formação de calos.Para os genótipos 2.2 e 7.2, verificou-se a superioridade do meio de cultura Teixeira et al. (2004) em relação ao meio Boxtel & Berthouly (1996). Entretanto, no genótipo 4.2 observou-se o comportamento inverso, ou seja, a superioridade do meio Boxtel & Berthouly (1996). Os genótipos 3.0 e 5.0 apresentaram o mesmo comportamento em ambos os meios de cultura estudados. Esses dois meios de cultura diferem, principalmente, em relação às concentrações de 2,4-D, 2- iP e IBA.

No meio de cultura Boxtel & Berthouly (1996), a concentração de 2,4-D é duplicada do meio C (2,26µM) para o meio E (4,52µM). De modo contrário, no meio de Teixeira et al. (2004), a concentração de 2,4-D é reduzida à metade, do meio PM (20,0µM) para o meio SM (10,0µM). Neste mesmo protocolo, as concentrações de 2- iP e de IBA utilizadas no meio PM são mantidas no meio SM, porém, esses reguladores não são utilizados no meio secundário de Boxtel & Berthouly (1996). É provável que essas diferentes relações de auxina/citocinina utilizadas tenham influenciado na formação de calos embriogênicos dos genótipos estudados. Conclui-se que a produção de embriões somáticos é fortemente dependente do genótipo. TABELA 1 Porcentagem de formação de calos embriogênicos em explantes foliares dos genótipos 2.2;

3.0; 4.2; 5.0 e 7.2, desenvolvidos segundo os meios de cultura estudados. Calos embriogênicos (%)1

Meios de cultura G 2.2 G 3.0 G 4.2 G 5.0 G 7.2

Boxtel & Berthouly 0,0 b B 6,11 b A 19,44 a A 0,0 b A 0,0 b B

Teixeira et al. 2,94 a A 6,11 a A 5,50 a B 0,0 a A 13,89 a A

1Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna não diferem entre si, pelo teste de Scott & Knott, a 5%

de significância.

INFLUÊNCIA DE REGULADORES DE CRESCIMENTO NO DESENVOLVIMENTO

DE EMBRIÕES SOMÁTICOS DE Coffea arabica. A.C. R. Santos, Pesquisadora Fundação Procafé, J. C. de Rezende, Pesq. Epamig Lavras; M. Pasqual, Prof. Dr. Titular Dpto. de Agricultura, J.B. Teixeira, Pesquisador Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, C. H. S. de Carvalho, Pesquisador Embrapa Café,

Na cultura de tecidos, a adição de reguladores de crescimento ao meio nutritivo é de suma

importância. Objetivando avaliar o efeito de IBA e de BAP na fase final de desenvolvimento de embriões somáticos de Coffea arabica, foi conduzido um experimento no Laboratório de Cultura de Tecidos da Fundação Procafé, em Varginha, MG. Segmentos de folha do clone 20 (grupo Catucaí) foram inoculados em placas de Petri contendo o meio primário (PM) e, após um mês, transferidos para o meio secundário (SM), segundo o protocolo de Teixeira et al. (2004). Aos 180 dias após a inoculação dos explantes, os setores embriogênicos foram transferidos para o meio de regeneração, segundo o mesmo protocolo, suplementado com 1g.L-1 de prolina, onde permaneceram por mais 70 dias, até a formação de embriões globulares. Ao final deste período, os embriões permaneceram por 120 dias em biorreatores do tipo RITA®, contendo o meio de regeneração (R) de Boxtel & Berthouly (1996), até que as folhas cotiledonares estivessem bem desenvolvidas. Esses embriões em estádio cotiledonar foram utilizados como explantes no presente trabalho, a fim de completarem o desenvolvimento até o estádio de plântulas.Os tratamentos constituíram das seguintes variações no meio de crescimento (PRM) de Teixeira et al. (2004): meio PRM (tratamento 1), meio PRM sem BAP (tratamento 2), meio PRM

acrescido de 1,47µM de IBA (tratamento 3) e meio PRM sem o BAP acrescido de 1,47µM de IBA (tratamento 4). Dessa forma, para as análises estatísticas, foi isolado o efeito do BAP e do IBA e os tratamentos foram arranjados em um esquema fatorial 2 x 2 (presença e ausência de BAP, presença e ausência de IBA).A avaliação do experimento foi realizada três meses após a instalação, analisando-se as variáveis comprimento da parte aérea, porcentagem de plântulas com raízes e porcentagem de plântulas normais. Foram contabilizadas como plantas normais somente àquelas que apresentaram aspecto normal, ou seja, fenótipo semelhante ao de plantas provenientes de sementes e parte aérea bem desenvolvida e vigorosa. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, com 20 repetições por tratamento.

Resultados e Conclusões: Comprimento da parte aérea

Na presença de BAP, o comprimento da parte aérea foi estatisticamente igual na presença ou na

ausência de IBA e, na ausência de BAP, este comprimento foi estatisticamente superior na ausência de

IBA do que na sua presença (Tabela 1). Da mesma forma, na presença de IBA, o comprimento médio das

plantas é estatisticamente igual ao comprimento na presença ou na ausência de BAP. Na ausência de IBA,

o comprimento foi estatisticamente superior na ausência de BAP. Verifica-se ainda, que houve maior

comprimento da parte aérea na ausência de ambos os reguladores de crescimento.

TABELA 1 Valores médios do comprimento da parte aérea de plantas de C. arabica, segundo os tratamentos estudados. Fundação Procafé, Varginha, MG, 2008.

IBA (1,47µM) BAP (1,33µM)

Com Sem

Com 1,92a A 1,87b A Sem 1,81a B 2,44a A

1 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si, pelo teste t de Student, a 5% de

significância.

Porcentagem de plântulas com raízes

Os efeitos principais da adição de IBA e de BAP ao meio de cultura foram significativos (Tabela 2). Observa-se, pelos dados da Tabela 2, que o Tratamento 3, constituído pelo meio PRM acrescido de 1,47µM de IBA, não apresentou formação de sistema radicular, sendo estatisticamente inferior aos demais tratamentos estudados. Esse resultado pode ser atribuído à possibilidade de que os níveis naturais de auxina e citocinina das plantas tenham sido suficientes para proporcionar o desenvolvimento de raízes. No presente trabalho é possível também que os reguladores de crescimento utilizados nos meios anteriores à fase de formação de plântulas tenham condicionado um efeito residual, proporcionando condições adequadas ao desenvolvimento de raízes, dispensando o uso de reguladores nesta fase de desenvolvimento dos embriões somáticos. TABELA 2 Valores médios de palntulas de C. arabica com raízes, segundo os tratamentos estudados. Fundação Procafé, Varginha, MG, 2008

IBA (1,47µM) BAP (1,33µM)

1

Com Sem

Com 0,00 b B 39,44 a A Sem 42,69 a A 54,64 a A

1 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste t de Student, a 5% de

significância.

Porcentagem de plântulas normais Cerca de 60% dos embriões cotiledonares colocados nos meios em estudo não se desenvolveram

bem, formando plântulas muito pequenas, com baixo desenvolvimento da parte aérea ou plântulas

anormais. A adição de IBA e de BAP, isoladamente, ou em conjunto, não aumentou a formação de

plântulas normais. Observou-se que, na ausência do BAP, houve desenvolvimento de 44,84% de plântulas normais e, na presença deste regulador, esta porcentagem foi de 36,50%. Esta porcentagem foi bastante

semelhante quando considerados os níveis de IBA (40,53% e 40,81% de plântulas normais na presença e

na ausência do regulador, respectivamente). Dessa forma justifica-se a utilização do meio de cultura sem

a adição desses reguladores, com o objetivo de redução dos custos. Vale ressaltar que as plântulas

normais obtidas no presente trabalho foram transferidas para casa de vegetação, apresentando

desenvolvimento normal e fenótipo idêntico ao de plantas originadas por sementes. Conclui-se que no

protocolo empregado não há necessidade da adição de IBA e BAP para a conversão de embriões

somáticos em estádio cotiledonar para plântulas de C. arabica.

2006 PRODUÇÃO DE CALOS EMBRIOGÊNICOS EM EXPLANTES FOLIARES DE

PLANTAS MATRIZES DE CAFÉ ARÁBICA COM RESISTÊNCIA À FERRUGEM E

AO BICHO-MINEIRO.

ANA CAROLINA R. SANTOS, PAOLA LIDIENE OLIVEIRA, FUNDAÇÃO PROCAFÉ; JOÃO BATISTA

TEIXEIRA, CENARGEN; CARLOS HENRIQUE S. CARVALHO., EMBRAPA CAFÉ ( [email protected] )

A micropropagação do cafeeiro via embriogênese somática permite a multiplicação em

larga escala de híbridos e de genótipos superiores que ainda estão segregando para

características de interesse. Esta técnica aplicada ao melhoramento genético de café arábica

possibilita reduzir o tempo para lançamento de novas cultivares de café de, aproximadamente, 30 anos, para cerca de 10 anos. A primeira etapa para a micropropagação em larga escala é a

otimização dos meios de indução de calos embriogênicos.

Este trabalho avaliou o potencial de produção de calos embriogênicos friáveis a partir de explantes foliares de plantas matrizes de café arábica com resistência à ferrugem e ao bicho-

mineiro. Estudou-se também o efeito da adição de prolina e a eficiência de PAB e de 2iP na

indução de calos embriogênicos.

Utilizou-se o protocolo descrito por Teixeira et al. (2005), no qual são usados dois meios de cultura para a indução de calos embriogênicos. Inicialmente explantes foliares de

aproximadamente 1cm2 são plaqueados com a face adaxial em contato com um meio de cultura,

denominado de PM, e cultivados durante um mês. O meio PM é formado por sais MS/2, vitaminas MS, caseína hidrolisada (100 mg.L

-1), extrato de malte (400 mg.L

-1), 2,4-D (20 µM),

IBA (9,84 µM), 2iP (9,84 µM), sacarose (20 g.L-1

) e Phytagel (2,4 g.L-1

). Após um mês em

meio PM os explantes foram transferidos para meio SM, no qual a concentração de 2,4-D é reduzida para 10 µM. Durante os primeiros meses do ensaio de avaliação do potencial de

produção de calos embriogênicos de diversas plantas matrizes, no período de setembro a

dezembro de 2005, em função da disponibilidade de reagentes, foram utilizados 9,84 µM de

PAB no lugar de 2iP. A partir de janeiro de 2006 o BAP foi substituído por 2iP. Em um segundo ensaio foi testada a suplementação com prolina nas doses de 0, 200, 400, 800 e 1600

mg.L-1

nos meios PM e SM. A percentagem de explantes com calos embriogênicos foi avaliada

sete meses após o plaqueamento dos explantes. No primeiro ensaio verificou-se formação de calos primários em todos os explantes das

plantas matrizes testadas (Tabela 1). A adição de 2iP aumentou significativamente a

percentagem de explantes que formaram calos embriogênicos (média de 22,5%) que a de BAP (0,8%). A percentagem de explantes com calos de embriogênicos também variou em função da

época de plaqueamento. Por exemplo, a planta matriz 14 apresentou 26,6% de calos

embriogênicos por explante plaqueado em janeiro de 2006 e 10,4% quando o plaqueamento foi

feito em março. Na planta matriz 23, observou-se que uma diferença de apenas três dias entre as coletas de folhas resultou em uma redução de 64,4% para 9,2% na percentagem de calos

formados. Considerando que as plantas matrizes eram mantidas em condições de campo, é

possível que além da época de coleta das folhas, o estado fisiológico da planta matriz no momento da coleta também tenha influenciado na produção de calos embriogênicos. A

percentagem média de calos embriogênicos obtidos (22,6%) é considerada satisfatória, pois

permite a um único operador produzir grande quantidade de calos embriogênicos necessários a

micropropagação. A adição de prolina aos meios PM e SM diminuiu a formação de calos primários e de

calos embriogênicos (Tabela 2).

TABELA 1. FORMAÇÃO DE CALOS EMBRIOGÊNICOS EM EXPLANTES FOLIARES DE CLONES DE CAFÉ

COM RESISTÊNCIA À FERRUGEM E AO BICHO-MINEIRO.

CLONE MEIO USADO

DATA DE

PLAQUEAMENTO

N° DE

EXPLANTES

PLAQUEADOS

EXPLANTES

COM CALOS

PRIMÁRIOS

(%)

EXPLANTES COM

CALOS

EMBRIOGÊNICOS

(%)

7--40 PM E SM C/ BAP .18/09/2005 245 100% 1,6%

15 PM E SM C/ BAP .01/11/2005 347 100% 0,0%

16 PM E SM C/ BAP .20/10/2005 74 100% 2,7%

18 PM E SM C/ BAP .01/11/2005 114 100% 0,0%

20 PM E SM C/ BAP .14/11/2005 85 100% 3,5%

21 PM E SM C/ BAP .16/11/2005 26 100% 0,0%

21 PM E SM C/ BAP .01/12/2005 28 100% 0,0%

21 PM E SM C/ BAP .14/12/2005 9 100% 0,0%

22 PM E SM C/ BAP .05/12/2005 87 100% 0,0%

22 PM E SM C/ BAP .07/12/2005 61 100% 0,0%

22 PM E SM C/ BAP .14/12/2005 246 100% 0,8%

MÉDIA 100% 0,8%

14 PM E SM C/ 2IP .27/01/2006 30 100% 26,6%

14 PM E SM C/ 2IP .08/03/2006 86 100% 10,4%

17 PM E SM C/ 2IP .10/01/2006 134 100% 24,6%

20 PM E SM C/ 2IP .25/04/2006 20 100% 0,0%

22 PM E SM C/ 2IP .11/01/2006 134 100% 12.4%

23 PM E SM C/ 2IP .27/01/2006 59 100% 64,4%

23 PM E SM C/ 2IP .30/01/2006 163 100% 9,2%

MÉDIA 100% 22,5%

TABELA 2. EFEITO DA ADIÇÃO DE PROLINA SOBRE A FORMAÇÃO DE CALOS

EMBRIOGÊNICOS EM EXPLANTES FOLIARES DE CAFÉ.

CLONE 23 CLONE 14

DOSE DE

EXPLANTE

COM EXPLANTE COM DOSE DE

EXPLANTE

COM EXPLANTE COM

PROLINA

CALO

PRIMÁRIO

CALO

EMBRIOGÊNICO PROLINA

CALO

PRIMÁRIO

CALO

EMBRIOGÊNICO

(MG) (%) (%) (MG) (%) (%)

0 100% 65% 0 100% 17%

200 14% 16% 200 44% 3%

400 25% 0% 400 83% 0%

800 3% 0% 800 20% 0%

1600 0% 0% 1600 23% 0%

Conclusões:

A adição de 2ip nos meios de indução de calos é mais eficiente que a de BAP para formação de calos embriogênicos friáveis.

A produção de calos embriogênicos é afetada pela época de coleta dos explantes e é genótipo-

dependente.

A adição de prolina aos meios de indução de calos diminui a formação de calos embriogênicos.

EFEITO DO PRÉ TRATAMENTO DE PLANTAS MATRIZES COM FUNGICIDAS E/OU BACTERICIDAS SOBRE A CONTAMINAÇÃO IN VITRO DE EXPLANTES FOLIARES DE CAFÉ. R.S. Ana Carolina (Fundação Procafé); A.L.A. Garcia (Fundação Procafé); P.L. Oliveira; R.N. Paiva (Fundação Procafé); L.B. Japiassu (Fundação Procafé); C.H.S. Carvalho( Embrapa Café).

Um grande problema enfrentado pela cultura de tecidos vegetais é a contaminação de explantes, que resultam perdas significativas na formação de mudas. No cafeeiro pelo fato das plantas selecionadas para mutiplicação, normalmente estarem em condições de campo, elas estão sujeitas a todo tipo de adversidades ambientais e de ataque de pragas e/ou microrganismos. A condição de sanidade de uma planta matriz é de grande importância, pois determinará a facilidade em descontaminar o explante durante o seu isolamento. Mesmo após a realização da desinfestação dos explantes, diversos microorganismos de natureza endógena permanecem no material (Grattapaglia & Machado, 1998). Tais problemas com agentes contaminantes afetam não somente a introdução do material in vitro como também a qualidade final da muda. Tendo em vista o tempo e investimentos (pessoal e financeiro) empregados na obtenção de mudas, bem como a dificuldade na identificação de matrizes superiores é de fundamental importância a elaboração de protocolos que visam reduzir o índice de contaminação.

O trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito de fungicidas e bactericidas em um pré-tratamento de plantas de café no campo, a fim de reduzir o índice de contaminação nos explantes das folhas que são encaminhadas ao laboratório de cultura de tecidos.

Os tratamentos com diferentes produtos foram aplicados em uma lavoura de Catucaí Amarelo com quatro anos, espaçamento 3,5m x 0,70 m, localizada na Fazenda Experimental de Varginha-MG,e as avaliações realizadas no Laboratório de Biotecnologia da Fundação Procafé. Cada parcela experimental foi constituída de uma placa de petri contendo dez explantes oriundos de uma única planta. Foram usadas seis repetições por tratamento.

No primeiro experimento foram utilizados os seguintes tratamentos: 1.Folicur 2,5mL/L + Agrimicina 2g/L; 2. Folicur 2,5mL/L + Clorofenicol 500 mg/L; 3. Sphere 4,5mL/L + Agrimicina 2g/L; 4. Sphere 4,5mL/L+ Clorofenicol 500 mg/L; 5. Hipoclorito de Sódio 10% e 6. Somente padrão laboratorial, com alcool 70% por dois minutos, logo após hipoclorito de sódio 2,4% por cinco minutos, finalizando com quatro lavagens com água deionizada e autoclavada. Para todos os demais tratamentos foi realizado o padrão laboratorial antes do plaqueamento. Após a obtenção dos resultados do primeiro ensaio foi realizado um segundo experimento a fim de estudar outros produtos comerciais, com ingredientes ativos dos grupos químicos(triazol + estrobilurinas) os quais se destacaram no primeiro ensaio. Foram utilizados os produtos: 1.Sphere 4,25 mL/L; 2. Opera 6 mL/L; 3. Priori Xtra 4,125mL/L; 4. Hipoclorito de Sódio 10%; 5.Sphere 4,25ml/L + Agrimicina 2 gr/L; 6. Sphere 4,25mL/L + Cloranfenicol 500mg/L; 7. Amistar 0,5g/L e 8. Somente padrão laboratorial. Totalizando oito tratamentos com seis repetições.

A coleta dos explantes foi realizada um dia após a aplicação, sendo coletada uma folha por planta. A seguir, cada folha deu origem a 10 explantes por placa, correspondendo a uma repetição, nos quais foram colocados no meio de cultura primário MF, contendo 2,4 g/L Fitogel, 2,0 mL/L 2,4 D, 1,0 mL/L IBA, 2,15 g/L Sais MS, 0,4 g/L Malte, 0,1 g/L caseína, 20 g/L sacarose e 2 mL/g IP e posteriormente levado para a câmara de crescimento em ambiente escuro. As avaliações da percentagem de explantes sem contaminação foram realizadas aos cinco dias após o plaqueamento avaliando-se a percentagem de explantes sem contaminação e posteriormente, 30 dias após o plaqueamento.

Resultados e Conclusões

Os dados de percentagem de explantes sem contaminação estão resumidos na Tabela 1.

O ensaio apresentou índices de contaminação baixos, que provavelmente podem ser justificados pela escolha de uma lavoura jovem, bem nutrida e sadia para instalação do experimento. Ainda, durante as etapas de manuseio em campo e laboratoriais foram tomados todos os cuidados necessários para garantir a assepsia do material. Os índices de contaminação foram semelhantes e mais altos para os tratamentos 1- Folicur + Agrimicina e 6-Somente padrão laboratorial, diferenciando significativamente dos outros tratamentos, com menores índices de contaminação. Os demais tratamentos não diferenciaram entre si, indicando a eficiência dos produtos de desinfecção. Entretanto, pode-se observar que nos tratamentos 3 e 4, com os ingredientes ativos dos grupos das estrobilurinas + triazol não houve nenhuma contaminação, mostrando alta eficiência.

Tabela 1. Avaliação da percentagem de explantes sem contaminação de folhas coletadas em cafeeiros pré-tratados no campo, com fungicidas e/ou bactericidas.

Ingrediente ativo (Produto comercial) Explantes sem contaminação (%)

1. Tebuconazole + Agrimicina (Folicur + Agrimicina) 90 a 2. Tebuconazole + Cloranfenicol (Folicur + Agrimicina) 94 b 3. Ciproconazol+Trifloxistrobina + Agrimicina (Sphere + Agrimicina) 100 b 4. Ciproconazol+Trifloxistrobina + Cloranfenicol (Sphere + Cloranfenicol) 100 b 5. Hipoclorito de Sódio 96 b 6. Padrão laboratorial 86 a Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, segundo o teste de Scott-Knott ao nível médio de 5% de significância.

Os dados de percentagem de explantes sem contaminação do segundo ensaio estão

resumidos na Tabela 2. O segundo ensaio também apresentou baixos índices de contaminação. Os tratamentos 8 (Padrão laboratorial) e o 4 (hipoclorito de sódio) foram os que apresentaram maior contaminação, com índices semelhantes diferenciando significativamente de todos os demais. Os demais tratamentos não diferenciaram entre si e apresentaram índices de contaminação muito baixos quando comparados ao padrão laboratorial. O presente ensaio mostrou a alta eficiência de fungicidas sistêmicos com o ingrediente ativo do grupo das estrobilurinas + triazol, associados ou não a bactericidas, na descontaminação de plantas matrizes.

Tabela 2. Avaliação da percentagem de explantes sem contaminação de folhas coletadas em

cafeeiros pré-tratados no campo, com fungicidas e/ou bactericidas.

Ingrediente ativo ( Produto comercial) Explantes sem contaminação (%)

1. Ciproconazol + Trifloxistrobina ( Sphere) 96,7 b 2. Epoxiconazole + Piraclostrobina (Opera) 98,3 b 3. Azoxistrobina + Ciproconazol (Priori Xtra) 95,0 b 4. Hipoclorito de Sódio 77,5 a 5. Ciproconazol+Trifloxistrobina + Agrimicina (Sphere + Agrimicina) 98,3 b 6. Ciproconazol + Trifloxistrobina + Cloranfenicol (Sphere + Cloranfenicol) 98,3 b 7. Azoxistrobin (Amistar) 91,5 b 8. Padrão laboratorial 74,2 a Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, segundo o teste de Scott-Knott ao nível médio de 5% de significância

A aplicação de produtos de ação sistêmica e de contato com ingredientes ativos dos grupos das estrobilurinas + triazois em matrizes de campo, proporciona maior controle sanitário dos explantes, com menores índices de contaminação laboratorial. Esse comportamento deve estar relacionado as características de amplo espectro de ação e atividade sistêmica de tais produtos, que comprovam ser eficientes para o pré-tratamento ao nível de campo.