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    A presente Informao destina-se a ser distribuda entre Clientes e Colegas e a informao nela contida prestada de forma geral e abstracta. No deve servir de base para qualquer tomada de deciso sem assistncia profissional qualificada e dirigida ao caso concreto. O contedo desta Informao no pode ser reproduzido, no seu todo ou em parte, sem a expressa autorizao do editor. Caso deseje obter esclarecimentos adicionais sobre este assunto contacte [email protected].

    ***

    Esta Informao enviada nos termos dos artigos 22. e 23. do Decreto-Lei n. 7/2004, de 7 de Janeiro, relativa ao envio de correio electrnico no solicitado. Caso pretenda ser removido da nossa base de dados e evitar futuras comunicaes semelhantes, por favor envie um email com Remover para o endereo email [email protected].

    JURISPRUDNCIA JURISPRUDNCIA JURISPRUDNCIA JURISPRUDNCIA DO TRIBUNAL DE DO TRIBUNAL DE DO TRIBUNAL DE DO TRIBUNAL DE

    JUSTIA DA UNIO JUSTIA DA UNIO JUSTIA DA UNIO JUSTIA DA UNIO EUROPEIAEUROPEIAEUROPEIAEUROPEIA

    4 TRIMESTRE DE 20164 TRIMESTRE DE 20164 TRIMESTRE DE 20164 TRIMESTRE DE 2016

    01

    Pretende-se, com a presente Informao Fiscal, apresentar uma sntese Trimestral dos principais Acrdos proferidos pelo Tribunal de Justia da Unio Europeia (TJUE) semelhana do que fazemos em relao s decises do Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD) , relacionados com o domnio da Fiscalidade, analisando, caso a caso, o impacto e o contributo que tais decises podero vir a ter, do ponto de vista nacional. Esta Informao Fiscal relativa ao 4. Trimestre de 2016.

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    02

    1.1.1.1. NMERO DO PROCESSO:NMERO DO PROCESSO:NMERO DO PROCESSO:NMERO DO PROCESSO: C - 516/14 NOME:NOME:NOME:NOME: Barlis 06 - Investimentos Imobilirios e Tursticos DATA:DATA:DATA:DATA: Acrdo de 15 de Setembro de 2016 ASSUNTO:ASSUNTO:ASSUNTO:ASSUNTO: Direito deduo do IVA relacionado com as menes que devem obrigatoriamente constar da factura

    Factos:Factos:Factos:Factos: A Barlis uma sociedade com sede em Lisboa, que tem como actividade comercial a explorao de hotis com restaurantes. No decurso da sua actividade, e durante o perodo compreendido entre os anos de 2008 e 2011, a referida sociedade recorreu aos servios de uma Sociedade de Advogados. Na sequncia dessa mesma prestao de servios por parte da Sociedade de Advogados, foram emitidas quatro facturas. Com base nas facturas emitidas, a Barlis procedeu deduo do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) suportado na aquisio dos servios jurdicos mencionados. Aquando do pedido de reembolso do imposto em apreo, a Administrao tributria desencadeou procedimentos inspectivos relativos aos anos de 2008, 2009, 2010 e 2011. No mbito dos referidos procedimentos, a Administrao tributria considerou que os descritivos das facturas, das quais

    constava o IVA cuja dedutibilidade se requeria, eram insuficientes, no podendo, consequentemente, a Barlis proceder deduo do montante de imposto em causa. Dos descritivos das facturas constavam expresses como: servios jurdicos prestados desde determinada data at ao presente e servios jurdicos prestados at ao presente. No mbito dos procedimentos de inspeco, foram efectuadas correces, correspondentes ao valor global do IVA liquidado nas quatro facturas emitidas pela Sociedade de Advogados Barlis. Atravs do correspondente exerccio do direito de audio prvia, a Barlis apresentou documentos que constituam anexos das facturas em causa e dos quais constava uma descrio dos servios jurdicos prestados nos perodos tributrios de 2008 a 2011. Contudo, a Administrao tributria manteve as correces efectuadas, argumentando, para o efeito, que os documentos apresentados como anexos das facturas no poderiam ser considerados por forma a permitir o direito deduo do IVA, na medida em que no so idneos a serem qualificados como documentos equivalentes a facturas. De acordo com o entendimento veiculado pela Administrao tributria, apenas so documentos equivalentes aqueles que

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    03

    cumprem os mesmos requisitos formais a que esto vinculadas as facturas. A deciso da Administrao tributria desencadeou, assim, um litgio quanto admissibilidade do direito deduo do IVA pela Barlis, com base nas facturas emitidas, atravs da apresentao de reclamao graciosa, no dia 31 de Maio de 2013. A referida reclamao foi indeferida em 25 de Setembro de 2013 com os mesmos fundamentos que estiveram na origem da desconsiderao da deduo do IVA, ou seja, o no cumprimento dos requisitos formais das facturas, de acordo com o previsto na Directiva 2006/112/CE do Conselho de 28 de Novembro de 2006 (Directiva IVA), e nesse seguimento, o no cumprimento das disposies internas que procederam transposio daquela norma. Perante o indeferimento da reclamao graciosa, a Barlis, requereu a constituio de um Tribunal Arbitral singular, em 30 de Dezembro de 2013. O referido Tribunal Arbitral, chamado a pronunciar-se sobre o assunto, entende que a interpretao a dar disposio nacional relativa aos requisitos formais das facturas dever, necessariamente, ser conforme com o disposto na Directiva que regula o IVA. Em face do exposto, o Tribunal Arbitral perguntou ao TJUE se correcto

    interpretar a referida Directiva, no sentido de considerar como insuficiente o descritivo de uma factura que apenas contenha a meno a servios jurdicos prestados desde determinada data at ao presente ou a servios jurdicos prestados at ao presente, num contexto em que a Administrao tributria pode, ao abrigo do princpio da colaborao, obter os elementos complementares que entenda por necessrios para confirmar a existncia e caractersticas das operaes constantes das facturas.

    Apreciao do Tribunal:Apreciao do Tribunal:Apreciao do Tribunal:Apreciao do Tribunal: A ttulo preliminar, o Tribunal relembra que recai no mbito da sua esfera de competncias a anlise das disposies do direito da Unio que se revelem necessrias deciso dos litgios que lhe so dirigidos, ainda que as mesmas no sejam expressamente indicadas pelo rgo de reenvio. Aps o esclarecimento sobre as normas de direito da Unio cuja anlise se releva importante para a formulao da resposta, o Tribunal refere, tambm, que a questo colocada comporta, na sua ptica, duas partes, as quais devero ser analisadas em separado. Numa primeira parte, est em causa perceber se os descritivos constantes das facturas ora em apreo se encontram conformes com o previsto na Directiva que regula os princpios aplicveis ao IVA.

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    Na segunda parte da questo, o rgo de reenvio pretende esclarecer se o j citado diploma legal pode ser interpretado no sentido de permitir Administrao tributria negar o direito deduo do imposto com base no facto de as facturas no cumprirem os requisitos previstos na Directiva aplicvel, ainda que tenha ao seu dispor elementos que permitam comprovar os requisitos substantivos que permitem a deduo. Da anlise da primeira parte da questo colocada, afirma que apenas os requisitos previstos na Directiva IVA configuram requisitos que devem constar, obrigatoriamente, nas facturas emitidas. Nesse sentido, entende o Tribunal que as facturas devem sempre conter a natureza e a extenso dos servios, bem como as datas na qual foram efectuados. Referindo que os requisitos tm como propsito auxiliar a Administrao tributria na verificao da efectiva ocorrncia do facto tributrio, bem como na determinao das disposies fiscais aplicveis do ponto de vista temporal. Quanto segunda parte da questo suscitada, o Tribunal reitera o entendimento de que o direito deduo um direito que faz parte do mecanismo inerente ao funcionamento do IVA, no podendo ser, em princpio, limitado. Assim, considera o Tribunal que o direito deduo do IVA no deve ser recusado, nas situaes em que os requisitos, materiais, que presidem sua

    operabilidade estejam preenchidos, ainda que os sujeitos passivos tenham negligenciado os requisitos formais, i.e., os elementos obrigatrios previstos na Directiva que rege o funcionamento do IVA. Tanto quanto resulta da deciso veiculada, permite-se que a Administrao tributria se socorra de outros elementos que comprovem a materialidade das operaes que permitem o exerccio do direito deduo.

    Deciso:Deciso:Deciso:Deciso: O Tribunal conclui, assim, as normas de direito da Unio ora analisadas devem ser interpretadas no sentido de considerar que os requisitos previstos na Directiva que rege o funcionamento do IVA apenas esto preenchidos quando as facturas especifiquem a natureza e extenso dos servios, bem como a data de prestao dos mesmos. Acrescentando, no entanto, que, caso a Administrao conclua pelo no preenchimento dos mesmos, tal facto no pode ser, s por si, fundamento da recusa do direito deduo se a Administrao tiver ao seu dispor elementos que permitam comprovar o preenchimento dos requisitos substanciais das operaes a que as facturas se reportam.

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    As Implicaes no Direito PortugusAs Implicaes no Direito PortugusAs Implicaes