jornal sta edwiges julho

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SANTA EDWIGES JORNAL www.santuariosantaedwiges.com.br - Padres e Irmãos Oblatos de São José - Arquidiocese de São Paulo - Publicação Mensal * Ano XX * Nº 237 * Julho de 2010 Formação Liturgia Pág. 09 Palavra do Pároco Sagrado Coração de Jesus Bíblia e eleições: caminho de escolha Página 15 O livro do Deuteronômio apresenta um critério que pode ser útil neste momento em que nos pomos a analisar propostas políticas com vistas às eleições. Mesmo não sendo um critério único de análise e escolha é, seguramente, algo a se pensar e um ca- minho de disce nimento. A Eucaristia na vida da comunidade As pequenas coisas Luzia Alves Coroação de Nossa Senhora Retiro de Catequistas Festa Junina Solenidade Testemunho Notícias Pág. 06 Pág. 03 Pág. 10 De muitas maneiras e de diversos estilos, a vida acontece, e são os detalhes dela que nos seduzem e nos fazem atentos a sua realidade e aos acontecimentos do cotidiano. Este mês de julho a novena de nossa Padroeira, Santa Edwi- ges... Na edição anterior, tivemos a oportunidade de acompanhar a primeira parte deste artigo. Agora damos continuidade para compreender os aspectos históricos do cristianismo na ce- lebração do Mistério Pascal. Tenho 37 anos, moro em Mogi das Cruzes e há 6 anos me mudei para Minas Gerais e tive que vender minha casa que tinha aqui em SP. Meu marido se envolveu com bebidas... Foi realizado no dia 11 de junho a sole- nidade do Sagrado Coração de Jesus

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JORNAL STA EDWIGES JULHO

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Page 1: JORNAL STA EDWIGES JULHO

Julho de 2010 www.santuariosantaedwiges.com.br Jornal Santa Edwiges 1

Santa EdwigESJornal

www.santuariosantaedwiges.com.br - Padres e Irmãos Oblatos de São José - Arquidiocese de São Paulo - Publicação Mensal * Ano XX * Nº 237 * Julho de 2010

Formação

Liturgia

Pág. 09

Palavra do Pároco

Sagrado Coração de Jesus

Bíblia e eleições: caminho de escolha

Página 15

O livro do Deuteronômio apresenta um critério que pode ser útil neste momento em que nos pomos a analisar propostas políticas com vistas às eleições.

Mesmo não sendo um critério único de análise e escolha é, seguramente, algo a se pensar e um ca-minho de disce nimento.

A Eucaristia na vida da comunidade

As pequenas coisas

Luzia Alves Coroação de Nossa Senhora

Retiro de CatequistasFesta Junina

Solenidade

Testemunho Notícias

Pág. 06

Pág. 03

Pág. 10

De muitas maneiras e de diversos estilos, a vida acontece, e são os detalhes dela que nos seduzem e nos fazem atentos a sua realidade e aos acontecimentos do cotidiano. Este mês de julho a novena de nossa Padroeira, Santa Edwi-ges...

Na edição anterior, tivemos a oportunidade de acompanhar a primeira parte deste artigo. Agora damos continuidade para compreender os aspectos históricos do cristianismo na ce-lebração do Mistério Pascal.

Tenho 37 anos, moro em Mogi das Cruzes e há 6 anos me mudei para Minas Gerais e tive que vender minha casa que tinha aqui em SP. Meu marido se envolveu com bebidas...

Foi realizado no dia 11 de junho a sole-nidade do Sagrado Coração de Jesus

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2 Jornal Santa Edwiges www.santuariosantaedwiges.com.br Julho de 2010

Editorial Nossa Santa

Paróquia Santuário Santa EdwigesArquidiocese de São PauloRegião Episcopal IpirangaCongregação dos Oblatos de São JoséProvíncia Nossa Senhora do RocioPároco: Pe. Paulo Siebeneichler, OSJ

ExpEdiEntE

7º dia da NovenaAS PEQUENAS COISAS

Responsável e Editora: Juliana Sales Colaboração:Pe. Mauro Negro, OSJ Diagramador: Victor Hugo de SouzaEquipe: Aparecida Y. Bonater; Eliana Tamara Carneiro; Guiomar Correia do Nascimento; João A. Dias; José A. de Melo Neto; Martinho V. de Souza; Marcelo Rodrigues Ocanha e Pe. Alexandre Alves dos Anjos Filho.

Site: www.santuariosantaedwiges.com.br E-mail: [email protected] Conclusão desta edição: 20/06/2010 Impressão: Folha de Londrina. Tiragem: 5.000 exemplare.Distribuição gratuita

Estrada das Lágrimas, 910 cep. 04232-000 São Paulo SP / Tel. (11) 2274.2853 e 2274.8646 Fax. (11) 2215.6111

Juliana [email protected]

Um estudo nos EUA mostra que as pessoas passam quase 12 horas por dia consumindo infor-mações, ouvem e leem mais de 100 mil palavras por dia.

Passamos em média 4,91 horas por dia em fren-te à televisão (Não estou falando do período de Copa do Mundo, que deve dobrar este cálculo), 0,5 hora por dia ouvindo CD ou MP3, 0,03 hora vendo filmes, 0,93 jogando games, 1,93 navegando na Internet, 0,6 lendo revistas ou jornais, 0,73 falando no telefone. O total são 11,8 horas por dia – 33,8 gigabytes de infor-mação, 100.564 palavras, que é o equivalente a uma bíblia por semana.

A sociedade como um todo recebe, deglute mi-lhares de informações por dia e as mesmas nos são oferecidas das diversas formas; algumas nem ao menos desejamos, por exemplo, pessoas que to-cam músicas em seus ce-lulares sem utilizar fone de ouvidos em locais públicos, como nos ônibus ou metrô. Somos obrigados a receber suas músicas, suas infor-mações. E outras informa-ções que recebemos, são derivadas de nossas esco-lhas. Como ligar o rádio ou a televisão, ler um livro ou

uma revista, navegar na In-ternet ou ver um filme.

Certo dia uma senho-ra veio até a secretaria do Santuário pedir para que alguém lhe desse um cur-so bíblico, ela disse que os católicos leem pouco a bíblia. Em parte ela está correta, mas há um gran-de equívoco nesta história. Quando nos reunimos na Santa Missa aos domingos, temos 4 leituras (Primeira e Segunda leitura, Salmo Responsorial e Evange-lho), e não estou contan-do a Oração Eucarística. Então, vemos que a “Dona Maria” comete um equívo-co em dizer que não lemos a Bíblia. Mas nós católicos temos que assumir que so-mos preguiçosos em bus-car mais conhecimento so-bre o assunto. Vejam estes cálculos apresentados aci-ma, que são estudos e não devem ser generalizados, de qualquer forma, ainda nos ocupamos com milha-res de outras informações e por ultimo em conhecer a Palavra de Deus.

Neste período de Copa do Mundo, que possamos sim, torcer pela Seleção Brasileira. Celebrar, feste-jar com os amigos e reunir a família, mas que busque-mos colocar Deus e incluir o evangelho nas informa-ções que recebemos to-

dos os dias e que agregam nossa cultura, nossos hábi-tos, nosso conhecimento, e claro, a nossa fé.

No 1º semestre da mi-nha faculdade (atualmente estou no 6º), eu ouvia mui-to certo bordão de um que-rido professor: “Se você tem uma vida só, esco-lha com cuidado o que irá ler”. Ele sempre nos dizia isto, quando indicava al-gum livro, ou filme, pois a demanda é tão grandiosa, que não temos tempo em vida para ler, ouvir ou ver tudo que queremos. Por isso, temos que priorizar o que nos agrega e o que nos faz crescer.

Utilize um pouco menos de uma hora, para ler o Jornal Santa Edwiges, que traz para você informações sobre a Igreja, a Paróquia e seus movimentos e pas-torais. Traz formações bíblicas, litúrgicas, espiri-tuais, reflexões, dicas de cultura, a vida dos santos e outros assuntos que serão inseridos no seu repertório.

Por fim, faça comunica-ção, de forma inteligente, de um modo interessante e até divertido. Contribua para uma sociedade mais pensante e fraterna.

Com estima,

MeditaçãoO verdadeiro caminho da santida-

de consiste em fazer sempre com amor as pequenas coisas de que está cheia a nossa vida. Santa Terezinha do Menino Jesus chegou a afirmar que um alfinete apanhado do chão com amor pode salvar uma alma… Assim, animadas pelo amor, essas pequenas coisas se transformarão num grande ramalhete para oferecermos a Deus.

A nossa dificuldade está em não saber aproveitar as ocasi-ões que se apresentem diante de nós. Julgamos que só gran-des feitos, custosos sacrifícios, graves sofrimentos é que nos levam à perfeição. Nada mais errado. Os pequenos momentos de cada dia também são degraus que nos levam seguramente a Deus. “Se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, não entrareis no reino dos céus” (Mateus 18,3).

ExemploAlém das penitências corporais, Edwiges entregava-se

também a demoradas meditações, contemplando a Paixão de Cristo e as dores de Nossa Senhora. Em tais ocasiões, que eram freqüentes, derramava copiosas lágrimas de com-paixão.

A princesa Ana de Boêmia, sua nora, esposa de Henri-que, ao contemplá-la nesse estado, exclamava: “Li a vida de muitos santos, porém não encontrei em nenhum deles tanta austeridade como vejo em minha sogra”.

Uma virtude que se destacava claramente em Edwiges era a paciência. Nunca ninguém a viu encolerizada ou mesmo exaltada, fosse qual fosse o desapontamento a enfrentar. Tra-tava com maior delicadeza a todos que a procuravam, esque-cendo totalmente a sua posição elevada e a sua nobreza. Não respondia asperamente a quem quer que fosse, nem mesmo àqueles quem viessem a magoá-la com fatos ou palavras. Tinha, por isso, o dom de acalmar os enraivecidos. Quando as discussões entre algumas pessoas atingiam o auge, era suficiente a sua presença para transformar em serenidade os ânimos exaltados.

Recebendo grosserias, o que acontecia quando se aproxi-mava de pessoas soberbas ou ignorantes, respondia apenas com estas palavras: “Por que fez isso? Vou pedir a Deus que lhe perdoe “.

Informação é conhecimento?

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Julho de 2010 www.santuariosantaedwiges.com.br Jornal Santa Edwiges 3

VOCAÇÕES

Espaço do DevotoTestemunho

Envie o seu Testemunho: [email protected]

Tenho 37 anos, moro em Mogi das Cruzes e há 6 anos me mudei para Minas Gerais e tive que vender mi-nha casa que tinha aqui em SP. Meu marido se envolveu com bebidas e acabamos nos separando. Ele voltou para SP e eu voltei um ano depois dele. Reatamos nos-so casamento, mas conti-nuávamos brigando muito, devido às dívidas. Pedi com muita fé à Santa Edwiges,

para que me iluminasse em um concurso que eu faria (07/03/2010) e ela me aben-çoou. Passei no concurso e fui convocada no dia 31 de maio. Estava com uma dívi-da muito grande com o ban-co e pedi para que houvesse uma solução. O banco me enviou um acordo com 83% de desconto, e minha ex-patroa fez um acordo de res-cisão contratual. Minha filha mais velha foi convocada

Luzia Elisangela Nishida Alves

Atualmente muito ouvi-mos dizer ou mesmo falam em acolhida, principalmente quando se trata de uma co-munidade Igreja como a nos-sa. Esta palavra tem ganhado força como uma iniciativa con-creta de nosso testemunhar com a vida não somente em comunidades mas também na sociedade, (sabemos que a soberania de Deus é a sobe-rania do perdão e da miseri-córdia) (cf Lucas 6,36).

O Cristo que é o filho de Deus e príncipe da paz, en-carnado no meio dos homens, que possibilita à nossa huma-nidade tornar-se um de nós, e assim traz a plenitude da paz e do amor, o valor na nossa própria vida. (cf Isaías 9,1-6).

Portanto, acolher o prínci-pe da paz é sem dúvida com-prometer-se com o seu pro-jeto de amor para com toda a humanidade, que, muitas vezes, são marginalizadas e excluídas. De fato, o Reino deve acontecer, pois “não consiste em palavras, mas em ação” (cf 1Coríntios 4,20).

Esse vínculo fraterno entre nós cristãos se torna cada vez mais propício num mundo que vem excluindo e marginalizando a pessoa humana: homens, mulheres, crianças, idosos, Jesus nos deixou um grande exemplo, curou no sábado (Mc 3,1-6), conviveu com pecadores, comeu com eles (Mt 11,19; Lc 15,2; Mc, 2-16). Portanto, comer à mesa é uma expres-são de íntima comunidade, que Jesus fez questão de fre-quêntar com os marginaliza-dos de seu tempo. É evidente notarmos um crescimento da vulnerabilidade humana, que é fruto de maldades, injusti-ças, e por conta de um siste-ma econômico que ameaça nossa dignidade como pes-soa. O aborto, eutanásia, mi-séria, fome, embriões conge-lados, desemprego, trabalho escravo prostituição infantil são muitos dos problemas que assolam o povo e os leva a um constante desequilíbrio,

Ora, gesto de Deus, revelado e realizado em Jesus, capa-citando-o para o amor (Jo 8,32.36; Gl 2,4). Nos torna pessoas livres e responsá-veis no amor de Cristo (Gála-tas 5,1).

Para que a paz se concre-tize em nosso meio é preciso que sejamos audaciosos em acolher e proteger a nossa própria natureza humana, como um bem inalienável que precisa ser responsavel-mente cuidado por todos nós que apostamos um mundo de mais esperança.

Quando se trata de aco-lher alguém que chega a nossa comunidade, logo re-cordamos a pessoa de Je-sus que demonstrava amor e uma boa recepção aos seus.

Esse amor é plenamente visível na encarnação do ver-bo que é a prova mais con-creta de que celebrar a vida é aceitar a presença de Deus na história e assim assumir seu projeto de amor e doa-ção, que se destaca em algu-mas parábolas, um coração generoso (Mt 18,23-28), um pastor que cuida das ovelhas desgarradas (Lc 15,1-7), no perdão das dívidas (Lc 7,41-43), O encontro do filho per-dido (Lc 15,11-32).

Estamos nos tornando superficiais onde se fala do descartável; estamos nos tornando objetos de manipu-lação e nossa natureza hu-mana está cansada de ter um valor relativo, de acordo com os interesses que a econo-mia aponta.

Tudo é mercado e fins de consumismo!

A mentalidade do “tirar proveito de tudo” está nos atemorizando e nos deixando inseguros diante da realidade em que a mídia nos apresen-ta como meros objetos des-cartáveis.

Jesus vem trazer a paz, em meio a tanta violência que nos leva a desacreditar-mos em nós mesmos; assim a mensagem de conversão “mudança de vida”, os de-sejos dos instintos egoístas levam à morte; enquanto os desejos do espírito levam para a vida e a paz. (Roma-nos 8, 6).

Por mais complicados que pareçam os desafios não po-demos esquecer que somos “imagem e semelhança de Deus”, ou seja, cristãos, e acima de tudo celebramos sempre em nossa vida o que meditamos no dia a dia de nossas vidas.

Jesus nos acolhe sem distinção(Mateus 20,28).

Quem é o espírito da paz, e do amor? É o que nós me-ditamos nos dons do Espírito Santo. São sete: a Sabedoria que nos leva ao verdadeiro conhecimento de Deus e a buscar os verdadeiros valo-

res da vida; a inteligência que nos possibilita a entender e compreender as verdades da salvação, que são reveladas na sagrada Escritura.

A Ciência nos capacita descobrir, inventar, recriar formas para salvar o ser hu-mano e a própria natureza, e o conselho que é um dom de orientar a quem mais precisa, é um dom que nos possibilita a fazer sorrir os que sofrem.

A fortaleza é que nos torna fortes corajosos para poder-mos superar as dificuldades e desafios da vida, a piedade que nos leva a uma experiên-cia com Jesus, essa que nos favorece ao amor.

O temor de Deus é que nos revela e nos dá a cons-ciência do quanto é grande o amor de Deus por nós. Agora é necessário o que correspon-damos a este grande amor.

“Se lhe falta a sabedoria que vem de ti, de nada vale-rá” (Sb 9,6).

Frei. João Andrade [email protected]

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4 Jornal Santa Edwiges www.santuariosantaedwiges.com.br Julho de 2010

Encíclica do Papa Bento 16Caritas in veritate: A verdade na caridade

Nesta edição continuamos a transcrever o quarto capítulo da Encíclica do Santo Padre. Desenvolvimento dos povos, Direitos e Deveres e Ambiente.

49. Hoje, as questões re-lacionadas com o cuidado e a preservação do ambiente de-vem ter na devida consideração as problemáticas energéticas. De fato, o açambarcamento dos recursos energéticos não renováveis por parte de alguns Estados, grupos de poder e em-presas constitui um grave impe-dimento para o desenvolvimen-to dos países pobres. Estes não têm os meios econômicos para chegar às fontes energéticas não renováveis que existem, nem para financiar a pesquisa de fontes novas e alternativas. A monopolização dos recursos naturais, que em muitos casos se encontram precisamente nos países pobres, gera exploração e frequentes conflitos entre as nações e dentro das mesmas. E muitas vezes estes conflitos são travados precisamente no território de tais países, com um pesado balanço em termos de mortes, destruições e maior de-gradação. A comunidade inter-nacional tem o imperioso dever de encontrar as vias institucio-nais para regular a exploração dos recursos não renováveis, com a participação também dos países pobres, de modo a plani-ficar em conjunto o futuro.

Também sobre este aspec-to, há urgente necessidade moral de uma renovada solida-riedade, especialmente nas re-lações entre os países em vias de desenvolvimento e os países altamente industrializados. As sociedades tecnicamente avan-çadas podem e devem diminuir o consumo energético seja por-que as atividades manufaturei-ras evoluem, seja porque entre os seus cidadãos reina maior sensibilidade ecológica. Além disso há que acrescentar que, atualmente, é possível melhorar a eficiência energética e fazer avançar a pesquisa de energias alternativas; mas é necessá-ria também uma redistribuição mundial dos recursos energéti-cos, de modo que os próprios países desprovidos possam ter acesso aos mesmos. O seu destino não pode ser deixado nas mãos do primeiro a chegar nem estar sujeito à lógica do mais forte. Trata-se de proble-

mas relevantes que, para ser enfrentados de modo adequa-do, requerem da parte de todos uma responsável tomada de consciência das consequên-cias que recairão sobre as no-vas gerações, principalmente sobre a imensidade de jovens presentes nos povos pobres, que “reclamam a sua parte ati-va na construção de um mundo melhor”.

50. Esta responsabilidade é global, porque não diz respeito somente à energia, mas a toda a criação, que não devemos deixar às novas gerações de-pauperada dos seus recursos. É lícito ao homem exercer um governo responsável sobre a natureza para a guardar, fazer frutificar e cultivar inclusive com formas novas e tecnologias avançadas, para que possa acolher e alimentar condigna-mente a população que a habi-ta. Há espaço para todos nesta nossa terra: aqui a família hu-mana inteira deve encontrar os recursos necessários para viver decorosamente, com a ajuda da própria natureza, dom de Deus aos seus filhos, e com o em-penho do seu próprio trabalho e inventiva. Devemos, porém, sentir como gravíssimo o dever de entregar a terra às novas ge-rações num estado tal que tam-bém elas possam dignamente habitá-la e continuar a cultivá-la. Isto implica “o empenho de decidir juntos depois de ter ponderado responsavelmente qual a estrada a percorrer, com o objetivo de reforçar aquela aliança entre ser humano e am-biente que deve ser espelho do amor criador de Deus, de Quem provimos e para Quem estamos a caminho”. É desejável que a comunidade internacional e os diversos governos saibam con-trastar, de maneira eficaz, as modalidades de utilização do ambiente que sejam danosas para o mesmo. É igualmente forçoso que se empreendam, por parte das autoridades com-petentes, todos os esforços ne-cessários para que os custos econômicos e sociais derivados do uso dos recursos ambientais comuns sejam reconhecidos de maneira transparente e plena-

mente suportados por quem de-les usufrui e não por outras po-pulações nem pelas gerações futuras: a proteção do ambien-te, dos recursos e do clima re-quer que todos os responsáveis internacionais atuem conjunta-mente e se demonstrem prontos a agir de boa fé, no respeito da lei e da solidariedade para com as regiões mais débeis da ter-ra. Uma das maiores tarefas da economia é precisamente um uso mais eficiente dos recursos, não o abuso, tendo sempre pre-sente que a noção de eficiência não é axiologicamente neutra.

51. As modalidades com que o homem trata o ambiente influem sobre as modalidades com que se trata a si mesmo, e vice-versa. Isto chama a socie-dade atual a uma séria revisão do seu estilo de vida que, em muitas partes do mundo, pen-de para o hedonismo e o con-sumismo, sem olhar aos danos que daí derivam. É necessária uma real mudança de menta-lidade que nos induza a adop-tar novos estilos de vida, “nos quais a busca do verdadeiro, do belo e do bom e a comunhão com os outros homens para um crescimento comum sejam os elementos que determinam as opções dos consumos, das pou-panças e dos investimentos”. Toda a lesão da solidariedade e da amizade cívica provoca da-nos ambientais, assim como a degradação ambiental por sua vez gera insatisfação nas rela-ções sociais. A natureza, espe-cialmente no nosso tempo, está tão integrada nas dinâmicas sociais e culturais que quase já não constitui uma variável inde-pendente. A desertificação e a penúria produtiva de algumas áreas agrícolas são fruto tam-bém do empobrecimento das populações que as habitam e do seu atraso. Incentivando o desenvolvimento econômico e cultural daquelas populações, tutela-se também a natureza. Além disso, quantos recursos naturais são devastados pela guerra! A paz dos povos e en-tre os povos permitiria também uma maior preservação da natureza. O açambarcamento dos recursos, especialmente

da água, pode provocar graves conflitos entre as populações envolvidas. Um acordo pacífico sobre o uso dos recursos pode salvaguardar a natureza e, si-multaneamente, o bem-estar das sociedades interessadas.

A Igreja sente o seu peso de responsabilidade pela criação e deve fazer valer esta respon-sabilidade também em público. Ao fazê-lo, não tem apenas de defender a terra, a água e o ar como dons da criação que pertencem a todos, mas deve sobretudo proteger o homem da destruição de si mesmo. Requer-se uma espécie de ecologia do homem, entendi-da no justo sentido. De fato, a degradação da natureza está estreitamente ligada à cultura que molda a convivência hu-mana: quando a “ecologia hu-mana” é respeitada dentro da sociedade, beneficia também a ecologia ambiental. Tal como as virtudes humanas são inter-comunicantes, de modo que o enfraquecimento de uma põe em risco também as outras, as-sim também o sistema ecológi-co se rege sobre o respeito de um projeto que se refere tanto à sã convivência em sociedade como ao bom relacionamento com a natureza.

Para preservar a natureza não basta intervir com incenti-vos ou penalizações econômi-cas, nem é suficiente uma ins-trução adequada. Trata-se de instrumentos importantes, mas o problema decisivo é a solidez moral da sociedade em geral. Se não é respeitado o direito à vida e à morte natural, se se torna artificial a concepção, a gestação e o nascimento do ho-mem, se são sacrificados em-briões humanos na pesquisa, a consciência comum acaba por

perder o conceito de ecologia humana e, com ele, o de eco-logia ambiental. É uma contra-dição pedir às novas gerações o respeito do ambiente natural, quando a educação e as leis não as ajudam a respeitar-se a si mesmas. O livro da natu-reza é uno e indivisível, tanto sobre a vertente do ambiente como sobre a vertente da vida, da sexualidade, do matrimônio, da família, das relações sociais, numa palavra, do desenvol-vimento humano integral. Os deveres que temos para com o ambiente estão ligados com os deveres que temos para com a pessoa considerada em si mes-ma e em relação com os outros; não se podem exigir uns e es-pezinhar os outros. Esta é uma grave antinomia da mentalidade e do costume atual, que avilta a pessoa, transtorna o ambiente e prejudica a sociedade.

52. A verdade e o amor que a mesma desvenda não se po-dem produzir, mas apenas aco-lher. A sua fonte última não é — nem pode ser — o homem, mas Deus, ou seja, Aquele que é Verdade e Amor. Este princípio é muito importante para a socie-dade e para o desenvolvimento, enquanto nem uma nem outro podem ser somente produtos humanos; a própria vocação ao desenvolvimento das pessoas e dos povos não se funda sobre a simples deliberação huma-na, mas está inscrita num pla-no que nos precede e constitui para todos nós um dever que há-de ser livremente assumido. Aquilo que nos precede e cons-titui — o Amor e a Verdade sub-sistentes — indica-nos o que é o bem e em que consiste a nos-sa felicidade. E, por conseguin-te, aponta-nos o caminho para o verdadeiro desenvolvimento.

Page 5: JORNAL STA EDWIGES JULHO

Julho de 2010 www.santuariosantaedwiges.com.br Jornal Santa Edwiges 5

Jubileu do Santuário

Martinho [email protected]

As pastorais tem como componente principal os lei-gos e leigas, que assumindo o seu batismo e compromis-so com o anúncio do Evan-gelho de Jesus Cristo, sua pessoa e missão, respondem de modo direto e concreto ao padre e ao bispo conforme sua finalidade de atuação ser a paróquia ou a diocese.

O jubileu de nossa amada Paróquia Santa Edwiges de-dica, nestas linhas do Jornal Santa Edwiges, um justo re-conhecimento pela atuação, dinamismo e valoração das atividades das pastorais que dia-a-dia fazem acontecer a vida e o ministério do Santu-ário Santa Edwiges.

Ora, convém explicar que existe uma diferença entre a atuação das pastorais, que tem a ver mesmo mais com condução, ensino, aprendi-zagem, enfim, de cuidado com a realidade paroquial. Ademais, a palavra pastoral vem da palavra pastor, aque-la figura que sempre que lembramos nos remete ao campo e ao rebanho que este constantemente cuida. As-sim, um entendimento muito prático que podemos ter so-bre as pastorais de uma de-terminada paróquia da Igre-ja Católica é a do olhar que esta Igreja têm sobre o seu rebanho que atua no mun-do, na sociedade a partir dos princípios do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Por fim, a pastoral é a indica-ção da Igreja para a ativida-de missionária, comunitária e social na vida em sociedade que ensina e aprende sobre os valores cristãos.

Na paróquia este desen-volvimento do anúncio do Evangelho é desenvolvido ao longo dos nossos cinquen-ta anos, que comemoramos ao longo deste ano de 2010 até abril de 2011. As pasto-rais fiéis aos seus objetivos

gerais (evangelizar, anunciar o Reino de Deus) e específi-co (união das pastorais e ser sinal do Reino de Deus) aju-dam os paroquianos de nos-sa realidade a se encontra-rem com o Senhor e a partir deste encontro levar a ação da Igreja no mundo.

Muito de nós que temos uma vida de intensa partici-pação na comunidade pa-roquial de Santa Edwiges, muitas vezes se viram envol-vidos nas diversas pastorais que temos, mesmo porque por elas tivemos que passar pelos sacramentos da inicia-ção cristã (batismo, eucaris-tia e crisma), ou seja, porque depois nos sentimos impe-lidos à participar de alguma maneira na continuidade do anúncio do evangelho pelas pastorais da família, juventu-de, vocacional, liturgia, dízi-mo ministérios de servi-ço etc.

Foram pelas pastorais de nossa paróquia que muita gente passou, cresceu, co-nheceu e se identificou com Jesus Cristo, filho Deus fei-to homem. Claro que tam-bém perdemos muita gente para outras denominações, por falta de uma evangeli-zação mais sólida e apurada e plena de sentido. Mas, os ganhos foram muito mais. Muitos são e ainda serão os frutos a serem colhidos pela atuação de nossas pastorais na vida paroquial de Santa Edwiges.

O espaço aqui seria pe-queno para dizer, o quanto somos gratos nesta história de 50 anos, que por meio das pastorais nos fizeram adquirir a nossa identidade: como Santa Edwiges, fieis discípulos e missionários do crucificado.

Deo Gratias!

Jubileu das PastoraisAs pastorais como o rebanho que conhece a figura e a ação de seu Pastor, Jesus Cristo, trabalham de modo concreto na vida e

na sociedade a partir dos princípios cristãos, fieis ao pároco e ao bispo, conformando a sua vida com a de Jesus Cristo

Page 6: JORNAL STA EDWIGES JULHO

6 Jornal Santa Edwiges www.santuariosantaedwiges.com.br Julho de 2010

Palavra do Pároco O servo de Deus

Pe. Paulo Siebeneichler - [email protected]

As pequenas coisas Ensinamentos e pensamentos do Pe. José Calvi

De muitas maneiras e de di-versos estilos, a vida acontece, e são os detalhes dela que nos seduzem e nos fazem atentos a sua realidade e aos aconteci-mentos do cotidiano.

Este mês de julho a novena de nossa Padroeira, Santa Edwi-ges, nos traz o tema às peque-nas coisas.

O que é pequeno? Por que afinal, valorizar coisas tão insig-nes em nossa vida? Se os namo-rados, por exemplo, prestassem atenção nos detalhes; quanto amor haveria e a pessoa amada o esperaria ansiosamente. E se o encontro fosse sempre marca-do por algo distinto a cada dia? Como seriam diversos os nossos ambientes se nós nos detivésse-mos aos detalhes, para que as pessoas do nosso entorno ficas-sem bem?

Pequeno, define o dicionário como: Pouco extenso, de tama-nho diminuto, de baixa estatu-ra, de pequeno valor, limitado, acanhado, e também diverso de pequenez que tem o significado de mesquinhez, ou o estado de pequeno e de limitação, não na qualidade de novo como a pri-meira significação o traz em si.

É preciso valorizar os deta-lhes. Nestes tempos de copa do mundo, basta olhar para os times, o conjunto de detalhes, farão com que os times menos abastados de super-estrelas sejam bem mais sucedidos. O detalhe que vai ser o diferen-cial de todos os outros, o amor à causa que se está empenha-do. Uma heroína de nossas ca-sas faz muito bem isto, a mãe. Quanta coisa tem ela aos olhos, as mãos, a mente para não nos deixar em situação adversa no caminho que estivermos traçan-do até o destino final em outro porto seguro. Da copa à nossa casa, podemos fazer o paralelo, e mais ainda, para olharmos a copa, ela (a mãe) possibilita que o nosso bem estar seja comple-to. A pipoca e outros adereços a mais. Ela deixa a sala para que vejamos tudo, e atenta a todos, atende a nós, e não se dispersa em estar sendo, torcedora, mãe, acolhedora.

Acima eu me refiro aos na-morados. Acrescento a este os enamorados de questões, de si-tuações de profissões, de pater-nidade, maternidade, enfim da vida. Onde a pessoa, o ser em si se deixa possuir pelo amor, se faz apaixonado pela causa ele(a) vai se fazer muito mais intenso e extenso em tudo, dando tudo

que de mais extraordinário tem de si, devido seu propósito. Se os esposos tomam este para si, vão fazer acontecer a nova era das suas casas, pois se enriquecem as relações, aquecem os ritos de uma vida intensa e dedicada ao que se relaciona.

Numa cultura onde o individu-alismo nos cerca, é muito comum pensar no “eu”, e não estar muito cercado do “outro” como uma situ-ação pertinente ao envolvimento social. As áreas de interesse que se estendem às necessidades de se cuidar de especialidades, o mercado que exige adequações, nos torna seres imputados a uma necessidade ampla de opções, e cada uma dela traz decepções se não as fizermos de modo am-plo. Hoje se fala de crescimento sustentável, para cuidarmos do planeta, dos animais, dos vege-tais, e pouco se fala de realidade sustentável humana. Sustentabi-lidade me responderão, é o que se pensa para atender o homem, mas o que vai se fazendo com estes filhos de Deus que estão cada vez mais oprimidos pelas correrias, pelas competições e pelas exigências de mercado?

É nesta realidade macro que somos chamados a de modo muito sutil ser os pequenos de Deus. Dar sentido às pequenas coisas. Edwiges em meio a toda a vida social a que era submetida fez isso acontecer, como espo-sa, como duquesa, como mãe, como embaixadora dos pobres, dos simples, dos presos. Nada o cercou de colocar-se em relação e certamente, nesta realidade moderna e ampla, ela, Edwiges, saberia se por, e dar respostas novas aos problemas novos.

O que precisamos hoje não é abandonar os ideais, nem nos oprimir com toda a vida moderna, o desafio está aí. Nós somos mais do que nunca convidados a nos motivar e nos colocar fazendo a vida ser cheia de expectativas. A copa nos ensine a capacidade do detalhe no conjunto, a mãe, no serviço integrado, e Edwiges nos dê a certeza que, ser atento ao detalhe não diminui o homem e a mulher, mais que os faz um ser diferenciado, por ter em si, a di-mensão do conjunto, enriquecido no detalhe das pequenas coisas.

Sejamos enamorados de uma dimensão humano, espiritual, so-cial, em relação, e o conjunto da vida nos faça viver todos os deta-lhes dela.

“Se nossos pais sabem ser assim bons, o que será do coração de Deus?”

“Nossa Senhora não abandona os seus filhos, também aqueles que foram filhos indignos”.

“Esperar é bom, resignar-se a tudo é nosso dever e nossa paz. Com o tempo tudo se acalma, clareia a mente, e se compreende melhor a necessidade de se estar sempre tranqüilos e alegres na santa submissão a Deus”.

“Um pouco de penitên-cia não faz mal. Cometi os

meus erros, mas espero que o Senhor os tenha perdoado durante os dias de minha do-ença”.

“Peço ao Senhor a graça de conservar todos os meus sentimentos até o fim, para oferece-me a Ele”.

“Os Santos pensavam que o Senhor não os amas-se quando passavam alguns dias sem sofrer”.

“O mundo e as pessoas podem dizer aquilo que qui-serem, mas não serão eles que nos consolarão na hora da morte, nos julgarão e nos darão o Paraíso

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BatismoBatismos em 27 de Junho de 2010

Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mateus 28-19)

Maria ClaraBruno BenicioBenção da água

Izabella RibeiroLarryssa RobertaGuilherme

Vitor RibeiroGuilherme HenriqueMylena

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Pastorais

Frei Marcelo Ocanha, [email protected]

Um dos momentos da Celebração Eucarística é a Liturgia da Palavra. A Pala-vra de Deus é solenemente proclamada e deveria atin-gir o ouvido e o coração das pessoas.

O concílio Vaticano 2º, no documento Sacrosanctum Concilium, fazendo menção às diversas presenças de Cristo durante a celebração eucarística, diz que Cristo está presente também na sua Palavra, “pois quando é Ele mesmo que fala quando se lêem as Escrituras na Igreja” (Sacrossantum Concilium 7).

E este ganha trabalho, ga-nha voz e força por aqueles e aquelas que se dispõem a serem porta-vozes de Deus.

A CNBB, em diversos pro-nunciamentos e documen-tos, chamou esses homens e mulheres de “Ministros/Mi-nistras da Palavra”, ou seja, são eles e elas os respon-sáveis da proclamação da Palavra de Deus. São eles e elas que devem fazer com que a Palavra atinja a vida dos ouvintes, daqueles e da-quelas que participam da ce-lebração Eucarística.

Mais do que nunca, sur-ge nas comunidades a ne-cessidade de verdadeiros proclamadores da Palavra de Deus, homens e mulhe-res que procurem colocar na vida aquilo que estão anun-ciando. Isso exige empenho, exige formação.

A CNBB (Conferencia Na-cional dos Bispos do Brasil), no documento “Diretrizes Ge-rais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil – 2003-2006”, faz alguns alertas so-bre a importância da Palavra de Deus: “Por isso, é essen-cial que pastores e fiéis se empenhem para que a Pa-lavra seja claramente anun-ciada nas celebrações ao longo do ano litúrgico, seja comentada e refletida com

homilias cuidadosamente preparadas, seja encarna-da na vida (Nº 21). “Aos fi-éis leigos, sejam oferecidas oportunidades de formação bíblica e teológica e de uma “formação integral”, hoje in-dispensável para a atuação cristã mais consciente na so-ciedade (Nº 24).

Baseado nas afirmações citadas queremos formar nossa comunidade para que na assembléia litúrgica, seja bem proclamada a Pa-lavra de Deus.

A Igreja se reúne forman-do uma assembléia para ou-vir a Palavra. É necessário que alguém apresente esta Palavra, leia, ou melhor, pro-clame esta Palavra que é Je-sus Cristo.

Podemos dizer que esta é a tarefa de um anjo, pois anjo é a tradução de uma palavra grega que significa mensa-geiro. Também em hebraico o sentido é o de alguém que porta uma mensagem, uma comunicação. Ele é apenas um canal da mensagem. O importante é a mensagem, mas sem o anjo não pode haver a comunicação.

Assim, o leitor transmite a mensagem do Senhor e da Salvação que Ele opera.

Deve fazer de modo digno e frutuoso. É interessante que o leitor, depois de tomar to-dos os cuidados devidos, consiga algo que não é tão difícil quanto parece, ou seja, que ele proclame a leitura e olhe a Assembléia! Para isto existem técnicas, a serem observadas.

A fé cristã é basicamente uma transmissão. O ato de transmitir está na base tanto da Escritura quanto da Tradi-ção da Igreja. A Escritura foi primeiro contada, relatada, partilhada de modo oral, en-tre as pessoas. É a novidade, a história, o fato transmitido.

MINISTROS DA PALAVRA

A Tradição da Igreja é a mesma coisa, uma história, um modo de informar so-bre verdades, sobre expe-riências e sobre a vida. No caso específico, a vida de Jesus Cristo.

A liturgia celebra a Pala-vra, não apenas lê a Pala-vra; no fundo, a liturgia não apenas escuta essa Palavra. Ela escuta a Palavra para depois colocá-la em prática dentro de um contexto e dei-xar que ela atinja o máximo de si mesmo.

O anúncio da Palavra de Deus é o ponto alto e cons-titutivo tanto da antiga como

da nova Aliança. Por isso, ao proclamar a Palavra, precisa-mos considerar que esta pro-duz efeitos.

Celebrar a Palavra de Deus é dar qualidades novas, é ação de santificação. Na celebração da Palavra, ela mesma é celebração. (Texto extraído das formações litúr-gicas do Pe. Mauro Negro)

No Santuário Santa Edwi-ges existe um grupo de Mi-nistros da Palavra que cui-dam das funções litúrgicas de Leitores, Salmistas e Comen-taristas. Coordenados pela Geni Antonia Silva e asses-sorados pelo Pe. Alexandre, este grupo se reúne todas as primeiras terças-feiras do mês às 19h30 para formação e escalação mensal.

No entanto, não são ape-nas os Ministros da Palavra que assumem tal função, os demais grupos pastorais e movimentos também passam pelo processo e com o mes-mo zelo vem atuando nesta importantíssima atividade em nossa Igreja que é a comu-nicação e a proclamação da Palavra de Deus.

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Notícias

Toda a comunidade do Santuário Santa Edwiges festejou o mês junino no dia 20. Houve um teatro realizado pelo grupo de adolescentes AJUNAI e a tradicional quadrilha apresentada pelas crianças da Infância Missionária, Catequese e Coroinhas. Depois todos foram convidados a dançar também. As comidas e bebidas foram trazidas pelas pastorais, movimentos e paro-quianos. Todos se serviram à vontade. Foi a festa da partilha!

As crianças da Catequese de Primeira Eucaristia, Coroinhas e Infância Missioná-ria, realizaram no dia 30 de maio na missa das 18h30, a Coroação de Nossa Senho-ra. Este gesto é uma tradição devocional da fé cristã, numa exortação de amor, onde reconhecemos com dignidade Maria, como Mãe do Senhor e também nossa mãe.

Coroação de Nossa Senhora

No dia 20 de junho a equipe de catequistas de Primeira Eucaristia do Santuário Santa Edwiges estiveram em retiro sob a orientação do Pe. Mauro. Foi um dia de muita re-flexão e oração em torno

Retiro de Catequistasda palavra de Deus e um reencontro com a própria identidade de catequista diante da proposta de Je-sus no Evangelho sobre o anúncio da palavra a to-dos os povos, a começar pelas crianças!

Nosso muito obrigado ao Pe. Mauro pela since-ra dedicação e disposição em apoiar esta equipe em seu apostolado!

Festa Junina

Campanha em prol do terreno do Santuário 519 colaboradores. Retire seu carnê na secretaria paroquial

Miguel Caludino FerreiraHamilton Balvino de MacedoIrene Pocius ToroloEdilberto e Erineide MouroHermes R. Pereira SencionClarindo de Souza RussoJoaquim José de Santana NetoAna Dalva Pereira CorreiaAlexandre Sabatine Roda

Família Cestari NoronhaLuzia Villela de AndradeRenato RuizFamília SenaEdilson VicentainerVanilde Fernandes e FamíliaFátima E.S. MoraesRoberto MartiniHélio Martins de Aguiar

Suraia Zonta BittarFrancisco F. de Freitas e FamíliaDrusila Fernnada Gomes MilaniIsmael F. de Matos e FamíliaArmazem do SaborMargarida de Faria RodriguesDjanane Ângelo AlvesaWaldyr Villanova PangardiMaria Aparecida Bonesso

Já quitaram seu carnê

Bradesco - Ag. 0090 - C/C 145.431-5 / Itaú - Ag. 0249 - C/C 56.553-2

Fátima Monteiro AriolaMarcelo Barbosa de Oliveira e FamíliaMário Estanislau CorreaFlávia Regina RodriguesAlcino Rodrigues de SouzaMaria Barbosa Ciqueira e FamíliaSerize e Edson França VincenziTomas e Antônia

Frei Marcelo Ocanha, [email protected]

Da Edição Da Edição

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10 Jornal Santa Edwiges www.santuariosantaedwiges.com.br Julho de 2010

Pe. Alexandre Alves Filho, [email protected]

Liturgia

Primeiro Século do Cris-tianismo S e g u n d o Século do Cristianismo

No primeiro século a litur-gia, como um todo, era sen-tida e compreendida como celebração do Mistério Pas-cal de Jesus Cristo atuando na história, com um cunho profundamente eclesial-comunitário, ou seja, o que importava aqui era a comu-nidade, a assembléia, en-volvendo vários ministérios e serviços. O grande ator da celebração neste período era o povo, presidido pelos pastores. Todos eles eram ativos na celebração. J á no segundo século, a cele-bração deixou de ser a ce-lebração do Mistério Pascal para dar lugar às “devoções populares”. Os santos e san-tas tinham mais espaço que o Cristo. A comunidade, aos poucos, foi sendo deixada de lado. Não precisava mais participar. O grande ator neste período era o padre. A assembléia, aos poucos, deixa de participar e passa a “assistir” a missa do padre. O padre passa a ser o único celebrante.

No primeiro século a li-turgia era a única devoção popular e a principal fonte de espiritualidade. A centra-lidade era o mistério Pascal celebrado na liturgia. Não havia a necessidade de mais nada, pois a Liturgia preen-chia as necessidades espiri-tuais das pessoas.

O segundo milênio, por causa do afastamento da li-turgia do povo, pois esta ce-lebrada em latim e de costas, o povo se vê obrigado a criar “devoções” durante a Euca-ristia. A principal delas: rezar o terço durante a missa, vis-to que não se entendia o que

o padre falava. Surgem ou-tras devoções e irmandades para preencher o vazio que se criara. Surge neste pe-ríodo também as devoções ao Santíssimo Sacramento. Não se comungava frequen-temente. Por isso era preciso estar perto de Jesus, mas só para vê-lo. A Eucaristia dei-xou de ser ceia para tornar-se lugar de adoração. Não se comia mais o Corpo de Cristo. Era preciso adorá-lo, não comê-lo.

O povo, no primeiro sé-culo, tinha um contato dire-to com a Palavra de Deus através da Liturgia. E o povo dava muito valor à essa pro-clamação. Cada vez que a Palavra era proclamada, o sentia que Deus estava fa-lando diretamente com ele. A escuta da Palavra era muito vivenciada. No segundo século o povo não entendia nada da Liturgia da Palavra, pois a Palavra de Deus era proclamada em latim. Devi-do à Reforma Protestante, proibiu-se também o acesso do povo à Palavra de Deus, ou seja, o povo não podia ler a Bíblia. O povo já não po-dia colher os frutos de uma vivenciada liturgia da Pala-vra. Escutavam a Palavra de Deus, mas não conseguiam entender e nem tirar os fru-

tos para a própria vida.Os sacramentos eram

entendidos, neste primeiro século, como celebração do Mistério Pascal de Jesus Cristo, celebrados também de forma comunitária. A co-munidade se envolvia em cada celebração. A comuni-dade participava ativamen-te. Os sacramentos são vis-tos, neste segundo século, como “remédios” para curar os males ou mesmo para prevenir (é o caso das bên-çãos, que são administradas para “exorcizar” os objetos). Perdeu-se também o caráter comunitário dos sacramen-tos. Agora era tudo feito de modo “particular”, sem uma articulação da comunidade.

No primeiro século era a celebração eucarística, o participar dela com amor e respeito o grande filão de compreensão e vivência do Mistério Pascal de Jesus Cristo. O povo se aproxima-va para participar com toda dignidade da celebração. A celebração era vivenciada e partilhada. A comunhão representava a máxima uni-dade daquela igreja reunida. A grande festa deste período era a Vigília Pascal, como grande momento celebrati-vo-comunitário e participati-vo. No segundo sécu-

lo, aos poucos, o povo vai se afastando da Eucaristia como memória de Cristo e como ceia. O povo deixou de comungar. O ponto central agora era ver a hóstia consa-grada (por isso o padre pre-cisava erguer bem alto, pois ele estava agora de costas para o povo). A festa cen-tral deste período deixou de ser a Vigília Pascal. A gran-de festa agora era o Corpus Christi, onde Jesus se deixa-va ver e passeava pela cida-de. Perdeu-se a dimensão de Ceia Eucarística, onde se pode comer e beber do Cor-po e do Sangue de Cristo.

Algumas dessas posturas do segundo milênio ainda estão bastante presentes em nosso meio, quase 50 anos depois co Concílio Vaticano II. Devoções ao Santíssimo ocupam o lugar a Eucaristia bem celebrada. A Eucaris-tia parece perder espaço. Gasta-se 45 minutos numa missa com um determinado padre, para depois da mis-sa acontecer uma hora e trinta minutos de show com diversos artistas famosos. A Eucaristia perdeu o lugar e a importância. Que pena...

A partir deste resgate his-tórico, o Concílio Vaticano II (1962-1965) decidiu, como dizemos acima, voltar às fon-tes. A Liturgia, de forma es-pecial, a Eucaristia, devem ser vividas como celebração do Mistério Pascal de Cristo, que se dá a nós, que se en-trega livremente e está sem-pre presente em sua Igreja. Não vamos à Eucaristia para adorar Jesus (para adorar Jesus, podemos e devemos nos valer da Exposição do Santíssimo Sacramento). Na Eucaristia nós participarmos ativa, livre e frutuosamente,

A Eucaristia na vida da comunidadeNa edição anterior, tivemos a oportunidade de acompanhar a primeira parte deste artigo.

Agora damos continuidade para compreender os aspectos históricos do cristianismo na celebração do Mistério Pascal.

Reflexões para melhor celebrar o Mistério Pascal de Jesus Cristo

esperando receber o Corpo e Sangue de Cristo como nosso alimento. A partir dis-so, fica meio incompreensí-vel ficar adorando a hóstia consagrada durante a Eu-caristia, elevações prolonga-das demais, “passeios” com a hóstia consagrada depois da comunhão (se comunga-mos, Jesus está dentro de nós; para que ficar “passe-ando” com o ostensório? E mais: parece que a Euca-ristia celebrada deixa de ter valor; o valor mesmo vem quando o padre passeia com Jesus... estamos perdendo o centro de novo... ). São to-dos devocionismos antigos, do segundo século da nossa história, mas que hoje estão de volta.

Precisamos nos pergun-tar seriamente: qual o papel da Eucaristia na minha vida? Como eu participo da missa? Eucaristia é lugar da comu-nidade, é lugar de encontro e de festa, mas também de compromisso com os irmãos e irmãs, mas acima de tudo, lugar de comer e beber o Corpo e o Sangue de Cristo.

Em tempos de Congres-so Eucarístico Nacional, não podemos mais “assistir” à missa, mas participar dela com toda a intensidade de nosso ser. Aprendamos da história e voltemos o nos-so olhar para os primeiros séculos do cristianismo. Ali entenderemos melhor o que é Eucaristia. Só assim po-deremos colher os frutos da Eucaristia em nossas vidas.

E qualquer dúvida ou co-mentário, mande para [email protected]

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Entrevista

Frei Marcelo Ocanha, [email protected]

Nasci na cidade de Ipa-nema, Estado de Minas Ge-rais. Filha de Alzira e Matias e tenho duas irmãs. Tive infância difícil, pois moráva-mos no sitio e naquela época as coisas eram diferentes de hoje. Meu primeiro brinque-do foi uma boneca de pape-lão que ganhei de presente de um dos meus padrinhos.

Certa noite, esqueci a boneca no terreiro e justa-mente naquela noite cho-veu, quando acordei e fui procurar a única boneca para brincar, ela estava uma pasta em cima de um balaio, chorei muito, foi difícil per-der o único brinquedo que tinha, mas quando cresci, eu mesma fazia bonecas de sabugo de milho e de outros tipos, fui feliz mesmo traba-lhando muito.

Os meus pais eram espí-ritas, mas eu fui a única fi-lha que foi batizada na Igre-ja Católica quando criança. Minha mãe me ensinou a falar rezando. Era uma mu-lher de muita fé, mas não tinha instrução religiosa, o que aprendi com ela foi a recitar as orações do Pai-Nosso, Ave-Maria, Creio e Salve Rainha.

Para fazer a primeira co-munhão, uma prima de meu pai que me deu um livro e pediu para que eu deco-rasse os mandamentos, os sacramentos e os dons do

Espírito Santo, depois, pre-cisava me confessar com o padre. Assim recebi os sa-cramentos da Eucaristia e do Crisma no mesmo dia, pois o bispo estava presen-te. Só depois de colocar meus filhos na catequese é que me comprometi de par-ticipar das missas todos os domingos.

Em 2001 comecei a par-ticipar da pastoral do batis-mo tendo formação com as Irmãs Filhas de Santa Pau-lina. Quando o Pe. Alfeu organizou a comunidade Nossa Senhora Aparecida (pertencente à Paróquia Santa Edwiges) é que co-mecei a participar no San-tuário. O que mudou minha vida, foi a oportunidade de ter mais formação em pri-meiro na comunidade com o Pe. Alfeu e depois os pa-dres Bennelson, Mauro, Val-dinei e Paulo.

Junto ao Frei João, faço prte da pastoral do batismo na comunidade e tenho for-mação no santuário, atuo também na pastoral missio-nária e no jornal.

Meu maior desejo é ver as pastorais unidas umas com as outras.

Minha maior alegria foi esta comunidade ter me dado a oportunidade de ir às missões em 2006. Foi uma experiência maravilho-sa! Sinto-me muito feliz em cada retiro que participo, isso me faz muito bem.

Tive a graça de ser cura-da de uma gastrite que me acompanhava há 23 anos. Estava participando de uma missa e o Padre pediu para que as pessoas que tives-sem alguma doença fossem até o altar para receber a graça e eu disse para uma amiga que não iria, pois Je-sus já está me curando, afi-nal eu pedia todas as vezes

em que recebia a Santa Eu-caristia para que fosse feita a vontade Dele.

Sou a mais nova de uma família de seis irmãos. Nasci em Brigadeiro Tobias, sub-distrito de Sorocaba e tenho hoje 68 anos.Tinha seis anos quando vim para São Paulo e estou aqui há mais de 50 anos. Tenho três filhos ma-ravilhosos, que me ajudam muito ultimamente (Álvaro, Ademir e Adilson).

Minha infância, assim como toda a minha vida sempre foi muito simples. Na minha primeira comu-nhão, eu estava preste a não mais fazer, porque não tinha dinheiro para com-prar o vestido. Estudava no grupo escolar São José na Rua Nazaré e lá também fiz o catecismo (como se dizia na época). Minha catequis-ta então me emprestou um vestido muito simples, mas muito bonito e de um tecido fino na época. Sendo assim, eu pude realizar minha pri-meira eucaristia.

Por muito tempo só par-ticipava das missas. Minha primeira tarefa na Igreja foi ajudar na quermesse do dia 16 de outubro. O Pe. Miguel me convidou, ele me conhecia como “a Corintiana”, depois fui aos

poucos assumindo outros compromissos. Ainda hoje trabalho atendendo aos devotos nos dias 16 de cada mês e sou membro do Apostolado da Oração.

A Luzia Bicudo que co-ordenava a terceira idade me chamou para participar. Eu resisti um pouco! Aceitei o desafio e fui uma vez e lá fiquei por oito anos. Come-cei a trabalhar no bazar de roupas usadas para distrair minha depressão e acabei ficando por doze anos.

Quando vim morar aqui no bairro a nossa Igreja era ainda uma capela, o Pe. Afonso foi muito bom comi-go. Na época um de meus filhos (Ademir) estava mui-to doente e o padre me deu muito apoio, inclusive se uniu às minhas orações. Meu filho recebeu a cura, pois já estava desengana-do (leucemia).

Eu não sei se padre faz promessa, mas ele dizia para eu confiar muito em Deus e logo meu filho ficaria bom, dizia que também es-tava rezando muito!

Hoje ele é o mais forte dos três filhos. Na época a enfermeira disse que o acontecido só poderia ser a “Mão de Deus”. A Minis-tra Arlete também me dis-se que com certeza eu fui protegida e agraciada pela intercessão de Santa Edwi-ges, isso porque estou to-dos os meses no dia 16 debaixo da Santa, cuidando dos devotos.

As pessoas, que nos úl-timos doze anos participam do Santuário, estão acos-tumados a me ver com a camisa do Corinthians. É assim que sou conhecida. Tem pessoas que também já conheço e sinto falta de algumas quando não estão presentes.

Conto um momento mui-to marcante em que chorei e chorei muito. As pessoas sempre pedem para passar chaves, documentos e ou-tros objetos nas fitinhas da Santa Edwiges. Certa vez uma senhora me deu a cha-ve de sua casa e sua cartei-ra com os documentos. Ela pediu de volta e eu fiquei desesperada, pois tinha cer-teza que havia devolvido. A mulher cobrava e me ame-açava cada vez mais altera-da. Fui procurar no bazar e nada, fui até a lanchonete e lá chorando contei para aos outros voluntários, o que es-tava acontecendo.

Pensei em abandonar tudo naquela hora, já esta-va tirando o avental com o firme propósito de entregar tudo e não mais me dedicar a este trabalho. De repente vieram me avisar que a mu-lher já havia encontrado os seus objetos dentro da pró-pria bolsa e estava à minha procura para se desculpar. Chorava agora de alegria e não pensei em abandonar mais minha função.

Sou muito agradecida a tudo que obtive por meio da Igreja. Quando as for-ças começam a faltar, fico triste. Digo isso, por que hoje a saúde não é mais como antes, mas ainda faço o que posso.

Às pessoas que vem participar de nosso Santuá-rio, digo que tenham fé, que continuem e não desani-mem, pois neste anos o que tem me mantido em pé é a fé que tenho em Deus e mi-nha devoção à minha queri-da santinha Edwiges. Assim como as coisas difíceis che-gam elas também passam.

GUIOMAR CORRÊA DO NASCIMENTO e ELENA GARCIA ESTRELAConcluímos neste mês as entrevistas com as nossas voluntárias do Jornal Santa Edwiges

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12 Jornal Santa Edwiges www.santuariosantaedwiges.com.br Julho de 2010

São José São José Marello

Não se trata de fazer um elogio, como se costuma fa-zer em honra dos santos, mas meditar sobre uma ca-racterística fundamental: a pequenez, a paradoxal esta-tura mínima que a leitura do Evangelho oferece de São José.

O que o Evangelho nos poderia oferecer de mais hu-milde, simples, silencioso e escondido, para ser colocado ao lado de Maria e Jesus?

Na verdade, a figura de São José é delineada nos tra-ços da modéstia mais popular, mais comum e, para usar a medida dos valores humanos, mais insignificantes, pois não encontramos neles nenhum aspecto que possa fazer transparecer a real grandeza e a missão extraordinária que a Providência lhe confiou.

A partir da leitura dos evangelhos, São José se apresenta nos traços eviden-tes da humanidade extrema: é um operário modesto, pobre, obscuro, pequeno e primitivo, que não tem nada de espe-cial; tanto que, nos evange-lhos, a voz dele não se houve em nenhuma vez. Nenhuma palavra dele é lembrada. Só se fala em algumas atitudes

realizadas por ele, tudo em si-lencioso escondimento e em obediência perfeita.

Era o pai adotivo de Jesus, o esposo da Virgem Imacu-lada, aquele que deu a Jesus uma identidade, lhe prestou a assistência mais devotada e necessária.

Ao mesmo tempo, José foi, em cada momento e de maneira exemplar, insuperá-vel guarda, assistente e mes-tre. Foi por isso, nesta dedi-cação completa e silenciosa, de uma grandeza sobre-hu-mana, que encanta.

Pousemos, portanto, o nosso olhar sobre a sua hu-mildade. Como ela parece próxima e, diria mesmo, fra-terna, de tantas personagens frágeis e pecadoras! Como é fácil entrar em contato con-fidencial com um santo que não amedronta, não está dis-tante de nós, que com uma bondade nos confunde como que se coloca a nossos pés para dizer: “vejam o papel que me foi designado”. Pois bem, foi a este nível, a esta submissão inexprimível que o Senhor do Céu e da terra se abaixou e quis honrar, trans-formando-a objeto da sua es-colha e antepondo-a a todos

JOSÉ, O HOMEM DO SILÊNCIO

Frei Marcelo Ocanha, [email protected]

Aos 22 anos o jovem Ma-rello escreveu um programa datado aos 15 de novembro de 1866. A regra de vida são compromissos ligados ao es-tudo, oração e à caridade. A transcrição é do livro: Cartas da Juventude. Traduzido pe-los padres Círiaco e Pe. Al-berto, OSJ.

1. “De manhã cedo, ao despertar: sinto uma lei na minha carne...São Paulo. Ao acordar oferecer todas as ações do dia a Deus. Rezar o hino ‘iam lucis...’ com a res-pectiva oração.

2. Missa. Alguns pontos de meditação preparados im-preterivelmente na noite an-

Regra de Vida

terior. Atenção nas orações. Ao entrar na Igreja esquecer-se de tudo a coloca-se à pre-sença do Patrão excelso e santíssimo.

3. Recolhimento na ora-ção antes de toda tarefa. Regra de estudo, leitura das Cartas de São Paulo, dos Provérbios, dos livros sapien-ciais. Nenhum pensamento inútil, nenhuma olhada ocio-sa durante as aulas.

4. No almoço: recolhimen-to na oração antes da refei-ção e atenção à leitura.

5. Durante o passeio se-manal: as conversas devem ser humildes, ordenadas e prudentes.

os outros valores humanos.Podemos perguntar-nos:

“por que Cristo, que tinha li-berdade de escolher e, mais ainda, podia criar para si um pedestal de grandeza, poder e esplendor para dominar o mundo, e assim pregar e sal-vá-lo, quis, ao contrário, como exemplo e modelo que lhe fosse agradável, um santo tão pequeno e tão humilde?”.

Com certeza Deus tinha seus motivos particulares. Mas o importante é que, até mesmo através das dores e das graças necessárias para realizar este projeto divino, José com o seu “Sim” dirigido pelo espírito de fé e de ora-ção, de obediência e de hu-mildade, conseguiu realizar o plano de Deus.

São José é o homem de poucas palavras, mas de vida intensa, não se omitindo a responsabilidade alguma, re-cebia de Deus.

E a cada um de nós que somos seus devotos, pode-mos concluir que:

- Não basta acreditar em São José, é preciso confiar nele;

- Não basta ser devoto de São José, é preciso co-locar na vivência cotidiana tal devoção;

- Não basta ouvir falar de São José, é preciso procla-mar São José com a vida e com a palavra;

- Não basta aceitar São José como pai de Jesus, é preciso que ele seja sempre nosso pai;

- Não basta ver São José, é preciso ir ao seu encontro;

- Não basta ter São José como maior dos santos, é preciso imitá-lo;

- Não basta ter São José perto de si, mas é preciso se aproximar dele e adquirir par-te desta humildade e silêncio de que tanto necessitamos hoje em dia.

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Cultura e LazerSanto do Mês

A Revolução Constitucio-nalista de 1932, Revolução de 32 e Guerra Paulista fo-ram os nomes dados ao mo-vimento armado ocorrido no Brasil entre julho e outubro de 1932 visando a derruba-da do governo provisório de Getúlio Vargas e à instituição de um regime constitucional após a supressão da Consti-tuição de 1891 pela Revolu-ção de 1930.

O Obelisco do Ibirapuera, monumento que homenageia heróis da Revolução Consti-tucionalista de 1932, é um projeto do escultor italiano Galileo Emendabili, que che-gou ao Brasil em 1923 fugin-do do regime fascista instituí-do em seu país. Em mármore travertino, o monumento tem 72 metros de altura e foi inau-gurado oficialmente em 9 de julho de 1955, um ano após a inauguração do Parque do Ibirapuera.

Sua construção começou em 1947 e foi concluída ape-nas em 1970. Tombado pelos conselhos estadual e munici-pal de preservação do patri-mônio histórico, o mausoléu que existe dentro do Obelisco guarda as cinzas dos quatro estudantes mortos durante um protesto contra o primeiro governo Vargas - Martins, Mi-ragaia, Drausio e Camargo -, cujas iniciais formam a sigla MMDC, o grande símbolo da revolução. A cripta existen-te no Monumento também mantém as cinzas de outros 713 ex-combatentes.

Das sepulturas dos he-róis, no subsolo do Monu-mento, até o topo são 81 metros, número cuja soma dos algarismos e a raiz qua-drada resultam em 9. A altura do Obelisco é de 72 metros: novamente a soma é igual a 9. São nove os degraus na entrada e, internamente, existem três grupos de três arcos, formando 9 arcos, uni-dos “na tríplice perfeição”. O comprimento da base do Obelisco tem 9 metros, o do topo possui 7 metros, e a lar-

gura da cripta tem 32 metros, ou seja, a data da revolução: 09/07/1932.

A simbologia também está presente no desenho do gramado ao redor do Monu-mento, que possui área de 1.932 metros quadrados e forma um coração onde está enfincada a espada (símbolo do Obelisco) que sagrou a vi-tória política, apesar da der-rota militar dos paulistas. Afi-nal, ao ver seu governo em risco, o presidente Getúlio Vargas dá início ao processo de reconstitucionalização do país, levando à promulgação em 1934 de uma nova Cons-tituição. (Dados: Prefeitura de SP)

Localização: Avenida Pe-dro Álvares Cabral – Moema – São Paulo (Pq Ibirapuera)

Horário: De segunda a domingo das 8h às 18h

9 de Julho feriado? Conheça o Obelisco do Ibirapuera!

Imigrante italiana radica-da no Brasil desde os nove anos de idade, Santa Pauli-na adotou o Brasil como sua pátria e os brasileiros como irmãos.

Nascida no dia 16 de de-zembro de 1865, em Vígolo Vattaro, Trento, norte da Itá-lia recebeu o nome de Amá-bile Lúcia Visintainer. Foi a segunda filha de Antônio Na-poleone Visintainer e Anna Pianezzer.

Imigrou para o Brasil, com 9 anos de idade, juntamente com seus pais, seus irmãos e outras famílias da região Trentina, no ano de 1875, estabelecendo-se na locali-dade de Vígolo - Nova Tren-to - Santa Catarina - Brasil. Em 1887 faleceu sua mãe e Amábile cuidou da família até o pai contrair novo casamen-to. Desde pequena ajudava na Paróquia de Nova Trento, especificamente na Capela de Vígolo, como paroquiana engajada na vida pastoral e social. Com um grupo de jo-vens ajudou na compra da imagem de Nossa Senhora de Lourdes, que é conserva-da na gruta do Santuário.

Aos 12 de julho de 1890 com sua amiga, Virginia Rosa Nicolodi, deu início à Con-gregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, cui-dando de Lúcia Angela Vivia-ni, portadora de câncer, em fase terminal, num casebre doado por Beniamino Gallot-ti. Após a morte da enferma, em 1891, juntou-se a ela a segunda irmã Teresa Anna Maule.

Em 1894 o trio fundacio-nal da Congregação das Ir-mãzinhas da Imaculada Con-ceição, transferiu-se para a cidade de Nova Trento. Re-ceberam em doação o terre-no e a casa de madeira dos generosos benfeitores: João Valle e Francisco Sgrott.

Em 1903, Santa Paulina foi eleita, pelas Irmãs, Supe-riora Geral, por toda a vida. Nesse mesmo ano, deixou Nova Trento para cuidar dos ex-escravos idosos e crian-

ças órfãs, no Ipiranga, em São Paulo - SP. Recebeu apoio do Pe. Luiz Maria Ros-si e ajuda de Benfeitores em especial do conde Dr. José Vicente de Azevedo.

Em 1909 a Congregação cresce nos Estados de San-ta Catarina e São Paulo. As Irmãs assumem a missão evangelizadora na educa-ção, na catequese, no cuida-do às pessoas idosas, doen-tes e crianças órfãs. Nesse mesmo ano, Santa Paulina é deposta do cargo de Su-periora Geral pela autoridade eclesiástica e enviada para Bragança Paulista a fim de cuidar de asilados onde tes-temunha humildade heróica e amor ao Reino de Deus.

Em 1918, Santa Paulina é chamada à viver na Casa Geral onde testemunha uma vida de santidade e ajuda na elaboração da História da Congregação e no resgate do Carisma fundante. Acom-panha e abençoa as Irmãs que partem em missão para novas fundações. Alegra-se com as que são enviadas aos povos indígenas em

Mato Grosso, em 1934. Re-jubila-se com o Decreto de Louvor dado pelo Papa Pio 11 em 1933 à Congregação.

Santa Paulina morre aos 77 anos, na Casa Geral em São Paulo, dia 9 de julho de 1942, com fama de san-tidade; pois viveu em grau heróico as virtudes de FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE e demais virtudes.

O Processo de Canoni-zação , iniciado em 03 de setembro de 1965, celebrou um momento forte com a Be-atificação de Santa Paulina, proclamada pelo Papa João Paulo 2º, no dia 18 de Outu-bro de 1991, em Florianópo-lis-SC - Brasil. A culminância desse processo, dá-se com a Canonização, no dia 19 de maio de 2002, em Roma. Ca-nonização é uma sentença definitiva e oficial da santida-de de Madre Paulina, heroí-na da vida cristã e se pode fazer culto público, em toda a Igreja. Está incluída na lista (cânone ) das Santas e San-tos da Igreja Católica. (Fon-te: www.santuariosantapauli-na.org.br)

Santa Paulina

9 de jullho dia de

Santa Paulina

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14 Jornal Santa Edwiges www.santuariosantaedwiges.com.br Julho de 2010

Liberdade?

Psicologia e Saúde

Heloisa P. de Paula dos [email protected]

Mensagem especial

Pe. Antônio R. de Moura NetoProvincial dos Oblatos de S. José

Já sabemos que a vo-cação é um dom de Deus, que Ele chama e é o sujei-to, enquanto o homem que responde ao chamado é o objeto da vocação. Sabemos também que, quando Deus chama, é para uma missão, podendo-se “definir” a voca-ção como uma missão em vista do Reino.

Alguém pode levantar uma objeção: “Eu nunca ouvi a voz de Deus; como posso responder? Podemos escla-recer que Deus chama, mas através de mediações.

As mediações são como que intermediários de Deus, o elo nesta comunicação de vida entre Deus e o voca-cionado. Podemos observar que na maioria das vezes, na Bíblia, Deus não chama diretamente, mas serve-se de mediações, e especial-mente de duas: as pessoas e a história.

Os textos sagrados nos oferecem numerosos exem-plos de Deus que chama através das pessoas. É o caso dos grandes líderes que sempre escolheram co-

laboradores, como Moisés que convida Aarão (Ex 4, 14-31) e os setenta anciãos (Nm 11,16), de Elias que passa o ministério profético para Eli-seu (2Rs 2,1-15); é o caso de João que encaminha para Cristo os seus discípulos (Jo 1, 35-37), de André que con-vida Simão Pedro (Jo 1, 40-42), dos Apóstolos que esco-lhem Matias (At 1, 15-26) e os sete diáconos (At 6, 1-7). É uma verdadeira “corrente” de chamados.

Outras vezes, Deus cha-ma através dos aconteci-mentos, a Bíblia atesta isso amplamente. Moisés é sacu-dido pela opressão de seus irmãos (Ex 2, 11-12), os pro-fetas se entristecem pela corrupção, pelas injustiças e idolatrias do povo como é o caso de Amós, Oséias, Isa-ías...

Hoje as pessoas e a his-tória são ainda formidáveis mediações de Deus. Quan-tos jovens não foram arrasta-dos por uma catequista, por uma mãe, pelo testemunho alegre e cheio de Deus de um sacerdote, e quantas ve-

AS MEDIAÇÕES DO CHAMADO

Se meu rosto marcado pelo tempo mudou, por que não posso mudar de rumo e buscar a liberdade?

Será que é ou não o só querer?O ser humano, apesar de ser completamente só, tem

sua vida atrelada ao mundo. Que cobra...Que quer sa-ber...Que pergunta...

O que já tolhe a liberdade de sermos nós mesmos, sem nada ter a dizer...A ninguém...Quiçá a nós mesmos...

Talvez a liberdade seja a de não responder, de deixar o outro sem as respostas. Mas que liberdade é essa que me prende ao outro por um fio irrompível...

Será que me prendo ou me deixo prender, pensando ser livre.

Quando ao olhar no espelho, a imagem que vejo a mim não agrada, não gosto dela. É o protótipo do que não quero ser e não do que deveria.

Talvez por permitir que não me deixassem ser livre, fui livre para não o ser. A sensação de estar presa em algemas de vidro, fácil de quebrar e não o fazer, porque não quero, porque não posso ou porque tenho medo, me fazem perceber minha fraqueza, minha covardia, meu talvez seja melhor assim.

Então eu me pergunto o porquê de ter raiva do outro, por causa de minha situação, se a covardia é minha ami-ga inseparável e o conformismo é o amigo que quero/nãoquero e não permito que vá ou fique. Como se pos-sível fosse...

Opressão é o preço que pago para pensar viver essa pseudoliberdade, que me faz, para vivê-la desejar que o outro morra. Aquele que pensa em fazer o mesmo co-migo. Aquele que para literalmente crescer, tenta me di-minuir, aquele que pretende me afastar do seu caminho, para poder passar tranqüilamente. Aquele que deseja intensamente que eu me abaixe, para que ele pareça grande.

Criança chorona, criança manhosa... Que deseja ser/nãoser livre. Ambigüidade, dualidade que me mostram caminhos difíceis para decidir qual o melhor...Para que eu possa voar por esse céu azul, até alcançar a profun-deza da Paz e em seus braços me aninhar e ser livre, “segura apenas na Paz do Amor Infinito...” Mesmo que minhas asas só existam em minha fantasia...

Continuação

zes o sofrimento de um povo inteiro não se torna um ape-lo forte e vigoroso de Deus para “partir”, como Abraão?

Quero aqui destacar a caminhada da Igreja em nos-so Brasil como uma grande mediação. A ênfase dada à evangelização e à justi-ça, a opção pelos pobres, as Comunidades Eclesiais de Base (Cebs), a visão da Igreja ministerial, as pasto-rais e os movimentos... Tudo compõem uma mistura de pessoas e acontecimentos que questionam, inquietam, chamam os jovens.

Esta voz de Deus vem até nós pelos acontecimentos do dia-a-dia e pelas pessoas que nos circundam; é uma voz que exige abertura e ge-nerosidade. Você, como eu, a ouvirá, descobrirá a von-tade de Deus em sua vida. Assim será feliz.

(Texto extraído do Jornal Horizonte Josefino, Abril de 1986)

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Julho de 2010 www.santuariosantaedwiges.com.br Jornal Santa Edwiges 15

Formação

Pe. Mauro Negro - [email protected]

O livro do Deuteronômio apresenta um critério que pode ser útilneste momento em que nos pomos a analisar propostas políticas com vistas às eleições. Mesmo não sendo um critério único de análise e escolha é, seguramente, algo a se pensar e um caminho de discernimento.

O ano de 2010 é ano eleitoral e, logo mais, iremos assistir às propagandas que apresentam os candidatos como os mais certos, mais dignos, mais honestos e justos. Se déssemos crédito ao que os candidatos falam de si mesmos teríamos dificuldades em escolher o melhor, pois todos se-riam muito, muito bons. Sabemos que, lamenta-velmente, isto não verdade. A política eleitoral está cada vez mais maquiada, preparada conforme ob-jetivos claros que se resumem em poder e lucro, constante e crescente e, se possível, perene, sem interrupção.

O debate político pode ser ofuscado por opções prévias. A defesa de um projeto político, muitas vezes mais claro no passado e hoje praticamente igual aos outros, pode tomar a atenção e fazer que o discernimento entre candidatos e propostas seja falho. Acrescente-se a isto o fato que muitas pes-soas, infelizmente, não fazem o processo do dis-cernimento ou, quem sabe, estão ainda longe de uma análise tranquila e coerente de propostas e nomes. O que aprendi nestes anos, desde a aber-tura política de 1985, é que não vale a pena brigar por políticos nem por projetos políticos ligados a partidos: eles andam conforme o vento sopra. E vento aqui é uma metáfora: é o interesse, o lucro, as vantagens, etc.

Mas, fundamentalmente, respeito as opiniões de cada um. Aliás, uma das situações que mais me encantam nesta vida é a possibilidade de pen-sarmos diferente. Eu não sou obrigado a pensar como os outros, que por sua vez não são obriga-dos a pensar como eu. E isto é maravilhoso. Se a “unanimidade é burra”, certamente a imposição das ideias é abusiva, desumana até.

Pensando nisto tudo e, repito, respeitando as opiniões, é que desejo apresentar minha humilde contribuição. Não aponto alguém (que ainda, sin-ceramente, nestes meados de junho de 2010, não escolhi!), mas proponho um critério bíblico. Ele não é a única palavra, o único ponto de apoio, mas seguramente pode auxiliar no discernimento dos

Bíblia e eleições: caminho de escolha

que desejam, com maturidade e consequencia, fazer uma opção cristã na escolha de seus re-presentantes.

Se abrirmos o texto bíblico e buscarmos o livro do Deuteronômio, veremos nos capítulos 17 e 18, propostas interessantes relativas a di-versas classes de pessoas do povo de Israel. Estaremos lendo parte da palavra que o Deus de Israel dirige a este povo no momento dele tomar posse da terra prometida.

A parte os problemas redacionais e a his-tória deste texto, que não interessam aqui, no momento, fixo minha atenção em Deuteronô-mio 17,14–20. Temos ali uma palavra relativa aos reis que Israel deveria escolher para si. O texto sugere uma escolha quase parecida com um processo eleitoral, o que não se sustenta, pois esta modalidade não existia no momento em que ele foi escrito. Mas chama a atenção por uma atualidade perturbadora. Vejamos, então. Pegue sua Bíblia e procure lá o texto em ques-tão. Depois de lê-lo umas duas vezes, siga esta sequencia:

Nos versículos 14 e 15 o texto, no qual en-tendemos que Deus fala, inicia no tempo futuro. Quando Israel, depois de tomar posse da terra e ter a estabilidade, desejar uma liderança, um rei, deverá estabelecer um que tenha sido escolhido por Deus. Não poderá ser um estrangeiro, pois este poderia deixar de interessar-se pela nação e favorecer a sua terra. O desafio aqui é identificar quem Deus poderia escolher ou indicar. Alguns candidatos, na atualidade, só faltam apresentar-se como anjos de Deus, o que decididamente não são! Talvez aqui o critério seja a história de vida do político. Na vida de um político não deve haver o secreto, o camuflado. Ela deve ser pú-blica, pois o seu cargo é público. Se algo não vai para o bem do povo mas para o bem do próprio político, então ele, talvez, não seja aprovado por Deus. Se o Deus do qual falamos olha o fraco e o pobre, precisam nossos eleitores ponderar

bem em quem pode ser um sinal de Deus. Depois, nos versículos 16 e 17 o texto insiste

que o escolhido não deverá aumentar, multiplicar seus bens, seus cavalos, sinal de sua força e po-der, nem suas mulheres, sinal de seu prestígio perante os outros povos. Seu coração ou seus desejos, seus planos interiores e sentimentos po-deriam desviar-se se sua procura fosse por bens, força e poder.

Nos versículos 18 e 19 o texto ordena que o escolhido para governar deverá ter uma cópia da Lei. Ela deverá ser lida e observada, todos os dias. O texto fala da Lei do Antigo Testamento; nós podemos pensar na lei ou na proposta liber-tadora do Evangelho. O que é fundamental é que o escolhido deverá aprender a temer a Deus, isto é, a respeitar sua presença e palavra. O escolhi-do deverá ser justo, verdadeiro, honesto, sincero, trabalhador e coerente não pelas vantagens, mas pela vocação que sente em servir governando, não se servir do governo.

Por fim, no versículo 20, o texto apresenta uma conclusão como objetivo de vida: o escolhi-do, o rei do texto, não será arrogante ou orgulho-so, desviado do caminho, mas sim terá os pró-prios dias prolongados em uma vida que assinala o respeito pela vontade de Deus e testemunha a adesão à sua vontade.

Assim sendo, parece-me que, se deve haver um critério de escolha de alguém para um cargo público, talvez deva ser o de temor a Deus. Meu pai, já há distantes trinta ou quarenta anos atrás, me dizia que é o temor a Deus, o respeito à sua vontade e a observância de seus mandamentos, que fazem a pessoa ser digna.

Certamente este não é o único caminho nem o que apresentei aqui deve ser o único critério, mas pode nos auxiliar em uma escolha que, decidida-mente, é difícil e de grande responsabilidade.

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16 Jornal Santa Edwiges www.santuariosantaedwiges.com.br Julho de 2010

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