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Jornal mensal da Igreja Metodista Janeiro de 2009 Ano 123 número 1 Palavra Episcopal Memória Oficial Pela Seara Missões Testemunha Imagens de fé Missão e educação de mãos dadas • Rev. Luis de Souza Cardoso, Diretor Superintendente do Cogeime, fala sobre a Rede Metodista de Educação. Página 14 Pólo de Educação a Distância da Universidade Metodista forma univer- sitários da comunidade quilombola. Página 11 Parceria entre Izabela Hendrix e Fundação Metodista articula acade- mia e comunidade. Página 10 Compromisso com a educação Neste novo ano, a Igreja tem o desafio de renovar este com- promisso. Página 3 1, 2, 3...123 anos! Expositor faz aniver- sário e reflete sobre jornalismo evangélico. Página 4 Diaconato e Presbíterato Documentos regula- mentam ordens da Igreja Metodista Página 5 Doação de sangue A campanha continua! Igreja em Santa Maria, RS, participou. Página 7 Santa Catarina Precisamos apoiar as vítimas das enchentes no momento de re- construção Página 13 O futebol me levou à conversão Uma juíza de futebol encontra Cristo no projeto Sombra e Água Fresca. Página 14 A Associação Evangelística Billy Graham fez uso de um filme como forma de transmitir a Palavra de Deus. Neste período de férias, a tela do cinema ou da TV pode proporcionar mais do que um momento de lazer em família: pode trazer alimento espiritual. Páginas 8 e 9 Saiu regulamentação das ordens Presbiteral e Diaconal. Página 5 Assessoria de Comunicação do Instituto Metodista Bennett

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Jornal mensal da Igreja Metodista • Janeiro de 2009 • Ano 123 • número 1

Palavra Episcopal

Memória

Oficial

Pela Seara

Missões

Testemunha

Imagens de fé

Missão e educação de mãos dadas• Rev. Luis de Souza Cardoso, DiretorSuperintendente do Cogeime, falasobre a Rede Metodista de Educação. Página 14

• Pólo de Educação a Distância daUniversidade Metodista forma univer-sitários da comunidade quilombola. Página 11

• Parceria entre Izabela Hendrix eFundação Metodista articula acade-mia e comunidade. Página 10

Compromisso coma educação

Neste novo ano, aIgreja tem o desafiode renovar este com-promisso. Página 3

1, 2, 3...123 anos!

Expositor faz aniver-sário e reflete sobrejornalismo evangélico. Página 4

Diaconato ePresbíterato

Documentos regula-mentam ordens daIgreja Metodista Página 5

Doação de sangue

A campanha continua!Igreja em Santa Maria,RS, participou. Página 7

Santa Catarina

Precisamos apoiar asvítimas das enchentesno momento de re-construção

Página 13

O futebol me levouà conversão

Uma juíza de futebolencontra Cristo noprojeto Sombra eÁgua Fresca. Página 14

A Associação Evangelística Billy Graham fez uso de um filme como forma de transmitir a Palavra deDeus. Neste período de férias, a tela do cinema ou da TV pode proporcionar mais do que um momento

de lazer em família: pode trazer alimento espiritual. Páginas 8 e 9

Saiu regulamentação das ordens Presbiteral e Diaconal. Página 5

Assessoria d

e Com

unicação do Instituto M

etodista B

ennett

Janeiro 20092 Palavra do leitor

Presidente do Colégio Episcopal: Bispo João Carlos LopesConselho Editorial: Magali Cunha, José Aparecido, Elias Colpini, Paulo Roberto SallesGarcia e Zacarias Gonçalves de Oliveira Júnior.Jornalista Responsável: Suzel Tunes (MTb 19311 SP)Estagiário de comunicação: José Geraldo Magalhães JúniorCorrespondência: Avenida Piassanguaba nº 3031 Planalto Paulista - São Paulo - SPCEP 04060-004 - Tel.: (11) 2813-8600 Fax: (11) 2813-8632home: www.metodista.org.br e-mail: [email protected]

A redação é responsável, de acordo com a lei, por toda matéria publicada e, sendoassim, reserva a si a escolha de colaborações para a publicação. As publicações assinadassão responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opiniãodo jornal. Propriedade da Associação da Igreja Metodista.

Órgão oficial da Igreja Metodista, editado mensalmente sob a responsabilidade do Colégio EpiscopalFundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário Rev. John James Ransom

A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada em convênio com oInstituto Metodista de Ensino Superior, que cuida da diagramação edistribuição do periódico. O conteúdo editorial é definido pela Sede Nacionalda Igreja Metodista.Editoração eletrônica: Maria Zélia Firmino de SáProjeto Gráfico: Alexander Libonatto FernandezImpressão: Gráfica e Editora RudcolorAssinaturas e RenovaçõesFone: (11) 4366-5537e-mail: [email protected] do Sacramento n. 230 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo - SPCEP 09640-000 www.metodista.br/editora

Editorial

A Bíblia nos conta que houveuma pessoa que olhou para tráse virou estátua de sal: a mulherde Ló. O Rev. Nilson da Silva,de Piracicaba, tem um artigo noqual ele fala que a mulher deLó prendeu-se ao passado e sepetrificou. Ao se voltar paratrás, foi atingida pela aridez dosal e endureceu. E como às ve-zes podemos ser duros em nos-sos relacionamentos com Deus,com as pessoas que nos rodei-am e conosco mesmos!

Nós estamos chegando a umNovo Ano, mas ele só vai setornar novo se deixarmos queisso aconteça. “É dentro devocê que o Ano Novo cochila eespera desde sempre”, diz umpoema do Drummond. Nestenovo ano que se inicia, busca-mos “prosseguir para o alvo”com bagagem mais leve. Nãoprecisamos carregar o peso derancores, medos, tristezas, cul-pas.... Estes sentimentos po-dem surgir em muitos momen-tos, mas não podem nosimpedir de vislumbrar, com fée esperança, a vida plena queCristo veio nos trazer.

Isso não significa que cami-nhamos de mãos abanando...“Lâmpada para os meus pés é atua palavra, e luz para os meuscaminhos” diz o versículo 105do Salmo 119. Trazemos conoscoa “Nova do Evangelho”, comonos diz o hino, e a compartilha-mos de diversas maneiras.Sempre é bom lembrar que aigreja é apenas um dos lugaresonde se pode fazer missão.Missão também se faz na rua,

A Nova do Evangelhona fila do ônibus, no ambientede trabalho, no serviço social,na escola... A Palavra Episcopaldeste mês nos fala do compro-misso histórico do metodismocom a educação. E a matériade capa nos lembra que umasala de cinema, ou a sala denossa casa, também pode serum espaço de salvação. Nãofoi esta a proposta da Campa-nha Evangelística “Minha Espe-rança”? Foi por meio de umfilme que o evangelista BillyGraham buscou transmitir amensagem do Evangelho.

Janeiro, mês de fériaspara muita gente, nos convi-da a “recarregar as bate-rias”. Dispor de um tempopara refletir sobre a vida, ali-mentar o espírito ou, sim-plesmente, descansar. Assistira um filme, ainda que nãoseja explicitamente religioso,pode nos ajudar mais do queimaginamos. O famoso dire-tor de cinema Woody Allendisse certa vez que, quandose sentia triste, gostava deassistir comédias do GrouchoMarx, ator americano que,junto com os irmãos Chico eHarpo, fazia um humorpastelão, meio ingênuo, esti-lo “Três Patetas”.

Deus concedeu aos sereshumanos talentos maravilho-sos. A nós nos cabe discerniro que é bom, desfrutar dessesdons e, sempre que possível,despertar e alimentar novostalentos.

Suzel [email protected]

Teologia da esperançaLi a reflexão “Da fraqueza ele tirou força” acerca da palestra

do teólogo Jürgen Moltmann (publicada na edição de dezembro).Quero destacar no segundo parágrafo alguns aspectos: primeira-mente, a seguinte frase do teólogo: “Uma Igreja que pensa ape-nas em salvar almas, e se desconecta da realidade não tem futu-ro, só tem passado”. Em segundo lugar, a sua constatação de quevivemos um “cenário religioso marcado pela alienação, individu-alismo e intolerância”. Em terceiro, a sugestão do teólogo: “Le-vantar e lutar”. E, finalmente, o seu entendimento de que “A re-sistência é fruto da esperança”.

Entendo que muitas das almas que são salvas através da pre-gação da palavra e das orações, se achegam ao Evangelho tambémna esperança de que suas realidades sejam transformadas. E mui-tas nós podemos observar que realmente são. Por outro lado, nos-sas lideranças reúnem-se em Conselhos no diversos municípios, eem muitos casos as congregações não tomam nem conhecimentodo que é tratado nessas reuniões, muito embora cantemos em nos-sos cultos que “Somos uma família sem qualquer falsidade, viven-do a verdade...”. Saiam de suas zonas de conforto e possam de-nunciar a falta de políticas públicas que, se implantadas, poderãocom certeza minimizar o flagelo que tem assolado grande parte danossa sociedade.

Celso Bispo de Oliveira, membro daIgreja Metodista em Vila Nova – Resende/RJ

Oficial

Comissão Geral de Constituiçãoe Justiça – CGCJ

Requerente: Adriana Rivoire Menelli de OliveiraRequerido: Presidente do Colégio Episcopal – Bispo João Carlos LopesRelator: Nelson Magalhães Furtado

EMENTAMANDATO DE SEGURANÇA – AUSÊNCIA DE PREVISÃO CANÔNICA – RECE-BIMENTO COMO AÇÃO ORDINÁRIA – NECESSIDADE.DESCABIDA PRETENSÃO À REINTEGRAÇÃO NO CARGO DE DIRETOR/A GE-RAL – REITOR/A – INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 150, inciso IV, DOSCÂNONES DA IGREJA METODISTA/2007.Decisão unânime

São Paulo, 13 de dezembro de 2008.Dr. Nelson Magalhães Furtado – Relator

Participaram da votação:Eva Regina Pereira Ramão (2ª RE)Raquel de Souza Antunes Rodrigues (3ª RE)Marli Silva (4ª RE)José Augusto de Barros Faro (5ª RE)Hylceia Villas Boas de Oliveira (6ª RE)Sandoval de Freitas Jatobá Júnior (REMNE)

Janeiro 2009 3Palavra Episcopal

Arquivo: Sede Nacional

Nós, metodistas, nascemoscomo um movimento que recu-perou o encantamento do evan-gelho, valorizando a palavracomo luz para uma vida práticajá neste mundo. Num tempo emque a espiritualidade era culti-vada no contexto das práticasreligiosas relacionadas ao tem-plo, com suas expressões de pi-edade, o metodismo redescobrea misericórdia como face daverdadeira espiritualidade. Porisso, João Wesley vai afirmarque o cristianismo é uma reli-gião essencialmente social.

Ao olharmos para a vida eministério de Jesus esta verda-de fica muito fortemente evi-denciada. Ele inicia seu ministé-rio chamando discípulos, aosquais ele ensina. Os evangelhosregistraram o ensino de Jesusque foi iluminando cada aspectoda vida das pessoas e da vidado mundo. Aqueles que O busca-vam se maravilhavam da suadoutrina, porque Ele os ensina-va com autoridade. Cada pará-bola que Jesus conta fala de umaspecto da vida, cada cura queele realiza ilumina outra realida-de da vida, cada encontro queEle tem desvenda outros misté-rios. A vida de Jesus educa parauma vida bem-aventurada.

O metodismo chega ao Bra-sil anunciando o evangelho nalíngua do povo, e ensinando umevangelho que ilumina a vidaem seu dia a dia. Esta foi umaprática espiritual revolucionária.Culto, Escola Dominical, GruposSocietários e Colégios são espa-ços onde se serve a Deus, ser-vindo também a comunidade. Éuma comunidade comprometidacom a educação. A partir destefundamento, cria escolas secula-res e confessionais, onde a cul-tura é ensinada em diálogo coma luz do evangelho.

Em sua ação, os(as) meto-distas afirmam que é impossí-

Uma comunidade comprometidacom a educação

“Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse,aproximaram-se os seus discípulos: e ele passou a ensiná-los...” (Mt 5.1,2a)

Stanley da Silva MoraesBispo Honorário / Secretário

Executivo do Colégio Episcopal

vel servir a Jesus sem conhecero seu ensino; é impossível ser-vir a Jesus sem conhecer amissão que Jesus confia aosseus discípulos.

O metodismo crê num cris-tianismo prático, que o diferen-cia de outras denominações.Esta é uma contribuição dometodismo contemporâneo aopróprio cristianismo. Quandonascem outras igrejas, cons-troem um grande templo e juntoa ele pequenos espaços. Quandonasce uma Igreja Metodista seconstrói um edifício educacional,onde o povo é ensinado e emseu salão se celebra o culto. Aspessoas que se tornam parte

desta comunidade aprendem adiscernir o tempo em que estãovivendo e qual a sua missãonele. Com este discernimento aigreja organiza seus ministé-rios. Em ato contínuo a comuni-dade constrói seu templo. Paraos(as) metodistas a educação éparte da essência da vida cristãe da vida humana.

A questão que está diantede nós neste momento é: comoestamos tratando a educaçãoem nossas comunidades locais,e na vida de nossa Igreja comoum todo? João Wesley reuniu oprimeiro Concílio dos metodistaspara responder duas perguntas:O que estamos ensinando? Comoestamos ensinando? Estas per-guntas se colocam diante de nóshoje no Brasil.

Constatamos que a EscolaDominical está enfraquecida emmuitas de nossas igrejas. Hojetemos menos alunos na EscolaDominical do que no Culto. Te-mos mais templos novos do queedifícios educacionais. Há mui-tas salas de Escola Dominicalinadequadas para o ensino. E,com a falta de ensino e diálo-go entre os(as) metodistas eseus líderes, a falta de unida-de entre os(as) membros daIgreja cresce e os(as) crentessão levados por todo vento dedoutrina. Muitos(as) meto-distas não sabem o que os(as)diferenciam de outras denomi-nações.

Nossos Cânones declaramque a Igreja entende a Educa-ção Secular que ela promovecomo “o processo que ofereceformação melhor qualificadanas suas diversas fases, pos-sibilitando às pessoas o desen-volvimento de uma consciên-cia crítica e seu compromissocom a transformação da so-ciedade segundo a Missão deJesus Cristo”. (PVMI –Cânones 2007 – p.100) É porisso que a Igreja mantém es-colas. A escola é um espaço demissão da Igreja. Para manterescolas a Igreja precisa teruma visão clara de sua missãona Área de Educação e umagestão qualificada que via-bilize sua existência no Brasilatual.

Os Colégios existentes nopaís no final do século XIX einicio do século XX estão vol-tados para a cultura clássica,e não estão preocupados coma realidade social em que seencontram inseridos. Os colé-gios metodistas nascem pre-servando a cultura clássica,mas acrescentando o ensinoprático, que ilumina a vidadiária das pessoas. Por isso:

• eles são mistos, para en-sinar sobre os princípios quedevem orientar o relaciona-mento entre homem e mulher;

• existindo no meio urba-no, introduzem a educação fí-sica, como algo fundamental

para o desenvolvimentode uma vida sadia;

• se estabelecem emdiálogo com a sociedadeao seu redor, influencian-do em suas práticas eajudando a transfor-mação da cidade.

Constatamos a fra-gilidades de nossas ins-tituições hoje. Temosinvestido pouco nacapacitação de homense mulheres para seremeducadores/as meto-distas trabalhando emnossas instituições. Te-mos investido pouco napreparação de homense mulheres para faze-

rem a gestão de nossas insti-tuições.

Entendo que neste novoano temos diante de nós o de-safio de assumir um compro-misso novo com a educação,para que assim, como discí-pulos(as) de Jesus, possamosreavivar em nós o dom daeducação, com o qual nossaEscola Dominical, nossos gru-pos societários, nossos gruposde discipulados, nossas insti-tuições educacionais e sociaisexperimentarão a sua revi-tal ização, e nossa unidadeserá restaurada.

Orando para que o Senhornos fortaleça na restauração denosso compromisso educacional,

Fraternalmente, em Cristo,

Janeiro 20094 Memória

O leitor assíduo já decorou:1886 é o ano de nascimento dojornal evangélico mais antigo emcirculação no país: o MethodistaCatholico, nome original do atualExpositor Cristão. Não é o pri-meiro: a honra cabe ao jornal Im-prensa Evangélica, fundado pelomissionário presbiteriano AshbelGreen Simonton em 1864. Só que

o Imprensa Evangélica circulou “apenas” 28 anos, dando lugar aoutros dois jornais que também já não existem: O Estandarte,fundado em 1893; e O Puritano(1899). Em 1958, O Puritano uniu-se ao jornal Norte Evangélico, fundado em 1909, para formar oBrasil Presbiteriano – este, sim, presente até os dias de hoje.

Fundado pelo missionário americano John James Ransom, oExpositor nasceu com a proposta de informar e formar os seus

1...2...3! 123 anos de Expositor Cristão!

Jardim Ângela já é adultaIgreja completou 18 anos de existência

No mês de novembro celebramos 18 anos de existência comoigreja local.Foi um mês marcado por grandes alegrias, nobres con-vidados (Bispo Adriel de Souza Maia, Bispo Stanley Moraes, Rev.Wagner Ribeiro, Rev. Marcos Garcia, Ev. Davi Orsi, secretária Regi-onal de Ação Social, Jairma Guello e Ministério Toque dePoder), inauguração do prédio de Educação Cristã e Promoção àVida, homenagem regional à AMAS local, Vigília de Oração, Jejum deGratidão, recepção de novos membros e, acima de tudo, pela mani-festação da graciosa e abundante presença do Espírito Santo de Deusem nosso meio. A todos/as que fizeram desse mês um tempo espe-cial em nossa comunidade, a nossa sincera gratidão. À TrindadeSanta o nosso louvor, a nossa adoração e o nosso eterno amor.

Rev. João Batista Nunes de Medeiros

leitores e leitoras comocristãos(as) ecidadãos(ãs). Dizia oeditorial de estréia:“Todos os númerosterão as competen-tes Lições Interna-cionais; um oumais artigos dou-trinários; e omelhor que pu-dermos colherdos jornais bra-sileiros sobre as grandes questões do dia, tanto religiosas, comomorais e sociológicas”. Essa responsabilidade acompanhou o jornalao longo de toda a sua história. Veja abaixo um texto de 1967,atual até os dias de hoje:

Momento de oração, Bispo Adriel (à esq.) ora pelo pastor João Batista (degravata) e pelas lideranças da Igreja.

Bodas de DiamanteCelebrou-se com um Culto de Ação de Graças, no dia 15 de

novembro de 2008 na Igreja Metodista em Vila Medeiros, SãoPaulo, capital, o aniversário de 60 anos de vida conjugal deOctavio Alves dos Santos e Nair Silva dos Santos, pais do Rev.Octavio Alves dos Santos Filho e sogros da Revda.Dayse Gonçalvesdos Santos. Os celebrantes foram o Rev. José Carlos de Souza eRev. Martim Barcala (pastor local). Que o Senhor da vida continuea abençoar o casal e seus familiares.

Rev. Octavio Alves dos Santos Filho.Pastor na Igreja Metodista na Mooca.

“As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo” (Can-tares 8.7). Octavio e Nair celebram o amor vivido por 60 anos.

1 – Deve exercer uma função de crítica construtiva.2 – Deve viver à sombra de uma liberdade que a Igreja lhe pre-

cisa conceder contra todo poder, inclusive, o eclesiástico. A Igrejadeve ao jornalista o apoio pastoral (Tito 3.13)

3 – Precisa manter equilíbrio de interpretação tanto dos fatoscomo de seu sentido na história humana-divina.

4 – Deve ser um meio de comunicar a verdade. O jornalismo quenão é nada mais do que um auto-elogio eclesiástico é uma meia-ver-dade. Por respeito humano, por medo de represália eclesiástica, ojornalismo pode pensar que está servindo à Igreja, quando realmentea está deservindo.

5 – Precisa haver fuga da mediocridade. A mediocridade pro-cura dominar a quem não o é para encobrir a sua própria falta,“é uma cultura”.

6 – Precisa falar e escrever em linguagem simples. Há uma razãoteológica para isso. O próprio Novo Testamento não foi escrito nogrego clássico de Platão, mas no grego comum que o povo falava.Para alcançar o povo, o mesmo se dava com Jesus Cristo que, co-nhecendo o hebraico clássico, falava ao povo na língua de todos osdias.

7 – Finalmente, é importante que não se ignore o aspectoecumênico da obra do jornalismo cristão. Isto não significa menos-prezar as raízes da tradição denominacional, mas aprofundando-senelas, ganhar uma visão do todo.

De uma palestra do Rev. Jorge César Mota no I Seminário de Es-critores Metodistas Jovens, publicado no jornal Expositor Cristão de1 de abril de 1967, página 7.

Características do jornalismo cristãoIgreja M

etodista do Jardim Angela

Arquivo pessoal

Janeiro 2009 5Oficial

Em sua reunião de novembro oColégio Episcopal aprovou o Regula-mento da Ordem Diaconal.

Antes do 18º Concílio Geral aconte-ceu um Fórum sobre a Ordem Diaconal,que gerou documentos definindo a mis-são desta ordem na Igreja Metodista. OConcílio elegeu um grupo de trabalhoque encaminhou ao Colégio Episcopal aproposta de Regulamento da OrdemDiaconal.

Os Cânones assim definem a or-dem: “Ordem Diaconal é a categoriaeclesiástica leiga, na qual a IgrejaMetodista, com a autoridade e direçãodo Espírito Santo, acolhe, em nome deDeus, pessoas que ela reconhecevocacionadas para a prestação de mi-nistérios especiais, reconhecidos pelaIgreja, sem distinção de sexo, consa-grando-as e ordenando-as para o de-sempenho da Missão.”(Cânones 2007,art. 16)

Os Cânones (art. 19) estabelecemos seguintes deveres e direitos paraos membros da Ordem Diaconal: Osdeveres e direitos do membro da Or-dem Diaconal são os seguintes: I -pôr-se à disposição do Bispo ou Bispa presidente para prestaçãode serviço não pastoral; II - cumprir as obrigações inerentes à suanomeação; III - receber subsídio quando nomeado com ônus; IV -gozar vitaliciedade na ordem, respeitados os dispositivoscanônicos; V - gozar de todos os direitos de membro leigo daIgreja; VI - desligar-se, voluntariamente, da ordem; VII - sermembro do Concílio Regional, quando eleito. Parágrafo único. Omembro da Ordem Diaconal não exerce funções pastorais.

Ordem Diaconal foi regulamentada

Avança organização da Ordem PresbiteralO grupo de trabalho eleito pelo 18º Concílio Geral para asses-

sorar o Colégio Episcopal na regulamentação da Ordem Presbiteral– grupo composto pelos presbíteros/a Herber Junker, NicanorLopes, Renilda Martins e Rui de Souza Josgrilberg – encaminhou odocumento “Princípios, Fundamentos, Organização e Contornos daOrdem Presbiteral”.

Após um seminário envolvendo o grupo e os bispos e bispa,abordando o documento, ele foi aprovado.

A Ordem Presbiteral da Igreja Metodista tem por objetivo odesenvolvimento espiritual e vocacional dos(as) presbíteros(as)metodistas, a manutenção da disciplina, unidade e a identidadeda Igreja Metodista no cumprimento de sua missão.

Este documento está organizado em dez itens, que definem osseguintes aspectos: histórico, natureza, objetivo, membros, go-verno, organização, “Câmara de Vocação e Espiritualidade”, “Câ-mara de Disciplina”, “Câmara de Assuntos da Ordem” e “Câmarade Práticas Pastorais”.

A organização da Ordem Presbiteral prevê a existência de duascâmaras permanentes em nível nacional e duas câmaras permanen-tes em nível regional. São nacionais as câmaras de “vocação eespiritualidade” e “assuntos da ordem”. São regionais “disciplina”e “práticas pastorais”.

Designação EpiscopalEm sua reunião de 18 de novembro o Colégio Episcopal decidiu designar o Bispo Josué Adam Lazier como bispo para a Co-

ordenação Nacional de Educação Cristã e Departamento Nacional de Escola Dominical. Esta designação entra em vigor nesta data.São Paulo, 18 de novembro de 2008.

Bispo João Carlos Lopes – Bispo Presidente do Colégio Episcopal e Cogeam

Conforme o Regulamento aprova-do a Ordem se organizará em doisníveis de colegiados. No nível nacio-nal é estruturada de forma confede-rada e governo colegiado, constituí-do pelos presidentes dos ConselhosDiaconais Regionais, denominada“Confederação da Ordem Diaconal”.No nível regional é estruturada naforma de Assembléia Diaconal e Con-selho Diaconal. A Confederação da Or-dem Diaconal é subordinada ao Colé-gio Episcopal, enquanto a AssembléiaDiaconal e o Conselho Diaconal sãosubordinados ao/à Bispo/a Presiden-te da Região.

São funções e atividades do (a)diácono e diaconisa: exercer minis-tério de serviço, no relacionamentoda Igreja com o mundo e suas neces-sidades; atuar no ensino e, quandonecessário, na proclamação da Pala-vra; auxiliar na ministração dos sa-cramentos; atuar na formação depessoas; apoiar todas as iniciativasque preservem e valorizem a vidahumana. O/A Diácono(isa) estávinculado(a) aos serviços da Igreja

em todas as áreas ministeriais.No site da Igreja Metodista (www.metodista.org.br) está o Regu-

lamento da Ordem Diaconal na íntegra, e agora se inicia o tempo dochamado, capacitação e ordenação desta Ordem, que renasce naIgreja de Dons e Ministérios.

Bispo Stanley Moraes,Secretário Executivo do Colégio Episcopal

Conforme o documento aprovado, na Igreja “um pequeno gru-po é destacado como pessoas vocacionadas a se dedicarem a umserviço especial, marcado de forma visível e reconhecido de for-ma clara pela própria Igreja, para cuidá-la em sua constituiçãodoutrinária, zelar pela pregação e pelo estudo da Palavra, minis-trar corretamente os sacramentos, bem como estar atento pas-toralmente sobre suas práticas. Esse grupo trabalha para que aIgreja continue Igreja, fiel à vocação e aos seus princípios, desdeos apóstolos até hoje, uma Igreja que vive continuamenteameaçada em sua doutrina e prática pelos contextos sociais,culturais, históricos”. “Cabe aos presbíteros, e ao colégio debispos que os preside, a responsabilidade de unidade da Igrejae de preservar o caminho na direção apontada pelos apóstolosdesde o princípio da fé cristã”.

O grupo de trabalho, que atua sob a coordenação do BispoAdriel, está preparando o documento a ser publicado, já com asmodificações estabelecidas pelo Colégio Episcopal.

A partir deste momento começa a ter forma a organização da Or-dem Presbiteral, que terá Câmaras Regionais e Câmaras Nacionais.

Bispo Stanley Moraes, SecretárioExecutivo do Colégio Episcopal

Janeiro 20096 Oficial

Comissão Geral de Constituiçãoe Justiça - CGCJ

Consulta de LeiAssunto: Nomeação de Superintendente DistritalConsulente: Rev. Manoel Horácio da SilvaRelatora: Dra. Eva Regina Pereira Ramão

EMENTANomeação superintendente distrital, lista tríplice.Obrigatoriedade. Impossibilidade de inovação.Inteligência dos artigos 97, inciso VII e 116,inciso II dos Cânones 2007.Decisão unânime.

São Paulo, 11 de outubro de 2008Dra Eva Pereira Ramão (2ª RE) - RelatoraDr. Nelson Magalhães Furtado (1ª RE) – Presidente

Participaram da votação:Raquel de Souza Antunes Rodrigues (3ª RE)Marli Silva (4ª RE)José Augusto de Barros Faro (5ª RE)Joaquim Alves Barros Neto (REMA)Sandoval de Freitas Jatobá Júnior (REMNE)

Comissão Geral de Constituiçãoe Justiça - CGCJ

Recurso OrdinárioAssunto: Reforma do julgamento da Comissão deDisciplina da 3ª RERecorrente: Kelsen Barbosa de JesusRelator: Dr. Nelson Magalhães Furtado

EMENTARecurso contra decisão de comissão disciplinar.Posterior desligamento. Carência de ação. Reco-nhecimento.Decisão unânime.

São Paulo, 11 de outubro de 2008.Dr. Nelson Magalhães Furtado (1ª RE) – Presidente

Participaram da votação:Eva Regina Pereira Ramão (2ª RE)Raquel de Souza Antunes Rodrigues (3ª RE)Marli Silva (4ª RE)José Augusto de Barros Faro (5ª RE)Joaquim Alves Barros Neto (REMA)Sandoval de Freitas Jatobá Júnior (REMNE)

Comissão Geral de Constituiçãoe Justiça - CGCJ

Recurso Ex OfficioRecorrente: CRJ 1ª RERecorrida: COREAM 1ª RERelatora: Dra. Raquel de Souza Antunes Rodrigues

EMENTAAtos e decisões divulgados em órgão oficial regio-nal. Validade independente de publicação no Expo-sitor Cristão. Inteligência do artigo 12, inc. IIIdos Cânones 2007

Jornal Regional é Órgão Oficial para dar publicida-de dos atos e decisões deliberados para a vida emissão da Igreja no âmbito regional.Decisão unânime.

São Paulo, 11 de outubro de 2008.Dra. Raquel de Souza Antunes Rodrigues - RelatorDr. Nelson Magalhães Furtado – Presidente

Participaram da votação:Eva Regina Pereira Ramão (2ª RE)Marli Silva (4ª RE)José Augusto de Barros Faro (5ª RE)Joaquim Alves Barros Neto (REMA)Sandoval de Freitas Jatobá Júnior (REMNE)

Comissão Geral de Constituiçãoe Justiça - CGCJ

Recurso: Recurso Ex Officio de Consulta de LeiRecorrente: CRJ da 4ª RERecorrido: Rev. Sérgio Arantes Pinto

EMENTAClérigo/a inativo/a e Bispo/a Emérito/a e Honorá-rio/a, direito de ser votado/a para cargo ou fun-ção regional ou distrital. Reconhecimento. OsCânones/2007 asseguram o direito de ser votado declérigo inativo ou de Bispo Emérito ou Honorário.Decisão unânime.

São Paulo, 11 de outubro de 2008.José Augusto de Barros Faro (5ª RE) - RelatorDr. Nelson Magalhães Furtado (1ª RE) – Presidente

Participaram da votação:Eva Regina Pereira Ramão (2ª RE)Raquel de Souza Antunes Rodrigues (3ª RE)Marli Silva (4ª RE)Joaquim Alves Barros Neto (REMA)Sandoval de Freitas Jatobá Júnior (REMNE)

Comissão Geral de Constituiçãoe Justiça - CGCJ

Recurso: Recurso Ex OfficioRecorrente: CRJ da 2ª RERecorrido: Eliezer Elias dos Santos Marques

EMENTAExistência de grupo societário em Ponto missioná-rio e congregações. Possibilidade.

Decisão unânime.São Paulo, 11 de outubro de 2008.

Sandoval de Freitas Jatobá Júnior (REMNE) -RelatorDr. Nelson Magalhães Furtado (1ª RE) – Presidente

Participaram da votação:Eva Regina Pereira Ramão (2ª RE)Raquel de Souza Antunes Rodrigues (3ª RE)Marli Silva (4ª RE)Joaquim Alves Barros Neto (REMA)

Janeiro 2009 7Pela Seara

No mês de novembro de 2008, aIgreja Metodista completou 110 anosno Distrito de Anta, na cidade deSapucaia, Rio de Janeiro. E para co-memorar este evento histórico reali-zou uma grande festa de louvor eadoração nos dias 27, 28, 29 e 30 denovembro com a presença de pasto-res convidados e do bispo Roberto da4ª Região Eclesiástica. Esteve presen-te também a Comunidade Evangélicade Nilópolis que participou do eventono sábado.

Durante estes 110 anos, a IgrejaMetodista em Anta tem participado do crescimento cultural, sociale espiritual da comunidade, trazendo fé, paz, harmonia e amor navida das pessoas, sendo uma igreja a serviço do povo.

Em 2008 esta igreja, juntamente com seu pastor, dedicou-sea testemunhar a graça e a vitalidade do Evangelho de Cristo, comuma nova aparência. Foram intensos dias de muito trabalho ededicação para festejarmos os 110 anos de metodismo em Antacom a nossa Igreja totalmente reformada em seu exterior e SalãoSocial, reparando e revitalizando o nosso templo, visando mantersuas características históricas que a tem tornado um marco paraesta cidade e para a Igreja Metodista no Brasil.

Contudo, a missão não termina aqui, ela apenas começou,Deus tem nos chamado a conquistar 10% da população, 550 dis-cípulos em Anta. Para isso, fomos desafiados por Deus a formar-mos a “Geração dos 550”, ou seja, uma geração de discípulos quevivem o amor, a libertação, a transformação, a santidade e opoder de Deus em suas vidas: “Ide, portanto, fazei discípulos detodas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e doEspírito Santo”. (Mateus 28.19).

Pr. Fabrício Roger de Souza Lopes

Centenária de olhono futuro

Doação de sangue: acampanha continua!

Nos dias 14,15 e 16 de novembro de 2008 aconteceu o IISeminário Regional de Educação Cristã da Região Missionária daAmazônia – Rema. Altamira, Pará, que sediou o evento, teve aoportunidade de participar pela primeira vez. O curso, organizadopelo Ministério Regional de Educa-ção Cristã e coordenado porDeise Coimbra, contou com umgrupo de 35 pessoas, com a par-ticipação de 6 pastores(as).

A REMA tem um trabalho deEducação Cristã que tem feito di-ferença, com a preocupação deatuar junto aos distritos possibi-litando que toda a liderança, gru-po de leigos(as) e clérigos (as)tenham acesso às publicações daIgreja Metodista e possam rece-ber capacitação.

Este ano especialmente muitonos tocou o coração chegar emuma região com uma comunidadecomprometida e que pela primei-ra vez recebia um grupo paraparticipar de um Encontro

Educação e vidaAltamira sedia seminário de educação cristã

Distrital. Recepcionadas pela beleza do rio Xingu, pelo carinho deirmãos e irmãs e pela alegria de servir a Deus, vivemos momen-tos maravilhosos de troca de experiências e de bênçãos.

Estiveram representadas as igrejas de Capanema, Belém,Altamira, Paragominas, Macapá,Marabá e Uruará. Escola Domini-cal, música, discipulado e Proje-to Sombra e Água Fresca foramalguns dos temas trabalhadosnas várias oficinas.

Nosso carinho para Rema, emespecial ao Rev. Antonio Carlos esua família, bem como toda co-munidade de Altamira, que nosacolheu com tanto carinho e têmrealizado o seu trabalho brilhan-temente. Que Deus abençoe atodos e todas!

Elci Lima (Departamento Nacio-nal de Trabalho com Crianças) e Rute Bertoldo Vieira Moraes

(Redatora dasRevistas Bem-Te-Vi)

No dia 22 de novembro de 2008, um grupo da Igreja MetodistaCentral de Santa Maria, Rio Grande do Sul, realizou doação desangue no Hemocentro da cidade em homenagem ao Dia Nacionaldo Doador de Sangue e como parte das comemorações dos 107anos da Igreja. Santa Maria aderiu à Campanha “Um doador desangue salvou a minha vida”, que integra a Campanha deEvangelização da Igreja Metodista. Um expressivo número de vo-luntários, devidamente uniformizados com a camiseta da Campa-nha, dirigiu-se até a Praça Saldanha Marinho para divulgar, convi-dar e doar seu sangue. Das 9 horas da manhã até as 16 horasdaquele sábado foram arrecadadas 48 bolsas de sangue graças aoempenho dos/as irmãos/ãs. O Pastor Dimorvan de Melo Trelha ea Pastora Fátima Beatriz Teixeira Martins acompanharam de pertoe registraram o evento.

Janilson Barboza da Costa - Encarregado do Boletim da Igreja

fotos: Divulgação

Janeiro 20098 Capa

Quero conhecimento. Quero que Deus apa-reça e converse comigo. Mas ele fica em si-lêncio..., diz o cavaleiro. Você está se ma-goando a si mesmo, responde a Morte.

Antonius Block volta das Cruzadas e encontra a Morte. Propõea ela uma partida de xadrez. Enquanto estiverem jogando, eleainda terá tempo para buscar respostas, para encontrar Deus.Afinal, “ninguém pode enfrentar a Morte sabendo que foi tudo emvão”. Prepare-se. Agora você vai viver uma história de encontrose fugas, alegrias e incertezas, amor e revolta. A história mais fas-cinante de todos os tempos...a “única”, diriam os teólogos: arelação entre o homem e o sagrado. E quem vai nos contar essahistória é o cinema. O filme “O Sétimo Selo”, do diretor suecoIngmar Bergman, é um dos protagonistas dessa narrativa.

Por que eu não posso tirarDeus de dentro de mim?

Se o especialista em história das religiõesMircea Eliade pudesse responder ao cavaleiro

atormentado de Bergman, ele diria que a mitologia e a religiãosimplesmente fazem parte do homem, mesmo que esquecidas nocanto mais fundo do inconsciente. “Começamos a compreenderhoje algo que o século XIX não podia nem mesmo pressentir: queo símbolo, o mito, a imagem pertencem à substância da vidaespiritual, que podemos camuflá-los, mutilá-los, degradá-los, masque jamais poderemos extirpá-los”. Assim, não surpreende que ocinema, que também já foi chamado de “fábrica de sonhos”,tenha apresentado imagens religiosas logo nos primeiros anos devida, apesar de sua origem genuinamente profana – um fruto darevolução industrial.

Foi no ano de 1895 que os irmãos Lumière, Louis e Auguste,mostraram ao mundo o cinematógrafo, invento que buscava repro-duzir a realidade quadro a quadro. Mas se os irmãos fotógrafosderam corpo ao cinema, foi o mágico Georges Méliès que lheconferiu alma, ao descobrir a trucagem. A partir das novas pos-sibilidades técnicas, ele incorporou a fantasia ao cinema e, assim,abriu um novo campo para a criação de filmes como o seu “Cristoandando sobre as águas”, de 1899. Surgiu, então, uma avalanchede filmes sobre Jesus e outros temas bíblicos. É claro que já haviaum interesse prático, lembra Ismail Xavier, professor de cinemana Universidade de São Paulo: em tempos de cinema mudo, eramuito mais fácil contar uma história já conhecidapor todos, como a vida de Cristo. Afinal, o cine-ma nunca esqueceu sua origem como produto daindústria cultural: era necessário criar público paraa nova forma de entretenimento.

Você não irá parar de fazer per-guntas? diz a Morte. Nunca vouparar, responde o cavaleiro.Mas você não terá respostas.

Para Martin Cezar Feijó, professor de Educação,Arte e História da Cultura da UniversidadeMackenzie, é justamente da tensão entre o huma-no e o divino que nasce a poesia. Contudo, essatensão não existe, necessariamente, nos filmesque recebem o rótulo de “religioso”. Ele cita comoexemplos os grandes épicos hollywoodianos do pós-guerra, como o filme “Os Dez Mandamentos”, de

Imagens de féNeste período de férias, a tela do cinema ou da TV pode proporcionar maisdo que um momento de lazer em família: pode trazer alimento espiritual.

1956, de Cecil B.DeMille. Eles trazem um discurso muito maisideológico do que religioso, apregoando os valores do americanway of life. A “mensagem” dos Dez Mandamentos está menos naspalavras do Moisés com jeitão renascentista, interpretado peloator Charlton Heston, do que no prólogo do filme, um discursofeito pelo próprio DeMille: “O homem deve ser governado por leisdivinas ou se submeter aos desmandos de um ditador?”

Mas a ideologia de Hollywood é, acima de tudo, o lucro. Porisso, os filmes dessa época também traziam a receita certa paralotar bilheterias e enfrentar a concorrência da televisão emergen-te: imagens grandiosas e um melodrama com pitadas de erotismo.Em meio a uma fé romântica, era sempre possível encontrar oolhar insinuante de uma diva ou um belo par de pernas. Conta-seque o diretor D.W.Griffith, autor de Intolerância – considerado umdos melhores filmes da história do cinema e um dos maiores fra-cassos de público – chegou a comentar, indignado: “Eu nunca vouusar a Bíblia para despir uma mulher!”

Ácido na crítica, o teólogo Roberto Francisco Daniel, o padreBeto, cinéfilo e autor de livros sobre o assunto, define os épicosreligiosos hollywoodianos com uma única palavra: “kitsch”. Mais doque uma definição estética, para ele kitsch é o filme destinado atrazer a “verdade” pedagogicamente. Segundo o padre Beto, esseé o caso do filme “Maria, Mãe do Filho de Deus”, concebido eprotagonizado pelo padre Marcelo Rossi. “O máximo que se podedizer do filme é que é bonitinho. Mas não leva a uma reflexão sobreminha vida”.

O trovador Jof vê a Virgem Maria com omenino Jesus. A esposa Mia sorri. Ela jánão se espanta com as visões do marido,que ainda tenta convencê-la: Você nãoacredita, mas é verdade. Não do tipo deverdade que você vê, mas outro tipo.

Para o pastor luterano Joe Marçal Gonçalves dos Santos o fil-me kitsch hollywoodiano também poderia ser chamado deidolátrico. “Idolátrico é o oposto de simbólico”, ele explica. “Comosímbolo, Deus sempre está além do que chamamos Deus. Já ofundamentalista vai dizer que Deus está na Bíblia ou no Alcorão eponto final. No cinema, o perigo da idolatria é a simplificação darealidade”. O teólogo Etienne Higuet concorda. Professor da Uni-versidade Metodista, ele defende que a imagem tem que se tornar“transparente” ao sagrado. Ou seja, vemos o sagrado “através”

e não “na” imagem.Higuet e Marçal fundamentam suas opiniões

nos estudos de um teólogo alemão do princípiodo século passado, Paul Tillich, expoente dachamada “teologia da cultura”. SegundoTillich, a religião seria a dimensão da profun-didade que perpassa todos os aspectos do es-pírito humano. Assim, é possível distinguir osagrado em manifestações culturais que, apa-rentemente, não são religiosas. É o que o pas-tor Joe Marçal faz na avaliação do filme Cen-tral do Brasil, tema de sua tese de mestradona Escola Superior de Teologia de São Leopoldo,Rio Grande do Sul. No filme de Walter Salles, aprofessora aposentada Dora, solitária e amar-ga, sobrevive escrevendo cartas para os anal-fabetos que passam pela Central do Brasil, noRio de Janeiro. Lá ela conhece o menino José,que perdeu a mãe atropelada. A contragosto,

Os Dez Mandamentos”, de 1956, deCecil B.DeMille: épico hollywoodiano degosto kitsch.

Janeiro 2009 9Capa

acaba levando-o ao interior do nordeste, para que ele encontre opai. O filme expressa movimentos de busca e fuga relacionadosà figura paterna: José busca o pai no sertão, Dora foge de suaslembranças de infância. Numa cena que lembra uma “Pietá inver-tida”, José dá colo a Dora e o relacionamento de ambos ganhanova dimensão. “A exaustão de Dora na Casa dos Milagres é amorte simbólica que dá lugar a uma nova Dora, renascida nos bra-ços de Josué”, diz Marçal. Segundo o pastor, o filme desidolatraa figura do pai. Não nega sua legitimidade, mas a ressignifica,apontando para o que é “central”: o indivíduo autônomo diantedo outro. “No abandono surge a possibilidade de descobrirem-secomo centros de si mesmo, por meio do encontro mútuo”.

A tigela de leite e de morangos sil-vestres é compartilhada por todos.Satisfeita, a atriz Mia deita-se nogramado sob o sol e diz: “Como issoé bom. Um breve momento. Todos osmomentos são breves, um dia não écomo o outro”.

No filme de Bergman, o cavaleiro Antonius Block e seu escu-deiro Jõns parecem ser duas faces de uma mesmo desencanto:Jõns nega o sagrado pelo materialismo (“Desprezo a Morte, dourisada de Deus, porém, agrado a uma mulher”); Antonius o con-testa pelo racionalismo. A família de artistas circenses – Mia, Jofe o bebê (esses nomes não lembram os de Maria e José?) opta-ram por um outro caminho: o amor à vida e à arte.

O resgate do sagrado pela arte fica ainda mais evidente emAndrei Rublev, filme de 1966, do cineasta russo Andrei Tarkovsky.Durante toda a vida o monge e pintor de ícones do século XV foiconfrontado com a maldade do homem decaído. Haverá salvaçãopara a humanidade? A angústia leva ao isolamento: Andrei faz votode silêncio e desiste de pintar. Até que ele encontra o adolescenteBoriska, filho de um fabricante de sinos morto pela peste. Herdeirodo ofício paterno, o garoto é incumbido de construir um sino parao rei. E se falhar, será decapitado. Boriska entrega-se com toda pai-xão ao trabalho e, quando o sino ecoa, confessa, entre lágrimas:havia mentido ao dizer que conhecia os segredos do pai. Sua obranão nascera, portanto, do conhecimento, mas da fé. A partir dessemomento, Andrei Rublev volta a pintar. É claro que a maldade e osofrimento humanos ainda existem. Por quanto tempo? “Para sem-pre, suponho”, responde o diretor Tarkovsky em uma das cenas dofilme. “No entanto, quão belo é tudo isso”.

Suzel Tunes (publicada originalmente naRevista das Religiões, Editora Abril)

Cena do filmeCentral do Brasil,de Walter Salles:comoventemensagemde fé emfilme não religioso

Sofá e pipocaDicas de DVDs para as férias em família

Horton e o mundo dos Quem – Sóacreditamos naquilo que podemosenxergar como nossos própriosolhos? Esta é a grande questão quefaz deste filme infantil mais do queum entretenimento, mas uma opor-tunidade para mostrar às crianças adimensão da fé e do amor.

A Família do Futuro – Quandoestamos em família, somosrespeitados(as) em nossas diferen-ças e amados(as) incondicionalmen-te. Foi o que o pequeno inventorLewis descobriu, depois de fazeruma maluca (e divertida) viagemno tempo.

Crônicas de Nárnia – PríncipeCaspian é o segundo filme da sé-rie infanto-juvenil baseada naobra do escritor cristãoC.S.Lewis. A terra encantada deNárnia foi dominada por piratas eCaspian precisa restaurar o reino.Preste atenção no leão Aslam: éuma sutil alusão a Cristo.

Compromisso Precioso – Foi este ofilme que a Associação Billy Grahamescolheu para ser veiculado em umcanal aberto de TV no terceiro dia dacampanha evangelística, 8 de no-vembro. Um grave problema de saú-de acomete uma família e ameaçasua fé e os vínculos de união. Mas afé em Jesus dá forças para viver.

Lutero – A vida do reformador ale-mão e domovimen-to protes-tante con-

tada com profissionalismo, cuidadohistórico, sensibilidade e um elencode primeira: Joseph Fiennes no papelde Lutero e Alfred Molina como Tetzel.

Antes de partir – O que você gosta-ria de fazer antes de morrer? Doishomens descobrem que têm poucosmeses de vida e resolvem aproveitá-

los com toda intensi-dade. Uma história so-bre a alegria de viver,contada por dois gran-des atores: MorganFreeman(à direita) eJack Nicholson.

fotos: Divulgação

Janeiro 200910 Missões

As enchentes e desabamentos ocorridos no estado de SantaCatarina durante o mês de novembro deixaram cerca de oitentamil pessoas desabrigadas. A Sede Regional da 6ª Região Eclesiás-tica da Igreja Metodista, que compreende os estados de Paraná eSanta Catarina, está coordenando as ações de ajuda. O telefoneda Sede Regional é (41) 3323-1675. Uma conta bancária foiestabelecida para as ofertas em dinheiro:

Caixa Econômica Federal - Agência: 0377 – Código da ope-ração: 003 - Conta corrente: 3.605 – 1

“Várias pessoas e grupos da igreja estão se mobilizando e cre-mos ser necessário que esses esforços sejam bem coordenados paraque possamos conseguir maior eficácia”, afirmou o bispo JoãoCarlos Lopes, presidente da 6ª RE e do Colégio Episcopal. Existembelos exemplos de solidariedade: na primeira semana de campa-nha, a Igreja Metodista em Ijuí, Rio Grande do Sul, já havia con-seguido reunir cerca de 4 mil kg em doações de alimentos nãoperecíveis, água, cobertores, colchões etc , lotando um caminhãoque seguiu para as áreas necessitadas. A separação e triagem domaterial arrecadado foi realizada no salão social da Igreja. Insti-tuições metodistas de ensino também se solidarizaram. A PastoralEscolar e Universitária do Instituto Metodista IPA, de Porto Alegre,RS, lançou a campanha “Mãos Solidárias”, arrecadando água, ali-mentos não perecíveis e material de higiene e limpeza.

Esta mobilização deve se manter mesmo após o período deemergência, quando chega o momento da reconstrução das casase a necessidade de comprar cama, colchão, fogão, mesa, cadeira,lembra o bispo Stanley Moraes, secretário do Colégio Episcopal.

“Nesta hora cabe a nós manter a chama da solidariedade.Podemos continuar depositando na conta destinada ao socorropara que, através de nossas comunidades locais, possamos apoiaras famílias neste segundo momento”.

Solidariedadea Santa Catarina

As universidades têm um compromisso com a sociedade na qualestão inseridas e para a qual preparam profissionais todos os anos.Quando se fala em universidade confessional, este compromisso é oque dá sentido à sua própria existência. Esta consciência criou, hácerca de dois anos, uma produtiva parceria entre o Centro Univer-sitário Metodista Izabela Hendrix e a Fundação Metodista, em BeloHorizonte. Atualmente existem três projetos em andamento:

Bolsas de Estudos para agentes sociais: 50 agentes sociaisda Fundação Metodista e de projetos conveniados sãoselecionados(as) para receberem bolsas de estudos integrais juntoao Izabela. Esses(as) agentes são pessoas indicadas pelas igrejaslocais ou entidades conveniadas, e selecionados(as) após aprova-ção em vestibular e avaliação socio-econômica. Além da seleçãoe encaminhamentos, a Fundação Metodista acompanha a atuaçãosocial desses(as) bolsistas nos projetos sociais e realiza periodi-camente encontros de reflexão, capacitação e intercâmbio.

Projetos de Extensão: nestes projetos, os alunos podemaprofundar seus conhecimentos ao mesmo tempo em que prestamserviços relevantes à comunidade.Em 2007 foram doze projetos deextensão; nesse ano foram dez projetos atuantes nos trabalhossociais ligados à Fundação Metodista, abrangendo diversos cursosnas áreas de fisioterapia; administração e arquitetura, enferma-gem, ciências biológicas e nutrição e fonoaudiologia.

Programa de Formação de Liderança e Agentes Sociais:com o objetivo de qualificar universitários(as) bolsistas para umaatuação cidadã e para a transformação social a FundaçãoMetodista elaborou em 2007 e executou em 2008 esse programacom todos(as) bolsistas do Izabela Hendrix. O programa baseou-se em encontros de temática social e cidadã, leitura de textos eprodução escrita. Foram cinco encontros no primeiro e cinco nosegundo semestre, alcançando mais de 1.600 universitários(as).Os encontros tiveram a participação de palestrantesespecializados nas várias temáticas abordadas: políticas de gêne-ro, população de rua, raça, terra, discriminação sexual, vistas soba ótica do direito e sob a ótica bíblico-teológica.

Durante estes dois anos, estas parcerias tiveram a assessoriatécnica do educador, teólogo e psicólogo Cleber Lizardo Assis, oKebel. Além da importância dessa articulação entre a academia ea comunidade, capaz de criar espaços de ação e reflexão parauma prática cidadã, Kebel destaca o papel estratégico de se teruma entidade de assistência social como promotora do programa,o que fortalece sua legitimidade.

Infelizmente, a Fundação Metodista está perdendo este profis-sional. Assim como toda a área social da Igreja, a Fundação sofrecom a falta de recursos financeiros. Kebel continuará próximo aosprojetos, pelo compromisso pessoal que tem com a missão. Será,no entanto, uma participação voluntária, com disponibilidade maisrestrita. A bem-sucedida parceria Fundação-Izabela prova, maisuma vez, que é necessário olhar com verdadeiro interesse para aárea social da Igreja Metodista, que tantos projetos transforma-dores têm realizado.

Educação cidadãParceria entre Fundação Metodista e Izabela

Hendrix articula academia e comunidade

Metodistas na Suíça

Salão social da Igreja de Ijuí, RS, transformou-se em central de triagem dasdoações para Santa Catarina

Na foto, o bonito grupo de novos membros da Comunidade Cristã Latino-americana em Genebra, Suíça, recebidos em culto realizado no dia 23 de no-vembro. Sejam todos/as bem vindos/as à sua nova família!Pastor Jairo Monteirohttp://www.metodistadegenebra.ch/

Da esquerda para a direita: Kebel, Têca e Gordon Greathouse. Equipe daFundação Metodista levou a universidade a experiência do trabalho social.

fotos: Divulgação

Janeiro 2009 11Missões

Campanha de sucesso

No município de Eldorado, no Vale doRibeira, estado de São Paulo, funcionaum dos pólos de educação à distância daUniversidade Metodista. Os dezesseiscursos de nível superior oferecidos lápodem dar novos rumos à história dosjovens residentes na região, uma dasmais pobres do estado. Dentre os alu-nos do Pólo existem atualmente 14quilombolas, descendentes de escravosrefugiados em quilombos ao longo dosséculos XVII e XVIII.

No dia 29 de novembro, como partedas comemorações do Mês da Consciên-cia Negra, o Ministério de Ações Afir-mativas Afro-descendentes da 3ª Regiãopromoveu uma visita a um dosquilombos do Vale do Ribeira, oIvaporunduva. Lá, o grupo pôde conhecer uma comunidade orgu-lhosa de suas origens e consciente de sua cidadania. A comunidadede Ivaporunduva vive da agricultura de subsistência e da vendade banana orgânica e artesanato. Muitos jovens pretendem con-tinuar em suas terras de origem e, para isso, buscam estudo ecapacitação na própria região. A parceria com a UniversidadeMetodista de São Paulo vem suprir uma carência de ofertas de en-sino superior no Vale do Ribeira.

Segundo Cristina Américo, integrante da equipe de coordena-ção do Programa de Apoio a Universitários(as) Quilombolas, a

Quilombolas na MetodistaEm Eldorado, Pólo de Educação à Distância da Universidade Metodista

forma universitários da comunidade quilombola

meta é chegar a 100 estudantes em três anos.Para isso, eles contam com a solidariedade depessoas que possam dar apoio financeiro ouatuar como mentores do curso, compartilhandoexperiências e conhecimentos com os alunos ealunas.

O apoiador financeiro pode contribuir como valor integral ou uma parcela do custo damensalidade, que é de cerca de R$200,00. Sequiser e puder, ajuda com materiais escolares,livros, cesta básica, agasalhos, cursos especi-ais, inscrição em Congressos, etc. O mentorescolhe um(a) aluno(a) e acompanha seu de-senvolvimento escolar e pessoal, provendoapoio moral, encorajamento, visão e recomen-dações. E se quiser, pode visitar o estudanteno quilombo.

Os(as) estudantes beneficiados(as) pelo pro-grama comprometem-se a dar o melhor de si nos estudos e reali-zarem no mínimo quatro horas semanais de trabalho voluntário.“Estamos felizes com as possibilidades de parcerias com os inte-grantes do Ministério AA – Afro e sua coordenação no apoio em umaou mais áreas que se fazem extremamente necessárias para o su-cesso acadêmico do universitário (a) quilombola”, diz CristinaAmérico.

Se você quiser participar deste projeto, entre em contato coma coordenadora do ministério, Diná da Silva Branchini, pelo tele-fone (11) 4743-2780 ou e-mail: [email protected]

Veja como funciona o pólo de educação à distância daMetodista

1. O professor: O professor dá uma aula no estúdio daMetodista (campus Rudge Ramos), com o auxílio de recursosaudiovisuais, como apresentações de slides ou vídeos.

2. A tecnologia: A teleaula é transmitida ao vivo, via sa-télite, para Pólos Regionais de Apoio Presencial, espalhadospelo país.

3. A sala de aula: Uma sala de teleaula tem capacidadepara até 60 pessoas. A turma acompanha a aula e interagecom os monitores.

4. Os monitores: Durante a teleaula, o professor tira dú-vidas dos alunos, além de propor algumas questões para se-rem resolvidas na hora. As dúvidas e respostas são reunidaspor monitores nas salas de aula, que as enviam para o estú-dio da Metodista, via Internet.

5. Os tutores: No estúdio, tutores capacitados no temada aula recebem as dúvidas e respostas coletadas de todosos Pólos e selecionam aquelas que o professor deva comentar.Os próprios tutores respondem às demais dúvidas.

6. As aulas-atividades: Além da teleaula, as aulas à dis-tância também contam com um período de atividades, rea-lizados no laboratório de informática do Pólo (em média 5alunos por computador). Da Metodista, o professor e os tu-tores também participam deste momento, conversando comos alunos via Internet.

Durante toda a semana, os alunos utilizam o AmbienteVirtual de Aprendizagem, que reúne materiais de estudo comotextos de apoio, vídeos, registros das aulas, além de possi-bilitar a troca de mensagens constante entre os alunos e oprofessor.

O aluno pode acessar o Ambiente Virtual do laboratório deinformática de seu Pólo, ou de qualquer computador conectadoà internet.

Pólo Eldorado – Endereço: Av. Mal. Castelo Branco, 135 –Centro - Eldorado - SP – Telefone: (13) 3871 3145

E-mail: Metodista-EAD-poloeldorado@ metodista.brCursos de Graduação: Administração, Ciências

Sociais, Comércio Exterior, Filosofia, Gestão Ambiental, Gestão Fi-nanceira, Gestão de Pequenas e Médias Empresas, Gestão Pública,Gestão de Recursos Humanos, Gestão de Turismo, Letras,Logística, Marketing, Matemática, Pedagogia e Teologia.

Fonte: www.metodista.br/ead

Educação via satélite

Programa de Apoio a U

niversitários(as) Quilom

bolas

Universidade M

etodista EAD

Janeiro 200912 Testemunho

u me chamo Nilza Paula da Silva, solteira 34 anos, bra-sileira, filha de Pedro Paulo da Silva (in memoriam) eAnalice Fernandes da Silva, nascida em Guaíra, estadodo Paraná, aos 26 de agosto de 1974. Sou a quarta filhadesta união, sendo que somos cinco filhos, quatro

mulheres e um homem.Conheci a Igreja Metodista do Brasil através de meu irmão

Pedro Paulo e minha cunhada Fernanda; eles foram os primeirosa converterem-se ao Evangelho e aceitarem a Jesus como o fielSalvador de suas vidas.

Em uma sexta feira, na residência do casal Daniel e MarlisaRoves, membros da igreja também, meu irmão falou sobre umcampeonato de futebol que as crianças do Projeto Sombra e ÁguaFresca estavam disputando e a dificuldade de conseguirem árbi-tros para apitarem os jogos – uma vez que o projeto não tem finslucrativos, sendo uma forma de evangelizar as crianças. O Pedrodisse ao Roves que tinha uma irmã árbitra e que ela poderia fazereste favor para ele. Quando o Pedro me ligou eu não estava emcasa e minha mãe passou o recado, mas eu já havia feito com-promisso com um senhor para ir vacinar um gado, uma vez queestava desempregada e tinha que fazer um extra até encontrarum emprego fixo.

Fiquei triste e preocupada, pois não queria fazer meu irmãonão cumprir com sua palavra de ajudar ao Projeto, uma vez queele e sua famíliaestavam com ape-nas quatro mesesna igreja. Não con-segui desmarcar omeu compromisso,mas fui ao CentroC o m u n i t á r i oMetodista cumpriro meu papel no so-cial. Cheguei e pro-curei pelo sr.Daniel Roves e meapresentei comoirmã do Pedro daigreja e que fariapara ele os apitosdos jogos, mas aomesmo tempo pre-ocupada com a li-gação do meu com-promisso pedi ao srRoves que ficassecom meu telefonecelular. Se tocasse,ele faria o favor deatender para mim.Os jogos ocorreramdentro dos conformes, terminei as partidas e não entendia oporquê não havia recebido a ligação. Quando cheguei em minhacasa, perguntei se alguém havia me procurado ou ligado e recebium não como resposta. Combinei com o Roves que, se não via-jasse eu iria apitar a final para ele também.

Deus já começara a agir em minha vida naquele campeonato.Fui convidada pelo pastor Deonísio Agnelo dos Santos, que estavana final, a ir visitar a igreja. Aceitei e fui no outro final de sema-na. Fazia oito anos que eu freqüentava outra igreja e não me de-cidira a aceitar Jesus como meu Salvador. Sempre que começavamas iniciações para o batismo eu não mais ia à igreja; quando eusabia que o batismo havia passado eu voltava a freqüentar nova-mente. Mas na Metodista foi diferente! A recepção, o carinho comofui recebida parecia que eu estava em minha casa, conheci o “povodo coração aquecido”, comecei a ir com mais freqüência, fui ao

O futebol me levou à conversãoculto de fim de ano de 2005 e participei da Ceia com todos, ficandocada vez mais e mais maravilhada com tudo que via e ouvia sobreo Deus que eu ainda não conhecia.

O Pastor Deonísio me prometeu uma Bíblia de 75 anos daIgreja. Quando foi no dia 13 de janeiro de 2006 eu fui ao cultovesperal de quinta feira, o pastor me cumprimentou e disse quese lembrou de mim e entregou-me a Bíblia que prometera. Noculto foi pregado sobre Daniel na cova dos leões e quando o pas-tor fez o apelo, começou a tocar o louvor “Os Sonhos de Deus”(pastora Ludmila Feber). Não tive dúvidas que Deus estava cha-mando a converter-me; aceitei a Jesus no término deste culto.Fui despedir-me do pastor e falamos juntos: “preciso falar comvocê”... Aí ele me disse que precisava falar comigo, perguntouse eu estava trabalhando e se tinha um tempo para ir ao CentroComunitário. Respondi que estava desempregada e que iria vercom ele se não sabia de algum trabalho, pois ele convivia comtantos empresários e comerciantes da cidade. Fui convidada a irno outro dia cedo à Escola Metodista Wes Loving (da AMAS deVilhena, RO) e lá Deus me confirmou uma promessa de serviçoque uma missionária havia profetizado em minha vida. Foi noinício um trabalho provisório no Projeto como educadora, logo euque fiz magistério e disse que nunca iria por meus pés em umasala de aula. Pensei em desistir, mas meu irmão sempre me en-corajando dizendo “você nunca desistiu não estou te reconhe-

cendo”. Fui àsorações matinaise pedi ao Senhorque me desse for-ças para mais umavez honrar estecompromisso.

Fiz o Encontrodo SIM (Santidade,Identidade e Mi-nistério) - Encon-tro com Deus.Quando desci àságuas não tive dú-vidas que a minhavida a partir dodia 2 de julho de2006 seria paraservir e ser servado Senhor Deus.

Tive o privilé-gio de ser Coorde-nadora do Projetoque me resgatou,a SecretariaDistrital de Educa-ção Cristã no Dis-trito Sul e Secreta-

ria Distrital da Federação Metodista de Mulheres da REMA noDistrito Sul.

Passei por provações e batalhas, como toda pessoa que decideviver o Evangelho, mas sei que tenho que ser forte e amanhecercom o meu escudo e capacete de proteção para vencer os gigantesque enfrentamos em nossa caminhada cristã.

Louvo ao Senhor pelas vidas das pessoas que criaram este pro-jeto maravilhoso para honra e glória do Senhor. Ele resgata os va-lores das crianças e também dos adultos. Conhecemos os nossosvalores e fazemos questão de dividirmos com pessoas amadas comovocês este testemunho de conversão e felicidade de minha vida.

Agradeço a Deus, minha família, em especial ao Pedro Paulo eFernanda, Daniel e Marlisa Roves e pastor Deonisio A. dos Santos.

Nilza Paula da Silva, Secretaria Distrital Sul, Rema

Arquivo pessoal

Janeiro 2009 13

Testemunho

Testemunho

uma tarde de segunda-feira, enquanto lia o artigo“Deus é Pobre!” da seção “Ação mais que social” daedição 314 da revista Ultimato, me lembrei que emoutubro fez onze anos que tive uma experiência muitoforte em minha caminhada de fé e ministério pastoral.

Tudo aconteceu no dia 31 de outubro de 1997, quando estáva-mos reunidos na Igreja Metodista em Vieira Fazenda (Jacarezinho),em uma vigília de oração que tinha como tema “A Reforma”. Jáera cerca de 23h30 e o Ministério de Louvor estava nos conduzindoa um momento de adoração. Eu estava próximo à porta do temploquando um membro da igreja que morava na parte alta doJacarezinho (naquela ocasião aquela parte era conhecida como Azul)chegou e pediu que tivéssemos um momento de oração em prol deum rapaz que estava amarrado em um poste na Fazenda (localabaixo do Azul e muito violento) e que morreria à meia-noite.

No momento em que aquele irmão fez seu pedido de oração eusimplesmente disse a ele que iríamos orar. Minha resposta foiseca e sem nenhum comprometimento com o próximo. Todavia,após alguns segundos ouvi uma voz muito clara que me dizia: “Sefosse meu servo João Wesley, o que ele faria?”. Então olhei parafrente e vi minha esposa ministrando o louvor, vi meu rebanhoenvolvido naquela ministração, a grande maioria com suas mãoslevantadas em adoração, inclusive eu... mas aquelas palavras queouvi foram tão profundas e possuíram um peso tão grande sobreminha inércia que saí de um estágio de contemplação para entrarem outro estágio: o da angústia. Foi quando ouvi aquela mesmavoz pela segunda vez: “Você que fala tanto do meu servo, o quevai fazer?”

A angústia crescia em meu peito e uma pergunta me consumia:O que devo fazer? Simplesmente não sabia! Quando olhei de novopara frente observei que um dos mais recentes convertidos e quehavia saído da marginalidade estava ali bem perto de mim. Semmuito tempo para pensar, pois precisava ter uma resposta paraaquela voz, fui até ele e perguntei se ele poderia me levar até oLambari (chefe do tráfico naquela ocasião). O irmão não entendeumuito bem e perguntou se era naquele momento. Ao falar que sim,chamei um dos evangelistas e participei a ele o que eu iria fazer,mas que ele não falasse com ninguém. Ele orou e quando eu es-tava saindo ainda pude ver meus três filhos que também adora-vam ao Senhor. Confesso que fui tomado por um sentimento mis-to de temor e necessidade de ajudar alguém que tinha apenas unsvinte minutos de vida.

Fomos da Praça da Concórdia até a Praça XV (dois extremosda comunidade) em poucos minutos, na verdade mais correndo doque andando. Por ser uma sexta-feira, noite de calor, aquele lugarestava completamente cheio de usuários de drogas e de “solda-dos” do tráfico para manter a segurança do local; eu nunca tinhavisto aqueles “soldados” tão bem armados. Chegando lá, pedimospara falar com o Lambari, mas fomos informados que ele nãoestava no morro. Então perguntei com quem poderia falar naausência dele e graças a Deus o responsável, o Batata, estavanaquele lugar contando os “pacos de dinheiro”. Identifiquei-mecomo pastor metodista e pedi para falar com ele, sendo pronta-mente atendido. Fui direto ao assunto e pedi que ele mandassesoltar o dito rapaz e então ele me perguntou se o rapaz era meuconhecido, a minha resposta foi que não, mas que aquela vidatinha um valor grande para Deus e por isso eu estava ali.

Após um pequeno diálogo ele me deu uma palavra desa-nimadora: disse que o rapaz estava na Fazenda e quem estavasobre o controle daquela área era o Robinho (esse era o bandidomais temido da comunidade por causa da fama de sua crueldade)e me perguntou se eu iria até lá. Após consultar o relógio observeique tínhamos dez minutos e, então, disse que iria.

Tivemos que andar ainda mais rápido e para ganharmos tem-po resolvemos nos arriscar e cortar caminho pelos becos, passa-mos próximo ao Posto Policial e, quando estávamos chegando auma pequena boca de fumo que também funcionava como postode sentinela avançada, tivemos dificuldade de subir o beco, pois

Ouvindo a voz de Deus

estava tudo escuro e eles nos confundiram com policiais. Logoassim que conseguimos nos identificar fomos autorizados a subire tive que relatar toda a história outra vez. Quando pedi parafalar com o Robinho não fui autorizado, mas prontamente o rapazfoi até ele para contar a nossa história. Passados alguns minutosque pareciam uma eternidade, aquele jovem veio ao nosso encon-tro e nos disse: “Pode ficar tranqüilo, o rapaz está sendo salvo”.Como aquelas palavras alegraram o meu coração! Agradeci àquelegrupo que nos atendeu tão educada e prontamente e descemos omorro e agora eu tinha uma resposta para aquela voz: “Fiz o queacredito que Wesley também faria!”

A alegria que tomava o meu interior tinha dois motivos. Oprimeiro era pela vida daquele rapaz que eu não tive a oportuni-dade de conhecer, mas que era o meu próximo. O segundo moti-vo era a certeza daquela voz ter sido a voz do Senhor e eu tersido um instrumento dEle para o bem de outro.

Na terça-feira que se seguiu a tudo isso, ou seja, no dia 3 denovembro, fiquei sabendo por intermédio de um rapaz que euconhecia e que trabalhava no tráfico da área da Fazenda que oBatata ligou para o celular do Robinho e determinou que ele liber-tasse o rapaz porque “um pastor foi pedir por ele”.

Posteriormente algumas pessoas me perguntaram se eu nãotive medo, e com sinceridade disse que inicialmente tive, masdepois comecei a entender que se aquele questionamento era daparte de Deus eu não deveria temer, pois Ele seria o meu “escu-do”. A partir daí comecei a me envolver em uma série de situa-ções que pareciam loucura, mas sempre quando tinha a certezaque estava sendo impulsionado pelo Espírito de Deus.

Clóvis Barbutti LessaPastor da Igreja Metodista em Jardim Redentor

Distrito de São João de Meriti/1ªRE

Mosaico em muro de uma favela do Rio de Janeiro

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Janeiro 200914 Entrevista

A Rede Metodista de Educação foi criadapelo Concílio de 2006. Até agora, o que jámudou no modo de organização e gestãodas instituições metodistas de educação?

O processo de implantação da Rede nãoé algo simples e nem fácil. Exige mudançada cultura de individualismo e autonomiaorganizacional. É necessário muito diálogo,negociação e empenho político e administra-tivo. É preciso reconhecer que a autonomiade gestão das unidades não mudou muitonesse período, ou seja, foram mantidos nogoverno das instituições vinculadas à ÁreaGeral da Igreja cinco Conselhos Diretores esuas respectivas Direções Gerais, com liber-dade decisória conferida pelos estatutos decada mantenedora. O COGEIME tem buscadoconduzir o diálogo e entendimento entreessas lideranças e tem atuado diretamentenas situações mais críticas de algumas ins-tituições, buscando caminhos para superar asdificuldades econômicas e de gestão.

Apesar dos desafios a serem supera-dos, estamos avançando. O quadro econô-mico-financeiro e de gestão das institui-ções se tornou bem mais conhecido doCOGEIME, dos seus colegiados superiores eda Assembléia Geral das instituições(COGEAM). Para isso contribuiu significati-vamente a implantação do serviço de Audi-toria Interna da Rede, em substituição aosConselhos Fiscais, como previsto nosCânones e no Estatuto. Para essa funçãofoi contratado um profissional qualificadoe experiente. O XVIII Concílio Geral deter-minou que, transcorridos dois anos (2007-2008), o Colégio Episcopal, a COGEAM e oCOGEIME, conjuntamente, deveriam fazeravaliação do processo de implantação daRede e promover ajustes ou modificaçõesque se fizerem necessárias para o aperfei-çoamento deste modelo de gestão. Isso é oque está em processo de realização.

Quais as vantagens da formação de umarede?

A natureza da escola é a produção edifusão do conhecimento. O foco de atua-ção das nossas instituições deve estarconcentrado na educação e na formaçãocidadã. Ao buscarmos o aprimoramento dagestão das nossas instituições com aimplementação da Rede, desejamos emprimeiro lugar criar as condições necessá-rias para que as escolas possam canalizarsuas energias para a educação. Há diversasoutras vantagens neste tipo de organiza-ção. A própria dimensão da Rede faz dife-rença nas negociações com entidades finan-ceiras e fornecedores de bens e serviços,por exemplo, por meio das compras inte-gradas. Em termos acadêmicos é importan-te a possibilidade de uma rede de bibliote-

Um diagnóstico das instituiçõesmetodistas de educação

O Prof. Rev. Luis de Souza Cardoso, Diretor Superintendente do COGEIME – InstitutoMetodista de Serviços Educacionais, fala sobre a situação das escolas

metodistas e da Rede Metodista de Educação.

cas, uma editora e processo seletivo inte-grados, sinergia nas iniciativas de inter-nacionalização e a difusão da “marca”Metodista, que já possui reconhecimentoem nível nacional e internacional.

Temos ouvido falar de problemas econômi-cos envolvendo instituições metodistas deeducação. O que provoca esses problemas?

Os problemas econômico-financeiros defato existem, mas devemos reconhecer queeles não são exclusividade das instituiçõesmetodistas. Grande parte do setor da edu-cação comunitária e confessional no Brasil,sobretudo na educação superior, tem sofridocom o impacto da expansão do setor priva-do stricto sensu, com preços altamentecompetitivos, aumento das vagas muitoalém da demanda e oscilações econômicasdo país nas última duas décadas, dentrediversos outros fatores. Nesse contextocomplexo nossas instituições não acompa-nharam com suficiência a profissionalizaçãonecessária ao setor. Mas, talvez, num con-texto mais amplo, nosso maior problemaseja a falta de projeto e a própria crise deidentidade da Igreja em relação à educa-ção, ou seja, falta à Igreja maior clarezasobre por que e como atuar nessa área.Provavelmente, trata-se de uma crise decor-rente da perda da íntima e necessária cor-relação entre educação e missão, educaçãoe salvação, presente desde os primórdiosdo movimento metodista.

Qual a situação atual do Bennett, cujapropriedade chegou a ser colocada emleilão?

A situação do Bennett ainda é muitodifícil, mas, a Igreja deu passos importan-tes na busca de superação da crise erealinhamento dessa importante Institui-ção. Atualmente o Bennett está sob umaadministração integrada com suporte à suagestão pelo Granbery e IMS. Cada uma das

instituições mantém personalidade jurídicaprópria, mas, o processo de gestão integra-da, com os Conselhos Diretores das trêssob uma mesma composição, ajuda noacompanhamento estratégico das mesmas.O atual Diretor Geral do Bennett, Diretordo Colégio e Reitor do Centro Universitárioé o Prof. Roberto Pontes da Fonseca.

E como estão as demais instituições me-todistas de ensino superior, médio efundamental?

No que diz respeito aos aspectos acadê-micos e pedagógicos as instituições conti-nuam bem conceituadas e reconhecidas. Asduas universidades metodistas, de acordocom o Índice Geral de Curso, do MEC e oGuia do Estudante, da Editora Abril, estãoentre as dez melhores instituições privadasdo país e entre as cinco do Estado de SãoPaulo. Isso mostra, não obstante quaisquerdificuldades que as instituições estejam en-frentando, que a sua área acadêmico-peda-gógica, o seu corpo docente e a infra-estru-tura educacional continuam fazendo adiferença necessária em termos de qualida-de, o que as posiciona muito bem no campoeducacional local, regional e nacional.

As escolas metodistas sofrem críticas deserem “elitistas”. Em sua opinião, comoelas podem se adaptar a um mercadocompetitivo sem perder os valores quepossuem como escolas confessionais?

Primeiramente, é necessário dizer queesta crítica de que são “elitistas” carece defundamentos e comprovação científica. Tantona educação básica como superior atendemosum público muito variado, mas, na sua mé-dia, tratam-se de pessoas oriundas de famí-lias das camadas médias da sociedade, com-postas em geral de trabalhadores públicos ouprivados, profissionais liberais, pequenos emédios empresários. Essa observação é re-forçada com as indicações do perfil sócio-econômico que revelam as pesquisas dosprocessos seletivos, bem como, pela grandedemanda por bolsas e financiamento estu-dantil em nossas instituições.

O fato de serem as escolas metodistasinstituições confessionais, sem finalidadelucrativa, não significa que elas não neces-sitem buscar sua auto-sustentabilidade eco-nômica. Nesse sentido, temos o grande de-safio de buscar sempre a justa medida, quepor um lado dê condições de subsistência edesenvolvimento ao projeto educacional e poroutro mantenha o caráter confessional, sociale ético que tem caracterizado a educaçãometodista através dos séculos.

Entrevista concedida em 10/12/2008.Leia uma versão mais completa desta

entrevista no site www.metodista.org.br

Arquivo Sede Nacional

Janeiro 2009 15Cultura

Agenda

• Dia 1 de janeiro: Dia da Confraternização Universal• Dia 4 de janeiro (2º domingo após o Natal) é Epifania. Do gregoephifaneia, epifania significa “aparição” ou “manifestação”. Nesta data,nos lembramos da manifestação de Cristo aos seres humanos, no mo-mento em que os reis do Oriente seguiram a estrela em busca daqueleque viria a ser o Salvador. (fonte: anuário litúrgico da Fateo)• Dia 18 de janeiro (2º domingo após Epifania) celebramos o Batismo doSenhor.• De 21 a 25 de janeiro de 2009 acontece o 3º Fórum Mundial de Teologiae Libertação (FMTL) na cidade de Belém do Pará. O tema é Água, Terra,Teologia para outro mundo possível. E de 27 de janeiro a 1º de feve-reiro a mesma cidade sediará o 9º Fórum Social Mundial (FSM). O ConcílioLocal da Igreja Metodista Central em Belém formou uma Comissão de Ar-ticulação para participar destes Fóruns. A tarefa principal é informar e

animar o “povo do coração aquecido” do Brasil e do mundopara que participe e se envolva nestas ações concretas deconstrução de um novo mundo. Já contamos com a partici-pação da Junta de Ministérios Globais da Igreja MetodistaUnida dos EUA, articulada pela Pra. Rosângela Oliveira, queesteve em Belém em julho para organizar os preparativos davinda de um grupo da Divisão de Mulheres. O coordenadorlocal do Fórum Mundial de Teologia é o irmão Saulo Baptista,e o secretário do GT Interreligioso é o irmão Tony Vilhena,ambos da igreja em Belém.Para saber mais, entre em contato com a ComissãoMetodista de Articulação: Teresa Higashi: [email protected]; Tony Vilhena: [email protected] / (0xx91) 88769371 e 32346581

E assim se passaram 80 anos...O que eu queroÉ contar para todos a vitória de viver 80anosFoi nesta confiançaQue andei, lutei, alcanceiVôos altos, belos sonhosAcalentados desde dia de criança

Meus versos, tão singelosSem métrica e pobres de rimasSão meus jeitos de expressarAs falas que vêm da alma

Não sou Cora-CoralinaQuisera ter seu saberSe seus versos são poemasOs meus são simples falasQue brotam do coração

Espero que leiam minha prosaE os meus versos de “pé quebrado”São lembranças do meu passadoHistórias do meu presenteE desde já, obrigado

E assim começa o livro de Nilda de Araújo Werner, 80 anos deidade, membro da Igreja Metodista do Catete, Rio de Janeiro. Suaspoesias registram memórias da vida familiar e da Igreja, onde tematuado com amor, dedicando-se especialmente às pessoas que asociedade exclui: por mais de 30 anos, Nilza e seu esposo, Jairo,dedicaram-se ao trabalho voluntário no Lamag, Lar Metodista AnaGonzaga. Informações pelo tel: (21) 2541-1113.

Se Deus existe, por que há pobreza?“Mãe, no céu tem pão?” Infelizmen-

te, essa pergunta de um garotocearense de quatro anos não sensibilizaboa parte dos cristãos. Ocupados em“ganhar almas”, muitos não se importamque os “corpos” sejam perdidos para osefeitos nefastos da pobreza e dainjustíssima distribuição de renda. O livroSe Deus existe, por que há pobreza? (daeditora Reflexão) apresenta o pensamen-to do teólogo Jung Mo Sung sobre umdos temas mais negligenciados pela igre-ja. A pobreza é apresentada de formadesmistificada, mediante a análise dascausas e dos contextos sócio-econômi-cos, demonstrando que a miséria dos ex-cluídos é apenas uma das mazelas dosseres humanos que produzem ou aceitam sistemas sociais e políticosexcludentes. Diante dessa realidade, o autor apresenta a fé em Deus

como o caminho para vivermos valores mais solidários e humanos naatual sociedade individualista. Nas páginas deste livro, você será con-vidado a repensar o mundo ao seu redor, e rever suas expectativassobre pessoas e principalmente sobre Deus. “Quem ao menos sentirum aperto no coração está se deixando tocar pelo apelo divino emantendo acesa a fé em Deus que é amor”, diz o autor.

(fonte: blog de Sérgio Pavarini e site da Editora Reflexão,www.editorareflexão.com.br)

Os direitos da criançana comunidade de fé

“Toda criança, sem exceção, temdireitos que devem ser respeitadospor toda Comunidade de Fé”. Vocêquer saber mais sobre estes direitos?Então ouça o novo CD “Aventureirosem Missão”, do Departamento Nacio-nal de Trabalho com as Crianças. Emmais este belo trabalho musical, sobcoordenação geral da educadoraRosete Andrade e direção da pianistaLiséte Espíndola, a turminha conta ecanta os direitos da criança em vá-rios estilos musicais. Informações evendas na Sede Nacional da IgrejaMetodista, tel. (11) 2813-8600.

O mangá de JesusMangá é história em quadrinhos no estilo japonês. Lá, a palavra

mangá quer dizer apenas “gibi”. Aqui, o conceito de mangá está vin-culado ao estilo característico do desenho japonês, que faz grandesucesso entre crianças e adolescentes. Messias, lançamento da edi-tora Vida Nova, é um mangá totalmente colorido que conta a históriade Jesus baseando-se nos quatro Evangelhos. À forma atraente deapresentar o texto bíblico soma-se a preocupação didática: o pé dapágina traz as referências bíblicas de onde os diálogos são extraídos.Informações no site http://www.vidanova.com.br.

Janeiro 200916 Página da Criança