lamentações de leandro

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LEANDRO BERTOLDO Lamentações 1 LAMENTAÇÕES DE LEANDRO LEANDRO BERTOLDO

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Autor do livro: Leandro Bertoldo

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Page 1: Lamentações de Leandro

LEANDRO BERTOLDO

Lamentações

1

LAMENTAÇÕES DE LEANDRO

LEANDRO BERTOLDO

Page 2: Lamentações de Leandro

LEANDRO BERTOLDO

Lamentações

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Dedico este livro

À minha querida esposa Daisy,

pelos grandes momentos que passamos juntos.

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LEANDRO BERTOLDO

Lamentações

3

APRESENTAÇÃO

Esta obra é constituída por cinqüenta e uma poesias produzidas en-

tre 1986/1987. Elas expressam os sentimentos de sofrimentos e aflições

pelos quais o autor passou. Mas também expressam os sentimentos de

alegria e satisfação que viveu ao descobrir o amor de sua vida.

O livro está dividido em quatro partes. Na primeira o autor relata o

sofrimento que passou no primeiro momento em que sentiu o impacto de

sua perda; na segunda, o autor sentindo a impossibilidade de ter esperan-

ça é constrangido a se resignar com o seu triste destino; na terceira, o au-

tor toma a decisão de renunciar definitivamente aos seus mais caros sen-

timentos. Na quarta e ultima parte da obra o autor descreve a emoção que

sentiu ao encontrar um novo amor que vem a preencher o seu vazio exis-

tencial.

As poesias são apresentadas numa linguagem bastante simples, cu-

jo objetivo maior é expressar os sentimentos e emoções vividas pelo au-

tor. A obra tem uma importância subjetiva para o autor porque marca uma

fase de sua vida, na qual ele descobriu sentimentos que nunca havia sen-

tido ou imaginado existir. Somente aqueles que já passaram pela estrada

do sofrimento de uma grande perda é que poderão sentir a força das poe-

sias aqui apresentadas.

Leandro Bertoldo

[email protected]

Page 4: Lamentações de Leandro

LEANDRO BERTOLDO

Lamentações

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SUMÁRIO

1. SOFRIMENTO

1.1. Amor

1.2. Nunca

1.3. Amigos

1.4. Mentira

1.5. Você

1.6. Noite

1.7. Tristeza

1.8. Esqueça

1.9. Volte

1.10. Delírio

1.11. Antes

1.12. Solidão

1.13. Crime

1.14. Calo-me

1.15. Luxo

1.16. Recordação

1.17. Só Eu

1.18. Querida

1.19. Versos

1.20. Se

1.21. O fim

1.22. Tristeza

1.23. Quem?

2. RESIGNAÇÃO

2.1. Resignação

2.2. Meditação

2.3. Pobre

2.4. Tanto

2.5. Pedido

2.6. Somente

2.7. O juiz

2.8. Dia do juízo

3. EXTINÇÃO

3.1. Tarde

Page 5: Lamentações de Leandro

LEANDRO BERTOLDO

Lamentações

5

3.2. Desabafo

3.3. Adeus

3.4. Renascer

3.5. Lamentação

4. EPÍLOGO

4.1. Desconhecida

4.2. Conversa

4.3. Os grilhões da timidez

4.4. Como te amo

4.5. Minha paixão

4.6. Minha primavera

4.7. Oxalá

4.8. A flor

4.9. Sonhos

4.10. Felicidade

4.11. Venha!

4.12. Por tua causa

4.13. Oh! Daisy

4.14. Hoje

4.15. Caminhos

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LEANDRO BERTOLDO

Lamentações

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1. SOFRIMENTO

1.1. AMOR

Quando você partiu,

Meu mundo acabou.

Tudo ficou tão triste

E minha vida sem sentido.

Perdi a vontade de viver.

Chorei, e ainda choro...

De saudades de você.

Nas lembranças do passado,

Recordo-me do tempo feliz.

Quando éramos apaixonados

E só vivíamos aos beijos;

Quando o nosso amor era jovem

E só dormíamos abraçados.

Tantas foram as noites frias e chuvosas

Que a ternura de nosso amor aqueceu.

Chego a sentir o teu corpo em minhas mãos.

E ouço-te pedir no prazer do teu amor

Para eu fazer o que quiser com você.

Grandes momentos!

Eternas lembranças!

1.2. NUNCA

Minha querida,

Desde aquele dia, quando você partiu,

Quando você disse adeus e desapareceu,

Eu venho morrendo... Cada dia um pouco.

Nunca pensei que o amor pudesse me fazer sofrer,

E nem mesmo que eu pudesse te amar tanto assim.

Com uma paixão tão intensa e quase sem limites,

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Lamentações

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Cujas labaredas das chamas parecem não terem fim.

E que devoram a cada instante a alegria do meu viver,

Tornando bem mais triste a solidão em que me encontro.

Por este motivo minha querida,

Nunca... Nunca se esqueça de mim.

Porque o amor que tenho por você é enorme.

E a paixão que sinto por você parece não ter fim.

E muito embora este amor me faça chorar,

E me faça sofrer quase que infinitamente,

Ainda assim sou feliz nestas chamas ardentes,

Porque mesmo angustiado ainda te amo.

Enfim, a lembrança do amor que sinto por você,

É tudo o que ainda resta de um passado feliz.

Volte meu bem!

Volte para mim.

Sem você não sei viver.

Se te perder, sei que morrerei!

1.3. AMIGOS

Amigos!

Bons amigos!

Eis tudo o que você quer de mim.

Um dia já fomos marido e mulher.

Agora você me pede para sermos bons amigos.

Simplesmente amigos e nada mais.

Como é possível que eu possa ser seu amigo,

Quando te amo tanto e tão desesperadamente?

Quando o meu coração ainda está apaixonado

E bate aceleradamente ao te ver?

Quando ainda tenho tanto carinho para lhe dar?

Como é possível que eu possa ser seu amigo,

Quando o seu triste adeus ainda ecoa nos meus ouvidos?

Quando o seu triste adeus significou o fim de tudo?

Tudo que um dia foi nosso: Sonhos e Ilusões.

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Lamentações

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Como é possível que eu possa ser seu amigo,

Quando o seu triste adeus ainda dilacera meu coração?

E tem sido o motivo de minha grande amargura,

E motivo de minha dor e de meu sofrimento.

Também razão de minhas lágrimas silenciosas,

Que já não posso mais conter ou esconder de você.

Por tudo isso meu bem,

E por muito mais que não foi considerado,

Jamais poderemos ser amigos.

Pois existe em mim,

Um amor sem limites que me liga a você.

1.4. MENTIRA

Meu bem,

Veja só que coisa,

Como sou mentiroso.

Digo a todo mundo que o seu amor não me interessa.

Que não quero saber do seu dia.

Como é que pode ser isso?

Se a todo o momento meu pensamento é para você.

Se na minha triste solidão você está sempre presente,

Vivendo em meus sonhos,

Vivendo nas recordações que trago comigo:

Lembro-me dos anos de amor.

Do seu corpo em meus braços.

Do carinho que nos inflamava ao prazer.

Do prazer que nos fazia delirar.

Meu bem,

Agora vivo fugindo daquele triste adeus.

Fugindo da coisa que mais temia: o medo de te perder.

Fugindo do mal que finalmente me alcançou.

Agora! Agora a minha estrada é escura.

Não tenho ninguém a quem possa amar.

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Lamentações

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Sinto uma falta enorme de sua presença.

E todos os caminhos que procuro seguir,

Para fugir da minha infinita angústia,

Sempre conduzem meus pensamentos a você.

1.5. VOCÊ

Nas asas do pensamento eu volto no tempo.

E a todo o momento, na estampa do seu rosto,

Vejo um enorme sofrimento, uma infinita tristeza,

Devidos as dores que lhe causei por medo de te perder.

Eu queria que tudo tivesse sido diferente:

Que sua alegria não tivesse fim,

Que seu sorriso não fosse assim tão triste.

Mas...

Todas as vezes que tentei me modificar,

Percebi que não sabia como,

Como lutar contra mim.

Agora vejo em seu olhar: Frieza ao meu amor.

Percebo em seus gestos: Desprezo aos meus carinhos.

Não! Eu não quero acreditar!

Não! Eu não posso compreender

Que um amor tão bonito tenha que se acabar assim.

Por falta de experiência errei muito na vida,

Reconheço que errei até demais.

Mas agora... Agora é tarde demais,

Agora tudo acabou para mim.

Você partiu e eu fiquei tão só.

Nada sobreviveu comigo,

A não ser o sentimento de amor que tenho por você.

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1.6. NOITE

Meu bem!

Já é noite, e o frio é intenso.

Lá fora está chovendo.

E na solidão do quarto que um dia foi nosso,

Estou lhe escrevendo estas linhas apaixonadas.

Parece que estou sonhando... Sonhando com você.

E neste momento esqueço de tudo:

Da agonia que salta de alegria.

Da angustia que dança de prazer.

Do tempo que para mim não passa.

Da minha tristeza sem fim.

Da aflição que me atormenta sem cessar.

Deste meu infinito sofrimento.

Das lagrimas que correm sem parar.

Enfim, esqueço de minha dor.

Porque tenho você em meus sonhos.

E nas minhas ilusões sou feliz.

1.7. TRISTEZA

Na distância que nos separa... Desespero-me!

E na minha imaginação

Recordo as lembranças dos momentos de felicidade.

Lembro-me do seu abraço apertado

A despertar o meu desejo... por você.

Recordo-me dos seus beijos quentes a me afoguear.

Recordações que não têm fim!

Então... uma profunda angustia invade meu ser.

E choro de infelicidade e tristeza.

Minha alma se agoniza... de tanta dor,

De tanto sofrimento.

E você não está aqui para ver e consolar.

Meu bem!

Por tudo isso e muito mais,

Creio que não devo ser submisso ao meu infeliz destino.

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Assim sendo, jamais vou desistir de te querer.

Pois é enorme o amor que sinto por você.

1.8. ESQUEÇA

Quero novamente poder abraçar-te com ternura.

Quero beijar-te com muito calor.

E até...

Amar-te com enorme carinho.

Sem nenhum medo de te perder.

Esqueça que lhe fiz sofrer tanto assim,

Sofrer até demais.

Esqueça que lhe fiz chorar.

Esqueça tudo,

Deixe o passado no passado

E volte! Retorne para mim.

Eu só preciso de uma oportunidade

Para redimir-me de meus erros.

1.9. VOLTE

Querida!

Como é possível que você seja tão fria,

Tão insensível e ingrata.

Você está sempre procurando fugir

Dos meus mais profundos sentimentos.

Fugindo dos meus olhos tristes e abatidos

De tanto chorar por você!

E tudo isso para que?

Para não ver que estou morrendo de amor por você?

Que estou me debatendo num mar de angustia

E de um sofrimento sem fim?

Como é possível tanta insensibilidade?

Será que o teu coração não tem lagrimas de amor,

Lágrimas para derramar sobre os meus olhos vermelhos,

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Vermelhos de tanto chorar por você.

Não... Não quero acreditar que você tenha a coragem,

A coragem de trancar as portas do seu coração

E de proibir renascer o amor...

Por alguém que tanto te ama,

E que te quer demais!

E que pede por uma única chance...

A chance de tentar ser feliz... com você.

1.10. DELÍRIO

Delirando a febre dos apaixonados,

Sinto em meus lábios

O calor dos seus beijos carinhosos e doces.

Tenho a sensação do afeto de suas mãos,

Procurando apertarem as minhas.

E maliciosa você me acaricia.

Eu me agito.

E nesse clima de ternura,

Controlar tantas emoções é impossível.

E entre gestos incontidos você me abraça.

E num abraço mais apertado ouço você murmurar,

Murmurar palavras de amor.

E nesses momentos alucinantes,

Nessa doce loucura

Você só falta morrer de amor em meus braços.

Mas tudo isso não passa de uma ilusão,

Pois apesar de tanto amor,

Apesar de tanta ternura e carinho,

Você disse adeus

E se foi.

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1.11. ANTES

Volte!

Volte para mim,

Antes que o tempo passe,

Antes que a velhice chegue

E tu percebas como é tarde.

Volte!

Volte para o meu coração,

Volte para o calor do meu amor,

Antes que a vida se acabe

E tudo termine.

1.12. SOLIDÃO

Hoje em dia a solidão me abraça.

Que loucura... esta minha tristeza infinita!

Como é insuportável qualquer instante longe de você!

Quase sempre no silêncio vazio do meu quarto,

Choro por amor e de saudades de você.

Já não posso suportar tanta dor,

Tanta angústia e tanto sofrimento.

Sinto que pelo fogo desta paixão,

Morro pouco a pouco a todo o momento.

Em meu desespero clamo em alta voz:

- “Meu bem! Eu te adoro!

Meu bem! Eu te venero!

Meu bem! Eu te amo!

Meu bem! Volte para mim!”

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1.13. CRIME

Há muito tempo eu cometi um crime.

O crime de te amar demais.

O crime de ter ciúme em excesso.

E por isso...

Você me julgou,

E decretou a minha pena.

Fui condenado a viver sem você,

Sem o seu carinho e sem o seu amor.

Em meu desespero recorri da sentença.

Implorei por misericórdia.

Pedi clemência.

Mas tudo foi em vão.

De nada adiantou.

Tudo foi indeferido.

E na prisão em que me encontro.

Sou torturado a todo o momento.

Torturado pela dor do desamor.

Torturado pela solidão.

Torturado pelos momentos felizes que passei com você.

Torturado pelo desejo de estar ao seu lado.

Até quando?

Até quando terei que permanecer nesta prisão?

Até quando terei que permanecer nesta solitária?

Até quando?...

Meu bem!

Estou chorando.

Estou morrendo pouco a pouco.

Morrendo de tanto sofrimento,

De tanta tristeza

E de saudades de você.

Querida!

Pegue a chave e abra a porta do seu coração.

Liberte-me desta prisão.

Querida!

Tenha compaixão de mim,

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Pois a minha pena já excedeu.

Liberte-me para te amar.

1.14. CALO-ME

Quando você não vem aqui.

Quando você não vem me ver.

Eu fico tão triste e infeliz.

Meu coração sofre de tanta dor e amargura.

E lentamente a aflição me tortura.

Choro a todo instante sem ter nenhum consolo.

E não consigo acreditar

Que você possa ser tão ingrata comigo.

Fico imaginando onde você possa estar?

Com quem está?

O que estão conversando?

Imagino que você está nos braços de outro.

E choro ainda mais.

Então mesmo chorando de amor,

Eu procuro ter raiva de você...

Por você ter me abandonado.

Por ter me deixado tão só e infeliz.

E desse modo,

Eu te rogo pragas.

Xingo-te.

Mando-te para tudo quanto é lugar.

E assim,

A minha noite mal dormida

Termina com o nascer do dia.

E quando você aparece,

Minha alma treme.

Meu coração bate fora de compasso.

E não tenho coragem de mandar você desaparecer...

Desaparecer definitivamente de minha vida.

Não! Eu não digo adeus.

Eu me calo e nada digo.

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E contra minha vontade, nada pergunto ou te recrimino.

E tudo isto,

Porque tenho um enorme amor por você...

Sua ingrata.

1.15. LUXO

Nunca pensei que algum dia você pudesse me deixar.

Sempre acreditei que o nosso amor era forte.

Forte para suportar todas as provações.

E quando você disse adeus, não pude acreditar.

Somente na solidão da noite eu pude enxergar

Que você realmente disse adeus.

Para você,

Sentimentos de carinho nada valem.

E embora você seja tão “pé rapado” quanto eu,

Seu orgulho é muito grande.

Você corre atrás do luxo e das riquezas.

Na verdade...

Você corre atrás do vento.

Coisas que não lhe posso dar.

Eis que os meus tesouros

São os meus sentimentos.

E o meu luxo é o amor que tenho por você,

É o carinho que lhe quero dar,

É o afeto que lhe quero ofertar.

Mas para você

Sou apenas um rapaz pobre.

Mas quero te dizer,

Que não sinto falta de nada.

A não ser de você, meu bem.

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1.16. RECORDAÇÃO

Meu bem!

Já é de madrugada.

E na solidão do quarto que um dia foi nosso,

Estou sozinho.

E entre uma e outra recordação,

Daquelas que ficaram retidas no tempo,

Lembro-me dos momentos alegres e risonhos.

Do gosto do seu beijo com sabor de sorvete.

Do seu pescoço destroncado num beijo forçado.

Dos seus beijos de batom na minha camisa.

Chego mesmo a ouvir suas palavras de amor.

Tanta coisa bonita que você me disse.

E hoje em dia, tudo isso...

Não passam de lembranças.

Lembranças de um passado feliz.

Recordações retidas no tempo.

Recordações que venho revivendo

Todos os dias de minha vida.

Desde aquele seu triste adeus.

1.17. SÓ EU

Você não sabe.

Ninguém sabe.

Só eu sei.

Sei que te quero

Com todas as minhas forças.

Sei o quanto te amo.

Mas para você não sou nada.

Porque não mais existo em tua vida.

Mas eu preciso de você para poder viver.

Eu necessito de você para poder respirar.

Sem você tudo e tão triste e escuro.

Sem você a vida é sem sentido e vazia.

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Em meio à multidão estou sempre solitário.

Ninguém...

Ninguém nota a minha existência.

Nem mesmo você, a quem tanto amo.

1.18. QUERIDA

Minha querida!

Você é a razão destes versos apaixonados.

Motivo de meu ardente e fogoso amor.

E também de minha doce paixão.

Querida!

Tenho a certeza de uma coisa,

Que ninguém no mundo há de te amar

Tanto quanto eu te amei.

Duvido mesmo que você,

Durante toda a sua vida,

Tenha visto versos tão apaixonados,

E com tamanha expressão

De carinho e de amor

Exclusivamente inspirado por você.

1.19. VERSOS

Fui abandonado,

E hoje estou tão solitário.

Para você meus versos nada significam.

Pois você é desprovida de sentimentos.

Provavelmente nem deve ser humana.

Meus versos falam de minha tristeza

E de minha grande amargura.

Também falam do meu amor por você

E de minha doce paixão.

Mas você diz que tudo isso não lhe interessa.

Que tudo isso não passa de bobagem.

Então eu choro de desgosto.

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LEANDRO BERTOLDO

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Choro de raiva por te amar tanto assim.

Mas mesmo assim eu insisto.

Quero transmitir a você os meus sentimentos.

Desejo que você conheça meus pensamentos.

Insisto em te querer.

Por isso, aqui estou para lhe dizer...

Que te amo.

Meu bem, eu te adoro e te venero.

Sei que o meu caminho é longo e árduo.

Mas a esperança que vive em meu coração,

Impede-me de parar de pensar em você.

1.20. SE

Se você chorar,

E for por ternura.

Se você chorar,

E for por carinho.

Se você chorar,

E for por paixão.

Se você chorar,

E for por amor.

Se você chorar,

E for por mim.

Então suas lágrimas de amor,

Serão colírios para os meus olhos,

Cansados,

Doloridos,

Ardentes

E vermelhos

De tanto chorar por você.

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Lamentações

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1.21. O FIM

Para mim foi de repente!

Não mais do que um instante

Que veio de improviso aquele dia.

Manifestou-se a fúria da natureza.

E a violenta tempestade que se desencadeou

Transformou o mar calmo de minha vida,

Num mar de pranto e de dor.

E a onda que se seguiu,

Arrastou-te para bem longe de mim.

E mesmo sem saber nadar,

Procurei salvar o nosso amor.

Porém, me vi ao sabor das ondas,

Que sem destino algum

Jogavam-me de um lado para outro.

Simplesmente para chegar a lugar algum.

Sim...

Estive debatendo-me neste mar bravio,

Mar de angústias intermináveis,

Mar de sofrimentos infindáveis.

E em meio a tanta dor,

E em meio a tanto pranto,

Aprendi a nadar.

E contra as correntezas,

Luto para salvar o que restou do nosso amor.

Porém... Temo por ti.

Não vejo sinal de vida em ti.

Na verdade estou desesperado.

Acho que você já morreu.

E agora...

Estou cansado de nadar contra as correntezas.

Já não tenho forças para debater contra as ondas.

Se tu ainda vives, grite!

Se ainda existe amor, diga!

E então, não desistirei.

E também não morrerei.

Page 21: Lamentações de Leandro

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1.22. TRISTEZA

Minha vida está desolada.

Estou profundamente triste.

Tenho grande amargura.

Continuamente choro à noite.

Minhas lágrimas correm por minha face

E não há quem possa me consolar.

Atendei e veja.

Tenha misericórdia de mim.

A minha dor é enorme e insuportável,

Minhas chagas sangram sem parar.

Todos sabem disso.

Menos você, que se recusa a enxergar.

1.23. QUEM?

Naquele tempo você dizia que eu era deus...

Sim... Que eu era deus.

Porém, em mim não havia deus.

Exceto no meu amor por você.

Mas de qualquer forma,

Para você, eu era deus.

Sim... Um deus parido do nada.

E diante de ti, eu dizia:

- Se sou deus, atenda meu pedido.

Quero apenas ser amado.

Retribua em qualidade e quantidade

O amor, o carinho e a ternura que lhe oferto.

Mas tu eras rebelde,

Queria seguir somente seus interesses.

Por isto minha voz troava para te conter.

Então conhecemos os tormentos.

E como carrascos,

Fizemos um ao outro o que bem desejávamos,

A tal ponto e tanto,

De ficar esvaída nossas personalidades.

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Lamentações

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Era o inferno instalado em nosso lar.

Entretanto, eu insistia em te amar.

Porém... O tempo passou.

E num belo dia você disse adeus.

Então fui devorado por chamas infernais,

Quase fiquei louco.

E em dor e sofrimento fui esmagado,

A tal ponto que desejei a morte.

Então fui te procurar.

E diante de ti eu disse:

- Eu sou deus, volte para mim!

2. RESIGNAÇÃO

2.1. RESIGNAÇÃO

Sinto a todo o momento em seu olhar:

Indiferença!

Percebo em seus mínimos gestos:

Desprezo!

Não! Eu não quero acreditar. Não consigo aceitar!

Mas vejo que o imenso amor que um dia foi nosso,

Já não existe mais.

Foi-se! Acabou-se! Extinguiu-se!

E por mais que eu faça

Para reconquistar o amor perdido.

E por mais ternura que lhe possa ofertar.

E por mais carinho que lhe possa dedicar.

Não consigo remover a barreira...

Barreira que apareceu entre nós.

Não consigo anular esta força de repulsão

Que insiste em nos manter separado.

Sou tão incapaz diante de tal situação

Que me sinto como um homem

Page 23: Lamentações de Leandro

LEANDRO BERTOLDO

Lamentações

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Que deixou de ser de aço.

Sinto-me como um homem

Que deixou de ser super.

Sinto que minhas asas foram cortadas

E que meus poderes desapareceram.

E só me resta suportar com resignação

O meu triste e infeliz destino.

2.2. MEDITAÇÃO

Viver e amar!

Chega de ilusões!

Amar e sorrir!

Chega de ilusões!

Sorrir e dormir!

Chega de ilusões!

Dormir e sonhar!

Chega de ilusões!

Viver e querer!

Nunca mais!

Extingue-se a vida.

E com ela são aniquiladas:

As dores,

Os sofrimentos,

As angústias

E as esperanças.

Eis os carrascos vis e cruéis

De um coração sentido,

De um coração magoado

Por ser tão mal amado.

Page 24: Lamentações de Leandro

LEANDRO BERTOLDO

Lamentações

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2.3. POBRE

Naquele dia eu disse a ela:

Se parece bem aos teus olhos,

Ama-me como te tenho amado.

Eis que te amo

Como as chamas que ardem,

Amo-te como a imensidão do universo,

Amo-te como a eternidade do tempo,

Amo-te com toda ternura do mundo,

Amo-te com dedicado zelo e carinho.

Mas de nada adiantou todo o meu amor,

Pois ela me mediu,

Avaliou-me pelos meus bens materiais,

E fui encontrado pobre.

Então... Ela disse adeus e me deixou.

2.4. TANTO

Tanto amor reservei,

Tanto carinho guardei.

Tudo para ofertar a você.

Tantas cartas foram escritas,

Tantos sentimentos foram revelados.

Porém, nenhum te comoveu.

Contei-te do meu grande amor,

Do meu sofrimento e de minha ternura.

Mas de nada adiantou.

Pois recebi em troca o seu silêncio.

Recebi em troca o seu desprezo.

Mas não faz mal,

A vida continua...

O tempo passa...

E a minha dor também passará.

E quando chegar a minha primavera.

Page 25: Lamentações de Leandro

LEANDRO BERTOLDO

Lamentações

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Um outro amor terá desabrochado para mim.

E nos braços desse novo amor,

Meu carinho e ternura darei...

Darei com muito ardor o calor que você recusou.

E a esta altura da estação de minha vida.

Você já terá morrido...

Morrido para mim,

Morrido como uma folha que seca no inverno,

No inverno tenebroso que passou por minha vida.

2.5. PEDIDO

Um dia você disse que não tinha ninguém por você.

Falou que eu era o seu único e grande amor.

Pediu-me para eu ser um pouco de tudo:

Do marido que deseja,

Do amigo que lhe faltou,

E do pai sempre ausente.

Sentimentos que nunca teve!

E a você me entreguei totalmente, sem reservas.

E depois de algum tempo descubro...

Que você estava cheia de mim,

Que você já não me suportava mais.

Então você disse adeus e me esqueceu.

Preste bem a atenção, querida:

Algum dia... Algum dia...

Você também vai chorar rios d’águas,

Tanto quanto eu agora choro por você.

Page 26: Lamentações de Leandro

LEANDRO BERTOLDO

Lamentações

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2.6. SOMENTE

Um dia

Você foi a razão

De minha grande alegria,

E também...

De minha infinita tristeza.

E agora...

Agora, somente restam lágrimas,

E nada mais.

2.7. O JUIZ

Hoje!

Na qualidade de juiz

Eu te julguei.

Pesei-te na balança da razão,

Pesei-te na balança da justiça

E te encontrei em débito.

O teu crime tu bens o sabes.

Tu traíste o meu coração,

Traíste o meu amor,

Traíste a minha felicidade.

Por isso a tua pena será a morte.

Tu ficarás morta para toda eternidade.

Para todo o sempre...

E agora,

Na qualidade de executor,

Eu te fuzilo com uma rajada de desprezo.

E por mim,

Tu serás esquecida.

Pois para mim,

No dia de hoje,

Você morreu.

Page 27: Lamentações de Leandro

LEANDRO BERTOLDO

Lamentações

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2.8. DIA DO JUÍZO

Por amar demais que não me ama,

Por amar demais quem não me quer,

Por amar demais alguém que disse adeus,

Eu sofri muito.

Chorei demais.

E até...

Até quis morrer

De tanto desgosto e amargura.

Em meu desespero procurei fugir...

Fugir do vazio que ficou em minha vida,

Do meu mundo destruído num simples adeus,

Agora assombrado pelas lembranças felizes.

Em minha fuga trilhei por muitos caminhos,

Todos cheios de espinhos.

Caminhos dolorosos,

Caminhos que me levaram a ter raiva de você.

Então eu te julguei.

Condenei-te.

E te sepultei da minha vida.

Mas mesmo assim,

Eu nunca te esqueci.

E o meu coração,

Apesar de tão amargurado,

Nunca deixou de te amar.

Por isso foi designado o dia de hoje,

Como dia do juízo.

E na qualidade de deus,

Eu te ressuscito dentre daqueles que estão mortos,

Mortos em meus sentimentos.

Pois o mal que tu fizeste foi perdoado.

Assim sendo,

Seja bem vinda à vida,

MARILIA.

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LEANDRO BERTOLDO

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3. A CONSUMAÇÃO

3.1. TARDE

Marilia, Marilia!

Tu destruíste o amor que eu tinha por ti.

Tu usaste das armas da indiferença

E aniquilaste os meus sentimentos.

Sim...

Ó tu que apedrejaste o meu coração!

Acaso não soubeste que com amor intenso te amei?

E como resposta somente obtive desprezo!

Marilia, Marilia!

Tantas vezes o meu coração bradou:

- “Como posso te renunciar,

Quando te amo tanto,

Quanto te quero tanto?”

Quantas vezes eu quis ressuscitar

Aquela que um dia foi a minha esposa.

Mas tu terminantemente não o quiseste.

Quantas vezes eu quis sonhar

Um novo sonho de amor contigo,

Mas tu violentamente o rejeitaste,

E agora...

Depois de tanto tempo tu vem dizendo...

Dizendo: Amor!

Justo agora que os sentimentos estão mortos.

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3.2. DESABAFO

Há algum tempo atrás,

Quando eu morria de solidão,

Quando eu morria de saudades,

Toda noite se podia ouvir

Uma voz cheia de angústia

E choros abafados.

Sim...

Ouvia-se em meu quarto,

Lamentação e choro amargo.

Eu chorava por minha esposa

Sem querer ser consolado

Porque ela me abandonou.

E há muito tempo já não existe.

No fundo do meu coração eu dizia:

- “Marilia, Marilia,

Com amor intenso te amei,

Mas com ódio violento tu me desprezaste!

- Por que razão desta obstinada rebeldia?”

Sim...

Naquele tempo acalentei uma doce esperança.

E até ao derradeiro instante,

Mantive-me fiel a esta esperança.

Depois descobri: Marilia morreu para mim.

Então reprimi a minha voz de choro.

Reprimi todas as lágrimas dos meus olhos.

Hoje vejo o fruto do meu penoso sofrimento.

E estou muito satisfeito.

Porque na angústia fui aperfeiçoado.

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3.3. ADEUS

Todas às vezes que o meu amor foi ao seu encontro,

Você deixou-o esperando.

Confesso que isto me entristeceu profundamente.

Mas não era o fim.

Pois mesmo assim,

Numa atitude desesperada,

Procurei dizer-te o quanto te amava.

Procurei contar-te o quanto sofri ao te perder.

Mas você simplesmente, e deliberadamente,

Resistiu aos encantos do meu amor.

Mas ainda não foi desta vez o fim.

Pois em patéticos apelos implorei, e supliquei,

Clamei desesperadamente pelo teu coração.

Entretanto,

Você procurava apagar todos vestígios do amor,

Do amor que eu tive por você,

Do amor que você teve por mim.

E de tanto resistir,

E após tanta oposição,

O teu coração se endureceu como rocha.

Sua rejeição contra o meu amor se configurou.

E finalmente...

O amor que tive por você... Abandonou-te.

Agora nada mais resta,

Senão também te dizer... Adeus.

3.4. RENASCER

Quando você me deixou,

Quando você me abandonou,

Foi tão difícil caminhar para vida,

Foi tão difícil olhar o mundo,

Olhar as pessoas...

Chorei!

Chorei tanto...

Desesperei-me!

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Desesperei-me até demais,

E desejei a morte,

E quase morri.

Mas o tempo foi passando,

Em silêncio suportei a pesada aflição

Do fogo que me devorava pouco a pouco.

Enfim, posso dizer que finalmente tudo acabou.

Hoje me levanto como a fênix.

Pois a vida recomeça.

Recomeça da destruição e da devastação,

Recomeça das cinzas.

Hoje nasci outra vez.

3.5. LAMENTAÇÃO

Ó Senhor meu Deus,

Não procuro em ti justificar os meus sofrimentos.

Pois bem sei que colho os frutos dos meus atos,

E que a minha compreensão é muito pequena...

Para entender as grandezas dos teus atos.

Ó Senhor meu Deus,

Perdoe-me se estou pecando.

Mas quero te agradecer

Por ter me deixado na solidão.

Por fazer-me chorar tanto assim.

Por ter permitido se apossar de mim,

Uma tristeza intensa e sem limites.

Ó Senhor meu Deus,

Mesmo diante de tanta dor,

De tanta aflição em meu pobre coração,

De tanta tribulação em minha vida

Sinto-me grato e feliz.

Pois somente assim,

O meu coração que de pedra era,

Um pouco mais se tornou humano.

E, enfim, posso compreender o sofrimento...

Daqueles que também choram por amor.

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4. EPÍLOGO

4.1. DESCONHECIDA

Você é tão linda.

E seu nome nem sei.

Não sei onde lhe encontrar.

Vi-te apenas uma vez.

E no mesmo instante percebi:

Era amor à primeira vista.

E desde esse momento,

Nunca mais te esqueci.

E naquele dia e naquele lugar,

Eis que eu estava na casa de oração.

Sim, naquele momento Deus nos apresentou.

Então nossos olhares se cruzaram.

E num instante,

Nos teus olhos percebi:

Ternura e carinho.

Mais de repente que de repente,

Cheio de surpresa e de admiração,

Por descobrir que o amor existe,

Eu me perdi em emoções.

E no meu silêncio você desapareceu.

E agora...

Desespero-me a te procurar.

Procuro-te no meio da multidão.

Procuro-te em todo lugar.

E no dia em que lhe encontrar,

Vou dizer-te que já chorei demais,

Tendo tanto amor para dedicar

E não tendo a quem entregar.

Um amor intenso e infinito.

Um amor cheio de carinho e ternura.

Mas enfim,

Sei que você existe.

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E vou lhe encontrar.

E então...

Então nunca mais vou chorar.

4.2. CONVERSA

Não! Eu não sei o que tenho.

Mas vou lhe contar algumas coisas.

Contarei porque choro tanto assim.

Porque choro este pranto sem fim.

Contarei porque sou tão triste.

Para mim a felicidade morreu.

Foi no dia em que o amor disse adeus.

Mas... espere um pouco...

Deixe-me enxugar minhas lágrimas...

...

Espere só mais um instante...

Deixe-me parar de chorar...

...

Com o decorrer do tempo,

Sei que minha dor passará.

Sei que voltarei a sorrir.

Alguém machucou meu coração.

Sem querer fez um grande mal.

Num simples adeus, destruiu um grande amor.

Um amor que nasceu para durar a vida inteira.

Sim, eu quero lhe contar... e depois esquecer.

Sabe... Não gosto de ser tão triste assim.

Sim, vamos dar uma volta...

Uma volta para qualquer lugar.

Eu só quero sorrir... um pouco.

Mais uma vez espere só um minuto...

Deixe-me enxugar estas lágrimas...

Elas insistem em escorrer...

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Não, eu não quero chorar mais.

Na verdade quero esquecer o mal.

Pensar somente na felicidade.

Quem sabe se a alegria possa renascer.

Sim, eu quero que você me ajude.

Não, não quero ser tão infeliz assim.

Realmente o céu está estrelado.

Sim, estou olhando para você.

E vejo o que não havia reparado,

Mas você é tão linda!

Os teus olhos brilham como o brilho das estrelas.

Que bom que você está aqui comigo, Daisy!

4.3. OS GRILHÕES DA TIMIDEZ

Visto que os grilhões da timidez,

Que prendem meu coração,

Tem sido o único motivo

Do silêncio que existe entre nós.

E que o grito deste silêncio

Somente me tem deixado angustiado.

Então me pareceu mais certo

Escrever-te estas poucas linhas.

Pois me parece contra a natureza,

Que sem nenhum motivo aparente,

Alguém que tem sido tão especial para mim,

Tenha que ficar tão distante de minha vida.

Eis que em meu silêncio

Sufoquei meus nobres sentimentos.

Entretanto,

Dos recônditos profundos de minha alma

Irrompeu-se com ímpeto uma chama,

Que me devora a todo o momento.

E agora...

Agora morro de amor todos os dias.

4.4. COMO TE AMO

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Ao procurar manter o silêncio

Do amor que sinto por você,

O meu coração passou a se angustiar.

Nunca pensei que seria atormentado tanto,

Nem tão pouco que por esse amor,

Iria clamar desesperadamente

Como o único elixir

Para os males que me incomodam.

Visto que o silêncio de quem ama

Não leva a nada e a lugar algum.

E que esta angustia

Somente sirva para me atormentar.

Então me pareceu mais certo

Dizer-te o quanto te amo.

Amo-te intensamente

Com todo o meu coração.

Amo-te a todo o momento

Com ardor flamejante.

Amo-te ardorosamente,

E com tanta fascinação

Que longe de você tudo

Parece insuportável.

4.5. MINHA PAIXÃO

Eu nunca passei por ansiedades

Tão arrebatadoras antes de te conhecer.

Nem mesmo poderia imaginar

Que o amor pudesse me tornar tão inquieto.

Pois à paixão que tenho por você

Opõe-se o medo de te perder.

E esta ansiedade que trago neste espírito

Cheio de receios e contradições

É o veneno inebriante

Que me atormenta na felicidade.

É a labareda atordoante do fogo

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Que me oprime no prazer.

No entanto, este amor é tão grande,

Que desprezo toda a angústia.

Regozijando,

Recordo-me do momento em que te notei.

E desde o primeiro instante,

Cheio de admiração e deslumbrado,

Eu soube que cativo te amaria

Por toda a minha vida.

E desde então você tem sido

O aprazível motivo de meus sonhos.

Vivendo constantemente

Em meus pensamentos e sentimentos,

Alegrando apaixonadamente

Os meus sonhos, ilusões e planos.

4.6. MINHA PRIMAVERA

Hoje em dia

Quanto olho para você,

Meu coração bate descompassadamente,

Tantas coisas desejo te declarar,

E, no entanto, nada consigo falar.

Por isto você é a razão destas linhas,

Motivo que justifica esta ousada paixão,

E motivo exclusivo de meu ardente amor.

E este amor é tão grande

Que já não posso contê-lo.

Tão patente,

Que já não posso mais escondê-lo...

De você.

E isto é mais forte

Do que eu possa suportar sozinho.

E a esta altura

De meus sentimentos,

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Vejo em você

A primavera de minha vida,

Que pouco a pouco floresce

Só para mim.

4.7. OXALÁ

Oxalá me seja favorável

Todo o amor de seu coração,

Oxalá você aceite

O meu amor em grau e intensidade,

De tal maneira e tanto,

Que apareça algum fruto desse amor.

E por dedicação a este amor

Que me fascina,

Em virtude do qual

Sinto-me vivo na aflição.

Eu me afadigo,

Sacrifico-me e me atormento.

Daí sucede

Que por dedicação a este amor.

Por mais árdua

Que possa ser esta caminhada,

Não será por indolência

E nem por desespero,

Que deixarei de te amar

Por toda a eternidade.

Mas na realidade

Não sei o que você pensa de mim,

Nem ao menos sei

Se você desconfia que eu existo.

Porém,

Eu só quero dizer que estou apaixonado.

Sim...

Verdadeiramente eu te amo.

E como te amo!

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4.8. A FLOR

No mundo há espinhos abrolhos.

E de muitas flores necessita o mundo.

Daisy, tu mesma és uma flor.

Uma linda flor do campo.

Silenciosa, pura e simples,

Tão delicada, tão frágil e tão meiga.

Porém... Temo por ti.

Eis que uma simples brisa

Pode te desfolhar.

E por ser tão frágil,

Muitas coisas te machucam no íntimo.

Entretanto,

Tu fechas os olhos e sorri na dor.

Sim!

De muitos flores necessita o mundo.

Porém isto encerra apenas um sonho.

Tu mesma és um sonho maravilhoso.

Sim!

Tua vida é um constante testemunho para o mundo.

Mundo que tem no coração o que tem o cimento.

Desse modo, homens são cinzelados em estátuas.

Sim!

Daisy, de flores como ti,

De muitas flores como ti,

Necessita o mundo.

Muito amor e paz para ti,

Daisy, querida filha de Deus!

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4.9. SONHOS

Hoje acordei pensando em você.

Senti uma enorme vontade de cantar,

E também um enorme impulso para contar,

Para expressar de alguma forma o carinho

E o amor que sinto por você.

Finalmente na minha existência,

A estação da primavera chegou,

E você é a flor mais linda que desabrochou

E floresceu no jardim de minha vida.

Flor que me traz novos sonhos de amor.

Em teus braços quero entregar,

Com muito ardor,

O intenso amor que sinto por você.

E ofertar-lhe com o fogo da paixão,

Um carinho sem fim.

Com minhas mãos,

Quero afagar os teus cabelos.

Com muito calor,

Quero beijar a tua boca.

Pois você é a realização

Do sonho que acalento.

4.10. FELICIDADE

Eis que hoje é o seu aniversário.

E neste dia de cores,

Com flores venho colorir os seus sonhos.

Siga-me!

Eis que dalém do horizonte da realidade,

Há um mundo cheio de flores e cores.

Onde os sonhos são encantos reais.

Onde o imperador é o amor.

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Agora,

Dê-me a sua mão.

Conta-me os seus sonhos,

E também suas ilusões.

Venha!

Fala-me do seu pranto,

Das lágrimas silenciosas,

Lágrimas que um dia rolaram por sua face.

Não temas!

Desejo afagar suas ilusões,

Realizar os seus sonhos,

E enxugar as suas lágrimas.

E enfim,

Ver você sorrindo,

Sorrindo o sorriso das crianças.

Minha amada e querida,

Que neste dia Deus te abençoe.

4.11. VENHA!

Venha!

Se desejares, venha!

E o meu amor será teu.

Somente teu.

Venha!

Se desejares, venha!

E serei sempre de você.

Somente de você.

Venha!

Se desejares, venha!

Pois te amo.

E desejo lhe ofertar:

Ternura,

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Alegria,

Felicidade.

Venha!

Se desejares, venha!

Pois te venero.

E desejo lhe dedicar:

Carinho,

Paixão,

Afago.

Tudo com muito ardor.

4.12. POR TUA CAUSA

Daisy,

Quando você apareceu

Meu mundo mudou de rumo.

Por tua causa,

Tudo ficou tão lindo.

E minha alma cheia de alegria.

Agora...

Agora os meus dias são coloridos.

Pintados com todas as cores do arco-íris.

O céu é azul e a relva é verde.

O sol bilha e a lua resplandece.

Os pássaros cantam e meu coração vibra feliz.

E tudo isto porque estou apaixonado,

Tudo isto porque estou enamorado,

Tudo isto porque eu te amo.

Sinto que por amor,

Que pelo fogo dessa paixão,

Vivo cada vez mais intensamente,

Vivo a cada instante pisando nas nuvens.

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Minha querida!

Eu estou apaixonado.

Eu te adoro e te venero.

Minha querida,

Eu te amo.

4.13. OH! DAISY

Oh! Daisy!

Minha querida.

Como é bom estar com você.

Oh! Daisy!

Eu te amo.

Amo-te, meu benzinho.

Oh! Daisy!

Eu quero o teu amor.

Quero por toda vida.

Quero só pra mim.

Oh! Daisy!

4.14. HOJE

Amor!

Meu amor!

Meu grande amor!

Hoje quero lhe contar

Que meu sorriso já não é triste.

Que minha alegria não tem fim.

E tudo isto porque te amo intensamente.

Sim,

Eu te amo tanto!

Querida!

Hoje mais uma vez,

Quero te abraçar,

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Quero te beijar.

Afagar os teus cabelos.

E com ternura te dizer o quanto te amo.

Sim,

E como te amo!

Amo-te de todo o meu coração.

Amo-te intensamente.

Amo-te a todo instante.

Amo-te com tanta fascinação,

Que cada instante longe de você

Parece uma eternidade.

4.15. CAMINHOS

De todos os caminhos que conheço,

Antes de todos, sigo o teu.

Isto porque te amo.

Segredo meu e teu.

Insondável amor!

Minha querida!

Estou apaixonado.

Nem sei dizer o quanto te amo,

Enfatizando o fato de que te quero por esposa.

Zelando com fervor pela nossa felicidade.

Eis a razão de minha enorme alegria!

Sabendo que sempre te amarei, se Deus assim o quiser!