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PÁG 4 | FINANCIAMENTO Hospitais filantrópicos podem acessar crédito do BRDE. Especialista alerta sobre os cuidados antes de recorrer a financiamento. PÁG 5 | RECURSOS HUMANOS Empresas que utilizam sistema eletrônico têm até 21 de agosto para se adequar à regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego. PÁG 6 | ENTREVISTA Eleições: Beto Richa e Osmar Dias, candidatos ao Governo do Estado do PR, falam de seus planos para a saúde. VOZ SAÚDE JULHO/AGOSTO 2010. N.56 HOSPITAIS HUMANITÁRIOS DO PARANÁ A nova cara da segurança hospitalar PÁG 3

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Jornal bimestral da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do PR (Femipa)

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Page 1: Jornal Voz Saúde - 56

PÁG 4 | FINANCIAMENTOHospitais filantrópicos podem acessar crédito do BRDE. Especialista alerta sobre os cuidados antes de recorrer a financiamento.PÁG 5 | RECURSOS HUMANOSEmpresas que utilizam sistema eletrônico têm até 21 de agosto para se adequar à regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego.PÁG 6 | ENTREVISTA Eleições: Beto Richa e Osmar Dias, candidatos ao Governo do Estado do PR, falam de seus planos para a saúde.

VOZ SAÚDEJ U L H O / A G O S TO 2 010 . N . 5 6 H O S P I TA I S H U M A N I T Á R I O S D O P A R A N Á

A nova cara dasegurança hospitalar

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stamos nos preparando para um momen-to importante: as eleições que irão eleger

presidente da República, governador do Esta-do, deputados federais e estaduais e senado-res. Ao longo dos próximos meses, a sociedade tem um papel importante. Será preciso avaliar propostas, conhecer quem são os candidatos e discutir abertamente que soluções esses po-líticos têm para os problemas do país. Cabe a cada brasileiro analisar qual o candidato que realmente merece ser seu representante.Nesta edição do Jornal VOZ SAÚDE, você vai poder conferir os principais trechos das en-trevistas com os candidatos a governador das duas maiores coligações partidárias. Cada pa-lavra declarada por eles é um compromisso com a saúde do cidadão paranaense.As ações dos próximos governantes vão in-fluenciar no dia a dia de cada hospital, já que iniciativas que beneficiem as instituições de saúde são urgentes e inadiáveis. O recente lan-çamento da linha de financiamento do BRDE é um alento em meio a tantos desafios enfrenta-dos cotidianamente pela saúde no Estado. Na matéria preparada a respeito desse assunto, o economista José Pio Martins, alerta para os cuidados que as empresas devem ter no mo-mento de acessar as linhas de crédito. Dessa forma, esperamos esclarecer cada vez mais os afiliados na gestão dos recursos financeiros. Como informação que ajudará a orientar os gestores de RH, preparamos uma matéria que trata do prazo para adequação do sistema de ponto eletrônico às novas normas da portaria do Ministério do Trabalho e Emprego. Esperamos que nas próximas páginas, você, afiliado, esclareça dúvidas, encontre novas informações e comece a refletir quanto à im-portância dos próximos meses. Do resultado nas urnas dependerá o bem-estar, a seguran-ça, a educação e a saúde de todos nós.

Boa leitura.

E O quE VOCê ESPERA DO PRóxiMO GOVERNO DO ESTADO

EM RElAçãO à POlíTiCA PÚBliCA DE SAÚDE?

OPINIÃO

O Jornal VOZ Saúde é uma publicação bimestral da Federação das Santas Casas de

Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná - FEMiPA

Presidente | Maçazumi Furtado Niwa

Produção e redação | iNTERACT Comunicação Empresarial

www.interactcomunicacao.com.br

Jornalista responsável | Juliane Ferreira - MTb 04881 DRT/PR

Projeto gráfico e diagramação | Brandesign - www.brandesignstudio.com.br

Os artigos assinados não representam necessariamente a opinião da Femipa.

Coordenadoria de ComunicaçãoArtemízia Martins (Hospital Evangélico de londrina)

Ety Cristina Forte Carneiro (Hospital Pequeno Príncipe)

Scheila Mainardes (Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa)

Rua Padre Anchieta, 1691 - sala 505 - Champagnat

Cep 80.730-000 - Curitiba - Paraná

Fone: |41| 3027.5036 - Fax: |41| 3027.5684

www.femipa.org.br | [email protected]

“O investimento em saúde no Brasil está aquém das necessidades, principalmente com rela-ção ao Sistema Único de Saúde (SuS) que assiste a 75% dos brasileiros. Os hospitais filan-trópicos e beneficentes, sem fins lucrativos, são fundamentais para garantir o atendimento a essa população. Em muitos municípios, eles são os únicos que atendem ao SuS. Por isso, é importante o apoio do Governo do Estado a essas instituições. Esse apoio poderia vir por meio de medidas como: desoneração de impostos como o iCMS para serviços como telefonia, energia elétrica e

medicamentos de uso hospitalar; criação de um fundo de aval estadual para financiamentos; empréstimos a juro subsidiado através do BRDE, com alíquotas próximas de zero; aumento do investimento per capita na assistência do servidor estadual, deixando-o si-

milar ao do servidor federal, para ampliar a cobertura; criação de um prêmio estadual de qualidade em saúde para os hospitais que se destacas-

sem pela eficiência do atendimento ao SuS.Com isso, se evitaria o sucateamento dos hospitais e a saúde dos paranaenses melhoraria.”

Fahd Haddad

Germano Strassmann

Superintendente da Irmandade da Santa Casa de

Londrina (ISCAL), ex-presidente do Sindicato dos

Hospitais de Londrina e Região (Sinheslor), ex-vice-

presidente da Fehospar, médico, membro fundador

da Femipa.

Provedor da Santa Casa de Irati

“Em primeiro lugar, que não sejam abandonadas as políticas implantadas que estão dando bons resultados e que se possa remunerar os hospitais filantrópicos credenciados ao SuS com valores que cubram os custos do bom atendimento. incentivar a educação permanente com cursos, oficinas e treinamentos para capacitar

todos os profissionais envolvidos; criar programa de acompanhamento domiciliar pós-alta hospitalar, para minimizar as

re-internações; ampliar e fiscalizar práticas de prevenção através de campanhas educativas; humanizar, através de convênios com as prefeituras municipais, as longas esperas de

pacientes atendidos nos grandes centros por ocasião do aguardo do transporte de retorno para sua cidade de origem, minimizando sofrimentos dos pacientes.”

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segurança está em primeiro lugar quando o assunto é a busca pela qualidade da assistência nas instituições de saúde. Cada

vez mais, os hospitais brasileiros têm procurado novos modelos assistenciais e formas eficazes de gerenciar e minimizar todos os seus riscos. A adoção de metodologias como o Sistema Brasileiro de Acreditação, criado na década de 90 e coordenado pela Organiza-ção Nacional de Acreditação (ONA), evidencia essa postura.

Hoje, são mais de 200 certificações válidas no Brasil. De acordo com o presidente do instituto Paranaense de Acreditação em Serviços de Saúde, Fábio de Araújo Motta, que avalia hospitais de todo o país, a certificação é voluntária e se dá em três níveis: segurança, gestão integrada e excelência em gestão. Para obterem o selo, as organiza-ções de saúde precisam atender aos princípios orientadores de cada nível e passar por uma avaliação detalhada em todos os seus setores.

Mas a Acreditação Hospitalar não significa apenas uma certifica-ção de qualidade. É também uma mudança de paradigmas e atitu-des. “Ao se envolverem no processo, as organizações passam a ter um completo monitoramento de suas atividades e o resultado final é o aumento na qualidade dos serviços entregues ao cliente”, avalia o presidente da ONA, luiz Plinio Moraes de Toledo. No Hospital Erasto Gaetner, em Curitiba, uma pesquisa de satisfação com os pacientes revelou melhora na percepção de atendi-mento e segurança desde que a rede obteve a Acredi-tação em nível 2, em 2008. “O processo, que envolveu uma comissão de qualida-de, responsável pela inte-gração entre os setores, e treinamentos educativos com o público interno, aumentou também a confiança dos parceiros e doadores, refletindo nos nossos resultados financeiros”, avalia a coordenado-ra geral do hospital, Claudiane lígia Minari.

GERENCiAMENTO x RiSCOS | necessidade de atingir os pa-drões de qualidade propostos por órgãos governamentais e não governamentais e a exigência cada vez maior dos clientes, que não identificam mais os hospitais como lugares 100% seguros, têm levado as instituições a criarem programas de Gerenciamento de Risco. A partir da descrição, do mapeamento, da sistematização e da integração dos processos, passa a ser possível o controle e a ação em situações extremas.

De acordo com o coordenador de qualidade da Santa Casa de Mi-sericórdia de Ponta Grossa, Rodrigo Della Torres, é esse o caminho para a permanência em um mercado complexo que preza cada vez mais pelo atendimento seguro e de excelência. A instituição rece-beu o título de Hospital Acreditado em nível 1 em 2006, quando implantou um programa de Gerenciamento de Risco. Foi a primeira Santa Casa do Sul e a terceira do país a conquistar a Acreditação.

“Não se pode padronizar um formato único ou mais eficaz para o gerenciamento de riscos, visto que cada instituição possui uma re-alidade, mas podemos com a utilização de ferramentas e metodolo-gias de gestão criar mecanismos necessários para o gerenciamento de riscos e consequente gestão pela qualidade”, afirma Torres.

O coordenador de qua-lidade lembra ainda das situações onde se eviden-ciam comportamentos de negligência, imprudência ou imperícia por parte dos profissionais. “Os protoco-los clínicos, os procedimen-

tos assistenciais, as reuniões dos comitês, os ciclos de melhoria da qualidade, os indicadores, são também formas de difundir e tornar a gestão de riscos algo culturalmente assimilado. A interação de equipes multidisciplinares é outro fator indiscutível tanto para a prevenção, quanto para a correção de uma falha”, garante. Para Torres, o gerenciamento de riscos é a base única e sólida para a ges-tão pela qualidade em uma organização prestadora de serviços de saúde. “Não dá para se pensar em grandiosos programas de gestão, técnicas ou ferramentas de administração, quando primeiramente não conseguimos nem garantir a perfeita segurança do paciente. Afinal, não é para prestar assistência segura que existe um hospi-tal?”, completa.

O Hospital Nossa Senhora das Graças, de Curitiba, desenvolveu política semelhante baseada no tripé: identificação do paciente e prevenção de quedas e lesões de pele, e disponibilizou um descriti-vo de todos os processos em um sistema de informações que integra todas as áreas. “Nossos padrões de segurança aumentaram, o que nos garantiu a certificação nos níveis 1 e 2”, explica a coordenado-ra de qualidade, Marcela Fernanda de Barros e Silva.

A nova cara da segurança hospitalar

As organizações passam a ter um completomonitoramento de suas atividades e o resultado final é o aumento na qualidade dos serviços

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POLÍTICA E SAÚDE

Por Renata Torres

Instituições de saúde investem em certificações para minimizar riscos e melhorar a qualidade do atendimento ao paciente.

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POLÍTICA E SAÚDE

No começo de junho, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) anunciaram a criação de uma linha de crédito específica para hospitais, clínicas médicas, odontológicas e laboratórios de aná-lises. Segundo o gerente de planejamento do BRDE, Thiago To-satto, os recursos estão disponíveis para construção, reforma, ampliação, compra de máquinas e equipamentos novos nacio-nais, aquisição de móveis e utensílios, além de capital de giro associado ao projeto.

Entre as vantagens dessa linha, apontadas por Tosatto, estão o prazo de oito a 10 anos, contra cinco de outros financiamentos, carência de até dois anos para iniciar o pagamento, e taxas de juros menores: 5,5% ao ano para aquisição de equipamentos e 0,9% ao mês no caso de investimentos fixos, como construção de novas alas ou reformas. O banco exige garantias reais e hipo-tecárias equivalentes a 130% do valor financiado, dos quais uma parte pode ser condicionada aos recebíveis do Sistema Único de Saúde (SuS), aval ou fiança e fundo de aval. Segundo o gerente, os recursos não haviam saído antes por falta de projetos.

Segundo a gestora Administrativo/Financeiro da Associação Evangélica Beneficente de londrina (AEBEl), mantenedora do Hospital Evangélico de londrina, Artemízia Martins, a entidade está pleiteando um financiamento como o disponibilizado pelo BRDE para a construção de unidade de Terapia intensiva (uTi) Adulto e investimento no setor de Farmácia.

Enquanto as linhas de crédito são poucas, a saída é buscar em parcerias recursos para os projetos. “Recentemente conseguimos reformar a maternidade e a pediatria do hospital por meio da parceria com uma operadora de saúde”, afirma a gestora.

Será que o seu hospital precisa recorrer a um financiamento? Como usar melhor esses recursos? Ouvimos o economista e professor, José Pio Martins, reitor da Universidade Positivo, para que ele desse algumas orientações.

Quais os principais cuidados que se deve ter ao utilizar financiamentos?

Pio Martins: Em economia, costumamos afirmar que a primeira regra para quem contrai uma dívida é: o tamanho do valor tomado por empréstimo deve estar adequado à capacidade de pagamento. isso quer dizer que o devedor deve certificar-se de que o fluxo de caixa da sua organização gera valor líquido capaz de pagar as prestações mensais da dívida. O tamanho da prestação resulta de três variáveis: a) o valor total do financiamento; b) a taxa de juros cobrada pelo banco; c) os prazos de amortização. E aí, o fluxo de caixa somente será capaz de gerar um superávit líquido para amortizar o empréstimo desde que as atividades da organização devedora sejam superavitárias.

Para os hospitais filantrópicos, que historicamente enfrentam dificuldades financeiras pela defasagem da tabela do SUS, como seria melhor empregar um recurso financiado?

Pio Martins: Há um ponto interessante nessa pergunta. Muitas vezes, uma organização toma um empréstimo e, justamente por aplicar o empréstimo em uma atividade lucrativa, ela passa a gerar caixa para pagar o próprio empréstimo. imagine uma empresa de táxi que faz uma dívida bancária para comprar mais 10 automóveis. O lucro adicional gerado pelos novos veí-culos adicionados à frota de táxi pode ser suficiente para gerar saldo de caixa para pagar o banco. Então, minha resposta é: a melhor forma de empregar o dinheiro emprestado é em atividades que aumentem a receita e geram fluxo caixa adicional positivo (superávit).

Quando não é indicado usar um financiamento?

Pio Martins: Empréstimo é dinheiro que entra no caixa da organização para ser aplicado nas suas atividades, mas que devem ser devolvidos ao banco, com juros. Então, é recomendável que financiamentos somente sejam tomados em duas circuns-tâncias: uma, quando a organização já tem condições de pagar o banco; outra, quando o empréstimo melhora a situação do devedor, porque foi aplicado em atividade que gera superávit novo.

linha de crédito pode beneficiar saúde no ParanáHospitais filantrópicos podem acessar crédito do BRDE. Especialista alerta sobre os cuidados antes de recorrer a financiamento

Taxas de juros menores e prazo de pagamento maior são atrativos do recurso disponibilizado pelo banco

EStá COM dúvida?

A gestora Administrativo/Financeiro da AEBEL, Artemízia Martins, reformou a maternidade e a pediatria do Hospital Evangélico de Londrina com a ajudade uma operadora de saúde

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RECURSOS HUMANOS

esde agosto do ano passado, a Portaria nº 1.510/2009, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) regulamentou o re-

gistro eletrônico do ponto e a utilização do Sistema de Registro Eletrônico de Ponto (SREP). um dos aspectos mais importantes dessa Portaria trata da normatização dos equipamentos de regis-tros de ponto, identificados pela sigla REP (Registrador de Ponto Eletrônico). O prazo para que as empresas passem a usar os equi-pamentos credenciados termina no dia 21 de agosto.

A Portaria 1.510/2009 não revogou a 1.120/1995. Assim, desde que autorizados por convenção ou acordo coletivo de trabalho, os empregadores poderão adotar sistemas alternativos de controle da jornada de trabalho. As novas regras valem apenas para quem uti-liza o sistema eletrônico. No Hospital Evangélico de Curitiba, pelo menos 2.500 pessoas fazem a marcação de entrada e saída pelo ponto eletrônico há cerca de três anos. De acordo com a gerente de Recursos Humanos da instituição, Ana Maria Borges da Silva Mas-cia, o sistema facilita a gestão de RH, mas a exigência da impressão do comprovante da marcação pode inviabilizar a continuidade do uso desse sistema. “Já fizemos orçamento para a compra de no-vos relógios, mas estamos aguardando se a data para adequação

será adiada ou se a questão da impressão será revista. Teríamos um gasto alto com bobinas de papel, funcionário para abastecer as impressoras e a geração de um grande volume de resíduos, já que dificilmente os funcionários irão guardar esses comprovantes”, afirma Ana Maria, que prevê até o retorno da antiga marcação manual. Apesar de ainda não permitir a impressão, segundo a ge-rente, o sistema implantado no hospital já atende ao requisito de manter a base de dados do ponto inalterável. O Ministério da Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que a data para exi-

gência nos equipamentos registrados não deve ser adiada. Além de estabelecer os requisitos para o equipamento, a regu-

lamentação traz outros pontos importantes como: proibição de todo tipo de restrição à marcação de ponto, marcações automá-ticas e alteração dos dados registrados, obrigação da emissão de comprovante da marcação a cada registro efetuado no REP, re-quisitos para os programas que farão o tratamento dos dados do REP, estabelece os formatos de relatórios e de arquivos digitais de registros de ponto que o empregador deverá manter e apresentar à fiscalização do trabalho.

Os fabricantes de equipamentos, que atendem às novas exigên-cias, devem registrar seus produtos junto ao MTE, que disponibili-za na internet a relação completa dos modelos autorizados (www.mte.gov.br/pontoeletronico). Segundo o Ministério, qualquer mo-delo de equipamento para registro eletrônico de ponto que não tenha sido registrado pelo MTE não atende aos requisitos, por-tanto não será considerado para o controle legal da jornada dos empregados a partir da data estabelecida na Portaria.

De acordo com a portaria, o REP deve ter como finalidade ex-clusiva a marcação de ponto. Além disso, é preciso que o aparelho guarde uma memória das marcações de ponto que não possa ser alterada ou apagada, emita comprovante a cada marcação efetu-ada pelo trabalhador e não possua mecanismo que permita mar-cações automáticas ou restrições às marcações.

Ponto eletrônico deve atendernova portariaRegulamentação proíbe restrição à

marcação de ponto, marcações automáticas

e alteração dos dados registrados, além

de tornar obrigatória a emissão de

comprovante do registro.

Empresas que utilizam sistema têm até 21 de agosto para se adequar à regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego

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ENTREVISTA

Diretrizes para a saúde

BETO RICHA“O objetivo principal é promover e pro-

teger a saúde, melhorar a atenção primá-ria, reduzir a mortalidade materno-infantil, ampliar a longevidade e melhorar o aten-dimento e a resolutividade da atenção à saúde em todo o Estado. queremos tornar a população do Paraná uma das mais sau-dáveis do Brasil, estimulando mudanças do estilo de vida e promovendo a oferta de serviços eficientes. Para isso o nosso go-verno criará meios para que a Secretaria de Saúde seja uma instituição modelo de ino-vação da gestão da saúde pública no país, contribuindo para que o cidadão tenha mais acesso à saúde em menor distâncias. Adotando os princípios da Ética, Transpa-rência, Compromisso, Cooperação, Equida-de, qualidade e Participação do Cidadão.”

OSMAR DIAS“As diretrizes gerais compreendem prio-

ritariamente cuidar das pessoas e coleti-vidade, protegendo a saúde por meio da prevenção de enfermidades e acidentes, promovendo ambientes e hábitos saudá-veis e prestando atenção curativa e de rea-bilitação aos doentes de forma qualificada, humanizada e integral. A meta é reestru-turar e modernizar a gestão em saúde no Paraná. Descentralizar com efetiva munici-palização e regionalização solidária, tendo em conta no planejamento o Plano Diretor de Regionalização, o Plano Diretor de in-vestimento, a Programação Pactuada e in-tegrada e o Pacto de Gestão, assim como a construção de um novo perfil de profissio-

nais de saúde com o desenvolvimento de política estadual de gestão do trabalho e da educação em saúde. uma série de propos-tas está contida no meu Plano de Governo. Entre elas, o projeto para levar a todas as regiões hospitais públicos de qualidade e postos de saúde eficientes. Outra bandei-ra que defendo é a integração dos serviços nas regiões metropolitanas.”

Emenda Constitucional 29

BETO RICHA“um dos meus compromissos é o de

cumprir a Emenda Constitucional nº 29, aplicando os 12% previstos. isso levará ao aumento dos recursos atualmente destina-dos a área da saúde no Paraná. Com esses recursos, seremos capazes de realizar todas as propostas que estamos apresentando em nosso Plano de Governo. No entanto, tão importante quanto o acréscimo de recur-sos será sua aplicação eficiente com base em um planejamento que leve em consi-deração as necessidades da população e as melhores propostas para a área da saúde.”

OSMAR DIAS“No Paraná a lei será cumprida. Entendo

que a regulamentação da Emenda 29 é fun-damental para melhorar a saúde pública, porque obriga união, Estados e Municípios a cumprirem a obrigação constitucional de destinar integralmente os percentuais dos respectivos orçamentos para o setor, sem que sejam somados a esses investimentos recursos destinados ao saneamento, paga-mento de aposentadoria de servidores, en-tre outros.”

Parceria com os hospitais filantrópicos

BETO RICHA“A parceria com os hospitais filantrópi-

cos será uma prioridade. Dentro das pro-postas que apresento para os paranaenses está a constituição de Redes de Atenção à Saúde em todas as regiões do Estado, o que sem dúvida deverá contar com a contribui-ção fundamental dos hospitais filantrópi-cos. Para isso, o nosso governo irá inves-tir para melhorar as estruturas físicas e de equipamentos, tanto ambulatoriais como hospitalares, capacitar os profissionais de saúde e criar um programa de apoio ao de-senvolvimento gerencial para os dirigentes de estabelecimentos de saúde.”

OSMAR DIAS“Os hospitais filantrópicos paranaenses

são referência no atendimento e parceiros indispensáveis. Cabe ao Estado fortalecer essa parceria aplicando devidamente os recursos orçamentários previstos na Cons-tituição e também buscar condições de descentralização do atendimento, fortale-cimento da atenção básica de caráter mais resolutivo e organização de redes de aten-ção com linhas de cuidado e do sistema pré-hospitalar para desafogar o sistema de saúde na porta dos hospitais. Estabelecer programa estadual de apoio e qualificação da assistência hospitalar aos usuários do SuS criando um fundo de apoio financei-ro e de recuperação de hospitais sem fins lucrativos e públicos do Paraná, de acordo com propostas e metas alcançadas.”

Beto Richa (PSDB), engenheiro civil, deputado estadual por dois mandatos. Em 2000, foi eleito vice-prefeito de Curitiba. Em 2004, assumiu a prefeitura de Curitiba, sendo reeleito em 2008. Além do PSDB, a coligação Novo Paraná é composta por PSB, PP, DEM, PPS, PTB, PRB, PRP, PHS, PTC, PSDC, PTN, PSL e PMN.

Osmar Fernandes Dias (PDT), engenheiro agrônomo, está no seu segundo man-dato no Senado Federal. Presidente do PDT paranaense e líder do partido no Se-nado. Candidato ao governo do Paraná pela coligação A União faz um novo Para-ná (PDT, PMDB, PT, PSC, PR e PC do B), já disputou o cargo nas eleições de 2006.

Os dois candidatos ao governo do Estado do Paraná representantes das duas maio-res coligações partidárias falaram ao Jornal VOZ SAÚDE. Acompanhe os principais trechos. A íntegra das entrevistas está no site da Femipa – www.femipa.org.br.

Eleições: o que propõem para a saúdeos candidatos a governador

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ARTIGO

Enquanto insistimos em não reconhecermos os desafios do futuro e continuamos a pensar e agir apenas no curto prazo, o nosso sistema de saúde mantém algumas bombas-relógio acionadas e em contagem regressiva. A sua sustentabilidade está ameaçada: 1 O Brasil será um país de idosos antes de se tornar país desenvolvido: dessa forma teremos que gerenciar progressivamente uma maior demanda para o sistema de saúde com recursos escassos

e finitos, típicos de um país em desenvolvimento. Países como a França, a Suécia e os EuA demoraram 115, 85 e 69 anos, respectivamente, para dobrar a população de idosos (acima de 65 anos) de 7 a 14%, um tempo suficiente para estes se desenvolverem do ponto de vista econômico e social. O Brasil levará apenas 20 anos para dobrar sua população de idosos de 7 para 14%, tempo este talvez não suficiente para se tornar um país economicamente desenvolvido, em que pese a opor-

tunidade única propiciada pelo bônus demográfico. 2 Orçamento destinado à Saúde: os recursos destinados anualmente ao Sistema Único de Saúde provêm do orçamento da seguridade social e, portanto, são compartilhados entre previ-

dência social, assistência à saúde e assistência social. Neste con-texto, a demanda da previdência social por recursos só crescerá, em especial num país que envelhece rapidamente. É o que se observa nos últimos dez anos, em que os recursos públicos para a Saúde se sustentaram arduamente em torno dos parcos 3,5% do PiB. Tentativas para criar novas fontes de recursos (novos impostos) fracassaram pela própria fragilidade da argumenta-

ção, desvios para outros setores e ineficiência da gestão. 3 Sistema suplementar com regulamentação e elegibilidade dependente de planos coletivos e do emprego: atualmente 65 a 70% dos 42 milhões de beneficiários do sistema suplementar têm um plano coletivo de saúde pago integralmente ou majoritariamente pelo empregador. No caso dos planos pagos integralmente pelo empregador, ao perder o emprego o empregado perde o bene-

fício. Caso contribua parcialmente terá direito a usufruir do benefício por um período não superior a dois anos. No caso de aposentadoria, o aposentado somente manterá o benefí-cio se contribuir parcialmente por pelo menos dez anos. De-sempregados recentes ou aposentados ao perder o benefício teriam que recorrer única e exclusivamente ao SuS. Mais um ônus para o SuS numa fase onde as suas demandas por atendimento só tendem a crescer. Com o atual marco regula-

tório, o sistema suplementar se responsabiliza pela assistência à saúde dos mais hígidos e o SuS se responsabiliza pelos doentes, inaptos ao trabalho e aposentados. Ou seja, o desempregado e o idoso são excluídos do sistema suplementar e o SuS reassume o seu papel.

A primeira bomba (um país de idosos) não pode ser desarmada, o risco e a ameaça da mesma se farão sentir no dia a dia. O sistema de saúde reagirá às demandas tanto melhor quanto mais es-truturado e preparado estiver. A segunda (o orçamento) e a terceira (planos de saúde) são bombas passíveis de desarme. No caso do orçamento, torna-se imperativo uma reforma previdenciária e mesmo trabalhista.

Resolver o problema da sustentabilidade previdenciária contribuirá para minorar os desafios que envolvem o financiamento da Saúde. No caso dos planos de saúde, urge um olhar crítico e uma definição dos reais propósitos do SuS e do sistema suplementar. A criação de uma regula-mentação que estimule a eficiência e seja capaz de viabilizar um pacto intergeracional é funda-mental para aliviar a crescente demanda para o SuS e atender aqueles que optam e têm condições para adquirir uma proteção adicional.

Em ambientes complexos é fundamental se pensar no todo e considerar e planejar o longo prazo. Reconhecer os desafios é apenas o primeiro passo. lidar responsavelmente com os mesmos exige acima de tudo liderança!

*Marcos Bosi Ferraz é professor de Medicina da universidade Federal de São Paulo (unifesp) e diretorde Economia Médica da Associação Médica Brasileira.

Ameaças à Saúde

Por Marcos Bosi Ferraz*

“O Brasil levará apenas 20 anos para dobrar sua população de idosos de 7 para 14%.”

A cada dia, a cadeia que compõe este mercado cresce e cria novos serviços e produ-tos. Neste cenário, mesmo as organizações beneficentes são, e devem ser encaradas como empresas.

“A primeira bomba (um país de idosos) não pode ser desarmada. A segunda (o orçamento) e a terceira (planos de saúde) são bombas passíveis de desarme.”

“Nos últimos dez anos, os recursos públicos paraa saúde se sustentaram arduamente em tornodos parcos 3,5% do PiB.”

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HOSPITAIS EM AÇÃO AGENDA

Criança 2010: um dos maioreseventos da pediatria

06 e 07/08

I Congresso de Humanização

O evento apresenta temas como “A Arte de Cuidar”,

“Comunicação em Saúde” e “Fé e Medicina”. Além

disso, serão apresentados cases de ações de hu-

manização e espiritualidade.

Local

PUCPR – Auditório John Henry Neumann,

Curitiba – PR

Informações

aliancasolidaria.blogspot.com

09 a 13/08

Imersão em Captação e Mobilização de Recursos

Treinamento intensivo para aqueles que buscam ob-

ter conhecimentos necessários à prática da capta-

ção de recursos. Além de palestrar, inclui dinâmicas

de grupo e apresentação de cases.

Local

Atibaia - SP

Informações

www.dialogosocial.com.br

17 a 19/08

XX Congresso Nacional das Santas Casas e Hospi-

tais Filantrópicos

O evento, promovido pela CMB, será realizado em

Brasília (DF) e terá como tema principal “Institui-

ções de saúde: enfrentando desafios, ampliando

as oportunidades. O objetivo é buscar alternativas

viáveis para o aprimoramento dos serviços presta-

dos, visando qualidade e eficácia via melhoria dos

processos.

Local

Centro de Eventos e Treinamentos CNTC,

Brasília – DF

Informações

www.cmb.org.br

A capital do Paraná, Curitiba, recebe de 28 a 31 de agosto, o maior evento pediá-trico do país: o Criança 2010 - iii Congresso internacional de Especialidades Pedi-átricas. Promovido pelo Hospital Pequeno Príncipe, maior unidade exclusivamente pediátrica do Brasil, o evento terá 14 módulos de diversas áreas como cardiologia, enfermagem, psicologia, nutrição e ortopedia, com a presença de palestrantes na-cionais e internacionais. O evento contará com mais de 30 especialistas de países como Estados unidos, itália, Argentina, Cuba, México, uruguai, Canadá e Bélgica. Além de 140 profissionais brasileiros de diversas áreas voltadas à saúde da criança e do adolescente. Mais de 130 mesas redondas e 160 conferências fazem parte da programação, além de simpósios e apresentações de centenas de trabalhos acadêmicos. A organização do encontro já havia recebido, até a primeira semana de julho, a inscrição de 650 trabalhos. Na última edição do evento, realizado em 2005, o número de participan-tes superou as 3 mil pessoas.

As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de agosto no site www.crianca2010.com.br. O Congresso será realizado no Estação Embratel Convention Center (Av. Sete de Setembro, 2775 – Curitiba-PR).

Módulos do CongressoPediatria Anestesia Bioética e Humanização Cardiologia - Cirurgia Cardíaca Cirurgia Dor Enfermagem Fisioterapia Nutrição Oncologia - Hematologia Ortopedia Psicologia Radiologia Urologia

Perfil localizado em Curitiba, no Paraná, o maior hospital exclusiva-mente pediátrico do Brasil iniciou suas atividades há 90 anos. O Hospital Pequeno Príncipe realiza, anualmente, cerca de 290 mil atendimentos a pacientes de 0 a 18 anos. De sua capacidade to-tal de atendimento, 70% são dedicadas aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SuS). Essas crianças e adolescentes brasileiros recebem, gratuitamente, desde consultas ambulatoriais até trata-mentos complexos, como transplantes de rim, fígado, coração e ossos, tratamento oncológico, ortopédico e cardíaco.

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