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SELETIVAS MADA 2008 CONHEÇA AS FINALISTAS DE UM DOS MAIORES FESTIVAIS DO PAÍS Ediçao Número 1 15 de junho de 2008 Ano 1 www.programaalternativo.com programa alternativo Jornal do Entrevista com Pedro de Luna - Vinil - Rock Alcóolatra - Notícias O espaço da música underground E mais:

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Primeiro jornal do Programa Alternativo

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SELETIVAS MADA 2008CONHEÇA AS FINALISTAS DE UM DOS MAIORES FESTIVAIS DO PAÍS

Ediçao Número 1 15 de junho de 2008 Ano 1 www.programaalternativo.com

programa alternativo

Jorna

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do

Entrevista com Pedro de Luna - Vinil - Rock Alcóolatra - Notícias

O espaço da música underground

E mais:

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ONDE ENCONTRAR O JORNAL?O jornal terá uma distribução alternativa. Em

todos os eventos em que o Programa Alterna-tivo fizer a cobertura para o site. Alguns pon-tos fixos também podem ser encontrados. Até o momento do fechamento temos como pontos certos:

Banca Piauí (Leblon)Centro Acadêmico de Comunicação da UERJFaculdade Pinheiro Guimarães (Catete)Ei Musica (Leblon e Freguesia)

No site www.programaalternativo.com você encontrará uma lista mais atualizada com novos pontos e endereços de distribuição e os eventos que faremos as coberturas onde você poderá pegar o seu exemplar.

EXPEDIENTEEditores-chefes Argentino Duarte Livia SantanaFotografiaTatiana AlmeidaArgentino Duarte ReportagensLivia SantanaArgentino DuarteDiagramaçãoLivia SantanaPatrocínioEi Musica.com

editorial

programa alternativo

JORNAL

DO

Essa é a primeira edição do Jornal do Programa Alternativo. Aqui será um espaço destinado as bandas independentes do Rio de Janeiro e do Brasil,visando divulgar e melhorar a cena carioca. Aliados a matérias de interesse geral, abordando assuntos onde o principal foco é analisar e indicar os melhores caminhos. Com o objetivo pleno de tornar conhecida as bandas, os show e os festivais locais, além das matérias aqui feitas, também contaremos com um site(www.programaalternativo.com), onde a mais de 8 meses fazemos coberturas. Esse site será o elo de ligação entre as matérias e as coberturas diárias, onde mesmo que o show não seja badalado, estaremos fazendo nosso trabalho pra mostrar o que é de qualidade. Assim com essas características de desenvolvimento do trabalho, e contando com a ajuda de todos os leitores fazendo uma interação entre quem lê e quem escreve, tornando assim mais fácil o acesso à informação para o público.

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e a lapa pega fogo! Por Livia Santana

Reduto dos principais estilos e diversidades culturais do Rio de

Janeiro, a Lapa abriga casas que abrem espaço para as bandas novas mostrarem seu trabalho.

Desde sua construção em 1911, o Cine Lapa é palco de movimentos culturais e depois de sua última reforma em 2005, recebe shows das mais antigas as mais novas bandas independentes de dentro e fora da cidade. Grito Rock 2008 e Rock e Diversão são ótimos exemplos. Outra boa escolha é o Teatro Odisséia. Construído em 1907, de armazém de quinquilharias se tornou uma referência na cidade quando o assunto é cultura alternativa. Bandas como Matanza e Rockz fizeram o Odisséia parecer pequeno.

Com dois andares e as quartas-feiras reservadas para bandas independentes, o Recanto da Lapa tem uma programação musical caracterizada pela diversidade, com apresentações que vão de choro ao rock. Tem para todos os gostos. Já na rua do Riachuelo, o Rio Rock e Blues e a pedida para boa música. Próxima aos arcos, a casa possui 4 andares e recentemente apresentou o show Cabaret da Vinci e Ecos Falsos.

Já o Circo Voador, inaugurado em 1982 na praia do Arpoador e depois transferido para o bairro da Lapa ,é

conhecido não só por levar grandes nomes da música portanto saia de casa e vá conferir os festivais e eventos undergrounds que rolam no bairro mais boêmio do Rio.

Independente ou underground?

Por Argentino Duarte

Existem muitas bandas que se orgulham de ser independentes já outras assumem que não saem do underground. Mas o que tem haver bandas independentes e o meio un-derground?

A idéia é dar espaço para as bandas que não tem, portanto que freqüen-tam o underground. Mas porque não focar só no independente, já que no underground tem artistas que são de gravadoras?

Essa idéia pode martelar na cabeça da galera, mas a resposta não é mui-to complexa. Bandas como Matanza e Manacá, são bandas que já tem quem produza seus cds, mas fazem questão de sempre tocar nesse meio e trazer público. Não será por esse motivo que nesse veículo os mais fa-mosos terão mais espaço, é questão de justiça, mostrar o que há de qualidade. Até porque existe artistas consagrados que voltaram ao inde-pendente, mas não freqüentam o underground.

MAIS INFORMAÇÕES E COBERTURAS VOCÊ ENCONTRA NO SITE PROGRAMA ALTERNATIVO!

O Rio de Janeiro vive um momento não muito bom para a música inde-pendente segundo relatos da maio-ria dos artistas do meio. Existe uma carência muito grande de publico em shows. Normalmente eventos do porte de alguns que acontecem no Cine Lapa, Melt, entre outra, lotariam em qualquer lugar do Brasil. Como aquela antiga frase já dizia, “a propaganda é a alma do negocio” e aparentemente muitas casas também esquecem da

divulgação. Alguns artistas muito bons tem

desembarcado em solo carioca, mas infelizmente pouquíssimas pessoas tem acesso a informação. O que acon-tece então?

Bom, para se ter uma idéia, Zeferina Bomba, uma banda já conhecida no circuito nacional, veio aqui recen-temente. Quantas pessoas ficaram sabendo? Poucas imagino. A divul-gação foi inexistente. O site Programa

Alternativo só ficou sabendo por con-ta de um mail recebido dos próprios integrantes da banda.

As vezes chegam informações de festi-vais de todas as partes do pais. O mais interessante é que daqui do Rio, onde trabalhamos, é o único lugar que te-mos que correr atrás das bandas e dos eventos. Portanto para que os shows voltem a encher, divulgação é um dos pilares que podem sustentar a cena.

Por Argentino Duarte

E A GALERA QUER SABER : POR QUE OS SHOWS NÃO LOTAM?

Móveis Coloniais de Acaju no Circo Voador

Foto

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Tat

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NA ONDA DO ROCK ALCÓOLATRA

Você pode não perceber, mas o álcool está a sua

volta. No supermercado, no barzinho (principalmente no barzinho), no ambulante, todos estamos cercado por bebidas dos mais diferentes tipos e espécies. Tanto isso é fato, que vários artistas cantam a essas substâncias que para alguns é o néctar dos deuses.

O álcool, seja ele destilado ou não, é conhecido por todos e talvez por isso seja tão lembrado pelos rockeiros. Difícil ter uma pessoa que resista a cantar a plenos pulmões sobre uma bebedeira escrita por alguém, mesmo porque, quem nunca tomou um porre na vida?Sempre aparece alguém

que faz pelo menos alguma

música, como é o caso da banda Vanguart que tem em seu repertório a conhecida “Cachaça”. Mas o legal mesmo são as bandas que só falam ou pelo menos sempre fazem referência. O Rock Rocket é o principal exemplo disso. Com a maioria de suas músicas contando historias de bebuns, ou até mesmo falando dela, como é o caso de “Cerveja Barata”, a banda tem um CD intitulado: Por um Rock and Roll mais alcoólatra e inconseqüente.

Aqui no Rio não é diferente. Matanza e Marafos, são bons exemplos de bandas que sempre arrumam uma maneira de a “mardita” aparecer em suas composições. A primeira tem um som estilo velho oeste e com suas influências Folk, dá vontade de ir procurar

um saloon em pleno Rio de Janeiro só para pedir uma bebida. A segunda mistura Rock e Blues, e lançaram seu primeiro EP chamado: Suor, Cerveja e Rock n’ Roll.

Para alguns ela serve tanto de fonte de inspiração que batizam a própria

banda ou deixam explícito a influência alcoólica. Pelo Brasil podemos ainda citar Os cervejas, de Jaú, São Paulo, fazendo um punk rock e de Lauro de Freitas, na Bahia, o Movidos a Álcool é a pedida de quem curte um Brega-Rock bem

divertido. Já pelos lados de Mato Grosso do Sul, os Bêbados Habilidosos tocam (e bebem) há mais de 10 anos juntos, sempre com uma levada Blues pra acompanhar suas canções repletas de histórias. Na nossa área, temos a Mobile Drink, já conhecida no circuito carioca, fazendo um puro e autêntico Rock em Roll como em “Novamente ao Bar”. O que não falta são “bebuns” fazendo música em toda a parte do Brasil. É só escolher aquela mistura que mais agradar

ao seu “paladar auditivo”, ligar o som no talo, dar um belo gole no que mais lhe for conveniente e estar preparado para conhecer uma verdadeira fabrica sonora do mais puro álcool.

“Existem outras bandas por ai com cerveja, mais vinho aqui para destilar minha minhas palavras, e dizer que o álcool domina minha mente, como já cantava Gritando HC.” Por Argentino Duarte

ROCK ROCKET

MOBILE DRINK

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O ETERNO CHARME QUE NÃO SAI DE MODA

Mais de 20 anos após o surgimento dos cds e em plena era digital, músicos ainda apostam nos velhos

discos de vinil

da banda não faz nenhuma questão de disfarçar o apego ao clássico uso do toca discos. A qualidade sonora e

a durabilidade foram as armas usadas pela indústria fonográfi ca de compact discs para justifi car e decretar a morte do vinil, mas os adeptos discordam e batem o pé no que se refere a qualidade do som. Para eles os Long Plays,mais conhecidos como Lps, compactos e afi ns passam uma sonoridade mais verdadeira e pura do que as novas mídias apresentam.

O Móveis Coloniais de Acaju e Gabriel Thomaz, do Autoramas, também apostaram nesse antigo jeito antigo de ouvir música e lançaram juntos um vinil

intitulado “Vai Thomaz no Acaju” . Em entrevista ao site Programa Alternativo, Esdras, o saxofonista da banda revelou “Eu adoro vinil, sou fã... eu vou em sebo... é um ritual... CD é pro dia-a-dia, você põe no carro, mp3 você deixa ligado só pra ouvir e descobrir coisas novas, agora vinil você pega olha a capa grande, vê quem fez a capa, abre alguma coisa pra tomar...”

Já a banda Estação 22 atenta para outro ponto: “Não somos contra o vinil, mas infelizmente, como o cd, se tornou algo caro e fora de cogitação para a grande massa da população, nós preferimos o mp3 e ipods. Com o grande crescimento da divulgação de músicas

e downloads pela internet, simplifi ca muito para o público que talvez não tivesse acesso ao seu som, e nós, bandas independentes, de alguma forma, somos muito benefi ciados com essa nova mídia.”

De qualquer maneira, febre em todo o mundo a partir da década de 50, foi só no fi nal da década de 80 com a chegada do cd que os pretinhos foram perdendo as forças. Mas mesmo fora de moda para alguns seu charme ultrapassa gerações. A galera independente que o diga!

Por Livia Santana

Nem os ipods e mp3s conseguiram derrubar a forma mais antiga se de escutar música. Está certo que essas modernas invenções do século XXI atraem fãs de todo o mundo cada vez mais em busca de conforto e praticidade. Mas mesmo depois de mais de vinte da invenção do “futuro extinto” cd, os famosos bolachões ainda encontram espaço nas estantes e admiradores que pagam preços cada vez mais altos por essas raridades.

A preferência pelo vinil não se limita aos ouvintes. O Filhos da Judith também não esconde que em plena era digital o vinil ainda faz sua cabeça. “Eu queria ser vinil”, título do primeiro cd

www.programaalternativo.comAcesse e saiba tudo que rola nos melhores shows do Rio

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SELETIVAS MADA 2008: QUEM SERÁ O VENCEDOR ?O festival MADA, música

alimento da alma, realizado em Natal é um dos maiores festivais do país e em 2008 completa 10 anos de existência.

Criado por Jomardo Jomas, o MADA serve de vitrine para novas e antigas bandas independentes de vários estados do Brasil e em todo esse tempo já passaram pelo festival Mop Top, Superguidis, Móveis Coloniais de Acaju, Mellotrons, Montage, MQN, Mombojó e Cabaret. Assim como em anos anteriores (exceto 1999), as seletivas para saber quem terá a feliz oportunidade de tocar em Natal foram cheias de expectativa e surpresas, não só para o público, mas principalmente para as bandas concorrentes.

Para elas o MADA é sem dúvida uma ótima chance de mostrar seu trabalho para um público novo e diferente do que já se está acostumado, chegando talvez, a atingir pessoas que nunca nem tenham ouvido falar dessas bandas e ainda fazer com estas recebam bem seu trabalho.

Aqui no Rio não poderia ser diferente, milhares de bandas enviaram seu material para ser avaliado e quem sabe chegar as seletivas, mais só 18 conseguiam ter a sorte de tentar ir à Natal mostrando seu trabalho no palco da Melt. As noites de disputa contaram ainda com apresentações como as do Eletro, O Surto e Macanjo, esse último, por ter faturado o B de Banda 2008, já está classificado para representar a música carioca no Rio Grande do Norte.

Em maio desse ano, a seletiva Rio deu o ponta pé inicial e dezoito bandas entraram na disputa pela vaga (veja no quadro ao lado as todas as banda que concorreram). Vale ressaltar a marcante presença feminina nos três dias da seletiva que rolaram na Melt. Pelo menos uma banda em cada noite era liderada por uma mulher. As Doidivinas Helga,Flávia e Luciana, Martha F. do Set Setters e Tatiane Rulez do Majestik levaram além de suas músicas seu charme deixando a disputa ainda mais emocionante. Vale lembrar também a presença de músicos, que mesmo não participando dos shows foram para conferir, prestigiar e até mesmo conhecer as bandas. No fim das apresentações, seis ainda estão na briga pela vaga. A grande e decisiva disputa final acontecerá dia 9 de julho no Teatro Odisséia, Lapa.

Do primeiro dia foram classificadas as bandas NV e Tapete Red. A segunda conseguiu a classificação pelo voto do público (confira na página ao lado a cédula de julgamento dos jurados). No segundo dia, o Contra-capa e o Crombie levaram a melhor. Já no terceiro, a levada do Tuttu Madre e as palavras rápidas do Eiza, conquistaram os jurados e mais uma vez, a galera que votou em suas banda favoritas fez a diferença botando outra banda na final.

Mais uma vez parabéns, não só as que ainda estão na disputa e sim a todas que participaram. Foram ótimas apresentações e todas são vencedoras.

Quem quiser saber mais sobre o que rolou nesses três dias de seletiva é só acessar www.programaalternativo.comLá você confere a cobertura completa de cada show. Entre e confira!

Por Argentino Duarte e Livia Santana

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SELETIVAS MADA 2008: QUEM SERÁ O VENCEDOR ?(Em negrito as bandas que estão na final)

Dia 19/05NV

Mobile DrinkAs Doidivinas

DelloriaTapete Red

Latuya

Dia 26/05TArt Full Out

Contra - capaCrombie

RoninSet SettersHimalaia

Dia 01/06CinzelEizaAive

MajestikeCkuela

Tuttu Madre

Canção [ ] 05 [ ] 06 [ ] 07 [ ] 08 [ ] 09 [ ] 10 Arranjo [ ] 05 [ ] 06 [ ] 07 [ ] 08 [ ] 09 [ ] 10

Cantor

[ ] 05 [ ] 06 [ ] 07 [ ] 08 [ ] 09 [ ] 10

Performance [ ] 05 [ ] 06 [ ] 07 [ ] 08 [ ] 09 [ ] 10

Empatia com o público

[ ] 05 [ ] 06 [ ] 07 [ ] 08 [ ] 09 [ ] 10

CONFIRA NA ORDEM AS BANDAS QUE PARTICIPARAM CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

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Do Rock aos HQs: Entrevistando Pedro de Luna

Por Livia Santana

Figura antiga e super ativa na cena underground carioca,

Pedro de Luna, jornalista de profissão, publicitário no diploma, produtor cultural, empresário de banda e cartunista sempre teve seu nome vinculado ao independente. Já foi editor, repórter e colunista do Jornal do Rock, International Magazine, Rock e Press, Beach. Atualmente é o diretor do movimento Araribóia Rock que já dura 3 anos e publica seus quadrinhos na coluna B de Banda do Jornal do Brasil e agora no mais novo jornal do Programa Alternativo. Em entrevista para o jornal Pedro deu sua opinião e falou sobre seus projetos e como entrou no independente carioca.

Coisa pra fazer é o que não te falta. Como você consegue conciliar todos os seus trabalhos?Boa pergunta. Na verdade estou entrando numa fase mais seletiva, tentando cortar o que não dá grana. Quando a gente começa a se envolver com a cena underground, como eu comecei em 1993, o amor pela parada é

forte, a ideologia também. Mas com o passar do tempo vamos crescendo e ganhando mais responsabilidades, as contas aumentam de quantidade e de valor. Este é um ano decisivo pra mim em relação a vários aspectos.Li em uma entrevista que o desenho sempre fez parte da sua vida e da sua família, mas quando descobriu que queria ser cartunista? Pois é, todos os meus irmãos desenham bem. Eu sempre tive uma facilidade e já ganhava dinheiro com isso aos 16, 17 anos. Só que nunca tive muito incentivo para tentar viver disso, aquele papo de “arte não dá dinheiro no Brasil”. Por isso optei pela faculdade de Comunicação ao invés, por exemplo, de Belas Artes. Quando experimentei muitas coisas, inclusive uma temporada de quase 4 anos morando em São Paulo, retornei a Niterói decidido a tentar viver dos quadrinhos, das ilustrações. Vem dando certo e tenho conseguido ao menos pagar as contas com o que a minha mão e a minha cabeça criam.E o underground, como entrou na sua vida? Eu pegava onda em 1993 na praia de Piratininga, onde morava, e rolava um projeto da prefeitura de shows de rock semanais de graça, de frente pro mar. Nesta época também existia um bar chamado Gato Preto, com shows gratuitos também. Aí eu entrei pra faculdade e fui estagiar logo no 1o período na rádio Fluminense FM e, de lá, fui para a gravadora independente Polvo Discos, que lançou Beach Lizards, Dash, X Rated e Big Trep. Ali eu definitivamente entrei

Quando tive a idéia de fazer o projeto Bandas Desenhadas decidi ir além dele, divulgando as bandas nacionais por meio dos quadrinhos, mas não só no rádio ou com o personagem cantando, mas também através da camiseta, de cartazes, etc. Chamo isso de “merchandising em quadrinhos” (risos).Conta pra galera um pouco do que é o bandas desenhadas. A Oxiurus é uma das bandas desenhadas que não conseguia fazer shows. E aí já rolou algum? Não, ainda não conseguiram debutar ao vivo (risos). O projeto começou com o Oxiurus, depois passei a criar mais com o Dr Pop (um cientista maluco em busca da fórmula do sucesso, que era

pra old school do underground nacional.De onde surgiu a idéia de misturar rock e HQ? Das histórias do Angeli, sobretudo do Bob Cuspe. O punk sempre ouvia um som ou cantava uma música, mas sempre gringas, como Clash e Pistols.

publicado na revista Laboratório Pop) e, de 2006 pra cá, com o roqueiro Bzão - cujas tiras são publicadas de 2a a 6a feira no Caderno B do Jornal do Brasil. No mesmo JB eu edito o blog de quadrinhos, que é aberto pra novos talentos também. O link é www.jblog.com.br/quadrinhos.php

Falando em música, você produz o Araribóia Rock. Qual a proposta do Festival? O Araribóia Rock é muito mais que um festival ou um evento. É um coletivo com objetivos maiores e mais duradouros. Realizamos e apoiamos sim vários eventos, mas a preocupação é consolidar uma cadeia produtiva onde todos os atores consigam sobreviver do seu trabalho. Conseguimos, por exemplo, que Niterói tenha o Dia Municipal do Rock - é uma das poucas cidades no Brasil -, estamos produzindo dois CDs coletânea e começaremos em junho um projeto de shows semanais nas pistas de skate da cidade, sempre às sextas. Onde e como rola o Araribóia? Nos poucos espaços que abrem

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FALANDO DE MÚSICA COM PROF. LUIZ

pro rock, ainda que cobrando aluguel de tudo (da casa ao som, passando pelo cartaz e o flyer, além do segurança). Por essas e outras estamos buscando a ocupação dos espaços públicos, como pistas de skate e praças. Uma das praças, a Getulio Vargas, foi palco do evento Participativo Cultural por quase um ano. A gente fazia show, intervenção na fachada do Cine Icaraí e projetava vídeos e curtas como forma de atrair os moradores pro nosso ambiente, formar público e divulgar a cultura local sem cobrar ingresso.Ano passado fizemos o Arariboia Rock Apresenta no Teatro da UFF com grande sucesso. Levamos bandas como Canastra, Lasciva Lula e Móveis Coloniais de Acaju, mas infelizmente a nova direção não convidou a gente pra continuar o evento este ano. Uma grande falta de visão, ainda mais se tratando de um espaço universitário, ao menos na teoria...Quais os critérios na seleção das bandas? Basicamente qualidade, engajamento na causa (tem banda que não vai assistir outras bandas tocarem) e se ela tem público ou se esforça pra isso. Os eventos produzidos pelo coletivo não fazem bandas venderem ingresso, por exemplo. Porém apoiamos dois eventos neste modelo, sem eles haveriam menos eventos na cidade. É sempre importante lembrar que o coletivo foi criado para projetar as bandas de Niterói e São Gonçalo, logo, a prioridade é fazer as coisas pro pessoal daqui, o que não impede que bandas do Rio venham pra cá. O que a gente costuma pedir é uma contrapartida, que levem a galera daqui pra tocar do outro lado da ponte também.Com que tipo de apoio você conta? Apenas de comerciantes locais, das bandas, jornalistas e, vez ou outra, da Secretaria de Cultura

de Niterói. Esperávamos muito mais do atual governo, pela tradição do vínculo cultural com o partido, mas infelizmente pouca coisa melhorou. Só agora em ano eleitoral é que começamos a fazer mais coisas juntos. Uma pena, mas antes tarde do que nunca, né?Tem idéia de quando será o próximo?O festival é sempre em dezembro, mas estamos sempre em atividade. A partir de junho teremos este projeto das pistas de skate que já nos ocupa bastante e cuja remuneração é quase simbólica. O desafio está em fazer o rock dar alguma grana decente, para que todos nós possamos nos dedicar mais a ele.Pra encerrar deixa uma dica para os leitores de onde podem encontrar seus HQs e como se inscrever para o Araribóia Rock.Infelizmente ainda não consegui lançar as HQs em revista ou livro, então por hora só mesmo no JB ou no www.fotolog.com/jornaldorock mas eu gosto muito de fazer exposições. Acredito que a próxima seja no MOLA, no Circo Voador. Já o Araribóia Rock tem um site próprio (www.arariboiarock.com.br) e as bandas que estiverem afim de tocar aqui devem mandar dois CDs + 2 releases para a Cx Postal 106.083 Niterói RJ 24232-971.

É com muito prazer que escrevo essa coluna de número um, da primeira edição do jornal do programa alternativo. Como músico profissional, professor e produtor há mais de 15 anos, sei exatamente a importância deste espaço direcionado a divulgar os artistas da cena independente e tenho o prazer de hoje poder patrocinar este projeto. Lembro como se fosse

ontem, da época em que arrastava meus instrumentos, carregava caixas de som, suava, passava por apertos na madrugada, tudo isso para às vezes não ganhar nada ou até mesmo ter que “tirar do bolso” para tocar. Sim, tudo tem seu começo e hoje, graças a Deus e ao apoio da minha família maravilhosa, que são os pilares que me sustentam e que mantém firme e forte, trabalhando para conseguir manter a empresa, apesar de todas as dificuldades e obstáculos que enfrentamos no dia a dia. Hoje, tento de todas as formas, oferecer a este público, o máximo de suporte, talvez para tentar suprir a falta que isso fez na minha juventude. Queria é claro, poder fazer muito mais, mas muitas vezes esbarramos na falta de verba, infra-estrutura e até de incentivos. Mas agora não é um momento para lamentar, mas sim, para comemorar, pois, com esta iniciativa, muitos artistas e bandas serão favorecidos.Parabéns Lívia, Argentino e toda equipe que contribui direta ou indiretamente para este jornal. Tenho certeza que o mesmo será uma referência na cena musical independente.

Prof. Luiz Felipe Rangel de Moraes

FBI: FESTIVAL DE BANDAS INDEPENDENTES

Vem aí a 2ª edição do FBI! Agora na Lapa!Inscreva já a sua banda!

P R Ê M I O D E A T É R $ 3 0 0 0 , 0 0 P A R A O 1 º L U G A R

Informações:MSN:[email protected] - Gustavo (Tigu)/Tiago Machado (Maka)/Daniel

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eidaEstação 22 no FBI

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Cabaret Da Vinci Ausência dos músicos

O projeto muito bem elaborado pela banda Cabaret rola sempre no Rio Rock Blues e consiste em apresentar os grandes sucessos do cinema na versão de Marvel e sua banda. Sempre muito teatral,o Cabaret chama a galera e apresenta um show com muita interação e criatividade. Há também sempre uma banda convidada e para finalizar, os anfitriões voltam ao palco com seu tradicional repertório.

A falta de companheirismo de algumas bandas chega a ser um absurdo. Elas vão aos shows mas não ficam para assistir e prestigiar as outras, o que é no mínino uma falta de humildade. Só querem mostrar seu trabalho e não ficam para conhecer o dos outros. Portanto, já que está todo mundo no mesmo barco, a idéia seria se ajudar e não se sentir superior. Isso prejudica a cena e a eles mesmos.

ANALISANDO A CENA COM CANASTRA

Com a palavra Renato:“A cena está muito ruim. Rio

e SP são cidades muito com-plicadas pra tocar. Agente tocando fora é que vê e é até engraçado! Os caras das out-ras cidades acham que aqui realmente tem mais oferta de cultura mas talvez seja por isso que você enquanto banda independente e artista alternativo tem que dar muito mais na cara do sujeito para chamar ele para o seu show. No interior a galera é muito mais receptiva a tudo que vem e muito vem de fora. Eles estão mais acostumados. Já aqui e em SP o público é mais desconfiado e tem que ficar mais em cima para galera acompanhar seu trabalho.”

CLASSIFICADOSAmplificador de Audio Potência Roxy EPX 1500W Power amplifier* 2 x 750 Watts em 2 ohms *1500 Watts em operação ponte (bridge) 4 Ohms* 2 canaisem 10x de R$ 144,33 sem juros ou R$ 1.299,00 com desconto CAIXA ACUSTICA falante de 15 PA ROXY R215Caixa acútica ROXY R215 * Versatil para uso como monitor de chão ou caixa suspensa.* Potência entregue (Pico): 800 em 10x de R$ 66,56 sem juros ou R$ 599,00 com desconto CAIXA ACÚSTICA para PA ROXY MOD SR1221Caixa Acustica Roxy Modelo sr 1221. * Dupla função, como monitor de chão ou para reforço sonoro suspenso.* Potência entregue: 300 W (Pico), 150W (Programa)* em 10x de R$ 44,33 sem juros ou R$ 399,00 com desconto Mesa de som 10 canais mixer Roxy VX 1002fxComentário do Professor Luiz: Seu amigo portátil para shows pequenos e com qualidade!em 10x de R$ 36,56 sem juros ou R$ 329,00 com desconto

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Guitarra Squier By Fender JagmasterComentário do Prof. Luiz: Grande Jaguar, a quanto tempo não vejo um modelo parecido! em 10x de R$ 133,22 sem juros ou R$ 1.199,00 com desconto

2456-2071 3183-1553

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LANÇAMENTOS ROCKASSETES BANZÉ!

TIRINHAS Por Pedro de Luna PING-PONG COM:

MÓVEIS COLONIAIS DE ACAJU

Rio de Janeiro: FelicidadeCirco Voador: EuforiaPúblico Carioca: Maravilhoso como a cidade maravilhosa!Internet: EssencialShows: NecessáriosMúsica: Nossa vidaMóveis Coloniais de Acaju: Um nome grande...(risos).Um carma...(risos)

TOATOA RAPPOSA

Bzão

Dr. Pop

Formada por Lulu (vocal), Colibri (guitarra), Pedrex (baixo) e Leduc (bateria) a banda Rapposa, faz desde 2004 um som inspirado no funk/rock tendo como influências diretas Red Hot Chili Peppers, Led Zeppelin além de Jimmy Hendrix. Originário do Rio de Janeiro,o Rapposa lançou no final de abril de 2008 seu primeiro cd “Temporada de caça”. Destaque para

as músicas “Sonhador”, “Rio” e o hit “Do começo ao fim” que sem dúvida vão te fazer sair cantarolando por aí.

A banda que desfila um rock ora ensolarado e praiano, ora crítico e ácido traz em seu segundo cd “Na Mão Do Palhaço” um som mais abrangente, tanto em termos rítmicos, harmônicos e melódicos, como em relação às letras, explorando uma variedade maior de temas e abordagens. Márcio BumBs (bateria e Vocal),Marcelo Monte (baixo e vocal),Jonny (vocal), Marcus Bart

(guitarra e Vocal) e Fabiano Pacheco (guitarra) compõem o Toatoa. Destaque para “Homem não chora” e “Duro”.

Um pouco de Jovem Guarda, uma pitada indie e uma boa guitarra fazem desses sergipanos uma agradável surpresa vinda do Nordeste. Bruno Mattos (guitarra e voz), Léo Mattos (bateria e voz), João Melo (baixo) e Rafael Costello (guitarra) formam a banda que em 2008 lançou o cd“Sobre garotas, discos e o tênis vermelho”, e que mesmo nascida em 2000 compõem

canções de amor inocentes assim como nos anos 60. Destaque para “A garota do tênis vermelho” e “Pipa”.

Lançado em 2008, “Antes da queda” é o segundo cd do Banzé e o primeiro lançamento do selo virtual da grava-dora MONDO77. O trio paulistano traz em seu cd questionamentos e buscas do tempo em que vivemos, carregado de saudável ironia, fator importante para dar a medida certa de seriedade e do humor necessários a qualquer boa obra. Destaque para “Um Homem sem

qualidades”, “Infausto” e “Boca do Lixo” além da participação de Wayne Kramerdo do MC5.

Page 12: Jornal Programa Alternativo I

Um dia estava em um show da zona sul quando ouvi um carinha falar a seguinte afirmação: - Olha como sou esperto, mando scrap pra todo mundo do orkut com o player do meu myspace e quando qualquer pessoa entra na sua página de recados, ativa o player e por isso eu sou uma das pessoa mais visitadas. Estou na frente até de gente famosa... Concluo eu: De que adianta essa pessoa ser a mais visitada do myspace e num ser conhecida por ninguém? Por Argentino Duarte

PAPO INFORMALDESCREVA SUA BANDA

FESTIVAL CAFÉ ETÍLICO

A quarta edição do festival que rola em Recreio dos Ban-deirantes no pub Café Etílico chegou ao fim no domingo, dia 08 de Junho e levou seis bandas ao palco. Com um público de mais de 200 pessoas, Cena 01, Mimesis,

Central 111, Strada de Terra, Linha 2 e Zell tocaram em uma dis-puta acirrada na qual o vencedor ganhava seis horas de gravação no estúdio EIMÙSICA. Com um repertório recheado de ótimas músicas e uma

apresentação empolgante, a banda Strada de Terra fez o público vibrar com boas letras e arranjos bem feitos, sagrando-se campeã do festival. Também foi eleito o hit do festival, a música Segundos, da mesma banda de Rio das Ostras.

Por Livia Santana

Off 7: Banda grunge de Austin ,composta por Luís Cláudio(bateria) Wallace (baixo e back vocal),Jorge Martins (guitarra e back vocal),Bush (guitarra solo) e Cacau (vocal) que desde 2004 vaga por todo o estado do Rio levando seu trabalho autoral com instrumentais nervosos e letras de insatisfação totalmente influenciados por Pearl Jam, Alice in chains e Nirvana. Pegada e conteúdo num estilo que nunca morreu. Esse é o grunge Off 7.A banda toca toda quinta no bar mais rock’ n roll da baixada,

o bar do russo, em Comendador Soares, Nova Iguaçu, a partir das 21hrs, de graça e sempre com bandas convidadas! Fica na rua do Vasquinho em frente ao espetinho não tem erro! www.myspace.com/bandaoff7

O QUE ROLA POR AÍ...

RUMO A LONDRES Gustavo di Pádua, professor de guitarra

da escola EIMUSICA foi escolhido entre guitarristas de todo o mundo e é um dos finalistas do festival GUITAR IDOL. Rumo a Londres, o professor que tam-

bém é produtor musical disputará a fi-nal ao lado de Yngwie Mamlsteen, Paul Gilbert e Joe Satriani.

Parabéns e boa sorte!