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Jornal de Vila Meã Edição de setembro

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Page 1: Jvm setembro 2014

Diretor: José Ismael Mendes Edição: 171 Preço: 0,60 € setembro de 2014TAXA PAGA4605 Vila Meã

OPINIÃOSegurança nas cidades PÁGINA 4

Vilameanenses participam nos festejos do Centro Social de Real PÁGINA 6

Associações da região assistem a peça teatral no Cineteatro

PÁGINA 6

Candidaturas abertas para voluntariado jovem

PÁGINA 9

ENTREVISTACarlos Costa- PRESIDENTE DO INSTITUTO EMPRESARIAL DO TÂMEGA

"A cultura de empreendedorismo de empresas do tipo industrial ou mesmo de serviços mais avançados tem um défice cultural em relação ao litoral, havendo ainda muito trabalho a fazer junto dos jovens"

Gala de entrega de prémios da Associação de Columbófilos

PÁGINA 3

OPINIÃOA curiosidade matou o gato

PÁGINA 4PÁGINA 7 e 8

Page 2: Jvm setembro 2014

Director: José Ismael Mendes Colaboradores:Maria do Rosário Meneses, Delfina Carvalho, Idalina Silva, Domingos Amaro, António José Queiroz, Clínica Medimeã, Albano Teixeira e Vanessa Babo (imagem gráfica).Jornalista: Bruna SilvaPropriedade: Associação Empresarial de Vila Meã Pessoa Colectiva nº: 504 603 949 Urbanização da Cruz - Real 4605-359 Vila MeãTelef. 255 735 050 Fax 255 735 051 E-mail: [email protected] no ICS: 123326 . Depósito Legal: 139555/99Tiragem média: 1.000 ex. Impressão: Gráfica do Norte (Amarante) Preço de capa: 0,60 euros

OPINIÃOsetembro de 2014 - Jornal de Vila Meã2

José Ismael Mendes (*)

SEGURANÇA NAS CIDADESque os municípios, não apenas em Portugal, mas também noutras partes do mundo, estejam extre-mamente limitados relativamen-te ao tipo de investimento que podem fazer.

Em 2050, diz a ONU, 70% da população mundial irá viver nas cidades. Mas muitas cidades estão já hoje, em 2014, a perder qualidade de vida e a degradar-se. Já em 2004, o então Secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, disse ser necessário um sistema abrangente de segu-rança colectiva, que resolvesse novas e velhas ameaças. Alertou ainda, para que problemas como o terrorismo, as guerras civis

ou a pobreza extrema não fos-sem vistas de uma forma isolada.

Quase uma década depois, a pertinência desta análise está bem demostrada. As ameaças não escolhem regiões nem respeitam limites geográficos.

As catástrofes tornaram-se

globais e os actores envolvidos na sua resposta multiplicaram--se. Os riscos estão interliga-dos e as fronteiras tradicionais entre “riscos naturais” e “ris-cos tecnológicos” esbatem-se.

A questão da segurança assu-me maior importância, na medida em que aumentam os factores de risco, agravados pelo progressi-vo envelhecimento da população, pela constante migração popula-cional para as cidades, pelo uso irracional dos recursos naturais, pela insuficiente consagração dos riscos no planeamento urbano ou pelo aumento da dependência do funcionamento de infra-estrutu-ras. O universo de segurança em

meio urbano está hoje associado, de forma nova e desafiante, a um conjunto de áreas que necessitam de resposta integrada, chamando a si vários saberes e competências, incluindo também a participação pública activa.

As cidades vivem diariamente

Regenerar os centros urba-nos para dar a volta à economia é o que faz falta. Com os flu-xos migratórios, das zonas rurais para as zonas urbanas, as cidades

enfrentam desafios enormes: por um lado, garantir que as pessoas têm qualidade de vida e podem criar a sua família e trabalhar de forma o mais agradável e confor-tável possível. Ao mesmo tempo, fazê-lo num contexto económico menos favorável, o que faz com

"Em 2050, diz a ONU, 70% da população mundial irá viver nas cidades. Mas muitas cidades estão já hoje, em 2014, a perder qualidade de vida e a degradar--se. Já em 2004, o então Secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, disse ser necessário um sistema abrangente de segurança colectiva, que resolvesse novas e velhas ameaças. Alertou ainda, para que problemas como o terrorismo, as guerras civis ou a pobreza extrema não fossem vistas de uma forma isolada.Quase uma década depois, a pertinência desta análise está bem demostrada"

entre matérias inflamáveis, tóxicas e perto de fontes potenciais de igni-ção. Reflexo desta falta de consci-ência a par de preocupações com os produtos que consomem, inex-plicavelmente a segurança contra incêndio não está entre as suas principais preocupações e muitas vezes, quando surge um incêndio, a ignorância sobre o que fazer traduz-se em pânico, agravando os riscos. Parece, pois, que as cidades estão fatalmente sujeitas a vários tipos de desastres, cada vez mais complexos, resultado do nível de desenvolvimento dos países. Na verdade, as cidades crescem mediante diferenciados aspectos. A cultura de segurança urbana cresce, par a par, com o desenvolvimento urbano e com a consciencialização de todos os protagonistas sociais, relativamente à necessidade de se empenharem na construção de um efectivo conhecimento da seguran-ça, que deverá ser veiculado, desde logo, na escola.

Uma sociedade que se preten-de evoluída tem forçosamente de estar consciente dos riscos com que coabita e de se preparar para eles, tentando minimizar os seus efeitos.

O governo tem de assumir que a segurança de pessoas e bens constitui uma das funções essen-ciais do Estado e que a Engenharia Portuguesa tem uma palavra a dizer.

Engenheiro (*)

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CONCELHOJornal de Vila Meã - setembro de 2014 3

1ª Caminhada Solidária da APD Amarante

O Centro Columbófilo de Vila Meã organizou no passado dia 19 de setembro a distribuição de prémios referentes à campanha de 2014. Na gala estiveram presentes sócios, concorrentes e alguns convida-dos, entre os quais representantes das instituições da região, nome-adamente a vereadora da Câmara Municipal de Amarante, Lucinda Fonseca, o presidente da Junta de Vila Meã, Lino Macedo e o pre-sidente do Atlético Clube de Vila Meã, José Eduardo Matos.

No final do jantar foi cortado o bolo pelos vencedores e dei-xada uma palavra de apreço pelo presidente de junta: “Agradeço à direção da Associação dos Columbófilos de Vila Meã e aos seus sócios o facto de represen-tarem a nossa terra nas diversas competições nacionais e interna-cionais”.

Na iniciativa competiram 15 concorrentes, porém a associação espera ter a participação de mais elementos na próxima época.

Os classificados desta temporada foram:1º Os Barros 2º Fernando Freitas & Filho 3º Daniel Carvalho 4º Santana 5º Manuel António 6º José Fernando 7º Silvino Leite 8º Rodrigo Mesquita 9º Raimundo Peixoto 10º José Francisco 11º José Casimiro 12º Júlio Alexandre

Gala de entrega de prémios da Associação de Columbófilos13º Manuel Leitão 14º Domingos Santos 15º Rui Peixoto

Cerca de 30 pessoas participaram na 1ª Caminhada Solidária intitulada “Caminhar pela diferença”, iniciativa promovida pela delegação de Amarante da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), que con-tou com o apoio da Câmara Municipal de Amarante.

A presidente da delegação de Amarante, Rosa Lemos afirmou que “o principal objeti-vo da Caminhada Solidária foi a angariação de fundos para a associação que pretende apoiar, defender e assegurar os direitos das pessoas com deficiência e também divulgar a coletividade, proporcionando momentos de convívio entre os participantes”.

Rosa Lemos destacou, ainda, o facto deste tipo de eventos estar a ganhar cada vez mais importância na luta por uma sociedade mais justa, inclusiva e solidária, daí, a partici-pação dos amarantinos ser fundamental.

Rede Social de Amarante levou 137 idosos ao Museu do DouroNo âmbito da agenda cultural Sénior de

2014, atividade prevista no Plano de Ação de 2014, eixo - Envelhecimento (enqua-drado nas orientações estratégicas do Plano de Desenvolvimento Social do concelho de Amarante -2014/2016, da Rede Social) realizou-se, no passado dia 10 de setembro, um passeio ao Douro para cerca de 137 ido-sos. Estes estão a ser apoiados por oito das 13 Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) com valências para a terceira idade no concelho de Amarante.

O programa foi cumprido com uma visi-ta guiada ao Museu do Douro, uma apresen-

tação do ciclo da vinha e finalizou com um piquenique nas margens do Rio Douro. Este convívio permitiu uma troca de experiências e vivências entre os idosos, cumprindo os objetivos gerais: a promoção da qualidade de vida dos idosos e a promoção do enve-lhecimento ativo.

As IPSS asseguraram a alimentação e os custos inerentes aos bilhetes e a Câmara Municipal de Amarante, enquanto entidade parceira da Rede Social, assegurou o trans-porte para todos os idosos, nomeadamente os que têm mobilidade reduzida.

Através de um trabalho de parceria, coo-

peração e partilha de responsabilidades, a Câmara Municipal de Amarante e as IPSS proporcionaram a esta faixa etária um dia de

A direção dos Bombeiros Voluntários de Vila Meã (BVVM) em parceria com o Centro de Sangue e da Transplantação do Porto promoveu uma recolha de sangue no Salão Nobre dos BVVM no passado dia 29 de setembro.

Recolha de sangue nas instalações dos bombeiros de Vila Meã

lazer, convívio e vivência de novas experi-ências. O evento contou com a presença da Vereadora da Ação Social.

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ATUALIDADEsetembro de 2014 - Jornal de Vila Meã4

“A CURIOSIDADE MATOU O GATO”seguro e inacessível.

Os gatos têm o hábito de se instalar em estantes, gave-tas, cestos de roupa e até nos tambores das máquinas de lavar ou secar a roupa. Se conseguirmos prever os novos esconderijos de que o felino se possa lembrar pode-remos diminuir os riscos de acidente.

Os gatos não costumam ingerir plantas que lhes pos-sam ser nocivas, contudo adoram mordiscar ervinhas. É pois importante saber quais as plantas potencialmen-te tóxicas para os animais, por forma a evitarmos tê-las dentro de casa (como por exemplo o azevinho, o visco,

glicínia, filodendro, azálea, rododendro, tomateiro orna-mental, loureiro rosa, ciclâ-men, estrelas de natal, hera e ervilhas de cheiro). Uma des-parasitação regular do gato evitará que ele sinta a neces-sidade de ingerir plantas.

Como vimos, muitos dos nossos objectos domésti-cos representam perigos dos quais devemos estar cons-cientes quando temos um gato a partilhar a nossa casa. Devemos adotar hábitos e algumas medidas de segu-rança para proteger o nosso animal de eventuais aciden-tes domésticos. Ter sempre acessíveis brinquedos apro-priados para gatos evita que ele tenha interesse noutros objetos.

Para qualquer esclareci-mento adicional não hesite em contactar o seu Médico Veterinário.

SAÚDE ANIMAL

Joana Rocha Médica Veterinária

Centro Veterinário de Vila Meã

TOPONÍMIA DE VILA MEÃ

Não é por acaso que sur-giu o provérbio “a curiosida-de matou o gato”, pois são animais conhecidos pela sua vivacidade e actividade, bem como pela personalidade curiosa, que os leva a explo-rar constantemente o meio envolvente. Existem muitos perigos dentro de casa para os felinos, dos quais devemos estar conscientes.

Os fios elétricos são uma tentação para os gatos mor-derem e arranharem, pelo que devem ser escondidos, de forma a evitar eventuais choques elétricos. Da mesma forma, objetos de pequena dimensão (elásticos, pione-ses, agulhas, fios de costura,

clipes, agrafos, etc.) devem ser guardados em recipientes fechados, para que o gato não os consiga abrir e brin-car com esses objetos.

Sacos plásticos ou obje-tos de espuma são como um íman para estes animais, pelo que também não devem estar acessíveis. Os gatos adoram mordiscar e engolir as fitas de fecho dos sacos do lixo ou os laços dos embrulhos de presentes, o que pode pro-vocar graves de obstrução gastrointestinal. O ferro de engomar deve ser mantido em local alto ou fechado, pois este eletrodoméstico é responsável por inúmeras queimaduras.

O acesso a varandas ou terraços deve ser restringido ou ser permitido perante vigi-lância. As quedas em altura, além de serem muito fre-quentes em gatos, provocam traumatismos que podem ser muito graves.

Todos os medicamentos, veterinários ou não, devem estar fora do alcance do ani-mal. Os produtos químicos perigosos como herbicidas, pesticidas ou raticidas devem ser armazenados em local

Rua 25 de AbrilEsta rua, pomposa e injustificadamente considerada avenida durante dezenas de anos, situa-se na freguesia de Ataíde, entre a Rua 5 de

Outubro e a Avenida Nova. Designou-se, desde meados dos anos 40 do século XX até finais de Abril de 1974, Avenida Peixoto e Cunha. Nascido na freguesia de S. Jorge de Arroios (Rua Visconde de Santarém, nº 32), em Lisboa, a 19 de Dezembro de 1885, António Guerreiro

Peixoto e Cunha era filho de Alberto Fernando Peixoto e Cunha (oficial do exército) e de Maria Cecília Pery Guerreiro de Amorim, neto paterno de José Fernando da Cunha (da Casa de Vilela, Gondar) e de Francisca Ribeiro Peixoto, e neto materno de João Crisóstomo Guerreiro de Amorim e de Mariana Inácia de Loyola Pery de Linde.

Em 24.9.1932, António Peixoto e Cunha casou, em Lisboa, com Maria do Carmo de Barros Pereira de Carvalho (Bahia, 25.3.1890-Telões, 4.1.1958), senhora da Casa de Freitas, em Telões. Deste casamento não houve descendência. Proprietário rural e (em África) funcionário superior da Companhia de Moçambique, Peixoto e Cunha foi (em Amarante) administrador do Concelho, presidente do Grémio da Lavoura, mesário da Santa Casa da Misericórdia, presidente da Assistência Nacional aos Tuberculosos, vice-presidente e presidente da Câmara Municipal, cargo que exerceu de 27 de Junho de 1946 a 5 de Dezembro de 1950.

No dia 20 de Agosto de 1944, numa iniciativa de Ataíde e de Real, a que se associaram Oliveira e Travanca, Vila Meã homenageou a Câmara Municipal de Amarante. Peixoto e Cunha, vice-presidente (mas presidindo interinamente ao município), marcou presença e foi, naturalmente, a figura central dessa homenagem. O almoço então realizado decorreu na Casa de Benfica. Em representação das freguesias vilameanenses discursou o Prof. Torquato de Sousa Soares, que, na circunstância, agradeceu alguns melhoramentos, nomeadamente o restabelecimento do comboio directo que, do Porto, servia Vila Meã. Pediu, porém, outros melhoramentos: o aproveitamento da estrada que, da Feira, ligava à EN 15, a regularização de alguns caminhos vicinais, a elaboração do plano urbanístico de Vila Meã e a restauração do Pelourinho. De concreto, Peixoto e Cunha nada prometeu; não deixou, porém, de lembrar o seu programa, que resumiu numa curiosa e sugestiva divisa: “Tudo pelo concelho de Amarante; nada contra o povo de Amarante”.

António Guerreiro Peixoto e Cunha faleceu em Telões (Amarante), no dia 13 de Outubro de 1963. Em 1974, poucos dias após a chamada “Revolução dos Cravos”, a placa com o seu nome foi substituída por outra com a designação “Avenida 25 de Abril”. Aquando da colocação generalizada das placas toponímicas (de carácter uniforme), fez-se a substituição de Avenida para Rua 25 de Abril. Esta designação, como se sabe, evoca um dos acontecimentos políticos mais significativos da História de Portugal. Está ainda, obviamente, na memória de muitos. Para os mais novos, porém, aqui fica uma breve referência a essa data.

A Revolução de 25 de Abril de 1974 foi executada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA). Muitos dos seus principais intervenientes eram capitães; daí ser também o MFA conhecido por “Movimento dos Capitães”.

Com raízes complexas e já distantes, o 25 de Abril teve na Guerra Colonial (1961-1974) a sua causa mais próxima. Esgotado o “estado de graça” dos primeiros anos do “consulado” de Marcelo Caetano, que sucedera a Salazar em Setembro de 1968, o mal-estar vivido nas Forças Armadas foi-se generalizando à medida que crescia a convicção de que não era pelas armas que podia resolver-se a “questão ultramarina”. A solução teria de ser política e não militar. Curiosamente, seria uma decisão do governo, (Decreto-Lei n.º 353/73, de 13 de Julho, que aprovava a passagem ao quadro permanente de oficiais milicianos) que serviria de pretexto para o início das reuniões (de carácter corporativo) que culminariam na formação do MFA.

No mês anterior decorrera, no Porto, o I Congresso de Combatentes do Ultramar, conservador e pró-governamental, que suscitou protestos de centenas de oficiais do quadro, nomeadamente Carlos Fabião, Firmino Miguel, Ramalho Eanes e Vasco Lourenço.

À medida que o tempo passava intensificava-se a politização dos protestos, encabeçados, entre outros, por Otelo Saraiva de Carvalho, Vasco Lourenço, Diniz de Almeida, Duran Clemente, Manuel Monge, Salgueiro Maia, Matos Gomes, Sousa e Castro, Marques Júnior, Hugo dos Santos, Melo Antunes, Vítor Alves e Pinto Soares.

No Outono de 1973 o objectivo de muitos oficiais era já o fim do regime e não apenas uma reivindicação de carácter corporativo. Em Setembro e Outubro desse ano surgem (na Metrópole, na Guiné, em Angola e Moçambique) as Comissões Provisórias do MFA. Em Dezembro é eleita a primeira Comissão Coordenadora, de que fazem parte (directamente ou em representação) Vasco Lourenço, Vítor Alves, Marques Júnior, Hugo dos Santos, Otelo Saraiva de Carvalho, Salgueiro Maia, Manuel Monge, Neves Rosa, Sousa e Castro, Luís Domingues, Miquelina Simões, Fialho da Rosa, Moreira Azevedo, António Torres, Luís Macedo, Cardoso Figueira, Manuel Geraldes, Pinto de Castro, Pinto Soares, Mourato Grilo, Ferreira de Sousa e Rafael Saraiva (todos do exército). Por eleição, a direcção foi entregue a Vasco Lourenço, Otelo Saraiva de Carvalho e Vítor Alves.

O governo não desconhecia as actividades conspirativas entretanto alargadas com os contactos estabelecidos com oficiais de patente superior a major, casos de Vasco Gonçalves, Franco Charais, Rosa Coutinho, Pezarat Correia, e até generais, nomeadamente Spínola, Costa Gomes e Kaúlza de Arriaga; este último chegou mesmo a colocar a hipótese, prontamente rejeitada pelos capitães, de tomar a iniciativa de substituir Marcelo Caetano. Prova desse conhecimento foi a transferência de oficiais para unidades afastadas e até algumas detenções por breves períodos de tempo (caso de Vasco Lourenço).

As ligações a outras unidades, nomeadamente da Marinha e da Força Aérea, tornam irreversível o movimento. Falhado o chamado golpe das Caldas da Rainha, em 16 de Março de 1974 (na sequência das demissões de Costa Gomes e Spínola dos altos cargos militares que então ocupavam), os preparativos irão prosseguir, sob a batuta de Otelo Saraiva de Carvalho, que, para o efeito, contou com a preciosa colaboração de Garcia dos Santos, Vítor Alves, Eurico Corvacho, Jaime Neves, Vítor Crespo, Sanches Osório, Lopes Pires, Hugo dos Santos e Morais e Silva, para além, claro está, dos outros elementos da Comissão Coordenadora.

Na madrugada de 25 de Abril tudo está a postos. As unidades envolvidas põem-se em marcha após serem transmitidas (pelos Emissores Associados de Lisboa e Rádio Renascença) as canções “E depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, e “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso. Várias unidades saem dos quartéis, ocupando posições estratégicas em Lisboa. Outras haveriam de tomar igual iniciativa no Porto e não só. Os episódios mais significativos ocorreram, porém, na capital, tendo como figura mais destacada (por parte dos revoltosos) o capitão Salgueiro Maia, que, comandando uma coluna de blindados da Escola Prática de Cavalaria (Santarém), montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, no final da tarde, a rendição de Marcelo Caetano, que se encontrava refugiado no Quartel do Carmo. Foi aqui que se fez a transição simbólica do poder, entregue por Marcelo Caetano ao general António de Spínola. À margem dos acontecimentos ficou o último Presidente da República do Estado Novo, almirante Américo Tomás, que, a exemplo do deposto Presidente do Conselho, se exilou no Brasil.

Com data de 25 de Abril, foi publicada a Lei n.º 1/74, que dissolvia a Assembleia Nacional e o Conselho de Estado, destituía o Presidente da República e exonerava o Governo, conferindo à Junta de Salvação Nacional os respectivos poderes.

Coube ao general António de Spínola presidir à Junta de Salvação Nacional. Criada a 25 de Abri e apresentada publicamente na madrugada do dia 26, dela também faziam parte os generais Francisco Costa Gomes e Diogo Neto, o brigadeiro Jaime Silvério Marques, o coronel Galvão de Melo, o capitão-de-mar-e-guerra José Pinheiro de Azevedo e o capitão-de-fragata António Rosa Coutinho.

O Diário do Governo, de 25 de Abril de 1974, publicava as leis que dissolviam a PIDE/DGS, a Legião Portuguesa, a Mocidade Portuguesa, a Censura e a Acção Nacional Popular (o �partido� único do Estado Novo). Eram também exonerados os governadores civis e os governadores-gerais das colónias. No dia seguinte publicava-se a lei que amnistiava os presos políticos. Eram cerca de 130, a maioria dos quais em Caxias e em Peniche.

O programa do MFA determinava (entre outros aspectos) que o período de excepção terminaria logo que, de acordo com a nova Constituição Política, estivessem eleitos o Presidente da República e a Assembleia Legislativa; que o Governo Provisório lançaria os fundamentos de uma nova política económica, posta ao serviço do Povo Português, em particular das camadas da população mais desfavorecidas; uma nova política social que teria essencialmente, como objectivo, a defesa dos interesses das classes trabalhadoras. Reconhecia ainda esse programa que a solução das guerras no Ultramar era política e não militar; daí determinar o lançamento dos fundamentos de uma política ultramarina que conduzisse à paz.

Após um ano de muitas vicissitudes, mas de intensa e generalizada participação cívica e política, os portugueses foram chamados às urnas, em 25 de Abril de 1975, para escolher os 250 deputados à Assembleia Constituinte que iriam redigir uma nova Constituição. Foram as primeiras eleições verdadeiramente livres que se realizaram em Portugal. A Constituição da República, aprovada em 2 de Abril de 1976, é ainda hoje (apesar das sete revisões a que entretanto foi sujeita) a nossa Lei Fundamental. No seu artigo 1.º (redacção actual) afirma que “Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”. Que assim seja para esta e para as gerações vindouras.

António José Queiroz

Page 5: Jvm setembro 2014

VILA MEÃ Jornal de Vila Meã - setembro de 2014 5

Pólo de Vila Meã da Universidade SéniorAno letivo arranca com novos projetos

Decorridos seis meses da inaugu-ração do Pólo da Universidade Sénior em Vila Meã, o novo ano letivo ar-rancou com 45 alunos, novos projetos e parcerias com o comércio local.

Nuno Queirós, diretor da institui-ção explicou que o arranque do empre-endimento contou com 14 disciplinas (Investigação Cultural; Curiosidades da Matemática; Inglês; Tai Chi; Ambiente e Geografia; Expressão e Teatro; Cuidados Básicos de Saúde; Viola; Psicologia, História de Vila Meã; Informática; Direito; Artes e Trabalhos manuais e Francês) e cerca de 40 alunos. “Para este próximo ano letivo temos como prioridade realizar ações de sensibilização com temas de interesse para esta faixa etária e

algumas parcerias com serviços e comércio locais”.

As aulas e inscrições são realizadas na Extensão da Biblioteca Municipal (antigos Paços do Concelho) e os for-madores participam neste projeto em regime de voluntariado.

A Universidade Sénior tem uma direção que faz a gestão e dinamiza-ção que faz a gestão e dinamiza-az a gestão e dinamiza-ção das atividades, quer em Amarante quer no Pólo de Vila Meã, embora em Vila Meã a coordenação seja orienta-da por Elvira Silva.

A Universidade Sénior de Amarante é uma instituição aberta a toda a população sénior do concelho e tem como principal objetivo promo-em como principal objetivo promo-ver a melhoria da qualidade de vida dos seus alunos.

Desporto e sucesso escolarDevem os pais incentivar os seus

filhos à prática desportiva ou reprimi--la, dando mais relevância aos estudos? O desporto contribuirá para o sucesso escolar dos jovens?

A prática de qualquer desporto impli-ca responsabilidade de assumir com-promissos: ser assíduo, pontual e empe-nhado. Pressupõe o estabelecimento de metas pessoais e vontade para as alcan-çar, obrigando a um esforço e trabalho continuados.

Se transferirmos estas competências para o domínio académico observamos que o desenvolvimento obtido no des-porto acarreta uma maior eficácia no estudo.

O desporto permite, também, desen-volver competências de relacionamento social e de trabalho em grupo.

O que acontece quando um colega ou adversário é insultado ou agredido? Não há que tornar a equipa mais rentá-vel, não obstante aos afetos?

É através da disciplina, tolerância, aceitação da diferença, espírito de cola-boração, entreajuda e esforço colectivo, em busca de um objectivo comum, que se alcançam os resultados.

Nos desportos individuais para além das vantagens comuns a qualquer des-porto, cada pessoa desenvolve compe-tências específicas. O karaté e o judo, por exemplo, favorecem o desenvolvimento do auto controlo, podendo contribuir para a resolução de problemas de agres-sividade ou falta de auto confiança. A natação quase não precisa de ver as suas virtudes defendidas. Que o diga quem cai á àgua e não sabe nadar! Este despor-to exige grande coordenação de movi-mentos, ensina a controlar a respiração e contribui para o relaxamento.

A prática regular de atividade física deve ser um hábito a adquirir desde a infância, pois se for procurada em situ-ações de risco devido a problemas de saúde, custará mais. Assim sendo, os

pais devem incentivar os seus filhos à prática desportiva de modo a permitir--lhes um estilo de vida saudável e um desenvolvimento de competências que, a médio e longo prazo, possibilite atingir bons resultados nos seus estudos.

A Academia de Estudos Gerestudo ,em parceria com o Atlético Clube de Vila Meã, criou um projeto para o presente ano letivo que permitirá às crianças atingirem melhores resultados no desporto aliado ao estudo, com a ajuda de profissionais qualificados.

Na academia os temas a abordar nas primeiras sessões terão como intuito estabelecer uma relação de confiança, abordando-se os problemas, a ansieda-de e os comportamentos. Nestas idades os alunos demostram muitas dúvidas existenciais e dificuldade na gestão das críticas.

Em parceria com as famílias e pro-fessores, os profissionais da academia de estudos ajudarão as crianças/jovens na criação de rotinas, organização e gestão de tempo (higiene, descanso e estudo).

Outro dos focos da academia será a metodologia de estudo, auxiliando os alunos na seleção de matérias, prepara-ção de matérias, prepara- de matérias, prepara-ção para os testes e facultando métodos de controlo dos nervos antes das provas.

Ao longo dos anos os resultados alcançados têm sido bastante positivos, desse modo, acreditamos que se fun-ciona com os nossos alunos, poderá funcionar com muitos outros jovens que necessitam do nosso apoio.

Geraldino Oliveira

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VILA MEÃsetembro de 2014 - Jornal de Vila Meã6

Vilameanenses participam nos festejos do Centro Social de RealA comemoração do 10º Aniversário do

Centro Social e Cultural da Paróquia do Divino Salvador de Real, que decorreu no passado dia 7 de Setembro, contou com a presença de cerca de 200 pessoas.

Apesar da ameaça de chuva, o tempo permitiu concretizar as actividades plane-adas para o evento que abrangeu, também, o “dia do Amigo do CS Real” permitindo à população juntar-se ao convívio.

A animação esteve a cargo do grupo de Bombos dos Bombeiros Voluntários de Vila Meã, do Grupo de Bombos Unidos de Oliveira, do grupo de Cavaquinhos de Vila Meã e do Grupo Folclórico de Santa Cruz de Vila Meã.

Hélder Ferreira, director técnico do cen-tro explicou que o evento permitiu estreitar as relações entre o CS Real e a comunidade, apresentar a história e o trabalho que tem sido realizado pela instituição, assim como, os projectos que serão desenvolvidos futu-ramente. “Foi apresentado o plano anual para as comemorações do 10º aniversário, nomeadamente nos meses entre março e julho de 2015, em que irão decorrer cinco cortejos para angariação de fundos. Os fes-tejos terminarão em setembro de 2015 com a celebração de mais um “Dia do Amigo”, com um lanche convívio e um concurso de obras de arte inspiradas no tema “ Levar o CENTRO para o Centro da comuni-dade para trazer a comunidade para o centro do CENTRO”. “Pela reação dos presentes facilmente percebemos que as pessoas passaram um belo dia de convívio e mostraram-se muito satisfeitas”, remata.

Associações da região assistem a peça teatral no CineteatroA peça “ O Amor de Clotilde por um

certo Leandro Dantas”, da companhia de teatro brasileira “Trupe Ensaia Aqui e Acolá”, que decorreu no passado dia 17 de setembro, no cineteatro Raimundo Magalhães, contou com a presença de aproximadamente meia centena de pessoas.

O espetáculo foi acolhido pelo projeto enRed’arte (Associação Viver Canadelo e Serra do Marão) e contou com o apoio do Município de Amarante e da Associação de Beneficência de Vila Meã.

A apresentação foi dirigida essencialmente ao público sénior que assistiu ao espetáculo: utentes da Associação Emília Conceição Babo (Vilã Meã), do Centro de dia do CLAP (Via

Chã do Marão) e do grupo de Animação Sócio - Cultural do EnRed’arte de Canadelo.

Assistiram ainda ao espetáculo os representantes do Centro Cívico Raimundo Magalhães, da Câmara Municipal de Amarante, da Associação Viver Canadelo e Serra do Marão e ainda os convidados do MIT (Mostra Internacional de Teatro de Valongo).

Marta Carvalho, da equipa do enRed arte, explicou que o grupo trabalha na base da comunidade e na criação de parcerias e redes que contribuem para um concelho mais forte, coeso e participativo. “Nessa perspectiva, deci-dimos programar fora da nossa área geográfica normal de trabalho, possibilitando um fluxo e um encontro de pessoas de áreas afastadas do

concelho.”Este tipo de iniciativas é de grande impor-

tância para a organização que defende uma oferta deve ser abrangente. “Propomos a dina-mização das freguesias fora do centro urbano, em vários locais que até hoje não têm sido palco destes momentos de fruição da arte: sessões de contos, teatro, música, performance, conversas, festas e dança, entre outros, expli-cou.”

Para além das iniciativas semanais desen-volvidas nas freguesias parceiras do projeto, o grupo tem já planeadas atividades na catego-ria da Agenda Cultural Rural (algumas datas poderão estar sujeitas a alteração), que poderão ser consultadas em www.enredarte.pt.

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ENTREVISTAJornal de Vila Meã - setembro de 2014 7

CARLOS COSTAPRESIDENTE DO INSTITUTO EMPRESARIAL DO TÂMEGA

JORNAL DE VILA MEÃ (JVM) - Explique-me, por favor, o que é o IET e qual a sua mis-são?

CARLOS COSTA (CC) - O IET foi criado como um instru-mento de desenvolvimento regio-nal, desse ponto de vista usou-se o modelo da hélice tripla, que consiste em envolver na mesma instituição a componente priva-da, empresarial e a institucional. Neste caso, através da Câmara Municipal de Amarante e do siste-ma de ensino, de ciência e tecnolo-gia (no ensino secundário através da Escola Secundaria de Amarante e da EPALC e a nível do no ensino superior através da Universidade do Porto e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro).

Julga-se que este novo modelo é adequado para criar sinergias entre essas entidades, para promo-ver o desenvolvimento económico e social da região de inserção do IET.

Dentro deste instrumento geral temos 3 eixos de atuação. A incu-badora de empresas tem como

objectivo ajudar a criar novas empresas sustentáveis, que consi-gam sobreviver no mercado, e ao mesmo tempo a auxiliar os jovens empreendedores, formando novos empresários com uma escola dife-rente da tradicional.

O segundo eixo tem a ver com o apoio às empresas do concelho de Amarante e concelhos limítro-fes. O IET tem um âmbito mais regional do que apenas o concelho de inserção, fornecendo apoio às empresas na medida em que é o parceiro facilitador de processos de inovação (no sentido de melho-rar a competitividade e internacio-

nalização das mesmas).E por fim, o terceiro eixo de

apoio às empresas residentes (já existentes ou a formar no IET) é uma academia que deteta as necessidades e procura conhecer os fornecedores desse tipo de ser-viços por forma a promover as relações entre a procura e a oferta.

JVM- Passados 4 anos de atu-ação, qual o balanço de faz da intervenção no IET na região?

CC- O IET foi fundado em agosto de 2010, depois entramos num processo de investimento e captação de fundos europeus para a construção que está em fase

de conclusão. O arranque ope-racional aconteceu em Setembro de 2013. Desde essa altura até agora não cumprimos totalmente todos os objectivo em termos de empresas em incubação, mas esta-mos muito próximos. A conjun-tura com que nos deparamos não era adivinhável em 2010 quando foi decidido avançar com o IET. Tendo em atenção a conjuntura macro económica e os proble-mas que existem num concelho com dificuldades acrescidas, rela-tivamente ao litoral, julgo que o desempenho foi bom.

Do ponto de vista do eixo das

empresas não está a correr tão bem porque estamos no fim de programa quadro e todo este pro-cesso de inovação e melhoria de competitividade depende muito de co-financiamento. A situação é agravada porque até o próprio financiamento via crédito bancá-rio é difícil. Avançamos com um projecto no ano passado que infe-lizmente não mereceu a aprova-ção, mas que está a andar para a frente, porque a empresa resolveu continuar. Nesse caso, o que nós fizemos foi juntar a empresa a quem tinha conhecimento. Nós somos parte do projecto no sentido

que promovemos as relações, não participamos diretamente.

Temos em preparação mais do que um projecto para o próximo Programa-Quadro e esperamos ajudar as empresas do concelho a criarem mais inovação e, conse-quentemente mais competitivida-de nacional e internacional, mal comece a haver medidas abertas na área da inovação.

A academia sofreu o mesmo problema porque o POPH já estava no fim quando tive-mos possibilidades de nos can-didatarmos, portanto esperamos vir a fazer novos projetos com

o POCH; embora nós tenhamos uma área muito delimitada das nossas formações, uma vez que só estamos na área de formação de quadros superiores e empre-sários. Em princípio, teremos a funcionar a partir de outubro três novos cursos de técnicos superio-res especialistas, que ficarão resi-dentes aqui, numa parceria com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras, com a Câmara Municipal de Amarante, com empregadores, entre outras entidades.

JVM- Têm conseguido esti-mular jovens empreendedores a

"A cultura de empreendedorismo de empresas do tipo industrial ou mesmo de serviços mais avançados tem um défice cultural em relação ao litoral, havendo ainda muito trabalho a fazer junto dos jovens"

Nome: Carlos Albino Veiga Costa Data de nascimento:7 de abril de 1948Naturalidade: PortoFormação académica: Doutorado em Engenharia QuímicaPercurso profissional: Professor Catedrático aposentado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, onde foi diretor durante 10 anos (2001-2010). Em 2010, quando se aposentou, foi desafiado por Armindo Abreu (então presidente da Câmara Municipal de Amarante) a juntar--se ao empreendimento do IET. Exerce o cargo de diretor de uma associação da área das energias renováveis com várias empresas importantes do sector.Pertenceu a diversos conselhos gerais, nomeadamente da Escola de Gestão do Porto e da Fundação Gomes Teixeira, entre outros. Atualmente está, também, a asses-sorar a Secretaria de Estado do Ensino Superior, em Lisboa.

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ENTREVISTAsetembro de 2014 - Jornal de Vila Meã8

apostar nas suas ideias?CC- Na minha opinião, a cultu-

ra de empreendedorismo de empre-sas do tipo industrial ou mesmo de serviços mais avançados tem um défice cultural em relação ao litoral, havendo ainda muito traba-

lho a fazer junto dos jovens. Não seremos nós a fazê-lo porque não é nossa vocação, mas haverá quem o faça. Provavelmente a Câmara estará a tratar disso no sentido de mostrar uma cultura diferente aos jovens para que percebam que é possível criar o seu próprio emprego e emprego para outros.

Portugal não é um país que sirva de exemplo porque também tem um défice razoável em rela-ção a outros mais desenvolvidos. Mas dentro de Portugal, entre o litoral e o interior, há grandes diferenças e por isso muito jovens fogem para grande cidades, como se verifica em Amarante.

JVM- Nota um aumento da preocupação por parte das empresas e correspondente pro-cura, dos serviços prestados por parte do Centro de Inovação e Negócios do IET?

CC- As empresas estão natu-ralmente preocupadas com os seus negócios e muitas delas já perce-beram que, ao ter de se colocar numa plataforma de exportação, os problemas de competitividade podem surgir. Muitos deles liga-dos à tecnologia, à área financeira e ao marketing, entre outros.

As empresas mais interessadas nesta plataforma são aquelas que estão posicionadas num segmento exportador e que estão inseridas na cadeia de valor internacional e que pretendem chegar com os produtos finais ao retalho interna-cional. Essas já perceberam que a

sobrevivência depende disso.O IET tem muitas empresas

associadas e está, neste momento, a tentar fazer um consórcio para uma das áreas em que Amarante é forte. Essas empresas terão de evoluir porque senão os mercados

fecham-se porque há outros que progridem.

JVM- Quais os requisitos que devem cumprir as empresas para serem apoiadas pelo IET?

CC- Nós temos um processo de triagem dos candidatos. Os interessados têm de preencher na plataforma do IET a sua ideia de negócio, dar uma perspetiva do mercado e apresentar os seus currículos para serem analisados. Cabe a um júri tomar a decisão se a empresa se enquadra ou não no IET, uma vez que não incubamos todo o tipo de empresas e há áreas em que não intervimos. Na primei-intervimos. Na primei-ra fase, analisamos e discutimos com os candidatos e depois da admissão, solicitamos um plano de negócios. Este plano é muito importante em termos de reflexão para que as pessoas percebam qual é o mercado, a concorrência e o tipo de posicionamento que a empresa deve ter. Após o plano de negócios é feita uma observação das possibilidades que a empre-sa terá para sobreviver. Havendo uma decisão positiva passamos para a fase seguinte que é a da ajuda para colocar o negócio em funcionamento.

JVM- Que tipo de apoios são oferecidos pelo IET?

CC- Temos consultores na área económica e financeira, na área tecnológica, na área jurídica e na área contabilística que prestam o apoio necessário. Caso não tenha-mos algum serviço solicitado

sabemos onde estão e colocamos as pessoas em contacto.

JVM- Quantos projectos estão a ser desenvolvidos atualmente na incubadora de empresas?

CC- Neste momento temos 18 projetos a ser desenvolvidos.

JVM- Quais as áreas de maior predominância?

CC- A área de maior predo-minância é a dos serviços. Na área industrial temos quatro projectos, dois a operar e dois a arrancar no final do mês de setembro. A área industrial é mais difícil porque requer um maior investimento do que a dos ser-viços. As empresas predominan-tes são, essencialmente, das áreas do design (comunicação, design industrial e de equipamentos, entre outras), informática e turismo.

JVM- Durante quanto tempo essas empresas podem estar ins-taladas no IET?

CC- O tempo máximo de incu-bação são seis anos: um ano de

pré-incubação (quando a ideia ainda está muito verde permiti-mos o seu amadurecimento); três anos de incubação e, no caso das empresas com lenta penetração no mercado, mais 2 anos de per-manência numa fase de pós incu-bação.

JVM- Que formações podem os empresários encontrar no IET de forma a melhorarem os seus negócios?

CC- Ao nível de quadros superiores de empresários as que acharem necessárias, porque nós apenas fazemos o ponto de liga-ção, ou seja, aproximamos a ofer-ta que conhecemos às necessida-des dos empresários.

JVM- O IET desenvolve par-cerias com as Universidades. Que frutos resultaram dessa relação?

CC- As universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro e do Porto e o Instituto Politécnico do Porto são nossos associados. Estas entidades dispõem de meios técnicos e conhecimentos que são úteis às empresas que se instalam no IET (para incubação) ou àque-las que estão residentes na região e precisam de apoio.

JVM- O IET tem procurado estreitar relações com as asso-ciações empresariais da região, uma vez que são as entidades que melhor conhecem as neces-sidades das empresas?

CC- A este nível temos dois associados: a Associação Empresarial de Amarante e a Associação Empresarial de Baião. Temos ainda um protocolo com o Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa (CETS). Estas relações são importantes porque permitem--nos chegar mais facilmente aos empresários.

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ATUALIDADEJornal de Vila Meã - setembro de 2014 9

A Câmara Municipal de Amarante promove, no presente ano leti-vo, mais uma edição do Programa de Voluntariado Jovem, destinado a estudantes universitários residentes no concelho.

Os objetivos deste programa pas-sam por: estimular, nos jovens uni-versitários, o espírito de voluntariado;

contribuir para a sua formação social e cultural, através da participação em ações e projetos de utilidade social e comunitária; incrementar novos conhecimentos na área de formação e fomentar o sentido de pertença na comunidade e de responsabilidade cívica.

As candidaturas, a serem forma-lizadas na Casa da Portela, decorrem de 1 a 31 de outubro e devem ser fei-tas em formulário próprio (disponível para download no sítio do Município na Internet), acompanhadas dos docu-mentos de identificação, declaração de rendimentos familiares (IRS, IRC, IES), nota de liquidação, comprova-tivo de bens imóveis, certificado de matrícula, cartão de eleitor, atestado de residência, horário, número de identifi-cação bancária e certificado de matrí-cula do(s) irmão(s) que se encontrem a frequentar o ensino superior.

O Programa tem como destinatários os jovens residentes no concelho há

Candidaturas abertas para voluntariado jovemmais de dois anos, devendo os candi-datos reunir os seguintes requisitos: ter idade inferior a 30 anos; estar matri-culados no ensino superior; manifestar intenção de prosseguir um programa de voluntariado em função da sua disponibilidade e do Município; apre-sentar sucesso educativo, não ultra-passando duas reprovações no ensino superior, durante o período de vigência do Programa.

O voluntariado pode ser desen-volvido em duas modalidades: curta duração, durante três meses (julho, agosto e setembro), correspondente a quinze horas semanais; e longa dura-ção, durante seis meses (abril a setem-bro ou maio a outubro), com oito horas semanais.

As atividades de ocupação são determinadas em função das disponibi-lidades da Câmara e das áreas de estu-do dos jovens, podendo abranger os seguintes domínios: ação social, saúde, turismo, comunicação, desporto, edu-

cação, cultura, defesa do património, proteção civil e ambiente, emprego e formação profissional, desenvolvi-mento da vida associativa e da econo-mia social, promoção do voluntariado e da solidariedade social ou outras de interesse social e comunitário.

O serviço de voluntariado poderá ser desenvolvido nos Serviços Municipais, Juntas de Freguesia, outras entida-des de direito público e Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Aos jovens voluntários serão garan-tidos os seguintes apoios: coordena-ção e acompanhamento por parte da Câmara Municipal de Amarante; segu-ro de acidentes pessoais; bolsa mensal para compensação das despesas ine-rentes ao desenvolvimento do volunta-riado e certificado de participação.

Para mais informação deve ser con-sultado o Código Regulamentar do Município de Amarante, artigos 510.º a 556.º, disponível em www.cm-ama-rante.pt (área Serviços).

Biblioteca Albano Sardoeira- Pólo de Vila MeãPrograma de atividades do mês de outubro

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ATUALIDADEsetembro de 2014 - Jornal de Vila Meã10

Placa Bacteriana e Cárie DentáriaO que é a placa bacteriana?

É uma massa que se forma diariamente sobre os dentes, a partir da saliva, e que é habitada por um elevado número de bactérias orais, que se vão multiplicando.

A placa bacteriana pode ser removida utilizando técnicas adequadas de higiene oral.

Experimente não escovar os dentes após uma refeição e verifique você mesmo que algumas horas depois sente a “placa” quando passa a língua pelos dentes.

As bactérias da placa bacteriana provocam a cárie dentária e as doenças da gengiva.

O que é a cárie?A cárie é a destruição dos dentes

provocada por bactérias da placa bacteriana.

Para que se inicie uma cárie, as bactérias produzem ácidos que destroem o esmalte dentário. Os ácidos são o resultado da fermentação dos alimentos ricos em hidratos de carbono (doces, pão, massas, fruta, etc).

Sempre que comemos este tipo de alimentos, há produção de ácidos que por sua vez condicionam a saúde dos dentes. Factores que levam a um aumento do risco de cárie:1. Não escovar os dentes correctamente pelo menos 2 vezes por dia e com um dentífrico fluoretado;2. Comer várias vezes ao dia alimentos cariogénicos;3. Diminuição da saliva (pode ser provocada por determinados medicamentos) que tem um papel fundamental pois neutraliza os ácidos

produzidos pelas bactérias, dilui os açucares e reforça o esmalte com minerais e flúor;4. Presença de factores que dificultam a higiene oral tais como: coroas e pontes, próteses removíveis, aparelhos de ortodontia ou dentes mal posicionados;5. Raízes expostas, pois esta zona do dente é menos resistente à cárie.Como se podem evitar as cáries?

1. Fazer uma higiene oral correcta, usando uma escova de dentes de cabeça pequena e dureza média ou macia, trocando-a regularmente. 2. Usar um dentífrico com flúor indicado pelo seu dentista. 3. Passar fio dentário após a escovagem.4. Reduzir a ingestão de açúcares, pois o principal problema é a sua ingestão

decorrer várias vezes ao dia. Devemos fazer uma alimentação racional.5. Utilizar o flúor, que é uma substância que protege os dentes contra a cárie pois torna a superfície dos mesmos mais resistentes, permite a remineralização das lesões iniciais e diminui a formação de placa bacteriana. Este pode ser aplicado de várias formas: - Os dentífricos são a forma mais importante de fornecer flúor aos seus dentes. Assim, depois de escovar os dentes não devemos passar a boca por água, para que o flúor do dentífrico se mantenha na saliva prolongando a sua acção.- Gel e bochechos são suplementos de flúor, em geral mais concentrados do que o dentífrico e devem ser recomendados para cada caso, pelo dentista.- Colocando selantes de fissuras nos dentes das crianças. Os selantes são resinas colocadas pelo dentista a recobrir os sulcos existentes nas faces de mastigação dos dentes das crianças e adolescentes antes que se desenvolva a cárie.Porquê ir ao dentista fazer consultas de revisão?

Porque é a única forma de detetar precocemente tanto as cáries como os problemas das gengivas, numa fase em que o tratamento é indolor e menos dispendioso. Pode ser necessário fazer uma destartarização, um reforço do ensino da higiene oral, a aplicação de selantes de fissuras ou aplicações de flúor.

É importante afastar a ideia de que os dentes se estragam com a idade. O nosso objectivo é manter os dentes saudáveis toda a vida, fazendo apenas consultas de revisão.

Dra. Lígia DiasMédica Dentista

No regresso às aulas é importante refor-às aulas é importante refor-s aulas é importante refor-çar alguns conceitos relacionados com a segurança dos nossos filhos, com uma ati-tude proactiva ajustada às condições de cada um.No transporte:- Use sempre cinto de segurança e/ou uma cadeirinha adequada à idade, peso e tama-nho das crianças; - As crianças devem sair e entrar da viatura sempre do lado do passeio;- A escola deve ser informada sobre doen-ças, alergias ou medicação das crianças; - Certifique-se que a escola tem procedi-mentos definidos para casos de acidente e/ou em que seja necessária evacuação;

Material escolar:- Atenção às réguas, esquadros e afins, pois têm arestas cortantes;- A roupa não deve ter cordões fixos na zona do pescoço, cintura e bainhas, porque podem ficar presos em equipamento ou veículos em movimento e causar lesões.Em caso de emergência:Ligue 112;Contacte os Bombeiros: Telef: 255 732 222 /255 733 222 Em caso de intoxicação: 808 250 143

Albano TeixeiraEng. Proteção Civil

Comandante dos Bombeiros de Vila Meã.

O regresso às aulas, com segurança, pela segurança

FSE disponibiliza 7,5 mil milhões para criação de empregoO acordo de parceria recen-

temente estabelecido entre a Comissão Europeia (CE) e Portugal para o período 2014-2020, o qual estabelece apoios para o nosso país, que ascendem a cerca de 30 mil milhões ao abrigo da política de coesão (21,46 mil milhões de euros), desenvolvi-mento rural (4,06 mil milhões), pescas e setor marítimo (392 milhões), disponibilizou 7,5 mil milhões de euros provenientes do FSE - Fundo Social Europeu, que se destinam unicamente à criação

de emprego.De acordo com a CE, este

investimento tem como principal objetivo atenuar o impacto social da crise económica, combatendo o desemprego e estimulando a competitividade e o crescimento económico. Através de políticas de apoio à inovação, formação e ensino em zonas urbanas e rurais. Este investimento visa ainda a promoção do empreendedorismo, do combate à exclusão social e o desenvolvimento de uma eco-nomia mais eficiente ao nível da

utilização de recursos e da res-ponsabilidade social.

A Medida Emprego Jovem Ativo, criada através da Portaria n.º 150/2014, de 30 de julho, e o Programa Investe Jovem, criado através da Portaria n.º 151/2014, de 30 de julho, são exemplos de medidas financiadas com fundos europeus, complementadas com o orçamento nacional, que visam a inserção social e a promoção do empreendedorismo, criação de emprego e crescimento económi-co, respetivamente.

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AEVM/APIJornal de Vila Meã -setembro de 2014 11

Gala da Cruz 2014A Gala da Cruz, um evento de cariz empresarial, tem vindo ao longo dos anos a home-

nagear as empresas de Amarante, distinguindo os empresários empreendedores, figuras de referência no desenvolvimento da região e incentivando as colectividades existentes para continuar a responder às necessidades da população.

Se é dirigente associativo e quer fazer parte deste evento não se esqueça de preencher o inquérito de participação, nomeando as empresas que mais contribuem para o cresci-mento da sua coletividade.

Promova a sua coletividade/empresa numa iniciativa que juntará empresários e diri-gentes associativos do concelho de Amarante, representantes da Câmara Municipal e das Juntas de Freguesia do concelho.

Visite o site da AEVM: www.aevilamea.webnode.pt ou contacte-nos através do email: [email protected].

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