jornal mensal da igreja metodista outubro de 2007 ano 121 · de cristo por meio do aconselhamento...

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Jornal mensal da Igreja Metodista Outubro de 2007 Ano 121 número 10 Palavra Episcopal Oficial Pela Seara Missões Reflexão Entrevista Mente sã em corpo... de Cristo Por meio do aconselhamento pastoral, acessível a to- das as camadas da população, a Igreja pode exercer um papel de grande importância na prevenção e até no tratamento das doenças mentais. Mas, quem é que cuida da saúde mental dos pastores e pastoras? Páginas 8 e 9 Nova integrante na turminha asceu a indiazinha Açucena, para fazer parte da animada turma dos Aventurei- ros em Missão criada pelo pastor Sílvio Gonçalves Mota. Valorizando a cultura indí- gena brasileira, essa nova personagem che- ga dando graças a Deus pela diversidade ét- nica e cultural da Criação. Páginas 6 e 16 Reconciliação O povo metodista é chamado a ser ministro da reconciliação. Como estamos exercendo este ministério? Página 3 Correção nos cânones Há modificações nos textos referentes à Ordem Presbiteral e ao Ministério Pastoral. Página 4 Tempo de começar O Ministério da 3ª Ida- de de Botucatu está em festa: d. Alcídia, aos 80 anos de idade, começou vida nova com Jesus. Página 7 Pastoral Carcerária Onde existe amor cris- tão, tempo e distância não são barreiras para levar palavras de liber- dade. Página 10 Castigar é educar? Como delimitar os ne- cessários limites sem fe- rir os direitos e a auto- estima das crianças? Página 13 Tribuna Livre Um bate-papo com o vereador metodista Lenildo Magdalena. Pa- ra ele, política e fé se misturam; Igreja e Es- tado, não. Página 14 Uma entrevista com Lutero oi no dia 31 de outubro de 1517 que o monge alemão Martinho Lutero fixou à porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses que re- volucionariam a igreja cristã. O que ele teria a dizer sobre isso? Página 5. Igreja seleciona missionário(a) para New Jersey, Estados Unidos Veja na página 12

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Jornal mensal da Igreja Metodista • Outubro de 2007 • Ano 121 • número 10

Palavra Episcopal

Oficial

Pela Seara

Missões

Reflexão

Entrevista

Mente sã em corpo...de Cristo

Por meio do aconselhamento pastoral, acessível a to-das as camadas da população, a Igreja pode exercerum papel de grande importância na prevenção e aténo tratamento das doenças mentais. Mas, quem é

que cuida da saúde mental dos pastores e pastoras?Páginas 8 e 9

Nova integrantena turminhaasceu a indiazinha Açucena, para fazerparte da animada turma dos Aventurei-ros em Missão criada pelo pastor Sílvio

Gonçalves Mota. Valorizando a cultura indí-gena brasileira, essa nova personagem che-ga dando graças a Deus pela diversidade ét-nica e cultural da Criação. Páginas 6 e 16

ReconciliaçãoO povo metodista échamado a ser ministroda reconciliação. Comoestamos exercendoeste ministério?

Página 3

Correção noscânones

Há modificações nostextos referentes àOrdem Presbiteral e aoMinistério Pastoral.

Página 4

Tempo de começarO Ministério da 3ª Ida-de de Botucatu estáem festa: d. Alcídia,aos 80 anos de idade,começou vida novacom Jesus.

Página 7

PastoralCarcerária

Onde existe amor cris-tão, tempo e distâncianão são barreiras paralevar palavras de liber-dade.

Página 10

Castigaré educar?

Como delimitar os ne-cessários limites sem fe-rir os direitos e a auto-estima das crianças?

Página 13

Tribuna LivreUm bate-papo com overeador metodistaLenildo Magdalena. Pa-ra ele, política e fé semisturam; Igreja e Es-tado, não.

Página 14

Uma entrevistacom Lutero

oi no dia 31 de outubro de 1517 que omonge alemão Martinho Lutero fixou àporta da Igreja do Castelo de

Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses que re-volucionariam a igreja cristã. O que ele teriaa dizer sobre isso? Página 5.

Igreja selecionamissionário(a) para

New Jersey,Estados Unidos

Veja na página 12

Outubro 20072 Palavra do leitor

Presidente do Colégio Episcopal: Bispo João Carlos LopesConselho Editorial: Magali Cunha, José Aparecido, Elias Colpini, Paulo Roberto SallesGarcia e Zacarias Gonçalves de Oliveira Júnior.Jornalista Responsável: Suzel Tunes (MTb 19311 SP)Estagiário de comunicação: José Geraldo Magalhães JúniorCorrespondência: Avenida Piassanguaba nº 3031 Planalto Paulista - São Paulo - SPCEP 04060-004 - Tel.: (11) 6813-8600 Fax: (11) 6813-8632home: www.metodista.org.br e-mail: [email protected]

A redação é responsável, de acordo com a lei, por toda matéria publicada e, sendoassim, reserva a si a escolha de colaborações para a publicação. As publicações assinadassão responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opiniãodo jornal. Propriedade da Imprensa Metodista, inscrição no 1o Oficial de Registro deTítulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica, sob o número de ordem 176.

Órgão oficial da Igreja Metodista, editado mensalmente sob a responsabilidade do Colégio EpiscopalFundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário Rev. John James Ransom

A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada em convênio com oInstituto Metodista de Ensino Superior, que cuida da diagramação edistribuição do periódico. O conteúdo editorial é definido pela Sede Nacionalda Igreja Metodista.Editoração eletrônica: Alexander Libonatto FernandezProjeto Gráfico: Alexander Libonatto FernandezImpressão: Gráfica e Editora RudcolorAssinaturas e RenovaçõesFone: (11) 4366-5537e-mail: editora metodista.brRua do Sacramento n 230 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo - SPCEP 09640-000 www.metodista.br/editora

Editorial

Em outubro comemoramos oDia da Reforma. O que eu apren-di sobre Reforma é que Luterorevolucionou a Igreja fazendo-alembrar que só temos Jesus pormediador entre Deus e os ho-mens. Portanto, cada ser huma-no pode ter uma relação pessoalcom Deus, cada pessoa é umsacerdote em potencial. É o tal“sacerdócio universal dos cren-tes”. Isso significa que você eeu somos tão importantes paraa missão quanto o pastor oupastora, e também temos asmesmas responsabilidades.

Pense numa Igreja em quevocê tenha uma relação de talconfiança e amizade com o pas-tor ou pastora que não hesiteem procurá-lo(a) para falar sobrequalquer que seja a sua dúvida,a sua fraqueza, o seu pecado.Sabendo que o seu pastor(a) éconhecedor (a) da Palavra deDeus, que é palavra de orienta-ção e consolo aos aflitos, vocêsabe que pode contar com ele(a)para ajudá-lo. Agora, pensenuma Igreja em que o pastor oupastora também possa buscar asua ajuda quando estiver enfren-tando problemas. Você pode nãoter tanto conhecimento teológi-co, mas você tem igual autorida-de para falar do perdão deDeus. Seu pastor(a), humano(a)como você, também tem fra-quezas e precisa da comunidade.E sabe que pode contar com ela.Pensou nessa Igreja? Essa é aIgreja de Cristo.

É sobre essa igreja, que tal-vez ainda precisemos construir(digo por mim mesma), que tra-ta a matéria de capa de nossaedição de outubro, mês em que,além do Dia da Reforma, come-moramos também o Dia Mundi-al da Saúde Mental, dia 10. Aigreja que se torna comunidadeterapêutica e promove saúde

Sacerdotes, terapeutase políticos

integral é aquela na qualleigos(as) e clérigos(as)apóiam-se mutuamente, comomembros que são do Corpo deCristo. É uma igreja que rom-pe barreiras e distâncias. Leia amatéria da página 10. Você vaiver um exemplo criativo dePastoral Carcerária realizada poruma pessoa que trabalha, estu-da, mal tem tempo para sair decasa, mas, ainda assim, encon-trou um jeito de levar palavrasde liberdade a alguém que sofrea realidade da prisão.

Sempre é bom lembrar que aIgreja, como Corpo de Cristo,também é chamada a “evange-lizar os pobres, curar os que-brantados de coração, apregoarliberdade aos cativos, por emliberdade os oprimidos e anunci-ar o ano aceitável do Senhor”,como diz o livro de Lucas 4.18-19. Segundo o pastor MiltonSchwantes, professor da Facul-dade de Teologia da Umesp,esse “ano aceitável”, compreen-dido à luz de Isaías 61.1-4 eLevítico 25, celebra o direito detodas as pessoas aos bens soci-ais. No tipo de estrutura social epolítica que temos hoje, elege-mos pessoas com o compromissode nos representar na tomada dedecisões que garantam à popula-ção um mínimo de qualidade devida. Por isso, também é respon-sabilidade da Igreja exortar porjustiça e ética na política, comofazem os nossos irmãos ao lado,na Palavra do Leitor. Por falarnisso, a entrevista deste mês écom um político metodista:Lenildo Magdalena, vereador deSão Bernardo do Campo. O queserá que ele pensa da relação en-tre Igreja e política? Leia e for-me sua própria opinião. Abraço,

Suzel [email protected]

A Igreja não pode perdersua voz profética diante de umfato que consolida a corrupçãocomo regime de governo paranosso país e que resulta, entreoutras coisas, na condenaçãode milhões de brasileiros a vi-ver na pobreza e miséria.Quem sabe deveríamos con-clamar nossas igrejas a saíremàs ruas com faixas no próximodomingo, denunciando a cor-rupção que avilta a propostado Reino de Deus que prega-mos. Façamos como Jesus,que entrou e expulsou os mer-cadores do templo. Não pode-mos mais, como comunidadede fé, ficar calados e omissosdiante dos fatos que hojecomprometem a VIDA da popu-lação brasileira, especialmentedos marginalizados e oprimidospela corrupção e suas nefastasconseqüências.

Daví Nelson Betts, membroda Igreja Metodista

em Rudge Ramos

Diante da crítica situaçãoespiritual, política e social denosso país. Diante da escaladada violência, da corrupção ge-neralizada, da impunidade, dasdesigualdades sociais devido auma injusta distribuição de ren-da, do caos da saúde pública,das injustiças sociais que atin-gem especialmente os idosos eas crianças. Da falência das ins-tituições de ensino em todos osníveis. Da inoperância,desmandos, impotência e negli-gência dos nossos governantesem todas as esferas desde nos-sos municípios até a presidên-cia da República. O aumentovertiginoso da sujeira queemana de Brasília, dos nossosgovernadores, deputados esta-duais, vereadores e outros in-tegrantes da administração pú-blica, onde ocorre a corrupção;o tráfico de influência; as ações

Igreja e Políticasórdidas dos chamados “lobis-tas”, os quais são, para mim,na realidade, lobos famintosque se fartam do dinheiro pú-blico; a roubalheira; a incompe-tência; o deboche ao povo bra-sileiro têm provocado emmuitos cidadãos – somente na-queles que são verdadeiramen-te brasileiros e têm caráter -um sentimento misto de insa-tisfação, indignação e revolta.

Em 1744, John Wesley e novedos seus colaboradores, todosanglicanos, se reuniram paradescobrir o propósito de Deus emlevantar o metodismo. Depois demuita oração, concluíram queDeus os chamava para “refor-mar o país e, em particular, aIgreja [da Inglaterra] e espalhara santidade bíblica por toda aterra”. Como herdeiros dessareforma wesleyana, nos levanta-mos hoje para agir e por em prá-tica o real propósito de Deus aolevantar esse povo chamadoMetodista. “Dai-me cem homensque nada temam senão o peca-do, e que nada desejam senão aDeus, e eu abalarei o mundo.” -John Wesley

Pr José Antonio Martins,Igreja Metodista

Central em Londrina

Por 1 voto, Renan escapa decassação no plenário do Sena-do, Tenho vergonha de dizerque sou brasileiro...O povobrasileiro na sua maioria per-deu a vergonha e a moral nomundo inteiro....Em qualquerpaís sério este senador estariana prisão e não na presidênciado Senado..... A Igreja, a im-prensa e a sociedade simples-mente ficam omissas....depoisnão me venham com discursossobre justiça social ou coisasemelhante...

Pastor Jairo Monteiro,Comunidade Metodista

de Genebra, Suíça.

Outubro 2007 3Palavra Episcopal

A Igreja e o Ministério da Reconciliação“Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo

e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconcili-ando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos con-fiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cris-to, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos

que vos reconcilieis com Deus”. II Coríntios 5.18-20

Na breve passagem de IICoríntios 5.18-20 o apóstoloPaulo usa cinco vezes o termo“reconciliação”. O termo origi-nal usado é “katallosso” e pas-sa a idéia de troca, mudançaou restauração. No texto, aidéia é de mudança de uma si-tuação de inimizade para umasituação de amizade. É restau-ração da amizade.

Esse é, sem dúvida, umconceito fundamental da men-sagem cristã. O ser humanoencontra-se separado de Deus eessa separação se manifestaem sentimento de culpa, hosti-lidade e desesperança. Assim,a comunicação da mensagemde reconciliação é o conteúdoprimeiro e a razão de ser doministério cristão. O/acristão/ã é então, acima detudo, um/a comunicador/a damensagem de reconciliação. Oapóstolo usa a expressão “mi-nistro da reconciliação”.

Vejamos alguns aspectosdesse ministério encontradosno texto de II Coríntios 5.18-20:

1. O ministério da reconcilia-ção tem sua origem em Deus:

O texto inicia com a afir-mativa: “ora, tudo provém deDeus, que nos reconciliou con-sigo mesmo...”. O ministérioda reconciliação não é a desco-berta de um pastor ou umaoferta dessa ou daquela deno-minação. É decisão de Deus.

O pecado resultou em ini-mizade entre Deus e o ser hu-mano (Isaías 59.1-2). Mas oevangelho proclama que Deustomou a iniciativa de reconciliaro ser humano com Ele.

Aqui é importante fazeruma clara distinção: Não éDeus que é reconciliado com o

ser humano, como se Deus ti-vesse parte da culpa da inimi-zade. Foi o ser humano que seafastou de Deus e, portanto,precisa ser trazido de volta.

Quando duas pessoas preci-sam ser reconciliadas, normal-mente a situação envolve errode ambas as partes. Porém, nãoé esse o caso do ser humanocom Deus. Deus não errou. Mes-mo assim, conforme o texto, Eletomou a iniciativa “não impu-tando aos homens as suastransgressões”.

João Carlos LopesBispo na 6ª Região Eclesiástica

2. O ministério da reconcilia-ção pressupõe uma experiên-cia pessoal:

Não nos tornamos ministrosda reconciliação porque fizemos

um curso de teologia, ou porquetemos habilidade para falar econvencer pessoas. Somos mi-nistros da reconciliação, emprimeiro lugar, porque nós mes-mos experimentamos reconcilia-ção com Deus. O apóstolo Pauloafirma que Deus “nos recon-ciliou consigo mesmo por meiode Cristo”.

3. O ministério da reconcilia-ção não requer qualidadesextraordinárias (super-pode-res) dos ministros:

O apóstolo Paulo afirmaque Deus “nos confiou a pala-vra da reconciliação”.

Em cada geração a palavrada reconciliação é transmitidapor homens e mulheres co-muns. Pessoas cultas ou incul-tas; ricas ou pobres; autôno-mas, com bom emprego oudesempregadas; negras, bran-cas, amarelas ou vermelhas.Mas sempre pessoas comuns.Nunca um tipo especial de pes-soas, nem pessoas poderosas.Não precisamos ser poderosos.O Deus a quem servimos, Elesim é poderoso.

4. O ministério da reconciliaçãoé investido de autoridade:

O apóstolo Paulo conclui:“De sorte que somos embaixa-dores em nome de Cristo, comose Deus exortasse por nossointermédio”.

Embaixador é um porta-vozoficial de uma nação. Sua pa-lavra tem o respaldo do chefede estado que o enviou. Assimé o nosso ministério. Realiza-mo-lo na autoridade daqueleque nos enviou. Mas o fazemostambém com humildade lem-brando que aquele que nos en-viou é o Filho do Homem que“não veio para ser servido,mas para servir...”.

Vivemos num tempo emque os conflitos se multiplicam.São conflitos de caráter políti-co, religioso, social, cultural etantos outros. É nessa realida-de que o povo Metodista é cha-mado a ser ministro da recon-ciliação. Que tremendoprivilégio esse chamado repre-senta para nós. Ao mesmo tem-po, que tremendo desafio eque tremenda responsabilidade,visto que para ministrarmos areconciliação, temos o deverde testemunhar nossa disposi-ção para vivenciá-la nos nossosrelacionamentos.

Outubro 20074 Oficial

Colégio Episcopal, nouso de suas atribuiçõesconferidas pelo Art. 63,inciso XXIX, dos

Cânones, Lei Ordinária de2007, considerando que:

1. Foram constatadas lacu-nas, após a aprovação e publi-cação dos Cânones de 2007,com respeito aos Aspirantes àOrdem Presbiteral e ao Minis-tério Pastoral.

2. O suprimento das lacu-nas é necessário para o funci-

onamento da Igreja;3. Pela nova legislação o/a aspirante à Ordem Presbiteral

continua na condição de membro leigo e não tem os mesmos di-reitos do/a Presbítero/a Ordenado/a (Art. 26 § 3º);

4. Pela nova legislação o/a aspirante ao Ministério Pastoralcontinua na condição de membro leigo e não tem os mesmos di-reitos do/a Pastor/a Consagrado/a (Art. 36 § 4º);

5. A nova legislação não contempla de maneira clara a aplicaçãoda Disciplina Eclesiástica quando o denunciado está na condição deAspirante ao Presbiterado e Ministério Pastoral;

6. A legislação não contempla a possibilidade de retorno aoperíodo probatório dos aspirantes descontinuados ou reprovados.

Edita este Ato Complementar, nos seguintes termos:Art. 1º - Ao Art. 26 acrescentam-se os seguintes parágrafos:§ 7º - Para admissão de um/uma Aspirante à Ordem

Presbiteral, pressupõe-se a existência de vaga no quadro da Ordeme exige:

· Recomendação favorável da Comissão Ministerial Regional;· Recomendação favorável do Concílio Regional ou de quem

o substitua;· Assunção de votos religiosos na categoria de Aspirante à

Ordem Presbiteral;· Nomeação episcopal.§ 8º – O/A Aspirante à Ordem Presbiteral permanece como

membro na Igreja Local de origem que o recomendou para estu-dos teológicos;

§ 9º – O/A Aspirante à Ordem Presbiteral com nomeação epis-copal recebe o título de pastor/a;

§ 10 – O/A Aspirante à Ordem Presbiteral passa a exercer fun-ções pastorais compatíveis à categoria eclesiástica requerida;

§ 11 - É vedado ao Aspirante à Ordem Presbiteral enquantonesta categoria “Votar e ser votado para cargos eletivos na IgrejaMetodista” (Art. 11. V);

§ 12 - O/A Aspirante à Ordem Presbiteral tem seu nome ca-dastrado na Região Eclesiástica a qual está vinculado.

§ 13 – O Aspirante à Ordem Presbiteral tem que estar vincu-lado ao sistema de previdência do país, considerando que ele/elaassume votos de religioso;

§ 14 – O/a Aspirante à Ordem Presbiteral tem subsídio espe-cífico estabelecido pelo Concílio Regional ou o órgão substituto;

§ 15 – O/a Aspirante à Ordem Presbiteral, no exercício desua nomeação é acompanhado, avaliado, admoestado pelo/aBispo/a, Superintendente Distrital, Supervisor/a e ComissãoMinisterial Regional.

§ 16 - Havendo queixa ou denúncia disciplinar em face do As-pirante à Ordem Presbiteral no exercício de sua nomeação, obser-var-se-ão as Normas da Disciplina Eclesiástica da Igreja Metodista,estabelecida nos Cânones, sendo competente para receber a açãodisciplinar o Bispo/a Presidente do Concilio Regional. Por estar noexercício de função pastoral, a Comissão de Disciplina será compos-ta de membros clérigos nos termos do parágrafo único do artigo 251dos Cânones de 2007.

Cânones sofre correçõesAto Complementar nº 01/2007

Igreja Metodista –Terceira Região EclesiásticaNomeações Pastorais 2007

O Bispo Adriel de Souza Maia, no uso de suas atribuiçõescanônicas, faz as seguintes alterações no quadro das Nomea-ções Pastorais – 2007 da Terceira Região Eclesiástica.

I.Área Geralc) Instituições:sai: Fernando Cezar Moreira Marques, cedido Área Geral –

Periódicos (02), retorna para Região a partir de 01/08/07.São Paulo, 21 de agosto de 2007.

Adriel de Souza MaiaBispo-Presidente da 3a RE

Art. 2º - Ao Art. 36 acrescentam-se os seguintes parágrafos:§ 5º - Para admissão de um/uma Aspirante ao Ministério Pas-

toral, pressupõe-se a existência de vaga no quadro do MinistérioPastoral e exige:

· Recomendação favorável da Comissão Ministerial Regional;· Recomendação favorável do Concílio Regional ou de quem o

substitua;· Assunção de votos religiosos na categoria de Aspirante ao

Ministério Pastoral;· Nomeação episcopal.§ 6º - O/A Aspirante ao Pastorado permanece como membro na

Igreja Local de origem que o recomendou para estudos teológicos;§ 7º - O/A Aspirante ao Ministério Pastoral com nomeação

episcopal recebe o título de pastor/a;§ 8º - O/A Aspirante ao Pastorado passa a exercer funções

pastorais compatíveis à categoria eclesiástica requerida;§ 9º - È vedado ao Aspirante ao Pastorado, enquanto nesta

categoria, “Votar e ser votado para cargos eletivos na IgrejaMetodista” (Art. 11 V);

§ 10 - O/A Aspirante ao Pastorado tem seu nome cadastradona Região Eclesiástica a qual está vinculado.

§ 11 – O aspirante tem que estar vinculado ao sistema de previ-dência do país, considerando que ele/ela assume votos de religioso;

§ 12 – O/a Aspirante tem subsídio específico estabelecido peloConcílio Regional.

§ 13 – O/a Aspirante ao Pastorado, no exercício de sua nome-ação, é acompanhado, avaliado, admoestado pelo/a Bispo/a, Su-perintendente Distrital, Supervisor e Comissão Ministerial Regional.

§ 14 - Havendo queixa ou denúncia disciplinar em face do As-pirante ao Ministério Pastoral no exercício de sua nomeação, ob-servar-se-ão as Normas da Disciplina Eclesiástica da IgrejaMetodista estabelecida nos Cânones, sendo competente para rece-ber a ação disciplinar, o Bispo/a Presidente do Concilio Regional.Por estar no exercício de função pastoral, a Comissão de Disciplinaserá composta de membros clérigos nos termos do parágrafo únicodo artigo 251 dos Cânones de 2007.

Art. 3º – O Aspirante à Ordem Presbiteral e ao Ministério Pas-toral que for descontinuado ou reprovado poderá, após três anos,mediante as mesmas recomendações originais, pleitear retornoàquela condição.

Art. 4º - Este Ato Complementar entra em vigor na data desua publicação.

São Paulo, 28 de agosto de 2007.

Bispo João Carlos Lopes – Presidente do Colégio EpiscopalBispo Adonias Pereira do Lago – Secretário do Colégio Episcopal

Outubro 2007 5Memória

Pela Seara

oi no dia 31 de outubro de 1517 que omonge alemão Martinho Lutero fixou àporta da Igreja do Castelo de Wittenberg,

na Alemanha, uma coleção de 95 frases curtas,quase todas referentes às indulgências, o per-dão de pecados que a Igreja vendia aos fiéis.Ficaram conhecidas como as “95 teses”. Esseato de ousadia marcou o início da chamadaReforma Protestante. Lutero dizia que em ne-nhum momento de sua história a Igreja podedeclarar que não precisa de reforma. Seu lemaera: “ecclesia reformata semper reformandaest”, ou seja, a igreja reformada tem que estarem permanente reforma.

Veja a seguir trechos de uma entrevista fic-tícia com Lutero realizada no ano de 2000 pelarevista Ultimato. A entrevista nasceu da imagi-nação, mas as respostas são verdadeiras; fo-ram elaboradas com base em pesquisa históri-ca. As frases entre aspas significam que elassão textos do próprio Lutero. As demais, embo-ra não sejam textualmente dele, estão de acordo com a veracida-de histórica.

A afixação das 95 teses à porta da Igreja do Castelo e os aconte-cimentos posteriores têm alguma relação com seu apego à Bíblia?

Sim. Propugnei um retorno à Bí-blia. Procurei demonstrar que a au-toridade das Escrituras é maior quea da Igreja. Esta não é dona da Bí-blia, mas serva. A tradição da Igrejapode ser legítima, porém não infalí-vel; por isso deve ser julgada pelaBíblia. Em outras palavras, pregueique a Palavra de Deus é regra de fée prática.

O Doutor é a favor de se colocar aBíblia nas mãos do povo?

Perfeitamente. Eu mesmo tra-duzi o Novo Testamento do textogrego e o Velho do texto hebraicopara o alemão que todos enten-dem. Os 5 mil exemplares do NovoTestamento, publicado em setem-bro de 1522, foram vendidos emtrês meses, de modo que em de-zembro já saía uma nova edição.Muitas outras vieram depois. To-mávamos sempre o cuidado de eli-minar erros tipográficos, corrigirerros de tradução ou substituir pa-lavras por outras expressões maisconvenientes. Melanchthon, especi-

alista em grego, e Aurogallus, especialista em hebraico, ajuda-ram-me muito nessas revisões.

O Doutor gosta do nome luterano dado especialmente aos ale-mães que abraçaram a Reforma?

“Peço que se silencie acerca de meu nome e ninguém se de-nomine luterano, mas, sim, cristão. Quem é Lutero? A doutrina

Dia da Reforma: hoje e semprenão é minha e não fui crucificado por nin-guém... E como poderia ser que eu, um pobresaco de estrume, tivesse meu nome, o qualnenhuma salvação encerra, dado aos filhos deCristo? Não deve ser assim, terminemos comesses nomes partidários e denominemo-noscristãos, pois possuímos a doutrina de Cristo”.

O Doutor foi acusado de corromper a moralcristã. O que diz sobre isso?

Nada mais falso. Os adversários, basean-do-se na doutrina da justificação pela graçaperdoadora de Deus, da qual me tornei prega-dor convicto e entusiasta, não entenderam oudeturparam meu ensino e diziam que eu torna-ra as boas obras desnecessárias e destituídasde significado, abrindo assim caminho para asmás obras. Por outro lado, é provável que al-gumas pessoas imaturas tenham se valido des-ta interpretação errônea para se entregarem à

devassidão. O que, todavia, a Palavra de Deus ensina e eu custeia descobrir é que “não podemos alcançar remissão dos pecados ejustiça diante de Deus por mérito, obra e satisfação nossas, maspela graça, por causa de Cristo, mediante a fé, quando cremosque Cristo padeceu e nos são dadas justiça e vida eterna”. Atremenda verdade da justificação pela fé diz nada mais nadamenos que Deus “considera justo o homem que possui a justiçaque Ele próprio, Deus, lhe ofere-ce — a justiça de Cristo. Deus aoferece pelo Evangelho de Cristoe o homem a recebe e dela tomaposse pela fé, ou seja, quandotoma a sério a mensagem e crêna oferta e doação que Deus lheestá fazendo”. “Temos de guar-dar fielmente o artigo da justifi-cação pela fé em todos os tem-pos por ser o artigo principal dadoutrina cristã, pela qual a igrejade Cristo se distingue de toda re-ligião falsa, sendo dada a glóriasomente a Deus e constante con-forto ao pecador.”

Texto extraído de Ultimato deJan/Fev de 2000

Catarina von Bora, esposa deLutero. Catarina viveu num con-vento dos 10 aos 24 anos de ida-de. Influenciada pelos escritosde Lutero, em 1523 ela e maisoito freiras fugiram do conventode Nimbschen e instalaram-seem Wittenberg. Catarina foihóspede do pintor LucasCranach, autor deste retrato.Casou-se com Lutero no dia 12de junho de 1525.

Quer conhecer melhor Lutero?Então continue o bate-papo com este

teólogo lendo Conversas com Lutero –história e pensamento, da Editora Ulti-mato. O livro foi escrito por Elben M.Lenz César, diretor-redator da revista Ul-timato, da mesma maneira que esta en-trevista: são 30 conversas fictícias base-adas em fatos históricos e textos dopróprio Lutero. Informações e vendaspelo site www.ultimato.com.br.

Parte das 95 teses fixadas na portada Igreja do Castelo de Wittenberg.

Lutero (1483-1546), pelo pintor LucasCranach.

Outubro 20076 Pela Seara

Pouca verba para o trabalho com crianças?Descubra a riqueza que existe dentro de sua igreja.

rabalhar com crianças em igrejas que não dispõem de mui-tos recursos financeiros é um desafio. É preciso fugir àtentação de se limitar a uma folha de papel sulfite e lápis

de cor. A solução é recorrer à criatividade e ao talento das pesso-as da comunidade. Você vai se surpreender com o resultado!

Sucata pode ser um material precioso quando bem aproveitado.É barato, ecologicamente correto e traz muitas possibilidades.Com garrafas pet é possível criar brinquedos, mobília, cenários,quadros, cartões e até personagens.

Fantoches são recursos que despertam a atenção de criançasde todas as idades. E podem ser mais simples do que você pensa:o fantoche de vara, por exemplo, se faz apenas com o uso deuma imagem colada num palito de churrasco.

Para as crianças pequenas, a organização dos “cantinhos”onde a história se desenvolve ajuda a despertar a atenção dos pe-quenos. Para construir o “cantinho da natureza”, por exemplo, aspróprias crianças podem trazer plantinhas, pedras, conchas, florese folhas. Será um espaço para observar a natureza e agradecer aDeus pela criação.

Quem é que não gosta de ouvir histórias? Na sua igreja podehaver grandes talentos ocultos. O livro “A Arte de Contar Histó-rias”, escrito pela educadora metodista Otília Chaves (disponívelgratuitamente na Biblioteca Metodista On Line, no sitewww.metodista.org.br) dá dicas valiosas para desenvolver e apri-morar a técnica. No apêndice, há quatro histórias bíblicas e duasdramatizações para crianças.

Para as igrejas que podem investir um pouco mais, a MárciaFerreira de Almeida de Juiz de Fora, Minas Gerais, fabrica material

Tesouro ao alcance das mãos

Quatro meses. Esse foi o período degestação da indiazinha Açucena, que acabade nascer para integrar a Turma dos Aventu-reiros. E já chega trabalhando! Ela veio paratrabalhar na aldeia junto com seus pais quesão metodistas e também descendentes deíndios. Açucena freqüenta a igreja e a esco-la na cidade, pois a aldeia, infelizmente, écarente de tudo. Seu pai é professor, e suamãe médica. Por isso mesmo, a família deAçucena assumiu o compromisso de cuidarda saúde da tribo e construir na aldeia umaescola que ensine às crianças a cultura do branco, sem deixar devalorizar a cultura do índio, como o idioma e a música. Afinal,Açucena e seus pais são gratos a Deus pela sua herança cultural,seus valores e identidade.

Turma dos Aventureirosganha nova integrante

de apoio como fantoches (na foto, o“John Wesley”), dedoches, jogo da velhae aventais de brincadeiras. Esse materialpode ser encomendado na Sede Nacional,pelo telefone (11) 6813-8625. O prazo deentrega é de aproximadamente vintedias após a encomenda.

Mas não se esqueça: a igreja tam-bém pode contar com pessoas talentosasna arte na costura para confeccionar ummaterial semelhante. Inspire-se no talen-to da irmã Márcia e mãos à obra!

Outubro 2007 7Pela Seara

Dia da Independência

Um grupo de crianças da IgrejaMetodista em Boca do Rio, Salvador,Bahia, participou das comemorações daIndependência do Brasil em um supermer-cado do principal shopping de Salvador, nodia 7 de setembro. A rede de supermerca-dos colaborou na arrecadação de roupasusadas, que são distribuídas na “Baixa-Fria”, local onde moram as crianças quefreqüentam a igreja, bem como boa partedos alunos da Escola Metodista SusanaWesley. Na oportunidade o grupo cantou oHino Nacional e o da Independência, se-guindo-se uma rápida mensagem no somda loja, clamando todos à busca de umpaís independente da corrupção e das de-sigualdades sociais e mais dependente deDeus. Informou: Cleber Paradela.

Chá da cantiga

A Igreja de Pirassununga, São Paulo(5ª RE) completou 118 anos festejandocom a presença de muitos convidados,uma Escola Bíblica de Férias animada euma inovação: o “chá da cantiga e dohumor” deste ano teve sua renda destina-da à Oferta para Ação Social. O chá dacantiga é uma tarde descontraída, na quala comunidade é convidada a ouvir bons“causos” e participar de brincadeiras en-volvendo músicas do repertório brasileiro,tudo regado a excelentes chás eguloseimas preparados pelas mulheres daigreja. Na ocasião foi efetuada a vendade mais de 60Kg de mandioca, jádescascadas e ensacadas, doadas por umzeloso membro da igreja, que sem o auxí-lio da perna direita, cultiva-as num terre-no de mais de 50m² .Com a presença demais ou menos 80 pessoas, mais uma veza igreja espalha a semente da palavra,como tem feito há 118 anos. Noticiou:Revda Mary de Fátima Santos Agostinho.

Colhendo frutos,espalhando sementes

Na esteira da Campanha Nacional deEvangelização, a Igreja Metodista em Jar-dim Colorado implementou em agosto o

Giro pelas igrejasAto de cidadania, campanhas de evangelização, aniversários...

As igrejas compartilham suas boas novasProjeto Colhendo Fruto, Espalhando Semen-tes, realizando sua primeira etapa nos dias25 e 26. Toda a comunidade, através deseus ministérios e sociedades, trabalhou namontagem dos kits-missionários, na reali-zação de cerca de 40 visitas e de umbelíssimo pós-EBF. A próxima etapa já estámarcada para o mês de novembro. JônatasRotter Cavalheiro e Andréia Fernandes,pastores locais.

Prudente em festa

No dia 7 de setembro de 1923 nascia aIgreja Metodista em Presidente Prudente,graças à perseverança de duas famílias: osFrança e os Rosa, que começaram a fazercultos em suas casas. Muitos outros nomespoderiam ser lembrados nessa caminhadade fé que resultou na construção do belotemplo, em 1958. Hoje, a igreja que jáconta com duas congregações, compartilhaa alegria de seu 84º aniversário. Informou:Rev. Hebert Junker.

Projeto Esperança III

A Igreja Metodista de São Pedro doIvaí, Paraná (6ªRegião) realizou nos dias 21e 22 de agosto a terceira edição do Proje-to Esperança, trabalho de evangelização,recreação, esporte, arrecadação de alimen-tos e muita música Gospel na cidade. Sem-pre utilizando o material da Sede Nacional,o projeto este ano atingiu mais de 2 milpessoas da cidade (20% da população dacidade). Como resultado desta campanha,houve mais de 100 conversões registradase seis jovens já estão freqüentando aIgreja local. Informou: pastor GladistonPasseto Ferreira.

Tempo de começar

Os inte-grantes do Mi-nistério da Fa-mília– TerceiraIdade da Igre-ja Metodistaem Botucatutêm um moti-vo especial degratidão. Nodia 8 de ju-lho, a queridairmã AlcídiaCamargo deMoraes, 80 anos completos, entregou-se aJesus fazendo sua pública profissão de fé.Embora batizada quando criança na IgrejaMetodista, Alcídia – carinhosamente chama-da por nós de Neguita – decidiu-se agora porJesus e o fez com muita alegria. Osirmãos(ãs) da Terceira Idade ajudaram-nanessa feliz decisão e louvam ao Senhor portão grande bênção, certos de que “na velhi-ce ainda darão frutos”... Informou: RomeuFrancisco Henriques.

Diadema para Jesus

Cerca de 60 jovens metodistas das igre-jas em Vila Planalto e Central de SantoAndré realizaram a atividade “Um dia paraJesus” na Igreja Metodista em Diadema,São Paulo, no dia 18 de agosto. A iniciativateve por objetivo apoiar o Projeto deRevitalização de Igrejas – PRI, implantadoeste ano na 3ª Região. De manhã, dozegrupos formados por quatro pessoas saírampor ruas de Diadema, levando a boa novado Evangelho às casas e estabelecimentoscomerciais. À tarde, foram oferecidos àcomunidade local: serviços sociais, EscolaBíblica para 56 crianças, palestras sobreplanejamento financeiro para famílias debaixa renda e assessoria jurídica. Nas pra-ças, teatro e música cativaram pedestres emoradores, que foram abordados com folhe-tos evangelísticos e convites para o cultoda noite. Informou: Joyce Torres Plaça.

Outubro 20078 Capa

esquisas e estatísticas demonstram:doenças mentais, como esquizofrenia,depressão, transtornos obsessivo-

compulsivos e ansiedade, representam 14%das doenças do mundo, mais que o câncerou as doenças cardíacas. Um artigo publica-do em setembro deste ano pela revista in-glesa Lancet, especializada em medicina,revela que os males de ordem mental ouemocional respondem por até 90% de todosos 800 mil suicídios registrados anualmenteno mundo – a grande maioria nos países emdesenvolvimento. Seria possível evitar gran-de parte desses suicídios se houvesse pre-venção e tratamento adequados. Mas aindaenfrentamos a barreira do preconceito e adificuldade de acesso aos sistemas de saúde.

Tal situação de carência ressalta a im-portância da Igreja como promotora desaúde mental, especialmente por intermé-dio do trabalho de aconselhamento reali-zado pelos ministros(as) religiosos(as),que podem exercer um importantíssimopapel na prevenção e até no tratamentodos males de ordem emocional. É o queafirma a psicóloga Roseli Kühnrich de Oli-veira, em sua tese de mestrado pela Esco-la Superior de Teologia, no Rio Grande doSul. “O aconselhamento pastoral é acessí-vel e gratuito a todas as camadas da po-pulação”, justifica. Vale lembrar que, se-gundo a pastora e psicóloga Blanches dePaula, a palavra saúde é um termo teoló-gico e não médico. “Saúde está direta-mente ligada a salvação. Saúde nosânscrito, svastha significa bem-estar,plenitude. O termo soteria, do grego, sig-nifica aquele que cura e que ao mesmotempo é salvador. Já na língua latinaencontramos salus, que incorpora os ter-mos saúde e salvação. Numa dimensãoteológica, ainda é importante enfatizar aproposta soteriológica do Evangelho apre-goado por Jesus Cristo. A proposta doReino de Deus é o ser humano de formaintegral”, enfatiza a pastora.

Seres humanos, não deuses

Contudo, diante de um problema rela-cionado à saúde mental de membro daIgreja são comuns duas formas errôneasde lidar com o assunto: 1) o(a) pastor(a)ignora a complexidade do problema, atribu-indo-o simplesmente à falta de fé; 2) opastor não se vê em condições de cuidardo problema e o transfere imediatamentepara um psicólogo ou outro profissionalespecializado.

Segundo o pastor e psicólogo JosiasPereira, responsável pelo serviço de apoioao discente da Faculdade de Teologia daUniversidade Metodista de São Paulo, a pri-meira atitude é a mais comum. Um antigo

Mente sã em corpo...de CristoA Igreja deve ser uma comunidade terapêutica, na qual os membros

cuidam uns dos outros. Incluindo pastores e pastoras.

cântico infantil apregoava: “Quem temJesus (...) está sempre sorrindo...” Para oRev Josias, no entanto, quem tem Jesustambém tem que saber conviver com atristeza. Isso também é ato de fé. “A tris-teza é própria do ser humano. Ao negaressa verdade provocamos naquele que sen-te tristeza um imenso sentimento de culpa;o que é desumano”, afirma. Segundo opastor, essa negação da tristeza está dire-tamente relacionada com uma tendência domundo moderno: a divinização do ser hu-mano. “Fomos criados para sermos huma-nos, não deuses”, diz ele.

Assim, muitas vezes é necessário reco-nhecer a necessidade de apoio de profis-sional especializado; psicólogo ou psiquia-tra conforme o caso. Há quadrosemocionais que se apresentam como sinto-mas de distúrbios orgânicos e pedem tra-tamento químico. Esse diagnóstico só umprofissional da área de saúde pode fazer.Mas o pastor ou pastora pode perceber anecessidade de encaminhamento ao consul-tório do psicólogo ou psiquiatra.

Não é muito é fácil. Em primeiro lugar,porque os pastores resistem a compreendero ser humano como um todo integrado demente e corpo. “Eu costumo dizer aos pas-tores e pastoras: Você se limita a fazer ora-ção quando é necessário obturar um den-te?”, diz Josias. Outro problema é que, demaneira geral os(as) clérigos(as) não estãopreparados(as) para identificar a necessidadede encaminhamento. E nos cursos de teologianão há tempo suficiente para aprofundarquestões relacionadas ao aconselhamentopastoral. Por isso, atualmente a Umesp estáoferecendo um curso de especialização emAconselhamento Pastoral. É um cursosemipresencial, com duração de 18 meses,sob a coordenadoria acadêmica da pastora epsicóloga Blanches de Paula.

Contudo, a busca de um atendimentoespecializado na área de saúde não signi-fica o abandono do trabalho deaconselhamento pastoral. Este é outro

equívoco no qual incorrem alguns(as)pastores(as). O irmão ou irmã encaminha-dos a tratamento médico ou psicológicotambém contam com o apoio pastoral.“São dimensões diferentes e complementa-res”, explica Josias.

Quem cuida do cuidador?

E quando é o pastor que está precisan-do de ajuda? Aí, a situação torna-se aindamais complicada. Na dissertação demestrado em teologia intitulada Cuidandode quem cuida: um olhar de cuidados aosque ministram a Palavra de Deus, a psicó-loga Roseli Kühnrich de Oliveira destacaque, muitas vezes, o pastor ou pastoratem uma imagem idealizada diante da co-munidade. De cima do púlpito ou atrás deuma mesa do gabinete pastoral, ele setorna modelo de fé, equilíbrio e bem-estar.

Se a maioria dos pastores não está pre-parada para receber ajuda de outros profis-sionais no atendimento aos membros desua igreja, pode-se imaginar a resistênciaem buscar ajuda para si mesmo. A tendênciageral é negar ou ocultar os problemas deordem emocional. Não por acaso, os pasto-res e pastoras são alvos fáceis de desgastefísico e psicológico. Uma pesquisa realizadahá dez anos pelo psiquiatra Francisco LotufoNeto, professor da Universidade de SãoPaulo e membro do Corpo de Psicólogos ePsiquiatras Cristãos, já indicava uma con-siderável porcentagem de pastores(as) so-frendo de transtornos mentais – principal-mente ansiedade, depressão e distúrbios dosono. Lotufo aplicou um questionário a 750ministros religiosos cristãos não católicos,moradores da cidade de São Paulo, e cons-tatou que a prevalência de transtornosmentais no mês que precedeu a entrevistafoi de 12.5% — 47% receberam esse diag-nóstico quando a vida toda foi considerada.Os principais diagnósticos foram Transtor-nos Depressivos (16.4%), Transtornos doSono (12.9%) e Transtornos Ansiosos(9.4%). Problemas financeiros, problemascom outros pastores, conflitos com os líde-res leigos da igreja, dificuldades conjugais,problemas doutrinários na igreja e sobrecar-ga de trabalho foram os principais fatoresde stress identificados.

O Rev Josias Pereira lembra que noano de 1996 uma pesquisa semelhante foirealizada na Igreja Metodista, em âmbitonacional, por meio de questionários en-tregues a todos o corpo pastoral da Igre-ja. Na ocasião, surpreendeu o fato deque os maiores níveis de stress foramencontrados em cidades pequenas e afas-tadas dos grandes centros urbanos, masnão houve uma avaliação qualitativa dosdados levantados.

“Melhor é serem dois do que um (...) Porquese caírem, um levanta o companheiro...”Eclesiastes. 4.9-10)

Outubro 2007 9Capa

Diante de uma dor emocional, o pastorou pastora sente a necessidade de se abrircom alguém, como qualquer outra pessoa.Mas, com quem? O Rev. Josias Pereira per-cebeu, a partir de relatos dos pacientes queatende em sua clínica de psicologia, que ospastores não são bons confidentes para seuscolegas. O sigilo nem sempre é respeitadoe o clima de competição que, dominandotoda a sociedade, atinge também aIgreja, inibe os ministros religiosos arevelarem aos seus colegas o que con-sideram ser fracassos pessoais. Afi-nal, hoje as pessoas só querem con-tar casos de sucesso.

Uma solução, sugere Josias, é queos pastores façam terapia em locaisdistantes de sua casa e igreja. A tera-pia não é apenas para o caso da exis-tência de problemas, ressalta ele. Éuma prática de auto-conhecimento.“Não pode fazer aconselhamento pas-toral quem não se conhece a fundo”,defende.

A necessidade de espaços paracompartilhar sentimentos e receberorientações também foi identificadapela psicóloga Roseli em sua pesquisade campo, na qual ela entrevistou 38pastores da Igreja Evangélica de Con-fissão Luterana do Brasil. 72,2% dospesquisados gostariam de ter um orientadorespiritual, mas apenas 11,1% já têm alguémque os acompanha como supervisor oumentor espiritual.

A psicóloga sugere, portanto, um traba-lho de mentoria – que poderia ser exercidopor pastores aposentados, por exemplo.Segundo a psicóloga, as instituições tam-bém poderiam dar este suporte, promoven-do encontros de pastores com enfoque mé-dico-pedagógico, nos quais profissionais desaúde fossem convidados a dar palestras eesclarecer dúvidas. Cultivar relações deamizade, participar de grupos de apoio eoração e manter um ritmo de vida balance-

ado, com momentos de lazer, são outrasmedidas de promoção de saúde mental.

Práticas de cuidado

Roseli destaca, ainda, que o cuidado desi mesmo nem sempre é valorizado em in-terpretações teológicas que priorizam o“gastar-se por amor a Cristo”. Contudo,

segundo a psicóloga, os evangelhos indicamque Jesus não se adiantou ao sacrifício nacruz. “Pelo contrário, muitas vezes retirou-se das situações de tensão, sabendo queainda não era a hora”. Assim, ela acreditaque o exemplo de Jesus indica caminhospara o necessário auto-cuidado daquelesque exercem a missão de cuidadores. Elacita várias passagens bíblicas. Em Marcos6.46, por exemplo, lê-se que Jesus se afastapara orar, subindo a um monte. Em Marcos6.30, ele recomenda aos apóstolos que re-pousem um pouco, “à parte, num lugar de-serto; porque eles não tinham tempo nempara comer”. “O ativismo dos pastores

não lhes oportuniza o necessário silênciopara a meditação, oração e leitura bíblica”,afirma a psicóloga.

Terapeuta ferido

Roseli também defende a idéia, citandovários autores, que somente aquele que so-fre tem condições de exercer o poder cura-

tivo, a exemplo de Cristo, que trans-formou o próprio corpo ferido emcaminho para a cura. “O exemplo dacruz de Cristo remete ao caminho doscuidadores e dos que são cuidados:não há negação do sofrimento, aocontrário, ele é escancarado a fim deque possa haver restauração”, diz ela.

Não é fácil falar de fragilidadenum tempo que enaltece o poder. Damesma forma, os pastores são tenta-dos a se apresentar diante da Igrejacomo seres infalíveis. Mas o exemplode Cristo aponta para caminho oposto:“Em Jesus, a concepção do poder ili-mitado, a serviço dos desejos e vaida-de pessoais, é esvaziada, pois ele serevela na cruz como aquele que, de-tendo todo o poder, faz da misericór-dia a sua ética. O esvaziamento depoder é certamente o caminho doscuidados e dos cuidadores, tornando-

se uma fé ligada ao cuidado e, portanto, li-gada à vida”. Essa consciência deve estarpresente entre clérigos(as) e leigos(as) pois,como nos ensina o apóstolo Paulo, a Igreja éo corpo de Cristo – todos os membrosigualmente importantes, apoiando-se mutu-amente para a saúde do corpo.

Suzel Tunes

Para saber mais:Pastoreando pastores: vocação, família e mi-

nistério. Do Bispo Nelson Luiz Campos Leite,Editora Cedro, São Paulo.

O sofrimento que cura. Do teólogo holandêsHenri Nouwen, Editora Paulinas.

Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos.Site http://www.cppc.org.br/

Além de atuar como deão da Faculdade de Teologia daUmesp, o Rev. Josias Pereira atende em uma clínica particular.Muitos de seus pacientes são ministros evangélicos. Certo dia,um deles chegou ao consultório queixando-se que havia umdemônio ao seu lado, acompanhando-o por todo lugar aondeia. O psicólogo nem pensou em dissuadi-lo da idéia. “Se eleestava vendo o demônio, para ele era real, e era isso o queimportava”. Ao final de algumas sessões, porém, o própriopaciente chegou a uma conclusão: “esse demônio sou eu”.

Nos dias de hoje, muitas igrejas ditas evangélicas reali-zam sessões de “descarrego” e “orações fortes” para expulsardemônios. Invariavelmente, esses demônios nada mais são doque a representação simbólica de culpas, ansiedades, dores fí-sicas e emocionais, raivas contidas, desespero. Para esses“demônios” de nossa psique, gritos e gesticulações teatraisnão resolvem. As pessoas exorcizadas podem até sair da Igre-ja sentindo-se aliviadas. Mas o efeito dura pouco; o remédioé só paliativo. Esses demônios só se expulsam com o remédiodo médico dos médicos: a graça libertadora de Cristo

Expulsar demônios é tarefa da Igreja

Pastores(as) também necessitam de apoio emocional

Outubro 200710 Missões

Durante a semana, o alunode Teologia Anderson Rodriguesde Moraes divide-se entre asdisciplinas do curso, o obrigató-rio projeto de conclusão e oestágio na Sede Nacional daIgreja Metodista. Os finais desemana são dedicados especial-mente à Igreja. Apesar da agen-da cheia, ele vem se dedicandofielmente a um trabalho de Pas-toral Carcerária. Como isso épossível? Graças ao Correio.

Tudo começou em marçodeste ano. A Sede Nacional re-cebeu uma correspondência deum presidiário de Avanhandava,interior de São Paulo, manifes-tando o interesse de receberalguma literatura metodista.Anderson enviou livros, periódi-cos da Igreja e folhetosevangelísticos. Desde então elesse correspondem. Anderson fezum acordo com seu correspon-dente: continua enviando livrose revistas enquanto ele respon-der nas cartas o que estáaprendendo com as leituras.“Cada carta que chega traz umsentimento bom, gera expecta-tiva tanto do lado de lá quantode cá”, comenta o futuro pas-tor. Ele encara esse ministériode pastoral carcerária comosendo um dever missionário daIgreja diante de uma sociedadeaprisionada pela violência epelo medo. “Infelizmente pou-

Pastoral carceráriaà distância

cas igrejas possuem um traba-lho sério de Pastoral Carcerária,certamente porque esta é umaatividade que deve ser realiza-da sem pressa”. A perspectivamissionária dominante hoje,afirma Anderson, é“imediatista, instantânea, comexpectativa de resultados acurto prazo”.

Mesmo após concluir o cursode Teologia, Anderson pretendecontinuar esse trabalho deevangelização através de cor-respondências. “Quando escre-vo as cartas me lembro do meusogro que passou sete anos emregime fechado, lembro-metambém do testemunho do pas-tor José Fabrício, da IgrejaMetodista de Bandeirantes, in-terior do Paraná, que ficou pre-so 2 anos, 53 dias e 12 horas,e que foi uma referência naépoca dos acampamentos dejuvenis da 6ª RE. O seu pro-cesso de conversão se deu gra-ças à insistência das pessoasque levavam para ele diversaspublicações, entre elas a Bíbliae o No Cenáculo”. O pastor Fa-brício, conta Anderson, guardaaté hoje cartas que recebeunaquela época. E reuniu essaslembranças no livro “Das gra-des para o púlpito”, que aguar-da publicação.

José Geraldo Magalhães Jr.

Bananeira só dá cacho umavez. Quando uma bananeiraproduz seu fruto, ela precisaser cortada para gerar umnovo broto e produzir nova-mente. Afinal, “bananeira quejá deu cacho”, como diz odito popular, não tem mais fu-turo... Contudo, existe umgrupo de mulheres do Grajaú,Vila Isabel e Andaraí, na Bai-xada Fluminense, Rio de Ja-neiro, que está conseguindofazer uma única bananeiraproduzir mais de uma vez. Osegredo é um processoartesanal que utiliza as fibrasdo tronco da bananeira comomatéria-prima para a confec-ção de lindas carteiras, capasde agendas, jogos americanose bijuterias. O que antes vi-rava adubo, agora é arte.

O projeto Artesim começouem 2005 na CongregaçãoMetodista do Grajaú, Rio de Ja-neiro, com o objetivo de pro-porcionar uma oportunidade detrabalho e renda a mulherescom idade acima de 30 anos.Atualmente, com 68 pessoascadastradas, entre voluntários/

Os muitos frutosda bananeira

as e artesãs, o projeto aguardaa finalização do processo deinscrição realizado na Incubado-ra de Tecnologias das Coopera-tivas Populares (ITCP) da Uni-versidade Federal do Rio deJaneiro (UFRJ). Se aprovada ainscrição, a idéia é formalizaruma cooperativa. Hoje, comdois dias de trabalho por sema-na é possível obter uma rendade R$ 200,00 mensais. Com aformalização da cooperativa,esse ganho poderá ser aindamaior, pois permitirá acomercialização dos produtosem outras cidades e até emoutros países. Enquanto isso, oArtesim desenvolve “noçõesbásicas de trabalho e até umcódigo de ética”, explicaRosângela Tavares, coordenado-ra do projeto. “Nosso principalobjetivo sempre foi fazer aconexão entre a cidade e azona rural.”.

Mais informações:www.artesim.com.brE.mail:[email protected]: (21) 2520-8945

O desfribramento do tronco

da bananeira resulta em

matéria-prima para a

confecção de bolsas,

carteiras e bijuterias

(detalhe).

O projeto da Congregação

Metodista do Grajaú, RJ,

nasceu para dar uma

oportunidade de trabalho e

renda à comunidade.

Outubro 2007 11

Da terra de WesleyNotícias dos missionários Oséias e Jane, e de seu

filho Júnior, em Tewkesbury, Inglaterra.

Missões

lá amados/as em Cristo,

Graça e Paz!

Parece incrível, mas já se pas-sou o nosso primeiro ano na ter-ra de Wesley. Nesses primeirosdoze meses muitas coisas ocor-reram e podemos afirmar que atéaqui o Senhor nos ajudou! Comoé maravilhoso poder confiar na-quele que é poderoso e que nossustenta em seus braços carinho-sos e confortadores. A cada esta-ção fomos cobertos pela graça eamor do Senhor, experiência quenos propiciou tranqüilidade e se-gurança apesar da distância dafamília, amigo/as e igrejas.Já adaptados à cultura inglesa efalando um inglês mais compre-ensível, cremos que a caminhadamissionária está prosseguindo egerando frutos dignos de glorifi-car ao Senhor.

Nossa família...Jane está muito bem e já se co-municando em inglês. Já tem de-senvoltura para fazer compras eir ao médico sozinha. É incrível,pois todas as pessoas dizem queela não precisa falar o idioma,somente a sua expressão facial e

os seus gestos já falam por simesmos. Mas, na verdade, elatem se esforçado e ido à Univer-sidade quase todas as manhãspara aprender a língua, e comojá é de costume, todas as pesso-as já a conhecem e a ajudam emsua perseverança de compreen-der e falar melhor o inglês.

O Júnior, após um ano na es-cola, já se comunica com desen-voltura e já está lendo livros e de-senvolvendo pequenas tarefas.Mas seguirá acompanhado paraque possa avançar na compreen-são e na escrita inglesa. O maisbonito é que quando recebemoso seu boletim escolar, um dos pon-tos fortes foi que ele é um garototranqüilo, amigável e muito po-pular. Sentimos orgulho desse fatodele ser popular, mostra que suaadaptação tem sido feita sem mui-to trauma. A minha caminhadatem sido muito gratificante, poisjá consigo pregar e me comuni-car com certa desenvoltura. Issome dá tranqüilidade paraaprofundar alguns temas e com-partilhar mais com as pessoas,assim como compreender melhoras expectativas delas. Podemosdizer que estamos muito felizescom tudo que Deus tem proporci-onado em nossas vidas por aqui.

Igrejas...Já encontramos sinais da nos-

sa presença por aqui. Por exem-plo, as pessoas já estão abertaspara dar um abraço e algumas atécom um beijinho (rsrsrs), coisaque não acontecia com muita fre-qüência. Claro, o abraço do cora-ção que o Fernando Fernandes nosensinou tem sido uma marca poronde passamos, não dá para nãoensinar.

Uma senhora me disse queapós ter ensinado o abraço do co-ração, ela se sentiu renovada eque fazia pelo menos uns 10 anosque não dava pelo menos dois atrês abraços.

Crescimento...O trabalho está começando a

frutificar e o que nos impressio-nou tem sido o interesse de algu-mas pessoas se tornarem mem-bros da igreja. Creio que já te-

mos umas 8 a 10 pessoas paraserem recebidas como membros.Na última carta nós pedimos paraque orassem pelo nosso trabalhocom as crianças. Agora, temossemanalmente, todas as segun-das-feiras, mais de 25 crianças e12 voluntários/as envolvidos/asno Homework Club After School.As crianças têm gostado muito deestar na igreja e realizar novasatividades a cada segunda.

O discipulado com líderesestá sendo uma bênção, pois te-mos tido tempo para comparti-lhar e aprender juntos/as. Creioque em um futuro breve, pode-remos enviá-los/as a fazer no-vos/as discípulos/as. Em setem-bro teremos o primeiro retiropara aprofundar algumas ques-tões e o próprio relacionamentoentre os/as participantes.

Enchentes...Quando estava terminando

esta carta para enviar para os/as amigos/as no Brasil, nós fo-mos surpreendidos por uma chu-va muito forte que inundou parteda cidade que moramos. Impres-sionante que nenhum morador es-perava tal situação. As pessoasficaram desesperadas, sem sabercomo reagir ao acontecido. Após12 horas de chuvas ininterruptas,centenas de casas estavam inun-dadas, três pessoas mortas e umprejuízo de milhões de libras.

A cidade ficou ilhada por maisde cinco dias e o abastecimentode água potável foi interrompi-do. O caos estava estabelecidoem uma área que costuma terpequenas inundações, mas nãoparecida como a que aconteceuno final de julho.

Devido a cidade ficar bloque-ada tivemos que ir ao culto poruma trilha que dá acesso ao cen-tro. Nessa ocasião, teríamos umculto especial, no qual o Rev. BetoViana pregaria e um coral da Pri-meira Igreja Metodista Unida deForth Worth participaria. Só com-pareceram 30 pessoas no culto,

no qual pudemos orar e nos soli-darizar diante daquela situaçãoaté então incompreendida portodos. Estávamos atônitos comtanta devastação em pouco tem-po. Realmente, foi um tempo demuita renovação espiritual dian-te do grande desafio quepermeava sobre a nossa comuni-dade em Tewkesbury.

Cancelamos a nossa primei-ra semana de férias planejadae nos colocamos ao lado das pes-soas afetadas em solidarieda-de e apoio. Os dias foram lon-gos e cansativos. Criamos umcomitê de emergência paraacompanhar todos os membrose amigos da igreja. Recebemossolidariedade por toda a parte,foram ofertados recursos mate-riais e financeiros para ajudaras famílias.

É tempo de reconstrução eapoio mútuo. Cremos que os diasserão desafiadores, mas como co-munidade de fé e solidariedade,nós estamos unidos para apoiare encorajar as pessoas a segui-rem em frente com fé e esperan-ça. Orem por nós...

Despedida...Nos DESPEDIMOS com ale-

gria no coração por termos onosso primeiro ano cumprido...com SAUDADES no coração, poisainda teremos mais dois anospela frente antes de podermos irde férias ao Brasil... com ESPE-RANÇA, pois sabemos que Deus,o nosso protetor diário, estáconosco nos motivando... APOI-ADOS pelos amigos/as em ora-ção e alguns amados/as que sedispuseram a investir tempo erecursos para nos visitar... VIN-CULADOS pelo amor e solidarie-dade que um dia aprendemoscom Jesus... Deus nos abençoeem nossa caminhada missionáriacom o propósito de proclamar aBoa Nova por toda a terra...Bye,

Oséias, Jane e JuniorFamília missionária na Inglaterra

Outubro 200712 Pela Seara

A Juventude Metodista da Região Missionária do Nordeste,Remne, realizou em julho deste ano seu I Congresso e Encontro Re-gional. Na ocasião, questões importantes da sociedade foramdiscutidas à luz do Evangelho. Das discussões, surgiu um manifes-to que, em face da atual situação política do país, a conselheiraregional dos Juvenis do Nordeste, Ana Paola Leite, quis compar-tilhar com os irmãos e irmãs. Abaixo, seguem trechos do mani-festo que você pode ler na íntegra no site www.metodista.org.br.

Com pouco mais de 46 milhões habitantes, o que representa28,9% do total do Brasil, o Nordeste é a região mais pobre do país,onde 50,12% da população têm renda de meio salário mínimo. Aexpectativa de vida é a menor do Brasil: aproximadamente 64 anosde idade. A maioria dos nordestinos se concentra na zona urbana(60,6%), e o maior contingente de pobres e miseráveis está entreos nove estados nordestinos, que também registram os mais ele-vados níveis de desigualdade social. (...)

A mocidade metodista nordestina está convicta de que a raizdo problema não reside no status social de nossa região, mas navontade política, na capacidade de gestão do poder público, nofuncionamento das instituições e no exercício da cidadania, a fimde promover uma sociedade mais justa e fraterna.

(...)Diante desse contexto desafiador, entendemos que nosso

envolvimento com a sociedade precisa ter uma dimensão

Missão americanaIgreja seleciona missionário(a) para trabalhar em

New Jersey, Estados Unidos

O Colégio Episcopal está selecionando um pastor ou pastorapara trabalhar nos Estados Unidos. Veja os requisitos:

a) Para Missão Internacional o/a candidato/a deverá ter pelomenos 7 (sete) anos de ordenação ou consagração;

b) Dar provas de sua vocação para o trabalho missionário,testemunhado por recomendação da igreja local, órgão ou insti-tuição a que tenha servido e de seu bispo;

c) Possuir atestado favorável de sanidade física e psicológica,por profissionais indicados pela Coordenação Regional de ExpansãoMissionária;

d) Possuir preparo intelectual de acordo com o padrão estabe-lecido pela Igreja, comprovado por documentação hábil, e realizarestágio de treinamento em instituição de ensino teológicometodista, por indicação do Colégio Episcopal;

e) Comprometer-se a seguir as orientações metodistas em seutrabalho, cumprindo o Pacto Missionário, a legislação canônica edemais normas oficiais da Igreja Metodista e da Igreja Metodistanos Estados Unidos;

f) Preencher os formulários próprios para a seleção de missi-onários/as e os encaminhar à Secretária Executiva de Vida eMissão

g) Para se candidatar ao processo referente aos Estados Unidoso/a candidato/a deverá ter habilidade comprovada na línguainglesa, condição para escrever e pregar em inglês.

As inscrições poderão ser feitas até 30 de outubro de 2007,através de carta endereçada ao Bispo da respectiva Região Ecle-siástica do/a candidato/a, com cópia da carta para a SecretáriaExecutiva de Vida e Missão, na Sede Nacional em São Paulo, Av.Piassanguaba, nº 3031 – Planalto Paulista, São Paulo/SP, 04060-004, E-mail: [email protected], a/c Rev.Joana D´ArcMeireles. Veja mais informações no site www.metodista.org.br,em “Agenda” ou ligue para (11) 6813-8600.

Tempo de mudançasNotícias das instituições

metodistas de ensinoBennett: A Assembléia Geral do Instituto Metodista Bennett,

reunida no dia 28 de setembro de 2007, na Sede Nacional daIgreja Metodista, em São Paulo, deliberou por unanimidade pelacontinuidade da instituição como unidade da Rede Metodista deEducação. Aprovou, também, a proposta de Plano de RecuperaçãoInstitucional, que incorpora estratégias e ações para o prossegui-mento do saneamento econômico-financeiro do IMB e do processode preservação da marca Bennett, em vias de completar 120anos. Para operacionalizar o Plano, o Bennett passará a atuar emparceria com o Instituto Metodista Granbery (Faculdade e Colégio),uma das mais tradicionais e melhor conceituadas da RedeMetodista de Educação. Essa parceria, porém, será feita preser-vando-se a identidade e a cultura de cada uma delas – Bennett eGranbery — são marcas inalienáveis, mais que centenárias e ver-dadeiro patrimônio para as suas respectivas comunidades.Informou:Victor José Ferreira, Diretor Geral do Bennett.

Ialim: O prof. Walter Chalegre dos Santos assumiu a direçãogeral do Instituto Americano de Lins, o Ialim, no dia 6 de outubro.Joaquim de Miranda Rosa Filho, que participou ativamente daadmnistração desta Instituição por 27 anos e 8 meses divulgou umacarta de agradecimento a todos os(as) metodistas pelo voto deconfiança e apoio durante este período. A íntegra deste documentoestá disponível no site www.metodista.org.br. A Igreja Metodistatambém agradece ao prof. Joaquim pelo trabalho realizado comamor e ao prof. Walter pelo desafio assumido, pedindo a Deus queos sustente e abençoe nesta nova etapa de suas vidas.

Juventude metodista e cidadãevangelizadora. O zelo mis-sionário não pode estardesvinculado de um olharconsciente para a conduçãopolítica de nossos estados epaís. É da maior urgênciaque a moralidade e a éticana política sejam resgata-das. Cremos firmementeque ética não se negocia eo carisma não substitui ocaráter. Não queremos com-

prometer nosso discernimento com justificativas improcedentes,raciocínios falaciosos e conchavos políticos.

(...)O Espírito Santo nos impulsiona a encarnar o amor de Jesus

Cristo, sendo cada metodista um/a missionário/a, cada lar umaigreja, espaço de acolhida em favor dos que sofrem, sejam cri-anças, jovens, homens e mulheres. A juventude metodista no Nor-deste assume sua missão de levar a esperança, multiplicando asboas novas, compartilhando sonhos, e projetando o Reino de Deus.Nossa vocação e herança metodista nos impulsionam a semear.Lancemos as redes!

Recife, 15 de julho de 2007

Outubro 2007 13Reflexão

Disciplina: castigo ou ação educativa?Educação é um pro-

cesso longo e demora-do, que exige investi-mento de pessoas,tempo e recursos, masseus efeitos são per-manentes. Na educa-ção, a pessoa inter-naliza aprendizadossobre regras básicas doagir e conviver com osoutros, os limites, va-

lores, atitudes culturais, emocionais, morais, éticas e outras in-formações necessárias para vir a ser um cidadão consciente euma pessoa disciplinada na sua dimensão individual, social e fu-turamente, na vida profissional e em seus relacionamentos.

A necessidade da educação infantil é percebida e ressaltada hádiversos milênios. Na Bíblia encontramos a orientação em Provér-bios 22.6: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e,ainda quando for velho, não se desviará dele”. A Bíblia e nós,cristãos, valorizamos a educação das crianças e não uma criaçãosolta e sem referência às bases bíblicas e éticas da fé cristã.

Na Antiguidade, as crianças não eram valorizadas, não eramnem contadas em meio a uma multidão. Contudo, mesmo noAntigo Testamento, inúmeras vezes, fala-se em educar crianças,orientando os filhos a escutar seus pais, principalmente no livro deProvérbios, entre outros: “Filho meu, ouve o ensino do teu paie não deixes a instrução de tua mãe” (1.8), “Filho meu, nãote esqueças dos meus ensinos...” (3.1), “O filho sábio alegra oseu pai, mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe” (10.1).

Contudo, uma ressalva precisa ser feita em relação ao texto “Aestultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disci-plina a afastará dela” (Pv 22.15). Esse versículo é muito utilizadopor alguns cristãos ao se referirem a educação de filhos. Segundoa professora de hebraico Jane Bichmacher de Glasman, fundadorado Programa de Estudos Judaicos da UERJ, a palavra vara pode sertraduzida da palavra hebraica shevet, que também pode significarcajado ou bastão, como o que era usado pelos pastores. A varacomo autoridade sugere orientação amorosa, não cruel nem brutal.Quando diz respeito à autoridade parental, a vara não se refereexclusivamente a punição física. Abrange todas as formas de dis-ciplina que, na maioria das vezes, não precisa ser física.

Ressalte-se a necessidade de contextualização dos textos daBíblia. Relembremos a pouca importância que a criança represen-tava no Antigo Testamento, o que foi radicalmente modificado apartir dos ensinos de Jesus.

No Novo Testamento, Jesus quebrou essa forma de pensar eagir, valorizando e se importando com os marginalizados: crian-ças, mulheres, deficientes, doentes, pobres e outros. Jesus repre-ende os discípulos quando os mesmos afastam as crianças. Eleabraça e abençoa as crianças, tratando-as como gente, como

pessoas, colocando-as como modelo de participação e condiçãopara ingresso no Reino de Deus.

Sete erros de educadores(as)

1) Corrigir ou humilhar publicamenteUm educador deve valorizar mais a pessoa que erra do que o

erro da pessoa, estimulando sempre a reflexão.2) Expressar autoridade com agressividadeA violência causa temor e faz perder o amor. Violência, só

gera violência. O diálogo é uma ferramenta educacionalinsubstituível. A autoridade é conquistada com inteligência e amor.

3) Ser excessivamente crítico: obstruir a infância da criançaNão compare uma criança com seus colegas, cada pessoa é um

ser único. Prepare os jovens para a vida, dando liberdade para tersuas próprias experiências, inclusive com riscos, fracassos e so-frimentos.

4) Punir quando estiver irado e colocar limites sem dar ex-plicações

Jamais puna quando irado e evite a punição física. A puniçãodeve ser simbólica e acompanhada de explicação, podendo nego-ciar para que os punidos escolham a punição. Punir com castigose privações só educa (se não for em excesso) se estimular aarte de pensar.

5) Ser impaciente e desistir de educarPor trás de cada criança arredia ou agressiva, há um ser que

precisa de afeto. Todos querem trabalhar com crianças dóceis, porémsão os que nos frustram que testam nossa qualidade deeducadores(as). Paciência é o segredo, a educação do afeto é a meta.

6) Não cumprir com a palavraA confiança é um edifício difícil de ser construído, fácil de ser

demolido e muito difícil de ser reconstruído. Não dissimule suasreações, seja honesto. Se não puder, diga “não” sem medo. E seerrar, volte atrás e peça desculpas.

7) Destruir a esperança e os sonhosSem esperança não há estrada, sem sonhos não há motivação

para caminhar. Não importa o tamanho dos nossos obstáculos,mas o tamanho da motivação que temos para superá-los. Nãopodemos concordar com a passividade do eu.

Sandra Andrade de CastroPsicóloga pela UFMG, atuando no Instituto São Rafael, professorade psicologia no Instituto Metodista Teológico João Ramos Jr. eautora do livreto Quando anseio por um filho publicado pelaEditora Cedro em 2006. Veja este artigo na íntegra no sitewww.metodista.org.br, no item Reflexões.

Para saber mais:CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio deJaneiro: Sextante, 2003.ZAGURY, Tânia. Limites sem trauma. Rio de Janeiro: Record, 2002.

DAR LIMITES É...

� Ensinar que os direitos são iguais para todos.� Ensinar que existem outras pessoas no mundo.� Fazer a criança compreender que seus direitos acabam onde começam os dos

outros.� Dizer “sim” sempre que possível e “não” sempre que necessário.� Só dizer “não” às crianças quando houver uma razão concreta.� Fazer a criança ver o mundo com uma conotação social (conviver) e não

apenas psicológica (o meu desejo e prazer são as únicas coisas que contam).� Ensinar a tolerar frustrações e adiar a satisfação.� Evitar que a criança cresça achando que todos no mundo têm que satisfazer

seus mínimos desejos.� Saber discernir entre o que é uma necessidade e o que é apenas desejo.�Compreender que direito à privacidade não significa falta de cuidado e

acompanhamento.� Ensinar que a cada direito corresponde um dever.� Dar o exemplo.

DAR LIMITES NÃO É...

� Bater nos filhos para que eles se comportem.� Fazer só o que vocês, pai ou mãe, querem ou

estão com vontade de fazer.� Ser autoritário(a).� Deixar de explicar o por quê das coisas (impor a

lei do mais forte).� Gritar com as crianças para ser atendido(a).� Deixar de atender às necessidades reais (fome,

sede, segurança, afeto, interesse) dos filhos(as),porque você está cansado(a).

� Invadir a privacidade a que todo ser humano temdireito.

� Provocar traumas emocionais (falta de amor ecarinho, seguida de injustiça, violência física,humilhações e desrespeito à criança).

Outubro 200714 Entrevista

Tribuna LivreUma conversa sobre política e fé

vereador Lenildo Magdalena, 82 anos, é o mais antigo par-lamentar em atividade na Câmara de São Bernardo doCampo, município da Grande São Paulo. Filiado ao PSB

(Partido Socialista Brasileiro), ele está exercendo sua 11ªlegislatura. Natural de Campos, Rio de Janeiro, Lenildo chegou

Como você entrou para a po-lítica? Foi em outubro de 1951. Acampanha à prefeitura de SãoBernardo estava num nível mui-to baixo. Durante um comício,resolvi me manifestar a favordo candidato Lauro Gomes e fuiescolhido orador oficial da cam-panha. Lauro Gomes foi eleitoe passei a colaborar com suaadministração, inicialmentecomo voluntário. Em 1955,candidatei-me a vereador evenci minha primeira eleição.

Durante muitos anos vocêexerceu a política e o ministé-rio pastoral simultaneamente(Lenildo deixou o ministério em1970). Você era identificadocomo “vereador metodista”?Nunca me apresentei comometodista ou representantedos evangélicos. Acho isso to-talmente inconveniente, poisqualquer fracasso meu seriaatribuído à instituição. O queeu faço é me esforçar paratrazer à vida pública os valorescristãos. Eu pastoreei a IgrejaMetodista Central de SãoBernardo por 18 anos sem“misturar estações”. Mesmoquando candidato a vereador,recebia outros candidatos naIgreja. Aqui na Câmara de SãoBernardo nunca houve uma“bancada evangélica”, masestamos comemorando oitoanos do Movimento de Oração eAção pela Paz, o MOAP, que reú-ne diferentes denominações. Fa-zemos nossas reuniões no Plená-rio da Câmara nas primeiras eúltimas segundas de cada mês.Em cada reunião vem uma igre-ja participar desse momento deoração conosco.

A Igreja deve lançar candidatopróprio?Essa é uma posição equivocada.Lançar candidato foge dos pro-pósitos da instituição. Ela re-presenta o Reino, tem queexercer posição de julgamento.

Mas a gente costuma ouvirque, no dia em que o país ti-ver um presidente evangélico,tudo vai melhorar...Só quem não conhece políticapode falar umabobagem des-sas. Nem sefosse impera-dor! Veja o queaconteceu comG a r o t i n h o .Quem se metena política,quem aceitaeste desafio,tem que enten-der que políticaé esgoto. Po-demos viversem os “esgo-teiros”? Pode-mos mexer noesgoto semcorrer risco derespingos? Não. Acho que ter aconsciência de que a política éesgoto é uma condição funda-mental para você se proteger dalama. Todos os ídolos têm pés

de barro. Quanto mais santoalguém se apresenta, pior é. Aimpureza que ele vê no outro ésinônimo da projeção dos demô-nios que existem dentro dele.

Então, a Igrejadeve ficar forada política?Quando se falaem política naIgreja, confun-de-se políticapartidária comorientação po-lítica. A Igrejaé agente nacomunidade.Tem que tratarde temas polí-ticos e seposicionar.

Quais foramos seus maio-res acertos e

erros durante esses anos to-dos na política?No partido não é a sua vontadeque prevalece. Você abre mãoda responsabilidade individual

a São Bernardo no ano de 1950 para cursar Teologia na Facul-dade do então “Bairro dos Meninos” – hoje, Rudge Ramos. Logoentraria para a política. Foi eleito vereador em 1956. Comopastor, organizou a Igreja Metodista Central de São Bernardodo Campo, onde esteve por 18 anos.

para ter uma personalidadegrupal. Mas graças a Deus nun-ca estive envolvido em casosde corrupção. Eu havia colocadouma faixa no meu gabinetecom os dizeres: “Aqui não seengana ninguém”. Essa faixacriou uma polêmica aqui nacasa. Mas eu gostaria que to-dos os vereadores colocassem amesma faixa.Quanto aos projetos que maisme alegram, destaco a Lei doMeio Ambiente e a Tribuna Li-vre. A Lei do Meio Ambiente éde 1960, quando ainda nem sefalava em ecologia. Trata daquestão de ruídos urbanos, lo-calização e funcionamento deindústrias nocivas ao ambiente.A Tribuna Livre é o projeto doqual mais me orgulho. Estácompletando quarenta anos; foiaprovado em 8 de setembro de1967, em pleno regime militar,e foi o primeiro projeto dessegênero no mundo. Essa lei dá aqualquer morador da cidade odireito de se manifestar naCâmara. Depois da Ordem doDia os munícipes têm um tem-po para se pronunciar. As pes-soas fazem inscrição na Secre-taria da Câmara; têm 20minutos para falar e depois umvereador responde. A Câmaradeve ser a caixa de ressonân-cia das aspirações populares.

O que você acha do atual go-verno federal?Não posso negar o carisma dopresidente, resultante de ummessianismo que atende àsexpectativas da grande massadesiludida. Ele resiste em cimadesse messianismo a toda umateia de corrupção como poucasvezes se viu. Mas o que vaiacontecer quando acabar omandato do presidente Lula?Falta liderança nos partidospolíticos. Lula é a válvula desegurança da pressão social.Sinto cheiro de pólvora...

Suzel Tunes

Lançar candidatofoge dos

propósitos dainstituição. A

Igrejarepresenta o

Reino, tem queexercer posiçãode julgamento.

Outubro 2007 15Cultura

Dia 06 de outubro acontece a Vigília Nacional pela Criança emtodo o Brasil. Motive sua igreja a participar!10 de outubro é o Dia Mundial de Saúde Mental. A OMS, Orga-nização Mundial da Saúde, definiu este dia com o objetivo deestimular as discussões em torno dos grandes desafios destaárea. Ore para que as pessoas tenham acesso ao tratamento e ainclusão na sociedade.Dia 12 é feriado nacional. É o Dia da Criança. Festeje e ore pelascrianças da sua comunidade.Dia 15 de outubro comemora-se o Dia do professor. É uma óti-ma oportunidade para homenagear aqueles que nos ensinam naEscola Dominical.Dia Nacional do Livro é 29 de outubro. Que livro você está lendo?Dia 26 e 27 de outubro será realizada a Assembléia Geral Extra-ordinária do Cogeime.O Dia da Reforma é 31 de outubro. Você sabe por que esta datafoi escolhida para celebrar a Reforma Protestante? Leia o textoda página 5.

Outubro e NovembroOs Concílios Regionais da 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª Região acontecementre os dias 13 a 18. Verifique os dias específicos de sua re-gião no edital de convocação disponível no site www.metodista.org.br.A Proclamação da República é comemorada dia 15 de novembro.No dia 19, outra data cívica: Dia da Bandeira. Dias para pensar:de que maneira exercemos nossa cidadania?Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro. A supe-ração do racismo começa dentro de nossas casas. Valorize e es-timule a valorização da diversidade racial e a beleza da cultu-ra negra!O Dia de Ação de Graças é 28. A data nasceu por volta de 1620,quando um grupo de colonos americanos recém-chegados da Ingla-terra, comemoraram a primeira colheita. Diz a tradição que reu-niram-se nessa mesa de gratidão os imigrantes e os habitantesnativos da terra.Dia 29 a 02 de dezembro acontecem os concílios da 1ª Região eda REMNE.

Agenda

Espiando pelas janelas da história

ocê sabia que Moisésfez um tratamentoeficaz contra mordi-da de cobra? Ou que

Daniel fazia uso de uma die-ta especial? No livro Históriasde Cura da Bíblia você tem45 histórias bíblicas relacio-nadas à medicina e saúde.Acima de tudo, o livro desta-ca a preocupação de Deuscom o ser humano como umtodo, consolando a alma erestabelecendo o corpo. Di-vidida em dez diferentes te-mas, cada episódio traz umabreve introdução que ajudao leitor a entender mais fa-cilmente o texto. Preço: R$9,80. Informaçõese vendas: www.sbb.org.br.0800-727.8888.

Explosão gospelilhões de CDs vendidos, espetácu-los musicais que reúnem milharesde pessoas, marchas que levam

mais de dois milhões às ruas, categoriasno Grammy Latino, cultos e missasperformáticos. Que fenômeno é este? É oque analisa o livro Explosão Gospel - Umolhar das ciências humanas sobre o cená-rio evangélico no Brasil , da jornalistaMagali do Nascimento Cunha, professorada Faculdade de Teologia da UniversidadeMetodista de São Paulo. Segundo a auto-ra, é impossível não relacionar o fenôme-no sociocultural ao crescimento da pre-sença dos evangélicos no Brasil, que dá nova forma ao mosaicoreligioso no País. A publicação da Mauad Editora, em co-edição como Instituto Mysterium faz parte da Coleção “Teologia Para Quê?”,que a Mauad Editora lançará em breve, juntamente com outros doisvolumes. A coleção, que vai abordar temas teológicos contemporâ-neos, vem contribuir para o debate da teologia com outras áreasdo pensamento. Preço: R$ 38,00, nas livrarias Cultura, Siciliano,Submarino, Companhia dos Livros e Direta (algumas livrarias compromoções de lançamento).

Cura para o corpo epara a alma

pequeno leitor vai se divertir e aprender com o livroHistorinhas Bíblicas, que reúne oito histórias do Antigo eNovo Testamento. Ele traz uma surpresa: janelinhas que,

quando abertas, revelam novas cenas relacionadas à narrativa.Com esse recurso, a criança será estimulada a participar e acom-panhar de perto todos os detalhes da história. Ricamente ilustradoe em linguagem de fácil compreensão, a publicação apresenta asseguintes histórias: Noé constrói uma grande barca; Davi derrotaGolias; Jonas e o grande peixe; Daniel na cova dos leões; O nas-cimento de Jesus; Um menino divide o seu lanche; O filho perdi-do volta para casa; Onde está Jesus? Preço: R$ 17,80. Informa-ções e vendas: www.sbb.org.br. 0800-727.8888.

Outubro 200716 Página da Criança