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    derecolhade patrimnioimaterial

    Kit

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    derecolhade patrimnioimaterial

    KitInstituto dos Museus e da Conservao

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    F I C H A T C N I C A

    Kit de Recolha de Patrimnio Imaterial

    P R O J E C T O

    Departamento de Patrimnio Imaterial

    Instituto dos Museus e da Conservao

    C O N C E P O E C O O R D E N A O

    Paulo Ferreira da CostaC O L A B O R A O

    Carla Queirs

    Lcia Alegrias

    D E S I G N E M A Q U E T AG E M

    TVM Designers

    E D I O

    Instituto dos Museus e da Conservao

    . edio, Maio de

    I S B N E L E C T R N I C O----

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    ndice

    INTRODUO

    I. FICHAS PARA PATRIMNIO IMATERIAL

    Ficha de Saberes e Ofcios Tradicionais

    Ficha de Tradies Festivas

    Ficha de Tradies Orais

    II. FICHAS PARA PATRIMNIO MATERIAL

    Ficha de Lugares

    Ficha de Edifcios

    Ficha de Objetos

    III. F ICHAS COMPLEMENTARES Ficha de Pessoas

    Ficha de Entrevista/ Histria de Vida

    Como Desenhar uma rvore Genealgica

    Ficha de Projeto de Recolha

    IV. MANUAL PARA RECOLHA NO TERRENO

    NOTA PARA PAIS E MONITORES

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    Primeira aproximaoao Patrimnio Imaterial

    Certamente j ouviste falar de Patrimnio Cultural, isto , do conjunto

    de elementos de uma cultura, produzidos ao longo dos tempos, que rece-

    bemos dos nossos antepassados e que ns prprios devemos deixar s

    geraes que nos sucedem.

    Normalmente o Patrimnio Cultural subdivide-se em Patrimnio Im-

    vel (constitudo por estruturas construdas pelo homem, tais como cas-

    tros, igrejas, mosteiros, castelos, moinhos, etc.) e Patrimnio Mvel (que

    encontramos geralmente nos museus de arqueologia, arte, cincia, etno-logia, etc.).

    introduo

    PATRIMNIO

    C U LTU RALNATU RAL

    MATE RIAL I M A T E R I A L

    M V E L I M V E L

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    Mas o Patrimnio Cultural no se limita aos edifcios nem s colees

    de pintura, escultura, ourivesaria, de instrumentos cientficos e de traba-

    lho, etc., que encontramos nos museus. O Patrimnio Cultural ainda

    constitudo, numa terceira subdiviso, pelo Patrimnio Cultural Imaterial

    (PCI), que corresponde s tradies que herdamos dos nossos antepassa-

    dos e que so transmitidas entre geraes, de pais para filhos, de avs para

    netos, ou s vezes entre pessoas de uma mesma gerao, como por exem-

    plo os conhecimentos que se aprendem entre colegas de trabalho.

    Uma caracterstica muito importante do Patrimnio Imaterial o facto

    de as pessoas reconhecerem essas tradies como fazendo parte impor-

    tante da sua histria e da sua cultura, dando-lhes um sentido de pertena

    a uma comunidade, como por exemplo o local onde nasceram, onde vivem,

    ou onde trabalham.O Patrimnio Imaterial no se traduz apenas em expresses culturais

    que se vivenciam e partilham em comunidade (ex: uma Festa), pois com

    frequncia esto associadas a um determinado lugar (ex: o largo ou bairro

    em que se realiza essa Festa), a edifcios (ex: a igreja ou capela do Santo

    Padroeiro da comunidade) e a Objetos (ex: a imagem do Santo Padroeiro

    homenageado nessa mesma Festa). Em suma, o Patrimnio Imaterial pode

    ser assim definido:

    PRTICAS

    EXPRESSES

    REPRESENTAES

    tradies orais

    tradies artsticas e performativas

    prticas sociais, rituais e festivas

    conhecimentos e prticas relacionadas

    com a natureza e o universo

    saberes e tcnicas tradicionais

    as comunidades e os grupos reconhecemcomo pertencendo ao seu patrimnio cultural

    so transmitidasentre geraes

    so objeto de constante recriao

    proporcionam um sentido de identidadee continuidade aos grupos e comunidades

    no violam osdireitos humanos

    manifestadas em

    associadas a

    que

    saberes e tcnicas objetos e lugares

    Adaptado de The Intangible Heritage Messenger, n. , Paris, UNESCO, Fev.

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    PCI: um patrimnio com pessoas

    O Patrimnio Imaterial est sempre associado a pessoas, pois so elas

    que garantem a sua existncia, vivenciando-o e transmitindo-o s gera-

    es futuras. E mesmo quando essas expresses deixam ser vivenciadas,

    como por exemplo uma tcnica tradicional (artesanal, agrcola, pastoril,

    piscatria, artstica ou outra) que deixou de ser utilizada, , em muitos

    casos, graas memria das pessoas que podemos ainda conhecer essas

    tradies.

    Este , pois, um patrimnio muito frgil, que se encontra em constante

    modificao, acompanhando as mudanas sociais e histricas das comuni-dades, e que facilmente pode vir a desaparecer se entretanto desaparece-

    rem tambm as condies que lhe do sentido.

    Dada esta fragilidade, pois muito importante conhecer e documen-

    tar o Patrimnio Imaterial, atravs de instrumentos como as Fichas que

    constituem este Kit, de modo a assegurar que a sua preservao no

    dependa apenas da memria das pessoas e que, mesmo depois de desapa-

    recer uma tradio, o seu conhecimento permanecer acessvel s gera-

    es futuras.Por outro lado, o conhecimento das diferentes de diferentes culturas e

    comunidades fundamental para compreendermos que existem muitas

    maneiras de as pessoas viverem em sociedade. Por exemplo, no se sabe

    exatamente qual o nmero de lnguas faladas em todo o mundo, calcu-

    lando-se que, at recentemente, tero existido cerca de , apesar de

    nas ltimas dcadas muitos delas terem desaparecido, para serem substi-

    tudas pelas lnguas dominantes a nvel mundial. E sabes que o nmero de

    religies existentes no mundo praticamente igual ao nmero de lnguas?Independentemente das diferenas, de religio, lngua, cultura, gastrono-

    mia, etc., devemos, pois, respeitar as diferenas dos outros, para que pos-

    samos todos viver em harmonia, no apenas na vila ou cidade onde habi-

    tamos, mas nesta aldeia global que o nosso planeta.

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    A salvaguarda do PCI

    Salvaguarda sinnimo de proteo e de conservao, termos muito

    utilizados quando se fala de patrimnio. Mas o Patrimnio Imaterial no

    se pode conservar como um edifcio, no qual se fazem obras para evitar

    que caia em runa. Tambm no se pode conservar do mesmo modo como

    com os Objetos, que normalmente guardamos em museus, em bibliotecas

    e arquivos, em condies de temperatura e humidade controladas, de

    modo a que continuem a existir por muitos sculos, ou que se restauram

    quando esto em mau estado de conservao.

    O que significa ento salvaguarda no caso do Patrimnio Imaterial?Por um lado, significa garantir a transmisso dos conhecimentos e das pr-

    ticas que o constituem. Neste caso, a salvaguarda procura manter a conti-

    nuidade das tradies ao longo das geraes, porm no respeito pela sua

    dinmica, pois uma das caractersticas do Patrimnio Imaterial a sua

    constante criao e adaptao s condies sociais do presente.

    Por outro lado, salvaguardar o Patrimnio Imaterial implica garantir a

    sua documentao e registo, por exemplo atravs da constituio de arqui-

    vos audiovisuais, de modo a garantir que, quando uma determinadaexpresso cultural se altere radicalmente ou desaparea, pela ausncia de

    condies sociais indispensveis sua manuteno, esses registos permi-

    tam s geraes futuras ter conhecimento acerca dessas tradies.

    A nvel internacional, o principal esforo para a valorizao e a salva-

    guarda do Patrimnio Imaterial tem sido efetuado pela UNESCO (Organi-

    zao das Naes Unidas para a Educao, Cincia e Cultura), que em

    elaborou a Conveno para a Salvaguarda de Patrimnio Cultural

    Imaterial. Esta Conveno um instrumento muito importante para a sal-vaguarda do Patrimnio Imaterial, e seguida por muitos pases em todo

    o mundo, entre os quais Portugal, que a adotou em .

    Em Portugal, o trabalho iniciado pela UNESCO em est a ser

    desenvolvido pelo Instituto dos Museus e da Conservao (IMC), como

    entidade nacional de referncia para o setor do Patrimnio Imaterial. Este

    Kit apenas a expresso de apenas uma das de frentes de trabalho do IMC

    no sentido da valorizao do Patrimnio Imaterial do nosso Pas, incluindo

    as tradies das comunidades que no so originrias de Portugal mas sim

    de outros pases e culturas.

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    A utilizao do Kit de Recolha de Patrimnio Imaterial

    Todos ns temos um papel muito importante na salvaguarda do Patri-

    mnio Imaterial. Temos hoje bases de dados pblicas, como a do Inventrio

    Nacional do Patrimnio Cultural Imaterial(www.matrizpci.imc-ip.pt), que

    uma das primeiras no seu gnero em todo o mundo, e que nos permitem a

    todos conhecer e participar ativamente na salvaguarda dos muitos tipos

    de tradies que existem no nosso Pas, e tambm das tradies das comu-

    nidades portuguesas emigradas pelo mundo.

    Temos hoje ao nosso alcance meios que, de forma muito fcil, nos per-

    mitem registar e documentar o Patrimnio Imaterial, a fim de transmiti-los geraes futuras. Podemos faz-lo recorrendo a meios como a fotogra-

    fia, o vdeo, o desenho e as gravaes sonoras. Individualmente ou em

    conjunto, todos estes meios podem ser utilizados em conjunto com este

    Kit no processo de recolha e documentao do Patrimnio Imaterial da tua

    comunidade.

    Este Kit constitudo por Fichas diferentes, que podem ser utiliza-

    das individualmente ou em conjunto umas com as outras:

    I. FICHAS PARA PATRIMNIO IMATERIAL

    Ficha de Saberes e Ofcios Tradicionais

    Ficha de Tradies Festivas

    Ficha de Tradies Orais

    II. FICHAS PARA PATRIMNIO MATERIAL

    Ficha de Lugares

    Ficha de Edifcios Ficha de Objetos

    III. FICHAS COMPLEMENTARES

    Ficha de Pessoas

    Ficha de Entrevista/ Histria de Vida

    Como Desenhar uma rvore Genealgica

    Ficha de Projeto de Recolha

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    Para a documentao, atravs de registo escrito, das seguintes expres-

    ses do Patrimnio Imaterial de uma comunidade, podem ser utilizadas as

    seguintes Fichas: Saberes e Ofcios Tradicionais; Tradies Orais eTra-

    dies Festivas.

    Dado que, como j vimos, estas expresses do Patrimnio Imaterial

    podem encontrar-se associadas a outros tipos de Patrimnio, para a docu-

    mentao destes devem ser utilizadas as Fichas para documentao de

    Objetos, Lugarese Edifcios.

    Por outro lado, como tambm j vimos, o Patrimnio Imaterial no

    existe sem as pessoas, e, como tal, tambm no existe sem os grupos e as

    comunidades a que aquelas pertencem. Para documentar qual a relao

    dessas pessoas com o Patrimnio Imaterial devem ser utilizadas as Fichas

    de Pessoas, Histrias de Vidae Como Desenhar uma rvore Geneal-gica.

    Para facilitar a sua utilizao, cada Ficha acompanhada de instru-

    es prprias. O Kit tambm constitudo pelo Manual para Recolha no

    Terreno, que contm instrues para os principais passos que devem ser

    dados na realizao de um Projeto de documentao de Patrimnio Ima-

    terial.

    Sempre que este Kit for utilizado em contexto educativo, por exemplo

    em escolas ou em museus, e sobretudo em casos de trabalhos de grupo,deve ser preenchida a respetiva Ficha de Projeto.

    Bom trabalho de recolha e diverte-te a descobrir, a documentar e a

    melhor conheceres o teu Patrimnio Imaterial!

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    I.

    fichas parapatrimnioimaterial

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    FICHA N.

    . NOME DO SABER OFCIO TRADICIONAL:

    . LOCAL ONDE SE PRATICA:

    DISTRITO

    CONCELHO

    FREGUESIA

    LOCAL

    derecolhade patrimnioimaterial

    Kit

    PATRIMNIO IMATERIAL SABERES E OFCIOS TRADICIONAIS

    IMAGEM

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    . NOMES DOS DETENTORES OU PRATICANTES:

    . ESPAO(S) UTILIZADO(S) NA PRTICA DO SABER / OFCIO:

    . EDIFCIO(S) UTILIZADO(S) NA PRTICA DO SABER / OFCIO:

    . OBJETO(S) UTILIZADO(S) NA PRTICA DO SABER / OFCIO:

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    . DESCRIO DAS ETAPAS UTILIZADAS PARA A PRTICA DO SABER / OFCIO :

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    . MODO DE APRENDIZAGEM DO SABER OFCIO:

    . AMEAAS CONTINUIDADE DO SABER OFCIO:

    . OUTRAS INFORMAES:

    ELABORADO POR:

    DATA:

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    INSTRUES

    Esta Ficha de Inventrio destina-se carac-

    terizao dos saberes e ofcios tradicionais, que

    so atualmente uma das reas do PatrimnioImaterial que mais srias ameaas conhece em

    Portugal.

    Estas ameaas continuidade de saberes e

    ofcios que se praticaram ao longo de geraes,

    por vezes ao longo de muitos sculos, resultam de

    muitos fatores interligados entre si. No entanto,

    a modernizao tecnolgica que o nosso Pas tem

    conhecido nas ltimas dcadas, em reas como

    a agricultura, as pescas e as indstrias, constituium dos mais importantes desses fatores.

    Para utilizares esta Ficha, deves comear por

    identificar o nomepelo qual o saber ou ofcio tra-

    dicional conhecido na comunidade (ex: oleiro,

    cesteiro, pastor, pescador, amolador, fadista,

    dezedor, vedor, curandeiro, etc).

    Tem tambm em ateno que o mesmo tipo

    de saber ou conhecimento pode variar muito

    consoante o local e a regio em que se pratica,quer em funo dos recursos naturais a dispo-

    nveis, quer em funo dos costumes, isto da

    tradio ou cultura prpria de cada comunidade.

    No caso do ofcio de oleiro, esta conjuno de

    fatores d origem aos muitos tipos de formas e

    decoraes que a cermica popular conhece em

    Portugal, como a loua preta de Bisalhes, a tc-

    nica de empedrado da loua de Nisa e as cermi-

    cas muito coloridas e vidradas de Reguengos. Por

    esta razo, fundamental que identifiques com

    exatido o localem que se pratica esse saber ou

    ofcio.

    De seguida, identifica o nome dos deten-

    toresou dos seus praticantesdesse saber com

    quem contactaste no decorrer do teu projeto

    de recolha. Tem em ateno que os saberes, ou

    os conhecimentos e as prticas tradicionais quefazem parte do patrimnio imaterial de uma

    comunidade no so apenas aqueles que se con-

    cretizam na realizao de um ofcio ou profisso.

    Por exemplo, se realizas um projeto de recolha de

    Patrimnio Imaterial acerca dos conhecimentos

    sobre medicina popular numa aldeia, irs verifi-car que podem ser muitas as pessoas que parti-

    lham o mesmo conhecimento sobre a utilizao

    de uma certa espcie de planta para a cura de

    uma enfermidade, independentemente de todas

    elas terem profisses e ocupaes muito dife-

    rentes. Sempre que necessrio, utiliza a Ficha de

    Pessoas para caracterizar com exatido cada um

    desses praticantes ou detentores do saber, para

    melhor perceber como aprendeu e como utilizaesse conhecimento.

    De acordo com as caractersticas prprias de

    cada saber ou ofcio, identifica quais os espaos,

    os edifciosou os objetosnormalmente utiliza-

    dos para a sua realizao. Consulta as instrues

    das respetivas Fichas de Inventrio para exem-

    plos dos vrios tipos de Patrimnio Material que

    podem ser indispensveis para a realizao do

    teu projeto, e, naturalmente, devers tambm

    utilizar essas fichas sempre que o considerares

    importante para melhor compreenso de como

    executado um saber ou ofcio.

    Seguidamente, devers descrever em que

    consiste o saber ou ofcio, identificando as vrias

    etapas utilizadas na sua prtica. Por exemplo,

    se realizas o teu trabalho sobre a olaria, comea

    por descrever onde e como o oleiro obtm a

    sua matria-prima, o barro, e de seguida explica

    como este preparado para poder ser moldado.

    Identifica sempre quais os equipamentos utiliza-

    dos em cada uma da vrias fases de produo do

    objeto, como por exemplo a roda para a molda-

    gem, o forno para a cozedura, assim como todos

    os instrumentos utilizados nas fases de decora-

    o e acabamento, como a pintura e a vidragem.

    igualmente importante que expliques quaisos objetivos da prtica (ex: o oleiro produz os

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    canudos de barro destinados aos moinhos de

    vento do concelho) e os modos como os produ-

    tos desse saber / ofcio so comercializados (ex:

    o oleiro vende a sua produo em feiras e mer-

    cados regionais; o oleiro vende a sua produona prpria oficina; o oleiro vende a sua produo

    para uma grande superfcie comercial na sede do

    concelho).

    Quanto ao modo de aprendizagem do saber

    / ofcio, importante referires qual a idade a par-

    tir da qual pode ocorrer essa aprendizagem, e se

    efetuada em meio familiar, como frequentemente

    sucedia, ou em meio laboral, entre colegas de tra-

    balho e entre mestres e aprendizes de profisso. tambm importante referires se a aprendizagem

    ocorre apenas entre pessoas do mesmo sexo,

    como por exemplo as artes de cozinha, que at h

    algumas dcadas eram passadas apenas de mes

    e avs para filhas e netas. Verifica igualmente se

    aprendizagem se efetua apenas por via oral, pela

    observao direta, pela imitao e pela experi-

    mentao, ou se recorre tambm a informao

    escrita, como por exemplo os Almanaques utiliza-

    dos por muitos agricultores.

    Sempre que existentes, deves registar na

    Ficha as ameaas continuidade do saber /

    ofcio. Um exemplo claro destas ameaas o

    que tem sucedido em Portugal nas ltimas duas

    dcadas com as tcnicas tradicionais de constru-

    o. Como facilmente podes verificar tua volta,

    o material dominante na construo das casas de

    habitao o beto, ou cimento armado (estru-

    turado) com ferro. Esta tecnologia utilizada

    por todo o territrio de Portugal, continental

    e insular, quer na construo de habitaes de

    um s piso, quer para prdios de muitos anda-res. No entanto, com exceo das principais

    cidades, at c. da dcada de , o panorama

    era inteiramente diferente. Tal como ainda hoje

    podes verificar por ti prprio ao viajar pelo Pas, a

    construo das casas realizava-se de modo muito

    diferente consoante as regies do Pas e os mate-

    riais naturais disponveis em cada uma, como o

    granito e o xisto no Norte ou o adobe e a taipa no

    Sul. No entanto, o importante a reter que estasalteraes nos modos de construo das casas

    eliminaram quase por completo a necessidade

    de se manterem e transmitirem os conhecimen-

    tos ou saberes tradicionais necessrios a cada

    um desses tipos de construo. Hoje o termo

    pedreiro j no designa verdadeiramente o of-

    cio de quem trabalha a pedra, mas sim o de quem

    trabalha com cimento, levanta paredes em tijolo

    e projeta com mquinas o gesso que reveste as

    paredes antes da sua pintura.

    De entre os casos possveis de ameaas

    continuidade de um saber / ofcio, deves consi-

    derar como evidente o facto de que, numa comu-

    nidade ou famlia, apenas as pessoas mais velhas

    o praticarem e de no existir nenhum jovem inte-

    ressado em adquirir esse conhecimento ou de

    enveredar por esse ofcio.

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    FICHA N.

    . NOME DA FESTA:

    . LOCAL DE REALIZAO:

    DISTRITO

    CONCELHO

    FREGUESIA

    LOCAL

    derecolhade patrimnioimaterial

    Kit

    PATRIMNIO IMATERIAL TRADIES FESTIVAS

    IMAGEM

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    . DATAS DE REALIZAO:

    . RESPONSVEIS PELA ORGANIZAO DA FESTA:

    . PARTICIPANTES NA REALIZAO DA FESTA:

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    . DESCRIO DA FESTA:

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    . AMEAAS CONTINUIDADE DA FESTA:

    . OUTRAS INFORMAES:

    ELABORADO POR:

    DATA:

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    INSTRUES

    Esta Ficha de Inventrio de Patrimnio Ima-

    terial destina-se apenas caracterizao das fes-

    tas tradicionais de uma comunidade. Com fre-quncia, consideram-se como patrimnio

    imaterial as festas de carter religioso, como as

    festas patronais de uma comunidade, isto , as

    festas em honra do orago ou patrono de uma

    comunidade, como o Santo Antnio em Lisboa, o

    S. Joo no Porto, etc. De entre as festas mais

    conhecidas das principais religies contam-se o

    Natal, prprio da tradio crist, a Pscoa,

    comum s tradies judaica e crist, o Diwali datradio hindu, ou o Aid al-Kabir e o Aid al-Seghir

    da tradio islmica.

    No entanto, muitas das festas e rituais reali-

    zados tradicionalmente em Portugal podem ser

    caracterizada pelo seu carter profano, mesmo

    quando tm relaes evidentes com o calendrio

    festivo religioso. o caso do Entrudo ou Carnaval

    que, sendo um dia de folia popular em que no se

    realizam celebraes religiosas, se realiza no diaimediatamente anterior ao incio da Quaresma.

    Outro exemplo o Magusto de S. Martinho,

    ocasio de encontro e festa entre familiares e

    vizinhos caracterizada pelo consumo de casta-

    nhas e pela prova do vinho novo.

    No preenchimento da Ficha de Inventrio de

    Tradies Festivas, deves comear, por identifi-

    car o nome pelo qual a festa conhecida (ex:

    Festa de Natal, Po-por-Deus, Festa de S. Pedro,

    Festa de N. Senhora da Conceio, etc.), assim

    como o localespecfico em que a mesma reali-

    zada, pois a mesma festa pode ser realizada com

    carter muito diferente de comunidade para

    comunidade. No espao reservado para a ima-

    gem da festa, procura utilizar uma fotografia ou

    desenho do momento da festa que consideres

    que melhor a identifica. Por exemplo, que foto-grafia escolherias para melhor retratar o Natal na

    tua comunidade? A montagem do prespio, a

    ceia da noite de consoada, a missa do galo ou a

    abertura dos presentes junto rvore de Natal?

    No que respeita dataou datas em que a

    festa se realiza, deves ter em ateno que a festapode ser celebrada fora do seu perodo habitual.

    Do mesmo modo que se o teu aniversrio calha a

    um dia de semana podes fazer a tua festa de anos

    ao sbado ou ao domingo para poderes estar

    com mais amigos e familiares, muitas vezes as

    comunidades realizam as suas festas no Vero,

    normalmente em Agosto, quando a se renem

    de frias todos os vizinhos que esto emigrados

    ou vivem noutros locais do Pas.Deves indicar quem so as pessoas respon-

    sveis pela organizao da festa, como por

    exemplo os mordomos, o proco, o presidente da

    junta de freguesia, ou outros. Para alm de as

    identificar, deves perceber como essas pessoas

    repartem entre si as muitas tarefas que implica a

    realizao da festa, quais as razes pelas quais

    essas pessoas aceitaram assumir essa responsa-

    bilidade. tambm importante perceberes que

    tipo de encargo significa para cada pessoa a rea-

    lizao da sua tarefa, por exemplo em tempo de

    trabalho dispendido.

    Seguidamente deves tambm identificar

    todas as pessoas e grupos de participantes na

    realizao da festa. Deves indicar, por exemplo,

    se a festa destinada a gente de toda as idades

    ou apenas a determinados grupos. Nas aldeias de

    Trs-os-Montes, at h algumas dcadas as Fes-

    tas dos Rapazes eram realizadas apenas pelos

    rapazes, sob a orientao de um homem mais

    velho, que faziam diabruras s raparigas. Deves

    tambm perceber se a festa atrai s a populao

    local, ou a populao de outros concelhos vizi-

    nhos ou mesmo de outras regies.

    Para a descrio da festa deves ser to

    exaustivo quanto possvel, tendo em ateno astradies festivas so frequentemente comple-

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    25

    xas, e que constituem muitas vezes uma suces-

    so de muitos acontecimentos interligados

    entre si, com significado e importncia diferen-

    tes uns dos outros, realizados por diferentes

    pessoas e grupos. Como tal, a tua descrio devecomear pela fase de preparao da festa, como

    por exemplo a nomeao da mordomia ou

    comisso organizadora da festa (que s vezes

    ocorre no final da festa do ano anterior!), a anga-

    riao de fundos para as despesas a realizar

    (atravs de peditrios, leiles, pedidos de apoio

    a empresas, etc.). Quanto festa propriamente

    dita, procura descrever todos os seus compo-

    nentes e o seu encadeamento ao longo do dia oudias em que se realiza, tais como o seu anncio,

    com lanamento de foguetes ou desfile da

    banda, a realizao das cerimnias religiosas

    (missa, procisso, bnos, etc.), a realizao de

    refeies, provas de fora, concursos, leiles,

    bailes, atuaes de grupos de msica ou dana,

    etc. Sempre que necessrio, utiliza a Ficha Inven-

    trio de Objetos para descrever instrumentos de

    importncia central utilizados na realizao das

    festas, como o cortio e o serrote utilizados na

    Serrao da Velha, as longas toalhas de linho uti-

    lizadas na Festa das Papas em Cabeceiras de

    Basto, o Forco utilizado na Capeia Arraiana que

    se realiza nas povoaes do Sabugal por ocasio

    das festas patronais, e naturalmente, entre os

    infindveis exemplos possveis, as prprias ima-

    gens religiosas que so objeto de culto nas fes-

    tas religiosas por todo o Pas.

    Deves prestar especial ateno fase de pre-

    parao do(s) lugar(es) em que se realiza a festa

    nas suas diversas componentes, tais como o

    largo da aldeia para o baile e a quermesse, um

    terreno para o arraial ou a feira, a igreja para as

    cerimnias religiosas, o coreto para a banda filar-

    mnica, etc. Sempre que necessrio, recorre s

    Fichas de Inventrio de Lugares e de Edifciospara complementares a tua descrio.

    Deves identificar quais as atividades rela-

    cionadas com a festa que decorrem paralela-

    mente a esta, incluindo o que se passa nas casas

    das pessoas que se preparam para a festa, como

    a realizao de limpezas profundas, a renovaoda pintura do exterior ou a decorao de certos

    espaos da casa.

    De entre estas atividades, deves desenvolver

    na seco prpria as que consideres como outras

    expresses do Patrimnio Imaterial relaciona-

    das com a festa, como por exemplo a confeo

    de comidas prprias da festa, como as filhzes, as

    rabanadas e o bacalhau (ou o peru, ou o polvo,

    consoante as regies) na noite de Natal, o bolo--rei no Dia de Reis, o folar, as amndoas e o

    cabrito na Pscoa, etc. Para alm destes manja-

    res cerimoniais, podes utilizar esta seco para

    referir muitas outras expresses, como jogos tra-

    dicionais, ou, na Quinta-Feira de Ascenso, data

    que at h algumas dcadas era feriado religioso

    e considerando popularmente o dia mais santo

    do ano, a ida aos campos para a apanha da

    Espiga, um ritual destinado a propiciar a abun-

    dncia das colheitas para esse ano.

    Sempre que existentes, deves registar na

    Ficha as ameaas continuidade da festa. Um

    exemplo destas ameaas o que tem sucedido

    em Portugal nas ltimas duas dcadas, em parti-

    cular nas vilas e cidades, com a progressiva subs-

    tituio do Po-por-Deus pelo Halloween,

    esta ltima importada da cultura norte-ameri-

    cana, mas muito semelhante tradio nacional.

    Uma dessas semelhanas o peditrio de gulo-

    seimas que as crianas realizam pelas casas da

    sua comunidade. A outra reside nas expresses

    que as crianas utilizam. No Po-por-Deus, se

    no recebem nada, as crianas podem responder

    com versos como os seguintes: Esta casa cheira

    a alho! Aqui mora um espantalho! ou Esta casa

    cheira a unto! Aqui mora algum defunto!. Pelocontrrio, se recebem guloseimas, respondem

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    com versos como este: Esta casa cheira a broa!

    Aqui mora gente boa!.

    A progressiva implantao do Halloween em

    Portugal constitui um exemplo de ameaa ou

    risco continuidade do Po-por-Deus comomanifestao do Patrimnio Imaterial portugus,

    por vrias razes. Em primeiro lugar, substitui os

    versos tradicionais, manifestaes da tradio

    oral da comunidade, por expresses orais origi-

    nrias do Ingls (Doura ou travessura! / Trick

    or treat!). Em segundo lugar, introduz neste

    peditrio cerimonial infantil o uso de mscaras e

    fatos muito semelhantes s usadas no Carnaval,

    mas que tradicionalmente eram totalmenteausentes do Po-por-Deus. Finalmente, e como

    bem expressam as alteraes do nome da tradi-

    o, da forma e contedo da tradio oral, e tam-

    bm o tipo de mscaras que passaram a ser utili-

    zadas pelas crianas, a introduo do Halloween

    eliminou por completo as conotaes religiosas

    muito presentes na antiga tradio do Po-por-

    -Deus.

    COMPREENDER O CALENDRIO FESTIVO

    DE UMA COMUNIDADE

    Utiliza o diagrama da pgina seguinte para

    elaborares o calendrio das festas cclicasda tua

    comunidade, isto , as festas que se realizam

    todos os anos, sempre nas mesmas datas ou nos

    mesmos perodos. Podes tambm utiliz-lo para

    identificar outras festas com periodicidade no

    anual, com a Festa dos Tabuleiros (em Tomar),

    que se realiza apenas de em anos. Podes ainda

    utiliz-lo para assinalar outros acontecimentos

    rituais, que ocorrem de forma irregular, como as

    procisses ad petendam pluviam, em que se pede

    chuva quando acontecem grandes secas.Depois de preenchido, utiliza o diagrama

    com as vrias festas que se realizam na tua comu-

    nidade para descobrires a relao entre cada uma

    delas e os ciclos da natureza. J reparaste que o

    Natal se celebra prximo do Solstcio de Inverno,

    e que os Santos de Junho, sobretudo, o S. Joo,

    celebram-se prximo do Solstcio de Vero? E

    sabes que muitas das festas que se realizam no

    Vero assinalam, ou assinalavam em temposmais recuados, o fim das colheitas agrcolas,

    estando, pois, em relao com os ciclos da natu-

    reza? J reparaste como a Pscoa, bem como

    outras celebraes ligadas ao renascimento da

    natureza, se celebra sempre prximo do equin-

    cio da Primavera?

    E sabes porque razo o dia em que se cele-

    bra o Carnaval e a Pscoa mudam de ano para

    ano? porque no calendrio litrgico catlico,

    que calculado simultaneamente com base nos

    ciclos do sol e da lua, aquelas festas so defini-

    das pela data em que ocorre a ltima lua nova de

    Inverno. Ora, como o ciclo lunar (que dura

    dias) de durao inferior de um ms ( ou

    dias, com exceo de Fevereiro), e a data do

    calendrio em que ocorre a ltima lua nova de

    Inverno varia de ano para ano, tambm as datas

    em que se celebram aquelas festas mudam de

    ano para ano.

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    27

    AGOSTO

    FEVEREIR

    O

    MAIO NOVEMBRO

    /DEZEMBRO

    SOLSTCIOINVERNO

    JUNHO

    SOLSTCIOVERO

    S

    ETEM

    BRO

    EQU

    INC

    IOOUT

    ONO

    MAR

    O

    EQU

    INC

    IOPRIMAVER

    A

    I N V E R N O

    V E R O

    O U T O N O P R I M A V E R A

    DISTRITO:

    CONCELHO:

    FREGUESIA

    LOCAL:

    ELABORADO POR:

    DATA:

    CALENDRIO FESTIVO

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    FICHA N.

    . NOME DA TRADIO ORAL:

    . LOCAL ONDE SE PRATICA:

    DISTRITO

    CONCELHO

    FREGUESIA

    LOCAL

    derecolhade patrimnioimaterial

    Kit

    PATRIMNIO IMATERIAL TRADIES ORAIS

    IMAGEM

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    . NOMES DOS DETENTORES OU PRATICANTES:

    . SITUAES EM QUE A TRADIO ORAL PRATICADA:

    . DESCRIO DA TRADIO ORAL:

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    . MODO DE APRENDIZAGEM DA TRADIO ORAL:

    . AMEAAS CONTINUIDADE DA TRADIO ORAL:

    . OUTRAS INFORMAES:

    ELABORADO POR:

    DATA:

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    33

    INSTRUES

    Utilizando a lngua como meio de expresso

    e de transmisso, as tradies orais podem assu-

    mir muitas formas e ser usadas para fins muitodiferentes. Por exemplo, algumas das mais

    conhecidas, como os contos, as lendas, as adivi-

    nhas, os provrbios, as lenga-lengas ou os roman-

    ces, so utilizadas para fins de entretenimento,

    diverso e por vezes tambm para fins pedaggi-

    cos. Outras formas de expresso oral no so

    verdadeiramente autnomas, mas utilizam-se

    em conjunto com ou como parte integrante de

    saberes tradicionais. o exemplo das oraesque se pronunciam para esconjurar as trovoadas,

    invocando a proteo de Santa Brbara, ou que

    se pronunciam no processo de fabrico do po, ao

    mesmo tempo que se desenha uma cruz sobre a

    massa lveda ou sobre o forno. Outros exemplos

    de formas de oralidade utilizadas em conjunto

    com outras expresses do Patrimnio Imaterial

    so o cancioneiro, em que as canes ou cantigas

    so indissociveis da msica, e o teatro, em que acompreenso do texto ou fala de cada um dos

    atores indissocivel dos restantes elementos

    da representao, tais como a postura dos ato-

    res, o modo como estes se relacionam entre si, o

    modo como trajam e os adereos que utilizam,

    assim como do cenrio em que a pea de teatro

    realizada.

    A literatura oral, isto , o conjunto de tradi-

    es orais de uma comunidade, normalmente

    muito complexa, mas em caso algum a deves

    confundir, para os objetivos a que se destina esta

    Ficha, com a lngua utilizada na comunidade. Por

    exemplo, caso realizes o teu projeto de recolha

    sobre as tradies orais mirandesas, no deves

    considerar como patrimnio imaterial a Lngua

    Mirandesa na sua globalidade. Esta deve ser con-

    siderada como o veculo para a transmisso dotipo de tradies orais sobre o qual efetuars a

    tua recolha, tais como o cancioneiro, o roman-

    ceiro, o teatro ou o adagirio.

    Como tal, deves utilizar uma Ficha para cada

    um desses tipos de expresses orais, comeando

    por identificar o nomepelo qual ela conhecidana comunidade (ex: conto, parlenga, rima, ditado,

    etc.), assim como o localespecfico em que a tra-

    dio oral conhecida ou praticada, pois a

    mesma tradio oral pode conhecer tantas ver-

    ses diferentes quanto os locais em que a mesma

    conhecida. No espao reservado para a ima-

    gem, procura utilizar uma fotografia do momento

    em que algum narra essa tradio, ou um dese-

    nho elaborado a partir do seu tema principal.De seguida, identifica o nome dos detento-

    res ou praticantesdessa tradio oral, tendo em

    ateno que, do mesmo modo que varia de local

    para local, tambm pode variar de pessoa para

    pessoa (como diz o ditado, Quem conta um

    conto acrescenta um ponto).

    De acordo com as caractersticas prprias de

    cada tipo de tradio oral, identifica de quais as

    situaes em que praticada. Por exemplo, seescolheste realizar o teu projeto de recolha de

    patrimnio imaterial sobre o cancioneiro de uma

    freguesia, provavelmente encontrars cantigas

    de gneros muito diferentes, tais como cantigas

    de embalar, utilizadas pelas mes para adorme-

    cer os bebs, cantigas de trabalho, utilizadas para

    alegrar ou para ritmar os trabalhos no campo, e,

    claro, tambm cantigas e quadras que os namo-

    rados dedicam um ao outro.

    Seguidamente, devers realizar a descrio

    da tradio oral, da forma mais exaustiva poss-

    vel, principiando pela sua transcrio integral,

    como na seguinte adivinha:

    Tem casca bem guardada

    Ningum lhe pode mexer

    Sozinha ou acompanhadaEm Novembro nos vem ver

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    Aps transcreveres cada verso, ou verses,

    deves procurar incluir na descrio todas as

    explicaes que sejam importantes para compre-

    ender essa expresso oral. No caso deste fruto,

    que certamente j adivinhaste, poderia ser refe-rido sobre a castanha que a sua casca de difcil

    remoo, que vem ver-nos em Novembro, por-

    que nessa altura principia a poca da sua apanha

    e do seu consumo, sobretudo nos magustos de S.

    Martinho, e que pode ser comida sozinha, ou

    como acompanhamento de outros alimentos.

    Quanto ao modo de aprendizagem da tra-

    dio oral, importante referir qual a idade a

    partir da qual pode ocorrer essa aprendizagem, ese efetuada em meio familiar, entre amigos, ou

    em qualquer outro tipo de grupo, como por

    exemplo as loas proclamadas pelos grupos que

    participam nas Festas dos Rapazes em Trs-os-

    -Montes. Verifica igualmente se a aprendizagem

    e a transmisso se efetua apenas por via oral,

    pela imitao e pela memorizao, ou se recorre

    tambm escrita, como por exemplo por vezes,

    desde as ltimas dcadas, com a elaborao dos

    textos lidos por ocasio dos testamentos do

    Entrudo, da Serrao da Velha, entre outros.

    Sempre que existentes, deves registar na

    Ficha as ameaas continuidade da tradiooral. Por exemplo, se verificares ao longo do teu

    projeto que apenas as pessoas mais velhas da

    comunidade so detentoras dessa tradio, e que

    j no a praticam verdadeiramente, por exemplo

    atravs da transmisso aos seus filhos e netos

    dos contos, lendas e romances que aprenderam

    com os seus pais e avs, deves considerar que a

    continuidade destas tradies est ameaada.

    Sempre que entendas necessrio, regista naFicha outras informaes que considerares

    importantes para a caracterizao dos gneros

    de literatura oral que ests a recolher, tais como

    possveis medidas a tomar pela comunidade para

    assegurar a sensibilizao dos mais jovens para a

    transmisso e a continuidade futura dessa tradi-

    o, tais como a realizao de sesses pblicas

    de contos, de concursos de adivinhas, etc.

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    II.

    fichas parapatrimniomaterial

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    FICHA N.

    . NOME DO LUGAR:

    . LOCALIZAO:

    DISTRITO

    CONCELHO

    FREGUESIA

    LOCAL

    derecolhade patrimnioimaterial

    Kit

    PATRIMNIO MATERIAL INVENTRIO DE LUGARES

    IMAGEM

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    . DADOS HISTRICOS:

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    . DESCRIO:

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    41

    . RELAO DO LUGAR COM MANIFESTAES DE PATRIMNIO IMATERIAL:

    . OUTRAS INFORMAES:

    ELABORADO POR:

    DATA:

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    42

    INSTRUES

    A Ficha de Inventrio de Lugares deve ser

    utilizada para a caracterizao de uma expresso

    do Patrimnio Imaterial cuja realizao impliquea utilizao de um espao fsico.

    Assim, esta Ficha pode ser utilizada para

    descrever espaos urbanos como os largos e as

    praas, em que se realizam acontecimentos festi-

    vos como a queima do madeiro de Natal, os

    arraiais das Festas de Vero, etc. No caso das pro-

    cisses e dos compassos pascais, o espao

    urbano abrangido maior, e estende-se normal-

    mente a vrias ruas, bairros ou mesmo vrioslugares de uma freguesia, j para no falar dos

    crios que podem percorrer vrias povoaes.

    A Ficha pode tambm ser utilizada como

    complemento ao estudo de saberes e ofcios

    tradicionais, como por exemplo para caracteri-

    zar os terrenos utilizados para uma prtica agr-

    cola ou para caracterizar a floresta em que o

    resineiro recolhe a resina ou que os caadores

    procuram para a caa de uma certa espcie ani-mal, as charnecas a que o pastor conduz o seu

    rebanho para se alimentar, o rio, lago ou zona

    costeira utilizados por uma comunidade pisca-

    tria, etc.

    A Ficha pode ainda ser utilizada para descre-

    ver os espaos em que muitas vezes tm origem

    determinadas tradies orais, como os penedos,

    as grutas, as fontes ou os castros acerca dos

    quais produzem lendas sobre a existncia de

    mouras encantadas, os locais em que, tambm

    de acordo com a tradio oral, existem tesouros

    enterrados, ou, ainda, em que apareceram as

    imagens de santos.

    No preenchimento desta Ficha, deves come-

    ar por identificar o nomepelo qual esse lugar conhecido (ex: Praa da Repblica, Cova da

    Moura, etc.), e a sua localizao. Utiliza o espao

    prprio para colocares a imagem desse espao,

    que pode consistir numa fotografia, num dese-

    nho ou num mapa.

    Deves procurar dados histricos sobre o

    lugar, como por exemplo a poca em que foi

    habitado um castro, o sculo em que foi cons-

    trudo um bairro, os anos aproximados em queum certo terreno, originalmente de uso agrcola,

    foi abandonado e hoje utilizado para pastoreio,

    etc., pelo que importante que registes nesta

    seco a funoou funes atuais que o lugar

    desempenha.

    Deves efetuar a descriodo espao com o

    maior pormenor possvel, explicando se consiste

    num espao de uso coletivo (ex: o largo de uma

    aldeia ou um rio) ou privado (um terreno agrcola

    ou florestal), e identificando, neste ltimo caso, o

    respetivo proprietrio.

    Seguidamente deves explicar qual a relao

    desse lugar com oPatrimnio Imaterialda res-

    petiva comunidade, complementando-a com

    outras informaesrelativas sua importncia,

    por exemplo, como espao de realizao de tradi-

    es festivas, como fonte de tradies orais da

    comunidade, ou como recurso para o exerccio e

    continuidade de saberes e ofcios tradicionais.

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    FICHA N.

    . NOME DO EDIFCIO:

    . LOCALIZAO:

    DISTRITO

    CONCELHO

    FREGUESIA

    LOCAL

    derecolhade patrimnioimaterial

    Kit

    PATRIMNIO MATERIAL INVENTRIO DE EDIFCIOS

    IMAGEM

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    . FUNOUTILIZAO:

    . DATA DE CONSTRUO:

    . DADOS HISTRICOS:

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    . RESPONSVEIS PELA CONCEO/CONSTRUO:

    . PROPRIETRIO ATUAL:

    . DESCRIO:

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    . MATERIAIS DE CONSTRUO UTILIZADOS:

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    . ESTADO DE CONSERVAO:

    MUITO BOM BOM REGULAR MAU

    . RELAO DO EDIFCIO COM MANIFESTAES DE PATRIMNIO IMATERIAL:

    . OUTRAS INFORMAES:

    ELABORADO POR:

    DATA:

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    49

    INSTRUES

    Tal como referido na Introduo deste Kit,

    muitas vezes a documentao do Patrimnio

    Imaterial no pode ser dissociada do PatrimnioMaterial. Como tal, deves utilizar esta Ficha sem-

    pre que seja necessrio caracterizares, com maior

    pormenor, uma expresso do Patrimnio Imate-

    rial cuja realizao implique a utilizao de um

    determinado tipo de edifcio ou construo,

    mesmo que esta no tenha uma utilizao per-

    manente mas apenas provisria.

    Entre os muitos casos possveis, esta Ficha

    pode ser preenchida para identificar os edifcios(Igreja, Capela, Mesquita, Sinagoga, etc.) utiliza-

    dos para a realizao de festas religiosas. Pode

    tambm ser utilizada como complemento

    documentao de saberes ou ofcios tradicionais,

    como os de moleiro e lagareiro, que se realizam

    em edifcios equipados especificamente para

    esse fim, respetivamente os moinhos, de gua ou

    de vento, e os lagares de azeite.

    No caso das atividades piscatrias, a Fichapode ser utilizada para caracterizar as constru-

    es em que se guardam as artes de pesca (ex:

    redes), ou que se utilizam para a seca de peixe.

    No caso das atividades agrcolas, a Ficha pode

    ser utilizada para documentar todas as constru-

    es utilizadas para guardar as alfaias agrcolas,

    os animais de trabalho, os produtos da terra,

    como por exemplo os Espigueiros, que se utili-

    zam Noroeste de Portugal para conservar as

    espigas de milho. Pode ser utilizada tambm

    para caracterizar muitos outros tipos de cons-

    trues por vezes associadas ao trabalho agr-

    cola, como os pombais, utilizados em parte para

    produo de estrume, ou os poos, engenhos e

    noras, utilizados para regar os campos. No caso

    do pastoreio, a Ficha pode ser utilizada para

    descrever os abrigos dos pastores, sempre queestes sejam utilizados e, claro, os prprios cur-

    rais e todas as instalaes utilizadas no manu-

    seio do gado.

    No preenchimento da Ficha de Inventrio de

    Edifcios, deves comear por identificar o nome

    pelo qual conhecido (ex: Moinho, Lagar deVinho, Oficina, Lagar de Vinho, etc.) e a sua loca-

    lizao. Tal como em qualquer documento de

    identificao, importante que esta Ficha seja

    ilustrada com uma imagem do edifcio, que

    poder consistir numa fotografia ou num dese-

    nho colocado no espao para tal destinado.

    Quanto sua data de construo, caso no

    seja possvel identificar o ano preciso, deves

    indicar o perodo aproximado (ex: Dcada de; /) ou, pelo menos, o sculo

    (ex: Sculo XX). Deves procurar saber dados

    histricos sobre o edifcio, como por exemplo a

    quem pertencia originalmente, como passou a

    pertencer ao atual proprietrio, eventuais alte-

    raes e/ou ampliaes que nele tenham sido

    feitas ao longo do tempo, quando e porqu dei-

    xou de ser utilizado, etc.

    Deves efetuar a descriodo edifcio sem-pre do geral para o particular (isto , da sua estru-

    tura para as suas vrias partes), como nesta des-

    criode um moinho de vento:

    Moinho de vento, em alvenaria, de planta circu-

    lar, de trs pisos. Sobre o piso superior ergue-se o

    capelo, telhado cnico movido a partir do inte-

    rior do moinho para orientao do velame ao

    vento. No piso superior situa-se a m alveira,

    utilizada para a moagem de trigo. No piso inter-

    mdio situa-se a m secundeira, utilizada para

    a moagem de milho. No piso trreo est insta-

    lado um crivo mecnico, utilizado para a lim-

    peza do gro a moer. Este piso ainda utilizado

    para o armazenamento dos sacos de farinha.

    Deves procurar ser o mais exaustivo possvelna identificao de todos os materiaisde que

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    50

    feito o edifcio. No caso deste moinho, cuja estru-

    tura principal de alvenaria, deveria ser indicado,

    por exemplo, que os sobrados de cada piso so

    em madeira, que o capelo constitudo por

    uma estrutura de barrotes em madeira forrada achapas de zinco e, naturalmente, deveria ser indi-

    cado que as ms so feitas de pedra.

    Na ficha deves indicar ainda identificar os

    intervenientes fundamentais na histria do edif-

    cio: os responsveis pela sua conceo e/ou

    construo e o seu atual proprietrio. No pri-

    meiro caso no te esqueas que um edifcio pode

    ser construdo com recurso a vrios saberes espe-

    cializados no trabalho da pedra, da madeira, doadobe, etc. Sempre que seja possvel, todos estes

    intervenientes devero ser aqui identificados.

    Deves ainda identificar o estado de conser-

    vao do edifcio, utilizando a escala indicada

    (Muito Bom; Bom; Regular; Mau), bem como evi-

    denciar qual a sua relao com o Patrimnio

    Imaterial da respetiva comunidade. Por exem-

    plo, caso o moinho seja ainda normalmente utili-

    zado, isso pode significar que o edifcio desem-

    penha ainda um papel importante na utilizao

    dos saberes tradicionais inerentes ao ofcio de

    moleiro. No entanto, importante perceber se o

    moleiro utiliza o moinho apenas para produo

    de farinha para consumo da sua prpria casa, ouse presta esse servio a outras famlias da comu-

    nidade. igualmente importante saber se, apesar

    de o moinho ser utilizado e de, como tal, este

    saber tradicional estar ativo, este moleiro ser j o

    ltimo na comunidade. Neste caso, tal poder

    significar que, nesta comunidade, esse saber se

    defronta com a ameaa da ausncia da sua trans-

    misso s geraes futuras.

    Finalmente, podes ainda registar outrasinformaesque consideres importantes para a

    caracterizao do edifcio e dos saberes que lhe

    esto associados. Por exemplo, pode no haver

    qualquer ameaa continuidade do ofcio de

    moleiro propriamente dito, mas pode j no

    haver, na comunidade, carpinteiros que saibam

    reparar o mecanismo motor do moinho, pelo

    que, em caso de avaria, seja agora necessrio

    recorrer a saberes externos comunidade.

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    FICHA N.

    . NOME DO OBJETO:

    . LOCAL DE UTILIZAO:

    DISTRITO

    CONCELHO

    FREGUESIA

    LOCAL

    derecolhade patrimnioimaterial

    Kit

    PATRIMNIO MATERIAL INVENTRIO DE OBJETOS

    IMAGEM

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    . LOCAL DE PRODUO:

    DISTRITO

    CONCELHO

    FREGUESIA

    LOCAL

    . DATA DE PRODUO:

    . FUNO PRINCIPAL:

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    . OUTRAS UTILIZAES:

    . DESCRIO:

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    . DADOS HISTRICOS:

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    . MATERIAIS UTILIZADOS:

    . PRODUTORFABRICANTE:

    . PROPRIETRIO ATUAL:

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    . ESTADO DE CONSERVAO:

    MUITO BOM BOM REGULAR MAU

    . RELAO DO OBJETO COM MANIFESTAES DE PATRIMNIO IMATERIAL:

    . OUTRAS INFORMAES:

    ELABORADO POR:

    DATA:

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    INSTRUES

    Como irs perceber no decurso do teu pro-

    jeto de recolha do Patrimnio Imaterial, muitas

    com frequncia a realizao de uma s expressodo Patrimnio Imaterial implica a utilizao de

    muitos e diversificados objetos.

    Por exemplo, na realizao de uma Festa reli-

    giosa, o objeto de maior importncia , natural-

    mente, a imagem da entidade (Ex: N. Senhora,

    um Santo, etc.) cultuada e homenageada atravs

    dessa mesma festa. No entanto, muitos outros

    objetos podem tambm ser utilizados nesse

    acontecimento, tal como o andor que transportaaquela imagem e os estandartes e pendes que a

    acompanham na procisso, as alfaias litrgicas

    utilizadas na celebrao da missa, etc.

    Um outro caso evidente o dos ofcios e

    saberes tradicionais, que recorrem a ferramentas

    e utenslios especficos. Por exemplo, para desco-

    brir gua no subsolo, o vedor utiliza uma vara

    bifurcada de madeira; para alm das redes, o pes-

    cador utiliza diversos utenslios para as reparar,recorrendo a diferentes tipos de artes de pesca

    consoante as espcies que pretende capturar,

    como os covos, para os polvos; o oleiro usa vrios

    instrumentos para modelar o barro, de que o

    mais importante a roda de oleiro.

    Um s carpinteiro pode usar dezenas ou

    centenas de ferramentas diferentes adequados

    aos vrios tipos de operaes que efetua: para

    preparar a madeira, serrando-a, para apar-la,

    para encaixar as diferentes peas, para esculpi-

    -la, e para lhe dar os acabamentos finais: cera,

    verniz, tinta, etc. Naturalmente, em casos como

    este devers selecionar muito bem os objetos

    a documentar atravs da utilizao desta Ficha,

    e poders inclusive pedir ao prprio arteso

    que faa essa seleo, pela maior importncia

    ou valor que esse(s) objeto(s) assumem paraele.

    Mesmo o conhecimento das tradies orais

    de uma comunidade pode em muitos casos ser

    aprofundado e completado com a documenta-

    o de objetos pertencentes a essa comunidade.

    Por exemplo, em muitas aldeias em Portugal,existem lendas sobre o roubo da pia batismal da

    respetiva igreja por parte de freguesias vizinhas.

    Conta-se que o roubo foi efetuado de noite, num

    carro de bois, mas que, chegado o carro a deter-

    minado ponto (uma ponte, o limite da freguesia,

    etc.), o eixo do carro partiu-se e, por ser muito

    pesada, os ladres no a puderam levar. Normal-

    mente, a lenda tem como objetivo concluir que a

    pia batismal tem vontade prpria e no se deixaser levada para fora da comunidade a que per-

    tence. Neste caso, a documentao da lenda,

    atravs da Ficha de Inventrio de Tradies

    Orais, poder, naturalmente, ser completada

    com o preenchimento de uma Ficha de Invent-

    rio de Objetos para a documentao da prpria

    pia batismal, que no lendria e que podes

    observar.

    No preenchimento da Ficha de Inventrio de

    Objetos, deves comear por identificar o nome,

    ou os vrios nomes, pelo qual conhecido na

    comunidade (ex: Enxada, Vara, etc.). Deves indi-

    car os seus locais de utilizaoe de produo.

    Esta informao muito importante, pois permi-

    tir saber se o objeto foi feito na comunidade ou

    fora dela e, portanto, saber se o conhecimento de

    que resultou esse fabrico pertence ou no pr-

    pria comunidade. Esta ltima informao deve

    ser completada com a indicao da data, com a

    maior preciso possvel (Ex: ; Dcada de

    ; Sc. XX), em que o objeto foi feito.

    Deves identificar claramente a funo prin-

    cipaldo objeto (ex: cavar a terra, varejar as oli-

    veiras, etc.), bem como identificar outras utiliza-

    es que o objeto possa ter, pois um mesmo

    objeto pode ser utilizado para muitos fins, comoos cestos.

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    Deves efetuar a descriodo objeto sempre

    do geral para o particular (isto , da sua estrutura

    para as suas vrias partes), do todo para as par-

    tes, identificando primeiro os vrios elementos

    constituintes da pea e s depois eventuais ele-mentos no funcionais (decorativos ou outros),

    como no seguinte exemplo:

    Enxada, com cabo em madeira, e lmina em

    ferro. O cabo insere-se na lmina atravs de

    um segmento circular, o olho da enxada. No

    cabo tem inscrita a sigla AF, que corres-

    ponde ao nome do seu proprietrio (Augusto

    Ferreira).

    Deves procurar saber dadoshistricossobre

    o objeto, como por exemplo a quem pertencia ori-

    ginalmente, como e quando passou a pertencer

    ao atual proprietrio, eventuais alteraes que

    nele tenham sido feitas ao longo do tempo,

    quando e porqu deixou de ser utilizado, etc.

    Deves procurar ser o mais exaustivo possvel

    na identificao de todos os materiaisde que feito o objeto. No caso da Enxada acima tomada

    como exemplo deveria ser indicado o tipo de

    madeira de que feito o cabo (pinho; oliveira;

    pessegueiro; etc.) e o tipo de ferro de que feita

    a lmina (ferro fundido; ferro forjado; ao, apro-

    veitado de uma pea automvel, etc.). Este tipo

    de informaes importante porque muitas

    vezes h tendncia para substituir os materiais

    tradicionais por outros mais modernos, com a

    consequncia de desaparecerem os saberes liga-

    dos aos primeiros.

    Na ficha deves indicar ainda identificar os

    intervenientes fundamentais na histria do

    objeto: o seu produtor/fabricante e o seu pro-

    prietrio atual. No primeiro caso no te esqueas

    de cruzar essa informao com a que acima refe-rimos sobre o local em que o objeto foi produ-

    zido/fabricado, pois permitir estabelecer rela-

    es com outros locais, incluindo outros pases.

    Deves ainda identificar o estado de conser-

    vao do objeto, utilizando a escala indicada

    (Muito Bom; Bom; Regular; Mau), bem como evi-

    denciar qual a sua relao com o Patrimnio

    Imaterialda respetiva comunidade.

    Podes ainda acrescentar outras informa-esque consideres importantes para a caracte-

    rizao do objeto e dos saberes que lhe esto

    associados. Por exemplo, pode ser importante

    referir que j no existe ningum na comunidade

    que saiba produzir ou reparar esse objeto, recor-

    rendo-se, em sua substituio, a objetos idnti-

    cos de produo industrial (comprados em feiras

    e lojas da especialidade), o que poder significar

    alteraes na prpria manifestao de Patrim-

    nio Imaterial que ests a estudar. Aqui poders

    tambm registar se um objeto necessariamente

    utilizado em conjunto com outros, na mesma

    operao ou numa sequncia de operaes tc-

    nicas diferentes mas complementares.

    Finalmente, no te esqueas que podes ilus-

    trar a Ficha do objeto com a respetiva imagem,

    que poder consistir numa fotografia ou dese-

    nho, a colocar em espao prprio logo no incio

    da ficha, e que constitui um auxiliar muito impor-

    tante para a compreenso desse objeto.

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    III.

    fichascomplementares

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    FICHA N.

    . NOME COMPLETO:

    . ALCUNHA:

    derecolhade patrimnioimaterial

    Kit

    FICHA DE PESSOAS

    IMAGEM

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    . DATA DE NASCIMENTO:

    . LOCAL DE NASCIMENTO:

    . LOCAL DE RESIDNCIA:

    . CONTACTOS

    TELEFONE

    EMAIL

    . HABILITAES ESCOLARES

    . PROFISSO:

    . OCUPAES SECUNDRIAS:

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    . RELAO DA PESSOA COM MANIFESTAES DE PATRIMNIO IMATERIAL:

    . RESUMO DAS INFORMAES CEDIDAS:

    . INFORMAES ANEXAS:

    ENTREVISTA HISTRIA DE VIDA RVORE GENEALGICA

    ELABORADO POR:

    DATA:

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    INSTRUES

    Tal como referido na Introduo deste Kit, o

    Patrimnio Imaterial est sempre associado a

    pessoas, pois so elas que garantem a sua exis-tncia, vivenciando-o em comunidade e transmi-

    tindo-o s geraes futuras. E mesmo quando as

    tradies populares se transformam ou desapa-

    recem, , em muitos casos, graas memria das

    pessoas que podemos saber como essas tradi-

    es eram no passado.

    Por outro lado, o trabalho de terreno um

    dos mtodos fundamentais a utilizar em qual-

    quer projeto de recolha e documentao doPatrimnio Imaterial, e a sua realizao implica,

    naturalmente, a procura e o contacto, nesse ter-

    reno de pesquisa que uma comunidade, com as

    pessoas que o constituem.

    So estas as razes fundamentais para a uti-

    lizao desta Ficha, que deve ser utilizada para

    identificar e caracterizar as pessoas com quem

    contactas ao longo do teu projeto e que assu-

    mem maior importncia para a documentao doPatrimnio Imaterial que estudas.

    A Ficha deve ser utilizada, pois, para caracte-

    rizar as pessoas que detm os saberes, os conhe-

    cimentos e que desenvolvem as atividades tradi-

    cionais que estudas (ex: um oleiro, um cesteiro,

    um pescador, um agricultor, o responsvel por

    uma Comisso de Festas, etc.), mas tambm para

    caracterizar todos os outros informantes de

    terreno, isto , todas as pessoas que fornecem

    informaes fundamentais para a compreenso

    desse mesmo patrimnio.

    A Ficha, que constituir uma espcie de

    Bilhete de Identidade da pessoa com quem con-

    tactas, deve ser preenchida com os dados funda-

    mentais para a sua identificao, tais como o

    nomecompleto, a sua eventual alcunha, data e

    locais de nascimento eresidncia, contactose

    habilitaes escolares.

    Deves identificar qual a sua profisso e assuas eventuais ocupaes(profissionais) secun-

    drias, cujo conhecimento de particular impor-

    tncia para o teu projeto de documentao do

    Patrimnio Imaterial se este incidir sobre saberes

    tradicionais. Por exemplo, importante perceber

    se um arteso utiliza os respetivos saberes tradi-

    cionais como ocupao a tempo inteiro ou ape-

    nas a tempo parcial.

    De seguida deves explicar qual relao destapessoa com o(s) tema(s) dePatrimnio Imate-

    rial que ests a estudar, como nos seguintes

    exemplos:

    responsvel pela organizao da Festa

    dedicada ao patrono da aldeia;

    uma das duas pessoas que na comunidade

    conhecem narrativas tradicionais sobre

    lobisomens;

    o ltimo dos 8 tanoeiros que at h

    20 anos existiam na aldeia, e que forneciam

    barris para todos os produtores de vinho do

    concelho.

    Sempre que possvel, deves elaborar um

    pequeno resumo das informaes cedidas por

    essa pessoa. Para melhor organizao do teu tra-

    balho, importante, finalmente, que identifiques

    se do contacto com essa pessoa resultaram

    outros tipos de informaes, registadas em

    suportes independentes: a sua Ficha de Entre-

    vista / Histria de Vida ou a sua rvore Geneal-

    gica.

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    FICHA N.

    NOME DO ENTREVISTADO:

    ENTREVISTA REALIZADA POR:

    LOCAL:

    DATA: DURAO HORAS:

    TIPOS DE REGISTO OU GRAVAO:

    UDIO VDEO CADERNO DE CAMPO

    TRANSCRIO DA ENTREVISTA:

    TOTAL PARCIAL

    derecolhade patrimnioimaterial

    Kit

    FICHA DE ENTREVISTA HISTRIA DE VIDA

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    RESUMO DA ENTREVISTA

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    INSTRUES

    Atravs da documentao de histrias de

    vida, podemos conhecer determinadas experin-

    cias de vida que uma pessoa vivenciou, ou que tes-temunhou, ao longo do percurso, permitindo-nos

    obter informaes fundamentais para o estudo do

    Patrimnio Imaterial. Afinal, so as pessoas que

    fazem o Patrimnio Imaterial, e este existir ape-

    nas enquanto as pessoas lhe derem importncia e

    ele for importante para as suas vidas.

    A documentao de histrias de vida consti-

    tui um mtodo de trabalho realizado atravs de

    entrevistas. Para a documentao de uma hist-ria de vida, a entrevista , em regra, longa.

    comum que a para a sua elaborao sejam mesmo

    necessrias vrias entrevistas, para que o entre-

    vistado possa dispor do tempo necessrio para

    contar todos os aspetos importantes da sua vida.

    A entrevista distingue-se do inqurito por-

    que neste aplicamos perguntas sobre questes

    muito especficas. Pelo contrrio, numa entre-

    vista, mesmo que seja centrada num tema res-trito, devemos dar liberdade ao entrevistado, isto

    , o nosso informante sobre o tema de Patri-

    mnio Imaterial que estamos a estudar, para que

    ele possa falar sobre todos os aspetos que consi-

    dere importantes sobre esse tema.

    A PREPARAO DA ENTREVISTA

    importante teres conscincia que deves

    partir para uma entrevista muito bem preparado(a),

    ou seja, deves definir um tema, estud-lo muito

    bem e procurar obter informaes sobre o teu

    informante com alguma antecedncia. Uma boa

    ajuda, por exemplo, ser chegares ao teu infor-

    mante atravs de algum que j conheas bem, e

    que lhe possa dar garantias de que procuras

    conhecer esse informante apenas com boas inten-

    es.

    As perguntas que elaborares previamente

    devem depender dos temas que queres estudar,

    ou seja, dependem dos motivos que te levaram a

    procurar conhecer essa pessoa. Quando prepara-

    res o guio da entrevista (isto , a seleo dasquestes a colocar, como no exemplo em anexo a

    esta Ficha) tenta no elaborar perguntas que sus-

    citem respostas fechadas, ou seja, aquelas que

    levam a pessoa a responder apenas sim ou

    no. Elabora perguntas abertas que permitam

    respostas livres. muito importante que as tuas

    perguntas sejam feitas de modo a no condicio-

    nar a resposta do teu informante. Um tipo de

    perguntas que no deve ser feito a seguinte:Isso que lhe aconteceu foi muito importante,

    no verdade?. Deves antes utilizar o seguinte

    tipo de perguntas: E acha que isso que lhe acon-

    teceu foi muito ou pouco importante?.

    Deves ter em conta que a construo do

    guio da entrevista deve partir do geral para o

    particular. Assim, deves comear por saber dados

    gerais, como: nome, idade, local de nascimento,

    etc. Parte de seguida para as perguntas especfi-

    cas. Por exemplo, se fores falar com um arteso,

    fundamental perceberes como aprendeu o of-

    cio, com quem, com que idade, que tcnicas

    domina, que instrumentos utiliza, etc.

    Em anexo Ficha apresentada uma pro-

    posta de guio de entrevista, para utilizares

    como auxiliar para a elaborao do teu prprio

    guio, de acordo com os objetivos do teu projeto

    de documentao do Patrimnio Imaterial.

    Deves pensar com antecedncia nos mto-

    dos de registo documental que vais utilizar.

    Podes usar um gravador, uma cmara de filmar

    ou podes simplesmente tomar notas. impor-

    tante teres em conta que a gravao da entre-

    vista, em suporte udio ou em vdeo, pode inibir

    o informante, pelo que lhe deves sempre pedir

    autorizao para efetuar a entrevista com esses

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    meios. Se verificares que o uso desses meios

    causa algum constrangimento ao teu informante,

    desliga-os e usa apenas o teu caderno de campo.

    A REALIZAO DA ENTREVISTANo dia combinado para a realizao da entre-

    vista importante que chegues a horas e que

    tenhas em ateno que a primeira impresso que

    causas a mais importante. A correo da tua

    atitude, expressa por exemplo no uso de trata-

    mento adequado idade do teu informante, bem

    como o agradecimento prvio pelo tempo que

    ele te vai dispensar, ajudaro a conquistar a sua

    colaborao para a realizao da entrevista. importante que comeces, logo partida,

    por explicar os motivos da tua presena e os

    objetivos da realizao da entrevista.

    Deves colocar as questes de uma forma clara

    e deves estar sempre atento s respostas para

    saber que novas questes deves colocar de seguida.

    No te podes esquecer que deves ser tu a conduzir

    a entrevista, orientando a conversa para as ques-

    tes que te interessam. Caso contrrio, corres o

    risco de no obter as informaes que pretendes

    porque frequente a disperso para assuntos que

    no correspondem ao tema de estudo.

    A tica e o respeito so princpios funda-

    mentais na recolha de uma histria de vida. Por

    isso, caso to seja pedido por parte do teu infor-

    mante, deves no final garantir a confidenciali-

    dade de certas informaes. E no te podes

    esquecer de perguntar se o informante te auto-

    riza ou no a revelar a sua identidade. Nunca, em

    caso algum, a deves revelar sem teres autoriza-

    o para o fazer!

    O TRATAMENTO DA ENTREVISTA

    Depois de realizada a entrevista, deves

    transcrev-la caso a tenhas gravado ou filmado.

    Tem em ateno que a transcrio exige normal-

    mente muito tempo. Podes efetuar uma transcri-

    o total da entrevista, ou apenas parcial,

    tomando nota dos aspetos que mais te interes-

    sam para o tema que ests a estudar. Podes che-gar concluso que algumas questes ficaram

    por esclarecer, pelo que deves realizar uma

    segunda entrevista ao mesmo informante. Vai-

    -te permitir comprovar alguns dados e aprofun-

    dar outros. S depois comeas a construir o

    texto da histria de vida que documentaste, par-

    tindo das notas que tomaste. Se a entrevista no

    foi gravada, e apenas tomaste notas no teu

    caderno de campo, deves organizar o discurso ereconstrures a narrativa tal como te foi transmi-

    tida. No sendo obrigatrio, no final podes mos-

    trar ao teu informante o resultado do teu traba-

    lho, para que este confirme que os dados esto

    corretos.

    Deves utilizar o mtodo da recolha de hist-

    rias de vida para os principais informantes da tua

    pesquisa sobre Patrimnio Imaterial. Poders

    assim constituir um arquivo das histrias de vida

    das pessoas que so fundamentais para caracteri-

    zar a histria e o presente do Patrimnio Imate-

    rial da tua comunidade. Mas tem em ateno que,

    sendo um mtodo de recolha de dados muito

    exaustivo e que leva muito tempo, no faz sentido

    utiliz-lo para todas as pessoas que te fornecerem

    apenas informaes gerais ou pontuais.

    Finalmente, no te esqueas que podes utili-

    zar as Fichas prprias para identificar as pessoas

    que entrevistas, bem como os objetos (ferra-

    mentas, instrumentos, utenslios, etc.), edifcios

    (moinhos, azenhas, lagares, oficinas, capelas e

    igrejas, etc.) ou espaos (minas, terrenos agrco-

    las, florestas, mar e rios, etc.) por elas utilizados

    na realizao das atividades que constituem o

    Patrimnio Imaterial da tua comunidade.

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    EXEMPLO DE GUIO DE ENTREVISTA

    1.Informaes gerais sobre o Entrevistado:

    Nome Idade

    Data de Nascimento

    Naturalidade/Nacionalidade

    Local de residncia

    Contactos

    Estado civil

    Nmero de elementos do agregado familiar

    Habilitaes escolares

    Que profisses e ocupaes secundriastem tido ao longo da vida?

    Houve experincia de migrao / emigrao?

    Quando, para onde e porqu?

    2.Informaes especficas sobre

    a Atividade Tradicional

    Qual a Atividade tradicional quedesempenha?

    Com que idade e com quem a aprendeu?

    Da sua Atividade resultam que tipos de

    servios ou produtos? Quem e para que fim

    so utilizados?

    Que materiais (ex: pedra, argila, madeira)

    ou recursos (ex.: animais; energia elica

    ou hidrulica) utiliza para desenvolver a sua

    Atividade? Como os obtm?

    Que objetos utiliza? Como os obtm

    e repara?

    Em que espaosdesenvolve essa Atividade?

    Em que edifcio(s)desenvolve essa

    Atividade?

    Como desempenha a sua Atividade?

    Quais as etapas necessrias para

    a desempenhar? A sua Atividade foi sempre realizada da

    mesma maneira? Se houve mudanas ao

    longo do tempo, quais foram e quando

    e porque ocorreram?

    Em sua opinio, essas alteraes foram

    positivas ou negativas? Porqu?

    Realiza a sua Atividade individualmente

    ou em conjunto com outras pessoas?

    Como o fazem? Que tarefas so especficasde uns e de outros?

    Os seus familiares esto de algum modo

    envolvidos nesta Atividade? Como?

    Qual a importncia que esta Atividade

    tem na sua vida, na da sua famlia e na

    da sua comunidade?

    Algum j aprendeu consigo a sua Atividade?

    Quem e para qu?

    Para alm de si, outras pessoas da sua

    comunidade detm os mesmos

    conhecimentos e/ou desempenham a mesma

    Atividade? Quem?

    Qual a sua relao com essas pessoas?

    Aprendem e trocam experincias uns com

    os outros?

    Na sua opinio, de que fatores est

    dependente a continuidade da sua Atividade

    e dos saberes tradicionais com que ela

    executada?

    Que outras informaes deseja acrescentar

    sobre a sua Atividade?

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    derecolhade patrimnioimaterial

    Kit

    COMO DESENHAR UMA RVORE GENEALGICA

    PASSOS FUNDAMENTAIS

    Uma rvore genealgica um esquema gr-

    fico que nos permite saber, com toda a exatido,

    qual a relao de uma pessoa com cada um dos

    seus familiares. A rvore genealgica de uma

    famlia elaborada utilizando os seguintes sm-

    bolos:

    Regra geral, uma rvore genealgica deve

    ser elaborada por referncia a uma nica pessoa.Como tal, essa pessoa deve ser sinalizada com

    uma cor diferente, para mais facilmente se perce-

    ber que a rvore genealgica lida a partir dela.

    Por exemplo, se fizeres a tua rvore geneal-

    gica deves comear sempre por ti, desenhando

    depois os teus pais, os teus irmos, os teus avs,

    etc. Em vez dos smbolos acima indicados, podes,

    claro, compor a uma rvore genealgica com

    fotografiasdos teus familiares, mas certamente

    vais precisar de uma cartolina bem grande! Se

    quiseres utilizar fotos, talvez seja prefervel faze-

    res um lbum fotogrfico, de que a rvore ser o

    ndice.

    Utiliza sempre uma folha em formato A, ou

    maior, se desejares indicar todos os parentes em

    grau mais afastado (exemplo: os filhos dos teus

    tios-avs, que so teus primos em terceiro grau).

    Se desejares podes utilizar diferentes cores

    para melhor identificar os membros de cada

    gerao: bisavs; avs e tios-avs; pais e tios; tu,

    os teus irmos e os teus primos; ou ainda, os

    filhos dos teus primos, etc.

    Sempre que possvel, e sobretudo no caso

    das relaes de fraternidade (entre irmos), deves

    ordenar pela ordem do nascimento (*) as pessoas

    unidas por uma relao familiar.

    Exemplo:

    HOMEM

    MULHER

    RELAO DE FILIAOENTRE PAIS E FILHOS

    RELAO FRATERNAL

    ENTRE IRMOS

    RELAO CONJUGAL

    CASAMENTO UNIO

    Pai(*)

    Rita(*)

    Miguel(*)

    Clara(*)

    Joana(*)

    Me(*)

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    UMA RVORE QUE SERVEPARA COMPREENDER MUITAS COISAS

    Pede a ajuda dos teus pais, avs e tios para

    conseguires recuar o mais possvel no tempo e

    identificares todos os teus antepassados, como

    os teus trisavs (isto os pais dos teus bisavs)

    ou mesmo os teus tetravs (que so os pais dos

    teus trisavs)!

    Sempre que possvel anota junto do smbolo

    de cada teu parente no apenas o nomeprprio

    mas tambm o apelido. Descobre como os

    nomes passam de gerao Vais surpreender-te!

    Por exemplo, de quem herdaste o apelido? Do

    teu av materno ou do av paterno?

    E os nomes prprios? Quantas pessoas natua famlia tm o mesmo nome? Descobre se os

    nomes prprios das geraes mais antigas conti-

    nuam a ser usados na tua prpria gerao. bem

    possvel que descubras na tua famlia nomes que

    j no se usam h muito tempo. Ou o contrrio:

    nomes que foram utilizados na gerao dos teus

    avs, que no foram utilizados na gerao dos

    teus pais e tios, e que agora voltaram a ser usa-

    dos na tua gerao, dos teus irmos e primos.Para alm do nome, podes tambm anotar,

    se tiver existido, a respetiva alcunha de cada

    pessoa. Sabes que em vrias regies de Portugal

    muitas alcunhas passaram, com o tempo, a

    nomes prprios ou apelidos?

    tambm muito til que possas anotar, para

    cada pessoa da tua famlia, o ano do nascimento

    e, sempre que o saibas, o local onde nasceu. Vais

    poder assim verificar se os teus familiares tm

    residido no mesmo stio desde h vrias gera-

    es, ou se provm de diferentes locais do pas,

    ou mesmo de outros pases. Em qualquer dos

    casos, procura sempre saber a razo.

    A COMPREENSODO PATRIMNIO IMATERIAL

    Como sabes, o Patrimnio Imaterial varia

    consoante cada comunidade. por isso que se

    usa o provrbio cada terra com seu uso, cada

    roca com seu fuso. E a famlia clula, ou uni-

    dade fundamental de cada comunidade.

    O uso do diagrama de parentesco (outro

    nome utilizado para rvore genealgica) ,

    pois, muito importante para compreender como

    se transmite o Patrimnio Imaterial, dado que a

    famlia , muitas vezes, o lugar da aprendizagem

    dos saberes tradicionais com os mais velhos e o

    lugar do seu ensino aos mais novos. esta razo

    desta Ficha poder ser utilizada em conjunto com

    outras fichas deste Kit: as de Pessoas, Ofcios/

    Saberes Tradicionais e Histrias de Vida.

    A construo de rvores genealgicas assim

    um instrumento importante no estudo dos sabe-

    res tradicionais, que so uma componente funda-mental do Patrimnio Imaterial. Nestes casos,

    fundamental anotar, para cada pessoa, a respetiva

    profisso, para perceber como determinados

    saberes e tcnicas tm passado de gerao em

    gerao. Sabes que, at anos recentes, era comum

    avs, pais e netos terem sempre o mesmo ofcio

    (agricultor, pescador, cesteiro, oleiro, etc.)?

    SMBOLOS COMPLEMENTARESSe quiseres tornar-te um profissional a fazer

    diagramas de parentesco, podes ainda utilizar

    outros smbolos. Por exemplo, no caso das gera-

    es mais recuadas, em que se tem a certeza do

    nmero de tios, primos, etc., mas se desconhece

    ao certo quantos eram do gnero masculino ou

    do feminino, utiliza-se o smbolo para uma

    dessas pessoas, como no caso da rvore geneal-

    gica do Joo, na pgina seguinte.

    Utilizam-se tambm os smbolos para

    identificar as pessoas (respetivamente homem,

    mulher ou pessoa de gnero desconhecido) j

    falecidas.

    O smbolo utiliza-se no caso em que

    duas pessoas se divorciaram. Finalmente, e como

    podes ver na pgina seguinte, em baixo, na rvore

    genealgica da Maria podes ainda utilizar uma

    ramificao da relao entre irmos para indicar

    que so gmeos.

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    RVORE GENEALGICA DO JOO

    ? ?

    ?

    ? ?

    ?

    AvAntero

    AvJaime

    BisavErmenegildo

    AminhaGerao

    PaiseTios

    Avs

    Tios-Avs

    Bisavs

    BisavFernando

    BisavCndida

    BisavMaria do Cu

    TioFilipe

    TioJaime

    PrimaClara

    PrimoVicente

    Joo

    AvGenoveva

    AvMaria

    Tia-AvCristina

    Tio-AvArmando

    Tio-AvAugusto

    Tio-AvAntnio

    Tio-AvFernando

    TiaGraa

    TiaAlexandraPai Me

    Famlia paterna

    Famlia materna

    RVORE GENEALGICA DA MARIA

    AminhaGerao

    Pa

    iseTios

    Avs

    Tios-Avs

    Bisavs

    AvFilipe

    AvJaime

    BisavAntnio

    BisavAugusto

    BisavFernando

    BisavCarlos

    BisavJosefa

    BisavVirgnia

    BisavMaria do Cu

    BisavAna

    TioPaulo

    TioPedro

    TiaLcia

    PrimoRodrigo

    PrimasSara e Marta

    (gmeas)

    PrimaFrancisca

    Maria(eu!!!!)

    IrmoBernardo

    AvMaria

    AvMaria

    Tia-AvJlia

    Tia-AvJoana

    Tio-AvFrancisco

    Tio-AvJoo

    TiaTeresa

    TiaCarlaPai Me

    DESCOBERTA DA MEMRIA FAMILIAR

    A construo de uma rvore genealgica

    um bom instrumento para perpetuar conheci-

    mentos e memriassobre todos os membros de

    uma famlia. Podes at vir a descobrir que na tua

    prpria famlia existem muito mais pessoas do

    que aquelas que j conheces. Por isso: bom traba-

    lho de detetive!

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    . NOME E IDADE DOS RESPETIVOS ELEMENTOS

    . NVEL DE ESCOLARIDADE:

    . NOME DO MONITOR DA EQUIPA:

    . ENTIDADE RESPONSVEL PELO PROJETO (MUSEU, ESCOLA, ETC.)

    . PERODO DE REALIZAO DO PROJETO:

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    . LOCAL DE REALIZAO

    DISTRITO

    CONCELHO

    FREGUESIA

    LOCAL

    ESPAO DESTINADO COLOCAO DE MAPA DO TERRITRIO DE RECOLHA

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    . MANIFESTAES DE PATRIMNIO IMATERIAL DOCUMENTADAS NO PROJETO:

    . FICHAS DO KIT DE RECOLHA DE PATRIMNIO IMATERIALUTILIZADAS:

    N. DE FICHAS PRODUZIDAS

    TRADIES FESTIVAS

    SABERES OFCIOS

    TRADIO ORAL

    OBJETOS

    EDIFCIOS

    LUGARES

    PESSOAS

    HISTRIA DE VIDA

    CALENDRIO RITUAL

    RVORE GENEALGICA

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    . DOCUMENTAO PRODUZIDA

    FOTOGRAFIAS N.

    VDEO N. HORAS

    SOM N. HORAS

    DESENHO N.

    TRANSCRIO DE ENTREVISTAS N.

    CADERNO DE CAMPO N.

    . NMERO DE PESSOAS CONTACTADAS:

    . BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

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    . OBSERVAES:

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    IV.

    manualpara recolhano terreno

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    Comea por definir e planearo teu projeto de recolha de patrimnio

    imaterial tendo em ateno:

    As pessoase as instituiesa quem podes ou precisas necessariamente

    de aceder para a realizao do teu trabalho;

    Os locaisa que te podes deslocar;

    O nmero de colegasque tens na tua equipa, e o trabalho que cada

    um pode assumir;

    A eventual articulaoentre o teu projeto e os projetos de outras

    equipas ou colegas;

    Os tipos de equipamentosde registo de que dispes, tais como mquina

    fotogrfica, gravador ou cmara de filmar;

    O tempode que dispes para a realizao do teu trabalho.

    No te esqueas que a qualidadedo teu projeto depender, em grande

    parte, da forma como planeias a realizao de cada um dos seus passos!

    Lista as tarefasque devem ser realizadas por ti e por cada um dos colegas

    da tua equipa, incluindo as pessoas ou instituies que cada um deve

    contactar, para mais facilmente dividirem o trabalho entre todos.

    Escolhe as Fichas e os Questionrios do Kit de Recolhamais apropriados

    ao tema do teu projeto. Antes de iniciares o trabalho de recolha

    propriamente dito, deves analisar cuidadosamente cada ficha.

    Este passo fundamental para preparares as perguntas que vais colocar

    ao longo do trabalho.

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    Deves conhecer bem cada ficha tambm porque, como diz o provrbio,

    as conversas so como as cerejas, e um bom conhecimento das fichas

    orientar e facilitar a realizao do teu projeto.

    No te esqueas que o teu trabalho de recolha de patrimnio imaterial

    deve ser sempre acompanhado de um caderno de campo. Utiliza-o para

    anotar todas as informaes sobre as tradies que ests a estudar e que

    no tm lugar direto nos Questionrios ou Fichas que ests a utilizar.

    Este bloco de apontamentosser o teu principal auxiliar quando estiveres

    a preencher as vrias Fichas a utilizar no teu projeto, bem como a redigir

    o teu trabalho final e a preparar a apresentao aos teus colegas.

    importante que, logo depois de fazeres uma entrevista, a revejas

    e passes a limpo os teus apontamentos. Caso a entrevista seja gravada,

    deves transcrev-la logo que possvel.

    Sempre que necessrio, deves fazer uma breve caracterizao das

    principais pessoas que escolhas ou que te recomendam para reunir

    informaes sobre as tradies que vais documentar.

    Para tal deves utilizar a Ficha de Pessoas, no te esquecendo que esta

    ser apenas um instrumento auxiliar do teu trabalho, e na qual anotas

    que tipos de informao que forneceu.

    Em caso algum deves utilizar esta Ficha para outro fim, pois contm

    dados pessoais sobre essa pessoa, que tos fornece apenas para que possas

    realizar o teu trabalho.

    No te esqueas tambm que, sempre que pedires informaes a algum,

    deves sempre explicar os objetivos do teu trabalho. fundamental que

    estabeleas, desde o primeiro momento, uma relao de confianacom

    os teus informantes.

    Deves ter pacincia e compreensocaso no consigas obter as

    informaes que procuras por parte dos teus informantes.

    No te esqueas que as pessoas esto a dar-te o seu tempo e ateno,

    e nem sempre o podem fazer.

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    Sempre que pretendas fotografar ou filmar pessoas, individualmente

    ou em pequenos grupos, deves primeiro pedir-lhe autorizaopara tal.

    O mesmo sucede sempre que pretendas gravar as entrevistas.

    Como sabes, a lngua um dos meios fundamentais da transmisso do

    patrimnio imaterial, e