jornal litoral alentejano

20
15 de Novembro 2011 Ano XI n.º 246 Quinzenal Preço 0.50 Directora n Aliette Martins m Director-adjunto n Marcos Leonardo “Enquanto existir o primado dos interesses político-partidários ou pessoais e, não o interesse em servir a população, as soluções tornam-se difíceis”. Estabelecer Cortes em Saúde É imprudente e leviano Requalificação Urbana de Santo André Obras aquém das expectativas? OE 2012 encolhe em 5% as verbas para câmaras do Litoral Alentejano Ano II • n.º 46 Directora Aliette Martins Director-adjunto Marcos Leonardo Editor Joaquim Bernardo 15 de Novembro /11 10 anos que mudaram a Região 01-09-01 01-09-11 Se não conseguiu o seu exemplar peça-o para as nossas delegações 269 822 570 265 235 234 Beatriz Martins no Campeonato do Mundo ao serviço da Selecção Nacional GINÁSTICA - Campeonato do Mundo em Birmigham de 14 a 20 de Novembro HCP de Grândola líder só com vitórias HÓQUEI EM PATINS - Campeonato Nacional da 3ª divisão A ginasta sineense Beatriz Martins vai participar ao serviço da Selecção Nacional no Campeonato do Mundo, que decorre em Birmigham (Inglaterra) nos dias 14 a 20 de Novembro, na especialidade de trampolim individual. A ginasta da Academia de Ginástica de Sines tem como colegas no Trampolim Individual Feminino a Sílvia Saiote, Ana Pacheco, Ana Rente e Beatriz Martins. Este é o ponto mais alto na carreira da jovem Beatriz Martins de 17 anos e que persegue o sonho de estar presente nos Jogos Olímpicos. Pela qualidade que demonstra e pela evolução que tem conseguido nos últimos anos, o sonho deverá tornar-se uma realidade nos próximos anos. Vasco da Gama venceu no Zambujal mas continua a três pontos do Barreirense FUTEBOL - Campeonato Distrital de Setúbal da 1ª divisão Depois de uma inesperada derrota por 2-1, em Sarilhos, o Vasco da Gama de Sines jogou no último domingo no Zambujal, onde venceu por um claro 5-1. Com três golos de Daniel Direito, uma partida onde toda a equipa esteve bem, mas onde Daniel Direito merece o nosso destaque. A equipa sineense continua a três pontos do líder Barreirense, que soma por vitórias todos os jogos realizados. O Atlético Alcacerense ao perder em casa por 2-1, frente ao 1º Maio Sarilhense, ficou a três pontos do primeiro lugar. O Barreirense ao vencer o vizinho Luso por 1-0, isolou-se na frente com mais três que o Vasco da Gama, Paio Pires e Alcacerense. Resultados da 5ª jornada: Zambujalense,1 – Vasco da Gama,5; Alcacerense,1 – 1º Maio Sarilhense,2; Rosarense,0 – Paio Pires,1; C. Industria,1 – Grandolense,1; Palmelense,3 – BM Almada,2; Barreirense,1 – Luso,0; Cova da Piedade,3 – Alfarim,1 e Amora,3 – Desportivo de Portugal,0. Classificação Geral: Barreirense,15; Vasco da Gama, Alcacerense e Paio Pires,12; Amora, Palmelense e Cova da Piedade,0; Sarilhense,9; Desp. Portugal,6; 10º Rosarense,5; 11º Alfarim,4; 12º C. Industria,3; 13º Grandolense e Zambujalense,2; 15º Luso,1 e 16º BM Almada,0 pontos. Na 6ª jornada, dia 20 de Novembro, vão jogar: Vasco da Gama – Alcacerense; Sarilhense – Amora; Desp. Portugal – C. Piedade; Alfarim – Barreirense; Luso – Palmelense; BM Almada – Rosarense; Paio Pires – C. Industria e Grandolense Zambujalense. Na 7ª jornada, dia 27 de Novembro, vão jogar: Zambujalense Alcacerense; Amora Vasco da Gama; Cova da Piedade – Sarilhense; Grandolense – Paio Pires; C. Industria – BM Almada; Rosarense – Luso; Palmelense – Alfarim e Barreirense – Desportivo de Portugal.A Associação de Futebol de Setúbal já realizou o sorteio relativo à 1ª eliminatória da Taça do Distrito, jogos marcados para o dia 1 de Dezembro, às 14.30 horas. Vão jogar: Amora – C. Industria; Grandolense – Quinta do Conde; Barreirense – Alfarim e Almada – Vasco da Gama. O HCP de Grândola lidera o Campeonato Nacional da divisão, com 12 pontos, fruto de quatro vitórias, nos quatro jogos realizados. Resultados da 4ª jornada: Azeitonense,2 – Lisbonense,9; HC Santiago,8 – Aljustrelense,9; HCP Grândola, 3 – Boliqueime,2; Estremoz,8 Castrense,6 e Salesiana,10 Lobinhos,5. Classificação Geral: 1º HCP Grândola,12; 2º Lisbonense,10; Salesiana, Boliqueime e Lobinhos,6; Seixal, Aljustrelense, Estremoz e HC Santiago,3; 11º Castrense,1 ponto. Na 5ª jornada, dia 19 de Novembro, vão jogar: Seixal – Lisbonense; Azeitonense – HC Santiago; Aljustrelense – HCP Grândola; Boliqueime – Estremoz e Castrense – Salesiana. Na 6ª jornada, dia 26 de Novembro, vão jogar: HC Santiago – Seixal; HCP Grândola – Azeitonense; Estremoz Aljustrelense; Salesiana Boliqueime e Lobinhos – Castrense.

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Jornal Litoral Alentejano - Edicao 246

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Page 1: Jornal Litoral Alentejano

15 de Novembro

2011

Ano XI n.º 246

Quinzenal Preço 0.50 € Directora n Aliette Martins m Director-adjunto n Marcos Leonardo

“Enquanto existir o primado dos interesses político-partidários ou pessoais e, não o interesse em servir a população, as soluções tornam-se difíceis”.

Estabelecer Cortes em Saúde É imprudente e leviano

Requalificação Urbana de Santo AndréObras aquém das expectativas?

OE 2012 encolhe em 5% as verbas para câmaras do Litoral Alentejano

Ano II • n.º 46•

Directora

Aliette Martins

Director-adjunto

Marcos Leonardo

Editor

Joaquim Bernardo

15 de Novembro/11

10anos

que mudaram

a Região

Esta

Rev

ista

faz

part

e in

tegr

ante

do

Lito

ral A

lent

ejan

o nº

241

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1 de

Set

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201

1, n

ão p

ode

ser v

endi

da se

para

dam

ente

01-09-01

01-09-11

Se não conseguiu o seu

exemplar peça-o para

as nossas delegações

269 822 570

265 235 234

Beatriz Martins no Campeonato do

Mundo ao serviço da Selecção NacionalGINÁSTICA - Campeonato do Mundo em Birmigham de 14 a 20 de Novembro

HCP de Grândola líder só com vitórias

HÓQUEI EM PATINS - Campeonato Nacional da 3ª divisão

A ginasta sineense Beatriz

Martins vai participar ao

serviço da Selecção Nacional

no Campeonato do Mundo,

que decorre em Birmigham

(Inglaterra) nos dias 14 a 20 de

Novembro, na especialidade de

trampolim individual. A ginasta

da Academia de Ginástica de

Sines tem como colegas no

Trampolim Individual Feminino

a Sílvia Saiote, Ana Pacheco, Ana

Rente e Beatriz Martins. Este é

o ponto mais alto na carreira da

jovem Beatriz Martins de 17 anos

e que persegue o sonho de estar

presente nos Jogos Olímpicos.

Pela qualidade que demonstra e

pela evolução que tem conseguido

nos últimos anos, o sonho deverá

tornar-se uma realidade nos

próximos anos.

Vasco da Gama venceu no Zambujal mas

continua a três pontos do BarreirenseFUTEBOL - Campeonato Distrital de Setúbal da 1ª divisão

Depois de uma inesperada derrota

por 2-1, em Sarilhos, o Vasco da

Gama de Sines jogou no último

domingo no Zambujal, onde

venceu por um claro 5-1. Com

três golos de Daniel Direito, uma

partida onde toda a equipa esteve

bem, mas onde Daniel Direito

merece o nosso destaque. A equipa

sineense continua a três pontos do

líder Barreirense, que soma por

vitórias todos os jogos realizados.

O Atlético Alcacerense ao perder

em casa por 2-1, frente ao 1º Maio

Sarilhense, ficou a três pontos do

primeiro lugar. O Barreirense ao

vencer o vizinho Luso por 1-0,

isolou-se na frente com mais três

que o Vasco da Gama, Paio Pires

e Alcacerense. Resultados da 5ª

jornada: Zambujalense,1 – Vasco

da Gama,5; Alcacerense,1 – 1º

Maio Sarilhense,2; Rosarense,0

– Paio Pires,1; C. Industria,1 –

Grandolense,1; Palmelense,3

– BM Almada,2; Barreirense,1

– Luso,0; Cova da Piedade,3 –

Alfarim,1 e Amora,3 – Desportivo

de Portugal,0. Classificação

Geral: 1º Barreirense,15; 2º

Vasco da Gama, Alcacerense

e Paio Pires,12; 5º Amora,

Palmelense e Cova da Piedade,0;

8º Sarilhense,9; 9º Desp.

Portugal,6; 10º Rosarense,5; 11º

Alfarim,4; 12º C. Industria,3; 13º

Grandolense e Zambujalense,2;

15º Luso,1 e 16º BM Almada,0

pontos. Na 6ª jornada, dia 20 de

Novembro, vão jogar: Vasco da

Gama – Alcacerense; Sarilhense

– Amora; Desp. Portugal – C.

Piedade; Alfarim – Barreirense;

Luso – Palmelense; BM Almada

– Rosarense; Paio Pires – C.

Industria e Grandolense –

Zambujalense. Na 7ª jornada,

dia 27 de Novembro, vão jogar:

Zambujalense – Alcacerense;

Amora – Vasco da Gama;

Cova da Piedade – Sarilhense;

Grandolense – Paio Pires; C.

Industria – BM Almada; Rosarense

– Luso; Palmelense – Alfarim

e Barreirense – Desportivo de

Portugal.A Associação de Futebol

de Setúbal já realizou o sorteio

relativo à 1ª eliminatória da Taça

do Distrito, jogos marcados para

o dia 1 de Dezembro, às 14.30

horas. Vão jogar: Amora – C.

Industria; Grandolense – Quinta

do Conde; Barreirense – Alfarim

e Almada – Vasco da Gama.

O HCP de Grândola lidera o

Campeonato Nacional da 3ª

divisão, com 12 pontos, fruto

de quatro vitórias, nos quatro

jogos realizados. Resultados

da 4ª jornada: Azeitonense,2 –

Lisbonense,9; HC Santiago,8 –

Aljustrelense,9; HCP Grândola,

3 – Boliqueime,2; Estremoz,8

– Castrense,6 e Salesiana,10

– Lobinhos,5. Classificação

Geral: 1º HCP Grândola,12; 2º

Lisbonense,10; 3º Salesiana,

Boliqueime e Lobinhos,6; 7º

Seixal, Aljustrelense, Estremoz e

HC Santiago,3; 11º Castrense,1

ponto. Na 5ª jornada, dia 19 de

Novembro, vão jogar: Seixal –

Lisbonense; Azeitonense – HC

Santiago; Aljustrelense – HCP

Grândola; Boliqueime – Estremoz

e Castrense – Salesiana. Na 6ª

jornada, dia 26 de Novembro,

vão jogar: HC Santiago – Seixal;

HCP Grândola – Azeitonense;

Estremoz – Aljustrelense;

Salesiana – Boliqueime e

Lobinhos – Castrense.

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PropriedadeLitoralPress, Lda

DirectoraAliette Martins

Director AdjuntoMarcos Leonardo

RedacçãoAliette Martins

([email protected])

Raul OliveiraClaúdio Catarino

Angela Nobre([email protected])

Rute Canhoto([email protected])

Joaquim Bernardo([email protected])

Helga Nobre([email protected])

Bruno Cardoso([email protected])

CronistasFrancisco do Ó

Custódio RodriguesSerafim MarquesVeríssimo Dias

SecretariaAna Cristina

FotografiaPaulo ChavesAna Correia

Luís GuerreiroJosé Miguel

Duarte Gonçalves

PublicidadeMarcos Leonardo

Telem. 919 877 399

PaginaçãoARTZERU, Lda.

Telef. 265 232 [email protected]

DistribuiçãoVelozEficácia269 862 292

SedeColégio de S. JoséRua do Parque, 10

7540-172 Santiago do Cacém

Tel./Fax: 269 822 570Telem. 919 877 [email protected]

DelegaçãoRua do Romeu, 19-2.º

2900-595 SetúbalTelf./Fax: 265 235 234

Telem. 919 931 [email protected]

Membro :

OE 2012 encolhe em 5% as verbas para câmaras do Litoral AlentejanoAutarcas contestam cortes e alterações das regras d o limite de endividamento das câmaras. Projectos do QREN e apoios sociais podem estar em risco.

As cinco câmaras munici-pais do Litoral Alentejano vão receber do Orçamento de Estado (OE) para 2012 pouco mais de 44 milhões de euros, um corte em média de 5 por cento face ao verificado no ano ante-rior. A redução das transferên-cias estatais em pouco mais de 2,1 milhões de euros poderá colocar em causa projectos das autarquias já candidatados e aprova-dos no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), obrigar à calendarização de outros e originar cortes aos mais diversos níveis.Em declarações ao “Jornal Litoral Alentejano”, o presidente da Câmara Municipal de Odemira, município que tradicional-mente recebe a maior fatia das transferências para a região, lamentou a situa-

ção, considerando que esta é “insustentável”, dado que a redução das transfe-rências “vem na sequên-cia de duas anteriores reduções em 2010 e 2011, bem como da redução de receitas próprias e do aumento dos impostos e custos em geral”. “A situação impõe a redução de pessoal com forte impacto social e na prestação dos serviços municipais, nos investi-mentos previstos, que se atrasaram, e nos apoios a entidades locais e de natureza social”, acres-centa José Guerreiro.Já o seu camarada Carlos

Beato, que lidera a câmara de Grândola, vai mais longe e diz que esta redução é

“verdadeiramente desas-trosa” porque “coloca

em causa de modo drás-tico a prestação do ser-viço público e o apoio às populações”. O edil critica ainda a alte-ração dos limites de endi-vidamento municipais, sublinhando o facto de “as regras não poderem sim-plesmente ser alteradas a meio do jogo, ou seja, a meio dos mandatos”.

“Os municípios contri-buíram, a partir de 2009, com menos de 1 por cento para os cerca de 10 por cento do défice público, sendo da responsabili-dade da Administração Central um défice 14 vezes superior ao veri-ficado a nível local”, recorda.Carlos Beato acredita que a gestão camarária poderá começar a ser “colocada em causa, desestabili-zando famílias, escolas,

segurança social, saúde, entre outras”. Em risco poderão estar ainda algumas obras can-didatadas pelo município ao QREN, de que é novo centro escolar de Grândola é exemplo, que poderão ser recalendarizadas. Por seu turno, Manuel Coelho, presidente da autarquia de Sines, diz

que o “poder central não encara devidamente o papel das câmaras muni-

cipais no desenvolvimento do território e na valori-zação no espaço urbano”, considerando que o Orça-mento de Estado para o próximo ano é o reflexo “de uma visão que não é alargada e que responde apenas a critérios econo-micistas”.“A câmara prevê dificul-dades acrescidas para concretizar os 20 milhões de obras contratuali-zadas, como a estrada de Porto Covo, centros escolares, a regeneração urbana, entre outros”, enfatiza o edil. Já Pedro Paredes, líder da câmara alcacerense, diz que o Governo “poderá estar a matar o doente com a cura, desapoiando o inte-

rior em nome de uma visão exagerada e cega”. Apesar de o município ter um nível de endivi-damento zero, o autarca levanta a possibilidade de a câmara poder vir a equa-cionar futuramente a con-tracção de um empréstimo de modo a que projectos estruturantes, como a rege-neração urbana da cidade e escola do Morgadinho, não fiquem pelo caminho dada a redução das transferên-cias estatais.De acordo com o mapa das transferências para os municípios do Orçamento de Estado para 2012, Alcá-cer do Sal vai receber em 2012 cerca de 9,1 milhões de euros, enquanto Grân-dola, Santiago do Cacém e Sines vão arrecadar, res-pectivamente, seis, onze e três milhões. Odemira, por sua vez, vai embolsar 13,6 milhões. O presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Vítor Proença, não conseguiu prestar esclarecimentos sobre este assunto a tempo do fecho desta edição.

Bruno [email protected]

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Litoral Alentejano – Terça-feira, 15 de Novembro de 2011www.jornallitoralalentejano.com 03

Aliette [email protected]

Requalificação Urbana de Santo AndréObras aquém das expectativas?“As obras de requalificação urbana da Cidade de Vila Nova de Santo André – um projecto que, apesar de consideráveis melhorias para a Cidade, fica aquém das expectativas”. Quem o diz é José Ferro, membro da Assembleia de Freguesia de Santo André, eleito pela lista do Grupo de Cidadãos Independentes de Santo André.

José Ferro, na sua quali-dade não só de membro da Assembleia de Freguesia de Santo André mas, enquanto cidadão, tem tido a preocu-pação de pensar a terra em que escolheu viver, mos-trando-se activo, criticando ou chamando a atenção para o que se vai passando na localidade, tocando – por vezes – a área da polémica. Goste-se ou não do seu estilo frontal, o facto é que, mais do que nunca, a sociedade precisa de cidadãos atentos, participantes e com vontade

de fazer valer o direito de todos.Foi preocupação de José Ferro pronunciar-se sobre a Requalificação Urbana de Santo André, um desejo que aqui explana, ficando à con-sideração de quem entenda a pertinência desta sua inter-venção.

Requalificação Urbana

de Santo André, um projectoque ronda osseis milhões

e meio de euros

Diz José Ferro:“As obras de requalifica-

ção urbana da Cidade de Vila Nova de Santo André, vieram permitir considerá-veis melhorias na qualidade de vida dos seus habitantes, mas ficam muito aquém do desejável, do necessário, do possível e, sobretudo, daquilo que foi e tem sido excessivamente propagan-deado como (revolução urbana.)É um projecto cujo valor ronda os seis milhões e meio de euros, compartici-pado em cerca de 80% por fundos comunitários e, em

cerca de 20% suportados pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém. De acordo com o que foi publicamente divulgado, o referido projecto abrange as principais vias estruturantes, como a Av. Manuel da Fon-seca, Av. De Santiago, Av. De Sines, os Bairros Pôr do Sol, Azul, Petrogal, Atalaia Norte, Atalaia Sul, Parque Central, e ainda cerca de 11Km de ciclo via.Posto isto, em qualquer troca de impressões, se me perguntarem se estou de acordo com o projecto em referência, eu digo que não só não estou de acordo com grande parte do projecto, como também não estou

de acordo com a metodo-logia com que o mesmo foi concebido e, igualmente, tem vindo a ser executado. Ou seja, é um projecto que começou mal e está a acabar ainda pior. A razão é tão só porque em momento algum, foi levado em conta, as nor-mais opiniões/sugestões dos seus principais interessados, os habitantes desta terra, as quais poderiam ter resultado em valiosos contributos para a concretização de um projecto, de acordo com os verdadeiros desejos e neces-sidades da população. Aliás, o que é certo é que o mesmo foi apresentado como facto consumado.

Alguns aspectos do projecto

de requalificação urbana

de Santo André

De qualquer das formas há significativas e evidentes melhorias em alguns sec-tores que contribuem para uma melhor qualidade de vida da população. Quero aqui destacar alguns

aspectos: A circulação rodo-viária, por exemplo. Hoje circula-se com muito mais normalidade e segurança, graças à construção da “2ª rotunda das Torres” (digo 2ª rotunda porque a pri-meira construída naquele local e que mais tarde veio a chamar “rotunda galgável” foi uma decepção completa, um péssimo exemplo e uma clara prova de como se esbanja o dinheiro dos con-tribuintes). Outro dos des-taques vai para a rotunda da Av. de Sines junto ao Bairro do Liceu, que beneficiou da construção das passadeiras sobrelevadas nas principais vias e junto ás escolas, con-tribuem para uma melhor

segurança dos peões. De realçar também a renovação e o reforço da iluminação pública; a criação de mais alguns espaços para estacio-namento automóvel, (pena é que cada espaço destinado a cada veiculo seja de tal forma reduzido que a sua largura nem sequer cumpra a largura mínima estabelecida por lei), o aumento da área destinada a espaços verdes, com particular incidência na requalificação que está a ser feita de todo o Parque Central, incluindo a recons-trução do Lago, bem como a reconstrução e o aumento do seu parque infantil.

Estamos a falarde um investimento

de seis milhões e meio de euros

Quero com isto dizer e, não tenho dúvidas em afirmar que devia ter existido mais rigor, em relação aos crité-rios na sua aplicação. Prova-velmente alguém terá uma resposta para tentar justi-ficar a não inclusão neste projecto, de algumas valên-cias importantes, como o Centro Cultural, prometido há mais de uma década, ou ainda outras obras de grande necessidade, imprescindí-veis como estruturas ade-quadas no apoio efectivo à 3ª idade. Os nossos idosos tem direito e precisam de muito mais do que uma refeição pela altura do Natal ou de um passeiozinho de quando em quando. Entretanto, muito embora eu não ter nada contra a ciclo-via, gostaria de ver respon-didas as seguintes pergun-tas: 1ª - Quanto é que vai ser o total do custo final dos 11.200 metros da ciclovia? 2ª - Será que metade dos quilómetros da ciclovia não seria o suficiente? 3ª - Porquê a decisão de construir a ciclovia ocu-pando vários pontos do centro da Cidade, empur-rando paragens de auto-carro quase para a faixa de rodagem, demolindo tudo o que estiver no ali-nhamento do percurso escolhido para a sua cons-trução, em alguns casos estruturas recentemente construídas, encarecendo substancialmente a sua construção? 4ª - Porque não foram aproveitadas experiên-cias com resultados posi-tivos existentes em outras localidades do nosso País,

construindo a ciclovia na periferia da Cidade o que teria permitido reduzir em muitos milhares de euros, os custos da obra e proporcionar muito mais segurança aos seus utiliza-dores?

Despesismo desnecessárioem prejuízo de valênciasprioritárias?

Penso que aqui neste caso estamos perante uma das muitas situações onde veri-ficamos um despesismo desnecessário em prejuízo de valências mais necessá-rias que acabam por ficar a aguardar por melhores dias. Passo a referir apenas algumas:As escadas que deveriam ligar o B.º das torres aos Bairros da Atalaia Norte e Nascente caíram antes de começarem a ser constru-ídas. A rua do Monte, no sentido Torres, Atalaia, do lado direito tem um passeio em estado razoável, tem ilu-minação pública, e também a ciclovia. Do lado esquerdo não tem passeio para peões.Mais adiante, no B.º da Ata-laia Norte, “foram destruí-dos” alguns espaços verdes (que precisavam apenas de ser devidamente tratados) para dar lugar a um projecto de jardinagem (cuja estética é totalmente inadequada ao local), e o seu tratamento de manutenção é seguramente muito mais difícil e dispen-dioso em termos financei-ros, tendo ainda como con-sequências, motivadas por esta intervenção despesista e desnecessária, a danifi-cação de grande parte do pavimento que circunda o respectivo local.Neste mesmo Bairro, está ainda por concluir um espaço para estacionamento auto-

móvel, cujo projecto pela forma como foi concebido, reduz em pelo menos 25% da sua capacidade ocupacio-nal e implica - seguramente - o dobro do investimento financeiro do que seria, pro-vavelmente, necessário. No Bº Pôr-do-sol as obras já foram dadas por concluídas, no entanto estão lá duas ruas que parecem dois autênticos guetos, com todo o respeito por quem lá mora.A rua situada nas traseiras dos armazéns da C.M.S.C. e da empresa M. Nunes, está num estado lastimável, per-gunto: Porque razão é que esta rua não foi incluída no projecto de requalificação da Cidade? A mesma per-gunta se pode fazer em rela-ção ao espaço térreo situado nas traseiras da Caixa Agrí-cola e toda aquela extensão por detrás das duas farmá-cias, espaços esses que são utilizados diariamente por centenas de pessoas que ali necessitam de estacionar as suas viaturas, acabando por se verem obrigadas a passar com os pés por dentro de poças de água para sair ou entrar nas mesmas. Per-gunto, esta não será uma questão prioritária?Assim como também não foram incluídos sanitários públicos (há vários anos prometidos). E já agora não quero deixar de me referir a uma situação que, apesar de se tratar de uma ques-tão séria não deixa de ter alguma piada, (um amigo contou-me que há relati-vamente pouco tempo, um grupo de excursionistas que tinham acabado de sair do autocarro e que se dirigiram a ele, perguntaram-lhe onde era a casa de banho, ao que ele respondeu: ‘ é ali por detrás do pinheiro’.Que venham os sanitários públicos porque os pinhei-ros estão a secar todos, digo eu”.

Page 4: Jornal Litoral Alentejano

Litoral Alentejano – Terça-feira, 15 de Novembro de 2011 www.jornallitoralalentejano.com04

Aníbal Manuel Guerreiro Cordeiro, Vereador da Câmara Municipal de Grândola, no uso da competência que lhe foi conferida pelo despacho nº 4/2011, de 10 de Janeiro, no âmbito das competências respeitantes ao art.º 91º - alínea v) do nº 1 do artº 68º, da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro na redacção que lhe foi dada pela Lei 5-A/2002 de 11 de Janeiro, torna público que em reunião ordinária, pública, de 03 de Novembro de 2011, foram tomadas as seguintes deliberações com eficácia externa:

Ratificação do despacho do Presidente da Câmara, exarado no dia 20 de Outubro de 2011, relativo ao pedido de parecer nos termos do nº 1 do artigo 54º da Lei nº 91/95, com a redacção da Lei nº 64º de 2003 de 23 de Agosto, requerido por Ana Cristina Pereira Pinela, em representação de Manuel Luís de Freitas de Bastos Falcão: Deli-berado, por unanimidade, ratificar o despacho do Presidente da Câmara, exarado no dia 20 de Outubro de 2011, relativo ao pedido de parecer nos termos do nº 1 do artigo 54º da Lei nº 91/95, com a redacção da Lei nº 64/2003 de 23 de Agosto, requerido por Ana Cristina Pereira Pinela, em representação de Manuel Luís de Freitas de Bastos Falcão;

Apreciação e eventual aprovação da Proposta de atribuição de Topónimo e Núme-ros de Polícia, requerido por Avelino Inácio Pimenta: Deliberado, por unanimidade, aprovar a atribuição de Topónimo e Números de Polícia, requerido por Avelino Inácio Pimenta, de acordo com a Proposta dos Serviços;

Apreciação e eventual aprovação da Proposta de atribuição de subsídio ao Grupo Desportivo dos Cadoços: Deliberado, por unanimidade, atribuir um subsídio ao Grupo Desportivo dos Cadoços, no montante de 500€ (quinhentos euros), de acordo com a Pro-posta dos Serviços;

Apreciação e eventual aprovação da Proposta de atribuição de subsídio à Junta de Freguesia de Melides – Feira Anual: Deliberado, por unanimidade, atribuir à Junta de Freguesia de Melides – Feira Anual, um subsídio no montante de 1.000,00€ (mil euros), de acordo com a Proposta dos Serviços;

Apreciação e eventual aprovação da Proposta de atribuição de subsídio à Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal – Delegação de Grândola – Sorteio de Natal: Deliberado, por unanimidade, atribuir à Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal – Delegação de Grândola – Sorteio de Natal, um subsídio no montante de 350,00€ (trezentos e cinquenta euros), de acordo com a Proposta dos Serviços;

Apreciação e eventual aprovação da Proposta de atribuição de subsídio extraordiná-rio à MGC – Arquitectos, Ldª de modo a promover a divulgação da prova desportiva “ Ultra Maratona Atlântica Melides – Tróia”: Deliberado, por unanimidade, atribuir um subsídio extraordinário, no montante de 500,00€ (quinhentos euros), à MGC – Arqui-tectos, Ldª de modo a promover a divulgação da prova desportiva “Ultra Maratona Atlân-tica Melides – Tróia”, de acordo com a Proposta dos Serviços;

Apreciação e eventual aprovação da Proposta de Protocolo a celebrar com a Casa do Povo de Azinheira dos Barros para fornecimento de refeições e acompanhamento dos alunos que frequentam a EB1 do Lousal: Deliberado, por unanimidade, aprovar o Protocolo a celebrar com a Casa do Povo de Azinheira dos Barros para fornecimento de refeições e acompanhamento dos alunos que frequentam a EB1 do Lousal, de acordo com a Proposta dos Serviços;

Apreciação e eventual aprovação da Proposta de actualização da Tabela anual de comparticipação do Cartão Municipal do Idoso: Deliberado, por maioria, com uma abstenção por parte da Vereadora da CDU, manter os valores iguais aos praticados em 2011 na Tabela Anual de Comparticipações do Cartão Municipal do Idoso;

Apreciação e eventual aprovação da Proposta de nomeação de representante do Município na Comissão Arbitral Municipal de Grândola: Deliberado, por unanimi-dade, aprovar a nomeação, de representante do Município na Comissão Arbitral Munici-pal de Grândola, de acordo com a Proposta dos Serviços;

Apreciação e eventual aprovação da Proposta de minuta do Protocolo de Colabo-ração entre o Município de Grândola e a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo, IP – ARH-Alentejo: Deliberado, por unanimidade, aprovar a Minuta do Protocolo de Colaboração entre o Município de Grândola e a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo, IP – ARH-Alentejo, de acordo com a Proposta dos Serviços.

Para constar se lavrou este e outros de igual teor os quais vão ser afixados nos locais públicos do costume.

Paços do Concelho de Grândola, 08 de Novembro de 2011.

O Vereador do Pelouro da Administração,

Aníbal Cordeiro

CÂMARA MUNICIPAL DE GRÂNDOLA EDITAL 250

PUBLICIDADE DAS DELIBERAÇÕES

Alcácer do Sal adere à campanha Quartel Electrão…

A Câmara Municipal de Alcácer do Sal e as asso-ciações humanitárias de bombeiros do concelho aderiram à campanha Quartel Electrão, lançada pela Amb3E-Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos. O objectivo é recolher electrodomésti-cos, aparelhos electrónicos avariados ou fora de uso e entregar nas corporações que, assim, se habilitam a receber prémios úteis para o desenvolvimento da sua actividade. No concelho, participam os Bombeiros Mistos de Alcácer do Sal e do Torrão.O Município vai encami-nhar para estes “soldados da paz” todos os electro-domésticos recolhidos pela autarquia junto aos conten-tores de lixo até ao final de Dezembro. Paralelamente, lançou o desafio aos seus trabalhadores, para que procurem, tanto nas suas casas, como nos serviços onde trabalham, aparelhos obsoletos que não sejam utilizados e que encaixem no espírito desta campa-nha, para que também estes sejam remetidos aos bom-beiros da respectiva área geográfica.Esta acção, denominada de Quartel Electrão, é uma ini-ciativa da Amb3E-Associa-ção Portuguesa de Gestão de Resíduos. O objectivo é apoiar associações humani-tárias de bombeiros volun-tários, através da sensibili-zação das populações para a problemática ambiental

dos resíduos de equipamen-tos eléctricos e electróni-cos (REEE) e dos resíduos de pilhas e acumuladores (RPA), assim como para a importância do seu correcto encaminhamento.

…os Bombei-ros Voluntários de Santo André

também

Os Bombeiros Voluntários de Santo André também aderiram ao novo projecto da Amb3E (Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos) para sensibilizar a sociedade civil para a pro-blemática ambiental.A acção pretende incentivar as corporações aderentes e comunidades locais a reunir a maior quantidade possí-vel de REEE e RPA durante os meses de Novembro e Dezembro, de modo a minorar os seus impactos ambientais e sensibilizar a população para a importân-

cia da reciclagem.Os quartéis com melhores resultados – maior peso de REEE e P&A recolhidos durante o período indi-cado – podem receber uma ambulância, uma lavan-daria totalmente equipada e vale de combustível no valor de 1500 euros.No final da acção serão atribuídos um total de 12 prémios: dois Grandes Prémios Absolutos para as corporações aderentes que tenham acumulado, em termos absolutos, o maior peso de REEE e RPA e dez Prémios per capita para as corporações aderentes que tenham acumulado, o maior peso de REEE e RPA per capita.Os dois grandes prémios absolutos correspondem a uma ambulância de trans-porte de doentes para o primeiro lugar e a uma lavandaria profissional para bombeiros (máquina de lavar roupa, secador de roupa, sapatas fechadas, calandra industrial, sistema de doseamento automá-tico e vaporeta Veit) para o segundo. As dez corpo-rações galardoadas como os prémios per capita vão receber cartões pré-pagos de combustível da Repsol no valor de €1.500.A Câmara Municipal de Santiago do Cacém cola-bora com os Bombeiros Voluntários de Santo André na Campanha lançada pela empresa Amb3E – Quartel Electrão.A colaboração é feita atra-vés da entrega no Quartel dos Bombeiros dos Resí-duos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE) e de Resíduos de Pilhas e Acumuladores (RPA) que os serviços da autarquia recolherem no concelho no período em que a campanha decorre (até 26 de Dezembro).

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Litoral Alentejano – Terça-feira, 15 de Novembro de 2011www.jornallitoralalentejano.com 05

Maior lagar do mundo está em Santiago do CacémFundada em 2005, a INNOLIVA é presidida por Miguel Rico, e conta como accionistas o Grupo MRA, Polan S.A. (a empresa de investimentos patrimoniais da família Del Pino) e a Caixa Catalunya.

Assunção Cristas, Ministra de Agricultura das Pescas, do Ambiente e do Ordena-mento do Território inau-gurou no passado dia 28 o Lagar do Monte do Cara-petal da INNOLIVA, perto de Santiago do Cacém, que se encontra na maior exploração super intensiva do mundo, contando com uma instalação industrial de vanguarda tecnológica, de grande capacidade e com os mais rigorosos sistemas de controlo de qualidade para

a produção de azeite virgem extra de alta gama. Este projecto foi possível graças ao apoio e colabora-ção do Governo de Portugal, especialmente do Ministério da Agricultura. “Esta ajuda foi decisiva para levar a bom porto um projecto da magnitude e ambição como o que agora foi inau-gurado”, como destacou Miguel Rico, Presidente de Innoliva.O presidente da INNOLIVA quer que a empresa e, mais concretamente, este lagar do Carapetal, represente uma esperança de futuro e uma aposta no presente, num momento difícil e de crise.Na sua intervenção, a Minis-tra assinalou que o Lagar “é um exemplo de que o melhor se faz Portugal”, e que “o êxito da INNOLIVA será o êxito de Portugal”.A Ministra também refe-riu que “Portugal tem um défice alimentar de 30%, e isso é algo que temos que corrigir, e o azeite é o nosso ouro líquido. Investi-mentos estrangeiros como a INNOLIVA ajudarão

sem dúvida a desenvolver o nosso país e a alcançar esse objectivo de ser auto-suficientes”.Assunção Cristas, quis também destacar que “deve-mos ser ambiciosos e chegar a todo o mundo”. Segundo a Ministra “O cul-tivo intensivo e super inten-sivo de olival é estratégico, estamos muito perto de um grande porto de mar e podemos exportar para todo o mundo um produto de altíssima qualidade

como este”.O mercado de azeite, que cresce cada ano em pro-dução e consumo, oferece grandes possibilidades de crescimento exportador em novos países consumido-res como Estados Unidos, Brasil ou China. Segundo Miguel Rico, “Temos que estar conscientes e traçar estratégias de agricultura sustentável, em face das necessidades produtivas e de comercialização a que estamos obrigados pelo cenário de curto e médio prazo. Temos que produzir cada vez mais e cada vez melhor.”INNOLIVA centra a sua acti-vidade na Inovação. A capa-cidade de aplicar processos e tecnologia ao campo é a mais-valia de uma explora-ção sustentável no tempo e que possa passar de geração em geração. Isso contrasta com as tradicionais explora-ções dependentes das ajudas e subvenções. Em Portugal o grupo INNO-LIVA tem um total de 5.000 hectares entre as suas planta-ções, uma área equivalente a

sete mil campos de futebol. Em Espanha, o grupo tem um total de 1.800 hectares, nas províncias de Córdoba e Badajoz.Jeremias Távora, o respon-sável do lagar localizado em Alvalade disse que a empresa em Portugal emprega 100 trabalhadores residentes na região, esclareceu ainda que as características da explo-ração superintensiva têm como base o número de oli-veiras por hectare.No modelo tradicional exis-tem 75 e 125 árvores por hectare, no modelo intensivo existem cerca de 300 árvo-res, enquanto que no modelo super intensivo, empregue pela INNOLIVA chega a obter-se o número de 2.000 árvores por hectare.Jeremias Távora explicou os motivos que levaram

a empresa a sediar-se em Alvalade.“Desde 2007 que come-çámos a plantar oliveiras no Alentejo e este é o cul-minar do processo porque fazia-nos falta um lagar para poder moer as azei-

tonas, a localização foi escolhida porque Alvalade está muito favorecido em termos de acessos”.Perante a nova reforma a Política Agrícola Comuni-tária da União Europeia, é necessário trabalhar com parâmetros inovadores que possibilitem ratios de pro-dutividade e margens de exploração razoáveis. “O Carapetal representa esses valores de modernidade que nos permitem, em mais de 3.500 hectares, produzir no lagar toda a colheita de 2011, cerca de três milhões de quilos de azeite, que serão cinco milhões no próximo ano”, referiu o Presidente da INNOLIVA.“É nossa obrigação pre-servar a qualidade do nosso azeite virgem extra, impedindo que práticas pouco profissionais que se praticam no sector, preju-diquem os valores que o produto está alcançando no Mundo.”

A Ministra manifestou a sua satisfação por poder visitar com Miguel Rico “esta magnífica explo-ração e o seu magnífico lagar. Quando INNO-LIVA vende o seu azeite, vende também o melhor de Portugal”.O Lagar do Monte do Carapetal corresponde a um investimento global de 7,5 milhões de euros, comparticipado em 2,1 milhões de euros por verbas do PRODER (Pro-grama de Desenvolvi-mento Rural).Em Portugal o grupo INNOLIVA tem um total de 5.000 hectares entre as suas plantações, uma área equivalente a sete mil campos de futebol. Em Espanha, o grupo tem um total de 1.800 hectares, nas províncias de Cór-doba e Badajoz.Toda a produção des-tina-se a exportação, principalmente para os

mercados italiano e espanhol, mas que deverá ser alargada a novos mercados, como os Esta-

dos Unidos, o Brasil e a China. O azeite produzido é virgem extra e a empresa não conta para já com marca própria. O destino é a venda do azeite a intermediários, mas no futuro a INNOLIVA assume avançar com uma marca.Em 31 de Outubro de 2008, a empresa sevilhana Bogaris, inaugurava o lagar constru-ído na propriedade ‘Herdade do Sobrado’ em Ferreira do Alentejo, naquele que seria considerado o projecto de um dos maiores lagares e dos mais avançados da península.Agora foi a vez da Innoliva, uma empresa com sede em Madrid, inaugurar o seu lagar em terras Alentejanas, naquele que será o maior lagar da península.Os “nuestros hermanos” estão a fazer o que deveria ser feito por nós próprios, mas isso agora não interessa nada…

“O cultivo intensivo e super intensivo de olival é estratégico, estamos muito perto de um grande porto de mar e podemos exportar para todo o mundo um produto de altíssima qualidade como este”

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Litoral Alentejano – Terça-feira, 15 de Novembro de 2011 www.jornallitoralalentejano.com06CARTÓRIO NOTARIAL

NOTÁRIA Fátima Duarte

EXTRACTO

Fátima de Jesus Lisboa Gonçalves, colaboradora, registada na Ordem dos Notários em trinta e um de Janeiro de dois mil e onze sob o número cento e trinta e sete/dois, por delegação de competências – nos termos do art.º 8º nº 1 Dec – Lei 26/2004, de 4 de Fevereiro, de Maria de Fátima Catarino Duarte, Notária do Cartório Notarial de Montijo, sito no Edifício João XXIII, na rua Joaquim Serra, número 249, em Mon-tijo, CERTIFICO, para efeitos de publicação que por escritura de vinte e cinco de Outubro de dois mil e onze, lavrada a folhas cem, do livro de escrituras diversas número cento e sessenta e oito-A, deste Cartório, - FILIPE DA PAZ RIBEIRO, natural da freguesia e concelho de Ferreira do Alentejo e mulher MARIA IRENE ROSA DA SILVA RIBEIRO, natural da freguesia e concelho de Montijo, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua Soeiro Pereira Gomes, lote 25, 2º Dtº, Montijo, contribuintes números 170 440 079 e 170 440 036, declararam que, o outorgante marido é dono e legitimo possuidor, com exclusão de outrem, do prédio urbano constituído por lote de terreno para construção com a área de trezentos e noventa e seis virgula cin-quenta metros quadrados, que confronta do norte com Maria José Paz Ribeiro, do Sul com António Francisco Ribeiro, do Nascente com Rua Transversal à Rua Seis e do Poente com Ricardo Alexandre Aboim, sito na Rua Transversal à Rua Seis, freguesia de Ermidas – Sado, concelho de Santiago do Cacém, inscrito na matriz predial urbana em nome do justificante marido sob o artigo 1 981, com o valor patrimonial tributá-rio de 6 023,34 euros a que atribui igual valor.Que o identificado prédio encontra-se omisso na Conservatória do registo predial de Santiago do Cacém.Está conforme.Montijo aos vinte e cinco de Outubro de dois mil e onze.

A ColaboradoraFátima de Jesus Lisboa Gonçalves

Conta registada sob o nº F2/1859

Ana Marques NotáriaEXTRACTO

Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada no dia quatro de Novembro de dois mil e onze, no Cartório Notarial titulado pela Licenciada Ana Paula dos Santos Marques, Notária em Santiago do Cacém, com Cartório sito no Estrada do Fidalgo, números 4-6, ini-ciada a folhas cento e dezoito, do respectivo livro de notas para escritu-ras diversas número cento e vinte e dois, foi efectuada uma escritura de Justificação, pela qualMARÍLIA DE JESUS SEQUEIRA, solteira, maior, residente no Bairro da Eira Nova, Lote 21, Porto Covo, Sines.Justificou a posse e o direito de propriedade do PRÉDIO MISTO sito em CABRINHA DE BAIXO, na freguesia de Porto Covo, concelho de Sines, com a área total de dois mil e seis vírgula vinte metros quadrados, a confrontar do Norte com Herdeiros de Joaquim António Pereira, do Sul e Nascente com Herdeiros de Joaquim Inácio e do Poente com Caminho, composta a parte rústica de cultura arvense, inscrito na matriz cadastral rústica sob o artigo 8 da Secção II e a parte urbana composta por edifício de rés-do-chão, destinado a habitação, com a área coberta de cinquenta metros quadrados, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 100, e edifício de rés-do-chão e sótão, destinado a habitação, com a área coberta de setenta e nove vírgula oitenta e dois metros quadrados, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 1256, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Sines.Que o referido prédio veio à sua posse por doação verbal de seu tio Joaquim Vidal Pereira de Jesus, solteiro, maior, residente que foi na Rua Cândido da Silva, número 45, Porto Covo, Sines, actualmente já falecido, em dia e mês que não pode precisar, do ano de mil novecentos e noventa, não tendo tal doação sido reduzida a escritura publica, mas desde então e até ao momento vindo-o possuindo em nome próprio, considerando-o como coisa sua, desta forma o conservando e beneficiando, posse essa que se tem materializado pelo aproveitamento agrícola de que o mesmo é susceptível, quer tratando e cultivando a terra, apanhando os respectivos frutos, vedando o referido prédio, e mesmo em relação aos prédios urbanos, pagando as suas contribuições, taxas ou outros encargos legais, fazendo as obras que o decurso do tempo e deles retirando todos os benefícios próprios de verdadeira dona, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 1256.Que, desde aquela data, ela justificante entrou na posse do referido prédio, agindo como sua proprietária, transformando-o em nome próprio, com a consciência de nunca, nem mesmo no acto de aquisição, estar a prejudicar direitos alheios, com o conhecimento de toda a gente e sem a menor oposição ou interrupção de quem quer que fosse desde o inicio.Trata-se por conseguinte, de uma posse que sempre exerceu ininterrupta e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse caracterizada pela boa-fé e exercida de uma forma pública, pacífica e contínua e que, por durar há mais de vinte anos, adquiriu o referido prédio por usucapião.Que, devido à forma de aquisição invocada, se encontra impossibilitada de comprovar o seu direito de propriedade pelos meios extrajudiciais normais.ESTÁ CONFORME O ORIGINAL.Cartório Notarial titulado pela Licenciada Ana Paula dos Santos Mar-ques, Notária em Santiago do Cacém, com Cartório sito no Estrada do Fidalgo, números 4-6, aos 07 de Novembro de 2011.

A Notária,Ana Paula dos Santos Marques

Conta registada sob o nº 21

“O Desenvolvimento Sustentável nos Territórios de Baixa Densidade ” Chamar aos territórios a decisão do seu futuroReflectir sobre o desenvol-vimento sustentável nos ter-ritórios de baixa densidade foi o ponto de partida para o Congresso Regional do Baixo Alentejo, promovido pelo Município de Odemira, no Cineteatro Camacho Costa, nos dias 28 e 29 de Outubro.O congresso mobilizou 152 participantes entre políticos, empresários, investigadores e docentes, técnicos muni-cipais, direcções e técnicos de associações de desenvol-vimento local, estudantes e recém-licenciados, promo-vendo um debate intenso de opiniões e soluções. Para Hélder Guerreiro, Vice-Pre-sidente da Câmara Munici-pal de Odemira, “este con-gresso teve um conteúdo muito rico e muito intenso. Superou todas as expecta-tivas. O importante é aprovei-tar estes conhecimentos e experiências e lançar, desde logo, as linhas para 2012 e 2013. É preciso trabalhar o ter-ritório em conjunto, envol-ver todos os agentes públi-

cos e privados e reforçar o envolvimento das uni-versidades, para agir pelo bem-estar da região e das gerações futuras”.Foram apresentadas pers-pectivas, pistas e propostas para promover um cresci-mento inteligente, sustentá-vel e inclusivo nestes terri-tórios: criar novos modelos de governação, potenciar a cidadania participativa, defi-nir políticas públicas que garantam uma responsabili-dade social partilhada, inves-tir em iniciativas empresa-riais e sociais, valorizar os recursos naturais e produ-tos locais, criar sinergias entre as populações e quem

decide, valorizar conheci-mentos e disponibilidade da população não activa, refor-çar as relações intergeracio-nais, incentivar o regresso

dos licenciados às terras de origem, promover projectos de acolhimento, envolver na vida local as comunida-des de estrangeiros residen-tes nos territórios, explorar nichos de mercado, apostar nas novas tecnologias de

informação e redes sociais, valorizar a relação tradicio-nal/moderno, entre outras.A sessão de abertura contou com a participação do Chefe de Gabinete do Secretário de Estado Adjunto da Eco-nomia e Desenvolvimento Regional, Álvaro Santos, do Presidente do Instituto Politécnico de Beja, Vito Carioca, do Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, João Cordovil, e do Presidente da Câmara Municipal de Odemira, José Alberto Guerreiro.Destaque para a partici-pação de Samuel Thirion (Administrador do Con-

selho da Europa), Gilda Farrell (Chefe de Divisão do Conselho da Europa) e Rui Baleiras (docente da Universidade do Minho e

ex-Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional). O Congresso contou ainda com comunicações de Ste-fano Stortone (investigador da democracia participativa e colaborador da Rede Ita-liana de Municípios), José

Carlos Albino (ANIMAR – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local), Pedro Prista (docente do ISCTE) e Isabel Rodrigo (docente no Instituto Supe-rior de Agronomia).Nos dois dias foram apre-sentados projectos de desen-volvimento rural inovadores e de sucesso: José Arantes Pedroso, da marca de agri-cultura biológica Horta do Zé, apresentou o tema “Caso de valorização multifuncio-nal da exploração agrícola”; Teresa Saraiva, da empresa EcoSativa- Consultadoria Ambiental, apresentou o tema “Dinamização de ser-viços especializados em ter-

ritórios de baixa densidade: exemplos de desenvolvi-mento e integração”; Paulo Nunes, docente da Univer-sidade Lusófona de Huma-

nidades e Tecnologias, apre-sentou o tema “O Turismo de Natureza e Atractividade Turística, contributos para a diferenciação da Oferta Turística em Territórios de Baixa Densidade”; João Fermisson, da empresa Improve Consult – Consul-tadoria e Estudos, trouxe o exemplo de “Atracão e aco-lhimento de Novos Residen-tes no Meio Rural Francês – a experiência do Collectif Ville Campagne“; Nelson Dias, presidente da Asso-ciação In Loco, apresentou “Orçamentos participativos em Portugal”; Marta Cabral, da Associação Casas Bran-cas, com o tema “Gestão Coletiva da Oferta Turística a Nível Local”; António Covas, docente da Univer-sidade do Algarve, apresen-tou o “Projeto Querença”; Catarina Selada, do Centro de Inteligência em Inova-ção, apresentou “Estratégias baseadas na criatividade em pequenas cidades”; e Petra Finkernagel, da TAMERA - Centro Internacional de Pes-quisa para a Paz, que fechou os casos de estudo com o tema “Tamera, de experiên-cia no presente a um modelo no futuro”.No encerramento estiveram presentes o Vice-Reitor da Universidade de Évora, José Manuel Caetano, o Director do Departamento de Áreas Classificadas do Sul do Ins-tituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, João Alves, e o Vice-Presi-dente da Câmara Municipal de Odemira, Hélder Guer-reiro.

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Litoral Alentejano – Terça-feira, 15 de Novembro de 2011www.jornallitoralalentejano.com 07

Possível desconformidade na lei afasta pescadores da lagoa de MelidesPescadores temem futuro e dizem estar a passar por graves dificuldades socioeconómicas. Regresso da pesca à lagoa está nas mãos de Assunção Cristas.

Cerca de 60 pescadores da lagoa de Melides exigem que a Assembleia da Repú-blica autorize, ainda que de forma condicionada, o regresso da pesca ao local, ajudando assim a colocar um ponto final nas dificuldades socioeconómicas que dizem

estar a sentir. Paulo Caetano, presidente da Associação de Caçadores e Pescadores da Serra de Grândola, refere, em declarações ao “Jornal Litoral Alentejano”, que alguns pescadores estão inclusive “a passar fome” e a braços com o pagamento de algumas contra-ordena-ções.O representante deste grupo de pescadores garante que a situação está a deixar os pro-fissionais de “rastos” e pede justiça e rapidez na resolu-ção deste impasse. A pesca na lagoa de Melides está interdita desde Outubro de 2010 e assim se tem mantido desde então, uma vez que o local não vem mencionado

na portaria 544/2001 de 31 de Maio que passou a consi-derar novos troços de bacias hidrográficas do país como aptos a receber pesca pro-fissional, ainda que sujeita a condicionantes.A não alusão do local na portaria poderá estar, assim,

em desconformidade com um Decreto-Lei de 2009 que reconhece expressa-mente a lagoa de Melides como um local em que a pesca poderá ser exercida, desde de que de forma con-

dicionada. A resolução desta “incongruência” levou já o deputado do PSD na Assem-bleia da República, Pedro do Ó Ramos, a questionar a ministra da tutela, Assunção Cristas, sobre uma possível alteração à portaria 544/2001 de 31 de Maio, permitindo assim o regresso da pesca à lagoa de Melides.“É possível reverter cla-ramente esta desconfor-midade na lei, sobretudo quando a pesca sempre foi praticada naquele local”, refere Pedro do Ó Ramos. O deputado social-democrata aguarda ainda uma resposta da ministra Assunção Cris-tas, mas promete abordá-la

directamente no próximo dia 18, por ocasião da dis-cussão do Orçamento de Estado para o próximo ano, caso não haja da parte desta uma posição formal sobre o assunto.

Por seu lado, Paulo Cae-tano diz que a situação dos pescadores se tem vindo a complicar dia após dia, rei-terando que a lagoa de Santo André não é solução para os profissionais de Melides, dada a escassez de licenças para pescar naquele local. O representante dos pesca-dores dispara ainda algumas críticas à Câmara Municipal de Grândola, a quem acusa de “nunca se ter mexido por esta questão, apesar de afirmar que está do lado dos pescadores”. “A câmara gosta de sacudir a água do capote quando se fala deste assunto”, lamenta.

Até ao fecho desta edição, Paulo do Carmo, vereador com a pasta do Ambiente na Câmara Municipal de Grân-dola, não prestou declara-ções sobre este assunto.

Bruno [email protected]

Verissimo Dias

Lusco-FuscoA ressurreição de Adão

A Guerra chegara ao Para-íso. Feito prisioneiro, Adão, Neto de Jeová, Avô dos Homens, foi içado para o cimo da Árvore Primordial, que pendia sobre o Grande Rio. Barbudo, tremendo, sublime contudo: uma supe-rior beleza rebrilhava-lhe nos redondos olhos de mel. Tinha os pulsos atados atrás das costas e o nó corredio de uma corda extensa que descia desde uma nuvem negra — porta do Purga-tório — rodeava-lhe a gar-ganta. Um grosso ramo lateral servia de base, a ele e aos carrascos: dois arcanjos federais de baixa casta, comandados por um que-rubim. Por cima, esvoa-çava, vigilante, o serafim supremo do firmamento. Toda a bicharada, sem se mexer, de olhos molhados, voltava-se para a árvore. Desde os primórdios, a morte é uma dignitária mis-teriosa que exige imobili-dade, lágrimas, respeito. Em breve, os machados dos arcanjos decepariam o tronco; os bichos fechariam os olhos; e o condenado quedar-se-ia pendurado sobre as águas.O primeiro Homem fechou as pálpebras, rememorou Eva e Caim, rezou pelo assassinado Abel. Cogitou: «quiçá um milagre possa ainda acontecer!». Quando Adão perdeu a consciência, já estava pra-ticamente morto. Acordou muitos anos mais tarde, segundo lhe pareceu, com febre, com dores na gar-ganta, com uma sensação de ingurgitamento, com o corpo a latejar. A parte boa do seu ser já não existia. O Paraíso tinha desaparecido. Que magnífica força sobre-humana! — pensou — enganei os anjos; e ati-rei-me para o Grande Rio. O pescoço doía-me, o cére-bro ardia-me, mas o coração saltava-me. E nadei, nadei, nadei … cortando a água melhor do que os peixes.Vim à superfície com o rosto virado para a árvore, onde os arcanjos, dese-nhando silhuetas gigantes-cas contra o céu repleto de nuvens, gritavam, gesticula-vam; belos, mas grotescos, apontavam para mim os braços celestiais; mas a metralhadora do querubim encravou; e os outros não estavam armados. De súbito, ouvi um tiro (embora nunca soubesse quem disparara); um

besouro de chumbo ferrou a água a poucos centímetros da minha cabeça, salpican-do-me o rosto de esguichos. Ouvi outro tiro e outros… Quando vim à superfície tomar fôlego, percebi pelo escuro e pela lua alta que estivera mergulhado durante muito tempo; dei graças a Deus…Deixei as águas e, para me proteger, embrenhei-me na floresta, retrogradando à inconsciência leve das origens paradisíacas; puro engano: rijas lianas me enlaçaram, atacaram-me feras, zumbiam mosquitos e todos os impulsos desses incompreendidos primór-

dios me perseguiram. Tive também que fugir dali.Eu estava agora diante da minha caverna, na charneca. Crepitava ainda o lume, que eu próprio acendera. Quem sabe se apenas caminhei durante a noite, ao luar? Ao entrar, Eva — a minha doce Eva — esperava-me, num sorriso de inefável júbilo. Ah, como ela é bela!..Dei um salto em frente, com os braços estendidos. Olhamo-nos, abraçamo-nos, não resistimos ao apelo do amor…Senti, então, uma pancada formidável na nuca; uma luz branca cegou-me; depois, escuridão, silêncio; e o meu corpo, dependu-rado do Purgatório, expulso do Paraíso, balouça sobre as águas indolentes do Grande Rio.Mesmo que tenha morrido, não faz mal, acho que res-suscitarei…

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Litoral Alentejano – Terça-feira, 15 de Novembro de 2011 www.jornallitoralalentejano.com08Estabelecer Cortes em Saúde É imprudente e levianoÉ preciso saber ler os sinais. Esta é uma entrevista que apela a “uma reflexão em que todos nos envolvamos numa análise dos problemas sobre o SNS para podermos construir respostas correctas, mais eficazes e, mais humanas”. Em causa está a Saúde de todos nós, Portugueses.

David Martins foi o Médico especialista em Oftalmolo-gia que respondeu afirma-tivamente ao pedido de uma troca de impressões sobre o Sistema de Nacio-nal de Saúde em Portugal feito pelo Jornal Litoral Alentejano, quando é já sabido que, em causa, estão preocupações inquestioná-veis – a dos cortes anuncia-dos - penalizando nome-adamente uma população envelhecida, sem recursos e sem esperança, para já não falar dos mais de 700 mil desempregados que a crise atirou para a angús-tia.Nesse sentido, a Direcção do Jornal Litoral Alen-tejano expressa publica-mente os seus agradeci-mentos a um dos médicos mais queridos, não só

dos Setubalenses, mas da Região, que tem a van-tagem de conhecer – por dentro –, o funcionamento de Hospitais Públicos - aliás, como cirurgião e no desempenho que teve – durante 7 anos, de Feve-reiro de 1996 a Janeiro de 2003 - na Direcção do Hospital de São Bernardo/Setúbal, e, mais recente-mente, a sua prestação num Hospital Privado, não faltando o exercício médico na proximidade do Consultório.Ao Dr. David Martins colocamos perguntas que o bom senso ditou, serem as pertinentes. Todas as res-postas foram dadas, reflec-tindo dados concretos e, uma opinião credível, feita de muito anos de experiên-cia ao serviço da Saúde.

Litoral Alentejano - Dr.

David Martins, o que nos poderá dizer sobre o Ser-viço Nacional de Saúde?- David Martins, Médico especialista em Oftalmo-logia - De imediato, devo lembrar-lhe que o SNS, foi uma das melhores medi-das após o 25 de Abril de 1974. Foi criado à luz do Artigo 64.º da Constituição da República Portuguesa e, consagra o direito à protec-ção da Saúde e o dever de a defender e promover, após a publicação da Lei n.º 56/79.

Litoral Alentejano – Em síntese, qual é o seu pare-cer sobre os Hospitais Públicos?- Os Hospitais Públicos, têm sido, a par dos Centros de Saúde, a melhor resposta aos problemas de Saúde dos portugueses.

Repare que, os indicado-res internacionais de Saúde sobre a qualidade dos cui-dados prestados, fizeram com que Portugal, de país atrasado, passasse a ser um país na linha da frente. E, porquê?- Porque os seus profissio-nais da Saúde, nomeada-mente os médicos acom-panharam o conhecimento científico e, preocuparam-se com a formação contínua e pós-graduada.

Litoral Alentejano - Há quantos anos exerce medi-cina?- Sou médico da função pública há 34 anos e, digo, tenho um grande orgulho nisso.Quanto ao SNS, penso que este governo ou outro qual-quer, se o quiser alterar ou destruir, quem vai sofrer é a população.

Deixe-me dizer-lhe o seguinte: Onde eu consigo completar o ordenado baixo que ganho há muitos anos na função pública é com o consultório e, trabalhando em Hospitais Privados, mas é no Serviço Público que a população do nosso País e de qualquer outro, tem res-posta para a maior parte dos seus problemas de Saúde. E, porquê?Porque é nos Hospitais Públicos e nos Centros de Saúde que os serviços – as urgências – estão abertos, 24 horas, durante os 365 dias do ano. É nos Hospi-tais Públicos que há equipas disponíveis para resolver os

seus problemas. O SNS foi implementado depois do 25 de Abril. É o melhor serviço público que tem sido prestado à popula-ção portuguesa. Não é por eu ser médico do serviço público – no serviço estão enfermeiros, adminis-trativos, assistentes opera-cionais - que antigamente se chamavam “auxiliares da acção médica” - , aliás, não sei se sabe, o Hospital é o local onde existe o maior número de diversidade de profissões. Uma estrutura Hospitalar tem tudo. Pelo que sabemos, se perdermos o SNS, sobretudo a popula-ção mais desfavorecida, não terá onde resolver os seus problemas de saúde.Quero dizer-lhe o seguinte: Se houve alguma coisa que se transformou em Portugal de uma forma fantástica, foi a Saúde. Sabe porquê?

Porque todos os indicado-res de Saúde melhoraram. Recorde-se que, antes do 25 de Abril de 74 estáva-mos numa situação terceiro-mundista. Neste momento, Portugal está no pelotão da frente. Podemos afirmar que estamos ao nível do melhor que há no mundo e, a nível de cirurgia - qualquer que ela seja - cardíaca, oftalmo-lógica, cirurgia-geral, trans-plantes renais, pulmonares, hepáticos, em todas elas, nós estamos na linha da frente. Quem disso tiver dúvidas, basta investigar.

Litoral Alentejano – Que sistema foi o responsável

pela melhoria da Saúde, no nosso País, o do Hos-pital Público ou do Pri-vado? - O Serviço Nacional de Saúde, nos Hospitais Públi-cos, com médicos, enfermei-ros, com grandes equipas multidisciplinares, trans-formaram a saúde no nosso País.

A inexistência do SNSpoderá ser dramático

Litoral Alentejano – A sua preocupação em relação às políticas actuais, resulta de que base? Que percepção tem do que poderá vir a suceder no que diz respeito aos Serviços de Saúde? A crise que estamos a sentir poderá levar ao seu encer-ramento do SNS?- A crise leva a alterações profundas que poderão afec-

tar a Saúde da maior parte das pessoas, sobretudo das populações mais desfavo-recidas, como lhe afirmei. Repare, eu até sou benefi-ciado. Sou médico, tenho colegas, conheço – digamos – os caminhos para resolver os meus problemas mas, para a solução dos proble-mas a nível global – a nível da população em geral –, a inexistência do SNS poderá ser dramático. Entretanto, sei que inúmeras pessoas têm criticado o SNS e não compreendem as suas virtua-lidades. Ou seja, pense-se só nisto: Eu também trabalho num Hospital Privado, exce-lente, do Grupo BES/Grupo

Espírito Santo, também sei a importância que tem, mas há 8 anos, em Setúbal, só havia o Hospital Público e, esse Hospital respondeu durante décadas às necessidades das pessoas. Aliás, onde é que há a resposta a todas as doenças graves, desde acidentes vas-culares celebrais, doenças cardiovasculares, doenças infecciosas, HIV, particu-larmente, toda a terapêu-tica que se relaciona com a oncologia, onde há cuidados intensivos?- É nos Hospitais Públicos que há a resposta, embora eu conclua – por exemplo - que os medicamentos têm um grande peso nos orça-mentos dos Hospitais e no Ministério da Saúde. Volto a reafirmar – em onco-logia e infecciologia e em outros serviços, que hoje em dia são indispensáveis para a cura ou melhoria da

qualidade de vida de muitos doentes, corresponde uma grande fatia do Orçamento de Saúde. Dizer também que as tec-nologias que tratam e pro-longam a vida - os equipa-mentos no Bloco Operatório e nas Unidades de Cuida-dos Intermédios - são um grande peso no Orçamento da Saúde em Portugal e nos países desenvolvidos. Nós sabemos isso, mas há que dizer a verdade, às pessoas. É preciso dizer aos portu-gueses que a Saúde de Qua-lidade é cara.

O dever dos políticos é organizarem

estratégias de solução

Litoral Alentejano - Porque é que uns Hospi-tais são sub-financiados e outros não? Quais as reais necessi-dades desta ou daquela população, relativamente a este ou àquele problema de Saúde em concreto?É que há muitas diferenças e necessidades de Saúde entre a população do inte-rior e do litoral e, se calhar entre o Alentejo e Trás-os-Montes, por exemplo.- O dever dos políticos que se dedicam a estas matérias é estudá-las. É fazerem um levantamento das necessi-dades existentes, para que se organizem estratégias de solução mas, enquanto exis-tir o primado dos interesses, político-partidários ou pes-soais e, não o interesse em servir a população segundo as suas efectivas e reais necessidades, com coragem e com visão do futuro, a longo prazo, mesmo contra a corrente, as soluções tor-nam-se difíceis.

Litoral Alentejano – Perante a realidade exis-tente, de uma inquestioná-vel prestação de Serviços de Qualidade prestados pelo Hospital Público, perante a hipótese de uma viragem em relação ao sis-tema actual, que resposta poderá ser dada às pessoas mais necessitadas? - Enquanto Médico, do que aprendi com Hipócrates e com a filosofia dos meus mestres, consta também uma área muito importante do relacionamento entre as pessoas, a da humanização. Isto para dizer-lhe também que, nos Hospitais Públicos havia Equipas Multidiscipli-nares e, também, no próprio Serviço Médico Hospitalar

Aliette [email protected]

“Se houve alguma coisa que se transformou em Portugal de uma

forma fantástica, foi a Saúde”.

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Ano II • n.º 46•

DirectoraAliette Martins

Director-adjuntoMarcos Leonardo

EditorJoaquim Bernardo

15 de Novembro/11

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Se não conseguiu o seu exemplar peça-o para as nossas delegações

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Beatriz Martins no Campeonato do Mundo ao serviço da Selecção Nacional

GINÁSTICA - Campeonato do Mundo em Birmigham de 14 a 20 de Novembro

HCP de Grândola líder só com vitóriasHÓQUEI EM PATINS - Campeonato Nacional da 3ª divisão

A ginasta sineense Beatriz Martins vai participar ao serviço da Selecção Nacional no Campeonato do Mundo, que decorre em Birmigham (Inglaterra) nos dias 14 a 20 de Novembro, na especialidade de trampolim individual. A ginasta da Academia de Ginástica de Sines tem como colegas no Trampolim Individual Feminino a Sílvia Saiote, Ana Pacheco, Ana Rente e Beatriz Martins. Este é o ponto mais alto na carreira da jovem Beatriz Martins de 17 anos e que persegue o sonho de estar presente nos Jogos Olímpicos. Pela qualidade que demonstra e pela evolução que tem conseguido nos últimos anos, o sonho deverá tornar-se uma realidade nos próximos anos.

Vasco da Gama venceu no Zambujal mas continua a três pontos do Barreirense

FUTEBOL - Campeonato Distrital de Setúbal da 1ª divisão

Depois de uma inesperada derrota por 2-1, em Sarilhos, o Vasco da Gama de Sines jogou no último domingo no Zambujal, onde venceu por um claro 5-1. Com três golos de Daniel Direito, uma partida onde toda a equipa esteve bem, mas onde Daniel Direito merece o nosso destaque. A equipa sineense continua a três pontos do líder Barreirense, que soma por vitórias todos os jogos realizados.O Atlético Alcacerense ao perder em casa por 2-1, frente ao 1º Maio Sarilhense, ficou a três pontos do primeiro lugar. O Barreirense ao vencer o vizinho Luso por 1-0, isolou-se na frente com mais três que o Vasco da Gama, Paio Pires e Alcacerense. Resultados da 5ª

jornada: Zambujalense,1 – Vasco da Gama,5; Alcacerense,1 – 1º Maio Sarilhense,2; Rosarense,0 – Paio Pires,1; C. Industria,1 –

Grandolense,1; Palmelense,3 – BM Almada,2; Barreirense,1 – Luso,0; Cova da Piedade,3 – Alfarim,1 e Amora,3 – Desportivo de Portugal,0. Classificação Geral: 1º Barreirense,15; 2º Vasco da Gama, Alcacerense e Paio Pires,12; 5º Amora, Palmelense e Cova da Piedade,0; 8º Sarilhense,9; 9º Desp. Portugal,6; 10º Rosarense,5; 11º Alfarim,4; 12º C. Industria,3; 13º Grandolense e Zambujalense,2; 15º Luso,1 e 16º BM Almada,0 pontos. Na 6ª jornada, dia 20 de Novembro, vão jogar: Vasco da Gama – Alcacerense; Sarilhense – Amora; Desp. Portugal – C. Piedade; Alfarim – Barreirense; Luso – Palmelense; BM Almada

– Rosarense; Paio Pires – C. Industria e Grandolense – Zambujalense. Na 7ª jornada, dia 27 de Novembro, vão jogar: Zambujalense – Alcacerense; Amora – Vasco da Gama; Cova da Piedade – Sarilhense; Grandolense – Paio Pires; C. Industria – BM Almada; Rosarense – Luso; Palmelense – Alfarim e Barreirense – Desportivo de Portugal.A Associação de Futebol de Setúbal já realizou o sorteio relativo à 1ª eliminatória da Taça do Distrito, jogos marcados para o dia 1 de Dezembro, às 14.30 horas. Vão jogar: Amora – C. Industria; Grandolense – Quinta do Conde; Barreirense – Alfarim e Almada – Vasco da Gama.

O HCP de Grândola lidera o Campeonato Nacional da 3ª divisão, com 12 pontos, fruto de quatro vitórias, nos quatro jogos realizados. Resultados da 4ª jornada: Azeitonense,2 – Lisbonense,9; HC Santiago,8 –

Aljustrelense,9; HCP Grândola, 3 – Boliqueime,2; Estremoz,8 – Castrense,6 e Salesiana,10 – Lobinhos,5. Classificação Geral: 1º HCP Grândola,12; 2º Lisbonense,10; 3º Salesiana, Boliqueime e Lobinhos,6; 7º

Seixal, Aljustrelense, Estremoz e HC Santiago,3; 11º Castrense,1 ponto. Na 5ª jornada, dia 19 de Novembro, vão jogar: Seixal – Lisbonense; Azeitonense – HC Santiago; Aljustrelense – HCP Grândola; Boliqueime – Estremoz

e Castrense – Salesiana. Na 6ª jornada, dia 26 de Novembro, vão jogar: HC Santiago – Seixal; HCP Grândola – Azeitonense; Estremoz – Aljustrelense; Salesiana – Boliqueime e Lobinhos – Castrense.

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Melidense venceu o União de Santiago e continua em 1º

FUTEBOL - Distrital da 2ª Divisão - AF Setúbal

Vale Figueira venceu o Aldeia dos Chãos por 2-1

FUTEBOL - Taça do Inatel de Setúbal

Hélder Estrela é o novo treinador do St. André

No Estrela de Santo André

Atlético Alcacerense venceu os Pélezinhos

FUTEBOL - Distrital de Setúbal de Juniores

Depois de uma vitória em casa por 8-4, frente ao Paio Pires, o Vasco da Gama de Sines jogou na Arrentela e perdeu por 4-2. A equipa sineense ficou assim no sexto lugar com 10 pontos, menos dois que o líder Alfarim, que soma 12 pontos. Nas próximas jornadas, a equipa orientada por José Matias recebe dia 19 de Novembro o Brejos de Azeitão e dia 26 desloca-se ao campo do Alcacerense.

Na última semana, Duarte Jesus deixou o comando técnico do Estrela de Santo André, alegando razões profissionais, sendo substituído no cargo por Bruno Cruz, que orientava a equipa de juvenis. No último sábado a equipa do Estrela jogou no campo do Clube Instrução e perdeu por 2-1, ocupando o 11º lugar, com três pontos. Nas próximas jornadas, o Estrela de Santo André recebe o líder

Alfarim, dia 19 e joga dia 26 no campo do Paio Pires.Depois de uma derrota pesada no Monte da Caparica por 7-2, o Atlético recebeu os Pelezinhos e venceu por 2-1, ocupando agora o 7º lugar com 10 pontos.Nas próximas jornadas, o Alcacerense joga na Arrentela dia 19 e recebe o Vasco da Gama dia 26 de Novembro.

O Vale Figueira soma por vitórias todos os jogos realizados, ocupando o primeiro lugar no Grupo-A. No grupo B, a equipa dos Bombeiros do Seixal voltou a registar uma falta de comparência o que deve levar à sua desclassificação.Resultados da 3ª jornada. Grupo A: Vale Figueira- 2 Aldeia de Chãos- 1; Juventude Carvalhal- 1 Cadoços- 1 e Forninho- 1 Bairro do Olival- 1. È líder destacado o Vale Figueira, que totalmente vitorioso nas três jornadas disputadas, comanda com 9 pontos. Seguem-se em 2º e 3º, respectivamente Forninho FC e Bairro do Olival, ambos com 4 pontos.

Aldeia dos Chãos é 4º com 3 pontos, sendo Juventude do Carvalhal e Cadoços 5º e 6º com 1 ponto. O Curvas é último com 0 pontos.No próximo domingo dia 20 de Novembro jogam: Curvas-Vale Figueira; Bairro do Olival-Juventude do

Ao vencer o União de Santiago do Cacém por 3-2, o Melides mantém o primeiro lugar no campeonato distrital de Setúbal da 2ª divisão. Depois de uma vitória no Faralhão por 3-1, a equipa orientada por Fernando Encarnação recebeu o União e venceu por 3-2. Numa partida muito bem disputada, entre duas equipas que contam com jogadores de boa qualidade técnica e que proporcionaram um bom espectáculo ao muito público que assistiu ao encontro.O Estrela de Santo André, agora orientado por Hélder Estrela recebeu o Charneca da Caparica e venceu por 1-0, somando assim a primeira

Hélder Estrela é o novo treinador do Estrela de Santo André substituindo no cargo Mário João, que orientava a equipa desde a época passada. Após a derrota em Santiago do Cacém por 5-3, a direcção do clube reuniu com Mário João e chegaram a acordo para a saída do técnico que ainda não tinha conseguido qualquer vitória na presente época. A escolha da direcção do Estrela recaiu em Hélder Estrela, de 44 anos, que nas últimas épocas trabalhou nas camadas jovens do Vasco da Gama onde orientou várias equipas, desde dos juniores aos iniciados. Hélder Estrela é considerado um treinador com muita qualidade e que mantêm uma boa relação com os atletas que treina, e nesta equipa dos Estrela estão vários jogadores que

vitória na competição. A equipa não acusou a derrota em Santiago do Cacém na semana anterior e numa partida sem grandes oportunidades acabou por justificar os três pontos.O União de Santiago do Cacém depois de derrotar o vizinho Estrela por 5-3, numa grande partida de futebol, deslocou-se a Melides onde perdeu por 3-2. Restantes resultados da 5ª jornada: Quinta do Conde,3 - Monte Caparica,2; Lagameças,2 – Faralhão,1 e Almada,0 – Arrentela,1. Classificação Geral: 1º Melides,12; 2º Quinta do Conde,11; 3º Arrentela,9; 4º

Almada, Est. Santo André e Lagameças,6; 7º União de Santiago e Faralhão,5; 9º Monte da Caparica,4 e 10º Charneca da Caparica,1 ponto. Na 6ª jornada, dia 20 de Novembro, vão jogar: M. Caparica – Almada; Faralhão – Quinta do Conde; União de Santiago – Lagameças; Melides – Estrela de Santo André e Arrentela – Charneca da Caparica. Na 7ª jornada, dia 27 de Novembro, vão jogar: Ch. Caparica – Monte da Caparica; Almada – Faralhão; Quinta do Conde – União de Santiago; Lagameças – Melides e Est. Santo André – Arrentela.

já foram orientados pelo técnico nas camadas jovens do Vasco da Gama, o que facilita a sua integração no clube. Na equipa técnica continua Carlos Nobre como adjunto e David

como treinador de guarda-redes. O objectivo do novo técnico passa por realizar um bom trabalho, tentando ficar nos seis primeiros para disputar a segunda - fase da competição.

Carvalhal e Aldeia Chãos-Forninho.GRUPO- B: Casa do Povo de Corroios- 5 Bombeiros Seixal- 0 - (V-FC); Vale Milhaços- 0 Azul Ouro- 1 e Terras Costa- 3 Areias- 1. Terras da Costa e Casa do Povo de Corroios, lideram com 6 pontos; seguindo-se o Passil em 3º e Azul Ouro em 4º, ambos com 4 pontos. Vale Milhaços é agora 5º com 3 pontos; enquanto FC. Areias e Bombeiros do Seixal fecham a tabela com 0 pontosNo próximo domingo; os jogos agendados são: Azul Ouro - CP.Corroios; Passil-Vale Milhaços e Bombeiros Seixal-Terras Costa.GRUPO- C: Jardiense- 0

GD.Valdera- 0; Africanos- 3 GD.Rio Frio- 0 e Sport Clube Sado- 1 Águias Negras FC.- 3. Comanda o GD.Valdera agora com 7 pontos, á frente do Águias Negras com 5 e do Africanos com 4 pontos. O Jardiense está colocado no 4º lugar

com 2 pontos; enquanto SC.Sado e Lagoa da Palha são 5º e 6º com 1 ponto. Rio Frio é último com 0. Na próxima ronda, domingo dia 20 de Nov.embro vão jogar: Águias Negras-Jardiense; Rio Frio-Sado e Lagoa Palha-Africanos.Após as primeiras três jornadas, algumas posições podem começar a ficar melhor definidas, e nos três grupos por estarem nos dois primeiros lugares, estão actualmente em lugar de qualificação para a fase seguinte: Vale Figueira e Forninho(Grupo-A); Terras da Costa e Casa Povo de Corroios(Grupo-B) e Valdera e Águias Negras(Grupo-C). No momento actual os dois

melhores terceiros são o Passil e os Africanos. Ao fim da 3ª Jornada, a tabela dos marcadores é liderada por Vítor Madeira (Vale Figueira) e Vasco(Africanos), ambos com 5 golos apontados. Em 3º lugar está Gonçalo(Vale Figueira) com 4 golos.

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Pedro Lança e R. Batista venceram na sua classe

RALIS - Campeonato Regional do Sul - Beja

Seis dezenas de aventureiros na “Rota das Tascas”

BTT - Uma organização da A L A

19ª edição do “Cross dos Cavaleiros” em V. Santiago

ATLETISMO - Dia 20 de Novembro

Academia Vitor Martins com bons resultados

TAEKWONDO - ATVM de Grândola

Fernando Beijinha em 3º lugar no escalão M-60

ATLETISMO - 20 Km de Almeirim

A dupla sineense Pedro Lança e Ricardo Batista estiveram em Beja, a participar na quarta prova do Campeonato Regional Sul de Ralis, terminando num muito positivo sétimo lugar absoluto e primeiro da classe I. Depois de uma prova sofrida em Loulé, a dupla da Roady Competition esperava poder regressar ao seu melhor em Beja, uma prova ao estilo rallysprint, com tripla passagem pelos treze quilómetros da especial de Vale de Russins. “Foi um bom rali. Não tivemos nenhum problema com o carro e estamos muito satisfeitos com o resultado final. Iniciámos bem o rali, o troço estava muito escorregadio na primeira passagem e aterrámos muito forte num dos saltos, mas felizmente sem consequências. Fomos gradualmente melhorando os tempos e divertimo-nos muito com um carro que é muito divertido de

pilotar, mas que acaba por ser inferior á concorrência. Somos o carro de duas rodas motrizes melhor classificado no campeonato e neste rali subimos mais duas posições na geral.”, comentou Pedro Lança.A dupla do Saxo começou a prova da melhor forma, sendo a mais rápida na primeira especial, acabando depois por cair para o segundo posto das duas rodas motrizes, mas mantendo a luta pela vitória até aos últimos metros da prova, num resultado que ainda assim serve perfeitamente as pretensões da equipa para o campeonato. “Chegámos a liderar, mas os nossos adversários acabaram por nos bater no segundo troço da prova. Queríamos vencer, mas também sabíamos que o segundo lugar entre os duas rodas motrizes já era um bom resultado em termos de campeonato e

não valeria a pena correr riscos excessivos. Foi com esta realidade que partimos para a última especial, onde apesar de voltarmos a tirar tempo ao troço anterior, acabou por não chegar para ser o melhor duas rodas motrizes,”, comentou o navegador alenquerense Ricardo Batista.Ainda assim o balanço final da prova é positivo para a dupla Pedro Lança e Ricardo Batista, pois concluíram a prova num excelente sétimo posto absoluto, segundo nas duas rodas motrizes e primeiro entre os concorrentes de Classe I (viaturas até 1600). A próxima prova do Regional Sul de Ralis será o Rally Casinos do Algarve, prova que terá lugar nos dias 18 e 19 de Novembro na zona de Portimão e Monchique, sendo também pontuável para o Campeonato de Portugal de Ralis e Taça Nacional de Ralis.

Os atletas da Academia de Taekwondo, Vitor Martins de Grândola estiveram a participar no Open Internacional de Portugal em Taekwondo, onde conseguiram os seguintes resultados. Cadetes - Menos 33kg – 1º Muhammet R. (Turquemenistão); 2º Bruno Dias (Challenger C.Lourosa, Port.); 3º Duarte Rodrigues (ATKRS, Port.) e Guilherme Mendes (Ac. Vítor Martins, Port.) (33 a 37 kg) – Tiago Fernandes (GUL, Port.); 2º Mekan Gurbarov (Turq.); 3º João Carolino (Ac. Vitor Martins, Port.) e Tiago Soares (TKD C.P., Port.) Cadetes: (33 a 37 Kg) – 1º Taylor Goodal (UK) e 2º

Rafaela Santos (Port. CR); (37 a 41 Kg) – 1º Diana Castaneda (El Sal.) e 2ª Andreia Castaneda (El.Sal.); (41 a 44 Kg) – 1ª Matilde Ramos (Ac. Vitor Martins, Port.) e 2ª Alexandra Ramos (CDR Águias UnidasPort.); (47 a 51 Kg) – 1ª Helena Rodrigues (CDR Águias Unidas, Port.) e 2ª Carolina Sousa (CDR Águias Unidas, Port.); (52 a 55 Kg) – 1ª Rita Pereira (Jovens D’Ouro, Port.) e 2ª Beatriz Domingues (Ac. Estudos e Artes, Port.); (Mais 59 Kg)—1ª Catarina Silva (Challenger C.Lourosa,Port.) e 2ª Jessica Gomes (C.Furio Canedo, Port.). Nos dias 28 e 29 de

Outubro, Mais uma vez a equipa da ATVM - Clube e Academia de Taekwondo esteve em bom plano na cidade de Pontevedra - Espanha ao arrebatar três medalhas das seis possíveis. João Carolino - medalha de ouro - 37 Kg, Guilherme Mendes - medalha de prata - 33 Kg e Margarida Silva - medalha de bronze -38 kg.Os estreantes Bernardo Gomes e André Crispim tiveram uma prestação à altura da exigência, tomando em conta o tempo de treino, Matilde Ramos esteve bem, mas a paragem de seis meses, devido a lesão dificultou uma melhor prestação.

O G. D. São Francisco da Serra participou nos 20 km de Almeirim, onde conse-guiu bons resultados, com destaque para Fernando Bei-jinha que terminou em 3º lugar, na categoria de vete-ranos com mais de 60 anos. Por equipas, classificou-se na 18ª posição entre 69 equi-pas, sendo a 12ª entre as equipas portuguesas. Clas-sificação dos atletas do GD São Francisco da Serra: 81º Paulo Chaínho - (12º M45); 95º Rui Gonçalves - (58º Sénior); 123º-Vítor Pereira - (74º Sénior); 158º-Jorge Vaz - (86º Sénior); 184º Fer-

nando Beijinha - (3º M60); 322º-Armindo Correia (30º M55); 444º-Amílcar Carva-

lho (30º M55) e 525º-Antó-nio Simões (90º M45)

A localidade de Vale de Santiago, Odemira, vai receber no dia 20 de Novembro, a 19.ª edição do “Cross dos Cavaleiros”, uma das provas de atletismo mais emblemáticas do concelho de Odemira. Em paralelo, tal como já vem sendo hábito, decorrerá a 5ª Edição do Percurso Pedestre dos Cavaleiros e o Corta Mato de Abertura Associação de Atletismo de Beja. Esta é uma actividade promovida em conjunto pelo Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira, Município de Odemira e Junta de Freguesia de Vale

de Santiago, com o apoio da Associação de Atletismo de Beja. A prova será aberta a todos os atletas, federados e não federados, em representação de colectividades, organizações populares, grupos desportivos, escolas ou outros organismos. Tal como nas edições anteriores a competição será dividida em escalões de benjamins, infantis, iniciados, juvenis, juniores, seniores e veteranos, em ambos os sexos. O percurso varia entre os 250 metros para o escalão benjamins A e os 9.200 metros para os juniores e

seniores masculinos. O grande prémio em disputa terá o valor de 200 euros, para o vencedor no escalão seniores masculinos, sendo de 125 euros para o escalão de seniores femininos. Haverá ainda prémios monetários até ao 15º classificado no escalão seniores masculinos, até ao 10º nos seniores femininos e até ao 5º nos veteranos. Os primeiros juniores, masculino e feminino receberão 50 euros e taça, o atleta com mais idade receberá um troféu.

Cerca de seis dezenas de aventureiros participaram no dia 6 de Novembro, nas “Rota das Tascas 2011”, iniciativa de BTT organizada pela Associação Litoral Aventura. A iniciativa levou os participantes de encontro às magníficas paisagens do concelho de Santiago do Cacém e do Alentejo Litoral, permitindo tomar contacto de perto com os costumes locais e claro, como o próprio nome indica, visitaram algumas das mais tradicionais tascas da região, onde não faltaram os desejados petiscos, num evento que é bem mais do que um simples passeio de

BTT.

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José Mourinho é o padrinho da prova de Águas Abertas

NATAÇÃO - Olympic Marathon Swim Qualifier 2012”

Independentes venceram por 6-1 o Messines

FUTSAL - Campeonato Nacional da 3ª divisão

José Mourinho é o padrinho da prova internacional de natação de águas abertas que se realiza em Setúbal a 9 e 10 de Junho de 2012, a qual apura os últimos atletas da especialidade para os Jogos Olímpicos de Londres.O treinador do Real Madrid aceitou o convite que a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, lhe endereçou, pessoalmente, na capital espanhola, onde a autarca se deslocou com

o presidente da Federação Portuguesa de Natação, Paulo Frischknecht.Maria das Dores Meira, que recebeu uma camisola do Real Madrid autografada pelo melhor treinador de futebol do mundo, assistiu ainda ao encontro que o clube disputou com o Villarreal para a Liga espanhola, no estádio Santiago Barnabéu e visitou o centro de treinos do Real Madrid, em Valdebedas. A “FINA Olympic Marathon Swim

Qualifier 2012”, derradeira prova de qualificação olímpica de natação de águas abertas na distância de dez quilómetros, reúne em Setúbal os melhores atletas mundiais e nacionais da especialidade.A competição que conta com José Mourinho como padrinho realiza-se num circuito rectangular de dois mil metros (cinco voltas), numa área defronte do Parque Urbano de Albarquel.

Os Independentes de Sines continuam com uma participação muito positiva no Campeonato Nacional da 3ª divisão. Nos cinco jogos realizados, a equipa orientada por Sérgio Carlos soma três vitórias, um empate e uma derrota, marcou 23 golos e sofreu 13. Numa época onde o clube apostou nos jogadores da região, muitos deles vindo futebol de 11, Antonio Paulo, presidente do clube considera que “a

época está a decorrer dentro que tínhamos previsto, conseguimos reunir um bom grupo de jogadores que estão a realizar um bom trabalho. Apostámos no Sérgio, um jovem treinador, mas que tem muita experiencia na modalidade. Penso que estão reunidas as condições para andarmos nos primeiros lugares da classificação. Sabemos que existem equipas com outras possibilidades, com outras

condições, mas nós temos o nosso valor e iremos lutar pelos primeiros lugares da classificação.Depois de uma vitória na Atalaia por 5-1, a equipa sineense recebeu o Messines e venceu por um expressivo 6-1, com 2-1 ao intervalo. Na próxima jornada, dia 19 os Independentes viajam até ao Alentejo para defrontar o Baronia, no sábado seguinte jogam em Sines frente ao Évora Futsal.

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- um serviço em que tenho mais experiência - permi-tia a existência de equipas. Equipas essas formadas por um conjunto médicos espe-cialistas na mesma área - no caso, oftalmologia – mas também de pneumologia, infecciologia, cardiologia, etc., que trabalham conjun-tamente. Havia – no fundo – uma articulação e uma inter-acção entre os médicos no mesmo serviço. Uns mais velhos, outros mais jovens, outros internos, a aprender, ainda em formação, mas havia toda uma orgânica na estruturação das Carreiras Médicas, que criava o espí-rito de equipa e que se arti-culava e levava à formação entre pares.Esta filosofia de trabalho é importante que se mantenha onde quer que se prestem cuidados de Saúde que se pretendem de qualidade.

Nas Carreiras Médicas,

um busílis legislativo?

Litoral Alentejano – A prá-tica que descreveu – a das

Equipas Multidisciplinares - ainda se mantém foi (ou está para breve) anunciada a sua extinção?- Ainda se mantém, porém - infelizmente - nos últimos anos, houve alterações na legislação laboral (na parte médica e de enfermagem nos Hospitais Públicos), que levaram a uma coisa que é absolutamente incrível. Nesse sentido vou dizer uma delas que se poderá provar. Vou falar do meu caso pes-soal. Fiz concursos públicos exigentes pelas Carreiras Médicas, até ao topo da carreira e, cheguei ao topo da carreira. Depois desse percurso, ganho menos que

alguns dos meus colabora-dores mais jovens a quem eu ensino. - Acha que isto é normal?Eu próprio respondo: Não é normal. Isso resultou de alterações legislativas. Nos hospitais, por exemplo, exis-tem os médicos antigos da Carreira Médica Hospitalar, que são médicos da Função Pública. Paralelamente, há empresas, com quem se cele-bram contratos-empresa, que permitem que exis-tam contratos específicos para determinado médico. Há médicos com contrato individual de trabalho e, alguns deles, já também a título definitivo mas, repare, médicos que têm vencimen-tos superiores a colegas que já estão há mais anos e que ainda se mantém na antiga Carreira Médica Hospitalar.- Pergunto: O que é que vamos fazer a isto? Como é que vamos gerir isto? - Esta é uma situação que não se entende.É preciso notar que, lide-rar uma equipa em que não exista uma uniformidade de critérios para o vencimento, especificamente, estamos a

falar de dinheiro porque faz falta às pessoas, pode não ser o mais importante, para mim não é mas, é também um dado a ter em conta e, não sou eu que afirmo isto. Há grandes mentores teó-ricos da liderança nas Uni-versidades do País que o afirmam. - Então como é que é possí-vel gerir uma equipa em que, os mais velhos, que são os que estão a ensinar os mais novos, ganham menos dos que os mais novos a quem ensinam? Isso gera frustração. Nin-guém pode gerir uma equipa em que, na sua maioria, as pessoas, não estejam felizes,

satisfeitas, e que objectiva-mente, não lhes sejam apli-cados critérios de justiça retributiva, de acordo com antiguidade, responsabili-dade e produtividade..- A continuar toda esta dis-função, aonde é que vamos chegar? Os pensadores, os políticos, têm que ponderar em todas estas vertentes.

Litoral Alentejano – Um dos grandes problemas que a sociedade também enfrenta não será a da falta de critérios de justiça? A frustração que apontou existir na classe médica, poderá levar a que conse-quência?- A frustração gera, em cada um de nós, uma atitude negativa, daí que, nada de positivo pode resultar da frustração, da infelicidade e do mal estar, como é óbvio. Eu vou dar-lhe um facto con-creto, um exemplo. Outra vez o meu. Discute-se tudo, política, cortes na Saúde etc., mas como é que é pos-sível que nos Hospitais Pri-vados eu ganhe em função do que faço? No Hospital

Público isso não é possível? Se calhar algo está errado. Ou não estará errado?Se é possível à gestão do Hospital Privado remunerar os seus profissionais, neste caso, médicos, em função da sua produtividade, nos Hos-pitais Públicos não é. Então, depois criticam. Criticam o quê? E, fala-se numa coisa chamada: Incentivos na Saúde, particularmente na área médica.

Que Saúde pretendemos para o século

em que estamos?

Litoral Alentejano – Como mobilizar a população por-tuguesa? Que mensagem lhes deveria ser dirigida para a causa da Saúde?- Que discutam o que se pretende, porque… cortar, cortar, cortar e, cortar, nos medicamentos, nos trata-

mentos, nas cirurgias, nas horas aos profissionais, isso é fácil. Concordo que há necessidade de raciona-lizar os recursos, mas que se ponderem ou poderemos a médio/longo prazo ter as consequências negativas para o País, para nós próprios e para os nossos filhos. - Que mensagem teremos que passar? - Aquela que leve à resposta

da seguinte questão: - Que Saúde pretendemos para o século em que esta-mos?Que se estude caso a caso, cada uma das vertentes da Saúde em Portugal. A medi-cina familiar, que é um pilar fundamental de qualquer Sistema de Saúde, a edu-cação da população para a Saúde, os Hospitais, serviço a serviço, onde se encontram os desvios e, expliquem à população – com verdade - onde estão os problemas e que sejam atacados criterio-samente mas, que saibamos que o SNS - os seus Profis-sionais da Função Pública e dos Centros de Saúde - têm realizado um trabalho notá-vel, para que a Saúde em Portugal continue a ser – em minha opinião e na da maio-ria das pessoas conscientes e sabedoras - o melhor Ser-viço Público do País.Falei de incentivos, isto para frisar que, os incentivos à

Saúde, na parte médica, nunca foram implementa-dos.

Qualquer hospital que queira tratar doentes a sério,

é difícil não ter deficit

Litoral Alentejano – É pos-sível o Serviço Nacional de Saúde ser lucrativo?- Não, Não é.

Litoral Alentejano – Em sua análise é possível encontrar uma solução para continuar um Serviço de Saúde que não dê lucro? E, terá que dar lucro?- É possível encontrar uma solução, como em tudo. Temos que envolver toda a população e todas as pessoas que tenham boa vontade e responsabilidade numa res-posta no organizar e pensar como resolver essa questão.

Litoral Alentejano – Pois, mas o poder de decidir está no lado do político.- Pois é. Desse lado é muito fácil. Dizem assim: Corta-mos…

Litoral Alentejano – Tem sido esse o exercício seguido, mas… - Pois, mas temos que exigir aos governantes que ponde-rem essas respostas nem que seja a nível de gabinetes. Cortar, cortar, cortar e, cortar é de uma política eco-nomicista pura. Juntem-se políticos, gestores, profis-sionais da Saúde – médicos, enfermeiros, administrado-res, população – e, digam a verdade às pessoas. Isso é fundamental. Encontre-se uma solução dentro da ver-dade. Digam quais são os problemas deste Hospital, deste serviço e, em que é

que aqui, acoli ou acolá, há prejuízos? Eu sei que haverá desper-dícios. Haverá hospitais em que a sua gestão poderá ser melhorada, sem dúvida, mas há aqui uma coisa que é fun-damental, qualquer Hospital que queira tratar doentes a sério – doentes crónicos, doentes graves – numa ins-tituição pública é difícil não haver deficit.

A resposta terá que ser encontrada com ponderação e não apenas para obedecer aos critérios da troika, que lançou números abstractos que disseram: Tem que haver cortes na Saúde, 30%, por exemplo. Dizer isso, é um critério economicista que não pondera as necessidades da população. Isso é de facto dramático. Tem que haver muita ponderação quando se gere a Saúde das pessoas. Cortar é fácil.

É fácil. Não houve

dinheiro para os medicamentos,

as pessoas morrem.

Litoral Alentejano – Uma família que não tenha dinheiro e, são muitas, se precisar de cuidados médi-cos e, logicamente medi-camentos, sem a existência hipotética do SNS, o que lhe poderia acontecer? - Então vamos falar de um possível exemplo. Vamos supor uma família que não tenha dinheiro até mesmo para os medicamentos. Um cidadão tem a mãe com um AVC grave, tem enfarte de miocárdio, o filho com pneumonia e tem a mulher com um cancro da mama. Não há dinheiro. O que é que vai acontecer?

“Se me perguntar se é possível reduzir custos, eu dir-lhe-ei que é possível reduzir custos, mas dizer-lhe que o SNS deverá ser lucrativo, isso é quase impossível”.

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- É fácil. Não há dinheiro, não há tratamento.

Litoral Alentejano – O que é que irá acontecer a esse homem e a essa família? - A avó morre porque o AVC vai levar a várias consequên-cias. A mãe morre devido às metástases e, a criança com pneumonia, morre… por falta de medicamentos.É fácil. Não houve dinheiro para os medicamentos. As pessoas morrem. Está encontrada a solução do problema!!!...

Mourinho, Ronaldo, Figo,

ganham milhões e, ainda,

prémios… pagos com o nosso dinheiro

Litoral Alentejano – Perante esse cenário ter-rível, pergunto-lhe: Por onde poderemos começar no sentido de podermos contribuirmos para afas-tar o espectro que o encer-ramento do SMS não con-tinue a ensombrar ainda mais os nossos dias? - Depois de ponderar - e já fiz a afirmação que lhe vou repetir em vários sítios - devo voltar a dizer o seguinte: Eu gosto de futebol mas, digo assim: Eu sou mais impor-tante que o Sr. Mourinho, que o Sr. Cristiano Ronaldo, que o Sr. Figo, que toda essa gente do futebol, as vedetas que a população portuguesa, na sua maior parte venera e, que, para irem ao futebol - por vezes, supostamente, algumas, até deixam de comer. Há aqui uma grande contradição. Esses senhores ganham milhões, milhões no futebol, o que faz com que perante esta incontestá-vel verdade pergunte: - O que é que o futebol nos dá além do espectáculo?- Eu, mas não sou só eu, considero-me um dos melhores Oftalmologistas do País. Não sou o melhor, mas sou dos melhores. Olho para o espelho e sei que, como eu, em Portugal há muitos médicos da minha especialidade - e de outras - isto para dizer-lhe que nós damos vista a cegos, preve-nimos a cegueira de muitos, assim como outros – enfer-meiros, toda a equipa – e, tenho um vencimento de mil novecentos e tal e euros, cumpro 35 horas/semana de trabalho. O que é que eu quero dizer com isto?Vamos imaginar que eu ganhava 25 mil euros por

mês, sabe o que é que eu dizia? Que ficava feliz. Satisfeitíssimo da vida e, acho que merecia.O exemplo que aqui coloco em foco é para signifi-car o seguinte: Os valores hoje, para as pessoas, estão invertidos. Ou seja: O que é que o Sr. Mourinho faz? Eu conheço-o bem, respei-to-o e considero-o, mas… calma, venerar não. Repare, tudo aquilo que envolve futebol, inclusivamente os jogadores da actual Selec-ção Portuguesa, ganham milhões. Também há joga-dores pobres, mas os joga-dores da Selecção ganham milhões, no entanto, ainda ganham prémios pagos pela nossa Federação de Futebol

quando vencem jogos euro-peus. Prémios esses pagos com o nosso dinheiro, e, ninguém põe em causa isso, nem o Governo, nem as pes-soas. Aliás se forem despe-didos ainda ganham mais milhões de indemnização. Entretanto, o médico, que cura doentes e põe olhos a ver é muitas vezes criticado. Isto para lhe dizer que a ciência está mal paga.Volto a dizer-lhe, gosto de futebol mas, comparecemos as coisas. Pôr um olho a ver e curar uma pessoa prati-camente cega é tirar-lhe o sofrimento e, mais, é pô-la independente. É restituir-lhe a liberdade. Ora bem, qual é o valor disto? Está tudo subvertido. O valor disto é que eu, durante um mês faço isto a muitas pessoas e, recebo mil e novecentos euros por mês. Para o Sr. Mourinho, o Sr. Cristiano Ronaldo, veja, é tudo a multiplicar, depois é a televisão, é o marketing, são os bancos, são as revis-tas, etc. Repare, esse é que o paradigma do sucesso, do

estrelato e da respeitabili-dade das pessoas. Isto está correcto? Está tudo às aves-sas, isto para dizer-lhe que aquilo que me preocupa, neste momento, é o futuro da Saúde em Portugal.O SNS – todos os políticos e de todos os quadrantes o dizem - foi das melhores coisas, depois do 25 de Abril, que aconteceram no nosso País e, fora do País o SNS é também reconhecido, no entanto, é lógico – é óbvio – que, passados trinta e dois anos haverá muita coisa a reformular e a reformar. Estou de acordo, mas a base deveria ser a experiência que já temos e, estudar algu-mas alterações e reorganiza-ção do Serviço e, não a sua

destruição. Não deveremos deixar des-truir o melhor que existe de Serviço Público em Portu-gal. Repito, do melhor que existe. Eu pergunto, aonde é que um cidadão terá resposta a um problema grave à meia-noite, duas, três da manhã? Onde e que qualquer um de nós terá essa resposta? Obviamente isso é caro. Por-tanto, todos nós, a popula-ção, Governo, Estado, todos os intervenientes na acção cívica e política, devemos ponderar todas as vertentes desta situação porque é caro manter um serviço como o SNS, mas se perguntar se é possível reduzir custos, eu dir-lhe-ei que é possível reduzir custos, mas dizer-lhe que o SNS deverá ser lucra-tivo, isso é quase impossí-vel.

É preciso que todos fiquemos

sensibilizados

Litoral Alentejano – Posso

concluir que a população deveria ser sensibilizada para, lutar pela existência do SNS?- Penso que é preciso que todos fiquemos sensibiliza-dos para que, cada um de nós contribua para a Saúde de todos. É com esta ponderação que eu estou a falar aqui consigo e que me leva a dizer que, façamos uma reflexão em que todos nos envolvamos numa análise dos problemas, para podermos construir res-postas correctas, mais efica-zes e, mais humanas.

Litoral Alentejano - Tenho estado a ouvi-lo com muito atenção e a pensar num exemplo: Um polí-tico, eventualmente um Primeiro ministro, ou um Chefe de Estado, tem um acidente em Portugal. Em

que sistema Hospitalar essa figura pública irá ser assistida?- Num Hospital Público. Logo. E, mais, quando há graves complicações, até dos Hospitais Privados (volto a dizer, têm o seu papel muito importante), muitas vezes, os doentes têm que ser cana-lizados para Centros onde há Unidades de Cuidados Intensivos em permanência e outras Unidades Especia-lizadas..

A Mafalda tinha fogo no olhar

Litoral Alentejano – Não gostaria de encerrar esta nossa conversa sem repro-duzir-lhe uma pequena conversa que ouvi e alguns ditos populares para que os comente, enquanto Médico Oftalmologista - com a particularidade que sei, tem, a de ver para além do visível. A cena passou-se entre dois jovens apaixonados. Dizia ele para essa jovem,

recordando-se de uma antiga namorada: “ A Mafalda tinha fogo nos olhos. Tu tens doçura”. Ou, os ditos: “Os olhos são o espelho da alma”. “Fuzi-lava com o olhar. “Tem uns olhos doces de menina”. Tem uma tristeza no olhar que faz doer”.Dr. David Martins, como é que a envolvência de um determinado olhar – tec-nicamente – poderá ser explicada? Que meca-nismos físicos ditam as expressões de um olhar e, a serem conhecidos, o que é que os desencadeia?A minha pergunta é ino-cente. Não tem a apoiá-la qualquer conhecimento científico.- Vou começar por lhe dizer que sou um Cristão. Acre-dito em Deus e, o Cris-tianismo, para mim, é o

paradigma do Amor, da Paixão e da Solidariedade e, como o meu pai foi Mis-sionário, falava muito dos exemplos de Cristo, eu não me esqueço de uma coisa que me preocupou muito, quando, na leitura Bíblica, Cristo deu vista a um cego. Eu nunca tinha entendido – como é lógico – o que era estar cego ou ser cego. Uma situação que considero, é lógico que a cegueira con-génita, de nascença é - pro-vavelmente - menos dura ou é menos traumática do que a cegueira naquela pessoa que sempre viu e, de repente, deixa de ver por proble-mas vários. Existem muitas situações em que isso pode acontecer. Essa leitura tocou-me muito. Depois, ao longo da vida e, quando escolhi a especiali-dade de Oftalmologia foi, provavelmente, porque, no meu interior, havia esse sen-timento de percepcionar ou perceber melhor, o que era isto da visão. O que é facto é que, realmente o que diz é tão interessante que me leva

a afirmar o seguinte: Cien-tificamente não está expli-cado. Pelo menos eu nunca li. Como é que o sentimento da alma, o sentimento que falou, de tristeza, de paixão, de raiva, de ternura, se reflecte no olhar? Reflecte-se, sem dúvida, reflecte-se, mas o que eu quero dizer é que nunca tive um documento científico que me esclarecesse sobre o porquê. Nunca li nada que me esclarecesse onde é que é a sede da alteração com-portamental que, depois, que gera e canaliza para os olhos, esse tipo de olhar, mas, isso existe. Obviamente. Quando tenho doentes perante mim, eu vejo o que normalmente é um olhar de tristeza, um olhar dis-tante, nos que vêm mal. Um olhar no vazio, que é preocupante e que nos toca muito mas, depois, sabe, a experiência que tenho é que, a transformação do olhar é real, muitas vezes antes da operação e, quando ela tem êxito - hoje em dia é muito frequente que, uma pessoa que não via e que passados uns dias ou mesmo no dia a seguir à cirurgia, começa a ver, faz com que nessa pessoa se dê uma transfor-mação na atitude e no seu olhar que, passa de tristeza, de melancolia, de distân-cia, de vago, para um olhar de alegria que, ás vezes, é uma alegria contagiante. Há uma transformação no olhar. Revela aquilo que é o senti-mento interior da pessoa. O olhar deveria ser mais estudado. Um olhar apai-xonado. Um olhar alegre. Um olhar triste. Um olhar de quem está preocupado. O olhar e a face, a expressi-vidade da pessoa, reflectem sentimentos. Esta é uma área complexa, mas é interessantíssima e que, na oftalmologia, temos, de facto, no dia-a-dia, na nossa experiência.O globo ocular tem em si mesmo um universo de ciência ainda a explorar.

Pelo exposto, nomeada-mente a mensagem forte aqui deixada pelo Dr. David Martins, quando apela a “uma reflexão em que todos nos envolvamos numa análise dos pro-blemas sobre o SNS para podermos construir res-postas correctas”, mostra bem que, actualmente, para todos nós “a civili-zação não é meiguice mas sim consciência e domínio do homem”.

A visão é uma área complexa, mas é interessantíssima e que, na oftalmologia, temos, de facto, no dia-a-dia, na nossa experiência.O globo ocular tem em si mesmo um universo de ciência ainda a explorar.

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Litoral Alentejano – Terça-feira, 15 de Novembro de 2011www.jornallitoralalentejano.com 15

Deputados PS preocupados com qualidade dos serviços de saúde no distrito de SetúbalNa passada segunda-feira, 7 de Novembro, dia dedicado pelo Grupo Parlamentar do PS para a nível nacional ava-liar os riscos para a sustenta-bilidade do Serviço Nacional de Saúde provocados pela proposta de Orçamento do

Estado para 2012, os depu-tados Ana Jorge, Eduardo Cabrita, Eurídice Pereira, Duarte Cordeiro e Ana Cata-rina Mendes visitaram o Hospital de S. Bernardo em Setúbal.Os deputados do PS reuniram com o Conselho de Adminis-tração do Centro Hospitalar de Setúbal e tomaram conhe-

cimento das consequências para a qualidade do serviço de saúde ao dispor da popu-lação do distrito da orienta-ção do Governo de cortar em 10% os custos operacionais das unidades de saúde em 2012.

Sem pôr em causa a neces-sidade de racionalização de custos, os deputados do PS constatam que um corte de despesa no SNS – Ser-viço Nacional de Saúde que corresponde ao dobro do previsto no Memorando de Entendimento celebrado com a troika corresponde a uma opção deliberada pela

Manifestação contra encerramento dos Centros de Saúde As manifestações contra o encerramento dos Centros de Saúde vão sendo uma consequência marcante por parte das populações que se vêem confrontadas com

dificuldades acrescidas no que diz respeito ao direito à Saúde. Assim procedendo, no passado dia 4 de Novem-bro de 2011, estiveram mais de 300 pessoas junto ao Agrupamento dos Centros de Saúde do Alentejo Lito-ral, sediado em Alcácer do

Sal, manifestando-se contra o encerramento de Exten-sões de Saúde com menos de 1500 utentes e, exigindo também, a reabertura de outras.

Na manifestação Intervie-ram os Presidentes das Junta de Freguesia de Santa Maria do Castelo, de Santa Susana e, um membro das Comis-sões de Utentes. No final foi aprovada uma Moção, por unanimidade, e entregue directamente na

sede do Agrupamento dos Centros de Saúde do Alen-tejo Litoral.

Moção

As populações do Litoral Alentejano, as Comissões de Utentes do Litoral Alente-jano e os autarcas da região reunidos junto ao Centro de Saúde de Alcácer do Sal no dia 4 de Novembro de 2011 tomaram as seguintes deli-berações:

- Combater a política de cortes cegos na Saúde evidenciada com a proposta de encerramento dos postos médicos e extensões de saúde com menos de 1500 utentes

sem qualquer critério;- Exigir a reabertura das extensões de saúde e postos médicos entretanto encerrados: Canal Caveira, Deixa-o-resto, S. Bartolomeu da Serra, S. Francisco da Serra e Luzianes-Gare;- Exigir a reabertura do

Serviço de atendimento Permanente (SAP) de Grândola com horário de funcionamento de 24 horas de acordo com a aplicação da Resolução 57/2011, aprovada na Assembleia da República com votos favoráveis do PCP, PEV, BE e dos actuais membros do Governo PSD e CDS;- Exigir a construção do novo Centro de Saúde de Sines;- Defender o Serviço Nacional de Saúde como o sistema mais justo, eficaz e sustentável de prestar cuidados de saúde aos cidadãos.As populações deliberam ainda:- Combater a política de encerramentos de extensões de saúde e o anunciado encerramento das Extensões de Saúde de Montevil e Barrancão até ao final do ano.- Combater a política deste Governo PSD/CDS que, contrariamente ao instituído na Constituição da República Portuguesa, tem vindo a tornar os cuidados de saúde mais caros, a diminuir os serviços disponíveis junto às

populações, a desrespeitar o rácio de profissionais/utente recomendados, pondo em causa a qualidade e equidade do Serviço Nacional de Saúde.- Combater a política que permite que grande número de cidadãos não tenha acesso a médico de família (5.000 em Grândola, 7.500 em Santiago do Cacém, 1.500 em Sines e 4.000 em Odemira).- Combater esta política que agrava as já precárias condições de acesso à saúde e empurra os doentes para as urgências hospitalares e para os serviços de saúde privados.- Reprovar a forma como o Litoral alentejano e os seus serviços de saúde têm sido considerados pelo Governo e repudiar qualquer tentativa de encerramento ou transferência de serviços. - Reafirmar a necessidade de garantir a prestação de cuidados de saúde às populações do Litoral Alentejano e de melhorar o seu nível de qualidade através do reforço de recursos humanos, técnicos e logísticos.

degradação dos cuidados de saúde que afetará grave-mente a população do dis-trito de Setúbal.A situação grave que irá marcar o funcionamento dos quatro centros hospitalares do distrito (S. Bernardo, Bar-

reiro/Montijo, Garcia de Orta e Litoral Alentejano) é ainda substancialmente agravado pela redução dos horários de funcionamento dos centros de saúde que está já a pro-vocar um crescimento invul-gar do afluxo de doentes às urgências hospitalares sobre-tudo em período pós-laboral e na área da pediatria.

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Custódio Rodrigues

CarneiroHoróscopo Diário Ligue já! 760 10 77 31

Carta Dominante: 10 de Paus, que significa Sucessos Temporários, Ilusão.Amor: Poderá andar instável de paixão em paixão, sem se decidir por ninguém.

Saúde: Sentir-se-á em forma.Dinheiro: Irá ter a oportunidade de se envolver em vários projectos, onde poderá alcançar os objectivos que tanto deseja. A sua atenção

está focalizada nos interesses do grupo em que está inserido.Números da Sorte: 9, 11, 17, 22, 28, 29

Pensamento positivo: Quando quero falar com Deus, abro-lhe o meu coração e digo tudo o que sinto.

TouroHoróscopo Diário Ligue já! 760 10 77 32Carta Dominante: O Mundo, que significa Fertilidade.Amor: Não tenha atitudes contraditórias. O campo sentimental sofrerá oscilações. Neste período a sua vida sexual estará em grande forma. Irá viver todos os momentos especiais com muita intensidade. Saúde: Embora possam surgir pequenos problemas de saúde, não inspiram grandes cuidados.Dinheiro: Os seus objectivos poderão ser alcançados nesta fase.Números da Sorte: 1, 5, 7, 11, 33, 39Pensamento positivo: Eu procuro ser justo e correcto para com todos os que me rodeiam.

GémeosHoróscopo Diário Ligue já! 760 10 77 33

Carta Dominante: Rei de Espadas, que significa Poder, Autoridade.Amor: Estará muito sentimental. Abra o coração, não receie falar dos seus sentimentos com o seu companheiro.

Saúde: Espera-o uma fase sem sobressaltos.Dinheiro: Não seja demasiado ambicioso. Não seja demasiado impulsivo ao demonstrar a sua insatisfação. Mostre aos outros que

também é capaz de ser uma pessoa flexível.Números da Sorte: 2, 9, 17, 28, 29, 47

Pensamento positivo: Sou leal para comigo mesmo e para com as pessoas que amo.

CaranguejoHoróscopo Diário Ligue já! 760 10 77 34Carta Dominante: 10 de Copas, que significa Felicidade.Amor: Favoreça o diálogo com a pessoa amada para ultrapassar situações de insatisfação.Saúde: Esteja alerta a situações que possam originar acidentes. Evite o nervosismo e a precipitação. Mude a sua imagem, e aproveite também para reflectir um pouco sobre si mesmo e a sua personalidade.Dinheiro: Fase favorável à obtenção de resultados relativos a projectos de longa data.Números da Sorte: 6, 14, 36, 41, 45, 48Pensamento positivo: Retribuo com generosidade tudo aquilo que recebo.

LeãoHoróscopo Diário Ligue já! 760 10 77 35

Amor: Estará mais susceptível e emocional. Poderá passar nesta fase por mudanças repentinas de humor e comportamento, está hiper-sensível, nostálgico, inquieto sem razão lógica aparente.

Saúde: Espere uma fase tranquila. Gozará de boa saúde.Dinheiro: Não ceda a fantasias ambiciosas. Mas como nem tudo é mau, este é o momento indicado para estabelecer um contacto

importante.Números da Sorte: 9, 18, 27, 31, 39, 42

Pensamento positivo: Tenho Fé e acredito que o Universo nunca se engana.

Virgem Horóscopo Diário Ligue já! 760 10 77 36Carta Dominante: A Força, que significa Força, Domínio.Amor: Partilhe os seus sentimentos com a pessoa amada, caso contrário, poderá entrar num período de conflito e ruptura.Saúde: Período tranquilo, sem sobressaltos.Dinheiro: Os projectos com sócios estão favorecidos. Irá estar ligado agora ao estudo de coisas bastante importantes, para as quais vai precisar da ajuda de alguém mais velho, com mais experiência.Números da Sorte: 4, 9, 18, 22, 32, 38Pensamento positivo: Procuro ser simples porque sei que viver com simplicidade é mais do que um acto, é uma virtude.

Balança Horóscopo Diário Ligue já! 760 10 77 37

Carta Dominante: 7 de Paus, que significa Discussão, Negociação Difícil.Amor: Momentos de harmonia familiar e sentimental. Aproveite para retribuir todo o carinho e atenção que tem recebido das pessoas

que ama. Saúde: Gozará de grande vitalidade neste período.

Dinheiro: Época favorável para negociações. Números da Sorte: 7, 22, 29, 33, 45, 48

Pensamento positivo: Sou honesto com as pessoas que amo, e isso tranquiliza o meu coração.EscorpiãoHoróscopo Diário Ligue já! 760 10 77 38Carta Dominante: Rei de Paus, que significa Força, Coragem e Justiça.Amor: Caso esteja livre, poderá surgir brevemente a pessoa que idealizou. Saúde: Procure ser mais moderado. Aproveite esta fase para ir ao cinema ou mesmo acabar aquele livro que já anda a ler há uma eternidade.Dinheiro: Finanças prósperas. Aproveite para comprar um presente para si.Números da Sorte: 1, 3, 7, 18, 22, 30Pensamento positivo: Procuro escolher aquilo que é melhor para mim.

SagitárioHoróscopo Diário Ligue já! 760 10 77 39

Carta Dominante: Valete de Ouros, que significa Reflexão, Novidades.Amor: Os momentos de partilha e romance estarão favorecidos.

Saúde: Consulte o dentista.Dinheiro: Alguma distracção e desprendimento poderão conduzi-lo a gastos excessivos. Não se deixe levar pelo impulso, oiça o que a

outra pessoa tem a dizer, tudo pode não passar de um grande mal entendido.Números da Sorte: 8, 17, 22, 24, 39, 42

Pensamento positivo: Acredito que a vida me traz surpresas maravilhosas.

CapricórnioHoróscopo Diário Ligue já! 760 10 77 40Carta Dominante: 10 de Espadas, que significa Dor, Depressão, Escuridão.Amor: Faça uma introspecção e procure saber o que é melhor para si neste momento.Saúde: Probabilidade de se sentir esgotado física e mentalmente. Abrande o seu ritmo diário.Dinheiro: Período de estabilidade. Vai estar dedicado de alma e coração à sua vida profissional, o seu perfeccionismo está em alta.Números da Sorte: 3, 7, 11, 18, 22, 25Pensamento positivo: Oiço a voz da minha intuição, sei que ela me diz sempre a verdade.

AquárioHoróscopo Diário Ligue já! 760 10 77 41

Carta Dominante: 7 de Ouros, que significa Trabalho.Amor: Clima de diálogo e romance favoráveis nesta fase.

Saúde: Preocupe-se mais com o seu físico. Pratique exercício físico.Dinheiro: Reina a estabilidade neste campo. Deve dedicar-se mais ao trabalho para poder ter recompensas a nível financeiro.

Números da Sorte: 2, 17, 19, 36, 38, 44Pensamento positivo: Fazer o Bem dá alegria ao meu coração!

PeixesHoróscopo Diário Ligue já! 760 10 77 42Carta Dominante: 2 de Ouros, que significa Dificuldade/ Indolência.Amor: Esqueça um pouco o trabalho e dê mais atenção à sua família.Saúde: Poderá andar muito tenso. Tente descansar mais, pois é disso que mais necessita neste momento para se sentir em forma.Dinheiro: Período positivo e atractivo. Haverá uma subida do seu rendimento mensal. Números da Sorte: 1, 8, 17, 21, 39, 48Pensamento positivo: A felicidade espera por mim!

A fenomenologia parapsicológica ao longo da História (2 de 3)

Muitos escritores da Grécia clássica referem todos os tipos de fenómenos parapsi-cológicos… Na “Odisseia” aparece Ulisses consultando os mortos (= espiritismo) por conselho e com as indi-cações da maga Circe. É famoso o daímon (= divin-dade de segunda categoria; nome traduzido erradamente com o termo demónio) que Sócrates pensava ouvir (= psicofonia). Plutarco fala, entre outros factos, da apa-rição de um anjo mau, de «maravilhosa e monstruosa figura» (= alucinação ou fantasmogénese).Como os gregos também os latinos praticaram certo tipo de quiromancia e astroman-cia (que hoje é mais conhe-cida por astrologia, esse enorme absurdo!). A huma-nidade tem herdado séculos de superstição… Horácio nas suas poesias várias vezes faz alusão a encantamentos (na realidade feitiços, que na terminologia científica rece-bem o nome de subjugação telepsíquica/hipnose para-normal – HP). Lucano fala de uma famosa feiticeira de Tessália, Ériton Fera. Petró-nio fala de crianças roubadas pelos feiticeiros para prepa-rar os seus feitiços (= HP). O imperador Augusto mandou queimar mais de 2.000 livros sobre encantamentos ou feitiços. Já naquele tempo! Tácito conta por exemplo como a Rufus «apareceu um fantasma de mulher de forma ultra – humana (= fantas-mogénese) e se ouviu uma voz» (= psicofonia). Plínio o Velho até refere uma casa mal – assombrada (= polter-geist). Muitíssimos são os teste-munhos históricos sobre os célebres oráculos (ou pre-cognições – PC) na época clássica, como os de Tro-pócia na Grécia; a sibila de Cumas; a sibila de Figália; a sibila de Cabo Tenaro em Heracléia. Delfos foi o mais famoso. Muitas precognições saíram destes templos. Por causa desses templos de adi-vinhação até se modificaram de forma drástica o rumo de nações inteiras. E quem não ouviu já falar dos famosos faquires da Índia? Alguns vivem enter-rados até à cintura ou senta-dos em estrados de pregos, outros conservam sempre erguido um braço, há outros que fecham para sempre a mão de modo que as unhas vão penetrando na carne até saírem do outro lado, etc. Na verdade tudo o que se passa com os faquires é truque (há

entre eles bons ilusionistas) ou técnica, em último caso fenómeno parapsicológico. No ilusionismo há uma modalidade denominada faquirismo, onde se aprende a reproduzir precisamente os truques dos faquires.Na África e países do Islão, ao estilo dos faquires, temos os aissáuas. Fazem grandes exibições onde passam uma chama, graças a uma mistura de sabão e a uma solução saturada de alúmen, pelos braços e pela cara; comem (parece que comem) vidros, pedras, carvões em chamas, etc. Outro truque muito apresentado é deixar-se atra-vessar por espadas, sangram e curam-se num instante. Com uma só mão um aissáua esquelético levanta no ar o mais forte dos seus colegas, etc. Afinal depois de apren-der, qualquer pessoa conse-guiria realizar facilmente a maioria desses truques… Um místico do Islão muito famoso é Abal Kadir que entrou em levitação (levi-tação parapsicológica ou então por truque) e que teria materializado e alongado (ectoplasmáticamente, se não foi truque) diversos objectos. Também ao místico Alhallaj, se atribuem alguns casos espantosos, como a materialização (evidente-mente por truque) de um pão em pleno deserto, etc. Note-se que neste campo do falso misticismo há inumerá-veis truques que podem ser aplicados. Mas o ilusionismo é composto também por muitíssimas técnicas, inclu-sive “médicas”… Portanto nem tudo é truque, por vezes trata-se de apuradas técnicas de ilusionismo. Na China, a grande maioria dos fenómenos pode encon-trar-se também ao longo dos tempos. Por exemplo num registo em 1035 a. C. conta-se que houve “mate-rialização” e aparições (= fantasmogénese) de seres fantásticos, vinham objec-tos através das paredes (= aporte), ouviram-se vozes e músicas “transcendentais” (= psicofonia), etc. O cristianismo, desde o início, enfrenta a magia e sempre se posicionou contra as superstições com que se interpretavam (e como muitos interpretam ainda hoje) todos os fenómenos parapsicológicos diferentes dos supranormais (SN). Simão o mago, «que prati-cava a magia e assombrava o povo» (Act 8,9.11), quis comprar com dinheiro o poder de realizar os milagres

(= SN) que, invocando a Cristo, alcançavam São João e São Pedro. O mago Simão imaginava que eram pode-res mágicos, embora muito superiores aos dele. Os Santos Padres e escri-tores eclesiásticos muitís-simas vezes se referem a fenómenos misteriosos, muito diferentes, porém, dos milagres (= SN) com os quais eles contra – argu-mentavam. Tertuliano, por exemplo, no século II, fala das evocações dos mortos, adivinhações, sonhos provocados (= hipnose), movimento de objectos sem contacto (= telecinesia) ou de mesas para dar respostas

ao contacto das mãos (= paracinesia), etc. Na Idade Média há uma verdadeira epidemia de pretendidos endemoninhados, de feiticei-ros e bruxas…, do qual teve bastante culpa a seita dos gnósticos. Muitos autores já falam dos médiuns espí-ritas. Com todo o ambiente inflamado de superstição, feiticeiras, bruxas, ciganas, etc., terminaram na fogueira. Foi a inacreditável tragédia das fogueiras. Essas pessoas eram acusadas de pacto com Satanás, adquirindo assim – conforme se acreditava – poderes mirabolantes. Por isso os reis e governantes queriam livrar-se delas… Mais recentemente aparece o moderno espiritismo e com a sua difusão aparecem mais fenómenos, ao menos os mais usuais dentro da rari-dade dos fenómenos parap-sicológicos… Actualmente o país mais supersticioso do mundo é o Brasil. Hoje – como na antiguidade – con-tinua-se falando pelos mais variados cantos do mundo de milagres, revelações, ende-moninhados, aparições… Há que separar o trigo do joio…Fonte: A Parapsicologia perante a Religião.

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Litoral Alentejano – Terça-feira, 15 de Novembro de 2011www.jornallitoralalentejano.com 17

Crónicas de Lisboa

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RUAS - Regeneração urbana de Alcácer do Sal1ª obra já arrancou no largo dos AçouguesA primeira obra do Pro-grama RUAS – Regeneração Urbana de Alcácer do Sal teve início na quarta-feira (dia 9 de Novembro). Isso mesmo foi comunicado aos moradores da zona na mais recente reunião destes com responsáveis do Município. O objectivo destas reuniões são dar a conhecer a obra, bem como as repercussões que a mesma terá na vida quotidiana dos moradores, comerciantes e outros usu-

antes...

...depois

ários deste largo tradicional, em pleno centro histórico da cidade de Alcácer do Sal.A obra de requalificação do largo está a cargo da CONS-DEP, Engenharia e Constru-ção S.A à qual a empreitada foi adjudicada por 487.859 euros. O valor global da interven-ção, numa área de 2.674 metros quadrados, é de 693.500 euros, com uma comparticipação FEDER de

401.510 euros e um investi-mento camarário de 249.446 euros.Com este projecto preten-de-se dotar o Largo dos Açougues de melhores con-dições para os moradores e para quem o utiliza, tornan-do-o também mais atractivo. O espaço será reorganizado, pavimentos e revestimentos requalificados, serão coloca-das condutas de água novas, os esgotos pluviais, rede eléctrica e de comunicações,

bem como os contentores do lixo serão enterrados.A empresa executará a obra de uma forma faseada. A primeira zona a ser requa-lificada compreende a área entre a Calçada da Conso-lação e a Estrada Nacional nº5 até à Rua das Torres. Segue-se, a Rua da Igreja da Consolação, Rua das Torres até ao Miradouro de Santa Luzia. A última fase é a que tem menor impacto e pren-

de-se com a colocação do quiosque e embelezamento do espaço.Durante as obras, o acesso às casas será sempre asse-gurado. Quanto a cortes no abastecimento de água e energia eléctrica, a popu-lação será atempadamente informada.O município mostrou estar aberto a esclarecer quais-quer dúvidas e pronto para a resolução rápida de qual-quer contrariedade que

possa surgir durante a exe-cução dos trabalhos, tendo disponibilizado uma lista de contactos.A decisão de avançar com a obra no Outono deriva de o comércio tradicional ter o seu maior volume de negó-cios no Verão, tentando-se, desta forma, minimizar os impactos negativos nesta actividade. O prazo previsto para o término da obra é de 8 meses.

As facturas das despesas de saúde, a confusão está instalada?

Não somos os campeões da evasão fiscal, mas que ela existe no nosso país, em pequena ou grande escala é um facto irrefutável. Se alguns enriquecem com ela, outros servem-se dela ou contribuem para ela em pequenos truques, por exemplo na declaração do IRS apresentada anualmente. São exemplos, a inclusão nas rubricas das deduções de despesas indevidas (saúde, educação, etc), porque sabem que a possibilidade de lhes calhar uma fiscalização é muito pequena. Assim e embora em pequena monta, o “crime compensa” e depois até se vangloriam juntos dos amigos como sendo “espertos” e os cumpridores uns lorpas.A Administração Fiscal vai acompanhando estas “inven-ções” dos contribuintes e, desse modo, vai legislando no sentido de tornar mais difícil a evasão e fuga aos pagamentos de impostos. Foi assim, que no início de 2011 legislou, em sede do IRS, e cita-se. As deduções à colecta de : i) despesas de saúde e ii) das despesas de educação e formação só podem ser realizadas desde que as facturas contenham a identificação fiscal e que estas facturas sejam emitida nos termos legais. Os requisitos das facturas estão legislados no código do IVA (CIVA), pelo que aquela exigência de inscrição do Nº de Contribuinte (NIF) levou as farmácias a encon-trarem uma forma de se eximirem a essa respon-sabilidade, pois acrescia trabalho na emissão da factura.Assim, sempre que um cliente solicitava a inscri-ção do seu nome e do seu NIF, aquando da emissão da factura, estas invocavam um Ofício (que me exibiram a mim numa das minhas muitas idas a farmácias, infelizmente para mim) da sua associação empresa-rial - Associação Nacional de Farmácias (ANF) que, apesar de tudo, não era claro e iam dizendo que tal não era obrigatório este ano!Em Fevereiro deste ano, a Administração Fiscal emitiu um despacho no sentido de esclarecer que, contudo, bastaria a inscrição do nome do cliente (doente) e que o seu NIF poderia ser aposto à mão. Pela minha parte,

exigi sempre a inscrição, em computador/máquina regis-tadora, do meu NIF, porque escrever manualmente algo num documento “proces-sado por computador” não cumpriria os requisitos da emissão das facturas/talões. Contudo, esse meu pedido foi satisfeito, mas muitas vezes com “má vontade” por parte do empregado que me atendia. Com este facilitismo ou confusão instalada, caracte-rísticas muito portuguesas, o propósito de evitar que este tipo de despesas pudessem ser utilizadas, abusiva-mente, nas deduções pelo contribuinte (evasão fiscal) não teriam qualquer efeito , pois, casos terá havido, no passado, em que os valores das mesmas facturas foram incluídas nas declarações do IRS de vários amigos/familiares, pois a fiscaliza-ção, à posteriori, raramente se aplica.Em 31 de Outubro deste ano, e por Despacho, o actual Secretário de Estado dos Assuntos Fis-cais veio informar que: “apenas as facturas emiti-das nos termos do código do IVA é que são passíveis de serem utilizadas nas deduções à colecta do IRS de 2011”. Assim e interpre-tando o CIVA, e no que diz respeito ao cliente/doente, nas facturas terão que constar o nome e o NIF respectivo. Se não cumpri-rem estes requisitos, serão rejeitadas nas deduções em sede de IRS cuja decla-ração será apresentada no próximo ano. Estamos quase no final do ano e a confusão está insta-lada, pelo que os cidadãos que tenham facturas deste tipo ou de outras rubricas a incluir nas deduções do IRS deverão pedir a respec-tiva substituição junto do emissor (farmácia, consul-tório, escola, etc). Aliás, a ANF já informou, através da imprensa, que o fará, mas com a apresentação da factura inicial, como é óbvio. No nosso país, a legislação acaba por sair, muitas vezes, com indefinições e que tornam mais difícil o seu cumprimento. Depois e para esclarecer, acabam por ser emitidos despachos e que seriam desnecessários se as leis fossem claras. Por que será assim?

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Litoral Alentejano – Terça-feira, 15 de Novembro de 2011 www.jornallitoralalentejano.com18

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Litoral Alentejano – Terça-feira, 15 de Novembro de 2011www.jornallitoralalentejano.com 19Poluição em SinesCâmara avança com plano de monitorização A CM de Sines vai desenvolver um programa sistematizado de monitorização e identificação dos possíveis focos de poluição “intensos” e “demorados” que geraram “alguns medos” junto da população, nos últimos meses.

A intenção da autarquia foi comunicada aos responsá-veis das principais empre-sas da plataforma industrial, numa reunião convocada pelo presidente da CM de Sines, Manuel Coelho, no passado dia 4 de Novem-bro. “As soluções não são complicadas” disse o autarca que pretende envol-ver as unidades industriais “no estudo e na resolu-

ção dos problemas” e acabar com “a incúria das empresas e a ausência do Ministério do Ambiente” nesta matéria.“Esta frequência, inten-sidade e prolongamento dos cheiros vêem de

algum lado”, diz o edil. Um levantamento recente identificou os sistemas da rede dos efluentes indus-triais - Caixa de Reunião da Barbuda, Estação Elevató-ria da Barbuda, Bacias de Retenção dentro e fora das unidades industriais, ETAR e ETAL -, como os princi-pais focos de poluição. Em concreto, a Câmara Municipal de Sines assume

um papel fiscalizador e pre-tende “fazer verificações nas empresas para fazer uma triagem das situa-ções e identificar as fontes de poluição”.O plano de monitorização do ICEP e do GISA são,

no entender de Manuel Coelho, “mais do que necessários e eficientes” e a Estação Móvel do GISA

será utilizada para “fazer a monitorização, triagem e cartografia dos poluen-tes”. O autarca está determinado em eliminar os maus chei-ros e pretende ainda “obri-gar a AICEP a aplicar o

plano de monitorização” para que situações seme-lhantes não se voltem a repetir.

Participaram na reunião, representantes das empre-sas Carbogal, CLT – Com-panhia Logística de Ter-minais Marítimos, AICEP, Galp Energia, EDP, APS, ARTLANT PTA, Repsol e Águas de Santo André.

Até que cheire … a mar

Noticiava a Rádio Sines na passada 2ª feira dia 7 de Novembro e passo a citar: “ o presidente da câmara municipal de Sines, Manuel Coelho, disse na sexta-feira 4 de Novembro, após uma reunião com as maiores empresas do complexo industrial, que vai levar “técnicos acreditados” às instalações das unidades para identificar eventuais focos de poluição” fim de citação. Para melhor situar o enqua-dramento de tal reunião será conveniente referir que foi criado em Sines um movimento de cidadãos contra a poluição, no dia 14 de Outubro após concen-tração realizada no largo do castelo, com cerca de duas centenas de pessoas presentes e que o referido movimento se reuniu em segunda iniciativa no dia 29 de Outubro, em marcha silenciosa entre o centro de artes e a estátua de Vasco da Gama com cerca de quatro ou cinco centenas de cidadãos. E essas cente-nas de pessoas chegaram á estátua do Gama, ouviram o discurso da comissão dina-mizadora do movimento e quando se preparavam para o abaixo-assinado, eis que vai usar da palavra o presi-dente da autarquia. A reacção da maior parte dos presentes foi escla-recedora quando mais de metade das pessoas pre-sentes se retiraram do local protestando contra a inter-venção do autarca. Ficaram claras duas situa-ções. A primeira situação, sobre o que o movimento de cidadãos entende da pres-tação da câmara municipal em matéria de controlo da poluição industrial não podia ser mais eloquente. Aliás bastará ver o face-book, onde o movimento tem as suas raízes e onde os níveis inaceitáveis de poluição industrial no mar e no ar, em que os cheiros insuportáveis dos últimos meses, a que Sines tem estado sujeita este ano em particular, são relacionados

com a total ineficácia da câmara municipal. Ou seja o Movimento de Cidadãos contra a Poluição só foi criado porque os sinienses se sentiram total-mente desprotegidos e iden-tificaram a autarquia não como um seu aliado, mas como um elemento estranho á resolução do problema. A segunda situação, que tem tudo a ver com a notí-cia da rádio Sines de dia 7 de Novembro, é a da demonstração plena do sentimento de culpa, pelo desleixo e pela incúria, e da precipitação com que a

câmara municipal de Sines está a reagir ao problema. Todos sabemos que a tutela da indústria, em sede de inspecção e fiscalização, compete aos ministérios respectivos incluindo o do ambiente. Apenas estes tem força de lei para obrigar as indús-trias a cumprirem todas as regras sobre funcionamento industrial, sobre os limites admissíveis de poluição e sobre os direitos das popu-lações ao ambiente e á qua-lidade de vida. O resto é folclore para iludir os mais desavisados. E quando os ministérios ou as autarquias locais não agem por sua própria iniciativa, devem os cidadãos lutar pelos seus direitos e pelo cumprimento das leis atra-vés de abaixo-assinados, concentrações, manifesta-ções, etc. que a constituição da republica e as leis lhe consagram.

Francisco do Ó Pacheco

Helga [email protected]

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Orçamento Participativo de Odemira Propostas vencedoras: Santa Clara-a-Velha, Algoceira, S. Teotónio e CavaleiroJá são conhecidas as pro-postas vencedoras do orça-mento Participativo de Ode-mira 2011: a beneficiação do Campo de Futebol em Santa Clara-a-Velha (proposta nº 4), o Centro de Convívio em Algoceira (proposta nº 57), a construção de Jardim Público e Parque Infantil em S. Teotónio (proposta nº 47) e a construção de Polides-portivo na Escola do Cava-leiro (proposta nº 27). As propostas vencedoras serão incluídas no Orçamento do Município de Odemira para 2012, no valor total de 446.900,00 euros.A proposta mais votada con-siste na execução de várias obras de beneficiação no campo de futebol de Santa

Clara a Velha, com 130 votos: colocação de veda-ções, rebocos e pintura de vários muros, cobertura e reparação das bancadas, substituição das torres de iluminação, melhoramento do piso do campo de futebol, entre outras beneficiações. O valor da proposta é de 108.900,00€ e o proponente foi Fernando Peixeiro.A segunda proposta mais votada é a criação de um Centro de Convívio na antiga Escola Primária de Algoceira, na freguesia de S. Salvador, com 125 votos. A Associação de Moradores de Algoceira propôs a cria-ção de um espaço que per-mita o desenvolvimento de actividades e que consiga

congregar os habitantes em torno de causas comuns, sendo necessária a benefi-ciação do edifício da antiga escola: arranjo do telhado, remodelação das casas de banho, fechar o pátio exte-rior em vidro ou acrílico, pintura, pequenos rebocos e arranjo do muro exterior. O valor é de 70.000,00€, sendo António Fernandes Nasci-mento o proponente.A criação de um jardim público e parque infantil em S. Teotónio é a terceira proposta mais votada, com 120 votos. Visa a constru-ção de um jardim público no espaço em frente ao posto da GNR, com aproveitamento de parte da arborização exis-tente, incluindo um parque

infantil e uma área relvada ampla para a promoção de diversas actividades. A pro-posta visa ainda a recupe-ração do campo multiusos da FACECO e respectiva integração na zona de lazer. Os proponentes foram João Paulo Pinheiro Corte e Hum-berto Manuel Gonçalves Guerreiro, tendo a proposta o valor de 198.000,00€.A quarta proposta mais votada consiste na constru-ção de um polidesportivo na EB1 de Cavaleiro, na freguesia de S. Teotónio, com 112 votos. Sendo que a localidade do Cavaleiro não dispõe de qualquer infra-

estrutura que permita aos jovens a prática de desporto, à excepção do campo junto ao farol, distante da aldeia, propôs-se a construção de um recinto polidesportivo mul-tiusos no recinto da escola primária. O proponente foi Hélder Manuel Nobre Sal-vador, tendo a proposta e o valor de 70.000,00€.As propostas vencedoras do Orçamento Participativo de Odemira foram apresenta-das no dia 4 de Novembro, no auditório da Biblioteca Municipal, sendo divulga-das em simultâneo no site do projecto, em www.op.cm-odemira.pt

A população votou de uma forma bastante participada, registando-se 655 votos online e 319 votos presen-ciais no Balcão Único da autarquia. Os resultados deste primeiro ano do Orça-mento Participativo corres-ponderam às expectativas, provando que há uma cres-cente cidadania activa e con-firmando que a população chama a si a decisão sobre os investimentos públicos. Foram apresentadas 63 propostas, sendo admitidas 27 propostas finalistas para projectos de investimento de interesse colectivo.

Horário de Inverno nos Transportes Urbanos de SinesO novo horário dos Trans-portes Urbanos Municipais de Sines, para o período de Inverno 2011-2012, entrou em vigor no dia 15 de Setembro. O horário pode ser adquirido, gratuita-mente, em qualquer edifício municipal ou nos mini-bus, estando também disponível para descarregamento no sítio oficial do município na internet, em www.sines.pt. O serviço de transporte urbano na cidade de Sines, através de mini-bus, teve início em 2005 e inclui trans-portes todos os dias úteis, de hora a hora, entre as sete da manhã e as oito da noite. O circuito, que começa na

ZIL 2, permite o acesso da população a pontos-chave na cidade e aos serviços públicos, como é o caso das piscinas municipais, cemi-tério, escolas, creches e infantários, mercado, zona comercial, câmara munici-pal, centro de saúde, entre outros.

O novo horário vai vigorar até 30 de Junho de 2012, altura em que será substitu-ído pelo horário de Verão, já que, durante esse perí-odo, o circuito sofre altera-ções, permitindo o acesso da população à Praia Vasco da Gama.