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BAURU, quarta-feira, 17 de maio de 2017 15 Os veículos de placas ter- minadas com os números ao lado ficam impedidos de cir- cular hoje no centro expan- dido de São Paulo das 7h às 10h e das 17h às 20h. PLACA FINAL Rodízio de Carros São Paulo 5 - 6 Julgamento de cassação da chapa Dilma-Temer reinicia em 6 de junho Outras três sessões estão marcadas para a mesma semana, uma na quarta (7) à noite e outras duas na quinta (8), uma pela manhã e outra à noite Ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcou o julgamento Arquivo B rasília - O ministro Gilmar Mendes, presi- dente do Tribunal Su- perior Eleitoral (TSE), mar- cou para a primeira semana de junho a retomada do jul- gamento que pode cassar a chapa Dilma Rousseff-Mi- chel Temer eleita em 2014. O processo vai ser retomado no tribunal na primeira ter- ça do mês (6). Outras três sessões estão marcadas para a mesma semana, uma na quarta (7) à noite e outras duas na quinta (8), uma pela manhã e outra à noite. A votação pode ser nova- mente interrompida caso al- gum ministro faça pedido de vista (mais tempo para ana- lisar o caso) ou se alguma questão de ordem for acata- da pelos magistrados. A ação foi proposta logo depois da eleição de 2014 pelo PSDB, que acusa a chapa presiden- cial de cometer abuso de poder econômico e político. O partido alega que a cam- panha foi financiada com dinheiro desviado da Petro- bras, decorrente do esquema da Operação Lava Jato. Ago- ra, o PSDB faz parte da base aliada do governo Temer. A expectativa no meio jurídico é que o ministro Herman Benjamin, relator do processo, vote pela cas- sação. A Procuradoria-Ge- ral Eleitoral, recomendou a cassação da chapa. Os docu- mentos estão em sigilo. O caso começou a ser jul- gado em 4 de abril, mas foi suspenso para reabrir a fase de instrução (com nova eta- pa de coleta de provas e de depoimentos de mais tes- temunhas) e para dar mais prazo às defesas da ex-pre- sidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer. Na retomada da discus- são do caso, o ministro Ben- jamin deve ler um resumo do relatório final -o material completo tem mais de 1.000 páginas. Em seguida, as de- fesas de Dilma e Temer, as- sim como o PSDB e o Mi- nistério Público, devem se manifestar. O relator vai ler seu voto antes dos outros seis magis- trados, seguindo uma ordem pré-definida pelo tribunal. LETÍCIA CASADO Os ministros devem ain- da discutir se as contas de campanha de Dilma e Temer devem ser julgadas em con- junto ou de forma separada. A ação pode ser julgada improcedente e ninguém so- frer punição. Também pode ser considerada parcialmen- te procedente (apenas Dilma ser punida, por exemplo, e Temer ser poupado). Pode ainda ser conside- rada totalmente procedente: Temer ser cassado, manten- do direitos políticos, e Dil- ma se tornar inelegível, por exemplo. INTERRUPÇÃO A votação pode ser interrompida caso algum ministro faça pedido de vista ou se alguma questão de ordem for acatada Cabral vira réu pela 8ª vez na Operação Lava Jato do Rio por desvios na Saúde . R io - O juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal, aceitou ontem denúncia da força-tarefa da Lava Jato no Rio contra o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) em supostos desvios na Secre- taria de Saúde do Estado. É a oitava ação penal aberta contra o peemedebista, pre- so desde novembro em Ban- gu, no Rio. Os procuradores acusam o ex-governador de ter nomeado a equipe da se- cretaria especialmente para arrecadar propinas. “Desde o começo de seu governo, em 2007, Cabral teve o intuito de montar o esquema fraudulento, em parceria com Sérgio Côrtes (ex-secretário de Saúde). Ele foi nomeado por Cabral de maneira preconcebida para transferir o esquema de propina feito quando este era diretor do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia) para a Secretaria de Saúde”, disse o procura- dor regional da República José Augusto Vagos. Tam- bém viraram réus Côrtes e o ex-subsecretário Cesar Ro- mero; os supostos operado- res do esquema Carlos Mi- randa e Luiz Carlos Bezerra; e os empresários Miguel Is- kin e Gustavo Estellita. Eles são acusados de pagar ou receber propina para fraudar contratos da área. A denúncia Sérgio Cabral está preso desde novembro em Bangu, no Rio Arquivo os contratos firmados pelo Estado. O ex-secretário e o ex-subsecretário, respec- tivamente, recebiam 2% e 1% sobre os valores. O es- quema direcionava então as licitações de equipamentos médicos aos sócios Iskin e Estellita. O advogado de Cabral não respondeu ao contato da reportagem. A defesa de Côrtes disse que ainda não teve acesso à denúncia e não comentaria. A assessoria de Iskin e Estellita informou que as defesas de ambos não vão se manifestar. O advogado de Bezerra, Ranieri Mazzilli Neto, dis- se ainda desconhecer o teor da denúncia. O advogado de Miranda, Daniel Raizman, afirmou que “desconhece os fatos que se imputam” a seu cliente e informou que se pronunciará na ação penal. Direção de partido tenta evitar o corte em fundo B rasília - Presidentes dos principais partidos políticos alegam que houve um erro no Orçamen- to de 2017 que pode levar ao contingenciamento de até R$ 500 milhões dos R$ 800 milhões destinados ao Fundo Partidário. As legendas que- rem diálogo com o Minis- tério do Planejamento para evitar o corte, mas técnicos do Orçamento no Congresso alegam que divisão é padrão. De acordo com o senador José Agripino (DEM-RN), o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que foi re- lator da peça orçamentária, cometeu uma incorreção ao registrar R$ 500 milhões do fundo em uma rubrica con- tingenciável. “Quando veio o contingenciamento, essa rubrica sofreu, porque o TSE está aplicando o contingen- ciamento”, afirmou o sena- dor. Conforme Agripino, os partidos buscam, agora, uma solução no Ministério do Planejamento para repor o valor perdido. atribui ao grupo os crimes de corrupção passiva e ativa e organização criminosa. O esquema na Saúde foi alvo da Operação Fatura Exposta - segundo investi- gações, a organização teria arrecadado R$ 16,2 milhões entre 2007 e 2014. De acor- do com a denúncia do Minis- tério Público Federal, Cabral ficava com 5% sobre todos

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Abertura_BRASILBAURU, quarta-feira, 17 de maio de 2017 15

Os veículos de placas ter-minadas com os números ao lado ficam impedidos de cir-cular hoje no centro expan-dido de São Paulo das 7h às 10h e das 17h às 20h.

PLACA FINAL

Rodízio de CarrosSão Paulo

5 - 6

Julgamento de cassação da chapa Dilma-Temer reinicia em 6 de junhoOutras três sessões estão marcadas para a mesma semana, uma na quarta (7) à noite e outras duas na quinta (8), uma pela manhã e outra à noite

Ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcou o julgamento

Arquivo

Brasília - O ministro Gilmar Mendes, presi-dente do Tribunal Su-

perior Eleitoral (TSE), mar-cou para a primeira semana de junho a retomada do jul-gamento que pode cassar a chapa Dilma Rousseff-Mi-chel Temer eleita em 2014. O processo vai ser retomado no tribunal na primeira ter-ça do mês (6). Outras três sessões estão marcadas para a mesma semana, uma na quarta (7) à noite e outras duas na quinta (8), uma pela manhã e outra à noite.

A votação pode ser nova-mente interrompida caso al-gum ministro faça pedido de vista (mais tempo para ana-lisar o caso) ou se alguma questão de ordem for acata-da pelos magistrados. A ação foi proposta logo depois da

eleição de 2014 pelo PSDB, que acusa a chapa presiden-cial de cometer abuso de poder econômico e político. O partido alega que a cam-panha foi financiada com dinheiro desviado da Petro-bras, decorrente do esquema da Operação Lava Jato. Ago-ra, o PSDB faz parte da base aliada do governo Temer.

A expectativa no meio jurídico é que o ministro Herman Benjamin, relator do processo, vote pela cas-

sação. A Procuradoria-Ge-ral Eleitoral, recomendou a cassação da chapa. Os docu-mentos estão em sigilo.

O caso começou a ser jul-gado em 4 de abril, mas foi suspenso para reabrir a fase de instrução (com nova eta-pa de coleta de provas e de depoimentos de mais tes-temunhas) e para dar mais prazo às defesas da ex-pre-sidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer.

Na retomada da discus-são do caso, o ministro Ben-jamin deve ler um resumo do relatório final -o material completo tem mais de 1.000 páginas. Em seguida, as de-fesas de Dilma e Temer, as-sim como o PSDB e o Mi-nistério Público, devem se manifestar.

O relator vai ler seu voto antes dos outros seis magis-trados, seguindo uma ordem pré-definida pelo tribunal.

LETÍCIA CASADO

Os ministros devem ain-da discutir se as contas de campanha de Dilma e Temer devem ser julgadas em con-junto ou de forma separada.

A ação pode ser julgada

improcedente e ninguém so-frer punição. Também pode ser considerada parcialmen-te procedente (apenas Dilma ser punida, por exemplo, e Temer ser poupado).

Pode ainda ser conside-rada totalmente procedente: Temer ser cassado, manten-do direitos políticos, e Dil-ma se tornar inelegível, por exemplo.

INTERRUPÇÃOA votação pode ser interrompida caso

algum ministro faça pedido de vista ou se alguma questão de ordem for acatada

Cabral vira réu pela 8ª vez na Operação Lava Jato do Rio por desvios na Saúde

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Rio - O juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal,

aceitou ontem denúncia da força-tarefa da Lava Jato no Rio contra o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) em supostos desvios na Secre-taria de Saúde do Estado. É a oitava ação penal aberta contra o peemedebista, pre-so desde novembro em Ban-gu, no Rio. Os procuradores acusam o ex-governador de ter nomeado a equipe da se-cretaria especialmente para arrecadar propinas.

“Desde o começo de seu governo, em 2007, Cabral teve o intuito de montar o esquema fraudulento, em parceria com Sérgio Côrtes (ex-secretário de Saúde). Ele foi nomeado por Cabral de maneira preconcebida para transferir o esquema de propina feito quando este era diretor do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e

Ortopedia) para a Secretaria de Saúde”, disse o procura-dor regional da República José Augusto Vagos. Tam-bém viraram réus Côrtes e o ex-subsecretário Cesar Ro-mero; os supostos operado-res do esquema Carlos Mi-randa e Luiz Carlos Bezerra; e os empresários Miguel Is-kin e Gustavo Estellita. Eles são acusados de pagar ou receber propina para fraudar contratos da área. A denúncia

Sérgio Cabral está preso desde novembro em Bangu, no Rio

Arquivoos contratos firmados pelo Estado. O ex-secretário e o ex-subsecretário, respec-tivamente, recebiam 2% e 1% sobre os valores. O es-quema direcionava então as licitações de equipamentos médicos aos sócios Iskin e Estellita.

O advogado de Cabral não respondeu ao contato da reportagem. A defesa de Côrtes disse que ainda não teve acesso à denúncia e não comentaria. A assessoria de Iskin e Estellita informou que as defesas de ambos não vão se manifestar.

O advogado de Bezerra, Ranieri Mazzilli Neto, dis-se ainda desconhecer o teor da denúncia. O advogado de Miranda, Daniel Raizman, afirmou que “desconhece os fatos que se imputam” a seu cliente e informou que se pronunciará na ação penal.

Direção de partido tenta evitar o corte em fundo

Brasília - Presidentes dos principais partidos políticos alegam que

houve um erro no Orçamen-to de 2017 que pode levar ao contingenciamento de até R$ 500 milhões dos R$ 800 milhões destinados ao Fundo Partidário. As legendas que-rem diálogo com o Minis-tério do Planejamento para evitar o corte, mas técnicos do Orçamento no Congresso alegam que divisão é padrão.

De acordo com o senador José Agripino (DEM-RN),

o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que foi re-lator da peça orçamentária, cometeu uma incorreção ao registrar R$ 500 milhões do fundo em uma rubrica con-tingenciável. “Quando veio o contingenciamento, essa rubrica sofreu, porque o TSE está aplicando o contingen-ciamento”, afirmou o sena-dor. Conforme Agripino, os partidos buscam, agora, uma solução no Ministério do Planejamento para repor o valor perdido.atribui ao grupo os crimes de

corrupção passiva e ativa e organização criminosa.

O esquema na Saúde foi alvo da Operação Fatura Exposta - segundo investi-gações, a organização teria arrecadado R$ 16,2 milhões entre 2007 e 2014. De acor-do com a denúncia do Minis-tério Público Federal, Cabral ficava com 5% sobre todos