jornal vitae nº107 - março 2009

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in formação jornal da paróquia de Gueifães - Maia edição107 março2009 anoXIII

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Jornal da Paróquia de Gueifães - Maia

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Este artigo não foi alvo de revisão por motivo de atraso na entrega.

Tento imaginar o bulício, que mais uma vez estava a acontecer em Jerusalém, por altura da Páscoa. Pelas diversas colinas da cidade espalhavam-se as pessoas, agrupadas pela tribo a que pertenciam e, bem perto, presos, encontravam-se os cordeiros destinados à ceia da “Pasha”.

As ruas da cidade tinham conhecido uma agi-tação fora do comum, por causa de um Naza-reno, que ao ser aclamado pelo povo como “ o Messias”, “ o filho de David”, exasperou de mais as autoridades. Pela mossa que estava a causar no judaísmo, e depois de vários tumul-tos, ocorridos em Jerusalém, os chefes con-venceram Pilatos e eliminá-lo.

Olhando para as escrituras, parece que Jesus terá fugido às autoridades, mas estas conse-guiram que um dos seus amigos O denuncias-se. Prenderam-no. Mataram-no. “Acabou” – assim pensaram e disseram. O silêncio desceu sobre a cidade.

Os apóstolos entrincheiraram-se. A população, depois do nervosismo e da agitação que vive-ra diante do palácio de Herodes, recolheu a casa para celebrar, como se impunha, a gran-de festa da Páscoa. Sentaram-se à mesa para comer o cordeiro e as ervas amargas. Mas, naquele ano, sentou-se também à mesa a má consciência de quantos gritaram: “morte para o Nazareno”. “Solta Barrabás”.

Os que deixaram a casa, os amigos, a profis-são para seguirem o Nazareno e o seu projec-to de vida, agora, só sentiam a amargura da injustiça de que fora vítima e o desalento de tudo ter terminado. O sonho que viveram tor-nou-se num verdadeiro desastre. As sementes de esperança, lançadas por Jesus, foram com-pletamente varridas pelos ventos da violên-cia, com que O viram tratado. Foi mais um profeta que passou, e conheceu a sorte de todos os profetas. Tudo redundou em nada.

Inclusive, depois de tanto bem que semeou, o Seu Corpo, maltratado, todo ele feito chaga, foi depositado nos braços da Mãe que, incon-solável, diria: “Oh, vós que passais, vede se há dor semelhante à minha”.

À pressa, depositaram-no no sepulcro. Crava-ram-lhe uma pedra em cima e foram-se, por-

que estava a vir a noite. E fez-se noite. As tre-vas cobriram a terra.

Mas eis que, de madrugada, surge algo de novo: - o túmulo aparece vazio.

Com outras mulheres, que iam derramar per-fumes sobre o corpo de Jesus, Madalena viu um homem. Parecendo-lhe ser o “hortelão” que, tentando evitar os estragos provocados pelos curiosos, escondera o corpo do Mestre, pergunta-lhe onde teria escondido o corpo do seu Amigo.

Alvoroçados pela notícia do túmulo vazio, os apóstolos enviam Pedro e João para se certifi-carem. Um acreditou que Jesus tinha ressusci-tado. O outro guardou-se de emitir o que pen-sava.

E eis que entra em cena o ressuscitado. Era outro, mais voltado para o futuro do que para o passado: - entrava, estando as portas fecha-das. Surpreendia os discípulos junto do mar, oferecendo-lhes pão e peixe. Aparecia no caminho de Emaús como peregrino de longa distância, a reanimar-lhes o coração, a furta-se ao abraço físico, a mostrar-se a Tomé como sendo o mesmo, mas daí em diante, só reco-nhecível pela fé.

De repente, “tudo começa de novo”. Ele está vivo! Os desanimados retomam a esperança. Os medrosos enchem-se de coragem para falar d’Ele e de alegria no sofrimento que isso lhes traz. Com João, Pedro, depois de covarde e mentiroso, confessam que não podem dei-xar de falar do que viram e ouviram. Arran-cam-lhes os olhos, mas não O renegam.

Muitos dão a vida pelo Ressuscitado. Entre eles um jovem chamado Paulo, que depois de ter sido chefe de rabinos, confessa que para si viver é Cristo.

De facto, a luz que, só por momentos as tre-vas encobriram, tornou-se verdadeiramente uma fogueira, que ninguém pode apagar, um clarão que, hoje, brilha do Oriente ao Ociden-te.

pe. Orlando Santos

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Estávamos em curso bíblico. Parábola do filho pródigo. Sinceramente, já a tinha lido vezes sem conta e nunca tinha chegado à riqueza que ela tem em si… Então o padre Rui Santiago, enquanto explicava, disse esta frase:

“Sermos filhos dá-nos o direito de poder fazer asneiras!”

No início, alguns pais que lá estavam ficaram com cara de quem pensa: “vê-se logo que este não tem filhos e ainda tem a lata de os desencaminhar”. Ele explicou então: quando lemos esta parábola, temos tendência para olhar para ela do lado errado. É ou não é? Não ficamos sempre a remoer que o filho mais velho até tinha razão? Então ele que era fiel e fazia tudo o que o pai queria era ultrapassado por aquele que foi, esbanjou o dinheiro todo e no fim ainda teve direito a regalias? Pois é. Porque nós estamos dentro da lógica do “toma lá, dá cá”, e os Evangelhos falam-nos da lógica do Amor… Pensemos então. Pais, imaginem isto: vão com os vossos filhos jantar a casa de uns amigos, que eles não conhecem. Então, vêem-nos a comportar-se como verdadeiros “meninos perfei-tos”! Que orgulhosos que estão deles! Respondem educadamente a todas as perguntas, dizem o curso que querem seguir e riem-se das piadas todas, mesmo que não tenham piada nenhuma. No fim, fazem questão de ajudar a levantar a mesa e comem a sobremesa até ao fim, só mes-mo para não desiludir a dona da casa, que passou a tarde a fazê-la. Mas vocês sabem perfeita-mente que quando a fazem em casa eles nem lhe tocam! No fim do jantar, os vossos amigos dizem: “Que filhos educados que vocês têm! E tão prestá-veis! Quem me dera que os meus fossem assim!”. E vocês vão todos contentes para casa. No dia seguinte, jantar em casa. Os vossos filhos portavam-se exactamente da mesma forma! Comiam tudo até ao fim, mas também não se serviam de mais porque os outros poderiam que-rer. Comiam a frutinha toda, mesmo que soubessem que a despensa estava recheada de choco-lates. E em vez de reclamar porque não era a sua vez de arrumar a cozinha, discutiam porque “o irmão precisa é de descansar”… Que é que vocês pensavam? Deixem-me adivinhar: “quem são vocês e o que fizeram aos nos-sos filhos?”. Onde está o “Ó mãe, que chata, já te disse que não quero mais!”? Onde estão as figurinhas que fazem sempre com o esparguete, salpicando sempre a toalha de tomate? Onde está o “ai que seca, ontem já arrumei a cozinha… ainda por cima hoje há montes de panelas para lavar!”. E onde está o abraço apertado do fim do jantar e o “Estava tãão bom… soube-me pela vida! Mãe, és a melhor cozinheira do Mundo!”?! Percebem agora? Ser filho dá-nos o direito de poder fazer asneiras! Porque sabemos perfeita-mente que do outro lado só podemos esperar amor. Quer façamos tudo bem, quais empregados dos pais, quer façamos tudo mal. Vamo-nos sempre sentir amados, porque um pai não deixa de ser pai porque o filho não quer pôr a mesa. Não estou a dizer que os filhos podem fazer tudo e que os pais têm que ver e calar! Digo sim, de peito aberto, que a um filho ninguém tira o lugar, e que não há amor como esse, capaz de perdoar tanta coisa. E o que terá isto a ver com a parábola do filho pródigo? Tudo. O filho mais velho é um autêntico “empregado” do pai. É o filho dos sonhos de qualquer um! Serve-o “sem nunca transgredir uma ordem”. Põe a mesa, tem boas notas, é arrumado e educado. Faz a vénia ao sair e diz tudo o que o pai quer. Agradece quando o pai é bom para ele e compreende quando o pai é rude. Não se revolta, não reclama direitos de filho. E o irmão, que não teve respeito nenhum pelo pai, é recebido com um banquete? Pois é. Mas o irmão foi filho, e sentiu na pele o que é ser filho. O que é fazer tudo errado e mesmo assim ser recebido como um rei. Ser perdoado sem precisar sequer de pedir perdão. Porque um pai assim corre para o filho mal o vê ao longe, e cobre-o de beijos! Este mês celebramos o Dia do Pai. E que dia este! Um dia que celebra a gratuidade do amor que é capaz de perdoar de graça. E, melhor ainda, de deixar um filho ser isso mesmo. Um filho.

Maria Inês Rocha

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Teresa Ascensão

E porque a Primavera chega já no próximo dia 21, nada melhor do que um poema à beleza

da Vida e, especialmente, à beleza desta estação!

Para juntar à festa, tudo isto é feito com um olhar de criança…

Apurem os cinco sentidos e desfrutem deste “cheirinho” a Primavera…

A Primavera é uma estação de encontrar!

É quando o sol, gosta de brilhar,

É quando os pássaros voltam a cantar!

A Primavera é uma estação para viver,

É quando as flores voltam a nascer

E vemos as plantas a crescer!

A Primavera é uma estação que faz sorrir!

É tempo de chegar ou partir,

É tempo de sonhar e de rir!

A Primavera é a estação do amor!

É tempo de pintar a vida com cor.

É tempo de novas músicas compor!

Luísa Rocha (10anos)

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Francisco Miranda

Se acha que sabe tudo sobre animais, veja então:

Sabia que… Os olhos das corujas estão fixos na cabeça, e por isso não os conseguem virar para lado nenhum? Para colmatar este “problema” elas conseguem virar a cabeça cerca de 270º (quase um circulo completo). Em comparação, o ser humano apenas consegue rodar uns meros 180º de ombro a ombro... O Chocolate mata os cães? O chocolate contém Teobromina, que afecta o sistema nervoso e o musculo do coração dos cães. Os primeiros sintomas vão desde vómitos, diarreia e hiperactivi-dade. Com o passar do tempo, arritmia, tremores musculares, coma e eventualmente, a morte. Qual a quantidade de chocolate fatal? Depende do peso do cão e do tipo de chocolate. Sabe-se que o menos perigoso é o chocolate branco e o mais perigoso é o preto, de culinária. NÃO DÊ CHOCOLATE AO SEU CÃO! O Colibri é o mais pequeno pássaro do mundo, pesando cerca de 28 gramas, e que para se manter no ar, tem de bater as asas 200 vezes por segundo? Não há duas Zebras com riscas iguais?

Pois é, destas não esperava, pois não?

.

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Nazaré Marques

A Igreja de Águas Santas ou Igreja de Nossa Senhora do Ó fica situada na freguesia de Águas Santas e é um raro exemplar de arte românica, classificado como Monumento Nacional desde 1910.

A origem da freguesia de Águas Santas é anterior ao nosso Rei D. Afonso Henriques e ao nasci-mento de Portugal. Há até quem afirme que já existia no século VI. Como esses tempos já vão bem longe, não temos documentos tão antigos, mas há um registo relativo ao ano de 1120 que refere a Sancta Marya Aquis Sanctis, num foral de doação da cidade do Porto ao Bispo D. Hugo. Pois D.Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, em 18 de Abril de 1120 fez a doação de toda esta região ao dito Bispo. Antes disso parece ter pertencido à Sé de Coimbra pois data de 974, a refe-rência documental mais antiga à Paróquia de Águas Santas, que aparece citada no Livro Preto da Sé de Coimbra como Sanctam Mariam de Aquas Sanctas.

Conta a lenda que a madre superiora de um convento, ao saber da aproximação dos romanos, escondeu a imagem da Virgem Maria junto de uma fonte. Tempos decorridos, uma mulher que havia ido buscar água à fonte, reparou no invólucro ali junto resguardado e qual o seu espanto, ao desembrulhá-lo e ver a imagem de Nossa Senhora chorando. O povo, ao saber da notícia, chamou-lhe Fonte de Águas Santas. Mais tarde foi construída perto da fonte, a Igreja do Mos-teiro de Águas Santas. Esta seria, então, a história do nome da freguesia.

Esse convento já desapareceu, mas temos a Igreja de Santa Maria de Águas Santas , datada também de 1120, que é o que resta do dito mosteiro.

Este mosteiro, ficava a sul da Igreja de Santa Maria de Águas Santas e, mesmo em pobres condições, manteve-se até meados do século XIX. Ainda com relação ao seu couto, a que pertenciam as vilas de Parada, Pedrouços, Ardegães e Rebordãos. encontrou-se em casa particular, um marco secular que se julga datar de entre o século XIII e o século XIV. Interessantes ainda, são os cinco sarcófagos monolíticos, que datam dos princípios da Idade Média, e que se encontram no adro da igreja, junto ao muro do cemitério. Um deles, cuja arca de uma só face é levemente abaulada, tem esculpidos um brasão e uma cruz circular.

Entremos no seu interior bem conservado e observemos o desgaste das pedras, imaginando as muitas gerações de pessoas que ali rezaram, celebraram as suas festas ou os seus lutos…

Reflectir sobre as guerras, as crises e os momentos de felicidade que aquele monumento presen-ciou… e o mais que ainda vai presenciar…

Como somos pequeninos…

A Primavera está a chegar e com ela o bom tempo. O sol e as temperaturas amenas motivam-nos a passear, de preferência caminhando um pouco e longe das confu-sões dos centros comerciais. Lembrei-me então de vos levar até Águas Santas que, não sendo a nossa freguesia, é pertença do nosso Concelho e localidade muito pró-xima de nós. Vamos visitar a sua Igreja.

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Folhas Caídas

Folhas caídas da árvore da vida São sentimentos desfeitos e recalcados São ilusões de uma esperança vencida Em sonhos reprimidos e amargurados.

Folhas caídas, amarelecidas pelo tempo Numa estação de Outono e melancolia

Fazem sentir na chuva e no vento Uma brisa do passado com nostalgia.

Folhas caídas, amontoadas pelo chão Trituradas pelo queixume de um coração Que vive o desejo e a vontade de Amar.

Folhas caídas, revoltadas e despidas Numa turbulência de ânsias enfurecidas

Em fazer desabrochar a capacidade de sonhar.

Ana Santos (Vilar de Andorinho)

Leitora do informaçãoVITAE na internet

o conteúdo destes textos é da responsabilidade dos seus autores

Um Sonho

Passeando a um jardim cheguei Com características desusadas

Milhares de flores de sangue descortinei Jazendo sobre a terra decepadas

Perto dali se quedavam Pessoas de mãos manchadas

E apesar do muito que as lavavam Mantinham-nas ensanguentadas

Aparentemente estavam vivas Mas com o selo da morte já marcadas

Por fora de branco vestidas Por dentro de podridão pejadas

Uma multidão gritava ululante “Avançamos na civilização”

Mas sobre ela em barra flamejante Letras de fogo diziam PERDIÇÃO

Horrorizada quis sair dali

Mas senti-me como presa ao chão Então chorando ajoelhei e a Deus pedi

Que concedesse a Portugal o Seu perdão

Do céu desceu a Virgem e um anjo rutilante E eu sem erguer os olhos ousei perguntar

Quem são estas flores de sangue gotejante? São aquelas a quem ninguém quis amar

O anjo curvando-se respeitosamente As florzinhas decepadas apanhou

E inclinando-se reverente À Virgem Mãe as entregou

As lágrimas pela Virgem derramadas A todas a vida devolveu

Transformando-as em anjos de luz Que livres voaram para o Céu

Acolhendo-se nos braços de Jesus

...

Abri os olhos com qualquer claridade Sem de repente poder determinar Se assistira a espantosa realidade

Ou se teria estado a sonhar

Pus-me a reflectir sem conseguir Compreender de tudo isto o significado

Passaram horas e eu sem dormir Levantando-me sem ter descansado

Pelo noticiário vi que o SIM tinha vencido Falando-se de conquista civilizacional

Sem compreenderem que a vitória conseguida Impele para o abismo Portugal

Mariazinha

(enfermeira)

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Em criança buscava muito a solidão e era fre-quente encontrarem-me a rabiscar nos outrora famosos cartuchos vazios de açúcar.

Estava sempre à espera de um lápis e de um pedaço de papel abandonado, numa primeira fase para desenhar caretas, casitas e árvores. Depois de aprender a ler, fui construindo pequenas frases. Achava engraçado brincar com as letras e formar palavras. Era um dos meus jogos preferidos.

Na escola primária as minhas professoras apre-ciavam muito as minhas composições e chega-ram até a reunir num caderno as melhores redacções.

Muitos dos meus “escritos” eram lidos em voz alta e eu contemplava, entusiasmado, a turma que escutava em silêncio.

No fundo, começava a descobrir que, apesar de não poder correr e saltar, a paralisia cere-bral e a cegueira não me impediam de fazer coisas que as outras pessoas também valoriza-vam.

Mostrei as “minhas histórias” a amigos que, com os seus elogios, me motivaram a conti-nuar.

E foi nascendo em mim a necessidade de escrever cada vez mais e melhor e de publicar um primeiro livro de contos, “Centelha de Vida”, dado às estampas em Março de 2005 e já esgotado.

Em Abril de 2006, viu a luz do dia, o meu 2º livro, também de contos, mas intercalados com poesia. “Para Além do Olhar” foi editado pelas Edições Tartaruga e também já se encon-tra esgotado.

Em Novembro de 2007, ainda com a chancela das Edições Tartaruga, nasceu “Um Sonho Acordado”, que permanece à disposição de quem o queira adquirir.

Este é o meu 3º livro de contos, através dos quais eu tento abanar as consciências para questões bem actuais, tais como: a solidão, a falta de atenção que muitos pais dão aos filhos, as ameaças à integridade e à dignidade de crianças e adultos, a vontade e o querer de alguns deficientes superarem as suas limita-ções, etc.

Uma vez que este meu livro não se encontra à venda nas livrarias, caso se mostre interessado em obter exemplares do mesmo, poderá con-tactar-me pelo nº 229607039.

O preço unitário é de treze euros, sem custos de envio.

Ofereça livros de escritores portugueses ainda pouco divulgados.

Américo Lisboa Azevedo

o conteúdo destes textos é da responsabilidade dos seus autores

www.grupovitae.com www.grupovitae.com

Page 9: Jornal Vitae nº107 - Março 2009

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Sob o Império de Roma Chamava-se Yeshúa que significa "Javé Salva". Mas não era o único daquele tempo com aquele nome. Por isso precisava de melhor se identi-ficar. Os da sua terra chamavam-lhe Yeshúa bar Yosef que quer dizer "Jesus filho de José", outros chamavam-lhe Yeshúa ha-notsrí que quer dizer Jesus de Nazaré. Na Galileia daquele tempo o mais importante a saber de uma pessoa era "de onde vem" e "a que família pertence"… Durante mais de sessenta anos, ninguém foi capaz de se opor ao império de Roma. Octávio e Tibério dominaram a cena política sem grande sobressaltos. Umas três dezenas de legiões, com cinco mil homens cada uma, bem como outra tropa auxiliar, asseguravam o controlo absoluto de um território imenso que se estendia desde Espanha e as Gálias até à Mesopotâ-mia; desde as fronteiras do Reno, do Danúbio e do mar Morto até ao Egipto e norte de África. Sem conhecimentos geográficos, sem acesso a mapa algum e quase sem notícias daquilo que acontecia fora da Galileia, desde Nazaré, Jesus não podia fazer a mínima ideia do poder daquele Império em que estava inserido o seu pequeno país. Jesus não passava de um insignificante galileu, sem cidadania romana, membro de um povo submetido. Neste grande império, as calça-das romanas tinham uma importante função na facilita-ção das deslocações e comuni-cações. No entanto, em Nazaré, Jesus viveu praticamente longe das grandes rotas. Jesus nunca se aventurou pelas rotas do Império. Os seus pés pisaram só as veredas da Gali-leia e os caminhos que condu-ziam à cidade santa de Jerusa-lém. Os povos subjugados não deviam esquecer nunca que estavam sob o domínio de Roma, por isso, a melhor forma de os manter submetidos era o uso do castigo e do terror. À mínima agi-tação as legiões podiam demorar mais ou menos tempo, mas chegavam sempre. A prática de crucifixão, as degolações maciças, a captura de escravos, os incêndios nas aldeias e os massacres nas cidades eram a maneira mais eficaz de manter a lealdade dos povos.

(continua no próximo mês…)

Ricardo Ascensão

Os artigos que aparecerão nesta página foram escritos com base neste livro:

Título: "Jesus - Uma Abordagem Histórica"

Autor: José Antonio Pagola

Editora: Gráfica de Coimbra 2

Page 10: Jornal Vitae nº107 - Março 2009

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S. Clemente

Depois dos apóstolos, têm uma enorme impor-

tância os chamados “Padres da Igreja”, que

pertenceram às primeiras gerações, após a

época apostólica.

Entre eles há a destacar a figura de S. Clemen-

te, que é o terceiro sucessor de S. Pedro,

depois de Lino e de Anacleto. S. Ireneu, bispo

de Lião, no início do séc.III, atesta que Clemen-

te viu os apóstolos, contactou com eles e tinha

ainda no ouvido a sua pregação.

Este sucessor de Pedro, cuja vida foi também

marcada pelo martírio, deixou-nos uma “Carta

aos Coríntios”, onde lamenta que “as adversi-

dades impostas, ocorridas uma após outra, o

impediram de intervir mais oportunamente”.

Essas adversidades dizem respeito às persegui-

ções de Domiciano, cerca do ano 96.

Esta carta constitui um primeiro exercício do

primado de Roma, porque através dela, S. Cle-

mente pretende que a tranquilidade se resta-

beleça naquela comunidade cristã, onde

alguns jovens contestatários tinham deposto

os seus dirigentes.

Esta questão faz com que o bispo de Roma

aproveite a ocasião para falar da identidade da

Igreja e da sua missão. Se em Corinto houve

abusos, observa, é preciso procurar a sua causa

no enfraquecimento da caridade e de outras

virtudes indispensáveis.

Depois de referir as funções do Papa e dos

Padres, fala também das que pertencem aos

Leigos. E esta é a primeira vez, que nos escri-

tos da Igreja, aparece a palavra “leigo”, que

não significa ignorante, mas membro do povo

de Deus – “Laos”.

A distinção entre leigo e hierarquia não signifi-

ca oposição, mas conexão organizada de um

corpo, de um organismo com diversas funções.

De facto, a Igreja não é um lugar de confusão,

de anarquia, onde cada um faz o que quer,

mas onde exerce o seu ministério segundo a

sua vocação, segundo a vontade de Deus.

Destas palavras se conclui que já naquele tem-

po se tornava claro que a Igreja é uma realida-

de sacramental e não política. A acção de Deus

precede as nossas decisões e ideias. A Igreja é

dom de Deus e não fruto da nossa criação.

Também nesta carta se torna célebre a oração

em que ele reza pelos dirigentes políticos,

apesar de perseguidores dos cristãos, reco-

mendando a estes que rezem por eles, como

Cristo o fez na cruz.

Rezando pelas autoridades, Clemente reconhe-

ce a legitimidade das instituições políticas,

mas ao mesmo tempo, manifesta a preocupa-

ção em que as mesmas se tornem dóceis a

Deus, exercendo o poder que Ele lhes deu para

a paz e para a mansidão. César não é tudo. Há

uma outra soberania, que o ultrapassa, cuja

origem e natureza não são deste mundo mas

“do alto”.

Como se verifica já no fim do primeiro século,

esta carta demonstra a solicitude de Roma

com as outras igrejas e a actualidade do seu

ensino sobre outras questões, nomeadamente,

sobre o reconhecimento e respeito dos pode-

res.

pe. Orlando Santos

o conteúdo destes textos é da responsabilidade dos seus autores Este artigo não foi alvo de revisão por motivo de atraso na entrega.

Page 11: Jornal Vitae nº107 - Março 2009

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Não era capaz de estar com ninguém sem lhe “tirar as medidas”... Estava sempre a julgar as pessoas, a avaliar os seus gestos e palavras com os seus critérios mesquinhos e a tirar conclusões sobre elas. Tinha também uma grande dificuldade em guardar essas conclusões para si... Por isso tinha uma língua comprida e afiada: comprida porque contava os seus juízos a muita gente, e afiada porque não perdia uma oportunidade para provocar e magoar as pessoas que tinha debai-xo de olho. Lá na terra chamavam-lhe o "Manel Réguas" porque estava sempre a medir os comportamentos de toda a gente. Ninguém gostava dele e sentiam que ele também não gostava de ninguém! No entanto, havia sempre quem tivesse medo dos seus juízos ou das suas “estocadas” de língua maldizente... Falava com tanta autoridade que chegava mesmo a impor-se a muita gente que julgava que as Leis que ele proclamava à boca cheia eram mesmo verda-deiras. Dizia sempre tudo com ar grave e sério e, diante daquilo que condenava, fazia sempre um tal ar de espanto e escândalo que havia até quem pensasse que ele era virtuoso! Que engano... A sua grande segurança era um Livro Grosso cheio de Leis e Regras que tinha sido escrito por uns quantos iguais a ele. Era evidente que o “Manel Réguas” era um homem infeliz e pequenito por dentro, na Mente e no Coração. Não conseguia pensar nem raciocinar para além do “quadradinho mental” reduzi-díssimo onde se movia às mil maravilhas pelas veredas da moral, nem conseguia acolher com serenidade quem fosse diferente dele ou não encaixasse nas medidas das suas réguas morais. Lembro-me que uma vez o apanhei sozinho e estava a chorar. Era o dia da Festa lá na terra! Todas as pessoas estavam contentes, partilhavam as carnes que assavam ao ar livre, as famílias juntavam-se em animadas rodas, jogavam e dançavam... Neste dia, ele chorava. Senti que ele era assim, afinal, porque tinha a vida cheia de frustrações e fracassos. No seu íntimo queria viver quase tudo aquilo que condenava... Condenava-o exacta-mente por isso: porque não lhe era possível vivê-lo! A maneira de compensar as frustrações e sentir-se realizado era cair no moralismo... Dava-lhe interiormente uma falsa sensação de que ele estava certo e era melhor viver assim como vivia... Compreendi-o melhor desde esse dia... Pelo menos compreendi que ele era mais vítima do que culpado! Outros o tinham feito assim... Mas isso não o desculpabiliza nem justifica algumas coisas que faz! Entra em pânico diante dos “diferentes”... Escandaliza-se hipocritamente com os pecados e enganos dos que caem, e imediatamente agarra no seu Livro Grosso para procurar a devida condenação. Uma vez perguntei ao “Manel Réguas” se no Livro Grosso aparecia a palavra “Perdão”. Ele mediu-me de alto a baixo e disse-me resmungando que aquilo era um “livro sério”! Não percebi... O “Manel Réguas” e os amigalhotes dele sentem-se servos de um “Deus” inventado por eles próprios e que dão como justificação máxima das suas próprias regras e réguas. Conseguem até ser assim e sentirem-se discípulos fiéis de Jesus ao mesmo tempo!!! Aliás, sentem que o facto de fazerem o que fazem e julgarem como julgam é o modo concreto de serem fiéis a Jesus! Este é, sem dúvida, o maior enigma para mim... não percebo mesmo como é que isto é possível! Um dia explicaram-me que os olhos deles se começam a transformar em réguas para medir pessoas e comportamentos, e então eles começam a ver tudo muito desfocado e desfigurado... Na altura não entendi bem o que me estavam a dizer. Mas desde que convivo mais com o “Manel Réguas” tornou-se tudo muito mais claro... Foi então que eu, definitivamente, deixei de lhe dar ouvidos e passei a ter pena dele!

Rui Santiago, cssr

Page 12: Jornal Vitae nº107 - Março 2009

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"Da teoria da catequese ao compromisso de coração"

Olá a todos Na nossa catequese estivemos a falar sobre a JUSTIÇA, embora, por vezes, ela não seja muito

justa. A nossa catequista transmitiu-nos o seu testemunho como voluntária na ajuda aos Sem Abrigo e

referiu que na maioria das vezes levavam bolachas, porque, para nós é normal chegar a casa e ter

na despensa pacotes de bolachas, mas aquelas pessoas nada têm e um pacote é muito mais que

um simples pacote. Por isso estamos aqui para vos apelar nesta causa. Colaborem com apenas um

pacote de bolachas.

Todas as semanas ao longo da Quaresma vai estar, à porta da Igreja, uma caixa, bem grande,

onde poderão depositar o vosso contributo.

Contamos convosco.

E não se esqueçam, um pacote um sorriso.

Ana Sofia

Lia

(7º Ano da Catequese)

Susana Leite

Page 13: Jornal Vitae nº107 - Março 2009

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Daniela Ferreira e Susana Leite

Carnaval: tempo de colocar máscaras ou de as tirar? Foto: Susana Leite Carnaval de Ovar, 2008

"Talento é paciência sem fim." (Gustave Flaubert) Foto: Luís Moreira Mostra de Talentos, 14 e 15 de Fevereiro de 2009 Tema do próximo mês:

QUARESMA

Aguardamos pelas vossas fotos.

Participem e enviem para: [email protected]

Page 14: Jornal Vitae nº107 - Março 2009

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Pinta ao teu gosto!

Page 15: Jornal Vitae nº107 - Março 2009

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SEDE: R. de Santana, 494 – 4465-740 Leça do Balio

Tel.: 22 905 90 50 Fax 22 905 90 59 e-mail: [email protected]

Rua de S. Romão, 523 - 4470-365 VERMOIM - MAIA Telf. 22 943 6610 - Fax 22 943 6619 Rua Fonte da Moura, 338 - 4100-251 PORTO Telf. 22 616 6350 - Fax 22 616 6359

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Page 16: Jornal Vitae nº107 - Março 2009

Leituras Dominicais

1 | I Domingo da Quaresma Gn 9,8-15 | Sl 24

1Pd 3,18-22 | Mc 1,12-15

8 | II Domingo da Quaresma Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18 | Sl 115

Rm 8,31b-34 | Mc 9, 2-10

15 | III Domingo da Quaresma Ex 20,1-17 | Sl 18

1Cor 1,22-25 | Jo 2,13-25

22 | IV Domingo da Quaresma 2Cr 36,14-16.19-23 | Sl 136

Ef 2,4-10 | Jo 3,14-21

29 | V Domingo da Quaresma Jr 31,31-34 | Sl 50

Hb 5,7-9 | Jo 12,20-33

Actividades da Paróquia / Agenda Cultural

Serviços da Paróquia

Atendimento do Pároco Terça, Quinta e Sexta 17h às 19h

Secretaria

Seg. a Sexta 15h às 19h

Biblioteca Sábado 17h30 às 19h

Bar Sábado 9h às 12h 14h às 19h

Acolhimento das Crianças

Celebrações Sábado - 16h30, 19h15 Domingo - 19h

Ficha Técnica

Editorial pe. Orlando Santos

Coordenador Ricardo Ascensão

Design | Montagem Ricardo Ascensão Teresa Ascensão

Revisão Lígia Lopes

Equipa de Redacção Francisco Miranda Luís Moreira Maria Inês Rocha Rita Fonseca Susana Leite Teresa Ascensão

Colaboradores Nazaré Marques Pedro Graça Vânia Oliveira

Publicidade Altina Borges

Impressão Tipografia Araújo

Publicação On-line Pedro Graça

www.grupovitae.com

[email protected] [email protected]

Horário das Celebrações

2ª e 4ª feira - 9h 3ª, 5ª e 6ª feira - 19h Sábado - 16h30, 19h15 Domingo - 9h, 19h

Actividades da Paróquia / Agenda Cultural

"Quando ficou a sós com eles, Jesus explicou-lhes todas as suas Palavras e Parábolas..." (Mc 4, 34)

www.ASosComEles.blogspot.com

Domingo a Domingo a explicação das leituras.

Periodicidade mensal | Distribuição gratuita | 700 exemplares

Março 1 Dia Internacional da Protecção Civil

2

3 Reunião da Equipa Vicarial - Águas Santas

4 Formação Bíblica Permanente - Auditório da Paróquia de Vermoim - 21h30

5 6

7 Reunião de Catequistas

8 Reunião de Acólitos | Dia Internacional da Mulher

9

10

11 Dia Europeu das Vítimas de Terrorismo

12

13

14 15 Celebração do Baptismo | Dia Mundial dos Direitos do Consumidor | Dia Caritas

16

17

18

19 Dia do Pai

20

21 Dia da Floresta e da Árvore | Dia para a Eliminação da Discriminação Racial

22 Dia Mundial da Água

23

24 Reunião de Pais (1º ao 10º ano) - 21h30 | Dia dos Missionários Mártires Dia Mundial da Tuberculose

25

26

27 Dia Mundial do Teatro

28

29

30 Celebração Penitencial - 21h30

31

Abril

1 Formação Bíblica Permanente - Auditório da Paróquia de Vermoim - 21h30 Dia das Mentiras

2 Dia Internacional do Livro Infantil 3

4 Celebração Penitencial (Crianças) - 9h30 | Dia Internacional de Acção Antiminas

5 Dia Mundial da Juventude