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Respeito ao nascimento O nascimento há muito deixou de ser um processo fisiológi- co, inerente à vida reprodutiva humana, para se tornar um processo cada vez mais sistematizado e mercadológico. Goiânia, setembro de 2014 /67 º edição UFG recebe designers de todo Brasil Plantas medicinais do cerrado são testadas na produção animal O Ndesign reune cerca de 1200 estudantes de todo o país apresentaram trabalhos acadêmicos e conferi- ram depoimentos de 70 profissionais convidados entre brasileiros e estrangeiros. As pesquisas devem contribuir com alternativas ao uso de medicamentos sintéticos na produção animal, os resultados apontam boas perspectivas. A lei é um projeto redução e tratamento do lixo, que inicia nas industrias e o processo vai até o lixão, seme- lhante com o que ocorre nos países de primeiro mundo. Lei dos resíduos sólidos ainda é descumprida

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Page 1: Jornal UFG

Respeito ao nascimento

O nascimento há muito deixou de ser um processo fisiológi-co, inerente à vida reprodutiva humana, para se tornar um processo cada vez mais sistematizado e mercadológico.

Goiânia, setembro de 2014

/67 ºedição

UFG recebe designers de todo Brasil

Plantas medicinais do cerrado são testadas na produção animal

O Ndesign reune cerca de 1200 estudantes de todo o país apresentaram trabalhos acadêmicos e conferi-ram depoimentos de 70 profissionais convidados entre brasileiros e estrangeiros.

As pesquisas devem contribuir com alternativas ao uso de medicamentos sintéticos na produção animal, os resultados apontam boas perspectivas.

A lei é um projeto redução e tratamento do lixo, que inicia nas industrias e o processo vai até o lixão, seme-lhante com o que ocorre nos países de primeiro mundo.

Lei dos resíduos sólidos ainda é

descumprida

Page 2: Jornal UFG

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Águita Araújo

Regional Jataí intensifica divulgação de pesquisas

Criar um espaço físico para dar visibilidade à expressão artís-tica, tanto dos moradores da Casa do Estudante Universitá-rio V (CEU V) quanto de artis-tas dacomu- nidade, por meio da publicação de editais para seleção, era um desejo antigo dos residentes da moradia es-tudantil. Diante desse anseio, desde janeiro deste ano, inte-grantes da Comissão Perma-nente de Cultura e Lazer da CEUV e de órgãos da univer-sidade se articularam e se reu-niram para criar uma galeria na casa do estudante.

De acordo com o estudante do curso de Letras, Pedro Mo-reira, a Galeria da CEU5 surgiu a partir de ações da Comissão Permanente de Cultura e Lazer da CEU V, que é constituída pelos moradores da casa e na qual ele é diretor, em parce-ria com as Pró-reitorias de Ext ensão e Cultura (Proec) e de Assuntos da C omunidade Uni-versitária (Procom).

A Galeria da CEU5 iniciou suas atividades culturais em julho deste ano com uma ex-posição de obras de arte, inti-tulada Horizontes, produzidas pelos residentes da moradia estudantil, durante a Terceira Jornada Cultural, evento anual de comemoração do aniversá-rio da Casa do Estudante que ocorreu na CEUV.As próximas

exposições serão realizadas por meio de editais para a se-leção de obras artísticas.

Pedro Moreira, que também é diretor provisório da galeria, afirma que o espaço ainda está em processo de im- plantação. “Começamos com uma estru-tura mínima para o início das atividades”, explicou. Em um segundo momento, ele aguar-da que o Centro de Ges- tão do Espaço Físico (Cegef) realize algumas reformas para ade-quar o funcionamento efe- tivo da Galeria da CEU5.

Estudantes dos cursos de Artes Visuais, Dança, Design de Ambientes, Ecologia, Filo-sofia e Letras, que residem na CEU V, produziram o material para a exposição Horizontes. A mostra artística esteve aber-ta ao público durante o mês de julho e tinha temática livre, uma vez que as obras já esta-vam prontas e a escolha ficou a cargo de cada expositor.

Contudo, o estudante Pe-dro Moreira afirma que um cri-tério norteou todo o trabalho: diversidade. “Diversidade de linguagens, técnicas, temas e formação artístico-acadêmica. Assim, o objetivo era mostrar a riqueza que advém disso, como num bordado ou mosaico, onde o todo é mais que a soma das partes coloridas: é a figura em sua unidade”, esclareceu. João

UNIVERSIDADE

Galeria montada para inauguração

Carlos Ferreira dos Santos é autor das aquarelas sobre pa-pel cartão, Banhista e Santinha, que foram expostas. Para o es-tudante do curso de Artes Visu-ais, a exposição Horizontes foi interessante para a divulgação de trabalhos e contribui para que os estudantes, cuja gra-dua- ção é relacionada com o desenvolvimento artístico, pos-sam se ambientar com a expe-riência de expor obras. “Essa iniciativa fomenta o desenvol-vimento artístico e cultural dos moradores”, acrescentou.

De acordo o pró-reitor de Assuntos da Comunidade, Elson Ferreira de Morais as CEUs são vinculadas à Procom e o órgão procura desenvolver trabalhos que visam humanizar atividades desenvolvidas por estudantes. Já a Proec auxiliou na divulgação da exposição produzindo material gráfico, em parceria com o Centro Edi-torial Gráfico da UFG. Servido-res do Cegef também contribu-íram com a pintura do espa- ço e a instalação de algumas pe-ças da exposição. Segundo a Pró-reitora de Extensão e Cultura, Giselle Ottoni, a inicia-tiva é de fund os estudantes possam ter maior contato com a arte dentro da própria casa, além de receber pes- soas de outras localidades para de-senvolver atividades artísticas.

21% eram destinados à fabri-cação de sabão e 4% tinham destinos diversos. “Com isso, ficou evidente a necessidade de conscientizar a população sobre a importância da reutiliza-ção de tal resíduo que, se des-cartado irregularmente, pode causar graves danos ao meio ambiente. Dessa forma foi pro-posta, uma parceria entre essas instituições e a UFG”, explicou Paulo Roberto Meira.

Em sua primeira etapa, o projeto envolveu diversas atividades nas escolas par-ceiras, como palestras de

conscientização e uma ginca-na, com a qual foi possível arre-cadar, apenas no ano de 2013, a significativa marca de 3.000 litros de óleo. Na competição, o prêmio para a escola que conseguisse arrecadar a maior quantidade de óleo de fritura foi uma visita ao Laboratório de Química Orgânica e Inorgâni-ca, do Bloco de Ciências Exa-tas da UFG, para que os estu-dantes pudessem acompanhar a transformação do material coletado em biodiesel.

A equipe do Laboratório de Química Orgânica e Inorgâ- nica, formada por estudantes de graduação, sob coordena-ção do professor Paulo Rober-to Meira, analisou o material co- letado e verificou, entre outros fatores, a acidez e a quantidade de água presente no óleo para, em seguida, re-alizar a produção de biodiesel. Análises realizadas apontaram que o biodiesel produzido se encontra dentro dos padrões das normas da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

“É importante ressaltar que os resultados positivos do pro-jeto não se restringem aos acadêmicos da UFG, já que, além de terem participado e acompanhado o projeto, mui-tos estudantes de ensino médio reproduziram o processo de reciclagem do óleo de cozinha nas feiras de ciências realiza-das por suas escolas, sob su-pervisão dos acadêmicos da UFG, compartilhando, assim, a informação e contribuindo no processo de conscientização da população”, afirmou a aca-dêmica Maria Aparecida G.

Constantemente, veículos de comunicação anunciam re-sultados de pesquisas que podem mudar a forma como o homem vive, desde a cura de doenças até a descober-ta de métodos mais baratos e rápidos para a realização de importantes exames médi-cos. Entretanto, a maior parte das pesquisas se encerra sem que seus resultados sejam amplamente divulgados à co-munidade. Isso se deve, entre outras coisas, pela complexi-dade dos assuntos tratados, que, muitas vezes, fogem do entendimento da população.

Diante do exposto, a As-sessoria de Comunicação (Ascom) da Regional Jataí da Universidade Federal de Goi-ás (UFG) pretende promover a interface entre o que é pro-duzido na instituição e a comu-nidade, divulgando resultados de projetos de pesquisa e de extensão promovidos por aca-dêmicos, docentes e servido-res técnico administrativos da universidade.

O primeiro tema a ser abor-dado nessa série de ma- térias é a produção de energia por meio de formas alternativas, com destaque para o projeto Produção de biodiesel obti-do a partir do óleo de fritura,

coordenado pelo docente do curso de Química e assessor de Extensão e Cultura da Re-gional Jataí, Paulo Roberto Ro-drigues Meira. O projeto, um dos contemplados pelo Progra-ma de Extensão Universitária (ProExt) 2015, do Ministério da Educação (MEC), problematiza o baixo índice de municípios que fazem o uso deste resíduo para fins energéticos e sugere a utilização em larga escala de óleo de cozinha na produ-ção de biodiesel. Em parceria com o estudante de graduação do curso de Química, Alysson

Benite de Freitas, que também atua como professor em algu-mas escolas particulares de Jataí, pode-se verificar inicial-mente por meio do projeto que não existe na cidade o serviço de coleta sistemática e perma-nente do óleo de fritura para ser reaproveitado.

Com o apoio de estudantes de ensino médio de quatro es-colas particulares em Jataí, nos quais Alysson Freitas é profes-sor, foi constatado que cerca de 75% do óleo utilizado pelas residências na cidade era des-cartado no esgoto, enquanto

Estudantes da educação básica e da graduação aprendem sobre como transformar óleo de fritura

em biodiesel

Galeria foi inaugurada durante a Terceira Jornada Cultural da CEUVArte e

diversidade na galeria da CEU5

Goiânia, setembro de 2014

Renan Vinicius Aranha

Imagem de divulgação da campanha disponibilizada pela ASCOM

Page 3: Jornal UFG

3Goiânia, setembro de 2014 UNIVERSIDADE

O Encontro Nacional dos Estudantes de Design (NDesign) reú-ne anualmente estu- dantes de todo o País, desde o início da década de 1990, para discutir questões filosóficas, culturais e científicas que envolvem a formação e o mercado profissional na área. A organização do evento, feito exclusivamente por estudan-tes, foi composta por integrantes de cinco instituições: Faculdade Cambury, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), SENAC, UFG e Universidade Salgado de Oliveira (Universo). Este ano a cidade-sede foi Goiânia e as atividades, como palestras, apresentações de cases, oficinas e workshops, foram realizadas no Câmpus Samambaia da UFG, de 19 a 26 de julho.

Cerca de 1.200 estudantes de todo o País apresentaram tra-balhos acadêmicos e conferiram depoimentos de 78 profissionais convidados entre brasileiros e estrangeiros. De acordo com um dos organizadores, o estudan-te de Design Gráfico da UFG, Marcos Túlio Batista da Silva, a concentração das atividades e o alojamento do evento no Câmpus Samambaia propor-cionaram maior mobilidade e entrosamento dos participan-tes. As opções de atividades foram extensas e os encontris-tas tiveram que se programar para conseguirem aproveitar o que julgavam mais importante den- tro da programação. Foi o caso da designer gaúcha Kim Cândido, que estava ansiosa no início do evento: “Apesar de ter participado de vários outros eventos, estou com grande ex-pectativa para as atividades do NDesign deste ano”, afirmou.

Encontro nacional reune estudantes de DesignGoiânia recebe Ndesign.Encontro anual de jovens para discutir as importantes questões acadêmicas e mercadológicas do design e trocar conhecimentos.

Thaíssa VeigaWarlos Morais

Depoimento de uma professora

A paulistana Ciça Fittipaldi há 40 anos é ilustradora e desde 1993 é professora da Faculda-de de Artes Visuais (FAV) da UFG. Convidada para apre-sentar seu case no NDesign, ela reconheceu a importância do evento organizado por es-tudantes, uma vez que até hoje a inserção no mercado de tra-balho nessa área é difícil. “O mercado de Design em Goiânia era praticamente inexistente. As principais demandas eram da área de Identidade e Comuni-cação Visual, com uma prática profissional instalada no meio publicitário. A atuação de ar-quitetos também compartilhava o mercado de Design que teve que ser desbravado por nossos alunos, emergindo da UFG e da UCG”, esclareceu a professora.

Faixada do Centro de Eventos da UFG devidamente decorada para recpção dos milhares de designer de todo país

Professor Noberto Ungarelli da UFPA. Convidade ilustre do evento, compartilha sua trajetória com os estudantes

Momento de descontração na Plenária Inicial

Políticas Públicas de Design

Ministrada pelo professor e coordenador do Laboratório de Políticas de Design da Uni-versidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Gabriel Patro-cínio, a palestra sobre políticas públicas de design apresentou aos participantes a percepção de que essa atividade profis-sional possui outros alcances. Para Gabriel Patrocínio, é pre-ciso despertar o interesse pelo design no âmbito governamen-tal. “Os profissionais da área normalmente se preocupam em explicar o que é o design, focando na sociedade, nas indústrias e, por último, no go-verno. Seria necessário atingir os governantes, conscientizan-do-os sobre a importância da área e, só então, passar para as indústrias e chegar à socie-dade”, afirmou o professor.

Gabriel Patrocínio lembrou ainda a criação do O Diagnós-tico do Design Brasileiro, reali-zado pelo Centro Brasil de De-sign. Esse documento procura mostrar referências do Design para o desenvolvimento da in-dústria e oferecer, assim, sub-sídios para a elaboração des-sa política públi- ca no País. “O documento levantou dados impor- tantes sobre determi-nados segmentos industriais que utilizam o design e esse estudo deve conti- nuar sendo feito, pois orienta o governo sobre a importância da área”, disse Gabriel Patrocínio.

Mídias digitais

No último dia de atividades do NDesign, ocorreu a palestra É possível inovar em design para mídias digitais?, com o diretor de Marketing e Comunicação da Associação Brasileira das Agências Digitais em Goiás (Abradi-GO), Leonardo Diogo. De acordo com ele, para en-contrar a inovação, o que re-almente importa é a experiên-cia do usuário. O público leva em consideração muito mais o conteúdo do que a aparên-cia. E é essa experiência que garante ao usuário um melhor aproveitamento do conteú-do. “Muitos confundem inova-ção com estas ferramentas: HTML5, JavaScript, Mobile, entre outros. Na verdade, es-ses são apenas recursos e eles são finitos, aparecem e somem com grande facilidade. Mas a inovação continua”, completa Leonardo Diogo.

Ana Yamaguti, formada em Design Gráfico pela UFG Goi-ás, afirma que “o design não é só estética, mas também a apresentação de soluções para um mercado que possui grande concorrência”.

Page 4: Jornal UFG

4PARTICIPAÇÃO Goiânia, setembro de 2014

A campanha Diz Aí, organi-zada por uma comissão interna interdisciplinar, aconteceu nos dias 19 e 20 de agosto e mo-bilizou a comunidade universi-tária, com atividades culturais, para dialogar sobre novas pos-sibilidades de utilização do es-paço do Bosque Saint’Hillaire. Em quatro pontos da universi-dade – Centro de Convivência, Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae), Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) e Instituto de Química (IQ) – foram es-palhados painéis, urnas e fol-ders nos quais a comunidade universitária pôde expressar sua opinião e sugerir melhorias para o espaço.

“Foram realizadas várias ações no intuito de encontrar alternativas para o uso do bos-que, respeitando as diferentes visões sobre ele”, ressaltou um dos membros da comissão organizadora, o coordenador do Núcleo Interdisciplinar de

Estudos e Pesquisas sobre Drogas e Outras Dependências (Neped), Eriberto Belivacqua. A ação contemplou mostra fo- tográfica, apresentações de música, dança e teatro, ativi-da- de itinerante com estudan-tes do curso de Musicoterapia e do PET Saúde Mental, além de uma roda de conversa.

A ocupação artística des-pertou a atenção de alunos, professores e técnico-admi-nistrativos interessados em tor- nar o bosque um ambien-te de convivência e sociabi-lidade, com mais ações de incentivo à cultura. Entre as sugestões, foram menciona-dos, principalmente, aumento da seguran- ça, revitalização, instalação de lixeiras pelo per-curso da mata, ações culturais e iluminação. A comissão res-ponsável pelo evento irá com-pilar as opiniões e apresentar os resultados para a gestão da UFG avaliar a implementa-ção das sugestões.

Roda musical chamou atenção dos alunos do Cepae sobre a importância da preservação do bosque da UFG

Mostra fotográfica reuniu diferentes perspectivas da comunidade universitária sobre o Bosque Auguste Saint’Hillaire

Alunos tiveram a oportunidade de mostrar seus talentos durante a I Mostra Artística do

Bosque Auguste Saint’Hillaire

Campanha interdisciplinar visa motivacionar toda comunidade ufg a recuperação

e aproveitamento do espaço do Bosque.

VAMOS CONVERSAR SOBRE O BOSQUE?

Serena Veloso

Page 5: Jornal UFG

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Passo a passo para marcação

das férias

ADMINISTRATIVO

Serena Veloso

Com o objetivo de integrar os siste- mas informacionais da universi- dade e trazer maior facilidade no acesso e na administração de funções das di-versas áreas da instituição, em 2013, a UFG iniciou a implantação do sof-tware Sistemas Integrados de Gestão (SIG). Organizado em módulos, o SIG permite atualização ágil e manipula-ção dos dados com maior eficiência. Durante esse processo, que du- rará em torno de quatro anos, serão priori-zados os módulos que possuam siste-mas correspondentes na UFG. Os sis-temas com tecnologia defasada serão substituídos, como é o caso do Gestão Acadêmica, que terá seus dados mi-gra- dos para o Sistema Integrado de Gestão das Atividades Acadêmicas (SIGAA). O primeiro módulo, implanta-do em junho de 2013, foi o de marca-ção de férias, do Sistema de Gestão Integrado em Recursos Humanos (SI-GRH). A in- formatização do agenda-mento de férias possibilita que os pró-prios servidores realizem a operação e que a chefia de cada setor homologue via sistema. “Para a área de RH foi uma gran- de novidade, porque o controle das fé- rias era estritamente manual. Antes, todas as unidades mandavam uma lis- ta no papel com o nome da pessoa e os dados das férias. Essa lis-ta era digitada por servidores do De-partamento do Pes- soal (DP) e trans-ferida para o Sistema Integrado de Administração de Recur- sos Humanos (Siape) do governo fede- ral”, explicou a diretora do DP da UFG, Maruska Vaz Sansaloni.

A gestora do SIGRH, Wilma Maria Gonçalves dos Santos, acredita que

GESTÃO

Universidade moderniza sistemas de informação

Goiânia, setembro de 2014

Nos próximos quatro anos, a UFG estará em fase de implantação dos Sistemas Integrados de Gestão Universitária, que irão melhorar o gerenciamento de informações na instituição

Confira os procedimentos para programar as férias no SIGRH:

de informação Por meio do Portal UFG

(canto superior direi-to) acessar o Portal

UFGNet;

Clicar no menu Ad-ministrativo, no link

Recursos Humanos - SIGRH;

Selecionar a opção SIGRH (Recursos Hu-

manos) e depois en-trar no sistema com o mesmo Usuário e Se-

nha do Portal UFGNet;

Autenticar usuário, in-serindo Login Único e Senha;

Na página inicial do sistema, no canto di-reito superiWor, clicar no link Entrar no siste-ma;

ou- tro benefício foi o de modificar a cultura da universidade na marcação de férias, deixando a responsabilida-de ao próprio servidor e ao diretor de sua unidade so- bre a melhor data e possíveis alterações. Para consolidar a implantação do módulo, era neces-sário que os servidores estivessem cadastrados no sistema. Por isso, foi implantado o módulo Cadastro. De acordo com o coordenador- geral do SIG na UFG, Dannyel Cardoso da Fon-seca, o sistema funciona de forma complementar, sendo que as informa- ções de um módulo, muitas vezes, são dependentes de dados inseridos em ou- tros. “Essa dependência é o que diferen- cia muito o SIG dos outros sis-temas da universidade, porque esses não são tão acoplados em nível de in-formação”, dis- se. Dannyel Cardoso ressalta ainda ou- tras vantagens do sistema: o funciona- mento integral via web e a uniformidade do visual e do uso dos sistemas.

Parceria tecnológica – A UFG ad-quiriu o software de um projeto da Uni-versidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O suporte à implanta-ção é feito por em- presa que surgiu de uma incubadora da UFRN, que dis-ponibiliza toda a tecnologia e atua na migração dos dados e customi- zação dos módulos, segundo as especi- fici-dades da instituição, com o acompa- nhamento de uma equipe local da área de Tecnologia da Informação. Atual-mente, 36 instituições federais utilizam o softwa- re, incluindo, entre elas, ór-gãos como a Polícia Federal e a Agên-cia Brasileira de Inteligência.

Sistemas UFGPortal UFGNetWebmailMatrículaConcursosPortal SIG

Autenticar

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Criar Login Único

Ajuda

Senha:

|informe seu login único.

informe sua senha.

Entrar

Administração de sistemas - SIGADMIN

Recursos Humanos - SIGRH

Guia de Recolhimento da União - SISGRU

Recursos Humanos - SIGRH

Recursos Humanos - SIGRH

Geral

Goiânia, 19 de Agosto de 2014 (UFGNet)

ENTRAR NO SISTEMA

Usuário:

Senha:

Entrar

Entrar no sistema

Os manuais com todas as informações sobre o acesso e a utilização dos recur-sos dos módulos em atividade, além da descrição detalhada dos módulos e sistemas SIG, estão disponíveis na pá-gina: www.portalsig.ufg.br

No tópico Dados das Férias, in-formar os dados do parcelamen-to das férias, ou seja, o número de parcelas em que as férias serão divididas.

Selecionada a quantidade de parcelas, preencher para cada período a quan-tidade de dias e a data de início das férias. Obs.: a programação das férias deve ser feita com o prazo máximo de 60 dias antes da data pretendida.

Para receber o adiantamento das férias (restituído ao governo no segundo mês após o recebimento das férias) e a grat-ificação natalina (disponível apenas quando o primeiro período de férias é marcado para o primeiro semestre), basta marcar as caixas de seleção.

Os chefes de cada unidade deverão acessar o menu Chefia de Unidade e o submenu Homologar Férias para au-torizar a solicitação de férias de cada servidor. Selecionando um deles, ao canto direito da tela, estarão disponíveis três ícones, um deles verde, que sinal-iza a opção de homologar as férias. Basta clicar nele e a operação estará concluída.

Para conferir os dados das férias já marcadas, acesse o menu Férias, cli-cando no submenu Consulta/ Alter-ação/Exclusão de Férias, onde estarão disponíveis a indicação se foram ou não homologadas. Obs.: para alterar a data, é necessário fazê-la com um pra-zo máximo de 30 dias, antes do início das férias já registrada, e dentro do período de homologação.

Ao entrar no sistema, o usuário deve clicar no menu Férias e escolher a opção Inclusão de Férias.

Férias

EXERCÍCIOS PRÓXIMOSExercício

Periodos

2014

1 º Período

01/01/2014

0

31/12/2014

01/01/2015

30 Paga/Marcada SIGRH 1

Início Aquis.

Dias

Término Aquis.

Início

Dias

Término

Status

Adiant. Salarial

Origem

Grat. Natalina

Período

Inclusão de Férias

Consulta/Alteração/Exclusão de férias

Cronograma de Férias da Unidade

Page 6: Jornal UFG

6PESQUISA

Silvânia Lima

O efeito antimicrobiano de muitas plantas do Cerrado, já conhecidas como terapêuti-cas, pode ser utilizado na nu-trição de animais ruminantes. Algumas dessas plantas estão sendo estudadas por pesqui-sadores da área de Produção Animal das cinco universida-des federais da região Cen-tro-Oeste, sob coordenação da Universidade Federal de Goiás (UFG). Com o apoio da Faculdade de Farmácia (FF), responsável pela extração e identificação das espécies e dos seus princípios ativos, bioprodutos da sucupira (Pte-rodon emarginatus Vogel), da copaíba (Copaifera langsdorffii Desf), do barbatimão (Stryph-nodendron adstringens (mar-tius) Coville) e do pacari ( La-foensia pacari A. St.-Hill) estão sendo testados na alimentação de bovinos, frangos, ovinos e suínos, na Escola de Veteriná-ria e Zootecnia (EVZ).

Trata-se de uma importante ação de valorização da flora do Cerrado com o seu potencial fi-toterápico. Também participam dos estudos pesquisadores das Universidades Federais de Mato Grosso (UFMT), de Mato Grosso do Sul (UFMS), da Grande Dourados (UFGD) e da Universidade de Brasília (UnB).

As pesquisas, algumas já concluídas e outras em fase de experimentação de campo, devem contribuir com alterna-tivas ao uso de medicamentos sintéticos na produção ani-mal. O conjunto de 12 proje-tos cons- titui a rede Produção Animal Sustentável financiada pela Rede Centro-Oeste de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação (Rede Pró-Centro-O-este). A coordenação da rede Produção Animal Sustentável é da UFG, sob res- ponsabilida-de do professor Juliano José

Plantas medicinais do cerrado sãoexperimentadas na produção animal

de Resende Fernandes, da EVZ, tendo como subcoordenador o professor Gumercindo Loriano Franco, da UFMS.

As pesquisas da rede Produção Animal Sustentá- vel ti-veram início em 2011 e devem ser concluídas em 2015. Os recursos aprovados para todos os projetos somam mais de R$ 3,2 milhões e são oriundos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi-co (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), pela Rede Pró-Centro-O-este. Além de financiar diretamente os projetos, os recursos contribuem para ampliar e melhorar a estrutura de pesquisa da UFG e das demais Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do Centro-Oeste.

Os projetos congregam 42 pesquisadores, do-centes e estudantes de graduação e pós-gradua-ção, e já geraram muitos trabalhos acadêmicos, como artigos, dissertações e teses. Estão en-volvidos 17 pós-graduandos e mais de 20 bol-sistas da graduação. Diversas oportunidades de parceria surgiram, com a realização desses experimentos, entre diferentes unidades e insti-tutos da UFG, e também com outras instituições.

Os recursos da Rede possibilitaram a criação de importantes laboratórios na EVZ. O Laboratório Multiusuário da Rede de Produção Animal Sustentável (Lamupas) envolveu a construção de 10 fermentadores de fluxo contínuo que simulam o trato gástrico de animais ruminantes, o que possibilita minimizar o número de experimentos com a utilização de animais canulados. O conjunto de fermentadores permite a simulação das condições ambientais do rúmen com controle computadorizado da movimentação, da acidez (pH) e da temperatura. O equipamento, desenvolvido pela equipe do professor Juliano Fernandes, é único no Brasil e encontra-se em processo de patente.

Além desses equipamentos o Lamupas possui estrutura para análises de mi-nerais, aminoácidos, ácidos graxos e outros. O conjunto de equipamentos de ponta permite análises por meio de absorção atômica, de cromatografia gasosa e de cromatografia líquida. Também foi possível a instalação de uma câmara fria, importante na manutenção de reagentes e amostras experimentais. Outros laboratórios da UFG também são utilizados, como os de Histologia e Patologia Animal, da EVZ, de Parasitologia e de Produtos Naturais, da FF, e outros do Ins-tituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP).

Especialistas integrantes da rede de pesquisa analisam os efeitos antimicro-bianos da sucupira, da copaíba, do barbatimão e do pacari em ruminantes e monogástricos.

Professor Victor Couto mostra o extrato de bar-batimão inserido na ração dos bovinos. Carlos

Siqueira

A participação da Faculdade de Farmácia foi fun-damental para a identificação das espécies e ob-tenção dos bioprodutos utilizados nas pesquisas

Carlos Siqueira

Estrutura Laboratorial

Goiânia, setembro de 2014

Page 7: Jornal UFG

7

Propriedades terapêuticas e bioprodutosA volorização da flora do Cer- rado é um dos objetivos da Rede Pró-Cen-tro-Oeste. As quatro plantas escolhidas para as pesquisas com animais são conhecidas por suas propriedades an-timicrobiana e antiinflamatória. Em hu-manos, a sucupira é usada ainda como analgésica e antirreumática, a copaíba como antitumoral, cercaricida e, junta-mente ao barbatimão e ao pacari, an-tiulcerogênica e cicatrizante.

Tais plantas, na natureza, produzem substancias secundárias (não essen-ciais às suas funções fisiológicas) ca-pazes de inibir o ataque de predadores, como bactérias, fungos e protozoários. Esses compostos, utilizados na nutrição

ou no tratamento tópico, podem apre-sentar efeitos antimicrobianos dese-jáveis. Entre os possíveis princípios ativos que podem estar presentes nos extratos, há os taninos, as saponinas e os beta-carofilenos. A escolha dessas espécies se deu também pela alta ativi-dade biológica, ou seja, são largamen-te encontradas.

A partir do óleo da semente de sucu-pira e do óleo-resina da copaíba, obte-ve-se os óleos essenciais. Das cascas do barbatimão e do pacari, obteve-se o pó, ou extrato seco. Esses cons-tituem os bioprodutos processados no Laboratório de Produtos Naturais que viabilizaram os experimentos dos

projetos da rede Produção Animal Sustentável da Rede Pró-Centro-Oeste.

Essas espécies são reco-nheci- das também por outras qualidades, como exemplo a madeira, requerida na mar-cenaria e na construção civil, e a pouca exigência de solo, algumas são recomendadas para compor reflorestamentos mistos em áreas degradadas.

Pau d´óleo, copaúva, óleo--preto, óleo-rajado ou sim-plesmente copaíba. A árvore, que pode chegar a 40 me-tros de altura, é facilmente encontrada pelo forte aroma exalado de sua casca. O bál-samo da copaíba, ou óleo, é extraído por meio de uma in-cisão no tronco, apenas uma vez ao ano

Faveiro, sucupira branca, fava de sucupira, fava de Santo Inácio, sucupira lisa são os nomes atribuídos à árvore de sucupira. A ma-deira dura e de longa dura-bilidade é outra vantagem. Além da semente, a casca e a raiz são largamente uti-lizadas contra diversas do-enças

Resultados apontam boas

perspectivas

Rede de pesquisaCentro-Oeste

O termo barbatimão é a denominação popular utilizada para uma varieda-de de plantas de larga ocorrência no Cerrado brasileiro. O nome deriva do termo indígena Iba Timo, que significa “árvore que aper-ta”, uma alusão à sua alta capacida-de de adstringên-cia. Suas conheci-das propriedades medicinais são atri-buídas à produção potencial de tanino.

Dedaleiro, dedal, mangava-brava, amarelinho, candeia-de--caju, copinho e louro-da-serra ou pacari é uma planta de porte arbóreo. Além dos usos terapêuticos já conhecidos, a planta está sendo estudada no tratamento de processos alérgicos. Em Goiás, sua madeira é muito utilizada para fa-zer eixos de carros de boi e a base da flor é usada como dedal

Os pesquisadores da rede Produção Animal Sustentável procuram apresen-tar alternativas e desenvolver produtos a partir do uso de plantas do Cerrado, com a finalidade de reduzir gastos na produção animal e promover o aumento da eficiência de utilização dos alimen-tos e a preservação do bioma Cerrado, pela valorização e pelo estímulo ao uso sustentável dos seus recursos. Além disso, a busca por produtos fitogênicos na produção animal é algo novo e de extrema relevância. O professor Marcos Barcellos Café, que testa as plantas do Cerrado no combate à Escherichia coli patogênica em frangos de corte, expli-cou que “embora não hajam evidências científicas de que os antibióticos utilizados na produção animal cau-sem problemas à saúde humana, há tendência à proibição dessas substâncias, como já ocorre na maioria dos países europeus”. A maior par-te dos experimentos é voltada à influência dos bioprodutos es-tudados sobre a di-gestibilidade dos ali-mentos, buscando as dosagens corretas de acordo com os objeti-vos propostos em cada pesquisa. No caso dos ruminantes – bovinos de corte e de leite, mantidos em regime de confina-mento ou de pastejo

– o uso dessas plantas é para contro-lar a fermentação ruminal, inibindo se-letivamente grupos de microrganismos menos eficientes no trato gástrico des-ses animais, conforme explica o profes-sor Victor Rezende Moreira Couto. Um experimento, envolvendo 115 bovinos confinados, está em andamento na EVZ, avaliando efeito do extrato de bar-batimão sobre o desempenho produtivo desses animais. Estudos prévios in vitro no Lamupas, já desmonstraram o efeito antibiótico do óleo da semente de sucu-pira, do óleo de copaíba e do extrato de barbatimão. Dos extratos inseridos na ração, o óleo de sucupira apresentou baixa aceitação por parte dos animais.

O óleo de copaíba e o extrato de barbatimão são alternativas ao uso de antibióti-cos no desempenho de poederias comerciais

Em suínos, a pesquisa avaliou o po- tencial antiparasitário do pacari e da sucupira no controle da sarna sarcóptica, com efeitos bas-

tante positivos. De acordo com a professora Moema Pacheco Chediak Matos (EVZ), uma das responsáveis pela pesqui-

sa, constatou-se que há “um grande potencial acaricida de algumas substâncias frente ao parasito causador da

sarna sarcóptica, sendo verificada uma grande me-lhora na resposta em nível inflamatório e de cicatriza-

ção nos suínos que foram tratados com os bioprodutos específicos”. Em todas essas pesquisas, são sugeridos

mais testes para melhor definir formulações e dosagens dos extratos das plantas, a fim de tornar viável sua utiliza-ção pelos produtores.A sucupira e o pacari se mostraram muito eficazes no controle da sarna sarcóptica em suínos

No caso dos frangos, três frentes de pesquisa foram realizadas na EVZ. Além de verificar o desempenho geral dos animais tratados com os bio-produtos do Cerrado, os estudos tiveram focos específicos quanto à ava-liação nutricional e metabólica, sob coordenação do professor José Hen-rique Stringhini, à saúde intestinal, pela professora Nadja Susana Mogyca Leandro, e ao aumento da imunidade contra patógenos no intestino, pelo professor Marcos Barcellos Café. Marcos Café informa que, em seus ex-perimentos, o barbatimão e o pacari possibilitaram melhoria na conversão alimentar. Já com a copaíba e a sucupira, a digestibilidade dos nutrientes foi semelhante ao chamado controle positivo, quando são usados produtos sintéticos. Na avaliação imunológica, os resultados sugerem que o óleo de copaíba tem efeito modulador da imunidade. Para poedeiras, a inclusão do extrato de barbatimão resultou em maior peso do ovo, semelhantes ao trata-mento com anti-bióticos. Em relação à qualidade da casca, com a inclusão do extrato de pacari, ocorreu melhora na qualidade e com o barbatimão, essa qualidade chegou a superar os resultados obtidos com a inclusão de antibióticos sintéticos.

Estruturada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com o apoio dos Estados, de suas respectivas Fundações de Amparo à Pesqui-sa e das universidades federais, a Rede Centro-Oeste de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação objetiva fortalecer e consolidar a formação de recursos humanos e a produção de conhecimento para o desenvolvimento susten- tável da região. No primeiro edital da Rede, em 2010, foram contemplados 16 projetos multidisciplinares em diferentes áreas. Cinco deles estão sob coordenação da UFG e concentram nela seus experimentos. No segundo edital, lançado em 2013, outros cinco grandes projetos envolvendo pro-fissionais da UFG foram aprovados pela Rede Pró-Centro-Oeste. O Jornal UFG levará a público as pesquisas da Rede Pró-Centro-Oeste realizadas na universidade. Começamos, nesta edição, pela rede Produção Animal Sustentável, cujos pro- jetos envolvem o uso de bioprodutos de plantas me-dicinais do Cerrado na alimentação e tratamento de animais.

PESQUISAGoiânia, setembro de 2014

Page 8: Jornal UFG

8

O Brasil é recordista mundial em partos por cesarianas. No País, 52% das mulheres são submetidas a esse tipo de procedimento. Quando consideramos os números da rede privada, os índices chegam até a 90% em algumas maternidades.

principalmente o da anestesia, foi sendo facilitada a hospi-talização. Apareceram meios julgados mais seguros para o parto, em instituição hospitalar. Contudo, isso trouxe também condutas intervencionistas e o uso exagerado de medicamen-tos. A mulher pensa que ir ao hospital ter um parto cesaria-no, com anestesia em que ela não sentirá dor, é mais seguro. Existe muito medo da dor. A mulher é levada a pensar que o parto é doloroso e que está colocando o bebê em risco, porque existe um falso discur-so que o parto pode passar da hora e o bebê ter problemas. Esses também são fatores que induzem a mulher a decidir pela cesariana.

Quais as vantagens do parto normal? Quando uma cesárea é realmente indicada?

Luiz Carlos Pinheiro – A mulher nasce preparada para o parto normal ou natural. En-tretanto, a cesariana não foi criada porque alguém queria marcar uma cesárea, mas de-vido a complicações de alguns partos em que mulheres mor-riam em trabalho de parto e crianças também. Existem ca-sos em que não fazer uma ce-sariana é desumanizar o parto. As vantagens do parto normal são que ele é mais fisiológico, o bebê nasce sem influência de medica- mentos, na maioria das vezes, e na hora certa. Um

TV UFG e Ascom

Por que o Brasil é recor-dista mundial em parto por cesariana?

Luiz Carlos Pinheiro – Creio que esse recorde é de-vido a dois fatores: o tipo de formação do médico e a de-sinformação da gestante. Nós, médicos, somos treinados a tratar emergências e não a pro- moção da saúde. A tendência é ver o parto como uma doen-ça, um problema. Outro fator é o próprio sistema brasileiro, em que a mulher é ligada a um médico, diferente de outros países, em que é ligada a uma equipe de saúde ou instituição. Para se desvencilhar em ficar 24 horas disponíveis, os médi-cos criaram mecanismos para induzir a cesariana, uma vez que esse tipo de parto pode ser agendado e é mais rápido. O médico também se sente mais seguro, devido ao seu tipo de formação. Além disso, há a cul-tura do medo, como o medo da circular de cordão umbilical, e os discursos que diminuem a mulher como “você não dá con-ta, você é fraca”, sendo que o parto é um evento natural.

Cristiane Vieira – Acredito que a medicalização e a hos-pitalização são fatores que contribuem para esse panora-ma. Antes o parto era feito em casa, com poucos recursos. Isso aumentou a mortalidade materna e neonatal. Com o surgimento das tecnologias,

UNIVERSIDADE Goiânia, setembro de 2014C

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ieira

dos grandes problemas das cesarianas é que as crianças nascem antes da hora e preci-sam ser conduzidas para a UTI ao nascer. O parto cesariano, no entanto, é necessário em alguns casos, como exemplo, os de placenta prévia, gêmeos em que o primeiro não está ce-fálico (de cabeça para baixo), sofrimento fetal agudo e mecô-nio (primeiras fezes do bebê) espesso em começo de traba-lho de parto. Nesses casos, não é tão seguro nascer de parto normal. No Brasil, o alto índice de cesarianas também ocorre pelo fato das mulheres desco-nhecerem os riscos em longo

prazo da cesariana e pensa-rem só no parto sem dor e rápido. Para a crian-ça, os riscos de uma cesariana marcada po-dem ser: ir para a UTI por dificuldade respi-ratória, problemas psi-cológicos no futuro por não ter completado o desenvolvimento e ris-cos de diabetes na in-

fância. Para a mãe, risco oito a nove vezes maior de infecção e risco de reinternação, devido à dor. Para a próxima gravidez, ainda há o risco de placen-ta prévia, romper o útero, dor pélvica crônica, situações que as mães não se lembram ou não são alertadas ao marcar uma cesariana.

Cristiane Vieira – O parto cesariano tem seus benefícios e é uma necessidade em al-guns casos. O parto humani-zado não tem nada a ver com o fato de ser normal ou cesá-rea. A cesariana também pode ser humanizada. Com certeza terão mulheres que vão pre-cisar da cesariana, nem por isso elas serão menos mães. Porém, o parto normal sendo possível traz benefícios para a recuperação da mulher e do bebê. Desencadeado na-turalmente e acompanhado com o mínimo de intervenções possíveis, ele traz mais segu-rança para a mãe e o bebê, pois a recuperação da mulher é muito mais rápida, o bebê respira melhor e tem menos necessidade de usar medica-mentos que podem atrapalhar a amamentação.

Qual o conceito de par-to humanizado? Qual a di-ferença dele para o parto tradicional?

Cristiane Vieira – Par-to humanizado é o parto feito comrespeito às decisões da mãe, de como ela escolheu ter o seu filho, mas de forma

esclarecida sobre os benefícios de cada parto. Um parto res-peitoso evita condutas que tra-gam sofrimento para o bebê ou para a mãe e respeita o tempo dos dois. Se o profissional tem segurança de que a criança está bem, o bebê pode demo-rar um pouco mais a nascer e sem necessidade de interven-ções, como empurrar a barriga da paciente (kristeller), usar medicamentos como a ocitoci-na, que provoca muitas dores e acelera o trabalho de parto, ou usar técnicas de instrumentos para tirar o bebê, que podem ser necessários, mas não é re- gra para toda mulher, que são o vácuo extrator e o fórceps. O parto respeitoso é aquele que procura trazer para o momen- to do nascimento condições de conforto, de alívio da dor, pois não há como dizer que não há dor na contração, apesar de ter pacientes que dizem não sentir. O parto humanizado é aquele que respeita a mulher e o bebê, independente de ser normal ou cesárea.

O parto humanizado come- ça então com o pré-natal, com as informações sobre o parto?

Luiz Carlos Pinheiro – A humanização começa na pré- concepção, na orientação da mulher, no respeito ao pré-na-tal. A humanização do parto devolve o protagonismo da mu-lher no parto. Quando os par-tos passaram a ser realizados nos hospitais, a mulher passou a ser colocada deitada, a usar um tecido para separá-la do médico e a ser depilada, além além de ser submetida a lava- gem intestinal. O bebê nascia e era observado, aspirado, fica-va até oito horas longe da mãe. Percebeu-se, porém, que isso trazia mais malefícios do que benefícios. Em 1963, o francês Frederick Leboyer lançou um livro que horrorizou a classe médica, porque ele insinuou que o bebê tinha direitos sen-do desrespeitados na sala de parto. Ao nascer, o bebê pre-cisa apenas do contato com a mãe.

No início do ano, houve um caso no Rio Grande do Sul em que uma mulher foi obri- gada a fazer um parto cesa- riano por ordem judicial. Até que ponto a mulher tem au- tonomia para decidir sobre seu parto e até que ponto o médico pode intervir?

Luiz Carlos Pinheiro – Esse caso foi polêmico e não tenho uma opinião formada sobre

ele. Atualmente, no Brasil, há duas correntes perigosas: a do médico que acha que todo parto tem de ser cesárea ou um parto normal com muitas intervenções e uma linha muito radical que acha que qualquer intervenção é desnecessária. Não pode haver radicalismos. Já acompanhei partos domi-ciliares, mas fico preocupado quando eles são feitos fora dos níveis de segurança, como os estabelecidos na Europa. Lá, as mulheres só têm parto domiciliar quando são gestan-tes de baixo risco. Mas, atual-mente, há quem acompanhe parto pélvico em casa, com gestante que já fez duas ce-sarianas anteriores. Na maio-ria das vezes dá certo, mas o bebê estará submetido a um risco maior. Parece-me que esse foi o caso dessa mulher. Acredito que houve falha na comunicação. Quando a pes-soa é bem tratada e quando o médico explica sobre os riscos, ela entende. O proble-ma da saúde é que, quando procuramos os serviços, até a voz de quem trata é autoritá-ria, de quem sabe mais, e isso tinha de acabar.

Cristiane Vieira – Para o par-to acontecer de acordo com a escolha da mulher, temos que avaliá-la também. Nesse caso, a paciente apresentava crité-rios que traziam riscos para a vida dela. Alguns deles ti-ram a possibilidade do parto normal. Os extremismos não devem existir. Há a linha com-pletamente extremista, que acha que nenhuma intervenção deve ser feita, mas não é toda mulher que terá um parto nor-mal sem a mínima intervenção.

Outro tema bastante deba-tido é a violência obstétrica, como o uso de procedimen-tos não acordados, a exem-plo da episiotomia (corte da vagina). Como a senhora per-cebe essa relação conflituo-sa que envolve, às vezes, até ofensa moral?

Cristiane Vieira – A violên-cia aumentou pela necessida-de de abreviar o parto. É a z falsa impressão de que se nas-cer rápido, será mais seguro. O uso de ocitócitos, a episio-tomia, empurrar a barriga para forçar que o bebê desça de forma mais rápida são condu-tas intervencionistas que cau-sam trauma e sofrimento para a mulher. Temos de respeitar o tempo de desencadeamen-to do parto. Quando há mui-tas interferências, nós, médi-cos e enfermeiros, causamos

Parto humanizado retoma protagonismo da mulher

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9UNIVERSIDADEGoiânia, setembro de 2014

sofrimento para a mãe e para o bebê. Uma assistência apa-rentemente segura para a mu-lher pode trazer trauma para ela. Muitas mulheres optam por não ter mais filhos ou não ter um parto normal, devido ao sofrimento que o parto anterior lhe causou.

Quais tipos de parto a gestante pode optar? Quais são mais indicados? Como avaliar onde a mulher deve ter o bebê?

Luiz Carlos Pinheiro – O conceito de humanização de parto tenta dar à mulher e ao bebê condições mais se gu-ras para o parto. O parto hu-manizado não é apenas o par-to de cócoras, mas esse é o mais fisiológico. Pode-se ter também o parto sentado em uma banqueta de parto. Se a paciente quiser ter o parto deitada, que fique deitada. A cesárea quando necessária e não é feita também desumani-za. O parto cesariano pode ser feito de forma menos traumá-tica, dando o bebê à mãe ao nascer, para a ama- mentação na sala de parto. Agora o par-to doméstico já é controverso. Na Europa, é estimulado, mas na América do Norte há pes-quisas que mostram índice

de mortalidade 10,5% maior em partos domiciliares. Cada mulher deve pesar os riscos e benefícios de um parto domici-liar e estar o mais próximo pos-sível de socorro. Só mulheres com gestações consideradas de baixo risco podem tentar o parto domiciliar.

Cristiane Vieira – Indepen-dente de ser cesárea ou parto normal, ele deve ser humanizado. O Mi-nistério da Saúde tem investido em condutas para que isso acon-teça. A humanização não depende só da posição do parto. O local precisa permi-tir que a mulher ande durante o trabalho de parto, que ela tome banho e que tenha controle de luz. As instituições não estão preparadas para isso. Hoje não há esse espaço, nós, mé-dicos e enfermeiros, improvi-samos. O parto humanizado dá liberdade para a mulher em vários aspectos. Ela deve ser respeitada quando diz que não quer episiotomia ou que não quer ficar sem comer du-rante o trabalho de parto.

A rede pública oferece uma

estrutura básica para o parto humanizado?

Cristiane Vieira – Essa es-trutura hoje é mais ampliada no SUS do que na rede privada. Existe o projeto Rede Cegonha que prioriza várias questões sobre gestação e parto.

O caminho entre uma cesárea, um parto

em casa e o trabalho de doulaExiste uma cultura no Brasil

de que o parto é sinônimo de dor e deve ser rápido. No en-tanto, para algumas mulheres, que conseguem informações e apoio, parto não precisa ser sinônimo de problema, mas um rito de passagem, uma ex-periência sublime que muda completamente sua visão de mundo. Aline Willik, jornalista, é uma dessas mães que por meio do parto se transformou. Antes de engravidar de sua pri-meira filha, hoje com sete anos, a jornalista já tinha certeza que queria ter seus filhos por parto na água: “Li um livro sobre o parto na água e a ideia de meu filho não sofrer, não chorar no parto passou a ser prioridade para mim”. Porém, suas ex-pectativas não se concretiza-ram no primeiro parto. Com 40 semanas, após um exame que avalia a vitalidade do bebê, Ali-ne Willik foi levada a uma ce-sárea que, após muitos anos, entendeu não ter sido neces-sária, mas conveniente ao sis-tema. “Confiei na médica. Em geral, todos confiamos tanto

nos médicos, que duvidar pa-rece estranho”, relatou. Cinco anos depois, na gestação do segundo filho, ao se consultar com a mesma obstetra, per-cebeu que poderia ser levada novamente a uma cesárea. En-tão, ela começou a buscar por um parto natural: “Queria uma médica, que atendesse por plano de saúde e fizesse parto humanizado e na água. Quan-do disse isso na internet, as pessoas riram. Porque isso não existe”. Quando conheceu um médico indicado nos grupos das redes sociais, Aline Willik fez uma sabatina e percebeu que havia encontrado um alia-do. Descobriu também que o parto na água em Goiânia é clandestino. “As maternidades de Goiânia não têm local pró-prio para isso e, formalmente, também não é possível ter um bebê fora do centro cirúrgico. O parto na água acontece na surdina nas maternidades”, explicou. O medo de que essa clandestinidade não permitisse que tivesse o parto na água fez com que ela decidisse ter seu

parto em casa. Com a ajuda de uma enfermeira obstetriz e uma doula voluntária, que só conheceu no trabalho de parto, Aline Willik teve seu segundo fi-lho em casa, na água, com ma-rido e filha presentes. Foi a par-tir dessa experiência e também da relação estabelecida com a doula que a atendeu volunta-riamente, que ela decidiu aju-dar mulheres a terem seu parto humanizado. “É um trabalho de formiguinha. Cada mulher que se empodera e tem o seu parto respeitado é uma vitória para o movimento do parto humaniza-do. Foi pela vontade de ajudar mais mulheres a ter essa expe-riência que decidi ser doula”, relatou a jornalista, mãe e, atu-almente, doula. Para se capa-citar, Aline Willik fez um curso em uma empresa de Brasília ligada à Rede pela Humaniza-ção do Parto e do Nas- cimen-to (Rehuna). Ela conta que em Goiânia existem apenas os cur-sos das maternidades e que as doulas são formadas para atender dentro delas. No en-tanto, Aline Willik, que conhece

diversas doulas que trabalham em maternidades, explica que elas acabam vendo determi-nadas condutas que caracteri-zam violência obstétrica e por isso, optou pelo curso fora das maternidades.

Para Aline Willik, um dos primeiros partos na água, acompanhado por ela, foi a experiência que mais lhe mar-cou: “Encontrei a Natália no Facebook, querendo um mé-dico humanizado pelo Ipasgo. Expliquei a ela que não existia esse médico e como ela po-deria fazer para ter um parto humanizado. Ela trocou de médico com 38 semanas de gestação, pagou o parto par-ticular com dificuldades e eu fui sua doula voluntariamente. Como não tive tempo de tra-balhar alguns conceitos com ela durante a gestação, o que chamamos de empoderamen-to, a Natália me chamou mui-to cedo. Estava com a bolsa rompida, o que faz com que as contrações sejam mais fortes. Ela começou a sentir contra-ções a uma hora da manhã,

chamou-me às oito da manhã e eu fiquei com ela até seu bebê nascer. A bebê só encaixou no final, depois da dilatação total. A cada contração ela vocaliza-va e não gritava. A bebê dela, como o meu, não chorou ao nascer. Ver a emoção dela ao ver que a bebê não havia cho-rado me marcou”. Aline Willik, como jornalista, protagonizou uma série sobre o parto hu-manizado na TV Brasil Central. “Para a série, acompanhei um parto normal e uma cesárea. Na cesárea, a mãe não vê o que acontece com o bebê de-pois que ele nasce. A equipe coloca uma cânula no bebê, a criança, que está sem ar, é chacoalhada, sacudida. A mãe só vê o bebê quando ele chora e não todo esse proce-dimento. Porém, não há inte-resse em desmistificar isso. O parto cesariano é interessante para o sistema – médico, plano de saúde, hospital – só não é interessante para a mãe e o bebê,” disse.

Algumas leis já foram cria-das para que isso funcione, como a Lei do Acompanhan-te. A Rede Cegonha propõe a construção de centros de parto normal, ambientes preparados, em que a mulher pode andar, o acompanhante pode estar presente, além de ela ter um espaço individualizado e não de enfermaria, equipado com banheiras para parto na água,

banquetas e cavalinhos para fazer exercício. Tudo para ace-lerar o processo de trabalho de parto, aliviando a dor sem me-dicamentos e intervenções.

Muitas pessoas não co-nhecem o trabalho da doula. Como ela é treinada e como ela atua?

Luiz Carlos Pinheiro – Doula é a pessoa que ajuda a mulher no parto. O trabalho da doula começa no pré--natal. Ela fica próxima à mulher para fazer massagens, levá-la ao chuveiro, auxiliá-la na respiração. Quando a mulher tem a doula no pré-natal, percebo que o parto é mais fácil. Quando a mulher con-sente o parto, relaxa e deixa acontecer, ele

é prazeroso. Se ela está com medo e trava, cada contração é traumática.

Cristiane Vieira – A doula recebe um curso e é prepa-rada para cuidar da gestante. É importante que a doula es-tabeleça vínculo com a mu-lher durante toda a gestação, para orientá-la. Falo muito para amigas que engravidam: não busquem experiências ruins,

busquem alternativas para es-tarem preparadas para o parto. É muito diferente quando o mé- dico ou o enfermeiro recebe uma paciente que foi bem pre-parada para o parto, daquela que não teve preparo.

Luiz Carlos Pinheiro

Page 10: Jornal UFG

10SOCIEDADE Goiânia, setembro de 2014

O estudante Jyun Hishino cursa o sexto ano do curso de Medicina da UFG. Para alunos como ele, que estão prestes a ingressar na carreira profissio-nal, a prática é essencial para o desenvolvimento das habili-dades e competências apren-di- das ao longo dos anos na academia. Foi no Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI) que o estudante teve a oportu-nidade de atuar dentro de um hospital frente a frente com os mais diferentes casos de pa-cientes na área de Ginecologia e Obstetrícia. Essa possibilida-de foi alcançada em virtude do convênio firmado em 2012 en-tre UFG, Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) e Fundação de Apoio ao Hospi-tal das Clínicas (FUNDAHC) para a gestão compartilhada do HMDI. O objetivo do con-vênio é promover uma gestão diferenciada, a partir do mode-lo tripartite. Segundo a enfer-meira da maternidade, Maria Auxiliadora Gomes de Mello Brito, diferente- mente dos contratos estabelecidos com as Organizações Sociais (OS), esse tipo de gestão prioriza a construção coletiva das políti-cas internas, por meio de um plano de trabalho, além das ações de intervenção do hos-pital. O modelo de gestão foi inspirado no do Hospital Riso-leta Tolentino Neves, em Belo Horizonte/MG, onde foi firmado um convênio entre a Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a prefeitura da cida-de. Já o modelo assistencial de atendimento foi orientado pelo trabalho do Hospital Sofia Feldman, também da capital mineira, referência nacional na assistência ao parto humaniza-do. No caso goiano, cada uma das partes tem responsabilida-des defini- das no convênio. A Secretaria de Saúde é encar-regada de fazer o repasse de recursos financeiros que são geridos pela FUNDAHC. Tal verba é destinada à contrata-ção de pessoal, à compra de insumos, equipamentos e me-dicamentos, ao pagamento de

Todas as ins-talações, equipe profissional e práticas médi-cas do Hospital e Maternidade Dona Íris, levam em consideração as decisões da mãe e a fisiologia do processo do parto, evidencian-do e valorizando a humanização do parto, com foco na redução da mortalidade ma-terna e infantil. As principais ações promovidas são:

Estudantes de graduação, pós-graduação e residentes vivenciam a rotina de atendimento de um hospital e são

incentivados a desenvolver pesquisas

Referência na assistên-cia ao parto humanizado e na atenção humanizada em Gi-necologia, Obstetrícia e Neo-natologia, a maternidade teve a experiência dos trabalhos desenvolvidos por médicos da área relatada no livro Assis-tência ao parto humanizado. A publicação foi lançada ano passado pelo professor Wal-demar Naves, junto ao também professor da FM e diretor-geral da maternidade, Maurício Gui-lherme de Campos Viggiano, e ao diretor da Maternidade Nascer Cidadão, Sebastião Fernandes Moreira. “A huma-nização é a alma dessa ma-ternidade. O livro norteia esse caminhar da parte técnica e da humanização do atendimento de saúde”, relatou Waldemar Naves. O livro ganhará uma segunda edição, com o título Assistência ao parto humani-zado e neonatal, e aprofundará nos diversos campos de aten-dimento da maternidade.

Hospital e Maternidade Dona Íris amplia campo prático para alunos da área de saúde

Todo mês, a maternidade recebe cerca de 60 estagiá-rios dos cursos de Medicina, Enfermagem, Biomedicina, Nutrição e Farmácia, além de estudantes dos cursos de resi-dência em UTI Neonatal e em Ginecologia e Obstetrícia, que realizam atividades no Centro de Estudos, Ensino e Pesquisa do HMDI. De acordo com Maria Auxiliadora Gomes, estudantes de outros cursos relacionados à área de saúde também podem solicitar a realização de está-gio na maternidade, que rece-be exclusivamente estudantes da UFG, como foi estabelecido no convênio de gestão. Esse número deve ser ampliado com a criação de duas novas residências: uma em Mastolo-gia e a outra Multiprofissional.

Novo campo para pesquisa e prática

Assistência ao parto humanizado

Também está em planejamen-to, junto à Faculdade de En-fermagem (FEN), a criação do curso de especialização de Enfermagem em Obstetrícia. O Centro de Estudos, Ensino e Pesquisa é subordinado à Diretoria Acadêmica do hospi-tal, dirigida pelo professor da Faculdade de Medicina (FM), Waldemar Naves do Amaral. A unidade é responsável por co-ordenar as atividades acadê-micas e científicas, oferecendo aos alunos o acompanhamen-to de professores e profissio-nais. Para Waldemar Naves, “o Centro de Estudos traz aquilo que é sonho de todo indivíduo que trabalha com saúde, que é realizar o atendimento à po-pulação, sem deixar de fazer ciência”. Segundo o professor, alunos de pós-graduação já têm desenvolvido pesquisas

serviços contratados e a outras despesas para manutenção da maternidade, estimadas em um plano anual de trabalho. “A Secretaria determina a política de atendimento. Também esta-belecemos as metas de aten-dimento e há uma negociação periódica com a SMS para ver se essas metas estão dentro do esperado”, explicou o diretor--executivo da FUNDAHC, José Antônio de Morais. Segundo ele, a previsão de gastos até maio de 2015 é de cerca de R$ 56 milhões. Por sua vez, a UFG é responsável pelas atividades de ensino, pesquisa e exten-são. Sob orientação de profes-sores e profissionais, alunos da área de saúde da universidade podem vivenciar a rotina médi-ca no atendimento ambulato-rial, de urgência e emergência.

nas áreas de Odontologia e Neonatologia, além de mono-grafias da graduação. Para regulamentar as pesquisas do hospital, está em fase de criação o Comitê de Ética em Pesquisa.

• Orientção das doulas, pessoas que dão suporte físico eemocional à gestante antes, durante e após o parto;

• Incentivo ao parto normal;

• Estimulação de exercícios e massagens para alongar o períneo (músculo que con-tribui para a pas-sagem do bebê durante o parto) e aliviar as dores da paciente;

• Realização do parto na água;

• Evitar o uso do fórceps, instrumento para retirada do bebê no parto normal;

• Somente em casos com extre-ma necessidade, realização da episiotomia (corte do períneo para a passagem do bebê);

• Utilização do colírio de nitrato de prata nos olhos do bebê apenas nos partos vagi-nais, como pre-venção à oftalmia gonocócica;

• Sala de parto com redução de barulho e da quantidade de luz do ambiente;

• Corte do cordão umbi lical apenas após pa-rar de pulsar;

• Não realiza-ção da manobra de kristeller, técni-ca que pressiona a parte superior da barriga da mu-lher para forçar a saída do bebê;

• Incentivo ao aleitamento mater-no na sala de parto;

• Incentivo ao contato pele a

pele da mãe com o bebê nos pri-meiros momentos de vida e banho apenas após seis horas depois do nascimento;

• Estímulo àpresença do acompanhante, escolhido pela própria parturien-te, durante todo o procedimento do parto, ação garantida pela Lei 11.108, de 2005.

Em dois anos de gestão compartilha-da, a unidade de saúde realizou cinco mil partos, mais de 63 mil atendi-mentos ambulatoriais e cerca de oito mil internações

Serena Veloso

Humanização no atendimento às gestantes

Page 11: Jornal UFG

11Goiânia, setembro de 2014

Lei dos resíduos sólidos ainda é descumprida

A ausência das práticas previstas em lei evidencia obstáculos à destinação adequada do lixo. Em Goiás, a UFG atua na elaboração de planos ambientais e em projetos de inserção social

Ao ser aprovada a PNRS, foi estabelecido o prazo de quatro anos para que os mu-nicípios brasileiros dessem fim aos depósitos de lixo sem tratamento adequado, sob pena de responderem por crime ambiental. Esse prazo foi encerrado no último dia 3 de agosto. Esse e outros assuntos relacionados aos resíduos sólidos em Goiânia motiva-ram o Café com Políticas Pú-blicas, evento da Faculdade de Ciências Sociais (FCS), realizado no mês de julho.

URBANIDADE

Perguntado sobre o que deve ocorrer com os muni-cípios que não cumpriram o prazo para dar fim aos seus lixões, Eraldo Henriques de Carvalho opina que prorro-gar o prazo para a aplica-ção da lei não adiantaria. Ele acredita que “tem que haver ações mais efetivas para mudar o cenário que perma-nece o mesmo do tratamen-to dado aos resíduos sólidos no Brasil”.

Entre os palestrantes estava Pedro Henrique Baima Paiva, analista ambiental da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), com larga atuação em fóruns ambientais no município e fora dele, como na Câmara Técnica de Qualidade Ambiental e Resíduos Sólidos, do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que destacou os entraves à aplicação da lei. “Apesar de possuirmos tecnologias su-ficientes para a destinação adequada do lixo, poucos municípios conseguiram eliminar os lixões, a maioria sequer possui um Plano Ambiental”, afirmou Pedro Henrique Baima, apontando esse como um dos reflexos da falta de políticas públicas para o setor. Ele sa-lientou ainda o despreparo das administrações públicas, geralmente providas de poucos técnicos e que não ocupam os cargos de decisão.

Pedro Henrique Baima

Fim dos lixões? A questão política.

Goiânia no contexto do lixo Nos últimos meses, a capital goiana que ainda não possui a li-cença ambiental prevista na PNRS tem sofrido problemas com a coleta do lixo. A coleta seletiva também foi prejudicada pela falta de recolhimento dos materiais que abastecem as coopera-tivas de catadores. Em palestra, realizada no evento da FCS, o professor Francisco Mata (FSC) indagou sobre os investimentos públicos goianos para os resíduos sólidos. Ele lembrou do aci-dente radioativo com o Césio-137, um dos maiores do mundo, ocorrido em Goiânia, em 1987. “O que aprendemos com o Cé-sio-137? Quanto o Estado tem gasto com políticas públicas para essa área?”, questionou, instigando ainda a plateia acadêmica sobre a existência ou não de mecanismos definidos para avalia-ção do quadro e de pesquisas.

Silvânia Lima

Entraves e soluções – Pedro Henrique Baima foi enfático ao afirmar que os “resíduos sólidos constituem uma questão estratégica de saú-de pública para qualquer governo”. Mas isso ainda não condiz com a realidade brasileira, cuja ínfima parte dos cerca de 5.500 municípios possui aterro sanitário. Em Goiás, dos 246 municípios, apenas oito possuem licença ambiental: Anápolis, Aparecida de Goiânia, Bon-finópolis, Catalão, Campo Alegre de Goiás, Hidrolândia, Itarumã e Turvânia. Eraldo Henriques de Carvalho também ressaltou o entrave político: “Em geral, observa-se que ocorre um descaso, além da falta de técnicos, alguns municípios alegam falta de recursos para as me-didas necessárias, denunciando a falta de planejamento”.

A atitude - O coordenador da Incubadora Social da UFG,-Fernando Bartholo, ressalta outro obstáculo importante às soluções do descarte do lixo: o fator cultural, traduzi-do por crenças, comporta-mentos e atitudes presen-tes em todos os segmentos sociais. Segundo ele, a “cul-tura do lixo” vigente con-sidera que lixo é tudo que deve ser descartado, sem maiores preocupações, o importante é se livrar dele, o que leva e reforça a cultu-ra da terceirização, em que “o problema” é delegado a outros, eximindo responsa-bilidades. Em verdade, toda essa discussão em torno do lixo envolve também o abas-tecimento de água, a drena-gem das águas pluviais e o tratamento do esgoto, ques-tões imprescindíveis às políti-cas públicas ambientais.

Carlos Siqueira

Cata Sol contribui para a inclusãoAntecipando-se à lei e buscando oferecer um suporte técnico aos municípios interes-sados na inclusão dos seus catadores de lixo, desde 2012, a Incubadora Social da UFG mantém o projeto Catadores Solidá-rios (Cata Sol). Com o apoio da Secretaria Nacional de Economia Solidária, do Minis-tério Público e da própria UFG, em parce-rias com as prefeituras, o projeto contribui na implantação e no assessoramento da coleta seletiva, da incubadora social local e de cooperativas de catadores nos muni-cípios. Atualmente, o Cata Sol assiste oito municípios da região metropolitana de Goi-ânia, a previsão é que sejam 16 até o final de 2016. Com metodologia de trabalho di-ferenciada, privilegiando a prática dos en-volvidos, sua realidade e seus interesses, o projeto é executado por docentes e acadê-micos da UFG.

UFG e o Plano Estadual AmbientalOs planos ambientais, da União e dos Esta-dos, previstos na Lei 12.305 estão em cons-trução. A UFG cuida do Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Estado de Goiás, sob coordenação dos professores Simone Pfeiffer e Eraldo Henriques de Carvalho, com o en-volvimento do núcleo de estudos da área, na Escola de Engenharia Civil, e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hí-dricos. O documento, de caráter orientador, reúne uma série de propostas integradas de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos em todo o Estado. Para Eraldo Henriques de Carvalho, o Plano Estadual irá ajudar muito os municípios goianos, ao traçar o panora-ma geral, apontando as áreas mais críticas, orientando e sugerindo medidas, como os aterros consorciados, que permitem o com-partilhamento entre municípios quanto ao destino adequado de seus resíduos.

De acordo com o profes-sor Eraldo Henriques de Carvalho, coordenador do Núcleo de Resíduos Só-lidos e Líquidos, ligado à

Escola de Engenharia Civil da UFG, “a Lei 12.305 é mais específi-

ca e contempla políticas do primeiro mundo, se-guindo uma tendência mundial das políticas

dos resíduos sólidos”. A lei institui instrumentos

de planejamento em to-dos os níveis da cadeia,

tanto na esfera empre-sarial quanto na gover-namental, extrapolando fronteiras ao estimular

planos microrregionais e intermunicipais. Existem

medidas, referentes às responsabilidades indi-vidualizadas e encadea-das por todos os envol-

vidos no processo de geração e tratamento dos resíduos sólidos,

dos fabricantes aos di-rigentes públicos da lim-

peza urbana, a fim de mini-mizar os impactos causados pelo lixo.

Em dezembro de 2010, o Brasil comemorou a re-gulamentação do Decre-to-Lei 12.305, que esta-belece as diretrizes para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Resultante de mais de 20 anos de discussões, o desafio posterior tem sido fazer valer a lei, que inova em sua con-cepção e abrangên-cia, da qual se destacam quatro exigências básicas: a erradicação dos lixões, a elaboração do Plano Municipal de Resídu-os Sólidos, a inserção social dos catadores de lixo e a logística rever-sa, que impõe à indús-tria o aproveitamento das sobras e dos re-síduos.Alguma medi-das dessa natureza já eram previstas em ou-tras leis e instruções normativas, cwomoa Lei do saneamento Bá-sico, mas havia necessidade de uma lei própria que abran-gesse toda a cadeia que envol-ve os resíduos sólidos.

Page 12: Jornal UFG

12Goiânia, setembro de 2014ENTREVISTA

A professora da Universidade da Integração Internacional da Luso-fonia Afro-Brasileira (Unilab), Luma Nogueira de Andrade, buscou na educação e no engajamento social formas de superar as dificulda-des sociais, principalmente, o preconceito por ser homossexual. Em 2012, ela se tornou a primeira travesti no Brasil com título de doutora, concedido pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC),ao produzir uma tese inspirada nas experiên-cias que viveu ao longo dos anos no ambiente escolar. Luma Nogueira, em visita à UFG para participar de uma banca de dis-sertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação Interdis-ciplinar em Direitos Humanos, aceitou conversar com o Jornal UFG e nos contou sobre sua trajetória de vida e o reconheci-mento que tem recebido. Confira!

O acesso a informação a pessoas pertencentes à comunidade Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêne-ros (LGBT) ainda é muito difícil no Brasil. O que favoreceu a sua trajetória até se tornar a primeira travesti docente doutora de uma universidade federal?

Temos de considerar o contexto histórico. Muitos homossexuais não tinham oportunidade de ir à escola, principalmente na dé-cada de 1980, quando surgiu o surto da Aids e havia a ideia de que a homossexualidade era contagiosa. Foram criados decretos que impediam a presença de homossexuais nas escolas, ou seja, havia um preconceito institucionalizado. Consequentemente, as vítimas de preconceito não tinham acesso ao trabalho, eram to-talmente excluídas. Então, elas iam para as ruas e utilizavam o re-curso que lhes restava: a comercialização do corpo para sobre-viver e existia demanda de muitos homens que as procuravam.

Como você conseguiu superar todos os preconceitos e hoje ter o reconhecimento pelo seu trabalho acadêmico?

Teve um começo que foi mais doloroso, mas sempre viveremos em um contexto de lutas, porque quem cria as leis é uma camada da sociedade que tende a atender aos seus interesses. Assim, questões de diferença deixam de ser abordadas. A nos- sa preo-cupação deve ser a de conquistar espaços. Para um travesti, gay ou lésbica, um obeso, uma mulher, um negro é importante ocupar espaços determinantes para as mudanças na sociedade para, assim, lançarem olhares diferenciados e não o olhar da socieda-de ocidental hegemônica. Dessa forma, conseguimos aberturas para mudar o que já está preparado. Achamos que a criação de leis garante a paz e que elas devem ser cumpridas, mas não podemos esquecer que as leis são construções que dizem quem é humano e quem não é humano, pois quem tem direitos é cida-dão e quem não tem direito não é. Portanto, os direitos humanos conquistados pelos movimentos sociais são a única forma de quebrar muitas injustiças. Temos de problematizar isso, pois a existência da lei não é garantia de paz, por ser criada a partir de interesses. Na verdade, o que queremos não é igualdade, e sim equidade, na medida da diferença de cada um.

No desenvolvimento da sua tese, você questiona como o estudante travesti se move den-tro da ordem normativa da escola. Quais conclusões você chegou?

A partir da minha geração, encontramos travestis que têm acesso às escolas, mas não podem expressar toda sua singularidade, ou melhor, a feminilidade não é reconhecida pelos espaços que legitimam a sexualidade. Eu, por exemplo, não tinha o direito de ir ao banheiro como outros colegas tinham. Por conta dessa singularidade, eu não era aceita no banheiro feminino e nem no masculino. Com a minha pesquisa comprovei que exis-tiam homossexuais nas escolas mas eles não eram aceitos em suas diferenças. Mesmo assim vamos resistindo. Atualmente existem mecanismos legais que garantem a abertura para o reconhecimento dessa diferença. Fruto de lutas anteriores. No Ceará, por exem-plo, o Conselho Estadual de Educação decretou que todas as instituições de ensino do Estado têm de aderir ao uso do nome social e tratar essas pessoas como elas gostam de ser tratadas, em documentos e nas relações sociais. Hoje, existem muitos dispositivos legais importantes, mas não quer dizer que resolvam a questão. Às vezes, a lei existe, mas há pessoas que preferem escondê-la para que os travestis não possam reivindicar seus direitos. Ainda há muito a ser feito e existem muitos dispositivos legais para que nossa cidadania seja garantida.

E quanto ao ambiente universitário?

Não é muito diferente. Os mesmos processos de enfrentamentos e de conquista que passei no ensino básico, passei também no ensino superior, principalmente, com professores que eu pensei que seriam mais compreensivos. Porém, temos de entender tam-bém que isso não é só culpa de quem expressa preconceitos. As pessoas são vítimas de processos hegemônicos e conserva-dores, porque são levadas a pensar de acordo com um modelo pré-existente. Quando não há espaço para produzir uma reflexão, ela só será feita por aqueles que possuem sensibilidade e são solidários com essas questões. As pessoas tendem a reproduzir a educação recebida pela família. Mas é preciso deixar de lado a forma conservadora de pensar. Onde trabalho vejo comentá-rios do tipo: “Olha, agora temos uma professora que é travesti.” “Disseram que um travesti não tem capacidade, que nada!”. O impacto com uma professora travesti é muito grande, porque os alunos chegam carregados de estereótipos. Acredito que a mi-nha presença junto a eles passa a desconstruir esses estereó-tipos. Por isso a sociedade conservadora tenta fechar as portas para as pessoas com diferenças, porque quando elas entram, elas desconstroem tudo o que foi feito de forma preconceituosa.

Você acredita que o ambiente escolar é o mais apropriado para trabalhar essas questões?

Sim. Porque é esse o lugar institucionalizado para a formação de crianças e jovens para a vida em sociedade, então o ambiente es-colar é o local primordial onde devem ser tratadas essas questões.

Michele Martins

“NA VERDADE, “O QUE QUER-EMOS NÃO É

IGUALDADE, E SIM EQUIDADE, NA MEDIDA DA DIFERENÇA DE

CADA UM.”

É precisoproblematizar

questões de gênero

nas escolasLuma Nogueira de Andrade

Page 13: Jornal UFG

13EM TEMPOGoiânia, setembro de 2014

O biólogo e professor do Evolu-tionary Morphology Biomecha-nics Laboratory da University of Liverpool, Inglaterra, Kristian D´Aout, visitou a UFG no mês de agosto e foi recebido pelo reitor Orlando Amaral. Durante duas semanas, Kristian D´Aout desenvolveu atividades no La-boratório de Bioengenharia e Biomecânica da Faculdade de Educação Física (FEF), minis-trou palestras sobre locomoção humana e animal e explicou sobre as possibilidades de in-tercâmbio, pesquisa e finan-ciamento por sua universidade de origem, para divers as áreas do conhecimento. O interes-se em visitar a UFG surgiu em 2013, durante um congresso de Biomecânica realizado no Brasil, quando o biólogo entrou em contato com o professor da FEF, Marcus Fraga. Na ocasião, Kristian D´Aout e Marcus Fraga

Como resultado da assinatura do Memorando de Entendi-mento com a Agência Espa-nhola de Cooperação Interna-cional para o Desenvolvimento (Aecid), vinculada ao Minis-tério de Assuntos Exteriores e de Cooperação da Espanha (Maec), a professora leitora María Asunción Perez Pajares atuará na área de Espanhol da Faculdade de Letras (FL) da UFG. A função da professora é apoiar o desenvolvimento e consolidação do ensino de es-panhol na UFG. Ela permane-cerá na instituição por um ano,

Leitora de espanhol atuará na UFG

Professor inglês articula pesquisas

em Biomecâmica

O professor David Crumpton da University of Maryland (UMD), Estados Unidos, permaneceu em Goiás, no período de 28 de julho a 5 de setembro de 2014, como professor visitante na Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Econo-mia da Universidade Federal de Goiás (Face). David Crump-ton está desenvolvendo uma sé-rie de atividades, com destaque para a formação de um grupo de pesquisa, com temas de interes-se das áreas de Administração Pública das duas instituições (UFG e UMD), a formulação de diretrizes para um concurso de melhores práticas em Adminis-tração Pública, a elaboração de pro- posta de uma disciplina de administração Pública

Administração Pública motiva

parceria com Universidade de

Maryland

Carlos Siqueira

Carlos Siqueira

Adriana Cristina

planejaram estratégias de coo-peração que resultaram nessa primeira visita à UFG, com re-cursos da universidade ingle-sa. O professor inglês, junto a pesquisadores da UFG, coletou informações sobre antropome-tria do pé humano de grupos indígenas. Kristian D´Aout in-vestiga as adaptações culturais e biológicas da forma de andar do ser humano para detectar os diferentes estímulos e movimen-tos musculares. De acordo com Marcus Fraga, o estudo é pre-liminar e permitirá uma análise comparativa inicial da marcha em condições controladas e, assim, inspirar futuros trabalhos de campo. Kristian D´Aout afir-mou que a análise da anatomia funcional dos diversos grupos in-dígenas contribuirá para a com-preensão física e antropológica, bem como aplicada e clínica para o ambiente cientfico.

podendo ter o contrato renovado por mais dois anos, e contribuirá também com a Coordenadoria de Assun-tos Internacionais (CAI) no que se refere à cooperação com instituições espanholas. De acordo com a coordenadora da CAI Ofir Bergemann, esse é o terceiro Memorando assinado pela UFG, que, nos últimos seis anos, trouxe outras duas profes-soras leitoras de espanhol: Victo-ria Palma Ehrichs (2008-2011) e Miriam P. Larrosa (2011-2014).

comparada entre Brasil e Es-tados Unidos, além da criação de um curso de especializa-ção (lato sensu) em Análise de Políticas Públicas, uma das especialidades do professor, por meio de um convênio assi-nado entre as instituições, que abrirá novas oportunidades de intercâmbio. O convênio, assim como os projetos conjuntos a serem de-senvolvidos, foram objeto de discussão em reunião realiza-da no dia 7 de agosto entre o reitor da UFG, Orlando Amaral, a coordenadora de Assuntos Internacionais, Ofir Bergemann de Aguiar, os professores da Face, Vicente da Rocha Soares Ferreira e Estela Najberg, e o professor visitante.

Page 14: Jornal UFG

14Goiânia, setembro de 2014VIDA ACADÊMICA

Estudo da UFG revela que baixa procura por cursos de licenciatura ameaça o futuro da docênciaCamila Godoy

básico de Inglês e apenas 42% disseram ter escolhido o curso por acreditar em aptidão pró-pria. Ainda assim, mesmo com as vagas ociosas, no período de 2008 a 2012, foram cria-das 438 novas oportunidades para cusar licenciatura na uni-versidade. De acordo com o pró-reitor de Graduação da UFG, Luiz Mello, a instituição não pretende acabar com qualquer das graduações de licenciatu-ra: “Pelo contrário, existe um grande esforço para diminuir a evasão nesses cursos e, com isso, garantir a formação de professores”.

Incentivos - Bolsas de in-centivo, como Programa Bol-sas de Licenciatura (Prolicen), IPrograma de Monitorias e Pro-grama Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pi-bid), ligado à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ten-tam di- minuir a evasão nos cur-sos de licenciatura. No entanto, mesmo com as iniciativas, a ca-rência de profissionais só tem

aumentado, principalmente em cursos como o de Física, Mate-mática e Química.

A estudante do 6º período do curso de Matemática, Hebony Carla Santana, conta que se interessou pela carreira docen-te depois de participar de uma palestra no Espaço das Profis-sões (evento organizado pela UFG, que promove o encontro de alunos de ensino médio com a universidade, ajudando-os a conhecer os cursos oferecidos pela instituição).

Jordana Silva, estudante do 2º período do curso de Letras da UFG, está confiante na escolha de sua carreira: “Certas áreas são muito visadas e o curso de Letras fica para escanteio, as-sim, aproveitei que adoro Portu-guês e que o mercado oferece promissora carreira na rede pri-vada de ensino”. Apesar do oti-mismo da aluna, para a maioria dos profissionais da educação, as realidades dos ensinos públi-co e privado são bem diferentes. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de

“E O SALÁRIO

OH...”

Por que quase

niguém quer ser

professor?

Goiás (Sintego), o piso salarial dos professores efetivos da Se-cretaria de Educação de Goiás (Se- duc) varia de R$ 1.285,04 a R$ 2.570,08, dependendo da carga horária. Para os profi ssionais contratados tempo-rariamente, a situação é ainda pior. Esses profi ssionais rece-bem R$ 8,37 por hora/aula, sem direito ao bônus anual por pro-dutividade e de participar de greves. Já na rede privada, al-gumas escolas che- gam a pa-gar mais de R$ 40,00 hora/aula.

Há algum tempo que a carreira de docência é desprestigiada por grande parte da sociedade. Esse posicionamento tem refletido no in-teresse e na procura pelos cursos de licenciatura da Universidade Federal de Goiás (UFG) que, pre-ocupada com a baixa demanda, tem acompanhado os números de matrícula e o pefil dos estudantes das 57 licenciaturas oferecidas nas quatro Regionais da instituição Catalão, Goiânia, Goiás e Jataí. O estudo, organizado pela Pró-Reito-ria de Graduação (Prograd), revela que o futuro da docência pode es-tar ameaçado. De acordo com os dados le-vantados, a média de candidatos para cada uma das 2.484 vagas oferecidas oscilou de 1,24 a 6,20 nos últimos oito anos. No Proces-so Seletivo 2013/1 oito cursos de licenciatura não atraíram mais de um candidato por vaga e, em 2014/1, 11 deles não alcançaram essa concorrência. No Vestibular 2014/2, os números se repetiram e, dos 18 cursos de licenciatura ofertados, 11 não re-ceberam mais de uma inscrição

por vaga, todos na modalidade de Educação a Distância (EaD). O estudo da Prograd tam-bém avaliou o grau de preparo e informação dos estudantes dos cursos de licenciatura que che-gam à universidade, tendo como base as menores pontuações obtidas pelos classificados em cada etapa dos Processos Se-letivos. No Vestibular 2012/1, na prova de 90 questões, cada uma valendo 1,0 ponto, a menor pon-tuação entre todos os concorren-tes classificados nos cursos de licenciatura foi 14. Número muito inferior se comparado aos cursos mais concorridos, como Medici-na, que foi 65, e Engenharia Civil, que foi 58. No Processo Seletivo 2014/2, a menor pontuação en-tre os classificados nos cursos de licenciatura foi cinco. O pro-blema com a qualificação não para por aqui. Dados da pes-quisa apontam que cerca de 50% dos alunos dos cursos de licenciaturanão têm o hábito de leitura contínua, lendo, no máxi-mo, três livros por ano, 80% re-velaram não ter conhecimento

“existe um grande esforço

para diminuir a

evasão nesses cursos e, com

isso, garantir a formação de professores”.

Page 15: Jornal UFG

15Goiânia, setembro de 2014 VIDA ACADÊMICA

Entusiasmada com as discipli-nas a serem cursadas e com as possibilidades para a carreira, em 2012, Hebony Carla San-tana ingressou no curso de Li-cenciatura em Matemática. Ela explica que a graduação exige muita dedicação e que, para conseguir dar continuidade aos estudos, teve que abandonar seu emprego: “O apoio financei-ro dos meus pais foi fundamen-tal, mas as bolsas oferecidas na universidade são imprescindí-veis para que alunos em condi-ções semelhantes a minha con-sigam estudar”. Apesar disso, para a coordenadora do curso de Licenciatura em Matemáti-ca, Elisabeth Cristina de Faria, o valor das bolsas oferecidas ainda é baixo e, consequente-mente, não atrai muitos alunos. Ela afirma que a maioria dos estudantes de licenciatura são alunos que precisam trabalhar para se sustentarem, por isso, durante o curso, optam por empregos em outras áreas ou por estágios não obrigató-rios. “Existem estudantes que

Conheça as principais bolsas de insentivo

oferecidas pelaUFG aos

estudantes dos cursos de

licenciatura:

Seção de Seleção, Aquisição e Intercâmbio da Biblioteca Central, Câmpus Samambaia. Fones: (62) 3521-1152 / 1833 | Site: www.bc.ufg.br | e-mails: [email protected]

histórica de desvalorização do professor”, argumentou. Além da baixa remuneração, Mirian Fábia Alves lembra que a pre-cariedade na infraestrutura de muitas escolas e o número ele-vado de alunos por sala de aula também têm contribuído para a crise na docência. “Os professores se deparam com turmas, por oito ou dez horas diárias, com 40, 50 alu-nos.m trabalho rextremamente estressante e pouco valoriza-do”,elatou a chefe de Assesso-ria. O assessor de Assun- tos Institucionais da Reitoria da UFG, Nelson Amaral, defende que a realidade de desvaloriza-ção dos professores só poderá ser transformada com o estabe-lecimento de planos de cargo e salários para a carreira, com a definição de re munerações compatíveis om outras profis-sões que exigem a mesma for-mação, e de infraestrutura ade-quada nas escolas: “Só dessa forma a profissão deixará de ser vista como última opção de carreira para os alunos”

COMUNIDADE PERGUNTA

logo no início do curso pas-sam a dar aulas em plantões e reforços de escolas priva-das, substituem professores na rede pública de ensino ou dão aulas particulares”, contou. Elisabeth Cristina de Faria ex-plica que muitos de seus alunos não conse- guem conciliar seus empregos com a dedicação exi-gida pelo curso: “Para muitos estudantes, formar em quatro ou sete anos não importa, afinal, eles já estão trabalhando. Assim, infelizmente, eles não conse-guem desfrutar da formação exigida pela licenciatura”.

Desafios para a docência Segundo Mirian Fábia Alves, chefe de Assessoria de Li-cenciatura da Prograd, o atu-al desprestígio da profissão de professor e a baixa procu-ra pela carreira revelam uma crise nas escolas, na organi-zação social, nos valores, na cultura e na ética social. “Há uma discrepância entre o dis-curso centenário de que o Bra-sil só vai melhorar por meio da educação e nossa construção

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid):

Seleciona projetos para que estudantes exerçam atividades pe-dagógicas em escolas públicas de ensino básico. São oferecidas 705 bolsas.

Valor: R$ 400,00 mensais.Duração: dois anos (a bolsa pode ser renovada por igual período) Edital: lançado de acordo com o surgimento das vagas

Programa Bolsas de Licenciatura (Prolicen) Bolsa para projetos de pesquisa que produzam instrumentos di-dáticos e novas perspectivas para o ensino na educação básica São oferecidas 64 bolsas.

Valor: R$ 400,00 mensais Duração: 12 mesesEdital: lançado no primeiro semestre de cada ano.

Monitorias

Estimula a carreira docente e promove a consolidação de conhe-cimentos adquiridos por estudantes, que auxiliam os colegas que apresentam baixo rendimento na aprendizagem de alguma disci-plina. Divididas em duas modalidades: remunerada e voluntária . São oferecidas 450 bolsas remuneradas.

Valor: R$ 362,00 mensais.Duração: seis meses (a bolsa pode ser renovada por igual período) . Edital: lançado no início de cada semestre e normas complemen-tares são divulgadas por cada unidade acadêmica

Como faço para doar livros às bibliotecas da UFG?O Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Goiás (Sibi/UFG) tem a política de adquirir material de informação, que possa servir de apoio ao cumprimento das finalidades da instituição, de forma racional e sistemática. Esses materiais podem ser originados de doações entregues nas bibliotecas com a intenção de serem in-corporados ao acervo. As doações espontâneas podem ser de pes-soas físicas, instituições privadas ou órgãos governamentais. Para as doações espontâneas que envolvem até 50 itens, é solicitado ao doador o preenchimento de um formulário disponível nas bibliote-cas. Esse formulário deve ser anexado ao material no momento da doação. Para as doações com mais de 50 itens, é solicitada uma lista dos materiais ofertados, contendo: autor, título e ano de edição das obras em pretensão de doação. Essa lista, que tem fins de pré-avaliação, deve ser encaminhada por email para a biblioteca designada. O responsável pelo recebimento das doações orientará o doador sobre os procedimentos de recebimento, considerando as possibilidades de incorporação ao acervo, descarte ou doação para outras bibliotecas ou instituições, dependendo das necessida-des institucionais ou condições físicas dos materiais. É preciso lem-brar que as coleções doadas não são identificadas ou destacadas com os nomes dos doadores nos espaços das bibliotecas.

Page 16: Jornal UFG

16

O Departamento de Desen-volvimento de Recursos Hu-manos da UFG (DDRH) inicia o processo de Avaliação de Desempenho dos Servidores Tévvcnico-administrativos da universidade. A ação, referente a 2013, tem o objetivo de, por meio da avaliação de desem-penho dos servidores e dos docentes em funções adminis-trativas, contribuir com a gestão da UFG. Os dados da avaliação também são utilizados pelos servidores para as seguintes finalidades: obtenção da pro-gressão por mérito profissional, concessão de licenças e afas-tamentos e solicitação de remo-ção e redistribuição.A novidade no processo desse ano é que todas unidades e órgãos deve-rão designar servidores para a ação de capacitação certifica-da “Avaliação de Desempenho

e Sistema de Avaliação de De-sempenho (SAD)”, com carga horária de oito horas. Nessa ação, eles serão capacitados para atuar como multiplicado-res, convocando reuniões para discutir a avaliação de desem-penho em suas unidades e órgãos. Para compor as sub-comissões de avaliação de de-sempenho e realizá-la em seus locais de trabalho, os membros designados deverão concluir a capacitação. Os servidores da Regional Goiás deverão realizar a capacitação em algum dos câmpus da Regional Goiânia. Tais mudanças pretendem apri-morar o processo como ferra-menta de gestão na UFG.

Confira as principais etapas do cronograma da Avaliação de Desempenho:

No dia 11 de agosto, foi reali-zada a solenidade de abertura do curso de Medicina da Re-gional Jataí. Esse é o primei-ro curso público de Medicina do interior do Estado. O curso funcionará em seus primeiros anos no Câmpus Riachue-lo até que as instalações no Câmpus Cidade Universitária sejam construídas.

Estudantes e professores do curso acompanharam no Auditório Maior, do Câmpus Cidade Universitária, a aula inaugural com a presença do ministro da Saúde, Ade-mar Arthur Chioro dos Reis, do Reitor da UFG, Orlando

Programação do Processo de Avaliação de Desempenho

é divulgada

Amaral, do prefeito de Jataí, Humberto Machado da co-ordenadora de Projetos Es-peciais da UFG, Sandramara Matias Chaves, da diretora da Faculdade de Medicina (FM) da Regional Goiânia, Fátima Maria Lindoso, do diretor da Regional Jataí, Wagner Gou-vêa dos Santos, do vice-dire-tor da Regional Jataí, Alessan-dro Martins, do coordenador do curso de Medicina da Re-gional Jataí, Hélio Ranes Fi-lho, da assessora de Gradua-ção da Regional Jataí, Eliana Melo Machado Moraes, além de membros da sociedade, que prestigiaram o evento. Período de inscrição na ca-

pacitação: 19/08 a 19/09 no Sistema SAD do DDRH.

Datas das capacitações:

Câmpus Colemar Natal e Silva: 22/09/2014 - Câmpus Samam-baia: 23/09/2014. Regional Ca-talão: 24/09/2014.Regional Ja-taí: 26/09/2014.

Período de cadastro das equi-pes (membros e gestores em cada unidade/órgão): 22 de setembro a 10 de outubro de 2014Período de execução da ava-liação de desempenho: 14 de outubro a 14 de novembro de 2014Resultados:19 de novembro de 2014

Publicação da Assessoria de Comunicação Universidade Federal de GoiásANO IX – No 67 – SETEMBRO DE 2014 www.jornalufgonline.ufg.brASCOM – Reitoria da UFG – Câmpus SamambaiaC.P.: 131 – CEP 74001-970 – Goiânia – GOTel.: (62) 3521-1310 / 3521-1311www.ufg.br – [email protected] – www.ascom.ufg.br

JORNAL

UFG

Universidade – Reitor: Orlando Afonso Valle do Amaral; Vice-reitor: Manuel Rodrigues Chaves; Pró- reitor de Graduação: Luiz Mello de Almeida Neto; Pró-reitor de Pós-Graduação: José Ale-xandre Felizola Diniz Filho; Pró-reitora de Pesquisa e Inovação: Maria Clorinda Soares Fiarovanti; Pró-reitora de Extensão e Cultura: Giselle Ferreira Ottoni Cândido; Pró-reitor de Administração e Finanças: Carlito Lariucci; Pró-reitor de Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos: Geci José Pereira da Silva; Pró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária: Elson Ferreira de Morais.Jornal UFG – Coordenadora de Imprensa e editora-geral: Kharen Stecca; Editora: Michele Martins; Conselho editorial: Cleomar Rocha, Luís Maurício Bini, Pablo Fabião Lisboa, Reinal-do Gonçalves Nogueira e Silvana Coleta Santos Pereira; Suplente: Mariana Pires de Campos Telles; Projeto gráfico e editoração eletrônica: Reuben Lago; Fotografia: Carlos Siqueira; Re-portagem: Camila Godoy, Serena Veloso e Silvânia de Cássia Lima; Colaboração: Renan Vini-cius Aranha; Revisão: Letícia Braz; Estagiários: Dúnia Esper, Thaíssa Veiga e Warlos Morais; Bolsistas: Águita Araújo e Letícia Antoniosi; Impressão: Centro Editorial e Gráfico (Cegraf) da UFG; Tiragem: 10.000 exemplares

CAMPUS EM FOCO Goiânia, setembro de 2014

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Curso de Medicina da Regional Jataí tem início