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002.855 128984/18 COMENTÁRIO CURSO DE FÉRIAS LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS COMENTÁRIOS PROFESSOR ÂNGELO SAMPAIO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D A D C C E D B E A 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 A B D A A D B D C A 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 C D A C E A E D A D 31 32 33 34 35 36 37 38 39 D E A D A A A C C * 1: Resposta do ponto de vista da disciplina de História A resistência durante a ditadura militar, devido ao elevado grau de censura e repressão, tinha que ser feita de maneira moderada e, muitas vezes, disfarçada. A poesia, então, representou uma das principais formas de resistência ao regime. Resposta do ponto de vista da disciplina de Português “Desvelar” é sinônimo de “expor”, “desvendar”; uma vez que a oposição à ditadura militar não poderia ser explícita, a poesia é um modo do eu lírico resistir, pois, assim como a química, ou como a alquimia, permite transformar elementos. 2: Termos como “saudade”, “recordação”, “fragmentação interna”, “espiritual e o sensível” e “ideal” são suficientes para inferir que os poetas “novos” a que o autor se refere estão ligados à estética romântica que valorizava o sentimentalismo, a emotividade, as saudades da infância, o subjetivismo, a imaginação e a idealização de um mundo superior. Assim, é correta a opção A. 3: No trecho, Vieira critica o cultismo ou gongorismo, conceito bastante popular entre os escritores barrocos, cuja produção literária era marcada pelo excessivo rebuscamento, pelo hermetismo e pelo uso de figuras de linguagem. A crítica a esse estilo de composição se dá pela dificuldade de compreensão, pois Vieira valorizava a clareza textual. 4: O texto se refere ao Cubismo, vanguarda que buscava retratar os diferentes ângulos e pontos de vista de um mesmo objeto em um mesmo plano. Assim, pode-se associá-lo à pintura de Pablo Picasso: As senhoritas de Avignon, em que vemos diversas formas e pontos de vista expressos simultaneamente. 5: A referência do crítico Alexandre Eulálio à “coexistência íntima de dois mundos culturais divergentes” no personagem Helena diz respeito à sua formação britânica, protestante, que a levava a guardar dinheiro para satisfazer os seus desejos imediatos e a ibérica, católica, que implicava em preces à Virgem Maria sobre o possível pecado da satisfação dos prazeres. Assim, é correta a opção C. 6: A opção E apresenta frase que denota registro informal da língua, pois o verbo “bater” deve ser acompanhado da preposição “a” para expressar ação de golpear a porta. Assim, a frase deveria ser substituída por bata à portapara atender às exigências da gramática normativa. 7: As opções A, B, C e E apresentam frases em que dúvida, necessidade, lugar e possibilidade estão presentes em apenas um dos pares. Somente em D, os segmentos “padre Leite pretende” e “Baleia queria dormir” indicam, através dos termos verbais “pretende” e “queria”, intencionalidade. 8: É correta a opção B, pois o trecho “só a maleita é quem sobe e desce” constitui exemplo de personificação (prosopopeia) por apresentar a doença de forma humanizada através da ação de subir e descer. 9: No segundo parágrafo, Vieira critica o silêncio dos oradores evangélicos (“eloquentes mudos”) que, ao contrário de Sêneca, que denunciava crimes praticados tanto por piratas como por imperadores, se abstêm de falar sobre os dos reis católicos. Assim, é correta a opção E. 10: É correta a opção A, pois o trecho destacado, iniciado pela conjunção subordinativa “se”, estabelece relação de condição com o trecho que o sucede. 11: A citação de Chuang-Tzu transcrita na opção A reproduz a mesma ideia de seletividade na aplicação da justiça criticada por Antônio Vieira no “Sermão do bom ladrão”. 12: Segundo Vieira, o pirata tinha características e qualidades (“não era medroso nem lerdo”) que justificavam a resposta ousada com que rebateu a admoestação do imperador Alexandre. Assim, é correta a opção B. 13: No trecho da opção D, o termo verbal no modo imperativo (“imaginai”) instaura a função apelativa da linguagem que tem como objetivo influenciar o receptor ou destinatário da mensagem, com a intenção de convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens. Neste caso, através do sujeito desinencial “vós”, pode-se inferir que o narrador se dirige ao próprio leitor, inserindo-o no discurso. 14: a) Correta. A recorrência da existência humana está metaforizada na imagem pela repetição das formas circulares e, no poema, pelo aspecto visual espiralado, dando voltas no mesmo centro, tal qual a vida do eu lírico, que afirma fazer “parte dessa circunferência”. b) Incorreta. A imagem é marcada pela repetição de uma forma geométrica; não há, portanto, referência às paixões humanas, tampouco a seu caráter transitório. c) Incorreta. O poema remete, metaforicamente, à forma espiralada da vida, ou seja, circular e recorrente, e não linear. d) Incorreta. O eu lírico afirma que “o mundo roda, roda”; metaforicamente, não há o aspecto duradouro das coisas e da vida.

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COMENTÁRIO CURSO DE FÉRIAS

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

COMENTÁRIOS

PROFESSOR ÂNGELO SAMPAIO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

D A D C C E D B E A

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

A B D A A D B D C A

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

C D A C E A E D A D

31 32 33 34 35 36 37 38 39

D E A D A A A C C

* 1: Resposta do ponto de vista da disciplina de História

A resistência durante a ditadura militar, devido ao elevado grau de censura e repressão, tinha que ser feita de maneira moderada e, muitas vezes, disfarçada. A poesia, então, representou uma das principais formas de resistência ao regime.

Resposta do ponto de vista da disciplina de Português

“Desvelar” é sinônimo de “expor”, “desvendar”; uma vez que a oposição à ditadura militar não poderia ser explícita, a poesia é um modo do eu lírico resistir, pois, assim como a química, ou como a alquimia, permite transformar elementos.

2: Termos como “saudade”, “recordação”, “fragmentação interna”, “espiritual e o sensível” e “ideal” são suficientes para inferir que os poetas “novos” a que o autor se refere estão ligados à estética romântica que valorizava o sentimentalismo, a emotividade, as saudades da infância, o subjetivismo, a imaginação e a idealização de um mundo superior. Assim, é correta a opção A.

3: No trecho, Vieira critica o cultismo ou gongorismo, conceito bastante popular entre os escritores barrocos, cuja produção literária era marcada pelo excessivo rebuscamento, pelo hermetismo e pelo uso de figuras de linguagem. A crítica a esse estilo de composição se dá pela dificuldade de compreensão, pois Vieira valorizava a clareza textual.

4: O texto se refere ao Cubismo, vanguarda que buscava retratar os diferentes ângulos e pontos de vista de um mesmo objeto em um mesmo plano. Assim, pode-se associá-lo à pintura de Pablo Picasso: As senhoritas de Avignon, em que vemos diversas formas e pontos de vista expressos simultaneamente.

5: A referência do crítico Alexandre Eulálio à “coexistência íntima de dois mundos culturais divergentes” no personagem Helena diz respeito à sua formação britânica, protestante, que a levava a guardar dinheiro para satisfazer os seus desejos imediatos e a ibérica, católica, que implicava em preces à Virgem Maria sobre o possível pecado da satisfação dos prazeres. Assim, é correta a opção C.

6: A opção E apresenta frase que denota registro informal da língua, pois o verbo “bater” deve ser acompanhado da preposição “a” para expressar ação de golpear a porta. Assim, a frase deveria ser substituída por “bata à porta” para atender às exigências da gramática normativa.

7: As opções A, B, C e E apresentam frases em que

dúvida, necessidade, lugar e possibilidade estão

presentes em apenas um dos pares. Somente em D,

os segmentos “padre Zé Leite pretende” e

“Baleia queria dormir” indicam, através dos termos

verbais “pretende” e “queria”, intencionalidade.

8: É correta a opção B, pois o trecho “só a maleita é quem

sobe e desce” constitui exemplo de personificação

(prosopopeia) por apresentar a doença de forma

humanizada através da ação de subir e descer.

9: No segundo parágrafo, Vieira critica o silêncio dos

oradores evangélicos (“eloquentes mudos”) que, ao

contrário de Sêneca, que denunciava crimes praticados

tanto por piratas como por imperadores, se abstêm de falar

sobre os dos reis católicos. Assim, é correta a opção E.

10: É correta a opção A, pois o trecho destacado, iniciado

pela conjunção subordinativa “se”, estabelece relação

de condição com o trecho que o sucede.

11: A citação de Chuang-Tzu transcrita na opção A

reproduz a mesma ideia de seletividade na aplicação

da justiça criticada por Antônio Vieira no “Sermão do

bom ladrão”.

12: Segundo Vieira, o pirata tinha características e qualidades

(“não era medroso nem lerdo”) que justificavam a

resposta ousada com que rebateu a admoestação do

imperador Alexandre. Assim, é correta a opção B.

13: No trecho da opção D, o termo verbal no modo

imperativo (“imaginai”) instaura a função apelativa da

linguagem que tem como objetivo influenciar o

receptor ou destinatário da mensagem, com a intenção

de convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens. Neste caso,

através do sujeito desinencial “vós”, pode-se inferir

que o narrador se dirige ao próprio leitor, inserindo-o

no discurso.

14: a) Correta. A recorrência da existência humana está

metaforizada na imagem pela repetição das formas

circulares e, no poema, pelo aspecto visual

espiralado, dando voltas no mesmo centro, tal qual

a vida do eu lírico, que afirma fazer “parte dessa

circunferência”.

b) Incorreta. A imagem é marcada pela repetição de

uma forma geométrica; não há, portanto, referência às

paixões humanas, tampouco a seu caráter transitório.

c) Incorreta. O poema remete, metaforicamente,

à forma espiralada da vida, ou seja, circular e

recorrente, e não linear.

d) Incorreta. O eu lírico afirma que “o mundo roda,

roda”; metaforicamente, não há o aspecto duradouro

das coisas e da vida.

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15: a) Correta. O Expressionismo demonstra os aspectos

subjetivos, logo as aliterações e assonâncias corroboram

para a construção metafórica do sentido.

b) Incorreta. O Impressionismo valoriza a impressão

despertada pela incidência da luz, sem a preocupação

com contornos; no poema, a formação de uma tenda,

por exemplo, contradiz tal princípio.

c) Incorreta. O Fauvismo está relacionado a retratar o

mundo em tons vibrantes, sem preocupação com a

forma e empregando minimamente os recursos

linguísticos. Elementos como a tenda formada pelos

galos ou a própria arquitetura do texto, baseada em

repetições (inclusive aliterações e assonâncias) nega

esse aspecto.

d) Incorreta. O Dadaísmo, a anti-arte, é contra os

padrões estabelecidos na arte; elementos como

aliterações e assonâncias contradizem tal quebra de

padrões poéticos.

e) Incorreta. O Cubismo valoriza as formas geométricas,

o que não ocorre no desenvolvimento do poema

“Tecendo a manhã”.

16: a) Incorreta. Ao afirmar que “cicatrizes não se

transferem”, o sujeito lírico indica que não se

liberta das dores amorosas.

b) Incorreta. O sujeito lírico emprega metaforicamente

o tronco da goiabeira como referência a si próprio.

c) Incorreta. A intenção do sujeito lírico não é se

refugiar, mas tentar se livrar de sentimentos que o

incomodam.

d) Correta. Ao afirmar que “cicatrizes não se

transferem”, o sujeito lírico indica que não há

possibilidades de se livrar dos sentimentos amorosos

que lhe fazem mal.

e) Incorreta. O sujeito lírico emprega metaforicamente o

canivete como referência à tentativa de tirar de si os

sentimentos que lhe machucam.

17: Ao afirmar que “Camões e outros iguais não bastaram

para nos dar uma herança de língua já feita”, a autora

confere à língua portuguesa um estatuto patrimonial, ou

seja, considera-a parte integrante do conjunto dos bens

materiais e imateriais que constituem herança coletiva e

são transmitidos de geração a geração. Ao mesmo

tempo, afirma que esse legado seria insuficiente não

fosse a renovação constante a que está sujeito pelos

usuários da língua. Assim, é correta a opção B.

18: A expressão “Longe disso”, transcrita em [D], inicia o

período em que o narrador expressa a sensação

agradável que lhe provocava aquela “fala pelo avesso”

das moças que, de forma irônica, faziam comentários

elogiosos à sua indumentária.

19: Diversas estratégias argumentativas podem ser usadas

para envolver o interlocutor e conseguir, assim, a sua

adesão à tese defendida. Embora a frase transcrita em A,

“largue tudo de repente sob os olhares a sua volta”,

pretenda envolver diretamente o leitor através da

função conativa, ela não constitui em si um recurso

linguístico-discursivo exigido no enunciado da questão.

Isso só acontece na frase da opção C, através da

explicitação do interlocutor relativamente ao enunciado

anterior: “espécie da qual você, milenarmente cansado,

talvez se sinta um tanto excluído”.

20: A referência a uma narrativa “arretada” e “cheia de

palavras difíceis”, ou seja, escrita em linguagem culta,

associa a letra da canção a uma valsa, gênero musical

muito tocado nos salões vienenses e muito dançada pela

elite da primeira metade do séc. XIX, detentora,

por isso, de grande prestígio social, como se afirma em A.

21: O prêmio Nobel da Literatura português inovou na

maneira como utiliza o ponto final e a vírgula (que ele

prefere chamar de sinais de pausa) marcando a frase com

outro ritmo dado pela oralidade, um ritmo prosódico que

é típico de quem fala a língua. No excerto do enunciado,

o início da fala de cada personagem é assinalado apenas

por uma capitular, formando diálogos dispostos em

sequência acelerada coerente com o ambiente caótico em

que decorre a narrativa. Assim, é correta a opção C.

22: O narrador busca explicar e definir o que é um conto

através do recurso de metalinguagem, gerando uma

cadeia de imagens que mesclam diversas sensações:

visuais (“espiral azul”, “campo de narcisos defronte a

uma torre”, “uma pedra espraia a água em lentos

círculos”, “luz de um quasar a bilhões de anos-luz”) e

sonoras (“composição tocada por um grupo

instrumental”, “notas indeterminadas numa pauta”,

“bater suave e espaçado de um sino”), entre outras.

Assim, é correta a opção D.

23: No excerto, é visível que Paulo Honório não mediu

esforços e nem meios para atingir o que queria, mesmo

que à custa de diversos atos antiéticos. Astucioso e

desonesto, o protagonista olha o mundo visando

apenas ao lucro, comportamento revelador de um

empreendedor capitalista pragmático, ou seja, do que

apenas considera o valor prático e concreto das coisas,

como se afirma em A.

24: É correta a opção C, pois o fragmento ressalta a

impessoalidade e a descaracterização da miséria e da

morte na realidade do sertanejo: “Nestes cemitérios

gerais/não há morte pessoal”, “Vence a que, mais

pessoal,/alguém já trouxesse na carne”.

25: Vinicius de Moraes, ao afirmar que o cronista retrata o

cotidiano de forma criativa (“artimanhas peculiares”)

de maneira a introduzir novos sentidos (“sangue novo”)

ao que está a ser relatado, expressa a opinião de que

cabe ao cronista ressignificar o cotidiano pela escrita,

como se afirma em E.

26: O último quadro da tirinha permite perceber que o termo

“curtir”, usado anteriormente pela moça com o sentido

de aproveitar e desfrutar o relacionamento de ambos,

foi entendido de forma incorreta pelo namorado que se

apressa a entrar no Facebook para pressionar o botão

“curtir”, demonstrando que gostou e aprovou determinada

publicação. Desta forma, o alvo da tirinha é criticar a

superficialidade com que as relações amorosas são

expostas nas redes sociais, como se afirma em A.

27: Pablo Picasso foi um dos principais expoentes do

Cubismo, movimento artístico vanguardista europeu,

que surgiu no começo do século XX e se caracteriza

pela utilização de formas geométricas para retratar a

natureza. Assim, é correta a opção E.

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28: A imagem de uma roda de bicicleta sobre um banco de

madeira e o conceito de Marcel Duchamp sobre o

processo de criação das suas obras expresso no texto II

permitem concluir que, para o autor, vinculado ao

movimento estético do dadaísmo, a arte baseava-se no

acaso, na desordem e em objetos de pouco valor,

desconstruindo, assim, conceitos da arte tradicional.

Assim, é correta a opção D.

29: A última fala de Odorico, concedendo o direito de ser

sepultado no novo cemitério a quem votasse nele e o

confessasse ao padre na hora da extrema-unção, revela

os procedimentos típicos do exercício do poder por

estruturas oligárquicas e personalizadas que usam os

cidadãos para atenderem aos seus próprios interesses.

Assim, a peça O bem-amado, de Dias Gomes, além da

função de entretenimento, pretende criticar satiricamente o

comportamento de pessoas públicas, como se afirma em A.

30: É correta a opção [D], pois o pronome oblíquo “o”,

nos versos “A vida exige, para o conseguirmos” e

“Nós o conseguimos”, recupera o segmento “Fazer 70 anos”:

para conseguirmos fazer 70 anos, Nós conseguimos

fazer 70 anos.

31: A crítica de Mafalda aos autores do livro de onde

foram extraídas as frases citadas no início do texto

(“em vez de escreverem coisas inteligentes preferem

nos ensinar a ler”) revela que se trata de uma cartilha

escolar, como afirma-se em D.

32: Na charge de Quino, a simbologia da estátua de uma

mulher com o braço erguido empunhando uma tocha e

com as correntes quebradas suspensas dos punhos

contrapõe-se à imagem da praça com inúmeras placas

de proibições. Assim, é correta a opção E, pois a

charge explora, sobretudo, a oposição entre a liberdade

e a repressão.

33: A imagem de Calvin praticando um ritual magístico-religioso

de agradecimento à televisão que classifica como

poderosa divindade aniquiladora da racionalidade e da

imaginação, ao mesmo tempo que faz a oferenda do

pensamento simbolizado em uma tigela de tapioca,

tem como objetivo criticar os poderes midiáticos que

manipulam a sociedade.

34: A tirinha de Rodrigo Freitas, mais conhecido como

Digo, apresenta um diálogo entre um jovem elefante

(Le Fan) e um velho mamute (Mamu). A confusão de

Mamu sobre o que é a Internet não se resolve com a

primeira explicação de Le Fan por lhe parecer que a

definição dada corresponde ao cotidiano comum em

que as pessoas interagem, se divertem e expõem as

suas ideias. A última fala de Le Fan, ao afirmar que

esse tipo de vida não existe há muito, expressa uma

crítica aos impactos das Tecnologias de Informação e

Comunicação nas relações humanas da sociedade

contemporânea. Assim, é correta a opção D.

35: Na primeira charge, vemos uma crítica a um índice de

desemprego muito alto. Assim, por meio da ironia do

repórter, que ao anunciar a quantidade de desempregados,

é também demitido, vemos consolidada essa crítica.

Já na segunda charge, a crítica concentra-se nas

relações de trabalho e na injustiça que as caracteriza.

O enriquecimento de uns (representado pelo personagem

que voa acima com a capa escrita “capital”) é possível à

custa do trabalho de outros (representado pelo

personagem que dirige uma bicicleta e tem uma capa

escrita “trabalho”).

36: A charge critica a situação da população mais pobre,

que não tem acesso à escola e educação. Assim, para

essa parcela, a perspectiva de estudo encontra-se

restrita às classes sociais mais ricas. A mãe da charge

representa essa visão e, dessa forma, a manifestação

do filho de querer aprender a ler e a escrever

demonstra, para ela, que ele só deseja coisas que

pertencem ao mundo dos ricos.

37: A charge critica a alta taxa de desemprego por meio do

humor, construído a partir da inclusão do próprio

repórter nessa taxa. Assim, quando ele anuncia o número

de desempregados para, em seguida, anunciar que ele

também soma a esse número, temos uma situação

cômica, que revela uma situação crítica no país.

38: A graça da tira se concentra na providência tomada por

um dos participantes da reunião, que compareceu

“preparado” para um congelamento literalmente,

protegido por casaco, cachecol, luva, gorro.

39: A caracterização da narrativa (“movimento de aproximação

e distanciamento da substância sensível da realidade

retratada”, “a onisciência da terceira pessoa”, “palavra

enxuta e medida” e “discurso indireto livre”) assim

como a alusão à temática abordada pelo autor

(“indigência dos retirantes” e “desgraça irremediável

que os açoita”) são elementos suficientes para

identificar a obra a que Wander Melo Miranda se

refere: Vidas secas, de Graciliano Ramos. Portanto,

é correta a opção C.

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* 1: Observa-se positiva a visão que o brasileiro tem do seu

país, pois, mesmo com a crise política existente,

muitos, ainda, têm esperanças de que, nas próximas

eleições, terão as chances de mudar essa situação.

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2: O direito ao voto foi uma conquista bastante

importante para o brasileiro, porém muitos não o

valorizam, posicionando-se, de maneira descompromissada,

em relação a esse ato de cidadania.

3: Uma maior participação da nossa sociedade no

combate à corrupção revela-se extremamente

necessária, pois, atualmente, essa prática tornou-se um

ato bastante comum em situações bastante corriqueiras

do brasileiro.

4: Muitas pessoas, nos Estados Unidos, comparam o governo

atual com o do ex-presidente Barack Obama e alegam

mudanças positivas e negativas quanto à nova gestão.

5: É urgente que o Governo Federal proporcione ao povo

brasileiro medidas eficazes para melhorar a situação

do ensino público do país, por exemplo, a criação de

novas escolas profissionalizantes.

6: b) “O detento é obrigado a mostrar progressos, para

provar que pode ser reincluído na sociedade.”

Comentário: quando se tem oração subordinada

adverbial depois da principal dela, o emprego da

vírgula é facultativo.

7: “Na mitologia grega: adjunto adverbial de grande

extensão deslocado.

Todos os dias: expressão adverbial de grande extensão

no início do período, contudo, era vencido pela

exaustão, assim a pedra retornava à base: antecede-se

com vírgula orações coordenadas sindéticas.

8: “Atualmente, mesmo após avanços nos direitos desses

cidadãos: adjuntos adverbiais deslocados no início da

oração e em ordem coordenada, a qual é responsável

pela dificuldade de inserção social desse grupo,

especialmente no ramo laboral.: oração subordinada

adjetiva explicativa.

9: “É evidente, portanto: conjunção coordenativa

conclusiva deslocada.

Dessa maneira: elemento coesivo que denota ideia de

síntese, por meio de sua adaptação às necessidades dos

surdos, como oferta do ensino de libras, com profissionais

especializados: adjuntos adverbiais coordenados.

10: “O filósofo italiano Norberto Bobbio afirma que a

dignidade humana é uma qualidade intrínseca ao homem,

capaz de lhe dar direito ao respeito e à consideração por

parte do Estado. Nessa lógica, é notável que o poder

público não cumpre o seu papel enquanto agente

fornecedor de direitos mínimos, uma vez que não

proporciona aos surdos o acesso à educação com

qualidade de vida, o que caracteriza um irrespeito

descomunal a esse público.”

11: “Além disso, outra dificuldade enfrentada pelos

surdos, para alcançar a formação educativa, se dá pela

falta de apoio enfrentada por muitos no âmbito

familiar, causada pela ignorância quanto às leis

protetoras dos direitos do deficiente que gera uma

letargia social nesse aspecto.”

12: “Hodiernamente esse mito assemelha-se à luta

cotidiana dos deficientes auditivos brasileiros, os quais

buscam ultrapassar as barreiras as quais os separam do

direito à educação. Nesse contexto, não há dúvidas de

que a formação educacional de surdos é um desafio no

Brasil, o qual ocorre infelizmente devido não só à

negligência governamental, mas também ao preconceito

da sociedade.”

13: a) “Gostar daquilo que é gostável é fácil [...]”.

Comentário: o pronome “daquilo” anuncia a oração

“que é gostável é fácil”

14: O Ceará é um ponto turístico bastante procurado por

muitos turistas, pois o Estado, além de possuir

praias paradisíacas, é conhecido como um celeiro de

humoristas. Estes lotam casas de espetáculos

localizadas na orla e em outros pontos turísticos e

divertem os visitantes com suas piadas criativas e

personagens distintos.

15: A Reforma Trabalhista teve sua aprovação no ano

passado, e já pode ser percebida em algumas situações.

Segundo os idealizadores, ela tem mais de 100 novas

regras para serem cumpridas por empregador e

empregadores. Estas proporcionarão mudanças em

contratos que estabelecem relações trabalhistas.

16: O trabalho escravo é combatido frequentemente no

Brasil, uma vez que isso macula a dignidade humana,

pois a esta é garantida pela nossa Carta Magna.

17: Paraguaçu era uma índia da tribo dos tupinambás,

filha do cacique Taparica, que deu nome à ilha de

Itaparica. A vida dela mudou depois que conheceu o

português Diogo Álvares Correia, o Caramuru.

Em 1528, eles viajaram rumo à França. Lá, ela

recebe o batismo na igreja de Saint-Malo. Convertida

ao catolicismo, adotaria o nome de Catarina do Brasil

ou Catarina des Granges.

18: Chica da Silva nasceu em 1732, no Arraial do

Tijuco, hoje Diamantina (MG), nascida de mãe escrava

e um militar português. Este as abandonou e não lhes

concedeu alforria. Posteriormente, foi escrava de um

médico e teve com ele um filho.

19: d) o pronome indefinido “isso”, em “isso se deve”,

marca uma remissão a ideias do texto.

Comentário: o pronome retoma a ideia contida nos

períodos anteriores.

20: A. “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na

janela em crônica de jornal”.

Comentário: percebemos que o pronome trabalha

como elemento catafórico, pois anuncia uma

informação após ele.

21: d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais

posse de bola”, ter dificuldade não é algo

naturalmente esperado.

Comentário: o termo denota a concessão, elemento

que proporciona o que chamamos de quebre de

expectativa do senso comum.

22: a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação

de ideias.

Comentário: o termo “além disso” já anuncia que

mais informações virão, comportando-se como um

elemento aditivo.

23: Os corredores dos hospitais públicos estão com os

corredores lotados uma vez que o número de leitos é

pouco para o número de pacientes.

24: O programa PROUNI foi criado pelo Governo Federal

para facilitar o acesso de jovens à universidade.

25: É preciso mais empenho no setor da educação,

para que a difícil situação das escolas públicas

possa ser melhorada.

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26: Embora haja investimentos em projetos sociais,

ainda não são suficientes para suprir as necessidades

da população menos favorecida.

27: A intolerância religiosa tem crescido bastante nos

últimos anos, porque as pessoas não aceitam que

outras crenças sejam também dignas de respeito.

Comentário: o conectivo “posto que” denota ideia

de concessão, não de causa, como pede o período.

28: Como não se controla o desperdício de água, os

consumidores excessivos dela serão punidos com multas.

Comentário: conquanto denota ideia de concessão.

29: Os números de impostos são tão exorbitantes no Brasil,

que deixam os contribuintes indignados.

Comentário: logo denota ideia de conclusão, e o período

pede conectivo que denote ideia de consequência.

30: Complete as lacunas do texto com os conetivos

adequados, os quais se encontram no quadro abaixo

Desse modo – para – Ademais – Nesse contexto

– As quais – Por exemplo – Então – Além disso –

Assim – Como – A fim de que – Também –

Que – Entretanto

Na sociedade contemporânea, a preocupação com o meio ambiente vem crescendo nos últimos anos, aumentando a prática de propostas ecológicas para reduzir os danos à natureza. Entretanto, no meio empresarial, a sustentabilidade ainda é suprimida pela ambiciosa busca ao lucro. Essa realidade incita uma ação efetiva das empresas e do Estado para solucionar a situação. Nesse contexto, os prejuízos ambientais causados pelas grandes companhias são inúmeros, e muitos são tão abrangentes que se tornam irreparáveis. A emissão de gás carbônico na atmosfera, por exemplo, é um dos principais danos causados pelas diversas fábricas as quais utilizam combustíveis fósseis em suas produções e é considerado um fator agravante do aquecimento global. Além disso ou Ademais, o desmatamento provocado pelas madeireiras e o destino errôneo do lixo também são problemas usualmente desprezados pelos empresários. Além disso ou Ademais, as punições às empresas que prejudicam o meio ambiente são pouco efetuadas pelo Estado, pois, em alguns casos, há a corrupção por parte de algumas autoridades as quais aceitam subornos de grandes incorporações, então/assim livrando-as do pagamento de multas. Consequentemente, tais atitudes corruptas se tornam fatores contribuintes para o aumento da sensação de impunidade desses criminosos. Dessa forma, é necessário que as empresas pratiquem efetivamente ações sustentáveis, como a redução de emissão de CO2, o reflorestamento e a reciclagem, a fim de que os danos ambientais causados por elas sejam reduzidos. É preciso, também, que o Estado efetive as punições dadas aos crimes contra o meio ambiente, aumentando a fiscalização e garantindo que a corrupção passiva dos órgãos governamentais não deixe impunes os empresários infratores. Dessa forma/Assim, a sustentabilidade empresarial será tratada com a devida importância.

31: No Brasil, as modalidades de cursos educacionais a

distância têm crescido vertiginosamente. Apesar de

a população pensar que esse método educacional

está ligado às novas tecnologias, o surgimento do

ensino a distância no país ocorreu no ano de 1904,

por meio de um curso de idiomas. Sendo assim,

percebeu-se que, com esse método, poderiam existir

maiores flexibilidades do ensino e uma ampliação da

educação para as pessoas de baixa renda, por isso a

adoção desse sistema é de extrema importância para

a sociedade.

32: É verídico que, com a modernidade medicinal, as

enfermidades de grande impacto social foram

consideradas erradicadas. Ademais, assim como

ocorreu o avanço na área médica e de medicamentos,

houve mudanças no estilo de vida da população e as

doenças reemergentes voltaram a preocupar a

sociedade.

33: A princípio, surge a forma com que o contexto

capitalista afeta a natureza e altera as dinâmicas

ambientais sem que ocorram consequências

adequadas para os culpados. Quanto mais o lucro é

buscado maior são os impactos naturais que afetam

animais silvestres e seres humanos.

34: Na idade Média, século XIV, a população europeia

foi dizimada pela Peste Negra, doença decorrente do

desleixo e da falta de saneamento básico. Mas, com o

passar do tempo, foram criados vacina e antibióticos

para combater esses males, que acabaram,

beneficamente, controlando muitas doenças que

eram fatais, como a tuberculose, a malária e a sífiles.

Todavia, é inegável que muitas dessas doenças têm

retornado e assolado a população.

35: Denota-se que os equipamentos tecnológicos,

por exemplo, os smartphones, têm se tornado bastante

úteis e importantes no dia a dia da sociedade.

Nesse sentido, um celular nos lembra os afazeres de

casa e do trabalho.

36: Muitas vezes, algumas pessoas consideram a

tecnologia uma vilã, que veio prejudicar a

convivência na sociedade. Nesse sentido, pesquisas

já comprovaram que 78% da população adulta

atribuem a ela a falta de interatividade “ao vivo”

entre os jovens.

37: Jamais se viveu, no Brasil, um crescimento de uso

de celular desde quando este foi lançado no final dos

anos 1990, porque se percebe que cada cidadão

possui algum tipo de smartphone.

38: O uso de tecnologia, de forma exagerada, implica

vício do usuário que se prejudica devido à

dependência desse recurso. Por isso saber usufruí-la,

de forma consciente, é necessário.

39: Quando muitos brasileiros se aliviaram por já terem

pago as dívidas com imposto de renda, surge o

aumento da alíquota que lhe deixarão assombrados.

COMENTÁRIO CURSO DE FÉRIAS – LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

6 002.855 – 128984/18

40: No século XIX, o Romantismo transmitia, pela

representação de personagens literários, uma conduta

de submissão feminina que compactuava com os

valores morais da época. Nos dias atuais,

a escritora Chimamanda Adichie alega que o

problema do gênero consiste em descrever como

devemos ser, em vez de reconhecer quem somos,

o que comprova um modelo arcaico enraizado na

sociedade. Nesse sentido, a cultura de assédio no

Brasil é fruto de reflexos históricos, e, para garantir

o respeito à mulher e liberdade dela, intervenções

são necessárias.

PROFESSOR TOM DANTAS

AULAS 1, 2 E 3

1 2 3 4 5

A E A A A

6 7 8 9 10

A E C A A

11 12 13 14 15

E A A D B

16 17 18 19 20

C C E A A

21 22 23 24 25

B B B B C

26 27 28 29 30

D A E B C

31 32 33 34 35

B B E C A

36 37 38 39 40

A A D E B

41 42 43 44 45

A A B D D

46 47 48 49 50

A E E A A

51 52 53 54 55

E A E A A

56 57 58 59 60

A A B C E

61 62 63 64 65

A B A D E

66 67 68 69 70

A D C B E

71 72 73 74 75

C E A D D

* 1: A crítica do autor do cartum recai sobre a relação

exacerbada que certas pessoas mantêm hoje em dia

com as redes sociais, pois, no momento em que os

noivos se casam, utilizam as redes sociais, a ponto de

o padre permitir que eles atualizem seus status.

2: Dentre as estratégias de persuasão utilizadas pelo autor

do anúncio, destaca-se a exemplificação, pois nota-se

a ênfase que se dá à ideia de proibição do mosquito

Aedes aegypti.

3: No soneto, a passagem “travo de angústia nos

cantares” pode significar “poesia eivada de amargura”,

ou seja, é uma hipótese interpretativa aceitável para a

passagem, já que “travo de angústia” significa

amargura, e “cantares”, o ato de compor versos.

4: No poema de Carlos Drummond de Andrade,

a antítese, figura típica do barroco estético, ocorre no

verso “onde nada, tudo.”, o que pode ser entendida

como sendo próprio do barroco. Porém, não podemos

esquecer que o poema pertence, sobremaneira, ao

modernismo estético da segunda fase.

5: É preciso que o candidato perceba que o comando indica

que o autor do anúncio usou, como estratégias de

persuasão, imagens de alimentos saudáveis, silhueta de

um corpo em forma e linguagem verbal; por isso, acerta

quem aponta que o leitor é incitado a desenvolver práticas

esportivas regulares (informadas no texto) e a alimentar-se

em consonância com suas necessidades biológicas, ou

seja, ingerindo somente aquilo de que precisa.

6: As duas respostas dadas à indagação apresentam

posicionamento diferente. Porém, notamos uma

aproximação quando Sérgio Filho deixa entrever que o juiz

deve ter a prerrogativa para decidir a punição para aqueles

adolescentes que preferem o crime à vida honrada.

7: No poema representativo do Modernismo literário

brasileiro, Carlos Drummond de Andrade só não

transgrediu a norma-padrão quando repetiu “No meio

do caminho” e “Tinha uma pedra”, pois o ato de

repetir não se trata de uma fuga à norma-padrão da

língua portuguesa.

8: Na poesia de Adélia Prado, a personificação do amor,

que age em todo o poema, é algo que chama a atenção,

pois o sentimento passa a ser o principal personagem.

9: No poema de Oswald de Andrade, o verso “pernas e

cabeças na calçada” refere-se, metonimicamente,

ao jogo de capoeira. Já no quadro de Carybé, a imagem

fala por si só, dispensando, assim, o recurso metonímico

para indicar o jogo de capoeira.

10: Dentre as várias funções que uma obra de arte pode

exercer, podemos afirmar que a obra de Cândido Portinari

– Lata D’água na Cabeça – denuncia as condições

precárias de um povo em relação ao acesso à água.

11: No soneto, há sim função emotiva, mas, como o

comando direciona – por utilizar uma linguagem

lírica, eivada de musicalidade e de padrão estético –,

tem-se o predomínio da função poética da linguagem,

que centra sua mensagem na forma como a mensagem

é transmitida ao leitor.

12: No poema, João Cabral de Melo Neto explora de

forma metafórica a relação entre poças isoladas de

água e palavras em situação de dicionário, ou seja, sem

a sintaxe (a relação), o discurso, que permite ao leitor

relação sentidos e construir um todo.

13: Quando analisamos o fragmento de texto de A Bagaceira,

de José Américo de Almeida, e a pintura Menino Morto,

de Cândido Portinari, notamos que há entre eles uma

denúncia grave à situação do sertanejo, a qual contribui

para o êxodo de parte dessa população.

14: O bom usuário do português consegue entrever que, na

redação do aluno de Química, há falhas relativas à

convenção ortográfica (trasido em vez de trazido),

à acentuação (familia em vez de família) e à sintaxe

(“as penalidades fosse” em vez de “as penalidades fossem”).

Percebe-se também que não se trata de um bom leitor.

COMENTÁRIO CURSO DE FÉRIAS – LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

7 002.855 – 128984/18

15: No Texto II, percebemos que a variação da linguagem,

que ocorre no Texto I, decorre de fatores contextuais,

o que justifica o uso da variação coloquial da linguagem.

16: Na observação que se pode fazer da peça publicitária

em questão, nota-se que o público-alvo são os usuários

da Internet, pois divulga-se o site do YouTube com a

finalidade de ganhar adeptos.

17: No texto machadiano, a função de linguagem predominante

é a metalinguística, pois o código explora o próprio

código. Isso ocorre principalmente quando o autor

afirma: Tirei hoje do fundo da gaveta, onde jazia a

minha pena de cronista.

18: Na obra Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, a técnica

do sfumato consiste em criar gradientes no uso de luz e

sombra. Essa técnica foi, durante séculos, copiada por

artistas em todo o mundo.

19: Como se pode observar com a leitura do texto, o hipertexto

se caracteriza por permitir ao leitor fazer uma leitura não

linear, muitas vezes, transversal. Há possibilidade de se

começar por vídeos, fotos, imagens, etc.

20: No poema, a tonalidade discursiva predominante é a

pessimista, já que percebemos, a partir da leitura,

que Drummond discorre sobre as ações do mundo

sobre o homem, que sofre as agruras da vida na Terra.

21: Na questão, o texto ora apresentado enquadra-se no

gênero notícia, pois tem a função de informar o leitor

sobre algo e apresenta formato clássico desse gênero

(título, subtítulo, lead e corpo).

22: No caso do texto I, tem-se uma variação histórica

(diacrônica); já no texto II, nota-se uma variação diastrática,

pois há como causa fatores ligados à cultura e à educação.

23: O Ombudsman exerce papel fiscalizador em relação ao

veículo de comunicação para o qual trabalha. Ele pode

fazer crítica tanto a empresa em que trabalha quanto a

aspectos diversos da sociedade.

24: Pelas características, pelo estilo, pela funcionalidade e

pelo formato, percebemos que o texto ora reproduzido

nesta questão se enquadra no gênero resumo.

25: No soneto, há sim função emotiva, mas, como o

comando direciona – por utilizar uma linguagem

lírica, eivada de musicalidade e de padrão estético –,

tem-se o predomínio da função poética da linguagem,

que centra sua mensagem na forma como a mensagem

é transmitida ao leitor.

26: O texto da autora deixa entrever, entre outras coisas, que,

por meio da evolução linguística, pesquisadores podem e

devem encontrar informações relevantes ao entendimento

das sociedades em suas mutações, pois a língua é capaz

de revelar aspectos sociais, históricos, econômicos e

culturais de um povo em uma determinada época.

27: O conto caracteriza-se por apresentar uma unidade

dramática, diferenciando-se, por isso, da novela e do

romance, que, comumente, são plurais. No fragmento

inicial do conto A moça mais bonita do Rio de Janeiro,

Artur Azevedo descreve um pouco da personagem

Mafalda e envolve-a em uma atmosfera de encantamento.

Isso leva o leitor a inferir que o drama do conto deve

recair sobre Mafalda, sendo esta informação verdadeira

ou não ao final da narrativa.

28: A Era de Ouro do Rádio no Brasil marcou uma época em que as novelas de rádio, os programas ao vivo e a Música Popular Brasileira detinham grande espaço. Com a televisão, porém, as atenções, de imediato, mudaram, pois tanto a imagem quanto o som estavam presentes no novo produto, o contribuiu para que o rádio fosse perdendo o prestígio na época. Hoje se sabe que o rádio tem seu espaço garantido no mercado consumidor.

29: Como se trata de um gênero jornalístico, em que se exige conhecimento prévio do leitor para acessar a mensagem, notamos que predomina a função referencial, que se caracteriza por ser imparcial, impessoal e informativa.

30: No uso da linguagem, a expressão metafórica “ter batido as botas” destoa do uso da norma-padrão, uma vez que é, comumente, usada na variante coloquial.

31: No poema, o uso do estrangeirismo delivery é visto pelo autor como um exagero. Vê-se, assim, a necessidade de se pôr limites ao uso exagerado de palavras estrangeiras no Brasil em detrimento da língua materna.

32: O uso da palavra Lusamérica, na letra da canção de Caetano Veloso, constitui um neologismo, ou seja, trata-se de uma inovação vocabular no idioma português.

33: O uso das expressões “guria” e “bah, tchê” revela variação regional, pois são utilizadas no estado do Rio Grande do Sul, o que revela léxico característica desse estado brasileiro. Isso não significa que o falante dessas expressões não domine a norma-padrão, tampouco não tenha frequentado a escola na infância.

34: A questão explora situação de comunicação e uso da linguagem. Como uma entrevista de emprego é uma situação formal, o adequado é que se use a norma- -padrão da língua em uso. Sendo assim, acerta quem marca a alternativa C.

35: A peça publicitária utilizada nesta questão visa levar o leitor a mudar comportamentos e hábitos frente ao consumo de água potável no Planeta. Então, acerta a questão que percebe que o leitor é incitado, por meio de recursos verbais ou não verbais, a consumir conscientimente água potável no Planeta.

36: Todo obra de arte exerce uma ou mais funções. No texto da questão, por exemplo, chama-se atenção para a função utilitária da arte, já que antropólogos, historiadores e arqueólogos consideram em seus estudos objetos pré-históricos, os quais são portadores de utilidade doméstica ou religiosa.

37: A crítica do autor da charge se traduz no uso de recursos não verbais (duas réguas de tamanhos não equivalentes) usados com o intuito de demonstrar para o leitor o desempenho decrescente do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e o desempenho crescente da inflação no País.

38: Na letra da canção Samba do Arnesto, de Adoniran Barbosa, o uso de expressões como “fumos”, “encontremo”, “voltermos” e “esperá” reflete a formação educacional de seus usuários. Observemos que essa variação de uso da língua portuguesa pode ocorrer tanto na fala como na escrita, mas traduz o coloquialismo e as falhas de uso da convenção da escrita, próprios daqueles que pouco tiveram acesso à formação acadêmica.

39: No trecho da música Sinal Fechado, de Paulinho da Viola, percebemos que predomina a função fática porque o autor deixa entrever que as personagens se utilizam de procedimentos linguísticos para manter o canal de comunicação aberto à mensagem. Esses procedimentos são notados em “Olá”, “tudo bem”, “e você”, etc.

COMENTÁRIO CURSO DE FÉRIAS – LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

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40: A inter-relação entre o texto e a imagem (pintura rupestre) se dá porque a imagem é um exemplo de pintura em rocha, conforme afirma o texto em seu primeiro período. É preciso perceber, porém, que a pintura, presente em II, não é exemplo dos bastões entalhados em ocre, mas outra pintura rupestre feita em rocha.

41: No poema de Olavo Bilac, percebemos que o eu lírico dá vazão aos seus sentimentos quando identificamos a presença de pronomes (meu, me) e verbos (sinto, escuto) em primeira pessoa. O uso da primeira pessoa caracteriza a presença da função emotiva da linguagem, também conhecida como função expressiva.

42: No gênero em questão – a entrevista, percebemos que a função informativa se destaca, já que, a partir dos turnos de fala, podemos extrair informações consistentes sobre Clarice Lispector.

43: No folder, tem-se a função conativa da linguagem, pois o discurso verbal usa o modo imperativo e dirige-se ao leitor. Há também a tentativa de persuadir o leitor quando se colocar um artista famoso (o ator José de Abreu) para anunciar e uma beneficiária (Maria Pia Albuquerque) do Programa. Observações: a) não se pode falar em público específico para a campanha; c) o símbolo da campanha não é a principal estratégia, pois muitas pessoas até desconhecem esse símbolo; d) as informações de como ser um doador não aparecem na peça publicitária mostrada; e) não se pode dizer que os recursos são pouco convincentes, tampouco que o público é indefinido, já que se dirige a todos.

44: Uma das estratégias mais visíveis ao leitor é a imagem de um possível tuberculoso em movimento. Note que as informações verbais têm menos impacto do que os recursos não verbais.

45: Das inferências postas como resposta, a que melhor traduz o significado do texto é a que afirma que a Literatura contribuiu para resguardar a origem da cultura do samba. Isso se comprova quando se nota a presença do cronista Francisco Guimarães e do romancista Aluísio Azevedo como guardiães da cultura do samba em solo brasileiro.

46: No Enem, os gêneros textuais transitam por toda a prova, uma vez que a leitura e a escrita desses gêneros devem fazer parte da vida escolar de qualquer estudante. No caso da carta de candidatura espontânea, o leitor logo notará a função social que esse gênero desempenha, uma vez que permite ao primeiro locutor se mostrar apto a ocupar uma vaga no mercado de trabalho.

47: No poema, Carlos Drummond de Andrade tece comentários sobre a língua usada no dia a dia e a língua usada pelo professor Carlos Góis. Segundo ele, há uma distância enorme entre a língua falada por ele e aquela que lhe é explicada pelo professor, que costuma seguir normas gramaticais. O poeta Carlos Drummond de Andrade seguiria o padrão culto da língua, caso escrevesse a sentença: Dominar o português padrão é um dever de todos. As outras sentenças atenderiam à norma-padrão desta forma: “Maria Eduarda deu-lhes boas-vindas.”; “O dinheiro, a que fiz alusão, é o mal do homem.”; “Tu e ela formais um casal apaixonado.”; “A Copa do Mundo de 2014 será neste país.”.

48: Dentre os argumentos mencionados pelo padre Demetrius dos Santos Silva, na defesa de sua tese, não encontramos a ideia de que Cristo não abençoa qualquer atitude política em solo brasileiro. Os demais argumentos enumerados encontram respaldo ao logo do texto.

49: Há ambiguidade no anúncio, porque, ao escrever “só mente”, o leitor poderá entender que somente aos domingos o corte de cabelo custa três reais ou que o cabeleireiro mente aos domingos. Então, acerta quem marca alternativa A.

50: A peça publicitária em questão objetiva mudar comportamento de um público-alvo específico. Além de usar linguagem verbal, o autor do cartaz reforça seu público-alvo ao ilustrar com exemplos a quem a peça publicitária quer atingir.

51: Como se pode perceber, o objetivo da campanha é

convencer o maior número de internautas, para que

mais pessoas sejam conscientizadas desse problema de

ordem social.

52: Como o comando informa que predomina o teor lírico

da mensagem, ou seja, o lirismo do texto, a musicalidade,

vê-se logo que a função de linguagem que predomina

na canção é a poética.

53: Comparando o texto com a gravura pré-história, podemos

inferir que o homem primitivo revela esforço, pois,

ao retratar animais em cavernas, reflete a necessidade de

que ele tinha de representar o mundo à sua volta.

54: Como se pode notar na imagem de Pietà, Michelangelo,

ao compor a imagem de forma triangular, alterou

deliberadamente as proporções, de modo que Cristo é

menor que a Virgem, e representou Maria muito jovem

e com expressão contrastante com a angústia que,

tradicionalmente, os artistas lhe imprimiam.

55: Comparando os textos I e II, podemos inferir que Narciso, personagem da mitologia grega, é vítima de seu ego, pois deixou levar-se de tal modo por sua beleza que “naufragou” seu próprio mundo.

56: Pela leitura do texto, percebe-se que, com as ações de Téspis, culmina-se com a criação da profissão de ator, uma vez que Téspis passou a “incorporar” o deus Dionísio, e não somente representá-lo a distância.

57: Dentre os temas apresentados, o que melhor justifica a abordagem do tema é o existencialismo, dada às reflexões que o eu lírico leva o leitor a fazer sobre o personagem José e às indagações quase que metafísicas feitas pelo eu lírico.

58: O humor da tirinha aparece no uso de palavras homófonas heterográficas (assento e acento), pois, na pronúncia, não há diferenças, o que contribuiu para que se gerasse o humor da tirinha.

59: Pelo diálogo que se estabelece nas três estrofes apresentadas, vê-se que o poema alterna, a cada estrofe, emissor e receptor, pois, no fragmento, ora fala a mãe, ora fala as filhas.

60: Pela intencionalidade do anúncio e pelo uso da forma imperativa verbal, vê-se que, no anúncio em questão, predomina a função apelativa da linguagem.

61: Na tirinha, o registro coloquial aparece no uso da forma “tô” no lugar de “estou”, o que caracteriza coloquialismo discursivo.

62: No fragmento de conto de Machado de Assis, notamos a presença de narrador-observador. Esse tipo de narrador não participa dos fatos narrados e também pode coincidir com o narrador onisciente. No fragmento, porém, não há discurso indireto livre, o que inviabiliza a alternativa E.

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63: Na obra Moça com brinco de pérola, de Johannes Vermeer, tem-se o estado figurativo da arte, o qual se caracteriza por apresentar representação pictórica, natural, fiel aos traços reais.

64: A notícia é um gênero informativo, imparcial e impessoal. Deve primar pelo distanciamento do autor, o que permite o uso da terceira pessoa. Predomina nesse tipo de gênero a função referencial da linguagem porque se volta para o contexto, o que exige do leitor conhecimento prévio.

65: O texto publicitário visa, sobretudo, mudar o comportamento de um determinado público. No caso da peça publicitária usada nesta questão, a intenção do autor é valorizar a adoção [Adotar é tudo de bom] como saída para dramas sociais.

66: No caso do texto lido, o consumidor que utiliza sacolas plásticas é o principal público-alvo. O autor faz uso de argumentos que procuram estimular, no consumidor, o abandono do uso de sacolas plásticas, pois os danos causados por estas ao meio ambiente são imensos. A compra de sacolas de pano seria uma excelente opção de mudança, podendo ser adquiridas em qualquer lugar, inclusive, nos supermercados.

67: O consórcio das linguagens verbais e não verbais nesse gênero textual, cuja função é a conativa ou apelativa, tem a finalidade de persuadir o leitor, informando-o dos riscos do uso do cigarro. Para tanto, o texto usa a estratégia de mostrar a relação direta entre o consumo do cigarro e as possíveis consequências – no caso problemas no aparelho respiratório – resultantes desse consumo.

68: O texto exibe uma temática, que é a importância da ética na sociabilização do indivíduo com o intuito de ter uma vida digna. Daí, responder perfeitamente à questão o que se afirmar na alternativa C – experiência democrática deve ser um projeto vivido na coletividade, como mostra o fragmento “um projeto que se realiza nas relações da sociabilidade humana, não tão somente das classes menos favorecidas, mas de um modo geral, universal.

69: No texto, nota-se que o autor contesta ponto de vista de sociólogos, psicólogos e historiadores ao considerar que alguns comportamentos da sociedade brasileira são resquícios da Inquisição.

70: Em ambos os textos, temos opinião sobre o uso do idioma em solo brasileiro. No texto I, o autor defende um rigor ao idioma pátrio, não permitindo, sequer, pequenos deslizes; no texto II, o autor busca uma linguagem próxima da jornalística, o que permite alguns deslizes em relação ao uso da norma-padrão do idioma.

71: As relações semânticas ocorrem entre palavras, entre sintagmas, entre períodos, entre parágrafos, entre textos... No texto da questão, vê-se uma relação de causalidade implícita entre o primeiro e o segundo parágrafo.

72: Nota-se que, ao confrontar o texto com a imagem, o tema é recorrente em ambos, embora o texto mostre as disparidades existentes na agricultura brasileira – alta tecnologia e condições de trabalho – e a imagem ironize tal tema.

73: A campanha publicitária visa convencer o leitor de que o tráfico de animais silvestres brasileiros ameaça a biodiversidade nacional. Nota-se isso pelos usos de textos verbais e não verbais na campanha, usados como estratégias de persuasão.

74: Por usar a própria linguagem verbal a fim de explicar o que são expressões idiomáticas, o autor do texto fez uso da metalinguagem, pois define o que são essas expressões e explica como elas passam a fazer parte do cotidiano das pessoas em diferentes regiões do país.

75: No texto, o autor tem por finalidade expor ao leitor o transtorno compulsivo por alimentação. Percebe-se isso quando se nota que, em boa parte do texto, a sequência textual expositiva prevalece.

PROFESSOR DANIEL VICTOR

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

* * * * * * * * * *

* Resposta com o professor.

PROFESSOR HERMESON VERAS –

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1 2 3 4 5

* * * * *

* Resposta com o professor.

PROFESSOR HERMESON VERAS –

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

B D E C A C D B B D C

12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

E A C D B B B E D A D

* 1: Meio Ambiente, ame-o por inteiro é o slogan trabalhado pela equipe do FB Ideias, que procura estimular a mudança de atitude a novas gerações cujo reforço está pautado na imagem da garotinha fechando a torneira a fim de evitar o desperdício. Com isso, o anúncio sugere, por meio de linguagem verbal e não verbal, que as ações conscientes devem ser ensinadas, em especial aos jovens, para que haja uma ideia de preservação ambiental.

2: O slogan “uma escola iluminada pelo vento” é construído por meio de um recurso expressivo chamado metonímia, que consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Sabe-se que há vários tipos característicos da metonímia e o adotado pela equipe do FB IDEIAS é a noção de efeito pela causa, pois os ventos irão fazer girar as hélices da turbina eólica (causa), criando energia limpa a qual iluminará o colégio Farias Brito (efeito). Com isso, está correto o que se afirma no item D.

3: No anúncio em análise, explora-se a função poética da linguagem uma vez que esta peça se utiliza de um jogo de palavras ou trocadilho para a construção de sentido do texto. Tal recurso se baseia na comparação sonora e gráfica entra o nome do perfume “Quasar” e o verbo “casar”, fenômeno estudado pela relação semântica chamada de paronímia.

4: Diversas estratégias argumentativas podem ser usadas para envolver o interlocutor e conseguir, assim, a sua adesão à tese defendida. Embora a frase transcrita em A, “largue tudo de repente sob os olhares a sua volta”, pretenda envolver diretamente o leitor através da função conativa, ela não constitui em si um recurso linguístico-discursivo exigido no enunciado da questão. Isso só acontece na frase da opção C, através da explicitação do interlocutor relativamente ao enunciado anterior: “espécie da qual você, milenarmente cansado, talvez se sinta um tanto excluído”.

COMENTÁRIO CURSO DE FÉRIAS – LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

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5: Para convencer o público da influência do glúten e da lactose no desenvolvimento de distúrbios no organismo de pessoas sensíveis a essas substâncias, o autor vale-se de um relato pessoal (“Encontrei a resposta numa nutricionista: eu tinha intolerância a glúten e a lactose”, “eu sei muito bem que não é só modismo – eu sinto na barriga”), como se afirma em A.

6: Segundo o texto, as estratégias argumentativas e o uso da linguagem conativa, usadas na produção da propaganda, são organizadas de maneira a influenciar e persuadir o destinatário a fim de vender determinado produto ou ideia para um grupo social específico. Assim, é correta a opção C.

7: Nem a pergunta do título é respondida afirmativamente pelo autor do texto, nem os posicionamentos de estudiosos sobre o assunto são idênticos aos seus, o que invalida as opções A e B. Como as aspas presentes em “bolha ideológica” expressam concordância com o seu próprio ponto de vista e o autor apresenta posicionamento contrário ao de estudiosos sobre tal assunto, também as opções C e E são incorretas. Assim, é válida apenas D.

8: Deve considerar-se “argumento de autoridade” a opinião de alguém que tem certo respaldo em determinada área do saber, seja por formação acadêmica ou contribuição na área. No texto em questão, não existe citação de especialista, mas sim uma opinião de autor desconhecido fundamentada em pretensas pesquisas que nem sequer são mencionadas. Assim, podemos assinalar a opção B como a única que emite opinião fundamentada o que pode designar autoridade de argumento, mas não argumento de autoridade como é solicitado pela banca no enunciado da questão.

9: O anúncio tem o intuito de persuasão, cuja finalidade é a de convencer as mães para que deixem seus filhos com uma programação de qualidade e conteúdo pensado especialmente para eles, sem o apelo comercial das outras emissoras.

10: a) Não há comparação entre situações de uso e de não uso de sacolas plásticas, apenas ênfase aos danos causados no mundo.

b) Danos aos animais são apenas um dos danos elencados no texto.

c) Não há dados nem estimativas, apenas alusão aos problemas causados pelo uso de sacolas plásticas ao redor do mundo.

d) Correta. O autor ilustra citando os mais diversos problemas causados pelas sacolas plásticas, até porque elas são leves para voar, aparecendo em vários lugares diferentes e igualmente impróprios, como impermeável o suficiente para entupir bueiros e esgotos.

e) O uso das sacolinhas plásticas não é inevitável, há substitutos muito menos poluentes.

11: O artigo transmite as opiniões de várias pessoas entrevistadas sobre a utilização do computador e a forma como cada uma reage à nova tecnologia. Enquanto umas se mostravam renitentes por considerarem imprescindível o contato físico com o papel, outras enumeravam vantagens e benefícios como, por exemplo, ampliação de oferta de pesquisa e correspondência.

12: O texto II mostra um pouco das consequências causadas ao meio ambiente em função da poluição, referindo-se mais especificamente às sacolas plásticas, que oferecem riscos irreversíveis.

13: Em “longe de mim ter preconceito, mas...”, o conectivo

“mas” apresenta, como efeito de sentido, a contradição

na própria lógica argumentativa do personagem que

generaliza a ideia de crime, ao afirmar “Crime é crime!

Se a vítima é gay ou hetero, dá no mesmo!”, sem o

encadeamento de premissas plausíveis para que delas se

tire uma conclusão cabível. O personagem apenas tece

afirmações, sem que haja, em seu discurso,

embasamento para tais. Ao ouvir a argumentação da

outra personagem, ele não contra-argumenta, apenas

afirma: “Dá sim! Dá sim!”, sem elencar nada que possa

justificar seu ponto de vista.

14: Enquanto que, no primeiro parágrafo, o autor se vale

de uma comparação para expor a sua ideia (“educar é

como catar piolho”), nos segundo e terceiro, enumera

uma série ações necessárias à educação de uma

criança: confiança, perseverança, despojamento e

processo de conquista. Assim, é correta a opção A.

15: A argumentação de Susanita é construída a partir de

duas relações de causa e consequência:

Causa 1: Sair na rua sem cultura.

Consequência 1: não há consequências no sentido de prisão.

Causa 2: Sair na rua sem vestido.

Consequência 2: ser preso pela polícia.

A partir dessas duas relações, Susanita consegue provar

que sua tese é a correta, uma vez que coloca que apenas

quando não se usa vestidos na rua é que se sofre uma

consequência. Tem-se, portanto, uma argumentação por

causa-consequência.

16: A citação inicial tem a função de justificar e autorizar

a tese do autor. Para isso, Frei Betto abre sua crônica

utilizando-se das palavras de um notável e reconhecido

escritor latino-americano, a fim de proporcionar mais

credibilidade e, consequentemente, mais autoridade às

suas palavras.

17: O verbo “dever”, posposto a “poder”, amplia a ideia

anteriormente apresentada: além da possibilidade de

acarretar mais recursos ao compositor, a rede tem o

dever de o fazer.

18: Ao criticar a omissão dos governantes, Vieira deixa

implícito que estes devem partir para a ação, como

assinala corretamente a alternativa B.

19: Dentre as alternativas, a única estatística presente

refere-se à última afirmação do texto: “Os fatos

mostram: as empresas em todo o mundo terão,

mais cedo ou mais tarde, de decidir se querem ter metade

da população como aliada ou como concorrente.”

20: a) A palavra escrita não se espelha na falada,

especialmente as diferenças sintáticas são grandes.

b) Não existe um valor cultural específico para o uso

dessa ou daquela modalidade linguística, mas sim

contextos diferentes.

c) Pelo contrário, o fenômeno natural está contido no

cultural.

d) A boa comunicação não se faz apenas através de

ajustes específicos, também se faz necessário

avaliar a capacidade que cada indivíduo tem para

se comunicar.

e) Correta. A boa comunicação implica em saber usar

os recursos linguísticos nas diferentes situações e

contextos.

COMENTÁRIO CURSO DE FÉRIAS – LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

11 002.855 – 128984/18

21: Tem um papel de contra-argumentação por comparar

dois outros prestigiados idiomas que admitem poucas

formas verbais em sua estrutura sem que isso lhes

cause prejuízo de algum modo.

22: A relação e a difícil definição de fronteiras entre a

razão e a loucura é um tema recorrente na produção

literária de Machado de Assis, assunto explorado com

muita perspicácia pelo escritor. Em Memórias

póstumas de Brás Cubas, Brás Cubas, narrador e

protagonista, apresenta um discurso aparentemente

fundamentado na razão, mas que, repleto de ironia,

não combina com a situação fantástica de um defunto

que conta histórias.

23: O autor defende a tese de que o futebol não florescerá

aqui por não ter sido criado no Brasil, mas sim na

Inglaterra (estrangeirismo). Segundo o cronista,

deveria-se aproveitar ou criar um esporte aos moldes e

às necessidades do povo brasileiro (nacionalismo).

PROFESSOR SOUSA NUNES

PROCEDA ÀS CORREÇÕES E

ÀS EXPLICAÇÕES DOS ERROS

I. Estilo impessoal

A) Emprego da passiva pronominal (voz passiva com se)

Explicação: Quando se tem dúvida quanto à natureza de

um se – pronome apassivador ou índice de indeterminação

do sujeito –, deve-se procurar converter a frase em

passiva analítica (com ser + particípio passado) para

saber qual é o seu sujeito:

– Novos elementos foram descobertos. (Portanto:)

Descobriram-se novos elementos. (Ex.: 1)

– Depois de serem analisadas três amostras...

Depois de se analisarem três amostras... (Ex.: 2)

– Maior número de amostras eram precisadas.

(Frase inaceitável, portanto:)

Precisava-se de maior número de amostras. (Ex.: 3)

Obs.: O verbo, quando exige preposição (como precisar de,

no exemplo anterior), não pode ser usado na passiva, nem

analítica, nem pronominal. Portanto, deve-se escrever:

– Chegou-se a diversas conclusões. (E não: Chegaram-se

a diversas conclusões.)

– Trata-se de diferentes abordagens. (E não: tratam-se

de diferentes abordagens).

Entretanto:

– Tratam-se as amostras de diferentes maneiras,

(Porque: As amostras são tratadas de diferentes maneiras)

B) Nominalizações

Explicação: Muitas vezes a nominalização traz uma

alteração do significado (Ex.: 1 ‘definição’ não tem o

significado de ‘definir’). Em outras, faz surgir ambiguidades

(Ex.: 2 o pessoal técnico pode fazer a nova escolha ou

ser novamente escolhido). (Ex.: 3 A preferência pela

nominalização pode acarretar excesso de palavras.)

II. Fluência e coerência

A) Unidade dos parágrafos:

Explicação: Os três parágrafos devem ser reduzidos a um só por girarem em torno de uma única ideia: a de como se deve estruturar o parágrafo. Explicação: A partir do ponto marcado, iniciou-se uma nova ideia central: os problemas de ordem psicológica – decorrentes da falha do ensino mencionada no parágrafo anterior – tomam o centro da cena. A expressão inserida faz a transmissão de um parágrafo para outro, esclarecendo a relação existente entre eles.

B) Elementos de transição:

Explicação: A relação entre a oração que tem o verbo “sofrer” a e a que tem o verbo “exigir” é de causa e efeito, o que explica a troca de além de pela preposição por. A expressão além de une ideias correlatas.

“Reduzir as probabilidades de falhas”, é finalidade do ‘Acompanhamento periódico’, e isso deve ser expresso linguisticamente, através de conectivos como para, para que, a fim de que. O elemento de transição que inicia o segundo parágrafo não está adequado: não houve nenhuma ‘modo’ ou ‘maneira’ expresso anteriormente que devesse ser ali retomado.

Obs.: Para maiores esclarecimentos sobre estrutura de parágrafos e elementos de transição, indicamos o livro de Othon Moacyr Garcia, Comunicação em prosa moderna.

III. Objetividade, clareza e adequação gramatical

A) Ideias correlatas

Explicação: O uso excessivo de e pode tornar as frases pouco claras. Os exemplos que se seguem apresentam outras maneiras de se transmitir a ideia de adição ou junção sem o uso de e: – O produto, além de apresentar excelente resistência a

umidade e a altas temperaturas, pode ser lançado na praça...

– O produto apresenta excelentes resistência a umidade mas também a altas temperaturas e pode ser lançado na praça...

– O produto apresenta excelente resistência não só a umidade como também a altas temperaturas e pode ser lançado...

– O produto, que apresenta excelente resistência a umidade e a altas temperaturas, pode ser lançado na praça...

Observa-se, no entanto, a frase abaixo, em que também se usa o gerúndio: – O produto, apresentando excelente resistência a umidade

e a altas temperaturas, pode ser lançado na praça...

Nesse caso, parece que o produto pôde ser lançado a preço baixo porque apresenta “excelente resistência...”, o que não é a ideia transmitida nas frases anteriores. É preciso tomar cuidado quando se usa o gerúndio, para não gerar ambiguidade. No exemplo que se segue, a relação é de adição, sem possibilidade de ser interpretada de outra forma. Em tais casos, pode-se usar o gerúndio, sem prejuízo para a clareza:

– O óleo vazava do tanque, espalhando-se pelo chão.

(O óleo vazava do tanque e espalhava-se pelo chão.)

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12 002.855 – 128984/18

B) Ideias confiantes

Explicação: A conjunção “e” não traduz a oposição que

há entre as duas ideias. É preciso escolher uma construção

que explicite o sentido de adversidade, oposição, conflito:

– Apesar de se ter empregado a velocidade indicada

pelo fabricante, observou-se um empolamento que

pode ser atribuído...

– O empolamento observado... aquecimento; foi, no

entanto, utilizada a velocidade...

– Utilizou-se a velocidade indicada pelo fabricante e,

mesmo assim (apesar disso), observou-se um

empolamento...

C) Relação de causalidade

Explicação: A relação de causalidade pode ser expressa

de diversas maneiras diferentes:

– Como as peças não serviram por estarem danificadas

em consequência de terem sido mal embaladas,

a operação foi suspensa.

– A operação foi suspensa porque as peças, tendo sido

mal embaladas, estavam danificadas e, por isso, não

serviram.

– As peças não serviram porque, tendo sido mal

embaladas, estavam danificadas. Consequentemente,

a operação foi suspensa.

D) Causalidade + condição ou hipótese/pleonasmo

Explicação: Por questão de eufonia, é melhor não usar

a conjunção condicional se quando ela está imediatamente

seguida do pronome se, como no exemplo 1.

No exemplo 2, a conjunção caso não poderia permanecer

juntamente com o substantivo homônimo. Apresentam-se,

a seguir, outras possibilidades de correção para a frase 1:

– Se, no entanto, se quiser prosseguir a experiência,

deve-se...

– Se for desejável o prosseguimento da experiência,

deve-se.

E) Causa + proporção

Explicação: à medida que tem valor proporcional,

e na medida em que tem sentido explicativo ou causal:

– Na medida em que – ou já que – as especificações

haviam sido atendidas, os resultados eram mais

promissores.

Às vezes se fundem, erroneamente, as duas formas,

resultando em ‘na medida que’ ou ‘à medida em que’.

F) Causa + intensidade (ou consequência)

Explicação: A relação é de causa e consequência, e, na

oração que expressa a causa, há um intensificador do

tipo tão, tal, tanto, tamanho. A segunda oração – a que

contém a consequência – inicia-se, nesse caso,

necessariamente com que.

Nos exemplos que se seguem, ao contrário, o que não pode

ser usado: não há tal, tanto, tamanho na primeira frase:

– O vento estava muito forte, a ponto de (ou: ao ponto de)

impossibilitar a inspeção.

– O vento estava muito forte, de modo que a inspeção

se tornou impossível.

G) Causa + intenção (ou finalidade)

Explicação: “Para” é uma preposição de muitos valores.

Por isso mesmo é fonte constante de ambiguidades e de

erros. Na primeira frase, pode-se entender que os

engenheiros ‘solicitaram ao diretor que a obra fosse

concluída antes do prazo’. Ou, então, pode-se pensar

que o autor, ao escrever ‘para acabar a obra antes do prazo’,

teve a intenção de expressar uma finalidade: os engenheiros

teriam feito várias solicitações ao diretor (no sentido de

lhes ser enviada verba extra, ou de receberem

equipamentos mais modernos, ou de obterem reforço de

pessoal) para (a fim de) terminar a obra antes do prazo.

A segunda frase contém duas finalidades que não

devem ser expressas da mesma maneira. A ideia de

finalidade pode também ser transmitida através de

expressões como porque (se) queira, porque (se)

tencionava, com a intenção de, etc.:

– A macrografia da região foi feita porque se pretendia

testar essa hipótese.

– A macrografia da região foi feita no intuito de testa

essa hipótese.

H) Causa + explicação

Explicação: Num contexto como esse, o revisor deve

procurar saber o que o autor quis de fato dizer. Se era

que a experiência não deu certo por haver muita gente

no laboratório, ou seja, que o excesso de pessoas foi a

causa do insucesso, a frase está certa. Mas se o autor,

pelo fato de haver muita gente no laboratório, pôde

concluir que a experiência não deu certo, é indispensável

a colocação de uma vírgula.

– A experiência não deve ter dado certo, porque havia

muita gente no laboratório.

I) Causalidade + oposição

Explicação: Nesse caso, não se deve juntar a preposição

de ao artigo a porque apesar de estar colocado em função

da frase inteira (‘a temperatura não estar homogeneamente

distribuída’), e não da palavra ‘temperatura’. A contração

iria existir se a frase fosse assim:

– Apesar da temperatura elevada, os CP não mudaram

de cor.

As diversas frases que se seguem – que exprimem

relação de causa inesperada ou contrária – servem para

exemplificar os diferentes meios de expressar essa ideia.

– Embora o custo da inspeção fosse elevado, foi unânime

a decisão de levá-la adiante.

– A inspeção, apesar de ter um custo elevado,

era absolutamente indispensável.

– Esses tubos, mesmo não estando submetidos a esforços,

devem ser constantemente inspecionados.

– Por mais que se protejam as estruturas metálicas

instaladas no mar, elas estarão sempre sujeitas a

corrosão.

Obs.: A anteposição do sujeito quando ele é o mesmo

para as duas orações (como ocorre nos exemplos:

‘A inspeção, apesar de ter..., era absolutamente...’ e

‘Esses tubos, mesmo não estando..., devem ser...’) é,

muitas vezes, essencial para a clareza.

COMENTÁRIO CURSO DE FÉRIAS – LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

13 002.855 – 128984/18

J) Pronome relativo

Explicação: Quando à frase 1, cabe a pergunta: o que foi

que sofreu danos durante o armazenamento, as amostras

ou os tubos? Se foram as amostras, deve-se usar as quais

ao invés de que; se foram os tubos, use-se os quais.

Essa forma do pronome relativo – o qual e flexões –

serve para desfazer ambiguidades quanto ao seu

antecedente, ou seja, quanto à palavra a que ele se refere.

Na frase 2, o uso de as quais não daria conta de

desfazer a ambiguidade, pois os antecedentes possíveis

– densidades e frequências... – são ambos femininos.

Deve-se, nesse caso, recorrer à repetição do antecedente

seguido de um demonstrativo e do relativo que

(‘frequências essas que....’ ou ‘densidades essas que...’)

O 3º e o 4º exemplos mostram o uso específico de

determinados relativos. Como ‘versão’ indica época e

não lugar, não se deve usar onde, e sim quando,

ou simplesmente em que. O relativo que traduz posse é

cujo, com suas flexões.

É comum o pagamento da preposição que precede o

pronome relativo (Ex.: 5), muito embora isso não deva

ocorrer na linguagem escrita formal. A melhor maneira

de “recuperar” a preposição é procurar refazer a frase sem

o pronome relativo, como nos exemplos que se seguem:

– Os métodos que tratamos estão descritos em

qualquer manual. (tratamos dos métodos, portanto:)

Os métodos de que tratamos estão descritos...

– Os resultados que nos baseamos estavam errados.

(Baseamo-nos nos resultados, portanto:)

Os resultados em que nos baseamos...

– A precisão que foi feita a inspeção demonstra a

seriedade da firma. (A inspeção foi feita com

precisão, portanto:)

A precisão com que foi feita a inspeção demonstra...

– O funcionário que as chaves estão sob a

responsabilidade dele faltou.

O funcionário sob cuja responsabilidade estão as

chaves faltou.

K) Precisão e adequação vocabular

Explicação: A inadequação vocabular pode ser fruto de

um “salto” de raciocínio, que faz o autor suprimir

alguma palavra-elo. É o caso dos exemplos de 1 a 3.

Outras vezes, se usam muito mais palavras que o

necessário (Ex.: 4). A adjetivação imprecisa (Exs.: 5, 6 e 7)

deve ser evitada no texto técnico. Algumas expressões

não se coadunam com o contexto (Ex.: 8), e o autor

deve estar atento a esse fato. É bastante comum a troca

de palavras de sentido semelhante (Exs.: 9 e 10).

A expressão “o fato de” pode dar mais clareza ao texto,

além de ser, em muitos casos, até mesmo indispensável

(Ex.: 11). Uma inadequação bastante frequente é o

emprego de expressões que atribuem características

humanas a fatos ou a seres inanimados (Ex.: 12).

Falar por negativas (Ex.: 13) chega a ser uma característica

de estilo de vários autores, é, inegável, no entanto,

a dificuldade de entendimento que traz para o leitor.

L) Paralelismo

Explicação: Ideias semelhantes devem ser apresentadas

em estruturas sintáticas semelhantes: a essa convenção

se denomina “paralelismo”. Por outro lado, ideias de

natureza diversa não devem vir com a mesma

estruturação sintática, como ocorre no exemplo 19,

em que o ‘supervisor’ está lado a lado com ‘plataformas

e laboratórios’. Pode-se observar pelas correções feitas

nas frases-exemplo que os “pedaços” de estrutura que

estão paralelos devem conter os mesmos elementos

sintáticos. Examinemos o exemplo 4: depois de como

também havia um verbo e seu complemento. Foi, então,

necessário deslocar o não só para antes do outro verbo.

Se o paralelismo fosse engendrado a partir de ‘não só

extremamente baixas’, a frase deveria continuar deste

modo: ‘mas também contrárias a todas as expectativas’,

pois ambos os “pedaços” ficariam ligados a ‘foram’.

No ex.: 12, pode-se constatar que a introdução da

correlação respeitando o paralelismo traz maior clareza

para a comunicação. O cuidado com o paralelismo nos

ajuda a não comparar elementos totalmente díspares,

bem como a dizer exatamente o que queremos,

Tomemos como exemplo a frase:

– A carga que um caminhão transporta geralmente é

mais pesada que um carro.

O autor pode ter querido dizer isso mesmo: o peso da

carga transportada pelo caminhão geralmente é superior

ao peso de um carro. Mas pode também ter tencionado

dizer que a carga transportada por um caminhão é mais

pesada que a carga transportada por um carro.

Nesse caso, a construção adequada seria:

– A carga transportada por um caminhão é geralmente

mais pesada (do) que a transportada por um carro.

M) Ambiguidade

Explicação: Em todos esses casos seria necessário que

o revisor consultasse o autor antes de corrigir a frase.

Nos três primeiros exemplos, a ambiguidade se forma

por se usarem expressões adverbiais (`frequentemente’,

‘somente’ e ‘de acordo com os padrões adotados’) que

poderiam, pelo sentido e posição na frase, estar relacionadas

a mais de um elemento.

As frases 4 e 5 trazem exemplos de ambiguidade gerada

por preposições; nos exemplos 6 e 7 o leitor não poderia

saber, sem consulta ao autor, a quem se referem os

pronomes ‘eles’ e ‘sua’, respectivamente.

Nas frases 8 e 9, a ambiguidade é criada pelo uso do

gerúndio: na 8 – em que a oração gerundiva tem um

emprego nitidamente adjetivo – o leitor não poderia

saber quem aparentava calma; na 9, o gerúndio poderia

estar expressando tanto uma correlação como uma

relação de causa e efeito.

COMENTÁRIO CURSO DE FÉRIAS – LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

14 002.855 – 128984/18

N) Pontuação

Explicação: Não se pode colocar vírgula entre o sujeito

– ou o último de uma série de sujeitos – e o verbo.

Explicação: Sempre que houver uma série de termos

com mesma função, as vírgulas funcionam como barras

que separam esses termos uns dos outros. Se antes do

último elemento da série for colocado um e, não se

coloca a vírgula e passa-se a ideia de que a série está

completa (Ex.: 3).

Quando se quer dar a ideia de que a série poderia

continuar, põe-se a vírgula sem o e.

Se os itens da série já contêm vírgulas, deve-se usar o

ponto e vírgula, que vai funcionar como colchetes (Ex.: 5).

Nesse caso, o sinal de pontuação vai permanecer

mesmo quando o e está na frase. Na frase 6, a vírgula

deve ser colocada para marcar a supressão de um verbo.

Explicação: A posição “normal” de expressões

adverbiais é depois do verbo e de seus eventuais

complementos. Quando essas expressões estiverem

deslocadas para o início ou para o meio das orações, é

necessário marcar o deslocamento com vírgulas, que

são como parênteses (Exs.: 7, 8, 9, 10).

Às vezes, o deslocamento é mesmo necessário para

desfazer uma ambiguidade (Ex.: 8). As vírgulas que

marcam deslocamentos são dispensáveis quando a

expressão adverbial é de pequena extensão

(ontem, hoje, aqui).

Expressões que servem para reiterar, explicar, introduzir

séries, tais como ou seja, ou melhor, isto é, a saber,

devem vir entre vírgulas (Ex.: 11), o mesmo ocorrendo

com adversativas e conclusivas como porém,

no entanto, entretanto, todavia, logo, pois, portanto,

por conseguinte (Ex.: 12).

Quando a expressão que se intercala é tão longa que

pode dificultar o entendimento, os travessões são preferíveis

às vírgulas (Ex.: 13). Aliás, os travessões também

podem substituir as vírgulas quando se quer dar maior

destaque a um dos elementos deslocados (Ex.: 14) ou

quando já foram empregadas várias vezes as vírgulas duplas.

Explicação: Na frase 15, também caberia, ao invés dos

dois pontos, a inclusão da expressão ‘a saber’

(entre vírgulas, naturalmente). Os dois pontos da frase

16 estão indevidamente colocados porque separam o

verbo do predicativo: para usar dois pontos em

enumerações como a desse exemplo, é preciso que,

antes dos dois pontos, a frase tenha uma palavra que a

complete sintaticamente e esteja relacionada à série que

virá depois desse sinal de pontuação. Exemplificamos:

– Comprei diversos móveis: uma mesa, três cadeiras,

um armário, dois bancos. (Mas não poderia ser:

Comprei: uma mesa, três cadeiras, etc...)

– As principais qualidades do texto técnico são estas:

clareza, objetividade e precisão.

As frases 17 e 18 não estão erradas, muito embora os

períodos de uma só oração, se empregados abusivamente,

comprometam o texto em termos de estilo, tornando-o,

consequentemente, menos comunicativo. Nesses exemplos,

a segunda oração expressa a causa ou explicação do que se

afirmou na primeira. Outra possibilidade de pontuação para

esse caso é o ponto e vírgula:

– Não se deve usar sempre frases curtas; elas podem

tornar o texto enfadonho.

Explicação: A pontuação é essencial para a definição

do sentido nessas três frases. O revisor não poderia

corrigi-las sem antes certificar-se da informação que o

autor pretendia passar.

No exemplo 19, a colocação de uma vírgula única

separa o sujeito do verbo, deixando a frase errada e com

dois sentidos possíveis:

1º Todas as solicitações são justas; portanto, todas devem

ser atendidas.

2º Das solicitações, só devem ser atendidas as que são

justas.

Se o sentido é o primeiro, devem ser colocadas duas

vírgulas:

– As solicitações dos engenheiros, que são justas,

devem ser atendidas.

Caso o sentido desejado pelo autor seja o segundo,

a oração não poderá ter nenhuma vírgula:

– As solicitações dos engenheiros que são justas

devem ser atendidas.

Vejamos outro exemplo:

– Os CP que estavam a mais de meio metro de

profundidade sofreram corrosão. (Ou seja, os que

estavam a menos de meio metro ou não sofreram

corrosão ou se desconhece se sofreram.)

– Os CP, que estavam a mais de meio metro de

profundidade, sofreram corrosão. (Ou seja, todos os

CP em questão sofreram corrosão, e todos estavam a

mais de meio metro de profundidade.)

Na frase 20, o revisor teria de procurar saber se só

pediram demissão os ‘desiludidos’ – caso em que não se

colocaria nenhuma vírgula –, ou se os trabalhadores

pediram demissão por estarem ‘desiludidos’ – quando

seriam necessárias duas vírgulas. Nessa última hipótese,

também se poderia escrever:

– Desiludidos, os trabalhadores pediram demissão.

Também a frase 21 exige correção: há uma vírgula

separando o sujeito do verbo. O revisor deverá procurar

saber se a expressão ‘nesse caso’ se refere a toda a

oração – e então deveria estar entre vírgulas – ou se está

diretamente relacionada a ‘implicados’ – quando não se

deveria colocar qualquer vírgula na frase.

Explicação: Duas orações coordenadas devem ser

separadas uma da outra por vírgula, pois são

sintaticamente independentes. A segunda pode expressar

ideia de adição (Ex.: 22); de oposição – muitas vezes na

forma de ressalva – (Ex.: 23); de explicação (Ex.: 24 e 25);

de conclusão (Ex.: 26); ou de alternativa (Ex.: 27).

Observe-se que, na frase 25, a eliminação da vírgula

muda significativamente a mensagem transmitida,

pois o sentido fica sendo:

– Isso não aconteceria em decorrência de os resultados

terem sido negativos. (Ou seja, a causa de tal fato

acontecer seria outra que não essa explicitada na frase).

COMENTÁRIO CURSO DE FÉRIAS – LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

15 002.855 – 128984/18

Como vimos anteriormente, antes da explicativa

também se pode usar dois pontos ou ponto e vírgula:

– Isso não aconteceria: os resultados foram negativos.

– Nesse caso, deve-se fazer uma inspeção visual;

algum membro pode ter sido danificado.

Antes da conclusiva virá ponto e vírgula se a conjunção

não estiver no início da oração que expressa a

conclusão. E, por ter sido deslocada da posição de início

de frase, a expressão conjuntiva ficará entre vírgulas:

– Algum membro pode ter sido danificado; é preciso,

portanto, fazer uma inspeção visual.

No ex.: 28, a vírgula não deve ser usada: só há um

sujeito – ‘a fiscalização’ – para dois predicados unidos

por e (‘exige inspeção periódica’ e ‘comunica à sede os

resultados’).

O) Concordância

Explicação: Os problemas relativos à concordância são

frequentes quando o sujeito está posposto ao verbo (nos

exemplos 1 e 3, ‘considerações’ e ‘provas’, respectivamente).

Nos exemplos 2 e 4, a concordância foi feita com outro

termo que não o núcleo do sujeito: isso se explica não

só pelo fato de esses termos – ‘anodos’, na frase 2,

e ‘fatores’, na 4 – estarem mais próximos do verbo do

que a palavra que representa o núcleo sintático do

sujeito, como também pela possibilidade semântica de

eles serem sujeitos das ações expressas nos verbos:

‘os testes com anodos provaram’ e ‘fatores perturbaram’.

Explicação: Nesses três casos, está em jogo a

interpretação do sujeito como simples ou como

composto. No ex.: 5, a escolha da conjunção alternativa

ou ao invés da aditiva e pode levar o revisor a concluir

que não se tratava de um sujeito composto, uma vez que

haveria uma exclusão: só uma das duas medições teria

apresentado resultado incorreto.

Na frase 6, a ausência de sinais de pontuação – duas

vírgulas ou dois travessões – separando ‘quanto as

dimensões’ leva a crer que o sujeito é composto:

o verbo deveria estar no plural. No ex.: 7, ocorre

justamente o inverso: ‘bem como as dimensões’ está

entre vírgulas, o que indica que o autor certamente

pretendeu “destituir” esse elemento de sua função de

sujeito, atribuindo mais importância ao ‘formato’.

O verbo deveria, então, estar no singular.

Explicação: Quando o sujeito é uma expressão

cristalizada no plural (geralmente nomes e títulos) que

contém um artigo (`Os’, no ex.: 8), o verbo irá para o

plural. Se não há o artigo, o verbo fica no singular (Ex.: 9).

Explicação: Na frase 10, o infinitivo não poderia estar

flexionado, uma vez que faz parte de uma locução

verbal (`podem parecer’).

Na frase 11, a expressão ‘as consequências do

fenômeno’ funciona como sujeito de ‘se investigar’, que

é uma construção passiva. Por isso foi feita a correção

para ‘se investigarem’ (equivalente a ‘serem investigadas’).

Não há necessidade de flexionar o infinitivo que não

esteja precedido de seu sujeito (Ex.: 12). Recorre-se à

flexão no caso de haver ambiguidade ou quando se

deseja dar ênfase ao sujeito da ação, expressando-o na

desinência verbal:

– Segundo ele, seria preciso um longo período de

tempo para analisarmos os resultados com precisão.

Explicação: Há uma preferência no sentido de fazer a

concordância com o número gramatical do termo para o

qual o percentual foi usado (Exs.: 13 e 14). No entanto,

diz a norma que a concordância deve ser feita com o

numeral.

Pelas correções feitas nos exemplos 15 e 16, vê-se que a

língua nem sempre segue uma lógica matemática:

mais de um, que, necessariamente, perfaz um número

plural, leva o verbo para o singular, o inverso ocorrendo

com menos de dois.

Quando o sujeito contém uma expressão partitiva como

um dos que, uma porção de, o restante dos, a metade

das, a terça parte dos, o verbo poderá estar no singular

ou no plural, indiferentemente:

– A maioria dos CP mudou de cor (ou: mudaram de cor).

– Esta junta foi uma das que mais sofreram

(ou: sofreu) danos pela corrosão.

Entretanto, quando a expressão se forma com um termo

de sentido coletivo (Ex.: 17), o verbo deve permanecer

no singular.

Explicação: Os verbos haver, tratar-se de e fazer são,

aqui, impessoais e não podem estar senão na terceira

pessoa do singular.

Explicação: Quando há um verbo como ser, estar, ficar

seguido de particípio passado (Ex.: 22) a concordância

com o sujeito deve ser feita. Se, no entanto, entre o

adjetivo e o nome for possível intercalar o verbo ter,

como no ex.: 23, não se realiza a regra de concordância.

O pronome ‘qualquer’ (Ex.: 22) varia de acordo com o

número do substantivo que determina.

A palavra meio, quando modifica um substantivo

(`verdades’, no ex.: 24), recebe flexão de gênero e de

número. Mas, se é modificadora de adjetivos

(`mergulhadas’, no ex.: 25) ou de verbos, não pode ser

flexionada, pois tem natureza adverbial.

P) Regência

Explicação: Há uma tendência bastante forte à

supressão da preposição que antecede o pronome

relativo ou a conjunção integrante que (Exs.: 1 e 2).

Num movimento inverso, pode acontecer o acréscimo

de preposições, talvez por hipercorreção (Ex.: 3).

Explicação: Algumas das regências preconizadas por

nossa gramática tradicional vêm sendo constantemente

alteradas: assistir, de acordo com a norma, é assistir a

e não pode estar na passiva por não ser transitivo direto

(Ex.: 4).

O verbo implicar parece já ter incorporado a preposição

em: muitas vezes textos são “corrigidos” com a

colocação do em. A norma, no entanto, ainda persiste.

O verbo implicar, na acepção da frase 5, é transitivo

direto.

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16 002.855 – 128984/18

Ao nível de (Ex.: 6) é uma expressão que denota lugar:

– O terreno ficava ao nível do mar.

A preposição correta para a expressão no sentido em

que é usada no exemplo 6 é em, a mesma que integra a

expressão análoga em termos de.

Segundo a norma, a preposição correta para o verbo

consistir na acepção em que é utilizado no ex. 7 é em.

Pode-se explicar o uso bastante frequente da preposição

de com esse verbo pelo cruzamento com outros de

sentido semelhante, como constar de, compor-se de.

A regência preconizada pela gramática para o verbo

avisar é avisar alguém de algo, e não avisar algo a

alguém. Observe-se que, para o verbo informar, as duas

regências são possíveis: informar alguém de algo ou

informar algo a alguém. Essa possibilidade explica que

tantas vezes sejam empregadas, para verbos dessa

família semântica, regências consideradas erradas.

Explicação: A ambiguidade da frase 9 se cria pela

ausência de preposição antes da palavra ‘cor’, tornando

possíveis as duas leituras que se seguem:

– Essa conclusão pode ter-se baseado na alteração de

temperatura e na cor dos CP.

– Essa conclusão pode ter-se baseado na alteração de

temperatura e de cor dos CP.

A ambiguidade oriunda da supressão de preposições em

contextos como esse é fenômeno bastante frequente em

traduções do inglês para o português.

Na frase 10, não se pode saber exatamente o que o autor

quis dizer: a oração ‘para determinar o conteúdo dos

tanques’ pode indicar uma finalidade de ‘seria

aconselhável um método mais preciso’, mas pode,

também, expressar a própria natureza do método. A frase

deverá ser reescrita de uma das maneiras seguintes,

conforme o significado que o autor lhe queira atribuir:

– Para (ou a fim de) determinar o conteúdo dos

tanques, seria aconselhável um método mais preciso.

– Seria aconselhável um método mais preciso de

determinação do (ou ‘de determinar o’) conteúdo dos

tanques.

A frase 11 exemplifica o problema que se cria com o

uso da preposição por (pelo, -s, -a, -as) logo depois de

um adjetivo a que se possa atribuir sentido passivo:

o termo que a ela se segue pode ser percebido como

agente, o verdadeiro realizador da ação expressa na

forma verbal, ou simplesmente como um circunstancial

de causa, meio, modo, instrumento. No exemplo em

questão, pode-se entender que:

– Por (por causa de, em decorrência de) diversos

fatores, a qualidade dos lotes era controlada.

ou que:

– Diversos fatores controlavam a qualidade dos lotes.

Na frase 12, pode-se entender tanto que a ‘proteção

discriminada à indústria têxtil’ causa os danos que

foram ou serão mencionados, quanto que um sistema de

proteção discriminada causa danos à indústria têxtil.

Explicação: Algumas vezes, a preposição usada

significa exatamente o contrário do que o autor

pretendia dizer. Ir de encontro a quer dizer ir na

direção contrária (Ex.: 13). Lutar por algo significa

lutar a favor de algo, o que certamente não era o que se

queria expressar na frase 14.

Explicação: Nem sempre um verbo é imediatamente

reconhecido como transitivo direto. Há dois “testes”

que evitam a troca errônea de o e flexões por lhe, lhes.

O primeiro consiste em procurar fazer uma construção

passiva com o verbo em questão:

– Eles foram auxiliados pelos estagiários.

Sendo possível a apassivação, o pronome a ser usado é o,

como se vê na correção feita no exemplo 15. Para o

segundo teste, faz-se uma outra frase com o verbo em

questão, complementando-o com um nome substantivo

em lugar do pronome. Se não houver necessidade da

preposição a, trata-se de objeto direto, e o pronome é o;

se a preposição for necessária, o pronome correto é

mesmo o lhe:

– Não quero mais esse sujeito como meu chefe.

(Portanto: Não o quero mais como meu chefe.) mas:

– Eu quero um bem enorme a esse sujeito.

(Portanto: Eu lhe quero um bem enorme.)

O erro de regência muitas vezes decorre de uma certa

rejeição ao pronome o (e flexões), rejeição essa

explicável até pelo fato de ele ser fonte de ambiguidade:

é um pronome que se aplica tanto à pessoa de quem se

fala quanto àquela com quem se fala, como se pode ver

pela correção feita nas frases 17 e 18. Parece haver uma

preferência pelo uso de lhe para a segunda pessoa –

no português carioca, p. ex. – e não tu, ficando o

pronome o para indicar que se trata de uma terceira

pessoa, e não do interlocutor. No entanto, esse uso de

lhe complementando verbos transitivos diretos não tem

a aceitação dos gramáticos.

Q) Crase

Explicação: Crase significa fusão de duas vogais.

Em português, coloca-se um acento indicativo de crase

quando se fundem dois a: o primeiro, uma preposição;

o segundo, um artigo, um pronome ou a vogal que

inicia o demonstrativo aquele, -s, -a, -as.

No ex.: 1 a crase foi colocada erradamente antes de um

verbo (‘partir’): nessa expressão, a preposição existe,

mas não se pode empregar o artigo feminino. O verbo

‘assistir’, por sua vez, exige a preposição a, que se

funde à vogal inicial da palavra ‘aquele’, fenômeno que

deve ser indicado com o uso do acento grave.

Alguns topônimos podem vir precedidos de artigo:

a Bahia, o Recife, a França. Não é o caso de ‘Lisboa’:

nunca se vai dizer ‘moro na Lisboa’. Assim, na frase 2,

só há a preposição a necessária à complementação do

nome ‘viagem’, o que torna errada a indicação de crase.

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17 002.855 – 128984/18

Demonstrativos (esse, este, isso) não se usam

juntamente com artigo: não se diz, em português

‘o esse menino’, ‘a esta casa’, ‘a essa situação’ (Ex.: 2),

o que impede a crase. O pronome possessivo, por sua vez,

não exige a exclusão do artigo. Por isso, estaria certo

escrever tanto:

– Referiu-se à minha situação.

quanto:

– Referiu-se a minha situação.

É sabido que há crase em expressões indicativas de

modo ou instrumento quando elas estão no plural:

às pressas, às escuras, às escondidas. Quando a

expressão circunstancial é feminina e está no singular,

deve haver crase para evitar possíveis ambiguidades.

‘Pagar a vista’ (Ex.: 3) pode ser ‘pagar pela vista’

(panorama), e, por isso, deve haver a indicação de crase,

que também é necessária numa frase como:

– Resolvemos furar à máquina.

Em frases como:

– O teto foi pintado a mão,

A crase não existe: além de não haver ambiguidade,

o contexto não demanda artigo, como se pode ver ao

trocar a palavras ‘mão’ por uma outra no masculino

como ‘pincel’, por exemplo. Não se diria ‘foi pintado ao

pincel’, mas ‘a pincel’.

No exemplo 4, pode-se observar que ‘desgaste’ está sem

artigo: por questão de paralelismo, ‘correção, foi

retirada a crase. Compara-se, no entanto, a frase 4,

depois de corrigida, com esta que se segue – também

correta – com a crase:

– Tratava de questões relativas ao desgaste e à

corrosão.

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TOM DANTAS / DANIEL VICTOR / HERMESON VERAS / JOÃO SARAIVA / SOUSA NUNES

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