jornal placar edicao 171

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Kaká incorpora Dunga (1) DOUGLAS ABY SABER/FOTOARENA | (2) RICARDO NOGUEIRA/FOLHAPRESS (1) OS SEM-COPA Mesmo sem ser convocado pra seleção, Neymar fatura uma bolada com a Copa da África PÁG. 15 EDIÇÃO 171 | QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010 WWW.PLACAR.COM.BR Até ele, que era calmo, entrou na pilha do técnico e se irritou com dois assuntos: púbis e religião Uruguai pega teta nas oitavas e joga o México pra Argentina Vexame sem fim: técnico francês deixa Parreira no vácuo (2) HEXA FALTAM 5 JOGOS PARA O

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jornal placar edicao 171

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Page 1: jornal placar edicao 171

Kaká incorpora Dunga

(1)

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( 1 )OS SEM-COPA

Mesmo sem ser convocado pra seleção, Neymar fatura uma bolada com a Copada ÁfricaPÁG. 15

EDIÇÃO 171 | QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010

WWW.PLACAR.COM.BR

Até ele, que era calmo, entrou na pilha do

técnico e se irritou com dois assuntos:

púbis e religião

Uruguai pega teta nas oitavas e joga o México pra Argentina Vexame sem fim: técnico francês deixa Parreira no vácuo

(2)

HEXA

FALTAM

5JOGOS

PARA O

Page 2: jornal placar edicao 171

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 ESLOVÊNIA 4 2 12 ESTADOS UNIDOS 2 2 03 INGLATERRA 2 2 04 ARGÉLIA 1 2 -1

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 ARGENTINA 9 3 62 COREIA DO SUL 4 3 -13 GRÉCIA 3 3 -3 4 NIGÉRIA 1 3 -2

TABELA - FASE DE GRUPOS

GRUPO EJogo: 9 Local: Joanesburgo Data: 14/6 Hora: 8h30

HOLANDA 2 x 0 DINAMARCAJogo: 10 Local: Bloemfontein Data: 14/6 Hora: 11h00

JAPÃO 1 x 0 CAMARÕESJogo: 25 Local: Durban Data: 19/6 Hora: 8h30

HOLANDA 1 x 0 JAPÃOJogo: 26 Local: Pretória Data: 19/6 Hora: 15h30

CAMARÕES 1 x 2 DINAMARCAJogo: 43 Local: Rustemburgo Data: 24/6 Hora: 15h30

DINAMARCA x JAPÃOJogo: 44 Local: Cidade do Cabo Data: 24/6 Hora: 15h30

CAMARÕES x HOLANDA

GRUPO FJogo: 11 Local: Cidade do Cabo Data: 14/6 Hora: 15h30

ITÁLIA 1 x 1 PARAGUAIJogo: 12 Local: Rustemburgo Data: 15/6 Hora: 8h30

NOVA ZELÂNDIA 1 x 1 ESLOVÁQUIAJogo: 27 Local: Bloemfontein Data: 20/6 Hora: 8h30

ESLOVÁQUIA 0 x 2 PARAGUAIJogo: 28 Local: Nelspruit Data: 20/6 Hora: 11h00

ITÁLIA 1 x 1 NOVA ZELÂNDIAJogo: 41 Local: Joanesburgo Data: 24/6 Hora: 11h00

ESLOVÁQUIA x ITÁLIAJogo: 42 Local: Polokwane Data: 24/6 Hora: 11h00

PARAGUAI x NOVA ZELÂNDIA

GRUPO AJogo: 1 Local: Joanesburgo Data: 11/6 Hora: 11h00

ÁFRICA DO SUL 1 x 1 MÉXICOJogo: 2 Local: Cidade do Cabo Data: 11/6 Hora: 15h30

URUGUAI 0 x 0 FRANÇAJogo: 17 Local: Pretória Data: 16/6 Hora: 15h30

ÁFRICA DO SUL 0 x 3 URUGUAIJogo: 18 Local: Polokwane Data: 17/6 Hora: 15h30

FRANÇA 0 x 2 MÉXICOJogo: 33 Local: Rustemburgo Data: 22/6 Hora: 11h00

MÉXICO 0 x 1 URUGUAIJogo: 34 Local: Bloemfontein Data: 22/6 Hora: 11h00

FRANÇA 1 x 2 ÁFRICA DO SUL

GRUPO BJogo: 3 Local: Joanesburgo Data: 12/6 Hora: 11h00

ARGENTINA 1 x 0 NIGÉRIAJogo: 4 Local: Port Elizabeth Data: 12/6 Hora: 8h30

COREIA DO SUL 2 x 0 GRÉCIAJogo: 19 Local: Bloemfontein Data: 17/6 Hora: 11h00

GRÉCIA 2 x 1 NIGÉRIAJogo: 20 Local: Joanesburgo Data: 17/6 Hora: 8h30

ARGENTINA 4 x 1 COREIA DO SULJogo: 35 Local: Durban Data: 22/6 Hora: 15h30

NIGÉRIA 2 x 2 COREIA DO SULJogo: 36 Local: Polokwane Data: 22/6 Hora: 15h30

GRÉCIA 0 x 2 ARGENTINA

GRUPO CJogo: 5 Local: Rustemburgo Data: 12/6 Hora: 15h30

INGLATERRA 1 x 1 ESTADOS UNIDOSJogo: 6 Local: Polokwane Data: 13/6 Hora: 8h30

ARGÉLIA 0 x 1 ESLOVÊNIAJogo: 22 Local: Joanesburgo Data: 18/6 Hora: 11h00

ESLOVÊNIA 2 x 2 ESTADOS UNIDOSJogo: 23 Local: Cidade do Cabo Data: 18/6 Hora: 15h30

INGLATERRA 0 x 0 ARGÉLIAJogo: 37 Local: Port Elizabeth Data: 23/6 Hora: 11h00

ESLOVÊNIA x INGLATERRAJogo: 38 Local: Pretória Data: 23/6 Hora: 11h00

ESTADOS UNIDOS x ARGÉLIA

GRUPO GJogo: 13 Local: Port Elizabeth Data: 15/6 Hora: 11h00

COSTA DO MARFIM 0 x 0 PORTUGALJogo: 14 Local: Joanesburgo Data: 15/6 Hora: 15h30

BRASIL 2 x 1 COREIA DO NORTEJogo: 29 Local: Joanesburgo Data: 20/6 Hora: 15h30

BRASIL 3 x 1 COSTA DO MARFIMJogo: 30 Local: Cidade do Cabo Data: 21/6 Hora: 8h30

PORTUGAL 7 x 0 COREIA DO NORTEJogo: 45 Local: Durban Data: 25/6 Hora: 11h00

PORTUGAL x BRASILJogo: 46 Local: Nelspruit Data: 25/6 Hora: 11h00

COREIA DO NORTE x COSTA DO MARFIM

GRUPO DJogo: 7 Local: Durban Data: 13/6 Hora: 15h30

ALEMANHA 4 x 0 AUSTRÁLIAJogo: 8 Local: Pretória Data: 13/6 Hora: 11h00

SÉRVIA 0 x 1 GANAJogo: 21 Local: Port Elizabeth Data: 18/6 Hora: 8h30

ALEMANHA 0 x 1 SÉRVIAJogo: 24 Local: Rustemburgo Data: 19/6 Hora: 11h00

GANA 1 x 1 AUSTRÁLIAJogo: 39 Local: Joanesburgo Data: 23/6 Hora: 15h30

GANA x ALEMANHAJogo: 40 Local: Nelspruit Data: 23/6 Hora: 15h30

AUSTRÁLIA x SÉRVIA

GRUPO HJogo: 15 Local: Nelspruit Data: 16/6 Hora: 8h30

HONDURAS 0 x 1 CHILEJogo: 16 Local: Durban Data: 16/6 Hora: 11h00

ESPANHA 0 x 1 SUÍÇAJogo: 31 Local: Port Elizabeth Data: 21/6 Hora: 11h00

CHILE 1 x 0 SUÍÇAJogo: 32 Local: Joanesburgo Data: 21/6 Hora: 15h30

ESPANHA 2 x 0 HONDURASJogo: 47 Local: Pretória Data: 25/6 Hora: 15h30

CHILE x ESPANHAJogo: 48 Local: Bloemfontein Data: 25/6 Hora: 15h30

SUÍÇA x HONDURAS

OITAVAS DE FINAL OITAVAS DE FINALQUARTAS DE FINAL QUARTAS DE FINALSEMIFINAIS SEMIFINAISFINAL

DECISÃO DO 3º LUGAR

2/7 - 15h30Joanesburgo

3/7 - 11hCidade do Cabo

2/7 - 11hPort Elizabeth

3/7 - 15h30Joanesburgo

6/7 - 15h30Cidade do Cabo

7/7 - 15h30Durban

26/6 - 11hPort Elizabeth

26/6 - 15h30Rustemburgo

28/6 - 11hDurban

28/6 - 15h30Joanesburgo

URUGUAI

COREIA DO SUL

1º do Grupo C

2º do Grupo D

1º do Grupo E

2º do Grupo F

1º do Grupo G

2º do Grupo H

27/6 - 15h30Joanesburgo

27/6 - 11hBloemfontein

29/6 - 11hPretória

29/6 - 15h30Cidade do Cabo

ARGENTINA

MÉXICO

1º do Grupo D

2º do Grupo C

1º do Grupo F

2º do Grupo E

1º do Grupo H

2º do Grupo G

11/7 - 15h30Joanesburgo

10/7 - 15h30Port Elizabeth

aquecimento da copa02JORNAL PL ACAR | QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010

TEXTO

SÉRGIO XAVIER

ARNALDO RIBEIRO

RICARDOPERRONE

JONAS OLIVEIRA

FERNANDO VALEIKA

FOTO

ALEXANDRE BATTIBUGLI

ENVIADOS À ÁFRICA DO SUL

VAI PASSAR NA TV

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 URUGUAI 7 3 4 2 MÉXICO 4 3 13 ÁFRICA DO SUL 4 3 -24 FRANÇA 1 3 -3

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 GANA 4 2 12 ALEMANHA 3 2 33 SÉRVIA 3 2 04 AUSTRÁLIA 1 2 -4

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 HOLANDA 6 2 32 JAPÃO 3 2 03 DINAMARCA 3 2 -14 CAMARÕES 0 2 -2

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 PARAGUAI 4 2 22 ITÁLIA 2 2 0 NOVA ZELÂNDIA 2 2 04 ESLOVÁQUIA 1 2 -2

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 BRASIL 6 2 32 PORTUGAL 4 2 73 COSTA DO MARFIM 1 2 -24 COREIA DO NORTE 0 2 -8

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 CHILE 6 2 22 ESPANHA 3 2 1 SUÍÇA 3 2 04 HONDURAS 0 2 -3

Leia a entrevista que Parreira concedeu logo depois da eliminação da África do Sul. Depois de oito Copas do Mundo (seis como técnico), ele reclama da sorte e diz que não trabalha mais fora do Brasil. Acompanhe também

os apuros de Ismael dos Anjos (foto), enviado ao reality show Makarapas na África do Sul (www.abrilnacopa.com.br/hotsite).

Em seu blog, o diretor de redação de PLACAR, Sérgio Xavier Filho, fala sobre a polêmica Dunga x imprensa — coisa que nunca viu em 16 anos de cobertura de Copas. “Dunga não precisa de tanto inimigo. Está conseguindo a antipatia até de quem acha que seu trabalho está certo.” Basta acessar http://placar.abril.com.br/blogs/blog-do-serginho.

CHUTÃO

José Vicente Bernardo

ZÉ VICENTE É EDITOR EXECUTIVO DO JORNAL PLACAR.

Não faz muito tempo, fiz uma matéria sobre mau humor para a TV Bandeirantes, onde eu era repórter. A ideia surgiu porque todo mundo conhece pessoas insuportáveis, inimigas da alegria, da simpatia e da boa educação. Não sei se isso serve como atenuante, mas descobri que

esse comportamento negativo pode ser uma doença, um transtorno mental. Chama-se distimia. É um tipo mais brando depressão. Não é incapacitante como a depressão, mas torna a pessoa rabugenta, irritada, insatisfeita e infeliz. A superação de um eventual problema

não melhora em nada o humor do distímico. O doente só enxerga o lado ruim de tudo e de todos, não sente prazer nem nos momentos de glória. Um chato de galocha, enfim. O tratamento é à base de medicamento e terapia. Por que será que eu lembrei disso agora?

PLACAR NA REDE PLACAR.COM.BR

11h: SporTV, SporTV HD, ESPN Brasil,

ESPN HD, Globo e Bandsports

11h: SporTV2, SporTV 2

HD, Band e ESPN

15h30: SporTV, SporTV HD, Band, ESPN

Brasil, ESPN HD, Globo e Bandsports

15h30: SporTV2,

SporTV2 HD e ESPN

ESLOVÊNIA x INGLATERRA

ESTADOS UNIDOS x ARGÉLIA

GANA x ALEMANHA

AUSTRÁLIA x SÉRVIA

Page 3: jornal placar edicao 171

QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010 | JORNAL PL ACARF

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Rivalidade acende duelo contra PortugalBrasil teme que lusitanos queiram devolver goleada de 2008

Um adversário mordido pelo último resulta-do entre os ti-

mes (6 x 2 para o Brasil, em novembro de 2008, em Bra-sília), com jogadores talen-tosos no grupo — incluindo os brasileiros Deco, Pepe e Liédson — e contando com um dos principais craques do planeta em grande for-ma (Cristiano Ronaldo).

Portugal é encarado pelos jogadores brasileiros hoje como um dos principais ri-vais no mundo futebolísti-co, talvez atrás apenas de Argentina e Uruguai.Liédson, um dos três brasileiros de Portugal, joga na sexta

“Existe sim uma rivali-dade recente entre Bra-sil e Portugal. Foi uma das equipes que mais enfren-tamos nesses últimos anos. Goleamos em Brasília, per-demos em Londres... Eles têm jogadores brasilei-ros e nos conhecem bem”, afirmou Kaká, sem se im-portar com a vantagem do empate na partida de sex-ta-feira, em Durban.

Em caso de resultado igual, o Brasil passa como primeiro colocado do Gru-po G. “Terminar em pri-meiro do grupo é impor-tante. Vamos para vencer e, se possível, dar espetá-culo”, acrescentou Kaká, que está suspenso e não enfrenta os portugueses.

Arnaldo Ribeiro Ricardo Perrone

DOS ENVIADOS À ÁFRICA Kaká disse que tem con-versado com o colega de Real Madrid Cristiano Ro-naldo nos últimos dias. Se-gundo ele, Cristiano disse que a expulsão do brasilei-ro contra a Costa do Mar-fim foi injusta.

E é Cristiano Ronaldo o grande temor do goleiro Júlio César. “Ele bate mui-to bem na bola. E ainda ca-beceia também. Precisamos estar muito atentos”, disse.

Elano joga?

Dunga define no treino de hoje, que deve ser fe-chado à imprensa, o subs-tituto de Kaká. Júlio Bap-tista é o favorito, mas Da-niel Alves, Ramires e Nilmar correm por fora.

SELEção1503

VOCÊ SÓ PAGA R$ 0,31 POR MENSAGEM RECEBIDA.

SELEÇÃO NO CELULARenvie a mensagem:

GOLSELECAO para 22745NOTSELECAO para 22745

▼▼

Dia decisivo também para saber se Elano terá condições de atuar. Ele deixou o jogo contra os marfinenses mancando, depois de uma entrada fortíssima que atingiu a sua canela e afetou até o tornozelo.

Ontem, foi o único atle-ta a não treinar com o res-to do elenco. Ficou fazen-do tratamento no hotel. A CBF não deu detalhes so-bre sua situação Se Elano não puder atuar, Daniel Alves deve começar a par-tida em seu lugar.

OS DUELOS DESDE A COPA DE 2002

29/3/2003 Amistoso (Porto)Brasil 1 x 2 Portugal

6/2/2007 Amistoso (Londres)Brasil 0 x 2 Portugal

19/11/2008Amistoso (Brasília)Brasil 6 x 2 Portugal

Page 4: jornal placar edicao 171

Diante de 200 jornalistas, meia perde a paciência com pubalgia e religião

Kaká, o principal jogador da sele-ção, falou para mais de 200

jornalistas sem fugir de nenhuma pergunta, nem daquelas sobre os dois as-suntos que o tiram real-mente do sério: religião e contusão no púbis.

Resultado: a entrevista mais quente de um jogador brasileiro na África do Sul até agora. Pressionado para voltar a jogar como um dos melhores do mundo, apesar de uma lesão que vai e vol-ta, e desgastado por um mês de clausura, o astro que foi expulso na partida passada exala tensão.

Por isso, revelou um lado que a torcida não está acos-tumada a ver. Como um dos fiéis soldados do comandan-te Dunga, mostrou que sabe bater com as palavras e, se preciso, bater de verdade, em campo. Veja os princi-pais trechos da entrevista.

PARADA PREJUDICIAL“A expulsão prejudica,

sim. Atrapalha a evolução de jogos que eu vinha ten-do. Posso ter uma semana para trabalhar fortaleci-mento, potência, força. Melhorar a forma física, para estar pronto para jo-gar as oitavas de final. A recuperação vinha sendo muito boa. Consegui dar minhas arrancadas carac-

terísticas contra a Costa do Marfim, me sentindo mais confortável dentro de campo. Realmente senti alívio depois da última partida. Nos amistosos não estava tão à vontade. No primeiro jogo, pela ansie-dade, também. No segun-do, já fiz várias coisas que estou acostumado a fazer.”

BALEADO

“Passei por muitas dificul-dades físicas nesta tempora-da. Isso pra mim é o pior.

04seleção

jornal pl acar | quarta-feira, 23 de junho de 2010

Arnaldo RibeiroRicardo Perrone

DOS enviaDOS À áfrica (1)

Kaká incorpora Dunga e fala grosso

Sempre procurei ter a vida de atleta. Sei da importância de um bom condicionamen-to físico. E incomodava não atingir o meu auge físico. Quanto às cobranças, atingi um patamar onde tenho de estar preparado para elas.”

NERVOS À FLOR DA PELE“Daqui pra frente, vou me

policiar mais... Não quero correr riscos. Mas ninguém tem sangue de barata. Nos-so grupo é tranquilo. Minha atitude não foi violenta, mas

nunca vão ver a seleção re-troceder quando tiver con-fronto físico. Não vai dar porrada, mas não vai fugir de divididas, de um contato mais forte, essas coisas”, disse o meia, numa demons-tração de que incorporou o estilo Dunga. Ele afirmou também que achou sua ex-pulsão contra a Costa do Marfim injusta. “Se eu ti-vesse tido culpa, falaria ao grupo: ‘Desculpe, fui irres-ponsável num jogo de Copa do Mundo’. Mas não foi isso

o que aconteceu. É só ver o relatório da Fifa: ele diz que tomei o segundo cartão amarelo, por isso tomei o vermelho. Um jogo de sus-pensão. Nada de cotovelada ou agressão. Não sou de dar porrada, carrinho, mas le-vantar, discutir, faz parte. É de alguém que quer ganhar de qualquer jeito.”

PUBALGIA“A grande maioria dos

médicos não aconselha a cirurgia [o São Paulo não

opera seus atletas com pu-balgia há anos]. Quando terminar a Copa, farei uma avaliação profunda do pro-blema para decidir [se faz a cirurgia]. Sinto dores após as partidas, mas dores nor-mais que todos sentem, não na região do púbis. Não me atrapalha e não interfere em nada nos jogos.” Dessa maneira, Kaká admite que sua pubalgia é crônica e de-monstra que já procurou muitos médicos para ten-tar solucioná-la. Mesmo f

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QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010 | JORNAL PL ACAR

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assim, ele se irrita quando alguém diz que ele tem um problema crônico no púbis.

RELIGIÃO

O momento mais tenso aconteceu quando o jor-nalista André Kfouri, da ESPN, perguntou sobre a suposta pubalgia crônica que o faria jogar com do-res. Demonstrando nervo-sismo, o meia atacou o jor-nalista Juca Kfouri, pai de André, que, em artigo na Folha de S.Paulo, compa-rou a lesão de Kaká à le-são que prejudicou a car-reira do tenista Gustavo Kuerten. “Gostaria de res-ponder à coluna do teu pai. Há algum tempo os canhões de teu pai têm me atingido. Infelizmente, o motivo pelo qual teu pai me ataca não é profi ssio-nal, deixou claro que o problema dele é dizer da minha fé. Do mesmo jeito que respeito seu pai como ateu, eu quero que ele me

respeite como um cara que crê em Jesus Cristo, como milhões de brasilei-ros que acreditam em Je-sus Cristo.”

FORA CONTRA PORTUGAL

Mesmo suspenso, Kaká viajará de Joanesburgo a Durban para o jogo contra Portugal, na sexta-feira. “Vou tentar ajudar sendo um exemplo ativo de tra-balho e também falando, motivando quem for en-trar no meu lugar no jogo tão difícil contra Portugal. Vou falar e agir.”

O RIVAL DO MATA-MATA

“Tenho acompanhado os jogos do outro grupo. Muito equilíbrio. O Chile joga mais. A Suíça é mais fechada, explora o con-tra-ataque. E a Espanha tem jogadores maravilho-sos. Mas o principal é que o Brasil seja o Brasil. O Brasil que enfrentou a Costa do Marfi m.”

ENTREVISTAS RESTRITASKaká explicou o fato de a

seleção não dar entrevistas exclusivas. “Todo mundo, jogadores e comissão técni-ca, conversou e a gente deci-diu que seria dessa forma. Muitos já foram a Madri, não tem problema lá e é as-sim”. Se todos combinaram não dar entrevistas exclusi-vas, Robinho feriu a regra ao falar para o Jornal Nacional na última folga.

JOGANDO PARA A TORCIDA

“Depois do jogo contra a Costa do Marfi m, vi ima-gens de Copacabana. Foi uma emoção indescritível. É pra essas pessoas que a gente joga. Na Copa de 94, eu tinha 12 anos e torcia. Meu fi lho tem 2 anos, ves-te a camisa da seleção e grita: ‘Brasil’. As crianças, às vezes, nem sabem o que está acontecendo, mas tor-cem. É isso que motiva o jogador a entrar em campo com dores.”

DEPOIS DO JOGO, VI IMAGENS DE COPACABANA. É PRA ESSAS PESSOAS QUE A GENTE JOGA. Kaká, ao falar sobre o que o motiva a jogar mesmo com dores.

Page 6: jornal placar edicao 171

jornal pl acar | quarta-feira, 23 de junho de 2010

06

CBF tenta apagar incêndio com a GloboChefe da delegação brasileira, Andrés Sanchez vai até redação da emissora conversar com desafeto de Dunga

A Fifa concluiu que não tem provas para punir Dunga

por ter xingado o árbitro francês Stéphane Lannoy no jogo de domingo con-tra a Costa do Marfim e nem por ofender um jor-nalista da TV Globo. Mas a dor de cabeça da CBF não terminou.

Ontem a entidade ainda tentava apagar o incêndio provocado pelo treinador, que soltou palavrões du-rante a entrevista coletiva organizada pela Fifa após reclamar com o jornalista Alex Escobar. Depois, de dedo em riste, Dunga dis-cutiu com João Ramalho, também da TV Globo.

O chefe da delegação bra-sileira, Andrés Sanchez, foi até a redação montada pela emissora ao lado da con-centração para falar com Ramalho.

O presidente corintia-no nega que foi pôr pa-

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nos quentes no entreve-ro. Mas sua versão mos-tra uma política de boa vizinhança com a turma que virou a inimiga nú-mero 1 do técnico.

“Fui conversar com o João Ramalho sobre uma festa de aniversário sur-presa que vamos fazer para o [repórter] Mauro Naves”, disse ele. Ques-tionando se estava lá para apagar o incêndio, devol-veu com mais uma de suas tiradas: “Aí eu já gastei toda a minha água e não consegui apagar”.

O cartola disse que não comentaria a briga do trei-nador com a Globo. “Só acho que nessa história as duas partes [treinador e imprensa] têm que chegar a um meio termo para uma convivência melhor”, de-clarou o dirigente.

Ele chegou a pedir para que Dunga, em vez de re-tirar os jornalistas dos treinos, permitisse a en-trada só no fim. Assim, evitaria a imagem antipá-tica da “expulsão” da im-prensa. Não foi atendido.

Arnaldo Ribeiro Ricardo Perrone

DOS enviaDOS À áfrica

com a imprensa, Dunga gastou todo o seu

estoque de palavrões

contra a Costa do Marfim, quando ele se desentendeu e ofendeu o jornalista da Rede Globo Alex Escobar.

Kaká tentou explicar o comportamento do treina-dor em relação à imprensa, sem dizer se essa rixa aca-ba tendo algum tipo de in-fluência negativa no am-biente da seleção.

“O Dunga, por todas as críticas que recebeu ao longo de sua carreira, como jogador e técnico, tem seus motivos para se comportar assim.” Dos enviados à África

a última marca a fechar contrato com a confede-ração. O produto concor-re com o Powerade, isotô-nico patrocinador da Fifa, com muita visibilidade no Mundial da África do Sul. Ele é da Coca-Cola, con-corrente da AmBev, par-ceira da seleção por meio do guaraná.

Marca conhecida inter-nacionalmente, o produto entrou no mercado brasi-leiro somente neste ano.Ricardo Perrone

Na concentração da seleção, técnico é “piadista” Concorrente de patrocinador da Fifa leva ‘vitrine’ amarelakO Dunga pilhado,

nervoso e com o sor-riso sarcástico, armado sempre para o confronto com adversários e jornalis-tas, não existe na concen-tração da seleção brasilei-ra. Pelo menos é o que di-zem os jogadores.

“Ele é tranquilo, brinca com a gente, conta piada...As motivações que o Dun-ga tem com a gente são ou-tras”, afirmou o meia Kaká, que disse não ter acompa-nhado a repercussão da po-lêmica entrevista coletiva do treinador, depois do jogo

kAs entrevistas co-letivas dos jogado-

res da seleção brasileira em Joanesburgo ilustram uma das brigas de marcas que acontecem na Copa do Mundo.

Ao lado de uma lata de guaraná Antarctica, um dos mais antigos patroci-nadores da CBF, passou a ser colocada perto do jo-gador uma garrafa de Ga-torade.

A bebida isotônica, que pertence à Pepsico, foi

(1)

Dunga, com um membro da seleção: “Sabe aquela do português?”

(2)

De acordo com um mem-bro da delegação brasilei-ra, Ricardo Teixeira, in-fluente vice-presidente da Fifa, acompanhou de perto a análise das atitu-des de Dunga na entida-de para, se preciso, ten-tar evitar uma punição ao técnico.

Apesar disso, Teixeira não gostou do comporta-mento de Dunga em rela-ção aos jornalistas da Glo-bo. Parceiro da emisso-ra, ele fala até em lançar como seu sucessor na CBF Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esportes (que cuida dos contratos de transmissão).

A CBF negou ontem in-formação do UOL de que Teixeira tivesse prometi-do entrevistas exclusivas (canceladas em tese por Dunga) de três jogadores para a Globo no domingo. Esse teria sido o estopim para o conflito.

Page 7: jornal placar edicao 171
Page 8: jornal placar edicao 171

JORNAL PL ACAR | QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010

Portugal quer a‘independência’ contra o BrasilTime de Carlos Queiroz pode enfrentar o de Dunga sem seus jogadores brasileiros Deco, com lesão no quadril, é carta quase fora do baralho na seleção lusitana

HISTÓRIA

& PA I XÃO

FUTEBOL

A F U N D A Ç Ã O A R M A N D O A L V A R E S P E N T E A D O A P R E S E N T A A E X P O S I Ç Ã O

Venha conferir o melhor dos 40 anos

da Revista Placar. As fotos espetaculares,

as capas inesquecíveis, os infográficos

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conta o futebol brasileiro de uma

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Estão todos lá.

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Está para nascer um povo recebi-do com uma simpatia quase unâ-nime como o brasileiro. Uma das poucas exceções é Portugal.

Mais de três séculos de colonização deixa-ram marcas profundas demais na cultura dos dois países. O movimento migratório e a dominação cultural mudaram de direção. Brasileiro virou carne de vaca em Portugal, e o futebol não poderia fi car alheio a isso.

Na sexta, Portugal poderá entrar em cam-po com um time “independente” de seus três brasileiros naturalizados. O zaguei-ro Pepe, desde o fi m do ano passado com uma grave lesão no joelho, está sem ritmo de jogo e não tem sido utilizado por Car-los Queiroz. Liédson, que naturalizou-se às pressas no ano passado para os últimos jo-gos das Eliminatórias, estreou como titular, mas perdeu a vaga para Hugo Almeida con-tra a Coreia do Norte. Entrou no 2º tempo e marcou um gol, mas não tem seu retorno garantido contra o Brasil.

Já o meia Deco, ausente na goleada con-tra a Coreia do Norte, fez ontem uma resso-nância magnética, que confi rmou uma “le-são tendinosa e reação infl amatória ao ní-vel da anca [quadril] direita” — ainda que a assessoria de imprensa do jogador diga que a lesão é na parte posterior da coxa direita. O boletim não informa se ele poderá se re-cuperar a tempo para o jogo contra o Bra-sil. A lesão coincide com as reclamações do jogador por ter sido substituído na primei-ra partida e com a atuação brilhante de seu substituto contra a Coreia, Tiago.

Ontem, após um treino só com os reser-vas, em Magaliesburg, Carlos Queiroz não quis dar pistas sobre a escalação. Nas entre-vistas coletivas de Portugal, aliás, os jorna-listas brasileiros costumam receber alguns olhares atravessados. Há quem garanta que tudo começou na última Copa, quando a seleção portuguesa era treinada por Luiz Felipe Scolari. Depois das quartas de fi nal, a cobertura do time português se tornou um tremendo caos, devido a um grande au-mento do número de jornalistas. Não é pre-ciso dizer de que país eles eram.

08grupo g PORTUGALCOREIA DO NORTEBRASIL COSTA DO MARFIMCOREIA DO NORTEBRASIL COSTA DO MARFIM

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Jonas Oliveira

DO ENVIADO À ÁFRICA

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QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010 | JORNAL PL ACAR

Gourcuff expulso: a fé sul-africana aumentou

“A festa continua”, dizem os eliminadoskNunca um anfi trião foi eliminado na

primeira fase da Copa. Aconteceu agora, com a África do Sul. Uma triste mar-ca no currículo de Carlos Alberto Parreira, que, por ironia, conquistou ontem sua pri-meira vitória em Copas à frente de uma das quatro seleções estrangeiras que dirigiu.

Sem os donos da casa em campo, a em-polgação diminui? “Acho que não, esta é a grande festa do futebol, afi nal de contas”, disse ao Jornal PLACAR o atacante Mphe-la. Segundo ele, apesar da eliminação, o time saiu em alta, com a vitória sobre a França. “As pessoas estão entusiasmadas em terem uma Copa do Mundo no país, e isso não acabará”, acredita. “A decepção de não estarmos nas oitavas passará diante dos grandes jogos que acontecerão a partir de agora”, concorda Pienaar.

Khumalo marcou o primeiro gol e reacendeu a esperança de classificação dos anfitriões

Vitória salva a honra sul-africanaTorcida empurra anfitriões, mas vitória sobre a arruinada França não evita eliminação

OPINIÃO DO JOGO

m MPHELA O mais perigoso atacante sul-africano fi nalizou sete vezes e marcou um gol. Perdeu muitos, mas nunca desanimou.

k TSHABALALA Talento ele até tem. Mas também possui defeitos. Dois deles: é fominha e desliga-se do jogo quando o time mais precisa dele.

q CLICHYO defensor francês esteve — sempre mal — nos lances dos gols. Seria o mapa da mina, se a África do Sul não fosse tão limitada.

Com três gols ne-gativos de saldo, a África do Sul sabia que só uma

vitória por boa diferença so-bre a França seria capaz de mantê-los vivos na Copa.

A torcida acreditou no milagre e tratou de fazer sua parte. O apoio à seleção foi irrestrito. E explodiu quan-do, aos 20min, Lloris saiu mal do gol, em uma cobran-ça de escanteio de Tshaba-lala. O zagueiro Khumalo pulou, venceu Diaby e ca-beceou para o gol.

O estádio quase veio abai-xo quando Mphela aprovei-tou cruzamento de Masile-la, dividiu na área com Dia-by e marcou o 2 x 0. O sonho parecia mais perto. Até por-que boas notícias chegam de Rustemburgo: o uru-guaio Suaréz abriu o pla-car contra o México. Com

o resultado, a África do Sul voltava a ter chances, desde que ampliasse o placar.

E ela tentou. No início do 2º tempo, Tshabalala teve a bola do jogo nos pés. En-trou sozinho e chutou bem colocado, mas a bola bateu na trave. Aos 17min, Mphela aproveitou o vacilo de Cli-chy e mandou a bomba. Llo-ris espalmou. Dois minu-tos depois, Parker apareceu sozinho na frente de Lloris, mas chutou para fora.

Domenech mexeu no time e a coisa mudou. Pôs Hen-ry e Malouda. A França fi -cou mais perigosa. Na úni-ca chance que teve, Ribéry aproveitou a defesa aberta e tocou pra Malouda descon-tar aos 25min. Primeiro (e único) gol francês na Copa.

O ânimo da torcida e do time foi esfriando, o tempo foi passando e a África do Sul mostrou que tinha che-gado ao seu limite. Elimina-da, restou o orgulho de ter feito uma despedida digna.

Fernando Valeika

DO ENVIADO À ÁFRICA

“Estou triste pela elimi-nação, claro, mas uma vi-tória contra um campeão mundial é sempre uma vitória”, disse Mphela. O sonho dos Bafana Bafana e de seus torcedores aca-bou. Mas a Copa continua na África do Sul.

Técnico francês não

deu a mão ao brasileiro

Parreira: “Entendi por que ninguém gosta dele”kDepois de uma se-

mana de crise brava, a derrota para a África do Sul colocou um ponto fi nal na desastrosa campanha da França. “É claro que tu-do o que aconteceu durante esta competição causa de-cepções, mas fi z questão de cumprimentar cada um dos jogadores por continua-rem lutando, mesmo quan-do já estávamos com dez em campo”, disse o técnico Raymond Domenech.

Minutos antes, no gra-mado, ele recusou-se a es-tender a mão para cumpri-mentar Parreira, técnico da África do Sul. Na entrevista coletiva, irritou-se com a in-sistência no assunto e amea-çou ir embora. “Não entendi nada, o inglês dele é muito

ruim. Parece que fi cou cha-teado porque eu teria dito que a França nem deveria estar na Copa, por causa do gol de mão do Henry, con-tra a Irlanda [nas Elimina-tórias]. Não me lembro de ter falado isso”, garantiu o técnico brasileiro.

MÉXICO FRANÇAURUGUAIÁFRICA DO SUL09

grupo aMÉXICO URUGUAI

ÁFRICA DO SUL

FRANÇA

21

22/6/2010 - Free State (Bloemfontein)

J: Oscar Ruiz (COL)

P: 39 415

CA: Diaby

CV: Gourcuff

G: Khumalo (20/1º), Mphela

(37/1º) e Malouda (25/2º)

FRANÇA: Lloris (4), Sagna (5), Gallas

(5), Squillaci (5) e Clichy (4); Alou

Diarra (5) (Govou 36/2º (5)), Diaby (3),

Gignac (5) (Malouda int. (5,5)), Ribéry

(5) e Gourcuff (4); Cissé (5) (Henry

10/2º (5)). T: Raymond Domenech

ÁFRICA DO SUL: Josephs (6),

Ngcongca (5) (Gaxa 12/2º (5)), Mokoena

(5), Khumalo (5) e Masilela (5); Sibaya

(5), Khuboni (5) (Modise 32/2º (5)),

Pienaar (5) e Tshabalala (5,5); Mphela

(6) e Parker (5,5) (Nomvethe 23/2º

(5)). T: Carlos Alberto Parreira

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JORNAL PL ACAR | QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010

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MÉXICO FRANÇAURUGUAIÁFRICA DO SUL10

grupo a ÁFRICA DO SUL FRANÇA

Uruguai deixa México com os argentinosNo estranho jogo de Rustemburgo, vitória da Celeste reforça a ótima Copa de Forlán

Um jogo estranho. Olhos na bola e ouvidos em Blo-emfontein, onde

acontecia simultaneamen-te um África do Sul x Fran-ça. Assim Uruguai e México começaram a partida. Es-tavam praticamente classi-fi cados, sabiam disso. Bas-tava um empate. Disputa-

vam somente o “privilégio” de pegar ou não a Argentina nas oitavas. O Uruguai tinha a vantagem do empate, mas tentou pressionar desde o começo. O México, com aquele jeito de sempre, dei-xando a vida levar o time...

Já aos 37min do primeiro tempo, a situação tinha mu-dado. A África do Sul vencia por 2 x 0 e jogava com um a mais contra uma sonolenta França. O objetivo mudava. Não se tratava mais de esco-

Forlán (10) comemora com os uruguaios o gol que deu a eles o 1º lugar do grupo

OPINIÃO DO JOGO

m FORLÁNEle não é Messi nem Cristiano Ronaldo. Mas, se a Copa terminasse hoje, deveria ser eleito o melhor jogador. Arma, combate, finaliza. É o cara.

k LUGANOEntra ano e sai ano e o uruguaio de Canelones (não é piada, é a cidade onde o beque nasceu) segue como o xerifão celeste. Quase fez um golaço de cabeça.

q BLANCOCerto, PLACAR mesmo já deve ter escrito isso. Mas agora Blanco terminou. Chega. Aos 37 anos, não dá mais no couro.

Sérgio Xavier

DO ENVIADO À ÁFRICA lher o rival das oitavas, mas de garantir a sobrevivência no Mundial.

Aos 43min, Forlán divi-diu no meio campo e, como tem acontecido nesta Copa, fi cou com a bola. Arrancou pela direita, abriu na pon-ta para Cavani que cruzou para Suárez marcar o gol do jogo. O México foi para o vestiário com esse “pro-bleminha”. A imensa vanta-gem que tinha antes de co-meçar a partida tinha ido

para o vinagre. Estava a dois gols do desastre. Se a África do Sul marcasse 4 x 0, vol-taria mais cedo para o Mé-xico. Se tomasse dois gols do Uruguai, fi m de papo.

O 2º tempo começou do jeito que terminou o pri-meiro. Os uruguaios mais fortes, com Forlán coman-dando de novo a equipe. O lourinho, fi lho do ex-be-que são-paulino Pablo For-lán, foi justamente escolhi-do pela Fifa como o craque

dos dois primeiros jogos uruguaios. Como não mar-cou contra o México, per-deu o prêmio de melhor pa-ra o companheiro Suárez. Até Suárez deve admitir que Forlán foi mais uma vez o “man of the match”.

O México demorou pa-ra perceber que deveria, ao menos, tentar escrever seu destino. A passividade era exagerada, os jogadores pa-reciam torcer que os france-ses segurassem suas pontas.

Só aos 18min do 2º tempo o veterano Blanco, o Iarley mexicano, deu lugar a Her-nandes. E aí o jogo come-çou a mudar. O México te-ve suas chances, empurrou o Uruguai para o seu cam-po e segurou a derrota mí-nima. Quando os jogadores souberam que a França ti-nha marcado, a partida se acomodou. O México está pronto para enfrentar os ar-gentinos agora. Maradona não deve ter achado ruim.

Torcedor mexicano fura a segurança e invade o campo O xerife Lugano (2) faz um carinho no queixo do mexicano Franco

(1)

22/6/2010 - Royal Bakofen (Rustemburgo)J: Viktor Kassai (HUN)P: 33 425CA: Hernandéz, Castro e FucileG: Suárez (43/1º)MÉXICO: Pérez (6,5), Osório (4,5), Rodriguez (5,5), Moreno (5) (Castro 11/2º (s/n)) e Salcido (5,5); Rafa Márquez (5,5), Torrado (6) e Guardado (4,5) (Barrera int. (5)); Giovanni dos Santos (5,5), Blanco (4) (Hernández 17/2º (6)) e Franco (5). T: Javier Aguirre.URUGUAI: Muslera (6), Maxi Pereira (6), Lugano (6,5), Victorino (5,5) e Fucile (5,5); Pérez (6), Arévalo (5,5) e Álvaro Pereira (5,5) (Scotti 31/2º (s/n)); Forlán (7), Suárez (6,5) (Alvaro Fernández 39/2º (s/n)) e Cavani (6). T: Oscar Tabárez.

URUGUAI

MÉXICO

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QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010 | JORNAL PL ACAR

Sul-coreanos esperam Uruguai

kA Nigéria apertou a Coreia do Sul até os

49min do 2º tempo, mas não conseguiu desempatar. Com grande atuação de Pa-rk Ji-Sung, os asiáticos ga-rantiram os 2 x 2. Odiah cruzou pra Uche finali-zar rasteiro: 1 x 0. O mes-

mo Uche deu na trave aos 36min. No contra-ataque, Lee Jung-Soo igualou de cabeça. Park Chu-Young vi-rou de falta. Depois, Yakubo perdeu gol feito sem golei-ro. Mas o próprio empatou de pênalti. A Coreia do Sul pega o Uruguai nas oitavas.

O argentino Palermo, autor do segundo gol contra a Grécia, corre para abraçar Diego Maradona

Asiáticos conseguiram a vaga graças à ruindade do ataque nigeriano

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Nem Messi deixa mistão mais bonitoHermanos jogam mal, mas vencem a Grécia. Craque do Barça sumiu do jogo

Sim, o jogo não ti-nha grande im-portância. A Ar-gentina estava

praticamente classifi cada e com o primeiro lugar no grupo quase assegurado. Sim, era uma equipe mis-ta, apenas com metade dos titulares. Tudo ver-dade. Mas, depois de ver o time contra a fraca Gré-cia, até o torcedor herma-no mais milongueiro deve ter repensado a vida. A Argentina que chegou a empolgar nas primeiras duas rodadas não compa-receu ao jogo de Polokwa-ne. Foi tudo feio demais: o jogo, a Grécia e sobretudo a Argentina.

O esquema não mudou. Um zagueiro (Burdisso) fi cou na lateral direita e na esquerda entrou Cle-mente Rodríguez. Demi-chelis só não recebeu uma nota mais baixa na avalia-

Sérgio XavierFilho

DO ENVIADO À ÁFRICA

11grupo bARGENTINA COREIA DO SULNIGÉRIA GRÉCIA

ção PLACAR porque mar-cou o primeiro gol. Ele to-mou um baile do granda-lhão Samaras, da Grécia. O meio-campo pouco criou, e a decepção maior fi cou por conta do ataque que tanto fez nas rodadas anteriores.

Aguero foi inoperante. Nos 60 minutos em cam-po, não fez um décimo do que tinha feito nos pou-cos minutos que teve con-tra a Coreia do Sul. A jo-gada mais contundente de Diego Milito na partida foi evitar o primeiro gol ar-gentino ao “salvar” a cabe-çada de Demichelis antes do próprio zagueiro botar o rebote para as redes.

Messi até aparecerá bem nas estatísticas. Chu-tou algumas, conseguiu dribles, carimbou a tra-ve, criou a jogada que re-sultou no segundo gol, de Martín Palermo. Os nú-meros podem mentir, de vez em quando. Messi jo-gou pouco, anulado pela marcação grega. Pareceu

GRÉCIA

ARGENTINA

02

22/6/2010 - Peter Mokaba (Polokwane)

J: Ravshan Irmatov (UZB)

CA: Katsouranis

G: Demichelis (33/2º), Palermo (43/2º)

GRÉCIA: Tzorvas (7,5), Kyrgiakos

(6), Vyntra (5,5), Papadopoulos (5)

e Torossidis (5,5) (Patsa 9/2º (5));

Tziolis (5,5), Moras (4,5), Sokratis (5),

Katsouranis (5,5) (Ninis 9/2º (4,5)) e

Karagounis (5,5) (Spyropoulus int. (5));

Samaras (6). T: Otto Rehhagel

ARGENTINA: Romero (6), Burdisso

(4,5), Demichelis (5), Otamendi (5) e

Clemente Rodríguez (5); Bolatti (6), Verón

(5,5), Maxi Rodriguez (5) (Di Maria 18/2º

(5,5)) e Messi (6); Aguero (5) (Pastore

31/2º (s/n)), Diego Milito (4,5) (Palermo

35/2º (6)). T: Diego Maradona

OPINIÃO DO JOGO

m TEVEZE HIGUAÍNTevez e Higuaín foram poupados para a entrada de Milito e Aguero. E os reservas não funcionaram contra a Grécia.

k A DEFESAEntra jogador, sai jogador, e a defesa argentina mantém o padrão. Mesmo quando enfrenta ataques de um homem só, um desespero só...

q MESSIApós duas atuações convincentes em que parecia lembrar o grande craque do Barcelona, Messi foi dominado pelos gregos boa parte do jogo.

COREIA DO SUL

NIGÉRIA

22

22/6/2010 - Moses Mabhida (Durban)

J: Olegário Benquerença (POR)

P: 61 874

CA: Enyeama, Ayila, Obasi e Kim Nam-Il

G: Uche (12/1º), Lee Jung-Soo

(38/1º), Park Chu-Young (3/2º)

e Yakubo Aiyegbeni (23/2º)

NIGÉRIA: Enyeama (5), Odiah (6,5),

Yobo (6) (Echiejile int.), Shittu (5,5) e

Afolabi (5,5); Ayila (5,5), Etuhu (5,5),

Obasi (6,5) e Uche (6,5); Kanu (5) (Martins

12/2º (5,5)) e Yakubo Aiyegbeni (5,5)

(Obinna 25/2º (6)). T: Lars Lagerback.

COREIA DO SUL: Jung Sung-Ryong

(5,5), Cha Du-Ri (5), Cho Yong-Hyung

(5,5), Lee Jung-Soo (6,5) e Lee Young-Pyo

(6); Ki Sung-Yueng (5,5) (Kim Jae-Sung

41/2º (s/n)), Kim Jung-Woo (6), Lee

Chung-Yong (5,5) e Park Ji-Sung (7);

Yeom Ki-Hun (5,5) (Kim Nam-Il 19/2º

(5,5)) e Park Chu-Young (6,5) (Kim

Dong-Jin 47/2º (s/n)). T: Huh Jung Moo.

o jogador comum que ele não é. Seus melhores lan-ces aconteceram quando o marcador já tinha sido aberto e os espaços abun-davam. Mesmo assim foi considerado o melhor em campo. Coisas da Fifa.

ALEXANDRE SALVADOR É REPÓRTER DA VEJA E ESCREVE A CONVITE DO JORNAL PLACAR SOBRE

A ARGENTINA NA COPA (E NÃO, ELE NÃO TEM MEDO DE SER XINGADO PELOS BRASILEIROS).

UM GÊNIO INCOMPREENDIDO

NA COLA DA ARGENTINA

Por Alexandre Salvador

Festa com sabor especial na metade azul e amarela

de Buenos Aires. Um de seus ídolos mais queridos

teve ontem a noite dos sonhos. Martín Palermo

marcou em sua primeira partida de Copa do Mundo.

O gol foi “à la Palermo”: de rebote, chute meio

desengonçado. Mas marca a volta por cima de

El Loco com a camisa da Argentina. Palermo é o

maior artilheiro da história do Boca Juniors, com

220 gols marcados. Com a seleção, seus números

eram um fiasco: 14 partidas e apenas 8 gols.

Veterano, Martín foi ressuscitado na seleção

por Maradona, e já tinha retribuido à altura a

oportunidade: nas Eliminatórias, Palermo havia

feito um gol decisivo, contra o Peru (aos 47min do

2º tempo), quando a presença na África também

era um sonho. “Isso é impagável”, disse Martín.

Depois dos impagáveis três pênaltis perdidos em

1999, Palermo teve seu momento de redenção.

(2)

Page 12: jornal placar edicao 171

jornal pl acar | quarta-feira, 23 de junho de 2010

As desculpas de Terry (à esq.), que

acusou Capello e

colegas de bebedeira

O atacante Altidore teve problemas estomacais, mas vai pra partida

Ingleses apelam para a superstiçãoEm crise por “porre”, English Team vai usar velho uniforme vermelho

Após o péssimo d e s e m p e n h o contra EUA e Argélia, a Ingla-

terra precisa de uma vitó-ria sobre a Eslovênia. Como o futebol do time não tem ajudado, os atletas resol-veram apelar pra supersti-ção: irão vestir um unifor-me todo vermelho. Em toda a história do English Team, o traje idêntico ao do Liver-pool foi usado quatro vezes, a última num amistoso com a Bélgica (3 x 1, em 1970). A seleção nunca perdeu (três vitórias e um empate).

Terry versus CapelloA semana foi tumultu-

ada. No último domingo, John Terry, que perdeu a braçadeira de capitão após o envolvimento com a esposa de Bridge, criti-cou o treinador Fabio Ca-pello. O zagueiro disse que Joe Cole teria que ser titu-lar e, de quebra, delatou a bebedeira de nomes como Lampard, Gerrard, Roo-ney e do técnico após o 0 x 0 com os argelinos.

“Você tem que falar de

maneira privada, não à mídia. Provavelmente um ou dois jogadores não es-tão felizes, mas a maio-ria está. Um jogador não é tão importante compa-rado a todos os outros. O grupo é mais importan-te”, explicou o italiano Capello, treinador mais bem pago da Copa (ganha cerca de 17,5 milhões de reais por ano).

Ontem, Terry justificou. “Fizeram uma pergunta sobre Joe Cole e fui longe demais. Mas minha inten-ção nunca foi prejudicar o técnico ou os jogadores”, falou o defensor, que terá a companhia de Matt Up-son na zaga, já que Jamie Carragher está suspenso.

Defesa eslovenaO técnico Matjaz Kek

confirmou Mavric como titular na zaga. O dono da posição, Marko Su-ler, sente dores no tórax e está vetado. “Os jogado-res precisam apenas acre-ditar na própria qualida-de, na própria capacida-de”, ensinou Kek.

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Técnico: Fabio Capello Inglaterra

1 James 2 Glen Johnson15 Upson6 John Terry 3 Ashley Cole14 Barry8 Lampard4 Gerrard 7 Lennon10 Rooney19 Defoe

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Técnico: Rabah Saadane argélia

Técnico: Bob Bradley Estados Unidos

23 M’Bolhi 2 Bougherra5 Halliche4 Yahia 21 Kadir3 Belhadj 7 Boudebouz 19 Yebda10 Saifi13 Matmour 11 Djebbour

1 Howard 6 Cherundolo5 Onyewu 15 DeMerit 3 Bocanegra4 Bradley16 Torres14 Buddle10 Donovan8 Dempsey17 Altidore

Hoje • 11h • Nelson Mandela Bay (Port Elizabeth) • J: Wolfgang Stark (ALE)

Hoje • 11h • Loftus Versfeld (Pretória) • J: Frank De Bleeckere (BEL)

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eslovêniainglaterra argéliaeua12

grupo c

Exército americano quer matar inoperante ArgéliakPara garantir a clas-

sificação à fase de mata-mata, os Estados Unidos sabem que preci-sam triunfar hoje dian-te dos argelinos, que vêm de empate com a podero-sa Inglaterra.

Os argelinos não sabem o que é marcar um gol em Copas há 24 anos — fora dos últimos cinco Mun-diais, fez o último tento na estreia em 1986, no empate com a Irlanda do Norte por 1 x 1. “É a oportunidade. Uma vitória permitirá que entremos pra história pela porta da frente”, explicou o atacante Djebbour.

Os americanos, que em-

(2) pataram os dois jogos, nun-ca tiveram tanto apoio de seu povo no futebol. A es-treia contra a Inglaterra foi vista por 17 milhões de te-lespectadores, um recorde desde 1994, quando o país sediou o evento. Sem falar que 120000 ianques via-jaram à África do Sul pra acompanhar as partidas.

“Estamos muito cons-cientes do que cada resul-tado pode representar. Se perdermos, estamos fora da Copa. Se vencermos, se-guimos”, disse o meia-ata-cante Donovan. Ele terá a companhia de Altidore, que se recuperou de pro-blemas estomacais.

1

Técnico: Matjaz Kek Eslovênia

1 Handanovic 2 Brecko5 Cesar22 Mavric 13 Jokic10 Birsa 8 Koren18 Radosavljevic17 Kirm9 Ljubijankic 11 Novakovic

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JORNAL PL ACAR | QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010(1

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Sérvios estão confiantes diante dos desfalcados australianos

Hoje • 15h30 • Mbombela (Nelspruit) • J: Jorge Larrionda (URU)

Técnico: Radomir Antic Sérvia

1 Stojkovic 6 Ivanovic 5 Vidic 20 Subotic 3 Kolarov 17 Krasic

22 Kusmanovic 18 Ninkovic 10 Stankovic 14 Jovanovic 15 Zigic

kA surpreendente vitória sobre os ale-mães encheu a Sérvia de confiança.

Um resultado positivo hoje, diante da des-falcada Austrália, coloca o time nas oita-vas. “Poucos acreditavam na gente contra a Alemanha, porém, mesmo com a pres-são, sabíamos que poderíamos derrotá-los. Não ganhávamos deles havia 37 anos”, dis-se Jovanovic, autor do gol do triunfo.

Com um ponto, os australianos espe-ram pouco do jogo, ainda mais sem os suspensos Kewell e Moore. “São grandes nomes. Vamos tentar usar isso a nosso fa-vor”, analisou Stankovic, capitão sérvio. A situação australiana piorou com as decla-rações de Frank Lowy, presidente da Fe-deração local, que pediu o fim das lamú-rias pelas expulsões de Cahill e Kewell.Stankovic (à dir.) celebra ausências de Kewell e Moore

Técnico: Pim Verbeek Austrália

1 Schwarzer 8 Wilkshire 2 Neill 21 Carney 11 Chipperfi eld

5 Culina 4 Cahill 16 Valeri 7 Emerton 19 Holman 23 Bresciano

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Alemanha corre pra não passar vexameDeclaração de Podolski incendiou o time, que precisa vencer Gana

O brasileiro naturalizado alemão Cacau, autor de um gol na estreia, está escalado pelo técnico Joachim Low como titular hoje

Uma estreia ful-minante, um segundo jogo decepcionan-

te. A trajetória da Alema-nha na Copa é uma gran-de interrogação. A prova de fogo é hoje, diante de Gana. Uma vitória classifi-ca o Nationalelf. Se empa-tar, a qualificação vai de-pender da partida entre Sérvia e Austrália.

“A possibilidade de irmos pra casa tem que passar longe daqui. Uma desclassi-ficação seria uma vergonha enorme pra Alemanha. Ga-na tem jogadores velozes, de qualidade. Mas a derro-ta não passa pela cabeça. Nossa obrigação é nos clas-sificarmos sem sustos e na primeira colocação”, disse o meia-atacante Podolski, que desperdiçou um pênal-ti contra os sérvios.

Podolski não terá a tra-dicional parceria com Klo-se, que foi expulso no últi-mo jogo. Cacau, brasilei-ro naturalizado alemão, é o mais cotado pra atuar co-mo centroavante, de acor-do com o técnico Joachim

Low. “Eu posso fazer algu-ma alteração de posiciona-mento no time e aí teria co-mo opções o Mario Gomez ou o Stefan Kiessling. Mas tenho uma tendência a fa-vor do Cacau”, revelou o comandante.

Irmãos não se falamOs africanos, que só pre-

cisam de um empate, con-tam com Kevin-Prince Bo-ateng. O jogador da equipe ganesa, que chegou a atuar por seleções alemãs de ba-se, quebrou Ballack na fi-nal da Copa da Inglaterra (entre Portsmouth e Chel-sea) e tirou o craque ale-mão do Mundial.

Seu irmão, Jerome Bo-ateng, é reserva da tri-campeã mundial, mas não quer papo. “Ele continua sendo meu irmão e eu lhe desejo o melhor, mas no momento não temos na-da a dizer um ao outro”, avisou Jerome. “Já me desculpei duas vezes en-quanto Ballack ainda esta-va recebendo tratamento, agora é a terceira”, lem-brou Kevin-Prince.

Técnico: Milovan Radejac Gana

22 Kingson4 Pantsil 19 Addy8 Mensah2 Sarpei6 Annan9 Kevin Boateng13 Dede Ayew 12 Tagoe21 Asamoah3 Gyan

Hoje • 15h30 • Soccer City (Joanesburgo) • J: Carlos Eugênio Simon (BRA)

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GANAALEMANHA SÉRVIAAUSTRÁLIA13

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Técnico: Joachim Low Alemanha

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16 Lahm

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17 Mertesacker

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6 Khedira

7 Schweinsteiger

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JORNAL PL ACAR | QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010

Técnicos de outras seleções agem como o brasileiro

Não é “privilégio” do Brasil ter um técnico nervo-so, que distri-

bui patadas a torto e direito. Outras seleções são treina-das por homens de “perso-nalidade forte”. França, In-glaterra e Portugal também têm técnicos chiliquentos.

Raymond Domenech, técnico francês, já che-gou à África do Sul envol-to em polêmicas — princi-palmente por seus critérios de convocação, que envol-viam os signos dos jogado-res. Mas foi durante a Copa que ele se destacou. Brigou com Anelka, foi coadjuvan-te na confusão entre o capi-

tão Evra e seu preparador físico e ainda se recusou a cumprimentar o técnico da África do Sul, o brasileiro Carlos Alberto Parreira.

Fabio Capello, comandan-te da Inglaterra, criticou o ex-capitão John Terry, que falou à imprensa que havia ambiente ruim e bebedeira dentro do grupo inglês.

Vladimir Weiss, técnico eslovaco, abandonou sua última entrevista coletiva, irritado com os jornalistas.

E Carlos Queiroz, de Por-tugal, não gostou das críti-cas de Deco a seu trabalho e o deixou na reserva con-tra a Coreia do Norte.Bernardo Itri

Mau humor de Dunga faz escola na África

14copa

Este mês na Placar: Copa do MundoComo Dunga comanda a Seleção Brasileira

LibertadoresSão Paulo ou Inter: quem vai se dar melhor na volta da Copa?

Copa do BrasilO Santos não vai ter moleza contra o Vitória

Isso e muito mais na Placar de junho.Não perca. Já nas bancas!

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OS PITIS DOS TÉCNICOS

DomenechDesentendeu-se com Anelka, que acabou cortado do Mundial. No dia seguinte ao corte, seu preparador físico quase agrediu Evra. Ontem, após a derrota para a África do Sul, protagonizou uma grosseria: virou as costas para Parreira, negando-se a cumprimentá-lo.

Fábio CapelloEmbora na primeira fase a Inglaterra não tenha ido tão bem, o treinador estava contido. Mas, na segunda-feira, Capello criticou Terry. O zagueiro disse que o ambiente no grupo estava ruim e que Joe Cole deveria ser titular. Capello retrucou: “Espero que deste grande erro venha um grande desempenho”.

Vladimir WeissO treinador da Eslováquia é um dos que mais se aproximam de Dunga. O motivo? Seu alvo é a imprensa. Anteontem, Weiss deu entrevista por apenas 40 segundos e abandonou a coletiva. Ele se irritou com perguntas sobre a derrota para o Paraguai. Fez a mesma coisa no sábado passado.

Carlos QueirozA birra do técnico de Portugal foi com Deco. Depois da estreia na Copa, o jogador criticou Queiroz por tê-lo escalado em posição errada e foi retaliado. Após a declaração, o meia ficou treinando em separado e amargou a reserva da equipe na partida contra a Coreia do Norte.

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oquarta-feira, 23 de junho de 2010 | jornal pl acar

15O goleiro do Corinthians, Felipe, não participou

do treino da manhã de ontem, em Águas de Lindoia,

com dores no braço e nos ombros. FORA DA ÁFRICA

Neymar lucra longe da África do SulEmpresas oferecem grana para associarem suas imagens à do craquinho

O cachê de 1 milhão de reais prometi-do pela CBF para os comandados

de Dunga — caso eles ven-çam a Copa — não causou inveja aos que ficaram de fora. Tanto jogadores que estavam brigando por uma vaguinha na seleção quanto veteranos de outros Mun-diais estão lucrando neste período de Copa.

Aclamado por admirado-res para ser lembrado por Dunga, Neymar não foi à África do Sul para jogar,

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mas poderia ter ido para engordar suas economias. Uma empresa que patroci-na atletas de vários esportes convidou a revelação san-tista para ir ao país da Copa e ficar cerca de uma sema-na fazendo eventos.

Segundo uma pessoa que trabalha com Neymar, o va-lor da proposta passava dos 100 000 dólares. Mas o jo-gador recusou, alegando cansaço.

Mesmo assim, no Brasil, Neymar não deixou de lu-crar. O atacante participou

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de eventos e, em alguns, re-cebeu um cachê cujo valor é igual ao salário de jogado-res profissionais.

Só pela presença de Ney-mar, algumas empresas pa-garam 40000 reais ao san-tista. Mas ele foi a eventos por outras quantias — e, pa-ra os que ele tinha algum in-teresse pessoal, até de gra-ça. “Muita gente ligava para pedir a presença de Ney-mar oferecendo 40000 re-ais. É bom para o marketing da empresa e dele”, diz uma pessoa do estafe do jogador.

Tricolor nega oferta do Peixe pelo volante Arouca

kPara ficar com Arou-ca em definitivo, o

Santos vai ter que pagar os 3,5 milhões de euros (cer-ca de 8 milhões de reais) pelos 60% dos direitos fe-derativos que pertencem ao São Paulo — o restante é de uma empresa. O pra-zo é 31 de agosto.

Ontem, o clube do Mo-

Arouca e o Tricolor: proposta negada

O craque do Santos recebeu ofertas de 100 000 reais para ir à África do Sul

Denílson comenta na Band Cafu não sai da África do Sul O técnico Vampeta: palpiteiro Ganso tirou casquinha

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SANTOS

rumbi, que pretende rea-proveitar o jogador se não conseguir negociá-lo com o exterior, negou a propos-ta do Peixe. “O contrato do Arouca tem algumas clau-sulas pré-estabelecidas. A presidência está vendo se é possível abaixar o valor”, disse o gerente de futebol do Santos, Paulo Jamelli.

Seu companheiro de clu-be Paulo Henrique Ganso também tirou uma casqui-nha em eventos. E ainda foi convidado pela mesma em-presa que quis levar Ney-mar à África do Sul para es-tar presente a uma festa em São Paulo, mas não foi.

Até ex-atletas usaram a Copa para fazer marketing (e dinheiro). Cafu fez apa-rições na África. No Brasil, Emerson, Denílson e Vam-peta comentam o Mundial para a TV Bandeirantes.Bernardo Itri

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VILÕES HERÓIS

Uma Copa da caça, outra do caçador

JORNAL PL ACAR | QUARTA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2010

ROBERTO CARLOSAlemanha - 2006

Nas quartas de final

contra a França, Roberto Carlos, em

vez de marcar Henry, parou para arrumar o

meião. O atacante ficou sozinho para fazer o gol

da França que selou a eliminação brasileira.

RONALDO2002 - Coreia/Japão Depois da pane na final de 1998, depois de ficar parado por quase dois anos e depois de romper o ligamento do joelho direito, Ronaldo foi o destaque da seleção brasileira em 2002. Marcou oito gols, sendo dois na final contra a Alemanha. O resultado, de 2 x 0, definiu o título.

PAOLO ROSSI1982 - Espanha Paulo Rossi foi o herói da Itália. Artilheiro da competição, garantiu a vitória da Itália sobre o Brasil na segunda fase, ao marcar três gols da vitória por 3 x 2. Na semifinal, fez os dois gols contra a Polônia e marcou o primeiro da final contra a Alemanha Ocidental, vencida pelos italianos por 3 x 1.

EUSÉBIO1966 - Inglaterra Artilheiro da Copa, com nove gols, Eusébio se destacou por seus dribles e incrível arranque. O atacante, conhecido como Pantera Negra, nasceu em Moçambique, então colônia de Portugal, e jogava no Benfica.

HIGUITAEstados Unidos -1994

O goleiro acabou com a

chance de a Colômbia ir para as quartas de final. No jogo contra

Camarões, recebeu bola recuada na intermediária, foi tentar sair driblando e perdeu a bola para Roger

Milla, que fez o gol.

ESCOBAREstados Unidos -1994

Andrés Escobar marcou um gol contra, ainda na fase de grupos, contra os EUA. O colombiano

foi assassinado dez dias depois — especula-se que por apostadores

colombianos que perderam muito dinheiro.

BARBOSABrasil - 1950

Em 1950, quando o Brasil

perdeu a Copa em casa para o Uruguai, o goleiro Barbosa foi considerado o maior culpado. O jogo

terminou 2 x 1 para a Celeste. Barbosa foi

acusado de falhar no segundo gol, de Ghiggia.

Ronaldo e Roberto Carlos estiveram em 2002 e 2006. Por que um é herói e o outro é vilão?

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