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MIGUEL DE JESUS SARDANO A 17ª Semana Espírita de Londrina começa dia 19 Francisco Ferraz Batista, atual presidente da Diretoria da Federação Espírita do Paraná, abre com palestra no dia 19 deste mês, às 20h, mais uma Semana Espírita de Londrina, que será, como as anteriores, realizada nas dependências do Centro Espírita Nosso Lar, na Rua Santa Catarina, 429. O tema da palestra de abertura será “Evangelizar... Conhecer para mudar”. Como destaques do evento deste ano, além de Francisco Ferraz, estarão presentes palestrantes conhecidos que já par- ticiparam de semanas espíritas anteriores, como Irvênia Prada, Pedro de Almeida Lobo, Miguel de Jesus Sardano (foto), Terezinha Colle e Sandra Della Pola, além de Jane Martins Vilela, José Antônio Vieira de Paula e Roosevelt Adolphato Tiago, responsável pela palestra de encerramen- to, prevista para o dia 27, às 17 horas. Na noite de 20 de julho, o espaço será todo reservado à arte com a Mostra de Música e Apresentação Teatral. Paralelamente à Semana Espírita, a USEL - União das So- ciedades Espíritas de Londrina, patrocinadora do evento, promoverá a 8ª Semaninha Espírita, a 4ª Semana Jovem e a 2ª Mostra da Mocidade. Veja na pág. 11 a programação com- pleta do evento. Mais informações sobre a 17ª Espírita Espírita de Londri- na podem ser obtidas pelo tel. (43) 3322-1959. O IMORTAL PESQUISA NACIONAL PÕE EM RELEVO O LIVRO VIOLETAS NA JANELA, PSICOGRAFADO POR VERA LÚCIA MARINZECK DE CARVALHO (FOTO), DA PETIT EDITORA PESQUISA PÁGINA 03 O ESCRITOR WALTER OLIVEIRA ALVES, DIRETOR DO IDE, DE ARARAS (FOTO), DIZ QUE É PRECISO PREPARAR MELHOR OS EVANGELIZADORES E TRABALHADORES ESPÍRITAS ENTREVISTA PÁGINA 16 JOSÉ PASSINI ANALISA O CONTEÚDO DA OBRA “OS QUATRO EVANGELHOS”, DE J. B. ROUSTAING (FOTO), E SUAS DIVERGÊNCIAS EM RELAÇÃO AO ESPIRITISMO CRÍTICA LITERÁRIA PÁGINAS 08 E 09 “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa Diretor Responsável: Hugo Gonçalves JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Ano 55 • Número 653 • Julho de 2008 • R$ 1,50

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Page 1: JOSÉ PASSINI ANALISA O PESQUISA NACIONAL PÕE EM … · relevo o livro violetas na janela, psicografado por vera lÚcia marinzeck de carvalho (foto), da petit editora pesquisa pÁgina

MIGUEL DE JESUS SARDANO

A 17ª Semana Espírita deLondrina começa dia 19

Francisco Ferraz Batista, atual presidente da Diretoria daFederação Espírita do Paraná, abre com palestra no dia 19deste mês, às 20h, mais uma Semana Espírita de Londrina,que será, como as anteriores, realizada nas dependênciasdo Centro Espírita Nosso Lar, na Rua Santa Catarina, 429. Otema da palestra de abertura será “Evangelizar... Conhecerpara mudar”.

Como destaques do evento deste ano, além de FranciscoFerraz, estarão presentes palestrantes conhecidos que já par-ticiparam de semanas espíritas anteriores, como IrvêniaPrada, Pedro de Almeida Lobo, Miguel de Jesus Sardano(foto), Terezinha Colle e Sandra Della Pola, além de JaneMartins Vilela, José Antônio Vieira de Paula e RooseveltAdolphato Tiago, responsável pela palestra de encerramen-to, prevista para o dia 27, às 17 horas.

Na noite de 20 de julho, o espaço será todo reservado àarte com a Mostra de Música e Apresentação Teatral.

Paralelamente à Semana Espírita, a USEL - União das So-ciedades Espíritas de Londrina, patrocinadora do evento,promoverá a 8ª Semaninha Espírita, a 4ª Semana Jovem e a2ª Mostra da Mocidade. Veja na pág. 11 a programação com-pleta do evento.

Mais informações sobre a 17ª Espírita Espírita de Londri-na podem ser obtidas pelo tel. (43) 3322-1959.

O IMORTAL

PESQUISA NACIONAL PÕE EMRELEVO O LIVRO VIOLETASNA JANELA, PSICOGRAFADOPOR VERA LÚCIA MARINZECKDE CARVALHO (FOTO), DAPETIT EDITORA

PESQUISA

PÁGINA 03

O ESCRITOR WALTER OLIVEIRAALVES, DIRETOR DO IDE, DEARARAS (FOTO), DIZ QUE ÉPRECISO PREPARAR MELHOROS EVANGELIZADORES ETRABALHADORES ESPÍRITAS

ENTREVISTA

PÁGINA 16

JOSÉ PASSINI ANALISA OCONTEÚDO DA OBRA “OSQUATRO EVANGELHOS”, DEJ. B. ROUSTAING (FOTO), ESUAS DIVERGÊNCIAS EMRELAÇÃO AO ESPIRITISMO

CRÍTICA LITERÁRIA

PÁGINAS 08 E 09

“Nascer, morrer,renascer ainda

e progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque ninguém

descansanem morre.”

Marília Barbosa

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Ano 55 • Número 653 • Julho de 2008 • R$ 1,50

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O IMORTALPÁGINA 2 JULHO/2008

EditorialEMMANUEL

Kardec diz que o verdadeiro espí-rita é reconhecido por sua transforma-ção moral e pelos esforços que faz parase melhorar. Comentando o assunto,Emmanuel considera que os testemu-nhos de nossa transformação moral éque edificam os indivíduos que per-manecem atentos aos nossos movi-mentos depois de sermos tocados peloCristo. Então, somos como Lázaroredivivo, que atraía multidões de cu-riosos que seguiam seus passos. E omentor de Chico Xavier pergunta sepermanecemos mortos ou vivos depoisdo toque de Jesus, dando testemunhoou soterrados ainda pelo egoísmo, pelaindiferença, pela negação.

Nosso comportamento é que dátestemunho de nossas verdadeirasconvicções. Não são as palavras, re-petidas das que ouvimos dos missio-nários, nem a crença, que pode serconvicta mas não produzir frutos,nem a esperança, se esta não se tra-duzir em ação. O testemunho vivo éaquele que vem da razão e do cora-ção através de atitudes sinceras.

Tiago cunhou uma das frases maisconhecidas do Novo Testamento: a fésem obras é morta. E quem lê atenta-mente sua carta compreende que porobras entende-se toda atitude do cren-te em concordância com a lei de amordo evangelho de Jesus.

Em uma sociedade injusta, que é ofruto amargo da cultura materialista, ohomem vê-se massificado, desconhe-cido, com a sua identidade desnaturada,sem objetivo. Os esforços que empre-ende são dirigidos para metas que secaracterizam pelo imediatismo respon-sável pelas necessidades comuns, semo apoio dos ideais compensadores, queiluminam a vida e dão-lhe significado.

Acomodando-se aos padrões ab-sorventes do cotidiano, ele sente-secomprimido pela ansiedade que o atur-de, sem encontrar solução para os es-tados conflitivos da personalidade, queo assaltam. Torna-se, em conseqüên-cia, homem-vazio, verdadeiro espec-tro, que se movimenta no grupo soci-

Forte contra-senso que desorga-niza a contribuição humana, no di-vino edifício do Cristianismo, é oimpulso sectário que atormentaenormes fileiras de seus seguidores.

Mais reflexão, mais ouvidos aoensinamento de Jesus e essas bata-lhas injustificáveis estariam parasempre apagadas.

Ainda hoje, com as manifesta-ções do plano espiritual na renova-ção do mundo, a cada momento sur-gem grupos e personalidades, soli-citando fórmulas do Além para quese integrem no campo da fraterni-dade pura.

Que esperam, entretanto, oscompanheiros esclarecidos para se-rem efetivamente irmãos uns dosoutros?

Muita gente se esquece de que asolidariedade legítima escasseia nosambientes onde é reduzido o espíri-to de serviço e onde sobra a preocu-pação de criticar.

Instituições notáveis são condu-zidas à perturbação e ao extermínio,

TestemunhosNós espíritas sabemos o que signi-

fica caridade: benevolência, indulgên-cia e perdão. Mas, muitas vezes, só so-mos benevolentes, indulgentes e piedo-sos com estranhos ao círculo íntimo denossas relações. Esquecemos que, damultidão de espectadores que podemser tocados por nossa exemplificação,os da primeira fila são justamente osque têm intimidade e que, portanto,exigem mais por nos conhecerem pro-fundamente, podendo apontar nossospontos fracos e nossos defeitos.

No meio espírita, é comum ver côn-juges, irmãos, filhos, ou seja, nossos pró-ximos mais próximos, se afastarem daDoutrina por causa da má exemplifica-ção que damos no dia-a-dia. É certo queaqueles que se afastam por esse motivoestão destituídos de razão – no mínimopecam por não terem indulgência paracom as imperfeições alheias. Mas é in-teressante que nossos atos, se forem sin-ceros e demonstrarem um esforço de ser-mos melhores, é que deveriam edificaraqueles que estão em torno. É disso quefala Emmanuel quando nos compara aLázaro. Nós deveríamos servir de teste-munho vivo do evangelho de Jesus.

Abel Gomes, conhecido missioná-rio espírita de Minas Gerais, comuni-cando-se por intermédio de ChicoXavier, informa que aqueles que de-sencarnam em dívida com seus fami-

liares permanecem jungidos à famíliae não podem realizar trabalhos quebeneficiam círculos mais amplos. Issonos faz refletir sobre o papel que te-mos em relação aos próximos maispróximos que são a nossa família. De-veríamos dedicar-nos mais a nossosparentes, ao menos com o mesmoempenho dedicado às instituições decaridade e ao Centro Espírita, porquesomos chamados aos círculos familiaisformados por aqueles que comungamdos nossos acertos e erros do passado,e que permitem sermos ajudados e aju-dar no crescimento espiritual.

Emmanuel exorta: “Se já foste,pois, chamado pelo Senhor da Vida,está em tuas mãos continuares nos re-cintos da morte ou levantares para aedificação dos que te rodeiam”. A obrade Deus se concretiza pelos homens.Se somos nós os chamados, cabe a nóssermos os escolhidos. E o núcleo fa-miliar é o primeiro laboratório esco-lhido por Deus por canteiro de obras.Cabe a nós, ao nos levantarmos dosepulcro da materialidade, servir detestemunho que arraste a multidão decompanheiros íntimos de jornada parao crescimento espiritual, que é o obje-tivo da encarnação.

Jesus espera por nós, e espera denós que espalhemos o perfume dacaridade pelos nossos caminhos.

Um minuto com Joanna de Ângelisal, que participa das atividades corri-queiras, sem que viva as emoções quedão beleza e significado à dignidadede ser senciente. Em torno dele agru-pam-se outros, que sofrem a mesmaenfermidade, que mal disfarçam assuas aflições, mediante conversas queprimam pela banalidade dos temas ouderrapam nas conceituações da pro-miscuidade moral em voga.

Quando a conversação perde otom do agradável e útil, o comentá-rio proveitoso e sadio, o grupo socialapresenta-se enfermo, em decompo-sição de sentido e de propostas. A vidainteligente emerge dos objetivos queconstituem a manutenção do corpo ea continuidade das suas sensações.

Sentimentos fraternos

em vista da ausência do auxílio mú-tuo, no terreno da compreensão, dotrabalho e da boa-vontade.

Falta de assistência? Não.Toda obra honesta e generosa

repercute nos planos mais altos,conquistando cooperadores abne-gados.

Quando se verifique a invasão dadesarmonia nos institutos do bem,que os agentes humanos acusem asi mesmos pela defecção nos com-promissos assumidos ou pela indi-ferença ao ato de servir.

E que ninguém peça ao Céu de-terminadas receitas de fraternidade,porque a fórmula sagrada e imutá-vel permanece conosco no “amai-vos uns aos outros”.

JOANNA DE ÂNGELIS, mento-ra espiritual de Divaldo P. Franco, éautora, entre outros livros, de Mo-mentos de Iluminação, do qual foiextraído o texto acima.

Pairam, em nível mais alto e maisambicioso, os ideais de construção dobem, de criatividade nobre, de rendimen-to emocional dignificante, que se tornamessenciais na vida dos indivíduos. A au-sência desses elementos responde pelaimpermanência da identidade psicoló-gica de cada um, arrojando-o ao despe-nhadeiro do vazio íntimo.

O homem-vazio não consegueamar, porque não aprendeu a viver estafaculdade, base do comportamento deser livre. Adaptou-se a ser amado oudisputado, sem preocupação de retri-buir. Imaturo, antes reagia às expres-sões da emotividade nobre, preferindoo fogo arbitrário das sensações. Nelehavia a preocupação de ser conhecido,de receber convites, de encontrar-sepresente nas reuniões sociais, não por-que estas lhe fizessem bem, porém, pormedo da solidão, de ser esquecido... Emtais reuniões, a convivência empresta-va brilho ao seu ego, face à tagarelice,ao consumo de alcoólicos, ao tabagis-mo, que significavam status elevados.

Assim, sem identidade, o homem-vazio é uma pessoa morta.

“Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais deque vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos

por Deus que vos ameis uns aos outros.” – Paulo.(1ª Epístola aos Tessalonicenses, capítulo 4, versículo 9.)

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EMMANUEL, que foi o mentorespiritual de Francisco Cândido Xa-vier e coordenador da obra mediú-nica do saudoso médium mineiro, éautor, entre outros livros, de “PãoNosso”, de onde foi extraído o tex-to acima.

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O IMORTALJULHO/2008 PÁGINA 3

A pesquisa Retratos da Lei-tura no Brasil, realizada por en-comenda do Instituto Pró-Livro,apontou o livro Violetas na Ja-nela, do Espírito de Patrícia, psi-cografado por Vera Lúcia Marin-zeck de Carvalho e publicadopela Petit Editora, como um doslivros preferidos do público bra-sileiro.

Lançado em 1993, Violetasna Janela já vendeu mais de 1,5milhão de exemplares e tambémchegou aos palcos do teatro.

Foram efetuadas na pesqui-sa 5.012 entrevistas domiciliaresem todas as Unidades da Fede-ração. Um dos quesitos da pes-quisa – livro mais importante navida das pessoas – apontou a obrade Patrícia em 9o lugar. Em ou-tro quesito – último livro que oleitor está lendo – o livro apare-ceu em 7o lugar.

O sucesso de Violetas na Ja-

ANGÉLICA [email protected]

De Londrina

nela é assim explicado pelo editorFlávio Machado, diretor da PetitEditora, responsável pelo projetoeditorial que consagrou a obra:“Entre os bons livros espíritas, Vi-oletas na Janela foi escrito de for-ma bem simples, despojada. Tra-ta-se de um testemunho da autoraespiritual sobre aquilo que ela en-controu na espiritualidade aodesencarnar. A afinidade entre elae a médium – Patrícia foi sobrinhade Vera Lúcia – certamente facili-tou ainda mais a comunicação. Oobjetivo foi consolar as pessoasque perderam entes queridos coma descrição da vida espiritual. Vio-letas na Janela cumpre bem essepapel: enquanto outras obras seaprofundam em explicações cien-tíficas, filosóficas e religiosas, Pa-trícia deteve-se na descrição do dia-a-dia dos espíritos recém-desencar-nados”.

Quem é Patrícia,a autora do livro

“Patrícia foi minha sobrinha.Até seu retorno ao mundo espiri-

“Violetas na Janela”, no topo dos livrospreferidos pelos leitores brasileiros

tual, sempre fomos muito unidas,não só pelo parentesco, mas tam-bém por uma grande amizade. So-mos espíritos afins. Patrícia estu-dou muito a Doutrina Espírita.Sempre alegre e amável quandoentre nós, hoje ela estuda e traba-lha no plano espiritual”, disse amédium Vera Lúcia, sempre reser-vada em relação ao seu trabalhomediúnico.

Ana Rosa, atriz e diretora deteatro que adaptou Violetas na Ja-nela para o palco, recebeu a notí-cia da classificação com grandealegria: “A mensagem do livro éde alcance universal e, portanto,duradoura”.

Repercussão da pesquisaO jornal O Globo, do Rio de

Janeiro, destacou em sua edição de24/5/2008 – a exemplo de outrosjornais de circulação nacional – aimportância e a isenção da pesqui-sa: “A Retratos da Leitura abrangeuniverso de 172 milhões de brasi-leiros (92% da população) e foiexecutada pelo Ibope, que entrevis-tou 5 mil pessoas no fim de 2007em 311 municípios, com margemde erro de 1,4%. É bem mais abran-gente que sua primeira versão, de2000, feita em 44 municípios e re-ferente a 49% da população. A par-tir de agora, a idéia é atualizá-latrienalmente e sua metodologia,inédita, deve ser usada como mo-delo na América Latina”.

Disponível na íntegra no site da

Pesquisa encomendada pelo Instituto Pró-Livro, uma Organização Social Civil de Interesse Publico – OSCIP, e realizada noperíodo de 29/11 a 14/12/2007, classificou a obra psicografada por Vera Lúcia Marinzeck entre as mais importantes do Brasil

instituição (www.prolivro.org.br), a pesquisa, conforme O Glo-bo, “foi respondida apenas porquem se disse leitor – ou seja,declarou ter lido pelo menos umlivro nos últimos três meses”. Acitação da Bíblia – primeiro lu-gar na relação – é dez vezes mai-or do que o segundo colocado.Mas Violetas na Janela ficou àfrente de um conhecido campeãode vendagem, o livro O Alquimis-ta, de Paulo Coelho.

No meio espírita o resultadoda pesquisa soou favoravelmen-te, porque mostra que o brasilei-ro aprecia os livros que falam detemas espíritas e, no caso especí-fico de Violetas na Janela, mes-mo não sendo adepto do Espiri-tismo, o leitor lê livros espíritas,o que certamente tem influenci-ado as altas taxas de aceitação dareencarnação e da comunicaçãodos Espíritos por parte do povobrasileiro, em um país onde maisde 90% da população segue reli-giões que têm sobre os dois te-mas posições diferentes.

Vera Marinzeck de Carvalho

Fac-símile da capa de Violetas na Janela

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O IMORTALPÁGINA 4 JULHO/2008

De coração para coração

Muitos confrades, como os nossosamigos Francisco Rebouças e AlamarRégis Carvalho, ficaram indignadoscom a pesquisa divulgada pela revistaISTOÉ em sua edição 2016, datada de25 de junho último. A reportagem, daqual a pesquisa faz parte, fala sobre orelacionamento dos jovens com Deus,suas crenças e descrenças.

A pesquisa em foco – como oleitor pode conferir ao lado – trans-mite realmente uma péssima visãodo que pensa a juventude espíritabrasileira sobre vários assuntos.

Os confrades acima mencionadosnão acreditam na pesquisa e enten-dem que as instituições espíritas querepresentam o Movimento Espírita noBrasil deveriam tomar uma posiçãoe protestar perante os responsáveispela publicação. Não comungamosdesse pensamento, embora respeite-mos a ambos os amigos.

Conforme os números divulgadospor ISTOÉ, 47% dos jovens espíritasbrasileiros apóiam a pena de morte e31% são favoráveis à legalização doaborto, em flagrante contradição, nosdois casos, com o que nos ensina o Es-piritismo, que desde a obra inauguralda Doutrina – “O Livro dos Espíritos”– se posicionou contrário à pena de

morte e ao aborto delituoso, com umaúnica ressalva: quando o aborto se fazpara salvar a vida da gestante posta emperigo com a continuação da gravidez.

Em vez de reclamar e achar quea revista procurou com tais núme-ros denegrir os espíritas do Brasil,seria bom ouvir primeiro a juventu-de espírita. E foi o que fizemos.

Uma coordenadora de grupos dejovens nos disse que é alarmantecomo nossos jovens espíritas sãodespreparados em matéria de Espi-ritismo e, por serem despreparados,podem perfeitamente alinhar-se den-tre os que, na pesquisa, aparecemapoiando o aborto e a pena de mor-te. O fato demonstra, entre outrascoisas, que pouco se vem estudan-do, com seriedade, nas mocidadesespíritas. É claro que há exceções,mas estas apenas confirmam a regra.

A falta de estudo doutrinário,que deveria ser a principal funçãode uma Casa Espírita, é que certa-mente está na raiz do que a pesquisademonstrou, e isso é que deve preo-cupar-nos a todos, jornalistas, diri-gentes, coordenadores de centros,sem atribuir a terceiros mazelas queexistem em nosso meio e que, no en-tanto, preferimos ignorar.

Aprendemos ao longoda vida, com um velhoamigo que agora se encon-tra no mundo espiritual,que apenas uma coisaprende uma pessoa ao Es-piritismo: a convicção. Econvicção, que nada maisé do que a fé robusta, raci-onal, fundamentada, nãose transfere pelas leis dahereditariedade. Valendo-nos aqui do que Kardec es-creveu a respeito da fé,convicção não se ensina,não se decreta, não se im-põe. Convicção se adqui-re e é fruto da experiênciaaliada ao estudo.

Uma mocidade quenão lê nada, que não seaprofunda em nada, quenão leva a sério a neces-sidade da auto-ilumina-ção, irá sempre – quandodefrontada pelos desafios e proble-mas que o mundo apresenta – agircomo agem os materialistas, que sóenxergam no ser humano o corpofísico e ignoram que o homem tem

algo mais que essa vestimenta que amorte um dia levará para o túmulo.

Não admira, pois, que os que pen-sam assim queiram instituir a penade morte e legalizar o aborto, visto

que eles não sabem o que fazem nemo que dizem. É, no entanto, lamentá-vel quando tais propostas partem dealguém que, diante do repórter, tema coragem de dizer-se espírita.

A pesquisa publicada pela revista ISTOÉ é preocupante

Pílulas gramaticaisOs verbos “colocar” e “pôr”,

apesar de sinônimos, nem semprepodem ser usados indiferentemen-te, um pelo outro.

Devemos usar o verbo “colo-car” quando nos referimos a coi-sas materiais:• Colocou o copo sobre a mesa.• Colocou o violão ao lado da porta.• Coloquei o carro ao lado do seu.

Quando, porém, nos referimosa coisas abstratas ou de sentido fi-gurado, o correto é usar o verbo“pôr”:• Pôr em prática.• Ele pôs o dedo na ferida.• Vamos pôr um ponto final nessa

discussão.• Pusemos o assunto em dia.

Em caso de dúvida, prefirasempre o verbo “pôr”.

*Observe também que as formas

verbais do pretérito perfeito, dopretérito mais-que-perfeito e dopretérito imperfeito do verbo “pôr”são grafadas com “s”, jamais coma letra “z”:• Pus• Puseste• Pôs• Pusemos• Pusera• Pusesse etc.

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - [email protected] Londrina

O Espiritismo respondeFátima Pereira, que reside no

momento em Johannesburgo, Áfri-ca do Sul, perguntou-nos que peri-gos há no fato de seu marido, queé médium, ter deixado de trabalharna área da mediunidade.

O assunto é examinado porDivaldo Franco no livro Diretri-zes de Segurança (Editora Frater,3a edição, questão 26), em que eleexplica que a mediunidade apre-senta-se nas pessoas como sendouma aptidão. Se essa aptidão nãofor convenientemente educada ecanalizada para a finalidade a quese destina, os resultados não se-rão os desejados e o médium queabandonou a tarefa enfrentará osefeitos conseqüentes do desprezo

a que sua faculdade ficou relegada.Evidentemente, a faculdade medi-única não desaparece e a pessoacontinua médium, mas, não a diri-gindo para a finalidade nobre, pas-sa a ser conduzida por entidadesinvigilantes, no rumo dodesequilíbrio. Enquanto se manti-ver no exercício correto de suasfunções, encontrar-se-á sob o am-paro de entidades responsáveis. Nomomento em que inclinar a mentee o comportamento para outras ati-vidades, transferir-se-á de sintonia,e aqueles com os quais vai mantero contato psíquico poderão, em facedo seu teor vibratório inferior, pro-duzir-lhe danos. Feitas tais consi-derações, Divaldo Franco lembra

que a mediunidade é um compro-misso para toda a vida e não ape-nas para um determinado períodode tempo.

Evidentemente, há pessoas quenão podem exercer a faculdademediúnica por terem passado a re-sidir em locais onde não existamcentros ou grupos espíritas. Mas,em tais casos, o médium poderá,se quiser, direcionar suas forçasmedianímicas para outras ativida-des igualmente nobres, como aevangelização da criança, os pas-ses magnéticos, o socorro e o aten-dimento dos necessitados encarna-dos, até que lhe surja oportunida-de de retomar a tarefa momenta-neamente interrompida.

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O IMORTALJULHO/2008 PÁGINA 5

Clássicos do Espiritismo

O Grande Enigma (Parte 10 e final)ANGÉLICA REIS

[email protected] Londrina

Concluímos nesta edição a pu-blicação do texto condensado daobra O Grande Enigma, de LéonDenis. As páginas citadas referem-se à 7.a edição publicada pela Edi-tora da FEB.

*160. Assistimos agora ao aluir

das religiões, ou melhor, dos ritose formas culturais, porque a reli-gião, em sua essência, éindestrutível. O que deve perecere tende, dia a dia, a extinguir-sesão as velhas fórmulas dogmáticas,as disciplinas envelhecidas, ofarisaísmo antigo, o aparelhamen-to sacerdotal, o culto dos ídolos.(P. 223)

161. Assistimos igualmente aodesabamento da ciência oficial,não da Ciência verdadeira, porqueesta não pode perecer, mas da ci-ência materialista, que dominou omundo durante mais de cem anos.(P. 224)

162. Faltou sempre à ciênciaoficial independência e liberdade.Submetida por longo tempo à au-toridade da Igreja, enfeudou-sedepois às doutrinas materialistasdo século XVIII e, em seguida, aopanteísmo germânico, para tornar-se satélite do positivismo, essadoutrina incompleta que se desin-teressa sistematicamente do mai-or problema que o espírito huma-no quer e deve resolver – o da suaorigem e do seu destino. (PP. 225e 226)

163. A Ciência, que tinha pormissão construir uma sociedadesobre bases novas, destruiu, semnada edificar. Perdendo de vista asgrandes altitudes, os grandes focosdo pensamento, a Ciência cépticaresfriou o coração humano e des-truiu o grau elevado que poetiza avida e a torna suportável. Eis porque as gerações novas se mostramdesenganadas e reclamam outracoisa. (PP. 226 e 227)

164. Os destinos da ciênciamaterialista e os do Socialismoatual estão em correlação, pois ins-piram-se pelos mesmos métodos epelas mesmas fórmulas. Aliás, ademocracia socialista de nossos

dias está em desacordo com o pró-prio princípio da Revolução. Estaera essencialmente individualista equeria dar a cada um a livre inicia-tiva de seus atos, enquanto oregímen atual age diferentemente,adotando o coletivismo, isto é, anegação da pessoa humana e suaabsorção no todo social. (P. 227)

165. O homem livre na terralivre! Esse será o ideal social dofuturo. Mas, para isso, será preci-so ter em conta a necessidade pre-liminar de outro fator – a fraterni-dade – que só pela harmonia podeestar em equilíbrio com a liberda-de. (P. 228)

166. O décimo nono século foio século da Matéria; o vigésimoserá o do Espírito. (P. 230)

167. Myers, em seu livro “Per-sonalidade Humana”, demonstraque é preciso explicar o homem aopróprio homem, como condiçãosine qua non do progresso. Oaprender a conhecer o homem levaao conhecimento de Deus e doUniverso. É o que havia recomen-dado o poeta Pope, em seu “En-saio sobre o homem”. (P. 231)

168. De fato, o mal é grande enão será sanado com sistemasempíricos. Nem no Socialismo, soba fórmula atual, nem no Catolicis-mo serão encontrados os remédi-os. É preciso primeiro descobrir ascausas para nos atermos a elas. Ora,estas são, por assim dizer, consti-tucionais ao homem. Seus erros, eiso que é preciso corrigir; suas pai-xões, eis o que é preciso combater,agindo menos sobre as massas doque sobre o indivíduo. (P. 232)

169. Existe uma doutrina, aomesmo tempo velha como o mun-do, e jovem quanto o futuro, por-que é eterna, sendo a Verdade; umadoutrina que resume todas as no-ções fundamentais da vida e dodestino. É o Espiritismo, e o livrode Myers, acima citado, é o seu

comentário científico. (P. 232)170. O Espiritismo faz erupção

no mundo; espalha-se por toda par-te. É a questão do momento pre-sente, o problema universal. Nãoé mais possível quedar indiferenteem face dele. (PP. 232 e 233)

171. O Espiritismo modernonão é um sistema novo que se vemjuntar a outro, nem um conjuntode teorias vãs. É um ato solene dodrama da evolução que começauma revelação que ilumina, aomesmo tempo, as profundezas dopassado e do futuro, que faz surgirdo pó dos séculos as crenças ador-mecidas e, completando-as, as fazreviver. (P. 233)

172. O Espiritismo é um sopropoderoso que desce dos espaços ecorre sobre o mundo. (P. 233)

173. Sob sua ação, todas asgrandes verdades se revelam. Ostempos são vindos, os tempos sãochegados! Das profundezas estre-ladas descem à Terra os Espíritosem legião, para o combate da luzcontra as trevas. (PP. 233 e 234)

174. Não são mais os homens,

os sábios e os filósofos que trazemuma doutrina nova. São os Gêniosdo Espaço que vêm e sopram emnossos pensamentos os ensinoschamados a regenerar o mundo. (P.234)

Sobre a necessidade de ummotor inicial para explicar os

movimentos planetários175. O professor Bulliot, escre-

vendo na Revue du Bien, diz que omovimento de translação da Terraé devido ao concurso de duas for-ças: uma força de gravitação, quetende a fazer o planeta cair sobre oSol, e uma força centrífuga, quetende a largá-lo ao longe em linhareta. De onde vem essa força cen-trífuga? Unicamente de um impul-so primitivo, dado ao planeta, naorigem de suas revoluções, poruma causa estranha. (P. 238)

176. Um fato indiscutível, parao referido professor, é que foi ne-cessário um primeiro motor, comoaliás entende o astrônomo Wolf, doObservatório de Paris. IsaacNewton, segundo ele, chegou a

atribuir esse impulso ao Criador,considerando-se incapaz de expli-car os movimentos do sistema so-lar unicamente pelas leis da Me-cânica. (P. 240)

Sobre as forças desconhecidas,as maravilhas celestes e as

dimensões das estrelas177. A força, em certo grau de

evolução, torna-se inteligente. Aoescrever isto, Denis cita Piobb, quese inspirou em sua obras nos tex-tos de Flammarion. (P. 241)

178. As dimensões de certasestrelas são formidáveis. O Sol,como se sabe, é 1.300.000 vezesmaior que a Terra e, no entanto,Sírius o ultrapassa doze vezes emgrandeza.

179. Fechando a obra, lembraDenis que é em torno de Alcíone,estrela da constelação das Plêiades,que nosso sistema solar preenche,em duzentos e vinte e cinco mil sé-culos, uma de suas grandes revolu-ções, número esse que nos permiteavaliar a imensidão do Universocriado por nosso Pai. (P. 244)

Entrevista publicada no jornal O IMORTAL, edição de dezembro/1998, págs. 8 e 9.

Divaldo responde– Examinando os números

concernentes ao 2° CongressoEspírita Mundial, parece indubi-tável que, depois do Brasil, Por-tugal figura como a grande forçaem matéria de Movimento Espí-rita. É correta essa idéia? Existi-ria, segundo o seu modo de ver,alguma explicação para esse fato?

Divaldo: Indubitavelmente,Portugal é o país onde o Espiritis-mo se encontra com maior núme-ro de adeptos, sendo igualmenteportador de excelente qualidadedoutrinária. Multiplicam-se osNúcleos, Associações e GruposEspíritas por toda a Nação, em umaverdadeira renovação doutrinária.

Acredito que, além da destina-ção história reservada à latinidadena divulgação do Espiritismo, par-ticularmente no seu aspecto deCristianismo redivivo, Portugalsempre se destacou como um dosceleiros espíritas do mundo. O as-pecto científico da Doutrina encon-trou no país irmão notáveis inves-tigadores, dentre os quais se desta-cou o Dr. Antônio J. Freire, que noslegou trabalhos admiráveis. Mé-diuns dedicados e de alta qualida-de realizaram labores preciosos noterritório, como Fernando Lacerda,incontestavelmente portador de fa-culdades ímpares.

No pensamento filosófico e no

jornalismo não podemos esquecero Cte. Isidoro Duarte Santos eEduardo Fernandes de Mattos, queenfrentaram a ditadura salazaristadivulgando o Espiritismo respec-tivamente nas suas Revistas Estu-dos Psíquicos e Fraternidade. Ou-trossim, passado o grave períodode exceção que o país viveu pormais de 40 anos, o Espiritismo re-nasceu com pujança, encontrandoadmiráveis lutadores da Causa, quese empenharam na sua divulgação.Além disso, o intercâmbio entre oBrasil e Portugal muito tem con-tribuído para esse desiderato, favo-recido pela literatura na língua mãede ambos os países.

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O IMORTALPÁGINA 6 JULHO/2008

Pluralitas non est ponenda sineneccesitate – Iniciando alguns co-mentários sobre franciscanos influ-entes que fortaleceram o esforço deFrancisco de Assis na busca da ver-dade, começo com um dos maioresfilósofos de seu e de todos os tem-pos, Guilherme de Occam ouOckham, criador da máxima, “plu-ralidades não devem ser postas semnecessidade”, ou (sic) “pluralitas nonest ponenda sine neccesitate”, cha-mado de a Navalha de Occam.

Uns dizem que Guilherme deOckham foi o último dos pensado-res medievais, outros, que ele foi oprimeiro dos pensadores modernos.Seja como for, é deste fradefranciscano do século XIV a honrade demarcar a virada do pensamen-to escolástico medieval em direçãoao pensamento científico moderno.

Guilherme de Ockham (algumasvezes grafado Occam) nasceu novilarejo de Ockham, na Inglaterra, en-tre 1280 e 1300. Completou seus es-tudos na Universidade de Oxford, ondelecionou por algum tempo, posterior-mente mudando-se para Paris. Em1324 foi chamado pela primeira vezdiante do Papa para prestar contas porsuas idéias pouco ortodoxas. Quatroanos depois foi excomungado devidoao seu apoio ao grupo conhecido como“Os Espirituais”, a ala extremista daOrdem Franciscana que se opunha àopulência da Igreja, e fugiu para a cortedo Imperador Ludovico em Munique(um rival do Papa), onde viveu até suamorte, possivelmente em 1349.

Ockham poderia ser classificadocomo empirista e cético. Empiristapor defender a necessidade da expe-rimentação como fonte do conheci-mento, em oposição à crença corren-te de que o verdadeiro conhecimen-to só poderia ser obtido pelo uso darazão pura; e cético, na medida quedizia ser impossível provar a exis-tência de Deus através de qualquerferramenta racional (embora não fos-se por isso um descrente). Ao pregara separação entre a religião e a ra-zão, Ockham traçou uma linha divi-sória entre os assuntos da fé e da ra-zão e permitiu libertar a filosofia,berço comum de todas as ciências,da teologia. A seguir analisamos umpouco melhor esta e outras idéias fi-losóficas de Ockham.

Platão e sua alegoria da Caver-na – Platão acreditava que existiamdois mundos, um mundo invisível aohomem constituído de idéias ou for-mas e o nosso próprio mundo consti-tuído de objetos e coisas. As proprie-dades de um objeto em nosso mundo(cor, consistência, brilho, beleza, etc.)seriam conseqüências da forma desteobjeto no mundo das formas ou idéi-as. Por exemplo, uma cadeira pode-ria possuir algumas ou todas as pro-priedades da forma “cadeira” (servepara sentar, possui encosto, tem qua-tro pernas, etc.) existente no univer-so das idéias. O homem somente po-deria apreciar e tocar os objetos e coi-sas, mas deveria se lembrar que estenão é o universo real. É sobre isso quetrata a famosa alegoria da Caverna dePlatão, onde pessoas acorrentadasnuma caverna de costas para a entra-da são capazes de ver somente as som-bras projetadas pelo mundo externoe por isso acreditam que estas som-bras são as coisas reais e que não hánada além da caverna. Como conse-qüência, Platão acreditava que as coi-sas em nosso mundo eram irreais eimperfeitas, tanto mais irreais e im-perfeitas quanto mais se distancias-sem de sua forma do mundo das idéi-as (é fácil entender assim, o sentidooriginal da palavra “ideal”). Daí,Platão negava que qualquer conheci-

AIGLON FASOLOaiglon@nêmora.com.br

De Londrina

O IMORTAL na internetAlém de circular com seu formato impresso, o jornal O

Imortal pode ser visto também na internet, bastando para issoacessar o site www.oconsolador.com, em cuja página inicialhá um link que permite o acesso do leitor às últimas ediçõesdo jornal, sem custo algum.

Para contactar a Redação do jornal, o interessado deve uti-lizar este e-mail: [email protected].

mento verdadeiro pudesse advir daobservação da natureza e da experi-ência, e que tentar aprender com o queos nossos sentidos nos mostram seriao mesmo que tentar aprender algo apartir das sombras na caverna. A ra-zão e somente ela, segundo Platão,possibilitaria o conhecimento.

O empirismo de Ockham –Aristóteles, discípulo de Platão,manteve em sua filosofia os univer-sais (como eram conhecidas as for-mas) de seu mestre, mas acreditavaque estas podiam ser alcançadas peloexame e comparação das coisas emnosso mundo. Graças principalmen-te a Tomás de Aquino, que tomou afilosofia de Aristóteles e a confor-mou segundo a ótica cristã, esta vi-são prevaleceu no mundo medieval.

Ockham por outro lado era umNominalista, ou seja, acreditava queos universais dos quais falavamPlatão e Aristóteles não passavam denomes, palavras, definições.

O que importava para Ockhamera o concreto, o palpável, o objetopassível de experimentação. O conhe-cimento deveria vir da experiência,dos sentidos, pois não poderia existiruma idéia sem que uma experiênciasensível a gerasse. Este foi onascedouro de uma discussão que searrastou por séculos e ainda se arras-ta dividindo empiristas e racionalistas.

Como decorrência de seu empi-rismo, Ockham acreditava que nãose poderia produzir nenhuma provaracional da existência de Deus. Deusseria uma experiência sensorial eacreditar Nele dependeria da fé, e dafé somente.

Divorciando a razão e a fé, Ockhamprestou um inestimável serviço à filo-sofia e as ciências que dela nasceriam.Mas visto que o principal papel da filo-sofia na Idade Média era o de forneceruma base lógica para a teologia,Ockham também prestou um igual ser-viço à teologia, que livre da obrigaçãode tentar justificar-se racionalmente,pode alçar vôos mais extravagantes. Emnome da fé tudo passaria a ser possívele o céu (literalmente) seria o limite.(Continua no próximo número.)

Sobre a evolução das religiões, oucomo Kardec chegou ao Espiritismo

(Parte 29)

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O IMORTALJULHO/2008 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Aura Celeste (Adelaide Augusta Câmara)

Adelaide Augusta Câmara foiuma das mais devotadas figurasfemininas do Espiritismo no Bra-sil, bem conhecida pelo seu pseu-dônimo de Aura Celeste.

Ela nasceu na cidade de Na-tal, capital do Estado do RioGrande do Norte, em 11 de janei-ro de 1874, filha do Dr. Henri-que Leopoldo Soares da Câmarae de Dª Maria Balbina da SilvaCâmara e desencarnou na cidadedo Rio de Janeiro, em 24 de ou-tubro de 1944.

Aura Celeste transferiu-separa a antiga Capital Federal emjaneiro de 1896, graças ao auxí-lio de alguns militantes do Pro-testantismo, a cuja religião per-tencia, os quais lhe propiciarama oportunidade de lecionar noColégio Ram Williams, o que fezcom muita proficiência durantealgum tempo, até que organizou,em sua própria residência, umcurso primário, onde muitos ho-mens ilustres do meio político esocial brasileiro aprenderam asprimeiras letras.

Seus primeiros passos no Es-piritismo datam de 1898, quan-do começou a sentir as primeirasmanifestações de suas faculdadesmediúnicas e, assim, passou a fre-qüentar as sessões no Centro Es-pírita Ismael, cujo dirigente erao Dr. Bezerra de Menezes. Nes-sa época, o grande missionário di-rigia também os destinos da Fe-deração Espírita Brasileira, reves-tido daquela auréola de prestígioe de respeito que crentes e des-

crentes lhe davam, e o Espiritismoera o assunto de todas as conver-sas, não só pelos fenômenos e cu-ras mediúnicas, como pela propa-ganda falada, pelos livros e pelaimprensa.

Sob a sábia orientação de Be-zerra de Menezes, ela iniciou suanotável carreira mediúnica comopsicógrafa, no Centro EspíritaIsmael. O grande apóstolo do Es-piritismo brasileiro, pela sua co-nhecida clarividência, prognosti-cou, certa vez, que Adelaide Câ-mara, com as prodigiosas faculda-des de que era dotada, um dia as-sombraria crentes e descrentes. Eessa profecia de Bezerra não se fezesperar, pois em breve AdelaideCâmara, como médium auditiva,começou a trabalhar na propaga-ção da Doutrina, fazendo conferên-cias e receitando, com tal acerto eexatidão, que seu nome se irradioupor todo o País.

Com a desencarnação doinolvidável doutor Bezerra de Me-nezes em 1900, Adelaide Câmaraaproximou-se de outro grandeseareiro espírita, Inácio Bitten-court, e nas sessões do Círculo Es-pírita “Cáritas” passou a empres-tar seu concurso como médium ecomo propagandista de primeiragrandeza.

Contraindo núpcias em 1906,os afazeres do lar e a educação dosfilhos, mais tarde, obrigaram-na aafastar-se da propaganda ativa nosCentros, mas nem por isso ficouinativa. Nas horas de lazer, entra-va em confabulação com os guiasespirituais, e pôde receber e pro-duzir páginas admiráveis, que fo-ram dadas à publicidade na obra“Do Além”, em 21 fascículos, e nolivro “Orvalho do Céu”. Foi aí queadotou o pseudônimo de Aura Ce-

leste, nome com que ficou conhe-cida no Brasil inteiro.

Em 1920 retornou à tribuna eaos trabalhos mediúnicos, com talvigor e entusiasmo, que o seu or-ganismo de compleição franzinaressentiu-se um pouco, mas nãodeixou por causa disso de cumprircom os seus deveres. Dr. JoaquimMurtinho era o médico espiritualque, por seu intermédio, começoua trabalhar na cura dos enfermos enecessitados, diagnosticando e cu-rando a todos quantos lhe batiam àporta, desenvolvendo-se, esponta-neamente, diversas faculdadesmediúnicas nesse período, vistoque, além das faculdades de incor-poração, audição, vidência,psicografia, curas e intuição,Adelaide possuía a extraordináriafaculdade da bilocação. Muitascuras ela operou, então, em dife-rentes lugares do Brasil, a eles setransportando em “desdobramen-to fluídico”, sendo visível seu cor-po perispirítico, como aconteceuem Juiz de Fora e Corumbá – fa-tos comprovadamente averiguadospor enfermos que, sob os seus cui-dados, a viram aplicar-lhes “pas-ses”.

Poetisa, conferencista, contis-ta e sobretudo educadora, Adelaidedeixou excelentes obras lítero-dou-trinárias, em prosa e verso, assinan-do-os geralmente com seu pseudô-nimo. É assim que deu a público“Vozes d´Alma”, versos; “Senti-mentais”, versos; “Aspectos daAlma”, contos; “Palavras Espíri-tas”, palestras; “Rumo à Verdade”e “Luz do Alto”. Esparsos em re-vistas e jornais espíritas, há aindamuitas poesias e artigos doutriná-rios de sua autoria.

O grande jornalista e literatoLeal de Souza referiu-se certa vez

a Adelaide Câmara como “a gran-de Musa moderna, a Musa espiri-tualista”. Em 1924, teve as suasvistas voltadas para o campo daassistência às crianças órfãs e àvelhice desamparada. Centralizoutodos os seus esforços no propósi-to de materializar esse antigo an-seio de sua alma. Pouco, entretan-to, pôde fazer em quase três anosde lutas. Aconteceu, então, que umconfrade, João Carlos de Carvalho,estava angariando donativos e mei-os para a fundação de uma insti-tuição dessa natureza e, um dia,fez-lhe entrega da lista de donati-vos a fim de que Adelaide Câmaraarranjasse novos óbolos para tãohumanitário fim. Dias depois, JoãoCarvalho desencarnou, e ela ficoude posse da lista e do dinheiro ar-recadado. Passados alguns meses,o Sr. Lopes, proprietário da CasaLopes, que andava estudando aDoutrina, mostrou-se interessadona organização de uma instituiçãode amparo e assistência aos órfãose Adelaide lhe informou possuiruma lista com alguns donativospara esse fim. A idéia foi recebidacom entusiasmo e logo concretiza-da. Alugaram uma casa emBotafogo e aí foi instalado, no dia13 de março de 1927, o Asilo Es-pírita “João Evangelista”, sendo elaa sua primeira diretora.

Compareceu a essa festivainauguração o doutor Guillon Ri-beiro, então 2o Secretário da Fede-ração Espírita Brasileira e repre-sentante desta naquela solenidade.Adelaide Câmara, em breves pala-vras, exprimiu o júbilo de sua alma,afirmando ter realizado o ideal detoda a sua existência – “ser mãe deórfãos, graça do céu que não tro-caria por todo o ouro e todas asgrandezas do mundo”. Dedicou,

daí por diante, todo o seu tempoa essa grandiosa obra de carida-de, emprestando-lhe as luzes doseu saber e de sua bondade até odia em que serenamente entregoua alma a Deus.

Com extremosa dedicação,trabalhou Aura Celeste em vári-as sociedades espíritas beneficen-tes da cidade do Rio de Janeiro,dando a todas elas o melhor desuas energias e de sua inteligên-cia. Foi, porém, no Asilo Espíri-ta “João Evangelista”, que reali-zou sua tarefa máxima, não sócomo competente educadora,mas também como hábil orien-tadora de inumeráveis jovens queali receberam, como ainda rece-bem, instrução intelectual e edu-cação moral.

A vida e a obra de AdelaideCâmara foram uma escada de luz,uma afirmação de fé e humilda-de, e um perene testemunho deamor. Era a grande educadora queensinava educando e educavaensinando, pelo exemplo. Mé-dium sem vaidades, sincera e dehonestidade a toda prova, prati-cava a mediunidade como verda-deiro sacerdócio. Dotada de só-lida cultura teria, se quisesse,conquistado fama no mundo dasletras. Poetisa de vastos recursos,oradora convincente e natural, se-nhora de estilo vigoroso e de ful-gurante imaginação, tudo deu etudo fez, com o cabedal que pos-suía, para o bom nome e o en-grandecimento da Doutrina Es-pírita. O Asilo Espírita “JoãoEvangelista”, no Rio de Janeiro,aí está ainda, em sede própria,atestando a obra e o devotamen-to à causa do bem daquela nobremulher que se chamou AdelaideAugusta Câmara.

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Os Quatro EvangelhosObra em análise: Os Quatro Evan-gelhosAutores: Diversos Espíritos / J.-B. RoustaingMédium: Mme. CollignonTradutor: Guillon RibeiroEditora: Federação Espírita Bra-sileira.Sumário: Apresentando no seufrontispício as expressões Espiri-tismo Cristão ou Revelação daRevelação, a obra, publicada noBrasil em quatro volumes pelaEditora da FEB, apresenta os qua-tro Evangelhos canônicos, segui-dos – segundo o advogado J.-B.Roustaing, advogado em Bordéus(França) – dos mandamentos ex-plicados em espírito e verdade porseus próprios autores assistidospelos apóstolos de Jesus e porMoisés.

*O Espiritismo, na sua condição

de Cristianismo redivivo, não po-deria deixar de receber os ataquesdas forças contrárias ao esclareci-mento e libertação do espírito hu-mano. Embora pareça um parado-xo, o volume e a intensidade dosataques constituem um verdadei-ro atestado da legitimidade doConsolador.

A primeira, e talvez a mais fortedas investidas, foi a publicação daobra de J. B. Roustaing, conheci-da, em língua portuguesa, como“Os Quatro Evangelhos”.

Na obra “Brasil Coração doMundo Pátria do Evangelho”,Roustaing é citado como perten-cente à equipe de Kardec. Há aque-les que contestam a autenticidadede tal afirmativa. Entretanto, sabe-se que todo missionário que vem à

Terra traz consigo uma equipe,constituída de Espíritos, trabalhado-res de boa vontade, mas sujeitos afalhas. Zamenhof veio à Terra comum grupo de Espíritos, para a im-plantação do Esperanto. Dentro des-sa equipe, houve um Espírito quefalhou, traindo mesmo o grandeMissionário, a ponto de ser chama-do Judas por alguns biógrafos exal-tados. E Roustaing, embora tenhareencarnado com tarefa definidajunto à obra de Kardec, conformerelato de Humberto de Campos naobra “Brasil, Coração do Mundo,Pátria do Evangelho”, desejou pro-duzir obra própria, tornando-se pre-sa fácil de fascinação. Esse não foio primeiro, nem o último caso naHumanidade da falência de um Es-pírito pertencente a um grupo de tra-balho. Judas, da equipe de Jesus,falhou redondamente.

Esses quatro volumes constitu-em obra fantasiosa, repetitiva, quepretendeu dar nova versão à tese davirgindade de Maria, através de umapseudo-gravidez, que teria culmina-do no aparecimento de um bebêfluídico, surgido de um parto fictí-cio, de uma lactação aparente, deum desenvolvimento físico falso ede uma desencarnação enganosa.

Entretanto, não é a tese do cor-po fluídico o ponto mais grave daobra. Há afirmativas que contrari-am frontalmente as bases doutriná-rias do Espiritismo. Vejamos algu-mas, dentre muitas:

Evolução do Espírito:Com Kardec, aprende-se que o

princípio inteligente percorre, du-rante milênios incontáveis, as trilhasda evolução, antes de atingir o está-gio de humanidade. Aprende-se quea consciência moral que caracteri-za o ser humano, libertando-o gra-dualmente do jugo dos instintos,

desabrocha lentamente, revelando aperfeição imanente no Ser.

607 a. Parece que, assim, sepode considerar a alma como ten-do sido o princípio inteligente dosseres inferiores da criação, não?

“Já não dissemos que tudo ema Natureza se encadeia e tendepara a unidade? Nesses seres, cujatotalidade estais longe de conhe-cer, é que o princípio inteligentese elabora, se individualiza pou-co a pouco e se ensaia para a vida,conforme acabamos de dizer. É,de certo modo, um trabalho pre-paratório, como o da germinação,por efeito do qual o princípio in-teligente sofre uma transforma-ção e se torna Espírito. Entra en-tão no período da humanização,começando a ter consciência doseu futuro, capacidade de distin-guir o bem do mal e a responsa-bilidade dos seus atos. Assim, àfase da infância se segue a da ado-lescência, vindo depois a da juven-tude e da madureza.”

Respondendo a Roustaing, osEspíritos falam numa transformaçãodo instinto em inteligência – numdeterminado momento – levada aefeito por agentes exteriores e nãoatravés do próprio processo evolu-tivo, o que faz pensar numa espéciede “colação de grau” espiritual. In-teressante notar, também, que o Es-pírito, depois de todas as aquisiçõesindividuais, retorne ao “todo univer-sal”, onde, certamente, perderia asua individualidade. Além disso,como teria, um Espírito recém-saí-do da animalidade, um perispíritotão sutil a ponto de quase ser invisí-vel aos Espíritos Superiores?

Como é que, chegado ao perío-do de preparação para entrar na

humanidade, na espiritualidadeconsciente, o Espírito passa desseestado misto, que o separa do ani-mal e o prepara para a vida espiri-tual, ao estado de Espírito forma-do, isto é, de individualidade inte-ligente, livre e responsável?

“É nesse momento que se pre-para a transformação do instintoem inteligência consciente. Sufi-cientemente desenvolvido no es-tado animal, o Espírito é, de certomodo, restituído ao todo univer-sal, mas, em condições especiais,é conduzido aos mundos ad hoc,às regiões preparativas, pois quelhe cumpre achar o meio onde ela-boram os princípios constitutivosdo perispírito. (...) Aí perde aconsciência do seu ser, porquantoa influência da matéria tem quese anular no período da estagna-ção, e cai num estado a que cha-maremos, para que nos possaiscompreender, letargia. Duranteesse período, o perispírito, desti-nado a receber o princípio espiri-tual, se desenvolve, se constitui aoderredor daquela centelha de ver-dadeira vida. Toma a princípiouma forma indistinta, depois seaperfeiçoa gradualmente como ogérmen no seio materno e passapor todas as fases do desenvolvi-mento. Quando o invólucro estápronto para contê-lo, o Espíritosai do torpor em que jazia e soltao seu primeiro brado de admira-ção. Nesse ponto, o perispírito écompletamente fluídico, mesmopara nós. Tão pálida é a chamaque ele encerra, a essência espiri-tual da vida, que os nossos senti-dos, embora sutilíssimos, dificil-mente a distinguem.” (1º vol., pág.308.)

Respondendo a Kardec, os Es-píritos ensinam que o Espírito emer-

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ge lentamente da animalidade, dasnecessidades materiais, através desucessivas encarnações, que seconstituem em oportunidades abso-lutamente necessárias ao progressodo Espírito.

609. Uma vez no período dahumanidade, conserva o Espíritotraços do que era precedentemen-te, quer dizer: do estado em que seachava no período a que se pode-ria chamar ante-humano?

“Conforme a distância quemedeie entre os dois períodos eo progresso realizado. Durantealgumas gerações, pode ele con-servar vestígios mais ou menospronunciados do estado primi-tivo, porquanto nada se operana Natureza por brusca transi-ção. Há sempre anéis que ligamas extremidades das cadeias dosseres e dos acontecimentos.Aqueles vestígios, porém, seapagam com o desenvolvimentodo livre-arbítrio. Os primeirosprogressos só muito lentamentese efetuam, porque não têm asecundá-los a vontade. Vão emprogressão mais rápida à medi-da que o Espírito adquire mais

perfeita consciência de si mes-mo.”

Os Espíritos, respondendo aRoustaing, afirmam que o Espíritosó volta à vida material por castigo.Se só é humanizado após a primei-ra falta, depreende-se que a popu-lação da Terra é constituída de Es-píritos faltosos.

(...) para o Espírito formado,que já tem inteligência independen-te, consciência de suas faculdades,consciência e liberdade dos seusatos, livre-arbítrio, e que se encon-tra no estado de inocência e igno-rância, a encarnação, primeiro, emterras primitivas, depois, nos mun-dos inferiores e superiores, até quehaja atingido a perfeição, é umanecessidade e não um castigo?

“Não; a encarnação humananão é uma necessidade, é umcastigo, já o dissemos. E o casti-go não pode preceder a culpa. OEspírito não é humanizado, tam-bém já o explicamos, antes quea primeira falta o tenha sujeita-do à encarnação humana. Sóentão ele é preparado, comoigualmente já o mostramos,

para lhe sofrer as conseqüênci-as.” (1º vol., pág. 317.)

Em Kardec, aprende-se que oprogresso do Espírito é irreversível,o que é racional, pois se não hou-vesse a irreversibilidade do progres-so espiritual não haveria segurançanem estabilidade no Universo.

118. Podem os Espíritos dege-nerar?

“Não; à medida que avançam,compreendem o que os distancia-va da perfeição. Concluindo umaprova, o Espírito fica com a ciên-cia que daí lhe veio e não a esque-ce. Pode permanecer estacionário,mas não retrograda.”

Roustaing admite possa um Es-pírito que já desempenhou funçõeselevadas no Mundo Espiritual sertomado pela inveja, pelo orgulhoetc., o que evidencia uma nova ver-são para a “queda dos anjos”, con-forme a teologia Católica Romanae, também, a Protestante.

“Já tendo grande poder sobreas regiões inferiores, cujo gover-no aprenderam a exercer, no sen-tido de que, sempre sob as vistasdos Espíritos prepostos à missãode educá-los e sob a do protetorespecial do planeta de que se tra-te, aprendem a dirigir a revolu-ção das estações, a regular a fer-tilidade do solo, a guiar os encar-nados, influenciando-os oculta-mente, muitos acreditam que sóao merecimento próprio devem oque podem e, desprezando todosos conselhos, caem. É a queda peloorgulho. Outros, por nem semprecompreenderem a ação poderosade Deus, não admitem haja umahierarquia espiritual e acusam deinjustiça aquele que os criou, por-quanto é Deus quem cria, não o

esqueçais. Esses os que caem porinveja. Até o ateísmo – por maisimpossível que pareça –, até o ate-ísmo se manifesta naqueles pobrescegos colocados no centro mesmoda luz. (...) Nesse caso, sobretudonesse caso, mais severo é o casti-go. É um dos casos de primitivaencarnação humana. Preciso setorna que os culpados sintam, noseu interesse, o peso da mão cujaexistência não quiseram reconhe-cer. Qualquer que seja a causa daqueda, orgulho, inveja ou ateís-mo, os que caem, tornando-se, porisso, Espíritos de trevas, são pre-cipitados nos tenebrosos lugaresde encarnação humana, conformeo grau de culpabilidade, nas con-dições impostas pela necessidadede expiar e progredir.” (1º vol.,pág. 311.)

Kardec obtém dos Espíritos Su-periores resposta que deixa muitoclaro que o Espírito que atingiu ahumanização não retorna jamais àsformas animais, o que contraria fron-talmente a teoria da Metempsicose.

612. Poderia encarnar num ani-mal o Espírito que animou o corpode um homem?

“Isso seria retrogradar e o Es-pírito não retrograda. O rio nãoremonta à sua nascente.”

Em Roustaing, vê-se que, alémde admitir a Metempsicose, afir-mam seus interlocutores possa umEspírito voltar à Terra, ou a outrosmundos, animando corpos primiti-víssimos, como larvas!

Haveis dito que os Espíritos des-tinados a ser humanizados, por te-rem errado muito gravemente, sãolançados em terras primitivas, vir-gens ainda do aparecimento do ho-

mem, do reino humano, mas prepa-radas e prontas para essas encar-nações e que aí encarnam em subs-tâncias humanas, às quais não sepode dar propriamente o nome decorpos, nas condições de macho efêmea, aptos para a procriação epara a reprodução. Quais as con-dições dessas substâncias huma-nas?

“São corpos ainda rudimenta-res. O homem aporta a essas ter-ras no estado de esboço, como tudoque se forma nas terras primitivas.O macho e a fêmea não são nemdesenvolvidos, nem fortes, neminteligentes. Mal se arrastando nosseus grosseiros invólucros, vivem,como os animais, do que encon-tram no solo e lhes convenha. Asárvores e o terreno produzemabundantemente para a nutriçãode cada espécie. Os animais carní-voros não os caçam. A providên-cia do Senhor vela pela conserva-ção de todos. Seus únicos instintossão os da alimentação e os da re-produção. Não poderíamos com-pará-los melhor do que a criptó-gamos carnudos. Poderíeis formaridéia da criação humana, estudan-do essas larvas informes que vege-tam em certas plantas, particular-mente nos lírios.” (págs. 312 / 313.)

Autenticidade daEncarnação de Jesus:

Kardec mostra Jesus como omodelo mais perfeito para a evolu-ção humana, logo, o seu corpo de-veria ter a mesma constituição docorpo daqueles aos quais ele deve-ria servir de modelo, e seu testemu-nho basear-se na verdade.

624. Qual o caráter do verda-deiro profeta?

“O verdadeiro profeta é umhomem de bem, inspirado porDeus. Podeis reconhecê-lo pelas

suas palavras e pelos seus atos.Impossível é que Deus se sirvada boca do mentiroso para ensi-nar a verdade.”

625. Qual o tipo mais perfeitoque Deus tem oferecido ao homem,para lhe servir de guia e modelo?

“Jesus.”

Roustaing mostra um Jesus queestaria fingindo estar encarnado,desde o seu nascimento até a suamorte, que teria sido também umsimulacro, uma verdadeira encena-ção teatral. Além do mais, ainda ochama de um Deus milagrosamen-te encarnado! (1º vol., págs. 242 /243.)

“(...) um homem tal como vósquanto ao invólucro corporal e,ao mesmo tempo, quanto ao Es-pírito, um Deus: portanto, umhomem-Deus. (pág. 242)

Kardec afirma categoricamen-te que Jesus teve um corpo carnale um corpo fluídico, como todosencarnados temos: (A Gênese, cap.XV, itens 65 e 66.)

“A estada de Jesus na Terraapresenta dois períodos: o queprecedeu e o que se seguiu à suamorte. No primeiro, desde a suaconcepção até o nascimento,tudo se passa, pelo que respeitaà sua mãe, como nas condiçõesordinárias da vida. Desde o seunascimento até a sua morte,tudo, em seus atos, na sua lingua-gem e nas diversas circunstânci-as de sua vida, revela caracteresinequívocos de corporeidade. (...)também forçoso é se concluaque, se Jesus sofreu material-mente, do que não se pode duvi-dar, é que ele tinha um corpomaterial de natureza semelhan-te ao de toda gente.” (Continuana pág. 10 desta mesma edição.)

JOSÉ [email protected]

De Juiz de Fora, MG

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O IMORTALPÁGINA 10 JULHO/2008

“Aos fatos materiais juntam-sefortíssimas considerações morais.Se as condições de Jesus, durantesua vida, fossem as dos seresfluídicos, ele não teria experimen-tado nem a dor, nem as necessida-des do corpo. Supor que assim hajasido, é tirar-lhe o mérito da vida deprivações e de sofrimentos que es-colhera, como exemplo de resigna-ção. (...) e fazer crer num sacrifícioilusório de sua vida, numa comé-dia indigna de um homem simples-mente honesto, indigna, portanto,e com mais forte razão, de um sertão superior. Numa palavra, ele te-ria abusado da boa-fé dos seus con-temporâneos e da posteridade. Taisas conseqüências lógicas desse sis-

tema, conseqüências inadmissíveis,porque o rebaixariam moralmen-te, em vez de o elevarem. Jesus teve,pois, como todo homem, um corpocarnal e um corpo fluídico, o que éatestado pelos fenômenos materi-ais e pelos fenômenos psíquicos quelhe assinalaram a existência.”

Roustaing mostra um Jesus queestaria fingindo estar encarnado, quefingia alimentar-se, desde o seu nasci-mento. (1º vol., págs. 243, 362 e 363.)

“Quando Maria, sendo Jesus, naaparência, pequenino, lhe dava o seio– o leite era desviado pelos Espíritossuperiores que o cercavam, de ummodo bem simples: em vez de sersorvido pelo menino, que dele nãoprecisava, era restituído à massa dosangue por uma ação fluídica, que seexercia sobre Maria, inconscientedela.” (pág. 243) “Os Espíritos supe-

riores que o cercavam em número,para vós, incalculável, todos submis-sos à sua vontade, seus dedicados au-xiliares, faziam desaparecer os ali-mentos que lhe eram apresentados eque não tinham para ele utilidade.Aqueles Espíritos os subtraíam davista dos homens, de modo a lhes cau-sar completa ilusão, à medida que pa-reciam ser ingeridos por Jesus, co-brindo-os, para esse fim, de fluidosque os tornavam invisíveis.”

Aparição de Moisés e Elias:Inegavelmente, as afirmações

mais claras a respeito da reencarna-ção, contidas no Novo Testamento,encontram-se nos Evangelhos deMateus (17: 10-13) e de Marcos (9:11), onde se lê que Jesus dialogoucom Moisés e Elias no Tabor, diantedos discípulos Pedro, Tiago e João.Questionado quanto à identidade de

Elias, o Mestre afirma categorica-mente que João Batista foi a reen-carnação do Profeta Elias.

Em Roustaing, de maneira fantasi-osa e completamente inverossímil,numa tentativa de desacreditar a reen-carnação, misturando fatos e fantasias,é declarado que Moisés, Elias e, conse-qüentemente, João Batista são o mes-mo Espírito, e que ali, no Monte Tabor,um outro Espírito tomou a aparência deMoisés e conversou com Jesus:

“O que, porém, Jesus naquelaocasião não podia nem devia dizere que agora tem que ser dito é oseguinte: Moisés – Elias – João Ba-tista – são uma mesma e única en-tidade. Estamos incumbidos de vosrevelar isso, porque chegou o tem-po em que se tem de “realizar” a“nova aliança”, em que todos oshomens (Judeus e Gentios) se têmque abrigar debaixo de uma sócrença, da crença – em um Deus,uno, único, indivisível, Criadorincriado, eterno, único eterno: oPai; em Jesus Cristo, vosso prote-tor, vosso governador, vosso mes-tre: o Filho; nos Espíritos do Se-nhor, Espíritos puros, Espíritos su-periores, bons Espíritos que, soba direção do Cristo, trabalhampelo progresso do vosso planeta eda sua humanidade: o EspíritoSanto. (2º vol., págs. 497 / 498.)

Os Quatro Evangelhos(Conclusão do artigo publicado nas págs. 8 e 9 deste número.)

JOSÉ [email protected]

De Juiz de Fora, MG

A obra é volumosa, pesada, extre-mamente repetitiva, escrita em tomcatedrático, pretensioso, que nos reme-te diretamente a “O Livro dos Espíri-tos”, item 104, no magistral estudo queo Codificador faz a respeito da “Esca-la Espírita”, quando se refere aos Es-píritos pseudo-sábios. São Espíritospertencentes a comunidades espiritu-ais que teimam em manter erros dou-trinários relativamente à interpretaçãoda Mensagem Cristã, para as quais oEspiritismo representa grande perigopor esclarecer a Humanidade.

A respeito desses Espíritos, Em-manuel faz séria advertência, que ser-ve também como alertamento, diantedessa verdadeira “onda editorial” queestá alimentando a vaidade de mé-diuns invigilantes e enriquecendo edi-toras: “As próprias esferas maispróximas da Terra, que pela forçadas circunstâncias se acercam maisdas controvérsias dos homens quedo sincero aprendizado dos Espíri-tos estudiosos e desprendidos doorbe, refletem as opiniões contra-ditórias da Humanidade, a respei-to do Salvador de todas as criatu-ras.” (“A Caminho da Luz,” cap. 12.)

Felizmente, a onda de roustain-guismo está passando. Mas comoexistem ainda muitos volumes dessaobra em bibliotecas e livrarias, ani-mamo-nos a fazer estas anotações.

Estudando as obrasde André Luiz

No livro “Obreiros da VidaEterna”, o autor apresenta várioscasos de desencarnação, com todaa assistência espiritual especi-alizada. Na desencarnação deDimas, vamos encontrar muitasinformações que sempre foramalvo de questões levantadas pelosinteressados, de toda ordem, so-bre o tema em questão. Uma de-las aborda o assunto: “Hora demorrer”.

As Leis divinas contemplam ahora exata de cada um deixar aterra, a ponto de indivíduos quese dizem portadores de premoni-ções poderem determinar, comantecedência, que em tal dia e talhora determinada pessoa deverámorrer? Sobre esse assunto, osEspíritos responsáveis pela codi-ficação da Doutrina Espírita já

foram claro em dizer que os Espí-ritos Superiores não se ocupamcom esse tipo de adivinhação.

Já nesta obra vamos encontrarinteressante informação a respei-to do assunto, e é Jerônimo, coor-denador da tarefa quem bem es-clarece: “Há tempo de morrer,como há tempo de nascer. Dimasalcançara o período de renovaçãoe, por isso, seria subtraído à for-ma grosseira, de modo a transfor-mar-se para o novo aprendizado”.

Nesse parágrafo, já vamos per-cebendo que o orientador deAndré não está falando em “hora”,mas em “tempo”. Semanticamen-te, hora define momento exato,enquanto tempo define períodoapropriado. E é o próprio Jerôni-mo quem conclui essa definição:“Não fora determinado dia exa-to. Atingira-se o tempo próprio”.

Com isso, qualquer dúvidasobre o assunto, basta ler o livroindicado, e elas se desfarão.

– Qual a melhor dica paraprender a atenção da criança etransmitir o ensino espírita?

A educação, em seu aspectoglobal, não se limita ao ensino es-pírita. O conhecimento é necessá-rio e indispensável, mas não sufi-ciente. A Educação do Espírito temcomo objetivo o desenvolvimentointegral do Espírito, as potências daalma, em todos os aspectos, inte-lectual (aspecto cognitivo), morale afetivo (aspecto afetivo) e na von-tade (aspecto volitivo). O próprioconhecimento que a Doutrina Es-pírita oferece, de forma clara, den-tro da estrutura deixada por AllanKardec, a partir de O Livro dos Es-píritos, é tremendamente atrativopara as crianças e especialmentepara os jovens. Temas como reen-carnação, imortalidade da alma, leide causa e efeito, pululam por todaparte, nos filmes, documentários eaté mesmo nas novelas datelevisão. A Casa Espírita tem,pois, o objetivo de esclarecer, detirar dúvidas e oferecer esse conhe-cimento de forma autêntica e pro-funda, através das obras de Kardec

“A Doutrina Espírita tem um carátereminentemente pedagógico”

(Conclusão da entrevista publicada na pág. 16 deste número.)e demais obras espíritas,psicografadas ou não. Mas a crian-ça, o jovem e todos nós aprendemosvivenciando, em seu aspecto intelec-tual, afetivo e volitivo. Deve-se tra-balhar o “querer”, o sentimento e ointelecto, de forma integrada. Vemosisso em Pestalozzi quando afirmaque a criança deve ser estimulada nainteligência, no sentimento e nossentidos (método intuitivo). Alias, éde Pestalozzi a melhor definição deeducação, que pode muito bem serutilizada por todos nós: a educaçãoé “o desenvolvimento natural, pro-gressivo e harmonioso de todos ospoderes e faculdades do ser”.

– Qual a importância da arte(música, teatro, dança, artes plás-ticas e atividades pedagógicas) naeducação do Espírito?

A arte exerce enorme influênciatanto no aspecto afetivo como noaspecto volitivo. Como atividadecriadora por excelência, vem ao en-contro das necessidades de movi-mento, expansão e ação das crian-ças, jovens e adultos. Não apenasação motora, mas os movimentosintensos da própria alma na expan-são profunda do sentir e do querer.À Educação Espírita cabe a tarefade conduzir essa criatividade para os

canais superiores da vida.

– Para quem está distante enão tem oportunidade ou recur-so para participar de eventos depreparo e reciclagem como osrealizados em Araras, mas pos-sui dentro de si muito amor eboa vontade, que recursos vocêindica para tornar as aulasagradáveis e atraentes?

Sugerimos acessar o sitewww.pedagogiaespirita.org, noqual são ministrados alguns cur-sos gratuitamente. O participantepoderá também participar da listapedagogia espírita, ampliando as-sim, através de trocas de idéias, es-tudos e prática, a sua visão da edu-cação em seu aspecto integral: aeducação do Espírito.

– Para quem quiser assinara revista, quais os contatos? Elaé uma publicação voltada paraa prática pedagógica, como in-dica seu título?

Ela é voltada tanto para a teo-ria como para a prática. A assina-tura poderá ser feita no sitewww.pedagogiaespirita.org oudiretamente no link: www.pedagogiaespirita.org/revista/assinatura.htm.

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

ORSON PETER [email protected]

De Matão, SP

Entrevista: Walter Oliveira Alves

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O IMORTALJULHO/2008 PÁGINA 11

Palestras, seminários e outros eventosas seguintes palestras: dia 7, JoséLázaro Boberg - tema: No campo so-cial; dia 11, João Maria Martins –tema: Ajudemos sempre; dia 14, JoséAparecido Sanches - tema: Medita-ção; dia 18, José Lázaro Boberg -tema: Que tendes?; dia 21, JeanCarlos Moreno - tema: Poderes ocul-tos; dia 25, Maria Luiza Boberg -tema: Honras vãs; dia 28, José Apa-recido Sanches - tema: Multidões.

– O Centro Espírita “Nosso Lar” pro-move em julho, às 20h, as seguintespalestras: dia 9, José Aparecido San-ches - tema: Lugar deserto; dia 16,João Maria Martins - tema: Ajudemossempre; dia 23, Maria Luiza Boberg -tema: Honras vãs; dia 30, José LázaroBoberg - tema: Que tendes?

Londrina – Será realizada no CentroEspírita Nosso Lar, de 19 a 27 de ju-lho, a 17ª edição da Semana Espíritade Londrina. O evento deste ano temcomo tema a frase “Evangelizar... Co-nhecer para Mudar”. A entrada é fran-ca. Francisco Ferraz Batista, presiden-te da Federação Espírita do Paraná,fará a palestra de abertura do evento,dia 19, às 20 horas. Paralelamente àspalestras e seminários constantes daprogramação geral, teremos no mes-mo período a 8ª Semaninha Espírita,voltada para as crianças; a 4ª SemanaJovem; a 4ª Noite cultural e a 2ª Mos-tra da Mocidade, todas elas progra-madas para as dependências do Cen-tro Espírita Nosso Lar, na Rua Santa

Estado do ParanáCambé – Começa no dia 2 de ju-lho, quarta-feira, o ciclo de pales-tras de julho promovido pelo Cen-tro Espírita Allan Kardec todas asquartas-feiras, às 20h30. JaneMartins Vilela fará a palestra deabertura. Na quarta seguinte, dia 9,a palestra estará a cargo de HugoGonçalves, seguindo-se os seguin-tes palestrantes: Gilson Luiz Ribei-ro, dia 16; Paulo Fernando de Oli-veira, dia 23, e Miguel de JesusSardano, dia 30.

Cascavel – A 10ª União RegionalEspírita (URE) promove no dia 4 dejulho, na FAG-Cascavel, o seminá-rio “Iluminação Interior”, ministra-do por Divaldo Franco. O seminá-rio focalizará o mesmo tema exami-nado por Joanna de Ângelis no li-vro homônimo, de sua autoria, psi-cografado por Divaldo Franco.

Curitiba – A Federação Espírita doParaná (FEP) promove no dia 6 dejulho a apresentação do teatro in-fantil “O Mistério de Poscovônia”,que faz parte do Projeto Contação deHistórias. A peça será apresentada às17h no Teatro da FEP (AlamedaCabral, 300). A entrada é franca.

– Realiza-se nos dias 3 e 4 de julho,na Sede Histórica da Federação Es-pírita do Paraná, um treinamentocom o objetivo de formar evangeli-zadores da infância. O evento seráorganizado pelo DIJ da FEP e cons-tará dos seguintes tópicos: planeja-mento e preparação de aulas deevangelização, didática aplicável àevangelização e manejo de classe.

Jacarezinho – O programaradiofônico “Momento Espírita” éapresentado em três horários – 8h,12h e 18h – pela FM-Cidade. Aspessoas que apreciam o programapodem agora adquirir os CDs e li-vros que contêm as mensagens doMomento Espírita, telefonando para3525-0373 ou dirigindo-se à livra-ria espírita situada na Rua MarechalDeodoro, 701.

– O Centro Espírita “João Batista”promove em julho, sempre às 20h,

Catarina, 429. A 4ª Noite Cultural estáprogramada para o dia 20, domingo,às 20h, com mostra de música e apre-sentação teatral.A seguir, o programa completo dosseminários e das palestras que com-porão a Semana Espírita:Dia 19 – Abertura e palestra às 20hTema: Evangelizar... Conhecer paramudar. Palestrante: Francisco FerrazBatista – Curitiba-PR.Dia 20 – Seminário às 9h30Tema: Enfoque sobre o Centro Espí-rita. Expositor: Francisco Ferraz Ba-tista.Dia 21 – Seminário às 15hTema: Do Átomo ao Arcanjo. A Tra-jetória do Espírito. Expositora:Irvênia Prada – São Paulo-SP.Dia 21 – Palestra às 20hTema: Evolução e Funções do Cére-bro Como Órgão de Manifestação daMente. A Visão de André Luiz. Pa-lestrante: Irvênia Prada.Dia 22 – Seminário às 15hTema: Conhecendo o Evangelho. Ex-positora: Jane Martins Vilela – Cam-bé-PR.Dia 22 – Palestra às 20hTema: O Evangelho em Nós. Pales-trante: José Antônio Vieira de Paula– Cambé-PR.Dia 23 – Seminário às 15hTema: Os Tempos São Chegados. Ex-positora: Terezinha Colle –Curitiba-PR.Dia 23 – Palestra às 20hTema: Jesus: Luz do Mundo. Pales-trante: Terezinha Colle.Dia 24 – Seminário às 15hTema: Família Kardec. Parceria quedeu certo na Evangelização da Soci-edade. Expositor: Pedro de AlmeidaLobo – Campo Grande-MS.Dia 24 – Palestra às 20hTema: Reforma Íntima para Evange-lizar-se. Palestrante: Pedro deAlmeida Lobo.Dia 25 – Seminário às 15hTema: A Revelação Espírita. Exposi-tor: Miguel de Jesus Sardano – SantoAndré-SP.Dia 25 – Palestra às 20hTema: Cristianismo, Espiritismo eCiência. Palestrante: Miguel de JesusSardano.Dia 26 – Palestra às 20hTema: Perdão e Auto-Perdão. Pales-trante: Sandra Della Pola – Porto Ale-gre-RS.

Dia 27 – Seminário às 9h30Tema: Perdão. Expositora: SandraDella Pola.Dia 27 – Palestra e encerramento às17hTema: A Arte de Educar. Palestrante:Roosevelt Adolphato Tiago – BarraBonita-SP.

– Está sendo realizado no Centro Es-pírita Nosso Lar o estudo metódicodo livro “A Gênese”, última obra pu-blicada por Allan Kardec. O estudoocorre em dois horários: terça às18h30 e quinta às 14h. A coordena-ção do estudo é de Astolfo O. de Oli-veira Filho.

– Realiza-se no dia 6 de julho, na casade Terezinha Demartino, mais umareunião do Círculo de Leitura AnitaBorela de Oliveira, quando será estu-dado o romance “Os Diamantes Fatí-dicos”, do Espírito de Victor Hugo,psicografado por Divaldo Franco.

Pato Branco – A 14ª União RegionalEspírita e a Sociedade Espírita Fra-ternidade de Pato Branco promovemno dia 5 de julho o Encontro com aSaúde e a Paz, coordenado por Dival-do Franco. O evento ocorrerá no Clu-be Pinheiros, com entrada franca.

– A Sociedade Espírita Fraternidaderealizará no dia 19 de julho o Semi-nário “A mediunidade nossa de todosos dias”. O evento será coordenadopor Maria Helena Marcon na sede daSociedade Espírita, situada na RuaJaciretã, 720, Bairro Parzianello, das15h às 19h.

Outros estados brasileirosBrasília – No período de 25 a 27 dejulho, a Federação Espírita Brasileirasedia na cidade o III Encontro Nacio-nal de Coordenadores do ESDE. Oeixo temático do encontro está base-ado em: 1) Atos dos Apóstolos (8:31)– “Como poderei entender se alguémnão me ensinar?” e 2) Paulo (Roma-nos, 2:21) – “Tu, pois, que ensinas aoutro não te ensinas a ti mesmo?”.Participarão do encontro coordenado-res e monitores do Estudo Sistemati-zado da Doutrina Espírita (ESDE) edo Estudo Aprofundado da DoutrinaEspírita (EADE).

Franca-SP – A USE Regional deFranca (União das Sociedades Es-píritas Regional de Franca), reali-zará de 19 a 25 de julho a 38ª Se-mana Regional Espírita, um doseventos mais tradicionais da cida-de. A Semana Espírita será reali-zada simultaneamente nas cidadesda região: Altinópolis, Batatais,Santo Antônio da Alegria, CristaisPaulista, Itirapuã, Patrocínio Pau-lista, Restinga, Ribeirão Corrente,São José da Bela Vista, Alto Porã,Estreito, Igaçaba, Jeriquara, Pedre-gulho, Rifaina. A abertura da Se-mana Espírita caberá ao confradeIzaias Claro, que falará sobre otema “A caminho da paz” no dia19 de julho, sábado, às 19h30, noCENACON (Centro Nacional deConvenções) do Shelton Inn Ho-tel, situado na Av. Alfredo Tosi,1088, perto do ginásio Pedrocão,com entrada franca.

Fortaleza – Está sendo produzidoo primeiro longa-metragem cearen-se, que focalizará a vida do Dr. Be-zerra de Menezes. Realizado com amais avançada tecnologia digital efinalizado em 35mm, o longa-metragem “Bezerra de Menezes-Médico dos Pobres” fará uma fielreconstituição de época para repre-sentar o Ceará e o Rio de Janeirodo Século XIX. No site http://www.bezerrademenezesofilme.com.br/ofilme.php o internauta po-derá verificar a ficha completa dofilme e algumas imagens belíssimas,que mostram que a obra será, semdúvida, um grande sucesso.

Astolfo Dutra-MG – Começa nodia 13 de julho a 57ª Semana Espí-rita da cidade. O evento, que é pro-movido pela Fundação EspíritaAbel Gomes, com apoio da AliançaMunicipal Espírita de AstolfoDutra, terá “O Livro dos Espíritos”como tema central dos estudos, aserem desenvolvidos em diferentesinstituições locais. Ricardo Baessode Oliveira, Alcione Andries Lopese Rogério Coelho são alguns dos ex-positores convidados. A FundaçãoAbel Gomes fica na Rua PáscoaBenini, 255. Mais informações pelotelefone (32) 3451-1657.

Francisco Ferraz Batista,que fará a palestra de aberturada Semana Espírita de Londrina

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O IMORTALPÁGINA 12 JULHO/2008

ELSA [email protected]

De Londres

Parece curioso dizer isso,mas estamos apresentando oSenhor Allan Kardec a todasas pessoas de todas as raças,credos, nível social etc. quepassam pela banca número 49do Bakcyard Marke t , emBrick Lane, perto da Liver-pool Street Station e AldgateEast em Londres. Os que jáconhecem este espaço, po-dem usar o mapa da mentepara vir virtualmente nos vi-sitar todos os domingos, da 1às 5 horas da tarde.

É algo inédito poder fazerisso, mas nunca havíamospensado antes. Chegamos aparticipar em Feiras holísti-cas em Londres e em Oslo,colocando livros à venda aopúblico, entregando mensa-gens, revistas etc., mas nun-ca algo permanente, como

agora podemos realizar.Que maravilha! Como a ta-

refa em união engrandece oscorações e unem as almas afinsno trabalho espírita! Especial-mente poder pensar e realizar,ir ao encontro da dor, não so-mente atendendo aqueles quevêm até dentro de nossas ca-sas espíritas.

Nesse espaço pequeno,deixamos à disposição dotranseunte, do visitante, men-sagens espíritas no idioma in-glês e outros idiomas, revis-tas no idioma inglês e outros,l ivros em vár ios idiomas,priorizando as obras de AllanKardec. Alguns fazem muitasperguntas, se interessam emsaber mais, levam o folhetocom os endereços de todos osgrupos espír i tas do ReinoUnido. Outros nos pedem en-dereços de Grupos em outrospaíses.

Assim, lentamente, vamosapresentando nossa Doutrina

Espírita aos que nunca ouvi-ram falar de Allan Kardec,mas já estão abertos para osassuntos da Espiritualidade.Todos acabam levando umamensagem esp í r i t a . Commuitos, com certeza, não nosencontraremos mais, mas asementinha levada no diálo-go que pudemos ter naquelemomento jamais será esque-cida.

Por enquanto ainda estamos“descobrindo” a beleza dessetrabalho. Não é fácil, são do-mingos dedicados a essabookstall (banquinha), que nãochega a ser um quiosque comose tem no Brasil, mas conse-guimos ajeitar bem nossa Ban-ca de Livros, de modo que fi-que agradável, tenha um bomvisual e atenda às expectativasdo público.

Gostaríamos de estimularos leitores que investissem emplanejamento para levar as in-formações espíritas ao encon-

Crônicas de Além-Mar

Um ponto de venda de LivroEspírita no centro de Londres

ELSA ROSSI, escritora epalestrante espírita brasileiraradicada em Londres, é 2ª Se-cretária do Conselho EspíritaInternacional, diretora do De-partamento de Unificação paraos Países da Europa, organis-mo do Conselho Espírita Inter-nacional e secretária da BritishUnion of Spiritist Societies(BUSS).

Exemplares raros

Tal como a flor que balsamiza os ares,Também a criatura humana, boa,Pode aromatizar qualquer pessoa,

Com atos nobres em todos os lugares.

Porém, há poucos desses exemplaresAos quais a alma humana se afeiçoa...Porque trilham no bem, Deus abençoa

E os liberta de muitos avatares.

Não acreditam em milagres... Amam,Perseveram na fé; jamais reclamam;

Caminham firmes, refletindo luz!

E vão deixando as sombras para trás,A todos semeando amor e paz,Discípulos benditos de Jesus!

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

Fundada em 18/4/2007, arevista eletrônica O Consola-dor apresenta todos os do-mingos na rede mundial decomputadores uma nova edi-ção contendo artigos, notíci-as, entrevistas e reportagenssobre os principais eventosocorridos no Brasil e no ex-terior.

Leia e divulgue

O ConsoladorRevista Semanal de Divulgação Espírita

www.oconsolador.comPor meio da revista é pos-

sível ler, também, na internetas edições integrais do jornalO Imortal desde o número dejaneiro de 2006, sem custo al-gum, sem necessidade de ins-crição nem de senha.

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Convidamos os leitores dojornal O Imortal para que,quando vierem a Londres, pos-sam ir nos visitar no Market daBrick Lane. O website daBUSS – www.bussorg.co.uk –

mantém atualizada a relaçãode todas as tarefas de divulga-ção espírita no Reino Unido.

Acessando o site www.oconsolador.com você, alémde ler a edição da semana e to-das as edições anteriores da re-vista, tem acesso a biografiasde vultos espíritas, a uma bibli-oteca virtual, a mensagens devoz, a música e a um extensomaterial que facilita o estudo daDoutrina Espírita.

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O IMORTALJULHO/2008 PÁGINA 13

Caminhar com o Cristo não signi-fica tão-somente ler seus ensinamen-tos ou mesmo propagá-los, mas aci-ma de tudo vivenciá-los na prática, oque, em realidade, não é nada fácil,pois que até o momento as criaturashumanas, com raríssimas exceções,ainda não conseguiram tal proeza, ra-zão pela qual desfrutam inúmeros dis-sabores e conhecem um enorme rotei-ro de sofrimentos.

Caminhar com o Cristo é expan-dir a sensibilidade ao ponto de poder,com segurança, identificar os proble-mas que afligem os membros da nos-sa família e trabalhar muito no senti-do de ajudá-los a encontrar as solu-ções devidas.

Caminhar com o Cristo é identifi-car o desespero de uma mãe cercadade filhos, sem recursos para atendê-losem suas necessidades básicas, e desen-volver ações no sentido de socorrê-la.

Caminhar com o Cristo é notar aaflição do jovem desorientado, viven-

do a incerteza dos dias futuros, mui-tas vezes à beira do desfiladeiro dasviciações, e agir, decididamente, mos-trando-lhe um norte a seguir.

Caminhar com o Cristo é registrara angústia de um chefe de família di-ante do monstro do desemprego emovimentar esforços visando contri-buir, para que tão breve quanto possí-vel consiga uma ocupação.

Caminhar com o Cristo é tomarconhecimento dos dramas que se ins-talam no seio de famílias aparentemen-te bem posicionadas, que dispensam osocorro material, mas que têm imensanecessidade de amparo moral ou espi-ritual, e atendê-las, dentro do possível.

Caminhar com o Cristo é renun-ciar as nossas horas de folga ou mes-mo de lazer para atuarmos na elabo-ração de serviço na direção de quemsofre muito mais do que nós.

Caminhar com o Cristo é ocuparnosso tempo em estudos sérios e re-flexões acuradas acerca dos reais va-lores da vida e seguir nossos dias dig-namente, para que possamos servir deexemplos e referenciais aos que nosobservam.

Caminhar com o Cristo é identifi-car em cada criatura a razão máximado nosso empenho em fazer um mun-do melhor, ajudando-as sempre, semprejudicá-las nunca, pois que, em re-sumo, a nossa paz decorrerá da pazque plantarmos nos corações alheios.

Caminhar com o Cristo é enten-der que a humanidade é uma enormeengrenagem, onde um pequeno defei-to poderá atrapalhar todo o conjunto,competindo então, a cada um, atuar emfavor do coletivo.

Caminhar com o Cristo é amarindistintamente, é ajudar incondicio-nalmente, é servir sem esperar resul-tados, é cooperar sem aguardar reco-nhecimento e gratidão, é socorrerquem estiver necessitado, sem pergun-tas, condições e exigências.

Para caminhar com o Cristo é pre-ciso ser cristão, e o cristão não podedesconhecer as lições do Mestre, quepediu que amássemos uns aos outros,que fizéssemos ao próximo aquilo quequeremos para nós mesmos e que so-licitou também o nosso amor até pe-los inimigos, num inequívoco apelopara que o bem seja a razão máxima

de todas as nossas ações.Será, então, muito oportuno refle-

tirmos, observando a forma que vive-mos, buscando identificar se realmen-

Caminhar com o CristoWALDENIR APARECIDO CUIN

[email protected] Votuporanga, SP

Histórias que nos ensinam

No dia 31 de março de 1984, quan-do se comemorava mais um aniversá-rio da desencarnação do insigne codi-ficador do Espiritismo, Allan Kardec,nosso querido Chico, em seu semanalencontro sob um Abacateiro, na peri-feria de Uberaba, narra uma história,sobre o momento, que lhe foi contatopelo inesquecível Dr. Canuto Abreu.

Diz Chico:Em 1869, no princípio do ano,

Allan Kardec, com os espíritas, ima-ginaram fazer a primeira livraria es-pírita do mundo, que seria a livrariade Paris – hoje, pelas circunstânciasda vida francesa, ela não existe mais...

A livraria se propunha a divul-gar as obras espíritas... Ele e aquelaturma já trabalhavam por três meses.

Nos últimos dez dias de março,ele sentiu as chamadas dores pré-cordiais, que hoje são tratadas a tem-po, mas no ano de 1869... Começoua sentir aquelas dores no peito, queprecedem a determinados problemasdifíceis na circulação, como sendo afibrilação do músculo cardíaco...

A senhora dele, D. Gaby, faltan-do uns quatro dias para a morte doCodificador, ouviu-o dizer:

- Gaby, eu me sinto indisposto,com muita dor no peito, mas a inau-guração da livraria espírita está pre-

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

ir até o local da livraria, já que a inau-guração está prevista para as dez ho-ras... Não podemos fazer os outrosesperarem, isto também é caridade.

- Já que a sua decisão é tão fir-me, no caso desse ato inauguratório,no caso de você piorar...

- E no caso de eu desencarnar?- Mesmo assim, se você piorar

ou desencarnar eu irei no seu lugar.E, no dia 31 de março, ele

desencarnou, tudo indica por umaneurisma; foi repentino.

Os amigos começaram a visitar acasa, já bem à noitinha...Então alguémaventou a hipótese de adiar a inaugu-ração. Mas D. Gaby respondeu:

- Não, eu e meu marido conver-samos sobre isto; ele está na urna;amanhã é o primeiro dia do velório,mas, às 10 horas eu irei cumprir o quea ele prometi; em nome da Doutrinade caridade, eu vou substituí-lo.

E, de manhã cedo, no dia 1º deabril, às 8 horas, D. Gaby despediu-se do corpo do esposo e falou comele que ia cumprir a sua tarefa... Pe-diu-lhe desculpas por se ausentar decasa e foi para o local... Demorouumas duas horas, deu entrevistas, fezconferências e depois voltou parajunto do corpo do marido...

Os jornais da época comentarammuito sua coragem.

Como percebemos, estamosnuma Doutrina que nem a morte nospode privar do dever a cumprir”.

“Tratai todos os homens, como quereríeis que eles vos tratassem.” (Lucas, VI: 31.)te estamos caminhando com o Cristoou se apenas falamos Dele, das Suaslições..., mas da boca para fora. Pen-semos nisso.

vista para o dia 1º de abril; faltam cincodias para arranjar tudo para uma inau-guração tão distinta quanto possível... Eunão me sinto bem, mas no dia 1º de abrileu tenho que inaugurar a livraria.

Ela, então, disse:- Mas se você estiver com essa dor

muito aumentada, podemos deixar paraoutra semana, daqui a uns quinze dias...

Nove anos mais velha do que ele,tinha por Kardec um desvelo tambémmaternal...

Naquela época, as viagens nãoeram tão fáceis. Os amigos que vinhamajudar, na inauguração, já estavam vi-ajando para Paris, ou com todos ospreparativos feitos... A viagem era fei-ta a cavalo, e eles, em determinadasestações, tinham que ser mudados.

E os dois começaram a dialogar:- Nós temos aí talvez mais de cin-

qüenta companheiros, da França, daBélgica... Eu não posso deixar, comdor ou sem dor, tenho que ir.

- Mas eu, como sua esposa, nãoacho que isto esteja certo.

- Mas eu não posso desconsideraro dinheiro que os irmãos gastaram paravir até aqui.

- Apesar disso tudo, eu aconselha-ria você a adiar...

- Você me aconselha a adiar, mas,e se eu estiver muito mal, no dia pri-meiro, ou que tenha até desencarna-do, já que estamos numa Doutrina decaridade, o que é que você faria pormim, se eu estiver incapacitado para

Cautela e amor

Cautela, prudência, solidarieda-de e amor; devem ser estas as açõesdos espíritas e de todos os homensde bem.

É verdade que jamais vimos tan-to amor como temos observado hoje.O amor cresce à medida que o espí-rito evolui, compreende e assim semantém na estrada reta que conduzà porta estreita falada por Jesus.

Ao mesmo tempo que observa-mos o amor crescente, também es-tamos vendo sentimentos opostosem grande evidência, como ódio,violência, desequilíbrio. Estamospresenciando, inclusive, um aumen-to muito grande de casos psiquiátri-cos, revelando, no presente, as difi-culdades do passado.

Um história chamou-nos a aten-ção. A enfermeira que ajudou a re-solver o caso no-la narrou, comen-tando que jamais vira ou imaginaraver uma situação como a que ela re-latou.

Uma notícia de que um bebê,uma menina, havia sumido, e queninguém localizara, chegou até ela.Responsável pela sua área, foi até aresidência da pretensa mãe. O quar-to do bebê era lindo, todo arrumado,com o nome da criança na parede,brinquedos, tudo ordenado do me-lhor modo possível. A mãe disse queganhou o bebê e não o entregaramno hospital – sumiu! O pai estava co-brando essa criança, também todosos conhecidos... Foi feito um verda-deiro trabalho de investigação, todasas possibilidades foram rastreadas e,enfim, descobriram: não havia bebêalgum.

A mãe, a pretensa mãe, crioutoda a história em sua mente... fezchá de bebê... fez com que os outrosacreditassem em sua história.

Quando descobriram o caso, elaalegou que o bebê havia morrido esido enterrado no hospital mesmo, aponto dos vizinhos comentarem quea família devia ser muito fria, por-que nem a loja deles eles fecharamquando o bebê morreu.

Foi uma criação mental. Ela vi-veu essa fantasia completamente,num quadro psicótico. E o pior é que,segundo a enfermeira, o marido tam-bém é parecido, e a mãe dela tam-bém – o único “normal” era o pai da

JANE MARTINS [email protected]

De Cambé

jovem, que já estava desgastado detanto falar que não havia bebê e nin-guém acreditar nele.

É um caso triste, mas reflete umapreocupação. Estamos tendo casospsiquiátricos demais nesse fim deera, de mudança de planeta de pro-vas e expiação para melhor.

Pessoas demais tomando fluoxe-tina nesse nosso mundo ocidental, oudependentes de tranqüilizantes ou cal-mantes, ou remédios psiquiátricos. Épreciso vigiar e orar. A prece susten-ta, anima o espírito nas horas difíceis,e acalma. Meditação, prece e traba-lho no bem são armas poderosas nes-sa época em que espíritos ainda liga-dos à insensatez, ao crime, ao desati-no, ao ódio, tentam intensificar suasamarras nos encarnados da Terra,numa vã e desesperada tentativa deimpedir o progresso do planeta.

É das leis divinas que esse pro-gresso se fará, mas esses seres infe-lizes tentam atrapalhá-lo.

É necessário, portanto, muita vi-gilância e oração, trabalhar sempre,para que a proteção espiritual doamor mantenha equilibrados os tra-balhadores da última hora.

Cada um tem seu quinhão de di-ficuldades a vencer, suas mazelas devidas passadas a superar. Necessárioé manter o equilíbrio, para que se-jam as forças do amor a proteger, poisa triste história dessa irmã talvez pu-desse ter sido evitada se se condu-zisse sempre na estrada que liga aoamor, que leva à porta estreita co-mentada por Jesus.

Essa história poderia estar acon-tecendo com qualquer um; por issojamais condenamos, mas usamoscomo observação para o nosso apren-dizado.

Vínculos difíceis de encarnaçõespassadas aí se revelam como, quemsabe, lembranças vívidas do ontemse imiscuindo no presente, alterandoa noção da realidade, ou um proces-so obsessivo gravíssimo.

A humanidade está tendo muitoscasos graves assim, por isso atente-mos para o bem, firmemos nossopensamento na conduta reta, para aconsciência tranqüila, e caminhemospara frente.

Como diz o nosso querido HugoGonçalves, diretor desse jornal, quevai fazer 95 anos e continua na ati-va, muito lúcido, exemplo para to-dos, quando inquirido como vai: “pe-dalando a bicicleta para ela não cair”.(Este caso está registrado no livro “Chico Xavier, à sombra do abacateiro”, de Carlos A. Baccelli, editora IDEAL.)

“... vigiai e orai para não cairdes em tentação...” (Jesus)

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O IMORTALPÁGINA 14 JULHO/2008

O peixinho douradoNum mar de águas muito claras,

bem lá no fundo, cercado pela belezadas profundezas oceânicas, vivia opeixinho dourado.

Levava uma vida tranqüila e fe-liz.

Brincava com os outros peixi-nhos, seus amigos, de esconde-escon-de nas rochas, entre as algas e os co-rais. Passeava cavalgando o cavalo-marinho e divertia-se provocando asostras, sempre muito mal-humoradas.

Dourado, porém, começou a cansar-se dessa vida onde nada lhe faltava.

Desejava conhecer outros luga-res, outros seres, enfim, ansiava pornovidades.

Sua mãe, quando o via sonhador,olhos perdidos ao longe, alertava-o:

— Meu filho, cuidado! Deus sabeo que faz e se nos deu essa vida, te-mos que aceitá-la.

— Mas, mamãe, tenho tanta von-tade de conhecer outros lugares, sabercomo vivem outras criaturas. Gosta-ria tanto de entrar num daqueles navi-os grandes que passam por aqui, rumoa terras distantes, cheios de alegria,música e todo iluminados...

— Você não sabe o perigo queeles representam, meu filho — dizia

sentir o calorzinho do sol e apreciaro movimento, viu um barco que seaproximava rapidamente.

Ficou de olhos parados, observan-do empolgado.

Era um barco novinho, todo bran-co e vermelho, e, entre a curiosidade ea lembrança dos conselhos de sua mãe,passaram-se alguns minutos.

Quando o barco se aproximoubastante, sob infinito assombro, per-cebeu que alguém jogara uma coisagrande na água. Quis fugir assusta-do, mas era tarde. Foi apanhado pelarede dos pescadores.

Aí começou o seu drama. Juntocom ele, viu centenas de irmãos seusserem aprisionados. Lutou desespe-radamente para desprender-se; po-rém, quanto mais lutava, mais se ema-ranhava nas malhas da rede.

Parou de lutar. Estava exausto.Eles foram jogados no chão do

barco, como se fossem lixo.Não tinha água e viu o sofrimento

dos outros peixes, morrendo aos pou-cos, fora do seu ambiente natural.

O sol estava forte. O calor era in-suportável. Lembrou-se de sua mãeque, com certeza, estaria a procurá-lo.

O seu corpinho gelado estreme-ceu. O que seria dele agora? Paraonde seria levado?

Nesse momento, lembrou-se daspreces que sua mãe sempre o ensina-ra a fazer, e orou a Deus para que oajudasse naquele momento difícil.

No fundo do seu coraçãozinhosabia agora que sempre teve uma vidaboa, que fora muito feliz. Agora queperdera tudo, percebia como era im-portante para ele. Em lágrimas, su-plicou à Deus que lhe desse uma novaoportunidade. Seria diferente de ago-

Os sinais de trânsito são muitoimportantes porque nos indicamcomo devemos nos comportar na viapública.

Indicam quando uma rua é demão única, se podemos estacionarum carro em determinado lugar, ouse a passagem é proibida.

Dentre todos os sinais de trânsi-to, o semáforo é dos mais importan-tes, pois controla o movimento deveículos em duas ruas ou avenidasmais movimentadas.

Existem três faróis de cores di-ferentes: o ver-melho, o amare-lo e o verde.

O farol ver-melho – indicaperigo, não po-demos atraves-sar.

O farolamarelo – indicaatenção, deve-mos ter cuidado.

O farol ver-de – indica quepodemos atra-vessar, o cami-nho está livre.

Se nós obedecermos os sinais detrânsito, não teremos dificuldadespara atravessar uma rua.

Assim como precisamos de se-máforos para nos indicar como an-dar numa rua, também assim acon-tece no nosso mundo interior, ondea disciplina e a ordem são importan-tes para o Espírito.

Também precisamos de um se-máforo em nosso íntimo que nosindique como agir. Por exemplo:

O sinal vermelho significa PE-RIGO! Mostra que estamos agindo

errado, que não estamos respeitan-do os outros, tratando bem as ou-tras pessoas, perdoando ofensas,sendo pacientes, etc.

O sinal amarelo significaATENÇÃO! Quer dizer que aindanão estamos agindo errado, mas queestamos perto. Que precisamos to-mar cuidado com o que falamos, fa-zemos ou pensamos.

O sinal verde significa TUDOCERTO! Indica que tudo vai bemconosco, que estamos nos comportan-do melhor, agindo com acerto, res-

peitando eamando o nossopróximo como anós mesmos.Significa quenão somos per-feitos, mas queestamos no ca-minho certo,procurando nosmelhorar a cadadia que passa.

Toda vezque tomaremuma atitude,procurem verifi-car, intimamen-

te, qual o sinal que está indicando.Sabem por quê? Porque este

semáforo que temos dentro de nóschama-se CONSCIÊNCIA.

A consciência nos permite acondição de sabermos distinguir obem do mal, o certo do errado, ojusto do injusto.

Assim, será mais fácil sabercomo devemos nos comportar. E,quando o sinal estiver vermelho,CUIDADO!

Pare, pense e mude de atitude.Sempre é tempo!

Sinais de trânsito

a mãezinha, preocupada. — Fuja de-les! Existem criaturas que lançam re-des ao mar para nos aprisionar, ou nosmatam atirando anzóis com iscas. Dequalquer forma, eles sempre repre-sentam sinal de perigo. Fuja, meu fi-lho, não se deixe apanhar.

Mas, qual! O peixinho continua-va sonhando acordado. Via tantos bar-cos pequenos, médios e grandes pas-sarem por ali, que se sentia cada vezmais atraído por eles. Gostava, princi-palmente, daqueles navios grandes echeios de luzes e músicas. Não conse-guia acreditar que fossem perigosos.

Estava cheio de curiosidade! Acre-ditava mesmo que sua mãezinha esti-vesse exagerando um pouco as coisas,por não desejar que ele se afastassemuito de sua casa, uma gruta bemarrumadinha no fundo do oceano.

Num lindo dia de céu muito azul,em que subira à tona da água para

ra em diante...Nisso, apareceu o filho do dono

do barco. A criança encantou-se comaquele lindo peixinho dourado e pe-diu ao pai que lhe desse de presente.

O pai fez a vontade do filho e ogaroto, todo satisfeito, colocou opeixinho num aquário.

Hoje, o peixinho dourado vivenuma linda sala, cercado de coisasbelas e objetos de decoração. Mastem que limitar a olhar o mundo atra-vés do estreito espaço de um peque-no aquário.

Agora, sozinho, ele medita emtudo o que perdeu: a família, os ami-gos, os irmãos, as brincadeiras e oimenso espaço líquido onde nadavatranqüilo.

Deus concedeu-lhe a vida e umanova oportunidade, onde ele pudessedar mais valor às coisas que tivera umdia e que desprezara.

E o peixinho dourado aguarda ofuturo, sempre com a esperança deque, um dia, quem sabe, voltará aoseu antigo lar.

Tia Célia

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O IMORTALJULHO/2008 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1868 (7ª Parte)

Continuamos a publicação do tex-to condensado da Revista Espírita de1868. As páginas citadas referem-seà versão publicada pela Edicel.

*76. O número de julho da Revista

se inicia com artigo de Kardec sobrenumerologia e fatalidade. Do artigoextraímos as considerações que se se-guem: I – É certo que leis numéricasregem a maior parte dos fenômenos deordem física. Dá-se o mesmo nos fenô-menos de ordem moral e metafísica?Sem dados mais certos do que os quese possuem, não há como responderafirmativamente a tal questão. II – OEspiritismo jamais negou a fatalidadede certos acontecimentos; ao contrário,sempre a reconheceu. O que ele diz éque essa fatalidade não entrava o livre-arbítrio. III – Por exemplo, o homemdeve um dia morrer; isso é fatal; masele pode apressar esse momento pelosuicídio ou cometendo excessos. IV –O indivíduo pode, pois, ser livre emsuas ações, a despeito da fatalidade quepreside o conjunto. A fatalidade é, as-sim, absoluta para as leis que regem amatéria, mas não existe para o Espírito,que pode reagir sobre a matéria, em vir-tude da liberdade relativa que Deus lheconcedeu. V – Nada há de impossívelque o conjunto dos fatos de ordem mo-ral e metafísica seja subordinado a umalei numérica, cujos elementos e basesnão conhecemos ainda. A fatalidade doconjunto, contudo, de modo algum eli-minaria o livre-arbítrio do indivíduo. VI– Quanto aos acontecimentos da vidaprivada, que por vezes parecem atingiruma pessoa fatalmente, têm duas fon-tes bem distintas: uns são conseqüên-cia direta de sua conduta na existênciapresente; outros são inteiramente inde-pendentes da vida presente e parecem,por isso mesmo, devidos a uma certafatalidade. VII – Esta é, porém, aparen-te, porque resulta da escolha das pro-vas que o Espírito fez na erraticidade,antes de encarnar-se, com vistas ao seuadiantamento. Os acontecimentos de-sagradáveis são, pois, produto do livre-arbítrio, não da fatalidade, e se algu-mas vezes são impostos por uma von-tade superior, o fato se deve às másações cometidas em existência prece-dente, e não como conseqüência de umalei fatal. VIII – Em resumo, se um acon-tecimento está no destino de uma pes-soa, realizar-se-á a despeito de sua von-tade e será sempre para o seu bem, masas circunstâncias de sua realização de-pendem do emprego que ela faça do seulivre-arbítrio. (Págs. 193 a 201.)

77. Examinando a teoria da gera-

ção espontânea, Kardec explica por queem seu livro “A Gênese” ele desenvol-veu o tema como uma hipótese prová-vel, não como um princípio doutriná-rio. É que, informa o Codificador, a ci-ência ainda não se definira sobre o as-sunto. Embora ele pessoalmente acei-tasse a teoria da geração espontâneacomo ponto resolvido, não poderia in-serir numa obra constitutiva da doutri-na espírita algo que pudesse mais tardeser decidido de forma diferente. A cau-tela em tudo é essencial e esse foi o se-gredo do sucesso d’ O Livro dos Espí-ritos, cujos princípios, sucessivamentedesenvolvidos e completados, jamaisforam desmentidos, a despeito do tem-po decorrido. (Págs. 201 e 202.)

78. Em seguida, resumindo seupensamento sobre a questão, Kardecdiz que os primeiros seres dos reinosvegetal e animal surgidos na Terra de-vem ter-se formado sem procriação,mas pertenciam, evidentemente, àsclasses inferiores. À medida que sereuniram os elementos dispersos, asprimeiras combinações formaram cor-pos exclusivamente inorgânicos, comoa água e os diferentes minerais. Quan-do esses elementos se modificarampela ação do fluido vital, formaram cor-pos dotados de vitalidade, de uma or-ganização constante e regular, cada umna sua espécie. (Págs. 202 e 203.)

79. Os seres não procriados forma-riam, dessa forma, o primeiro escalão dosseres orgânicos. Quanto às espécies quese propagaram por procriação, a opiniãogeral no seio da ciência é que os primei-ros tipos de cada espécie são o produtoda espécie imediatamente inferior, esta-belecendo-se assim uma cadeiraininterrupta, desde o musgo e o líquenaté o carvalho, desde o verme de terra eo oução até o homem. Então o corpo dohomem pode ser perfeitamente uma mu-tação do corpo do macaco, sem que sediga que o seu Espírito seja o mesmoque o do macaco. (Págs. 203 e 204.)

A obra Monte-Cristo, de AlexandreDumas, contém trechos com

alusão direta às idéias espíritas80. O que se passou na origem do

mundo para a formação dos primeirosseres orgânicos acontece ainda emnossos dias? Essa é a questão-chave esobre a qual a doutrina espírita não fir-mara até então nenhum entendimento,embora Kardec se pronunciasse clara-mente pela afirmativa, conforme os ar-gumentos que fecham seu artigo.(N.R.: Emmanuel e André Luiz tratamdo assunto objetivamente em duasobras psicografadas por Chico Xavi-er: A Caminho da Luz, de 1938, eEvolução em Dois Mundos, de 1958.Segundo eles, a chamada geração es-pontânea foi fruto, em verdade, daação decisiva dos Gênios Construto-

res que operavam no orbe nasciturosob o comando de Jesus, trabalho quenão seria possível sem a participaçãodo princípio inteligente que, unido àmatéria, iniciava ali um longo proces-so evolutivo.) (Págs. 204 a 206.)

81. O Sr. Genteur, Comissário doGoverno, em relatório enviado ao Se-nado francês, atribuiu ao Espiritismo ocaráter de partido político, uma coisainconcebível sobretudo quando se sabeque Kardec jamais tratou em suas obrase na Revista de questões políticas. Qua-tro jornais: o Moniteur, La Liberté, aRevue Politique Hebdomadaire e LeSiècle, reportaram-se ao assunto, tendoum deles – La Liberté – afirmado que opartido espírita contribuía, no limite desuas forças, para “abalar as instituiçõesdo império”. (Págs. 207 a 211.)

82. Dos quatro periódicos, somen-te o Le Siècle examinou o assunto commoderação e valeu-se até mesmo defina ironia ao comentar o despropósitoda acusação do conselheiro francês, oque se pode aquilatar pelo trecho se-guinte: “Como este inimigo, invisívelaté agora para o próprio Sr. Genteur,pôde subtrair-se a todas as vistas? Hánisto um mistério, que o Sr. conselhei-ro de Estado, se o penetrar, terá a bon-dade de nos ajudar a compreender. Pes-soas oficialmente informadas afirmamque o partido espírita ocultava o exér-cito de seus representantes, os Espíri-tos batedores, detrás dos livros das bi-bliotecas de Saint-Etienne e deOullins”. (Págs. 211 e 212.)

83. No folhetim de 24 e 25 de abrilde 1868, sob o título de “Paris Sonâm-bula”, Le Siècle publicou artigo assi-nado pelo Sr. Eugène Bonnemère, au-tor do Romance do Futuro, em que oconhecido escritor fez uma exposiçãodas diferentes variedades de sonam-bulismo e citou claramente a doutrinaespírita e o nome Espiritismo. Do ar-tigo, transcrito em parte pela Revista,colhemos os trechos que se seguem: I– A morte não existe. Ela é o instantede repouso após a jornada feita e ter-minada a tarefa. Depois, é o despertarpara uma nova obra, mais útil e maiorque a que se acaba de realizar. II – Épela sucessão das gerações que a Hu-manidade progride. III – Por força dasconquistas definitivamente assegura-das, o mundo que habitamos merece-rá subir na escala dos mundos. De nósdepende acelerar, pelos nossos esfor-ços, o advento desse período mais fe-liz. IV – O materialismo e o ateísmo,que o sentimento humano repele comtodas as suas energias, não passam deuma reação inevitável contra as idéi-as, dificilmente admissíveis pela ra-zão, sobre Deus, a natureza e o desti-no. Alargando a questão, o Espiritis-mo reacende nos corações a fé prestesa se extinguir. (Págs. 213 e 214.)

84. Depois de breve nota sobreduas peças encenadas em Paris – OElixir de Cornélio e O Galo de Mycille–, em que o núcleo da história é a re-encarnação, a Revista lembra que oEspiritismo jamais admitiu a idéia daalma humana retrogradando naanimalidade, o que seria a negação daprogresso. (Págs. 214 a 216.)

85. Da obra Monte-Cristo, de Ale-xandre Dumas, a Revista transcrevealguns trechos em que a alusão às idéi-as espíritas é clara e direta, com exce-ção da qualificação de excepcionaisdada aos Espíritos que nos cercam.“Esses seres, afirma Kardec, nada têmde excepcional, desde que são as al-mas dos homens, e que todos os ho-mens, sem exceção, devem passar poresse estado.” (Págs. 216 e 217.)

Duas razões levam o indivíduo aomaterialismo; a primeira é a

imperfeição da inteligência humana86. Kardec apresenta uma resenha

da obra A Alma, de autoria do Sr.Ramon de la Sagra, membro corres-pondente do Instituto de França, sobrea qual ele diz: “A obra do Sr. Ramonde la Sagra é uma dessas cuja publica-ção temos o prazer de aplaudir, porque,posto nela tenha feito abstração do Es-piritismo, pode considerar-se, como oDeus na Natureza, do Sr. Flammarion,e a Pluralidade das Existências, do Sr.Pezzani, como monografias dos prin-cípios fundamentais da doutrina, àsquais eles dão a autoridade da ciência”.(Págs. 217 a 222.)

87. Em todos os tempos – refere oautor de a Alma – fenômenos espontâ-neos muito freqüentes, tais como a ca-talepsia, a letargia, o sonambulismo na-tural e o êxtase, mostraram a alma agin-do fora do organismo, mas a ciência osdesdenhou. Surge agora uma nova des-coberta: a anestesia pelo clorofórmio,de incontestável utilidade nas operaçõescirúrgicas e cuja aplicação tem permiti-do observar exemplos inúmeros de açãoda alma a distância, análogos aos fatosrelatados pelo Sr. Velpeau à Academiadas Ciências. (Págs. 219 e 220.)

88. O número de agosto da Revistase inicia com um artigo de Kardec so-bre o materialismo e a virulência comque seus partidários de então atacavamos que ousassem declarar-seespiritualistas, como o Sr. Jules Favre eo Sr. Flammarion, ridicularizado e de-negrido publicamente porque buscouprovar Deus pela ciência. Observa Kar-dec: “Há neste momento, da parte deum certo partido, um alçar de armascontra as idéias espiritualistas em geral,nas quais se acha englobado o Espiri-tismo. O que ele busca não é um Deusmelhor e mais justo, é o Deus-matéria,menos aborrecido, porque não se temque lhe dar contas”. (Págs. 223 e 224.)

89. O Codificador diz que um dosmelhores protestos que lera contra astendências materialistas fora publicadoa 14 de maio no jornal Le Droit, sob otítulo de O materialismo e o direito.Assinado por H. Thiercelin, eis algunstrechos do citado artigo: I – Quase sem-pre houve materialistas, teóricos ou prá-ticos, quer por desvio do senso comum,quer para justificar baixos hábitos deviver. II – Duas razões levam o indiví-duo ao materialismo. A primeira é aimperfeição da inteligência humana.Disse Cícero, em termos muito crus, quenão há tolice que não tenha encontradoalgum filósofo para a defender. III – Asegunda razão está nas más inclinaçõesdo coração humano. Eis por que o ma-terialismo prático, que se reduz a algu-mas máximas vergonhosas, sempre apa-receu nas épocas de decomposiçãomoral ou social como as da Regência edo Diretório. IV – Em nossos dias elese produz com um caráter novo; consi-dera-se científico. A história natural se-ria toda a ciência do homem; nada exis-tiria do que ela não tem por objeto; ora,como não tem por objeto o espírito, estenão existe. V – As tendências materia-listas, mais ou menos gerais, de tantoscientistas não decorrem apenas de suaconstante ocupação em estudar e mani-pular a matéria. Elas resultam sobretu-do de seus hábitos de espírito, da práti-ca exclusiva de seu método experimen-tal, porque o método científico podereduzir-se a estes termos: “Não reco-nhecer senão os fatos, induzir muitoprudentemente a lei desses fatos, banirabsolutamente todas as pesquisas dascausas”. VI – Não é de admirar que in-teligências de vistas curtas desconhe-çam a existência dos fatos morais. VII– O novo materialismo não é, porém,resultado demonstrado do estudo; é umaopinião preconcebida. O fisiologistanão admite o espírito. Que há nisto deadmirável? É a conclusão óbvia dométodo por ele utilizado e que lhe in-terdita precisamente a pesquisa das cau-sas. VIII – Não há nada de mais, pois,afirmar que o materialismo é destrutivo,não de uma determinada moral, mas detoda moral, não de determinado estadocivil, mas de todo estado civil, de todasociedade. (Págs. 224 a 230.)

90. Sob o título de Pesquisas Psi-cológicas a propósito de Espiritismo,o jornal La Solidarité de 1o de julhopublicou um alentado artigo sobre asmanifestações espíritas, no qual seuautor não contesta os fenômenos, masexpõe suas dúvidas sobre a explica-ção que deles dá a doutrina espírita.“Cremos, diz ele, que os fenômenosfísicos se explicam fisicamente e queos fenômenos psíquicos são causadospelas forças inerentes à alma dos ope-radores.” (Págs. 230 a 234.) (Conti-nua no próximo número.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

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O IMORTALPÁGINA 16 JULHO/2008

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Formado em Pedagogia, Fi-losofia e História da Educaçãoe Psicologia da Educação e Di-dática, Walter Oliveira Alves édiretor do IDE – Instituto deDifusão Espírita, de Araras(SP), cidade onde nasceu e re-side. Espírita há 35 anos, pales-trante e escritor, são de sua au-toria os seguintes livros, todospublicados pelo IDE: Deus,Nosso Pai (voltado para a cri-ança), Educação do Espírito,Introdução ao Estudo da Peda-gogia Espírita, Prática Pedagó-gica na Evangelização (vols. I,II e III) e O Teatro na Educa-ção do Espírito. De sua dedica-ção à educação, nasceram o co-nhecido Encontro Anual deEvangelização, os dinâmicossites de pedagogia e a RevistaPedagogia Espírita, assuntossobre os quais Walter concedeu-nos a seguinte entrevista:

– De onde seu interessepela Pedagogia? E como en-tender a Pedagogia Espírita?

Meu interesse pela pedago-gia vem desde criança. Semprequis ser professor. Mas o inte-resse aumentou quando do meucontato com a Doutrina Espíri-ta. Entendemos por Pedagogiaem geral, e especialmente porPedagogia Espírita, a ciência ea arte da educação, o processoatravés do qual se desenvolve o“germe” da perfeição no íntimode cada um, Espíritos imortaisque somos, filhos e herdeiros de

ORSON PETER [email protected]

De Matão, SP

Deus. É o desenvolvimento gra-dual e progressivo das potênciasda alma, através do exercício doamor e do conhecimento da ver-dade, verdade relativa ao nossoestado evolutivo, ou seja, das leisque regem nossas vidas e princi-palmente do ”conhecimento desi mesmo”. A Pedagogia Espíri-ta representa o retorno do AMORe da VERDADE UNIVERSALao cenário pedagógico da huma-nidade através da coragem de ex-pressar essa verdade sem precon-ceitos, sem meias verdades,como fez Eurípedes Barsanulfo.

– Foi a experiência com osEncontros Anuais para forma-ção de Evangelizadores, emAraras, que culminou com olançamento da Revista Pedagó-gica Espírita?

A idéia da Revista Pedagógi-ca Espírita, bem como do sitewww.pedagogiaespirita.org, nasceu em Nova York, por oca-sião de nossa viagem aos Esta-dos Unidos, num ciclo de semi-nários e palestras sobre Educa-ção Espírita. Por isso, o site ouportal Pedagogia Espírita temcaráter internacional. Hoje, aRevista Pedagógica Espírita con-ta com colaboradores de váriaspartes do mundo, Estados Uni-dos, Brasil e vários países daEuropa.

– De onde surgiu a iniciati-va dos já tradicionais Encon-tros de Evangelizadores, emAraras, sempre realizados du-rante os feriados de carnaval?

O Encontro no período docarnaval começou há 23 anos,

devido a necessidade de prepa-rar evangelizadores em nossa re-gião. Nos primeiros anos atendiaapenas a região de São Paulo,depois estendeu-se a todo o Bra-sil e a alguns confrades de ou-tros países.

– Os sites vinculados à pu-blicação que estréia já estãoativos? Cite-os por favor eapresente um resumo deles.

Nascido em Nova York, osite www.pedagogiaespirita.org tem o objetivo de auxiliar oseducadores espíritas, em espe-cial os evangelizadores. Cons-ta de vários itens como: 1. Re-vista Pedagogia Espírita; 2. Es-cola Virtual, com cursos on-linegratuitos; 3. Evangelização,com link para o site abaixo;4. Escola Espírita, correspon-dendo a estudos sobre a aplica-ção pedagógica em uma escolagenuinamente espírita e 5. TVEducar - uma TV pela internetvoltada para a educação quedeverá ser ativada apenas emmeados deste ano. O site

Entrevista: Walter Oliveira Alves

www.evangelizacaoglobal.orgé voltado para auxiliar o traba-lho do evangelizador espírita.

– Como são organizados osencontros anuais em Araras?Qual o critério e quais as didá-ticas aplicados?

Os encontros são organizadospor uma equipe pedagógica evisa oferecer embasamento teó-rico e subsídios para a prática pe-dagógica na Evangelização, bemcomo oficinas de artes: música,teatro, dança, artes plásticas e li-teratura infantil.

– Como você tem visto pelopaís a aplicação da pedagogiaespírita nas instituições?

A nosso ver, a Doutrina Es-pírita tem um caráter eminen-temente pedagógico. Ao apre-sentar o homem como um Es-pírito em um processo evolu-tivo, num constante “vir-a-ser”, desenvolvendo gradual-mente as potências da alma, o“germe da perfeição” ou o Rei-no a que se referiu Jesus, aDoutrina Espírita se torna umroteiro pedagógico para toda ahumanidade. Faz renascer oEvangelho de Jesus em toda asua pureza primitiva, comobem citado por Kardec em OEvangelho segundo o Espiri-tismo, e, ao mesmo tempo,oferece novos conhecimentosque Jesus, como Mestre porexcelência, não poderia naque-la ocasião ensinar, devido aograu evolutivo dos “alunos” daépoca. Nesse sentido, a Peda-gogia Espírita está presentehoje na mente e no coração dos

educadores espíritas, sejamprofessores, evangelizadoresou pais. Está presente nos jo-vens e adultos que labutam naevangelização infanto-juve-nil, que palestram nas CasasEspíritas, que participam dosgrupos de estudos, nas ativi-dades assistenciais exercitan-do e exemplificando o amorao próximo.

– Uma das grandes dificul-dades do movimento espíritatem sido o preparo – ou odespreparo – de trabalhado-res nessa área (infância e mo-cidade), especialmente o de-sinteresse de muitos dirigen-tes para a essencial questão.Como vencer isso?

O progresso se faz lenta-mente, mas está ocorrendo.Exatamente por não ser elitista,a pedagogia espírita ampliaseus estudos em todos os cam-pos do saber humano. Mas hojeé urgente investir na Casa Es-pírita, auxiliando o preparopsicopedagógico dos trabalha-dores, não só da infância e ju-ventude, mas de todas asáreas. A Casa Espírita repre-senta hoje a Escola Espírita emtoda a sua simplicidade, belezae dinamismo, oferecendo asbases para a construção do co-nhecimento dentro de cada um,da divulgação da VERDADEUNIVERSAL, ou seja, desseconhecimento que liberta aalma de preconceitos e dogmase, ao mesmo tempo, incentivaa prática do AMOR. (Continuana pág. 10 desta mesma edi-ção.)

“A Doutrina Espírita tem umcaráter eminentemente pedagógico”

Um olhar sobre a educação por parte de um pedagogo espírita, que diz ser urgente investir na Casa Espíritaauxiliando o preparo psicopedagógico dos trabalhadores, não só da infância, mas de todas as áreas

Walter Oliveira Alves