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Fragmento 361 — «Tudo é absurdo» Bernardo Soares, Livro do desassossego

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Fragmento 361 —

«Tudo é absurdo»

Bernardo Soares, Livro do desassossego

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Carlos Paulo, na peça Do desassossego (2009, Teatro Municipal de Almada, encenação de João Mota).

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«O meu estado de espírito obriga-me

agora a trabalhar bastante, sem querer,

no Livro do desassossego. Mas tudo

fragmentos, fragmentos, fragmentos.»

Fernando Pessoa

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4Édouard Vuillard, Retrato de Lugné-Poe (1891).

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Fragmento 361 — Principais ideias (I)

O ABSURDO

ATIVIDADES HUMANAS

INÚTEIS

• Observador atento do mundo humano e conhecedor

da humanidade «infantil» e inconsciente, Bernardo

Soares afirma que a existência dos homens tem um

carácter absurdo, porque as atividades humanas

são inúteis.

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Inútil

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Fragmento 361 — Principais ideias (II)

• A partir da observação de pormenores do real,

surge a reflexão: «estou reparando lentamente,

conforme é meu costume, em todos os pormenores

das pessoas que vão adiante de mim».

PORMENORES DA REALIDADE

O VESTIDO DA RAPARIGA

REFLEXÃO SOCIAL

E POLÍTICA

• Bernardo Soares observa o vestido de uma rapariga.

Imagina as condições da sua produção.

O vestido torna-se «um livro primário de

economia política»: o observador imagina

toda a vida social sem a qual aquele vestido

não existiria.

«Os bancos do elétrico […] levam-me a regiões

distantes, multiplicam-se-me em indústrias, operários,

casas de operários, vidas, realidades, tudo.»