lajes cobiax® versus lajes maciÇas comportamento...

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_____________________________________________________________________________ 1. Engº Civil | Engefase, Projectos de Construção | ISEL-IPL| [email protected] 2. Engº Civil | MASEC – Estudos e Projetos| ECT-UTAD | [email protected] 3. Engº Civil | VIPLANO, LDA | IST-UL | [email protected] 1 LAJES COBIAX® versus LAJES MACIÇAS COMPORTAMENTO ESTRUTURAL E ANÁLISE DE CUSTOS RESUMO Pretende-se com o presente artigo, aferir quais as diferenças no comportamento estrutural de um edifício, bem como as reduções efetivas dos custos de material, proporcionadas pela utilização do sistema de lajes aligeiradas Cobiax®, em contraponto com o sistema tradicional de lajes maciças. Palavras-chave lajes, Cobiax®, maciça, inércia, redução, sismo 1. INTRODUÇÃO O presente artigo visa estudar a utilização do sistema de lajes aligeiradas Cobiax® num edifício de 5 pisos de geometria regular, e determinar qual a redução efetiva de betão e de aço em todos os elementos da estrutura, determinando quais os custos destas reduções. Pretende-se ainda estudar quais as diferenças do comportamento estrutural de um edifício modelado com o sistema Cobiax® em comparação com o sistema tradicional de lajes maciças. Para o efeito, foram elaborados dois modelos de cálculo do edifício, tendo sido adotados os mesmos critérios de dimensionamento. Caracterização do sistema Cobiax® O sistema Cobiax permite a execução de lajes aligeiradas bidirecionais, com um comportamento similar a uma tradicional laje maciça, sendo o seu interior aligeirado através de formas esféricas ou elipsoidais. Figura 1 – Laje Cobiax - execução em obra Figura 2 – Formas esféricas Diogo MARTINS SANTOS 1 Michael TEIXEIRA ANDRADE 2 Vítor COELHO DA SILVA 3

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_____________________________________________________________________________ 1. Engº Civil | Engefase, Projectos de Construção | ISEL-IPL| [email protected] 2. Engº Civil | MASEC – Estudos e Projetos| ECT-UTAD | [email protected] 3. Engº Civil | VIPLANO, LDA | IST-UL | [email protected]

1

LAJES COBIAX® versus LAJES MACIÇAS

COMPORTAMENTO ESTRUTURAL E ANÁLISE DE CUSTOS

RESUMO

Pretende-se com o presente artigo, aferir quais as diferenças no comportamento estrutural de

um edifício, bem como as reduções efetivas dos custos de material, proporcionadas pela

utilização do sistema de lajes aligeiradas Cobiax®, em contraponto com o sistema tradicional de

lajes maciças.

Palavras-chave lajes, Cobiax®, maciça, inércia, redução, sismo

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo visa estudar a utilização do sistema de lajes aligeiradas Cobiax® num edifício

de 5 pisos de geometria regular, e determinar qual a redução efetiva de betão e de aço em

todos os elementos da estrutura, determinando quais os custos destas reduções. Pretende-se

ainda estudar quais as diferenças do comportamento estrutural de um edifício modelado com o

sistema Cobiax® em comparação com o sistema tradicional de lajes maciças. Para o efeito,

foram elaborados dois modelos de cálculo do edifício, tendo sido adotados os mesmos critérios

de dimensionamento.

Caracterização do sistema Cobiax®

O sistema Cobiax permite a execução de lajes aligeiradas bidirecionais, com um comportamento

similar a uma tradicional laje maciça, sendo o seu interior aligeirado através de formas esféricas

ou elipsoidais.

Figura 1 – Laje Cobiax - execução em obra Figura 2 – Formas esféricas

Diogo MARTINS SANTOS 1

Michael TEIXEIRA ANDRADE 2 Vítor COELHO DA SILVA 3

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COMPORTAMENTO ESTRUTURAL E ANÁLISE DE CUSTOS

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A introdução destas formas na zona onde o betão pouco contribui para o funcionamento global

da laje, possibilita uma otimização da espessura da laje, a melhoria do seu comportamento e

uma eficiência acrescida na utilização dos recursos [1].

No presente caso de estudo, foi adotado para todas as lajes o sistema Cobiax® Slim line 140 (S-

140), onde as características se resumem na seguinte tabela:

Tabela 1- Caracteristicas geométricas do sistema Cobiax® S140

Espessura

da laje

(mm)

Redução

de carga

(KN/m2)

Altura

do

suporte

(mm)

Altura

do

vazio

(mm)

Nº de

vazios

(un/m2)

Volume

de vazios

(m3/m2)

Afastamento

entre vazios

(mm)

Consumo

de betão

(m3/m2)

250 -1.88 150 140 8.16 0.075 350 0.175

2. ELABORAÇÃO DOS MODELOS DE CÁLCULO

2.1 Caracterização dos modelos

No presente artigo foi analisado um edifício habitacional com 5 pisos, com área bruta de

construção de 2056.00 m2, altura máxima de 17.50m e uma volumetria de 6112.50m3,

constituído por uma estrutura pórtico-parede de betão armado, assente sobre fundações

superficiais.

Como se pode verificar pela análise da Figura 3, a estrutura apresenta regularidade em planta,

nas duas direcções principais e em altura.

Figura 3 - Modelo do edifico em estudo Figura 4 – Sistema de laje maciça vs Sistema Cobiax®

Os modelos estruturais dos edifícios em análise foram elaborados com base em programa de

cálculo automático.

Os pilares e vigas foram modelados como elementos de barra, as lajes por elementos de grelha

e as paredes foram modeladas como elementos finitos de casca. Considerou-se que todos os

elementos verticais estavam encastrados no terreno ao nível do piso térreo.

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3

A estratégia de modelação seguida assegura que o modelo estrutural reproduz adequadamente

a distribuição de massa e rigidez de forma obter-se as frequências, modos de vibração e forças

de inércia representativas das estruturas em análise [2].

A determinação das características dinâmicas da estrutura foi executada através de uma análise

de valores e vectores próprios para os primeiros 7 modos de vibração, tendo sido mobilizada

mais de 90% da massa. Esta análise serviu de ponto de partida para a análise dinâmica com

base em espectros de resposta, utilizada para avaliar a resposta das estruturas face à ação do

sismo.

Neste sentido, foram elaborados dois modelos de cálculo distintos, onde diferiram o tipo de

lajes, mantendo-se os restantes elementos estruturais com a mesma geometria. Num dos

modelos foi adotado o sistema Cobiax® Slim line 140 (S-140), com 25cm de espessura no tosco,

e no outro uma laje maciça de 25cm. Importa referir que neste último modelo houve a

necessidade de colocar capitéis, com altura superior à da laje, de forma a controlar o efeito do

esforço de punçoamento.

2.2 Critérios gerais de dimensionamento

Adotaram-se, em geral, os critérios de dimensionamento correntes para este tipo de estrutura,

tendo em consideração as verificações de segurança aos Estados Limites Últimos e de

Utilização. Para o dimensionamento da estrutura teve-se em particular atenção a conceção de

uma estrutura eficiente do ponto de vista da resistência às acções horizontais, de modo a

garantir a transmissão eficaz de cargas que assegurassem um bom comportamento global do

edifício.

Em particular, verificou-se a segurança para as combinações de acções verticais e horizontais

através de modelos tridimensionais.

2.2.1 Materiais

Os materiais estruturais adotados estão de acordo com as atuais designações do REBAP e da

especificação NP EN 206-1 (2007). Indicam-se as classes de exposição, de consistência e teor de

cloretos consideradas e os respectivos recobrimentos definidos para uma vida útil de 50 anos.

Betões:

Fundações…………………………..…… C25/30. XC2. CL0,40. Dmax20. S3 (NP EN 206-1 2007)

Lajes, vigas e pilares……………...... C25/30. XC1. CL0,40. Dmax20. S3 (NP EN 206-1 2007)

Aço:

Armaduras em varão……………………………………………………………….…………………A400 NR SD

2.2.2 Acções Atuantes

A definição e quantificação das acções actuantes foram efectuadas de acordo com o prescrito

no Regulamento de Segurança e Acções para Edifícios e Pontes. Neste contexto, a quantificação

das acções verticais é necessária para o pré-dimensionamento, avaliação da massa da estrutura

e posterior definição dos parâmetros dinâmicos e forças sísmicas atuantes.

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4

2.2.2.1 Acções permanentes e sobrecargas

Para além do peso próprio do material constituinte da estrutura (γ = 25 kN/m3), foram

considerados como acções permanentes o peso próprio dos revestimentos e divisórias,

adotando-se um valor de 3.0 kN/m2 em todos os pisos, e o peso próprio das paredes exteriores,

com um valor de 2.6 kN/m2 aplicado ao longo de todo o contorno. A sobrecarga de utilização

para os pavimentos, decorrente da ocupação humana prevista para a estrutura, foi avaliada a

partir do valor indicado para atividade residencial e doméstica fixada em 2.0 kN/m2, com um

coeficiente de redução ψ2 = 0,3. Para a sobrecarga na cobertura (cobertura não acessível),

utilizou-se um valor igual a 1,0 kN/m2, com um coeficiente de redução ψ2 = 0.0.

2.2.2.2 Acção Sísmica

A acção sísmica pode ser definida tanto em termos de espectros de resposta de acelerações

(elásticos ou de dimensionamento) como em termos de acelerogramas reais ou artificiais,

compatíveis com o espectro de resposta elástico [2].

O regulamento de segurança e ações para edifícios e pontes, considera dois tipos diferentes de

acção sísmica em função dos cenários distintos de sismo-génese: sismo afastado (sismo tipo 1)

e sismo próximo (sismo tipo 2). Foi considerado um solo do tipo II, zonamento do território

(Zona A), um coeficiente de comportamento de 2 e um coeficiente de amortecimento de 5%

3. RESULTADOS

3.1 Comportamento dinâmico

Nesta secção apresenta-se a caracterização dinâmica dos dois modelos em estudo, em termos

de períodos e modos de vibração. Para efetuar a análise dinâmica o programa cria a matriz de

massas e de rigidez para cada elemento da estrutura.

Figura 5-Deslocamentos horizontais para a laje Cobiax® Figura 6-Deslocamentos horizontais para a laje maciça

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De seguida apresentar-se-ão os deslocamentos horizontais da estrutura, em ambos os modelos,

paras as hipóteses da acção sísmica tipo I e II em ambas as direcções, para os modos de

vibração que mobilizam mais massa na direcção em estudo (Gráfico 1 e 2).

Gráfico 1 Deslocamento horizontal máximo em X do edifício para o 3º modo de vibração

Com base no gráfico 1, pode verificar-se que os deslocamentos horizontais em X, para as

combinações sísmicas, apresentam uma redução máxima de 1,31mm no sistema de lajes

Cobiax®.

Gráfico 2-Deslocamento horizontal máximo em Y do edifício para o 2º modo de vibração

Com base no gráfico 2, pode verificar-se que os deslocamentos horizontais em Y, para as

combinações sísmicas, apresentam uma redução máxima de 0,40mm no sistema se lajes

Cobiax®.

9.07

8.30

9.25

7.94

7.00

7.50

8.00

8.50

9.00

9.50

S1 -Maciça S1 - Cobiax S2-Maciça S2 - Cobiax

Des

loca

men

to h

ori

zon

tal m

áxim

o e

m X

(m

m)

10.29

10.02

10.96

10.56

9.40

9.60

9.80

10.00

10.20

10.40

10.60

10.80

11.00

11.20

S1 -Maciça S1 - Cobiax S2-Maciça S2 - Cobiax

Des

loca

men

to h

ori

zon

tal m

áxim

o e

m Y

(m

m)

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6

Gráfico 3-Comparação dos períodos de vibração da estrutura

Analisando o gráfico 3, é possível observar uma redução média de 6.1% no modelo do sistema

de lajes Cobiax® do período para todos os modos de vibração.

3.2 Deformação das lajes

Os valores dos deslocamentos das lajes para a combinação quase permanente em ambos os

modelos, são apresentados na Figura 7 e 8. Através das plantas de isovalores, é possível

observar que o comportamento da solução aligeirada Cobiax® supera o das lajes maciças, na

medida em que se obteve uma redução para a flecha na casa dos 3%. Todavia, estes resultados

não são lineares, visto a solução de laje maciça contemplar capiteis com 40cm de espessura,

visando a verificação da segurança ao esforço de punçoamento. Este acréscimo de inércia na

laje, aumenta a capacidade resistente de flexão da mesma, desvirtuando a comparação direta

efetuada com o sistema Cobiax®.

Figura 7-Deslocamentos no modelo do sistema Cobiax® Figura 8-Deslocamentos no modelo da laje maciça

0.76

0.620.56

0.260.19

0.16 0.15

0.70

0.61

0.52

0.250.18

0.14 0.13

0.00

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0.60

0.70

0.80

Modo 1 Modo 2 Modo 3 Modo 4 Modo 5 Modo 6 Modo 7

Per

íod

o d

e V

ibra

ção

(s)

Maciça Cobiax

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3.3 – Quantidades e análise de custos

Após a análise do comportamento da estrutra, importa analisar as quantidades obtidas de aço e

betão em ambos os modelos de cálculo, e realizar uma análise dos custos dos mesmos.

Apresentam-se de seguida, os resultados das quantidades de aço (kg) e betão (m3) obtidos nos

vários elementos estruturais, nos modelos referidos anteriormente:

a) Sapatas

Gráfico 4 - Quantidade de betão em sapatas (m3) Gráfico 5-Quantidade de aço em sapatas (Kg)

Com base no Gráfico 4, pode verificar-se que existe uma redução de 7,6% da quantidade de

betão no modelo das lajes Cobiax®, comparativamente à laje maciça. Relativamente às

quantidades de aço, verifica-se no Gráfico 5, que o modelo de laje Cobiax®, exige uma

quantidade de armaduras inferior em 14,9%.

b) Vigas de fundação

Gráfico 6-Quantidade de betão em vigas de fundação (m3) Gráfico 7-Quantidade de aço em vigas de fundação (Kg)

Com base no Gráfico 6, pode verificar-se que existe uma redução de 3,0% da quantidade de

betão no modelo das lajes Cobiax®, comparativamente à laje maciça. Relativamente às

111.06

120.16

106

108

110

112

114

116

118

120

122

COBIAX S-140 MACIÇA 25cm

7076.31

8319.9

6400

6600

6800

7000

7200

7400

7600

7800

8000

8200

8400

8600

COBIAX S-140 MACIÇA 25cm

7.49

7.72

7.35

7.4

7.45

7.5

7.55

7.6

7.65

7.7

7.75

COBIAX S-140 MACIÇA 25cm

2041.02

2610.66

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

COBIAX S-140 MACIÇA 25cm

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quantidades de aço, verifica-se no Gráfico 7, que o modelo de laje Cobiax®, exige uma

quantidade de armaduras inferior em 21,8%.

c) Vigas

Gráfico 8-Quantidade de aço em vigas (Kg)

Através do Gráfico 8, verifica-se que existe uma redução da quantidade de aço, no modelo da

laje Cobiax®, na ordem de 14,9%.

Dado as vigas de ambos os modelos possuirem as mesmas secções, não existem diferenças no

volume de betão nestes elementos. Esta situação surge na consequência da adoção do critério

de apresentar o mesmo modelo em termos de secções, classe de betão e de Aço.

d) Pilares e Paredes

Gráfico 9-Quantidade de aço em pilares e paredes (Kg)

Verifica-se através do Gráfico 9, que existe uma redução da quantidade de aço, no modelo de

laje Cobiax®, na ordem de 23,5%, quando comparado com o modelo de laje maciça.

Dado que a dimensão dos pilares e paredes não foram objeto de alteração em ambos os

modelos, conforme o critério adotado para as vigas, não existem diferenças no volume de betão

nestes elementos.

6181.7

7265

5500

6000

6500

7000

7500

COBIAX S-140 MACIÇA 25cm

10023

13095

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

COBIAX S-140 MACIÇA 25cm

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e) Lajes

Gráfico 10-Quantidade de betão em lajes (m3) Gráfico 11-Quantidade de aço em lajes (kg)

Verifica-se, através do Gráfico 10, que existe uma redução da quantidade de aço de 18,2% no

modelo de laje Cobiax®, quando comparado com o modelo de laje maciça. Observa-se no

Gráfico 11, que a redução da quantidade de betão nestes elementos é de 27,4 %.

No Gráfico 12, apresenta-se o gráfico resumo, com a redução percentual de todos os elementos

estruturais, de modo a perceber de forma imediata os resultados obtidos para os dois modelos

estudados.

Gráfico 12-Redução percentual de todos os elementos estruturais

Por fim, são apresentadas duas tabelas, a primeira em que são discretizados todos os preços

por elemento, (Tabela 2) e a segunda onde são apresentados os valores totais (Tabela 3). Nesta

análise, foram adotados valores de referência do mercado à data da elaboração do presente

arigo.

346.82

477.48

0.00

100.00

200.00

300.00

400.00

500.00

600.00

COBIAX S-140 MACIÇA 25cm

34817

42578

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

COBIAX S-140 MACIÇA 25cm

14.9%

7.6%

21.8%

3.0%

14.9%

23.5%

18.2%

27.4%

0.0%

5.0%

10.0%

15.0%

20.0%

25.0%

30.0%

Aço emsapatas (Kg)

Betão emsapatas (m3)

Aço emvigas de

fundação(Kg)

Betão emvigas de

fundação(Kg)

Aço emvigas (Kg)

Aço emPilares (Kg)

Aço emLajes (Kg)

Betão emLajes (Kg)

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Tabela 2- Preços dos materiais por elemento

Sapatas Vigas de fundação Vigas Pilares Lajes

Materiais Aço Betão Aço Betão Aço Aço Aço Betão Cobiax

Preço COBIAX S-140 6 368.68 € 12 216.60 € 1 836.92 € 823.90 € 5 563.53 € 9 020.70 € 31 335.30 € 38 150.48 € 15 870 .00 €

Preço MACIÇA 7 487.91 € 13 217.60 € 2 349.59 € 849.20 € 6 538.50 € 11 785.50 € 38 320.20 € 52 522.80 € -

Redução 1 119.23 € 1 001.00 € 512.68 € 25.30 € 974.97 € 2 764.80 € 6 984.90 € 14 372.33 € -15 870 .00 €

Tabela 3-Resumo dos custos

TOTAL

Preço COBIAX S-140 133 854.80 €

Preço MACIÇA 145 740.00 €

Redução 11 885.20 €

4. CONCLUSÕES

Após uma análise dos resultados obtidos na modelação do edifício em estudo com os dois

sistemas construtivos distintos, é possível afirmar que o sistema Cobiax® é mais vantajoso

económica e tecnicamente, quando comparado com o sistema tradicional de lajes maciças,

para o tipo de edifício do presente artigo.

Relativamente às ações sísmicas, é importante salientar a melhoria do comportamento global

da estrutura face aos deslocamentos horizontais, bem como ao período de vibração. A análise

dos descolamentos em ambos os modelos permite concluir que existe uma redução significativa

destas gradezas no modelo do sistema Cobiax®, bem como uma redução generalizada do

período para todos os modos de vibração em estudo. Estes factos permitem concluir que a

redução de massa nas lajes, e a quase permanência total de rigidez face ao modelo maciço, é

extremamente favorável ao comportamento sísmico da estrutura.

Relativamente aos estados limites de serviço, nomeadamente às deformações dos elementos

de laje, é possível observar que o comportamento da solução aligeirada Cobiax® supera o das

lajes maciças, na medida em que se obteve uma redução para a flecha nas condições atrás

descritas. É desta forma correto afirmar que este tipo de solução, comparativamente ao sistema

tradicional de lajes maciças, permite uma menor espessura de lajes para o mesmo vão, ou um

aumento do vão para a mesma espessura de laje. Outro facto que foi possível observar no

presente estudo, foi a possível dispensa da utilização de capitéis no sistema Cobiax®, face ao

sistema tradicional. No caso em estudo, a redução de massa da laje, proporcionou a execução

desta sem a execução destes elementos.

Analisando as quantidades e custos da estrutura, é possível afirmar que a laje Cobiax®

providencia uma redução bastante significativa de material, face à solução de laje maciça, tendo

no presente caso reduzido os custos dos materiais em 8,2%.

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COMPORTAMENTO ESTRUTURAL E ANÁLISE DE CUSTOS

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Considera-se ainda importante referir que, embora não tenham sido contabilizados os custos de

mão de obra, estes face à redução do material a aplicar proporcionado pelo sistema Cobiax®,

providenciam uma redução desta parcela nos custos totais da obra. O mesmo facto aplica-se às

cofragens, existindo uma diminuição do valor para estes trabalhos com o sistema Cobiax®

De forma geral, é possível concluir que para o modelo em estudo, com 5 pisos, e respeitando

toda a regulamentação em vigor, o sistema Cobiax® em comparação com o sistema tradicional

de lajes maciças, permite reduzir os custos da obra, dotando a estrutura de um melhor

comportamento sísmico e a estados limites de serviço. Construtivamente este sistema possui

ainda a vantagem de ser semelhante ao da construção de uma laje tradicional maciça,

possuindo relativamente a mesma celeridade de execução.

Considera-se também importante referir, que é espectável que quanto maior for o número de

pisos do edifício, maior será a percentagem na redução de custos, dado o peso que as forças

sísmicas têm no dimensionamento estrutural.

REFERÊNCIAS/BIBLIOGRAFIA

[1] Ferca – Cobiax - A nova laje Maciça, Manual Técnico;

[2] [Sísmica 2007 – 7º Congresso de sismologia e engenharia sísmica. Comportamento sísmico

de edifícios com paredes resistentes. M.T. Bras César e Daniel V. Oliveira, 2007.

[3] Norma Portuguesa ENV 206 - Betão - Comportamento, Produção, Colocação e Critérios de

Conformidade;

[4] Regulamento de Segurança e Acções em Estruturas de Edifícios e Pontes (RSA-EEP);

[5] Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado (REBAP);

[6] Eurocódigo 2 (EN 1992-1-1, 2004) – Projecto de Estruturas de Betão;