l - pantheon.ufrj.br · do cabo frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical...

79
�IVERSIDADE FEDERAL, DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS l _ _ _ 7_l _�:;·_s _ _ "OS ENITOS DE PRAIA DE ITAIPUAÇU E JACONÉ - RJ: ORIGEM, IDADE. , DISTRIBUIÇÃO E. INFLNCIA N0 FLUXO· DE. SEDINTOS SONIA RIA NUNES IGNARRA , TESE SUBTIDA AO CORPO DOCENTE DO PROGR DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO REQUI- SITO PARCIAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE'STRE EM CIÊNCIAS. GEOCIEMCIASíCCMM 212 Rio de Janeiro março - 1989

Upload: dinhkhuong

Post on 30-Jun-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

�IVERSIDADE FEDERAL, DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

l _____ 7_l_�:;·_s __

"OS ARENITOS DE PRAIA DE ITAIPUAÇU E JACONÉ - RJ: ORIGEM, IDADE., DISTRIBUIÇÃO E. INFLlJtNCIA N0 FLUXO· DE. SEDIMENTOS

SONIA MARIA NUNES IGNARRA ,

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO REQUI-SITO PARCIAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE'MESTRE EM CIÊNCIAS.

GEOCIEMCIASíCCMM 212

Rio de Janeiro março - 1989

Page 2: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

' ...,

----

"OS ARENITOS DE PRAIA DE ITAIPUAÇU. E. JACONÉ - RJ":

ORIGEM, IDADE, DISTRIBUIÇÃO E INFLUÊNCIA NO FLUXO DE SEDIMENTOS

Banca Examinadora:

Dieter Carl Ernst Heino Muehe - Dr.rer.nat. (orientador)

Alberto Figueiredo Júnior - Ph.D.

Christian E. Dobereiner - Ph.D.

Jorge Soares Marques - M.Sc.

Page 3: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

-..,

n_ O..,

I_

I_

ii

FICHA CATALOGRÁFICA

IGNARRA, SONIA MARIA NUNES Os Arenitos de Praia de Itaipuaçu e Jacone - RJ: Origem,. Idade, Dist�ibuiçio e Influência no Flu­xo de Sedimentos Rio de Janeiro 1989. IX, 60p. 29,7 cm (Instit_uto de Geociências UFRJ, M.Sc., Programa de Pós-Graduação em Geogr� fia, 1989). Tese - Univ. Fed. Rio de Janeiro. Instituto Geociências.

de

1. Os arenitos de praia do Rio de Janeiro. I -IG/ UFRJ II - TÍtU�b (s��ie}.

Page 4: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

1 .,,,

,.,

í\,.,,

_,

iii

AGRADECIMENTOS

Para a realização deste trabalho foi possivel contar

com a ajuda de muitas pessoas qu�, tanto no,trabalho de

quanto de laboratório contribuíram de modo decisivo.

campo

Primeiramente ,quero agradecer a ajuda permanente e

incansável, em todas as etapas do trabalho, do orientador Dr. Die

ter Muehe e o acompanhamento e sugestões do Dr. Alberto Figueir�

do Jr .. Quero deixar registrado meus agradecimentos ao Dr. Mar -

cus Aguiar Gorini por ter propiciado a realização da sismica de

reflexão e refração, ao Dr. Gilberto Tavares de Macedo Dias da

UFF pelo auxilio nos trabalhos de coleta de amostras submarinas,

à D_ra. Maria Antonieta da Conceição Rodrigues da Universidade F�

deral do Rio de Janeiro, pela análise da fauna encontrada nas

amostras dcsarenitos de Itaipuaçu, à Geóloga Isabel Pereira Ludi

ka pela realização e análises dos difratogramas de Raio X e pa­

ra a determinação do tipo de cimento responsável pela cimentação

dos arenitos, no Laboratório da UFRJ. Ao geólogo Rogério Scheiffer

de Souza e a Geóloga -.Maria Dolores de Carvalho da PETROBRÁS/

CENPES, pela colaboração- no estudo da petrografia dos arenitos de

Itaipuaçu e Jaconé. Finalmente aos geógrafos Eliomar Pereira da

Silva Filho, Marco Antonio de Carvalho Oliveira, Carlos Henrique

Tavares Corrêa, Regina ClaÚdia O.de M. Cardoso, , André· Simões

Eisenlohr e á geóloga Heloisa Vargas Borges pelo apoio nos traba

lhos de campo.

Page 5: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

,.,

_,

iv

RESUMO

Arenitos de praia a leste da Baia da Guanabara foram

estudados nas praias de Itaipuaçu_e Jaconé. Em Itaipuaçu sua loc�

lização se dá à profundidade. que varia õe 2,5 m (a oeste) a 7,3 m

(a leste), enquanto que em Jaconé afloram na base da fàce da

praia e se estendem para o interior da praia, abaixo da berma de

tempo bom, aparentemente associados à posiião do lençol freático.

O agente cimentador dos arenitos e uma calcit� pobre

em magnésio, típico de ambiente de lençol freático, sugerindo que

também o arenito submerso encontrado à frente da praia de Itaipu�

çu se formou no interior do corpo sedimentar da praia, constituin

do assim "pseudo arenitos de praia".

A atual posição dos arenitos de Itaipuaçu sugere sua

ligação com o cordão litorâneo mais antigo, devendo assim aprese�

tar idade superior a 7.000 anos A.P. Já os arenitos de Jaconé

localizados na região intermaré, se encontram associados ao cor -

dão atual, devendo ter idade inferior a 3.700 anos A.P.

A ocorrência dos arenitos em Itaipuaçu, formando uma

barreira submarina, influência o fluxo de sedimentos no sentido

de impedir o retorno à praia das frações granulométricas mais fi­

nas, devendo dessa maneira contribuir para o acentuado aumento do

diâmetro médio granulométriço dos sedimentos da praia, quando com

parado com a granulometria do restante do arco praial.

Page 6: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

V

ABSTRACT

The beachrock of Itaipuaçu is found on the upper shore­

face at depths which varies from 2.5 m at the west side to 7.3 m

at the east, and represents an evidence of a lower sea- level as

the present one. It is related to the oldest Holocene barrier beach

with a presumed age of about 7,000 years B.P. Contrary as in Itai

puaçu the beachrock of Jaconé outcrops in the intertidal area and

is associated to the more modern barrier beach with an

age of about 3.700 years B.P.

presumed

Both the beachrocks were formed in the interior of the

sedimentary body of the beach, below the beach berm. The cement of

the beachrocks is a low magnesium calcite, typical of a fresh wa­

ter environment. Hence they are "pseudo beachrocks".

ln Itaipuaçu the beachrock forms a submarine barrier

which influences the interchange of sediments between the beach

and the upper shÔreface by retaining the fine sand fraction at the

ocean side of the barrier which causes an additional coarsening of

the beach sand.

Page 7: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

vi

ÍNDICE

Pagina

I - INTRODUÇÃO E OBJETIVO 1

II - CAHACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA DE ESTUDO ..... ..... 6

. Caracteristicas Ambientais....................... 6

- Clima

- Relevo

- Vegetação

. Praia de Itaipuaçu 9

. Praia de Jacone ................................. 12

III - METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Trabalho de Campo ............................... 13

Laboratorio ..................................... 18

IV - ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................ 19

a) Características Físicas dos Arenitos ........... 19

b ) G r an u 1 o me t ri a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 4

c) Cimento Carbonatice ............................ 31

d) Análise da Fauna ............................... 33

e) Perfis de Praia de Jacon� ...................... 33

f) Sondagem ....................................... 35

g) Perfis Topográficos de Itaipuaçu ..............• 35

V - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................... 38

Local de Formação ............................... 38

Idade dos Arenitos .............................. 40

Influência dos Arenitos no Fluxo de Sedimentos ... 43

VI - CONCLUSÕES ........................................ 45

VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ 47

VIII - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ........................... 51

IX - TABELAS E GRÁFICOS ................................ 55

Page 8: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

...

ÍNDICE - FIGURAS

1. Mapa de localização das praias de Itaipuaçu e Jacone ...

2. Mapa geomorfolÓgico

3. Localização dos perfis ecobatimétricos e do aflorame�

vii

Página

6

11

to de arenitos de praia submerso na praia de Itaipuaçu. 14

4. Amostrador a yibração na praia de Jacone .............. 16

5. sismica de reflexão e refração no sentido perpendicu-

lar a linha de praia em Jaconé 16

6. sismica de reflexão e refração no sentido paralelo a

linha de praia em Jacone .............................. 17

7. Bloco diagrama - Itaipuaçu ....•..........•............ 19

8. Perfis ecobatimétricos do arenito da praia de Itaipuaçu.. 20

9. Perfis ecobatimétricos dos arenitos de Praia de Itaipuaçu. 21

10. Bloco diagrama - Jaconé 22

11. Fotografia dos arenitos de praia emersos em Jacone CQ

bertos por cracas e mexilhões ......................... 23

12. Fotografia dos arenitos de praia emersos em Jaconé sem

encrustações de bentos ..............•................. 23

13. Mapa da distribuição granulométrica dos sedimentos da

praia e da zona submarina em frente a Itaipuaçu ....... . 25

14. Gráfico de granulometria (PHi) - berma,zona interna e

zona externa - praia de Itaipuaçu ..................... 26

15. Curvas de frequência acumulada - praia de Itaipuaçu ... 28

16. Curvas de frequência acumulada - praia de Jaconé ...... 29

17. Gráfico: mediana x desvio padrão - praia de Itaipuaçu .. 30

18. Gráfico de correlação entre mediana e valor discrimina

tório de Sahu - praias de Itaipuaçu e Jaconé .......... 30

19. Difratograma de Ra�o X 32

20. Perfis de praia - praia de Jaconé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

Page 9: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

l

'\

viii

Pagina

21. Perfis topográficos perpendiculares à praia de Itai

puaçu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

22. Curvas de frequência acumulada - cordões litorâneos

de I taipuaçu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

23. Curvas de variação do nivel relativo do mar em va-

rios setores do litoral brasileiro durante os Últi

mo s 7 . O O O ano s A . P . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

Page 10: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

'\

ix

TABELAS

Parâmetros Granulométricos segundo Folk e Ward

L 1. Itaipuaçu - Nearshore

2. Berma

3. Offshore (fora)

4. Arenito

5 • Cordões Litorâneos

6. Jacone Arenito

Cordão Litorâneo

Page 11: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

I - INTRODUÇÃO E OBJETIVO

Page 12: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

r

r

I - INTRODUÇÃO E OBJETIVO

Arenitos de praia denominados na literatura i nternacio

nal como beachrock, são arenitos cimentados por carbonatos de cál-

cio em ambiente praial. Devi do à sua elevada resistência à erosao

-sao tambem encontrados na Plataforma Continental como testemunhos

de antigas linhas de praia, servindo de i ndicadores de antigas P2

si çÕes do nivel do mar,

Em termos mundiais os arenitos de praia se concentram

nas regioes tropicais onde a elevada temperatura da água do mar fa

vorece a supersaturação do carbonato de cálcio propiciando assim

condi ções favoráveis à sua precipitação. Consequentemente são ra­

ros os trabalhos sobre arenitos em regioes subtropicais. Tal carac

terística também se reflete nos estudos sobre os arenitos de praia

no Brasi l que ini ciados por Darwin em 1841 se concentram no lito­

ral nordestino (Branner, 1904; Andrade, 1955; Ottman, 1960; Mabeso

ne, 1964; Bigarella, 1975; Oli veira, 1978;Coutinho e Farias, 1979).

A pequena i ncidência de arenitos na região sudeste, se

deve em grande parte às condi ções desfavoráveis encontradas ao sul

do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona

tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-

te e pobres ao sul (Rocha et al., 1975). O clima de �a região

classificado como tropical, no entanto as suas características

atuais se i ncli nam mais para um clima subtropical, uma vez que as

frentes frias vindas do sistema de altas polares penetram frequen­

temente pelo litoral do sudeste causando temperaturas baixas, e in

traduzindo uma ritmicidade de variações de temperatura atípicas p�

ra regioes tropicais.

As pri mei ras informações sobre a ocorrência de areni -

Page 13: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

2

tos na regiao Sudeste do Brasi l foram dadas simultaneamente por G�

rini e Muehe (1971) e Macedo (1971) ao apresentar na Academia Bra­

sileira de Ciências a comunicação sobre a presença de arenitos SUQ

mersos em frente à Praia dos Bandeirantes (Jac�repaguá) a oeste da

baia de Guanabara. Mais tarde, Muehe e Ignarra (1984) descrevem a

ocorrência de um arenito de praia, também submerso, em frente a

Praia de Itaipuaçu a leste da baia de Guanabara.

Curi osamente nenhuma ocorrência de arenitos emersos fui

descri ta pelos citados autores, sugerindo a inexistência de condi­

ções favoráveis ao seu desenvolvimento atual. No entanto a desco -

berta de uma nova ocorrência de arenitos, desta vez na própria fa­

ce da praia, em Jaconé, a leste de Itaipuaçu, indica que esta in -

terpretação não é necessariamente correta.

As primeiras referências sobre arenitos de praia (beac�

rock) foram feitos por Darwin (1841) , que os descreveu como sendo

formados de sedimentos calciferos com fragmentos de conchas e ra­

ros seixos. Posteri ormente vari os trabalhos específicos foram rea­

lizados, trazendo mai ores i nformações sobre a formação e composi -- ,

çao qui mica dos mesmos.

Kuenen (1950) descreveu os arenitos de praia como sen-

do estratificados, geralmente encontrados entre ni veis de mare e

apresentando frequentemente camadas uniformes de razoavel dureza.

Ginsburg (1953) acredita que eles se loca lizam em zo­

nas inter-maré formando uma sequência de finas camadas que mergu -

lham em direção ao mar em ângulos inferi ores a 15 graus e com dir�

ção paralela a subparalela em relação à praia atual, sendo forma­

dos em prai as compostas por conchas calcarias e com grãos de coral,

podendo também desenvolver-se em praias de areias quartzosas ou de

outra composição mineral.

Russell em 1962 os descreveu como sendo formados por

Page 14: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

3

material de praia (areia, conchas, coral, etc. ) envolvido por ci­

mento calcário, o qual vai depender de temperaturas elevadas para

permitir a precipi tação do carbonato de cálcio para fins de ci men­

tação. Bricker (1971), atraves de várias pesqui sas, condicionou a

formação de areni tos a regi oes tropicais quentes.

Quanto a composição de arenitos, Moraes (1967), Couti ­

nho e Farias (1979) , os descrevem, para o nordeste brasileiro,como

sendo de areia e cascalhos quartzosos e bi odetriticos, ci mentados

por carbonato de cálcio, formando bancos de recifes lineares e pa­

ralelos à linha de costa.

Em relação ao processo de formação dos arenitos de

praia, a maioria dos pesquisadores aceitam o modelo formulado por

Russell (1962) segundo o qual a cimentação ocorre i ni ci almente a­

través da formaçã.o de calei ta em volta dos mi nerais e fragmentosº.!::.

gânicos, fixando reduzidas camadas em torno de cada grão. Neste

estagio ini ci al ainda permanecem muitos vazios, fazendo com que o

arenito se apresente friável. Num segundo estágio, a camada de cal

cita aparece escura, devido a decomposição dos fragmentos orgâni -

cos, com melhor união entre os minerais, tornando-o mais resisten­

te. Num Últi mo estágio, ele esta completamente ci mentado possui ndo

todos os seus vazios preenchi dos e uma rigidez si milar ao concreto.

Quanto ao ci mento, o mesmo pode ser a calci ta, mas tam

bém a aragoni ta ou ambas. Análises feitas por Russell, mostram que

o cimento responsável pelo preenchi mento de vazios é provavelmente

a calci ta. O conheci mento do tipo de material ci mentador pode nos

levar a inferir sobre a origem dos arenitos, pois a calcita é, em

geral, preci pitada por água salobra e a aragonita por agua do mar

(Allen, et al, 1969; Komar, 1976) . No entanto i sso pode ser masca­

rado pela rápida diagênese da aragoni ta para calcita, levando a in

terpretações erradas.

Page 15: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

4

As divergências de opiniao entre os autores começam no

que se refere à origem do cimento. Para Russell (1962) , o carbon�

to de cálcio que forma o cimento e obtido por p�ecipitação dentro

do lençol freático por ocasiao do afloramento do mesmo na zona de

estirâncio onde o nivel do mar varia de acordo com as mares. Se­

guindo a mesma linha de pensamento, Hanor (1978) refere-se à ci­

mentaçao carbonática como sendo produzida em ambiente litorâneo em

função da liberação de co2

da água subterrânea fluindo em direção

ao mar. Essa liberação ocorre pela dispersão vertical do fluido

na zona freática, resultante da oscilação do lençol d 1 água subter

râneo em função dos movimentos de maré. Campos e Sweeney (1979)

realizaram um estudo dos arenitos de praia na Ilha de Itaparica

(Salvador- BA) onde concluíram que a principal fonte de carbonatos

para o cimento e a água fresca subterrânea. No en tanto, devido

variedade de condições hidrológicas existentes na area estudç1.da

os autores acham que mais um mecanismo de formação tenha ocorrido.

Por outro lado, autores como Alexanderson (1972), Emery (196t)

Coutinho & Farias (1979) entre outros, consideram que o principal

agente cimentador é a água do mar, que por processos fÍsico-quim�

cos ou por crescimento microbiológico favorece a liberação de

maior quan tidade de carbonato de calcio do que à água doce do len

çol freático. Russell (1971) descrece a formação de arenitos cal­

ciferos no interior do corpo arenoso da praia, associado ao len­

çol freático, apresentando, quando expostos, aspecto idêntico ao

dos arenitos de praia. Para essa ocorrencia sugere o nome de

"pseudo beach rocks" ou seja pseudo arenitos de praia.

Assim, apesar da grande quantidade de trabalhos realiza­

dos sobre os areni tos de praia, ainda persistem incertezas sobre

a sua origem, e locais de formaçio, o que reduz a precisao na re

constituição de antigas posições do nivel do mar a partir da loca

Page 16: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

,,..;

.,., , ...

,,,,

5

lização dos arenitos.

·Um outro aspecto, que aparentemente nunca foi abordado

e o da influência dos arenitos sobre o fluxo de sedimentos costei

ros. Formando frequentemente verdadeiras barreiras submarinas, e

de se esperar a ocorrência de algum tipo de interferência nesse

fluxo capaz de se refletir na granulometria, forma e morfodinâmi­

ca da praia. Tendo em meste estes aspectos e utilizando as ocor--·· rências de Itaipuaçu (submersa) e Jaconé (emersa), o presente tra

balho tem como objetivo caracterizar e comparar os arenitos de

praia que ocorrem em Itaipuaçu e Jaconé, ampliando o nível de co­

nhecimento sobre os aspectos de sua origem, evolução e estrutura

e da dinâmica atual dos ambientes praiais onde eles estão inseri­

dos� empregando uma abordagem indutiva, portanto sem formulação,a

principio, de hipóteses de trabalho, que no entanto serão formul�

das no corpo do trabalho a partir das informações obtidas .

Page 17: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

....

II - CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA DE ESTUDO�

,..,

Page 18: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

... ,

,_,

_,.

..,

'""''

_,

'-·

,_

6

II - CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA DE ESTUDO

Localização Geral

A area de estudo compreende essencialmente as praias

oceânicas de Itaipuaçu e Jaconé (Fig. l}. Localizadas a leste da

bala de Guanabara representam uma linha de costa com extensão da

ordem de 50 km".,

Essas duas praias fazem parte do grupo de arcos praiais,

diretamente expostos ao ·oceano, que desde a restinga de Marambaia,

a oeste da baixada de Jacarepaguá, se estendem em direçio a leste,

até ao Cabo Frio .

Fig. 1 - ·Mapa de localização das praias de Itaipuaçu e Jaconé

Características Ambientais

CLIMA

Todo o litoral em estudo está situado praticamente na

latitude de 232 S próximo ao trópico de Capricórnio, está climatic�

mente submetido a alternâncias cíclicas entre o domínio do antici­

clone tropical marítimo caracterizado por tempo bom e ventos mode­

rados, e penetrações de massas de ar polar, acompanhadas por dimi-

Page 19: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

...

..,

.. .,

7

nuiçao da temperatura, chuvas e ventos fortes de Sul. As amplitu­

des térmicas e a própria dinâmica dos eventos meteorológicos, re-

sultantes dessas alternâncias, já impedem considerar essa regiao

como tipicamente tropical, como fazem supor as classificações cli­

máticas, uma vez que proporção substancial dos eventos c+imáticos

se encontram associados a massas de ar não tropical.

As condições oceanográficas sofrem influência da varia

bilidade das condições atmosféricas, que submetem as praias a on­

das de Sul a·sudoeste (tempestade) e Sudeste (tempo bom), cuja al-

tura da arrebentação é geralmente superior a 0, 5 metros caracteri­

zando assim um ambiente de alta energia. Observações feitas por

Muehe (1979) em 130 ocasiões diferentes indicaram que a altura das

ondas na arrebentação é em média 0, 93 metros variando entre um mí­

nimo de 0, 2 e um máximo de 2, 0 metros e periodos médios de lls com

variação entre 6, 0 e 17, ls. Ondas maiores do que as registradas o­

correm durante tempestades podendo possivelmente atingir altura de

4m ou mais. A amplitude da maré de sizigia não ultrapassa 1, 4 me­

tros.

Se de um lado a penetração das frentes frias provoca

abaixamantos de temperatura, no mar as variações térmicas estão

associadas ao fenômeno de ressurgênci� e subsidência, o primeiro

decorrente do efeito do vento Nordeste e o segundo do efeito do

vento Sul, registrando assim uma relação inversa entre a temperat�

ra da massa de ar e temperatura da água .

RELEVO

A area em estudo faz parte do chamado "litoral dos la-

gos fluminenses", no qual os grandes cordões litorâneos barram tre

chos do mar formando lagunas. Essa situação estende-se da restinga

da Marambaia até ao Cabo Frio, sendo apenas interrompido pela abeE

tura existente entre os maciços litorâneos, onde está localizada a

Page 20: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

r\

,.,,

8

bala de Guanabara.

O relevo se apresenta muito variado, tendo sido origi­

naria de deformações tectÔnica:s que frat'uraram e bascularam os ter

renos pré-cambrianos, surgindo os .maciços hoje encontrados nessa

area.

A linha de costa apresenta aspecto retilíneo resultado

da construção dos cor.dões litorâneos em consonância com as oscila­

ções holocênicas do nível do mar.

As planícies costeiras, que se estendem entre os cor -

dÕes litorâneos e o maciço costeiro, possuem três feições morfoló­

gicas principais: as baixadas, as colinas e os tabuleiros.

As baixadas compreendem os terrenos de altitude pr0xi­

ma ao nível do mar, sendo formadas por sedimentos arenosos, areno­

argilosos, matéria orgânica e depósitos de conchas.

As colinas são compostas por rochas pré-cambrianas pr�

fundamente alteradas, apresintando-se localmente cortadas por fi­

lões de quartzo que deram origem às linhas de seixos encontrados

nos depósitos coluvionais. A origem dessas colinas é proveniente qe

oscilações do �lvel do mar associadas às variações paleo-clim�ti -

cas, e sua dissecação, em vales amplos, teria sido processado em

função de um nível de base inferior ao atual seguida de submersão

e entulhamente das baixadas ·flÚvio-marinhas (Muehe, 1983).

Os tabuleiros são representados pela Formação Barrei

ras, relevo tabuliforme resultado da acumulação de sedimentos con­

tinentais inconsolidados que ocorrem intermitentemente à retaguar­

da das lagunas.

VEGETAÇÃO , ,

A cobertura vegetal encontrada na area em estudo e ca-

racterizada como vegetação litorânea. Compreende uma faixa quase

Page 21: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

. ..,

..

.,

--

9

continua de largura variável onde ocorrem formações vegetais tip1_

cas de praias, dunas, restingas e manguezais.

A vegetação da faixa arenosa apresenta uma influência

muito forte do sistema de marés e das vagas, estando submetida

ação da salinidade. A vegetação começa a surgir na faixa atingida

pela maré alta, sendo a espécie dominante a Iresine portulacoides,

planta rasteira de cuja raiz princip�l saem numerosas ramificações,

que podem atingir até cerca de 6 metros. Essa espécie é encontrad�

particularmente em grande abundância, na praia de Jaconé, junta.me�

te com as gramíneas, como o capim-da-areia (Panicum Racemosum) e a

grama-da-praia (Sporobulus virginicus), na zona onde as ondas so

atingem esporadicamente. Essa vegetação herbácea, pode ser solapa­

da pelas grandes ressacas, seguindo-se um outro ciclo de recon9tr�

ção morfológica e reinvasão dos vegetais .

Praia de Itaipuaçu

A praia de Itaipuaçu se ancora a oeste no Fqlso Pão de

Açúcar ou Morro do Elefante, proeminente elevação cristalina(gnai�

se e granito), extensão meridional de um alinhamento montanhoso que

separa as baixadas de Itaipu e Itaipuaçu, e se limita a leste no

arco de praia reverso que, em forma de ampla cÚspide, se projeta em

direção ao mar em decorrência da refração das ondas por interferên

eia das Ilhas Maricás (Fig. 2).

Nesta região, a planície costeira apresenta pequenas

elevações e grande extensão de zonas pantanosas e lagunas colmata­

das. Dois cordões litorâneos, um mais antigo, mais largo e mais

interiorizado e outro mais baixo, estreito e associado à praia a­

tual, formam a frente oceânica da planície. A altura do cordão li-

torâneo mais recente é da ordem de 7 a 7,4 metros acima do nível

Page 22: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

. ..,,

'

r'\ _,

10

.. médio do mar . A altura do segundo cordão,cerca de 500 metros mais inte-

riorizado, é de 1 2 metros e constitui testemunho de uma posição mais

alta do nível relativo do mar . A laguna que existiu entre os dois

cordões se apresenta colmatada fazendo-se a drenagem através de um

canal dragado disposto paralelamente à direção dos cordões litorâ­

neos . Esporões fósseis preservados na margem norte da antiga la6u­

na e a ausência desses esporões na margem sui sugerem uma migraçao

do cordão mais recente em direção-ão interior que simultaneamente

provocou o estreitamento da laguna (Muehe, 1982 b) .

O fechamento dos cursos.fluviais pelos cordões litorâ­

neos levou ao bloqueio do aporte de sedimentos continentais para a

plataforma continental fazendo com que os mesmos ficassem retidos

nas lagunas . Desse modo, hoje são os'sedimentos da plataforma con

tinental interna a principal fonte para.manutenção das praias .

A praia de Itaipuaçu é constituída por areia quartzosa

bem selecionada de textura grossa a muito grossa, chegando a apre­

sentar na sua metade ocidental concentrações de grânulos e -mesmo

de pequenos seixos, o que a distingue das demais praias da faixa

costeira considerada cujas areias são mais finas (Muehe, et al .

1977).

A granulometria grosseira.dos sedimentos da praia re­

flete a granulometria dos sedimentos da plataforma continental in­

terna que também apresentam textura grossa . A face da praia e o

fundo marinho próximo mergulham acentuadamente em direção a aguas -

mais profundas tornando estreita a faixa de surfe nao permitindo

desta forma uma dissipação mais ampla da energia das ondas que des

se modo atingem a praia com maior violência .

Morfoscopicamente os grãos apresentam-se bem trabalha­

dos quando observados sob binocular. Grãos não trabalhados são pr�

ticamente ausentes devido a ausencia de aporte de sedimentos flu-

Page 23: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

{ ;;

;-;

"' .. . ?

;;

?! :}

.;(

t(

,

Fig

.2

-Ma

pa

Ge

omor

fol

Óg

ico

' �

f ;:;

J

) (

t

,,

) /(

, "

)

) {

'(

' (

; (

(_ t

' < �

MAP

A G

EO

MO

RF

OL

OG

ICO

ITAI

PUA

t:U 'A

PON

TA N

EM

.A

ES

TAOO

DO R

IOOE

JAN

EIRO

CO

NV

EN

ÇÕ

ES

:

CORO

ÁO L

IT0

"1111

0 A

TUAL

co11oi

o U

TOltA

mMT

IN

,11çl

o AU

IIOIA

,ÓH

IL

IIIIIA

UIII

INTO

CIWf'AL

INO

TAI

UU'.111

0 OE

PÓII

TO A

LUVI

ONAL

CII

ISTA

H

CAll,A

LA

IOA

COLM

ATADA

LA

IOA

1110

CA

NAL

Da I

ICOA

lllll

fnl

CAN

AL II

ITI

'1CA

DO

IIIAÇ

O IIIOlt

TO DO

1110

UTlt

AOA

,,i111

ci,.1

L

-- � 1 ......

.. ,../_

\ ,_,

.,._

ap

re

sen

ta a

s p

ri

nci

pa

is

fe

iç�

es

ge

om

or

foi

óg

ica

s

en

con

tr

ad

as

na

re

giã

o e

m e

stu

do

t {

1-'

1-'

Page 24: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

12

viais ou de outra fonte terrigena.

Praia de Jaconé

A praia de Jaconé representa o segmento mais oriental da

área de estudo, estando localizada à leste da elevação cristalina

de Ponta Negra,e estendendo-se até a. Ponta de Saquarema (Fig. 2).

A planície costeira nesta região e formada por pequenas

elevações, lagunas colmatadas e depósitos aluviais .

A laguna de Jaconé é alimentada por pequenos rios e ca­

nais de escoamento, apresentando-se já bastante assoreada. Da mes

ma forma que em Itaipuaçu, ocorrem dois cordões litorâneos, um

mais antigo e outro mais recente que se prolonga até Saquarema foE

mando a praia de Jaconé.

A análise textural feita na praia mostra uma areia quar!

zosa bem selecionada de textura grossa a muito grossa. Essa areia

apresenta-se mais fina que a da praia de Itaipuaçu, o que se re­

flete num gradiente do fundo marinho menos inclinado tornando mais

larga a faixa de surfe, permitindo assim uma dissipação maior da

energia das ondas antes de chegar à praia.

Page 25: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

,..,,

III - METODOLOGIA

. '

;t:,

�·

Page 26: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

. .,,

Ji

13

III - METODOLOGIA

TRABALHO DE CAMPO

a) Mapeamento

Para o mapeamento geomorfolÓgico e a localização dos

arenitos foram utilizadas cartas topográficas da Fundrem na esca-

la 1: 20.000 e 1: 10. 000 além de

1: 20.000.

fotografias aereas na escala

A localização do arenito da praia de Itaipuaçu foi fei

ta por meio de mergulhos exploratórios ao longo.de trajetórias nor

mais a linha de praia (Fig. 3). Posteriormente foi definida

série de perfis perpendiculares à praia, com espaçamentos de

uma

100

a 380 metros. Ao longo de cada perfil foi levantada a topografia

da praia usando o método das balisas (Emery, 1961) . Esses perfis

foram relacionados ao nível ·do mar com base �m registros maregráf1:_

cos realizados em Ponta Negra pela DHN . A distância do inicio do

arenit9 até um ponto fixo na praia foi medido empregando uma fina

corda de nylon trançada, de baixa elasticidade, que era puxada pe�

lo mergulhador que se deslocava junto ao fundo até encontrar a bar

reira de arenito. Nessa posição o mergulhador emergia para esticar

a corda e determinar a distância.

O levantamento ecobatimétrico do fundo marinho foi rea

lizado em continuação aos perfis de praia utilizando um barco in­

flável, cuja velocidade e distânc�a percorrida era controlada atra ('

vés de um velocÍmetro/od�metro.de hélice. O ecobatimetro empregado

foi da marca Raytheon com frequência de operação do transdutor de

208 KHz.

Em Jaconé, onde o arenito aflora na face da praia, fo-

ram levantados sistematicamente perfis transversais à praia, com

Page 27: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

' J�

J.

;'

J�

��

J�

)J

�j

J�

�)

J;

�J

�J

�J

JJ

��

JJ

JJ

;�

;�

J�

�J

J�

r�

r:v1

· ---�· .

. ... ·

.:. :/

. :.:

'.,,__·,

._-.. · :

p :, _· :

· :· :·

-_: :•

::•

,,_:·. _

· .·.·

.•. · .

.. ·

. 1

, .

. _

.�

12

13

14

16

17

18

19

21

22

OC

EA

NO

AT

LA

NT

ICO

2

4

9 O

200

600

1000

m.

Fig

.

3

-Lo

ca

li

za

çã

o d

os

p

er

fi

s

ec

ob

at

imé

tri

co

s

e

do

_ af

lo

ra

me

nt

o d

e

ar

en

it

os

de

p

ra

ia

s

ub

me

rs

o

na

p

ra

ia

d

e

Ita

ip

ua

çu

.

Le

ge

nd

a:

.

ar

en

it

os

d

e p

ra

ia

. p

er

fi

s e

co

ba

ti

tr

ic

os

p

er

pe

nd

ic

ul

ar

es

a

l

in

ha

d

e

pr

aia

@>

.

el

ev

õe

s

cr

is

tal

in

as

25

26

-�·:

;. 1-'

Page 28: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

.,.,

1�

15

a finalidade de caracterizar a dinâmica e a variabilidade granul�

métrica da mesma .

b) Coleta de amostras

Em Itaipuaçu a coleta de amostras foi realizada atra­

vés de mergulho utilizando equipamento de respiração autônoma, obe

decendo a posição dos perfis de praia.

Para o estudo do fluxo de sedimentos na praia de Itai­

puaçu, - as amostras foram coletadas na praia e na zona submersa . Na

praia a amostragem foi realizada com uma pá, retirando, em

perfil, material até a profundidade de 0,5m . Este material

cada

foi

jogado numa lona, homogeneizado e quarteado até obtenção de uma

amostra com quantidade suficiente para a análise de laboratório .

Na zona' submersa a coleta foi efetuada com uma pequena draga de

arrasto com amostragem na faixa entre o arenito e a praia e no la­

do externo ao arenito . As profundidades da coleta se situaram res

pectivamente em torno de 3,5 e 9 metros .

Em Jaconé-a coleta de amostras de sedimentos foi fei­

ta na face da praia por ocasião do levantamento dos perfis topogr�

ficos . Amostras do arenito foram coletadas no afloramento na posi­

ção do perfil .

c) Sondagem e Sísmica

Em Jaconé a exumação de arenitos durante fases erosi -

vas indica que o mesmo se estendia para o interior do corpo sedi­

mentar . Para verificar a extensão do arenito foi feita uma sonda -

gem preliminar por meio de uma baliza de ferro, seguida de sonda

gem por amostrad9r a vibração (Fig . 4) . Posteriormente foi realiza­

do uma sísmica de reflexão e refração no sentido paralelo e perpe�

Page 29: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

.y

.. ,

...

Fig . 4 - Amestrador a vibração na Praia de Jacone

Fig . 5 - sismica de Re flexão e Re fração no sentido perpendic� lar a linha de praia em Jaconé

16

Page 30: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

dicular a linha de praia (Fig. 5 e 6).

Fig. 6 - sismica de Reflexão e Refração no sentido paralelo a

linha de praia em Jacone

d) Perfis Topográficos

17

Foram feitos dois pe rf j_ s topográficos, pe roendi cu lares à.

p,··o.ia d íLaipuc1<;tJ, clcsd - o n·ve1·so do cordão anUgo ;:i_t," o fina.] do arenito

d praia (fig. · J ). Para o nivelamen to foi utilizado um nivel top2

gráfico e para a parte submarina foi empregado o ecobatimetro. A­

mostras de sedimentos foram coletados ao longo do perfil com obje­

tivo de caracterização e comparação granulométrica.

Page 31: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

0"'

'\.,

...,

..... .... lia;

W'

.... �

.,

r;

'),i1 •

� ' ').,,

1 � •

/

IV - ANÁLISE DOS RESULTADOS

Page 32: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

r-

__ ,, .,. .

..,,, ..., :;,./

�...., """' ..., V

-�

w

. .., ,,;

li.o'

lio,I

11.,1

lW

t,.+

i/1

18

LABORATÓRIO

a ) Granulometria

As amostras foram primeiramente l avadas, secadas em es

tufa, quarte adas para aproximadamente 50 gramas e peneiradas com

auxilio .de um vibrador de peneiras . O intervalo entre a abertura

das malhas das peneiras foi de 17�t:r,hi . Os re sultados das análi -

ses foram expressos atravé s de curvas de frequência acumulada, tra

çadas em gráficos de probabilidade aritmética (Fig . l 5 e 16) por

parâmetros e statísticos calcul ados segundo as fórmulas de Folk e

Ward (1957) (Tabelas ) .

No caso das amostras cimentadas foi necessario o trata

mento com ácido clorídrico para eliminaç ão do c1mento calcário .

b ) Análise do cimento

A análise mineralógica do cimento e das conchas foi

realizada por difração do Raio X e por análise petrográfica atra-

vé s de lâminas e reagentes próprios . Essas análises foram

com o auxílio do Departamento de Geologia da UFRJ e da

(CENPES ) . (Fig . - �) .

c) Pal eonto l ogia

feitas

PETROBRÁS

Para a definição do ambiente de sedimentação foram re a

lizadas análise s da micro-fauna, em algumas das amostras do areni­

to submerso de Itaipuaçu .

Page 33: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

19

IV - ANÁLISE DOS RESULTADOS

a) Características fisicas dos arenitos

Os arenitos de Itaipuaçu apresentç;UT1-se dispostos sub-

paralelamente à frente da praia a uma profundidade que varia

2, 5m (a oeste) , a 7, 3m ( a leste), numa extensão de 2.500 metros

de

distando 40m da linha de praia na extremidade oeste e 105m na extre

midade leste (Figs.7 e 8)(Fig.9). Sua largura varia de 100m a oeste e

20m a leste. A espessura do arenito é de aproximadamente 1, 5m, co�

cordante portanto com a ·amplitude de maré. A continuidade do arenl

to é interrompida em frente � desembocadura do rio Itocaia (Fig �3), 1

o que sugere a existência de uma relação de causa e e feito .

Eles são predominantemente compostos por areia quartzQ

sa e concentração variáveis de conchas e fragmento de conchas for­

temente cimentada por carbonato de cálcio. O agente cimentador mais

encontrado para esse arenito foi a calcita com baixo teor de magn�

sio , determinado através de lâminas petrográficas e do difragrama

de Raio X .

VEGETAÇÃO RASTEIRA W "1 VI

- PRAI A � - ANTE PRAIA -- -PLATAFORMA

i ITAIPUACÚ V �- -�----------__J -NEARSHOR E -- - - OFFSHORE

Fig. 7 - Bloco diagrama mostrando a localização dos arenitos de prai a ( beachrock) de Itaipuaçu ( f'ora de escala).

Page 34: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

..

..

t ·

r,,

,, ,

:.-

' t

ALTITUDE

( ,n )

�-'.'"'" ' ·'-<----··

( '" )

g ··· -

• º] --� � L -- ,

' -:1 10•

� •

g g

g g

o 50 150

MflltOS

:l O> m :l o.

·ri cu .µ H

Q) 'O

m ·ri m H o. m

'O

o .µ ·ri e (lJ H m o

'O

(/) o ü

•ri H

.µ ' Q) E

•ri .µ cu ..o o ü Q)

(/) ·ri � H Q) ri..

a)

20

Page 35: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

) �.,.-r

, •

-lJ.f

..

)

,

f

,. t

, •

.. ..

,. .,

�A

RT

58

76

30

-1

{ ;E

;;H

IN

ME

TE

RS

M-

1�,

����

�---��

.. u��

-�-f

. '�

HA

R;

��

-;�

3�

-::-;-

;;�

;;

H0

IN �

;T

��

s

' ,, J

5

:t:

. O>--

-::>---

�-

0-------.-1-

-i

P -:,_

.,._-J�

,,_... ···

- ·r-. ..,. ... =-

..... -. ·

--===

--

-...... -

--1,-

------

--��, ...

1 3

• ..

Hl'P.'

� �

I 3

2

. 1 1

�71

> -

I �

1 '/

11

4 -

-3•-

--

-+'-

-

-�

,--

--

--

--

--Lo -

--

--'-

--

s a

, 1 e

3.6

1

1

:a.

..

... ,

.,

,2:,

__

__

,...... _

_ _

-5

3-

--

--

-,.

, l

\7t __

_ �

.-

�.

--55 i

--5

6

1 i

--6

- 7

1

--58

1 -H

--

n '1

--

---,-

--+-I

_

--

-1

1 i

·-r,

� -

--

CA

LIS

R-i T

�=

.

1. -

--:í5; �

-==-�f--

--1

' \-,..

10

--

--

--

------,,

--'--

2

11-

--

--

--

--

<

1--

--

-ic+

--

--S

t --

--

-+-

--

--1

1

'1 �

1

11

� _

_ :_

_ -

--1

Á

. 1

• 1 J

--

12

--

--

--

--

--,:.

7

;.

4_2

1

5

-12..

...

13•-

--

--

--

--

--"'

8-

--

--

--

--

--4

'.3 :-

--

--

4-

--

--:,i'!

·

�l-

--

----'

-4

--

-14

-

15

--

--

-

1 G

<J -

--

--'-+

--

-4

4

---t

• -

--

"!C

-C

AL

;·�R

r,:-E-

t ----==t

j -Si

,, i

.

!1

--

--;-

' 1.:::...=_

.-

.ti=:--

1=---

_ 1:

--��6

1

CA

Ll�

RA

TE

_

_ l

j' l =

1 i

1

46

-1 t

. _---

-· --1

-f

1 ,

1 6

-

t==-

--

-+-

--

-,

1 1

-' 6

�--

-• ::+:F

1

Fi

g.

9

-P

er

fi

s

Ec

oba

ti

tri

cos

d

os

Ar

eni

to

s d

e P

ra

ia

d

e

Ita

ip

uaç

u P

er

fi

s

7 e

8

I'\)

1-'

Page 36: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

f\,

2 2

Os arenitos de Jacone se localizam na parte inferior

do estirâncio ou face da praia, no lado ocidental do arco praial

fi cando parcialmente expostos apenas nas bai xas mares de sizi gia

Apresentam- se em forma de blocos, às vezes basculados e muito fra_g_

mentados , não formando uma linha continua como no caso dos areni -

tos de Itaipuaçu (Fig. 10 e Ü).At ravés de sondagens feitas no perfi l

de praia, foi observado que o arenito se estende cerca de 42m para

o interior do corpo arenoso e 2, 5m de profundidade abaixo da supe�

fl cie da berma de tempo bom .

�---------------·----------------------�

VEGETAÇÃO BERMA DE TEMPESTADE .--PRAI A ·---� --ANTE PRAI A

.... 1.

-· - -

� --? ...... __ _ _

1 . - - - - - - ----

: ��· . . . . . 1 . / " • • 1 /

JACONÉ -r/

BAI XA

Fig . 10 - Bloco diagrama mostrando a localização dos arenitos de

Jaconé em relação a praia

A classifi cação textural do sedimento que forma esse

arenito e semelhante a da praia, vari ando de areia grossa a média,

moderadamente selecionada. Os afl oramentos se apresentam em ge ral

cobertos por cracas ·e mexi lhões (Fi g.1 1 ) , quando no entanto sao

exumados por ação da erosão, surgem sem cobertura biogênica, per­

mitindo uma nlt i da visual i zação da sua estrutura sedimentar (Fig .

12 ) .

Page 37: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

r

..

F i g . 1 1

F i g . 1 2

Praia de Jacone os arenitos

bertos por c racas e mexilhões ,

pela coloração escura

, ,

23

ap arecem comp l etamen te co

aparecendo na fotografia

Praia de Jacone os arenitos aparecem expos tos e

encrustaçÕes de bentos, mos trando a sua es trutura

sem

Page 38: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

(

.....

. I ií •

'

24

b) Granulometria

Na prai a de Itaipuaçu as análises granulométricas i ndi

cam a presença de areia gross a a muito grossa diferenci ando-a sen­

s i velmente das outras prai as da região, de granulação mais fina.

O continuo aumento de leste para oeste da dimensão gr�

nulométrica dos sedimentos praiais, veri ficado por Muehe et al.

(1977) , at ingem o seu máx i mo na fai xa de local ização do arenito de

praia submerso, sugerindo uma i nfluência deste como uma barreira

ao fluxo de sedimentos, no sent i do perpendicular à l inha de praia.

No entanto i sto também pode resultar de um aumento da distribuição

de energi a das ondas ao l ongo do arco praial, como realmente pare­

ce ocorrer a part ir da metade desse arco em direção a oeste, quando

cessa o efeito da i nterferênci a das i l has Mari cas sobre as ondas

de sudeste.

Na figura 13 está representado a pos içao dos pontos de

coleta de amostras e as cl asses texturai s, segundo Fol k e Ward (l 957).

Os di âmetros granul ométricos médi os das amostras coletadas em cada

perfil são representados por gráfi cos de média X distância, nos

quais a dist ânci a é medi da a part ir da linha de praia em direção

ao mar aberto. A cl ass ificação textural mostra que a praia e com -

posta por areia grossa que se torna muito grossa na extremidade oes

te do arco pra ial. A zona submari na entre o arenito e a praia,

caracterizada pela presença de areia grossa, e a zona submari na ex

terna ao arenito apresenta, na faixa entre os perfis C e G,

media e mesmo fina .

areia

As curvas de frequênci a acumulada fei tas para as três

sub-uni dades geomorfolÓgicas da praia de Itaipuaçu mostram um bom

seleci onamento na areia da berma com nit i da tendência a ass imetria

para o lado dos grosseiros, prat icamente inex i st i ndo frações mais

Page 39: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

Fig. 13

..

i o � e .. .. i ... • .. e;: z ! .. .. ! ... ;;; ;;; "' .. • ... 5 5 5 ..J

mi D D Eill : : : ::

... .. ... .. .. ..

§

g .. o

' 1 ' '

' ' '

. .. . . • • • r .. . .. .. . . - � . . ' : : �: ,. : :

�' . . . � . .. . .. ' .. . ..

.. .. .. . , • .J r r ,. •' '

� e ,. r r • ,• • , •. e- , . .. .

1 i .11m • c o , ,. ,, ,. . . . ., .. . , ! : • .. .. . . . .. .. .. .

: �-, . . . .. . . .

25

J_J; ... - o ;

Jj

Mapa da distribuição granulometrica dos sedimentos da

praia e da zona submarina em frente a Itaipuaçu

Page 40: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

r

26

finas que 1,0 Phi. Na zona interna a distribuição granul omét rica

também apresenta um bom selecionamento tendendo a ser simet rica

com um ligeiro aumento das frações até 2 Phi. A zona submarina

ex terna apresenta um mal selecionamento, com grãos de textura

mais fina, o que é de se esperar pelo próprio aumento de profun­

didade da água (Fig. 13 ) .

Para determinar a dimensão mais grosseira, a dimen­

sao mediana, e a dimensão mais fina dos grãos presen tes em cada

amostra, foram feitos gráficos para os diâmet ros de 1Q, do soQ e

do g g Q percentil da curva de frequência acumulada dos sedimentos

da berma, da zona submarina interna e da zona submarina externa

respectivamente (Fig. 14) .

.. , o

- , -2

- 3

�·· 2

o

-, _, -•

fl(IIMA

----------------- H%

----------------- �%

ZOHA IHTEIIHA

------------- " %

-------- 50 %

------- • %

""' ZOHA EXT[ltHA

o

·t

-z

----� 9t,,.

___ ,o,:,

�-- 1 %

1 Z 3 4 6 7 t 'º l i 12 ,, '" /5 tJ

A 13 C D E:. F G 1-i :; ;;J L I'\ PUFIS

Fig . 14 - Gráfico de granulomet ria (Phi) - berma, zona in terna

zona ex terna ( Praia de Itaipuaçu ) e

Page 41: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

27

Ao analisar esses gráficos verifica-se que na berma

ha um cont inuo aumento da dimensão granul ométrica em direção oes­

te, sendo que a partir do perfil 10 não mais ocorrem frações gra­

nulométricas mais finas que 1,0 Phi . O maior afastamento da li­

nha do l º perc entil em relação � mediana quando comparado com o

afastamento da l inha do 99° perc entil, mostra a tendênc ia de assi

metria em direção aos grosseiros, o que é confirmado pelos valo­

res de assimetria que estão situados entre -0 , 11 e -0,39 . Na zona

submarina interna não foi observada uma tendênc ia nltida de mudan

ça na granulometria. No entanto, na zona submarina externa verifi

ca-se uma ampla variação granulométrica diferente das out ras sub­

unidades geomorfolÓgicas . As amostras são mais finas, apresenta�

do frações menores que 2 Phi, a partir do perfil 12, logo após o

inic io do arenito, em direção a oeste .

As c urvas de frequência acumulada do arenito de I tai­

puaçu apresentam um mal selecionamento, abrangendo uma faixa entre

- 1 , 5 a 3,75 Phi, possuindo assim frações de areia fina e muito

fina não encontradas na fac e da praia . Já os sedimentos da fac e

da praia s e apresentam bem selecionados com frações entre - 1 ,5 Phi

a 0,5 Phi . Os arenitos portanto incorporam areias finas

e muito finas, que não são encontradas na fac e da praia atual . Um

aspecto a ser observado e a presença, nos arenitos, de estratos

granulomet ricamente distintos . A análise granulométrica dessas

camadas isoladamente apresenta resultados tipicamente de praia .

Essa alternância de estratos texturalmente muito diferenciados in

dica que a praia rec ebia no passado o aporte de sedimentos mais

finos que atualmente, ou que o arenito não se formou na face da

praia ( Fig . 1 5 ) .

Page 42: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

%

U 99

CURVAS D( fR[OUÊNCIA ..C:UlrilULAOA - ITAtPUAC.Ú FAC( DA PRAIA

º·' 0.2� o_12, 0,062

o/,

99 99

..

CL1RV,t,5 DC r ft[OUÍ;,..t11- A('UMU1..AOA - ITAIHJA(.Ú

lli;:AC11 kOC"-

F i g. 15 - Praia de Itaipuaçu - curvas de freq�ência acumulada

2 8

--'

Em Jacone as curvas granulométricas de frequência acumu

lacta das amostras da face da praia e do arenito apresentam um mal

selecionamento abrangendo todo o espectro da fração areia. Uma di­

ferença apreciável pode ser constatada na quase ausência da fração

de 0, 2 a 1 , 5 Phi nos sedimentos da face da praia e a presença des­

sa fração nas amostras do arenito. Como dec orrência os sedimentos

da face da praia apresentam assimetria positiva ao passo que os do

arenito tendem a apresentar distribuição simetrica. Consequenteme�

te a suposiçao de que o arenito se tenha formado na propria face

da praia, como frequentemente admitido, não é confirmada pela com­

posição granulométrica (Fig. 16 ) .

Page 43: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

r\

... 99.99

..

JA C O N E

... H.t"J

29

F i g. 16 - Praia de Jaconé - curvas de frequência acumu lada

A correlação gráfica entre a mediana e o desvio pa­

drão de amostras da berma, face da praia e arenito separa as amos

tras da praia e as do arenito em dois grupos distintos (Fig. 17 ) ,

nos quais o maior desvio padrão dos sedimentos do arenito repre -

senta o elemento discriminador mais importante, conforme já mos -

trado na analise das curvas granulométricas.

Para uma caracterização do ambiente deposicional dos

arenitos de Itaipuaçu e Jaconé com base na granulometria, foi fei

ta a correlação gráfica entre a média e o valor discriminatório

de Sahu (Fig. 18) Sahu (1 964) usou os parâmetros estatisticos d�

finidos por Folk e Ward (19 57) para estabelecer separações entre

Page 44: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

,,

r- G

1 , 5

O . 5

Fig.17

<( <( a: Q..

o

o z

í"'\ a:

>-

Fig. 18

30

o F A C E DA P R A I A . . PÓS PRA I A .. A R E N I TO DE PRA I A

.. .. .. .. .. .. .. .. � .. .. .. .. ..

ºº o

o ·g� o o • • • • ••

3. MD ( PH I )

- Praia de Itaipuaçu - Gráfico: mediana X desvio padrão

r:oRR ELAç;Êo ENTR E M ÉDIA E VALOR D I SCR I M I N ATÓR I O DE SAH U

Y = 1 5. 6534 M z + 6 5 . 70 9 1 G/ + 1 8 . 10 7 1 S K1

+ 1 8 . 5043 K G

•• 1 4 0

� Â Â I TA l ?UAÇU .. .... .. • • J ACONE

MAR I N H O R A S O

1 0 0 Jr.. .. .. .. • • . .

GO

.. P R A l t-1

20

o 2 4

- Gráfico de correlação entre m�dia e o val or discrimina­tório de Sahu - praias de Itaipuaçu e J acone

Page 45: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

(

3 1

os ambientes eólico e praial, praial e marinho raso, marinho ra­

so e fluvial, e entre f luvial e de correntes de turbidez. A va­

ri ação desses ambientes é determinada, segundo Sahu, pela varia-

ção nos fatores energéticos e de fluidez ocorridos nos varios

meios de transporte e de ambientes de deposição. O resultado des

te gráfico mostra que a granulometria dos arenitos de praia de

Itai puaçu e Jaconé é tlpi ca de ambiente marinho raso. No entanto,

a fórmula usada por Sahu para distinguir entre ambiente praial e

marinho raso (y = 15, 6534 Mz + 65, 7091 0- 1 + 18,1071 SK1 + 18,5043 KG),

usa o desvio padrão elevado ao quadrado, o que dá a esse parâme­

tro estatistico uma importância maior do que aos outros. Como já

foi visto anteriormente, o valor do desvio padrão, princi palmen­

te para o arenito de Itai puaçu, se apresenta ampliado pela mistu

ra de camadas granulometri camente distintas.

e) Cimento carbonático

O resultado da analise do ci mento de amostras do are

nito de Itaipuaçu, por difração de Raio X, indi c a uma predom i nâ�

eia de calei ta o que é tipico para a precipitação em água salo -

bra. Entretanto a elevada presença de grãos de quartzo, que apr�

sentam pi cos muito altos no gráfico, coinci dentes com pi cos da

calei ta, dificultam a interpretação do difratograma ( Fi g. 1 9) .

A análise petrográfica indica predominância de quartzo

( 80%) e apenas 10% de cimento carbonático, o que dificu ltou

bastante a determinação da composição do cimento. Numa das lâmi ­

nas foi possivel verificar a exi stência do cimento calei ta com

baixo teor de magnésio ao redor dos grãos de quartzo. Além de to

das essas dificu ldades, ainda existe o problema da diagênese, ja

mencionado anteriormente, da aragonita para calei ta que modifica

Page 46: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

' :)

)

----

� ...

,o

_,,., -"

1-- 1

-0

, -

· ----""'

1-...

-.-.

- ---.--r1

-1-

-...

-r,;;:::....:

1("1'.1.-

,�-1�

::il

-1-

-i--

--

-->---

-1-1-�

--1

-l-

+-

-1===1==1

-­===l-

==t:=

= •-1===1

===1===1

-1=1

-qm

�.

-4-

1--

--�

-3

�-

1--1==

1==1==--4--

-­ ·��

-,:-....s,...

,

,._

_._,

1 --

t--

1--

1=1

__ �:::::i

�-J-==

1-

l

-=t =

�.

--1-

=1--ti

1--.

--l

1 --

l-==

-i-1--

-- --

---1- -f�

-1-õ+

-1-

-

,�-

p

�·-

--.-F-l

-=12- 1-

1-- �la 1 1 fllil

�: -

� ,-==+

=+=+

=::; i==

t--==f _

-'-

..

,--

l l l l l -1--1m

i üJIJ

IIB

SD

�ll

ffi=

-,----&-

------

1--

1--

--

---1-

=: 1.:--=+

--

ttlt

� __

, -

. . .

t=EI

1:::111-=M

:ctt

!· _, 17

1-·

= .1._

rt�

'71' jv-

N

�·r

oo,�,

n-

Fig

. 1

9

i=IEI�

,�-

1-1

-

1 --

-t-

--f-

1-

� -

-=-�

-=lE r= �-

-.-=-_

__

---

·--­

---

---

1 1

1 1

1 1

e. --

-1

Di

fr

ato

gr

am

a

de

R

ai

o X

r==g:4+-�

@�

t=r=rg

1�

=::f=:1

:=;t��, ..

= 1=

r 1�

ff

"'11'Wl-

-lhi;;u,i

Rlll4

-,'111

• :+

'-if:_-___

-:-.,1_-___�

+4-:-l

lllkr+

-+.-

AI-

--

---

l"IIS

"IIII

"'

lll"IOJ9

'f/1

--.

o

s,o:,,

� 'i

t'I04o

•..0

:).

1

1 1

1 1

1

1 1

1 1

1 1

1 1

1 1

1 1

1

De

te

rmin

ão

do

t

ipo

de

c

im

en

to

d

o A

re

nit

o

de

It

aip

ua

çu

Pe

rf

il

6 A

mo

st

ra

2

1

w 1\.)

Page 47: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

�· 33

ria sensi vel mente o resultado das análises.

d) Anál ise da fauna

O resultado da análise da fauna de amostras do areni

to de Itai puaçu i ndica a existência frequente de fragmentos de

Balanus sp. que são organismos tipicos da faixa infratidal, o

que faz supor que a consoli dação do arenito se fez em ambi ente

submarino. Entretanto esses fragmentos podem também ter sido i n­

corporados aos sedi mentos praiais após à morte dos organismos. A

parcela de foraminiferos da espéci e Mileolina, por ter suas cara

paças calcárias porcelanÓi des, i ndica ambi ente de alta energia ,

como ainda se apresenta atualmente, eliminando a possibilidade

de o arenito ter se formado em ambi ente lagunar. Outros organis­

mos e restos de carapaças encontradas foram fragmentos de brio -

zoa, tubos de vermes, microlamelibrânquios, ostracodes e forami ­

niferos (Triloculina sp., Qui nqueloculina sp., Mi leolina sp. ) .

e) Perfis de praia de Jacone

A superposi çao de perfi s de praia em Jaconé para um

mesmo local mas em diferentes epocas, mostra a grande variabili ­

dade topográfica da berma e da face da praia (Fig. 20) que, para

a berma, chega a ser de 1, 5m no sentido vertical. Essa variabi ­

lidade , tipica para um ambi ente de alta energia, faz com que o

arenito, que se encontra localizado na região intermaré,

ora mais soterrado, ora mais exposto.

fique

Page 48: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

)

1

F· "

CO

RO

O

6 s :1 :z. �

i r

o l

º L

o PE

RF

IS O

E P

RA

IA

BER

MA

OE

TE

MP

EST

ADE

BE

RM

A

� .::::�---�

::_ '

FAC

E

OA

PR

AIA

f

JA

CO

NE

-P

ER

FIL

1

LE

GE

ND

A:

DA

TA

:

12

-- -

---

---

1 6/

08

/8

5 2

9 -

---

- ---

25/

10/

85

3

2

-- -

----- -

- - ----

- 24

/1 1

/ 8

5

42

-

----

- - ----

1 0/0

4/8

6

52

-··

····

····

· 2

8/

05/

88

611

--

l/-

ll-

25/

06

/8

8

72

-

�=====0

1/0

1/8

8

BU.

CH

R

OC

K

l!//1//

/1,'l

82

---+

_A

\A

-25

/07/

88

g

lt

-_

,_. -

M-

29

/10

/8

8 •

-�:

6 12

m

HOR

IZO

NTA

L /711111

••

--

"fllTl

�-'-

PR

EA

M'°'

R D

E

SIZ

IGIA

Fig

. 2

0 2

m

VE

RT

ICA

L

�C:---

·.·--

N.

M

�.::.

,

·�- �

- �·1

·..:..._-

--

-""

,

_ "'-,-.

7'

• .:.::::."

, "1----u

, u MA

R D

E

::,...... ....

. --... _

P

erf

is

d

e

pra

ia

(J

ac

on

é)

mo

st

ra

nd

o a

v

ar

ia

ça

o d

o a

re

nito

e

m

re

la

çã

o a

o ní

vel

d

o

mar

e

a

g

ra

nde

v

ar

ia

bi

li

da

de

to

pog

fi

­

ca

da

pr

ai

a

SIZ

IGIA

;J .)

) )

w

""

Page 49: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

r

35

f ) Sondagem

Atraves de uma sondagem por percussao na face da

praia , foi possivel constatar o prolongamento do arenito de Jaco

né para o interior da praia. Com o auxilio de sísmica de refle

xão e refração (Figs. 5 e 6) , no sentido paralelo e perpendicu -

lar a linha de praia , confirmou-se a continuidade do arenito pa­

ra o interior do corpo arenoso , sem no entanto precisar a sua

extensão espacial. A posterior utilização de um amostrador a vi­

bração (vibro corer) permitiu inferir a presença do arenito abai

xo da berma a uma profundidade de dois metros , logo abaixo da su

perficie do lençol freático (Figs. 4 e 20 ) . Essa constatação a­

briu uma nova interpretação para o ambiente de formação do areni

to que poderia assim se formar a partir da saturação de carbona­

to de cálcio da água subterrânea no interior do corpo arenoso e

não na face da praia. Isto também explicaria a granulometria di­

ferenciada em relação a face da praia e mesmo a ocorrência de

estruturas sedimentares primárias dife_rentes das que seriam esp�

radas para a face da praia , conforme interpretado por

( 19 69 ) e Bigarella (l975 ) na Bahia.

Ferreira

g ) Perfis topográficos de Itaipuaçu

Os dois perfis topográficos transversais aos cor -

dÕes litorâneos de Itaipuaçu (Fig. 21 ) mostram a ampla prograda­

ção do cordão litorineo mais antigo do perfil B quando comparado

com o cordão do perfil A. Este Último, por se situar num compar­

timento topográfico , aparentemente recebeu menor afluxo de sedi-

mentos. No perfil A a largura do cordão mais antigo é de

contra 1.350m do cordão do perfil B. A largura do cordão

350m

mais

Page 50: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

) )

PER

FIS

TOPO

G�Á

FICO

S -

ITAi

,UAÇ

U

20

P

(RF

IL

8

,e

10

.,

P[

RF

/L

A

Dll'II

USÃ

0

,o·

I---CO

IIDÂ

0 A

NTI

10

__

__

..,.,�

INTUI

CllltDllf;s

C.OIIIIÃ

0 ----4

-.rx>

•I.AaUlllr AT

UA

L

B

o 'º

º .....,

LO

CALl

lif_ Â

O D

OS Pf

llFIS

M

iTIIO

I :IDO

0 -

, ,,

N.M

ÉDIO

-�

c0110

Ão

ANT

IIO

ou

uss

l'0

--

--

--

--

--

--

--

--

--

--

--

--

--+

--ffll

-'t•

-+-­

( "'L

IO• LA

IUNA

)

eo110

1'o

ATU

AL

--t

0L-;

--

--

--

�-

--

�-

--

-�

--

-�

--

--

�-

--

�-

--

--

--

-�

--

-�

--

--

..__-

--

�-

--

--

--

-�

-�

-�

--

--=

--

--

�-

--

-'',::-

--

-N.

MÍD

IO

.,....

"00

,...

,..,

,o

oo

-..

. ,o

o ..

. ,-

---�

Fig

. 2

1

Pe

rf

is

top

ogr

áf

ic

os

Ita

ip

ua

çu

w

O'>

Page 51: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

..

,.

37

recente e, em ambos os perfis, de 150m. A altura do topo do cor­

dão mais antigo, em relação ao nivel médio do mar é, no perfi l A

de 9 , 5m e no perfil B de 12m. O cordão mais recente apresenta,

em ambos os perfis, a altura de 7, 5m.

A topografia dos arenitos nos dois perfis também e

diferente. No perfil A o arenito apresenta-se mais largo , com

aproximada. :,en te 100m, a profundidade de 3, 5m abaixo do nivel me

dio do mar. No perfil B ele está mais fundo 5 , Bm e menos largo,·

50m.

A análise granulométrica de amostras coletadas ao

longo dos dois perfis indica que os sedimentos do cordão mais an

tigo sao mais finos que os do cordão mais recente (Tabela 6 e

Fig . 2 2) .

- - - - CORDÃO ATUAL

-- CORDÃO ANTIGO 57,,

�--� -�-,_____.__ __J__ J_ _ _J_ - 2 - 1 O 2 3 4 i

Fig . 2 2 - Cu rvas de frequência acumu l ada. I taipuaçu - Cordão A tual e Cordão Ant i go

Page 52: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

·-

V - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Page 53: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

í

38

V - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Pelos objeti vos do t rabalho ha t rês aspectos

fundamentais a se rem re spondidos : 1) o local de formação dos

arenitos, uma vez que as atuais locali zações dos me smos não re­

pre sentam nece ssariamente os locais de formação , ou seja, a fa­

ce da praia, o inte rior do corpo sedimentar da praia, ou a zona

submarina; 2) a dete rminação da idade dos arenitos o que repre­

sentaria um importante elemento para a avaliação das variaçoe s

do nivel relativo do mar e da mobi lidade dos cordõe s litorâneos

em função de ssas variações; 3) a influência dos arenitos subme r

sos no fluxo de sedi mentos costeiros .

A discu�são a seguir se orientará no sentido de

obt e r re spostas a e s sas que stõe s através da avaliação dos dados

levantados.

LOCAL DE FORMAÇÃO

Os re sultados da analise granulometrica feita no are - -

nito de Itaipuaçu nao sao conclusivos quanto ao local de forma-

ção. As curvas de frequência acumulada dos sedimentos da face

da praia e dos arenitos (Fig. 15 ) most ram uma grande difere nça -

de selecionamento e de tamanho de graos, o que e bem demon s t rado

pelo gráfico de corre lação ent re a mediana e o de svio pad rão das

dist ribuiçõe s granulomét ricas ( Fig . 17 ) . E ste aspecto não favore

ce a hipóte se de o arenito te r se formado na face da praia. Os

re sul tados obtidos na anali se do t ransporte de sedime ntos na zo­

na submarina em frente à I taipuaçu most ram uma provável inf luên­

ci a do arenito atuando como uma barrei ra ao fl uxo de sedimentos

no sent i do pe rpendicular à linha de praia impedindo o re torno , à

Page 54: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

, .. 39

prai a, das frações arenosas mais fi nas. Nesse caso a face

praia poderia ter apresentado, na época de formação do areni to

da

uma granulometria com frações mais finas do que atualmen te. O

areni to então poderia efeti vamen te ter se formado na face da

praia, sendo que sua granulometria refletiria as condi ções vige�

tes naquela época. Uma outra possibilidade e o areni to ter se

formado no i nterior do corpo sedimen tar da praia, na zona de os­

cilação do lençol freático, sua exposição teria então ocorrido

posteriormente em decorrência da migração do cordão li torâneo em

direção ao conti nente.

Em Jaconé a semelhança granulométrica entre os sedi ­

men tos da face da praia e os do areni to é maior ( Fi g.1 6) . Mesmo

assi m ha uma diferença apreci ável pela quase· ausê ncia d.a fração

de 0, 2 a 1,5 Phi nos sedimen tos da face da praia e a presença

dessa fração nas amostras do areni to , o que, da mesma forma que

em I tai puaçu nao favorece a suposi çao de o areni to ter se forma-

do na face da praia.

A aplicação das fórmulas discriminatór i as de Sahu

( 1 964 ) coloca tan to o areni to de Itai puaçu quanto o de Jaconé em

ambien te mari nho raso (Fig. 1 8 ) . Entretanto cerca de � )% das

amostras de sedimentos da face da praia apresenta o mesmo resul­

tado (Tabela 1) o que demonstra que o método não é suficien teme�

te apurado para caracterizar ambientes deposicionais de transi -

çao.

Apesar de não conclusi vas as caracteristicas textu­

rais não fortalecem a hipótese de formação do areni to na face da

praia. A sua formação no i nterior do corpo sedimen tar, como e en

centrado hoj e em Jaconé, ou na zona submarina, como em I taipuaçu,

poderá ser comprovada pela caracteristica do ci mento.

Souza (1988) ao analisar amostras do areni to de I tai -

Page 55: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

n

0

40

puaçu mostra que o mesmo é formado por três tipos de cimento ca�

boná tico, caracteri zando diferentes fases de ci mentação . A pri -

meira fase é caracterizada pela formação de franj as de calcita

magnesiana microcristalina preci pitadas ao redor dos grãos em

condições marinhas ; a segunda fase, e princi pal, e caracterizada

pelo preenchimento i ntergranul ar por cimento calcitico pobre em

magnésio, em ambiente de l ençol freático , o que dá sustentação �

hipótese de formação do arenito no interior do corpo sedi men tar;

e uma terceira fase de cimentação, ocorrendo atualmente, repre -

sentado por franj as de calcita circundando os poros, em cont i -

nui dade com o cimento da fase anterior . As l âminas petrográficas

feitas para I tai puaçu e Jacone confirmam as i nterpretações

Souza; ap resentam como cimento predominante a calcita,

nota-se pelo menos dois periodos distintos de cimentação,

de

porem

um

mais antigo onde o ci mento micriti co ou calci ta criptocristalina

predomina e um mais recente onde exi ste algumas franj as de arag�

nita envolvendo os grãos de quartzo . Essas observações coinci dem

com a hi pótese de Russel sobre a ci mentação dos arenitos de

praia, onde existem três estágios de ci mentação .

IDADE DOS ARENITOS

A determinação da idade dos arenitos representa um

importante elemento para a reconstituição da evol ução dos cor­

dões litorâneos . Em Itai puaçu, dependendo dessa i dade, o arenito

teria se formado ou no i nteri or do cordão mais antigo, que post�

riormente teria migrado para sua posi çao atual em função da ele­

vação do nlvel do mar, ou no interior do cordão mais recente . Es

ta determinação de idade daria uma idéia das taxas de subida do

Page 56: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

.. "

...

r

4 1

nivel do mar e do recuo desse cordão em função da ultima oscila-

-çao transgressiva .

Muehe ( 1984) , associou a formação do arenito de Ita i

puaçu ao cordão mais recente , sugerindo para aquele uma idade de

2.800 anos A. P . correspondente à idade da regressão mais recen-

te ( Suguio & Martin 1985) . Entretanto a maior semelhança granu-

Fig . 23

. T I

'?' ----z, ,e=, ÁOOS

A P , 1000

- - � ........----. � - . tA ·� f ,r-•

m O _,- - 1 t

\, , _ _.;,.��-�*°�:::�-�7:!1 J:!:::�R:E,.:.o�1==--=-

b 5

1

IL HEUS , BA i!jt,'?;; .. t:-::..;_.- _ _ _ _ _ , 'J.,2. . T1..

d m :r:" """:·" - - - -:.;,- - -.- -�-..,..--� ··- .,. -e 5

T. I S

1

SANTOS,SP :?:::-;:J;...... ..:,-- - - _ _ _ m º I '7�� �1i rs=, - --.b,IS to EEm

S. S.

5�

CANANÉIA- IGU�PE,SP �- _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ .-m O 1 , � 7 � :: ----,......: �- - -,- - ,_, _ _ _ _ ,

s - --L... g 5

1

PARANAGLJÁ,PR _;;::::::.-

�•

,u s. - - - - - -- - - - -9L":W-� -- .. __ m O - - - - - - - -

� ...... ', �- - - -1 1; r 1 1 - - - - - 7

s h 5 ·

1

1TAJAI- LAGUNA,SC ,;;;_---- - -��= S

·."� _ _ _ _ !--"-·•·•·-"' o . ' ,,-- - - -�- � ,·-- - - - --, 1 � 7- · - -,- . . · · - - · -;· . · - - - · · - '

7 6 5 4 3 2 1 O

T I T 2 S a3 ! 1 l z::n= ,I!I!L .. 12 1 �::;. (3 l

Curvas de variaçao do nivel relativo do mar em var i as

setores do litoral brasileiro durante os Ú lti mos 7 . 000

anos A . P . ( Suguio e Martin)

( 1) Reconstrução de ni veis marinhos preteritos ( 2) Terraços de construção marinha ( 3) Idades de sambaqu is

Page 57: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

t

,.

.. ...

_,

...

..

4 2

lométrica do arenito com o cordão mais antigo, assim como a exis

tência de uma abertura neste cordão, representando a antiga de­

sembocadura do rio Itocaia, e que é encontrada no arenito (Fig.

13) são indícios de que o arenito pode ter se formado no cordão

mais antigo. Para reforçar essa interpretação pode ser usado o

seguinte raciocínio : considerando que o topo do arenito corres -

ponde, a grosso modo, à al tura da preamar de sizigia, conforme

fi cou evidenciado pela sua localização abaixo da berma em Jacone

(Fi g. 20) teríamos que o nível médio do mar situava-se, à epoca

da formação do arenito, a 0, 7m abaixo do topo desse mesmo areni­

to. Como esse topo esta situado atualmente em aproximadamente 4

a 5m abaixo do nivel médio do mar, teríamos que assumir uma re-

gressão da ordem de 4, 7 a 5, 7m. Não ha, ate o momento, nenhum

registro, no l itoral brasil eiro, de uma regressao dessa amplitu-

de. I sso reforça a idéia de associar 9 arenito ao cordão mais

antigo , portanto a uma idade um pouco superior a 7.000 anos, qua�

do o nivel médio rel ativo do mar, na transgressão holocênica

atingiu, pela primeira vez a posiçao do nivel médio atual (Fig

23 ) •

A formação do arenito se deu portanto no final da

transgressão flandriana, antes que a mesma atingisse a al tura do

nível médio atual. Os perfis topográficos de Itaipuaçu (Fig . 21)

mostram um l igeiro aumento de al tura no topo do cordão mais anti

go em rel ação ao seu reverso. Isso sugere que o nivel do mar se

estabil izou e apesar disso o corctão continuou progradando , ate

atingir um equil íbrio em rel ação ao nivel do mar e estabil izar .

O arenito estaria na zona submersa duran te todo esse processo de

estabil ização do cordão litorâneo sofrendo exumaçao, uma vez que

os sedimentos são retirados da plataforma cont i nental interna e

deposi tados na praia (Bruun 1982 ) . Portanto, inicial mente o cor-

Page 58: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

1 '

..

43

dão litorâneo se deslocou para a retaguarda em cerca de 1. 750m ,

em adaptação à continuação da subida do nivel medio do mar, dei­

xando o arenito como tes temunho de sua antiga posiçao. Com a re­

dução da taxa de elevação do nivel do mar o cordão litorâneo pa�

sou a progradar alargando- se , por anexação de sucessivas cris tas

de praia , em cerca de 1 . 100m. E s sa fase de progradação cessa

com a primeira oscilação regres siva há cerca de 4. 100 anos A. P. O

cordão mai s recente deve ter se formado na fase transgres siva su�

sequente , em torno de 3. 700 anos ou 2 . 600 A.P.

Em J aconé a associação do arenito com o cordão lito­

râneo mai s recente é Óbvia pela posição que ele ocupa atual mente.

Por conseguinte sua idade também é menor , sendo necessariamente

inferior à fase transgres siva dos 3. 700 anos A. P.

Quanto ao afloramento do arenito na base da face da

praia, é um indicador de que o cordão mais recente de Jaconé re

cuou , ou continua recuando, uma vez que a formação do arenito se

deu no interior do corpo sedimentar e nao na face da praia.

INFLUÊNCIA DOS ARENITOS NO FLUXO DE SEDIMENTOS

O terceiro aspecto fundamental des se trabalho consis

te na avaliação da influência dos arenitos submersos de Itaipua­

çu no f l uxo de sedimentos cos teiros. A exis tência de uma barrei ­

ra submarina , formada pelos arenitos , poderia barrar ou interfe­

rir no transporte de sedimentos entre a praia e a zona submar ina

próxima. De fato , os resultados indicam uma interrupção do apor-

te de sedimentos da plataforma continental interna em d i reç ão

costa , uma vez que apenas a camada superior do s i s tema de circu

lação es tá direcionado para a praia , não sendo provável que em

Page 59: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

..

44

profundidades de agua superiores a 9 metros a concentração de

areias em suspensao sej a importante. No entanto , na zona entre

o arenito e a praia onde a profundidade é reduzida e há forte

turbulência durante as tempestades , as frações arenosas finas são

colocadas em suspensão e possivelmente transportadas por

do arenito, em direção ao mar aberto , depositando-se logo

com a diminuição da turbulência (Muehe & Ignarra 1 987).

cima

apos

A diminuição dos diâmetros granulométricos em função

da profundidade (Fig. 13) , registrada em quase todos os perfis,

é em principio uma tendência tipica da distribuição dos sedimen­

tos na zona submarina rasa. Entretanto, diminuições muito brus-

cas na zona externa do arenito , como as apresentadas em varios

perfis , se diferenciam, nitidamente do padrão registrado na zona

fora da influência do arenito. Este fato parece confirmar a hip�

tese de que existe algum tipo de influência do arenito sobre o

fluxo dos sedimentos. Esse padrão anômalo não ocorre na extremi­

dade l este da barreira de arenito, o que pode ser explicado pela

abertura existente na altura dos perfis H e I (Fig. 13 ) e do

gradativo aumento da distância do arenito em relação à praia , e

pelo aporte de sedimentos pela corrente longitudinal . Nos perfis

A e B o padrão anômalo também não ocorre , pois o arenito esta

localizado mais proximo da praia, a profundidade da água é menor

e o afloramento apresenta uma largura quase três vezes maior que

no restante da ocorrência. Além disso sua altura sobre o fundo é

comparativamente mais baixa (Fig. 8). Esses fatores criam respo�

tas hidrodinami camente diferentes do restante da área afetada p�

la barreira de arenito .

Page 60: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

..

..

· VI - CONCLUSÕES ·-

Page 61: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

.. ,., ..

.. .,

:.:.,.,.

... ,,,..,

., -

\.

VI - CONCLUSÕES

O conjunto de dados levantados nas praias de Itaipu�

çu e Jacone levaram às seguintes conclusões enumeradas suscita -

mente abaixo :

1. A principal fase de cimentação do arenito se caracteriza pelo

preenchimento i ntergranular com cimen to calci t i co (c alcita

cri ptocrist al ina) , pobre em magnésio, associado port anto

ambiente freático .

ao

2. O principal local de formação dos arenitos foi o interior do

corpo sedimentar da praia , abaixo da berma , e não a face da

praia, como normalmente admitido. Consequentemente os ' ' beach

rocks" de It aipuaçu e Jaconé não representam arenitos de praia

do tipo convencional mas sim "pseudo beach rocks" conforme de

nominaçao sugerida por Russell (1971) .

45

3. Em Jacone , o local de formação do arenito, associado à zona

de flutuação do lençol freático , coloca o topo do mesmo a uma

altura aproximadamente correspondente à da preamar de si zigia.

Port anto l evando em conta a amplitude de variação da maré de

sizigia, o nivel médio do mar podera ter se situado até cerca

àe 0 , 7m abaixo da altura máxima do topo do arenito.

4. A idade do arenito de Itaipuaçu foi i nferida como sendo pouco

superior a 7.000 anos A.P., estando assim associado ao cordão

li torâneo mais antigo, e não ao cordão mais recente, con forme

interpretado por Muehe (1984) .

S . A idade do arenito de Jacone foi inferida como sendo corres �

pondente a idade do cordão litorâneo mais recente , ou

inferior à transgressão de 3.700 anos A.P.

seja

Page 62: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

46

6 . O cordão l i torâneo mai s ant i go mi grou para sua pos i çao atual

durante o final da transgres são flandriana , aumentando pos te­

riormente sua largura por um processo de progradação .

7 . Areni tos submersos podem formar barre iras ao transporte de s�

dimentos capazes de provocar reflexos na granulometria e me s­

mo na configuração do litoral . Em I taipuaçu o efe i to aparent�

mente se reflete na granulometria dos sedimentos da praia que

se apre sentam grosseiros não só por um pos s i vel aumento de

energia das ondas mas também pela interrupção do apor te de se

dimentos da plataforma continental interna , devido à presença

da barreira submarina, e pelo impedimento ao re torno das fra-

çoe s arenosas finas remov idas da praia durante as tempe s tade s

e depo s i tadas atras da barreira , no lado voltado para o mar

aberto.

Page 63: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 64: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

'--" 47

VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALEXANDERSON , T. - 1972 - Mediterranean beachrock cementation: Ma

rine precipitation of Mg - calcite. l n: Mediterranean sea: A

natural sedimentation laboratory. Ed. D.J . Stanley, Dowden , Hut

chinson and Rose , St roudsburg , Pensylvania, p. 203-223.

ALLEN , R.C.; GAVISH , E.; FRIEDMAN , G.M. e SANDERS , J.E. - 1969

Aragonite�cemented sandstone from outer continental shelf off

Delaware bay: submarine Lithification mechanism yields product

res sembline beachrock; Jour. of Sed. Petrol. ( 3 9 ) , 1 , pp. 13 6 -

149.

ANDRADE , G.O. - 1955 - Itamaraca. Contribuição para o estudo mor­

fologico da costa pernambucana. Recife , Tese Concurso , 84p.

BI GARELLA , J.J. - 1975 - Reef sandstones from northeastern Brazil.

Anais Acad. brasil. Ciênc. , vol. 17 - suplemento.

BRANNER , J.C. - 1904 - The stone reefs of Brazil. Their ecologi -

cal and geographical relations with a chapter of the coral

reefs. Mus. Comp. Zool. Bull. , Harward Coll. , Cambridge , 44p.

BRICKER , O.P. - 1971 - Carbonate cement s: Johns Hopkins Univ. Stu

dies Geology , n º 1 9 , 376 p.

BRUUN , P. - 1962 - Sea l evel rise as a cause of shore erosion

Proc. Asce J. Waterw. Harbors. Div. , 88: 1 1 7-130.

CAMPOS , H.S. & SWEENEY , R.E. - 1 979 - c 1 3 ; c 1 2 e o 1 8 ; o 1 6 em

bientes de rochas de praia. Rev. Bras.Geociên.vol. 9 , n º l.

am-

COU T I NHO , P.N. & FARIAS , C.C. - 1979 - Contribuição à origem dos

( arenitos ) recifes do Nordeste. Atas do IX Simpó sio de Geolo -

gia do Nordeste , Natal (RN ) .

DARWIN , C.H. - 1841 - On a remarkable bar of sandstone of Pernam­

buco on the coast of Brazil. London , Edinburgh, Dublin Philos.

Mag. and Jour. Sei. , 1 9 : 257- 2 61.

Page 65: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

. 1 /

48

EMERY , K.O. - 1961 - A simple method of measuring beach profiles.

Limno l . Oceanog., 6, 90-93.

FERRE I RA, Y . A . - 1969 - Recifes de arenito de Sal vador , Bahia.An .

Acad. Bras. Ciênc. 41 (4 ) , p.541-548.

FOLK, R.L. & WARD, W.C. - 1957 - Brazos river bar : A study in si�

nificance of grain size parameters. Jour. Sed. Pet., 27 (1 ) : 3-

26 .

GINSBURG, R.N. - 1953 - Be achrock in south Florida. Jour. Sed.Pet.

vo l .23, n º 2, pp.85-92.

GOR INI, M.A. & MUEHE, D. - 1971 - C omunicação. Acad. Bras. Ciênc.,

Seção de 31 de agosto de 1971.

HANOR, J.S. - 1978 - Precipitation of beachrock cements : Mixing

of marine and meteoric waters Vs co2

degassing. Jour. Sed. Pet.

vo l . 48, n º 2, p. 489-501.

KOMAR, P.D. - 1976 - Beach processes and sedimentation. Prentice­

Hal l, pp. 389-391.

KUENEN, P.H. - 1950 - Geology of coral reefs : Snellius Exped.Repts.,

vo l.5 (2 ) , p. 1-126.

MABESONE, J.N. - 1964 - Origin and age of the sandstone reef of

Pernambuco (north-eastern Brazi l ) . Jour. Sed. Pet. 34 (4) : 715-

7 26.

MACEDO , A.C.M. - 1971 - Testemunhos geologicos da evo l ução do l i­

toral no Estado da Guanabara. An. Acad.Bras. Ciênc., 43, 3/4 ,

p. 832.

MORAI S, J . - 1967 - Contribuição ao estudo dos "beachrocks" do nor

deste do Brasil . Trab. Ocean. Univ. Fed. Pe., Recife, 9/11 , p.

79-84.

MUEHE, D. - 1982 - Evidence of landward translation of beach bar­

riers east of Guanabara bay. I.G.U. Latin American Regional Con

ference. Abstract. p.91, Rio de Janeiro.

Page 66: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

49

MUEHE, D. - 1983 - Consequências higrocli mat icas das glaci ações

quaternárias no relevo costeiro a leste da Baia de Guanabara .

Rev. Bras. Geoc., 13 (4) : 245-252.

MUEHE, D. - 1984 - Evidências de recuo dos cordões li torâneos em

direção ao continente no l i toral do Rio de Janeiro. Restingas :

origem, estrutura, e processos - Lacerda, L.D.; Araújo, D. S.

D. ; Cerqueira, R.; Turcq, B. orgs. CEUFF - Ni terÓi,1984,p. 75-

80 .

MUEHE , D., MAHANHÃO, V.de A. et al. - 1977 - Caracterist i cas tex

turais dos sedimentos de algumas praias do li toral sul-orien -

tal do Estado do Rio de Janeiro .

MUEHE, D. & IGNARRA, S. - 1984 - Areni to de praia submerso e�

frente a praia de I taipuaçu - RJ. 33 Q Congresso Brasileiro de

Geologia , Rio de Janeiro.

MUEHE, D. & I GNARRA, S. - 1987 - O arenito de praia de I taipuaçu

e sua i nfluência no fluxo de sedimentos. Anais do I Simposio de

Geologia Regional, RJ-ES. p. 57-69.

OLIVE I RA , M.J .M. de - 1978 - Os " recifes" de Natal. D issertação de

Mestrado, Univ. Federal de Pernambuco, Recife, p. 76.

OTTMANN, F. - 1960 - Une Hhypothese sur l ' origin des " arrecifes" du

nordeste bresilien. Soe. Géol. France, Compt. Rend. Somm., 175-

1,176.

ROCHA , J.; MI LLIMAN, J.D.; SANTANA, C.I. ; VICALVI , M.A. - 1975

Upper con tinental margin sedimentat ion ofr Brazil , part V,sout�

ern Brazil. Contribut ion Sedimentology, vol. 4, p. 117-150.

RUSSELL, R.J. - 1962 - Origin of beach rock. Zeitsch. F. Geomorphol. ,

vol. 6 , p. 1- 1 6.

RUSSELL, R.J. - 1971 - Water- table effects on seacoasts. Geol , Soe.

of Ameri ca Bullet i n, vol. 82, p. 2343- 23 48.

SAHU, B. K. - 1964 - Depositional mechanisms from the size anal ysis

Page 67: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

(

50

of clastic sediments. Jour. Sed. Pet. , vol. 34 , n º 1 , p.73-83.

SOUZA , R . S. - 1988 - Cimentação carbonática do beachrock de I tai­

puaçu Maricá , Rio de Janeiro. Anais do XXXV Congresso Brasilei

ro de Geologia , Belém, Pará , vol. 2 : p.975-980.

SUGU I O , K. et al. - 1 985 - F lutuações do nivel re lativo do mar du

rante o Quaternario Superior ao longo do litoral brasileiro e

suas implicações na sedimentação costeira. Rev. Bras. Geoci-� enc. vol. 15 (4) : 273-286.

Page 68: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

) �

VIII - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Page 69: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

(

5 1

VII I - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CLARK, J.A. & BLOOM, A.L. - 1979 - Hydro- i sostasy and holocene e­

mergence of South Ameri c a. In : International Sympos ium of Coa�

tal Evolution in the Quaternary. Proceedings, 41-60 . S.Paulo.

COE NETO, R. - 1984 - Algumas cons iderações sobre a origem do si�

tema lagunar de Araruama. In: Resti ngas - origem, estrutura

processos - Lacerda, L.D.; Araújo, D.S.D.; Cerqueira, R. ;Turcq,

B. (organizadores ) - UFF, Niterói , p. 61-63.

CUNHA, Fausto L. de J.; Andrade, A.E.E. - 1972 - Evidênc ia glác io­

eustáti ca no litoral de Niterói, RJ. In: Bol. Geog. 3 5 (25 2) : 154

-164.

CURRAY, J.R.; Emmel, F.J., & CRAMPTON, P.J.S. - 1969 - Lagunas

costeiras. In: Mem. Simp. Int. Lagunas Costeiras. UNAM-UNESCO ,

nov. 28-30/1967, Méxi co, DF. p. 63-100.

DANA, J.D. - 1851 On coral reefs and i s lands. In: American Jour.

Sei., série 2, vol. 11, art. XLI, Part. I.

DANA, J.D. - 1851 - On coral reefs and i s lands. In: Ameri can Jour.

Sei., Série 2, vol. 12, art. VI, Part. II.

DELANEY, P.J.V. - 1975 - Reef rock on the coastal platform of

Southern Brazi l and Uruguay. An. Acad. Bras. Ciênc., vol. 47

Suplemento.

DONALDSON , J.A. & R i cketts, B.D. - 1979 - Beachrock in Proterozoi c

Dolostone of the Belcher Is lands , Northwest territori es, Canadá.

Jour. Sed. Pet., vol. 49, n 2 4, p. 1287-1294.

DUBOIS , R.N. - 1976 - Nearshore evidence i n support of the bruun Ru

le on shore eros ion. Jour. Geol., vol. 84, p. 485-491.

FOLK, R.L. - 1965 - Some aspects of recrystall ization i n anc ient li

mestones. I n: L.C.Proy and R.C. Murray ( eds.) Dolomitization and

Li mestones Di agenes is: Soe. of. Econo. Paleontologi sts and Mine-

Page 70: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

52

ral ogists, Special Publ ication, 13, p . 14-48 .

FOLK, R . L . - 1974 - The natural history of crystal l ine cal cium car

bonate: Efecct of magnesium content and sal inity . Jour . Sed . Pet .

vol . 44, n º 1, p . 40-53 .

GINSBURG, R . N . - 1953 - Beachrock in South F l orida . Jour. Sed. Pet.

vol . 23, n º 1, p . 85-92 .

GOLDPHIM, M . F. - 1976 - Geol ogia do Hol oceno costeiro da area de

Rio Grande, RS . Univ . Fed. Rio Grande do Sul . Tese de Mestrado.

GUILCHER , A. - 1961 - La "beachrock" ou Gres de Plage . Annal_es de . e .

Geographie, n º 3 78, IXX annee .

HAYES, M.O. & KANA, T . W . - 1976 - Terrigenous c lastic depositional

envi ronments some modern examples - A field course sponsored by

the American Association of Petrol eum Geol ogi sts - Coastal Re­

search Division . Department of Geol ogy . University of South Ca­

rol·ina. Col umbia, South Carolina - 29208.

HOYT, J.H. - 1967 - Barrier Isl and Formation. Geol . Soe. Am . Bu l l . ,

78: 1125 -1136 .

INGLE, J . C. - 1966 - The movement of beach sand. New York: Ameri­

can E l sevier. 22l p.

KAYE, C.A . - 1959 - Shorel ine features and Quaternary shoreline

Changes, Puerto Rico: US . Geol . Sur. Prof . Paper - 317-B,p.140.

KOWSMANN, R.O. & COSTA, M . P.A. - 1974 - Paleol inhas de costa na

Plataforma Continental das Regiões Sul e Norte Brasil eira - In:

Rev . Bras. de Geoc., vol . 4 .

KOWSMANN, R.O. & COSTA, M.P . A. - 1979 - Evidence of l ate Quaterna­

ry sea l evel stil l - stands on the upper brasil ian continental

margin: a synthesis. Proceedings of the 1978 International Sym­

posium on Coastal Evol ution in Quaternary. são Paul o, 170- 192.

KOWSMANN, R.O . & COSTA, M.P . A . - 1979 - Sedimentação quaternária

da margem continental brasileira e das áreas oce�nicas adjacen-

Page 71: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

' J

53

tes. Rio de Janeiro, PETROBRÁS-CENP.ê.:S. DINTEP, 55p. Serie Proj e to

Remac, n º 8.

LABOREL, J, - 1969 - Les peuplements de madréporaires des cô tes tro

picales der Bresi l. Annales Univ. d ' Abidjan. Série E (II) , 3 : 360p.

LAMEGO, A.R. - 1945 - Ciclo Evolu t i vo das Lagunas F lumi nenses. In :

Bolet i m da Divisão de Geologia e Mineralogia do DNPM , n º 118

Rio de Janeiro.

LEÃO, Z.M.A.N. & LIMA , O.A.L. - 1 982 - Caracterização do substrato

de recifes de corais holocênicos a par t ir de dados de sism i ca de .

refração e de perfuração. Rev. Bras. Geoc., vol.12 (4) : 531-535.

LONGUET-HIGGINS, M.S. - 1953 - Mass t ransport i n water waves. Phi l.

Trans. Roy. Soe. London, 245 : 535 -581 .

MUEHE, D. - 1979 - Sedimen tology and topography of a high energy c2

astal environment between Rio de Janeiro and Cabo Frio - Bra­

zi l. An. Acad. Bras. Ciênc. 51 (3).

PERKIN , P. - 1984 - Evolução da costa fluminense entre as Pontas de

Itacoat iara e Negra. Preenchi mentos e Rest ingas. Restingas - Ori ­

gem, estrutura, processos - orgs. : Lacerda, L.D.; Araúj o, D.S.D.

Cerqueira, R. ; Turcq, B. Univ. Fed. Fluminense ( CEUFF) , Ni terói,

p. 65-73.

RODGERS, K.A.; DAVIS , R.J.; CHISHOLM, J.E.; NELSON,C.S. - 1977

Motukoreai te, a new hydrated carbonate, sulphate, and hydrozi de

of Mg and Al from Auckland, New Zeland. l n : Mineralogi cal Magaz!

ne , vol. 41, p. 389-390.

ROSEN , P.S. - 1977 - Nearshore Evidence i n Support of the Bruun Ru­

le on Shore Erosion : Discussion. Journ. Geol. vol. 85, p.491-492.

ROSEN, P.S. - 1978 - A Regi onal Test of the Bruun Rule on Shoreline

Erosion - Marine Geol. 26 : M7-Ml6 .

RUSSELL, R. J. & McINTIRE, W . G. - 1965 - Soutern hemisphere beachrock,

The Geographical Revi ew, vol. LV, nº 1, p. 17-45.

Page 72: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

54

SCHIFFMAN , A. - 1965 - Energy Measurements in the Swash - Surf Zone.

Limnol. 0ceanogr. , 10: 255 - 260.

SC0FFIN , Terence P. 1969 - A conglomeratic beachrock in Bimini ,

Bahamas. J. Sed. Pet. 40: 756-759.

ST0DDART , D.R. & CANN , J.R. - 1965 - Nature and origin of

rock. J.Sed. Pet. , vol. 35 , n º 1 , p.243- 273.

beach-

SUGUI0 , K. & Martin , L. - 1981 - Progress in research on quaterna­

ry sea- level changes and coastal evolution in Brazil - In: .Va-

riations in sea level in the last 15.000 years , magnitude and

causes. Wade Hampton Conference Center , Univ. of South Carolina,

Columbia , U.S.A.

SWIFT , D.J.P. - 1975 - Barrier - Island genesis: Evidence from the

middle At lantic Shelf of North America. Sediment. Geol. , 14: 1-

43.

TANNER , W.F. - 1956 - Examples of probable lithified beachrock. J.

Sed. Pet. vol. 26 , nº 4 , p. 307-312.

TRICART , J. - 1958 - Les variations quaternaires du Niveau Marin .

Information Geographique , 20 , n º 3 , p. 100-104 .

VAUSE , J.E. - 1959 - Under water geology and analysis of recent se

diments off the northwest Florida coast . J.Sed. Pet. v. 29 , n º 4 ,

p. 55S-563.

WERNER , F. - 1963 - Uber den inneren aufbou von st randw�llen an

einem Küstenabschnitt der eckernaf�rder Bucht. Meyniana , 3 1 ,

108-1 21.

Page 73: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

:..

IX - TABELAS

Page 74: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

Are

ia

Perf

is/J

aconé

24/0

7/85

16/0

8/85

16/0

8/85

25/1

0/85

24/1

1/85

10/0

4/86

26/0

5/86

25/0

6/86

25/0

7/88

29/1

0/86

pl

:1 p2

P 3 Itaip

uaçu

NFARSH

ORE

A

( D

ENI'OO

)

p l

p2

P 3 P 4 p6

P 7 P 9 plO

pll

pl2

P 13

pl4

·--�

15

l1adian

a (P

hil

0,0

5

0,0

5

0,0

0

0,0

0

-0

,1

0,0

8

0,2

8

0,0

5

0,3

8

-0

,29

0,3

7

0,1

0

0,2

5

1'a'lia

na

(Phi

)

0,2

0,2

5

0,3

0,3

0,1

9

0,2

0,1

8

0,3

5

0,2

1

0,4

0

0,2

5

0,3

0

0,35

T l\

B E

L P.

1

�ia

Med

iana

(rrm )

0,0

5 0

,97

0,0

5 0

,96

0,0

1 1

,00

-0,0

5 1

,00

-0,1

3 1

,07

0,0

5 0

,95

0,7

3 0

,82

0,1

1 0

,96

0,6

8 0

,77

--0,2

9 1

,22

0,7

8 0

,77

0,1

2 0

,93

0,7

0 0

,84

M§dia

Me

di

ana

(nm

)

0,1

8 0

,87

0,2

7 0

,84

0,3

5 0

,81

0,3

0 0

,81

0,1

6 0

,87

0,1

8 0

,87

0,1

1 0

,88

0,2

7 0

,78

0,2

1 0

,86

0,2

4 0

,84

0,3

2 0

,81

0,3

2 0

,78

�i

a

(ITUl)

Desv

io P

adrão

0,9

7 0

,.':>2

0,9

6 0

,65

1,0

1 0

,26

1,0

4 0

,31

1,0

9 0

,32

0,9

6 0

,33

0,6

0 0

,97

0,9

3 0

,60

0,6

3 0

,70

1,2

2 0

,39

0,5

8 0

,98

0,9

2 0

,50

0,6

1 0

,90

M§dia

(mn

De

svio

Pa

drã

o

0,8

8 0

,29

0,8

2 0

,30

0,7

8 0

,37

0,8

0 0

,21

0,8

9 0

,20

0,8

8 0

,24

0,9

2 0

,33

0,8

2 O

,25

0,8

6 0

,24

0,7

5 0

,25

0,8

4 0

,28

0,8

0 0

,24

0,8

0 0

,28

0,4

1 l o, 7

6

•••

• �

-

.,--=-.

·-·-

·-

-··-

--

--

; ) r

)

Ass

irretr

ia

Curto

se

Curto

se (No

nn)

Sahu

-Pra

la x

1-ar Raso

-

0,2

4 2

,09

0,6

8 61

,880

597

0,2

6 2

,42

o, 71

77

,787

-0

,15

1.3

6 0

,57

26.7

82

i -

·0,2

5 0

,91

0,4

8 17

,67-0

7

-0

,16

0,9

6 0

,49

19.6

7972

5

-0

,15

0,9

1 0

,48

21.9

9093

9

0,5

5 0

,96

0,4

9 10

1,25

033

0,4

1 2

,49

o,

71

79,3

1152

8

0,6

4 3

,35

0,7

7 11

6,03

825

-0

,004

0

,84

0,4

6 20

,847

9

0,5

2 0

,59

0,3

7 95

, 739

11

0,3

7 3

,06

0,7

5 82

,060

0

0,6

4 0

,69

0,4

1 89

, 017

63

Ass

irretr

ia

Curtose

. Curto

se

(Nonn)

Sa

hu

-Pr

aia

x Mar

Raso

-0

,08

1,2

7 0

,56

30

,84

6

0,1

1 1

,04

0,5

1 31

,916

0,2

0 1

,52

0,6

0 46

,890

0,0

2 1

,06

0,5

1 27

,820

-0

,16

0,9

8 0

,49

20,5

62

-0

,21

1,1

8 0

,54

24,9

62

-0

,30

1,0

3 0

,50

22,8

51

-0

,45

1,2

3 0

,55

23,0

81

-0

,001

1

,04

0,5

1 26

,557

0,1

0 1

,39

0,5

8 38

,07

.:.J

:.J

-0

,07

1,2

8 0

,56

31,4

620

0,0

8 1

,47

0,5

9 37

,744

-0

.07

1,2

2 0

,55

31,4

7 -

-.

..L.---

--

Page 75: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

J J

1 ) , )

, ) ,

) '

, rr:

ed

ian

a

rr.éd

ia

PER

FI S

/I T

AI P

UAÇ U

m

ed

iana

m

e cl i

a

BE

Rffi

A

Phi

P

hi

mm

mm

Pl

-0

, 17

-0

,23

1

, 12

1, 1

7

P2

-o' l

J.

-0

, 17

l, C

B 1

, 13

J:13

o, o

C

, 08

l, C

O

1 , e

6

P4

0,0

7 0

, 01

0, 9

5 0

, 99

P6

0

, 10

o, o

o 0

, 93

1, 0

0

r1

o, c

c -

0, 0

4 l

,C

C 1

, 03

P9

-0,0

7 -

G, 1

4 1

, c5

1, 1

0

Pl0

0

, 10

D, 0

7 0

, 93

0, 9

5

Pll

0, 2

5 0

, 21

D, 8

4 U

, 86

r1

2

C, 1

6 0

, 09

0, 8

9

0, 9

3

Pl 3

0

, 20

0, 0

9 0

, 87

0, 9

3

Pl4

0

, 13

0,0

9 ü

, 91

0, 9

4

Pl

S

0, 3

0 0

,26

0

, 81

0

, 83

Pl 6

0

, 25

0,

25

0, 8

4 0

, 84

Pl7

0

,2

5

O, ;

� 3

0, 8

4 O

85

. '

PlB

ü

, 30

0, 3

0 0

, 81

0

, 79

. . -

--

. --

t ) t

, ) . )

) ,

) '

1-'1..D

tl

J-\

,L

Des

vio

Padr

ão

As s

imet

ria

C

urto

se

c,so

-0

, 22

0, 8

6

o' t

1 2

-0

, 30

0, 9

2 '

0, 4

6

-0

, 33

1, 0

4

0, 3

3 -

0, 3

1 0

, 90

0, 4

4 -

0, 3

9 1

, os

0, 3

7 -

0,

25

0,

98

0, 4

9 -

0, 2

5 1

, 01

0, 3

4 - o

, 11

1

, 01

ü, 3

0 -

0, 2

2

1, 1

6

0, 4

0 -o

, 26

1, 0

4

0, 4

7 -

0, 3

5 1

, 10

0, 4

0 -

D, 2

1 1

, 24

0, 3

7 -o

, 21

1

, 26

0, 3

7 -

0, 0

4 1

, 31

0,

40

-0, 0

7 1

, 2

7

U, 3

L -

D, 1

3 1

,13

)

Cur

tos

e No

rma

l iz

.

0, 4

6

0, 4

8

0, 5

1

0, 4

7

o, s

1

0, 4

9

0, 5

0

0, 5

0

0, 5

3

o, s

1

0, 5

2

0, 5

5

0, 5

6

0, 5

7

0, 5

6

0, 5

3

)

Sahu

: Pr

aia

X

ff1o

rinh

o r

aso

-- 24

, 92

20, 5

3

26, 3

6

1 8, 4

9

. 25

, 39

. 7.

2, 1

8

28' 0

8

25

, 41

26, 8

5

;_ 6, 8

8

30

, 36

::n

, 27

30

, 28

36

, 27

36

, 4 9

34

, 99

l e

Page 76: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

) ! .1

) )

--

• i [

!Rlí

IS

/IT

AI

{3 U

A�

U Z

. EX

T ER

f\1

Pl

P2

P3

P4

P6

P7

pg

Pl0

Pl

l

Pl2

Pl3

Pl4

Pl5

--

) )

)

mcd

ian

él

r:'hi

0,1

2

ú, t

.io

2, :.S

B

l,ó

5

0,3

5

1,7

1

1,2

5

ü,3

6

o, <-'

15

0,3

0

0,6

5

0,6

5

G,8

3

)

flíéd

ia

ff,ed

ian

a

fi78

dia

Ph

i m

m

mm

0,0

4 0

,92

0,9

6

0,4

4 0

,76

o,7

4

2,2

8 0

,19

ú, 2

0

1,7

0 D

,31

0,3

0

0,3

7 0

,79

0,7

7

1,7

6 0

,30

0,2

9

1,2

8 0

,42

0,4

1

O, :

31

o,7

8 ú

,80

0,5

1 0

,73

0,7

0

0,2

8 ü

,81

O

, 8 2

0,6

7 0

,64

0,6

3

0,6

8 0

,64

L,6

2

O,B

4 O

, 56

0,5

6

) ')

�)

')

'

T

A

B

E

L

A

3

Des

vio

Pa

dr;

o

0,2

1

0,2

6

o,7

3

0,5

5

c,2

6

o,4

9

o,7

7

o, 2

6

0,3

5

O,

� 5

0,3

1

0,3

1

0,3

5

--· -

---

- --

--

Ass

imet

ria

-0,5

2

O, 2

1

-0

,21

0,1

2

o,c

o

0,1

7

0,0

8

-0

,19

0,2

6

-G

,03

0,1

3

e, 1B

0,0

4

Cur

tos

e

----·

-

1,2

2

1,1

0

0,7

9

1,1

4

1,3

5

0,9

6

O,f3

B

1,3

5

1,2

3

1, 4

9

o,9

2

0,9

2

o,s

o

.) ,

)

-· -

--

Cu

rto

se

No

rm

ali

z.

--

--- -

- --

-

0,5

5

0,5

2

Ú J

,, t1

0,5

3

·º, 5

7

0,4

9

0,4

7

L,5

7

0,

55

U,5

9

0,

40

ú,4

6

U,4

4

-----

-- -

Sah

u:

Pra

ia

X m

ar

inh

o

re

sa

-- -

---

---

---·-

17,1

7

35

,49

01

,77

69

,95

35

,36

64

,57

76

,67

31

,09

/�3

, 53

35

,60

36

,25

37

,55

36

,64

--- -

-·-

..

(.11

-...J

Page 77: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

) )

J )

, )

TA

BE

LA

4

1

lT

AI

PU

U

(9

,0

m)

M

ED

IA

NA

M

ÉD

IA

M

ED

IA

NA

M

ÉD

IA

: {i

nt

er

me

di

ár>

ia

) (P

hi

)

(Ph

i)

(mm

)

(mm

) i

P.

14

0

,5

0

,5

4

O,

? 1

0

,6

9

P.

15

0

,6

0

,6

3 0

,6

5 0

,6

4

I· 1 I

TA

IP

UA

ÇU

(fa

ce

d

a

pr

ai

a)

P.

1 O

, 1

0,

06

0,

95

0,

96

P.

3 0

,1

2

0,

11

0

,9

2 0

,9

3

P.

4 -

0,

11

-0

,1

1 1

,0

8 1

., 0

8

P.

5 -

0,

25

-o

,2

3

1,

19

1,

1?

1 ' P

.6

-O

, O

1 -

0,

05

1,

01

1,

03

P.

? 0

,0

6 O

, 3

0,

96

0,

98

P.

8 0

,1

2 O

, 1

1

0,

92

0,

92

P.

10

0

,0

4 0

,0

3 0

,9

?

0,

98

P.

11

-

0,

05

-

0,

0?

1

,0

3

1,

05

P.

12

-

0,2

1

-0

,21

1

,1

6 1

,1

6

P.

13

o

,o

?

0,

01

0,

95

0,

99

P.

14

0

,1

6

0,

14

0

,8

9 0

,9

1

1

1)

' ' )

,

DE

SV

IO

A

SS

IM

ET

RI

A

CU

RT

OS

E

PA

DR

ÃO

0,

34

0,

18

1

,3

3

0,

42

0,

05

0

,9

4

0,

29

-0

,1

2

1,

04

0,

28

-0

,1

0

1,

14

0,

28

-0

,0

4

0,

91

0,2

5

0,

06

0

,9

0

0,

22

-0

,2

8 1

,1

4

0,

19

-0

,2

3

1,

00

0,

26

-

0,

08

1

,2

4

0,

26

-0

,1

3

1,

06

0,

38

-0

,1

2

0,

?6

O,

32

-

0,

04

o,

??

0,

22

-0

,4

0

1,

28

0,

28

-0

,1

9

1,

06

CU

RT

OS

E

NO

RM

AL

.

0,

5?

0,

48

0,

51

0,

53

0,

48

0,

4?

0,

53

0,

50

0,

55

0,

51

0,

43

0,

44

0,

56

0.5

1

: J;

t' •

SA

HU

: P

RA

IA

X

M

AR

IN

HO

R

AS

O

43

,?

6

39

,8

1

·2

3,

69

26

,1

1

19

,5

0

18

,4

5

18

,6

4

1?

, 4

6

2?

, 6

?

22

,2

6

20

,23

16

, ?

4

19

,92

23

,4

3

..

(J1

CXl

Page 78: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

)

PE

RF

IS

/I

TA

IP

UA

ÇLI

ffi

edia

na

méd

ia

AR

ENI

TO

P

hi

Phi

Pl

2,1

5 1

,72

P2

0,6

2 0

,87

P3

O

,O

G 0

,60

PS

Afr

1

0,3

0 o

,s2

p 5

Am

2

-0

,25

0,4

0

P6

Afi�

1 1

,67

1,6

9

P5

Am

2 1

,49

1

,45

P6

A

m 3

2

,03

1, 5

8

P6

AOl

4

0,2

1 0

,16

pg

Anl

1

1,3

5 O

, 97

.

P9

A

ffi

2

2,2

6 2

,27

pg

Al'r

. 3

o,o

o 0

,63

pg

A

fr. 4

0,9

2 0

,97

��

Pl

O

Am

1

2, 1

8 1

,59

Pl

O

Affi

2

1,0

0 0

,9

8

Pl

O

AM

3

o

,34

0,6

4

Pl

O

Am

4

1

, 10

o

,0 s

med

ie.na

mm

0,2

2

0,6

5

0,9

6

O,B

l

1,1

9

0,3

1

o,3

5

O, 2

4

0,8

6

0,3

9

O, 2

1

1,

00

C,5

3

0,2

2

o,s

o

0,7

9

0,4

6

)'"")

T

A

B

E

L

A

-5

n·.�d

ic

Des

vio

mm

Pa

drão

0,3

0 1

, 18

O, 5

L1 U

,65

0,6

6 1

,27

0,6

9 1

,3B

0,7

5 1

,20

0,3

1 0

,78

ü,3

6 0

,69

0,3

3 1

,23

U,8

9

0,4

2

o,s

1 1

,25

O, 2

1 D

,56

0,6

5

1,3

7

O, 5

J. J

, 2

2

D,

33

1,2

6

0,5

1 1

,17

0,6

4 U

,88

0,5

5 1

, 18

.J Ass

imet

ria

Cur

tose

C

urto

se

1 N

orm

ali

z.

-0

,45

0

,76

0,4

3

C,6

0 1

,53

0,6

0

0,5

1 0

,61

0,3

8

0,1

7 0

,67

0,4

0

0,6

8 0

,81

0

,45

-0

,09

1,3

9 o

,ss

-0,2

1 2

,12

0,6

8

-0

,46

0,9

9 0

,49

-0

,15

1,3

9 o

, 58

-D

,34

0,6

4 o

,39

-0,0

8 1

,02

o

,s1

o,ss

0,6

1 o

,38

0,0

8 D

,62

0,3

8

-0,5

7 0

,98

o,4

9

-0,0

4 o

,65

0,

39

-0,4

9 l

, O 2

o

, so

-0,2

3 o

,77

0,4

3

-·-,

Sa

hu

: P

rai

a X

ma

rinh

o ra

so

124

, 03

82

,56

136

,28

149

,86

128

,67

90

,44

89

,46

13

5,1

9

37,o

a�

12

3,

20

73, 3

7

154

, 8S

126

,86

136

,96

117

,02

89

,09

11

5,4

5

(.J'

u::

Page 79: l - pantheon.ufrj.br · do Cabo Frio que representa um limite oceanográfico entre a zona tropical e subtropical, com sedimentos ricos em carbonatos ao nor-te e pobres ao sul (Rocha

)C)

C)t)

()1 )

PER

Fl§

/IT

AIP

UAÇ

U

CO

RDC

ES

LIT

OR

�N

EOS

Am.

l

Am.2

Am.3

AIY'.4

AOl

.S

Am.6

t

-J

aco

né/

Ar

en

ito

Per

fi

s

1

Pl

.1

Pl

.2

Pl

.3

Fl

.4

Pl

.5

Pl

.6

Pl

.7

8�

Pl

.B

, P

l.9

-

() (

, (

me

dia

na

P

hi

0,1

0

1,4

0

1,2

0

0,1

5

0,7

5

1,2

8

me

dia

na

Ph

i

·-

0,2

5

1,1

5

1,4

5

ú,8

0

0,3

2

1,2

5

1,2

3

0,6

0

1,3

3 -

-

()(

' ' ,

me

dia

P

hi

0,3

0

1,2

e

1,1

7

0,2

3

O, 8

3

1, 2

8

, m

edia

Ph

i

c,

56

0,9

9

1,3

6

0, 7

7

0,4

6

1, 1

0

1,0

6

O, 7

8 j

1, 1

1 j .

0(

(

() (

) ()

()

() 1

T

A

B

E

L

A

6

med

ian

a

íTi éd

ia

Ü

ElS

ViO

P

adr

ão

mm

mm

C,8

8

O, 8

1

0,

87

D,3

8 o

,41

D

, 81

0,4

3

0,4

4 o,ss

0,9

0 C

,B5

0

,59

0,5

9 o

,56

0,3

3

·'

0,4

1

C,4

1

o,

53

me

dia

na

m

ed

ia

De

svio

mr

,1 m

m

Pa

drão

O,D

4

0,6

7 1

,19

0,4

5

o,s

o 0

,81

0,3

6 0

,39

0,8

7

0,5

7 0

,5

9 0

,97

o,a

o O

, 73

. 0

,67

o,4

2

0,4

7 o

,74

0,4

� 0

,47

0,9

2 1

o,6

6 O

, 58

0,9

7

0,3

9 o

,46

0,8

9

( fJ

( )

() (J

<J (

)

)

As

sim

etr

ia

Cur

to

se

C

urt

o s

e

Sa

hu

: P

ra

ia

X No

rma

liz

. m

ar

inh

o r

aso

1

0,1

6 1

,13

0,5

3 7

8,6

4

-0

,19

0

,75

0,4

3 7

3,9

1 ,.

1

-0

,07

1,

23

0

,5

5 59

,94

D,2

3 1

,02

o,so

49

,75

' 1

0,

14

0,7

4 0

,42

74

,99

-.3

, 0

2

1,2

5 0

,55

6

1,7

5 1

As

sim

et

ri

a

Cur

to

se

C

urt

os

e S a

hu

: P

ra

ia X

N

orm

ali

z.

Ma

rin

ho

ra

so

0,3

4 0

,1a

o, 4

l1 1

21

.64

>

-0

,30

0,8

4 0

,46

68,7

2

-0

,15

1,0

7 o

,sz

88

,55

1 -

0,0

2 0

,87

0,4

6 7

7,0

6

0,3

2 l

,OC

o, s

e 6

1,1

3

-D

,24

0,8

3

0,4

5 6l

1 , 5

0 a

-o

, ;::4

o

,79

o, t14

8

?,

18

0,2

4 D

,92

0,4

8 9

5, 3

0

j '

-0

,34

0,9

5 0

,49

81

,74

/

--