jornal repórter local

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PUBLICIDADE JOANE | p. 060 Junta retira sinalética colocada pela Câmara AIRÃO S. Mª | p. 08 Diferendo dos limites longe de terminar POUSADAI| p. 07M | Margarida quer jogar bola mas Federação só aceita rapazes FUTEBOL | p. 13 Joane e Ronfe à procura de direcção PERFIL | p. 10-11 Feliciano Silva: ser padre aos 40 anos CRÓNICA | p. 14 O Galo da minha rua Ana Margarida Cardoso Nº 146 • ANO XIII • MAIO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE OPINIÃO págs. 17 e 18 Júlio Azevedo, mestre a criar santos de madeira WWW.FACEBOOK.COM/REPORTERLOCAL/ JOANE pág. 10 CRISTIANA MARQUES Paraplégica de Airão Santa Maria é craque no desporto ELEIÇÕES Dia 5 Junho, portugueses escolhem o caminho a seguir EM FOCO • p. 03 p. 09

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Edição de Maio 2011

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Page 1: Jornal Repórter Local

PUBL

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E

JOANE | p. 060Junta retira sinalética colocada pela Câmara

AIRÃO S. Mª | p. 08Diferendo dos limites longe de terminar

POUSADAI| p. 07M |Margarida quer jogar bola mas Federação só aceita rapazes

FUTEBOL | p. 13

Joane e Ronfe à procura de direcção

PERFIL | p. 10-11

Feliciano Silva: ser padre aos 40 anos

CRÓNICA | p. 14O Galo da minha ruaAna Margarida Cardoso

Nº 146 • ANO XIII • MAIO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

OPINIÃO • págs. 17 e 18

Júlio Azevedo, mestre a criar santos de madeira

www.fAcebOOk.cOM/REPORTERLOCAl/

JOANE • pág. 10

CRISTIANA MARQUESParaplégica de Airão Santa Maria é craque no desporto

ELEIÇÕES

Dia 5 Junho, portugueses escolhem o caminho a

seguir

EM FOCO • p. 03

p. 09

Page 2: Jornal Repórter Local
Page 3: Jornal Repórter Local

REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 3

CAnDIDAtOs LOCAIsO MEU PARTIdO é MELhOR...

“Para continuar a defender Famalicão com igualdades de oportunidades na justiça social e no desenvolvimento económico”.NUNO SÁ | PS, Famalicão

“O PsD é o único partido que se apre-senta com um programa de governo e não um enunciado de medidas avul-sas e que permite dar cumprimento às exigências constantes do acordo de resgate financeiro assinado recente-mente”.JORGE PAULO OLIVEIRAPSD, Famalicão

“José sócrates nada mais fez que de-siludir quem nele votou e o PsD faz questão de demonstrar falta de pre-paração. O PCP e o BE provaram ir-responsabilidade quando se recusa-ram em levar as suas ideias à “troika”. O CDs/PP não desiludiu, porque é o mais responsável, o mais preparado, o que tem melhor equipa e o que mais trabalhou”.ÂNGELA OLIVEIRA CDS-PP, Santa Mª Airão

“Porque está em causa a decisão entre a mesma política de sempre por três partidos ou pela alternativa que recu-sa a submissão à troika e à ingerência que se preparam para fazer no País”.CARLOS AZEVEDOCDU, Vermoim

Em matéria de campanha, assim se vê a força... de Joane

eleIções legIslAtIvAs 2011

José sócrates passou por Joane. Passos coelho esteve anunciado mas acabou por optar pela feira de Pevidém.

A campanha eleitoral para as e leições do próximo domingo deixou clara a importância que Joane

tem no concelho de Famalicão e a té no d is tr i to de Braga . Senão veja-se: José Sócrates , secretá-rio-geral do PS, esteve em Joane, ladeado pelo “estado-maior” dis-trital , mas não esteve na sede do concelho. O PS optou por Joane para o contacto de Sócrates com os apoiantes , no d ia 27 . Passos Coelho, é certo, nãoveio, apesar de ter sida anunciada a sua presença p e l o P S D l o c a l , m a s o C D S - P P apostou a sério na feira joanense, com Nuno Melo a desempenhar o papel de estrela da casa. A p a s s a g e m d e S ó c r a t e s t e v e direito a arruada (entre a rua de T e l h a d o e a A s s o c i a ç ã o T e a t r o C o n s t r u ç ã o ) e à p r e s e n ç a d o s notáveis socialistas. “Só o PS pode vencer esta cr ise preservando a j u s t i ç a s o c i a l e a i g u a l d a d e d e oportunidades”, disse Sócrates.Depois de bei jos e abraços , Só-crates visitou a ATC, ouviu agra-decimentos de uma criança pelo computador Magalhães e , lade-a d o p o r A n t ó n i o J o s é S e g u r o e Nuno Sá, candidatos por Braga, Fernando Moniz e Sá Machado,

defendeu a escola públca. “Aqui como em todas as escolas públicas, todos aprendem com os mesmos recursos, todos são iguais. Não se distingue o rico do pobre e é por isso que a escola pública garante a i g u a l d a d e d e o p o r t u n i d a d e s . Não quero v iver num país onde não existe igualdade no acesso à educação”.O c a n d i d a t o e s c o l h e u J o a n e para chamar ignorante a Passos Coelho, por causa das suas decla-rações contra as Novas Oportu-nidades. “O País pagou um preço por décadas de exclusão de muitos portugueses na educação. O nosso governo deu essa oportunidade a mais de um milhão de pessoas que mostraram coragem. Temos orgulho nelas, e quando um líder pol í t ico lhes chama ignorantes ,

a única coisa que está a mostrar é que ignorante é ele”.Quem esteve para vir a Joane foi Passos Coelho, mas o PSD acabou por optar pela feira de Pevidém. A passagem estava prevista para o dia seguinte à de José Sócrates, de acordo com o anúncio do núcleo local do PSD. Com o aproximar d a d a t a - a p u r o u o R L - o p r o -grama foi alterado e a passagem p o r J o a n e c a n c e l a d a . A p á g i n a d o F a c e b o o k d o R L a n u n c i o u o c a n c e l a m e n t o e n q u a n t o q u e o PSD de Joane optou por manter o anúncio da vinda.M e s m o s e m l í d e r , n o s á b a d o , dia 28, a caravana concelhia do PSD passou pela feira joanense, com Jorge Paulo Oliveira, Paulo Cunha e Armindo Costa. E Joane vo l ta a ser pa lco de nova acção de campanha, esta sexta-feira, à noite, no parque da Ribeira, com candidatos por Braga.Nuno Melo acompanhou Te lmo Correia e Altino Bessa, candidatos do CDS por Braga, numa visita à feira de Joane. Nuno Melo puxou dos galões do PP: Telmo Correia e Alt ino Bessa, disse, foram, dos 19 deputados elei tos por Braga, os que mais trabalharam na úl-t ima leg is la tura . A comit iva do P P s a i u d e J o a n e c o m p a l a v r a s de simpatia de alguns feirantes.

Luís Pereira

EM FOCO

“ M e s m o s e m l í d e r , no sábado, dia 28, a caravana concelhia do PSD passou pela feira joanense, com Jorge Paulo Oliveira, Paulo Cunha e Armindo Costa”

FESTIVAL FOLCLÓRICO EM JOANERealiza-se este sábado, dia 4, a 27.ª edição do Festival de Folclore do Grupo de Danças e Cantares de Joane. O festival decorre no Parque da Ribeira a partir das 21:00 horas. Participam o Grupo Folclórico as Varinas de Ovar, Grupo Regional de Moreira da Maia, Rancho de Sequeira (Braga) e Grupo do Centro Social e Cultural de Abragão, Penafiel.

Nas dezenas de candidatos que in-tegram as listas dos vários partidos pelo círculo de Braga estão alguns famalicenses e vimaranenses. O RL ouviu alguns deles.

Page 4: Jornal Repórter Local

4 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

FÓRUM

O qUE sE DIzA FRAsE DO MÊs

“José Sócrates vai ficar na História de Portugal como o Primeiro–Ministro mais trabalhador de todos aqueles que a Nação já teve”Mário Martins, ex-director do centro de emprego de famalicão, artigo de opinião no jornal O Povo famalicense

“Espero que o PSD se lembre que o acor-do foi negociado pelo Governo portu-guês com a ‘troika’ para defender o nosso país e não para suportar uma ideologia radical e aventureira que só prejudicaria o nosso país”.José sócrates em campanha eleitoral

” Talvez volte, talvez volte, talvez volte”.Passos coelho referindo-se a santana lopes

“Não aceito que me tratem como imbecil por pensar que a democracia que temos, com todas as suas imperfeições e defei-tos, é o sistema menos mau para organi-zar a convivência colectiva”.Rui Herbon, escritor português

“A Associação de Ciclismo do Minho anun-ciou a suspensão do Grande Prémio do Mi-nho. Em causa está o elevado custo com a se-gurança da GNR, cujo orçamento para 2011 ascendia a mais de 9 mil euros”.guimarãesdigital.com

“Em loteamentos e ambientes urbanos, está a ser desligado um por cada três postes de iluminação pública, sempre que não ponha em causa a segurança pública nocturna”Nota da cãmara de famalicão sobre os cortes na despesa com a luz pública

“Durão Barroso gastou 28 mil euros por qua-tro noites em Nova Iorque”Diário de Notícias

“Comissão Europeia gastou oito milhões de euros em festas e jactos privados”.Jornal Público

“Esta semana, a águia alemã mais parecia o abutre de uma agência de rating”.ferreira fernandes, opinião no DN sobre o caso dos pepinos espanhóis.

O perigo de um prédio abandonado em pleno centro da vila de Joane

D e s d e q u e a e m p r e s a P e i x o t o e R u f i n o a b r i u fa lênc ia que o prédio devoluto que se encontra junto ao Largo 3 de Julho, em Joane, tem sido um autêntico perigo para a segurança daqueles que o “visitam” quer para brincadeiras mais arriscadas, quer mesmo para alguns toxicodependentes.A ú l t i m a v í t i m a f o i u m r a p a z d e 1 4 a n o s q u e brincava no local e caiu no buraco dest inado ao e l e v a d o r d o p r é d i o . O j o v e m e n c o n t r a v a - s e n o segundo piso e caiu para a cave. Esta não é a primeira vez que o prédio é palco de acidentes. Ainda este ano, um idoso foi também encontrado ferido no interior.O edif ício abandonado não tem qualquer vedação sendo, aparentemente, l ivre o acesso ao seu in-ter ior . A escur idão do inter ior faz com que não sejam visíveis os reais perigos de uma construção inacabada.

QU

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R!

se tIveR fOtOgRAfIAs QUe MOstReM AsPectOs QUe JÁ DesAPAReceRAM OU efeItOs DAs AlteRAções NA PAIsAgeM DA sUA teRRA , e se As QUIseR PARtIlHAR cOM Os leItORes, eNvIe POR MAIl , geRAl@RePORteRlOcAl .cOM, OU POR cORReIO.

DIAs DE OntEM

PUBL

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AIRÃO S. JOÃO, 1999À pr imeira v i s ta pode parecer um posto de transformação de e lectr ic idade, daqueles que se vêm frequentemente em zonas de monte. Mas não. A imagem d o c u m e n t a o s b a l n e á r i o s d o f ó r u m d e A i r ã o , e d i f í c i o d e a p o i o a o c a m p o d e f u t e b o l daquele c lube. e m vo l t a , a t e r ra b a t i d a n ã o deixa adiv inhar o que a l i v i r ia a s u r g i r a n o s m a i s t a r d e : a c o n s t r u ç ã o d o c o m p l e x o d e pisc inas . Os balneár ios perderam entre-tanto a cor branca e , também, alguma intensidade no que toca à sua u t i l i zação , mas a inda lá e s t ã o p a r a o s d i v e r s o s j o g o s d e f u t e b o l d a a s s o c i a ç ã o e para out ros ent re “ so l te i ros e casados” .

Page 5: Jornal Repórter Local

REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 5

Domingo, 5 de Junho, há Eleições Legislativas. Delas sairá o próximo governo de Portugal . Que não terá, não senhor, tarefa nada fáci l . As perspectivas para o que aí vem não são muito animadoras. Depois de 5 de Junho, é esperar para ver. A campanha eleitoral tem sido tão esclarecedora como as últ imas, apenas mais dominada pela “novi-l íngua”: “troika”, memorando de entendimento, TSU, resgate. . . Aqui e al i acena-se com receitas miraculosas para curar a debil ida-de do País, muito semelhantes por sinal às que certos “economistas do costume” esgrimem nas televisões: despedir uns milhares, baixar salá-rios, acabar com impostos, privati-zar (ensino, saúde, banca e o que mais for necessário). Ou seja, en-viar moscas para as feridas que de-vemos sarar.O País foi arrastado pela enxurra-da da crise internacional provo-cada pela ganância agiota dos “f i-nanceiros” que poucos já parecem lembrar, em nome do sacrossanto princípio do funcionamento dos mercados. A angústia do dia depois de ama-nhã. Em Portugal e na Europa co-munitária, alegadamente unida,

de matriz social , cada vez mais uma locomotiva comandada pela populista chanceler alemã Angela Merkel , que tem feito pela coesão europeia o mesmo que o seu país fez à agricultura espanhola, com a estridência precipitada em torno da epidemia dos pepinos. Domingo é dia de eleições. E se o “estado das coisas” é, mais do que nunca, preocupante, também maior será a responsabil idade de cada eleitor, começando desde logo por ir votar.

Em período de campanha, José Sócrates, seretário-geral do PS, passou por Joane para o habitual contacto com os apoiantes. Passos Coelho esteve anunciado mas à úl-t ima a campanha acabou por ser desviada para a vizinha vi la de Pe-vidém. Nuno Melo e os cabeças de l ista por Braga do PP estiveram em Jo-ane, na feira, onde o eurodeputado mostrou o à-vontade de “jogar em casa”. Dois factos que provam a importân-cia de Joane ao nível do concelho de Famalicão, que chega até a su-plantar o “peso” da própria cidade sede concelhia.

EdITORIAL

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m)

PARtIDOSJosé sócrates andou por Joane em campanha. visitou a Asso-ciação teatro construção, deu autógrafos e defendeu a escola pública para todos.

MARGARIDA MACHADOUma verdadeira apaixonada pelo futebol, esta rapariga de 12 anos, de Pousada de saramagos, atleta federada do gD Joane. A paixão é grande, mas os estatu-tos da federação Portuguesa de futebol não permitem raparigas no escalão de Iniciados! “Ma-chismo”, acusa a atleta.

CRIStIANA MARQUEStem 20 anos, é de Airão santa Maria, sofre de paralisia ce-rebral e está entre as oito me-lhores atletas portuguesas que disputaram recentemente a fase final do campeonato nacional de boccia. Além disso, é dona de um sorriso e optimismo que impressionam. “A vida é para ser vivida, o importante é não ficar parada”, diz cristiana.

FELICIANO SILVAAos 40 anos, feliciano Oliveira foi ordenado diácono. filho de emigrantes joanenses, nasceu e viveu em frança até há seis anos, altura em que regressou às raízes joanenses e ingressou no seminário conciliar de bra-ga. No passado dia 15 foi orde-nado diácono. Daqui a um ano será ordenado sacerdote.

CARLOS OLIVEIRAO actual presidente do Despor-tivo de Ronfe, afinal vai mesmo recandidatar-se a novo manda-to. estabilizar as contas, tratar do relvado e assegurar a conti-nuidade do treinador eduardo Pereira, são alguns dos objecti-vos da sua candidatura.

JÚLIO AZEVEDOcarpinteiro de profissão, é um apaixonado pela escultura de imagens de santos em troncos de madeira. Um dos seus sonhos é um dia ver uma das suas criações nos altares da igreja de Joane ou numa das procissões da vila.

PROTAgONISTAS

O dia depois de amanhã

PAG. 08 | LIMItES DE AIRÃO COM JOANEO caso da Rua do vinhal não é novo mas parece longe de ficar resolvido: as duas Juntas concordam que a zona em causa é de santa Maria mas a de Joane quer consenso político na aprovação por parte da Assembleia de freguesia.

8 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

BREVELOCALIDADES

Reacendeu-se a polémica

dos l imites entre Joane

e A i r ã o S a n t a M a r i a .

O p r o b l e m a d e l i c e n -

c i a m e n t o d e l o t e s n u m t e r r e n o

s i t u a d o e n t r e a R u a d o V i n h a l

do Louro e Moinho da Lage re -

a c e n d e u o d i f e r e n d o . A m b a s

a s a u t a r q u i a s a d m i t e m q u e o s

terrenos pertencem a Santa Ma-

r ia (Guimarães) . Mas , segundo

a C a r t a A d m i n i s t r a t i v a O f i c i a l

d e P o r t u g a l ( C A O P ) , t o d o e s t e

t e r r i t ó r i o e s t á n o c o n c e l h o d e

Famalicão.

O caso tem décadas. Remonta ao

l icenciamento, no lugar de Moi-

nho da Lage, de um loteamento.

Por essa altura foi descoberto o

e r r o d a C A O P . “ O s a r q u i v o s d a

Torre do Tombo e os marcos são

claros: o l imite é feito pelo ribei-

ro que corre na zona”, assegura

António Carvalho, presidente da

Junta de Santa Maria.

No início da década de 90, para

c l a r i f i c a r o s l i m i t e s e a l t e r a r a

CAOP, as autarquias celebraram

um acordo, mais tarde aprovado

pelas duas câmaras municipais .

S ó q u e , a c u s a C a r v a l h o , “ p o r

i n c o m p e t ê n c i a d o s t é c n i c o s d e

G u i m a r ã e s , o p r o c e s s o n ã o f o i

submetido à aprovação das assem-

bleias municipais de Guimarães

e de Famalicão”.

Autarca do PS lamenta “guerras

políticas” na Junta de Joane

Em causa está o diferendo dos limites territoriais entre as duas localidades

Luís Pereira

SANTA MARIA • LIMITES

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NOVAS OPORTUNIDADES NA FOTOGRAFIA E MÚSICA

O Centro Novas Oportunidades da Secundária de Joane promo-

veu, no dia 27 de Maio, uma of ic ina de fotograf ia pelo forman-

do José Augusto Costa , fotógrafo de prof issão. A 17 de Junho,

real iza-se uma of ic ina na área da música .

JOANE

inAuguRAdO bALCãO

úniCO dO sOLiCiTAdOR

Foi inaugurado em Joane, dia 17

de Maio, o Balcão Único do Sol i-

c i tador. O BUS é um local onde os

c idadãos resolvem todos os pro-

blemas necessár ios a certos actos

jur ídicos .

Na cer imónia de inauguração es-

t iveram presentes , entre outros ,

a lguns empresár ios da região de

Joane, gerentes e funcionár ios

bancár ios , prof iss ionais l iberais e

outros prof iss ionais .

O BUS poss ibi l i ta a real ização

de actos jur ídicos que até ago-

ra apenas poderiam ser real iza-

dos em Notár ios e Conservató-

r ias ex is tentes apenas na sede de

concelho, nomeadamente Do-

cumento Part icular Autent icado,

Const i tuição ou modif icação da

propriedade horizontal , assun-

tos re lacionados com Heranças e

Part i lhas , Const i tuição de Socie-

dades , a l teração do Pacto Socia l ,

Registo automóvel e Reconheci-

mento de Ass inaturas , entre ou-

tros serv iços .

O Balcão f ica na Avenida 25 de

Abri l , 184, Edi f íc io Cruzeiro (Lar-

go 3 de Ju lho) .

N u m p a s s a d o m a i s r e c e n t e , a

Junta de Santa Maria foi abordada

pelos donos do terreno para, na

rev isão do PDM de Guimarães ,

ser levantada a c lassi f icação de

reserva agrícola.

“Os técnicos concordaram, até ao

dia em que todos f icámos a saber

que, afinal, a CAOP não tinha sido

a l terada e o terreno e cerca de

20 casas do Vinhal, continuavam

a c o n s t a r n o P D M d o c o n c e l h o

vizinho”, narra Carvalho.

Para o autarca a solução passa por

repetir todos os passos. Assim, a

Assembleia de Freguesia já voltou

a a p r o v a r o s l i m i t e s e p e d i u à

Junta joanense para fazer o mes-

mo. Acontece que Joane, apesar

d e n ã o c o l o c a r e n t r a v e s , e x i g e

u n a n i m i d a d e n a a p r o v a ç ã o d o

documento pela Assemleia local .

“Estamos disponíveis. Não ques-

t i o n a m o s q u e a z o n a p e r t e n c e

a S a n t a M a r i a , m a s e x i g i m o s

consenso polít ico em Joane para

q u e a m a n h ã n ã o s e j a d i t o q u e

fomos nós que demos o que quer

que seja a Guimarães”, vinca Sá

M a c h a d o , p r e s i d e n t e d a J u n t a

joanense.

A n t ó n i o C a r v a l h o l a m e n t a q u e

o c a s o t e n h a a g o r a a s s u m i d o

contornos de “guerras pol í t icas

j o a n e n s e s ” . C o m o i m p a s s e ,

ainda recentemente, nos Censos

2011, Airão Santa Maria f icou a

“perder” cerca de 80 habitantes,

j á qu e o s m o ra d o re s d o Vi n h a l

são considerados habitantes de

Joane, apesar de pagarem a água

à Câmara de Guimarães.

ReguiLa

O PODER DO REPÓRTERna última edição, em Abril, o RL noticiou a falta de sinalização junto ao cru-zeiro de Joane, o que provocava confusões na circulação dos automóveis. O assunto originou aceso debate no Facebook do RL. A Câmara Municipal de Famalicão, entretanto, colocou já um sinal de stOP junto ao cruzeiro. não sabemos se foi por causa da nossa notícia mas nesta edição, apraz-nos registar a iniciativa.

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail [email protected] detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( [email protected]) | Redacção Luís Pereira ([email protected]) | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Analisa Neto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514

JOAQUIM FORTE

Page 6: Jornal Repórter Local

6 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

A proveitando a renovação do Largo 3 de Julho, os ta-xistas terão acordado com Câmara e Junta a mudança

d a p r a ç a , d u p l i c a n d o p a r a s e i s o número de lugares reservados aos táxis . Como a mudança tardava, e cansados de esperar, pediram à Câ-mara sinalização a reservar aquela b a í a p a r a o s t á x i s . A C â m a r a f o i célere na resposta e colocou, no dia 30 de Maio, os respectivos sinais.A Junta joanense não gostou de tanta celeridade sem ter sido consultada e , n o m e s m o d i a , m a n d o u r e t i r a r os sinais. “Em sinal de protesto. Fartámo-nos de pedir s ina l ização para o Largo 3 de Julho e para outras situações e a Câmara demora tempo infinito a responder. Neste caso, a pedido não sei bem de quem, a Câmara foi cé lere e não deu cavaco à Junta” , argumenta Sá Machado.O autarca, contudo, diz estar ciente da autoridade da Câmara em matéria de sinalética mas lamenta que esta não aja sempre da mesma forma. “Na maior parte das vezes, o município consulta a Junta para dar parecer e a p o n t a r s u g e s t õ e s . N e s t e c a s o não disse nada, o que revela bem a forma como trata a Junta de Joane. Quando convém, atiram-se à Junta dizendo que é nossa responsabi l i -dade, quando interessa, agem sem dar conhecimento”. Em Joane operam cerca de 10 táxis em três lugares, junto à Caixa Geral de Depósitos. A falta de espaços mo-tiva muitas vezes o estacionamento

em segunda f i la na avenida. “ A n o v a p r a ç a e s t á p r e v i s t a n o projecto do Largo 3 de Julho e tem t o d a a l ó g i c a q u e a s s i m s e j a . O s principais uti l izadores dos nossos serv iços são idosos e doentes que vêm ao posto médico. Faz todo sen-tido que tenham ali ao pé o veículo para os levar a casa”, argumenta o taxista Paulo Moura.Q u e m n ã o v ê c o m b o n s o l h o s a d e s l o c a l i z a ç ã o s ã o o s m o r a d o r e s do prédio do Centro de Saúde. Com a nova praça , não sobram lugares para estacionar outras viaturas, já que seis lugares f icam reservados a táxis, um para pessoas com mobil i-dade reduzida e o restante espaço para ambulâncias.D e p o i s d a r e t i r a d a d o s s i n a i s , a Câmara já voltou ao lugar, optando por pintar de amarelo o espaço, para evitar o estacionamento de viaturas.À margem da polémica, os taxistas c o n t i n u a m t a m b é m a a g u a r d a r aparcamento na feira semanal. O RL sabe que no pedido feito à Câmara p a r a o L a r g o 3 d e J u l h o t a m b é m c o n s t a v a o p e d i d o d e s i n a l i z a ç ã o junto ao Parque de Laborins, que há mais de um ano acolhe a feira mas não tem lugares para táxis.“Falta apenas um euro de t inta para pintar o espaço a reservar e muitos euros de boa vontade. O problema de tudo isto é polít ico, envolve guerras antigas entre Junta e Câmara e quem padece somos nós”, diz Paulo Moura.P o r s e u l a d o , S á M a c h a d o d e s c o -nhece qualquer pedido formal dos taxistas para poder dar seguimento.

LOCALIdAdES

JOANE • POléMIcA

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Luís Pereira

Nova praça de táxis desperta novo diferendo entre Junta e Câmara A Junta de freguesia de Joane retirou dois sinais de trânsito, colocados pela câmara Municipal de famalicão, a indicar a nova praça de táxis no largo 3 de Julho, na baía de estacionamento em frente ao centro de saúde. A autarquia, segundo o presidente sá Machado, agiu “por protesto” por não ter sido consultada pela câmara.

“Na maior parte das v e z e s , o m u n i c í p i o consulta a Junta para dar parecer e apontar sugestões. Neste caso não disseram nada, o que revela bem a forma como trata a Junta de Joane”.

BOMBOS DE AIRÃO NO JAMORA Confraria dos Bombos de Airão Santa Maria marcou presença no jogo da final da Taça de Portugal disputado entre o Vitória de Guimarães e o FC Porto. A festa também foi feita pelos homens aironenses que antes do jogo não deixaram de animar os adeptos vitorianos que rumaram ao Jamor ao som dos seus bombos.

Page 7: Jornal Repórter Local

REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 7

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M a r g a r i d a M a c h a d o t e m 1 2 a n o s e d e s d e os oito que é jogadora d e f u t e b o l f e d e r a d a ,

j o g a n d o n a e q u i p a i n f a n t i l d o Grupo Desport ivo de Joane. Tem u m a p a i x ã o p e l o f u t e b o l p o u c o vulgar nas raparigas . Este ano os estatutos da Federação Portuguesa d e F u t e b o l i m p e d e m M a r g a r i d a de integrar a equipa dos iniciados porque só aceita jogadores do sexo masculino. Restam agora poucas alternativas p a r a q u e a j o v e m d e P o u s a d a d e Saramagos prossiga o seu sonho.“É machismo vedar o acesso a rapa-rigas ao futebol. Em praticamente t o d o s o s d e s p o r t o s a s m u l h e r e s podem competir em igual circuns-tância que os homens”, lamenta a jovem.O jeito para a bola, diz Margarida,

surge pe la in f luência do pai e do p a d r i n h o ( q u e f o r a m e m t e m p o s at le tas prof iss ionais) e pe la pró -pria irmã.“Nos intervalos das aulas, na primá-ria, jogava futebol com os rapazes. É c l a r o q u e m e c h a m a v a m M a r i a r a p a z e o u t r a s b o c a s m a s c o m o tempo fui-me acostumando porque o que adoro mesmo é jogar futebol”, relembra.

Aos oito anos Margarida Machado entra para os primeiros escalões de futebol federado na equipa do GDJ. Era a única rapariga e o facto de, à data , ter o pa i como tre inador , ajudou na integração.“Hoje os meus colegas tratam-me por igual e gostam de mim. O meu tre inador , Val ter Capela , a quem a g r a d e ç o t o d o o a p o i o , r e c o n h e -ceu o meu méri to e pôs-me como sub-capitã da equipa. Sempre fui t i tular nos jogos”, conta orgulhosa a atleta pousadense.A época que agora termina foi a úl-t ima que Margarida pôde jogar nos infantis . Os seus 12 anos obrigam a que suba de escalão no próximo ano. Acontece que os regulamentos i m p e d e m qu e a p a r t i r d e a g o ra a j o g a d o r a i n t e g r e a e q u i p a m a s -cul ina. “A minha f i lha não é caso único . As le i s ass im estão fe i tas , temos que as ace i tar” , l amenta o pai , Jorge Machado.

Margarida quer jogar futebol mas Federação só aceita rapazesAtleta federada do gD Joane desde os oito anos impedida de integrar equipa dos iniciados

Luís Pereira

POUSADA • DesPORtOPAIxãO PELA bOLA PASSA PELO FUTSAL

Na famíl ia de Margar ida Ma-chado já está decidido que, independentemente da op-ção que tomar, a jovem não vai deixar de prat icar des-porto. Já recebeu convite para integrar a equipa femi-nina de vi la das Aves , mas será re je i tado.“Não queremos porque a di ferença de idades é mui-ta . Aqui perto não exis tem equipas femininas por i sso vai ter que se v i rar para ou-tras a l ternat ivas . O basque-tebol é uma opção” , sugere o pai .Margar ida não se conforma com a ideia e diz mesmo que o basquetebol será a ú l t ima opção. “em pr imeiro lugar está a escola e por i sso está fora de hipótese i r para lon-ge. O mais parecido com o que faz ia é o futsa l e por i sso é provável que acabe por tentar entrar numa equipa do concelho, até porque te-nho também a minha i rmã a jogar. Parada não vou f icar ” , assegura Margar ida .

LOCALIDADES

VERMIL | TORNEIO DE FUTEBOL DE SALÃOA Junta de freguesia de vermil organiza , em setembro, um torneio de futebol de sa lão no r ingue desport ivo local . Inscr ições , gratui tas , até 30 de Junho. Aberto a equipas mascul inas e femininas , apenas para res identes em vermil com idade igual ou super ior a 16 anos . O torneio integra o I fest iva l de cultura e Desporto de vermil .

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8 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

BREVE

LOCALIDADES

R eacendeu-se a polémica dos l imites entre Joane e A i r ã o S a n t a M a r i a . O p r o b l e m a d e l i c e n -

c i a m e n t o d e l o t e s n u m t e r r e n o s i t u a d o e n t r e a R u a d o V i n h a l do Louro e Moinho da Lage re -a c e n d e u o d i f e r e n d o . A m b a s a s a u t a r q u i a s a d m i t e m q u e o s terrenos pertencem a Santa Ma-r ia (Guimarãe s) . Mas , se gundo a C a r t a A d m i n i s t r a t i v a O f i c i a l d e P o r t u g a l ( C A O P ) , t o d o e s t e t e r r i t ó r i o e s t á n o c o n c e l h o d e Famalicão.O caso tem décadas. Remonta ao l icenciamento, no lugar de Moi-

nho da Lage, de um loteamento. Por essa altura foi descoberto o e r r o d a C A O P . “ O s a r q u i v o s d a Torre do Tombo e os marcos são claros: o l imite é feito pelo ribei-ro que corre na zona”, assegura António Carvalho, presidente da Junta de Santa Maria.No início da década de 90, para c l a r i f i c a r o s l i m i t e s e a l t e r a r a CAOP, as autarquias celebraram um acordo, mais tarde aprovado pelas duas câmaras municipais . S ó q u e , a c u s a C a r v a l h o , “ p o r i n c o m p e t ê n c i a d o s t é c n i c o s d e G u i m a r ã e s , o p r o c e s s o n ã o f o i submetido à aprovação das assem-bleias municipais de Guimarães e de Famalicão”.

Autarca do PS lamenta “guerras políticas” na Junta de Joaneem causa está o diferendo dos limites territoriais entre as duas localidades

Luís Pereira

SANTA MARIA • lIMItes

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NOvAs OPORtUNIDADes NA fOtOgRAfIA e MÚsIcA O centro Novas Oportunidades da secundária de Joane promo-veu, no dia 27 de Maio, uma of ic ina de fotograf ia pelo forman-do José Augusto costa , fotógrafo de prof issão. A 17 de Junho, real iza-se uma of ic ina na área da música .

JOANe

INAUgURAdO bALCãO úNICO dO SOLICITAdOR

foi inaugurado em Joane, dia 17 de Maio, o balcão Único do sol i-c i tador. O bUs é um local onde os c idadãos resolvem todos os pro-blemas necessár ios a certos actos jur ídicos . Na cer imónia de inauguração es-t iveram presentes , entre outros , a lguns empresár ios da região de Joane, gerentes e funcionár ios bancár ios , prof iss ionais l iberais e outros prof iss ionais . O bUs poss ibi l i ta a real ização de actos jur ídicos que até ago-ra apenas poderiam ser real iza-dos em Notár ios e conservató-r ias ex is tentes apenas na sede de concelho, nomeadamente Do-cumento Part icular Autent icado, const i tuição ou modif icação da propriedade horizontal , assun-tos re lacionados com Heranças e Part i lhas , const i tuição de socie-dades , a l teração do Pacto socia l , Registo automóvel e Reconheci-mento de Ass inaturas , entre ou-tros serv iços . O balcão f ica na Avenida 25 de Abri l , 184, edi f íc io cruzeiro (lar-go 3 de Ju lho) .

N u m p a s s a d o m a i s r e c e n t e , a Junta de Santa Maria foi abordada pelos donos do terreno para, na rev isão do PDM de Guimarães , ser levantada a c lassi f icação de reserva agrícola. “Os técnicos concordaram, até ao dia em que todos f icámos a saber que, afinal, a CAOP não tinha sido a l t e ra d a e o t e rre no e c e rc a d e 20 casas do Vinhal, continuavam a c o n s t a r n o P D M d o c o n c e l h o vizinho”, narra Carvalho.Para o autarca a solução passa por repetir todos os passos. Assim, a Assembleia de Freguesia já voltou a a p r o v a r o s l i m i t e s e p e d i u à Junta joanense para fazer o mes-mo. Acontece que Joane, apesar d e n ã o c o l o c a r e n t r a v e s , e x i g e u n a n i m i d a d e n a a p r o v a ç ã o d o documento pela Assemleia local .“Estamos disponíveis. Não ques-t i o n a m o s q u e a z o n a p e r t e n c e a S a n t a M a r i a , m a s e x i g i m o s consenso polít ico em Joane para q u e a m a n h ã n ã o s e j a d i t o q u e fomos nós que demos o que quer que seja a Guimarães”, vinca Sá M a c h a d o , p r e s i d e n t e d a J u n t a joanense.A n t ó n i o C a r v a l h o l a m e n t a q u e o c a s o t e n h a a g o r a a s s u m i d o contornos de “guerras pol í t icas j o a n e n s e s ” . C o m o i m p a s s e , ainda recentemente, nos Censos 2011, Airão Santa Maria f icou a “perder” cerca de 80 habitantes, j á q u e o s m o r a d o r e s d o V i n h a l são considerados habitantes de Joane, apesar de pagarem a água à Câmara de Guimarães.

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REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 9

Maioc r i s t i a n a co m e ç o u a p ra t i c a r b o cc i a e m s e t e m b ro d o a n o p a s s a d o , d e p o i s d e t e r s i d o co n v i d a d a p e l a A s s o c i a ç ã o d e b o c c i a l u í s s i l va , recentemente cr iada em Outiz , famal icão. A at leta ganhou-lhe o gosto e já só sonha com os Paraol ímpicos .com oito dias de v ida , cr is t iana teve uma paragem cerebral que não foi va lor izada pelos médicos . com o crescimento, os pais f icaram alertados quando comparavam o desenvolv imento do corpo de cr i s t iana com o do seu i rmão gémeo. Ao completar um ano de v ida os pais t iveram a conf i rmação médica de que a jovem padec ia de para l i s ia cerebra l motora que a at i rou para uma cadeira de rodas até hoje .“Nasci prat icamente tetraplégica e actualmente sou paraplégica . A evo-lução foi grande. Hoje consigo fazer uma marcha segura com o apoio e a cadeira (a motor) só a uso para tra jectos maiores” , refere cr is t iana . c e d o a p r e n d e u a s u p e ra r o b s t á c u l o s . O m a i o r d e l e s é o o l h a r d a s p e s s o a s . “ Pe n s e i q u e s e r i a m a i s f á c i l , m a s q u a n d o m e d e p a r e i co m determinadas s i tuações fu i muito a baixo. Havia a l turas em que quer ia des is t i r de tudo” .com 20 anos , cr i s t iana Marques v iu no curso de ger ia t r ia que agora está a f indar, no sa lão paroquia l da f regues ia , uma dis t racção depois de vár ias f rustrações na procura de trabalho. “é mau de mais i r a uma entrevista de trabalho e ouvir r i s inhos e comentár ios desapropriados . Houve uma a l tura que me disseram de caras que só quer iam pessoas ef ic ientes e não def ic ientes” , re lembra a at leta .Na infância diz ter t ido boas exper iências na pr imária e no secundário mas recorda dias amargos com o ensino preparatór io . “Ainda há muito tabu na forma como as pessoas encaram as de f ic iênc ias . A inda há a fazer para que a sociedade perceba que pessoas como eu também têm capacidades” .Os exemplos vêm de onde menos se esperam. é o caso de cr i s t i ana Marques que a todos os le i tores do Rl recomenda : “a v ida é para ser v iv ida , com ou sem pernas , com ou sem braços , a sa l tar ou a coxear o importante é não f icar parada” , remata a jovem at leta .CRIStIANA MARQUES

BOCCIA: QUE DESPORTO É ESTE?Boccia é um desporto paraolímpico adaptado a pessoas com deficiências. É muito parecido com a malha só que com bolas. O objectivo é aproximar a bola do atleta à bola-alvo (branca). A taça de Portugal de Boccia decorre de 10 a 12 de Junho, em Coimbra.

CRAQUE DO BOCCIACristiana Marques, de Airão Santa Maria, tem 20 anos, sofre de paralisia cerebral e está entre as oito melhores atletas portuguesas que disputaram recentemente a fase final do campeonato nacional de Boccia.Isto depois de integrar o leque das quatro melhores atletas da zona norte, que ficam automaticamente apuradas.

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10 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

Santos da casaLuís Pereira

Júlio Azevedo, de Joane, transforma troncos de madeira em imagens de santos

O sonho de Júlio Azevedo é o de um dia poder ver uma das suas obras nos altares da igreja de Joane ou nos andores

que percorrem as ruas da vi la n a s p r o c i s s õ e s r e l i g i o s a s . C a r p i n t e i r o d e p r o f i s s ã o , este joanense dedica quatro h o r a s p o r d i a a e s c u l p i r i m a g e n s d e s a n t o s e m t r o n c o s d e m a d e i r a . E m c i n c o a n o s d e d e d i c a ç ã o à a r t e , J ú l i o A z e v e d o j á e s c u l p i u S a n t o António, S. José, S . B e n t o , o S a -grado Coração de Jesus, entre outras f iguras. “São poucos os que conhecem o que faço. Os amigos chegam a g o z a r q u a n d o d i g o q u e v o u t r a b a l h a r no Santo António ou noutro santo. Quando lhes mostro a imagem, engolem em seco” , d iz Júlio.É p r e c i s o h o r a s d e p a -c i ê n c i a , c r i a t i v i d a d e e m i n ú c i a p a r a d e s e n h a r todos os

pormenores da imagem. Uma obra chega a d e m o r a r d o i s m e s e s , a t r a b a l h a r t o d o s o s dias , até assumir a forma f inal . “Cheguei a mostrar as imagens ao padre Marc Monteiro, d e A i r ã o S . J o ã o , e e l e , q u a n d o t o c o u n o s santos, emocionou-se”, conta o artesão.O s t r o n c o s d e m a d e i r a – c e d r o e c a r v a l h o - são a base das suas e s c u l t u - r a s , t o d a s c o m 8 0 c e n t í - m e t r o s d e a l t u r a .

“Compro um metro d e m a d e i r a , c o l o c o a i m a g e m d o s a n t o à m i n h a b e i r a , v o u t irando as feições e

fazendo a imagem”J á l h e o f e r e c e -ram várias vezes 1 .500 euros por i m a g e n s . “ S e vender f ico sem as imagens e eu, p a r a j á , q u e r o f a z e r a l g u m a s p a r a m o s t r a r à s p e s s o a s . E 1 . 5 0 0 e u r o s n ã o p a g a m o trabalho”, ga-r a n t e o a r t e -são.

Apesar de continuar a não fazer a maioria, há cada vez mais sacerdotes orde-nados com a minha idade.

A os 40 anos, Fel ic iano Ol iveira fo i o r d e n a d o d i á c o n o . F i l h o d e e m i -grantes joanenses, nasceu e viveu em França até há seis anos, altura

em que regressou às raízes joanenses e in-gressou no Seminário Concil iar de Braga. No passado dia 15 foi ordenado diácono. Daqui a um ano será ordenado sacerdote.

É um caso de vocação tardia?Não a s into como ta l . É mais uma vocação amadurecida.Há cada vez menos sacerdotes. É fácil decidir-se por esta vocação?É u m a o p ç ã o p e s s o a l m a s f e i t a d e n t r o d e u m a c o m u n i d a d e . N o s t e m p o s a c t u a i s , é uma grande responsabi l idade mas não nos podemos levar só pelas dif iculdades. É uma opção e um projecto de vida que passa tam-bém por um certo encanto pelo sacerdócio.É preciso coragem?É preciso força. O jovem continua com a vida absolutamente normal embora exista sempre uma separação do mundo para melhor ser enviado para o mundo. É imprescindível ter convicções porque num mundo la ico , sem elas, é fáci l deixar-se levar. Mas isto serve

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REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 11

“BE HAPPy” EM GUIMARÃESLembra-se da canção “Don’ t Worry, Be Ha-ppy”? O criador do sucesso, Bobby McFerrin vem ao Multiusos de Guimarães no próximo dia 3 de Julho. Um concerto inserido na Capital Europeia da Cultura. Bilhetes de 10 a 20 euros.

filho de pais joanenses, nasceu em frança, há 40 anos. foi ordenado diácono no dia 15 de Maio, em braga. Daqui a um ano, se tudo correr como previsto, Joane terá missa nova. l.P.

FELICIANO SILVAser padre aos 40 anos

não só a um candidato a sacerdote mas também a qualquer um que se assuma como cristão para que possa viver realmente a sua fé.A sua vida foi feita em França, porque escolheu Portugal para ser sacerdote?S o b r e t u d o p e l a l i g a ç ã o í n t i m a às ra ízes a Joane . O modo de ser Igre ja em Portugal acaba por ser diferente.Há vantagens num sacerdócio assumido aos 40 anos?Com a idade temos outra maturi-dade. Mas isso não signif ica que a decisão seja mais ou menos f irme quando se toma aos 40 ou aos 26 anos. Não se pode estabelecer este tipo de comparações. Confio plena-mente na vocação dos meus colegas mais novos . Apesar de cont inuar a não fazer a maioria, há cada vez mais sacerdotes ordenados com a minha idade.Preocupa-o a falta de vocações para a vida sacerdotal?A comunidade cr istã preocupa-se

pelas vocações. Compete-nos estar atentos e acompanhar as vocações q u e v ã o s u r g i n d o M u i t a s d e l a s p e r d e m - s e p o r v á r i o s m o t i v o s , competindo-nos estar atentos para n ã o a s d e i x a r f u g i r . D e u s p r o v ê s e m p r e a s v o c a ç õ e s q u e a I g r e j a precisa. A t é q u e p o n t o e s t á l i g a d o a Joane?Mesmo v ivendo em França v inha c o m m u i t a f r e q u ê n c i a a J o a n e . A i n d a a g o r a v o u d e s c o b r i n d o e r e d e s c o b r i n d o f a m i l i a r e s . O q u e conheço de Joane é sobretudo pelo c o n t a c t o f a m i l i a r . T e n h o m u i t o o r g u l h o e m J o a n e e g o s t o m u i t o da comunidade. É uma terra aco-lhedora.Tem sentido apoio do pároco local?Conheço há muitos anos os padres de cá, um (Fernando Silva) foi meu p rofe ssor no se minár io . Tê m-me apoiado, assim como a comunidade.Gostaria de vir a ser o futuro pároco de Joane?

N u n c a p e n s e i n i s s o . E s t a r á n a s m ã o s d o s e n h o r b i s p o n o d i a e m que a questão se colocar.A ordenação do passado dia 15 é a p e n a s u m p r i m e i r o p a s s o com vista ao sacerdócio….Nós somos ordenados diáconos na expectativa da ordenação sacerdo-tal . Teremos agora cerca de um ano de estágio, f indo o qual, espero ser ordenado padre. Em que paróquia vai estagiar?Ainda não sei , o mais importante é termos um sacerdote que nos irá acompanhar nesta formação mais prática.Que tipo de padre será: conservador ou progressista?Não existem padres conservadores nem progressistas. Existem várias formas de exercer o sacerdócio. O padre é um enviado do bispo para uma paróquia. Não há paróquias iguais. O sacerdote tem é de deixar-se acolher pela comunidade.

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REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 13

O grupo Desport ivo de Joane co-memora 81 anos no próx imo d ia 10 de Junho, mas sobre a e femér i -de pa i ra , mais uma vez , a sombra do impasse d i rect ivo . Uma s i tua-ção que não é nova : no f ina l de cada época não surge quem quei ra assumir as rédeas do c lube . O ano passado, com a demissão de sér-g io trov i squei ra , a so lução passou por uma comissão d i rect iva . Mas es te ano - apurou o Rl - a esmagadora maior ia dos o i to e le-mentos da comissão , não preten-de cont inuar. “O ano passado já fo i mui to a cus to . Na a l tura ace i-te i porque resu l tava da demissão de uma d i recção e le i ta para dois anos . Agora não! só quem cá es tá sabe o t raba lho que i s to dá e es tá na a l tura de v i rem outros ” , confes-sa franc i sco ferre i ra , membro da comissão .O processo e le i tora l já começou, com a dec i são de fazer, no d ia de an iversár io , a pr imei ra tentat iva de encontrar uma d i recção .Or lando Ol ive i ra , também mem-bro da comissão , most ra-se mais opt imis ta e aconse lha t ranqui l ida-de . “Para já não devemos a larmar. A comissão es tá em funções a té 10 de Junho e acredi to que , dentro dos mui tos sóc ios do Joane , a so-lução i rá aparecer ” , re fere .O opt imismo de Or lando Ol ive i -ra não é , contudo, o sent imento predominante . José campos , outro e lemento da comissão e ex-pres i -dente do c lube , par t i lha da v i são de franc i sco ferre i ra . “fu i o úni-co que d i sse , preto no branco , que não es tava d i sponíve l para cont i -nuar. Já es tou cá há mui to tempo,

chegou a hora de sa i r e nada me fará vo l tar a t rás ” , assegura cam-pos , recomendando, contudo, que a so lução deve ser encontrada o mais depressa poss íve l para ev i tar o que aconteceu no ano passado.“A próx ima época deve ser pre-parada com tempo. é prec i so dar uma pa lavra ao p lante l ac tua l , to-mar dec i sões quanto a jogadores e mesmo em re lação ao t re inador. Não compete a es ta d i recção fazer i s so porque es tamos de sa ída” .O c lube tem actua lmente as contas em dia mas es tá preocupado com o facto de a câmara Munic ipa l de famal icão a inda só ter pago 20 mi l dos 80 mi l euros es tabe lec idos em protocolo .

D E S P O R T I VO D E RO N F Ecar los Ol ive i ra va i recandidatar-se à pres idênc ia do Desport ivo de Ronfe nas e le ições marcadas para 12 de Junho e não se v i s lumbram candidaturas adversár ias . Depois de ter a f i rmado a in tenção de abandonar o cargo , car los Ol ive i ra dec id iu recandidatar-se “a pedido da actua l d i recção” . A aposta , d i s-se ao Rl , é “na cont inu idade , tanto ao n íve l desport ivo como ao n íve l d i rect ivo” .com o c lube f inance i ramente es-tab i l i zado , car los Ol ive i ra assume como pr ior idade a reso lução do problema do re lvado. Ao contrá-r io da turbulênc ia do ano passado, na sequênc ia do impasse provoca-do pe la sa ída da d i recção de João Machado, o c lube terá mais tem-po para p lanear a próx ima época . O t re inador da equipa pr inc ipa l , eduardo Pere i ra , deverá cont inu-ar. é esse , pe lo menos , o dese jo de car los Ol ive i ra .

MOGEGE • fUtebOl

CARRIL gARANTE MANUTENçãOA Associação Desport iva do carr i l de Mogege garant iu a perma-nência na I Div isão do campeonato de futebol Amador de fama-l icão. Na des locação ao terreno do fc landim, a AD carr i l conse-guiu um empate a duas bolas e garant iu a permanência .

VERMOIM • fUtsAl

TAçA NACIONAL dE SENIORESA equipa feminina do fc vermoim venceu por 11-2 o clube sou-telense, com golos de Patr íc ia (5) , Ana (2) , f i l ipa (2) , Paula e susy, apurando-se ass im para as meias f inais da taça Nacional , onde defrontará o AD Restauradores Avintenses , no próximo dia 4 de Junho, pelas 18:00 horas , no Pavi lhão Municipal “ terras de ver-moim”.A equipa de infant is venceu a A J Joane por 9-5, com golos de emanuel (4) , francisco (2) , Ruben (2) e Pedro (1) , e sagrou-se campeã 2010-2011 da prova .

VERMOIM • btt

ANTÓNIO bENTO CAMPEãOO cic l i s ta António bento, da Associação Moinho de vermoim, sa-grou-se campeão regional de btt do Porto, vencendo em Masters c . António bento part ic ipa este f im-de-semana nos Nacionais de cic l i smo, em Mafra , ao lado de João Miranda , car los fontes e gabrie l castro. entretanto, o at leta Alberto bapt is ta venceu a meia maratona da Régua na categoria de cadeira de rodas .

Luís Pereira

Joane e Ronfe na hora decisiva

REGIÃO • fUtebOl

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14 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

A rua onde cresc i não fo i nunca uma daque-las ruas animadas e cheias de histór ias que aparecem nos f i lmes americanos. Os meus v iz inhos levam uma vida bastante reserva-da e a lguns deles estão emigrados em Fran-ça e só cá vol tam no Verão. Tirando esses Agostos de chinfr ineira desenfreada, com palavreado numa l íngua que nunca fo i das minhas favori tas , a minha rua é bastante serena. A conversa com os v iz inhos não vai muito a lém do corr iqueiro “bom dia” sorr i -dente e cordia l , como se apenas se est ivesse a cumprir um código de boas maneiras , há pouco trânsi to e ninguém vem para a rua comemorar as v i tór ias dos jogos de futebol . Em vinte anos de existência , só me recor-do de a serenidade da minha rua ter s ido afectada uma única vez – e apenas durante uma tarde em que os meus pais decidiram arrancar a palmeira que enfe i tava o jardim frontal da casa e teve de v ir cá uma grua t i rá- la . Isso s im, fo i um grande dia , em que todos os v iz inhos v ieram à porta esprei tar o evento e dar um ou outro conselho ao ma-quinista , que quase ia deixando cair a pal-meira .Portanto, se o evento mais espectacular da minha rua nos úl t imos v inte anos fo i a ret i -

rada de uma palmeira , podem calcular que esta não é uma rua r ica em histór ias .Ou não o era , até há pouco tempo. É que, reviravol ta das reviravol tas , a minha rua é agora uma das mais barulhentas da fregue-s ia . Agora, tenho à minha porta um café que encerra às duas da manhã e um galo . E, o mais engraçado, é que não é o café que me incomoda, nem os seus c l ientes bêbados na madrugada. É o galo . Os bêbados fazem menos baru-lho que o galo . No s i lêncio da rua, o ra io do galo começa a cantar sempre, cert inho como um re lógio , às c inco da manhã – e nem os v idros duplos conseguem impedir o som de perfurar o meu sono profundo. Não fa lha um único dia . E eu, tão bem habitua-da ao s i lêncio sepulcral do meu loteamento, acordo sempre com um despertador natural para o qual não fui habituada. Al iás , nunca pude ter um cão porque, cá em casa, quei -xavam-se dos uivos e ladrares . Um melro, muito menos, já que canta todo o dia e nin-guém está para o ouvir . O meu gato , quando se põe a miar do fundo da sua gat ice , ouve logo dois ou três protestos .Mas ao galo da v iz inha, que canta entre as

c inco e as nove da manhã, ninguém vai lá rec lamar. O galo que não é meu, cujo pica-no-chão não vou provar , pode pôr-se a fazer barulho e a t i rar-me o sono, numa al tura em que tenho exames e aulas às o i to da manhã. E pouco me importa que o galo tenha de marcar terr i tór io . Por mim, pode-se danar e le mais a sua marcação de terr i tór io . Estou com papos nos o lhos de tamanhas o lheiras e estou a tentar arranjar um emprego. Ele só tem de andar a p icar mi lho, eu tenho de escrever not íc ias . E garanto que é di f íc i l fazê- lo quando se adormece todos os dias depois da meia-noite e se acorda às c inco da manhã. Por isso , parece-me que a minha marcação de terr i tór io é pr ior i tár ia , neste momento.Assim sendo, deixo aqui um conselho para a v iz inha proprietár ia do galo cá da rua (que não se i quem é , mas vai para quem servir a carapuça): faça uma capoeira só com gal i -nhas , e a lugue um galo apenas quando qui-ser reprodução. Por agora, e enquanto não resolve o problema, eu f icava sat is fe i ta com um pica-no-chão caseir inho e apuradinho, oferec ido pela v iz inha como pedido de des-culpas . F ico à espera!

gAlO DA MADRUgADA

O R L co n t i n u a a d a r d e s t a q u e a o p a t r i m ó n i o ex i s t e n t e n a s n o s s a s freguesias. Uma forma de alertar para o estado em que se encontram muitos deles.

A C a p e l a d a S e n h o ra d a C a r re i ra , e m Jo a n e , é d a s m a i s a n t i g a s q u e existem na vi la . Mas este estatuto não lhe parece granjear uma atenção especial . Assim se expl ica que a sua ut i l ização seja quase nula . Apesar das potencial idades do lugar. S i tuada quase nos conf ins do terr i tór io da local idade, no lugar com o m e s m o n o m e ( o u t ro ra co n h e c i d o p o r L u g a r d a L a p a ) , t e r á s i d o o pr imeiro templo rel ig ioso construído na paróquia joanense (a lgures n o s e c . X I V ) . É d o s p o u co s m o n u m e n t o s re l i g i o s o s p e r t e n c e n t e s à freguesia e não à paróquia , o que talvez just i f ique que esta não zele por ela nem a dinamize. Ao longo dos anos foram ensaiadas vár ias tentat ivas de dinamizar o templo, com festas em honra da santa , mas não t iveram continuidade. São sobretudo as gentes dos lugares das Fontes e Torre que zelam e veneram a capela , evitando que o esquecimento seja total , sendo de l a m e n t a r q u e Jo a n e n ã o s a i b a a p rove i t a r a s p o t e n c i a l i d a d e s d e s t e espaço, não só da capela , mas sobretudo do terraço de onde se obtém uma vista única sobre Joane.

CAPELA DA CARREIRA, JOANE, séc. XIV

O QUE FAZER COM ESTE PATRIMÓNIO

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REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 15

QUENtES E BOAS!

CAMPANHA ALEGREA vi la de Joane lá cont inua a ser ponto de passa-gem para a juntamentos pol í t ico-part idár ios . Na campanha para as legis lat ivas , o maior deles foi sem dúvida o de José sócrates , que teve dire i to a tambores e mult idão.O l íder do Ps v is i tou a Atc e , perante o del í r io da pequenada , dis tr ibuiu autógrafos e a inda ouviu agradecimentos dos pet izes pelos computadores Magalhães . Alguns pais não gostaram e dizem que vão pedir expl icações à Atc . será que vão ou é só fogo-de-vista?

MACHADO QUER VOLTAR À RIBALTA EM JOANEO ex-pres idente do PsD de Joane, ex-director das pisc inas da v i la , ex-chefe da fraternidade da pa-róquia e candidato vencido, o ano passado, para a l iderança do part ido, dá s inais de querer vol tar a ter palco pol í t ico.Parece que no úl t imo plenár io do PsD, Machado foi severo nas cr í t icas à condução do part ido. O homem que, em 2002, depois de se ver envolv ido numa polémica quanto ao ordenado que aufer ia enquanto director das pisc inas , chegou a af i rmar que recebia pouco para o que faz ia , parece estar a reunir as t ropas e tem os seus maiores a l iados na juventude que não conseguiu chegar ao poder da JsD de Joane. consta!

OLHE QUE NÃO, DOUtORA DORES!As not íc ias do Rl sobre vermil têm aquecido as conversas para aquelas bandas . Além do mosquito sobre churrascos que “assou” os ânimos da Associação do Pombal , tam-bém houve quem não gostasse da not íc ia da Assembleia de freguesia . A propósi to do receio da Junta quanto ao encerramento do infantár io , a página do facebook do Rl teve uma i lustre comentadora , de seu nome Dores Ol iveira . segundo a doutora , o jornal is ta ter ia deturpado o que t inha s ido di to na Assembleia , e af inal o Jardim está de “boa saúde” . A senhora Dores é uma prest ig iada joanense, educadora no Jardim em questão. Mas olhe que não, doutora , fo i mesmo isso que foi d i to pelo secretár io . f ica apenas a cur ios idade de saber como é poss ível a lguém assegurar que houve deturpa-ção se não esteve lá presente!

CARTAS AbERTAS Comendador aPareCIdo

Meu caro e i lustre autarca. Quando era um petiz com borbulhas na cara e o reumatismo estava ain-da longe de se fazer notar como nos dias que correm, um dos grandes prazeres da mocidade desta zona era o cafezinho no velhinho café Central, al i mesmo colado à Estrada Nacio-nal 206. O mui nobre estabelecimento era bem frequentado e ali paravam, a cada instante, as camionetas do Soa-res, do Ferreira das Neves, largando e recolhendo passageiros, uns vindos da Vila - al i levados por via de tra-tar de assuntos sérios nas Finanças ou para comprar o Falpec na Casa Pinto - , outros da Póvoa de Varzim, a banhos nas ruas Elias Garcia e Serpa Pinto.O café fervilhava de actividade e lá de vez em quando, fosse porque o ca-lor da vinhaça aquecesse os ânimos, fosse por qualquer questiúncula de saias ou da bola, lá estalava uma zaragata. Mas adiante. Se falo des-tas memórias de antanho - um vício que se adensa com a idade - é por-que f iquei , como se diz, “com a pulga atrás da orelha”, quando, faz oito

dias, por ali passava a caminho de Mogege, num moderno carro de pra-ça, e vi que a casa de pedra escure-cida pelo tempo e pelo esquecimento, está a ser “ intervencionada”, como é costume ouvir-se da boca de polít i-cos.Aproveitei uma paragem providen-cial da viatura no semáforo para espreitar dentro do possível o an-damento da dita intervenção. Ainda indaguei junto do excelso motorista, bastante conhecedor das andanças da Vila de Joane, sobre o destino a dar ao espaço, mas não me soube responder. É claro que a Vila a que doutamente preside está a crescer e que o pro-gresso não pode parar, muito menos com obstáculos de nostalgia, mas acalento a esperança de que ali não nasça um mastodonte urbanístico. Aceite os melhores cumprimentos deste que se assina

Comendador Aparecido.

por D. VIRINHA

eXmo. Sr. PreSIdenTe da JUnTa de Joane

CAMPANHA DE JOSÉ SÓCRATES EM JOANE

O p o s t d o R L s o b r e a v i s i t a d e J o s é S ó c ra t e s a Joane foi o mais comentado em Maio. Aqui f ica uma resenha dos 41 comentários.

Custódio Castro Si lva José sócrates é um homem de c irco. Portugal está a ser ger ido por medíocres que prezam o espectáculo porque enganam a sociedade.Joao Mirra tenho pena de realmente estarmos num país mediocre, mas não consigo concordar com depoimentos como o do custódio. Não é o sócrates que está mal mas s im qualqer um que vá para o governo. Até a melhor pessoa do mundo se fosse para 1º ministro português, passado uns dias já era tratado como o maior palhaço de todos os tempos! O grande problema do nosso país não foi José sócrates , fo i s im cavaco si lva , há uns anos , no tempo das verdadeiras vacas gordas .Isabel Si lva s o c ra t e s n ã o d i g n i f i c a a d e m o c ra c i a p o r t u g u e s a . Mente, engana , manipula , põe o país a pedir e uma grande parte dos portugueses cont inua com ele . A minha f i lha apareceu em casa com dois autógrafos d o s ó c r a t e s e a t é l h e a g r a d e c e u o M a g a l h ã e s . lamentáve l eu pagar por um serv iço à Atc , como muitos pais , e não ter uma palavra a dizer. João MirraMuitos dizem mal poucos fazem bem. Onde está esse a lgo novo para votar? O Passos coelho? Não, por favor, ver os r icos cada vez mais r icos? Não vou dizer que estou contente com o senhor sócrates , mas mal por mal f ica quem está .

sIGA-nOs! sOMOs 3500

JOSÉ SÓCRAtES EM JOANE“se perder as e le ições , vou ter que começar a andar à boleia”

LEGENDAS BRINCALHONAS

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16 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

A Escola Secundária Padre Benjamim Salgado já tem def in ida a o fer ta educa-t i v a e f o r m a t i v a p a r a o

próximo ano lect ivo. No ensino s e c u n d á r i o , d e n t r o d o s c u r s o s c ient í f ico-humaníst icos , a esco-l a t e r á c u r s o s d e A r t e s V i s u a i s , Ciência e Tecnologias e Línguas e Humanidades. A e s t e n í v e l o f e r e c e o i t o c u r s o s prof i ss ionais , do is de les novos . “ T e m o s g r a n d e s e x p e c t a t i v a s q u a n t o a o c u r s o t é c n i c o d e m e -diações e orçamentos. É um curso para trabalhar em gabinetes , no âmbito da área da construção civil. Somos a única escola do concelho a ter este curso e mesmo no distrito d e B r a g a n ã o h á m u i t a s e s c o l a s com ele”, adianta Alfredo Mendes, director da escola.A s e g u n d a n o v i d a d e t e m a v e r com o curso técnico de Auxi l iar de Saúde, um curso que, segundo Alfredo Mendes, “tem uma capa-

c i d a d e m u i t o g r a n d e d e e m p r e -gabi l idade, para centros de d ia , hospi ta i s ger iá t r icos e t raba lho com acamados em casa, em serviço d e a p o i o a o d o m i c í l i o . O c u r s o serve para auxiliar os enfermeiros em tarefas com os doentes”.No âmbito do ensino para jovens, a escola terá os Cursos de Educação e F o r m a ç ã o , u m n a á r e a a d m i -ni s t ra t i va , o u t ro d e e l e c t r i c i s t a e i n s t a l a ç õ e s e o d e a g e n t e e m geriatria.Para os adultos, além do processo d e re c o nh e c i m e nt o , va l i d a ç ã o e c e r t i f i c a ç ã o d e c o m p e t ê n c i a s , a e s c o l a d i s p o n i b i l i z a c u r s o s d e Educação e Formação de Adultos. O Centro de Novas Oportunidades m a n t é m - s e n a e s c o l a , s e r v i n d o c o m o p o n t e c o m a c o m u n i d a d e . “A o fer ta ao n íve l dos adul tos é idênt ica à deste ano, não temos c o m o o b j e c t i v o a u m e n t a r o n ú -mero de alunos, porque já temos u m n ú m e r o e l e v a d o d e a d u l t o s a f r e q u e n t a r a e s c o l a ” , c o n c l u i Alfredo Mendes.

Oferta formativaAo nível do secundário, oito cursos profissionais

Luís Pereira

JOANE • eNsINO

Decorre de 9 a 12 de Junho mais uma edição, a nona, da expo gui-marães. esta feira multissectorial regressa ao Multiusos numa orga-nização conjunta da tempo livre, câmara Municipal de guimarães e Associação comercial e Industrial de guimarães. O jornal Repórter local é parceiro na divulgação deste evento. A expo guimarães terá como no-vidade uma galeria dedicada à doçaria , vinhos, gourmet , pro-dutos tradicionais, charcutaria e restaurantes. A abertura do certa-me a novos sectores de actividade e a entrada gratuita são algumas

das novidades deste ano.A organização aposta este ano num programa de animação que contempla espectáculos diários e outras actividades de diver-são, procurando assim atrair ain-da mais público. O programa de animação inclui Augusto canário, Os Musiké, Xícara , sons da Mon-tanha, Rancho folclórico de são torcato, Rancho Regional Agrí-cola de Pevidém e Academia de Dança e fitness da tempo livre. A expo guimarães estará aberta ao público nos dias 10 e 11 de Ju-nho das 14h30 às 23h30 e no dia 12 Junho das 14h30 às 19h30.

Expo Guimarães abre dia 9GUIMARÃES • INIcIAtIvA

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REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 17

Crise – “Alteração no curso de uma doen-ça grave; momento perigoso e decis ivo; fa l ta de trabalho; embaraço na marcha regular dos negócios; desacordo polít ico que abriga o poder político a demitir-se…”

Todos estes sinónimos da palavra cr ise assentam de a lguma forma n a d e f i n i ç ã o q u e s e m p r e e s t e v e p r e s e n t e n a c a b e ç a d e c a d a u m . Desde a cr ise na doença , à cr i se pol í t i ca passando pe la cr ise nas e m p r e s a s e n o e m p r e g o . F a c i l -m e n t e e n c o n t r a m o s e x e m p l o s desta crise na nossa vida diária e naquilo que as televisões nos tra-zem repetidamente até à exaustão. Mas esta crise é também uma crise de valores . Vivemos numa época que aceita como um dado adquirido que os valores estão em crise. Em todas as épocas sempre surgiram v o z e s m a n i f e s t a n d o i d ê n t i c a s

impressões. A nossa, neste ponto, parece ter assumido que teremos at ingido uma crise general izada. Não existem actualmente critérios seguros para distinguir o justo do injusto, o bem do mal , o belo do feio, tudo é relativo e subjectivo. Não existem valores. Tudo depende das circunstâncias e dos interesses em jogo. Facilmente se conclui que os va lores que tradic ionalmente eram dados como imutáveis, hoje, ou foram postos em causa ou foram abandonados. E m t e m p o d e c r i s e f i n a n c e i r a e económica, todos os gastos devem s e r re p e ns ad os e ord e nad o s p o r prioridades. E em alguns havemos de poder cortar. Será dif íci l cortar n o s b e n s e s s e n c i a i s m a s t o d o s t e r e m o s a l g u n s p e q u e n o s l u x o s que por certo podemos “abater” . A s s i m s e r e d u z u m o r ç a m e n t o e quem sabe até conseguimos chegar ao patamar por vezes inatingível da poupança.Muitos dos nossos hábitos diários podem ser repensados. Pode pa-recer insignif icante mas somos o pa ís da Europa onde mais gente

toma diariamente o seu pequeno-almoço no café ou pastelaria, facto que se deve, necessariamente, ao nosso e levado poder económico. N ã o h á t e m p o p a r a a q u e c e r o leite, fazer o café ou as torradas. E d e p o i s é s ó u m e u r o . E s t a é a n o s s a m e n t a l i d a d e e n ã o v a m o s com certeza querer comparar um p o r t u g u ê s c o m u m p o b r e t a n a s dum nórdico, alemão ou francês, essa gente pindérica que toma o pequeno-almoço em casa. . . Isto aqui é outra loiça!Mas se temos que poupar e eco -n o m i z a r , e r a b o m q u e f o s s e m t o d o s a f a z ê - l o . O e x e m p l o t e r á de chegar do próprio Estado, dos seus representantes, das câmaras municipais e juntas de freguesia. A Câmara Municipal de Famalicão d e c i d i u t a m b é m c o r t a r n a l g u n s gastos. Até aqui tudo certo (e há tanto por onde cortar), mas o pro-blema está na lista das prioridades. Numa miss iva enviada às juntas de freguesia anunciava cortes na rede pública de abastecimento de energia (candeeiros), desl igando um em cada três. Advertiu a Junta

d e F r e g u e s i a d e J o a n e q u e i r á anular contrato de abastecimento de energia ao cemitério, claro está que possivelmente o fará também nos outros cemitérios . Estas são a s p r i o r i d a d e s d o m u n i c í p i o d e Famalicão. Mas f icamos também a saber - e é só consultar a infor-mação fornec ida para autarquia - que esta adjudicou recentemente serviços a uma empresa de asses-soria jurídica no valor de 98.000 euros . E tendo jur is tas nos seus quadros de pessoal . O corte nas verbas de protocolos e obras para Joane já es tava em execução, in ic iaram-se agora os c o r t e s n a e n e r g i a . O e x e c u t i v o municipal está empobrecido, sem e n e r g i a e s e m c a p a c i d a d e p a r a motivar os munícipes. U m a p e l o f i n a l p a r a q u e t o d o s o s c i d a d ã o s e m p l e n o d i r e i t o exerçam o seu direito de voto no domingo. Independentemente das convicções polít icas de cada um é fundamental a participação de to-dos. Quanto menor for a abstenção, maior legit imidade teremos para exigir dos nossos representantes.

OPINIÃO

Foram precisos 9 meses para que a Junta de Joane recti f icasse um sinal de trânsito na rua do Relógio. Esta inércia não é de agora e tem-se agudizado nos últimos anos.Nem o embuste existente em que o pres idente de lega no 1 .º vogal as funções de presidente e faz de conta que é presidente, altera as coisas. É mais do mesmo.Q u a s e 2 0 a n o s d e p o d e r d o d r . Sá Machado reflectem preguiça e cansaço de quem está esgotado.A m e s m a i n é r c i a j á n ã o e x i s t e q u a n d o s e t r a t a d e r e s p o n d e r a justas acusações da oposição, de responsabilizar a Câmara Munici-pal por tudo e mais alguma coisa ou de amplificar a ideia de que, se a Câmara Municipal não fosse do PSD, Joane seria a freguesia das maravilhas. O tempo tem-lhe dado o relaxamen-to referente à gestão da freguesia, com prejuízo para todos nós, mas

tem-lhe dado uma aceleração no q u e d i z r e s p e i t o à e s t r a t é g i a d e comunicação no combate político-partidário.S e h o u v e u m p e r í o d o e m q u e , aproveitando o facto de estar de-savindo com o Partido Social ista e com o seu camarada Fernando Moniz, esteve “calmo”, agora está agitadíssimo.Exemplo disso é o artigo de opinião que assina na última edição deste jornal intitulado “Urbanismo em Joane” em resposta à acusação do dr. Nuno Melo que responsabiliza Fernando Moniz pelos erros urba-nísticos que Joane apresenta.Sá Machado sai em defesa do dr. Fernando Moniz, seu padrinho na nomeação política para a Adminis-tração do Hospital de Famalicão. Para quem t ivesse dúvidas , e las desapareceram. As intervenções do dr . Sá Machado há muito que d e i x a r a m d e t e r c o m o o b j e c t i v o defender os interesses de Joane e dos Joanenses e estão centradas na gestão da sua carreira política.É vergonhosa a atitude. Percebe-se a tentativa de branquear a respon-s a b i l i d a d e d e F e r n a n d o M o n i z , tanto mais que o dr. Moniz vai ser o próximo candidato à Câmara e é tempo de marcar posição.Concordo em parte com a acusa-ção do dr. Nuno Melo. Acrescento a p e n a s q u e f a l t o u a o d r . N u n o

M e l o i d e n t i f i c a r o o u t r o g r a n d e responsável: o dr. Sá Machado.O dr. Sá Machado, que está na Jun-ta de Freguesia desde 1992 tenta desresponsabi l i zar-se , como faz sempre, referindo que os pareceres da junta não são vinculativos. Diz também que procurou influenciar positivamente a posição da Câma-ra. O que é certo é que não conse-guiu e não lhe conhecemos, como noutras s i tuações , posições vee-mentes relativamente a matérias de l icenciamentos urbanísticos.O d r . S á M a c h a d o c e n t r a - s e n a f a l t a d e “ r e c t i f i c a ç ã o ” d o P D M , instrumento de gestão urbanística para tentar responsabilizar a actual c â m a r a . E s q u e c e - s e é q u e G u i -marães, Barcelos, Braga e Lisboa, só para citar alguns, também não têm os seus processos de revisão do PDM concluídos. No País são poucos os municípios que já o f i-zeram. É pois um falso argumento que apenas tenta esconder o cerne da questão. Há responsabilidades e há responsáveis. E os responsáveis são o dr. Fernando Moniz e o dr. Sá Machado que permitiram todos os atropelos urbanísticos cometidos em Joane e consequentemente um crescimento desordenado através do l icenciamento de “tudo e mais alguma coisa”.D e s d e c e d o q u e e s t a c â m a r a s e propôs a “qualif icar o Território,

Promover a Qualidade de Vida”, e elegeu como fundamental o Plane-amento e Urbanismo. A prová-lo está o facto de ser um pelouro do próprio presidente. Este executivo municipal editou o Regulamento Municipal da Urbani-zação e da Edificação no concelho, e o Manual de Procedimento sobre os trâmites, que reúnem todas as regras relativas ao l icenciamento municipal. No fundo trouxe trans-parência a um processo onde ela não exis t ia . Hoje cada muníc ipe pode , de modo s imples e ráp ido através do site na internet, obter serviços e informação relativos a estado de processos. No tempo do dr . Fernando Moniz (e do dr . Sá Machado) nada disto existia. É pois uma falácia o ataque efectuado à actual Câmara.Todos os erros urbaníst icos têm c h a n c e l a p a r t i d o s o c i a l i s t a . N a j u n t a d e f r e g u e s i a e n a C â m a r a Municipal.Nos últimos 20 anos o dr. Sá Ma-c h a d o f o i p r e s i d e n t e d a j u n t a . E l e e s u a e q u i p a s ã o o s g r a n d e s r e s p o n s á v e i s p o r , p o r e x e m p l o , a s a n t i g a s b a r r a c a s d a f e i r a , o e d i f í c io da De ve sa Al ta , o posto de combustível junto à capela de S. Bento, as construções em cima do cemitério e a recente e cada vez maior barracada que é o Parque de Laborins.

miguel azevedomembro da Comissão Política do nú-cleo de Joane do PSd

Luís Santosmembro da Junta de Freguesia de Joane | PS

OPINIãO

A falácia da responsabilidade pelo urbanismo

Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

Crise financeira e crise de valores

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18 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO

Um desencanto generalizado faz-n o s o u v i r , u m p o u c o p o r t o d a a p a r t e , q u e o s p a r t i d o s e o s s e u s polít icos “são todos iguais”, e en-tão, “que venha o diabo e escolha” no próximo dia 5 de Junho. Muito particularmente, há por aí um discurso, nada inocente e muito desonesto, fazendo crer que o PS e o PSD, partidos dos quais sairá o próximo primeiro-ministro, são verdadeiros irmãos gémeos, nada os distinguindo de essencial .O r a , n ã o o b s t a n t e o s c o n d i c i o -n a l i s m o s a q u e o P a r t i d o S o c i a -l i s t a t e m e s t a d o s u j e i t o n a s u a p r á t i c a g o v e r n a t i v a , e s t e m u i t o se dist ingue do chamado Partido Social Democrata, que se encontra, agora, quase sem qualquer l igação à m a t r i z i d e o l ó g i c a h o m ó n i m a , afirmando-se actualmente, adepto

do modelo neoliberal .E, a meu ver , é de toda a impor-t â n c i a q u e t e n h a m o s e m c o n t a o i d e á r i o p e l o q u a l c a d a u m s e rege, a que famíl ia pol í t ica cada qual pertence – diz-me com quem andas, eu te direi quem és - , mais i m p o r t a n t e i s t o q u e o n o m e d a agremiação, que essa etiqueta, em alguns casos, em nada corresponde ao conteúdo da embalagem. É sabido que é o PS, e só ele , em P o r t u g a l , q u e p o d e o s t e n t a r o reconhecimento da Internacional S o c i a l i s t a , a s s o c i a ç ã o e s t a q u e reúne a generalidade dos partidos soc ia l is tas e soc ia is-democratas em todo o mundo. O Partido Social Democrata, apesar do nome desa-dequado, tem fi l iação na Interna-cional Democrata Centr ista e no Partido Popular Europeu, podendo d i z e r - s e , p o r t a n t o , u m p a r t i d o d e c e n t r o - d i r e i t a , c o n s e r v a d o r , neo-liberal, mas nunca um partido social-democrata no seu sent ido verdadeiro. De resto, o programa e l e i t o r a l d e P a s s o s C o e l h o e s t á e m a b s o l u t a c o n f o r m i d a d e c o m o s v a l o r e s – e u d i r i a c o n t r a v a -lores! – do neo-l iberal ismo e em

t o t a l i n c o m p a t i b i l i d a d e c o m o s princípios da social-democracia.E então, em que divergem a social-democrac ia do neo- l ibera l ismo? E u d i r i a , p a r a s i m p l i f i c a r , q u e d i v e r g e m s o b r e t u d o a c e r c a d o papel do Estado na sociedade. A social- democracia, do PS, entende q u e o E s t a d o d e v e t e r u m p a p e l r e g u l a d o r , t a n t o e f i c a z q u a n t o possível, para assegurar a equidade social e a igualdade de oportuni-dades para todos, a protecção dos mais fracos, os direitos básicos das populações à educação, à saúde, a o r e n d i m e n t o , à h a b i t a ç ã o . O neo-l iberal ismo do PSD, por sua v e z , p r e t e n d e u m E s t a d o p o u c o i n t e r v e n t i v o , p o u c o r e g u l a d o r , a r g u m e n t a n d o q u e o “ p e s o ” d o E s t a d o , s e j a n a e c o n o m i a , s e j a na produção legis lat iva, l imitam a l iberdade, e, portanto, devemos caminhar para um Estado mínimo p a r a q u e t o d o s t e n h a m t o d a a l iberdade.M a s e n t ã o , s e t o d o s p a s s a r e m a ter toda a l iberdade o que poderá a c o n t e c e r ? N ã o é s a b i d o q u e n a selva há toda a l iberdade e ainda assim os lobos não têm o bom-senso

de pastar ao lado dos cordeiros , r e p a r t i n d o a r a ç ã o à m o d a d o Evangelho, antes aqueles se atiram a estes transformando-os na sua própria refeição?Não há dúvida de que precisamos de um Estado forte, regulador, para que isto se não transforme na lei da selva. O PS, pelo menos, entende este princípio básico. E quando as esquerdas à sua esquerda dizem que o PS e o PSD são irmão gémeos, não estão, a meu ver, a prestar um bom serviço nem ao país nem a si próprios. O momento actual pede muito discernimento. E se o PCP e o Bloco têm o seu próprio projecto de sociedade a longo prazo, pelo m e n o s n o p r e s e n t e p r e c i s a m d e distinguir o essencial do acessório p a r a q u e s e s a l v e , p a r a j á o q u e puder ser salvo.O l iberal ismo da selva é que não q u e r e m o s . Q u e e s s e j á e r a c o n -d e n a d o a t é p e l o p r e c u r s o r d a Doutrina Social da Igreja, o padre L a c o r d a i r e , 1 8 0 2 - 1 8 6 1 , q u a n d o sentenciava, com muita autorida-de, frases deste cal ibre: “Entre o fraco e o forte, é a lei que protege e a l iberdade que oprime” .

G e l a d o s e c h u r ra s co s e m Ve r m i lDirecção da Assoc iação cul tura l e Recreat iva de Pombal , vermi l

“Tomamos a l iberdade de escre-v e r e s t a c a r t a n a s e q u ê n c i a d o s artigos publicados no vosso jornal nº 145, Abri l 2011 , na rubrica “O Mosquito” com o t í tulo “Gelados e churrascos em Vermil” , e re la-t ivamente à menção que fazem da nossa associação no art igo sobre a Assemble ia de Vermi l . É cer to q u e o f a c t o d a n o s s a a s s o c i a ç ã o n ã o t e r s i d o c o n t a c t a d a / o u v i d a não a juda no esc larecimento das questões em causa, por este mo-t ivo, e no dire i to de resposta que n o s é d a d o p e l a l e i d e i m p r e n s a ( le i nº 2/99; art igo 24-1) , v imos

informar o seguinte: ( . . . ) a A S C U R E P f o i c o n s t i t u í d a em Maio de 2010, tem a sua sede na Rua do Pombal . Tem como f im a promoção de sol idariedade so-cial , actividades de tempos l ivres, culturais e recreativas ( . . . ) é certo que real izamos passeios , festas e espetáculos (não apenas churras-cos , como refer ido pela Dª Joana Vidal) . Mais , perguntamo-nos se a lguma vez pedimos a quem quer que seja , e em especial à Dª Joana Vidal , qualquer t ipo de subsídio para a realização dos nossos “chur-rascos”? Não, nunca os deixamos e nunca os deixaremos de fazer . No entanto, realizamos igualmen-te outras ações, nomeadamente de sol idariedade: ação de sol idarie-dade socia l ( . . . ) .

O no s s o p e rs i s t e nt e ap e l o j u nt o da Vimágua, para a recuperação d a R u a d o P o m b a l , d a n i f i c a d a p e l a s o b r a s d o s a n e a m e n t o , f o i decis ivo ( . . . ) Q u a n t o a o c o m e n t á r i o , n o q u a l o S r . M a r ç a l M e n d e s r e f e r e q u e “ a J u n t a s ó a t r i b u i s u b s í d i o s à s a s s o c i a ç õ e s n o f i n a l d o a n o e mediante prova do trabalho real i-zado”, queremos acrescentar que essa ideia fo i sugerida pela nossa assoc iação , aquando da re união t ida entre a Junta e outras asso-c iações de Vermil . Tudo is to , no intuito de mostrar que, de facto, t e m o s i n t e r e s s e n o s u b s í d i o , p o r q u e n o s a j u d a a r e a l i z a r o n o s s o t r a b a l h o , m a s , a o m e s m o t e m p o , t e m o s d e t r a b a l h a r p a r a o m e r e c e r . C o n t i n u a n d o a m e n -

c i o n a r c i t a ç õ e s d o vo s s o j o r n a l , quando o secretár io execut ivo da Junta informa que “a Associação do Pombal não apresentou essas p r o v a s ” , m a s n ã o e s q u e ç a m o s que o trabalho real izado no curto espaço de v ida da associação, no a n o p a s s a d o , f o i b e m v i s í v e l e p r o v e i t o s o ! D i r - n o s - á m a s n ã o d e v e r i a m t e r a p r e s e n t a d o e s s a s ‘ p r o v a s ’ p o r e s c r i t o ? . P o s s i v e l -mente. E agora? Que fazemos? As outras associações f izeram-no? Por últ imo, gostaríamos de deixar uma questão: não ser ia a l tura de t o d o s q u e r e r e m , m a s q u e r e r e m m e s m o o b e m c o m u m e c o n s e -g u i r m o s ? A n o s s a a s s o c i a ç ã o é i n d e p e n d e n t e , s e m q u a l q u e r sent ido pol i t ico , e sem qualquer f im lucrat ivo” .

Lei do Estado ou lei da selva?

Fernando Castro [email protected]

C A R TA S AO D I R E C TO R

LUÍSMANUELFIGUEIREDOBRANCO,notáriocomCartórionaRuaLóFerreira,nº143,1ºandar,salaB-2,dacidadedeMatosinhos: CERTIFICO,quenestecartório,afolhas95eseguintes,do livro de notas 40-E, se encontra exarada uma escritura dejustificação, outorgada em 19/05/2010, na qual foi declaradopor ROSAMARIA FARIA FERNANDES, e marido MANUELFERNANDESDACUNHA, casados sobo regimede comunhãode adquiridos, residentes naRua dasAlmas deMatos, nº 249,freguesiadeJoane,doconcelhodeVilaNovadeFamalicão,quesãodonose legítimospossuidores,comexclusãodeoutrem,doprédio rústicocompostoporum terrenodehorta,comaáreade877m2,situadonolugardasAlmasdeMatos,freguesiadeJoane,doconcelhodeVilaNovadeFamalicão,aconfrontardoNortecomManuelFernandoFariaFernandes,doSulcomcaminhopúblicoeFilomenaRibeiroFernandes,doNascentecomCláudiaMariaFaria

Fernandeseoutro,edoPoentecomprédiourbanodosjustificantes,nãodescritonaConservatóriadoRegistoPredialdeVilaNovadeFamalicão,masestáinscritonarespectivamatrizpredialrústica,emnomedojustificantemarido,soboartigo1.453. Que,iniciaramapossesobreesteprédio,porvoltadoanodemilnovecentoseoitentaecinco,porlhestersidodoadoporseuspaisesogros,JoaquimRibeiroFernandesemulherNarcisaRibeirodeFaria, casados sob o regimede comunhãogeral, residentesno lugardaTapada,dadita freguesiadeJoane,semquenuncatenhasidocelebradaarespectivaescriturapública. Que, destemodo, nãopossuem título formal que lhespermita registar a seu favor na citadaConservatória doRegistoPredial, o referido prédio, embora sempre tenhamusufruído detodasasutilidadesporeleproporcionadas,cultivando-o,colhendoos respectivos frutos, pagando os respectivos impostos, comânimo de quem exercita direito próprio, sendo reconhecidos

como seus donos por toda a gente, fazendo-o de boa fé, porignorarem lesar direito alheio, pacificamente, porque semviolência, contínuae publicamente, à vista e comconhecimentodetodaagenteesemoposiçãodeninguém,etudoistoporlapsodetempobastantesuperioravinteanos. Que, dadas as características de tal posse, osjustificantes adquiriram o referido prédio por usucapião, direitoque, pela sua própria natureza, não o podem comprovar porqualquertítuloformalextrajudicial. Estáconforme. Matosinhos,19deMaiode2011

CERtIDÃO

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