krugman e wells modelos cos

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    . . . . . _------------ _ - - - _ .. _ - - - - _ _--------- . . - _ - - - _ .. _ _ _------ - ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _-------------- _ - - - - - - - - - - _ _--------_ _ - - - - - -------- ..1 " . . _ - - - - - - - - - - _ . . _ - - - - - - - - - - - . . " ' _ . . _ . .

    Modelos economicos:. .. .rad e~offs.~e .co.m e.rci.o . ..V I S A O D E T O N E l

    f m 1901, Wilbur e Orville Wrigthconstrutram algo que mudaria 0mundo, Nao, nao foi 0 aviao. 0exito do seu v60 em Kitty Hawkaconteceria dois anos mais tarde. 0que fez dos irmaos Wright verdadeirosvisionaries Ioi 0 seu iunel de vente,um aparelho que os levou a experi-mental' varies desenhos diferentes deasas e de controle de superficies. Essesexperimentos proporcionaram 0 co-nhecimento que tornaria possivel 0vco de algo mais pesado que 0 ar.

    A miniatura de urn aviao parado semmovimento em um tune! de vento naoe a mesma coisa que um aviao de verda-de voando, Mas e um modelo muitoutil do voo de um aviao - uma repre-sentacao simplificada da coisa real quepode ser usada para responder a ques-toes cruciais, tais como a de quanta sus-tentacao um dado Formato de asa vaigerar a uma dada velocidade do vento.

    E obvio que testar 0 clesenho deum aviao em urn tune! de vente emais barato e mais seguro do queconstruir uma versao em escala C0111-plera na esperan

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    IARITE/18 o QUE ECONOM IA ?MO DELO S EM EC ON OMIA : A LG UN SE XE MP lO S_IMP OR JA NT ES _ - - _ . - - - - - - - - - - - - - --0Urn modelo e qualquer representacao da realidade usadapara entender melhor situacces da vida real. Mas de quemodo criamos uma representacao sirnplificada de uma si-tuacao economica?

    Uma possibilidade (0 equivalente, para 0 economista,de um tunel de vento) e encontrar ou criar uma econo-mia real, porem simplificada. POl' exemplo , econornistasinteressados no papel economico do dinheiro estudaramum sistema de trocas que se desenvolveu nos campos deprisiorieiros durante a Segunda Guerra Mundial, em queos cigarros se tornararn uma forma de pagamento uni-versalmente aceita, mesmo entre os prisioneiros que naofumavam.

    Outra possibilidade e simular 0 funcionamento da eco-nornia em urn computador. Por exernplo, quando sao pro-postas mudancas na lei tributaria, funcionarios do governousarn mode l os tr ibuta rio s - extensos programas de compu-tador - para avaliar como as mudancas propostas afetariamdiferentes tipos de pessoas.

    A importancia dos modelos e que eles permitem ao eco-nomista se concentrar sornente nos efeitos de uma mudan-ca de cada vez, is to e, eles permitem manter todo 0 restoconstante e estudar como as rnudancas propostas afetam 0resultado econornico geral. Assim, 0 pressuposto de tudoo mais con stante - que significa que todos os outros fato-

    MODELOS PARA MOEDAPARA MENTES CUR IOSAS

    ELSEVIER

    res relevantes permanecem sem mudar - e um pressupostoimportante na construcao de modelos econornicos.

    Mas nern sempre e possivel criar uma versao de toda aeconomia em pequena escala, e urn prograrna de computa-dor e apenas tao born quanta os dados que utiliza. (Os pro-gramadores tern um dito: lixo que entra, lixo que sai.) Paramuitos objetivos, a forma mais efetiva de modelar a econo-mia e a construcao de "experirnentos mentais", versoes hi-poteticas simplificadas de situacoes da vida real.

    No Capitulo 1, ilustramos 0conceito de equilibria com 0exemplo de como as clientes em fila no supermercado se re-arranjam quando abre urn novo caixa, Embora nao 0 tenha-mos dito, esse foi um exemplo de urn modelo Simples: umsupermercado imagmario em que muitos detalhes foram ig-norados (0 que os c1ientes estavam cornprando nao vem aocaso), Aquele modelo podia ser usado para responder a umaquestao do tipa "e se?": e se abrisse um novo caixa?

    Como mostrou a historia dos caixas no superrnercado,muita vezes e posstvel descrever e a~alisar urn modelo eco-nornico util em linguagem comum. Contudo, visto quemuito do que ocorre na economia envolve mudanca dequantidade (no preco de um produto, no nurnero de uni-dades produzidas, no numero de trabalhaclores emprega-dos na producao), os economistas muitas vezes conside-ram que um pouco de maternatica ajuda a esclarecer umaquestao. Em particular, um exernplo numerico, uma equa-cao simples ou especialmente um grafico poclem ser essen-ciais para entender um conceito econornico.

    A ssociates, fu nd ad a p or p rof essores d aUn iv ers id ad e d e P en si lv an ia .

    U m ramo particularmente lu crative daeconomia e a teoria d as financas. qu e aju daos inv estidores a av aliar q ue ativ os - taiscomo acoes de uma companhia - tern valor.O s teoricos das financas mu itas vez es setornam u ma esp ecie d e " cientistas esp aciais''muito bern pagos em grandes firmas deW all Street, p orq ue seu s m od elosf inanceiros exig em u ma g rand ee sp e ci al iz a cao t ec ni ca .

    Infeliz mente, a m ais famosa ap licacao d eteoria d as financas aos neg 6cios term inouem desastre. Em 1994, um grupo decorretores de W all Street formou u m tim ecom fam osos te6 ricos d as f inancas, inclu siv ed ois prem ios N obel, p ara eriar a L ong T ermC apital M anagement (L TC M ), u m fu nd o qu eu sav a m od elos financeiros sofisticad os p arainvestir 0 d inheiro d e clientes ricos. Aprincipio, 0 fundo teve exito, M as, em 19 98 .

    mas noticias vindas do mundo inteiro, compaises tao d iversos como R ussia, Japao eB rasil em apu ros ao mesmo temp o, causaramq rand es perd as aos inv estimentos da L TC M .D urante alg uns d ias tensos, m uitas p essoastem eram q ue 0 fu ndo nao 56 sof resse u mcolap so, m as tam bern q ue lev asse m uitasoutras com panhias com ele. G racas emp arte a um a cp eracao d e resgate org aniz ad ap eL o q overno. isso nao aconteceu . M as aL TCM fechou alg uns m eses d ep ois, tend oalgu ns d os seus inv estidores p erdido a maiorp arte d o d inheiro q ue hav iam ap Licad o.o que deu errado? Em parte foi azar. M asg ente experiente acu sou os econom istas d aL TC M de aceitarem riscos ex cessiv os. S eu smodelos prev iam que uma seris de masnoticias. com o as q ue d e f ato aconteceram ,era extrem am ente irnp rov av el. M as oseconom istas sensatos sabem q ue alg um asv ez es esc ap am p ossibilid ad es im port ant esm esm o com 0 m elh or d os m od elos.

    o q ue v ale um m od elo econ6 mico? E m alg unsc as os, v ale m uit o d inh eiro.

    E m bo ra m uito s m od elo s e con 6m ic osse jam d ese nv olv id os p ara f inalid ad esp uram ente cientif icas, ou tros saodesenvolv id os p ara aju dar os g ov ern os afaz er p olitica econ6 mica. E u m ramocrescente e d es en vo lv er m od el osecon6micos p ara aju dar as corporacces at omar d eci sd e s.Q uem faz modelos por dinheiro? H ad ez enas d e firmas d e consultoria q ueu sam m od elo s p ara p re ve r t end en cie sfu tu ras, p ara oferecer assessoria basead a emseus mod elos ou qu e d esenv olvem m od elosencomend ados p or clientes do setor priv adoou d o g ov erno. U m exem plo notavel e aG lobal Insig ht, a m aior f irm a d e consu ltoriaeconiimica do mundo. E la foi criad a por umafusao da O ata R esources Inc., fundada porprofessores d a U niv ersidad e d e H arv ard e doM I T, c om a W h art on E con om ic F ore cast ing

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    ELSEVIERC A P iT U L O 2 M O D E L O S E C O N O M IC O S : TRADE-OFFS E C O M E R 1 0 '2

    Qualquer que seja a sua forma, urn bom modele ccono-mico pode ajudar muito a comprecnsao. A melhor manciraele mostrar isso e considerar alguns modelos cconornicossimples, mas irnportantes, e 0 que eles nos infonnam. Va-mos examinar primeiro afrot1 teira das possibilidcules de pro-dH~(IO, urn modele que ajuda os cconomistas a pensar sobreos [mdc-orfs que eada economia enfrenta. Em seguida, pas-samos a vcmlclgcl11 comparat iva, um modele que esclarece 0principio elos ganhos do corncrcio, tanto 0 corncrcio entreindividuos quanto entre parses. Finalmente, vamos exami-na r 0 l J 1 o d e l o do j l u x o circulm-, que a juda os eeonomistas aanalisar as transacoes monetarias que ocorrcm na ccono-mia em seu conjunto.

    Ao discutir esses modelos, Iazernos uso cousideravel elegraficos para representar rclacocs matematicas. Esses grafi-cos desempenham U l1 1 papcl importante ao longo ele todoeste livro, Quem esra Iamiliarizadc com 0 uso ele graficosnao iera problemas com 0 material a seguir. Quem nao csta,deveria passar agora 010apendice dcste capitulo, que ofere-ce urna breve introducao ao uso elos graficos em cconornia.

    Trade-oi ls : a f ron te ir a da s po ss ib ilid ade sde producaoo Iilme Ndufrago, com Tom Hanks, e uma versao atualiza-da do classico de Robinson Crusoe, 0 heroi do romance deDaniel Defoe, do seculo XVIII, Tom Hanks dcsempcnha 0papel de unico sobrevivcnte de urn desasrre de aviao, quecaiu em uma i111aremota. Como na historia original de Ro-binson Crusoe, 0 personagem dcscmpenhado pOl' Hankston recursos limitados: os recursos naturais da ilha, algunsitens que conseguiu resgatar do aviao c, e clare, 0 seu pro-prio tempo e esforco. Tendo apenas esses recursos, ele ternde sobreviver. De fato, ele se tornou uma economia de urnhomern so,

    ,. ' , , , , . .tilk1tm,).A f ront eir adaspOS$ ibil jd ad~~. ~e . .. .r od ll ~ao . .. .i i A f r 0nt~ i rad~sPo~sI~ i l idad eSd~ i p rod~~~o it u st r~ . .. .. ...:. trade-ojfstorllqlJes~defr~ntaull1aecOn;!)lia

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    L _ 2 0 _ P _ / J , o au E E C O N O M I A ?caso, Tom poderia pescar 40 peixes e nao catar nenhumcoco ou, entao, ele poderia catar 30 cocos e nao pescar ne-nhum peixe, mas ele nao po de fazer ambas as coisas.)

    Na Figura 2-1, a fronteira das possibilidades de produ-cao intercepta 0 eixo horizontal em 40 peixes. 1ssosignifiesque se Tom dedicasse todos os seus recursos a pescar, elepescaria 40 peixes por sernana, mas nao teria sobra de re-cursos para poder colher cocos. A fronteira das possibilida-des de producao intercepts 0 eixo vertical em 30 cocos;isso significa que se Tom dedicasse todos as seus recurs os acatar coco, ele poderia obter 30 cocos por sernana, mas naolhe sobrariam recurs os para pescar.

    A figura mostra tambem trade-offs nao tao extremes.Par exemplo, se Tom decide pes car 20 peixes, ele pode co-lher 25 cocos; essa escolha de producao e ilustrada peloponto A. Se Tom decide pescar 30 peixes, de pode catar nomaximo 20 cocos, como rnostra 0 ponto B.

    Pensar em termos da Ironteira das possibilidades deproducao simplifica as complexidades da realidade. A eco-nornia do mundo real produz milhoes de bens diferentes.Ate urn naufrago numa ilha produziria rna is que dois itensdiferentes (por exemplo, necessitaria de roupa e moradia,alern de comida). Mas, neste modelo, imaginamos umaeconomia que produz somente dois bens.

    Quando simplificamos a realidade, contudo, a fronteiradas possibilidades de producao nos ajuda a compreenderalguns aspectos da economia real melhor do que cornpre-enderiamos sem a modelo ..

    Antes de mais nada, a fronteira das possibilidades deproducao e uma boa maneira de mostrar 0 conceito eccno-mico geral de eficiencia. Recordem do Capitulo 1que umaeconornia e eficiente quando nao ha oportunidades perdi-das: nao ha maneira de melhorar a situacao de alguem sempiorar a situacao de outrem. Urn elemento-chave da efi-ciencia e que nao ha oportunidades desperdicadas na pro-

    Figura 2-2Cu sto d e o po rtu n id ad e c re sc en teo formato abau lad o da fronteira das possibilidades deproducao reflete a c us to d e o po rtu nid ad e crescents.Neste exernplo, p ar a p ro du zir os primeiros 20 p eix es, T omprecis a sacr if ica r 5 cocos. Mas, para p rod uz ir u rnadicionat de 20 p eix es, ele pr eci se s ac ri fi ca r mais 25cocos.

    ELSEVIER

    ducao: nao ha maneira de produzir mais de urn bern sernproduzir menos de outros bens.

    Enquanto Tom esta na fronteira das possibilidades deproducao, sua producao e eficiente. No ponto A, as 25 co-cos que ele colhe sao 0 nurnero maximo que pode obterdado que decidiu pescar 20 peixes; no ponto B, os 20 cocosque ele colhe sao 0maximo que pode obter dada a sua esco-Iha de pes car 30 peixes, e assim par diante.

    Mas suponha que por alguma razao Tom esteja no pon-to C, produzindo 20 peixes e 20 cocos. Nesse case, estaeconornia de uma so pessoa seria, sem duvida, inef iciente,pois poderia estar produzindo mais de ambos os bens.

    A fronteira das possibilidades de producao e util tam-bern para lembrar 0 ponto fundamental de que a verdadei-ro custo de qualquer bern nao e apenas a quantidade de di-nheiro que ele custa quando 0 compramos, mas sim tudo 0rnais, alern do dinheiro, que tem de ser sacrificado a fim deobter esse bern, ou seja, a c us to d e o po rtu ni da d e. Se Tompescasse 30 peixes em vez de 20, ele s6 poderia colher 20cocos em vez de 25. Assim, 0 custo de oportunidade desses10 peixes extras sao 5 cocos nao colhidos. E se 10 peixesextras tern urn custo de oportunidade de 5 cocos, cada pei-xe tern urn custo de oportunidade de 5110 = 0,5 coco.

    Podemos explicar agora 0 formato abaulado da fronteiradas possibilidades de producao que vimos na Figura 2-1:ela reflete um pressuposto sobre como os custos de oportu-nidade mudarn quando se altera a composicao do produto.A Figura 2-2 mostra a mesma fronteira das possibilidadesde producao que a Figura 2-1. As setas na Figura 2-2 ilus-tram 0 fato de que, com esta fronteira de possibilidades deproducao abaulada, Tom se defronta com urn c us to d e o po r-t un id a d e c re s ce n te : quanta mais peixes ele pesca, tanto maiscoco ele tern de sacrificar para cada peixe adicional quepesca e vice-versa. Por exemplo, para passar de produzir 0peixe para produzir 20 peixes, ele tern de abdicar de cinco

    Ouantidadede COCOS

    20

    25 cocos

    . .. imp li eD obd ico rde.5 cocos

    Mos produzir mais20 p e ix e : . ..

    3530 I-;;;=---'--____.,25

    . ,. i m p/ ie a15 aM ica r d e m ais10

    P P Fo 10 20 30 40 50

    Q ua ntid ad e d e p eix es

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    ELSEVIERC A P I T U L O 2 M O D E L O S E C O N O M IC O S : T R A D E - O F F S E C O M E R C I O

    cocos. Isto c, 0 custo de oporumidade daqucles 20 peixessao cinco cocos. Mas, para alimental' sua producao de peixepara 40, isto e, produzir lim adicional de 20 pcixes, elc ternde sacrificar mais 25 cocos, m11custo de oportunidade mu-ito mais alto.

    Os economistas acrcdiram que os custos de oportunida-de norrnalrncnte sao cresccntcs. 0 motive e que, quando eproduzida apcnas uma pequcna quanticlade de um bun, aeconomia pode usar rccursos particularmente adequadospara essa producao. Por exemplo, se uma economia cultivaapenas uma pcquena quantidade de milho, este pode scrplanrado em lugares em que 0 solo eo clima sao perfeitospara plantar milho, e que sao menos adequados para plan-tar qualquer outra coisa, por excmplo, trigo. Assim, plantarmilho implica sacrificar apenas 1.1m8.peq1.1ena quantidadede producao potencial de trigo. Se a economia cultiva umaquanndade grande de milho, passa a usar terra que nao ctao boa para milho e que teria sido mais adequada para tri-go. Desse modo, a producao adicional de milho envolveraurn sacrihcio muito maior em 1en1105de producao de trigo.

    Finalmente, a fronteira das possibilidades de producaonos ajuda a compreender 0 que sigmfica falar de crcscimcl1toCC0I10111 ico .Aprescnramos o conce it o de crescim ento econo-mica na Introducao, definindo-o como a capacuiade crCSCCI1-te da cconom ia de prod Hzir hellS e s e rv i( o s. Como vimos, 0cresci memo economico e uma das caractertsticas lunda-mentais cia econornia real. Mas podemos realmente dizerque a cconornia crcsceu? Annal, cmbora a econornia ameri-cana procluza hojc muito mais coisas do que produzia ha urnscculo, ha hens que agora 5e produzcm muito menos, percxemplo, carruagens. Em ouiros termos, a producao demuiios itcus de Iato caiu, Como, entao, podernos afirmarcom seguranca que a economia em seu conjumo cresccu?

    A resposta, ilustrada na Figura 2-3, e que 0 crescimentoeconomico significa uma ex]JCIJ)S(1O da s p o s s ib i l i d C ld c s d e

    Crescimento economicoo crescim ento econornico resu lta em um des/o cam en to doftonieiro das p ossibilid ad es d e p rodu cao para fora, p orq ueas p ossibilidades d e procu cao se expandiram. A economiapode agora produz ir mais de tude. Por exemplo, se ap ro d u ca o e s ti ve s se inicialmente no p onto A (2 0 peixes e25 cocos), ela poderia r no v er -s e p ar a 0 ponto E ( 2 5peixes e 30 cocos) .

    prOciU(CfO do eCOllomiCl: a cconomia pode produzir mais detudo. Por excrnplo, se a producao de Tom esta inicialmenteno ponto A (20 pcixes e 25 cocos), 0 crescimento econorni-co sigmficaria que ele poderia mover-se para o ponto E (25peixes e 30 cocos). E esta [ora cia Ironteira original; assim,em um modele de Ironteira das possibilidades de produ-cao, 0 crescimeuto se mostra pOl' um deslocamento dafronteira para fora.o que uma cconomia de Iato produz depende das esco-lhas que as pessoas Iazem. Depois de suas possibilidades deproducao se expandirern, Tom podera de Iato opiar pornao produzir mais peixe e mais coco. Ele podera dccidiraumentar a producao de apcnas urn bern, e pode cscolherrcduzir a producao de urn s6 bem. Mas mesmo que, par al-guma razao, ele decida prnduzir menos coco e men os peixedo que antes, aiuda assim dirernos que sua econornia cres-ceu, porque cle p o d e r i C l ter produzido mais de tudo.

    A Ironteira das possibilidades de producao c tim modelemuito simplificado de uma economia, mas nos cia licoesimportantes sobre a economia real. Fornece a primeiroscntido claro de 11l1l elemento-chave cia eficiencia ccono-mica, ilustra 0 conceito de custo de oportunidade e Lornaclaro de que trata 0 crescimento eeon6mico.

    Vantagem com parativa e ganhos do comercioEntre as nove princrpios da econornia descritos no Capitu-lo 1cstava 0 dos ganhos do comercio: os ganhos mutuosque os individuos obtem ao se especializarern fazcndo coi-sas diferentes e comerciando entre eles. Nossa scgundailustracao de um modele economico e urn moclelo particu-larrnerue Uti! de ganhos do comercio: comercio baseadoem vantagens comparativas.

    Voltemos a Tom sozinho em sua ilha, mas supondo ago-ra que as ondas tragam urn outro naufrago, por acaso cha-

    Quant idadede cocos

    3530

    IlOVO

    252015105 P P F

    o 20 25 30 5000Q u a nt id ad e d e p eix es

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    22 P A IT E I 0 QUE E CON 0 M I ?mado Hank. Poderao os naufragos beneficiar-se do comer-cio entre eles?

    E obvio que havera ganhos potenciais de comercio se osdois naufragos fazem especialmente bern coisas diferentes.Por exemplo, se Tom e muito bom pescador e Hank e m ui-to born subindo em arvores, en tao faz sentido que Tompesque e que Hank colha coco, e que os dois homens co-merciem entre eles 0 produto do esforco de cada urn.

    Mas uma das descobertas rnais importantes da econo-mia e que ocorrem ganhos do cornercio mesmo que umadas partes nesse comercio nao seja melhor em alguma coi-sa. Suponha, por exernplo, que Hank se adapte menos avida primitiva do que Tom; ele e muito pior na pesca e,comparado a Tom, ate a sua capacidade de colher coco dei-xa a desejar. Nao obstante, veremos que tanto Tom quantaHank podern viver melhor comerciando urn com 0 outrodo que poderiam estanclo 565.

    Para as finalidades deste exernplo, vamos redesenhar apossibilidade de producao de Tom, representada pela fron-teira das possibilidades de producao no painel (a) da Figu-ra 2-4. De acordo com esse diagrama, Tom poderia pes carno maximo 40 peixes, mas somente se nao colhesse coco, epoderta colher 30 cocos, mas sornente se nao pescasse,como antes.

    Na Figura 2-4 substitnimos a curva da fronteira das pos-sibilidades de producao da Figura 2-1 por uma linha reta.Por que fazer isso, se ja vimos que os economistas conside-ram que 0 normal e uma fronteira das possibilidades deproducao abaulada? A resposta e que isso simplifica nossadiscussao. Como ja explicamos, para modelar, trata-se desimplificar. 0 principio da vantagem cornparativa nao de-pende do suposto de que as fronteiras das possibilidades deproducao sejam linhas retas, mas e mais facil de explicarcom essa suposicao.

    A fronteira das possibilidades de producao em linha retano painel (a) da Figura 2-4 tern uma inclinacao constantede -3/4. (0 apendice deste capitulo explica como calcular a

    Figura 2-4P ossib ilid ad es d e produ~aod e d o,is naufragos

    ELSEVIER

    inclinacao de uma reta.) Ou seja, para cada quatro peixesadicionais que Tom decide pescar, ele colhe tres cocos me-nos. Assim, 0 custo de oportunidade de um peixe para Tome de 3/4 de urn coco, independente da quantidade de peixeque ele pesque. Em cornparacao, a fronteira das possibili-dades de producao e curva quando 0 custo de oportunida-de de urn bern muda de acordo com a quantidade que ja foiproduzida. Par exernplo, voce po de ver na Figura 2-2 que,se Tom comeca no ponto em que e le n ao pescou nenhumpeixe e colhe 30 cocos, seu custo de oportunidade de pes-car 20 peixes sao cinco cocos. Mas depois que e le j a pescou20 peixes, 0 custo de oportunidade de 20 peixes adicionaisaumenta para 25 cocos.o painel (b) da Figura 2-4 mostra as possibilidades deproducao de Hank. Como a de Tom, a fronteira das possi-bilidades de producao de Hank e uma hnha reta, impli-cando urn custo de oportunidade constante de peixe emtennos de coco. Sua fronteira de possibilidades de produ-cao tern uma inclinacao constante de -2. Hank e menosproclutivo em tuclo 0 que faz: no maximo, ele consegueprocluzir 10 peixes ou 20 cocos. Mas ele e especialmenteruim na pesca; enquanto Tom sacrifica 3/4 de um cocopara cada peixe pescado, para Hank 0 custo de oportuni-dade de urn peixe e 2 cocos inteiros. A Tabela 2-1 resumeos custos de oportumdade dos dois naufragos para peixese cocos.

    TA BE LA 2-1C ustos de oportunidade de peixes e cocospara Tom e Hank

    Custo d e C usto d eoportun idade oportunidade

    de T om de H ankUrn p e ix e 3/4 d e coco 2 cocosUrn coco 4 /3 de peixe 1 /2 p eix e

    (a) Possibilid ad es d e p rod u cao d e T om (b) P ossibilid ad es d e p rcd u cao d e H ankd e c oc os

    C onsu mo d eH an k se mcomercio

    Q u antid ad e Q u antid ad eA qui, cada naufraqo tern urn custod e oportunidade constante d a p escae u ma f ro nte ira d as p ossibilid ad esde p roducao em linha reta. N o casode T om, cada peixe sempre tem umcusto de oportunid ade d e 3/4 de umcoco. N o caso de H ank , cad a peixesemp re tem um custo d eop ortu nid ad e d e d ois cocos.

    o

    20

    P P Fd e T om P P F d e H an k

    28 40Q u an tid ad e d e p eix es

    a 6 10Q u ant id ad e d e p eix es

    --------- . . . ~---- -~ . .

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    C A P I T U L OEL,EVIER

    ..V an tag emcomp arativ a. eg an ho s d o.comercio - .

    (a ) P rodu cao e consum e de T omQuant idaded e c oc os

    30 [ollsumo de To m

    109P P Fde T om

    o 2830 40Q u an tid ad e d e p eixes

    A o se especializarem e comerciar, os dois naufraqos podemproduzir e consumir ambos csbens cm maiorquantipade,.T om seespecializ a em .p esca. sua vanteqemcomparativ e, eHank,qu~ temumadesvantagemabsoluta nos dois bens,

    Tom e Hank podcm trilhar caminhos separados, cadaurn vivendo no scu lado do. ilha, pescando seu proprio pei-xe e colhendo seus proprios cocos. Suponhamos que descomecem assim e que suas escolhas de consumo sejamcomo no.Figura 2-4: no.ausencia de cornercio, Tom C0I1S0-me 28 pcixes e nove cocos por scmana, enquanto Hankcousoinc seis pcixes e oito cocos.

    Mas sera isso 0maximo que des pode rn Iazer? Nao, naoe. Dado que os clois naufragos tern custos de oportunidadediferentes, eles poelem Iazer um trato que melhora a situa-ca o de ambos.

    A T a be la 2-2 mostra como 0 WHO Iunciona: Tom se espe-cializa no. prod ucao d e peixe , pescanelo 40 pOl' sern ana, e chi.10 a Hank. Enquanto isso, I-lank se cspccializa na producaode cocos, catando 20 por sernana, e c ia 10 a Tom. 0 resulta-do se vt: na Figura 2-2. Tom agora consome ambos os bensem maior quantidade que antes: em vez de 28 peixes e nove

    T ABE LA 2-2Como os naufraqos g an ham d o co rn ercio

    Sem comerc io

    M OD E L O S E C O N O M IC O S : TRADE OFFS E C O M E

    (b) Producao e ccnsurno de HankQuant idadede cocos

    P r od u~ 60 d eH ~ lI kc om t ome rc io

    20 [o nsu mo d e H an k

    108 s em c om e rc ioPP Fd e H ank

    o 5 10Q u an tid ad e d e p eix es

    .m as u ma v antag em comparativa em cocos, se esp ecializ a. catando coco. O.resuttado e quecadanaufraqo pode

    .consumtr m aior qu anti d ade .d eam bos os bcnsdoque.sem.comercio.

    cocos, de consome 30 peixes e 10 cocos. E Hank tarnbemconsomc mais, passando de seis peixes e alto cocos para 10peixes e 10 cocos. Como a Tabela 2-2 tambem mostra, tantoTom como Hank obtern ganhos do comercio: 0 conSU1l10depeixe de Tom aumenta em dois, e seu consume de coco au-menta em um. 0 consumo de pcixe de Hank aumenta emquatro, e seu consumo de coco aumenra em dois.

    Assim, as dois naufragos ficam em situacao melhorquando cada urn deles se especializa naquilo em que e bome os clois comerciam. Para Tom, e uma boa ideia pescarpara ambos, pois seu CUSLO de oporumidade de um peixe eapenas 3/4 de um coco nao-colhido, cornparado com cloiscocos para Hank. Correspondcntcmenre, e uma boa ideiapara Hank GHar coco para ambos.

    Ou podenarnos dtze-lo ao c on rrario : p orq u e Tom e taobom no.pesca, seu custo de oportunidade cle caiar coco ealto; sao 4/3 de peixe nao-obtidos para cada coco colhido.

    Com comercio Ganhos do comercioProducao Consumo Producao Consumo

    T o m Peixes 28 28 40 30 +2C o c o s 9 9 0 10 +1

    Hank Peixes 6 6 0 10 +4C o c o s 8 8 20 19 +2

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    24 P A R E I 0 Q U E E E C O N 0 M I A ?.:Como Hank e um pescador precario, seu custo de oportu-nidade de catar coco ebem menor, somente meio peixe porcoco.o que diriamos neste caso e que Tom tem uma vanta-gem comparativa em pescar, e Hank rem uma vantagemcomparativa em colher cocos. Um individuo tern urna van-tagem comparativa na producao de algo se 0 custo de opor-tunidade daquela producao e mais baixo para aquele indi-vtduo do que para outras pessoas. Em outras palavras,Hank tern uma vantagem comparativa sabre Tom na pro-ducao de um bem ou service particular se 0 custo de opor-tunidade de Hank ao produzir aquele bern ou service emais baixo do que 0 de Tom.

    E claro que a hist6ria de Tom e Hank simplifica a reali-dade. Mas ela tambem nos ensina algo muito importanteque se aplica a economia real.

    Primeiro,o modelo oferece uma ilustracao clara dos ga-nhos do comercio: ao concordarem em se especializar efornecer bens urn ao outro, Tom e Hank podern produzirmais e, portanto, tel' uma situacao melhor do que se tentas-sem ser auto-suficientes.

    Segundo. 0 modele demonstra urn ponto importanteque costuma ser esquecido em analises do mundo real:enquanto as pessoas tiverem custos de oportunidade di-ferentes, cada pessaa tem a lg um a van tag em cam para tivaem alga , e ca da um a tem a lg um a d esva nta gem co mp ara tivaem alga .

    Note que em nosso exemplo Tom de faro e melhor doque Hank em produzir ambos os bens: Tom consegue pes-car mats durante a sernana e tambern colhe mais cocos. Istoe, Tom tern uma vantagem absoluta em ambas as ativida-des: ele consegue mais produto com uma dada quantidadede insumos (neste caso, 0 seu tempo) do que Hank. Existea tentacao de pensar que Tom nao tern nada a ganhar docornercio com Hank, que e menos competente.

    Mas n6s acabamos de ver que Tom de fato pode se benefi-ciar de urn acordo com Hank, porque e a vantagem compara -t iva, e nao a absaluta , que e a base do ganho mutuo, Nao irn-porta que Hank leve mais tempo para colher urn coco; 0 queimporta e que para ele 0 custo de oportunidade daquelecoco em termos de peixe e mais baixo. Assim, a despeito desua desvantagem absoluta ate mesmo em cocos, ele tern umavantagem comparativa na coleta de cocos. Enquanto issoTom, que pode usar melhor seu tempo pescando, tern umadesvantagem comparativa na extracao de coco.

    Se a vantagem comparatrva fosse relevante apenas paranaufragos, nao interessaria muito. Na verdade, a ideia davantagem cornparativa se aplica a muitas atividades econo-micas. Sua aplicacao mais importante se da possivelmenteno cornercio; nao entre indivtduos, mas entre nacoes. Va-mos examinar brevemente como 0 modelo da vantagemcomparativa ajuda a entender tanto as causas como os efei-tos do cornercio internacional.

    ELSEVIER

    V antagem com parativa e comerciointernacionalExamine a etiqueta de urn bem manufaturado vendido nosEstados Unidos, e e bem provavel que de tenha side pro-duzido em algum outro pais - na China, no japao ou mes-mo no Canada. Por outro lado, rnuitas industrias america-nas vendem uma elevada proporcao do seu produto no ex-terior (isso se aplica particularmente a agricultura, a altatecnologia e ao entretenimento).

    I'A R MAD I L HAS - - - - -. - - - - - - - .. - - . - .. - - -0C O N F U N D I N D O A V A N T A G E M C O M P A R A T I V A

    O s estu dan tes 0 f az em , o s co lu nis tas 0 fazem, e os politicos 0 faz ern 0 tempo tod o: eles confundem v antagem compotat iva com

    vantagem absolute . Por exernplo. nos anos 80. quando a economiaamericana parecia estar ficando para tras em relacao a d o J ap ao ,

    v imos muitos comentaristas alertar que, se os E stados U nidos nao melhorassem sua prod uti v ida de, dentro em pouco nao teriam mais

    vantagem comparativ a em coisa algu ma.o qu e esses comentaristas q ueriam d izer e que os E stados U nidos nao teriam mais v antag em obsoluta em nada - que cheg aria urn momento em que os japoneses seriam rnelhores em

    tudo. (Isso nao aconteceu, mas esta e outra hist6 ria.) E elestinham a ideia de que, nesse case. nao rnais seria vantajoso os

    ; E stados U nidos comerciarem com 0 Japao.M as, assirn como H ank pode se beneficiar do cornercio com T om

    (e v ice-v ersa), apesar de Tom ser melhor em tudo, uma na~ao podeganhar com 0 comercio mesmo que seja menos p rodu tiv a que as6 paises com qu e comercia em todas as ind ustries.Toda essa troca internacional de bens e services deve ser

    comernorada ou ser motive de preocupacao? Politicos e 0povo em geral muitas vezes questionam que 0 cornercio in-ternacional seja desejavel e argumentam que a nacao deve-ria produzir os bens ela propria, em vez de comprar dos es-trangeiros. Industrias em todo 0 mundo pedem protecaocontra a competicao estrangeira: os agricultores japonesesquerern manter de fora 0 arroz arnericano, os trabalhadoresnas siderurgicas americanas querem manter de fora 0 acoeuropeu. E essas demandas sao muitas vezes apoiadas pelaopiniao publica.

    Os economistas, no entanto, tern uma visao muito posi-tiva do comercio internacional. Por que? Porque eles 0consideram em termos da vantagem comparativa.

    A Figura 2-6 rnostra, com um exemplo simples, como 0cornercio internacional pode ser interpretado em termos davantagem comparativa. Embora 0 exernplo seja hipotetico,ele se baseia em urn padrao real de comercio internacional:os americanos exportam carne de porco para 0Canada, e oscanadenses exportam avioes para os Estados Unidos. Os pai-neis (a) e (b) da Figura 2-6 ilustram fronteiras das possibili-dades de producao hipoteticas para as Estados Unidos e

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    ELSEVIERC A P iT U L O 2 M O D E lO S E C O N O M I [ O S : T R A D E - O F F S E C O M E 1 0

    V an ta gem com parativa e comercio internacional

    (a) Fronteira das possibi lidadesd e p r o du c a o d e s E U AQuantidade

    de avioes

    com comercio............... /C onsu mo dos E VAs em c ome rc io Consumo d os E UA

    1.5001.000 Produrfiod os E U A co m

    P P Fdes E UA

    oQuanti dade de carne de porco

    (milhces de tonetadas)

    Ne ss e e xemp lo hipotetico, 0 C anad a e os E stados U nid osproduzem apenas dois bens: carne de porco e ev ioes. O s a vioesse medem no eixo v ertical. e a carne de porco no eixohorizontal. 0 paine! (a) m ostra a fronteira d as possibilid ad esde producao dos E stados U nidos. E la e r el at iv am en te a ch at ad a,implicando q ue os E stad os U nid os t e r n um a v an ta gem

    para 0 Canada, sendo a carne de porco rnedida no eixo hori-zontal e os avioes no eixo vertical. A fronteira das possibili-dades de producao dos Estados Unidos e mais acharada quea do Canada, implicando que os Estados Unidos tern umavantagem cornparativa em carne de porco, e 0 Canada ternuma vantagem cornparativa em avioes.

    Ernbora os pontos de consumo na Figura 2"6 sejam hi"poteticos, eles ilustram um princtpio geral: assim como noexemplo de Tom e de Hanks, os Estados Unidos e 0 Canadapodem obter ganhos mutuos do cornercio. Se os EstadosUnidos se concentram em produzir carne de porco e en"viam parte desse produto para 0 Canada, enquanto 0 Cana-da se concentra em avioes e envia parte desse produto paraos Estados Unidos, ambos os parses podem consumir maisdo que se insistirern em ser auto-sulicientes.

    Alern do mais, esses ganhos recfprocos nao dependemde cada pais ser melhor em produzir um dos ripos de bem.Se um pals tem, digamos, maior produto per pessoa-horaem ambas as industrias, is to e, se um pais tern uma vanta-gem absoluta em ambas as industrias, ainda assim ocorremganhos do comercio.

    Mas, como 0 cornercio de fato se leva a cabo em intera-coes de mercado? Isso nos leva ao nosso modele fmal, 0 dia-grama do fluxo circular, que ajuda os econornistas a analisaras transacoes que ocorrem em uma economia de mercado.

    (b) Fronteira das possibilidadesde producao do CanadaQuantidade

    de aviiies3.000 P ro du co o d o C an ad ac om c ome tc io

    2.0001.500

    s em c om e rc io. .:~ Consumo

    d o C an ad ac om c om e tc io

    P P Fd o C a na dao 0,5 1.5

    Quantidade de carne de porco(milhfies de toneladas)

    comparativa na producao de carne de porco. 0 painel (b)rnostra a fronteira d as possibilidades de produ cao.d o C anad a eteminclinacao relativ amente forte, imp licando q ue a C anadatem uma vantag em comparativ e na p roducao de av ices. A ssirncomo dais indtv iduos, os dais paisesg anham com aesp ecializ acao e 0 comercio.

    Transacoesr 0 diagram a do fluxo circularN a pequena economia criada por Tom e Hank em sua

    ilha, faltam muitas caracteristicas da economia em que vi-vem os arnericanos hoje em dia. Por exemplo, ernbora mi-lhces de americanos sejarn autonornos, a maioria clos tra-balhadores sao empregados, norrnalmente em uma ernpre-sa com centenas au mil hares de emprcgados. Alern disso,Tom e Hank parricipam apenas da mais simples das transa-Goes econornicas, 0 escambo, em que um individuo trocadiretamente um bern ou service que tern pOI' um bern ouservice que deseja. Na moderna econornia, a troca direta erara: em geral, as pessoas trocam bens e services por dienheiro (pedacos de papel colorido sem valor inmnseco) edepois trocarn esses pedacos de papel colorido pOl' bens eservices que desejam. Ou seja, elas vend em bens e servicese cornpram outros bens e services.

    E elas vendem e compram uma porcao de coisas diferen-tes. A economia americana e uma entidade de imensa com-plexidade, com mats de 100 milhoes de trabalhadores em"pregados por centenas de milhares de companhias, produ-zindo milhoes de diferentes bens e services. Mesmo assim, eposstvel aprender algo importante sobre a economia exarni-nando 0moclelo simples que aparece na Figura 2-7, 0 dia-grama do fluxo circular. Esse diagrama represents as tran-sacoes levadas a cabo em urna economia com duas especies

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    D ia gram a d o flu xo circu la rDinheiro Domicilics Oinheiro

    E st e m od ele re pre se nt a 0 fluxo de d inheiro eo de bens e serv ices em urna economia. N o

    B ens e Fatoresm ercad o p ara bens e serv ices. os d om icilios servicescom pram bens e serv ices d as firm as, g erand oum fluxo de d inheiro em direcao as firmas e Mercados

    d e h en s Mercadosurn fluxo de bens e serv ices em direcao aos e services d e f a to re sdomid lios. 0 d inheiro flu i de v olta para 05d om icilios q uand o as firm as com prarn f atoresde producao dos domid lios nos mercados de Bens efatores. services Fatores

    Empresas Oinheiro

    IP A I T E I o au E E C O N O M I A ?de Iluxos ao redor de urn circulo: 0 fluxo ftsico, como debens, services, trabalho ou materias-primas, em urna dire-~ao e a fluxo de dinheiro, que paga par essas coisas fisicas,na direcao oposta. Nesse caso, 0 fluxo Iisico se mostra emurn tom mais claro, e 0de dinheiro em urn tom mais escuro.

    Os diagrarnas do fluxo circular mais simples modelamuma economia que tern apenas do is tipos de "habitantes":domicilios e empresas. Urn domictlio consiste em um in-divtduo au um grupo de pessoas (usualmente, mas nao ne-cessariamente, uma familia) que compartilham sua renda,Uma firma e uma organizacao (norrnalmente, mas nao ne-cessariamente, uma ccrporacao) que produz bens e servi-cos para a venda e que emprega membros dos domictlios.

    Como se ve na Figura 2-7, ha do is tipos de mercadonessa econornia-modelo. De urn lad a (aqui, no lade es-querela), ha mercados de bens e services em que os do-mictlios compram das firmas os bens e services que dese-jam, e isso produz urn fluxo de bens e services em direcaoaos domicilios e um Iluxo de retorno de dinheiro em dire-~ao as Iirrnas.

    Do outro laclo, ha os mercados de fatores, Um fator deproducao e um recurso usado para produzir bens e servi-cos. Os economistas normalmente usam 0 terrno Ja tor d eprodu~ao para se referir a urn recurso que nao se esgota to-talmente na producao. Por exemplo, os trabalhadoresusam maquinas de costura para transformar tecido em ca-misas; os trabalhadores e as maquinas sao fatores de produ-cao, porern 0 tecido nao e. De modo geral, os principais fa-tores de producao sao trabalho, terra, capital e capital hu-mano. Trabalho e urn esforco dos seres humanos; terra eurn recurso suprido pela natureza; capital se refere a recur-sos "criados" > tais como maquinas e edificios; e capital hu-mana se refere a conquistas educacionais e capacidade tee-nica da forca de trabalho, que aumentam a sua produtivi-

    Figura 2-7

    ELSEVIER

    clade. E claro que cada urn e, na verdade, uma categoria enao urn unico fator: terra no estado de Dakota e bern dife-rente de terra na Florida.o mercado de fatores que a maioria das pessoas conhecemelhor e 0 m erc ad o d e tm ba lh o, em que os trabalhadoressao pagos por seu tempo. Alern de trabalho, podemos ima-ginal' que os domicilios possuem e vendem as firmas outrosfatores de producao. Par exernplo, quando uma corpora-cao paga diviclendos aos seus acionistas, que sao mernbrosdos domicilios, na verdade esta pagando pelo usa de rna-quinas e ediftcios que, em ultima instancia, pertencem a es-ses investidores.

    Em que sentido a Figura 2-7 e urn modele? Isto e, emque sentido ela e uma representacao stmpliJicada da reali-dade? A resposta e que essa figura ignora uma serie de com-plicacoes do mundo real. A seguir, alguns exemplos: No mundo real, a distincao entre empresas e clomicilios

    nao e sernpre assim tao clara. Consideremos urn peque-no neg6cio familiar: uma Iazenda, uma loja, um pequenohotel. E uma empresa ou e um dornicilio? Urn quadromais completo incluiria urn boxe separado para as em-presas familiares.

    Muitas das vendas que as empresas fazem nao sao paraos domictlios, mas para outras ernpresas. POl' exemplo,as siderurgicas vendern sobretudo para outras firmas,como os fabricantes de autornoveis, e nao para os domi-cilios. Um quadro mais complete teria deincluir essesfluxos de bens e dinheiro dentro do setor das empresas.

    A Figura nao mostra 0 governo que, no munclo real, re-tira do fluxo circular uma boa quantidade de dinheirona forma de impostos, mas tarnbern injeta de volta aofluxo uma boa quantidade de dinheiro na forma de gas-to publico.

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    EL~EVIERC A P iT U L O 2 M O D E L O S E C O N O M IC O S : TRADE-OFFS E C O M E RC IO

    Em ourros rcrmos, a Figura 2-7 nao e de modo algumurn quadro complete de todos os tipos de "habitantes" ciaeconomia real ou de todos os Iluxos de dinheiro e de itcnsIisicos que ocorrcm entre esses habitantcs.

    Apesar de sua sirnplicidade, 0 diagrama do Iluxo circu-lar, como qualquer outro modelo econ6mico, e urna ajudauul para pcnsar sobrc a economia.

    Por cxemplo, um diagrams do Iluxo circular pede aju-dar a cntender como a economia conscgue proporcionarempregos para uma populacao crcsccnrc. A titulo de ilus-tracao, consideremos a enorrne expansao da Iorca de traba-lho (0 numero de pessoas que que1'em trabalhar) nos Esta-dos Unidos entre 0 comcco dos anos 60 e 0 Iim dos anos80. Esse aumento Ioi causado em parte pclo Ienorneno de-mogralico do ba);y boom nos Estados Uniclos, 0 surto de au-mente de nataliclade pos-Scgunda Guerra Mundial; a pri-meira gerac;ao do baby boom comecou a procurar cmpregono C0111e(Olos anos 60, c a ultima buscou trabalho no rimdos 80. Alern disso, mudancas socials levaram uma propor-cao cada vez maier de mulhercs a procurar emprego [ora clecasa. 0 resultado e que, entre 1962 c 1988, 0 numero deamericanos cmpregados ou procurando emprego aumcn-tou 71% .

    Isso e muira gente procurando seu primeiro emprego.Mas, felizmentc, 0 numero de empregos iambem se expan-

    C re sc im e nto d a e co no m ia n os E s ta do sU n id os , 1 962 "1 988

    diu durante 0 mcsmo pcnodo, em pe1'centagem quase igual.Ou Ioi apenas sorte? 0 diagrama do Iluxo circular nos

    ajuda a cntcnder por que a numcro de empregos dispo-ntveis crcsccu junto com a expansao da Iorca de traba-lho. A Figura 2-8 compara os fluxes de dinheiro ao rcdordo circulo ciaeconomia nos Estados Unidos entre 1962 e1988. Tanto 0 dinheiro pago aos clomicflios quanto 0 di-nhciro gasto pclos dornictlios aumentou enorrncmentedurante 0 pertcdo, e nao foi pOl ' acaso. A meclicla quemais pessoas passaram a trabalhar, ou seja, mais trabalhoera vendido nos mercados de Iatorcs, os domicflios ti-nham mais dinheiro para gaslar. Eles usaram esse au-mcnto de rcnda para comprar mais bens e services nosmcrcados de hens e services. E, a fim de procluzir essesbens c services, as empresas tinham de empregar maistrabalhadores.

    Assim, apesar de ser um modele muito simples da ceo-nomia, 0 cliagrama do fluxo circular ajuda a entender al-guns Iatos importantes sobre a economia real. De acordocom 0 modele, 0 numcro de empregos nao e Iixo porquecle dcpendc de quaruo gasta os domictlios; e a quantia queos domictlios gas tam depcnde de quantas pcssoas CSlaO tra-balhando, Em outras palavras, nao e pOl ' acaso que a econo-mia de algum modo cria empregos suficientcs quando aIorca de irabalho cresce rapidamentc,

    1962Dinheiro DinheiroDornicilios

    7 0 m ilhoe s d etrabathadores

    EmpresasDinheiro Oinheiro

    E stes d ois d iag ramas d e flu xo circu lar, Uin correspondente a1962, Dutro a 1988, ajudam a entender como a econorn iaamericana to i c ap az de produzi r emp reg o su ficiente para su acrescents forca de trabatho. 0 nu rnero de trabalhad ares q uased ob ro u en tre 1962 e 1988, enquanto 0 fluxo de dinheiro entredomicilios e empresas se multiplicou por nove. A medida que a

    1988Dinheiro OinheiroDornici l ios

    1 20 lI 1ith 6e s d etrabathadores

    EmpresasDinheiro Oinheiro

    forca de t ra ba lho c re sc i a , 0 dinheiro para os domiciliosaumentava, e seu s gastos em bens e services cresciarn. Issoob rig ou as em presas a empregar mais trabalhad ores p araatender a maier procura de bens e se rv ice s e g ero u maisem preg os p ara os d om icilios.

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    ECONOM IA ?8 o Q U E

    e _ c _ o _ n D _ m _ i. a _ _e m ._ a . c i i a . - - - _ . - ---0Na~iio rica, na~iio pobreTire sua roupa (em urn momento e lugar adequado, e ob-vio) e olhe as etiquetas que mostrarn de onde ela vern. NosEstados Unidos, pode-se apostar que muitas delas, senao amaioria, sao feitas no exterior, em algum pais muito maispobre que os Estados Unidos (talvez El Salvador, Sri Lankaou Bangladesh)_ .

    Por qu~ esses patses sao tao mais pobres que os EstadosUnidos? 0motivo imediato e que essas economias sao bernmenos produtiva s - as empresas desses parses simplesmen-te nao conseguem, com urna dada quantidade de recursos,produzir tanto quanta as empresas cornparaveis nos Esta-dos Unidos ou outros patses ricos. Por que tais diferencasde produtividade entre patses sao tao grandes e uma ques-tao profunda - de faro, e uma clas principais questoes quepreocupam os economistas. Mas, em todo caso, a diferencade produtividade e um fato.

    Mas, se as econornias desses patses sao tao menos produ-tivas que ados Estados Unidos, como e que eles produzemuma quantidade tao grande da roupa usada pelos america-nos? Por que os americanos nao a fabricam eles mesmos?

    A resposta e a "vantagem cornparativa". Possivelmente todaindustria em Bangladesh e menos produtiva que a industriacorrespondente nos Estados Unidos. Mas a diferenca de pro-dutividade entre paises ricos e patses pobres varia segundo 0bem; e muito grande na producao de bens sofisticados, comoavioes, mas nao e tao grande na producao de bens simples,C01110 vestuario. Assirn, a posicao deBangladesh com respeito aproducao de roupa e analogs a posicao de Hank com respeito acoleta de cocos: ele nao e tao bom quanta 0 outro naufrago,mas e 0 que ele faz comparativamente bem.

    >BREVE REV ISAO> A maioria d os modeios econernicos sao " ex perim entos m en-

    tais" ou representacces simplificadas da realidade, basea-das no suposto de Q ue tudo 0 m a is p er ma ne ce c on sta nte .

    > Um mod ele e co ndmic o im po rt an te e a fr o nte ir a d a s possibi-li da de s d e p ro du fi io , Q u e ilu stra os conceitos d e ef tciencta.cu sto de op ortu nid ade e crsscim ento econom tco.> Van ta g em compa rat iv a e u rn m od elo q ue ex p lica a fonte d os g a-n ho s d o cor ne rc io , m as f re qi le nt emen te e c on fu nd id a com van-t ag em a bs olu te . C ada pessoa e cada pais tem uma vantagemcom parativ a em alg o, f az end o su rg ir os g anhos d o com ercio.

    > N as economias mais sim ples, as p essoas faz em e scambo , outroca direta, em Lugar de comerciar com dinheiro, como sefaz na economia moderna. 0 d ia gr am a d o ! lu xo c ir cu la r e ummod ele q ue rep resenta transacces d entro d a economia com ofluxos de bens e serv ices. de ja to re s d e p ro du r;iio e de di-n he iro e ntre domicflios e empresas, Essas t ransacees OCOT-rem em m ercad os d e bens e serv ices e m ercad os d e fatores.

    ELSEVIERT E ST E SE U E N T E N D IM E N TO 2-11. V erd ad eiro ou f alse? E xp liq ue su a resp osta.

    a. Um aumento na quantidade de recursos de que disp6e Tompara produzir coco e peixe nao muda sua fronteira das possi-bilid ad es d e prcducao.

    b. Uma mudanca tecnol6g ica que permite a T om pesear maispeixe com qualquer quantidade de coco resulta em uma mu-danca na sua fronteira de possibilidades de prcducao,c. A fronteira das possibilidades de producao e utit porqueilu stra q uanto d e u m bem u ma economia e obrig ad a a renu n-ciar, para ter mais de outro bem, independentemente de osrecu rsos estarem send o u sad os com eficiencia.

    2. N a Italia, um autom6 vel pode ser produzido por oito trabalha-dores em um dia, e uma maquina de lavar roupa por tres traba-lhadores em um dia. N os E stados U nidos, um autom6vel podeser produzido por seis trabalhadores em um dia, e uma maquinade lavar por dois trabalhadores em um dia.a. Q ue pals tem uma vantagem absolu ta n a p ro d u ca o d e au to-

    rnovsis? E na de maquinas de lavar?b. Q ue p ais te rn uma vantagem comparativa na producao dernaq uinas d e lav ar? E d e a ut om6veis ?c. Q ue padrao de especializacao resultaria em maiores g anhos

    d o cornercio entre os d ois p aises?3. U se 0 d iag rama d o fL uxo circu lar p ara exp licar com o u m au men-

    to no dinheiro gasto pelos domicilios resulta em um aumentono nurnero d e em preg os na economia. R elate 0 qu e preve 0 mo-d elo d o f lu xo circu lar.

    A s re sp os ta s e st ao n o fi m do l iv ro.

    o _ US O _O f M a O f L O S - - - - - . - - - - - - - - - - - - . - - - - - - 0A analise economica, como vimos, e principalmente umaquestao de eriar modelos que se ap6iam em urn conjuntode principios hasicos, e acrescentar alguns pressupostosmais especificos que permitem, a quem constr6i U111 mode-10 , aplicar aqueles principios a uma situacao particular.Mas 0 que os economistas de fa to Jazem com seus modelos?

    Economia posi ti va versus e conomia normat iv aImagine que voce seja urn assessor economico do governono seu estado. Quais seriam as possiveis questoes do gover-nador as quais voce responcleria 7

    Eis at tres questoes posstveis:l. Qual sera a receita dos pedagios nas rodovias do esta-

    do no ano que vern?2. Qual seria a receita se 0 pedagio passasse de $1 para

    $1,5073. Devemos aumentar 0 pedagio, considerando que esse

    aumento reduzira 0 transito e a poluicao do ar pertoda Estrada mas significara dificuldade financeira paraos usuaries frequentes?

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    C A P i T U L O

    Ha Ulna grande difercnca entre as duas prirneiras ques-toes e a tcrccira. As eluas primeiras sao questocs sabre fa-tos. Sera verificado se a previsao do total de pcdagio a serarrecadado esta certa ou errada quando a cobranca de pe-dagio de Iato liver ocorriclo. A esiimativa sobre 0 eleito darnudanca de preco do pcdagio e urn POllCO mais dificil deverificar, pais a reccita dcpcnde de outros Iatores alern doprec;.o do pcdagio. E e possivel que seja dilicil scparar ascausas de uma mudanca na receita, Ainda assim, em prin-cipio, ha apenas uma (mica resposta corrcta.

    Mas a questao sabre se 0 pedagio deve 0\.1 nao ser aumen-tado pede nao tel' uma (mica resposta "correta", Duas pes-soas podcm concordat sobrc os efeitos de urn pedagio maiscaro, mas ainda assim podern discordar sobre se 0 aumentodo preco do pedagio e uma boa ideia. Par cxemplo, algucmque mora pcrto ciarodovia, mas nao a usa muito, se importa-ra muito com barulho e polulcao, mas nem tanto com a cus-to de usar a rodovia ..[a as pnoridades de urn usuario regularque nao vive perio cia rodovia serao 0 OpOS10.Esse exemplo revela uma disuncao-chave entre dois pa-pels c1esempenhados pela analise ecouormca. A analise quebusca responder questoes sobre a mancira como 0 mundoIuncioua, que tem respostas que sao claramentc certas oucrradas, e conhecida como economia positiva. Per outrelado a analise que envolve dizer como 0 mundo cleveriafuncionar e conhccida como economia nonnativa. Em ou-tros termos, a econornia positiva trata de descricao, a ceo-norma normative trata de prescricao.

    A economia posit iva ocupa a maior pane do tempo e doesforco dos economistas profissionais. E os modelos cle-sernpenham urn papel crucial em quase roda a economiapositive. Mas, como mencionamos antes, 0 governo amcri-cano usa urn modclo de computador para avaliar propostasde mudancas na pohrica rriburana nacional. Muitos gover-nos esiaduais tern modelos similares para avaliar os cfeitosde suas proprias politicas tributarias.

    Convern notar que ha Ul11adistincao sutil mas relcvanteentre a primeira e a segunda questao, que, imaginamos, po-deria ser perguntada pclo governaclor. A primeira quesiaopede simplesmente urn prognosiico cia receita do ano quevern, ou seja, uma previsao. A segunda questao e elo upo"se, entao " e pergunta como a receita mudaria se a lei tribu-taria mudasse. Aos economistas se pede responder a ambosos tipos de questao, mas os modelos sao particularmcnteutcis para responder a questocs do ripo "se, entao",

    As respostas a tais questoes muitas vezes servem de guiapara poliucas publicas. Mas ainda assim elas sao precli

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    I30 PARt I/ o QU E E ( O N O M I A ?ouve-se muito mais sobre as areas de desacordo entre oseconornistas do que sobre a arnpla area em que ha acordo.

    Vale a pena lembrar tarnbem que a economia, inevita-velrnente, e muitas vezes ligada a politica. Em relacao a va-rias questces, ha poderosos grupos de interesses que sabemquais opinioes querem ouvir. Por conseguinte, tern um in-centivo para descobrir e promover economistas que profes-sern essas opinioes, dando-lhes uma proeminencia e umavisibilidade que nao guarda prcporcao com o.apoio queeles tern entre seus colegas.

    Mas, ainda que a aparencia de desacordo entre os econo-xmistas seja maior que 0 verdadeiro desacordo, continua sen-do verdade que os economistas muitas vezes discordam a res-peito de coisas importantes, Por exemplo, alguns economis-tas muito respeitados argumentam com veemencia que 0go-verno americano deveria substituir a imposto de renda porum im p as to s ab re a v al or a g re g ad o , um impasto nacional sabreas vendas, que e a principal fonte de receita governamentalem muitos patses europeus, Outros economistas igualmenterespeitados discordam, Por que essa diferenca de opiniao?

    Uma Fonte importante de diferenca sao os valores: comoem qualquer grupo varia do de individuos, pessoas razoa-veis podem divergir. Em comparacao com 0 imposto derenda, um imposto sobre 0 valor agregado norrnalmentetende a recair de forma mais pesada sobre as pessoas comrenda modesta. Assim, um economista que por si 56 apre-cie mais uma sociedade com mais igualdade social e de ren-da tendera a ser contrario ao imposto sobre valor agregado.Um econornista com valores diferentes tern menos proba-bilidade de se opor ao imposto sobre 0 valor agregado.Uma segunda fonte importante de divergencia provernda construcao de modelos econormcos. Como os econo-mistas baseiam suas conclusoes em modelos, que sao re-presentacoes simplificadas da realidade, dois economistaspodern legitimarnente discordar sobre quais simplificacoessao adequadas e, portanto, chegar a conclusoes diferentes.

    PARA MENTES CUR IO SA $ -QUANDO OS ECONOMISTAS CONCORDAM"Q uand o d ois economistas se juntam, hit tiesopin ioes d i ferentes" , diz uma piada deeconomistas. M as sera que as econornistas def at o d isco rd am t ant o?

    N ao, segundo uma pesquisa entre osmembros d a A ssociacao A mericana d eE conomia, pu blicad a na ed icao d e maio d e1992 da A m er ic an E co no m ic R ev ie w. Osautores perguntaram aos participantes seconcordavam ou discord av am d e urn certonurnero de proposicoes sobre economia ; 0que eles encontraram foi um grau de

    ELSEVIER

    Suponha que 0 governo dos Estados Unidos esteja pen-sando em introduzir urn imposto sobre 0valor agregado. 0econornista A pode basear-se em urn modelo que se COTI-centra nos custos administrativos do sistema tributario,isto e, 0custo de monitorar, processar documentos, arreca-dar 0 imposto, e assim por diante. Esse econornista poderaentao assmalar os elevados custos de administrar um im-posto sobre 0 valor agregado, bem conhecidos, e argumen-tar contra a mudanca, 0 economista Bpodera pensar que amaneira correta de abordar a questao e ignorar os custosadministrativos e focalizar em como a lei proposta rnodifi-caria 0 cornportamento relativo a poupan

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    ELSEVIERC A P I T U L O 2 M O D EL O S E C O N O M IC O S : T R A D E - O F F S E C O ~ 1 E R C I O :H

    ,~."i:S :

    E co no mista s n o go ve rn oMuitos economistas se ocupam principalmente de ensino epesquisa. Mas urn bom numero de economistas tern umaparttcipacao mars dircta nos evenios.

    Como descrito na secao "Para Mentes Curiosas" na pagi-na 18, os economist as dcsernpcnham um papel importanteno mundo dos negocios, especialmcute no serer Iinancci-r o o Mas o envolvimento mais evidente clos cconomistas nomundo real e a sua exrensa participacao no governo.

    lsso nao deveria surpreendcr. Uma das Iuncoes mais irn-portanres do governo e Iazcr poluica ecouomica, E em quascroda decisao de politica do governo e precise levar em COnLaos efcitos econornicos. Assim, os governos em toelo 0mun-do empregam cconomistas em uma variedade de Iuncoes.

    No governo dos Estados Unidos, um papcl essencial edesempcnhado pelo Conselho de Assessores Economicos,urn ramo do Executive C i s L O e, funcionanos da presiden-cia), cu]a unica finalidade e aconselhar a Casa Branca emmateria ccouomica e preparar 0 Rclatorio EconornicoAnual do presidcnte dos Estados Unidos. De forma poucousual para urn orgao de governo, a maioria clos economis-tas do Conselho nao e Iuncionario publico de longo prazo,mas sim professores universitarios em liccnca par um oudo is anos, Muitos clos cconomisras mais conhccidos dopais serviram no Conselho de Assessorcs Economicos emalgum memento de sua carrcira.

    Os cconomistas tambem tern um papcl importante emoutras partes do governo americano. De Iato, como disse 0Departamento de Estatisrica do Trabalho em seu Occupati-onal Outlook Handbook, "em quase todas as areas do go-verno trabalham alguns cconomisias''. Pode-se dizer que 0proprio Departamento de Estaustica do Trabalho e 1 . . 1 1 1 1 im-portante empregador de economistas.

    Vale a pena lcmbrar que os economistas desempcnhamum papel parucularmente importante em cluas organiza-Goes internacionais com scde em Washington: 0 FundoMonetario Internacional, que presta assistencia e Iaz em-presumos a patscs que passam por dificuldades cconomi-cas, eo Banco Mundial, que presta assisrencia e faz ernprcs-limos para promover 0 descnvolvimento economico delongo prazo.

    Sera que todos Esses cconomistas no governo discordamentre clcs todo 0 tempo '1 Sao as suas posicoes ditadas emgrande mcdida por sua aliliacao poluica? A resposta a am-bas as quesioes e nao. Embora exisram debates importantessobre questoes economicas no governo c a pohrica inevita-velmente tenha algum papel, ha um a111pl0acordo entre oseconomistas sobre muitas questocs, e a maioria dos ccono-mistas no governo se eslorca por avaliar as quesrocs demodo tao objctivo quanto possivel.

    .(;O s eco nomistas se d ed icam so bretu do a e conom ia po si ti v a,a analise do modo com o 0 m und o fu nciona, com o as resp os-tas sao daramente corretas ou erradas, e que envolve fazerp rev isfies. M a s na eco nom ia no rm ativ a, q ue faz p re sc ric oessobre com o as coisas dev eriam ser, m uitas v ez es nao existeuma resposta certa ou errada, e apenas urn ju lg am ento devalor.O s econom istas d iscord am por du as razfies, ma s nao tantoquanta se diz . P rimeiro, eles podem d iscordar sobre quaissimptif icacoes adotar em um modelo. Seg undo, os econo-mistas podem discordar - como qualquer pessoa - sobrevalores.

    1. QuaLd a s afirmacoes q ue se seg uem e um a afirmacao positiva?Qua l e urna proposicao normativa?a. A socied ad e p re cise t omar medidas para ev itar que as pes-

    soas ten ham u m com portam ento p essoal p erig oso.b. A s pessoas que tem com portamento p essoal perig oso im -

    p oem cu stos rnais aLtos a sociedade em virtude de custosm ed ic os m ais e le va do s.

    2. V erd ad eiro ou f also? E xp liq ue su a resp osta.a. A opcao politics A e a opcao politica B tentam alcancar 0

    m esm o objetiv o social. A op cao p olitica A , contu do, resu ltaem ur n uso de recursos m enos eficiente qu e a op cao p olit icaB . P or conseg uinte, os econom istas tend em a concord ar q uea o pc ao pol it ic a B e preferivel.

    b. Q uando dois economistas d iscordam sobre a convenienciade u r na po li ti cs . t i p icamente e porqu e u m d eles com eteuum ena.

    c. O s form ulad ores d e p ol\ticas p ublicas sem pre p od em ap licaranalise econ6 mica para decid ir que objetiv os a socied aded ev eri a t en ta r a lc an ca r.

    A s respostas estao no fim do liv re.

    U M O l H A R A D I J \ .N T E Este capitulo deu uma primeira visao do que significa fa-zcr analise ecouornica, comccando pela idcia geral demodele como forma de entendcr um munclo complicadoe , em seguida, examinanclo tres modelos innodutoriosSimples.

    Para perccber como funciona de verdade a analise ceo-nomica, contudo, e para mosirar 0 quanta tal analise podescr util, precisamos paSSar a urn modele mais poderoso.Nos dois capuulos que se seguem, varnos estudar 0modelecconomico cssencial, aquele que tern uma capacidade es-paniosa de tornar comprcensiveis muitas questocs de poh-tica econornica, prevo' 0 eleito de muitas Iorcas e rnudar amaneira pela qual vernos 0mundo. Esse modele e conheci-do como "ofcrta e procura".

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    32 JP A RIT E E C O N O M I A ?Q U ERESUMO > > > > > > > > > > > > > > > >1. Quase toda a economia e baseada em modelos, que sao "ex-

    perimentos mentais" ou versoes slrnpliflcadas da realidade, emuitas vezes usam instrumentos maternaticos tais como gra-Ilcos. Urn pressuposto importante em modelos econormcos eo pressuposto do tudo 0 rnais constante, que permite anali-sar 0 efeito de uma mudanca em urn fator man tendo cons tan-tes tad os os denials fatores relevantes,

    2. Urn modele importante e 0 cia frorueira das possibilidadesde producao. Ele ilustra 0 CLlSlO de oponuniclade (mos-trando que quanticlade de urn produto e produzida de me-nos quando e produzida maier quanudade de outro) ; efi-ciencia (uma economia e eficiente quando produz na [ron-teira das possibilidades de producao); e crescimento eco-nornico (uma expansao da Ironteira das possibilidades deproducao) .

    3. Outre modele importante e 0 ciavantagem cornparativa, queexplica a Ionte clos ganhos do cornercio entre indivrduos eparses. Toclo mundo tern aJguma vantagem comparativa emalgo, algum bern ou service em que a pessoa tern custo deoportunidade mais baixo que todas demais pessoas. Mas,rnuitas vezes, ela e confundida com vantagem absoluta, a ca-pacidade de produztr um determinado bem ou service me-lhor do que qualquer outra pessoa. Essa confusao leva algunsa conc1uir erroneamente que nao ha ganhos do cornercio en-tre pessoas e parses.

    4. Na mais simples das economias, as pessoas fazem escambo,ou seja, trocarn bens e services pOl' outros bens e services,em vez de troca-los pOl' dinheiro, como em urna econorniamoderna, 0 diagrama do fluxo circular e urn modele querepresenta transacoes dentro da economia como fluxos debens e services, e fluxos de renda entre domictlios e empre-sas. Essas transacoes OCOlTemem mercados de bens e servi- > > > > > > > > :> :>Modelo, p. 18Pressuposto de tudo 0maisconstante, p, 18

    Fronteira das possibilidades deproducao, p. 19

    Vantagern cornparativa, p. 24Vantagem absoluta, p_ 24Escambo, p. 25Diagrarna do Iluxo circular, p. 25

    Domicflio, p. 26Empresa, p. 26Mercados de bens eservices, p. 26

    Mercados de fatores, p. 26Fatores de producao, p. 26Economia positiva, p. 29Econornia norrnativa, p _ 29Previsao, p. 29

    PROBLEMAS > > > > > > > > > > > > :> >1. Atlantis e uma pequena ilha isolada no Atlantica SuL Seus ha-

    bitantes cultivam batatas e pescam, A tabeJa a seguir mostra 0produto anual maximo de cornbinacoes de batatas e peixesque pode ser produzido. E claro que, com seus recursos e tee-nologia limitados, se eles usarem mais recursos para produzirbatatas, terao menos recursos disporuveis para a pesca.

    Op-;oes de produto Quantidade de Quantidade deanual maximo batatas (kg) peixes (kg)

    A 1.000 0B 80 0 300C 600 500D 40 0 60 0E 200 650F 0 675

    a. Desenhe a Ironteira das possibilidades de prcducao combatatas no eixo horizontal e peixes no eixo vertical. !lus-tre essas opcoes mostrando os pontes A e F.

    b. Po de Atlantis produzir 500 kg de peixe e 800 kg de bata-tas? Explique, Onde estaria esse ponto em relacao a fron-teira das possibilidades de producao?

    c. Qual e 0 custo de oportunidade de aumentar a producaoanual de batatas de 600 para 800 kg?

    d. Qual e 0 custo de oportunidade de aumentar a producaode batatas de 200 para 400 kg?

    e. Explique por que a resposta (c) e a (d) nao e a mesma. 0que isso implica para a inclinacao da fronteira das possi-bilidades de producao?

    2. Na Rorna antiga, eram produzidos apenas dois bens: espa-guete e bolinhos de carne. Ha duas tribos em Roma, os Tivolie os Fnvoli. Sem ajuda, os Tivoli podem procluzir 30 kg de es-paguete e nenhurn bolinho de carne ou 50 kg de bolinho enenhum espaguete ou, entao, qualquer cornbinacao interme-diana entre esses extremes. Os Frivoli, sozinhos, podern pro-duzir 40 kg de espaguete e nenhum bolinho ou 30 kg de boli-nho de carne e nenhum espaguete OU,entao, quaJquer COI11-binacao interrnedlaria entre esses extremes.a. Suponha que todas as fronteiras de possibilidades de pro-

    ducao sejarn linhas retas. Desenhe urn diagrama mostran-do a fronteira das possibilidades de producao mensalpara as Tivoli e outra para os Frivoli. Mestre como elasIoram calculadas.

    ---------- --~- Ia_-_ -_..... _. ~....-.-

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    C A P I T U L OELSEVlER

    b. Qualtribo rem v an ia gem comparativa na producao de cs-pagucte? E na producao de bolinhos?

    No anc 100, os Frivoli descobrem uma nova tccnica para fazer bo-linho de carne que dobra a quaruidade de bolinhos que des con-seguem produzir pOl' meso

    c. Desenhe as novas fronteiras de possibilidades de prndu-cao mensa I para os Frivoli.

    d. Dcpois cia inovacao, qual tribo agora rem vaniagem abso-lura na producao de bolinhos de carne? E na producao deespaguete? Qual tern vantagcm comparaiiva na producaode bolinhos de carne? E na producao de espagucte?

    3. Peter Pundit, urn jornalista cconomico, afirma que a UniaoEuropeia csia aumernando sua produtividade em iodas as in-dustrias, com grande rapidez. fie alcga que esse avanco deproclutividade c tao rapido que 0 produio cia Uniao Europcianessas iudustrias logo vai ser maier que 0dos Estados Unidose que, em resultado disso, ja nao sera vaniajoso para os Esta-dos Unidos cornerciar com a Uniao Europeia.a. Peter Pundit esia correto ou nao? Sc uao esta, qual e a

    Ionte do seu engano?b. Se a Uniao Europcia e os Estados Unidos conunuam a co-

    merciar, qual sera a caractcristica dos bens que a UniaoEuropeia vai exportar para os Estados Unidos, e dos bensque os Estados Unidcs vao exportar para a Undo Euro-peia?

    4. Voce csta encarregado de distribuir os seus colegas de univer-sidade entre os times de beisebol e de basquete. Voce ja e51,\nos quatro ultimos colegas: dois deles lem de ir para 0 beise-bol e dois para 0basqucte. A iabela a seguir da a media de su-cesso de cada urn deles nos lances de beisebol e de cesta nobasquete. Explique como voce usaria 0conceito de vantagerncomparativa para alocar os jogadores. Comece por calcularpara cada jogador, 0custo de oportunidade dos lances na ces-ta, no basquetc, em terrnos clos lances no beisebol,

    Nome Media de acerto Media de cestasno beis ebol no basquete

    KelLey 70% 60%Jackie 50% 50%Curt 10% 30%Gerry 80% 70%

    Por que e provavel que os outros jogadores de basque te fiquemmsies com esse arranjo, mas os jogadores de beisebol Iiquernsausfeuos? Mesmo assim, por que urn ccouomista diria que csta Cuma forma eflcterue de alocar os jogadores nos times desporuvosda sua universidadc?5. A cconornia de Atlantis dcsenvolvcu-se, e seus habitarucs

    agora usam dinhciro na forma de conchas. Descnhe urn dia-grama do fluxo circular mostrando domicillos e empresas. Asernpresas produzem batala e peixe, e os domiCilios compral11balata e peixe. Os domicilios lambem fornecem lerra e traba-Iho as empresas. Identifique em que pane do Duxo de con-chas ou do fluxo de coisas fisicas (bens e servi.:;os ou recur-sos) ocorrera eacla um dos impaClos listados a seguir. DesCIe-va como esse impaclO se espalha pdo c1rculo.a. Um cicJone devastador inunda a area plant ada de batata.

    M OD E L O S E C O N O M IC O S : T R A D E - O F F S E C OM E R C IO

    b. A csiacao de pesca e produtiva e c . multo grande a quanti-dade de pcixe pescado,

    c. Os habitantes de Atlantis dcscobrem a danca cia M acarc-na e passam varios

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    34 . p ~~ E I 0 Q U E E E C O N 0 M I A ?b. A polttica que esta sendo defendida e consistente com a

    aftrmacao anterior sobre os salaries e a produtividade detrabalhadores americanos e asiaticos?

    c. Urna politica assim melhoraria a situacao de alguns ameri-canos sem tornar pior a de outros? Isto e, essa politica seriaeficiente do ponto de vista do conjunto dos americanos?

    d. Os trabalhadores asiaticos de baixos salarios se beneficia-riam ou seriam prejudicados por u r na p o lr ti ca assim?

    9. As afirmativas a seguir sao verdadeiras ou falsas? Expliquesuas respostas,a. "Quando as pessoas sao obrigadas a pagar impostos mais

    altos sobre seu salario ocorre uma reducao do seu incen-tivo ao trabalho" e uma alirrnacao positiva,

    b. "Devenamos reduzir impostos para estimular mais traba-lho" e uma afrrmacao positiva.

    c. A analise econornica nern sernpre pode ser usada para de-cidir inteirarnente 0 que a sociedade deveria Iazer.

    d. "0 sistema de educacao publica neste pais gera maio resbeneftcios para a sociedade do que 0 custo de Iunciona-mente clesse sistema" e uma afirmacao norrnativa.

    e. Todos os desacordos entre os economistas sao provoca-dos pela mtdia.

    10. Avalie a seguinte afirrnacao: "E mais facil construir urn mo-delo econornico que reflete precisarnente as acontecimentosque ja ocorreram do que construir urn modelo economicopara preyer eventos futures." Isso e verdade ou nao? Por que?o que isso implica para as dificuldades de construir bons mo-delos economicos?

    11. Com frequencia se pede a economistas que trabalharn parao governo que facarn recornendacoes de polftica. Por que

    ELSEVIERvoce pensa que e importante para 0 publico pcder diferen-ciar entre as afirmacoes positivas e as norrnativas ness as re-cornendacoes ?

    12. 0 prefeito do municipio de Nova York, preocupado com 0potencial de uma epidemia de gripe devastadora neste inver-no, pergunta a um economista uma sene de questoes. Essasquestoes exigern do assessor econornico avaliacoes positivasou no rrna tivas?a. Quanta vacina e preciso ter em estoque no municipio ate

    o fim de novernbro?b. Se oferecennos pagar as cornpanhias farmaceuticas que

    fornecem as vacinas 10% a mais por dose, elas forneceraodoses adicionais?

    c. Se houver uma escassez de vacinas no municipio, quemdevera ser vacinaclo pnmeiro, os idosos ou os bem jo-vens? (Suponha que uma pessoa de um grupo tenha igualprobabilidade clemorrer de gripe que urna pessoa do ou-tro grupo.)

    d. Se 0 municipio cobrar $25 por vacina, quantas pessoaspagarao?

    e. Se 0municipio cobrar $25 por vacina, podera lucrar $10em cada uma. Esse dinheiro pod era pagar a vacmacao daspessoas pobres, Deve 0 municipio implemenrar urn es-quema como este?

    13. Avalie a seguinte afirmacao: "Se os econornistas tivessem da-dos suficientes, poderiam resolver todas as questoes de polt-tica economics de modo a maxirnizar 0 bem-estar social. Naohaveria mais necessidade de disputas politicas acirradas, talcomo a de saber se 0 governo deve proporcionar cuidadosmedicos gratuitos para todos."

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    36 PARH o Q U E E C O N O M I A ?

    Figura 2A-lRepresentacao de pon tos em urn gratico de duas variaveis

    ELSEVIER

    variavel y:varlevel x: nnmerc de tetestemperatura d e r e fr ig e r a nt e

    externa vend idas Pontoo of 10 A10 0 84 0 30 C60 50 D80 70 E

    e i xo ho ti zo nta !ou e ixo dos X

    X

    L ata s d e refrig era nte Yv e nd id as ( un id ad e s)/ e ixo v er ti ca Iou eixo dos x

    Y e o

    ,70 - - -, -- -.- -- - - - - - -- - --- I E---i--...--~80" 70)voruive! 60dependen te 50

    4030 L L '_(

    , (40, 30)I :20

    A (0,1 0)10 _ 1O rigem ._ ..... ~---L--l--..L---l-.J_-J--J-...L(0,0) 0 w w ~ w ~ ~ r o ~ WT em pera tu ra ex te rn a (g rau s F ahren he it) _ x eo vorit ivel

    independente

    F oram rep resentad os os d ad os d a tabela, send o a tem peratu ra(a v ariav sl ind ep end ente) m ed id a ao long o d o eixo horiz ontal,e 0 nurnero d e latas d e refrig erante v end id as (a v ariav eldependente), ao long o do eixo vertical. C ad a u ma d as cincocom binacd es d e tem peratu ra e refrig erante v end id o e

    logo, a linha vertical salida no grafico e denominada eixovertical ou eixo dos y, e os valores da variavel y, 0numerode latas de refrigerante, sao medidos sobre ela. Na origem,o ponto em que os dois eixos se encontram, cada variavel eigual a zero. A medida que nos movemos para a direita apartir da origem, ao longo do eixo dos x, os valores da va-navel x sao positivos e crescentes. A medida que nos move-mos para cima a partir da origem, ao longo do eixo dos y , osvalores da variavel y sao positivos e crescentes,E possivel representar cada um dos pontos de A ate Enesse graftco usando urn par de numeros - os valores que avariavel x e a variavel y tomam em dado ponto. Na Figura2A-l, no ponto C . a variavel x toma 0 valor de 40 e a varia-vel y toma 0 valor de 30. 0 ponto C e representado dese-nhando uma Iinha vertical no ponto 40 do eixo x e uma Ii -nha horizontal no ponto 30 do eixo y. Escrevemos 0 pontoC como (40,30). Escrevernos a origem como (0,0)_

    Olhando para os pontes A e B na Figura 2A~1, podemosver que, quando uma das variaveis para dernarcar um pon-to tern valor zero, 0 ponto estara sobre urn dos eixos. Se 0valor de x e zero, 0 ponto estara sobre 0 eixo vertical, comoo ponto A. Se 0 valor de y e zero, estara sobre 0 eixo hori-zontal, como 0 ponto B.

    A maior parte dos graficos que representam relacoes en-tre duas variaveis economicas representa uma relacao cau-sal, uma relacao em que 0 valor assurnido por urna variavel

    representada por um ponto: A , B , C , 0 e E , C ada ponto noqrafico e id entif icad o p ar u rn p ar d e v alores. P ar ex em plo, 0p onto C corresp ond e a (40,30), tem peratu ra externa d e 40F(valor d a v ariaval x), e 30 refrig erantes vendid os (v alor d avariavel y),

    tnfluencia diretarnente ou deterrnina 0 valor que toma aoutra variavel. Em urna relacao causal, a variavel deterrni-nante e chamacla de variavel independente; a variavel quee determinada pOl' ela e chamada de variavel dependente.Em nosso exemplo cia venda de refrigerantes, a temperatu-ra externa e a variavelindependente. Ela influencia direta-mente 0 numero de latas de refrigerante vendidas, que e,neste caso, a variavel dependente.

    Por convencao, coloca-se a variavel independente noeixo horizontal, e a dependente, no eixo vertical. A Figura2A-l e construida de modo consistente com essa conven-cao; a variavel independente (temperatura externa) estano eixo horizontal, e a varia vel independente (refrigeran-te vendido) esta no eixo vertical. Uma excecao importantea essa convencao e ados graficos que mostram a relacaoeconornica entre 0prec;:ode um produto e sua quantidade:embora 0preco seja em geral a variavel independerite quedeterrnina quantidade, ele e sempre medido no eixo ver-tical.

    C urvas em urn graficoo painel (a) na Figura 2A-2 repete algumas das inforrna-coes da Figura 2A-l, com uma linha reta passando pelospontos B, C, DeE. Tallinha em urn grafico e chamada decurva, independentemente de a linha ser reta ou curva. Se a

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    EL

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    IARIfE [8 o Q U E ECONOMIA?pode esperar vender a cada grau deaumento na temperatu-ra. Interpretada desse modo, a mclinacao da uma infonna-cao que faz sentido, Mesmo sern numeros para x e y, e pos-sivel chegar a conclusoes importantes sobre a relacao entreas duas variaveis examinando 0 quao forte e a inclinacaoem varies pontos da curva,

    A inclinacao de um a curva L inearAo longo de uma curva linear, a inclinacao e medida divi-dindo a "distancia vertical" entre dois pontos na curva pela"distancia horizontal" entre esses mesmos dois pontos. Adistancia vertical e 0 quanto y se modifica, e a distancia ho-rizontal e 0 quanto x se modifies. Eis a formula:

    Mudanc a em y 6.y I . '1 ' -- __ ::___....:::...."'_ '" nc mapaMudanca em x 6 .x,

    Na formula, a strnbolo 6. (0 delta grego rnaiusculo) indi-ca "mudanca em". Quando uma variavel aumenta, a mu- \danca nessa variavel e positiva; quando a variavel diminui,a mudanca nessa variavel e negativa,

    A inclinacao de uma curva e positiva quando a "distan-cia vertical" (a mudanca na variavel y) tern 0mesmo sinalque a "distancia horizontal" (a mudanca na variavel x).

    Figura 2A~3Cakldo da inc li na l; ao

    ELSEVIERIsso porque, quando dois numeros tern 0 mesmo sinal, arazao entre eles e positiva. A curva no painel (a) da Figura2A-2 tern uma inclinacao positiva: ao longo da curva, tan-to a variavel y quanto a variavel x aumentam. A inclinacaode uma curva e negativa quando a distancia vertical per-corrida e a distancia horizontal percorrida tern sinais dife-rentes. Isso porque quando dois numeros tern sinais di-ferentes a razao entre eles e negativa. A curva no painel(b) da Figura 2A-2 tern uma inclinacao negativa: ao longoda curva, urn aumento na varia vel x esta associado a umadirninuicao na variavel y.

    A Figura 2A-3 mostra como se calcula a inclinacao deuma curva linear. Vamos nos concentrar primeiro no pal-nel (a). Do ponto A ao ponto B, a valor de y rnuda de 25para 20, e o valor dexmuda de lOpara 20. Assim, a inclina-ca o da linha entre esses do is pontos e:

    Mudan(:a em y = 6.y =: -5 ""_ . ! . . = -0 5Mudanca em x 6 .x 10 2 '

    Uma linha reta tern, por assim dizer, 0mesmo grau desubida/descida em todos os seus pontos, ou melhor, a inch-nacao de uma linha reta e a mesma em todos os seus pon-tos. Em outros termos, uma linha reta tern uma inclinacaoconstante. E possivel conferir i5S0calculando a inclinacao

    ( a) I nc li na ca o c on st an te n eg at iv ay3025

    20

    15

    10

    o

    ( I I ) Inc ttnacao constante positivey

    60o50

    40302010

    o 4 5 8 10 )(

    O s paineis (a) e (b) mostram duas curvas lineares. E ntre ospontos A e B na curva do painel (a), a. mudanca em y(distancta percorrida n a ve rt ic al ) e -5, e ,a m u d an ca em x(distancta p er co rr id a n a h or iz on ta l) e 10. A ssim, a indinacaode A a Be !J.y/I lx = -5/10= -1/2 = -0,5, onde 0 sinalneg ativ o ind ica q ue a. c urv a se inclina para baixo, daesq uerd apara a direita .. N o painel (b), a curva entre A e B tem

    inctinacao d e /).y/tlx = 10/2 = 5. Entre C eD , a inc lj .na~ao e!J.y/6.x = 20/4 = 5, A ind ina~ao e positiva, ind icando qu e acurva tern inclinacao para cirna. da esquerda para a direita.Alem do mais, a inclinacao entre A e B e a mesrna q ue en tre CeD , 0 qu e faz d ela u ma curv a linear. A inclinacso de umac ur va li ne ar e a mesma independentemente do ponto ao Longoda curva em que e calculada.

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    ELSEVIERciacurva linear entre os pontos A c B e entre os pontes C e Dno paine! (b) d a Figura 2A-3.Entre A e B : L'ly =10 =5

    6x 2L'ly = 20 =56x 4Entre C e D:

    Curvas h orizontais e verticaise suas inclinacoesQuando uma curva e horizontal, 0 valor de)' ao longo des-sa curva nao muda, e constante. Em qualquer ponte da cur-va, a mudanca e zero. Zero dividido por qualquer numero ezero. Assim, independentemeute do valor da mudanca emx, a incliuacao de uma curva horizontal e sempre zero.

    Se uma curva e vertical, 0 valor de x ao longo da curvanunca muda, e constante, Em toda parte ao longo da curva amudanca em x e zero. lsso significa que a inclinacao deuma linha vertical e uma razao com zero no denominador.Uma razao que tern zero no denominador e igual a infinite.is to c, um numero infinitamente elcvado, Assim, a inclina-ca o de uma linha vertical e iguaJ a infinito.

    Uma curva vertical ou horizontal ton implicacoes espe-ciais: signifies que as variaveis x e y nao sao relacionadas,Duas variaveis nao sao rclacionadas quando a mudanca emuma delas (a variavel independcnte) nao tem efeito sobre aoutra (a variavel depcndente). Em outros terrnos, duas va-riaveis nao sao relacionadas quando a variavel dependentee constante, nao imports qual seja 0 valor da variavel inde-pendente. Se, como normalmente acontece, a variavel yeadepcndente, a curva e horizontal. Se a variavel depcndentee a variavel x, a curva e vertical.

    A inclinacao de uma curva nao-tinearUma curva nao-lmear e aquela cuja inclinacao muda a 111e-dida que nos movemos ao longo dela. Os paineis (a), (b),(c) e (d) na Figura 2A-4 mostram varias curvas nao-li-ncarcs, Os paineis (a) e (b) mostram curvas nao-Iinearescujas inclinacoes mudam ao longo delas, mas essas inclina-coes permanecem sempre positivas, Embora arnbas as cur-vas se inclinern para cima, a curva no paine! (a) tern umainclinacao que se torna mais ingreme quando se val cia es-querela para a direita, diferente da curva no paine! (b), quese torna mais achatada. Diz-se da curva que se inclina paracima e se torna mais ingreme, como no paine! (a), que elatern uma inclinacao crescenre positiva. Da curva que se in-clina para cima, mas vai se tornando mais achatada, comono painel (b), se diz que ela tem U111anclinacao decresccl1teP O S i U V C 1 .

    Quando calculamos a inclinacao ao longo dessas curvasnao-lineares, obtemos valores diferentes da inclinacao em

    { A P i T U l O 2 A P E N D I { E GRAf lCOS E M E C O N O M I A

    diferentes pontes. A maneira como a inclinacao muda aolongo da curva determina 0 formate cia curva. Por cxem-plo, no painel (a) da Figura 2A-4, a inclinacao cia curva eurn numero positive que aumerua continuamcnte quandonos movemos da csquerda para a direita, enquanto no pai-nel (b) a inclinacao e um numero positive que diminuicontinuamente.

    As inclinacocs das curvas nos paineis (c) e (d) sao nu-meros negativos. Os economistas muitas vezes preferemexpressar UI11 numero negativo par seu valor absolute, queeo valor do nurnero negative sern 0 sinal menos, Em geral,denota-sc 0 valor absolute de um numero por duas barrasparalelas em torno do numero (por exernplo, 0 valor abso-luto de -4 se escreve como HI = 4). No painel (c), 0 valorabsolute da inclinacao aumenta continuamente quandonos movemos da esquerda para a direita, A curva, portanto,tern uma inclinacao crescente negativa. No painel (d), 0 va-lor absolute da inclinacao da curva diminui continuamen-te ao longo da curva. Por conseguinte, ela tern uma inclina-cao decrescenie l1egaUva .

    Calculo da tncltnacao ao Longo de uma curvalinearVimos que ao longo de uma curva nao-linear a valor da in-clinacao depende do ponto em que estejamos nessa curva.Como se calcula, entao, a mclmacao de uma curva nao-linear? Vamos nos ccnccntrar em dois metodos: 0metododo arco (au calculo pela secante) eo metodo do ponto (oucalculo pela tangente).M etodo de calcular a inclinacao no arco Um arco deuma curva e alguma parte ou segmento dessa curva. Porexemplo, 0 painel (a) na Figura 2A-4 mostra um arco, queeo segmento da curva entre os porites A e B. Para calcular ainclinacao ao longo de uma curva nao-Iinear usando 0me-todo do arco, tracamos uma linha reta entre os dois pontosdas extrcmidades de urn arco. Essa linha e a secante doarco. A inclinacao dessa linha reta e uma medida da incli-nacao media clacurva entre esses do is pontes. Pcde-se veri-ficar no painel (a) da Figura 2A-4 que a linha reta entre ospontos A e Baumenta de 6 para 10 no eixo dos x (de modoque .6.x = 4) e aumenta de 10 para 20 no eixo dos y (demodo que .6.y= 10). Por conseguinte, a inclinacao cialinharcta conecrando os pontos A e B e:

    L' ly=lO=25Sx 4 'lsso signifies que a inclinacao media da curva entre os

    pontos A e B e 2,5.Considerernos agora 0 arco entre os pontes C eD, sobre

    a mesma com curva. Uma linha reta entre esses do is pontes

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    40 P A R I T E--_/ o Q U E E C O N O M IA ?

    Figura 2A-4Curvas nac-lineares

    ELSEVIER

    (a) Inclinacao crescents posi tivaY4540353025201510 - - - - - - - - - - - - - - - - -:.,;-... """'--,----

    e.y ~ 15Incl ino~l iop o si ti ve f ic oma io r

    o 8 9 10 11 12 x4 6(e) Inclinacao erescente negativa

    y y45 45A40 Incl ina~i io 4035 n e g a ti vo t o rn a s e 3530 .. maio r 3025 2520 2015 1510 10

    a 4 8 9 10 11 12 x a

    No paine! (a), a inclinacao da curva de A ate B e I : ! . y / I : ! . x = 10/4= 2,5, e de C ate D e I : ! . y / I : ! . x = 15/1 = 15.A inclinacao epositiva e crescente; torna-se mais ingreme quando nosmovemos para a direita. N o paine! (b), a inclinacao d a cu rv ade A ate B e I:!.y/e,x = 10/1 = 10. e de C ate D e tJ.y/tJ.x = 5/3 =1 2/3_ A inclinacao e positive e d ecrescente; torna- se rnaissuave quando nos movemos para a direita.N o p ain e! (c), a indinacao da curva de A ate B e tJ.y/tJ.x = -10/3= -3 1/3, e de C a te D e tJ.y/tJ.x= -15/1 = -15. A inclmacao e

    aumenta de 11p ara 12 no eixo dos x ( L ' I . x = 1) e aumenta de25 para 40 no eixo dos y (L 'l.y = 15). Portanto, a inclinacaomedia entre os pontes C e D e:

    L ' l . y = 15 =15L ' I . x 1

    Assim, a inclinacao media entre os pontos C e D emaior que a inclinacao media entre os pontosA e B. Essescalculos confirmam 0que ja observarnos - essa curva quese inclina para cima fica rnais ingreme quando nos move-

    (b) Indinacac dec rescente positivaY4540353025201510

    l nc li n at ii o p o si ti vafico tnenot

    o 2 4 5 8 9 10 11 12 x(d) tnclinacao decrescente negativa

    e .x = 1A

    Inci inarl ionegat ivaf ic a m e no r

    9 10 11 12 x

    negativa e crescente; torna-se mais forte quando nos movemosp ara a d ireit a. E n o p ai ne ! (d), a inclinacao da curva de A ate Be 6y/to.x = -20/1 =-20. e de ( ate D e tJ.y/e,x = -5/3 = -12/3.A inclinacao e neg ativ a e d ecrescente: torna-se menos forteq uand o nos mov emos para a d ireita. A inclinacao em cad a casofo i m ed id a u san do 0 metodo do c alc ulo p ela se can te, is to e ,t racando uma !in ha ret a co nect an do dois pontos ao longo dacurva. A inclinacso media entre os dois pontos e a inclina~ao dalinha reta entre esses d ois pontos.

    mas da esquerda para a direita e, portanto, tern uma incli-nacao crescente positiva.

    Metodo de calcular a inclinacao da tangente no pontoEsse rnetodo calcula a inclinacao de uma curva nao-linearem urn ponto especifico nessa curva. A Figura 2A-5 ilustracomo se calcula a inclinacao no ponto B na curva. Primei-ro , tracamos uma linha reta que toca a curva no ponto B .Essa linha e clenominada tangente. 0 fato de que essa linhatoea a curva no ponto B, e nao a toca em qualquer outroponto, signifies que a linha reta e uma tangente a curva noponto B . A inclinacao dessa tangente e igual a inclinacac ciacurva nao-linear no ponto B .

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    Calculo d a inclinacao pelo metodo n o p on toAqu i fo i tracada uma linha tangente, urna linha que toeaa curva no ponto B. A inclina~ao dessa linha e igual ainclinacao da curva no p onto B. A inctinacao d a linhatangente, medida de A ate C , e b .y /! >. x ~ 15/5 ~ 3.

    Pcde-se ver na Figura 2A-5 como a inchnacao da tan-gente foi calculada: do ponto A ale a ponto C, a mudancaem y e de ] 5 unidades, e a mudanca em x, de 5 unidades,provo cando urna inclinacao de:

    ; \ , x =~.~=3LL, 5Pelo metoda do ponte, a inclinacao da curva no ponto B

    e igual a 3.Uma questao surge natural mente neste ponto. Como sc

    decide qual metoda usar ao calcular a inclinacao de umacurva nao-Iinear ~ meiodo do area (pcla secaruc) au doponto (pcla tangente)? A resposta dependc cia propria cur-va e dos dados usados para consrrui-la. Usa-se 0 metoda doarco quando nao ha informacao sulicientc para tracar umacurva continua. POl' exernplo, suponha que no paine! (a)da Figura 2A-4 ten llamas somente os dados rcpreseniadospelos POlltOS A, C e D, e nao tenhamos as dados represerua-dos pelo ponto B ou qualquer ponto do resto da curva. Nes-se caso e obvio que nao podernos usar 0 metodo do pontopara calcular a inclinacao no ponto B; reriamos de usar 0metodo do arco para obter uma aproximacao da inclinacaocia curva nessa area, tracando uma linha reta entre os pon-tos A e C. Mas, se Lemos clad os suiicicntes para tracar umacurva continua como se rnostra no paine! (a) da Figura2A-4, entao podemos usar 0 metodo da tangente no pontopara calcular a inclinacao no ponLo B OU em qualquer Dutroporno ao longo cia curva.

    Pontos maximo e m in im aA inclinacao de uma curva nao-Iincar pock passar de posi-tiva a negativa au vice-versa. Quando a inclinacao de umacurva muela ele positiva para negativa, cria 0 que