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Jornal de Pediatria Manuscript Draft Manuscript Number: JPED-D-15-00399 Title: Frequência do consumo de frutas, verduras e legumes de adolescentes e fatores associados. Article Type: Original Article
RESUMO
Objetivo: Avaliar a frequência do consumo diário de frutas e verduras de adolescentes.
Métodos: Estudo transversal com 958 escolares. Os desfechos foram o consumo diário de
frutas, verduras e frutas e verduras, avaliados por meio de um questionário semiquantitativo
de frequência alimentar. Os fatores avaliados foram dados socidemográficos, atividade física,
drogas lícitas, estado nutricional e o café da manhã. Foi calculada a frequência de consumo
diário como desfecho e o teste de razão de prevalência pelo software SPSS (versão 18.0).
Resultados: O consumo diário de frutas, verduras e o combinado de frutas e verduras foi de
47,7%, 41,5% e 33,7%, respectivamente. O consumo diário de frutas foi maior no sexo
feminino (RP ajustada= 1,185, p=0,020), entre 16 e 19 anos (RP ajustada= 1,159, p=0,034) e
naqueles com excesso de peso (RP ajustada= 1,197, p=0,020). O consumo diário de verduras
e legumes foi maior nos adolescentes da classe socioeconômica mais baixa (RP
ajustada=1,177, p=0,045) e com o consumo de café da manhã (RP ajustada= 1,223, p= 0,012).
O consumo diário combinado de frutas, verduras e legumes foi maior nos adolescentes da
classe socioeconômica mais baixa (RP ajustada=1,278, p=0,030) com excesso de peso (RP
ajustada=1,274, p=0,044) e que realizavam o café da manhã (RP ajustada=1,381, p=0,004).
Conclusão: Baixo consumo diário de frutas, verduras e legumes em adolescentes de uma
cidade do interior. O consumo de frutas esteve associado com sexo, idade, estado nutricional e
o de verduras e legumes com a classe socioeconômica e o hábito do café da manhã.
Palavras-chave: Saúde do adolescente. Consumo de alimentos. Estado Nutricional. Fatores
socioeconômicos.
*Manuscript for review
ABSTRACT
Objective: Assess the prevalence of daily consumption of fruits and vegetables.
Methods: Cross-sectional study with 958 students from city. The outcomes were the daily
consumption of fruits, vegetables, and fruits and vegetables, evaluated with a semiquantitative
food frequency questionnaire. The associated factors were socidemographic data, physical
activity, legal drugs, nutritional status and breakfast consumption. Data were analyzed by
SPSS software. The prevalence of daily consumption as the main outcome and subsequently
the ratio test chances were calculated.
Results: Daily consumption of fruits, vegetables and combined fruit and vegetables were
47,7%, 41,5% and 33,7%, respectively. Daily consumption of fruits was higher in girls (PR
ajusted=1.185, p=0.020) in adolescents aged 16-19 years (PR ajusted=1.159, p=0.034) and
with overweight (PR ajusted=1.197, p=0.020). Daily consumption of vegetables was higher in
adolescents of socioeconomic class C, D and E (PR ajusted=1.177, p=0.045) and who usually
have breakfast (PR ajusted= 1.223, p=0.012). Daily consumption of fruits and vegetables was
higher in adolescents of socioeconomic class C, D and E (PR ajusted=1.278, p=0.030) with
overweight (PR ajusted=1.274, p=0.044) and in those who have eating breakfast (PR
ajusted=1.381, p=0.004)
Conclusion: Low intake of fruits and vegetables in the sample. Fruit intake was associated
with sex, age, nutritional status and the vegetables with the socioeconomic class and the habit
of eating breakfast.
Keywords: Adolescent Health. Food Consumption. Nutritional Status. Socioeconomic
Factors.
INTRODUÇÃO
A adolescência é o estágio da vida caracterizado por diversas transformações
psicológicas, biológicas e sociais, sendo uma fase totalmente vulnerável, onde suas
necessidades nutricionais estão aumentadas, por isso é considerada uma fase primordial para a
construção de hábitos e comportamentos alimentares que refletirão na saúde atual e futura dos
adolescentes (1)
.
O consumo de frutas, legumes e verduras torna-se importante, uma vez que estes
alimentos são fontes relevantes de vitaminas, minerais e fibras alimentares, logo, é necessária
a inclusão diária destes componentes na alimentação da população, particularmente das
crianças e adolescentes (2)
. No entanto, a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2008-2009
demonstra que menos de 10% da população geral atinge as recomendações de consumo de
frutas, verduras e legumes (3)
.
De acordo com a pirâmide alimentar proposta por Philippi (4)
o consumo diário de
frutas e hortaliças deve ser de 3 a 5 porções e 4 a 5 porções, respectivamente. Já a organização
Mundial da Saúde (OMS), preconiza que o consumo mínimo de frutas e hortaliças deve ser de
400g por dia, essa recomendação também é adotada pelo Ministério da Saúde (5)
.
Há uma escassez de trabalhos publicados que avalia o consumo de frutas e verduras
em adolescentes de cidades do interior do Brasil. A maior parte dos estudos avaliou este
consumo em adolescentes de capitais e encontrou baixo consumo (6-13)
.
Portanto, o presente estudo teve por objetivo descrever a frequência do consumo diário
de frutas, verduras e legumes e avaliar os fatores associados ao seu consumo em adolescentes
de uma cidade do interior do Brasil.
METODOLOGIA
Estudo transversal realizado com adolescentes estudantes da 8ª série do ensino
fundamental e ensino médio de cinco escolas do município, no período de setembro de 2013 a
outubro de 2014. Foram excluídos os adolescentes portadores das necessidades especiais,
autistas, gestantes e intercambistas.
O recurso utilizado para a coleta de dados foi um questionário de múltipla escolha com
perguntas abertas e fechadas contendo dados demográficos, socioeconômicos, consumo de
álcool e cigarro, atividade física, pressão arterial, antropometria e consumo alimentar.
O desfecho principal foi o consumo diário de frutas, verduras e legumes avaliado
através de um questionário semiquantitativo de frequência de consumo de alimentos (14)
. A
definição do “consumo diário de frutas”, “consumo diário de verduras e legumes” e “consumo
diário de frutas, verduras e legumes” foi realizada para aqueles adolescentes que tivessem
consumido pelo menos um dos alimentos destas classes diariamente. Para análise do consumo
do café da manhã foi aplicado o recordatório de 24 horas, avaliando se o adolescente tomou
café da manhã ou não.
As variáveis demográficas avaliadas foram idade e sexo. A variável socioeconômica
foi categorizada de acordo com a metodologia da Associação Brasileira de Empresas de
Pesquisa (ABEP) (15)
. A classificação socioeconômica é expressa por meio de cinco classes A,
B, C, D e E correspondendo, respectivamente, a uma pontuação determinada, que
posteriormente foi agrupada em “A e B” e “C, D e E”.
Para a avaliação do consumo de drogas lícitas (bebida alcoólica e cigarro) foi avaliado
se o adolescente já consumiu em algum momento da vida e se usa atualmente álcool e cigarro
e se já se embriagou em algum momento na vida.
O nível de atividade física foi avaliado pelo Questionário Internacional de Atividade
Física (IPAQ). O mesmo foi reproduzido e validado para adolescentes brasileiros (16)
e
classifica a amostra em três categorias: insuficientemente ativo, suficientemente ativo e muito
ativo. Para fins estatísticos foram reclassificados em duas variáveis, “ativo” o adolescente
suficientemente ativo e ativo e “sedentário” o adolescente insuficientemente ativo.
A coleta das medidas antropométricas foi realizada em duplicata, utilizando-se o valor
médio. O peso foi coletado com balança digital (GEOM-BEL-00237) com capacidade
máxima de 150 kg e altura aferida com o auxílio de uma fita métrica fixada na parede com
ausência de rodapé. A classificação do estado nutricional dos participantes foi realizada pelo
escore z do IMC para a idade e sexo, segundo a referência da Organização Mundial de Saúde
– OMS (17)
com auxílio do Software WHO AnthroPlus (versão 3.2.2). Para análise estatística
foram agrupadas as classificações do IMC em: sem excesso de peso (desnutrição e eutrofia) e
com excesso de peso (sobrepeso e obesidade).
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal.
Todos os participantes obrigatoriamente tiveram seus Termos de Consentimento Livre e
Esclarecido assinados e autorizados pelos seus responsáveis.
Os dados foram analisados pelo software SPSS (Statistical Package for Social
Sciences) versão 18.0, por meio de estatística descritiva simples (média e percentual). Foram
calculadas as frequência de consumo diário como desfecho principal e, posteriormente, foi
realizado o teste de razão de prevalência (RP). Foram consideradas diferenças significativas
quando o p<0,05.
RESULTADOS
Este estudo contou com a participação de 958 adolescentes, com idade média de
15,27±1,26 anos.
Na Tabela 1 observa-se que a maioria da amostra era do sexo feminino (58%), com
idade entre 12 e 15 anos (58,4%, n=559), matriculada em escolas públicas (92,4%) e
pertencentes às classes A e B (70,6%). Dos adolescentes que já fizeram uso do tabaco, 14,3%
(n=17) fumam atualmente e 45,8% (n=291) beberam nos últimos 30 dias. O consumo diário
de frutas foi de 47,7% (n=457), verduras e legumes 41,5% (n=398) e frutas, verduras e
legumes 33,7% (n=323). Nota-se que grande parte dos adolescentes é ativa (87,2%, n=835) e
não tem excesso de peso (77,8%, n=713) e 54,8% (n=541) consomem o café da manhã
diariamente.
Na Tabela 2 nota-se que o consumo diário de frutas foi maior no sexo feminino (RP
ajustada= 1,185, IC: 1,028-1,366, p=0,020), nos adolescentes com idade entre 16-19 anos (RP
ajustada= 1,159, IC: 1,011-1,329, p=0,034) e naqueles com excesso de peso (RP ajustada=
1,197, IC: 1,029-1,393, p=0,020).
Os adolescentes que mais consumiam diariamente verduras e legumes foram os das
classes socioeconômicas C, D e E (RP ajustada=1,177, IC: 1,004-1,380 p=0,045) e aqueles
que tinham o hábito de tomar café da manhã (RP ajustada= 1,223, (IC: 1,045-1,431, p= 0,012)
(Tabela 3). Os adolescentes que consumiam diariamente frutas, verduras e legumes
pertenciam às classes C, D e E (RP ajustada=1,278, IC: 1,025-1,593, p=0,030), eram aqueles
com excesso de peso (RP ajustada=1,274, IC: 1,006-1,613, p=0,044) e os que tinham o hábito
de tomar café da manhã (RP ajustada=1,381, IC: 1,106-1,724, p=0,004) (Tabela 4).
DISCUSSÃO
O principal achado desse estudo foi o baixo consumo diário de frutas, verduras e
legumes. O consumo diário de frutas esteve associado com o sexo feminino, idade entre 16
e19 anos e excesso de peso. O consumo diário de verduras e legumes associou-se com a
classe socioeconômica mais baixa, com excesso de peso e com o consumo do café da manhã.
E o consumo diário de pelo menos uma fruta e uma verdura ou legume associou-se com a
classes socioeconômicas baixas e com o hábito de tomar café da manhã.
Ao examinar a literatura, são encontrados diferentes métodos de avaliação para o
consumo alimentar de frutas, verduras e legumes em adolescentes, proporcionando formas de
apresentar o consumo destes alimentos de maneira diferenciada (questionário
semiquantitativo de frequência alimentar -QFAA) (11, 12)
, perguntas relacionadas com o
consumo diário destes alimentos (6), questionário estruturado com perguntas de hábito
alimentar (10)
, questionário alimentar do dia anterior (QUADA) (7, 18)
, questionário sobre
hábitos alimentares proposto pelo INCA (8)
, comportamentos de risco em adolescentes
catarinenses (COMPAC) (9). Ao melhor do nosso conhecimento, esse é o primeiro estudo que
avalia o consumo diário de pelo menos uma fruta ou uma verdura ou legume entre
adolescentes, fato esse que torna pertinente os resultados desse estudo.
O guia alimentar para a população brasileira, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
e a pirâmide alimentar brasileira sugerem diferentes formas de recomendações do consumo de
frutas, verduras e legumes o que dificulta a avaliação de adequação do consumo (2, 4, 19)
.
Porém, o propósito de todas é o mesmo, a proteção e manutenção da saúde desta população.
No presente estudo, menos da metade dos alunos consumiram diariamente frutas, verduras e
legumes e uma parcela menor ainda consumia diariamente o combinado de frutas, verduras e
legumes, visto que avaliou-se o consumo mínimo.
Com relação a estudos nacionais, dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar
(PeNSE) (20)
encontraram valores inferiores ao do presente estudo, em que 31,5% dos
adolescentes referiram consumir cinco ou mais vezes frutas na semana e Rieth et al.(12)
também encontraram valores inferiores com 26,8% consumindo diariamente frutas. Mendes et
al.(6)
em um estudo em Formiga-MG, encontraram o consumo diário de frutas semelhantes ao
do presente estudo, 46,8%.
Outros estudos constataram baixo consumo de frutas, utilizando formas diferentes na
expressão dos resultados: média de 0,8 vezes/dia (18)
, consumo adequado de acordo com a
pirâmide (27,2%) (11)
, ≥ 2 vezes ao dia (19,2%) (7)
, 5 ou mais vezes/dia (5,3%) (8)
. Estes
achados apresentam frequências de consumo menores do que do presente estudo,
provavelmente pela sua forma de contabilizar o consumo diário (mais que uma fruta por dia).
No que diz respeito à análise do consumo diário de verduras e legumes, a PeNSE
relatou resultado equivalente, 43,4% dos adolescentes referiram consumir cinco ou mais vezes
na semana verduras, enquanto Mendes et al. (6)
, encontrou consumo diário superior ao do
presente estudo (51,8%).
A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF, 2008-2009) (3)
confirma que os adolescentes
consomem menos verduras (11g/dia) quando comparados aos adultos (20 g/dia) e idosos (18
g/dia). Outros estudos também encontraram baixo consumo de verduras e legumes com
diferentes métodos de avaliação (7, 11, 18)
.
Poucos estudos avaliaram o consumo do combinado frutas, verduras e legumes. No
presente estudo, vimos que para essa categoria o valor é menor ainda quando comparado com
o consumo diário de frutas ou de verduras e legumes. Corroborando com este estudo Costa et
al.(18)
, encontraram o consumo de 1,5 vezes/dia. Enquanto Galego et al. (7)
encontraram que
apenas 4,8% dos adolescentes tem o consumo adequado de frutas, verduras e legumes.
O consumo diário de frutas foi maior do que de verduras e legumes, talvez porque
crianças e adolescentes apresentam maior aceitação e preferência, desde o nascimento, por
alimentos doces e rejeição ao amargo e ao azedo (21)
.
No estudo, observa-se que a classe socioeconômica A e B consome menos frutas
diariamente quando comparada às classes mais baixas. No estudo de Valmórbida e Vitolo
(2014) em Porto Alegre com 388 crianças de 2-3 anos encontraram dados semelhantes. Uma
hipótese a ser considerada, é que nas famílias com maior poder aquisitivo pode ocorrer a troca
da oferta de frutas para a oferta de alimentos ultraprocessados e altamente energéticos (21)
. A
oferta de produtos industrializados, como refrigerantes e snacks no mundo globalizado vem
acompanhada na redução do preço desses produtos que resultou no progressivo consumo
destes alimentos nas camadas mais pobres da população brasileira. O aumento da
palatabilidade desses alimentos seguido de estratégias de marketing colabora para o
esclarecimento do crescimento do consumo desses produtos no país (22).
Apesar da utilização de diferentes protocolos para avaliação do consumo alimentar e por
tratarem de faixas etárias diferentes, a maioria dos estudos destaca o baixo consumo de frutas,
verduras e legumes entre adolescentes, indicando circunstâncias desfavoráveis para a proteção
e manutenção da saúde dessa população (18)
, pois o escasso consumo destes alimentos está
entre os dez principais fatores de risco para o acúmulo de doenças mundiais, evidenciado em
19% risco de câncer gastrointestinal, 31% cardiopatias isquêmicas e 11% dos acidentes
vasculares cerebrais(23)
.
Em relação aos fatores associados ao consumo de frutas, verduras e legumes, o consumo
diário de frutas foi menor no sexo masculino, nos adolescentes com idade entre 12 e 15 anos e
naqueles sem excesso de peso. Em controvésia, Muniz et al. (9)
, encontraram que,
especialmente as meninas são as que mais consomem diariamente verduras 30,9% em relação
aos meninos 25,8%, porém existem poucas associações desse desfecho com essa variável.
Mendes et al. (6)
, sugerem que o maior consumo de frutas pelas meninas pode estar
relacionado à preocupação com a imagem corporal, pois é na adolescência que a busca pelo
corpo perfeito se torna mais assídua, sentindo obrigação de ter um padrão de corpo pré-
determinado pela sociedade e evidenciado no dia-a-dia.
Costa et al.(18)
, ao analisarem o consumo alimentar de adolescentes de 6-10 anos
defendem que o consumo diário de frutas pelos adolescentes com excesso de peso pode ser
relacionado à atitude de alguns pais, da negociação ou nivelação alimentar com doces,
compensando o consumo de frutas e hortaliças.
O hábito de realizar o café da manhã foi associado no presente estudo ao hábito de
consumir diariamente frutas, verduras e legumes. Um estudo realizado com adolescentes afro-
americanos com idade entre 10 e 14 anos encontrou que o consumo de frutas é maior no café
da manhã que no almoço e no jantar (24)
. No entanto, Lazzeri et al.(25)
, ressaltam que
geralmente o hábito inconstante de realizar o café da manhã é um fator de risco para a baixa
frequência do consumo de frutas entre as meninas.
Apesar da existência de algumas limitações, este estudo é inédito na região. A
definição e categorização da frequência do consumo de frutas e verduras para pelo menos
uma vez ao dia não expressa um desfecho de comportamento saudável e sim, uma
expectativa. A utilização de QFA para avaliar consumo alimentar tem a probabilidade do viés
no preenchimento do questionário, assim como de memória.
CONCLUSÃO
Conclui-se que os adolescentes avaliados apresentam baixo consumo diário de frutas,
verduras e legumes, estando aquém das recomendações. O consumo diário de frutas foi
associado ao sexo feminino, idade entre 16 e19 anos e com excesso de peso. O consumo
diário de verduras e legumes associou-se com as classes socioeconômicas “C, D e E”, excesso
peso e com o consumo do café da manhã e o consumo conjunto de frutas, verduras e legumes
este associado com as classes socioeconômicas “C, D e E” e com o hábito de tomar café da
manhã.
Hoje contamos com políticas públicas como a Política Nacional de Alimentação e
Nutrição, a Política Nacional de Alimentação Escolar e a Política Nacional de Promoção à
Saúde que incentivam a promoção de ações intersetoriais para o aumento da produção e
consumo de frutas, verduras e legumes (26-28)
.
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0
Tabela 1. Frequência dos fatores demográficos, socioeconômicos, antropometria e do
consumo diário de frutas, verduras e legumes de adolescentes do município, 2013/2014
(n=958).
N %
Sexo
Masculino 402 42
Feminino 556 58
Idade
12-15 anos 559 58,4
16-19 anos 399 41,6
Escola
Pública 885 92,4
Privada 73 7,6
Classe Socioeconômica
A e B 664 70,6
C, D e E 277 29,4
Fuma atualmente
Sim 17 14,3
Bebeu nos 30 dias
Sim 291 45,8
Atividade física
Ativo 835 87,2
Estado Nutricional
Com excesso de peso 203 22,2
Table for review
1
Sem excesso de peso 713 77,8
Consumo de café da manhã
Sim 541 54,8
Consumo diário
Frutas 457 47,7
Verduras e legumes 398 41,5
Frutas e verduras 323 33,7
2
Tabela 2. Prevalência do consumo diário de frutas, segundo variáveis socioeconômicas, uso de drogas lícitas, estado nutricional, atividade física
e consumo do café da manhã em adolescentes do município, 2013/2014 (n=958).
Consumo diário de frutas Consumo diário de frutas
% (n) RP bruta(IC 95%) p RP ajustada (IC 95%) pa
Sexo
Feminino 50,9(283) 1,176 (1,024-1,351) 0,022 1,185 (1,028-1,366) 0,020
Masculino 43,3 (174) 1,0 1,0
Idade
16-19 51,9(207) 1,16 (1,017-1,324) 0,028 1,159 (1,011 – 1,329) 0,034
12-15 44,7(250) 1,0 1,0
Classe Socioeconômica
C, D e E 50,2(139) 1,078(0,935-1,244) 0,301 -
A, B 46,5(309) 1,0 -
Fuma atualmente
Sim 58,8(10) 1,304(0,830-2,049) 0,249 -
Não 45,1(46) 1,0 -
Bebeu nos 30 dias
Sim 50,5(147) 1,069 (0,912-1,254) 0,410 -
Não 47,2(163) 1,0 -
Atividade Física
Ativo 48,7 (407) 1,199(0,958-1,501) 0,113 -
Não ativo 40,7 (50) 1,0 -
Estado Nutricional
Com excesso de peso 53,2(108) 1,174(1,009-1,367) 0,038 1,197 (1,029-1,393) 0,020
Sem excesso de peso 45,3(323) 1,0 1,0
Café da Manhã
Sim 49,7(259) 1,099(0,960-1,259) 0,170 -
RP: Razão de prevalência. IC: Intervalo de Confiança. p<0,05. RP ajustada: Razão de prevalência ajustada por sexo, idade e estado nutricional.
pa: Regressão de Poisson Múltipla com p<0,05
3
Tabela 3. Prevalência do consumo diário de verduras e legumes, segundo variáveis socioeconômicas, uso de drogas lícitas, estado nutricional,
atividade física e consumo do café da manhã em adolescentes do município , 2013/2014 (n=958).
Consumo diário de verduras e legumes Consumo diário de verduras
% (n) RP bruta(IC 95%) p RP ajustada (IC 95%) pa
Sexo
Feminino 41,2(229) 0,980(0,842-1,140) 0,791 - -
Masculino 42,0(169) 1,0
Idade
16-19 44,1(176) 1,111(0,956-1,291) 0,171 - -
12-15 39,7(222) 1,0
Classe Socioeconômica
C, D e E 45,8(127) 1,162(0,991-1,632) 0,064 1,177 (1,004-1,380) 0,045
A, B 39,5(262) 1,0 1,0
Fuma atualmente
Sim 52,9(09) 1,286(0,776-2,130) 0,329 - -
Não 41,2(42) 1,0
Bebeu nos 30 dias
Sim 45,0(131) 1,086(0,909-1,298) 0,365 - -
Não 41,4(143) 1,0
Atividade Física
Ativo 42,2(352) 1,127(0,885-1,436) 0,332 - -
Não ativo 37,4(46) 1,0
Estado Nutricional
Com excesso de peso 42,4(86) 1,017(0,847-1,221) 0,856 -
Sem excesso de peso 41,7(297) 1,0
Café da Manhã
Sim 45,1(235) 1,217 (1,042-1,422) 0,013 1,223(1,045-1,431) 0,012
RP: Razão de prevalência. IC: Intervalo de Confiança. p<0,05. RP ajustada: Razão de prevalência ajustada por sexo, idade e estado nutricional.
pa: Regressão de Poisson Múltipla com p<0,05
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Tabela 4. Prevalência do consumo diário de frutas e verduras e legumes, segundo variáveis socioeconômicas, uso de drogas lícitas, estado
nutricional, atividade física e consumo do café da manhã em adolescentes do município, 2013/2014 (n=958).
Consumo diário de frutas e verduras e
legumes
Consumo diário de frutas e verduras e
legumes
% (n) RP bruta(IC 95%) p RP ajustada (IC 95%) pa
Sexo
Feminino 28,6(159) 1,074(0,872-1,324) 0,501 - -
Masculino 26,6(107) 1,0
Idade
16-19 29,6(118) 1,117(0,910-1,371) 0,290 - -
12-15 26,5(148) 1,0
Classe Socioeconômica
C, D e E 32,1(089) 1,255(1,012-1,556) 0,038 1,278(1,025-1,593) 0,030
A, B 25,6(170) 1,0 1,0
Fuma atualmente
Sim 41,2(07) 1,680(0,866-3,258) 0,125 - -
Não 24,5(25) 1,0
Bebeu nos 30 dias
Sim 29,2(085) 1,008(0,790-1,286) 0,951 - -
Não 29,0(100) 1,0
Atividade Física
Ativo 28,6(239) 1,304(0,919-1,850) 0,137 1,41(0,971-2,049) 0,071
Não ativo 22,0(027) 1,0 1,0
Estado Nutricional
Com excesso de peso 32,0(65) 1,214(0,960-1,536) 0,105 1,274(1,006-1,613) 0,044
Sem excesso de peso 26,4(188) 1,0 1,0
Café da Manhã
Sim 31,1 (162) 1,321(1,067-1,634) 0,011 1,381(1,106-1,724) 0,004
RP: Razão de prevalência. IC: Intervalo de Confiança. p<0,05. RP ajustada: Razão de prevalência ajustada por sexo, idade e estado nutricional. pa:
Regressão de Poisson Múltipla com p<0,05