jornal nº16 out/nov/dez 2013

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IV JORNADAS DE OURIVESARIA Comunicar Ourivesaria Agir Global COMPETE Marca Portuguese Jewellery em Destaque .12 .20 ENTREVISTA A EUGÉNIO CAMPOS Percurso e Estratégia Empresarial .14

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Jornal Trimestral da AORP - Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal. A comunicação será eventualmente o poder mais forte que a AORP tem nas suas mãos para mostrar o que tão bem a nossa ourivesaria faz. Por ano são publicadas 4 edições do Jornal, distribuídas trimestralmente via postal a 2000 empresas e/ou agentes ligados ao setor da ourivesaria – escolas de ourivesaria, câmaras municipais e entidades parceiras da AORP, como Serralves, ESAD, Engenho & Arte, Contacto de Autor, Soares dos Reis, Alquimia-Lab – entre outras.

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Page 1: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

IV JORNADAS DE OURIVESARIA

Comunicar OurivesariaAgir Global

COMPETEMarca Portuguese

Jewellery em Destaque

.12

.20

ENTREVISTA A EUGÉNIO CAMPOS

Percurso e Estratégia

Empresarial

.14

Page 2: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

Esta pulseira em forma de estrela, com cristais de um verde luminoso e brilhante e com acabamento de metal duro banhado a ouro, impressiona-nos com o seu brilho único. A silhueta triangular é uma tendência e é ideal tanto para o dia como para a noite. Um mecanismo de fecho feito por medida garante um ajuste confortável. Zaldy é já um artista de renome mundial e desta vez aparece em parceria com a Swarovski.

PULSEIRA AtELIER SwARovSkI by ZALdy

A forma perfeita para este Natal

Page 3: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

CAROS COLEGAS,

No final do ano as palavras que temos são de elogio para o nosso setor. Estamos mais fortes e fazemos melhor. Com dedicação e esforço, as nossas empresas afirmam-se e ultrapassam as dificuldades que são enormes em toda a nossa economia.

O mundo mudou, e a Ourivesaria também. Estar na ourivesaria nunca foi tarefa fácil, mas sente-se agora, mais do que nunca, que a tarefa terá que nos dignificar. Os nossos empresári-os têm que dominar todo um conjunto de conhecimentos, desde as oscilações do mercado das matérias primas, às ligas, até ao trabalho da banca, às soldas, e aos acabamentos, às formas de venda, ao marketing, e às dificuldades com a contrastarias, passando pelos jogos com a banca, chegando às decisões de exportar e como o fazer, definir mercados e estratégias, aliar-se a parceiros ou decidir trabalhar a solo, e no final do dia ter vencido e manter a equipa motivada! É exigente e interminável esta profissão.

Reclamam-se apoios para a nossa Ourivesaria. A AORP encabeça este esforço, e dedica-se com trabalho na construção das melhores condições para as empresas seguirem os caminhos mais adequados ao negócio. Abrimos mercados, proporcionamos parcerias estratégicas, e acompanhamos na viagem por feiras internacioanais, promovemos a Ourivesaria Portuguesa, mostramos e elogiamos as peças portuguesas feitas pelas nossas empresas, incitamos a dis-cussão de novas temáticas no setor, inovamos nos projetos que executamos, promovemos o emprego e estimulamos o ensino. Uma palavra para o futuro Parque Tecnológico de Negócios de Ourivesaria de Gondomar, um espaço que em breve servirá os interesses do nosso setor e que as nossas empresas terão que aproveitar.

Nesta última edição do ano do Jornal, quisemos mostrar muito do que estamos a fazer, e dar o enfoque na temática da Comunicação na Ourivesaria e na necessidade de o fazer de forma Global. Este é o tema da quarta edição das Jornadas de Ourivesaria, o palco que criamos, e onde anualmente são discutidas e partilhadas questões que afetam de forma crítica os negó-cios da ourivesaria na atualidade. O objetivo final, para além de comunicar experiências, consiste em abrir novas perspectivas na gestão empresarial e pessoal.

É pois com sentimento de dever cumprido, que em jeito de balanço, posso afirmar que apesar da difícil conjuntura que impõe uma luta constante pela sobrevivência, é possível verificar si-nais de um certo dinamismo na ourivesaria portuguesa. A situação de imobilismo, e até de um algum isolamento que se fazia sentir já pertence ao passado. O clima geral que se transmite e se comunica de dentro para fora é o de abertura, de movimento e aproximação à corrente dominante do setor fora de portas.

E é com esta nota de boas notícias, que aproveito para em nome da Direção da nossa asso-ciação desejar Boas Festas, com ânimo e confiança para 2014! Que o Santo Eloy nos proteja a todos!

(Presidente AORP)

AORPAssociação

de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal

[email protected]

Sílvia SilvaGabinete

de Comunicação e Imagem da AORP

[email protected]

AORPAssociação

de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal

Orlando Gonçalves

Colar: Eleuterio JewelsPulseira: Gandras Jewellers

Anel esq.: MonseoAnel dir.: Looxe

Brincos e alfinete: Rare Jewellery

Page 4: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

TENDÊNCIAS

04

ACESSÓRIOS Inverno 2013/14

Candeeiro The Black

Cherry Lamp, Golden

Edition, na QuartoSala

DELfINA DELETTREz

Tal como a IV geração fendi, fashion e

criatividade são as palavras de ordem que

correm nas veias de Delfina Delettrez’s.

Em 2007 lançou a sua coleção de joalharia

homónima,com influênias Góticas, Surrea-

listas e imagens da natureza. O seu mundo

romântico do design combinou matriais

orgânicos com metais e pedras preciosas

polidas resultando em impressionantes

criações que adicionam drama a qualquer

outfit. A joalharia de Delfina Delettrez faz

presentes perfeitos para os destinatários

com um estilo distinto, elegante e refinado.

SWAROVSKIColar em cristais

Swarovski

Prata plaqueada

a ouro com zircónia,

MINÚCIAS

Cool GiftsWITH GOLD TWIST

Anel em ouro

e diamantes,

GANDRAS JEWELLERS

Anel rainha em ouro branco e

amrelo com brilhantes,

MIMATA by JOANA MIEIRO

Page 5: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

05DESIGNER INTERNACONAL

God of the Grove é o nome da coleção de esculturas criadas

por Hedi Xandt. Este artista cria esculturas criativas com

vários materiais, inclusivamen-te matérias banhados a ouro e

mármore.

www.hedixandt.com

Vindo de uma família criativa composta por pintores, ilustradores, designers e escritores, bem como artesãos, Hedi Xandt cresceu num ambiente de criatividade e ferramentas possibilitando desde cedo uma afeição, não só para a criação de obras de arte, mas também um profundo interesse nas tecnologias que são usadas no pro-cesso. Começou por rabiscar como uma

criança, até pintar grandes telas como um adolescente e tornou-se um caso de amor sério com todas as coisas digitais.

Hedi Xandt afirma que é difícil encontrar uma definição do seu trabalho, “acho que os principais e mais importantes aspetos do meu trabalho são a criatividade e conceito. Estar permanentemente no lado experimen-tal de pensar e criar.” Learning-by-doing, este termo muito usado em demasia , aplica-se a este artista, bem como Do-By-Learning.

“Eu não me vejo como designer gráfico, nem um artista, escritor ou qualquer outra coisa. Eu sou uma pessoa criativa, a cria-tividade é o meu poder ilimitado”, afirma o artista.

Page 6: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

06A JOALHARIA NA MODA

Page 7: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

Portuguese Jewellery na vogue gIoIelloDestino Lendário

What’s coming next?, é o projeto que por estes dias enche as mãos da equipa AORP e cujo objetivo é gerar melhores condições para a internacionalização da ourivesaria portuguesa. Quer-se “ir além” dos progressos obtidos com experiên-cias anteriores para alargar conhe-cimentos sobre novos mercados e valorizar de uma forma mais abran-gente a oferta nacional. Afigura-se como um novo referencial mais qualificado e capaz de acompanhar as rápidas mutações que percorrem o setor no contexto internacional.

Este What’s coming next?, tem como objetivos estratégicos concre-tos, expandir a marca internacional da ourivesaria portuguesa a nível global, alargar a base geográfica

dos potenciais mercados e dotar o setor de uma maior capacidade exportadora. As atividades propostas incidem na criação de conhecimento adaptado à base empresarial e na valorização da imagem internacional e das produções da ourivesaria nacional no estrangeiro. Na globalidade, contribui para o progresso das condições de competitividade no mercado global.

Neste contexto, a AORP preparou nestes últimos meses de 2013 o lançamento de uma campanha da marca PORTUGUESE JEWEL-LERY * SHAPED WITH LOVE no espaço internacional. A campanha sairá na edição de janeiro da Vogue Gioiello.

A campanha incide nas caracterís-ticas diferenciais e reconhecíveis a

nível internacional da ourivesaria portuguesa, tendo sido realizada uma seleção de empresas/peças mais representativas para a pro-moção da ourivesaria portuguesa.

Com a cobertura da Vogue Gioiello pretende-se assegurar uma pro-moção efetiva de abrangência internacional e global. A revista Vogue Gioiello (e Vogue Acessory) é a única especializada no setor com abrangência mundial estando presente nos principais certames e eventos da Europa, no Médio Oriente, nos Estados Unidos e no Oriente Asiático. Conta com uma tiragem de 75.000 cópias. Tem distribuição direta de mais de 5.000 exemplares em feiras e eventos setoriais: Vicenza First, Charme, Choice Editions, Sihh de Ginebra, Bangkok Gems and Jew-ellery fair, Hong Kong Internac-ional Jewellery show, OroArezzo,

Baselworld em Basilea (Suiza), JCK nas Vegas, Valenza Gioielli (Itália), Jewellery Arabia (Bahrain), International Jewellery (Dubai), International Gold Jewellery and Gem Fair (Abu Dhabi), Tarí em Napoles (Itália), International Jewellery em Londres e Istanbul Jewelry Show (Turquia). A revista tem 4 números anuais, com edições em Março, Junho, Setembro e Dezembro.

Revelamos aqui um pequeno véu, do que poderá espreitar na revista e nos meios digitais da AORP em breve. Não vai poder perder esta produção! Esteja atento.

vIdeo:Portuguese Jewellery for Vogue Gioiello 2014 - Vimeo

A MARCA “PoRtUGUESE JEwELLERy” No ESPAÇo INtERNACIoNAL Legendary Destination

NOTíCIAS SETOR

07

Page 8: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

08ARTIGO OPINIÃO

Page 9: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

ARTIGO

Os últimos tempos têm assistido à proliferação de notícias públicas (ou-tras nem tanto…) que indicam a saída e venda no estrangeiro de numerosas obras de arte portuguesas, muitas delas de inegável valor histórico, artístico e patrimonial.

Os ensinamentos da História reve-lam-nos que o património móvel português pertencente a acervos privados foi, por diversas vezes, ao longo do seu percurso, alvo da cobiça de colecionadores de várias partes do mundo. A riqueza da vivência secular e religiosa em Portugal, a importância dos recursos existentes em determi-nadas fases e a dispersão de bens dos conventos, muitos deles passados para propriedade das elites do regime, justificam-no sobremaneira.

Tal sucedeu no século XIX, numa dimensão ainda por determinar, em que os acervos da grande nobreza da Corte foram devidamente visitados por antiquários estrangeiros de re-nome. Mais tarde, já depois de 1974, aquando da instabilidade vivida após a Revolução, peças muito relevantes foram mais ou menos secretamente feitas sair do País, para a Europa e Brasil. E, mais recentemente, depois

UM PAíS à vENdA! vão-SE oS ANéIS…

09

de uma época de aparente êxito e fausto, eis que a crise económica parece incitar novamente à viagem dos objetos, alguns dos quais é pos-sível tivessem até reentrado em Por-tugal nos anos 80 e 90 do século XX.

Se peças de maior relevância há que saem do País, mas em que até é possível possam um dia regressar, é muito provável que tal não suceda com o ouro, joias e objetos de pra-taria vendidos nas milhares de lojas de compra e penhor de metais preci-osos que, nessa magnífica expressão do português do Brasil, pipocam de norte a sul de Portugal continental e ilhas.

Temos chamado a atenção, por diversas vezes, para a necessidade de haver uma análise cautelosa do destino a dar pelos referidos estabe-lecimentos aos objetos que adquirem, testemunhos da nossa rica história da ourivesaria. O controlo do que é fundido deveria exigir, por parte das autoridades ligadas à Economia e à Cultura, um encontro de posições que salvaguardasse ambas as ver-tentes, que não são necessariamente antagónicas.

A pergunta incómoda reside, precisa-mente, no desconhecimento do que tem estado e estará a ser fundido, sem passar por nenhum crivo que acautele a dimensão patrimonial dos objetos. Acresce a este facto a ideia de que se, numa primeira fase, eram apenas as peças de adorno em ouro a ter esse fatal destino, a valorização do metal argênteo, tempos atrás, fez arrastar para o cadinho da fundição uma grande quantidade de peças de prataria, essencialmente de uso doméstico, encorpando milhares de lingotes de metais preciosos, referen-ciados, ainda por cima, como troféu do aumento das nossas exportações.

Alguém dispõe de meios para avaliar a verdadeira dimensão da catástrofe patrimonial em causa? Um dia Portu-gal há-de acordar e, como em tantas vertentes da sua vida cultural, depa-rar-se-á com a realidade de que uma parte significativa do seu património estará, por incúria, necessidade ou falta de ponderada regulação, irreme-diavelmente comprometida.

in Público09.12.2013

PROfESSOR GONçALO VASCONCELOS

dIrector do dePartamento de arte e restauro da unIversIdade católIca Portuguesa, no Porto

ARTIGO

Page 10: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

10ARTIGO

YA’AKOV ALMOR

conselheIro e consultor InternacIonal de marketIng estratégIco na IndústrIa de dIamantes, Pedras PrecIosas e

JóIas e comércIo.

ARTIGO

Há uns dias atrás, li uma coluna es-crita por um cliente – e amigo – meu, que é considerado um perito mun-dial em pedras preciosas coloridas. “Quando eu era novo – umas boas dé-cadas atrás, e tinha acabado de entrar no negócio das peças preciosas, tinha a certeza de que em breve tempo eu seria um perito na matéria. Mal eu sabia que quanto mais tempo estamos neste negócio, mais compreendemos quão pouco sabemos, e quão muito há para aprender,” escreveu ele.O meu amigo está obviamente cor-recto e as suas observações são uma verdade universal. Mas eu gostei – identifiquei-me – ainda mais da observação seguinte “Todos os dias aprendo algo de novo e continuo a gostar do que faço.”Obviamente, ele não se sente sempre assim. Todos nós conhecemos a sensação. Alguns dias, passamos o tempo a queixar-nos, resmungando em voz baixa de que é mais do que tempo para sair deste negócio… E deveremos e teremos que sair se realmente não GOSTAMOS do que estamos a fazer profissionalmente.

Sou um especialista de comunicação em marketing há várias décadas e, também há dias em que penso – o que é que eu ainda não sei? A verdade é que, especialmente em marketing e, especialmente, na indústria das pe-dras preciosas e ourivesaria, as coisas estão a mudar a um ritmo vertiginoso. Por isso, a base para o sucesso de marketing na nossa indústria são: dar o coração, aceitar a mudança e des-frutar da viagem. Afinal, trata-se de manter os olhos no horizonte, as suas

mãos e pés nos comandos, sentindo o veículo, controlando a velocidade e compreendendo quem está a tentar ultrapassar-nos e/ou atirar-nos para fora da estrada.Os outros veículos na nossa estrada tornaram-se numerosos. O trânsito na estrada do consumo de luxo é muito mais intenso hoje do que há 10 anos. Uma mala de couro de luxo da Cartier de 25.000€ concorre feroz-mente com uma joia de diamante do mesmo preço e, frequentemente, pode ganhar a corrida, sempre que uma mulher de hoje, que compre as suas coisas, se sinta muito mais “atraída” ou emancipada pela mala de couro de luxo do que pela jóia.

O que significa isto?Para recapturar o seu papel de “emancipação”, a ourivesaria precisa de apelar à Geração do Milénio. Curiosamente levou-nos demasiado tempo, mas agora é claro: há uma geração de consumidores a ama-durecer e a crescer que olha de modo completamente diferente para o luxo do que qualquer outra geração antes dela.A geração criada pelos baby boomers (a geração de consumidores de elevados rendimentos nascida entre os anos 50 e 70) tem uma forma de ver com-pletamente diferente sobre o luxo. Três em quatro jovens não têm – nem querem! – um relógio de pulso. “Para quê, tenho o meu smartphone para isso!”Falamos-lhes de ouro, diamantes ou pedras preciosas e eles perguntam--nos se algum destes produtos estão a prejudicar o ambiente, causar sofri-

mento humano, provêm de minas que utilizam trabalho infantil ou se estará a dar algum benefício às economias e populações locais, nas zonas onde os materiais são extraídos. Uau, e é este o mercado que precisa-mos de conquistar?Sim, é com este mercado que a nossa indústria precisa de comunicar e pre-cisamos de produzir ourivesaria que diga algo à geração do milénio, a ge-ração que está, devido à globalização das nossas ferramentas de comuni-cação – em especial as ferramentas das redes sociais.MALDIÇÃO, isto significa que o meu negócio precisa de mudar!

Como é que faz isto?Um ourives retalhista que trabalhe, digamos, no Porto, pode ver isto por si mesmo. Já viu que desde que a Ryanair está a voar para o Porto, está a ter muitos turistas de fim-de-sema-na alemães, belgas, holandeses que enchem a sua loja até à porta? Sabe do que eles gostam? Pergunte-lhes! E, se eles lhe disserem, será que se consegue adaptar? Obter o produto de que eles possam gostar?Pode continuar a comunicar com eles? Certamente que sim! Eles têm uma página de Facebook, não têm? Por falar nisso, e você? Subitamente, você, com uma única loja no Porto, tornou-se num actor internacional. Obtenha os cartões, nomes, endereços e-mail, Whatsapp deles e ligue-se com eles. Descubra do que eles gos-

tam. Eles dir-lhe-ão. O mesmo, é claro, é verdade para a sua própria clientela local. Está a ter muita gente jovem a entrar na loja? O que lhes agrada? Que ourivesaria compram, uns para os outros, para selar as suas relações?

Estas coisas não acontecem do dia para a noite. Mas se não adoptar as ferramentas de comunicações que a Geração do Milénio usa, perderá uma nova geração de consumidores, porque não saberá o que eles querem. Posso já ver alguns leitores a enco-lherem os seus ombros, pensando para si próprios que isto não é muito relevante para a sua situação. Embora isso possa ser verdade, a mudança é tudo. Afecta-nos a todos e a finali-dade da minha coluna é leva-lo a pen-sar de modo não convencional.

Felizmente, é membro da AORP e muitos outros colegas também o são. Eis uma oportunidade para si – como pessoa, como grupo (a força está nos números) – para o ajudar, a si e aos seus pares, a compreender os desafios que o seu mercado lhe está a apresen-tar. Se gosta do que faz, e deseja con-tinuar a fazê-lo, envolva-se, aprenda, use as ferramentas educacionais e de marketing, ajude a criar outras novas, torne-se activo e aceite o mundo sem-pre em mudança em que trabalhamos e vivemos.

Page 11: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

Sandrine VieiraSANDRINE VIEIRA NASCEU EM fRANçA MAS VIVE EM LEIRIA DESDE PEQUENA.ESTUDOU DESIGN GRáfICO NA UNIVERSIDADE DAS ARTES ARCA - COIMBRA E fREQUENTOU O CURSO DE JOALHARIA CONTEM-PORâNEA NA ESCOLA CONTAC-TO DIRECTO EM LISBOA.

Em 2010 começou a levar a joalharia mais a sério, com trabalhos publica-dos na revista Umbigo, na Agenda PIN, ou participando em concursos como é o caso do que foi promovido pela Lark Books, que publicaram nos livros “500 Rings Jewelry Designs” em 2011 e 2012 vários trabalhos da joalheira. Colaborou e tem publicado obras nas revistas V-Ludo, PLAGES, PAGE, RL, JL, ATTITUDE, UM-BIGO, LARK BOOKS e conta com mais de 20 exposições desde 1993, em Portugal e no Estrangeiro.

Participou na EXD 2012 - Experi-menta Design em Joalharia.

Em 2012 expôs no Edifício do Banco de Portugal – Leiria, um projecto de joalharia contemporanea.

Em 2012/2013 foi selecionada na área de joalharia Contemporânea para expor na BID-Madrid (bienal de design ibero-americano).

Podem encontrar algumas das suas obras na colecção particular do Mu-seu de Design e da Moda - MUDE em Lisboa, no IPL- Instituto Politéc-nico de Leiria e em várias colecções particulares.

Neste momento, encontra-se a lançar a sua carreira e diz que é um processo que não pode parar, que se deve estar sempre a tentar aprender coisas no-vas, e não ficar à espra achando que com um curso superior se consegue tudo.

www.joalhariasandrinevieira.blogspot.pt

11ESPAÇO DESIGNER

Page 12: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

12JORNADAS DE OURIVESARIA

Dezoito de dezembro foi a data esco-lhida para organizar a 4ª edição das Jornadas da Ourivesaria. Promovidas pela AORP são o principal evento de carácter anual organizado pelo setor em Portugal. Se no ano passado se registou uma maior aceitação, a partir da escolha de uma localização de excepção e uma temática que trouxe inovação e novos ares ao setor, a matéria apontada para este ano, a Comunicação, parece não defraudar e mesmo ampliar as expectativas. É assim com o título “Comunicar Ourivesaria. Atuar Global”. Congre-gam-se mais participantes, obtém-se uma maior repercussão mediática e alinham-se intervenções que abor-dam com diferentes enfoques um assunto que afeta de forma crítica os negócios da ourivesaria na atuali-dade. Para tal parte-se da premissa de que a comunicação ocupa um papel cada vez mais central como indutora na criação de valor nos negócios e de que constitui um suporte incon-tornável na expansão a que se assiste a nível de mercado e de públicos. O objetivo final, para além de comu-nicar experiências, consiste em abrir novas perspetivas na gestão empre-sarial, e ainda pessoal, trazendo para a discussão noções e conceitos chave como a reputação, o empowerment, a valorização dos aspetos simbólicos e intangíveis, ...

Igualmente, o momento escolhido parece acertado, já que apesar da difícil conjuntura que impõe uma luta constante pela sobrevivência, é pos-sível verificar sinais de um certo dina-mismo na ourivesaria portuguesa. A situação de imobilismo, e até

a comunIcação ocuPa um PaPel cada vez maIs central como Indutora na crIação de valor nos negócIos e de que constItuI um suPorte Incon-tornável na exPansão a que se assIste a nível de mercado e de PúblIcos.

de um certo isolamento que se fazia sentir já pertence ao passado. O clima geral que se transmite (se comunica) de dentro para fora é o de abertura, de movimento e aproximação ao mainstreaming.

Neste panorama, sem dúvida con-fluem os resultados de iniciativas e projetos levados a cabo nos últi-mos anos, tais como o Programa Formação PME, com 114 empresas diretamente envolvidas em proces-sos de mudança…. Claro que com resultados díspares, mas nos quais se tem incidido na mudança do modelo de negócio privilegiando a abertura, a comunicação.

Noutro nível mais coletivo, com-parecem os resultados dos projetos apoiados pelo Programa SIAC (Sis-tema de Incentivos às Ações Cole-tivas), nomeadamente nos âmbitos da imagem e marca internacional e da abertura de perspectivas para a internacionalização individual (das empresas) e coletiva (de valorização do made in Portugal e da ourive-saria portuguesa além fronteiras). Esta junção de factores faz com que o sucesso apareça espelhado num reconhecimento externo, mas sobretudo em números progressiva-mente mais positivos em termos de exportações. Demonstrando-se assim que fatores tais como a dimensão (pequena), as singularidades (tecno-logia, tradição,..) podem constituir uma força – desde que devidamente comunicada.

É pois, sobre a dinâmica que incute a comunicação nos negócios e or-ganizações e sobre experiências de co-municar ourivesaria que tratam estas 4as Jornadas e que se desenvolvem

as intervenções dos especialistas e profissionais convidados.

O professor Jorge Cachinero, espe-cialista em reputação, inovação e desenvolvimento corporativo, aponta para a importância do relacionamen-to com os stakeholders como fonte de geração de valor e reputação para as empresas e o setor da ourivesaria. Entendendo-se a palavra stakeholder em português como parte interessada ou interveniente, refere-se a «aqueles que podem afetar ou são afetados pe-las atividades de uma empresa», tais como clientes, empregados, fornece-dores, concorrentes....

Com “Comunicar ourivesaria entre a Emoção e o Sonho” a especialista em marketing de luxo, coordenadora desde 2011 do Programa Executivo “Marketing de produtos e serviços de luxo” da Universidade Católica de Lisboa, expõe a necessidade, para a joalharia, de atuar no campo sim-bólico através do domínio da lin-guagem e da comunicação no sentido de se apropriar de valores imateriais que activem as emoções e os sonhos. Apresenta experiências e caminhos para a comunicação da ourivesaria com planeamentos específicos porque “Comunicar Joalharia é comunicar Sonho”.

Depois, apresenta-se um painel de experiências empresariais que conta com a participação de Eugénio Cam-pos, da Eugénio Campos Joias, de António Moura, da Omoura-Olindo Moura, de Nuno Miller, da Farfetch e de Luigi Pugliese, da Vogue Gioiello, apresentando um panorama de varia-

a comunIcação .comunIcar ourIvesarIa. atuar global.o tema da 4ª edIção das Jornadas de ourIvesarIa

Iv JoRNAdAS dE oURIvESARIA

Page 13: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

13JORNADAS DE OURIVESARIA

das práticas e formas de entender a comunicação.

A Eugénio Campos Joias, representa-da pelo fundador e dirigente Eugénio Campos, constitui um exemplo de atenção continuada a nível da comu-nicação, expositores e merchandising, o que tem propiciado uma constante evolução no modelo de negócio. A Omoura-Olindo Moura, negócio familiar com mais de 100 anos de experiência, está representada por António Moura, o seu dirigente atual, da 2ª geração familiar. A empresa está especializada na comercialização de marcas internacionais de alta joalharia e relógios. António Moura é precursor em Portugal da imple-mentação de uma política de comu-nicação fundamentada no conceito de rede, através de uma coesa rede de retalhistas e apostando na valorização

do ouro e da joalharia no mercado nacional.

Completam o painel dois reputados profissionais, que representam duas empresas com abrangência global. Nuno Miller que é diretor da área tecnológica da Farfetch.com, uma empresa global da nova geração de vendas na Internet. Fundada pelo português José Neves em 2007, tem sede em Londres e escritórios em Los Angeles, Nova Iorque, São Paulo e Guimarães. A Farfetch.com reúne num único canal 350 das lojas mais inspiradoras do mundo, o que se tra-duz na disponibilização, a seguidores de moda em todo o mundo, de uma gama de produtos incomparável e de um canal global para os retalhistas independentes. Para finalizar, temos a intervenção de Luigi Pugliese, que é Chefe e coordenador de publicidade

na Vogue Gioiello, a revista líder dedicada ao mundo das joias e da alta relojoaria. Constituiu um ponto de referência essencial para trade and high profile customers na joalharia mundial.

Nas Jornadas intervêm também Francisca Bonet, da Quid Ideias, fa-zendo o enquadramento da temática das sessões com o posicionamento do setor em Portugal. Relaciona a comunicação com a capacidade para abranger novos mercados e o incre-mento das exportações. E a Secretária Geral da AORP, Fátima Santos, com a apresentação dos trabalhos do “Ob-servatório de tendências e mercados de ourivesaria” e dos novos projetos para 2014 da Associação.

Manuel Alcino e Ana Freitas, Presi-dente e Vice-presidente da AORP,

respetivamente, fazem a abertura e encerramento destas Jornadas dedi-cadas a perceber a complexidade na comunicação da ourivesaria no século XXI.

o obJetIvo fInal, Para além de comunIcar exPerIêncIas, con-sIste em abrIr novas PersPetI-vas na gestão emPresarIal, e aInda Pessoal, trazendo Para a dIscussão noções e conceI-tos chave como a rePutação, o emPowerment, a valorI-zação dos asPetos sImbólI-cos e IntangíveIs, ...

Page 14: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

14ENTREVISTA ASSOCIADO

AORP – PODERIA fALAR-NOS UM POUCO SOBRE O SEU PER-CURSO?EC - O meu percurso iniciou-se há cerca de 22, 23 anos era eu um jovem saído do serviço militar. Ini-ciei a vender pratas porque gostava do setor e conhecia várias empresas ligadas à produção. Costumo dizer que iniciei abaixo do zero, com dívidas e sem apoios, o que fez com que os primeiros anos fossem muito difíceis. Foi um período de sacrifício, de muita luta, de muita vontade e acima de tudo, acreditar muito que era possível. O setor era na altura efetivamente tradicional, bastante mais envelhecido do que é hoje. Ultrapassado esse período de luta e de sacrifício, a empresa começou a crescer e os clientes, depois de me verem passar várias vezes, começaram a acreditar que eu estava para continuar. Continu-ei sempre com muito empenho, com muito trabalho e a acreditar muito naquilo que já era o projeto. Ao longo dos anos seguintes fui integrando vários vendedores e distribuindo as zonas, porque até então era eu sozinho a fazer Portu-gal inteiro. Em alguns anos cresci como empresário e em termos de oferta, o que me possibilitou estru-

turar toda uma empresa para atingir a dimensão que ela tem hoje.

AORP - TRABALHAVA Já COM JOIAS DE MARCA PRÓPRIA?EC - Iniciei com pratas de linha branca a vender um pouco aquilo que os outros também vendiam, mas procurando sempre requintar mais um produto ou outro. Tentava ter alguma diversidade que me distinguisse um bocadinho, mas não era fácil porque nesse período vendia-se muito do mesmo. A marca Eugénio Campos Joias nasce no ano 2000. A partir daí sim, começo a oferecer ao mercado coleções próprias e exclusivas. Houve nessa altura investimentos fortes naquilo quer ao nível da comunicação, expositores e toda a merchandising que implica a criação de uma marca portuguesa em Portugal… Ser português em Portugal traz-nos dificuldades que infelizmente não deveria trazer, e durante os primeiros anos o meu investimento não teve o retorno que eu esperava, com todo o reconhe-cimento e oferta que já tinha no mercado.

A partir de 2005, mantendo a Eugé-nio Campos Joias como um grupo,

decidi criar outras marcas para ter uma oferta maior. Criei por exem-plo a marca Prata e Ouro que ficou com o nome do grupo institucional, que na altura foi bastante inova-dora. Foi precisamente nessa altura que nasceu em Portugal o conceito das joias em prata.

Sempre defendi que a prata também é um metal nobre e que todos os acessórios de moda de metais no-bres são joias, e com esta filosofia muito vincada vocacionei toda a comunicação da marca em termos do setor e do público em geral. Em 2006 começam parcerias com algumas figuras públicas com li-nhas totalmente diferentes e a partir dai nasce um naipe de marcas que me permitiu alargar no mercado e vocacionar a oferta para vários nichos de mercado segmentados. Um trabalho que me dá muito entusiasmo e requer um empenho e envolvimento muito grande, é per-ceber para que nicho de mercado vocaciono cada uma das marcas. Eu não crio joias para a Eugénio Campos, eu crio joias para as várias marcas que a Eugénio Campos tem, com conceitos completamente diferentes.

referêncIa Incontornável no Panorama atual da ourIvesarIa Portuguesa, eugénIo camPos fala-nos sobre o seu Percurso, a sua vIsão da moda, comu-nIcação e estratégIa emPresarIal. InserIdo dentro do temas das Jornadas

deste ano, comunIcar ourIvesarIa e agIr global, decIdImos convIdar o eugé-nIo camPos. Para nos dar a sua vIsão ProfIssIonal, uma análIse aProfundada

e a PossIbIlIdade de Integração de conhecImento na gestão emPresarIal ou aInda Pessoal, semPre dentro de um contexto setorIal e InternacIonal.

a motIvação que transmIte e a PaIxão que o InsPIra são a fonte do seu suces-so e o segredo de alquImIsta que “transforma em ouro” tudo o que faz.

um emPresárIo com carIsma, que nunca deIxou de acredItar…

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15ENTREVISTA ASSOCIADO

AORP - QUAIS AS SUAS REfE-RÊNCIAS CRIATIVAS? EC - Crio em função do meu púbico e não do meu gosto pes-soal. Acho que parte do segredo das minhas marcas, da minha empresa e do meu trabalho do dia-a-dia é per-ceber aquilo que devo lançar para o mercado em função do público que usa as minhas joias. Criar em função do nosso gosto pessoal limita-nos muito e a dimensão que a Eugénio Campos tem não pode estar limitada em termos de oferta de design e em termos de oferta daquilo que são as nossas propostas para o mercado.

AORP - DE ALGUMA fORMA CAPTA AS CORRENTES DE GOSTO, AS TENDÊNCIAS…EC – Claro que sim, eu tenho uma preocupação muito grande que é perceber das últimas coleções, quais as linhas que mais sucesso tiveram e as coleções seguintes levam em conta o sucesso das anteriores, ou seja, é uma forma de eu perceber o meu público, é uma forma de eu perceber o mercado que acompanha e comunica comigo diariamente e se entusiasma muito quando eu lanço peças novas. Chegar a este ponto não é fácil e cria-nos uma responsabilidade acrescida porque temos milhares de seguidoras a acompanhar o nosso trabalho sempre na espectativa do

que vem a seguir. O segredo tem de ser ir ao encontro das expectativas de quem acompanha o trabalho e de quem usa as joias, mas para além disso, tentar sempre ultrapassar e superar as expectativas. Esse é o grande objetivo e é para isso que eu trabalho todos os dias.

AORP - QUAL O PERfIL DA MULHER “EUGÉNIO CAMPOS”?EC - É uma mulher elegante, muito exigente e que também gosta de se distinguir pelas joias. Estas têm claramente um glamour que as torna diferentes não só pela cria-tividade mas também pelo prestígio que é hoje uma mulher usar uma joia da marca, independentemente de o custo da peça ser tao elevado como as outras joias de marca que normalmente até têm custos signifi-cativamente mais baixos.

Temos ofertas a preços de público bastante acessíveis mas que conti-nuam a ter o mesmo prestígio. E isso atribui-nos uma responsabi-lização muito forte. Quando as consumidoras Eugénio Campos as usam com este entusiasmo, as próprias pessoas se sentem difer-entes. Mais felizes, mais glamouro-sas, e num período tão conturbado como este, com uma conjuntura tao difícil, são marcas como a Eugénio Campos que ajudam as pessoas a serem mais felizes e a gostarem

ainda mais delas.Admiro muito as mulheres portu-guesas, são das mais bonitas do mundo e das mais requintadas que existem. As mulheres portuguesas encantam-me pela sua natureza e isso ajuda-me a encantá-las com as minhas joias.

AORP - QUAL O LUGAR DA JOALHARIA NO SEGMENTO DA MODA?EC - A joia é claramente moda. In-dependentemente do custo da peça ou do maior prestígio que a marca possa transmitir ou não, a joia é um complemento da moda. Já lá vai o tempo em que se compravam peças de ourivesaria para investimento. Hoje compra-se para as pessoas se sentirem melhor, mais felizes e mais encantadoras e a moda é precisamente isso.

Nesta empresa respira-se moda, pensa-se em moda e produz-se moda e será sempre esse o posi-cionamento da Eugénio Campos. Sejam joias com maior prestígio em termos de valor, metais e pedras, seja de menor valor, o conceito moda, o conceito mais irreverente, glamoroso e de participar diaria-mente na moda de cada pessoa que usa as nossas joias, nunca deixará de estar presente.

AORP - A NíVEL MAIS CONCE-TUAL, TENDO EM CONTA QUE CRIA PARA AS SUAS CLIENTES E A PARTIR DAS SUAS CORRENTES DE GOSTO, COMO SURGE A INS-PIRAçãO PARA DESENVOLVER UM DETERMINADO TEMA?EC –A minha maior fonte de ins-piração são as clientes e o público que comunica diariamente con-nosco, que sugere e me dá indi-cadores claros daquilo que mais gostam. Não só por aquilo que mais compram mas pela paixão com que usam as peças. Há também todo um acompanhar do que outras marcas de outros setores internacionais cri-am para as épocas seguintes. Sigo muito algumas marcas de refer-ência para perceber os acessórios

dessas marcas e em que conceito de moda se querem situar. Acom-panho alguns desfiles internacionais particularmente em Milão e em Roma e desfiles estes que nem têm muito a ver com o setor mas que me ajudam a perceber em que di-reção devo conduzir a criatividade das minhas marcas. Acompanhar a moda internacional é fundamental. Perceber os costureiros e estilis-tas seja de roupa seja de calçado, seja de carteiras e perceber para onde vão, e para onde eu quero ir sabendo e conhecendo para onde as marcas internacionais também vão. Portanto, aqui há fundamental-mente o cuidado de me adaptar e ir ao encontro das minhas clientes não perdendo logicamente o fio condutor, a identidade da minha marca e o cunho pessoal que faço questão que as minhas peças te-nham, aliado ao conhecimento que tenho da moda internacional.

AORP - QUAL O POSICIONA-MENTO DA MARCA?EC - Em termos nacionais, é uma referência no setor. É a marca com mais notoriedade, que mais inves-timento teve e que mais ajudou o setor.

Falar para a AORP para mim é um prazer e um privilégio porque falo muito para outras formas de comunicação, mas gosto muito de falar para dentro, isto é, para o meu próprio setor.

Todo o investimento na minha marca durante estes 10, 12 anos, permite-me ser hoje a marca de referência, a marca com mais notoriedade, mas permitiu também fazer lembrar o público em geral do setor da ourivesaria. Só houve uma marca em Portugal que o fez, a Eugénio Campos.

Não quero que o setor me agradeça mas gostava de ser reconhecido por isso, e por vezes não sou. Defen-dendo o setor eu tinha a certeza de que defendia a minha empresa e foi isso que fiz. Investi muito,

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1616NOTíCIAS

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17ENTREVISTA ASSOCIADO

acreditando que se o setor fosse mais forte, mais forte seria a minha marca, mais forte seria a minha empresa e felizmente hoje sinto que consegui. Os meus clientes são o meu maior património, os donos das ourive-sarias que têm espaços com as minhas marcas, e são eles que fazem com que o meu produto chegue ao público. Foram eles que me ajudaram também a construir o que é hoje a Eugénio Campos, a empresa e a marca.

AORP - TEM-NOS fALADO SOBRE UMA fORTE ESTRUTURA EMPRESARIAL. COMO É QUE MOTIVA A SUA EQUIPA? COMO É QUE ESSA MOTIVAçãO SE REfLETE NO EXTERIOR E DE QUE fORMA É fEITA A COMUNI-CAçãO?EC - Nenhuma equipa consegue estar motivada se o seu líder não estiver motivado. Se não estiver entusiasmado e se não trabalhar com grande paixão, e essas são características minhas. Eu con-tamino positivamente toda a minha equipa. Toda a equipa rema no mesmo sentido. Eu tento escolher os melhores e considero que lidero uma excelente equipa, que percebe perfeitamente de onde eu vim e para onde eu quero ir. E motiva-se porque há entusiasmo, porque respira paixão e motivação e isso é possível porque as pessoas quando aqui entram vestem a camisola e percebem de imediato o que é ser Eugénio Campos. É essencial sermos responsáveis, sermos sérios, sermos muito positivos e acima de tudo, e já que estou a falar para o setor, olharmos primeiro para nós e não nos preocuparmos com os outros.Eu sou um bocadinho crítico em relação ao setor porque o setor critica um bocadinho tudo o que são iniciativas inovadoras, mas continuarei sempre a ser diferen-ciador e a lutar pela diferenciação. Quando se quer um projeto para uma marca portuguesa ao nível do que são as marcas internacionais, dificilmente haverá união. Eu sou pela união porque a união traz a força mas infelizmente essa união

dentro do setor, incompreensivel-mente não existe.

AORP - O QUE fALTA fAzER? O QUE TERIA DE MUDAR?EC - Falta deixar de pensar peque-no e pensar grande. Falta sair da aldeia e passar para as grandes metrópoles, ou seja, o que falta mu-dar a mentalidade e perceber que as coisas mudam muito rapidamente e que se nos não acompanharmos a evolução ficamos para trás com uma rapidez muito grande.

AORP - NO CASO DA MOTI-VAçãO INTERNA DE QUE NOS fALOU, OBVIAMENTE ISSO PASSA PARA O EXTERIOR, MAS Há UMA ESTRUTURA DE COMU-NICAçãO DE QUE GOSTARIA QUE NOS fALASSE.EC - Essa estrutura nasce dentro, a empresa está departamentada, tem o seu departamento de ima-gem comunicação e marketing, tem uma equipa que trabalha todo esse departamento e o que fazem é tentar transmitir ao público e ao setor a motivação que nos move, o empenho com que trabalhamos e incutir que realmente somos dife-

rentes porque conseguimos constru-ir algo de diferente em Portugal. Uma marca de prestígio, que toda a gente conhece. E isso é um trabalho de todos. Começa por quem comigo desenvolve os moldes, passa pela produção, passa por toda a logística interna da empresa, pelo depar-tamento comercial, pelos respon-sáveis da empresa, em especial por todos os nossos clientes e termina em mim. É uma conjugação de fatores que nos permite termos a comunicação forte que temos, e falarmos da Eugénio Campos da forma que falamos. Eu costumo dizer que a Eugénio Campos não é minha, mas sim de todos.

AORP - QUANTAS PESSOAS TRABALHAM NA EMPRESA?EC - Neste momento temos uma equipa de 32 pessoas que trabalham diretamente comigo mais outras tantas que trabalham exclusiva-mente para a Eugénio Campos e que não dependem diretamente de mim do trabalho da empresa.

AORP – QUE TIPO DE PEçAS PODEREMOS ENCONTRAR NA úLTIMA COLEçãO?

EC - Podemos encontrar peças que por si são realmente diferencia-doras, têm um cunho pessoal mas estão pensadas para as mulheres portuguesas. Incutimos em cada joia um sentimento, uma men-sagem. Esta coleção que apresenta-mos na PortoJoia foi uma coleção fortíssima, em que tive um cuidado especial na criação mas também no preço, está bastante competi-tiva e vai ao encontro do que são as coleções Eugénio Campos. Elegantes, glamourosas e que se diferenciam pelo seu todo.

AORP – A SUA MENSAGEM AO SETOR?EC - Eu admiro o meu setor, gosto muito do meu setor e gostaria que este tivesse uma concorrência mais forte, porque a concorrência é salutar. Que todos tentem fazer o melhor, trabalhar com empenho, com seriedade, com lealdade e que façam o melhor possível. Nós não nos envergonhamos quando vamos para palcos interna-cionais porque somos efetivamente bons. Portugal tem empresas muito boas, tem profissionais fantásti-cos que precisam de evoluir um bocadinho na sua própria men-talidade. Precisam de pensar mais neles do que nos outros, de se autocriticarem para evoluir em vez de perderem tempo a criticar os outros.

www.eugeniocampos.pt

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durante o mês de março, Portugal foI o Palco e a Pas-

serelle onde desfIlaram as maIs recentes ProPostas da

moda nacIonal Para o verão 2014.

nomes conceItuados que há muIto nos habItuamos

a ouvIr, Intercalados com novos desafIos e talento em PotêncIa cuJa crIatIvIdade e

ousadIa não deIxaram nIn-guém IndIferente.

A moda portuguesa afirma-se dentro de portas e além-fronteiras, mostrando que o setor possui talento e know-how para potenciar desenvolvimento e dinamizar a economia nacional.

A ModaLisboa e o Portugal Fashion, em Lisboa e no Porto, são há muito uma referência incontornável, e a principal montra de moda do país.

A Joalharia, contextualiza-se e assume-se como parte integrante de um setor em movimento, que não poderia deixar de estar presente ao lado do vestuário e do cada vez mais mediático calçado português, que nunca como antes teve tão ex-pressivo lugar de destaque devido às inúmeras parcerias criadas entre marcas e designers.

Também a moda enquanto seg-mento catalisador de uma estética, se traduz no brilho das joias, no trabalho artístico dos metais, para adornar e encantar, dentro e fora da passerelle.Ao longo de vários dias de desfiles, dois nomes surgem de imediato que associamos os dois conceitos: Valentim Quaresma, cujas criações arquitetónicas e conceptuais se apresentam regularmente na Moda-Lisboa após vários anos em parce-ria com Ana Salazar, e a exuberân-cia de Carlos Gil, que teve o mote e ponto de partida para o desenvolvi-mento da sua mais recente coleção apresentada no Portugal Fashion,

o trabalho do ouro e a tradição portuguesa.

Duas referências simbolicamente antagónicas apresentadas em locais e estilos diferentes, que num mes-mo momento histórico convergem para a representação/reconstrução contemporânea imediata.

Valentim Quaresma marca a sua identidade criativa pela transfor-mação de objetos banais em peças requintadas e luxuosas. O jogo de contrastes é uma constante. Fre-quentemente recorre a peças conce-bidas com um objetivo específico, reinventando-as e dando-lhes novas aplicações, inesperadas e originais.A criação em estado puro alia-se ao conceito subjetivo para dar forma a uma pluralidade de sentidos materi-alizados e trabalhados em metal.

Na mais recente edição da Mo-daLisboa, Valentim Quaresma, apresentou “Caos”, uma coleção que sugere a coexistência de for-mas e estilos onde as referências ambíguas e se desconstroem em linguagens estéticas.“O que pode originar quando o bar-roco se funde com o minimalismo? O tribal com o gótico?” (Ques-tiona).

Padrões geométricos construídos através de metais prateados ultra polidos originaram peças tribais com um caráter futurista. Uma nova abordagem foi dada às cotas de malha que se tornaram mais leves e femininas coordenadas com colares maxi que se transformam em peças de vestuário.O resultado é o seu próprio ADN: do punk ao gótico, uma mix de influências e referências numa coleção coerente, onde metal é o ponto de partida e a sua fria tonalidade prateada, o elemento de linearidade.

Das malhas metálicas, aos tank tops, elaboradas golas e ombreiras, anéis e colares, Valentim Quaresma

JoALhARIA EM dESfILE: ModALISboA E PoRtUGAL fAShIoN

18PASSERELLE NACIONAL

por Inês soares

carlos gil - Portugal fashion valentim quaresma - modalisboa

carlos gil - Portugal fashion

carlos gil - Portugal fashion

carlos gil - Portugal fashion

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www.portugalfashion.comwww.modalisboa.pt

continua a apostar em silhuetas fortes e surpreendentes.

Carlos Gil, por sua vez, fez uma apresentação resplandecente dentro da linha evolutiva do que tem sido o seu trabalho ao longo dos anos, e da imagem de marca que construiu: Glamour, elegância e sofisticação ao mais alto nível, ultrapassaram a esfera dos tecidos e deixaram que o brilho das joias contasse histórias de encantar.

Uma viagem inesperada entre o Norte de Portugal e o Sul da Índia, transportou-nos ao som de música étnica para o enredo de um conto das mil e uma noites.

“Todas as minhas coleções são alvo de um estudo detalhado e gosto sempre de apresentar algo que nun-ca tenha feito antes. Numa altura em que tanto se fala de expandir, de mostrar visibilidade, é impor-tante mostrar quem fomos, a nossa tradição, as nossas raízes. O ponto de partida para esta coleção é o ouro, e a forma como o nosso ouro, o ouro português, está presente no mundo inteiro”.A forma como este é trabalhado, surge como o elo de ligação inter--cultural, transversal, que ultra-passa fronteiras.

“Um futuro digno, terá de levar em consideração um passado que foi maravilhoso” (Afirma).A tradição é abordada e reinventada à luz da modernidade e de uma reinterpretação contemporânea e cosmopolita.

Toda a coleção transmite uma simbiose de harmonia e uma conexão estética perfeita. O brilho das pedras e dos metais é uma constante, presente em magníficos vestidos bordados a pedraria e res-plandecentes adornos e acessórios delicadamente trabalhados à mão. Cristais Swarovski e peças em prata plaqueada a ouro aliam-se ao brilho das pedras semi-preciosas para um resultado final de exu-berância e sofisticação.

Um destaque final às incursões da ourivesaria neste mundo da moda para o trabalho da Olga Noronha que em parceria com a designer Elizabeth Teixeira criou peças exuberantes e originais combinadas com os coordenados.

19PASSERELLE NACIONAL

valentim quaresma - modalisboa

elizabeth teixeira - Portugal fashion

elizabeth teixeira - Portugal fashion

valentim quaresma - modalisboa storytailors - Portugal fashion

Page 20: Jornal Nº16 Out/Nov/Dez 2013

“Portuguese Jewellery Shaped with Love” reclama a atenção pela produção portuguesa de ourive-

saria no internacional.

Projeto apoiado pelo COMPETE concretiza uma postura vincada perante a internacionalização e

afiança o incremento das expor-tações com o lançamento de uma

campanha internacional.

SíNTESEEmbora o elemento mais im-pactante (e pretende-se que dura-douro) seja a imagem veiculada pelo “Portuguese Jewellery shaped with love”, esta enquadra-se num projeto mais abrangente, o “Gold Win Together”.

Este projeto permitiu avançar na materialização de uma estratégia destinada à geração de crescimento e rentabilidade sustentável para a

ourivesaria.Neste processo, a AORP (Asso-ciação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal) coloca o setor em ve-locidade de cruzeiro para a consoli-dação de um paradigma de desen-volvimento alicerçado na abertura ao conhecimento, à inovação e à melhoria contínua no acesso ao(s) mercado(s).

ENQUADRAMENTOApoiado pelo COMPETE no âmbi-to do SIAC - Sistema de Incentivos às Ações Coletivas, o projeto “Gold Win Together” tem um investi-mento elegível de 338 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de 237 mil euros.

Pelas palavras da Secretária Geral da AORP, Fátima Santos “o apoio do COMPETE foi indispensável para alcançar o sucesso deste pro-jeto e doutros que temos em exe-

cução. O papel do COMPETE no panorama empresarial português é, no meio de tantos cenários de com-plicação, uma lufada de ar fresco, pela facilidade de contacto com a equipa gestora, pela proximidade de compreensão das temáticas, e obviamente pelo apoio financeiro.”

camPanha InternacIonal “Portuguese Jewellery shaPed wIth love”

1. CONCEITOA ourivesaria portuguesa tem uma nova imagem que veicula uma recomposta dimensão de Portu-gal como criador de produtos de excelência na ourivesaria inter-nacional. Permite um upgrade significativo na representação da ourivesaria e da moda portuguesa e na afirmação da vocação de Portu-gal enquanto produtor e criador de excelência nestes âmbitos.

A campanha promove as capaci-dades criativas do setor em ter-mos de design, moda e qualidade, capacidades estas que até aos últimos anos eram pouco reconhe-cidas a nível internacional, e até a nível nacional. Com o “Portu-guese Jewellery shaped with love” pretende-se afiançar a relação entre a ourivesaria nacional e o coração, como símbolo cultural da alma lusitana. Desvenda-se uma dimen-são manual e única para cada uma das peças produzidas, modeladas ou criadas em Portugal. Ao mesmo tempo, transmite-se as tendências do design internacional, e concilia-se audácia e exclusividade.

2. MEIOSO renovado espírito da Ourivesaria Made in Portugal é apresentado em vários suportes:. gráfico; produção de moda, realizada pelo conceituado fotó-

PORTUGUESE JEWELLERY EM DESTAQUE NO SITE E NEWSLETTER DO COMPETE

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grafo nortenho Cassiano Ferraz; stand de exibição, que acompanha a divulgação nos principais eventos internacionais.

As atuações implementadas dizem respeito à promoção da marca e da imagem “Portuguese Jewellery Shaped with Love”, próxima do universo moda e de uma campanha internacional lançada a nível mun-dial, no segmento da ourivesaria que abrange a imprensa especiali-zada, a internet, o marketing direto e a promoção junto da procura.

3. MERCADOSEscolheram-se como referência três dos principais mercados destino das exportações: Espanha, França e Alemanha.

4. TARGETOs públicos-alvo incluem:. retalhistas e todo o tipo de inter-mediários comerciais,. opinion makers,. especialistas,. amadores do setor.

Os momentos mais marcantes são:- “Pieces of Art Made in Portu-gal” - publireportagem na Vogue GioielloPublicada na edição de Setembro de 2012, e durante 4 números con-secutivos, uma produção alusiva às produções nacionais na revista de referência a nível mundial para o universo da ourivesaria. A Vogue Gioiello é distribuída nas bancas e nas principais feiras do sector em 300.000 exemplares.

O tema “Pieces of Art Made in Portugal” foi escolhido para pro-mover o produto português a nível mundial. Na campanha, o foto-grafo Enrico Suà Ummarino, forte conhecedor do universo da alta joalharia e das indústrias do luxo, assina um conjunto de impactantes imagens e transfere ao produto nacional uma nobreza de obra de arte. A contemporaneidade das joias é combinada com um toque de tradição e de genuinidade portu-guesa. Foram selecionadas peças de

19 empresas para representar o que melhor se faz em Portugal.

- Promoção da campanha nos prin-cipais mercados de exportaçãoA campanha foi apresentada em seis feiras de referência para a ourivesaria a nível europeu, e mun-dial, o que permitiu, simultanea-mente, abranger três dos principais mercados para a exportação de ourivesaria portuguesa, designada-mente, França, Espanha, e também o mercado do norte da Europa através da Alemanha.

Os certames escolhidos foram as Feiras:Bijorhca, em Paris; Inhorgenta, em Munich; Iberjoya, em Madrid; Joya, em Barcelona.

Os espaços apresentavam a nova imagem do Made in Portugal e uma seleção do melhor da oferta na-cional. Provocaram o interesse de profissionais e compradores inter-nacionais e foram um impulso para os planos de internacionalização das entidades representadas.

- www.portuguesejewellery.com - o portal da ourivesaria no interna-cionalEsta plataforma online foi lançada com um enfoque na promoção nos mercados mais promissores e com maior projeção. Pretende transmitir as novas propostas conformando uma nova identidade da ourivesaria portuguesa no panorama mundial. Ganham relevância o testemunho e os valores veiculados com a marca “Portuguese Jewellery Shaped with Love”. Multiplicam-se os vetores de transmissão aplicando-se o âm-bito de influência.

Este website foca-se nos aspetos diferenciais da oferta nacional: a especialização produtiva; as capacidades criativas, nos domínios do design, da moda e a qualidade dos serviços prestados na esfera in-ternacional. Constitui um fim em si próprio para promover a identidade da marca e as ações da ourivesaria nacional no internacional e é, ao

mesmo tempo, um meio para que as empresas possam integrar as iniciativas da AORP e promover o melhor das suas produções.

5. RESULTADOSOs resultados testemunham a evolução do setor de forma mar-cante e impactante e permitem detetar um interesse crescente do mercado e dos agentes mais dinâmicos pelo Made in Portugal.Deteta-se um incremento geral nas exportações em todas as catego-rias de produtos sustentado, sem dúvida, pela atividade de um maior número de empresas fora de Por-tugal.

Devido, diretamente, ao Gold Win Together, 19 empresas promoveram os seus produtos e, consequente-mente, as marcas na revista mais universal da ourivesaria, a Vogue Gioiello.Estiveram presentes, fora de Portugal, 35 empresas através das peças mais emblemáticas em seis dos principais certames de ourive-saria, na França, em Espanha e na Alemanha.

Embora indiretamente, esta dinâmica transmite-se a todo o tecido empresarial, permitindo uma maior confiança e proatividade na internacionalização, com mais empresas iniciando processos de internacionalização (cerca de 30 em Outubro de 2013) e uma maior representatividade nas feiras inter-nacionais (com uma média de sete empresas portuguesas participantes nos principais eventos recenseados na Europa).

Mas a melhor mostra do sucesso são as opiniões dos empresários envolvidos neste projeto, os quais patenteiam a idoneidade da inicia-tiva para a própria atividade e que a seguir mostramos:

“Embora o mercado português continue a ser bastante aliciante, a internacionalização da marca BDR (Bruno da Rocha) e o reco-nhecimento do meu trabalho além

fronteiras foram sempre um dos objetivos a atingir. Após várias fei-ras internacionais, foi na Bijorhca que tive mais notoriedade. Esta feira com uma vertente mais virada para o design e moda de acessórios está mais aberta a novos conceitos e experimentalismos na área da joalharia. Com contactos feitos e algumas vendas efetuadas penso que será uma feira para continuar a apostar…”Bruno da Rocha - Empresário e criador de joias, com peças em Paris (Bijorhca 2013)

“O objetivo da participação na Iberjoya era fundamentalmente a divulgação do meu nome, do meu trabalho enquanto designer e para alcançar novos mercados. Os resultados foram três contatos que considero muito positivos.”Luísa Pedroso - Designer – Joalha-ria contemporânea, com peças em Madrid (Iberjoya 2012)

“Começamos a trabalhar com o mercado espanhol em 2012. A exibição dos nossos produtos e a apresentação da filosofia da Minú-cias aos especialistas espanhóis na Iberjoya certamente vai impulsio-nar os contatos e as parcerias em Espanha. Para além de mostrar o que de melhor se faz em Portugal, queremos suscitar o interesse de agentes que possam introduzir a marca convenientemente no mer-cado espanhol.”Ana Rebelo - CEO e Designer da Minúcias, com peças em Madrid (Iberjoya 2012)

Conforme refere Fátima Santos, Secretária Geral da AORP , “Para o setor da ourivesaria em Portugal o caminho é a exportação. Projetos como este são imprescindíveis para o conseguir, especialmente quando são modelados com o coração (shaped with love) como a nossa ourivesaria!”

Neste processo, a Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portu-gal (AORP) coloca o setor em velocidade de cruzeiro para a consoli-dação de um paradigma de desenvolvimento alicerçado na abertura ao conhecimento, à inovação e à melhoria contínua no acesso ao(s)

mercado(s).

www.portuguesejewellery.com

21NOTíCIAS AORP

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A Lei n.º 25/2008, de 5 de junho, que veio fixar medidas de natureza preventiva e repressiva tendo por objetivo o combate ao branquea-mento de vantagens de proveniên-cia ilícita e ao financiamento do terrorismo, estabelece um leque de obrigações ou deveres, de natureza geral, destacando-se, na perspe-tiva da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), aquelas cujos destinatários são os comerciantes que transacionem bens, pagos em numerário, de valor igual ou superior a 15.000 € e os prestadores de serviços a socie-dades, a outras pessoas coletivas e centros de interesse coletivos sem personalidade jurídica.Em conformidade com o determi-nado na subalínea iii) da alínea b) do seu artigo 38.º, da referida lei compete à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a fiscalização dos deveres que, nos termos ali previstos, incidem sobre as entidades não financeiras referi-das nas alíneas d) e f) do artigo 4.º desta Lei.Assim, com vista a definir a forma e os procedimentos necessários ao cumprimento daqueles de-veres, foi publicado em Diário da República, 2ª Série, o Regulamento nº 380/2013 de 4 de outubro, que fixa as condições e determina o conteúdo do exercício dos de-veres gerais e específicos fixados na citada Lei, com produção de efeitos a partir de 6 de novembro de 2013, encontrando-se sujeitos às obrigações previstas, e consequente transmissão de elementos à ASAE, as seguintes entidades:

• Comerciantes que, em território nacional, procedam à venda de bens, em numerário, de valor igual ou superior a 15.000 € e por parte dos prestadores de serviços a socie-dades, a outras pessoas coletivas e centros de interesse coletivos sem personalidade jurídica (artigo 1.º);• Em particular, e dado o elevado valor unitário dos bens que transa-cionam, os comerciantes que proce-dam à venda de ouro e metais pre-ciosos, de antiguidades, de obras de arte, de aeronaves, de embarcações ou de veículos automóveis (artigo 2.º);• Com vista a dar cumprimento ao dever de identificação previsto no artigo 7.º da sobredita Lei, os comerciantes devem proceder à recolha dos elementos de identifi-cação dos seus clientes, ou dos seus representantes, em momento prévio ao da realização da transação ou, tratando-se de mera promessa contratual, antes da sua celebração (artigo 3.º);• Identificação a efetuar através do preenchimento, de modo claro e legível, do Modelo de identificação de transações referido no n.º 3 do artigo 3.º do Regulamento e em anexo ao mesmo, encontrando-se a partir de agora disponível neste portal.• As entidades em questão devem ainda conservar em seu poder cópia, documental ou em suporte informático, dos elementos de identificação dos seus clientes, pelo prazo de 7 anos, a contar da data da respetiva identificação (artigo 7.º);• A falta de cumprimento do fixado neste Regulamento constitui a

prática da contraordenação prevista na al. ag) do artigo 53.º da mencio-nada Lei nº 25/2008 (artigo 8.º).• Deste modo, a prestação obri-gatória dos elementos de identifi-cação descritos nos artigos 4.º e 5.º do Regulamento, passa a efetuar-se através do Modelo de identificação de transações abaixo disponibili-zado no site da ASAE www.asae.pt.

Este formulário é de fácil utili-zação pelas entidades obrigadas ao seu cumprimento, não apresenta encargos de natureza financeira e contempla a possibilidade do seu preenchimento informático.

Mais se prevê que os comerciantes que transacionem bens, em numerá-rio, acima do valor descrito na lei, bem como as entidades prestadoras de serviços, prestem informação, tratada de modo uniforme, sobre os elementos relativos a cada uma em que tenham intervenção e preen-cha os requisitos legais, evitando -se a duplicação de procedimentos desnecessários (como seria o caso da data do início da atividade, face à obrigação já existente de inscrição no cadastro comercial desse facto) e, por outro lado, tenham perfeita consciência do modo como devem dar cumprimento aos deveres de identificação e de con-servação de documentos que, em termos gerais, a lei já consagra.

REGRAS dE CoMbAtE Ao bRANqUEAMENto dE CAPItAIS E fINANCIAMENto do tERRoRISMoNovA LEI IMPÕE obRIGAÇÕES Ao SEtoR dA oURIvESARIA

23NOTíCIAS

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O Acórdão do TC n.º 602/2013, pronunciou-se no âmbito do pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade de algumas normas pre-vistas na Lei n.º 23/2012, no que respeita a majoração de dias de férias, altera apenas as situações que estejam ao abrigo do IRC - Instrumento de Regulamentação Coletiva, ou por via contratual.

O Acórdão, na decisão, - al. m) determina «Declarar a inconstitucion-alidade, com força obrigatória geral, da norma do artigo 7.º, n.º 3, da Lei n.º 23/2012, de 25 de junho, na parte em que se reporta às disposições de instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho, por violação das disposições conjugadas dos artigos 56.º, n.os 3 e 4, e 18.º, n.º 2, da Constituição».

Assim, a norma que foi declarada inconstitucional por violar dois artigos da Constituição da República Portuguesa é a que se transcreve: «As majorações ao período anual de férias estabelecidas em disposições de instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho ou cláusulas de contratos de trabalho posteriores a 1 de dezembro de 2003 e anteriores à entrada em vigor da presente lei são reduzidas em montante equivalente até três dias».

Ou seja, todos os trabalhadores que tinham mais do que 22 dias úteis de férias ao abrigo do IRC ou por via de contrato de trabalho mantém os dias de férias previstos naquelas fontes de direito.

Esta questão é diferente dos dias de majoração, a título de prémio de assiduidade, prevista no n.º 3 do art. 238.º do CT/2009, também alterada pelo mesmo diploma e que não foi objeto de declaração de inconstitu-cionalidade.

Nos Contratos Coletivos de Trabalho relativos ao setor da Ourivesaria, prevê-se a majoração de dias de férias, pelo que, ao abrigo da decisão do Tribunal Constitucional, essas normas estão em vigor e deverão ser aplicadas.

MAJoRAÇão dE dIAS dE féRIAS MANtéM-SE NA oURIvESARIA

No final de novembro, a AORP e um grupo de industrias do setor, visitaram, a convite da Câmara Mu-nicipal de Gondomar, pela primeira vez o futuro Parque Tecnológico e de Negócios de Ourivesaria de Gondomar, em fase final de cons-trução. A visita foi acompanhada pelo Vereador do Desenvolvimento Económico e Empreendedorismo, Carlos Brás.

Nove milhões de euros foi o valor já executado para o investimento No Parque Tecnológico de Negó-cios de Ourivesaria, estrutura que tem a sua primeira fase pratica-mente concluída. O Parque Tec-nológico e de Negócios de Ourive-saria está delineado em três fases. A primeira fase do projeto incluiu a cons-trução do edifício central, com um restaurante e parque de estacionamento, bem como os ar-ruamentos envolventes. O projeto de arquitetura foi elaborado com

uma grande flexibilidade e modu-laridade de espaços, permitindo diferentes configurações e ajus-tamentos às necessidades das empresas/entidades ou grupos de atividades que nele se pretendam instalar, como seja a instalação no espaço existente da incubação de empresas, do equipamento tecno-lógico, de espaços comerciais e/ou oficinas.

Começaram nesta altura os primei-ros contactos com as entidades ligadas ao desenvolvimento económico do concelho, e fora deste, para a criação de parcerias, e ainda o contacto com empresas e agentes económicos setoriais, para a futura instalação no parque. As empresas que pretandam saber in-formações sobre o Parque, poderão desde já manifestar o seu interesse para a AORP ou para a Câmara Municipal de Gondomar.

INdUStRIAIS E AoRP vISItAM PARqUE tECNoLÓGICo E dE NEGÓCIoS dE oURIvESARIA dE GoNdoMAR

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Foi publicada a Lei nº 69/2013, de 30 de agosto, que procede à Quinta alteração ao Código do Trabalho, aprovado pela Lei nº 7/2009, de 12 de fevereiro, ajustando o valor da compensação devida pela cessação do contrato de trabalho, o qual entrou em vigor no dia 1 de outubro de 2013.

Do diploma agora publicado, desta-cam-se os seguintes aspetos:

1. Diminuição do valor das indemi-nizações/compensações em caso de cessação dos contratos de trabalho celebrados a partir de 1 de outubro de 2013:

- em caso de despedimento coletivo e despedimento por extinção do posto de trabalho de contratos de trabalho sem termo, o trabalhador tem direito a compensação correspondente a 12 dias de retribuição base e diuturni-dades por cada ano completo de an-tiguidade com o limite de 12 salários ou 116,4 mil euros);

- em caso de caducidade de contrato de trabalho a termo certo da iniciativa do empregador, o trabalhador tem direito a compensação correspon-dente a 18 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade;

- em caso de caducidade de contrato de trabalho a termo incerto, da ini-ciativa do empregador, o trabalhador tem direito a compensação corre-spondente a 18 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade, no que respeita aos três primeiros anos de duração do contrato e a 12 dias de retribuição base e diuturnidades por

cada ano completo de antiguidade, nos anos subsequentes.

2. A presente Lei estabelece também um regime transitório para os contra-tos antigos, isto é, celebrados antes de 1 de outubro de 2013, atendendo à data em que o contrato foi celebrado, ao tipo do contrato e à duração do mesmo:

- em caso de cessação de contratos de trabalho sem termo celebrados antes de 1 de novembro de 2011, a compensação devida ao trabalhador é calculada do seguinte modo:

a) em relação ao período de trabalho prestado até 31 de outubro de 2012, o trabalhador tem direito a uma compensação correspondente a um mês de retribuição base e diuturni-dades por cada ano trabalhado. Se o montante auferido até essa data (31 de outubro de 2012), for superior a 12 salários ou a 116,4 mil euros a indeminização fica congelada, isto é, o trabalhador mantém esse direito mas não acumula mais. Se o mon-tante garantido for inferior aos limites referidos, o trabalhador continuará a acumular, segundo as novas regras.

b) pelo trabalho prestado entre 1 de novembro de 2012 inclusive e 30 de setembro de 2013, a compensação devida ao trabalhador é de 20 dias de retribuição base e diuturnidades cal-culado proporcionalmente ao período efetivo de trabalho prestado;

c) pelo trabalho prestado a partir de 1 de outubro de 2013 inclusive, o montante da compensação é de 12 dias de retribuição base e diuturni-dades por cada ano (se o contrato já tiver feito 3 anos) ou 18 dias de

retribuição base e diuturnidades por cada ano (se o trabalhador estiver nos 3 primeiros anos de duração do con-trato). O montante da compensação calculada nestes termos não pode ser inferior a três meses de retribuição base e diuturnidades.

- Em caso de cessação de contratos de trabalho celebrados entre 1 de no-vembro de 2011 e até 30 de setembro de 2013, a compensação devida ao trabalhador é calculada do seguinte modo:

a) pelo trabalho prestado até 30 de setembro de 2013, de 20 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de trabalho ou calculado proporcionalmente em caso de fração de ano;

b) pelo trabalho prestado a partir de 1 de outubro de 2013 inclusive, a compensação será de 18 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade (caso o contrato esteja nos primeiros 3 anos) ou de 12 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade (caso o con-trato já dure há mais de 3 anos).

Nestes casos, a compensação não poderá ser superior a 12 salários ou ao já referido montante de 116,4 mil euros.

3. O Diploma ora publicado, es-tabelece igualmente, um regime transitório em caso de cessação de contrato de trabalho a termo e de contratos de trabalho temporário celebrados antes de 1 de outubro de 2013 previsto no artigo 6º.

NovA LEI SobRE AS INdEMINIZAÇÕES PELA CESSAÇão doS CoNtRAtoS dE tRAbALho JÁ EM vIGoR

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EXPOSIçãOCARTIER: STYLE AND HISTORY

Neste mês de dezembro, os amantes de joias têm mais uma data para acrescen-tar na agenda. Cartier: Estilo e História abre as portas aos mais curiosos no Grand Palais em Paris, de 4 de dezem-bro e até 16 de fevereiro de 2014 .

WEBSITEwww.grandpalais.fr

LIVRO21ST CENTURY JEWELLERY DESIGNERS: AN INSPIRED STYLEJuliet Weir-de la Rouchefoucauld

Desde o grande JAR, ao James de Givenchy e Nicholas Varney no Oci-dente, Michelle Ong, Wallace Chan e Bhagat no Oriente, o livro 21st Century Jewellery Designers: An Inspired Style é a exploração do mundo dos designers, ajuda o leitor a descobrir as joias que fizeram história de grandes designers até às criações de hoje. Em destaque, entrevistas com designers que revelam as suas inspirações e paixões, os seus materiais favoritos, processos concepção, e como suas personalidades influenciam os seus projetos.

EXPOSIçãOJEWELS BY JAR

EXPOSIçãO NO METROPOLI-TAN MUSEUM Of ART

Esta exposição contará com mais de quatro centenas de obras por um dos designers de joias mais aclamados dos últimos 35 anos, Joel A. Rosenthal, que trabalha em Paris sob o nome de JAR.

Nascido em Nova Iorque e educado em Harvard, Rosenthal mudou-se para Paris logo após a sua formação, em 1966, começou a trabalhar na área da joalharia. JAR abriu em 1978 na Place Vendôme, no mesmo espaço que ocupa hoje.

A exposição será a primeira retrospec-tiva da sua obra na América, a única outra grande exposição do trabalho de Rosenthal foi realizada em 2002 na Somerset House, em Londres.

SITEwww.metmuseum.org/exhibitions

SUGESTÕES

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IMAGEM NATAL AORP