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FACULADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO FAMERP CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM Ana Paula Betaressi da Silva Lavagem de mãos em Unidades de Terapia Intensiva neonatal e pediátrica: estudo comparativo São José do Rio Preto 2016

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FACULADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO

PRETO FAMERP

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Ana Paula Betaressi da Silva

Lavagem de mãos em Unidades de Terapia

Intensiva neonatal e pediátrica: estudo

comparativo

São José do Rio Preto

2016

Ana Paula Betaressi da Silva

Lavagem de mãos em Unidades de Terapia

Intensiva neonatal e pediátrica: estudo

comparativo

Trabalho de Conclusão de

Curso apresentado à

Faculdade de Medicina de

São José do Rio Preto

para obtenção do grau de

Enfermeiro.

Orientadora: Profª. Drª. Marli de Carvalho Jericó

São José do Rio Preto

2016

FICHA CATALOGRÁFICA

da Silva, Ana Paula Betaressi

Hand hygiene in neonatal and pediatric intensive care units:

comparative study / Ana Paula Betaressi da Silva. São José do Rio

Preto, 2016.

20 p.

Monografia (TCC) – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

– FAMERP

Orientadora: Profª. Drª. Marli de Carvalho Jericó

1. Hand hygiene; 2. Nosocomial infections; 3. Nursing team; 4.

Neonatal Intensive Care Units; 5. Pediatric Intensive Care Units.

FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO

PRETO – AUTARQUIA ESTADUAL

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM ESPECIALIZADA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO-TCC

Banca Examinadora

Data: 02/12/2016

Orientador: Profª. Drª. Marli de Carvalho Jericó

1º Examinador: Profº Dr. Alexandre Lins Werneck

2º Examinador: Profª Ms. Bruna Cury Borim

Suplente: Célia Alves de Souza

São José do Rio Preto

2016

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ............................................................................................................i

AGRADECIMENTOS...................................................................................................ii

EPÍGRAFE.....................................................................................................................iv

LISTA DE APÊNDICES................................................................................................v

LISTA DE ANEXOS.....................................................................................................vi

LISTA DE TABELAS..................................................................................................vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS...........................................................viii

RESUMO.......................................................................................................................ix

ABSTRACT...................................................................................................................x

1.Introdução....................................................................................................................1

2.Objetivos......................................................................................................................5

3.Materiais e Métodos.....................................................................................................7

4.Resultados....................................................................................................................9

5.Discussão....................................................................................................................14

6.Conclusão...................................................................................................................20

7.Referências.................................................................................................................22

8.Apêndice.....................................................................................................................27

9.Anexo..........................................................................................................................29

10.Divulgação................................................................................................................31

i

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Paulo e Silmara, por todo incentivo e apoio que

me deram para que eu chegasse até aqui.

Ao meu esposo Fernando, por todo amor e esforços

imensuráveis que fez para que eu vencesse todos os obstáculos e fosse

além do que eu poderia imaginar.

ii

AGRADECIMENTOS

À Deus, pela vida, oportunidades e experiências extraordinárias ao longo dos anos. Obrigada

por me fazer voar alto.

À Marli de Carvalho Jericó, que além da brilhante e paciente orientação, é uma profissional

inspiradora e competente. Além de ser uma amiga, conselheira, pronta a ajudar todos aqueles

que necessitam de ti. Não há palavras para expressar o quão grata pela sua vida.

Ao Alexandre Lins Werneck, que além de seu extraordinário entendimento e ajuda ilimitada,

ofereceu também sua amizade e projetos formidáveis.

À Márcia Galan Perroca e Orfa Yineth Galvis-Alonso, por todo o conhecimento e

oportunidades que me deram. Em momentos de muitas dificuldades, desafios e também

alegrias, estiveram presentes com seu apoio e carinho. Muito obrigada.

À Adriana Pelegrini, Ana Maria da Silveira, Angela Calil, Daise Lais, Denise Beretta, Dóris

Silvia Barbosa, Elmari de Oliveira, Josimerci Ittavo, Maria Helena Pinto e Rita de Cássia

Helu, obrigada pelo saber compartilhado, tudo ficou mais fácil com a presença de vocês.

Aos professores e funcionários da FAMERP pelo apoio e competência.

Ao Fernando, meu marido e amigo, é difícil transmitir em palavras o meu agradecimento por

tudo o que você é. Muito obrigada, sem seu apoio, amor e cuidado não chegaria até aqui.

Você foi refúgio, exemplo e motivação em todos esses anos.

iii

À amada minha família. Mãe e Pai vocês são o exemplo do amor incondicional. Obrigada por

me incentivarem e me amarem tanto.

Aos meus queridos amigos, Abraão Júnior, Danielle Villela, Joice Rosa, Leidiane Dias e

Ligia Romero, obrigada por fazerem minha vida mais feliz. A amizade de vocês é de valor

inestimável e fizeram cada momento valer à pena.

A todos os amigos de faculdade e trabalho, e todos aqueles que de alguma forma estiveram е

estão próximos dе mim, obrigada por todo apoio e incentivos constantes.

iv

“Como é feliz o homem que acha a

sabedoria, o homem que obtém

entendimento, pois a sabedoria é mais

proveitosa do que a prata e rende mais do

que o ouro. É mais preciosa do que rubis;

nada do que você possa desejar se

compara a ela”

(Provérbios 3.13-15 - Bíblia).

v

LISTA DE APÊNDICES

Apêndice 1. Formulário de para avaliação de higiene de mãos dos profissionais de

enfermagem...............................................................................................................................28

vi

LISTA DE ANEXOS

Anexo1. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa...................................................................30

vii

LISTA DE TABELAS

Table 1. Distribution of the nursing team during the 5 moments of hand hygiene, according to

professional occupation in a Neonatal ICU. São José do Rio Preto, 2015.

Table 2. Distribution of the nursing team during the 5 moments of hand hygiene, according to

professional occupation in a Pediatric ICU. São José do Rio Preto, 2015.

Table 3. Distribution of the nursing team during the 5 moments of hand hygiene, according to

working shifts in a Neonatal and Pediatric ICUs. São José do Rio Preto, 2015.

viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

A.E. – Auxiliar de Enfermagem

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ANT. CONTATO PCTE - Antes do contato com o paciente

ANT PROC. ASSÉPTICOS - antes que realizar procedimentos assépticos

AP. FLUÍDOS CORPORAIS - após contato com fluídos corporais

AP. CONTATO PACIENTE - após contato com o paciente

AP. CONTATO AMBIENTE PCTE - após contato com ambiente do paciente

AS – água e sabão

CCIH – Infection Control Serive

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

CDC - Centers for Disease Control and Prevention

ECFs - Instalações de Crianças com Cuidados Prolongados

ENF. – Enfermeiro;

FAMERP – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

HM – Higiene de mãos

IRAS - Infecção Relacionada à Assistência a Saúde

NR – Não realiza.

OMS – Organização Mundial de Saúde

PA – Produto alcoólico

pLTC - Pediátricas à Longo Prazo

SCIH – Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

T.E. – Técnico de Enfermagem;

UTI – Unidade de Terapia Intensiva

UTIN – Unidade de Terapia Intensiva

UTIP– Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.

ix

RESUMO

Introdução: A higiene de mãos é a principal medida no controle das infecções hospitalares,

além de ser mais eficiente e de baixo custo. Objetivo: Investigar a adesão dos profissionais de

enfermagem quanto à higienização de mãos nas Unidades de Terapia Intensiva neonatal e

pediátrica. Método: Estudo comparativo, observacional e prospectivo em hospital de ensino

especializado em Saúde da Mulher e da Criança. Foi realizada observação direta quanto aos

cinco momentos da higienização das mãos realizada pelos profissionais de enfermagem que

trabalham nas UTI neonatal e pediátrica. Resultados: Na Unidade de Terapia Intensiva

Neonatal, a adesão dos profissionais aos cinco momentos foi: momento 1 (95,1%), momento

2 (75,4%), momento 3 (67,2%), momento 4 (73,8%) e momento 5 (21,3%). O enfermeiro

apresentou maior adesão no momento 2 (100%) e o técnico de enfermagem (93,5%) no

momento 1. Na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, a adesão dos profissionais aos cinco

momentos foi: momento 1 (70,8%), momento 2 (66,7%), momento 3 (85,7%), momento 4

(79,2%) e momento 5 (50,0%). O enfermeiro apresentou maior adesão aos momentos 1 e 3

(99,9%) e o técnico de enfermagem (85%) no momento 3. O turno de trabalho com maior

adesão foi o matutino e o produto mais utilizado o alcoólico, em ambas as unidades.

Conclusão: O estudo permitiu identificar que adesão à higienização de mãos foi de 63,3% na

Unidade Neonatal e de 70,8% na Unidade Pediátrica, mostrando espaço para ações de

melhorias.

Descritores: Lavagem de mãos; Infecção hospitalar; Equipe de enfermagem; Unidades de

terapia intensiva neonatal; Unidades de terapia intensiva pediátrica.

x

Abstract

Introduction: Hand hygiene is the main measure in the control of hospital infections as well

as it is the most effective and lower cost. Objective: Investigate adherence of nursing

professionals regarding the hand hygiene in neonatal and pediatric intensive care units.

Method: This is a comparative, observational, and prospective study conducted at a hospital

specialized in Women's and Child Health. A direct observation was performed concerning the

5 moments for hand hygiene performed by nursing staff in neonatal and pediatric intensive

care units. Results: In the Neonatal Intensive Care Unit, the adherence of the professionals to

the five moments was: moment 1 (95.1%), moment 2 (75.4%), moment 3 (67.2%), moment 4

(73, 8%) and moment 5 (21.3%). Nurses showed higher adherence in moment 2 (100%) and

nursing technician (93.5%) in moment 1. In the Pediatric Intensive Care Unit, the adherence

of the professionals to the five moments was: moment 1 (70.8%), moment 2 (66.7%), moment

3 (85.7%), moment 4 (79.2%), and moment 5 (50.0%). Nurses showed higher adherence to

moments 1 and 3 (99.9%) and nursing technicians (85%) to moment 3. The morning shift was

the one with higher adherence and the most used product was alcohol-based sanitizer in both

units. Conclusion: The study revealed that adherence to hand hygiene was 63.3% in the

Neonatal Unit and 70.8% in the Pediatric Unit, providing room for improvement.

Keywords: Hand hygiene; Nosocomial infections; Nursing, team; Neonatal Intensive Care

Units; Pediatric Intensive Care Units.

1

1. INTRODUÇÃO

2

A lavagem de mãos ou higienização das mãos é globalmente considerada uma

ação essencial e primária na prevenção e controle de infecção relacionada à assistência a

saúde (IRAS), e são as ferramentas mestre dos profissionais de saúde(1). A lavagem de

mãos consiste no ato de limpeza das mãos a fim prevenir a transmissão de

microrganismos(2). Na higienização das mãos ocorre a remoção da flora transitória que

possui microrganismos altamente patogênicos e controle da flora residente, em que há

microrganismos de baixa virulência, diminuindo a propagação para os pacientes, já que

a infecção é caracterizada pela proliferação e multiplicação desses microrganismos no

hospedeiro causando lesões e outros danos(3), bem como a IRAS.

A infecção relacionada à assistência a saúde (IRAS), também conhecida como

infecção hospitalar, compõe um dos mais graves problemas de saúde pública no mundo

e seu índice de ocorrência elevado gera aumento do tempo de internação, risco de

mortalidade e, consequentemente, aumento dos custos hospitalares(4), estimando que

esta atinge todos os dias 1,4 milhões de pessoas no mundo(5). Em países em

desenvolvimento, tal como o Brasil, a IRAS é importante causa de morbidade e

mortalidade em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), uma que em neonatos o

risco de infecção é maior em decorrência da imaturidade do sistema imunológico aos

procedimentos invasivos necessários para o suporte vital e uso de medicamentos(6).

Crianças internadas em Unidade Terapia Intensiva pediátrica (UTIP) muitas vezes

apresentam fatores, como imunodeficiências congênitas ou adquiridas, uso de

imunossupressores e tempo de internação prolongado como condições cruciais para a

aquisição de infecções, com taxas de infecção entre 3% a 27% maiores do que UTI

adulto (7).

3

Por esses fatores, focando na segurança do paciente, prevenção e controle das

IRAS o Ministério da Saúde / Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) /

Fiocruz publicou o “Anexo 01: PROTOCOLO PARA A PRÁTICA DE HIGIENE DAS

MÃOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE” apresentando quais devem ser as indicações e a

técnica para a higiene de mãos (HM), os produtos e em que momentos realizá-los(2). Isto

porque a prática de HM é de interesse mundial, pois as mãos são o principal meio de

transmissão de infecção(8). Entretanto, embora seja a medida mais efetiva, estudos

mostram baixa adesão dos profissionais em realizar tal prática(9).

É de suma importância que se eleve as taxas de adesão à higienização de mãos

durante a assistência realizada ao paciente, assunto que vem sendo considerado

prioridade para a Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação à segurança do

paciente. Seu termo é amplo e engloba a higienização simples das mãos, a higienização

antisséptica, a fricção antisséptica (uso de preparações alcoólicas) e a antissepsia

cirúrgica(2). Para melhor orientação dos profissionais, o Centers for Disease Control and

Prevention (CDC) e a OMS orientam que quando existir sujidade visível nas mãos ou

com fluídos corporais o uso de higienização por meio da água e sabão é o mais

indicado, porém, o produto alcoólico é uma alternativa eficaz quando não há sujeira

visível e também pode e deve ser usado em todos os momentos da higienização das

mãos(2-10).

A literatura descreve a utilização do produto alcoólico como uma maneira de

aumentar a adesão dos profissionais da saúde à técnica de higienização das mãos devido

ao tempo gasto ser menor e a eficácia ser a mesma da água e sabão(11). No entanto,

estudos nacionais mostram que a adesão maior é pela utilização de água e sabão,

demonstrando que ainda não faz parte da cultura desses profissionais o uso de

4

antisséptico, o que torna necessárias medidas educativas neste contexto, pois não basta

apenas disponibilizar o produto se não houver a adesão(12,13,5). Em contrapartida, o

Departamento de Saúde CDC (2002) nos Estados Unidos (EUA), aponta que a

preferência dos profissionais para higienização das mãos é a fricção anti-séptica com

produto alcoólico(1).

É possível observar por meio dos dados apresentados que a IRAS é UTIs é

superior do que em outros setores em virtude de ser unidades de alta complexidade e do

perfil dos pacientes que necessitam de assistência constante. Além disso, quando em

UTIN e UTIP o risco é ainda mais elevado uma vez que as taxas de infecção são entre

3% a 27% superiores a de UTI adulto. Este aspecto torna crucial não somente as

habilidades técnicas dos profissionais, mas também o conhecimento em relação as vias

de infecções, como prevenir as IRAS por meio da higiene de mãos e garantir a

segurança do paciente por meio da assistência prestada.

5

2. OBJETIVOS

6

Objetivo Geral

O propósito deste estudo é avaliar a adesão a higiene de mãos no controle da

infecção hospitalar nas unidades de terapia intensiva neonatal e pediátrica.

Objetivos Específicos

Investigar a adesão dos profissionais a higienização das mãos;

Investigar qual momento, baseado nos “5 Momentos de Higiene de Mãos”, os

profissionais apresentam maior e menor adesão a higiene de mãos;

Identificar qual o produto mais utilizado ou de primeira para higiene de mãos;

Identificar qual o turno de trabalho apresenta maior adesão a higiene de mãos.

7

3. MATERIAIS E MÉTODOS

8

Trata-se de estudo comparativo, observacional e prospectivo realizado em duas

UsTI neonatal e pediátrica em um hospital de ensino especializado em Saúde da Mulher

e da Criança de grande porte (180 leitos). Especificamente, a UTI neonatal conta com

34 leitos e o quadro de pessoal de enfermagem de 77 profissionais e a pediátrica com

oito e 25, respectivamente. Os dados serão apresentados por valores reais, percentagem

e teste Qui-quadrado. Foi utilizado o teste Qui-quadrado clássico para comparação das

frequências. O programa utilizado foi o GraphPad Instat (3.0). O nível de significância

adotado foi p ≤ 0,05.

As observações foram realizadas após aprovação do Comitê de Ética em

Pesquisa (Parecer nº 907.640). Dessa forma, foram observados os cinco momentos de

higienização de mãos realizados pelos profissionais da saúde (auxiliares e técnicos de

enfermagem e enfermeiros), nos meses de abril a maio de 2014, nos turnos matutino,

vespertino e noturno, no período de maior demanda de atividades assistências.

As observações foram registradas em formulário composto por dados de

identificação, categoria profissional e unidade. Considerou-se para avaliar a adesão dos

profissionais à higienização das mãos as seguintes variáveis: oportunidades, indicações,

ação ausente ou presente e os tipos de produtos utilizados, sendo alcoólico ou água e

sabão. De acordo com as novas diretrizes globais por meio da OMS, a higienização das

mãos é classificada e tem que ser realizada em cinco momentos: 1º Antes do contato

com o paciente; 2º Antes que realização de procedimentos assépticos; 3º Após contato

com fluídos corporais; 4º Após contato com o paciente e 5º Após contato com o

ambiente do paciente(12). Os formulários incompletos foram excluídos do estudo.

9

4. RESULTADOS

10

O quadro de pessoal de enfermagem das unidades em estudo totalizam 102,

desses foram observados 85 (83.3%), sendo 30 enfermeiros (35,3%), 51 técnicos (60%)

e quatro auxiliares (4,7%). Dentre os profissionais observados 61 (71,8%) estavam

alocados na UTI Neonatal e 24 (28,2%) na Pediátrica.

A adesão dos profissionais nos 5 momentos variou de 21,3% no momento 5 a 95,1% no

momento 1. Dentre as categorias, a realização da higiene de mãos pelo enfermeiro

variou de 22,2% no momento 5 a 100% no momento 2, pelo técnico de 22,6% no

momento 5 a 93,5% no momento 1 e pelo auxiliar foi de 0% no momento 5 a 100% nos

momentos 1 e 2.

Na ação de higienizar, o produto alcoólico foi utilizado por 22,2% dos enfermeiros no

momento 5 e por 100% dos auxiliares no momento 2. A escolha da água e sabão foi

feita por 6,5% dos técnicos e 42,3% dos enfermeiros, ambos no momento 2.

11

Tabela 1. Distribuição da adesão dos profissionais de enfermagem nos cinco momentos

e ações de higiene de mãos, segundo categoria profissional em uma UTI Neonatal. São

José do Rio Preto, 2015.

Cinco Momentos

Profissional Ação Momento 1

Ant. contato

paciente

Momento 2

Ant. proc.

assépticos

Momento 3

Ap. fluídos

corporais

Momento 4

Ap. contato

paciente

Momento 5

Ap. contato

ambiente pcte

Nº (%) Nº (%) Nº (%) Nº (%) Nº (%)

Enf.

PA 24 88,9 16 59,3 11 40,7 12 44,4 06 22,2

AS 02 7,4 11 40,7 09 33,4 09 33,4 --- ---

NR 01 3,7 --- --- 07 25,9 06 22,2 21 77,8

T.E.

PA 25 80,6 14 45,1 17 54,8 17 54,8 07 22,6

AS 04 12,9 02 6,5 03 9,8 05 16,2 --- ---

NR 02 6,5 15 48,4 11 35,4 09 29,0 24 77,4

A.E.

PA 02 66,7 03 100 01 33,3 02 66,7 --- ---

AS 01 33,3 --- --- --- --- --- --- --- ---

NR --- --- --- --- 02 66,7 01 33,3 03 100 _______________________________________________________________________________________________

______

Total (%) 95,1% 75,4% 67,2% 73,8%

21,3%

Legenda: Ant. contato pcte - antes do contato com o paciente; Ant. proc. assépticos - antes que realizar procedimentos assépticos;

Ap. fluídos corporais - após contato com fluídos corporais; Ap. contato paciente - após contato com o paciente; Ap. contato

ambiente pcte - após contato com ambiente do paciente; Enf. – Enfermeiro; T.E. – Técnico de Enfermagem; A.E. – Auxiliar de

Enfermagem; PA – produto alcoólico; AS – água e sabão; NR – não realiza. Fonte: Dados da pesquisa.

Já na UTI Pediátrica, a adesão dos profissionais aos cinco momentos foi de 50%

no momento 5 a 87,5% no momento 3. Dentre as categorias, a adesão do enfermeiro

variou de 0% no momento 5 a 99,9% nos momentos 1 e 3, a do técnico variou de 60%

no momento 5 a 85% no momento 3 e a do auxiliar de 0% no momento 5 a 100% nos

momentos 1, 2, 3 e 4 .

Na ação de higienizar, o produto alcoólico foi utilizado por 66,7% dos

enfermeiros e por 100% dos auxiliares, ambos nos momentos 1, 3 e 4. A escolha de

higienizar por água e sabão foi feita por 5% dos técnicos no momento 5 e por 100% dos

auxiliares no momento 2.

12

Tabela 2. Distribuição da adesão dos profissionais da saúde em relação às indicações e

ações de higiene de mãos segundo categoria de profissionais em uma UTI Pediátrica.

São José do Rio Preto, 2015.

Cinco momentos

Profissional Ação Momento 1

Ant. contato

paciente

Momento 2

Ant. proc.

asséptico

Momento 3

Ap. fluídos

corporais

Momento 4

Ap. contato

paciente

Momento 5

Ap. contato

ambiente pcte

Nº (%) Nº (%) Nº (%) Nº (%) Nº (%)

Enf.

PA 02 66.6 01 33.3 02 66.6 02 66.6 --- ---

AS 01 33.3 --- --- 01 33.3 --- --- --- ---

NR --- --- 02 66.6 --- --- 01 33.3 03 100

T.E.

PA 09 45 12 60 07 35 10 50 11 55

AS 04 20 02 10 10 50 06 30 01 05

NR 07 35 06 30 03 15 04 20 08 40

A.E.

PA 01 100 --- --- 01 100 01 100 --- ---

AS --- --- 01 100 --- --- --- --- --- ---

NR --- --- --- --- --- --- --- --- 01 100

_______________________________________________________________________________________ Total (%) 70,8% 66,7% 87,5% 79,2%

50,0%

Legenda: Ant. contato pcte - antes do contato com o paciente; Ant. proc. assépticos - antes que realizar procedimentos assépticos; Ap. fluídos corporais - após contato com fluídos corporais; Ap. contato paciente - após contato com o paciente; Ap. contato

ambiente pcte - após contato com ambiente do paciente; Enf. – Enfermeiro; T.E. – Técnico de Enfermagem; A.E. – Auxiliar de

Enfermagem; PA – produto alcoólico; AS – água e sabão; NR – não realiza.

Fonte: Dados da pesquisa.

Segundo o turno de trabalho, a adesão dos profissionais aos cinco momentos na

UTI Neonatal variou de 7,1% momento 5 (tarde) a 100% no 1 momento (manhã). Já na

UTI Pediátrica de 33,3% nos momentos 1 e 2 (tarde) a 90,9% momentos 3 e 4 (noite).

Na ação de higienizar, na UTI Neonatal, o produto alcoólico foi utilizado por

7,1% dos profissionais à tarde e por 100% dos profissionais de manhã. Na UTI

Pediátrica de 33,3% (tarde) a 85,7% (manhã). Na UTI Neonatal, a escolha por água e

sabão foi de 0% (manhã) no momento 2 a 33,3% (noite) no momento 5, enquanto que

na UTI Pediátrica foi de 0% (manhã) nos momentos 2 e 5; 0% (tarde) nos momentos 1 e

2 e 66,7% (tarde) no momento 3.

13

Tabela 3. Distribuição da adesão dos profissionais da saúde em relação à ação e aos

cinco momentos de higiene de mãos segundo turno de trabalho em uma UTI Neonatal e

Pediátrica. São José do Rio Preto, 2015.

Turno Ação

Cinco momentos Momento 1

Ant. contato

paciente

Momento 2

Ant. proc.

assépticos

Momento 3

Ap. fluídos

corporais

Momento 4

Ap. contato

paciente

Momento 5

Ap. contato

ambiente pcte

UTI

NEONATAL Nº (%) Nº (%) Nº (%) Nº (%) Nº (%)

Manhã PA 20 100 15 75,0 11 55,0 11 55,0 07 35,0

AS --- --- --- --- 03 15,0 02 10,0 --- ---

NR --- --- 05 25,0 06 30,0 07 35,0 13 65,0

Tarde PA 11 78,6 08 57,1 05 35,7 05 35,7 01 7,1

AS 01 7,1 --- --- 03 21,4 03 21,4 --- ---

NR 02 14,3 06 42,9 06 42,9 06 42,9 13 92,9

Noite PA 20 74,1 10 37,0 13 48,2 15 55,6 05 18,5

AS 06 22,2 02 7,4 06 22,2 09 33,3 --- ---

NR 01 3,7 15 55,6 08 29,6 03 11,1 22 81,5

Adesão por turno - Manhã: 69,0%; Tarde: 52,9%; Noite: 64,4%

Adesão Total: 63,3%

UTI

PEDIÁTRICA Nº (%) Nº (%) Nº (%) Nº (%) Nº (%)

Manhã PA 03 42,9 06 85,7 03 42,8 04 57,1 04 57,1

AS 03 42,8 --- --- 02 28,6 01 14,3 --- ---

NR 01 14,3 01 14,3 02 28,6 02 28,6 03 42,9

Tarde PA 02 33,3 02 33,3 02 33,3 02 33,3 03 50,0

AS --- --- --- --- 04 66,7 02 33,3 --- ---

NR 04 66,7 04 66,7 --- --- 02 33,3 03 50

Noite PA 07 63,6 06 54,5 05 45,4 07 63,6 04 36,4

AS 02 18,2 02 18,2 05 45,5 03 27,3 01 9,1

NR 02 18,2 03 27,3 01 9,1 01 9,1 06 54,5

Adesão por turno - Manhã: 74,3% ; Tarde: 56,7%; Noite: 76,4%

Adesão Total: 70,8%

Legenda: Ant. contato pcte - antes do contato com o paciente; Ant. proc. assépticos - antes que realizar procedimentos assépticos;

Ap. fluídos corporais - após contato com fluídos corporais; Ap. contato paciente - após contato com o paciente; Ap. contato

ambiente pcte - após contato com ambiente do paciente; Enf. – Enfermeiro; T.E. – Técnico de Enfermagem; A.E. – Auxiliar de Enfermagem; PA – produto alcoólico; AS – água e sabão; NR – não realiza.

Fonte: Dados da pesquisa.

Teste Qui-quadrado

Foi utilizado o teste Qui-quadrado clássico para comparação das frequências. O

programa utilizado foi o GraphPad Instat (3.0). O nível de significância adotado foi p ≤

0,05. Quando aplicado o teste, a UTI Neonatal apresentou resultado de p = 0,047 entre o

14

número de observações em relação aos turnos e o tipo de produto utilizado, apontando

diferença significante, enquanto que a UTI Pediátrica é de p = 0,3155 não apresentando

significância nas variáveis comparadas. O mesmo se aplica quando comparado

momentos e produtos sendo a diferença na UTI Neonatal significante, p < 0,0001, e na

UTI Pediátrica sem significância, p < 0,3114.

15

5. DISCUSSÃO

16

Medidas corretas de prevenção de contato estão diretamente ligadas com

infecções relacionadas aos cuidados de saúde, uma vez que a adesão da higienização das

mãos pode reduzir essas infecções em 40%(13).

Na terapia intensiva neonatal os achados mostraram que a adesão aos cinco

momentos de HM foi maior no momento 1 (95,1%) e, menor, no 5 (21,3%). A adesão

total, entre as categorias, foi observada no momento 2 pelo enfermeiro e nos momentos

1 e 2 pelo auxiliar na UTI Neonatal. No Rio Grande do Sul, estudo em UTI de adultos

com diversas categorias profissionais, indicou que a adesão nos momentos 1- antes do

contato com o paciente (81,6%) e 2- antes de procedimento asséptico (79,1%) – foram

menores em comparação aos momentos 4 e 5- após o contato com paciente e após

contato como ambiente do paciente, respectivamente(4). No Paraná, também em UTI

adulto, estudo observacional investigou três categorias profissionais. Após analisar as

oportunidades e adesão dos profissionais nos 5 momentos de higienização das mãos

constatou maior adesão nos momentos 3 e 4 que nos 1 e 2(14).

Vale ressaltar que o ambiente de UTI, adulto ou não, recebe pacientes graves e

apresentam um aumento no risco de microrganismos e, consequentemente, infecções.

Nesse sentido, chama a atenção que no momento 2, ou seja, higienizar as mãos

antes de realizar procedimentos assépticos não foi realizado por 48,4% dos técnicos.

Dessa forma, pode-se inferir que o paciente esteve exposto a maior risco de infecção em

aproximadamente 50% dos procedimentos invasivos. Investigação sobre HM, também

em UTI Neonatal, aponta que a baixa adesão do ato implica em alto risco de

transmissão de patógenos causadores de infecção para os bebês e também grande

desafio para o SCIH(14).

17

Na UTI Pediátrica, a adesão total, entre categorias, foi do auxiliar em todos os

momentos, exceto no momento 5. É válido salientar que a amostragem dessa categoria

foi baixa, tendo em vista que, por recomendação, apenas as categorias de técnico e

enfermeiro trabalham em terapia intensiva por ter melhor qualificação para assistir

pacientes de alta complexidade(15). Além disso, os dados mostraram o momento 3 como

o de maior adesão (85,7%), enquanto no momento 5 foi o de adesão mais baixa

(42,8%), assim como na UTI Neonatal. Uma pesquisa sobre higienização das mãos

realizado em Instalações de Crianças com Cuidados Prolongados (ECFs) também

apontou maior adesão dos profissionais nesse mesmo momento e baixa adesão no

momento 5 (42%)(16).

Neste estudo os profissionais da UTI Pediátrica mostraram que o momento 2 foi

o segundo com menor adesão, totalizando 64,3% de higienização por todos os

profissionais, corroborando a investigação em UTI adulto no Rio Grande do Sul que

apontou baixa adesão também nesse momento, no qual 81,6% dos profissionais não

realizaram HM(4). Observa-se a semelhança dessa realidade, tanto em estudos brasileiros

quanto internacionais. Nos EUA, em três Instalações Pediátricas à Longo Prazo (pLTC),

a adesão foi menor no momento 2 (16%) e maior após contato com fluídos corporais

(61%)(17).

Pesquisa realizada em um hospital no estado de São Paulo, verificou que apenas

após entrar em contato com fluídos corporais – momento 3 - os profissionais

apresentaram adesão acima do índice de conformidade (65,6%)(18). Estes resultados

chamam atenção uma vez que em cuidado direto ao paciente e contato com fluídos

corporais, os profissionais demonstram ter consciência de higienizar as mãos quando há

sujidade visível e perceptível. Enquanto que, no momento 5, no manuseio dos

18

dispositivos e nas atividades indiretas aos pacientes, parece que os profissionais não

vêem risco de infecção para o paciente constatado pela não higienização das mãos,

reiterando a necessidade de ações educativas junto a esses profissionais para

conscientização quanto à delimitação do ambiente colonizado e a transmissão de

microrganismos do ponto de assistência para o ambiente geral da UTI.

Segundo o turno de trabalho, os achados na UTI Neonatal mostraram que todos

os turnos tiveram maior adesão ao momento 1 e menor no momento 5. A adesão geral

foi de 63,3%, sendo o turno da manhã - 69%, tarde - 52,9% e noite – 64,4%. O produto

de primeira escolha foi o alcoólico, seguido pela água e sabão. O período da manhã foi

o único a apresentar 100% de adesão ao momento 1, no entanto, nos outros momentos

ainda há profissionais que não realizam HM. O turno da tarde também apresentou a

maior taxa no momento 1 (85,7%), e menor no momento 5 – uma vez que 92,9% dos

profissionais não realizaram HM. O noturno demonstrou boa adesão ao momento 4

(88,9%) e baixa no momento 5 (81,5%) e momento 2 (55,6%). Entre os turnos, os

momentos 1 (100%), 2 (75%) e 5 (65%) foram de melhor adesão no turno da manhã. Já

nos momentos 3 (70,4%) e 4 (88,9%), a noite teve maior adesão.

Na UTI Pediátrica, a adesão geral foi de 70,8%, já por turno de trabalho os

dados são os seguintes: manhã – 74,3%, tarde - 56,7% e noite – 76,4%, comparando, o

turno com maior adesão foi período da noite. Assim como na UTI Neonatal, o produto

de primeira escolha foi o alcoólico. Nota-se que o período noturno se destaca na adesão

à HM e na utilização do produto alcoólico.

O período da manhã apresentou melhor adesão aos momentos 1 e 2 (85,7%

ambos), no entanto, baixa no momento 5 (42,9%). O turno da tarde teve 100% de

19

adesão no momento 3 (100%) e, diferentemente da manhã, apresentou baixa adesão nos

momentos 1 e 2 (66,7% ambos). O noturno demonstrou baixa adesão no momento 5

(54,5%), no entanto, nos momentos 3 e 4 apresentou boa adesão, sendo 90,9% em

ambos. Entre os turnos, os momentos 1 (85,7%), 2 (85,7%) e 5 (57,1%) foram de

melhor adesão no turno da manhã; Já no momento 3 (100%) a tarde teve maior adesão.

O momento 4 teve maior adesão pelo turno da noite (90,9%). No Paraná, estudo

observacional em UTI adulto investigou oportunidades de HM, relatando adesão de

26,5% e de não adesão de 73,5%; já por turnos, a adesão foi de 28,6% pela manhã,

22,8% a tarde e 28,8% no noturno(14).

É possível observar por meio dos dados apresentados que, apesar de em alguns

momentos os profissionais de enfermagem mostrarem baixa adesão (7,1% – momento

5), e por categoria, auxiliares e enfermeiros, muitas vezes chegarem a 0%, em outros,

verifica-se altas taxas de adesão como no momento 1 (100%) pela equipe da UTI

Neonatal.

O produto escolhido pela maioria dos profissionais neste estudo foi o alcoólico,

tanto na UTI Pediátrica quanto na Neonatal. Contudo, estudos mostram que a adesão

maior é pela utilização de água e sabão, demonstrando que ainda não faz parte da

cultura desses profissionais o uso de antisséptico(4,14). Dessa forma, os achados desta

pesquisa demonstram mudança que reflete em nova cultura incorporada pelos

profissionais na adesão de novos produtos. Como confirmação disto, um estudo

prospectivo realizado na Turquia, em UTI com enfermeiros, apontou que esses

profissionais tem preferência por higienizar as mãos com produto alcoólico (65%) ao

invés de água e sabão (18,3%)(19). Em outra investigação, os participantes de uma

pesquisa em UTI Neonatal descreveram que dentre os fatores que previnem infecções

20

está a higienização das mãos com o produto alcoólico, inclusive para higiene de

materiais(20).

Por muitas vezes, a higiene das mãos dá a impressão de tomar muito tempo e se

torna a razão da falta de adesão dos profissionais à técnica(13). No entanto, diversos

estudos sugerem que dispensadores de álcool gel e lembretes promovem melhoria da

adesão da higienização por parte dos profissionais, resultando em diminuição das taxas

de infecções nosocomiais(5, 12, 21).

Para melhoria de HM, a OMS traz o guia de estratégia multimodal apresentando

componentes chaves, como 1) Mudança do sistema (Solução alcoólica nos pontos de

assistência; Disponibilidade de água, sabão e papel toalha); 2) treinamento/instrução; 3)

observação e retorno; 4) lembretes no local de trabalho; 5) clima de segurança

institucional (gestão participativa) (2,21). Uma pesquisa multicêntrica realizada durante

dois anos, que implementou essa estratégia, estimulou a conformidade de higienização

das mãos dos profissionais da saúde em relação aos cuidados prestados. Como resultado

dessas práticas e atividades, a adesão que antes era de 51% aumentou para 67,2%, além

de ter aperfeiçoado os conhecimentos em relação aos cuidados de saúde(21). Um estudo

realizado em UTI Neonatal, na Índia, apontou que apenas 46% das oportunidades de

higienização das mãos foram aproveitadas. No entanto, após ações educativas esse

número aumentou para 69%, tendo impacto claramente positivo(5).

Ações educativas e aumento do número de pias e álcool gel são medidas que

auxiliam a conter surtos e epidemias. Três elementos são primordiais para a prevenção

de transmissão de doenças por meio das mãos dos profissionais, sendo elas: agente

21

tópico com eficácia antimicrobiana, técnica adequada e no tempo indicado e adesão

regular dos profissionais ao seu uso nos momentos recomendados(2,12).

Neste estudo identificou-se como limitação a investigação de apenas uma

categoria profissional, auxiliar de enfermagem, na UTI pediátrica. Para que haja maior

confiabilidade sugere-se replicar este estudo de forma mais abrangente e em outros

cenários.

22

6. CONCLUSÃO

23

O estudo permitiu identificar que o produto alcoólico foi o mais usado e que a

adesão a HM na UTI Neonatal foi de 63,3% e que o momento 1 (95,1%) foi o de maior

adesão. Na UTI Pediátrica a adesão foi de 70,8%, sendo o momento de maior adesão o

momento 3 (87,55%). Na UTI Neonatal o turno de trabalho que apresentou maior

adesão a higiene de mãos foi o turno da manha com 69% de adesão, enquanto que na

UTI Pediátrica foi o turno da noite com 76,4%. Além disso, analisando os momentos, é

possível observar que a adesão ao momento 5 é preocupante, necessitando melhorias a

fim de aumentar o conhecimento dos profissionais e a esta prática, e consequentemente,

reduzir as taxas de IRAS.

24

7. REFERÊNCIAS

25

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serviços de saúde: higienização das mãos [monografia na Internet]. Brasília (DF):

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implantação da estratégia multimodal da OMS para a melhoria da higienização das

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13. Anderson O, Hanna GB. Effectiveness of the CareCentre(®) at improving contact

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19. Findik UY, OtkunMT, ErkanT, Sut N. Evaluation of hand washing behaviors and

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28

20. Lorenzini E,Costa TC,Silva EF. Prevenção e controle de infecção em unidade de

terapia intensiva neonatal. Rev Gaúcha Enferm [periódico na Internet] 2013 [acesso em

2016 Ago1];34(4):[aproximadamente 7 p.] . Disponível em:

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21. Allegranzi B, Gayet-Ageron A, Damani N, Bengaly L, McLaws ML, Moro ML, et

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10.1016/S1473-3099(13)70163-4.

29

8. APÊNDICE

30

FORMULARY OF OBSERVATION – INFECTION CONTROL

SERVICE(CCIH)

Local: Data:

Profissional: Turno de trabalho:

Categoria Categoria Categoria

Profissional: Profissional: Profissional:

Nome: Nome: Nome:

Código: Código: Código:

1

Indicação Ação

( ) ant. pacte.

( )ant. proc. assp.

( )ap. fluídos corp.

( )ap. pacte.

( )ant. proxim.

( ) fricção

álcool

( ) água e

sabonete

( ) não

realizada

2

Indicação Ação

( ) ant. pacte.

( )ant. proc. assp.

( )ap. fluídos corp.

( )ap. pacte.

( )ant. proxim.

( ) fricção

álcool

( ) água e

sabonete

( ) não

realizada

1

Indicação Ação

( ) ant. pacte.

( )ant. proc. assp.

( )ap. fluídos corp.

( )ap. pacte.

( )ant. proxim.

( ) fricção

álcool

( ) água e

sabonete

( ) não

realizada

2

Indicação Ação

( ) ant. pacte.

( )ant. proc. assp.

( )ap. fluídos corp.

( )ap. pacte.

( )ant. proxim.

( ) fricção

álcool

( ) água e

sabonete

( ) não

realizada

31

9. ANEXO

32

33

10. DIVULGAÇÃO

34

Apresentação em Congresso

Ana Paula Betaressi da Silva, Francis Rodrigues Pereira, Geraldo Magela de

Faria Júnior, Marcela Lopes Rodrigues, Regina Mara Custódio Rangel, Marli de

Carvalho Jericó.” Adesão à higienização de mãos em Unidade de Terapia

Intensiva neonatal e pediátrica: estudo comparativo”. XIII CAIC – Congresso

Anual de Iniciação Científica da FAMERP, I Congresso Científico da

FAMERP/FUNFARME e VIII COLIG – Mostra das Ligas Acadêmicas. 19 de

Outubro de 2016. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. São José do

Rio Preto.