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Esta chamada é resultado da Iniciativa “Vozes Indígenas na Produção do Conhecimento”, a partir do diálogo de um grupo de pesquisadores do campo da saúde dos povos indígenas, ligado à Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ), com intelectuais indígenas. O projeto resultou na constituição de um comitê editorial que elaborou esta chamada, que visa fortalecer e divulgar as vozes dos povos indígenas em diferentes dimensões. Esperamos contribuições que ressaltem a importância da saúde nos territórios indígenas a partir da perspectiva do “Bem Viver e Viver Bem” desde a diver- sidade dos povos indígenas, e no espaço da produção de conhecimento indígena. O título dessa chamada é tanto uma provocação quanto uma política de resistência: quando afirmamos “saúde silenciada”, dizemos que desde os processos coloniais não há o reconhecimento da ciência indígena, e nem das práticas e saberes rela- cionados à saúde. Ressaltamos a existência de múltiplas vozes e conhecimentos a serem considerados. Almejamos, de uma maneira reflexiva e propositiva, romper esse silêncio. Estimulamos o envio de reflexões sobre as diferentes concepções de saúde, contextualizada a partir dos territórios indí- genas, assim como das suas variações no ambiente urbano; que considerem a diversidade de conhecimentos e práticas nos cuidados do corpo, do espírito, do conhecer e fazer remédios, dos processos de transmissão e do aprendizado desses saberes constantemente invisibilizados e, não raro, apropriados pelo conhecimentos científico. Receberemos contribuições que contenham análises dos processos da medicalização dos povos indígenas, apontando para seus principais impactos, e análises das diversas dimensões da política de atenção diferenciada do subsistema de saúde indígena (SUS). Também são pertinentes trabalhos envolvendo a autonomia dos povos na escolha de quem são os sujeitos e os espaços legítimos nos cuidados da saúde e as implicações da desterritorialização, das violências e das violações. Em função da situação de pandemia em que nos encontramos, também são oportunos trabalhos que versem sobre a vivência dos povos indígenas no contexto da COVID 19. Eixos 1. Defesa dos territórios indígenas como princípio gerador de vida e saúde; 2. Parto e parteiras: cuidado e atenção para as indígenas mulheres; 3. Educação e saúde: formação e identidade indígena nos territórios; 4. Indígenas mulheres e saúde: território, corpo, espírito; 5. Saúde e espiritualidade desde as perspectivas indígenas; 6. A medicina indígena e a importância das plantas, remédios e dos saberes geracionais dentro do território; 7. Práticas e culturas alimentares dos povos indígenas: plantar, colher, fazer saúde pela alimentação; 8. A luta dos povos indígenas pela política de atenção diferenciada à saúde e experiências no SUS: reflexões, avanços e desafios nos territórios indígenas. Comitê Editorial: Braulina Aurora Dandara da Conceição Feitosa Eliane Boroponepá Monzilar Joziléia Daniza Jagso Inácio Jacodsen Mário Nicácio Maria Lucilene Martins Santos 1/2 vozes.indigenas.fi[email protected] Dúvidas http://abre.ai/vozesindigenas http://bvs.saudeindigena.icit.fiocruz.br/vozes-indigenas/

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Page 1: lamina 2 · 2020. 6. 19. · 2/2 vozes.indigenas.fiocruz@gmail.com Dúvidas Proposições As dúvidas ou propostas de contribuições para esta publicação temática devem ser enviadas

Esta chamada é resultado da Iniciativa “Vozes Indígenas na Produção do Conhecimento”, a partir do diálogo de um grupo de pesquisadores do campo da saúde dos povos indígenas, ligado à Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ), com intelectuais indígenas. O projeto resultou na constituição de um comitê editorial que elaborou esta chamada, que visa fortalecer e divulgar as vozes dos povos indígenas em diferentes dimensões. Esperamos contribuições que ressaltem a importância da saúde nos territórios indígenas a partir da perspectiva do “Bem Viver e Viver Bem” desde a diver-sidade dos povos indígenas, e no espaço da produção de conhecimento indígena.

O título dessa chamada é tanto uma provocação quanto uma política de resistência: quando afirmamos “saúde silenciada”, dizemos que desde os processos coloniais não há o reconhecimento da ciência indígena, e nem das práticas e saberes rela-cionados à saúde. Ressaltamos a existência de múltiplas vozes e conhecimentos a serem considerados. Almejamos, de uma maneira reflexiva e propositiva, romper esse silêncio.

Estimulamos o envio de reflexões sobre as diferentes concepções de saúde, contextualizada a partir dos territórios indí-genas, assim como das suas variações no ambiente urbano; que considerem a diversidade de conhecimentos e práticas nos cuidados do corpo, do espírito, do conhecer e fazer remédios, dos processos de transmissão e do aprendizado desses saberes constantemente invisibilizados e, não raro, apropriados pelo conhecimentos científico.

Receberemos contribuições que contenham análises dos processos da medicalização dos povos indígenas, apontando para seus principais impactos, e análises das diversas dimensões da política de atenção diferenciada do subsistema de saúde indígena (SUS). Também são pertinentes trabalhos envolvendo a autonomia dos povos na escolha de quem são os sujeitos e os espaços legítimos nos cuidados da saúde e as implicações da desterritorialização, das violências e das violações.

Em função da situação de pandemia em que nos encontramos, também são oportunos trabalhos que versem sobre a vivência dos povos indígenas no contexto da COVID 19.

Eixos

1. Defesa dos territórios indígenas como princípio gerador de vida e saúde;

2. Parto e parteiras: cuidado e atenção para as indígenas mulheres;

3. Educação e saúde: formação e identidade indígena nos territórios;

4. Indígenas mulheres e saúde: território, corpo, espírito;

5. Saúde e espiritualidade desde as perspectivas indígenas;

6. A medicina indígena e a importância das plantas, remédios e dos saberes geracionais dentro do território;

7. Práticas e culturas alimentares dos povos indígenas: plantar, colher, fazer saúde pela alimentação;

8. A luta dos povos indígenas pela política de atenção diferenciada à saúde e experiências no SUS: reflexões, avanços e desafios nos territórios indígenas. 

Comitê Editorial:Braulina Aurora

Dandara da Conceição FeitosaEliane Boroponepá Monzilar

Joziléia Daniza Jagso Inácio JacodsenMário Nicácio

Maria Lucilene Martins Santos

1/2

[email protected]

Dúvidas

http://abre.ai/vozesindigenashttp://bvs.saudeindigena.icit.fiocruz.br/vozes-indigenas/

Page 2: lamina 2 · 2020. 6. 19. · 2/2 vozes.indigenas.fiocruz@gmail.com Dúvidas Proposições As dúvidas ou propostas de contribuições para esta publicação temática devem ser enviadas

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[email protected]

Dúvidas

 ProposiçõesAs dúvidas ou propostas de contribuições para esta publicação temática devem ser enviadas para vozes.indigenas.

[email protected] até 30 de Agosto de 2020. Trata-se de uma publicação que acolherá contribuições nas quais os autores principais [ou seja, o/a primeiro(a) autor(a)] devem ser indígenas da América Latina, vivendo em territórios indígenas ou em contextos urbanos. Faculta-se a possibilidade de co-autoria com autores não indígenas, inclusive para estimular a par-ticipação de orientadores de trabalhos acadêmicos resultantes de monografias, dissertações e teses. Os textos podem ser enviados em Português e Línguas Indígenas (maternas, nativas ou originárias), respeitando as especificidades solicitadas em cada categoria editorial. As propostas enviadas em Línguas Indígenas deverão ser submetidas com a tradução para a lín-gua portuguesa, de modo a possibilitar a revisão editorial por pareceristas indígenas e não-indígenas. Somente serão aceitos para publicação textos inéditos.

O veículo de publicação será definido após o recebimento e apreciação das propostas recebidas, podendo ser um fascículo temático de um periódico ou uma coletânea na forma de livro. Em quaisquer dos formatos, pretendemos que a publicação seja disponibilizada em versão física (impressa) e em meio eletrônico.

Orientação aos autores:

Aceitamos os seguintes tipos de contribuições:

Textos inéditos (entre 12 a 15 páginas, incluindo referências e notas) que abordem temas relacionados à saúde indígena e assuntos correlatos (conforme os eixos apresentados);

Relatos de pesquisa e experiência (entre 10 e 12 páginas, incluindo referências e notas): relatos de pesquisas e experiência em andamento nos territórios, e aqueles realizado por profissionais de saúde indígena;

Cadernos de imagens: ensaios que contenham um mínimo de 6 e um máximo de 18 imagens, podendo ser fotografias, desenhos, ilustrações, etc. O texto de apresentação não deve superar as 2.400 palavras, incluindo referências bibliográficas e notas;

Documentos (até 4.400 palavras, incluindo referências e notas): textos resultantes de deliberações de assembleias e ou-tras manifestações de coletivos e entidades do movimento indígena referentes ao campo da saúde;

Memórias indígenas (até 2500 palavras): textos de caráter biográfico sobre lideranças, anciãs e anciãos indígenas e suas experiências no campo da saúde indígena;

  A pertinência para publicação será avaliada pela Comitê Editorial (no que diz respeito à adequação ao perfil e à linha editorial) e por pareceristas ad hoc (no que diz respeito ao conteúdo e qualidade das contribuições). O envio de manuscritos implica a cessão de direitos autorais e de publicação.

Normas para a apresentação de colaborações:

• Os textos devem ser apresentados em fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5, com margens laterais de 3 cm, em formato Doc ou DocX;

• Os textos devem estar acompanhados por um resumo contendo entre 100 e 150 palavras e de 3 a 5 palavras-chave, em português ou línguas maternas indígenas;

• Os autores devem enviar uma minibiografia, de até 5 linhas, sendo alternativo o envio do endereço do currículo lattes, bem como endereço para correspondência e e-mail. Esses dados devem aparecer sob o nome do autor que segue o título;

• As notas devem vir no rodapé da página, não podendo consistir em simples referências bibliográficas. Estas devem aparecer no corpo do texto com o seguinte formato: (sobrenome do autor /espaço/ ano de publicação: /espaço/ páginas), conforme o exemplo: (Silva, 1954: 160-162);

• A bibliografia deverá constar de acordo com as normas da ABNT.