jornal juca post - edição 252 - pagina 2

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2 Ano XXVI - nº 252 - setembro de 2012 Juca Post - Franco da Rocha - SP. DIRETOR e EDITOR Benedito Coutinho Mtb 54.440 Site: www.jucapost.com.br E-mail: [email protected] E-mail: [email protected] Fundado em 1º de Outubro de 1985 Cantinho da Saudade Fonte: acervo fotográfico da memória de Franco da Rocha pertencente ao arquivo particular do prof. José Parada. E-mail: [email protected] ou [email protected] EDITOR: Benedito Coutinho — REDAÇÃO: Albertina Vigilatto, Antonio Ramiro Cruz, Edméa Cássia Santos e Nara M. C. de Abreu — CONSELHO EDITORIAL: Ezio Cam- pos, Hilda Marques, Jean Jacques Erenberg, Milton Myura, José Carlos Brollo, José Jorge Neto, José Parada e Paulo Eduardo — COLABORADORES: Adilson José Quintino, Adrienne Kátia Savazoni Morelato, Catalani (Togão), Donato Milillo Neto, Edegard Grecco, Georges Aperguis, Gilson Queiroz Nunes, Guilherm Gizzi Jr., Izilda Arnoso Costa, José Batista S. Filho, José Carlos Brollo, Juvenal Antonio de Lima, Larisa Oliveira, Noé Aparecido da Costa, Paulo Eduardo Ramos, Ranulfo Faria, Renato Cartucheira, Roger Luiz Ambrosio, Wanderley P. Machado, William Martins e Zezo Vieira. FOTOGRAFIA: Arquivo J.P. e Acervo particular de José Parada — EDITORAÇÃO ELETRôNICA: Equi- pe do jornal Juca Post – SITE JUCA POST: Nara M. C. de Abreu e Mayara M. de Abreu. DEPTº COMERCIAL: Nelson Coutinho Jr. (Juba) — IMPRESSÃO: Gráfica Pana. O jornal JUCA POST™ é uma publicação da Editora J P S/S Ltda. — CNPJ Nº. 96.493.416/0001-68. Registrado sob o nº 812 - livro A/8 , prenotado sob o nº 7.945 no Cartório Oficial de Titulos e Registros de Franco da Rocha. Representante em São Paulo: MIDIA MIL REPRESENTAÇÕES. Representante no interior do Estado: ADJORI SP - Associação dos jornais do Interior de São Paulo. O Juca Post, Jornal Atuante, The Saturday Post, O Tempo, Hora de São Paulo e Correio da Tarde são jornais associados. CORRESPONDÊNCIA: Rua 30 de Novembro, 251 - Vila Ramos - Franco da Rocha - S.P. - CEP. 07860-140. Redação: Tels.(011) 4449-3454 e 9842-5914. Os artigos assinados ou entre aspas não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo exclusivamente de responsabilidade de seus autores. Reprodução permitida, desde que citada a fonte e menção de créditos autorais. No tempo em que Franco da Rocha era cidade interiorana FRANCO DA ROCHA - ELEIÇÕES 1973 — Posse do prefeito Donald Savazoni e dos vereadores. Na foto: Tupi, Henrique Cuba, Nilson Morelato, Newton de Sá, Geraldo, Cardoso e Ademar Rocha. Eleições e nós Crônicas do Juca Charge do Juca Eleições 2.012. CANDIDATO VISITA OS BAIRROS Poderia usar este espaço aberto concedido pelo Juca para escrever sobre a cam- panha eleitoral, principal- mente a municipal que nos envolve mais diretamente, ou sobre o julgamento do mensalão, mas confesso que não tenho condições para analisar tais situações com a devida competência. Ade- mais, junto-me aos muitos descrentes de quase tudo nessa seara, qual seja a vida pública brasileira. Tal sen- timento é diuturnamente reforçado pelo número cres- cente de personagens que freqüentam mais a página policial do que aquela des- tinada à política. A tomá-los como exemplos, concluímos que o limite entre essas duas instâncias, diga-se, parece cada vez mais tênue. Com esse deixar de lado ante questões que mexem com os interesses de nossa cidade e com o país , corro o risco de ser colocado no rol dos analfabetos políticos, o que certamente não sou. Lem- bro que a preocupação com esse desencanto do eleitor diante das possibilidades de intervir nos destinos do po- der, que é crônico no Brasil, ganhou espaço e tornou-se uma bandeira nos anos ime- diatos à chamada volta da normalidade democrática em 1985, e que como pro- fessor atento sempre consi- derei diante de meus alunos. Essa manifestação de cará- ter cívico fora encampada principalmente por partidos de esquerda, sindicatos e intelectuais, aos quais mais interessava mudar os rumos de um país que despertava de um sono ditatorial e re- tornava ao jogo democráti- co de perguntar à maioria o que lhe interessava. O senti- do era o de trazer de volta um gosto pela participação massiva nas disputas e deci- sões políticas e pleitear um saudável re-aprendizado na busca pelos melhores candi- datos, após jejum de 21 anos do período militar marcado por nenhuma ou por limita- da possibilidade de partici- pação. Ressoava ainda uma frase dita por Pelé, uma es- corregadela do rei, de que brasileiro não sabia votar, desmentido por ele e sua assessoria mas que nunca colou. Lembro um dos motes do esforço de esclarecimen- to divulgado nos cartazes alertando a classe trabalha- dora mais pobre mostrando uma forca, e abaixo dela a palavra acorda, sugerindo os dois sentidos que o som da palavra permite intuir. Apesar dos altos e baixos nas disputas municipais tão próximas de cada um de nós, devemos apostar que época de eleições é momen- to de renovação de pessoas e de esperanças, como mais oxigênio para se respirar. Em Franco assim como nos demais municípios, muitos amigos e vizinhos lançam- se à empreitada de arreba- nhar os votos necessários aos postos na Câmara e no executivo. Esse é o lado posi- tivo da campanha, a exposi- ção do nome e da biografia diante do eleitorado e do imponderável. Mas também tem a face feia que sempre volta com uma maquiagem mal ajambra- da. É o momento de frustra- ção e tristeza pela onipre- sença de alguns velhos co- nhecidos de passado pouco abonador, munidos de belas frases que nada mais fazem do que subverter o sentido das palavras, habilmente manipuladas em santinhos e propaganda sonora . Ali- ás, para argumentar como os religiosos, esse é um dos artifícios do demônio, o de apresentar-se como opção positiva, encobrindo rabo e chifres e o forte cheiro de enxofre que exala. A sobrevivência política des- ses candidatos, driblando a decência ( existe? ) e o res- peito ao povo , é reflexo de que a escola de cidadania não tem sido tão boa assim, pois não ajudou a muitos na escolha dos caminhos e dos caminhantes. Como se sabe, quem elege é o povo, origem e destino da atividade políti- ca numa democracia plena. Por um lado gostamos de afirmar que a época das bar- ganhas mais rasteiras entre políticos mal intencionados e o povo ignorante, como exemplo um par de chinelos pelo voto, já ficou para trás. Mas como explicar a escolha – sendo a primeira vez – ou a sobrevida no cenário polí- tico, principalmente em ci- dades onde todos se conhe- cem, de figuras sabidamente nefastas, quer como pessoas e também como homens pú- blicos? Resta lembrar que alguns continuam barganhando seu voto, dando razão aos malfeitores que conseguem provar que o eleitorado ain- da é manipulável. São esses os nós nestas eleições. José Carlos Brollo

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Edição de setembro. pagina 2. Cronicas do Juca - texto de Brollo charge do juca - eleições 2012 cantinho da saudade - foto: posse do ex-prefeito Donald Savazoni e os vereadores da época - 1973.

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2 Ano XXVI - nº 252 - setembro de 2012Juca Post - Franco da Rocha - SP.

DIRETOR e EDITORBenedito Coutinho

Mtb 54.440

Site: www.jucapost.com.brE-mail: [email protected]

E-mail: [email protected]

Fundado em 1º de Outubro de 1985

Cantinho da Saudade

Fonte: acervo fotográfico da memória de Franco da Rocha pertencente ao arquivo particular do prof. José Parada.E-mail: [email protected] ou [email protected]

EDITOR: Benedito Coutinho — REDAÇÃO: Albertina Vigilatto, Antonio Ramiro Cruz, Edméa Cássia Santos e Nara M. C. de Abreu — CONSELHO EDITORIAL: Ezio Cam-pos, Hilda Marques, Jean Jacques Erenberg, Milton Myura, José Carlos Brollo, José Jorge Neto, José Parada e Paulo Eduardo — COLABORADORES: Adilson José Quintino, Adrienne Kátia Savazoni Morelato, Catalani (Togão), Donato Milillo Neto, Edegard Grecco, Georges Aperguis, Gilson Queiroz Nunes, Guilherm Gizzi Jr., Izilda Arnoso Costa, José Batista S. Filho, José Carlos Brollo, Juvenal Antonio de Lima, Larisa Oliveira, Noé Aparecido da Costa, Paulo Eduardo Ramos, Ranulfo Faria, Renato Cartucheira, Roger Luiz Ambrosio, Wanderley P. Machado, William Martins e Zezo Vieira. FOTOGRAFIA: Arquivo J.P. e Acervo particular de José Parada — EDITORAÇÃO ELETRôNICA: Equi-pe do jornal Juca Post – SITE JUCA POST: Nara M. C. de Abreu e Mayara M. de Abreu. DEPTº COMERCIAL: Nelson Coutinho Jr. (Juba) — IMPRESSÃO: Gráfica Pana.

O jornal JUCA POST™ é uma publicação da Editora J P S/S Ltda. — CNPJ Nº. 96.493.416/0001-68. Registrado sob o nº 812 - livro A/8 , prenotado sob o nº 7.945 no Cartório Oficial de Titulos e Registros de Franco da Rocha. Representante em São Paulo: MIDIA MIL REPRESENTAÇÕES. Representante no interior do Estado: ADJORI SP - Associação dos jornais do Interior de São Paulo. O Juca Post, Jornal Atuante, The Saturday Post, O Tempo, Hora de São Paulo e Correio da Tarde são jornais associados. CORRESPONDÊNCIA: Rua 30 de Novembro, 251 - Vila Ramos - Franco da Rocha - S.P. - CEP. 07860-140.

Redação: Tels.(011) 4449-3454 e 9842-5914.Os artigos assinados ou entre aspas não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo exclusivamente de responsabilidade de seus autores. Reprodução permitida, desde que citada a fonte e menção de créditos autorais.

No tempo em que Franco da Rocha era cidade interiorana

FRANCO DA ROCHA - ELEIÇÕES 1973 — Posse do prefeito Donald Savazoni e dos vereadores. Na foto: Tupi, Henrique Cuba, Nilson Morelato, Newton de Sá, Geraldo, Cardoso e Ademar Rocha.

Eleições e nós

Crônicas do Juca Charge do Juca

Eleições 2.012.CANDIDATO VISITA OS BAIRROS

Poderia usar este espaço aberto concedido pelo Juca para escrever sobre a cam-panha eleitoral, principal-mente a municipal que nos envolve mais diretamente, ou sobre o julgamento do mensalão, mas confesso que não tenho condições para analisar tais situações com a devida competência. Ade-mais, junto-me aos muitos descrentes de quase tudo nessa seara, qual seja a vida pública brasileira. Tal sen-timento é diuturnamente reforçado pelo número cres-cente de personagens que freqüentam mais a página policial do que aquela des-tinada à política. A tomá-los como exemplos, concluímos que o limite entre essas duas instâncias, diga-se, parece cada vez mais tênue.Com esse deixar de lado ante questões que mexem com os interesses de nossa cidade e com o país , corro o risco de ser colocado no rol dos analfabetos políticos, o que certamente não sou. Lem-bro que a preocupação com esse desencanto do eleitor diante das possibilidades de intervir nos destinos do po-der, que é crônico no Brasil, ganhou espaço e tornou-se uma bandeira nos anos ime-diatos à chamada volta da normalidade democrática em 1985, e que como pro-fessor atento sempre consi-derei diante de meus alunos.Essa manifestação de cará-ter cívico fora encampada principalmente por partidos de esquerda, sindicatos e intelectuais, aos quais mais interessava mudar os rumos

de um país que despertava de um sono ditatorial e re-tornava ao jogo democráti-co de perguntar à maioria o que lhe interessava. O senti-do era o de trazer de volta um gosto pela participação massiva nas disputas e deci-sões políticas e pleitear um saudável re-aprendizado na busca pelos melhores candi-datos, após jejum de 21 anos do período militar marcado por nenhuma ou por limita-da possibilidade de partici-pação. Ressoava ainda uma frase dita por Pelé, uma es-corregadela do rei, de que brasileiro não sabia votar, desmentido por ele e sua assessoria mas que nunca colou. Lembro um dos motes do esforço de esclarecimen-to divulgado nos cartazes alertando a classe trabalha-dora mais pobre mostrando uma forca, e abaixo dela a palavra acorda, sugerindo os dois sentidos que o som da palavra permite intuir.Apesar dos altos e baixos nas disputas municipais tão próximas de cada um de nós, devemos apostar que época de eleições é momen-to de renovação de pessoas e de esperanças, como mais oxigênio para se respirar. Em Franco assim como nos demais municípios, muitos amigos e vizinhos lançam-se à empreitada de arreba-nhar os votos necessários aos postos na Câmara e no executivo. Esse é o lado posi-tivo da campanha, a exposi-ção do nome e da biografia diante do eleitorado e do imponderável. Mas também tem a face feia que sempre volta com uma maquiagem mal ajambra-

da. É o momento de frustra-ção e tristeza pela onipre-sença de alguns velhos co-nhecidos de passado pouco abonador, munidos de belas frases que nada mais fazem do que subverter o sentido das palavras, habilmente manipuladas em santinhos e propaganda sonora . Ali-ás, para argumentar como os religiosos, esse é um dos artifícios do demônio, o de apresentar-se como opção positiva, encobrindo rabo e chifres e o forte cheiro de enxofre que exala. A sobrevivência política des-ses candidatos, driblando a decência ( existe? ) e o res-peito ao povo , é reflexo de que a escola de cidadania não tem sido tão boa assim, pois não ajudou a muitos na escolha dos caminhos e dos caminhantes. Como se sabe, quem elege é o povo, origem e destino da atividade políti-ca numa democracia plena.Por um lado gostamos de afirmar que a época das bar-ganhas mais rasteiras entre políticos mal intencionados e o povo ignorante, como exemplo um par de chinelos pelo voto, já ficou para trás. Mas como explicar a escolha – sendo a primeira vez – ou a sobrevida no cenário polí-tico, principalmente em ci-dades onde todos se conhe-cem, de figuras sabidamente nefastas, quer como pessoas e também como homens pú-blicos?Resta lembrar que alguns continuam barganhando seu voto, dando razão aos malfeitores que conseguem provar que o eleitorado ain-da é manipulável. São esses os nós nestas eleições.

José Carlos Brollo