josé craveirinha

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José Craveirinha Biografia José João Craveirinha nasceu em Maputo a 28 de Maio de 1922, tendo falecido em Maputo a 6 de Fevereiro de 2003. Identificação: Miguel Leite; Nº 20 10º B Prof. Anabela Inácio Língua Portuguesa Ano Lectivo 10/11

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Page 1: José Craveirinha

José Craveirinha

Biografia

José João Craveirinha nasceu em Maputo a 28 de Maio de 1922, tendo falecido em Maputo a 6 de

Fevereiro de 2003.

Em 1991, tornou-se o primeiro autor africano galardoado com o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa.

Como jornalista, colaborou em vários periódicos moçambicanos. Entre eles estão: “O Brado Africano”, “Tribuna”, “Notícias da Tarde”, “Voz de Moçambique”, entre outros.

Como pseudónimos utilizou nomes como José Cravo, Jesuíno Cravo e Abílio Cossa, entre outros. Foi presidente da Associação Africana na década de 1950 e ainda Primeiro Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Escritores Moçambicanos.

Identificação:

Miguel Leite; Nº 20 10º B Prof. Anabela Inácio Língua Portuguesa Ano Lectivo 10/11

Page 2: José Craveirinha

Ainda assim, esteve preso entre 1965 e 1969 por fazer parte de uma célula da 4.ª Região Político-Militar da Frelimo.

PoesiaJosé Craveirinha inseriu-se em várias fases da Poesia. Entre essas fases destacam-se sobretudo a fase Neo-Realista e a fase da Negritude.

Na fase Neo-Realista, onde os poemas têm versos curtos e com pouca elaboração, sendo assim muito simples.

Outra fase foi a fase da Negritude, onde se expressam a revolta e a frustração quanto ao racismo e às diferenças sociais entre “negros” e “brancos”. Para além da revolta e da frustração sentida pelos autores, há ainda o orgulho presente em todos os poemas desta fase em ser “negro”.

Os temas mais utilizados por Craveirinha foram: escravatura, raça, crítica à civilização ocidental, revalorização da tradição negra, sensualidade, entre outros.

Livros Publicados

• Xigubo

• Cantico a un dio di Catrame

• Karingana ua karingana

• Cela 1

• Maria

• Izbranoe

• Poemas Eróticos

• Poemas de Prisão

Page 3: José Craveirinha

Análise de Poemas

Um Homem Não Chora

Acreditava naquela história

do homem que nunca chora.

Eu julgava-me um homem.

Na adolescência

meus filmes de aventuras

punham-me muito longe de ser cobarde

na arrogante criancice do herói de ferro.

Agora tremo.

E agora choro.

Como um homem treme.

Como chora um homem!

Page 4: José Craveirinha

Análise Geral:

Nos três primeiros versos o poeta fala sobre a inocência de ser uma criança, que acredita em heróis e tem uma visão destorcida do que é ser um homem e não sabe sobre sentimentos humanos.

Nos versos "Na adolescência/ meus filmes de aventura/ punham-me muito longe de ser cobarde/ na arrogante criancice do herói de ferro", o poeta retrata o adolescente no começo do entendimento da vida, do ser, que começa a questionar suas crenças.

O poeta, no presente, fala do como é ser um homem, é ter sentimentos, é chorar, é lutar. O “eu poético” demonstra ter nervos, sentimentos. Um ser humano no pleno gozo da vida e suas aventuras e desventuras.

Análise de Poemas

Grito Negro

Eu sou carvão! E tu arrancas-me brutalmente do chãoe fazes-me tua mina, patrão.Eu sou carvão!E tu acendes-me, patrão,para te servir eternamente como força motrizmas eternamente não, patrão.Eu sou carvãoe tenho que arder sim;queimar tudo com a força da minha combustão.Eu sou carvão;tenho que arder na exploraçãoarder até às cinzas da maldiçãoarder vivo como alcatrão, meu irmão,até não ser mais a tua mina, patrão.Eu sou carvão.

Um Homem Não Chora

Acreditava naquela história

do homem que nunca chora.

Eu julgava-me um homem.

Na adolescência

meus filmes de aventuras

punham-me muito longe de ser cobarde

na arrogante criancice do herói de ferro.

Agora tremo.

E agora choro.

Como um homem treme.

Como chora um homem!

Anáfora

Apóstrofe

Metáfora

Page 5: José Craveirinha

Tenho que arderQueimar tudo com o fogo da minha combustão.Sim!Eu sou o teu carvão, patrão.

Análise Geral:

Este poema fala na totalidade das diferenças entre o “negro” e o “branco” na sociedade de hoje em dia. O “carvão” que está descrito no poema é comparado com o “negro”. O carvão é um combustível e compara ao “negro” que é descrito como o trabalhador (devido à força física). O “negro” (descrito como carvão) trabalha para o “branco”, mostrando as diferenças existentes entre o poder (do) “branco” e o trabalho (do) “negro”.