jornal movimento sinte pela base

4
MOVIMENTO SINTE PELA BASE Nos dias 25 e 26 de junho de 2013 serão realizadas as eleições para o SINTE/SC. Nes- te momento, faz- -se necessária uma avaliação crítica da atuação do nos- so sindicato, como instrumento organi- zativo e de luta do magistério público estadual. Diversos profes- sores estão insatis- feitos com os rumos que tem tomado a educação em nosso estado, bem como, com o conteúdo e a forma como a maio- ria da direção do SINTE tem enfren- tado esta situ- ação, a exem- plo da greve de 2011. Aqui levan- tamos algumas destas críticas e manifesta- mos publicamente o nosso propósito em organizar um novo movimento. Nosso objetivo também é formar uma chapa de oposição que, desde já, comece a acumu- lar forças para reor- ganizar a base do ma- gistério e a direção do nosso sindicato, e assim resistir à retira- da de direitos e avan- çar na luta por uma educação pública, gratuita, crítica, cria- dora e emancipadora. Eleição: dias 25 e 26 de junho Este manifesto é uma inicia- tiva de professores da base do magistério. É um convite aos colegas descontentes com a atual política do Sinte e com a situação da educação imposta pelos governos. Vamos cons- truir uma chapa de oposição, de verdade, para lutar: 1- Queremos um Sinte: • Autônomo e independente do Estado, dos governos e dos par- tidos; • Democrático: que respeita e segue a vontade da maioria; • Construído pela base e para a base; 2- Uma educação: • Para além do capital: crítica, criadora e que objetiva a eman- cipação humana; 3- Por condições dignas de trabalho e valorização profis- sional com: • Redução da jornada de traba- lho sem perda salarial; • Implantação imediata de 1/3 de hora atividade (tendo como referência a hora aula); • Implantação de 50% de hora ati- vidade; • Implantação da Lei do Piso na carreira; • Garantia da aposentadoria es- pecial no magistério; • Concurso público permanen- te para repor o quadro efetivo e combate a todas as formas de precarização do trabalho, entre elas, o trabalho temporário; • Formação teórica e didático- -pedagógica permanente, garan- tida pelo Estado em instituições públicas; • Formação de professores es- pecializados para o atendimento de estudantes portadores de ne- cessidades especiais (2º profes- sor). • Limitação do número de alunos por sala, de acordo com as con- dições didático-pedagógicas. • Política de prevenção e aten- ção da saúde dos trabalhadores em educação. Queremos essas e outras propostas. Participe da for- mação da chapa e do progra- ma, contribua! Santa Catarina, abril/maio de 2013 Por mudanças no SINTE , na educação e na carreira þ

Upload: leonel-camasao

Post on 23-Mar-2016

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal do Movimento Sinte pela Base.

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal Movimento SInte pela Base

MOVIMENTO

SINTE PELA BASE

Nos dias 25 e 26 de junho de 2013 serão realizadas as eleições para o SINTE/SC. Nes-te momento, faz--se necessária uma avaliação crítica da atuação do nos-so sindicato, como instrumento organi-zativo e de luta do magistério público estadual.

Diversos profes-sores estão insatis-feitos com os rumos que tem tomado a educação em nosso estado, bem como, com o conteúdo e a forma como a maio-ria da direção do SINTE tem enfren-

tado esta situ-ação, a exem-plo da greve de 2011.

Aqui levan-tamos algumas destas críticas e manifesta-mos publicamente o nosso propósito em organizar um novo movimento. Nosso objetivo também é formar uma chapa de oposição que, desde já, comece a acumu-lar forças para reor-ganizar a base do ma-gistério e a direção do nosso sindicato, e assim resistir à retira-da de direitos e avan-çar na luta por uma educação pública, gratuita, crítica, cria-dora e emancipadora.

Eleição: dias 25 e 26 de junho

Este manifesto é uma inicia-tiva de professores da base do magistério. É um convite aos colegas descontentes com a atual política do Sinte e com a situação da educação imposta pelos governos. Vamos cons-truir uma chapa de oposição, de verdade, para lutar:

1- Queremos um Sinte:• Autônomo e independente do Estado, dos governos e dos par-tidos; • Democrático: que respeita e segue a vontade da maioria;• Construído pela base e para a base;

2- Uma educação:• Para além do capital: crítica, criadora e que objetiva a eman-cipação humana;

3- Por condições dignas de trabalho e valorização profis-sional com: • Redução da jornada de traba-lho sem perda salarial;• Implantação imediata de 1/3 de hora atividade (tendo como referência a hora aula);

• Implantação de 50% de hora ati-vidade;• Implantação da Lei do Piso na carreira;• Garantia da aposentadoria es-pecial no magistério;• Concurso público permanen-te para repor o quadro efetivo e combate a todas as formas de precarização do trabalho, entre elas, o trabalho temporário;• Formação teórica e didático--pedagógica permanente, garan-tida pelo Estado em instituições públicas;• Formação de professores es-pecializados para o atendimento de estudantes portadores de ne-cessidades especiais (2º profes-sor).• Limitação do número de alunos por sala, de acordo com as con-dições didático-pedagógicas.• Política de prevenção e aten-ção da saúde dos trabalhadores em educação.

Queremos essas e outras propostas. Participe da for-mação da chapa e do progra-ma, contribua!

Santa Catarina, abril/maio de 2013

Por mudanças no SINTE, na educação e na carreira

þ

Page 2: Jornal Movimento SInte pela Base

2 MOVIMENTO SINTE PELA BASE

Uma educação para além do capitalO SINTE/SC, hegemoni-

zado pelo Partido dos Traba-lhadores (PT), transformou-se numa corrente de transmissão das políticas do governo fede-ral, a exemplo da lei do Piso e da Conferência Nacional de Educação. Para cumprir essa finalidade, omitiu da catego-ria os riscos contidos na lei do Piso e a real possibilidade de achatamento da tabela sa-larial. Não a organizou e nem a preparou para os ataques ao plano de carreira. Quando o magistério estadual se mobili-zou e construiu a maior greve das últimas décadas para de-fender justamente o piso na carreira, a direção não soube o que fazer e vendeu a greve pe-los acordos eleitorais de 2014.

Da mesma forma, em vez de articular a construção de um Programa de Educação pautado pelos interesses dos

trabalhadores em educação, dos estudantes, dos movi-mentos sociais, e em con-junto com os setores mais progressistas e combativos, colocou o magistério cata-rinense a serviço da política governamental, construindo, juntamente com empresários da educação interessados nos recursos públicos, uma polí-tica que se mostra cada vez

mais prejudicial à Educação e à Escola Pública. Esse é o pa-pel da CONAE: imobilizar e cooptar o movimento sindical para as políticas meritocráti-cas e privatistas, por meio das quais o Estado se desrespon-sabiliza cada vez mais com a Educação.

O SINTE precisa cons-truir o seu projeto de edu-cação, autônomo e inde-

pendente dos governos e transformá-lo num instru-mento de mobilização e or-ganização dos trabalhadores em educação na defesa da escola pública, articulado com a construção de uma sociedade justa e igualitária em que a exploração seja varrida para a lata do lixo da história. Deve ter clareza do horizonte estratégico para a educação, caso contrário, o risco de se desviar do cami-nho é permanente.

O debate sobre que pro-jeto de educação defende-mos nos exige pensar que tipo de sociedade almeja-mos. Na atual sociedade, capitalista, a educação ins-titucionalizada tem servido para fornecer a mão de obra necessária à acumulação e expansão do capital e para gerar e transmitir um qua-

dro de valores que legitima os interesses da classe do-minante.

Enfim, é ilusão achar que é possível transformar com-pletamente a educação, em todos os níveis, sem trans-formar a sociedade. A luta por uma educação crítica, transformadora e que promo-va a emancipação humana está intrinsecamente ligada à construção de uma nova so-ciedade, cuja economia deve ser planificada e controlada coletivamente e a produção destinada às reais necessida-des humanas, sem a explora-ção e a alienação do trabalho e sem classes sociais. É com este horizonte que devemos articular nossas táticas de luta.

Esse é o sindicato tão ne-cessário! Essa é a luta que deve nos mover!

Resistir às políticas de mercantilizaçãoCom o aprofundamento

da crise estrutural do capital, vemos aumentar e intensifi-car a exploração das classes trabalhadoras por parte dos donos dos meios de produ-ção. E, também, torna-se necessário ao Estado, junta-mente com seus governos, cumprir seu papel de assegu-rar o funcionamento e a pró-pria sobrevivência do capital, estabelecendo políticas que visam transferir recursos pú-blicos para os grandes grupos econômicos. Trata-se de um projeto geral que vem sendo aplicado em todos os serviços públicos, especialmente na educação, saúde e segurança.

Na educação, anos após anos, os governos vêm re-duzindo os recursos para seu financiamento, precarizando cada vez mais as condições

de trabalho e, sobretudo, criando um ambiente educa-tivo que forma mão de obra acrítica, reprodutora e con-formada com o mundo do trabalho alienado e explora-do.

Nesse sistema e também

na atual conjun-tura brasileira, em que as classes dominantes con-tinuam no poder, seria estranho se os planos educa-cionais aplicados não visassem mantê-las no con-trole econômico e político. O Pla-no Nacional de Educação – PNE para 2001 -2010, por exemplo, ti-nha como meta

atingir 36% de jovens matri-culados no ensino superior, em 2008, mas alcançou 13% apenas. Pretendia chegar a 50% das crianças de 0 a 4 anos matriculadas em creches, po-rém atingiu-se somente 18%, sendo que 34% estavam em

instituições privadas. Ou seja, as metas do PNE – 2001-2010 ficaram muito abaixo das ex-pectativas. Agora, está em de-bate o novo PNE – 2011-2020. Mais uma vez as metas não se-rão atingidas. Afinal, em 2011 o governo Dilma cortou 3,2 bilhões da Educação e 1,93 bi-lhões em 2012. Enquanto isso, em 2011, usou 45,05% do seu orçamento para pagar juros e amortizações da dívida. É evi-dente que com tantos cortes e desvios de recursos, não será possível resolver minimamen-te o problema do sucateamento da escola pública e pensar em educação de qualidade. Torna--se necessário a defesa da apli-cação imediata de, no mínimo, 10% do PIB para a educação.

Em Santa Catarina, os sucessivos governos tem le-gislado por decretos e por-

tarias passando por cima de toda legislação, seja o plano de carreira, seja o Estatuto do Magistério ou a Lei do Sistema Educacional (Lei 170), atacando direitos e precarizando as relações de trabalho. Dessa forma, a mu-nicipalização do ensino fun-damental, as terceirizações, o fechamento e o sucatea-mento de escolas, a contrata-ção de professores ACTs, os concursos públicos esparsos e irrisórios, a enturmação (40 alunos por sala), o fim da carreira, a meritocracia são medidas adotadas pelo governo estadual que visam reduzir gastos e intensificar a exploração dos trabalha-dores em educação, para sal-vaguardar os interesses dos empresários que apoiaram a sua campanha.

Piso ou teto?Em Santa Catarina, a

tabela salarial foi compac-tada e o piso virou teto, desvalorizando-se comple-tamente a formação e o tempo de serviço dos do-centes. Portanto, a defesa da implantação do Piso na

carreira e seu reajuste de acordo com o que a lei es-tabelece, ou seja, utilizan-do-se o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno continuam necessários. Os trabalhadores não podem aceitar o INPC (Índice Na-

cional de Preços ao Con-sumidor) como índice de reajuste do piso (calculado em 6,08%), pois isso signi-fica mais uma derrota para o movimento docente.

Outro debate importan-te, ligado a Lei do Piso, é a aplicação de 1/3 de Hora

Atividade, para garantir o estudo e planejamento das aulas de qualidade. Essa pauta tem sido deixada de lado propositalmente pelo governo, mas deve ser prio-ridade para o magistério. A hora atividade precisa ser contata como hora/aula (45

min.) e não hora/relógio (1h.). Além disso, precisa-mos aprofundar o debate sobre os 50% de hora ati-vidade, pois todos os pro-fessores sabem que 33% de H/A não é suficiente para deixarmos de levar trabalho para casa.

Resistir à retirada de nossos direitos

Page 3: Jornal Movimento SInte pela Base

3MOVIMENTO SINTE PELA BASE

Rumo à construção de um SINTE autônomo, independente e combativo

Para resistir às políticas de destruição da escola públi-ca, de ataques aos direitos do magistério e trilhar novos ca-minhos na construção de uma educação verdadeiramente de-mocrática, crítica, criadora e vinculada ao horizonte estraté-gico de emancipação humana, os trabalhadores necessitam ter ao seu lado, organizando as lutas, um sindicato combativo, autônomo e independente em relação ao Estado, ao governo e aos partidos políticos.

O SINTE, hoje, através da sua direção majoritária (setores vinculados a CUT), representa uma entidade que vem se con-formando em um sindicato de conciliação, que negocia direi-tos históricos e que não valori-za a formação, a organização e a vontade da categoria.

É importante deixar claro que temos divergências com os companheiros da CSP--Conlutas no sindicato. Não devemos cometer o equívoco de criticá-los colocando-os no mesmo “saco” que os setores cutistas. Reconhecemos sua combatividade e sua postura de luta junto à categoria. No entanto, é preciso deixar claro que temos divergências com os companheiros, no que diz res-peito aos debates sobre central sindical, organização do sindi-cato, no que se refere a propor-cionalidade e a condução que os mesmos desenvolveram em momentos decisivos da vida sindical, como exemplo a posi-ção vacilante na greve de 2011 e o consentimento em adiar o congresso do ano passado, sem a discussão e deliberação da assembleia estadual.

Não se trata de negar a participação, no sindicato, de pessoas ligadas às organiza-ções políticas. Ao contrário, é importante que os trabalha-

dores se organizem politica-mente. No entanto, não pode haver “aparelhamento” e/ou “atrelamento”. A autonomia e a independência do sindicato são imprescindíveis para a fi-delidade deste instrumento aos interesses da categoria, como parte da classe trabalhadora.

Falta de autonomia

Quando isso não acontece, os resultados são desastrosos. Exemplo disso foi a greve de 2011. Naquele momento havia disposição e força da catego-ria para impor uma derrota ao governo e para conquistar o piso na carreira. Mas o que aconteceu foi o contrário. Ape-sar de ter chegado a reunir 20 mil pessoas nas ruas, a base do magistério é quem foi der-rotada, com o achatamento da tabela salarial. A crônica dessa derrota anunciada começou a ser escrita quando houve um acordo nos bastidores entre os partidos do governo e a dita oposição petista. O fato do PSD ter se tornado base do governo Dilma teve influência direta nos resultados da greve.

Em mais de uma assembleia geral, a posição majoritária da direção pelo fim da greve foi recusada pela base. Mesmo as-sim, tal objetivo foi construído nas regionais. Isso provocou uma divisão tão grande entre as mesmas, que já não impor-tavam os encaminhamentos da assembleia geral.

Mesmo sob forte protesto, o projeto de lei que destruiu a carreira do magistério foi apro-vado na ALESC por ampla maioria dos deputados esta-duais. Foi necessário o BOPE para tanto. Os professores saíram arrasados da “casa do povo”. Mas, em 2013, o novo presidente da ALESC, (Depu-tado Joares Ponticelli ), que é um dos representantes do go-verno e que foi relator do pro-jeto de lei que destruiu nossa carreira, foi eleito com o voto de todos deputados petistas. A justificativa: O PP e o PSD são base do governo Dilma.

Outro exemplo é o recuo da CNTE em relação ao rea-juste do piso. Embora isso não tenha passado em nenhuma as-sembleia estadual da categoria, o SINTE divulgou e defendeu

em seu último jornal a nova proposta da Confederação: INPC + 50% do FUNDEB. O argumento de alguns dos defensores é de que precisa-mos entender a crise pela qual passa o país. O curioso é que a “crise” dos grandes capitalis-tas sempre recai sobre as cos-tas dos trabalhadores. Porém, mais curioso ainda é dirigente sindical usar este tipo de argu-mento. É importante continuar defendendo o reajuste de acor-do com o FUNDEB, mas casa-do com o fim do desvio e corte de seus recursos.

Tais posições se explicam pela falta de autonomia e inde-pendência frente ao Estado, aos governos e aos seus partidos. Por estas razões que também não se vê o SINTE pautando a contrarreforma da previdência, embora esta devesse ser uma de suas principais preocupa-ções, pois atingirá gravemente os professores, em especial as mulheres.

Fragmentação da categoria

Casada à autonomia e à independência é necessária uma forma organizativa que garanta o debate e o interesse da maioria no interior do sindi-cato. Atualmente, a proporcio-nalidade na direção do SINTE tem institucionalizado a parti-darização, a fragmentação e a divisão do movimento docen-te. Muitas vezes os dirigentes de diferentes forças políticas colocam os interesses dos par-tidos ou do governo acima dos interesses da categoria, o que é um equívoco gravíssimo.

A política da proporciona-lidade contribui para dissimu-lar a luta de classes. Embora sejamos todos trabalhadores, sabemos que existem ideolo-gias e propostas no seio da nos-

sa classe que são de interesse do Estado. Portanto, não pode-mos ser ingênuos ao ponto de não buscar combater os inte-resses oportunistas. Contudo, a proporcionalidade não deixa claro quem são os verdadeiros responsáveis pelas diferentes propostas, instaurando uma verdadeira confusão na base. A maioria chega à simples conclusão: a direção só briga, não tem unidade política. Ade-mais, os argumentos de que a proporcionalidade é impor-tante para a oposição estar na diretoria e denunciar as políti-cas governistas, tampouco têm sido justificados. Não basta ficar na denúncia, é necessário ter hegemonia, ou seja, força real para derrotar as propostas/imposições vindas diretamente ou pelas “correias de transmis-são” do Estado e dos governos. Para tanto, confundir não aju-da, ao contrário, só aumenta a desorganização e a fragmenta-ção. Por último, a proporcio-nalidade pode ser usada pelos oportunistas que querem estar no sindicato de qualquer jeito por interesses próprios. Nesta lógica, pode ser cômodo para estes manterem tudo como está. Ou seja, não vou mexer no “feudo” (regional) do outro que assim garanto o meu.

Diante dessa realidade, torna-se necessária a constru-ção de um SINTE autônomo, democrático e combativo, capaz de reorganizar o movi-mento docente estadual para resistir às políticas de destrui-ção da educação pública e de precarização das condições de trabalho implantadas pelos governos federal e estadual e avançar na construção de uma escola verdadeiramente públi-ca, criativa e criadora, vincula-da ao horizonte estratégico de emancipação humana.

No final de 2012, o Sin-dSaúde/SC também enfren-tou uma greve de 2 meses. Mas, ao contrário do magis-tério, eles conseguiram uma

gratificação de 50% em cima do vencimento. Foi uma grande vitória, graças à unidade, autonomia, in-dependência e combativi-

dade daquele sindicato e de sua base. Este exemplo nos mostra que um outro Sinte é possível. Devemos lutar para alcançar este objetivo

desde hoje. A desfiliação do Sinte (como muitos profes-sores desanimados têm fei-to) não é a solução, ao con-trário, devemos filiar mais

colegas e construir uma alternativa, pois o sindicato deve ser o instrumento de organização e de luta da ca-tegoria, da classe.

Da saúde, um exemplo para o movimento do magistério

Page 4: Jornal Movimento SInte pela Base

4 MOVIMENTO SINTE PELA BASE

Adalberto T. Tabalipa – Regional de FlorianópolisAdavilson Martins Pins - Regional de Jaraguá do SulAdriana Carvalho – Regional de São JoséAdriana Goulart – Regional de FlorianópolisAdriana Luiz - Regional de ItuporangaCristiane de O. Möller – Regional de Jaraguá do SulClaudia Cristina A. da Silva – Reg. de FlorianópolisDaniel Swoboda Murialdo – Regional de São JoséFrancisco Assis Rocha – Regional de Jaraguá do SulFrederico Di Lullo - Regional de São JoséJonathan Magnun - Regional de TubarãoJuliana P. de Oliveira - Reg. de Fpolis e de São JoséLoreni Dutra – Regional de FlorianópolisMatheus Costa - Regional de Florianópolis

Mariano M. Melgareso – ACT (lista de espera)Messias S. Monari – Regional de São JoséNailson Padilha dos Santos – Reg. de Jaraguá do SulOsni V. Wagner – Regional de BlumenauPaulo Montedo – Regional de FlorianópolisRicardo Rodrigo Rocha – Reg. de Jaraguá do SulRodrigo Garcia - Regional de CriciúmaRodrigo Lima - Regional de AraranguáSônia Rita Soares – Regional de BlumenauTarsila Adada – Regional de Jaraguá do SulWagner B. - Regional de ChapecóWendy Scussel - Regional de CriciúmaUnidade Classista; Movimento Avançando Sindical; eIntersindical

Apoiadores

Entre em contato E-mail [email protected] Facebook www.facebook.com/movimentopelabase

Nova contrarreforma da previdênciaO objetivo central das

contrarreformas da previdên-cia é garantir o lucro do ca-pital em tempos de crise. A privatização da previdência promovida por FHC (1998) e Lula (2002/2003), movimen-tou só no 1º bimestre de 2012 um mercado de 33 bilhões de reais para os fundos privados de pensão.

Agora, o Congresso Na-cional estuda novas mudan-ças na Previdência e entre os principais pontos está a ampliação da idade mínima para a aposentadoria; o fim da diferenciação por sexo, idade e categoria profissio-

nal (o que configura um novo ataque ao magistério); o fim da vinculação com o salário mínimo; o estabelecimento

de um teto previdenciário e a previdência complementar – o que significa que quem quiser se aposentar com pro-

ventos maiores do que aque-les estabelecidos pelo regime geral terá que pagar fundos de pensão.

Além disso, o governo Dilma decidiu desonerar, até 2016, empresários de 50 se-tores, da sua contribuição de 20% à previdência. O rombo estimado na receita da pre-vidência em 2013 é de 12 bilhões de reais. Em quatro anos serão 60 bilhões.

Flexibilização da legislação

Está em debate no Brasil a proposta do “Acordo Co-letivo Especial” (apresenta-

da tanto pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC pau-lista, filiado à CUT; quanto pela Confederação Nacional da Indústria). Trata-se de mais uma tentativa de flexi-bilizar a legislação proteto-ra do trabalho, pois sua es-sência é de que o negociado prevaleça sobre o legislado. Assim, a categoria dirigida por um sindicato atrelado ao patrão pode perder direitos garantidos por lei, caso a direção do sindicato aceite. Além disso, este “acordo” tem como pano de fundo a promoção da conciliação de classes.

Mas quem é o sindicato? Ele fica sentado em sua casa com o telefone? Seus pensamentos são secretos, suas de-cisões desconhecidas? Quem é ele? Você, eu, vocês, nós todos. Ele veste a sua roupa, companheiro, e pensa com a sua cabeça. Onde more é a casa dele, e quando você é atacado, ele luta. Mostre-nos o caminho que devemos seguir e, nós seguiremos com você. Mas não siga sem nós o caminho correto.

Ele é sem nós o mais errado. Não se afaste de nós. Podemos errar e você ter razão, portanto não se afaste de nós! Que o caminho curto é melhor do que o lon-go, ninguém nega. Mas quando alguém o conhece e não é capaz de mostrá-lo a nós, de que serve a sua sabedoria? Seja sábio conosco! Não se afaste de nós!

Brecht