josé victor dos santos silva fungicida óxido cuproso induz...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ UESC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL PPGPV José Victor dos Santos Silva Fungicida óxido cuproso induz mudanças fisiológicas, bioquímicas e moleculares em folhas de plantas jovens de cacau ILHÉUS BAHIA BRASIL Fevereiro 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO

VEGETAL – PPGPV

José Victor dos Santos Silva

Fungicida óxido cuproso induz mudanças fisiológicas,

bioquímicas e moleculares em folhas de plantas jovens de cacau

ILHÉUS – BAHIA – BRASIL Fevereiro 2019

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José Victor dos Santos Silva

Fungicida óxido cuproso induz mudanças fisiológicas,

bioquímicas e moleculares em folhas de plantas jovens de cacau

ILHÉUS – BAHIA - BRASIL Fevereiro 2019

Dissertação apresentada à

Universidade Estadual de Santa

Cruz, como parte das exigências

para obtenção do título de

Mestre em Produção Vegetal.

Linha de Pesquisa: Cultivos em

Ambiente Tropical Úmido

Orientador: Alex-Alan Furtado

de Almeida

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José Victor dos Santos Silva

Fungicida óxido cuproso induz mudanças fisiológicas,

bioquímicas e moleculares em folhas de plantas jovens de cacau

APROVADO: ___________________________ ______________________________ Prof. Dr. Alex-Alan Furtado de Almeida Dra. Martielly Santana dos Santos UESC UESC (Orientador)

__________________________ Dra. Milena do Amaral Santos UESC

ILHÉUS – BAHIA – BRASIL Fevereiro 2019

Dissertação apresentada à

Universidade Estadual de Santa

Cruz, como parte das exigências

para obtenção do título de

Mestre em Produção Vegetal.

Linha de Pesquisa: Cultivos em

Ambiente Tropical Úmido

Orientador: Alex-Alan Furtado

de Almeida

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i

Dedico

A Deus, pai e criador

À minha família, o meu porto seguro

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ii

Agradecimentos

Agradeço a Deus, por todas as bençãos concedidas em minha vida, sem

ti eu não nada seria.

Às minhas melhores amigas, mãe (Telma), irmã (Iasmin) e vó (Maria),

por sempre me apoiar em cada passo da minha jornada na Terra e sempre me

achar o melhor de todos, mesmo não sendo. Isso só me impulsionou e me fez

tentar, não ser o melhor, mas sempre a fazer o melhor de mim. Obrigado pelo

amor incondicional!

Ao Prof. Dr. Alex-Alan, pelo exemplo de profissionalismo, por sempre

ter paciência comigo, pelo gigantesco conhecimento compartilhado, pela

amizade e orientação que venho recebendo desde a graduação, sou

imensamente grato.

À Universidade Estadual de Santa Cruz- UESC e ao Programa de Pós

Graduação em Produção Vegetal- PPGPV pela oportunidade e crescimento

acadêmico.

À Coordenadoria do Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES), pela concessão da bolsa de estudos.

À Carol, secretária do PPGPV, por sempre estar disponível facilitando

os trâmites burocráticos, por sempre me manter alerta aos prazos e por me

tranquilizar quando pensei que tudo ia desabar.

Aos técnicos da UESC: Lucas, Lane e Horlei, a ajuda que recebi de

vocês foi essencial para a realização desse trabalho.

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iii

Ao pessoal do almoxarifado: Dona Telma, Luís e Dona Jô pelo

cafézinho milagroso e pelos momentos de descontração.

À minha amiga e parceira de mesa, Natália Martins, por sempre estar

ali para me explicar os procedimentos que eu não tinha domínio, pela

companhia no almoço, incontáveis momentos de risadas e por todas as delícias

da culinária mineira, obrigado pela amizade.

À Gisandra, minha parceira de trabalho, obrigado por estar sempre

disponível pra me auxiliar em tudo, por sempre me manter calmo quando eu

pensava que as coisas não iriam se realizar e por colocar música para as

plantinhas do experimento. Você é show!

À Adeilma e Patrícia, meus anjos em forma de amigas, por todos os

conselhos, puxões de orelha, e por sempre estarem disponíveis para me

escutar, amo vocês.

Aos integrantes do LFV, D’Ávila, Thayse Tosto, Carlos Henrique, João

Paulo, Bruna, Mayana e Isabela por todas as conversas e experiências

compartilhadas, vocês são ótimos.

À Valéria, por toda paciência em me escutar quando eu a procurava,

obrigado pelo companheirismo.

À Tainã, Francine, Nayara, Natasha, Maria Luíza, Thaynara e Ariana,

por terem entrado na minha vida e por todos os lindos momentos que

compartilhamos, foram inesquecíveis.

A todas as pessoas não citadas que contribuíram positivamente para a

realização desse trabalho.

Muito obrigado.

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iv

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS…….....……………………………………………………….ii

RESUMO……………………………..………………………………………………v

ABSTRACT…………………………..……………………………………...……….vii

Lista de figuras……………………………………………………………..............ix

Lista de tabelas ..………………………………………………………......…........x

Introdução geral..................................................…………………………….....11

Material e Métodos...........................................................................................14

Resultados........................................................................................................18

Discussão.........................................................................................................29

Conclusões.......................................................................................................33

Referências.......................................................................................................34

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SILVA, José Victor dos Santos. Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC,

Ilhéus, fevereiro de 2019. Fungicida óxido cuproso induz mudanças

fisiológicas, bioquímicas e moleculares em folhas de plantas jovens de

cacau. Orientador: Dr. Alex-Alan Furtado de Almeida. Co-orientadores: Dra.

Vânia Lima Souza, Dr. Pedro Antônio Oliveira Mangabeira

RESUMO

Theobroma cacao é uma espécie lenhosa tropical de alta importância

econômica, devido ao valor comercial de suas amêndoas (sementes

fermentadas) que são utilizadas na produção de manteiga, lícor e chocolate, na

fabricação de cosméticos, medicamentos, etc., além da polpa das sementes

usada na produção de sucos e sorvetes. O uso contínuo e excessivo de fungicida

cúprico em plantações de cacau, na forma de óxido cuproso, para controle

químico de Moniliophthora perniciosa e de Phytophthora sp temaumentado a

concentração de Cu no solo o que pode ser evidenciado nos aspectos

morfofisiológicos. O cobre (Cu) está envolvido em diversos processos

metabólicos nas plantas, mas em alta concentração promove vários

desequilíbrios fisiológicos, bioquímicos, moleculares e ultraestruturais nas

células vegetais. O presente estudo teve como objetivo principal avaliar a

toxicidade de Cu, aplicado via foliar como fungicida na forma de óxido cuproso,

em plantas jovens do genótipo de cacau CCN 51 submetidas a concentrações

crescentes de Cu (1,5, 3, 4,5 e 6 g L-1), juntamente com o controle (sem aplicação

de Cu), por meio de alterações fisiológicas, bioquímicas e moleculares.

Observou-se que os tratamentos com 4,5 e 6,0 g Cu L-1 afetaram severamente

as trocas gasosas foliares com decréscimo na condutância estomática (gs) e

redução da fixação de CO2. Houve alterações na expressão dos genes psbA e

psbO, envolvidos na biossíntese das proteínas intrínseca (PsbA) e extrínseca

(PsbO) do fotossistema 2 (PS2) da fase fotoquímica da fotossíntese. Além disso,

observaram-se, também, aumento na atividade das enzimas dismutase do

superóxido (SOD), peroxidase do ascorbato (APX), peroxidase do guaiacol

(GPX) e catalase (CAT), envolvidas no metabolismo antioxidativo, no teor de

prolina, na expressão dos genes Mt2b, sod cyt, sod chl e per-1, nas

concentrações de macro e micronutrientes minerais e na peroxidação lipídica de

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membranas celulares dos tecidos foliares. O aumento da atividade de SOD,

APX, GPX e CAT e do teor de prolina coincidiram com a maior expressão do

gene sod cyt e M2tb, envolvidos com a biossíntese de SOD citoplasmática e de

matalotioneína, respectivamente, demonstrando sincronicidade da eliminação

de espécies reativas de oxigênio (ERO) e da compartimentalização de Cu em

nível de vacúolos. Tais respostas evidenciaram um padrão de resposta do tipo

dose-tempo dependente, indicando que houve um sinergismo nas vias de

detoxificação celular na eliminação do excesso de ERO. Concluiu-se, portanto,

que a aplicação das diferentes concentrações de Cu via foliar, usando como

fonte o fungicida óxido cuproso, induziu um desequilíbrio do metabolismo celular

em folhas de plantas jovens do genótipo de cacau CCN 51, principalmente nas

concentrações de 4,5 e 6 g Cu L-1.

Palavras-chave: Theobroma cacao, estresse oxidativo, cobre, expressão gênica

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SILVA, José Victor dos Santos. Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC,

Ilhéus, February, 2019. Cuprous oxide fungicide induces physiological,

biochemical and molecular changes in leaves of young cacao plants.

Advisor: Dr. Alex-Alan Furtado de Almeida. Co-advisors: Dra. Vânia Lima Souza,

Dr. Pedro Antônio Oliveira Mangabeira.

ABSTRACT

Theobroma cacao is a tropical woody species of high economic importance, due

to the commercial value of its beans (fermented seeds) that are used in the

production of butter, milk and chocolate, in the manufacture of cosmetics,

medicines, etc., besides the seed pulp used in the production of juices and ice

cream. The continuous and excessive use of cupric fungicide in cocoa

plantations, in the form of cuprous oxide, for the chemical control of

Moniliophthora perniciosa and Phytophthora sp., increased the concentration of

Cu in the soil, which can be evidenced in the morphophysiological aspects.

Copper (Cu) is involved in various metabolic processes in plants, but in high

concentration it promotes several physiological, biochemical, molecular and

ultrastructural imbalances in plant cells. The main objective of this study was to

evaluate Cu toxicity, applied in the leaves of young plants of the cacao genotype

CCN 51 as fungicide in the form of cuprous oxide in increasing concentrations

(1.5, 3, 4.5 and 6 g Cu L-1), together with the control (without Cu application),

through physiological, biochemical and molecular changes. It was observed that

treatments with 4.5 and 6 g Cu L-1 severely affected leaf gas exchange with

decreases in stomatal conductance (gs) and reduction of CO2 fixation. There

were alterations in the expression of the psbA and psbO genes involved in the

intrinsic (PsbA) and extrinsic (PsbO) proteins of photosystem 2 (PS2)

biosynthesis of the photochemical phase of photosynthesis. In addition, there

was an increase in the activity of the enzymes superoxide dismutase (SOD),

ascorbate peroxidase (APX), guaiacol peroxidase (GPX) and catalase (CAT)

involved in antioxidative metabolism, proline content, expression of the Mt2b, sod

cyt, sod chl and per-1 genes, concentrations of macro and micronutrients

minerals and lipid peroxidation of cell membranes of leaf tissues. The increase in

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SOD, APX, GPX and CAT activity and the proline content coincided with the

higher expression of the sod cyt and M2tb gene, involved in cytoplasmic SOD

biosynthesis and metallothionein, respectively, demonstrating the synchronicity

of elimination of reactive oxygen species (ROS) and compartmentalization of Cu

at the vacuoles level. These responses evidenced a dose-time dependent

response pattern, indicating that there was a synergism in the pathways of

cellular detoxification in the elimination of excess ROS. It was concluded,

therefore, that the application of different concentrations of Cu in the leaves, using

as a source the cuprous oxide fungicide, induced an imbalance of the cellular

metabolism in leaves of young plants of the cacao genotype CCN 51, mainly in

the concentrations of 4.5 and 6 g Cu L-1.

Keywords: Theobroma cacao, oxidative stress, copper, gene expression

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Lista de figuras:

Figura 1 - (A) Fotossíntese liquída por unidade de área, (B) condutância

estomática ao vapor d’água, (C) transpiração instantânea em folhas de plantas

jovens do genótipo de cacau CCN51, submetidas a diferentes concentrações de

Cu [■ 0, ■ 1,5, ■ 3, ■ 4,5 e ■ 6 (g L-1) – fonte (fungicida óxido cuproso)] via foliar,

aos 1, 7, 14, 21 e 30 dias após a aplicação dos tratamentos, (D) relação entre

fotossíntese e a concentração de Cu in situ no tecido foliar. Valores médios de

10 repetições (±SE). Letras maiúsculas indicam comparação entre o tempo em

dias e letras minúsculas indicam comparação entre os tratamentos pelo teste de

Tukey (p<0,05).

Figura 2 – (A) transpiração instantânea em folhas de plantas jovens do genótipo

de cacau CCN51, submetidas a diferentes concentrações de Cu [■ 0, ■ 1,5, ■ 3,

■ 4,5 e ■ 6 (g L-1) – fonte (fungicida óxido cuproso)] via foliar, aos 1, 7, 14, 21 e

30 dias após a aplicação dos tratamentos, (B) relação entre fotossíntese e a

concentração de Cu in situ no tecido foliar. Valores médios de 10 repetições

(±SE). Letras maiúsculas indicam comparação entre o tempo em dias e letras

minúsculas indicam comparação entre os tratamentos pelo teste de Tukey

(p<0,05).

Figura 3 - Atividade das enzimas do metabolismo antioxidativo.nos diferentes

intervalos de tempo (■ 0h, ■ 3h, ■ 6h, ■ 12h, ■ 24h, ■ 48h, ■ 96h após a aplicação

dos tratamentos). (A) SOD-Dismutase do superóxido, (B) CAT- Catalase, (C)

APX- Peroxidase do ascorbato, (D) GPX- Peroxidase do guaiacol, em folhas de

plantas jovens do genótipo de cacau CCN 51 submetidas a diferentes

concentrações de Cu [■ 0, ■ 1,5, ■ 3, ■ 4,5 e ■ 6 (g L-1) – fonte (fungicida óxido

cuproso)] via foliar. Valores médios de 5 repetições (±SE). Letras maiúsculas

indicam comparação entre os tratamentos de Cu e letras minúsculas indicam

comparação entre os intervalos de tempo pelo teste de Tukey (p<0,05).

Figura 4 - Concentração de prolina em tecido foliar de plantas jovens do genótipo

de cacau CCN 51 submetidas a concentrações crescentes de Cu [ 0, 1,5, 3, 4,5

e 6 (g L-1) – fonte (fungicida óxido cuproso)] via foliar. Valores médios de cinco

repetições biológicas (±SE). Letras maiúsculas indicam comparações de médias

entre os tratamentos pelo teste de Tukey (p<0,05).

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x

Figura 5- Expressão relativa dos genes codificadores da biossíntese das

proteínas psbA (A) e psbO de PS2 (B), dismutase do superóxido citoplasmática-

sod cyt (C), dismutase do superóxido cloroplastídica- sod chl (D), peroxidases

classe III- per-1 (E) e metalotioneínas- Mt2b (F) em folhas de plantas jovens do

genótipo de cacau CCN 51, submetidas a diferentes concentrações de Cu [■ 0,

■ 1,5, ■ 3, ■ 4,5 e ■ 6 (g L-1) – fonte (fungicida óxido cuproso)] via foliar em dois

intervalos de tempo (■ 24 h e ■ 96 h). Valores médios de três repetições

biológicas (± SE). Letras maiúsculas indicam comparações médias entre os

tratamentos de Cu, pelo teste de Tukey (p<0,05). A significância estatística entre

os intervalos avaliados foi determinada pela ANOVA, seguida do teste t (* p

<0,05).

Figura 6 - Concentração de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)

em folhas de plantas jovens do genótipo de cacau CCN 51, submetidas a

diferentes concentrações de Cu [ 0, 1,5, 3, 4,5 e 6 (g L-1) – fonte (fungicida

óxido cuproso)] via foliar. Valores médios de cinco repetições biológicas (±SE).

Letras maiúsculas indicam comparações de médias entre os tratamentos pelo

teste de Tukey (p<0,05).

Figura 7 - Acúmulo de Cu em folhas de plantas jovens do genótipo de cacau

CCN 51, submetidas a diferentes concentrações de Cu [ 0, 1,5, 3, 4,5 e 6 (g L-

1) – fonte (fungicida óxido cuproso)] via foliar. Valores médios de quatro

repetições biológicas (±SE). Letras maiúsculas indicam comparações de médias

entre os tratamentos pelo teste de Tukey (p<0,05).

Lista de tabelas:

Tabela 1. Pares de primers genes específicos utilizados na análise qRT-PCR.

Tabela 2. Concentração de macro e micronutrientes minerais em folhas de

plantas jovens do genótipo de cacau CCN 51, submetidas a diferentes

concentrações de Cu [0, 1,5, 3, 4,5 e 6 (g Cu L-1) – fonte (fungicida óxido

cuproso)] via foliar. Valores médios de quatro repetições biológicas (± SE). Letras

maiúsculas indicam comparações de médias entre os tratamentos pelo teste de

Tukey (p<0,05

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INTRODUÇÃO GERAL

O cacau (Theobroma cacao) é uma espécie perene de porte arbóreo,

preferencialmente alógama com origem na região do Alto Amazonas, terras

baixas do México e América central (ALMEIDA; VALLE, 2009; 2007). A espécie

pertence a família Malvaceae, assim como todo o gênero Theobroma, que

compreende cerca de 22 espécies, dentre as quais o destaque é o T. cacao

(MONTEIRO; AHNERT, 2011).

Nas plantações de cacau se utiliza comumente fungicida cúprico, na

forma de óxido cuproso, como controle químico para proteção de flores e frutos

contra o ataque de fungos, como Moniliophthora perniciosa e Phytophthora sp,

que, uma vez sem controle, pode comprometer grande parte da produção de

frutos. Apesar de a externalidades negativas do controle químico, a fim de

defender métodos alternativos de controle (TONDJE et al., 2006; DEBERDT et

al., 2008), a pulverização de fungicidas é a alternativa mais barata e acessível e,

por hora, contribui positivamente para o controle eficiente das doenças (AKROFI

et al., 2003; BATEMAN et al., 2005; GOCKOWSKI et al., 2005). Segundo

Cabala-Rosand et al. (1982), pulverizações com fungicidas cúpricos é o principal

determinante do alto teor de cobre (Cu) nos solos cultivados com cacau.

Pesquisas realizadas na região comprovam o aumento dos teores de Cu no solo,

quando comparado com áreas isentas de aplicação de fungicidas por um período

de cinco ou dezesseis anos (VELOSO; SANTANA, 2000).

O cobre (Cu) é um elemento calcófilo e siderófilo. Ocorre nas formas

cuprosa (Cu+2) e cúprica (Cu+3), ocorrendo também na forma metálica em alguns

minerais. Por apresentar forte caráter covalente das ligações do metal com

outros elementos, é encontrado principalmente como sulfetos em rochas ígneas.

Embora seja encontrado, naturalmente, em arenito e em minerais, pode também

ser encontrado no solo por ações antropogênicas (van RAIJ, 1991; ABREU et

al., 2002; LOPES et al., 2006). A sua retenção no solo pode ser explicada por

mecanismos de adsorção nas superfícies das partículas minerais, por meio da

complexação com substâncias húmicas em partículas orgânicas e reações de

precipitação (KHAN; SCULLION, 2000).

Durante o processo de adsorção, Cu acumulado na interface, entre a

superfície sólida e a solução adjacente, pode se tornar disponível no solo na

forma de íons livres. Estes íons complexados por ligações iônicas ou covalentes

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são retidos e absorvidos pelas plantas. Isto acontece quando Cu forma

complexos (CuOH+) de alta energia de ligação, em superfícies que contêm

grupos hidroxilas como óxidos e hidróxidos de Al, Fe e Mn (GUILHERME et al.,

1995; ALLOWAY; AYRES, 1997). Por outro lado, Cu pode ser complexado,

também, em formas orgânicas insolúveis na matéria orgânica, pela sua

capacidade de formar quelatos. Dessa forma, Cu permanece indisponível ou

não, atenuando sua capacidade de produzir efeitos de toxidez para as plantas

ou de contaminar as águas superficiais e subterrâneas (SIMÃO; SIQUEIRA,

2001; COSTA et al., 2004;).

Nas plantas, Cu está envolvido em diversos processos fisiológicos

(NAGAJYOTI et al., 2010). As proteínas e enzimas contendo Cu, conhecidas

como cuproenzimas, possuem um papel crucial no metabolismo celular.

Apresenta um papel fundamental como constituinte de enzimas eucarióticas

onipresentes como: (i) citocromo c oxidase mitocondrial, que catalisa a redução

do oxigênio molecular em água, um passo fundamental na síntese de ATP

durante a respiração, (ii) superóxido dismutase do tipo Cu/Zn (SOD-Cu/Zn),

enzima antioxidante responsável por catalisar a decomposição dos radicais

superóxido no citosol e nos cloroplastos de células vegetais e (iii) lacases de

parede celular, oxidases que contribuem para a modificação da parede celular,

por meio da polimerização de monolignóis em lignina no apoplasto. Por outro

lado, Cu participa também como cofator de molibdênio, formando sítios ativos

das enzimas dependentes de Mo. Ademais está envolvido na assimilação de N

e ácido abscísico (ABA), no catabolismo de purinas e na desintoxicação por

sulfito (KUPER et al., 2004; PRINTZ et al., 2016).

O excesso de Cu o torna extremamente tóxico para as plantas (KUPPER;

ANDRESEN, 2016). Alguns distúrbios fisiológicos e bioquímicos são

frequentemente associados ao aumento dos teores de Cu nas plantas

(MATEOS-NARANJO et al., 2013; SOUZA et al.,2014; TIECHER et al., 2016). A

alta concentração de Cu na planta pode inibir o seu crescimento, por

interferência em processos celulares importantes, como a estrutura da

cromatina, síntese de proteínas e atividade de enzimas envolvidas nos

processos de fotossíntese e respiração (YRUELA, 2009). Por outro lado,

elevadas concentrações de metais tóxicos pode induzir estresse oxidativo, em

função da formação excessiva de espécies reativas de oxigênio (ERO) (SHAHID

et al., 2017).

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Como exemplo de ERO pode ser citado os radicais superóxido (O2-•),

peróxido de hidrogênio (H2O2), radicais hidroxílicos (OH•) e oxigênio singleto

(1O2), que se formam naturalmente, em pequenas concentrações, nos

cloroplastos, mitocôndrios e peroxissomos, como subprodutos do metabolismo

aeróbio. Estas espécies reativas são eliminadas constantemente pelo sistema

antioxidativo enzimático e não enzimático para a manutenção da homeostase

celular (MITTLER, 2017). A partir do momento que o acúmulo de ERO não é

totalmente eliminado pelos sistemas antioxidantes, desencadeia-se, em seguida,

o estresse oxidativo em nível celular. As enzimas antioxidativas dismutase do

superóxido (SOD, CE 1.15.1.1), peroxidase do ascorbato (APX, EC 1.11.1.11),

peroxidase do guaicol (GPX, EC 1.11.1.7) e catalase (CAT, EC 1.11.1.6)

participam do processo de eliminação e desintoxicação de ERO’s, cujas

atividades são monitoradas para avaliação de plantas em condição de estresse

(MITTLER, 2017).

A ativação da síntese e acúmulo de aminoácidos livres como a prolina,

tem sido relatada como um agente antioxidante não enzimático, frente ao

estresse por metais tóxicos (CHRISTHUUTHAYAM et al., 2018). A prolina possui

múltiplas funções, tais como regulador da pressão osmótica, redutor de radicais

livres, estabilizador de enzimas, de membranas e de estruturas protéicas. Além

disso, a prolina mantém o pH citosólico, ajudando a equilibrar o estado de

reações redox da célula (ASLAN et al., 2017).

Outro importante mecanismo de desintoxicação e tolerância desenvolvido

pelas plantas, frente ao estresse induzido por Cu e outros metais tóxicos, é a

quelação por peptídeos como as metalotioneínas e fitoquelatinas (HASAN et al.,

2017; SRIVASTAVA et al., 2017). A biossíntese de metalotioneínas é estimulada

em função da concentração de metal livre nas células (HASAN et al., 2017; TAIZ

et al., 2017). As metalotioneínas, faz parte de uma família de proteínas de baixo

peso molecular, ricas em cisteína, que apresentam uma forte correlação entre

sua expressão e a concentração de metais no ambiente, devido à alta afinidade

por íons metálicos. As metalotioneínas são produtos da tradução de mRNA e

são expressas em resposta a diferentes tipos de estresses abióticos (HASAN et

al., 2017; SHAHID et al.,2017, NAVARRETE et al., 2019). Já as fitoquelatinas

(PCs) são pequenos polipeptídeos ricos em cisteína com estrutura: (γ-Glu-Cys)

n-Gly e comprimentos de cadeia entre 2 e 11 unidades, responsáveis pela

quelação de metais via grupos sulfidrila (COBBETT; GOLDSBROUGH, 2002).

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As PCs são sintetizadas pela enzima fitoquelatina sintase (PCS) usando

glutationa reduzida (GSH) como substrato. Sua ativação ocorre na presença de

íons metálicos ou por meio de ligação aos complexos GSH (OSAKI et al., 2009).

Tanto as metalotioneínas quanto as fitoquelatinas atuam no sequestro do Cu,

inativando o mesmo no citoplasma e transportando o metal complexado para os

vacúolos, onde serão compartimentalizados (LANGE et al., 2017, NAVARRETE

et al., 2019). Dessa forma, protegem as plantas proporcionando resistência ao

efeito deletério dos metais pesados, restringindo sua acumulação na parte aérea

das mesmas (YADAV, 2010).

Este estudo teve como objetivos principais: (i), avaliar os efeitos da

aplicação de Cu via foliar sobre as trocas gasosas (ii) determinar o teor de macro

e micronutrientes minerais em folhas; (iii) determinar a atividade de enzimas

relacionadas ao metabolismo antioxidativo; (iv) avaliar os produtos resultantes

da peroxidação lipídica em nível foliar; (v) determinar a concentração de prolina,

osmólito não enzimático relacionado ao metabolismo antioxidativo e (vi) analisar

os padrões de expressão de genes envolvidos na biossíntese de enzimas

antioxidativas (Sod cyt, Sod chl e per-1), das proteínas do fotossistema 2 (PsbA

e PsbO) e da metalotioneína (Mt2b).

Material e Métodos

Material vegetal e condições de cultivo

O experimento foi conduzido em condições de casa de vegetação no

Campus da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilhéus, Bahia, Brasil

(14º 47’ S, 39º 10’ W). Sementes do genótipo de cacau CCN 51 foram

germinadas em tubetes de polietileno de 288 cm3, contendo substrato orgânico

(casca de Pinnus + fibra de coco na proporção de 1:1), enriquecido com macro

e micronutrientes minerais, de acordo com as exigências da cultura. Logo depois,

aos 60 dias após a emergência, as plântulas foram transplantadas para vasos

plásticos com capacidade de 5 kg contendo solo previamente corrigido (pH 5.6)

e adubado, de acordo com a sua análise fisico-química. Posteriormente, aos 90

dias após o transplantio, foi realizada uma única aplicação via foliar, tanto na

face adaxial como na abaxial, com pulverizador manual, usando 50 mL de

solução por planta de concentrações crescentes de Cu (1,5; 3; 4,5 e 6 g Cu L-¹),

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juntamente com o controle (sem adição de Cu), sob a forma Cu2O, e avaliado

por período de 30 dias.

Medições de trocas gasosas foliares

A taxa fotossintética líquida (A) e a taxa de transpiração instantânea (E)

foram medidas na 2ª ou 3ª folha completamente expandida a partir da

extremidade do eixo caulinar, nos intervalos de tempo de 1, 7, 14, 21 e 30 dias

após aplicação dos tratamentos (AAT), em 10 plantas por tratamento + controle,

perfazendo um total de 50 plantas. As medições foram realizadas

semanalmente, entre 8 e 11 h, com um sistema aberto de analisador de gases

por infravermelho, modelo LI-6400 (Li-Cor Biosciences Inc., Lincoln, NE, USA),

equipado com uma câmara Li-6400-40 e fonte de luz artificial 6400-02B RedBlue.

A fonte de luz artificial foi ajustada para prover uma radiação fotossinteticamente

ativa de 800 μmol m−2 s−1, o fluxo de CO2 foi ajustado para manter uma

concentração de 380 µmol mol-1 no interior da câmara e a temperatura da

câmara foliar foi mantida constante em 28 °C. A condutância estomática ao vapor

de água (gs) foi calculada pelo referido equipamento a partir dos valores de A e

E (VON CAEMMERER; FARQUHAR, 1981).

Atividade das enzimas GPX, APX, SOD e CAT

Os ensaios da atividade das enzimas do metabolismo antioxidativo foram

realizados em tecidos foliares, na 2ª ou 3ª folha a partir do ápice caulinar,

coletadas de 25 plantas (cinco de cada tratamento + controle) e lavadas com

água deionizada (2x), HCl a 3% (2x), EDTA a 3% (2x) e água destilada (2x) para

eliminação de Cu não absorvido pela folha. As coletas foram realizadas em

diferentes intervalos de tempo correspondentes a 0, 3, 6, 12, 24, 48 e 96 h AAT.

Imediatamente após a coleta, as folhas foram imersas em nitrogênio líquido,

armazenadas em ultrafreezer – 80 °C e, posteriormente, liofilizadas e

armazenadas em freezer – 20 °C. As atividades de SOD, GPX, APX e CAT foram

determinadas de acordo com Carlberg e Mannervik (1985), Giannopolitis e Ries

(1977), Havir e Mchale (1987), Nakano e Asada (1981), respectivamente.

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Determinação de prolina livre.

Foi coletada a 2ª ou 3ª folha madura, a partir do ápice caulinar, de cinco

plantas por tratamento + controle, perfazendo um total de 25 plantas, aos 30 dias

AAT. Imediatamente após, as folhas foram destacadas das plantas e lavadas

com água deionizada (2x), HCl a 3% (2x), EDTA a 3% (2x) e água destilada (2x)

e colocadas em sacos de papel e levadas à estufa de secagem com ventilação

forçada de ar a 70 °C até massa constante. Posteriormente, a biomassa seca foi

moída em moinho de facas tipo Willey, modelo MA-340, usando peneiras de 20

mesh de abertura de malha. Em seguida, a prolina livre das folhas foi extraída

da biomassa seca triturada e o seu teor determinado pelo método do ácido

sulfosalicílico, de acordo com os procedimentos descritos por Bates et al. (1973)

com pequenas modificações (KHEDR et al., 2003).

Peroxidação lipidica

A peroxidação lipídica de membranas celulares foi obtida por meio da

determinação das substâncias reativas ao ácido tiobarbiturico (TBARS),

principalmente malondialdeido (MDA), de acordo com metodologia descrita por

Cakmak e Horst (1991) com algumas modificações (SOUZA et al., 2014).

Utilizou-se amostras foliares coletadas e liofilizadas aos 30 dias AAT. A leitura

foi realizada em espectrofotometro de microplacas (SpectraMax Paradigm Multi-

Mode Microplate Reader, Molecular Devices, EUA), em comprimento de onda de

532 e 600 nm. A concentração de MDA foi calculada utilizando o coeficiente de

absorbância para o MDA de 155 Mm cm-1.

Expressão gênica

A partir da análise dos resultados da atividade das enzimas do

metabolismo antioxidativo, realizada nos diferentes tratamentos + controle, nos

intervalos de tempo correspondentes a 0, 3, 6, 12, 24, 48 e 96 h AAT, foram

selecionados os intervalos de 24 e 96 h AAT, que apresentaram maiores

contrastes entre tratamentos e controle, para analises de real time (qRT-PCR).

Para extração do RNA total, usou-se parte das amostras foliares

coletadas e liofilizadas para a determinação da atividade das enzimas do

metabolismo antioxidativo. A extração do RNA foi realizada utilizando o kit

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RNAqueous (Ambion®) de acordo com as intruções do fabricante. A

concentração e pureza do RNA foram determinadas espectrofotometricamente

a 260 e 280 nm. O cDNA foi sintetizado usando o kit High Capacity RNA-to-cDNA

(Applied Biosystems, CA, USA) de acordo com as instruções do fabricante. O

cDNA foi amplificado por qRT-PCR, utilizando vários pares de primers

relacionados à biossíntese de proteínas envolvidas no metabolismo

antioxidativo, no PS2 da fase fotoquímica da fotossíntese, na quelação e

sequestro de metais, no estresse térmico e na via glicolítica (Tabela 1).

Nutrientes minerais

Para a determinação dos teores de macro (N, P, K, Ca, Mg e S) e

micronutrientes (Cu, Fe, Zn, Mn e B) minerais foram utilizadas partes da

biomassa seca foliar triturada e usada para a determinação do teor de prolina,

cujas folhas foram coletadas nos diferentes tratamentos + controle aos 30 dias

AAT. Sequencialmente, o material vegetal seco e moído foi submetido à digestão

nitroperclorica (3:1 v:v). Após a digestão, os teores de macro e micronutrientes

minerais foram determinados por meio de Espectrometria de Emissão Óptica por

Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-OES) modelo “Varian 710-ES” (Agilent

Technologies, Santa Clara, CA).

Análise estatística

O delineamento experimental adotado no estudo foi o inteiramente

casualizado, com cinco tratamentos, referentes às concentrações crescentes de

Cu + controle, com 20 repetições e uma planta por unidade experimental.

Entretanto, houve variações do número de repetições, de acordo com o

parâmetro avaliado. Foram utilizadas dez repetições para medições de trocas

gasosas foliares, cinco repetições para atividade enzimática e expressão gênica,

cinco repetições para prolina, nutrientes minerais e peroxidação lipidica. Fez-se

análise de variância (ANOVA) e comparação de medias, entre tratamentos e

controle, usando o teste de Tukey (p<0.05).

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Resultados

Trocas gasosas foliares

O aumento da concentração de Cu na superfície foliar e o tempo de

exposição aos tratamentos aplicados impactaram negativamente A, gs e E (Fig.

1 e 2) com decréscimo verificado após o primeiro dia após aplicação dos

tratamentos.

Após os sete dias AAT houve diferença significativa nos valores de A, gs

e E em relação ao controle. Na concentração de 6 g Cu L-1, as diminuições nos

valores de A, gs e E foram na ordem de 58%, 30% e 56%, respectivamente. Por

outro lado, aos 21 dias AAT o decréscimo observado nos valores de A, gs e E

foi de 57%, 70% e 56% e de 43%, 53% e 55% para as concentrações de 4,5 e 6

g Cu L-1, respectivamente. Entretanto, aos 30 dias AAT, os valores de A

diminuíram 54%, 58% e 77% para os tratamentos de 3,0, 4,5 e 6,0 g Cu L-1,

respectivamente. No entanto, não houve variações significativas para os valores

de gs nestas mesmas concentrações de Cu. Mas, em geral, verificou-se uma

diminuição de gs na ordem de 45%, quando comparado ao controle (Fig. 1B).

Foi observado redução exponencial de A à medida que a concentração de Cu

no tecido aumentou (Fig.1D).

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Figura 1 - (A) Fotossíntese liquída por unidade de área, (B) condutância estomática ao

vapor d’água em folhas de plantas jovens do genótipo de cacau CCN51, submetidas a

diferentes concentrações de Cu [■ 0, ■ 1,5, ■ 3, ■ 4,5 e ■ 6 (g L-1) – fonte (fungicida

óxido cuproso)] via foliar, aos 1, 7, 14, 21 e 30 dias após a aplicação dos tratamentos.

Valores médios de 10 repetições (±SE). Letras maiúsculas indicam comparação entre o

tempo em dias e letras minúsculas indicam comparação entre os tratamentos pelo teste

de Tukey (p<0,05).

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Figura 2 - (A) transpiração instantânea em folhas de plantas jovens do genótipo de

cacau CCN51, submetidas a diferentes concentrações de Cu [■ 0, ■ 1,5, ■ 3, ■ 4,5 e ■

6 (g L-1) – fonte (fungicida óxido cuproso)] via foliar, aos 1, 7, 14, 21 e 30 dias após a

aplicação dos tratamentos, (B) relação entre fotossíntese e a concentração de Cu in situ

(mg kg-1 DW) no tecido foliar. Valores médios de 10 repetições (±SE). Letras maiúsculas

indicam comparação entre o tempo em dias e letras minúsculas indicam comparação

entre os tratamentos pelo teste de Tukey (p<0,05).

D

(mg kg-1 DW)

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Metabolismo antioxidativo

Em geral, houve um aumento significativo (p<0.05) na atividade das

enzimas envolvidas no metabolismo antioxidativo com o incremento das

concentrações de Cu aplicado via foliar e com o tempo de exposição às

diferentes concentrações do metal. Houve um aumento na atividade de SOD,

nas concentrações de 4,5 e 6 g Cu L-1, as 6 e 96 h AAT, de 40 e 528% e de

290% e 570%, respectivamente, quando comparado ao controle (Fig. 3A). A

maior atividade de CAT (Fig. 3B) foi evidenciada na concentração de 4,5 g Cu L-

1 as 3 h AAT. Esse tratamento promoveu um aumento na atividade de CAT na

ordem de 458% as 3 h AAT e de 241% às 96 h AAT, quando comparado ao

controle. Por outro lado, não houve variação na atividade de APX nas doses

correspondentes a 1,5; 3 e 6 g Cu L-1 (Fig. 3C) em relação ao controle.

Entretanto, verificou-se um aumento na atividade de APX de 607, 501 e 506%

nas concentrações de 1,5; 3 e 6 g Cu L-1 as 96 h AAT, respectivamente, quando

comparado ao controle. Para GPX (Fig. 3D), a maior atividade se verificou na

concentração de 6 g Cu L-1 as 24 e 96 h AAT, cujos incrementos foram de 700 e

710%, respectivamente, quando comparado ao controle.

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Figura 3 - Atividade das enzimas do metabolismo antioxidativo.nos diferentes intervalos

de tempo (■ 0h, ■ 3h, ■ 6h, ■ 12h, ■ 24h, ■ 48h, ■ 96h após a aplicação dos

tratamentos). (A) SOD-Dismutase do superóxido, (B) CAT- Catalase, (C) APX-

Peroxidase do ascorbato, (D) GPX- Peroxidase do guaiacol, em folhas de plantas jovens

do genótipo de cacau CCN 51 submetidas a diferentes concentrações de Cu [■ 0, ■ 1,5,

A

B

C

D

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23 ■ 3, ■ 4,5 e ■ 6 (g L-1) – fonte (fungicida óxido cuproso)] via foliar. Valores médios de

5 repetições (±SE). Letras maiúsculas indicam comparação entre os tratamentos de Cu

e letras minúsculas indicam comparação entre os intervalos de tempo pelo teste de

Tukey (p<0,05).

Prolina

Houve um aumento significativo (p<0,05) crescente do teor de prolina nas

folhas com o incremento das concentrações de Cu aplicadas via foliar. O maior

teor de prolina foi observado na concentração de 6 g Cu L-1, cujo aumento foi de

400%, quando comparado ao controle (Fig. 4).

Figura 4 - Concentração de prolina em tecido foliar de plantas jovens do genótipo de

cacau CCN 51 submetidas a concentrações crescentes de Cu [ 0, 1,5, 3, 4,5 e 6 (g Cu

L-1) – fonte (fungicida óxido cuproso)] via foliar. Valores médios de cinco repetições

biológicas (±SE). Letras maiúsculas indicam comparações de médias entre os

tratamentos pelo teste de Tukey (p<0,05).

Expressão gênica

Observou-se diferença significativa (p<0,05) na expressão relativa dos

genes psbA, psbO, Mt2b, sod cyt, sod chl e per-1 em função das concentrações

de Cu aplicadas via foliar e do tempo de exposição ao metal (Fig 5). No período

de 24 h AAT, as maiores expressões relativas dos genes sod cyt, psbA, per-1 e

Mt2b (Fig. 5C, A, E e F) ocorreram na concentração de 6 g Cu L-1, com aumentos

E

A

D

C

B

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de 130x, 150x, 140x e 85x, respectivamente, quando comparado ao controle.

Por outro lado, na concentração de 4,5 g Cu L-1, houve um acréscimo na ordem

de 120x a expressão relativa do gene psbO (Fig 5B). A expressão relativa mais

elevada do gene sod chl (Fig. 5D) foi observada na concentração de 3 g Cu L-1,

com um incremento de 136x, quando comparado ao controle. Além disso, nas

concentrações de 4,5 e 6 g Cu L-1 também houve aumento da expressão relativa

dos genes sod cyt e sod chl (Fig 5C e D), com acréscimo na ordem de 130 e

220x e 135 e 130x, respectivamente. Em contrapartida, nas concentrações de

4,5 e 3 g Cu L-1, verificou-se repressão da expressão relativa dos genes psbA e

psbO, respectivamente (Fig. 5A e B). No período de 96 h AAT, as maiores

expressões relativas dos genes sod cyt, psbA e Mt2b (Fig 5A, D e F) foram

observadas na concentração de 6 g Cu L-1, com aumentos de 220x, 135x e 130x,

respectivamente, quando comparado ao controle. Entretanto, para o gene per-1

(Fig. 5E), a maior expressão relativa, no intervalo de 96h AAT, foi observada na

concentração de 3 g Cu L-1, com aumento correspondente a 70x. Por outro lado,

a expressão dos genes sod chl e psbO (Fig 5D e B) ocorreu na concentração de

1,5 g Cu L-1, com um acréscimo na ordem de 80x, quando comparado ao

controle.

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Tabela 1. Pares de primers genes específicos utilizados na análise qRT-PCR.

a http://esttik.cirad.fr/index.html b http://cocoagendb.cirad.fr/ c http://www.ncbi.nlm.nih.gov/

Gene Acesso Função Primer

Cu-Zn

sodcyt CL94Contig1a

Biossíntese de Cu-

Zn SOD citosólica

F—5′-GATGATGGCTGTGTGAGTTTCTCT-3′

R—5′-CAACAACAGCTCTTCCAATAATTGA-3′

Cu–Zn

sodchl CL872Contig1a

Biossíntese de Cu-

Zn SOD

cloroplastídica

F—5′-AATGGATGCATGTCAACAGGAGC−3′

R—5′-ATGTTTCCCAGGTCACCCGC-3′

psbA NC_014676.2c

Biossíntese da

proteína PsbA ou

proteína D1

F—5′-GGTTTGCACTTTTACCCGA−3′

R—5′-CTCATAAGGACCGCCATT-3′

psbO CL326Contig1a

Biossíntese da

proteína PsbO ou

protéina OEE1

F—5′-GCAAACGCTGAAGGAGTT-3′

R—5′-GGCTTGAAGGCAAATGAGTC-3′

per-1 CK144296.1a

Biossíntese de

peroxidase da

classe III

F—5′-CAGGTGTCGTGGGATCAAGA-3′

R—5′-TGGAAAAACTACGCCAAATATGC-3′

Mt2b CL9Contig1a Biossíntese de

metalotioneínas

F—5′-GCAACCCTTGCACTTGTAAATG-3′

R—5′-CAAGCCATGGCAACTTTATTCTAA-3′

hsp70 NC_030850c

Endógeno

F- 5’-GAAGTTTGAGCTCACGGGAATT-3’

R- 5’-TCGCATCAATGTCGAACACA-3’

GAPDH NC_030853c Endógeno

F-5’-GGGAGGTGCAAAGAAAGTTATCA-3’

R-5’-TTCCTTTTCATTGACACCAACAA-3’

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Figura 5 - Expressão relativa dos genes codificadores da biossíntese das proteínas

psbA (A) e psbO de PS2 (B), dismutase do superóxido citoplasmática- sod cyt (C),

dismutase do superóxido cloroplastídica- sod chl (D), peroxidases classe III- per-1 (E) e

metalotioneínas- Mt2b (F) em folhas de plantas jovens do genótipo de cacau CCN 51,

submetidas a diferentes concentrações de Cu [■ 0, ■ 1,5, ■ 3, ■ 4,5 e ■ 6 (g L-1) – fonte

(fungicida óxido cuproso)] via foliar em dois intervalos de tempo (■ 24 h e ■ 96 h).

Valores médios de três repetições biológicas (± SE). Letras maiúsculas indicam

comparações médias entre os tratamentos de Cu, pelo teste de Tukey (p<0,05). A

significância estatística entre os intervalos avaliados foi determinada pela ANOVA,

seguida do teste t (* p <0,05).

A B

C D

E F

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Peroxidação lipídica

À semelhança do teor de prolina, houve, também, um aumento

significativo (p<0,05) crescente no teor de TBARS nas folhas com o incremento

das concentrações de Cu aplicadas via foliar. O maior teor de TBARS, na

concentração de 6 g Cu L-1, correspondeu a um aumento de 300% em relação

controle (Fig. 6).

Figura 6 - Concentração de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) em

folhas de plantas jovens do genótipo de cacau CCN 51, submetidas a diferentes

concentrações de Cu [ 0, 1,5, 3, 4,5 e 6 (g L-1) – fonte (fungicida óxido cuproso)] via

foliar. Valores médios de cinco repetições biológicas (±SE). Letras maiúsculas indicam

comparações de médias entre os tratamentos pelo teste de Tukey (p<0,05).

Nutrientes minerais

A aplicação de diferentes concentrações de Cu via foliar alterou

significativamente (p<0,05) a concentração de macro e micronutrientes minerais

nas folhas. Dentre os macronutrientes analisados (Tabela 2), houve um aumento

na ordem de 112 e 118% na concentração de Ca e Mg para as concentrações

de 4,5 e 6 g Cu L-1, respectivamente, em relação ao controle. Em contrapartida,

o aumento da concentração de Cu via foliar induziu a uma redução na ordem de

18 e 3% na concentração de K e S, respectivamente. No entanto, o aumento das

concentrações de Cu via foliar não alterou as concentrações de N e P nas folhas.

E

A

B

C

D

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Por outro lado, para os micronutrientes minerais, observou-se um aumento na

ordem de 861, 980 e 109% e de 107 e 92,5 e 105% na concentração de Fe, Mn

e B nas concentrações 4,5 e 6 g Cu L-1, respectivamente, em comparação ao

controle (Tabela 2). Entretanto, para a concentração de Cu, foi observado um

incremento significativo (p<0,05) com as concentrações crescentes de Cu

aplicadas via foliar, cujos aumentos foram na ordem de 181, 300, 363 e 969%,

nas concentrações de 1,5; 3; 4,5 e 6 g Cu L-1, respectivamente, em relação ao

controle (Fig. 7).

Tabela 2. Concentração de macro e micronutrientes minerais em folhas de plantas

jovens do genótipo de cacau CCN 51, submetidas a diferentes concentrações de Cu [0,

1,5, 3, 4,5 e 6 (g L-1) – fonte (fungicida óxido cuproso)] via foliar. Valores médios de

quatro repetições biológicas (± SE). Letras maiúsculas indicam comparações de médias

entre os tratamentos pelo teste de Tukey (p<0,05).

Parameter

Cu (g L-1)

0 1.5 3.0 4.5 6.0

Macronutrient (g kg-1 DW)

N 30,06±0,80 A 29,18± 0,65 A 30,99±0,63A 30,45 ± 0,34 A 28,25±0,56 A

P 1,11 ± 0,00 A 1,14 ± 0,02 A 1,10 ± 0,01 A 1,13 ± 0,01 A 1,14 ± 0,02 A

K 15,25±0,11A 14,34±0,32AB 13,63 ±0,19 B 13,75 ±0,19 B 13,57±0,17 B

Ca 9,39 ± 0,14 B 9,68 ±0,18 AB 10,45 ±0,31 A 10,09 ± 0,08 A 10,59±0,19 A

Mg 3,60 ± 0,07 B 3,95± 0,05 AB 4,48 ± 0,12 A 4,25 ± 0,08 A 4,50 ± 0,03 A

S 2,05 ± 0,07 A 1,94 ±0,03 B 1,98 ±0,08 B 2,03 ±0,07 A 1,94 ±0,05 B

Micronutrient (mg kg-1 DW)

Fe 13,57±1,18 E 14,24± 1,22 D 98,70 ± 0,89 C 112,66 ± 1,11 B 130,05±0,12A

Zn 41,64±1,32 A 30,08±0,90 D 30,73 ± 0,82 D 32,83 ± 0,65 C 36,61± 0,54 B

Mn 392,93±2,22E 441,53±1,21A 399,45 ± 0,98 D 428,46 ± 3,12 B 422,31±2,78C

B 40,16±0,98B 36,66±1,19 D 35,38 ± 2,00 E 37,23 ± 0,88 C 42,31± 0,64 A

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Figura 7 - Acúmulo de Cu em folhas de plantas jovens do genótipo de cacau CCN 51,

submetidas a diferentes concentrações de Cu [ 0, 1,5, 3, 4,5 e 6 (g L-1) – fonte (fungicida

óxido cuproso)] via foliar. Valores médios de quatro repetições biológicas (±SE). Letras

maiúsculas indicam comparações de médias entre os tratamentos pelo teste de Tukey

(p<0,05).

Discussão

A toxicidade de Cu promovida pela aplicação do fungicida óxido cuproso

via foliar alterou significativamente as características fisiológicas, bioquímicas e

moleculares das folhas das plantas jovens do genótipo de cacau CCN 15. As

trocas gasosas foliares (A, gs e E) foram severamente afetadas pela aplicação

de Cu via foliar, principalmente nas concentrações 4,5 e 6 g Cu L-1 (Fig 1).

Observou-se que os danos ocasionados pelas concentrações de Cu não foram

de origem difusional e sim de origem bioquímica, visto que não houve alterações

significativas nos valores de gs nas concentrações de 4,5 e 6 g Cu L-1 (Fig. 1). O

que esteve associado a maior concentração de Cu in situ nos tecidos foliares

(Fig. 1 D), o que indica efeito de dose tempo dependente. As alterações nas

trocas gasosas foliares podem ser explicadas, em parte, pelo decréscimo da

expressão de genes psbA e psbO, responsáveis pela biossíntese das proteínas

PsbA e PsbO de PS2 da cadeia transportadora de elétrons na fase fotoquímica

da fotossíntese (Fig. 4A e B).

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Alterações nas características fotossintéticas podem determinar a

tolerância das plantas à determinada condição de estresse (MEDINA et al., 2009;

DAYMOND et al., 2011). O cobre atua como um elemento estrutural fundamental

de mitocôndrios, cloroplastos e proteínas, como a plastocianina, que está

envolvida na transferência de elétrons entre o PS2 e PS1 na fase fotoquímica da

fotossíntese (ADREES et al., 2015), e pelas alterações na atividade das enzimas

do metabolismo antioxidativo e no teor de TBARS (SHAHID et al., 2017). Por

outro lado, o excesso de Cu em plantas causa a competição com outros íons

metálicos (Zn, Fe e Ni), além da substituição de elementos estruturais em

enzimas, como a ribulose-1,5-bisfosfato carboxilase/oxigenase (RuBisCO)

(KUPPER; ANDRESEN, 2016).

Severas alterações nas trocas gasosas foliares em resposta ao aumento

da concentração de Cu foi encontrado em T. cacao, com fornecimento de Cu (8

mg L-1) em solução nutritiva (SOUZA et al., 2014), Hymenaea courbaril

(MARQUES et al., 2018), Kandelia obovata (SORRENTINO et al.,2018),

Aegiceras corniculatum e Bruguiera gymnorrhiza (LIU et al., 2009) e Silene

paradoxa (BAZIHINA et al., 2015).

A toxicidade por metais causa foto-oxidação e dissipação de elétrons,

resultando no excesso de formação de espécies reativas de oxigênio (ERO)

(GURURANI et al., 2015). Para manter o equilíbrio redox do metabolismo, as

plantas requerem de um complexo e eficiente sistema enzimático e não

enzimático de destoxificação do excesso de ERO. Neste caso, o sistema

enzimático envolve, principalmente, a atividade de SOD, CAT, GPX e APX

(DRAZKIEWICZ et al., 2003, ROUT ; SAHOO, 2013). Em plantas sob condição

de estresse abiótico ou abiótico as enzimas do sistema antioxidativo são

responsáveis por converter o O2- em H2O2 (CHOUDURY et al., 2016), que é

posteriormente removido pela peroxidases (SONG et al., 2014). A exposição

das plantas do genótipo de cacau CCN 51 às diferentes concentrações de Cu

aplicado via foliar, gerou alterações não somente nos processos fisiológicos,

mas também na atividade das enzimas do metabolismo antioxidativo (SOD,

CAT, GPX e APX), induzido pelo aumento da concentração de ERO. Foi

possível observar um padrão crescente no aumento da atividade destas

enzimas, principalmente nas concentrações correspondentes a 4,5 e 6 g Cu L-1.

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A SOD é uma das enzimas mais importantes no sistema de defesa

antioxidante das plantas, que tem como função o controle a geração de ERO,

catalisando a dismutação de dois ânions superóxidos em peróxido de hidrogênio

(H2O2) e oxigênio molecular no citosol, nos mitocôndrios e nos cloroplastos

(ZHOU et al., 2017). O aumento da atividade de SOD em nível foliar, em resposta

ao aumento da concentração de Cu, foi relatado também em Elsholtzia

haichowensis (ZHANG et al., 2010), Brassica compestris (LI et al., 2009), Oryza

sativa (MOSTOFA et al., 2015), Brassica juncea (SINGH et al., 2010) e Vitis

vinifera (ZHOU et al., 2018). Para T. cacao, o aumento da atividade das enzimas

antioxidativas, em função do aumento da concentração de Cu aplicado via foliar,

demonstra o sinergismo do sistema antioxidativo, visto que SOD, CAT, APX e

GPX são essenciais na catálise e eliminação dos produtos gerados por ERO (LI

et al., 2018).

Em adição as enzimas do metabolismo antioxidativo, as plantas se

utilizam do sistema antioxidativo não enzimático, responsável pelo acúmulo de

aminoácidos que desempenham um papel importante na mitigação do estresse

osmótico causado por metais pesados (YAN; TAM, 2013). Evidenciou-se nesse

estudo, que o acúmulo de prolina nas folhas foi diretamente proporcional às

concentrações de Cu aplicadas via foliar (Fig. 3). O acúmulo de prolina pode

influenciar a tolerância ao estresse regulando o equilíbrio redox e controlando a

expressão de genes reguladores do crescimento e desenvolvimento das plantas

(SZABADOS; SAVOURCB, 2010). Além disso, a prolina ajuda a manter o

equilíbrio hídrico das células e tecidos, protegendo, dessa forma, a integridade

estrutural de membranas e mitigando a toxicidade por metais pesados (ZHAO et

al., 2016). Desta forma, a prolina é um aminoácido multifuncional nas células,

pelo fato de prevenir a desnaturação das proteínas, auxiliar na homeostase

celular e na extinção de ERO (SINGH et al.,2015). Logo, foi possível observar

que o acúmulo de prolina nas folhas de cacau coincidiu com o aumento da

atividade das enzimas SOD, CAT, APX e GPX.

A aplicação de diferentes concentrações de Cu via foliar promoveu um

aumento significativo no teor de TBARS, resultante da peroxidação lipídica de

membranas celulares (Fig. 5), induzida pelo acréscimo na produção de ERO. O

aumento de TBARS foi diretamente proporcional ao incremento da concentração

de Cu, cujo maior valor coincidiu com a maior atividade das enzimas

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antioxidativas, com maior teor de prolina livre em nível foliar e com a maior

redução das trocas gasosas foliares. O aumento do teor de MDA, uma das

substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico, nos tecidos vegetais está associado

à degradação de membranas e de biomoléculas (PIOTTO et al., 2014;

CHOUDURY et al., 2016). Plântulas do genótipo de cacau CCN 51, cultivadas

em concentrações crescentes de Cu em solução nutritiva, apresentaram, 24 h

AAT, na concentração de 8 mg Cu L-1, danos nas membranas tilacoidais dos

cloroplastos das células do mesofilo foliar e redução das trocas gasosas foliares

(SOUZA et al., 2014). Segundo estes autores, houve também, 96h AAT,

aumento da porcentagem de extravasamento de eletrólitos pelas membranas

celulares com o aumento crescente da concentração de Cu (0,005 a 32 mg Cu

L-1) em solução nutritiva.

Outro mecanismo importante desenvolvido pelas plantas, para a

desintoxicação e tolerância a metais tóxicos, é a quelação de metais por ligantes

com alta afinidade, como as metalotioneínas (SRIVASTAVA et al., 2017). O

aumento da expressão relativa do gene Mt2b (Fig 4F), responsável pela

biossíntese de metalotioneínas, observado nas concentrações 4,5 e 6 g Cu L-1,

contribuiu, provavelmente, para a redução da concentração de Cu no citosol, por

meio de seu sequestro, inativação e compartimentalização nos vacúolos

(HASAN et al., 2017). As metalotioneínas são induzidas na presença de metais

tóxicos e estão envolvidas no controle de elementos essenciais e não essenciais

presentes em excesso nas plantas (SOUZA et al., 2014). Estudos realizados com

plântulas de cacau submetidas à toxicidade de Cu em solução nutritiva, indicam

que a indução da expressão de Mt2b pode ser uma estratégia de tolerância para

acumular maior conteúdo de Cu, visando manter o processo metabólico nas

folhas (SOUZA et al., 2014). Maior expressão de Mt2b em plantas de cacau,

submetidas ao estresse por metais tóxicos, tem sido relatado por diversos

autores (SOUZA et al.,2014; CASTRO et al., 2015; ARAÚJO et al., 2017).

No presente trabalho, o aumento da expressão relativa do gene de sod

cyt, responsável pela biossíntese da enzima SOD citoplasmática, nas folhas de

cacau, coincidiu com o aumento da atividade de SOD nas concentrações de 4,5

e 6 g Cu L-1 aplicadas via foliar. A indução pós-transcricional de genes de Cu-Zn-

sod cyt em plantas é crítica para a tolerância ao estresse oxidativo (SUNKAR et

al., 2006). Aumento da expressão do gene sod cyt em folhas de cacau do

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mesmo genótipo foi, também, observado por Souza et al. (2014), ao avaliarem

a toxidez de Cu em solução nutritiva. O aumento da atividade de SOD e de outras

enzimas do metabolismo antioxidativo atua como indicadores de transcrição na

indução de genes de biossíntese dessas enzimas (SUNKAR et al., 2006).

A toxicidade induzida pela aplicação de diferentes concentrações de Cu

via foliar, induziu a redução da concentração de macro e micronutrientes

minerais (K, S e Zn) nas folhas do genótipo de cacau CCN 51. De acordo com

Souza et al. (2014), o excesso de Cu aplicado em solução nutritiva também

interfere nas concentrações de Mn, Zn, Fe, Mg, K e Ca nos diferentes órgãos

das plântulas do genótipo de cacau CCN 51. No presente trabalho, o aumento

da concentração de Cu no tecido foliar (Fig. 6) contribuiu para as alterações

observadas nos parâmetros avaliados, principalmente nas concentrações de 4,5

e 6 g Cu L-1.

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Conclusões

A aplicação das diferentes concentrações de Cu via foliar, usando como

fonte o fungicida óxido cuproso, induziu um desequilíbrio do metabolismo celular

em folhas de plantas jovens do genótipo de cacau CCN 51, principalmente nas

concentrações de 4,5 e 6 g Cu L-1.

A toxicidade, provocada pelo excesso de Cu aplicado via foliar, promoveu

modificações nas trocas gasosas foliares, no metabolismo antioxidativo

enzimático e não enzimático e na expressão de genes relacionados ao estresse

oxidativo, à fotossíntese e ao mecanismo de detoxificação celular.

Há um padrão de resposta do tipo dose-tempo dependente, indicando que

houve um sinergismo nas vias de detoxificação celular na eliminação do excesso

de espécies reativas de oxigênio.

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