langer, j. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

Upload: sofronisco

Post on 06-Jul-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    1/23

    ISSN 1807-1783  atualizado em 02 de fevereiro de 2012 

    Editorial

    Expediente

    De Historiadores

    Dos Alunos

    Arqueologia

    Perspectivas

    Professores

    Entrevistas

    Reportagens

    Artigos

    Resenhas

    Envio de Artigos

    Eventos

    Curtas

    Instituições

    Associadas

    Nossos Links

    Destaques

    Fale Conosco

    Cadastro

    Newsletter

    A Nova História Cultural: Origens, Conceitos e Críticas

    por Johnni Langer

    Sobre o autor*

    O historiador britânico Peter Burke, um dos mais importantes

    representantes da Nova História Cultural. Fonte:

    http://diariodonordeste.globo.com

    A denominada história cultural é uma das práticas

    historiográficas mais comuns e difundidas nos dias de hoje. Mas, apesar de seu

    sucesso, seus conceitos e sua história não possuem uniformidade entre os

    http://www.historiaehistoria.com.br/quem_det.cfm?id=40http://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=resenhashttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=artigoshttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=professoreshttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=perspectivashttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=arqueologiahttp://www.historiaehistoria.com.br/quem_ind.cfmhttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=editorialhttp://www.historiaehistoria.com.br/index.cfmhttp://www.historiaehistoria.com.br/index.cfmhttp://www.historiaehistoria.com.br/index.cfmhttp://www.historiaehistoria.com.br/index.cfmhttp://diariodonordeste.globo.com/http://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=newsletterhttp://www.historiaehistoria.com.br/cadastro.cfmmailto:[email protected]://www.historiaehistoria.com.br/destaques.cfmhttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=linkshttp://www.historiaehistoria.com.br/instituicoes.cfmhttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=curtashttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=eventoshttp://www.historiaehistoria.com.br/quem_det.cfm?id=40http://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=resenhashttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=artigoshttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=reportagenshttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=entrevistashttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=professoreshttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=perspectivashttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=arqueologiahttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=alunoshttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=historiadoreshttp://www.historiaehistoria.com.br/quem_ind.cfmhttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=editorialhttp://www.historiaehistoria.com.br/index.cfm

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    2/23

    historiadores. Procuraremos neste ensaio analisar as diferenças e as

    semelhanças nas suas interpretações.

    O termo nova história cultural foi difundido a partir dos anos

    1980, mas entre alguns autores que analisaram a sua definição, ela possui dois

    eixos de identificação: os que defendem que está ligada diretamente, como

    herdeira e ao mesmo tempo questionadora, de uma história cultural que tem

    raízes desde o século XVIII; em segundo, aqueles que acreditam que este

     “movimento” possui raízes mais recentes, vinculadas objetivamente na tradição

    historiográfica francesa, conhecida como história das mentalidades, surgida após

    os anos 1960. Examinaremos cada uma em detalhes. Em seguida, concederemos

    um panorama sintético dos debates conceituais envolvendo a disciplina, e por

    último, algumas críticas teóricas e metodológicas efetuadas tanto pelos

    opositores como pelos adeptos da nova história cultural.

    As origens

    No final dos anos 1980, o historiador britânico Peter Burke

    realizou uma conferência no Brasil, onde procurava determinar os mais recentes

    paradigmas da historiografia, especialmente os advindos da França e

    relacionados aos Annales. Sob o epíteto de “a nova história”, caracterizou esta

    tendência como algo situado entre a história total e a estrutural. Esse movimentoseria basicamente ocasionado por uma crise geral dos paradigmas,

    especialmente concentrados em algumas críticas: a política pensada além das

    instituições e a história pensada além da política; uma preocupação maior com

    as estruturas do que com a narrativa dos acontecimentos; deslocamento do

    interesse pela vida e obra dos grandes homens e grandes datas para as pessoas

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    3/23

    e acontecimentos comuns; a necessidade de se ir além dos documentos escritos

    e registros oficiais; a história não seria objetiva, mas sujeita a referenciais

    sociais e culturais de um período.[1] Tentando determinar como e de que maneira

    surgiu essa nova história, Burke retorna ao início dos Annales, com Bloch e

    Febvre e sua oposição aos rankenianos, para em seguida ir ainda mais para trás,

    chegando a Jacob Burckhardt e aos acadêmicos do século XVIII que pensavam ahistória muito além da política, considerando as maneiras de pensar de uma

    sociedade, o chamado “espírito da época”. Na realidade, Burke estava sendo

    influenciado naquele momento pela obra de Jacques Le Goff, que publicou uma

    coletânea em 1978 com o nome de A Nova História. Para Le Goff essa

    denominação remetia essencialmente a uma continuidade da historiografia

    francesa, onde os annalistas ocupavam uma posição central, em pelo menos três

    gerações de pesquisadores oferecendo novas perspectivas metodológicas,temáticas e problematizadoras – toda forma de história nova seria uma tentativa

    de história total, sendo a mais fecunda das perspectivas a longa duração. [2]

    Posteriormente, em 1991, o texto de Burke foi modificado para servir de

    introdução ao livro A escrita da História, publicado três anos depois de sua

    palestra inicial. Nele, as recentes tendências investigativas recebiam influências

    de outras partes, como Inglaterra e Estados Unidos e questões como a do

    relativismo cultural, a micro-história e o construtivismo apontavamdirecionamentos muito além da tradição francesa.

    Um pouco antes da publicação do livro de Burke, em 1989, a

    historiadora norte-americana Lynn Hunt realizou uma coletânea utilizando o

    termo que definiria e popularizaria esta tendência historiográfica em ascensão: a

    nova história cultural. Segundo Hunt, além da terceira e quarta geração dos

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    4/23

     Annales, o interesse pelas práticas simbólicas foi também enfatizado por autores

    marxistas, antropólogos, críticos literários (narrativa e linguagem) e filósofos

    (análise do discurso), todos apontando que as relações econômicas e sociais são

    campos de produções culturais. Também os documentos não seriam simples

    reflexos transparentes do passado, mas ações simbólicas com significados

    diferentes conforme os autores e suas estratégias. Era o início da supremacia dosestudos culturais na historiografia.[3]

    Em outro texto publicado em 1997, novamente procurando

    definir as origens da história cultural, Peter Burke se distancia muito mais de

    uma ligação direta e única com a historiografia francesa. Tentando se desvincular

    de uma perspectiva linear e de continuidade, ele recorre aos antecedentes dos

    motivos culturais na Europa, ainda com os humanistas do Renascimento,

    estudando a língua e a literatura, até chegar à história da música e das artes

    durante o Setecentos.[4] Durante o século XIX, surge o que ele denomina de

    história cultural clássica, especialmente na Alemanha, onde se percebe um

    interesse das elites pela cultura – aqui como sinônimo de arte, filosofia e

    literatura. Com relação aos historiadores da primeira metade do século XX,

    aponta algumas deficiências em comum: ignoram a sociedade e a economia; seu

    postulado de unidade cultural é injustificado; a idéia de tradição é muito

    tradicional e fixa e o conceito de cultura é equiparado com o produzido pela elite.

    [5]

    Essas idéias seriam aprofundadas e organizadas em uma

    concepção mais esquemática, no livro O que é história cultural?,  publicado em

    2004. Aqui Peter Burke concebe quatro fases para esse movimento

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    5/23

    historiográfico: a fase clássica, durante o Oitocentos; a história social da arte na

    década de 1930; a história da cultura popular nos anos 1960; e finalmente, a

    nova história cultural posterior aos anos 1970. Entre todos os antecessores, dois

    mereceram maior atenção com seus clássicos: Jacob Burckhardt ( A cultura do

    renascimento na Itália, 1860) e Johan Huizinga (O outono da Idade Média, 1919),

    mas também a obra de Aby Warburg e Ernest Gombrich, ambos trabalhando coma noção de esquemas ou fórmulas culturais de origem psicológica, que foram

    fundamentais para as gerações seguintes. Mas a maior influência acadêmica que

    Burke aponta para o surgimento da história cultural praticada durante a década

    de 1970 e 1980, teria vindo das confluências com os estudos de antropologia,

    tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.[6]

    Com uma perspectiva mais restrita ao âmbito francês, um

    estudo de Ronaldo Vainfas e outro de Roger Chartier, vinculam diretamente o

    surgimento da nova história cultural como resposta e continuidade à história das

    mentalidades. Esse movimento recusaria o conceito de mentalidades, o

    considerando muito fluido, ambíguo e pouco preciso, sem articulações entre o

    psicológico e o social. Mas não negam o mental, nem os vínculos com a

    antropologia e a longa duração: “É lícito afirmar, portanto, que a história cultural

    é, neste sentido, um outro nome para aquilo que, nos anos 1970, era chamado de

    história das mentalidades”.[7] Outros dois elementos vão caracterizar a nova

    história cultural: a preocupação com o resgate do popular e a busca pelo coletivo

    (estratificações e conflitos). Mas, reafirmando seu caráter plural e a

    multiplicidade de enfoques, Ronaldo Vainfas apresenta ao menos três vertentes

    atuais: 1. A praticada por Carlo Ginzburg, com suas noções de cultura popular e

    circularidade cultural; 2. A história cultural de Roger Chartier e seus conceitos de

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    6/23

    representação e apropriação; 3. A produzida por Edward Thompson e seus

    estudos sobre movimentos sociais e cotidianos das classes populares.[8]

    Seguindo esta mesma perspectiva de que a nova história

    cultural foi criada em torno da oposição dos conceitos da história das

    mentalidades, Roger Chartier questiona o posicionamento de Lynn Hunt de 1989 –

    de que este movimento historiográfico seria unificado e coerente. Para Chartier,

    a diversidade dos objetos de investigação, das perspectivas metodológicas e os

    conceitos teóricos apresentam, pelo contrário, um movimento totalmente sem

    unidade de abordagem, mas construído em torno de um intercâmbio de debates,

    especialmente recusando a redução da história a uma só dimensão e o primado

    político-social na historiografia.[9]

    A mais recente reconstituição histórica também é originada deum francês, mas ao contrário de Roger Chartier e Ronaldo Vainfas, percebe o

    movimento concomitantemente em torno de dois eixos de estudos culturais, um

    anglo-saxão e outro francês. O estudo de Pascal Ory entende a prática de história

    cultural, no caso francês, situada à margem da denominada história das

    mentalidades, vinculando o movimento a partir do artigo teórico de Georges

    Duby, Histoire culturelle, originalmente de 1969, mas republicado na coletânea

    Por une histoire culturelle  (1997). Emblemático, o texto de Duby conclama paraum inventário do fenômeno cultural, seus símbolos e signos, vocabulários, gestos

    rituais, enfim, da relação entre os mecanismos mentais e sua articulação em um

    imaginário de base histórica.[10] Mas apesar de sua importância, o texto de Duby

    foi pouco conhecido e comentado, num período em que os debates sobre a

    estrutura eram centrais na historiografia francesa. Foi somente a partir dos anos

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    7/23

    1980 que as perspectivas antropológicas e culturalistas teriam penetrado de

    forma incisiva na academia da França.[11] Na tradição anglo-saxônica, os estudos

    deste tema teriam se iniciado com a contrapartida britânica do artigo de Duby,

    Em busca da história cultural , de Ernest Gombrich, publicado em 1969, seguido

    de diversas obras de Natalie Zemon Davis, Peter Burke e Robert Darnton.[12]

    Os conceitos

    Sendo originadas de diferentes heranças e tradições, a nova

    história cultural vem privilegiando objetos, domínios e métodos bem diferentes,

    sendo difícil realizar um levantamento completo. Assim, identificaremos algumas

    questões comuns, lembrando que as abordagens são diversas.[13]

    A – A representação e o imaginário.

    São as matrizes que geram as práticas sociais e os

    comportamentos, que dão coesão e explicação para a realidade. Geram

    identidade tanto para o indivíduo quanto para o grupo e são portadoras do

    simbólico, que é construído social e historicamente – portanto, a “realidade do

    passado só chega ao historiador por meio de representações”. [14]  Para Chartier,

    o conceito de representação permite articular três modalidades da relação com o

    mundo social: a delimitação e classificação das múltiplas configurações

    intelectuais; as práticas de reconhecimento de uma identidade social; as formas

    institucionalizadas que marcam a existência de um grupo.[15]  Assim, não existem

    práticas ou estruturas que não sejam produzidas pelas representações.[16]  Todo

    tipo de narrativa pode ser lida culturalmente, além das formas, sendo que o

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    8/23

    leitor pode participar da construção de seu sentido, originando a historicidade dos

    textos.[17]

    Para a historiadora Sandra Pesavento, isso acabou englobando

    até mesmo as narrativas do passado como sendo representações, sendo a

    história cultural “uma representação que resgata representações, que se incumbe

    de construir uma representação sobre o já representado”. E a partir daí, passou-

    se a empregar um novo conceito, o de imaginário, que seriam as idéias e

    representações de uma determinada época, criadas para dar sentido ao mundo.

    Com isso, pesquisadores como Jacques Le Goff e Cornelius Castoriadis pensam

    que todo o campo da experiência humana pode ser abarcado pelo imaginário.[18]

    Mas, o historiador britânico Peter Burke, ao contrário de Sandra

    Pesavento, percebe que houve um movimento contrário – primeiro ocorreram asteorizações do imaginário social, para em seguida passar-se às idéias de

    representação e construtivismo na nova história cultural. Inicialmente os estudos

    de imaginário tiveram dois trabalhos paradigmáticos na historiografia francesa, a

    obra As três ordens ou o imaginário do feudalismo  (1978), de Georges Duby, e O

    nascimento do purgatório (1981), de Jacques Le Goff. Estes trabalhos pensavam

    como as representações tiveram o poder de modificar a realidade, não sendo

    simples reflexos da estrutura social. Para Burke, com o tempo, os conceitos deimaginário e representação tornaram-se limitados, e os historiadores culturais

    passaram a pensar que toda a realidade era produzida por meio de

    representações – portanto uma influência das idéias construtivistas, comuns na

    filosofia e crítica literária, atrelada também a outros conceitos pós-modernos,

    como o relativismo e o subjetivismo. É a construção social da realidade, não

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    9/23

    existindo praticamente o indivíduo e o mundo real fora das representações. [19]

    B – A cultura popular.

    Tradicionalmente, os historiadores trataram a cultura popular

    como um sistema simbólico coerente e autônomo, enquanto outros, dependentes

    de um sistema de dominação e desigualdade social, compreenderam a culturapopular a partir de suas dependências em face à cultura dos dominados. No

    primeiro caso, a cultura popular é pensada como independente, e no segundo,

    totalmente definida pela sua distância em relação aos dominantes. Assim, Carlo

    Ginzburg definiu seu conceito de cultura popular tanto pela oposição à cultura

    letrada, mas ao mesmo tempo, pela relação que mantém com a cultura

    dominante, filtrada pelos seus próprios interesses e valores. [20]

    Para Roger Chartier, houve uma recusa nestes esquemas

    categóricos. O poder dos modelos culturais dominantes não anularia a recepção

    dos dominados, sendo que na distância das normas e dogmas, existem as

    resistências e apropriações, campo próprio das tradições partilhadas.[21] Chartier

    rejeita o modelo ginzburgiano de dicotomia da cultura popular/cultura erudita,

    adotando uma visão mais abrangente e não homogênea de cultura.[22]  Alguns

    antropólogos aceitam que as culturas populares não são totalmente dependentes,

    nem completamente autônomas, nem simples imitações ou totalmente criativas.

    Como qualquer cultura, elas não são homogêneas e são construídas em uma

    situação de dominação, por serem grupos sociais subalternos.[23]  Adotando certa

    influência de Chartier, mas percebendo que é impossível abandonar o modelo

    binário de popular e erudito (sem eles seria difícil analisar as interações), Peter

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    10/23

    Burke recomenda o seu emprego sem muita rigidez, colocando os dois termos

    em uma estrutura mais ampla.[24]

    C – Os discursos e a linguagem.

    No mundo contemporâneo, existem duas crises relacionadas

    entre si e que influenciaram muitos dos debates da nova história cultural: a damodernidade e a crise da História. A primeira é referente às problemáticas

    elaboradas após os anos 1960 à cultura moderna, à visão racionalista de origem

    oitocentista sobre a História e as raízes iluministas sobre o conhecimento da

    realidade. A crise da História seria relacionada tanto ao seu objeto quanto as

    suas formas tradicionais de conhecimento e método. Em ambas houve as críticas

    sobre o conhecimento “real” (objetivo) da natureza. Quanto ao linguistic turn

    (giro ou virada lingüística), situado também após os anos 1960, seria o encontrode diversas correntes teóricas que tinham como pressuposto comum, a filosofia

    da linguagem: Hayden White, Michel Foucault, Michel de Certeau, Ankersmit, Paul

    Veyne, entre outros, tendo essencialmente a idéia de que “nada existe fora do

    texto ou da linguagem”.[25] A maior influência metodológica destas assertivas foi

    de que as fontes passaram a ser vistas não mais como textos inocentes e

    totalmente transparentes, sendo escritas com diferentes estratégias e

    finalidades.[26]

    Contra esse uso incontrolado do referencial de texto, alguns

    historiadores culturais conclamaram que a experiência não pode ser reduzida à

    ordem do discurso. Natureza e realidade estão imbricadas a toda experiência

    narrativa, sendo que “o que está fora do texto, está também dentro dele” e o

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    11/23

    combate da noção de prova histórica como sendo positivista seria um ponto de

    vista totalmente ingênuo dos pós-modernistas. Os dados empíricos devem ser

    investigados em sua interação com a narrativa.[27] E nem sempre as estratégias

    dos discursos são totalmente parecidas com os processos práticos, pois as

    linguagens disponíveis são mais limitadas que os recursos que os indivíduos e os

    grupos sociais possuem. Na prática histórica dos dias de hoje, exige-se acompreensão conjunta de como os discursos constroem as relações de

    dominação, e como eles mesmos são dependentes de interesses contrários,

    separando o poder de legitimação das representações que asseguram a

    submissão.[28]

    D – As práticas culturais.

    Para os novos historiadores culturais, as relações econômicas,sociais e mentais são campos de práticas e produções culturais.[29]  As práticas

    envolvem todo o espaço da experiência vivida e a cultura permite ao indivíduo

    pensar essa experiência, ou seja, criar as formulações da vivência. Todo

    simbolismo é fator de identidade, e toda cultura é cultura de um grupo: “a

    história é, ao mesmo tempo e indissociavelmente, social e cultural”. [30]  Assim, o

    estudo das práticas tornou-se um dos paradigmas da nova história. Ao invés de

    se estudar apenas as instituições, as correntes filosóficas, teológicas, as teorias,parte-se para a história da experiência humana em todos os seus sentidos.

    Dentre todos os campos investigados, a prática religiosa é uma das que mais

    vem preocupando os especialistas em história das religiões, por exemplo. Mas

    entre as formas mais populares da história das práticas, certamente é a história

    da leitura, passando por pesquisadores como Carlo Ginzburg, Michel de Certeau e

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    12/23

    principalmente, Roger Chartier.[31]

    Imbricada a este campo, são os estudos da vida cotidiana,

    sendo a encruzilhada de abordagens recentes da sociologia e da filosofia. Ambas

    tem como ponto em comum o mundo da experiência humana, sendo os

    comportamentos e valores aceitos como centrais em uma sociedade. Atualmente

    os historiadores tentam abordar as regras latentes da vida cotidiana, indo de

    encontro tanto da história social quanto à cultural. O cotidiano inclui ações,

    atitudes, hábitos e rituais. O desafio maior aos pesquisadores é tentar determinar

    as relações entre as estruturas do cotidiano com as mudanças e os grandes

    acontecimentos:[32] “o cotidiano só tem valor histórico e científico no interior de

    uma análise de sistemas históricos que contribuam para explicar seu

    funcionamento (...) fórmula vazia que a cada época serve para preencher um

    conteúdo diferente”.[33]

    As críticas

    As maiores críticas externas à prática da nova história cultural

    vieram inicialmente, de autores vinculados a um referencial marxista, como Ciro

    Flamarion Cardoso. Inicialmente, ele considera que os usos dos conceitos de

    cultura são polissêmicos demais e muitas vezes, totalmente opostos. Mas

    também as aplicações da metodologia antropológica seriam diferenciadas,

    conforme o autor. A principal idéia que Cardoso mantém sobre a história cultural,

    especialmente a francesa, é de seu radicalismo: que o conhecimento humano não

    passaria de um conjunto de idéias e representações, sem base material,

    econômica e social. Cardoso não nega o valor e a importância das produções

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    13/23

    simbólicas, mas considera que elas são criadas a partir de respostas sociais e

    materiais a eventos de ordem histórica e não podem fazer parte de uma natureza

    humana (que é irreal e idealizada) e desprovida de dimensão histórica.[34]

    Apesar de se concentrar bibliograficamente na tradição francesa, como em Roger

    Chartier, o historiador Ciro Cardoso muitas vezes generalizou o movimento da

    nova história cultural como derivado diretamente do pós-modernismo. Um eoutro seriam indissociáveis, especialmente nas questões de relativismo,

    subjetividade e construtivismo.[35] Na realidade, o autor acaba omitindo os

    referenciais de outros importantes expoentes, como o britânico Peter Burke e o

    italiano Carlo Ginzburg, este último radicalmente oposto ao não realismo

    epistemológico contemporâneo e à virada lingüística.

    Outro historiador brasileiro, Ronaldo Vainfas, percebeu com

    mais sutileza a pluralidade desta prática historiográfica, mas do mesmo modo

    que Cardoso elaborou críticas teóricas para a vertente francesa. O referencial de

    representação de Roger Chartier, faz com que o social só tenha sentido dentro

    das práticas culturais, nos símbolos de construção da realidade, enfim, o que

    Vainfas denomina de ‘tirania do cultural”.[36]  Os excessos do conceito de

    representação também foi percebido por outro historiador, Pierre Vilar, que

    considera válido ao historiador recuperar os diferentes sentidos sociais que as

    simbolizações ocupam nos mais variados espaços temporais.[37]

    Quanto às críticas internas, elas vieram logo em meados dos

    anos 1980. Lynn Hunt enfatizou a falta de teorias unificadas e programas

    objetivos.[38] Peter Burke neste período, enumerou pelo menos quatro campos

    de problemas. Primeiro, com as definições, ocasionadas por campos inéditos aos

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    14/23

    historiadores, como em relação à cultura popular: quem é o povo? Quais são

    suas fronteiras ou divisões? Com relação às fontes, como superar as limitações

    das fontes escritas e oficiais? Os dois últimos problemas seriam a falta de

    explicações e sínteses, devido à fragmentação disciplinar que a história se

    encontrava nesta época.[39] Seis anos depois, em 1997, Burke reforçava as

    críticas para os exageros da teoria das representações e do construtivismo: “Ainvenção jamais está livre de coerções”. O problema essencial para os

    historiadores, segundo ele, seria “revelar uma unidade subjacente sem negar a

    diversidade do passado”. Mas ao mesmo tempo, evitar cair em uma excessiva

    simplificação – a de que as culturas são homogêneas, sem diferenças ou

    conflitos.[40]

    Um dos mais completos balanços internos do movimento,

    porém, foi publicado por Burke em 2004. Entre os vários pontos de discussão, ele

    alega que a idéia de construção cultural, apesar de ter sido uma saudável reação

    contra o determinismo social e econômico, em alguns casos foi muito excessiva.

    Outros pontos já haviam sido detectados antes, mas agora haviam se tornado

    mais claros, entre eles a falta de definição de cultura e dos métodos a serem

    seguidos, além do perigo de fragmentação. Apesar das conquistas do

    construtivismo cultural, seria necessária uma história social da cultura: “Pode ter

    muito bem ter chegado o tempo de ir além da virada cultural (...) A NHC pode

    estar chegando ao fim de seu ciclo”.[41]

    No Brasil, alguns historiadores diretamente envolvidos neste

    movimento historiográfico, como Sandra Jatahy Pesavento, apresentam nítidas

    contradições. De um lado, defende o conceito de que história é uma forma de

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    15/23

    ficção controlada – influenciada objetivamente por Hayden White e a virada

    lingüística – mas em questões metodológicas, nega qualquer tentativa de apagar

    as fronteiras entre história e literatura ou mesmo de que é impossível o

    distanciamento entre o pesquisador e seu objeto, como apregoa o subjetivismo

    pós-modernista. Ao mesmo tempo, defende o caráter científico da disciplina, o

    que é inviável dentro deste contexto de “sensibilidade do indivíduo”.

    [42]

    Concordando com vários posicionamentos de Ciro Cardoso, o

    historiador Ronaldo Vainfas reitera que a história pós-modernista exagerou,

    criando uma justificativa contrária ao determinismo da estrutura, porém,

    também radical, a de “teorias voluntaristas da consciência”, incapazes de

    fornecer generalizações consistentes.[43]  Os embates dos paradigmas continuam,

    e mais do que nunca, podemos afirmar que a prática da nova história cultural

    vem apresentando inovações, contribuições extremamente importantes para a

    historiografia, mas que não são uníssonas, unindo pesquisadores díspares e de

    influências variadas.

    Bibliografia:

    BARROS, José D´Assunção. A história cultural francesa – caminhos de

    investigação. Fênix : revista de história e estudos culturais 2(4), 2005, pp. 1-17.

    BURKE, Peter. O que é história cultural : RJ: Zahar, 2008.

    BURKE, Peter. Variedades de história cultural . SP: Civilização Brasileira, 2006.

    BURKE, Peter. Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro. In: A escrita

    da história: novas perspectivas. SP: Unesp, 1992, pp. 7-38.

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    16/23

    CARDOSO, Ciro Flamarion. História e paradigmas rivais. In: VAINFAS, Ronaldo & 

    CARDOSO, Ciro Flamarion (orgs). Domínios da história. SP: Campus, 2011, pp. 1-

    22.

    CARDOSO, Ciro Flamarion. Um historiador fala de teoria e metodologia. SP:

    Edusc, 2005.

    CHARTIER, Roger. A nova história cultural existe? In: PESSAVENTO, Sandra.

    História e linguagens. RJ: 7Letras, 2006, pp. 29-44.

    CHARTIER, Roger. O mundo como representação. Estudos avançados 11(5), 1991,

    pp. 173-188.

    CHARTIER, Roger. A história cultural : entre práticas e representações. Lisboa:

    Difel, 1990.

    CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. SP: Edusc, 2002.

    DUBY, Georges. A história cultural. In: RIOUX, Jean-Pierre & SIRINELLI, Jean-

    François (orgs.). Para uma história cultural . Lisboa: Editorial Estampa, 1998, p.

    405-408.

    DUBY, Georges. Problemas e métodos em história cultural. Idade Média, idade

    dos homens: do amor e outros ensaios. SP: Cia das Letras, 1989, p. 214-130.

    FALCON, Francisco. História cultural . RJ: Campus, 2002.

    GINZBURG, Carlo. Relações de força: história, retórica, prova. SP: Cia das

    Letras, 2002.

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    17/23

    GIRARD, Augustin. As investigações sobre as práticas culturais. In: RIOUX, Jean-

    Pierre & SIRINELLI, Jean-François (org). Para uma história cultural . Lisboa:

    Editorial Estampa, 1998, pp. 281-292.

    HUNT, Lynn (org.). A nova história cultural . SP: Martins Fontes, 2006.

    LANGER, Johnni. A relação entre história e narrativa: algumas reflexões teóricas

    e seu debate na Escandinavística medieval. Medievalis  1, 2012. No prelo.

    LE GOFF, Jacques (dir). A história nova. SP: Martins Fontes, 1993.

    ORY, Pascal. A história cultural tem uma história. Revista de História Regional   15,

    2010, pp. 9-39.

    PAIVA, Eduardo França. História e imagens. SP: Autêntica, 2006.

    PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e história cultural . SP: Autêntica, 2008.

    PRIORE, Mary Del. História do cotidiano e da vida privada. In: VAINFAS, Ronaldo

    & CARDOSO, Ciro Flamarion (orgs). Domínios da história. SP: Campus, 2011, pp.

    247-261.

    PROST, Antoine. Social e cultural indissociavelmente. In: RIOUX, Jean-Pierre & 

    SIRINELLI, Jean-François (org). Para uma história cultural . Lisboa: Editorial

    Estampa, 1998, p. 123-137.

    RIBEIRO JÚNIOR, Florisbaldo Paulo. Representação e narrativa: usos e abusos.

    Em tempo de histórias 8, 2004, pp. 1-15.

    ROIZ, Diogo da Silva. A nova história cultural: questões e debates. Pensamento

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    18/23

     plural  2, 2008, pp. 181-186.

    VAINFAS, Ronaldo. História das mentalidades e história cultural. In: VAINFAS,

    Ronaldo & CARDOSO, Ciro Flamarion (org). Domínios da história. SP: Campus,

    2011, pp. 117-154.

    VAINFAS, Ronaldo. Caminhos e descaminhos da história. In: VAINFAS, Ronaldo & 

    CARDOSO, Ciro Flamarion (org). Domínios da história. SP: Campus, 2011, pp.

    337-345.

    WEINSTEIN, Barbara. História sem causa? A nova história cultural, a grande

    narrativa e o dilema pós-colonial. História 22(2), 2003, pp. 185-210.

    * Pós-Doutor em História Medieval pela USP, professor da UFMA. Coordenador do

    NEVE, Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos  (www.nevevikings.tk). E-mail: [email protected]

    [1] BURKE, Peter. Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro. In: A

    escrita da história: novas perspectivas. SP: Unesp, 1992, p. 7-16.

    [2]  LE GOFF, Jacques. A história nova. SP: Martins Fontes, 1993, p. 26-67.

    [3] HUNT, Lynn. História, cultura e texto. A nova história cultural . SP: Martins

    Fontes, 2006, p. 1-29.

    [4] BURKE, Peter. Origens da história cultural. Variedades de história cultural .

    SP: Civilização Brasileira, 2006, p. 13-37.

    [5] BURKE, Peter. Unidade e variedade na história cultural. Variedades de

    mailto:[email protected]://www.nevevikings.tk/

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    19/23

    história cultural . SP: Civilização Brasileira, 2006, p. 233-251.

    [6] BURKE, Peter. O que é história cultural?   RJ: Zahar, 2008, p. 48-60.

    [7] VAINFAS, Ronaldo. História das mentalidades e história cultural. In:

    VAINFAS, Ronaldo & CARDOSO, Ciro Flamarion (org). Domínios da história. SP:

    Campus, 2011, p. 137.

    [8] VAINFAS, Ronaldo. História das mentalidades e história cultural. In:

    VAINFAS, Ronaldo & CARDOSO, Ciro Flamarion (org). Domínios da história. SP:

    Campus, 2011, p. 139-140.

    [9] CHARTIER, Roger. A nova história cultural existe? In: PESSAVENTO, Sandra.

    História e linguagens. RJ: 7Letras, 2006, pp. 29-44.

    [10]  DUBY, Georges. A história cultural. In: RIOUX, Jean-Pierre & SIRINELLI,Jean-François (orgs.). Para uma história cultural . Lisboa: Editorial Estampa,

    1998, p. 405.

    [11] ORY, Pascal. A história cultural tem uma história. Revista de História

    Regional   15, 2010, p. 14. Mas o texto de Ory omite um importante colóquio

    promovido em 1977 em Tihany, Objetos e métodos da história da cultura, no qual

    o próprio Georges Duby apresentou um texto, que foi republicado numa coletânea

    de 1988. Cf. DUBY, Georges. Problemas e métodos em história cultural. Idade

    Média, idade dos homens: do amor e outros ensaios. SP: Cia das Letras, 1989, p.

    214.

    [12] ORY, Pascal. A história cultural tem uma história. Revista de História

    Regional  15, 2010, p. 15-28.

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    20/23

    [13] O historiador José Barros diferencia noção de conceito, e afirma que muitas

    palavras utilizadas pela história cultural ainda são noções que estão sendo

    elaboradas, mas preferimos conservar o termo conceito pelo amplo uso deste na

    bibliografia especializada. BARROS, José D´Assunção. A história cultural francesa

    – caminhos de investigação. Fênix : revista de história e estudos culturais 2(4),

    2005, p. 13.

    [14] PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e história cultural . SP: Autêntica, 2008,

    p. 42.

    [15] VAINFAS, Ronaldo. História das mentalidades e história cultural. In:

    VAINFAS, Ronaldo & CARDOSO, Ciro Flamarion (org). Domínios da história. SP:

    Campus, 2011, p. 143.

    [16] CHARTIER, Roger. O mundo como representação. Estudos avançados 11(5),1991, p. 177.

    [17] CHARTIER, Roger. A nova história cultural existe? In: PESSAVENTO, Sandra.

    História e linguagens. RJ: 7Letras, 2006, p. 35.

    [18] PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e história cultural . SP: Autêntica, 2008,

    p. 43-45. “Nenhuma sociedade vive fora do imaginário e que é uma falsa questão

    separar os dois mundos, o do real e o do imaginário (...) o imaginário é capaz desubstituir-se ao real concreto, como um seu outro lado, talvez ainda mais real,

    pois é por ele e nele que as pessoas conduzem a sua existência”. PESAVENTO,

    Sandra Jatahy. História e história cultural . SP: Autêntica, 2008, p. 47; 48. “O

    imaginário não é, como se poderia pensar, um mundo à parte da realidade

    histórica, uma espécie de nuvens carregadas de imagens e representações que

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    21/23

    pairam sobre nossas cabeças, mas não fazem parte de nosso mundo e de nossas

    vidas”. PAIVA, Eduardo França. História e imagens. SP: Autêntica, 2006, p. 26.

    [19] BURKE, Peter. O que é história cultural?   RJ: Zahar, 2008, p. 84-116.

    [20] VAINFAS, Ronaldo. História das mentalidades e história cultural. In:

    VAINFAS, Ronaldo & CARDOSO, Ciro Flamarion (org). Domínios da história. SP:

    Campus, 2011, p. 140-141.

    [21] CHARTIER, Roger. A nova história cultural existe? In: PESSAVENTO, Sandra.

    História e linguagens. RJ: 7Letras, 2006, p. 37-38.

    [22] VAINFAS, Ronaldo. História das mentalidades e história cultural. In:

    VAINFAS, Ronaldo & CARDOSO, Ciro Flamarion (org). Domínios da história. SP:

    Campus, 2011, p. 144.

    [23] CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. SP: Edusc, 2002, p.

    148-149.

    [24] BURKE, Peter. O que é história cultural?   RJ: Zahar, 2008, p. 42.

    [25] FALCON, Francisco. História cultural . RJ: Campus, 2002, p. 7-31.

    [26] HUNT, Lynn. História, cultura e texto. A nova história cultural . SP: Martins

    Fontes, 2006, p. 18.

    [27]  GINZBURG, Carlo. Relações de força: história, retórica, prova. SP: Cia das

    Letras, 2002, p. 60, 74, 114.

    [28] CHARTIER, Roger. A nova história cultural existe? In: PESSAVENTO, Sandra.

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    22/23

    História e linguagens. RJ: 7Letras, 2006, p. 39-40.

    [29] HUNT, Lynn. História, cultura e texto. A nova história cultural . SP: Martins

    Fontes, 2006, p. 9.

    [30] PROST, Antoine. Social e cultural indissociavelmente. In: RIOUX, Jean-Pierre

    & SIRINELLI, Jean-François (org). Para uma história cultural . Lisboa: Editorial

    Estampa, 1998, p. 134-137.

    [31] BURKE, Peter. O que é história cultural?   RJ: Zahar, 2008, p. 78-84.

    [32] BURKE, Peter. Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro. In: A

    escrita da história: novas perspectivas. SP: Unesp, 1992, p. 23-24.

    [33] PRIORE, Mary Del. História do cotidiano e da vida privada. In: VAINFAS,

    Ronaldo & CARDOSO, Ciro Flamarion (orgs). Domínios da história. SP: Campus,2011, p. 249.

    [34] CARDOSO, Ciro Flamarion. Um historiador fala de teoria e metodologia. SP:

    Edusc, 2005, p. 55-72, 162, 282.

    [35] “A Nova História Cultural, em qualquer de suas variantes – que, no entanto,

    apresentam diferenças consideráveis entre si -, entra com frequencia em

    contradição consigo mesma na sua própria prática historiográfica” CARDOSO,Ciro Flamarion. Um historiador fala de teoria e metodologia. SP: Edusc, 2005, p.

    160.

    [36] VAINFAS, Ronaldo. História das mentalidades e história cultural. In:

    VAINFAS, Ronaldo & CARDOSO, Ciro Flamarion (org). Domínios da história. SP:

  • 8/17/2019 Langer, J. a nova história cultural: origens, conceitos e críticas

    23/23

    Campus, 2011, p. 144.

    [37] RIBEIRO JÚNIOR, Florisbaldo Paulo. Representação e narrativa: usos e

    abusos. Em tempo de histórias  8, 2004, p. 8-9.

    [38] HUNT, Lynn. História, cultura e texto. A nova história cultural . SP: Martins

    Fontes, 2006, p. 12-13.

    [39] BURKE, Peter. Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro. In: A

    escrita da história: novas perspectivas. SP: Unesp, 1992, p. 19-37.

    [40] BURKE, Peter. Unidade e variedade na história cultural. Variedades de

    história cultural . SP: Civilização Brasileira, 2006, p. 251-267.

    [41] BURKE, Peter. O que é história cultural?   RJ: Zahar, 2008, p. 147, 162.

    [42] PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e história cultural . SP: Autêntica, 2008,

    p. 71, 81, 93, 118.

    [43] VAINFAS, Ronaldo. Caminhos e descaminhos da história. In: VAINFAS,

    Ronaldo & CARDOSO, Ciro Flamarion (org). Domínios da história. SP: Campus,

    2011, p. 344.

    Solicitar Uso Limitado deste Conteúdo

     Editorial  | Expediente  | De Historiadores  | Dos Alunos  | Arqueologia  | Perspectivas  | Professores  | Entrevistas

     Reportagens  | Artigos  | Resenhas  | Eventos  | Curtas  | Instituições Associadas  | Nossos Links

    http://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=linkshttp://www.historiaehistoria.com.br/instituicoes.cfmhttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=curtashttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=eventoshttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=resenhashttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=artigoshttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=reportagenshttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=entrevistashttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=professoreshttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=perspectivashttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=arqueologiahttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=alunoshttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=historiadoreshttp://www.historiaehistoria.com.br/quem_ind.cfmhttp://www.historiaehistoria.com.br/indice.cfm?tb=editorial