jornal paginas abertas janeiro e abril 2012

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PÁGINAS abertas ANO I - N O 16 JANEIRO A ABRIL DE 2012 Foliões, o Carnaval 2012 vem com tudo! CONTATOS 31. 30325452 [email protected] olegariobalbino.blogspot.com PÁGINA 8 Com novo projeto, MC Yuri BH ajuda muitos jovens PÁGINA 7 Região noroeste é beneficiada com "Crack nem Pensar" PÁGINA 6 ACM oferece colônia de férias no bairro Caiçara PÁGINA 3 Miriam Gonçalves

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Jornal Paginas Abertas Janeiro e Abril 2012

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Com novo projeto,MC Yuri BH ajuda

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ACM oferece colônia de férias no bairro Caiçara

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EditorialOpinião

ÉDERSON BATISTA BALBINO

Amigo leitor, neste ano que se inicia haverá eleições municipais, em que o ICOB

quer contribuir significativamente para a participação consciente dos moradores e

moradoras dos bairros. Já estamos em contato com outras entidades para promover-

mos uma campanha de conscientização e combate à corrupção eleitoral.

Nas eleições municipais seremos a vanguarda na luta pelo aprofundamento da

participação popular. Quanto mais os governantes abrirem mão do seu poder e cons-

truírem mecanismos que realmente escutem o clamor popular, melhor. Construiremos

uma cidade com oportunidades iguais para todas as pessoas.

2012 promete ser um ano de muita luta e de muitas realizações. Nós, da gestão

atual -ICOB, chamamos todas as pessoas dispostas a construir um movimento comu-

nitário combativo, autônomo e integrado a participarem das atividades (ICOB - pales-

tras e debates). Dê sugestões, reclame, divirja, debata: somente com a participação

efetiva construiremos o que estamos desejando agora.

AMIGO LEITOR, sabemos que o mundo não será melhor se ficarmos mais ricos,

mas o mundo será melhor se todas as pessoas crescerem em igualdade social e, princi-

palmente, trazendo em seus corações a fé e o espírito de vida em abundância, sem cor-

rupção, corresponsáveis, preservando a natureza, preservando a vida das pessoas,

sejam elas quais forem.

Agora é com você. Em 2012, participe. Seja também um Páginas Abertas.

Um 2012 cheio de Saúde e Paz!

Equipe Páginas Abertas

INFORMATIVO DO INSTITUTO CULTURAL OLEGÁRIO BALBINORua Margarida P. Torres , 1460 - Nova Esperança - Belo Horizonte - Minas Gerais - CEP 31230 390 Contato: 31. 3347.3282 - e-mail: [email protected] ou blog: olegariobalbino.blogspot.comRECURSOS HUMANOSCOORDENADOR/PROFESSOR: Éderson Batista Balbino, DIRETORA FINANCEIRA: Rosemayre Costa Carvalho, ADVOGADA:Donata Terezinha Balbino, SECRETÁRIO: Robson Anísio

JORNAL – LABORATÓRIO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA / CENTRAL DE PRODUÇÃO JORNALÍSTICA – CPJCOORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO: Marialice Emboava, COORDENADOR DA CENTRAL DE PRODUÇÃO JORNALÍSTICA - CPJ: Eustáquio Trindade Netto – MG02146MT, PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE: Helô Costa – MG00127DG, colaboraram nesta edição estagiários do curso de Jornalismo: ,Lídia Salazar,(edição);Ana Paula Moreira, Bruno Menezes, Diego dos Santos, Isabella Rocha, Izabela Moreira Jaqueline de Paula, João Sabino, Lorayne François, Miriam Gonçalves, Maiara Morais, Nayara Perez, Rayane Dieguez, Renato Gomes, Sérgio Viana, Thais Venturatto (textos); Fillipe Gibram, Geisiane de Olivera, Ludmila Rezende(diagramação)CORRESPONDÊNCIA: Centro Universitário Newton Paiva - Campus Carlos Luz: Rua Catumbi, 546 - Caiçara - Belo Horizonte - Minas Gerais - CEP: 31230-600 - Telefone: (31) 3516-2734 - [email protected]

Expediente

Feliz 2012!LORAYNE FRANÇOIS

Idealizada pelo presidente do Movimento Mineiro pelas Pessoas Desaparecidas e Crianças Exploradas (MIDESPAR) Robson Anisio dos San-tos, com o apoio do Instituto Cultural Olegário Balbino (ICOB), foi final-mente criada a Cartilha que traz informações sobre todos os procedi-mentos que se deve ter diante de um desaparecimento e, também, sobre como se prevenir.

A Cartilha de prevenção ao desapa-recimento contém textos e ilustrações que dão noções mínimas de segurança pessoal e preventiva a crianças e adoles-centes. Com uma linguagem simples e acessível, a cartilha mostra algumas dicas de procedimentos nas “reais” situações de emergência. Por meio de desenhos, as crianças assimilam e fixam mais facilmente as ideias básicas de segurança própria.

A importância está em alertar pais e ou responsáveis, educadores, gover-nantes e a sociedade sobre o drama provocado por este triste fenômeno, o grande número de desaparecimentos em Minas Gerais e em todo o Brasil. O objetivo é chamar a atenção de todos para o problema e convidando para que sejam mais participativos, atentos e solidários com as famílias que viven-ciam este drama. Robson Santos explica a funcionalidade da cartilha.

— Será muito útil em toda a Grande BH, pois muitos ainda não sabem que, após uma pessoa desapa-recer, o Boletim de Ocorrência deve ser registrado imediatamente e não mais 24 horas após o desapareci-mento, como era antigamente.

A cartilha será distribuída em esco-las da rede pública e privada, abrigos e centros que atendem crianças e adoles-centes da região Noroeste. A partir do segundo semestre de 2012, será distri-buída também em toda a Grande BH.

JAQUELINE DE PAULA

Nos dias 10 e 11 de novembro foi rea-lizada a 1ª Conferência Municipal Sobre Transparência e Controle Social de Belo Horizonte. O evento foi uma grande opor-tunidade para informar a população sobre as atividades da atual gestão pública. O objetivo da conferência é contribuir para um efetivo e democrático controle social e garantir que o dinheiro público seja usado de forma correta.

A 1ª Consocial tem por finalidade encaminhar 20 propostas definidas pelos participantes para a etapa estadual e ele-ger 24 delegados para defendê-las durante a conferência.

Os participantes foram divididos em três segmentos distintos: 60% deles foram representantes da sociedade civil; 30% do poder público; e 10% dos conse-lhos de políticas públicas municipais.

A conferência abordou quatro temas: Promoção da Transparência Pública e Acesso à Informação e Dados Públicos; Mecanismos de Controle Social, Engaja-mento e Capacitação da Sociedade Para o Controle da Gestão Pública; Atuação dos Conselhos de Políticas Públicas Como Instâncias de Controle e Diretri-zes Para a Prevenção e o Combate à Cor-rupção. Estes temas são chamados de Eixos Temáticos. Cada participante escolheu, no momento da inscrição, de qual eixo desejava participar. Assim, de uma forma democrática, a população pode se informar um pouco mais e con-tribuir na escolha de ideias para melho-rar o trabalho da gestão pública.

1ª CONSOCIAL Presta Contas

EventoPrevenção ao

Desaparecimento de Crianças e Adolescentes

Para o primeiro semestre deste ano o ICOB oferece vagas para o curso do ENEM e Supletivo do Ensino Médio para pessoas de baixa renda, as matriculas poderão ser realizadas na Av. Américo Vespúcio nº 1599, bairro Nova Esperança. Vagas limitadas: 60 para o curso do ENEM e 30 para o Supletivo do Ensino Médio.

Para inscrição é necessário copias: Xerox; CPF, RG, COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA ATUAL, 1 FOTO 3x4 e taxa de inscrição no valor de 45,00. Informações: (031) 3032 5452 - www.olegariobalbino.blogspot.com

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LAZER

ACM: a serviço da comunidadeDesenvolver a mente e o corpo — os objetivos de uma

entidade espalhada por diversos países

RENATO GOMES

Localizada há mais de 30 anos na Rua Tietê, 292, no bairro Caiçara, a ACM (Associação Cristã de Moços) é uma enti-dade filantrópica, sem fins lucrativos e que, em Belo Horizonte, repete uma his-tória que existe em âmbito internacional.

Devido a uma recente reestrutura-ção, alguns projetos estão temporaria-mente parados. “Estamos aguardando a visita de uma assistente social e assim que formos atendidos, pretendemos realizar novos projetos a partir do ano que vem”, afirmou Shirley Aparecida de Freita, gerente administrativa da ACM.

Com o intuito de estar mais pre-sente na comunidade, a ACM pretende voltar com o “Dia Feliz”, em que, após a aula, o aluno permanece o restante do dia na ACM; “Interação social”, com creches e ONGs; “Unidades Móveis Odontológicas”; “Oficina Escola”, que oferece cursos de digitação, manicure, mecânica, entre outros.

— Fazer o projeto é muito fácil, mas colocá–lo em prática, tem sido muito difícil devido à necessidade de

se terem mecanismos que se encai-xem, tornando-os reais e de qualidade — afirma Rui de Figueiredo Barbosa, gerente de operações.

Realizada na segunda quinzena de janeiro e julho, no período de férias escolares, a “Colônia de Férias”, das atividades proporcionadas pela ACM, é a mais procurada. Não por acaso. Afinal, são diversas oficinas culturais, esportes (natação, volley, futsal, peteca, quei-mada), teatrinho, balão pula-pula, cama elástica e excursões que levam a garotada ao delírio.

O objetivo é atender crianças de 6 a 14 anos de idade, mas as atividades se estendem também ao público frequen-tador da unidade, com vagas para pes-soas de baixa renda e isenção de taxas. Um programa e tanto para quem não vai viajar e também não sabe o que fazer com a criançada em casa. “Inserir alunos carentes na sociedade, melho-rando a qualidade de vida, tem sido o nosso ideal”, acrescenta Rui. Outras informações pelo (31) 3412-7818 ou [email protected].

Férias: a grande vilã da alimentaçãoComo driblar as crianças neste período, oferecendo alimentos mais saudáveis que pizzas e sanduíches?

MAIARA MORAIS E RAYANE DIEGUEZ

Se já é difícil de controlar a alimenta-ção da garotada em dias comuns, ima-gine nas férias? Com mais tempo para ficar em casa e menos atividades para ocupar seu tempo, a hora do lanche acaba sendo mais do que uma simples refeição para crianças.

Com horários flexíveis e o consumo frequente de comidas nada saudáveis, os costumes habituais se modificam e as crianças se tornam mais vulneráveis às guloseimas. Mariana Miranda Corrêa, 7, diz que abusa mesmo nas férias —

“batata frita, chicletes, bala e bolo são os meus preferidos”, vai enumerando sem a menor cerimônia.

O que mais dificulta a ação dos pais é a autonomia como as crianças se impõem cada vez mais. É necessário ter desenvol-tura e paciência. “Neste momento preciso ter muito jogo de cintura, já que eles acham que mandam mais que eu”, afirma Sheila Miranda, 32, com bom humor.

MORANGOS COM TOMATE

Segundo a nutricionista Aline Luciane Ferraz, nesse período há uma dupla quebra de rotina, pois os pais tam-

bém entram de férias, liberam o horário e, para agradar as crianças, fazem só o que elas gostam. Quando se fala em ali-mentação, não se pode esquecer a hidratação. De acordo com Aline, a ingestão de água e sucos é essencial nas férias, que coincidem no verão. Uma das dicas é usar alimentos nutritivos para variar o cardápio, preparando pra-tos atrativos e coloridos.

A empresária Jacqueline Carvalho de Mello teve a ideia de criar gelatinas coloridas, em forminhas com formato de animais, para vencer a batalha contra

os terríveis gêmeos Marlon e Adso que, a exemplo de Mariana, citada no início da matéria, não abriam mão de pizza, batata frita, bolo e pipoca — “só porca-ria”! No começo, era só gelatina; “depois”, conta Jacqueline, “fui acres-centando as frutas e os sucos, com algu-mas misturas mais sutis, tipo espinafre com laranja ou couve reforçando a limo-nada”. Segundo a empresária, eles logo perceberam seu jogo, mas como não acharam ruim, ela foi explicando que fazia bem e até sugerindo que eles mes-mos criassem suas próprias misturas.

Fotos Miriam Gonçalves

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RELIGIÃO

Obras de contemplação

RAYANE DIEGUEZ

Milhares de pessoas estão indo a ruas em uma onda de protestos que ronda todo o mundo. São os Indignados – termo que se originou na Espanha e ganhou força e mobilidade mundial. As manifes-tações tiveram grande repercussão. Entretanto no Brasil, os protestos foram fracos e não obtiveram relevância.

A ultima manifestação relevante que ocorreu no país foi em 1992, quando “Os Cara Pintadas” se uni-ram contra Fernando Collor, o então presidente da Repúbl ica. Desde

então nenhum tipo de “indignação” gerou mobilização e a pergunta que fica é: será que somos um povo con-formado? Será que desistimos de punir a corrupção?

De acordo com o sociólogo Rodney de Souza, tudo é uma questão de tradi-ção. “Temos que construir instituições e movimentos democráticos, mas isto demanda tempo”, afirmou. Para ele, “nossa democracia é jovem, mas no futuro ela se consolidará e o povo terá uma melhor consciência”.

Até que nem tão indignado assim,

Vinícius Souza, 17, prefere afirmar que o governo não oferece opções de lazer. “Para poder se divertir é preciso gastar muito, mas infelizmente não são todas as pessoas que possuem dinheiro para isso”. Mas, se o caso é saber se existe alguma atitude a se tomar em relação ao descaso do governo, Vinicius é reticente, diz que “pode até haver, mas não iria adiantar nada”. Ou seja, nada de se indignar.

Segundo o estudante Marco Júnio, 16 anos, a divulgação em redes sociais seria uma boa maneira de unir grandes grupos em prol de um governo melhor.

“Poderíamos fazer passeatas e divulgar nas redes, mas não fazemos”. Como já dizia Rui Barbosa, “De tanto ver prospe-rar a desonra, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se”.

Os mecanismos de organização em sociedade não possibilitam ninguém a acreditar em um “país de todos”. A uto-pia de se ver os padrões de boa conduta nos líderes brasileiros é substituída pelo que é noticiado a todo o momento nas mídias. Mas é preciso mudança, afinal não basta indignar-se, é preciso agir.

A necessidade da açãoA nossa indignação é uma mosca sem asas, não ultrapassa as janelas de nossas casas

Samuel Rosa e Chico Amaral

JOÃO SABINO

Belo Horizonte irá ganhar mais um projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer. Trata-se da nova Catedral Cristo Rei, que deverá ser construída na Avenida Cristiano Machado, em frente à estação de metrô Vilarinho. Segundo o site da Arquidiocese de BH, é um epicentro geográfico, se considerado o adensamento popula-cional de uma Arquidiocese de cinco milhões de habitantes.

Um ano após o começo de seu pas-toreio, que deu inicio em 2004, o arce-bispo metropolitano de Belo hori-zonte, Dom Walmor Oliveira de Aze-vedo, procurou o arquiteto Oscar Niemeyer com um desafio: criar a Catedral como um lugar de espiritua-lidade, cultura, educação e arte, mas que fosse também um lugar de pensa-mento e diálogo, em que a Arquidio-cese pudesse desenvolver suas obras

sociais, cuidando dos pobres. Na verdade, a criação da Catedral

é uma ideia que surgiu em 1936, moti-vada por Dom Cabral, o arcebispo da

época. Devido às muitas dificuldades a obra não pôde ser concluída, apesar de iniciada. Niemeyer, que tem sua obra eternamente ligada à paisagem

humana de Belo Horizonte, idealizou o projeto durante seis meses, entre-gando à Arquidiocese uma ideia arro-jada. O projeto foi analisado e avaliado por todos os segmentos internos da Igreja. Em 2010, Dom Walmor e Nie-meyer se reuniram no Rio de Janeiro para a assinatura do contrato refe-rente ao projeto. A Arquidiocese pre-tende construir a Catedral Cristo Rei com doações e apoios.

O motorista de táxi Edmilson José Ferraz, morador da região, acha que a construção da catedral é um sonho antigo de toda a população. Católico praticante, pai de quatro adolescentes entre 15 e 19 anos, Edmilson acha importante destacar também as obras sociais que virão com a construção do templo. “Temos jovens muito carentes, gente que precisa de bons conselhos, pra ver se bota na cabeça que a vida não se resume em bailes funk”, afirmou.

O arcebispo Dom Walmor dá inicio a uma ideia que surgiu nos anos 30

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EDUCAÇÃO

Enem volta a inovar em 2012Novidades querem

minimizar transtornos e facilitar a entrada

dos jovens nas universidades

BRENDDA COSTA E JULIANA LIMA

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) irá trazer algumas novidades em 2012. Uma delas, é que, segundo a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-cacionais Anísio Teixeira (Inep), Mal-vina Tuttman, definiu que a partir de 2012 o Enem será implementado em pelo menos duas edições por ano. A primeira será nos dias 28 e 29 de abril; a outra ainda não tem data marcada. A segunda novidade é que, para aqueles que não terminaram os estudos em tempo certo, a prova será uma forma de obter o certificado de conclusão do ensino médio.

A presidente e professora do Inep acrescenta que o Enem continua sendo e será sempre um exame de ava-liação do ensino médio. Tuttman tam-bém ressaltou que, como instrumento de cidadania, o exame tem aspectos positivos inquestionáveis: garante certificação do ensino médio para milhares de cidadãos que ainda não tiveram essa oportunidade; oferece o acesso ao ensino superior e fortalece o

ingresso profissional de outros milha-res de cidadãos no mercado de traba-lho, efetivando conquistas pessoais nunca obtidas anteriormente.

O motivo das edições é diminuir os problemas ocasionados pelos erros apresentados no Enem das edições anteriores. E acima de tudo, oferecer mais oportunidades e chances para quem quiser fazer a prova e entrar na faculdade. Já que diversas universida-des de todo o Brasil não fazem mais vestibular, a única forma de ingresso é através da nota do Enem.

PONTOS POLÊMICOS

Para os maiores de 18 anos que ainda não concluíram o ensino médio, há uma segunda alternativa: Dispen-sando cursos supletivos, eles poderão participar da prova. Segundo o profes-sor Dorivan Ferreira Gomes, coordena-dor de exames do instituto responsável pelo Enem, o Inep, a nota do Enem, pode variar de 60 a 180. Se o candidato tiver um conceito acima de 100, ele está apto para receber o certificado, que deve ser emitido pelos estados.

Segundo Ana Lúcia Fernandes

Paulo, pedagoga do Centro Universitá-rio Newton Paiva, o fato de o Enem oferecer o certificado de conclusão do ensino médio, no entanto, não significa conhecimento. Por isso, Ana Lúcia dis-corda da medida adotada. Mas, mesmo não tendo conhecimento do método de correção da prova, ela é otimista e acha eficiente a correção. Ainda assim, Ana Lúcia afirma que “erros têm ocorrido devido à falta de gestão eficiente, pes-soas mais comprometidas e envolvidas com o processo”.

A fim de tornar a prova menos can-sativa o Ministério da Educação (MEC) está estudando uma maneira de amenizar a situação. Uma alterna-tiva estudada pelo MEC é mudar a organização da prova, com questões de matemática e redação em dias dife-rentes. Os candidatos reclamam da falta de tempo para realizar a prova. Já que no segundo dia de avaliações os estudantes devem responder questões de linguagens, matemática e redação. A intenção do MEC é tornar obrigató-ria a prova para todos os alunos que estão terminando o ensino médio.

ANA PAULA MOREIRA

Há 37 anos, surgia em Belo Hori-zonte a Campanha de Popularização do

Teatro. O projeto surgiu com a intenção de atingir as classes mais pobres, que não tinham

acesso mais frequente ao teatro ou, às vezes, nem o hábito de assistir uma peça nem que fosse

uma vez por ano. A preços baixos, a campanha se tornou um sucesso, ganhando uma nova formação de público. Muita gente viu que, de vez em quando, valia a pena investir numa peça de teatro.

Por isso, a Campanha de Popularização do Tea-tro se tornou um evento tradicional em Belo Hori-zonte. Hoje, oferece dirfersificados espetáculos

em vários teatros por toda cidade, com um preço superacessível. O festival acontece anualmente entre os meses de janeiro e fevereiro.

Há 32 anos em cena, o ator, produtor e diretor Amauri Reis, que já atuou em grandes sucessos tea-trais, como “Na virada do sexo’’, “Vexame’’, e “Com jeito, vai’’, entre outras, reconhece que a campanha é, de fato, um sucesso. Reis, que também já atuou na televisão e como diretor, participa da campanha desde o começo.

— O público deveria frequentar mais o teatro além dos meses da campanha, pois durante o ano há varias peças que não atingem o esperado tanto quanto a popularização, que alcança varios públicos.

Amauri diz que cada ano bate um recorde de público. “Belo Horizonte transforma a Campanha de Populariza-ção do Teatro em sua verdadeira praia cutural no verão”, afirma. Quem concorda com ele é a vendedora Marilce Garcia, 45, que, há dez anos, nunca tinha entrado num teatro. Levada por uma amiga à peça “Um espírito baixou em mim” ela disse que nunca viu nada tão engraçao. “É mil vezes melhor que ver televisão”, reconhece. Segundo Marilce, que assistiu à peça oito vezes e ganhou até autógrafo do modelo que fazia uma das personagens, o que dificulta maior frequência ao teatro é realmente o preço.

É hora de ir ao teatroApresentada entre os meses de janeiro e fevereiro, a Campanha de Popularização do Teatro traz novas oportunidades para o público

Ana Lúcia, pedagoga da Newton Paiva, afi rma que Enem precisa melhorar gestão

Fotos Juliana Lima

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CORPO E MENTE

MIRIAM GONÇALVES E SÉRGIO VIANA

As estatísticas mostram que os cri-mes violentos no Brasil têm um perfil bastante definido. São jovens do sexo masculino, com idades entre 15 e 24 anos, geralmente pobres e moradores das periferias dos grandes centros urba-nos. Como a escola pública tem sido incapaz de reter os jovens, assim o mundo do crime fica cada vez mais atra-tivo pelo ganho maior e mais rápido.

A ausência do estado e a pressão da sociedade por uma identidade cada vez mais universal têm contribuído para o

aumento dessa estatística. Os números crescem principalmente em áreas onde os jovens sequer desfrutam de alternativas quanto a atividades de lazer, desviando sua atenção para outros assuntos. Wilma Ferreira, mora-dora da comunidade, conta que, na região Noroeste, “tirando o Shopping Del Rey, não tem mais nada”. E o lazer oferecido pelo shopping, segundo Célia da Silva, não atende a muitos jovens da comunidade, pois é voltado para a classe média.

— Aqui só tem botequim. Menino

daqui aprende a beber desde cedo. Depois, ninguém segura mais...

Para o Sociólogo Rodnei Souza, pro-fessor do Centro Universitário Newton Paiva, quando a comunidade é carente e falta segurança pública, esse quadro acaba gerando um aumento nos casos de violência. “O estado deveria contri-buir com o lazer, que é um direito público”, ressalta Rodnei.

Muitas vezes na busca de mudar essa realidade, os próprios moradores tentam criar projetos que tirem os jovens da rua. A região Noroeste de Belo

Horizonte, e composta por vários bair-ros, mas quase todos com um ponto comum, a carência nas áreas de lazer. Um exemplo e o bairro Bom Jesus, que possui somente uma quadra, que sobre-vive a duras penas, apenas com a ajuda dos moradores. João Araújo é agente comunitário há três anos. Ele conta que tem “suado bastante para melhorar os investimentos na região”.

— Mas, sozinho não dá para fazer muita coisa. A prefeitura e outros órgãos privados, deveriam olhar mais para a gente, reclama.

Falta de lazer favorece aumento da violência

DIEGO DOS SANTOS

O consumo de crack vem crescendo assustadoramente nos grandes centros urbanos brasileiros. Muitas pessoas — e entre elas, jovens e crianças — estão per-dendo suas vidas devido ao contato com essa droga letal, que não escolhe cor, raça ou poder aquisitivo. Por isso, o projeto “Crack nem pensar” vem para ajudar jovens da regional noroeste, e tem por objetivo levar informações a respeito da droga e fazer com que os jovens reflitam e acreditem que é possível vencer barreiras, preconceitos e realizar sonhos. Sem preci-sar encher a cuca.

O Projeto, que consiste em realizar pequenas apresentações artísticas e palestras em ruas e praças, possui tam-bém a finalidade de levar às escolas da

rede publica e privada informações sobre a droga, e conversar de maneira igualitá-ria com os jovens, abordando temas decorrentes do uso do crack — criminali-dade, marginalidade e reinserção social, entre outros assuntos atuais de interesse da comunidade. O objetivo é o resgate social e a busca da conscientização de que a droga definitivamente não faz bem.

Segundo o coordenador do projeto Éderson Batista Balbino, o projeto “Crack nem pensar”, além de levar informação sobre o perigo de se experimentar a droga, levará cultura também, mostrando para a juventude alternativas em forma de outras atividades que podem preencher seu tempo de forma muito mais positiva, como cinema, música e dança.

— A informação é a melhor arma, eu

como educador acredito que o importante é instruir e conscientizar os jovens — diz Éderson Balbino.

O crack é uma droga tão pesada, que o dependente chega a acreditar que, consu-mindo-a, consegue compensar a falta da família, a fome e outras necessidades que qualquer pessoa tem.

— Fui viciado durante nove anos; vendi tudo que tinha dentro de casa e perdi o respeito das pessoas que eu amava — as palavras são de Thiago Rocha, 27 anos, office-boy, e mostram como, em pouco tempo, o dependente se vê escravo da droga e se torna capaz de tudo para conseguir aquilo que acre-dita ser sua válvula de escape. No entanto, neurônios destruídos, falta de memória, de concentração e de auto-

controle, além do aumento da agressivi-dade são o que ele vai ganhar.

— Para conseguir minha pedra, pas-sava por cima de qualquer um; já roubei e só não matei porque nunca me pediram — complementa Thiago Rocha.

O projeto “Crack nem pensar” vem para conscientizar jovens e familiares de que a droga, definitivamente, não vale a pena.

Pare; olhe; refl ita... Crack? Nem pensar

Mato e entulho tomam conta do campo e a

quadra sofre por falta de manutenção

Fotos Miriam Gonçalves

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TENDÊNCIA

A inovação no funkTHAIS VENTURATTO

O funk consciente vem domi-nando à cabeça dos jovens. Novos projetos invadem as escolas e tra-zem outra visão nas letras, dei-xando de lado o conteúdo vulgar das letras banais que dominam boa parte da produção. E, com isso, ganha o espaço na rede pública. As crianças das escolas da região Noroeste relembram, por meio das letras, os verdadeiros valores da família. E de quebra, que o crime não compensa.

O Projeto Funk Consciente engloba a massa mais pobre da

população e seu objetivo é mostrar à nova geração que as drogas e o crime não levam a nada. O projeto foi iniciado por Iuri Zanoni de Andrade, mais conhecido como MC Yuri BH, e teve início com a música que ele fez para sua avó: “Minha Vó”. Posteriormente, Iuri fez a letra educativa “O crime não presta”.

Com letras contagiantes, o pequeno Yuri, de 12 anos, está fazendo a cabeça de muitos jovens. E não só da periferia. Ele estourou na internet com o vídeo “o crime não presta”, que teve quase dois milhões de acesso. Suas letras

difundem a paz e vão contra o crime e as drogas.

Marilda Lara, assessora de gabinete da regional noroeste, afirma que a influência do MC Yuri traz pontos positivos para as crian-ças das escolas. “É uma criança passando uma mensagem de res-ponsabilidade e consciência a outra criança; o pequeno Yuri ensina a dar valor à família e a não deixar se perder por coisas erra-das”, comenta.

Mas, para isso, Yuri pega pesado. Ele vai às escolas de Belo Horizonte toda sexta-feira, na

parte da manhã, e leva suas letras de conscientização para alunos da rede pública, priorizando as esco-las que estão localizadas nas fave-las ou próximas a elas. E ali deixa sua mensagem, por meio das can-ções. As apresentações são uma alegria a mais para as crianças, que veem nele um exemplo. É o caso de Phellippe Roberto, de oito anos, que também quer seguir a carreira de Mc. “Quero falar que o bem pode vencer o mal”, adianta Phelli-ppe, que tem foto autografada de Iuri e sonha, um dia, ter um vídeo no youtube, “para pregar a paz”.

Ao contrário da baixaria que

domina boa parte do gênero, o funk

consciente leva letras educativas

às escolas

Divulgação

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TRADIÇÃO

Mesmo sem dinheiro e sem patrocínio, a região noroeste não abre mão do carnaval e promete uma festa animada

Eu quero ébotar meu bloco na ruaISABELLA ROCHA

A região noroeste clama por um carna-val próprio e a falta de atitude da Prefei-tura para que isso se concretize, segundo os moradores, não é problema. Eloísa de Jesus Oliveira promete, desta vez, fazer uma festa do tamanho da alegria e von-tade da região. Desde 2008, a líder comu-nitária junta forças para fazer uma fes-tança daquelas, bem divulgada e que una toda a população dos bairros Aparecida, Bom Jesus, Caiçara e Nova Esperança. Mas, até hoje, o máximo que conseguiu foi reunir cerca de 60 pessoas em uma praça, dançando em volta de um som alugado.

Os principais problemas enfrentados para quem toma a iniciativa são a falta de um espaço físico e de dinheiro. “Quando a época do Carnaval está chegando, a galera me procura para juntar o pessoal, pular e brincar”, conta Eloísa. O problema é que as festas que aconteceram até agora ainda não convenceram. Com o pedido da popu-lação, no Carnaval de 2009, a líder comu-nitária alugou um som e colocou na praça. “Aluguei um bem barato, com um vizi-nho”, conta Eloísa, lembrando que “umas 60 pessoas, entre meninos fantasiados de meninas e crianças também fantasiadas”. Não foi um sucesso de público, mas “todos

dançaram”, afirma ela, com orgulho. Mais ela quer mais, muito mais. Eloísa de Jesus sabe que disposição e empolga-ção não faltam. Mas, para seus planos se tornarem algo concreto em 2012, o evento precisa de patrocínio. Sabendo disso, a líder comunitária deixa o recado:

— Queremos que o próximo Carnaval tenha mais pessoas e que a região fique muito animada. Quem quiser me procu-rar, pode chegar: vamos fazer reuniões para idealizar o evento! A regional Noroeste foi procurada para comentar sobre o assunto, mas não retornou as ligações do Páginas Abertas.