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1 Número 4 - Ano 2 - junho de 2011 Presidente Prudente Faculdade de Comunicação Social de Presidente Prudente FACOPP - UNOESTE Das salas de aulas para o hospital. Acadêmicos da Unoeste se unem para levar esperança aos que precisam COTIDIANO Xiii! Esqueci... Com certeza você já deixou, ou perdeu seu guarda-chuva, suas chaves, seus documentos em algum lugar IDENTIDADE Sua Tribo, sua cara Tribos urbanas, um modismo ou uma opção de vida? Especialistas explicam sobre essa tendência no mundo dos jovens ENSINO Adeus, caderno A tecnologia já está presente na sala de aula. Hoje, cada vez mais, é fácil encontrar alunos usando notebooks ao invés do tradicional caderno Jovens fazem do aprendizado uma lição de vida ALEGRIA Jovens fazem do aprendizado uma lição de vida

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Número 4 - Ano 2 - junho de 2011Presidente Prudente

Faculdade de Comunicação Social de Presidente PrudenteFACOPP - UNOESTE

Das salas de aulas para o hospital. Acadêmicos da Unoeste se unem para

levar esperança aos que precisam

COTIDIANOXiii! Esqueci...

Com certeza você já deixou, ou perdeu seu

guarda-chuva, suas chaves, seus documentos

em algum lugar

IDENTIDADESua Tribo, sua cara

Tribos urbanas, um modismo ou uma opção de vida?

Especialistas explicam sobre essa tendência no mundo

dos jovens

ENSINO Adeus, caderno

A tecnologia já está presente na sala de aula. Hoje, cada vez

mais, é fácil encontrar alunos usando notebooks ao invés do

tradicional caderno

Jovens fazem do aprendizado uma

lição de vida

ALEGRIA

Jovens fazem do aprendizado uma

lição de vida

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da “Faculdade de Comunicação Social de Presidente Prudente” a Facopp. Com reportagens criativas, fotos e paginação diferenciada, esperamos agradar você, que é nosso principal motivo para existir. O seu interesse é pelo esporte, conheça então as inovações nas academias, e como se preparar para fazer um bom alongamento antes das atividades físicas. Na editoria de saúde, a nutricionista Luci Mara Yamada explica as causas da obesidade e dá dicas de uma dieta nutritiva e saudável. Potencialize a tecnologia a seu favor, hoje notebooks são utilizados no aprendizado por professores e alunos. Saiba mais sobre a “geração Y”, especialistas explicam aqui na “Contemporânea” o que são essas novas gerações, como surgiram e como a tecnologia vem sendo inserida na nossas vidas. Esquecer as coisas parece algo comum no dia a dia, por isso, o repórter Thiago Júnior foi até o departamento “ de achados e perdidos” da Unoeste e conferiu de perto o que alguns esqueceram por lá. Acreditem, até notebook já foi deixado. Tudo misturado a muito bom humor. Esta edição veio recheada de novidades e informação. Boa leitura.

Os bastidores da revista

Oque fascina o trabalho do jornalista e o que o torna mais prazeroso, é simplesmente

não ter rotina, cada dia uma pauta, uma ideia, uma conversa diferente.Como fazer então uma foto para esta edição? Em meio a doces e muitos pães, lá estava eu “chorando”. Calma! Isso tudo foi para a produção de uma única foto, no estúdio de fotografia da Facopp. Eram quase dez horas da noite e eu ajudando a “aspirante” (como eu) a jornalista Lidiane Trepiche a cortar uma cebola para compor um prato de salada. Vira mais para esquerda, arruma para a direita e liga o flash. Depois de muita dedicação, lá estava a foto produzida especialmente para reportagem que vocês irão conferir sobre qual é a dieta ideal para você. A revista “Contemporânea” está na sua segunda edição e é feita por nós, alunos de Jornalismo

Mariana GouveiaDiretora de redação

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EXPE

DIE

NTE

Diretor da FACOPP: Profº. Munir Jorge Felício Coordenação de Jornalismo: Profª. Carolina Costa Mancuzo

Edição: Profª. Giselle ToméProdução: Alunos do 7º B de Jornalismo

Projeto gráfico e diagramação: Profº. Marcelo Mota

Realização: FACOPP - Faculdade de Comunicação Social “Jornalista Roberto Marinho” de Presidente Prudente

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SUM

ÁRIO

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SAÚDEAlongamento e aquecimento: qual a diferença?

TUDO EM UM SÓ LUGARAcademias inovam e diversificam serviços

SOBREPESOComo saber se a dieta está certa?

EDUCAÇÃOO ensino em sala, na era do Notebook

ESQUECIDOSCadê meu guarda-chuva?

NOTA 10Acadêmicos da Alegria: uma aula de solidariedade

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Após quase perder a vida com a anorexia,

Valéria Soares supera os desafios da

doença e lança livro

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ENTREVISTAEscritora publica diário que

descreve as facetas da anorexia

ENSINOFim do diploma não influencia

na escolha do curso

TRIBOSAdolescentes se reúnem em busca de formar identidade

SER DIFERENTETrabalhos ultrapassam fronteiras acadêmicas

EXCELÊNCIA NACIONALEnade coloca Facopp entre

as melhores

Lucas Ram

aciotti

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ARTI

GO Diploma e

muito mais!

Já não é de hoje que ouvimos falar que só o diploma universitário já não é garantia de emprego certo

pra ninguém. De um tempo pra cá, as buscas por um bom emprego vem sendo mais complicado, e as empresas estão exigindo cada vez mais dos candidatos. Há um tempo, o sonho dos pais era ver os filhos formados. Pronto! Isso era a certeza de um futuro promissor e certo para seu filho. Errado! Hoje se o “filho” não desenvolver cursos, especializações, e buscar sempre ter um diferencial a mais dos demais candidatos diplomados na mesma área, esse futuro promissor pode não ser tão certo assim. O que podemos dizer é que mudanças foram realizadas nas plataformas de empregos. Trabalhadores tiveram que mudar hábitos ao se tratar de tecnologias, ou seja, tiveram que se adaptar a esses novos recursos da humanidade ou ficariam para trás. O professor da PUC-Rio José Márcio Camargo em entrevista

para o jornal O Globo, diz que já houve avanços de especializações de ex-alunos que buscam empregos no mercado de trabalho no Brasil, “porém ainda muito pouco”. Para ele o desenvolvimento do país acaba sofrendo sérias conseqüências com a baixa qualidade de alunos diplomados. É uma pena a gente saber que o nível de escolaridade no país ainda é muito baixo, isso pode ser o maior motivo dessas exigências da empresas hoje. Talvez com uma boa qualificação estudantil, não fosse preciso tantas exigências. Uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) nas seis regiões metropolitanas do país, mostra que em 2010 o nível de emprego para pessoas com diplomas aumentou cerca de 3,1% em oito anos. Porém, especialistas dizem que mesmo assim a qualidade dessas pessoas empregadas e desempregadas com nível superior ainda é muito baixo. O avanço das tecnologias faz com que profissionais tenham a consciência e buscam se aprimorar e ter maior nível de capacitação. Mas não sabemos se esse ritmo é suficiente. O fato é que por talvez acharem que já estudaram demais, muitos não se aprimoraram e isso faz com que os salários se mantenham estáveis. Este cenário faz com que o País ofereça profissionais menos qualificados.

Marcela Mendes

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RESPONSABILIDADE E SAÚDE

P raticar exercícios físicos e manter o corpo sempre em movimento são dicas fundamentais para pessoas de qualquer idade. Porém é preciso ter alguns cuidados na hora de praticá-los. Segundo o professor doutor em Fisiologia Humana do curso de Educação Física da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Jair Rodrigues

Garcia Junior, é “importante que antes da prática de qualquer atividade, as pessoas e os atletas façam o aquecimento e o alongamento dos músculos.” Isso para diminuir os riscos de lesões e proporcionar o desempenho máximo em competições. Mas qual a diferença entre alongamento e aquecimento?

Garcia Júnior explica que o aquecimento pode ser entendido como o aumento da taxa metabólica nos músculos. Significa que as reações bioquímicas nas células musculares aumentam sua velocidade, preparando os músculos para contrações e movimentos mais vigorosos. Ele ressalta que o termo aquecimento não é utilizado por acaso, já que o músculo realmente produz mais calor quando em contração. Já o alongamento é simplesmente uma extensão dos músculos (contrário ao encurtamento, que caracteriza a contração). Durante a execução de exercícios os movimentos são variados, havendo encurtamento e extensão. Na fase de extensão pode acontecer

Danuza Azevedo

Alongamento e aquecimento: qual a

diferença?Antes de praticar atividades físicas é importante realizar esses exercícios

para evitar lesões graves

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lesão muscular, por isso é importante fazer os dois movimentos antes de qualquer atividade. “Após a atividade física é necessário fazer apenas o alongamento, pois os músculos tendem a ficar num estado de contração parcial. O alongamento permite que retornem à condição pré-exercício”, conta.

O professor salienta, que o aquecimento prepara os músculos para contrações e movimentos mais vigorosos. “Um bom exemplo é uma corrida de 100 metros, quando o atleta já larga correndo em seu máximo”, exemplifica.

O alongamento também tem como

objetivo diminuir lesões, e ainda prepara os músculos para a extensão quando há execução de movimentos com maior amplitude em competições esportivas. Um exemplo bem claro é o da ginástica artística.

Garcia Júnior conta que o aquecimento é feito de acordo com os exercícios que serão realizados. “Para um jogo de futebol, é muito mais importante aquecer os músculos das pernas do que os músculos do tronco ou braços. Na natação é o contrário”.

O alongamento mais comum é o estático, ou seja, aquele em que é forçada a

Exercícios de aquecimento e alongamento podem ser realizados por pessoas de qualquer sexo,

idade e nível de condicionamento físico

Dan

uza

Aze

vedo

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extensão do músculo até o limite, segurando por 10-30 segundos. Ele conta também que há um tipo de alongamento chamado balístico, com movimentos curtos que forçam gradativamente a extensão dos músculos, no entanto, neste tipo há risco de lesão, por isso não é muito utilizado.

Os exercícios de aquecimento e alongamento segundo o professor podem ser realizados por pessoas de qualquer sexo, idade e nível de condicionamento físico. “Obviamente que existem diferenças entre o aquecimento de um iniciante no esporte e um atleta já experimentado. O fator idade tende a limitar a flexibilidade dos

O alongamento também tem como objetivo diminuir lesões

indivíduos. Dessa forma, quando vai realizar um alongamento, a amplitude é menor. Porém, se a pessoa se mantém fisicamente ativa na idade adulta e realiza alongamento com frequência, a perda da flexibilidade na senescência tende a ser menor”, destaca.

Para finalizar o professor completa dizendo, que cada indivíduo precisa respeitar seus limites tanto na realização do aquecimento, como de alongamentos. Apesar de ambos serem de execução relativamente simples, é sempre recomendável que haja orientação de um profissional de Educação Física.

Danuza A

zevedoD

anuza Azevedo

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TUDO EM UM SÓ LUGAR

Alexandre Fama

Academias inovam e diversificam serviços

Suor, secado e mãos de molho. Falando separadamente tudo parece uma grande confusão e nem de longe parecem combinar. Mas se você pensar separadamente, tudo se encaixa em um novo filão do setor de beleza.

Para agradar os clientes, em especial aqueles que têm o tempo cronometrado, as academias de Presidente Prudente deixaram de ser somente um ponto de encontro para quem busca um corpo perfeito. Hoje já é possível passar por uma bateria de exercícios e sair lindos e belos. Como? Graças a integração de novos serviços no mesmo ambiente da malhação como limpeza facial, corte de cabelo, trato nas unhas e massagem. Vários desses estabelecimentos transformaram-se em shoppings centers, pois além de todo tratamento estético que oferecem, acomodam no mesmo espaço físico, lojas de artigos esportivos, de perfumes, SPA, salão de beleza e até lanchonetes. Elaine Calderan Bianchi Silva, 34 anos, proprietária de uma academia em Presidente Prudente, oferece os serviços “atípicos” há cinco anos e conta que tudo começou pensando na comodidade de seus clientes e no preenchimento dos espaços vazios do estabelecimento. “Proporcionamos, além dos serviços tradicionais como musculação e jiu-jitsu,

Setor investe em novidades como massagens, salão de beleza, lojas e

lanchonetes

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massagem, serviços de manicure, salão de beleza, loja de cosméticos, perfumaria e cantina”, conta. Tanta diversidade de serviços em beleza e estética fizeram das academias uma manobra comercial de grande rentabilidade, tanto para os donos quanto para seus colaboradores como esteticistas, massagistas, cabeleireiros, maquiadores e empresários. Proprietária de um salão de beleza numa academia da cidade, Daniele Peres do Nascimento, 26, diz que não se arrependeu em prestar seus serviços neste setor, pois além de seus clientes regulares, a cabeleireira ganhou outros. “Tive um grande

acréscimo no número de clientes, atualmente 50% deles frequentam a academia.”, comenta Daniele. Para os clientes as vantagens são boas, principalmente no quesito tempo, pois ao optar por um espaço para malhar, podem efetuar outras tarefas de beleza em um só local. Para Alba Sueli Spacino, 45, a integração entre academia e os outros serviços traz comodidade e ajuda na administração do tempo. “Sou dona de casa, mãe e trabalho fora, e a correria do dia-a-dia me fez optar pelo conforto de poder fazer tudo num mesmo lugar”, comenta.

Variedades em produtos e serviços atraem cada vez mais

a atenção dos clientes

Alexandre Fam

a

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NOTA 10

Carolina Mescoloti

Acadêmicos da Alegria: uma aula de solidariedadeGrupo é formado por estudantes da Unoeste que acreditam que bem-estar é sinônimo de cura

L evar alegria em diversos ambientes e ajudar na humanização dos acadêmicos. Estes são os principais objetivos do projeto de extensão ‘Acadêmicos da Alegria’ da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista).

O projeto teve início em 2002 sob coordernação da docente Juliana Neves Russi Garcia, que após assistir a apresentação dos ‘Doutores da Alegria’ em São Paulo, decidiu implantar o projeto na faculdade. “Tive a ideia porque fiquei encantada com o trabalho que os doutores realizavam. Em 2000 o projeto era apenas experimental, ainda com poucos alunos, após dois anos ele foi oficializado e se tornou um projeto de extensão multidisciplinar para vários cursos da Unoeste”, afirma.

O ‘Acadêmicos da Alegria’ é aberto à todos os graduandos da Unoeste com ênfase nos cursos da área da saúde: Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, entre outros. Os alunos dedicam algumas horas

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do dia para visitar pessoas em creches, escolas, postos de saúde e hospitais. Vestem-se de forma divertida, utilizando acessórios como nariz de palhaço, chapéus, arquinhos e maquiagem.

De acordo com a professora os conceitos do projeto são a formação do perfil profissional e humanitário de cada indivíduo. “Através do contato direto com o paciente os alunos podem vivenciar na prática, o que aprendem na teoria. Mais do que qualquer diagnóstico ou cuidado com o paciente, eles aprendem a lidar com situações psicológicas, daí a importância da humanização e preparação do profissional”, ressalta.

Juliana conta que na formação de

grupos de alunos há sempre uma preparação para o desempenho das funções de ‘Acadêmicos da Alegria’, com reuniões explicativas de como lidar com cada pessoa. “Deixamos claro aos alunos que cada pessoa reage de uma maneira. Alguns sentem dores e têm limites, outros não aceitam a ação dos alunos, por isso é importante o bom senso e a preparação antes do contato com os pacientes”, conta.

Para Vinícius Cruz Prieto da Silva, 21, aluno do 3° termo de Medicina, o trabalho que realiza é importante para seu crescimento profissional. “É gratificante saber que levamos alegria a quem necessita. Percebo uma grande carência dos pacientes que estão nos hospitais,

Com acessórios alegres, estudantes transformam clima tenso do hospital

em descontração

Edu

ardo

Oliv

eira

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Acadêmicos da Alegria: Trabalho de extensão da

Unoeste leva alegrias a diversas pessoas

até mesmo em relação aos seus companheiros de quartos, muitos ficam no mesmo local sem trocar uma só palavra, o trabalho dos ‘Acadêmicos da Alegria’ é tornar o ambiente menos hostil e proporcionar interação entre as pessoas”, explica.

Luciana Terra Louzada Santos, 20, aluna do 4° termo de Medicina conta que a melhora no tratamento dos pacientes é nítida após as visitas dos alunos. “Percebemos a mudança até na expressão facial de cada um, não só as crianças, mas os idosos e adultos se abrem mais conosco, contam histórias, conversam e brincam. O trabalho é muito compensador”, diz. Luciana explica que no hospital, alguns pacientes se sentem marginalizados, depressivos e coagidos.

“Tentamos explicar e levar descontração para este ambiente, pois sabemos que não é um local onde gostariam de estar. Mas, que o bom astral pode mudar o modo como encaram a situação, auxiliando e acelerando a melhora do tratamento”, cita.

Edu

ardo

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A aluna diz que percebeu mudanças também em sua própria vida. “O meu relacionamento e minha comunicação com as pessoas mudou. Hoje percebo que sou uma pessoa mais calma, tenho mais coragem em tomar decisões e me sinto mais humana”, diz Luciana.

Gabriella Ferrari de Paula, 25, aluna do quarto termo de Medicina, presenciou a amizade e a evolução de dois pacientes no hospital. “Havia dois senhores que ficavam isolados no mesmo quarto devido a uma doença contagiosa, porém eles não conversavam. Após a visita do ‘Acadêmicos da Alegria’ eles se tornaram amigos e encontraram uma maneira de passar o tempo juntos, assistindo a filmes. A cada retorno ficava feliz, pois eles me contavam novas histórias sobre os filmes que tinham assitido”, declara.

Os ‘Acadêmicos da Alegria’ querem ainda divulgar as ações que realizam por meio de um blog na internet. Segundo uma das integrantes o objetivo é que todos conheçam o trabalho realizado pelos alunos.

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ESQUECIDOS Cadê meu guarda-chuva?

Thiago Junior

Unoeste oferece serviço de “Achados e Perdidos”

Acorreria do dia a dia e a vida mais atarefada trazem algumas consequências ao homem. Uma delas é o fato das pessoas estarem mais esquecidas. Quem nunca perdeu uma chave, um documento ou algum objeto em determinado lugar? Hoje se exige mais

da memória do que antigamente, com isso há uma sobrecarga mental que ocasiona o esquecimento. O psicólogo Igor Costa Pablo Melo, 34, revela dois fenômenos que contribuem de forma direta para o aumento desse fator. “Hoje a quantidade de informação que recebemos e a valorização que se dá à memória é muito maior que há tempos atrás”, afirma. Melo ressalta ainda que o nível de estresse também influencia para que as pessoas se esqueçam das coisas.

Na Faculdade de Comunicação Social Jornalista Roberto Marinho de Presidente Prudente (Facopp) existe um setor específico para quem esquece seus pertences que é conhecido como Achados e Perdidos. No local é possível encontrar de tudo: capacete, cadernos, uma grande quantidade de documentos, jalecos, bolsas e por aí vai. “O pessoal esquece mais cadernos, livros, guarda-chuva,

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Setor de “Achados e Perdidos” da Facopp – muitos objetos são deixados na faculdade

pelos alunos

blusas e óculos, mas uma vez, encontraram uma bolsa com um notebook”, relata Jonas Marques, 35, auxiliar de secretaria da Unoeste. Marques comenta que poucos alunos sabem do serviço, tanto que demoram para procurá-los.

A aluna do 7° termo de publicidade, Cristiane de Cursio, 34, já vivenciou a situação. Ela perdeu um caderno e o estojo com vários objetos dentro. “Tinha chave, documento, pen-drive e por isso fiquei meio chateada”, diz. Como não sabia da existência do setor, ela foi perguntando para um e outro, até descobrir que na faculdade existia este serviço. Cristiane foi até o local do departamento, onde teve a sorte de encontrar o material.

FACILIDADEA Facopp possui seu próprio departamento de ‘Achados e Perdidos’, que fica na Hemeroteca do curso. Porém, existe outro lugar que atende todo o Campus II da Unoeste. Fica localizado no Departamento de Áudio, no 1° andar na entrada do bloco, para quem entra pela fonte. Quem perder ou achar algum pertence dentro da faculdade, é só procurar o setor.

Jonas Marques, responsável pelo departamento da Faculdade, mostra um notebook que foi esquecido por um aluno

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Como saber se a dieta está certa?

Lidiane Oliveira Trepiche

Dados do IBGE comprovam que quase metade da população

brasileira está acima do peso

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) quase metade da população brasileira, com 20 anos de idade ou mais, está acima do peso, sendo que desses, cerca de 15%

são considerados obesos. Muitos acreditam que a obesidade constitui somente estar acima do peso, mas especialistas já a consideram como uma doença.

O sonho de pessoas que chegam a este estado é conseguir emagrecer através de algum método. A dieta e a atividade física são eficazes e trazem, além da perda de peso, vários outros benefícios para a saúde. No caso da dieta deve-se buscar a mais adequada para cada biótipo. Mais qual seria a dieta certa?

Um problema comum entre as pessoas que fazem dietas é a falta de acompanhamento especializado. O profissional de nutrição é especialista nesta área e pode ajudar você a encontrar a dieta certa. Para a nutricionista Luci Mara Miura Yamada a

SOBREPESO

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Adoção de salada na rotina e redução de alimentos calóricos

ajudam na perda de peso

obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de peso, por isso deve-se buscar a dieta mais adequada para cada tipo de pessoa.

Ana Lucia Bergara, 46, doméstica, diz já ter tentado todos os métodos de emagrecimento, pois estava a busca do corpo ideal. “Parecia que nada resolvia o meu problema, ficava dias sem comer mais as “gordurinhas” insistiam”, explica.

Após muitas tentativa de emagrecimento, Ana Lucia procurou uma nutricionista onde fez avaliações, exames e iniciou uma dieta indicada pela mesma. Depois de um mês, lá vem aexpectativa de subir na balança. Seguindo a risca a dieta recomendada, percebeu a perda de 4 kg.

Mariana G

ouveia

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Luci Mara esclarece que para quem tem o objetivo de perder peso o essencial é reduzir a ingestão calórica. Uma dieta balanceada fornecerá calorias e nutrientes para que o organismo funcione perfeitamente sem desequilíbrios. Ela explica também que algumas dietas da moda promovem perda de peso pelo desequilíbrio de nutriente, que em curto prazo até tem um resultado satisfatório, no entanto não duradouros.

Reduzir medidas rapidamente pode provocar alterações no metabolismo, diz a doutora. A melhor dieta é aquela que se faz uma educação alimentar, onde o obeso tem que fazer a ingestão de todos os nutrientes dentro das necessidades de calorias. Ainda segundo a nutricionista cada caso é avaliado de forma isolada para indicar passos para modificar erros alimentares. Por isso não se deve generalizar o plano de dieta. “Cada pessoa tem um ritmo de vida diferente, suas rotinas, suas preferências, e até mesmo a condição financeira poderá determinar qual conduta tomar em cada caso”, completa.

Para saber se você é considerado obeso, basta fazer o cálculo, dividindo o peso do individuo em KG, pela altura ao quadrado (altura x altura) em metros.

Obtém-se assim um número seguindo de KG/m2 que deve ser interpretado da seguinte maneira, segundo classificação adaptada pela Organização Mundial da Saúde (OMS): Classificação IMC – Adultos (OMS 1997)

< 18,4 Magreza 18,5 – 24,9 Eutrofia25,0 – 29,9 Sobrepeso30,0 – 34,9 Obesidade grau I35,0 – 39,9 Obesidade grau II>40 Obesidade grau III

Peso (Altura X Altura)MC =

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EDUCAÇÃO

Marcos Correa

O ensino na era do notebook

Vivemos em uma época de rápido desenvolvimento e crescimento das tecnologias, tais como acesso a redes globais de computadores, ao correio eletrônico, a bases de dados, bibliotecas

virtuais, a uma enorme oferta de software, etc. Esse progresso provoca mudanças enormes na organização da nossa vida. Devido a esse rápido desenvolvimento da tecnologia, percebemos cada vez mais nas escolas e universidades que os alunos se adaptam e levam até a sala de aula os meios de fácil locomoção como: o notebook ou netbooks e outros. A pesquisa da International Data Corporation (IDC), divulgada pela UOL, no dia 17 de fevereiro, destaca também que 2011 é o começo da década da mobilidade e estima que pela primeira vez na história, as vendas de notebooks serão maiores que as de PCs. Relata que os smartphones vão se tornar o computador do futuro e ultrapassarão este ano as vendas de notebooks no Brasil, segundo projeções da IDC. Com essa novidade, o caderno muitas vezes já é substituído na hora da anotação. “Essa geração ‘y’, que é de pessoas nascidas da década de 80 pra

Professores devem preparar-se para o uso da tecnologia como forma de interação

com os alunos

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Doutora em educação, Raquel Rozan na ‘lousa’

da nova geração de alunos

Produção M

arcos e Taciba

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aprendizagem. A palavra base deste tipo de ensino é “interatividade”. Trata-se da mudança de um ensino onde é limitado o papel do aluno na busca de informação e em que ele se adapte à informação existente. Ainda segundo Del Trejo, hoje a tecnologia não faz revolução nenhuma, ao mesmo tempo que ela pode ajudar, pode também atrapalhar. “Tudo se resume na preparação do professor em usar essa tecnologia em sala”. Natiele Rallo, 19, aluna do 5º termo de jornalismo, fala que é importante o uso dessas plataformas desde que o docente esteja preparado. “É válido, mas o professor tem que estar interado junto ao aluno. Mas acho muito interessante usar esses meios na sala”. De acordo com Raquel Rozan, a escola está inserida no mundo atual, exige cada vez mais a presença da tecnologia, onde o aluno em seu dia-dia convive com essa novidade. Ela enfatiza que o professor tem que ser criativo e usar a tecnologia no cotidiano escolar. Que hoje em dia a aula não pode ficar restrita a alguns minutos de um encontro presencial entre alunos e professores, mas em busca da informação. “Os alunos, podem utilizar o computador e construir no google doc um texto em conjunto, e esse professor pode explorar o texto com várias visões. As vezes pode utilizar por exemplo, um celular, onde os alunos mandam mensagens um para o outro discutindo um dado assunto que foi visto em sala. O professor não é mais aquele dador de aulas, ele é alguém que instiga o aluno a procurar informação e construir o seu conhecimento”.

cá, é uma geração nativa digital. Essa geração não sabe ficar sem game, celular e sem o computador” diz Moacir Del Trejo, diretor da FIPP (Faculdade de Informática de Presidente Prudente). Para o aluno Everton Souza, 21, do 6º termo de Publicidade, usar esses aparelhos em sala é estar atualizado. “Eu acredito que quem ainda não usa o notebook, está ultrapassado. Você tem mais agilidade, pode resolver muitas coisas ao mesmo tempo. Eu mesmo muitas vezes, faço várias coisas na sala e não tira minha atenção”. Se pensarmos nestas mudanças e nas implicações que podem ter nos processos ensino aprendizagem, ficamos confrontados com uma série de dúvidas, mas também adquirimos algumas certezas. Uma é que o aproveitamento destas novas tecnologias implica uma mudança nas formas de ensinar e aprender. Segundo a Doutora em Educação Raquel Rozan, 39, quando se pensa em informática na educação (hoje conhecida pelo termo TIC - Tecnologia de Informação e comunicação), existe um grande desafio. “É a preparação, a formação dos professores. Pois o primeiro obstáculo que nós encontramos não é propriamente a inexistência das TICs nas escolas, mas é o obstáculo que professor tem em usar essa TIC. Ele não contemplou, não pensou no uso desse meio como uma ferramenta”. Raquel ressalta que essa é a primeira dificuldade. “Esse professor ainda não esta preparado pra essa tecnologia”. O uso de textos, vídeos e sons (talvez até o aproveitamento de outros sentidos) pode revolucionar os processos de ensino e

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Anorexia vira tema de livroA musicoterapeuta venceslauense Valéria Soares relata como foi escrever um livro sobre uma doença muito divulgada e pouco conhecida

ENTRE VISTA

Eduardo Oliveira

Aescritora e musicoterapeuta Valéria Soares, nascida em Presidente Venceslau e atualmente residente em Taubaté (SP), lançou em junho de 2010 o livro Diário de uma anoréxica, pela editora Leia

Sempre. A obra resume experiências da escritora nas penumbras do transtorno alimentar, doença que atinge muitos jovens tanto na parte física quanto na psíquica. Soares diz que o livro é um relato de luta, coragem e determinação e que só assim pode-se vencer a anorexia. Em menos de um ano o livro já vendeu oito mil exemplares. Em entrevista para nossa reportagem, Valéria Soares descreve como foi o processo de escrever o livro e como é tratar de uma doença pouco conhecida.

Obra de Valéria Soares fala sobre um assunto

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Contemporânea - Como é possível identificar que alguém ou nós mesmos estamos com doenças alimentares?

Valéria Soares - O transtorno alimentar está mais perto de nós do que imaginamos, geralmente pessoas muito preocupadas com regimes constantes, insatisfação com o corpo, excesso de exercício físico, tudo isso é um sinal, pois o transtorno alimentar abrange desde o não comer (anorexia) ao comer demais (obesidade).

Contemporânea - Quando surgiu a ideia de escrever o “Diário de uma anoréxica”?

Valéria Soares - Na verdade nunca pensei em escrever um livro. Quando doente, escrevia o que eu sentia. O fato de estar na área da saúde e saber que tinha desenvolvido um desarranjo psíquico quase me fez enlouquecer. Escrevia porque ninguém da minha família entendia e eu não os queria fazer sofrer mais do que já estava fazendo. Com o tempo me interessei pelo assunto, me enfronhei num “mundo anoréxico” tentando entender sentimentos de outras pessoas para tentar entender os meus. Pesquisei artigos científicos, li muitos livros e fiz correlação da doença com a maternidade, algo que em 2010 a USP comprovou em artigos.

Contemporânea - A anorexia tem cura?

Valéria Soares - Anorexia é uma doença para o resto da vida. É como o alcoolismo onde é preciso estar sempre alerta. Eu me sinto curada, sinto que dentro de mim há algo mais forte que a doença, antes ela me dominava, hoje sou eu que mando em meus pensamentos e sentimentos. Vi com muito sofrimento que a salvação da anorexia estava dentro de mim e só bastava eu acreditar, ter coragem e determinação para tentar me curar. Sei que preciso me cuidar para o resto da vida, mas descobri dentro de mim uma força maior, tenho hoje “uma história de amor comigo mesma”. Nunca mais me permitirei ser uma anoréxica, pois felicidade e paz de espírito não têm preço.

Contemporânea - Para você, qual é o estágio mais difícil da doença?

Valéria Soares - O estágio mais difícil com relação à doença foi quando eu não sabia mais o que fazer comigo mesmo. Olhava para meus filhos e pensava que eles seriam mais felizes se não sofressem tanto por mim e por me ver morrendo sem querer comer. Dentro da anorexia tive início de síndrome do pânico, depressão em altíssimo grau. Queria lutar pelos meus filhos, mas nem forças para isso eu tinha. Isso era o que me deixava desnorteada, pois meus filhos são a minha vida e tudo que sou fiz em toda minha vida foi pensando em poder dar a eles o melhor do que eu tive dos meus pais.

Contemporânea - Como a família pode ajudar pessoas com transtornos alimentares?

Valéria Soares - A única ajuda é “dar amor e nunca abandonar”. Foi isso que recebi de minha família, eles nada entendiam, sofriam como já falei. Mas eles estavam sempre ao meu lado me dando amor, me dizendo para lutar por eles, que eu era uma mãe especial. Minha família nunca me abandonou, em nenhum momento por pior que tenha sido.E tenha certeza de que foi por eles que quis me curar. Quis me curar para ver um neto nascer. Com o tempo vi que estava lutando por mim, estava feliz, sorria, gargalhava, fazia planos futuros e conquistava meu grande sonho que era a cura.

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Contemporânea - Como foi a reação da sua família e amigos quando o livro foi publicado?

Valéria Soares - Minha família reagiu bem com relação ao livro. Eu sempre disse que meu maior desejo era fazer da minha história uma lição de vida para que muitas pessoas com transtornos alimentares acreditassem na cura. E graças a Deus, hoje quando recebo um e-mail que recebo de pessoas que lêem meu livro, vejo que elas querem lutar por elas mesmas, que minha história é um exemplo, e que elas querem ser como eu: corajosa e determinada. Fico feliz com estas respostas.Quanto aos meus amigos eles se surpreenderam e muitos me ligaram chorando, perguntando o porquê de nunca ter contado o que acontecia comigo. Nunca contei a ninguém. Nunca usei minha doença para que alguém sentisse pena de mim, pelo contrário, o dia que contei para os colegas de trabalho, em 2009, vi minha equipe toda chorar e me abraçar, me elogiando e dizendo o quanto e admiravam. Fizemos uma oração naquele momento (nunca vou esquecer este dia).Eu quando doente, profissionalmente era uma pessoa que escondia uma dor inexplicável pra mim e eu nem tentava explicar para outras pessoas o que nem eu entendia.

Contemporânea - Qual é o melhor passo para a aceitação do próprio corpo?

Valéria Soares - Eu sempre fui magra, deixei de comer com o tempo e passei a desenvolver o que chamamos de “visão invertida”, me via gorda no espelho pesando 36 quilos. É uma doença muito grave e leva à morte muito rápido.O melhor passo para aceitar seu corpo é gostar de si mesma, é saber comer. Quem não sabe comer corretamente é necessário uma reeducação alimentar, os nutricionistas são profissionais fundamentais para este tratamento. Estar feliz com o corpo é definir uma mente saudável.

Contemporânea - A baixa auto-estima é a principal aliada da anorexia?

Valéria Soares - Sim, a baixa auto-estima está acoplada a depressão, tudo começa suavemente e quando vemos estamos num caminho sem volta. Não sabemos o que fazer no meio do caminho.Acredito que a anorexia (ou qualquer outro transtorno alimentar) vem de você estar feliz do jeito que é e não se permitir ser influenciada por pessoas te dizendo: “você está gorda” ou “você está magra”.Quando há baixa auto-estima, a pessoa se contamina com todas as críticas recebidas e descarta qualquer tipo de elogio, pensando inclusive que este elogio possa ser uma gozação.

Contemporânea – O que você diria para quem sofre de transtorno alimentar?

Valéria Soares – Há vários tipos de transtorno alimentar como anorexia (não comer), bulimia (comer e induzir o vômito), vigorexia (compulsivos por academia à procura de um corpo perfeito), ortorexia (vegetarianos excêntricos que chegam a não comer em uma cozinha onde se manuseou carne), drunkorexia (trocar a comida pela bebida), compulsividade alimentar (comer loucamente até toda comida acabar, até tudo ter fim – geralmente os compulsivos são bulímicos) e por fim, a obesidade. Para todos, digo sempre que comer não mata, pelo contrário, a falta de comida é que mata, então como podemos perceber o transtorno alimentar não tem equilíbrio, tudo é um extremo.O transtorno alimentar aparece na vida de uma pessoa quando ela passa por uma dor que não sabe lidar com ela, ou com uma somatória de sofrimentos.No meu livro deixei bem claro que o transtorno alimentar se desenvolve de dores fortes como: abuso sexual infantil, alcoolismo, maus tratos na infância, doenças que trazem o risco da morte, problemas ligados a maternidade.

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ENSINO

Estrutura da faculdade atrai estudantes

Rodolfo Vendramini

Mais de 500 alunos cursam Comunicação Social; mercado exige necessidade de formação acadêmica

Aescolha de uma profissão faz parte do início da vida acadêmica. E o curso de Comunicação Social tem chamado atenção cada vez mais dos estudantes. Mesmo com a queda da exigência do

diploma para atuar na área, definida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2009, a procura tem aumentado na Faculdade de Comunicação Social “Jornalista Roberto Marinho” de Presidente Prudente (Facopp).

O que antes era uma preocupação se tornou uma motivação em proporcionar um curso cada vez mais estruturado. Para o coordenador da Facopp, professor Munir Jorge Felício, a não obrigatoriedade do diploma já não influencia na hora de escolher o curso, pois o mercado de trabalho exige cada vez mais profissionais qualificados para exercer a profissão. “A faculdade dispõe dessa qualidade de

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ensino para atender a procura dos alunos. O curso se tornou referência em toda a região, por oferecer ao estudante uma estrutura qualificada que vai fazer diferença no mercado”.

O que chamou atenção do estudante de comunicação social, Paulo Guimarães, 17 anos, foi a estrutura e a grade curricular da Facoop. “Eu tinha dúvidas, mas pesquisando pela internet, a grade e a estrutura me cativaram”. De acordo com Felício, o mais importante nessa etapa em que os discentes chegam a “todo vapor” é “mostrar a teoria e a técnica do trabalho de um comunicador social.”

Segundo a professora e coordenadora do curso de Jornalismo, Carolina Costa Mancuzo, no ano passado, 63 alunos se formaram e, neste semestre, entraram cerca de 120. Ao todo, a Facopp conta com 317 alunos no tronco comum, 84 em jornalismo e 144 na publicidade.

De saída Alunos chegam e outros vão embora.

Quem está de saída tem que se adequar num mercado sempre competitivo. Especialização, cursos rápidos, vale tudo para garantir um “lugar ao sol”. É o caso da estudante de jornalismo Regina Portela, 24, que está cursando o último termo. Para ela a maior preocupação a partir de agora é colocar em prática o que foi aprendido na faculdade. “Eu quero vivenciar a profissão, e futuramente me especializar”. O aluno de publicidade e propaganda Antonio Xavier de Lacerda, 23, não pensa diferente, ele garante que seu principal objetivo depois de se formar, é garantir espaço para mostrar seu trabalho.

Preparar o aluno para esse desafio não

é tarefa fácil, mas a coordenadora do curso de publicidade e propaganda Larissa Trindade, garante que alunos estão saindo cada vez mais preparados. “Eles estão vivenciando a pratica com os trabalhos realizados aqui na Facopp, e nós tentamos mostrar para eles áreas que mais crescem no mercado.”

Estrutura da Facopp é referência em toda região

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Alunos aprendem na prática as técnicas adquiridas em sala de aula

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EXCELÊNCIA NACIONAL

Rogério Lopes

Enade coloca Facopp entre as melhores

A Faculdade de Comunicação Social Jornalista Roberto Marinho de Presidente Prudente (Facopp) tem se destacado em vários aspectos através do trabalho realizado por

docentes e discentes. Uma das conquistas é o resultado positivo na avaliação do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, que colocou o nome da Facopp entre as melhores em qualidade de ensino no Brasil. A última avaliação, realizada no ano de 2009 e divulgada em 2010, mostrou a evolução do curso de jornalismo que alcançou o conceito quatro, resultado comemorado já que a média mais alta do exame é a nota cinco. O curso de Publicidade e Propaganda manteve o conceito três, possibilitando desta forma a qualificação do curso dentro das exigências feitas pelo MEC (Ministério da Educação).

Exame aponta desenvolvimento satisfatório dos alunos dos cursos de Jornalismo e Publicidade

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“Os resultados são motivos de grande satisfação, uma realidade compartilhada e comemorada por todos que fazem parte da Facopp”, resume o diretor da faculdade, Munir Jorge Felício. Ele explica que o exame avalia o desempenho dos alunos que estão ingressando e terminando a faculdade para fins de uma comparação. “Os conceitos obtidos demonstram uma crescente no ensino e na absorção do conteúdo aplicado em sala de aula.”O diretor ressalta que a nota também é resultado da estrutura física, projeto pedagógico e qualificação dos discentes. “O Enade avalia tudo, os professores, a estrutura da faculdade e os alunos”. Solidez Para a coordenadora do curso, Carolina Zoccolaro Costa Mancuzo, o conceito quatro alcançado no Enade, coloca a Facopp na frente de muitas faculdades. “Estamos entre as melhores do Brasil”. Mancuzo diz que é muito gratificante ver que os alunos estão absorvendo o que aprendem em sala de aula para depois desempenhar no mercado de trabalho. “Os resultados dos alunos demonstram o trabalho efetuado pelos professores”, afirma. Assim, como o curso de Jornalismo, o de Publicidade e

Aulas são preparadas visando a capacitação do aluno para o mercado de trabalho

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Propaganda também apresenta bons índices. O “topo” é algo almejado e com pretensões concretas e reais. Larissa Crepaldi Trindade, coordenadora do curso, lembra que estudar em uma faculdade conceituada e com padrões de qualidades necessários e reconhecidos pelo MEC, é um diferencial na “luta” para conquistar uma vaga de emprego. “Este exame reflete o conhecimento do aluno que está entrando na faculdade e daqueles que estão saindo para o mercado de trabalho”. Trindade lembra ainda que a partir do quinto termo já existe uma preocupação em preparar e capacitar o aluno até mesmo para o Enade, através de um simulador com questões de conhecimento geral. O aluno Wemerson Luiz de Lima, 28, está no quinto termo de Publicidade e Propaganda e garante que o conceito positivo de uma faculdade é de total importância durante e depois da formação. “O profissional é bem visto nas empresas, pois estudou em uma

Desempenho dos universitários no Enade caracteriza qualidade no ensino da Facopp

Exame Nacional O Enade é um exame aplicado aos alunos do segundo e oitavo termos de cada faculdade, com intuito de avaliar o conhecimento do aluno que está iniciando os estudos, e o ensino e o aprendizado adquirido por estes universitários no término do curso. A avaliação leva em conta toda estrutura dos cursos e tem que obter uma nota mínima exigida pelo MEC.

faculdade com conceito melhor”. Já a estudante de jornalismo, Alana Pastorini, 21, acredita que a nota que o curso alcançou não vai influenciar na sua vida profissional, “esta é uma nota geral e não um resultado individual de cada aluno”. Mas observa que a nota é importante para analisar o curso. “Se eu fosse procurar outra faculdade, iria ver isso”.

Rogério Lopes

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SER DIFERENTE

Trabalhos ultrapassam fronteiras acadêmicas

Paulo Fernandes

Projetos de conclusão de curso da Facopp interferem diretamente na

sociedade prudentina

De um lado, o resgate histórico com personagens e fotografias sobre a origem do cinema em Presidente Prudente. Do outro, a ousadia de mudar toda a identidade visual de uma rádio local. Projetos consolidados que afetaram

diretamente a sociedade prudentina. O primeiro, concluído ano passado. Já o segundo, finalizado há cinco anos ainda colhe os frutos. O que esses dois fatos teriam em comum? Ambos são projetos de pesquisas desenvolvidos por alunos de jornalismo e publicidade, da Faculdade de Comunicação Social (Facopp) “Jornalista Roberto Marinho” da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista).

O MEC (Ministério da Educação) determina que os alunos de graduação façam esses projetos de pesquisas para aplicar o conteúdo recebido em sala de aula, de forma que, se aprovado por especialistas, atestam que o discente estaria apto para exercer a profissão diante da sociedade. O mestre e coordenador da Facopp, professor Múnir Jorge Felício, explica que a Faculdade de Comunicação Social aplica dois métodos de pesquisa. “Aqui na Facopp temos o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), que é desenvolvido pelos graduandos de jornalismos e o PEPP (Projeto Experimental de Publicidade e Propaganda) pelos alunos de publicidade. Ambos são de extrema importância e têm de fato o papel de interferir na sociedade”.

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foi desenvolvido por cinco alunos que produziram um vídeo documentário mostrando as origens do cinema em Presidente prudente.

O agora jornalista Tchiago Inague, membro do grupo, revela que a princípio, a idéia surgiu de outro colega de sala, hoje também formado Luiz Dalle. Inague explica que após a aprovação do trabalho pela banca de avaliação, a pesquisa repercutiu de várias formas em Presidente Prudente. “Nós publicamos o trabalho em um tablóide, veiculado no jornal O Imparcial, fizemos uma mesa redonda com professores e já apresentamos num evento no Centro Cultural Matarazzo. E não para por ai, muitas pessoas querem ver o documentária e queremos ainda levá-lo mais além.”

Estudar o que é cinema, pesquisar sobre o tema, coleta de documentos, a partir de jornais, revistas, depoimentos. Esse foi o princípio do desenvolvimento do trabalho de pesquisa sobre o cinema, como relata o jornalista. “Depois deste processo, buscamos as fontes. Fomos atrás das pessoas que deram entrevistas para os jornais, revistas. Fizemos o levantamento dos relatos oral e só então partimos para a gravação,” revela.

Desta forma, o grupo chegou onde não imaginava. Uma pesquisa que ultrapassou os horizontes acadêmicos. “Aprendi que, o que faz um aluno não é apenas as notas, mas o seu Trabalho de Conclusão de Curso”, finaliza Inague.

Para Bacco, que orientou este trabalho, o TCC cumpriu seu papel. “A pesquisa para ser consolidada precisa gerar importância para a sociedade e isso aconteceu.”

No ano passado, o curso de jornalismo da Facopp recebeu nota quatro no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudante), que integra o Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), já o de publicidade obteve nota três. De acordo com Felício, a nota máxima do Enade é cinco. Esse fato qualificou a faculdade entre os melhores do País. “Uma universidade trabalha com três pilares: ensino, pesquisa e extensão. Isso apresenta para o discente uma gama de oportunidade, para que ele possa se identificar com alguma dessas áreas.”

Segundo a coordenadora dos projetos de pesquisas do jornalismo, jornalista Thaisa Sallum Bacco, o TCC tem início no sétimo termo, ou seja, no último ano da faculdade. “A princípio neste termo é feito o pré-projeto. Os alunos escolhem o tema, que é livre, começam a ler livros, definem o título e o orientador. Já no oitavo termo começam a aplicar as teorias e construir o TCC.” Bacco ainda disse que, o Trabalho de Conclusão de Curso ainda prevê uma peça prática. Uma produção, também de escolha dos alunos, que pode ser qualquer método ou veículo jornalístico. “Rádio, televisão, jornal, site, assessoria de imprensa, documentária, fotografia, tudo isso e outros que estão dentro da área do jornalismo podem ser escolhidos para a execução da peça prática.”

No ano passado, o TCC de jornalismo “Câmaras escuras e pensamentos filmados: a descoberta do cinema prudentino” atingiu grande repercussão e contribuiu para a sociedade prudentina no valor histórico cultural. O trabalho

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TRIBOS

Débora Andreatto

Adolescentes se reúnem em busca de

formar identidade

Basta um giro por Presidente Prudente para encontrarmos diferentes tribos juvenis. Jovens que falam a mesma “língua”, tem os mesmos gostos ou vestem-se de forma parecida. Cada

tribo lê o mundo de uma forma diferente. Alguns preferem roupas pretas ao som de Racionais, outros o “batidão” ao som do “Créu”, afinal o mais importante é não passar por essa vida, despercebido. Mal entendidas por muitos, as tribos estão crescendo e se multiplicando, mudando hábitos, costumes e práticas sociais. Punks, patricinhas, rappers, emos, góticos. Estes são apenas alguns grupamentos juvenis, chamados pelos sociólogos de “tribos urbanas”. O estudante Gabriel Henrique Manari, 17, faz parte da tribo dos Otakus, grupo de jovens adolescentes que gostam exageradamente da

Para especialistas os jovens sempre sentiram a necessidade de formar tribos que lhe dêem a

sensação de pertinência

cultura japonesa, lêem mangás e participam de eventos. “O termo Otakus no Japão quer dizer viciado, é o adepto. Só que o vicio pode ser por qualquer coisa, por exemplo, jogos, músicas. No Brasil têm a ver com o vicio por animes, pela cultura japonesa”, explica. Ana Paula Donaton Ribeiro, 17, conta que o estilo Otakus surgiu a partir do fanatismo por histórias japonesas. “Surgiram às coleções, os adolescentes começaram agir como os personagens e idolatrar a ponto de querer ser como eles”. Com o passar dos anos, foram surgindo estilos e denominações diferentes de Otakus, que variam de acordo com seus interesses em comum. Camila Regina da Silva, 21, por exemplo, faz o estilo Lolita. “É um estilo mais fofinho, mais menininha, mistura-se com o gótico, usa-se muito vestido rodado, chapéus e tiaras”.

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Segundo especialistas o jovem sempre sentiu a necessidade de formar tribos que lhe dêem a sensação de pertinência. Isso faz parte do processo de formação da identidade. “Uma criança tem sua identidade baseada na referencia dos seus pais. Na adolescência esse saber idealizado que era depositado neles, fica diminuído. Os pais deixam de ser aqueles que sabem, para dar lugar para os amigos e ídolos”, explica a psicóloga Renata de Lucca. Thomaz Hugo Suzuki Pereira, 15 anos, investiu num estilo um tanto diferente, o Visual Kei, uma das vertentes do j-rock, movimento musical que surgiu no Japão na década de 1980. “A gente visa sempre roupas chamativas, cabelos bem coloridos e espetados. É uma forma de protesto”. No momento de transição de ideais, o jovem precisa formar grupos, para lhe dar a sensação de segurança do que ele mesmo tem duvida. Já Luiz Felipe da Silva, 13 anos, faz o estilo Happy Rock, inspirado na banda musical Restart, do qual também fazem parte as bandas Cine e Replace. O estilo vai à contramão dos emos, que abusam

dos tons escuros e usam lápis e delineador pretos para criar um visual dramático. O visual Restart é multi-colorido, vibrante, fluo, alegre. As calças skinny são vistas em amarelo, vermelho, verde, pink e etc. “Gosto de me vestir como me sinto melhor, mas visto roupas bem coloridas. Isso me faz bem, mostra que a vida não é só preta e branca”, afirma o garoto. “O adolescente se apega nos amigos. A tribo faz com que se sinta seguro, pois ele abandonou a referencia paterna e ainda não formou a própria identidade”, explica a psicóloga. O jovem decidiu aderir ao estilo há dois anos e acredita que seja uma forma de expressão, assim como outros grupos jovens. A paixão pela banda foi tanta que o jovem criou até um Fã Clube. “A primeira vez que eu ouvi o som deles já comecei a curtir, a comprar cds, ouvir outras músicas e cada dia fui gostando mais. Até criei um Fã clube para mostrar o meu amor pela banda”. Para ele, o estilo diferenciado desperta curiosidade e também pré-conceitos; “Às vezes me até me xingam, mas isso eu não ligo, pois o que falta no Brasil é respeito”.

Adolescentes foram grupos de acordo com suas preferências

Cedida

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Tharso Gomes Merizio se identifica com o estilo Gótico, que no Início dos anos 80 era chamado de Dark. Embora o estilo gótico vá muito além das cruzes e acessórios, para algumas pessoas ainda passa a imagem de morte e mistério. Os jovens adeptos a esse estilo gostam exageradamente de roupas pretas, maquiagem e cabelos escuros. Por passarem essa falsa imagem, muitos enfrentam pré-conceitos por parte da sociedade. “Tudo que vai contra o que é imposto pela sociedade, as pessoas ainda tem um certo receio”. Para a psicóloga esse processo é saudável e transitório. Requer apenas monitoramento, não necessitando de intervenções, em gerais. Em meio a tanta diversidade, eis que desperta uma questão. Este fenômeno é um modismo? Estes jovens vestem-se e agem assim por convicção ou são simplesmente para serem vistos e notados numa sociedade onde o anonimato é o maior medo? Para o sociólogo Luiz Antônio, a forma diferente que o jovem usa para se vestir, é de fato, apenas um registro identificador de sua posição na

sociedade, estabelecido culturalmente. “Embora possamos verificar vestimentas jovens diversas em diferentes contextos culturais, o processo de globalização tende a fomentar a utilização de uma vestimenta comum, definida e disseminada pelo sistema de consumo e implementada pela economia capitalista mundial, consolidando uma espécie de padronização global”. Segundo ele, o que ocorre algumas vezes é a utilização da vestimenta como uma forma de protesto ou de desvinculo em relação à sociedade tradicionalmente definida. “Em momentos de maior abertura e liberdade de expressão a escolha se tornou mais evidente, porém mesmo assim, a indústria cultural cria padrões e estereótipos, que se refletem nas roupas os valores dominantes da sociedade”. Antônio afirma que a roupa neste caso é um produto moldado a partir de ícones construídos, o que faz com que a ideia de liberdade por meio da vestimenta seria apenas uma ilusão, já que a mesma se consolida debaixo da tutela da indústria do consumo.

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