jornal sem terrinha set de 2011

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Ano 4 № 35 Setembro/Outubro de 2011 E i, Sem Terrinha! Chegamos ao mês de outubro! Outubro é aquele mês do ano em que ouvimos falar, em todos os lugares, sobre o dia das crianças! É por isso que escolhemos outubro para a nossa Jornada Sem Terrinha. É nesse mês que todas as crianças Sem Terrinha se juntam para lembrar todo mundo que todo dia é dia de ter os seus direitos respeitados, que todo dia é dia de estudar, aprender, brincar e, principalmente, criar! Quando muitas pessoas se juntam para dizer o que precisa mudar para que o mundo se torne um lugar justo e lutam por isso, as coisas são transformadas. Afinal, as coisas só não mudam se a gente fica quieto, não é? E por falar em direitos, você já deve ter ouvido falar dessa mania que alguns países têm de chegar a um novo país, onde já viviam pessoas, adultos e crianças, e dizer que aquele lugar ali é seu. Pois sabia que aqui no nosso país isso também aconteceu? Durante muito tempo, o Brasil foi uma colônia de Portugal. Muita coisa aconteceu para que nosso país conquistasse, enfim, a sua independência, que significa o próprio país poder decidir o que é melhor para quem vive nele. Mas será que a independência do Brasil trouxe a independência para todas as mulheres, homens, meninas e meninos desde aquela época até hoje? Vamos tentar descobrir? Pra não dizer que não falei das flores... não podemos deixar de lembrar desse perfuminho gostoso e de todas essas cores que apareceram por esses tempos! É que chegou a primavera! Essa época tão bonita, em que a natureza se enche de flores pra lembrar pra gente o quanto gosta de nós. É com a alegria das cores da primavera que vamos rumo à nossa Jornada Sem Terrinha desse ano! Depois, que tal você contar pra gente como foi a Jornada no seu estado? Flores e muita animação

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jornal sem terrinha setembro outubro de 2011

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Page 1: Jornal Sem Terrinha set de 2011

Ano 4 • № 35 • Setembro/Outubro de 2011

Ei, Sem Terrinha! Chegamos ao mês de outubro! Outubro é aquele mês do ano em que ouvimos

falar, em todos os lugares, sobre o dia das crianças! É por isso que escolhemos outubro para a nossa Jornada Sem Terrinha. É nesse mês que todas as crianças Sem Terrinha se juntam para lembrar

todo mundo que todo dia é dia de ter os seus direitos respeitados, que todo dia é dia de estudar,

aprender, brincar e, principalmente, criar! Quando muitas pessoas se juntam para dizer o que precisa

mudar para que o mundo se torne um lugar justo e lutam por isso, as

coisas são transformadas. Afinal, as coisas só não mudam se a gente fica quieto, não é?

E por falar em direitos, você já deve ter ouvido falar dessa mania que alguns países têm de chegar a um novo país, onde já viviam pessoas, adultos e crianças, e dizer que aquele lugar ali é seu. Pois

sabia que aqui no nosso país isso também aconteceu? Durante muito tempo, o Brasil foi uma colônia de Portugal. Muita coisa aconteceu para que nosso país conquistasse, enfim, a sua independência, que significa o próprio país poder decidir o que é melhor para quem vive nele. Mas será que a independência do Brasil trouxe a independência para todas as mulheres, homens, meninas e meninos desde aquela época até hoje? Vamos tentar descobrir?

Pra não dizer que não falei das flores... não podemos deixar de lembrar desse perfuminho gostoso e de todas essas cores que apareceram por esses tempos! É que chegou a primavera! Essa época tão bonita, em que a natureza se enche de flores pra lembrar pra gente o quanto gosta de nós.

É com a alegria das cores da primavera que vamos rumo à nossa Jornada Sem Terrinha desse ano! Depois, que tal você contar pra gente como foi a Jornada no seu estado?

Flores e muita animação

Page 2: Jornal Sem Terrinha set de 2011

O é elaborado coletivamente pelos Setores de Educação, Comunicação e Cultura.

Os desenhos são feitos por crianças Sem Terrinha de todo o Brasil. Agradecemos também a todas

as pessoas que de alguma forma contribuíram para este trabalho, em especial aos Sem Terrinha do Estado de São Paulo.

Esta edição faz parte do Jornal Sem Terra nº 315

Correio eletrônico: [email protected] Página na internet: www.mst.org.br

O espaço também é seu!Escreva você também para o Jornal das

Crianças Sem Terrinha. Mande suas críticas, elogios, sugestões, poesias e desenhos. Anote aí o nosso endereço:

Alameda Barão de Limeira, 1232, Campos Elíseos, São Paulo, SP CEP 01202 - 002 Correio eletrônico: [email protected]

2 Jornal SEM TERRINHA • Setembro/Outubro 2011

Em 1807, um príncipe português chamado D. João veio para o Brasil com mais 10 mil pessoas. Veio

fugindo, com os “nobres” e metade das riquezas de Portugal, com medo do exército de um imperador francês muito poderoso, Napoleão Bonaparte. A mãe dele, a Rainha D. Maria I, achou aquilo uma loucura (porque de loucura ela entendia muito bem). Chegaram aqui em 1808, tirando um monte de gente de suas casas para dar lugar à “família real” – que até hoje existe! Naquela época, ele criou algumas coisas bacanas: o Banco do Brasil, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico, e a Imprensa Régia, que só sabia falar bem dele. (Não adiantou, porque ainda hoje ele é conhecido por ter sido muito comilão.)

Dizem que foi um tempo de progresso. E foi mesmo, mas só para os mais ricos. Para os escravos e pessoas pobres, a vida continuou muito difícil de se levar. Muitas ideias de independência e patriotismo circulavam pelo nosso continente americano. A vida aqui não estava nada fácil, com impostos caríssimos. E a verdade é que ninguém aguentava mais ser colônia de Portugal. Foi então que, em 1821, D. João resolveu voltar à Europa. Ele tinha um filho que se chamava Pedro, e com mais 17 sobrenomes. Foi quem ficou tomando conta do Brasil.

Lá em Portugal, com a morte de sua mãe, ele virou o rei D. João VI. Era pressionado para que o Brasil voltasse a ser colônia, já que tínhamos sido promovidos a sede do Reino. Os brasileiros não aceitavam, e pressionavam Pedro. Um dia, passeando nas margens do Ipiranga

– que àquela época era um rio, e não um posto de gasolina – Pedro decidiu que já era hora. Levantou sua espada e disse: “Independência ou morte!” Era

7 de setembro de 1822. D. Pedro I, imperador do Brasil, ainda

concederia benefícios aos portugueses, para

que aceitassem a “independência”. Um negócio de pai para filho... Foi assim que, há

189 anos, ficamos livres de Portugal.

Porém, continuamos presos ao latifúndio e à escravidão, e

indiretamente, à Inglaterra.Hoje, no Brasil todo, em 7 de setembro

organizamos o Grito dos Excluídos, para lembrar dos milhões de brasileiros sofridos que jamais foram independentes. O jeito mais legal de celebrar essa data é deixar aceso dentro da gente o orgulho de ser brasileiro. É ficar feliz de ser uma cidadã ou um cidadão do Brasil, terra de Dom Helder, de Irmã Dulce e de Chico Xavier. Terra de Pelé e Neymar. De Niemeyer, Glauber Rocha, Machado de Assis. De Tom Jobim e Chico Buarque. De Zumbi e Leila Diniz. Terra de muitos anônimos que construíram esse país: Maria lavadeira, João pedreiro, Rosa operária, José lavrador. E de pudim e feijoada, pipa e “pelada”. Terra de seu pai, da sua mãe, e de você. Terra de tantos e

tão grandes mulheres e homens! O Brasil contraditório desse século 21 é bonito por sua cultura, sua ciência e a criatividade de seu povo. Nosso país, nossa bandeira.

É muito bacana cantar o hino nacional, mas ser patriota é mais do que isso. É ajudar a construir, na família, na escola, na vila ou rua onde se mora, um Brasil melhor. Porque

Chico Alencar*

“Um povo livre vive num país livre, na cidade livre, na rua livre, na casa livre Colônia e escravidão caminham na mesma direção.

Quem declara independência, e não declara a abolição Vai ver não é livre nada, apenas mudou de patrão.”

Milton Nascimento e Fernando Brant, na canção “Ser livre”- Brasil Vivo, Ed. Vozes

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*Chico Alencar é professor de História e deputado federal (PSOL-RJ)

tanta desigualdade e exploração, poderemos, enfim, todos juntos, procurar as margens de um rio qualquer. Então, levantaremos nossa espada de madeira e gritaremos, finalmente: “Independência e vida!”.

Santo Agostinho dizia que só há nação quando o povo tem um sonho em comum. Vamos sonhar o Brasil da igualdade, justiça e fraternidade?

esse que está aí é lindo, mas não é justo, tem muito problema, muita desigualdade, precisa melhorar. E a geração que vai mudar o Brasil é essa que está vindo! Esses jovens conscientes do país inteiro! Eles que vão mudar o Brasil sendo bons estudantes, honestos, batalhadores, e enfrentando injustiças, dentro dos grêmios estudantis, das associações de bairro, nos assentamentos, acampamentos, igrejas e praças. Lutando junto melhora!

Quando não houver mais nessas terras a dor da fome, da violência, da corrupção, e quando não houver

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Jornal SEM TERRINHA • Setembro/Outubro 20114

Dica de atividade: TEATRO DE SOMBRAS

Será que você

consegue ligar

os patinhos sem

encostar na borda

do caminho?

Aposto que sim!

Depois não se

esqueça de colorir

o desenho.

O teatro de sombras é uma arte muito antiga, que teve a sua origem na China, espalhando-se depois por outros países da Europa. Podemos utilizar esta técnica para contar histórias e incentivar as crianças a produzirem suas próprias narrativas, com personagens reais ou inventados. Não demanda muitos materiais e é bem simples de fazer:

Tire o fundo de uma caixa de papelão e faça um recorte na parte da frente; este será o cenário. Pinte a caixa com cores escuras e cubra as frestas, para não vazar luz. Depois prenda por dentro um tecido branco, formando uma tela. Para contar uma história, recorte personagens

em cartolina e prenda em varetas. Num espaço escuro, é só passar por trás da tela e acender a lanterna por trás de tudo para as sombras aparecerem. Escreva pra gente contando como foi!

VAMOS PINTAR?