jornal mídia periférica - 3° edição
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EXPEDIENTE: Enderson Araujo – Hellen Caroline – Raquel Santana – Ludy Borges – Isabela Reis.TRANSCRIPT
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Mídia Periférica Jornal
Salvador, Abril de 2014, n° 4, tiragem: 2000 exemplares.
Mídia Periférica faz entrevista exclusiva com um dos maiores Rappers de todos
os tempos, confiram abaixo como foi o bate papo com o Mano Brown. MP: O QUE O RAP TE ENSINOU?
Deu a mim direção para algumas coisas, foi uma placa, estava no deserto, ai eu vi uma placa apontando pra algum lugar, eu
decidir seguir a seta, a direção do rap.
Mídia Periférica: COMO FOI SUA VIDA ANTES DO RAP? Escuridão. Era divertido até uma parte, depois tivemos uma
época que foi só escuridão, fiquei sem perspectiva no futuro, um ano antes de me lançar no rap eu estava praticamente
morto. MP: ANO QUE VEM VOCÊ VAI LANÇAR UM DISCO SOLO,
O QUE É QUE TEM DE NOVO NELE?
Esse trabalho que você se refere é paralelo aos Racionais, então não significa que os Racionais irão acabar, têm algumas
músicas que eu fiz com alguns parceiros novos, esse é meio que pessoal, eu que escrevo minhas próprias músicas e tenho
pelo menos uns 8 parceiros, da minha geração, tem até uns
mais novos que, tenho parceria com gente famosa e gente que tá começando.
MP: E VOCÊ SEMPRE QUIS FALAR DE AMOR NAS SUAS MÚSICAS?
Eu sempre falei de amor, acho que muitas vezes sem perceber. Tudo o que eu fiz, foi por amor, as músicas dos
Racionais, se tirar o amor não sobra nada. Continuamos
focados na mesma rapaziada. Eu quero que eles me acompanhem nessa nova empreitada. São novas visões, não
pode ser só M. Brown dos Racionais, eu tenho minhas próprias letras e o que o rap prega é isso, independência e não
dependência , tem que desconstruir essas coisas de
celebridade, de líder que vai salvar, de messias, o pastor das ovelhas, todo mundo tem que fazer sua parte. Não pode
contar com o líder, o vereador, o deputado, Quem faz é a gente!
MP: Mano Brown, também trabalha nos bastidores?
Eu faço outras coisas, lanço músicas durante o ano, sou envolvido com o lançamento de muita música que está na rua,
com muitos outros grupos. Eu não trabalho só na frente do holofote, trabalho nos bastidores mais do que na frente,
porque eu subo no palco 1 hora e meia, só que eu trabalhei a semana toda, então eu trabalho muito mais nos
bastidores do que no palco, o público tem a visão do M. Brown
cantor, só que o Brown tem 7 dias na semana de corre, eu não fico esperando cair do céu, tenho que correr atrás.
MP: VOCÊ FEZ UMA PARTICIPAÇÃO EM UM CLIPE DE FUNK, MUITAS PESSOAS CRITICARAM. COMO VOCÊ
RECEBEU?
O pessoal do funk tem o rap no coração deles, eles não se
intitulam um movimento paralelo como o próprio rap tenta. O
que é errado, porque, no inicio as ideias do rap era liberdade
igualdade e hoje em dia o rap quer mostrar que está desigual
e oprimir a ideia do outro. Então não é liberdade e nem
igualdade. Qual é que é a ideia do rap quando os Racionais
começaram? Liberdade e igualdade, não era opressão e
pressão, tipo assim: não fala isso, não fala aquilo; Errado, a
gente não lutou pra todo mundo poder falar? agora o rap que
lutou por isso vai sair a caça do MC Pablo? Eles estão fazendo
o papel de Nazi, se o rap não gosta de samba, não gosta de
funk, falta pouco para o movimento Nazi.
Tem gente que se beneficia dessa rivalidade, tem gente que
vai tirar proveito disso. Eu não me beneficiaria de uma
rivalidade com o funk, até mesmo porque seria prejudicial para
o Negro no geral.
MP: Mano Brown, baiano ou filho de baiano.
Eu lembro quando começou isso, o pessoal da Bahia gostava
dos Racionais, Mas era uma coisa muito paulista, era uma
novidade para os baianos, só que um dia viemos aqui, em 98,
fiz um Freestyle, era um ou outro que fazia, eu comecei a fazer
umas rimas “filho de baiano, cabra da peste” E todo mundo
começou gritar “ÊÊÊÊÊÊÊ” Nesse dia começaram a falar que
eu era baiano, que eu tinha cantando que eu era baiano, eu
disse: não, eu falei que eu era filho de baiano, o povo
começou a pegar simpatia, começaram a falar que eu era filho
de baiano, isso lá no pelourinho.
**Ao final da entrevista Mano Brown parabenizou o Mídia
Periférica e nos contou que somente aceitou fazer exclusiva
conosco, porque acredita no nosso trabalho, que ainda
acredita na juventude que faz.
POR: HELLEN CAROLINE E ENDERSON ARAUJO
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Mídia Periférica Jornal
Editorial Novamente estamos aqui, apresentando para você caro
morador leitor, o nosso jornal impresso. Nessa edição
trouxemos uma entrevista exclusiva com um dos maiores
ídolos das periferias Brasileiras, o cantor Mano Brown, que
nos recebeu no hotel onde ficou hospedado aqui em
Salvador. Trouxemos um jovem que inspira, ele é do Rio de
Janeiro e parceiro nosso, tem ainda o debate que tomou
conta da internet sobre as motivações dos estupros, Postais
das Periferias, Programa Câmara Ligada e muito mais.
Neste mês o editor chefe e também morador da
Comunidade de Sussuarana estão prestes a conseguir um
feito histórico, pois foi indicado e teve maioria de votos em
uma seleção em que foram escolhidos três nomes, para
que a Presidenta Dilma Rousseff escolha um para
representar a juventude negra e periférica no Conselho
Curador da Empresa Brasil de Comunicação, nunca nenhum
jovem ocupou o cargo, Enderson terá a oportunidade de
ser o primeiro jovem a ocupar uma das cadeiras junto a
grandes pensadores da comunicação Brasileira.
EXPEDIENTE: Enderson Araujo – Hellen Caroline –
Raquel Santana – Ludy Borges – Isabela Reis.
PAPO RETO
O QUE É: o Projeto 1Paporeto é uma plataforma colaborativa
que tem por objetivo promover a sustentabilidade em diversos
níveis
COMO FAZEMOS: por meio da publicação de textos
qualificados (autorais ou colhidos no mundo real/virtual) e da
postagem de imagens e vídeos (sempre respeitando a lei de
direitos autorais) sobre temas como economia, política,
educação, estilo de vida e cidadania
NOSSOS VALORES: ética, honestidade e respeito irrestrito à
diversidade racial, social, de gênero e de pensamento político
O GRUPO: reúne universitários, profissionais liberais,
empreendedores sociais, trabalhadores de empresas públicas e
privadas e microempresários
agitador social, Rhasta enxerga as duas nuances de sua vida como aliadas. Para ele, a arte é importante nas comunidades,
porque através dela é possível transmitir informações, refletir, questionar, além de uma forte ferramenta de transformação e
emancipação social. Atualmente, Paulo Rhasta faz parte do Gene Insanno, companhia de teatro, com mais de 20 anos de
história, além de produzir um dos grupos mais importantes de Rap do Brasil, os Racionais MC’s. “É muito importante trabalhar
com os Racionais, pelo que eles representam. A luta de resistência e manutenção do Rap. É muito gratificante pra mim,
morador de comunidade, que se encontra a maioria das vezes à margem da sociedade, poder estar ao lado de um grupo que
nos representa, que fala por nós, que politiza, conscientiza e chama para luta os negros, pobres e favelados através da
musica”, destacou. Definido por muitos, como: “correria da arte e cultura da periferia”, Paulo entende que essa descrição é
adequada, já que é muito difícil fazer arte com dignidade no Brasil, principalmente na favela. Mas os obstáculos não fazem
com que ele desista dos seus objetivos. “Essa correria significa ficar ‘pra lá e pra cá’ atrás de patrocínio e apoio para
realizarmos algo”, explicou. Mas quem disse que seria fácil, não é mesmo? Por isso Paulo Rhasta segue sempre o ideal de
pensar no coletivo a partir de cada conquista, e é essa mensagem que ele deixa para os jovens de periferia que querem
promover mudanças em suas comunidades.
Nascido em Marechal Hermes, subúrbio do Rio de
Janeiro, Paulo “Rhasta” Gomes, ator e produtor,
começou sua caminhada nos movimentos sociais na
Cidade De Deus, em 2002. No ano de 2004 iniciou a
vida artística, com a encenando: “Fragmentos do Navio
Negreiro”. A montagem que mais o marcou: “ me
proporcionou a primeira viagem de avião, conhecer o
Brasil, além da possibilidade de trabalhar com
profissionais que admiro”, destacou. A Central Única
das Favelas (CUFA), também foi determinante para a
sua formação política e profissional. Como Artista e
Jovem que Inspira – Paulo Rastha da CDD para o Mundo
POR: RAQUEL SANTANA
Mídia Periférica Jornal
Saúde Coração. Há quem diga que nem todo mundo tem, mas
todos sabem que isso é só um ditado. O nosso coração,
aquele que representa o amor e sente um aperto
quando está com saudade de alguém, precisa ser bem
cuidado. Afinal, o coração é responsável por bombear
todo o sangue do nosso corpo e levar nutrientes as
células. Não é a coisa mais fácil do mundo, mas reduzir
a bebida é necessário, evita a pressão alta e a cirrose.
Mesmo que você não possua problemas de pressão
alta, verifique pelo menos uma vez ao ano para
prevenção e tratamento. Observe seus familiares, saber
se há caso de hipertensão na família te ajudará a se
precaver contra doença. Se alimente corretamente
sempre, manter o peso é a primeira solução contra o
problema. Pratique exercícios, não evite aquela escada,
ou uma caminhada durante o dia. Tenha cuidado com
estresse! Parar, relaxar o corpo e contar até dez
respirando fundo nos intervalos ajuda a controlar os
batimentos cardíacos e a aliviar a tensão. Aproveite o
amor da sua família e dê risadas sem medo, isso com
certeza faz bem ao coração.
Aprenda a economizar o seu dinheiro. O SPC divulgou recentemente uma pesquisa onde 85% dos brasileiros
fazem compras por impulso e outra revelando que a inadimplência
está ligada a maus hábitos financeiros, como: emprestar seu nome a
terceiros, ou seja, ceder o cartão de crédito para que amigos ou
familiares façam compras em seu nome. Em geral a falta de
planejamento econômico está ligada a todos esses problemas.
Pensando nisso eu reuni algumas dicas para desapertar o bolso no fim
do mês e quem sabe sobrar um dinheirinho.
Passo 1: faça uma lista com seus gastos, é importante ter controle
do que entra ou sai da sua conta o que ajuda eliminar excessos.
Passo 2: na hora da comprar se planeje! Liste o que é necessário e o
dinheiro disponível pra evitar as compras por impulso principalmente
no supermercado.
Passo 3: Não se apegar a propagandas, decida o que vai ser útil ou
não na sua casa. Bom, esse foi só foi o começo, mas você já está
pronto para começar a economizar.
ECONOMIA
O Sindilimp-BA que tem a coordenação geral da companheira Ana
Angélica Rabello, uma mulher de luta, tem orgulho de ser uma
das entidades sindicais mais atuantes na luta pela valorização da
mulher e contra quaisquer formas de discriminação e violência.
O CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) possibilita aos
jovens estudantes brasileiros, uma formação integral, ingressando-
os ao mercado de trabalho, através de treinamentos, programas de
estágio e aprendizado. Você estudante deve se cadastra no site
http://www.ciee.org.br. Eles te enviam sms ou e-mail assim que
aparece uma vaga de estágio disponível.
Oportunidade do 1° Emprego
SINDILIMP-BA NA LUTA PELO FIM DA VIOLÊNCIA
CONTRA A MULHER.
POR: HELLEN CAROLINE
POR: HELLEN CAROLINE
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) errou.
Não foram 65,1% dos entrevistados que concordaram
integral ou parcialmente com a frase “Mulheres que usam
roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas’,
foram 26%. É bem menos, não causa tanto impacto, mas
ainda é muito. Além disso, a pesquisa revelou outro
absurdo: 58,5% dos entrevistados concordam total ou
parcialmente com a frase “Se as mulheres soubessem se
comportar haveria menos estupros”. Até quando a vítima
terá culpabilidade? Em países onde mulheres usam burca
– traje que cobre todo o corpo, deixando apenas os olhos
de fora - o índice de estupros ainda é altíssimo. Não é
nossa culpa, não é culpa das nossas roupas. As mulheres
podem e devem andar como quiserem e não será o traje
a motivação para o ataque. Nós não podemos abaixar a
cabeça e botar uma calça jeans num dia de sol por medo
de ser violentada. Não é o short ou saia que fazem um
homem estuprar, é a falta de controle, de pudor, é cruel.
Mudar o guarda-roupa não vai livrar nenhuma mulher do
risco de ser atacada. Na sociedade machista em que
vivemos, o risco existe e é grande, mas não é culpa sua,
nem minha, muito menos das nossas roupas.
A culpa do estupro é do estuprador!
POR: ISABELA REIS – RJ
Mídia Periférica Jornal
CAMPANHA: POSTAIS DAS PERIFERIAS - 2014
Em 2014, voltamos com a campanha dos Postais das Periferias,
para divulgar e registrar, mais uma vez, as belezas que existem
nas comunidades. Como também é de nosso desejo incentivar
a autoria e autonomia, cada pessoa pode mandar sua
fotografia de maneira colaborativa, valorizando assim a
diversidade e o processo criativo e construtivo que cada
morador possui sobre a sua comunidade, que possam abranger
as dinâmicas sociais dos lugares onde as pessoas se reúnem
para conversar nos fins de semana, jogar uma pelada no fim de
tarde, tricotar, além das cores que se misturam nas feiras,
entre as frutas, pessoas, sacolas e texturas ou ainda num pôr-
do-sol.
Como Participar: Você
Você pode mandar suas fotos, feitas por celular, máquina
digital, ou como quiser, para o endereço de email:
Quem quiser, também pode mandar por mensagem no
facebook, segue o link da Fanpage:
facebook.com/mídia.periferica;
Pelo Whatsapp do Mídia Periférica: 71 9220 2546
Vamos mostrar a nossa periferia, como ela deve ser vista, com
nosso olhar, com a beleza que vemos nela, e não deixar que os
meios sensacionalistas, marginalizem as nossas quebradas.
CÂMARA LIGADA, RAP E DEMOCRACIA.
Participaram do programa o cientista político VITOR DE LIMA
GUIMARÃES, assessor da Comissão da Verdade do Rio de
Janeiro; o ex-policial militar DARLAN MENEZES ABRANTES,
autor do livro “Militarismo – um sistema arcaico de segurança
público”; a deputada JÔ MORAES, presa duas vezes durante
a Ditadura; e ALEXANDRE MOURÃO, integrante do grupo “Os
Aparecidos Políticos”. A atração musical ficou por conta do
rapper KAMAU. Câmara Ligada vai ao Ar na TV Câmara.
INSTITUTO DE AÇÃO GEOPOLÍTICA
ZÉ OLIVIO MIRANDA O IZO tem por finalidade promover, fomentar e divulgar
atividades voltadas para o desenvolvimento do Estado da
Bahia, objetivando um processo de desenvolvimento
econômico e social, elevação do índice de desenvolvimento
humano – IDH, com a promoção da cidadania, dos direitos
humanos, da democracia e de outros valores universais.