jornal [in]formação 4ª. edição 2008

8
JORNAL LABORATÓRIO DO 3° ANO DE JORNALISMO Kotscho fala com exclusividade ao ÍNDICE PRÁTICO CADERNO nova lei dos estagiários: direitos coimo 13° . salário e férias são parte do projeto P.03 Eles gastam mais do que ganham: jovens de até 30 anos são as maiores vítimas dos créditos P.03 O QUE VOCÊ QUER VER nO Envie suas dicas para: [email protected] “O jornalista está sempre a serviço dos outros. na maioria das profissões você está a ser- viço de você mesmo, do seu salário e do seu bem estar. É claro que o jornalista precisa de salário e de bem estar, mas acho que o jornalista tem que ter em mente que ele presta serviço para os outros assim como os padres”. P.02 Ano 7 •• n. 40 ••• outubro de 2008 Faculdades integradas Teresa d’Ávila “ O jornalismo tem influência em todas as áreas, pois nós contamos o que está acontecendo”. Quem pode doar? Onde é realizada? Corro algum risco durante a doação? Quanto tempo demora? Ruth Guimarães: a Cachoeirense membro da academia Paulista de LetrasP.07 DOAÇÃO DE MEDULA, DOAÇÃO DE AMOR Conseguir um doador compatível pode ser uma busca injusta para o paciente de leucemia. “O desconhecimento sobre a doação de medula óssea e a falta de informação é o prin- cipal problema”. P.06 Luta sem tréguas: a ansiedade; o estresse e o medo de ganhar vários “quilos” a mais. P.06 Elisângela Cavalheiro RICARDO KOTSChO: 40 ANOS DE JORNALISMO “Está caindo a circu- lação dos jornais. a au- diência dos telejornais também vem caindo, eu acho que saturou”. É MUxUAnGO! Quinta edição de feira de ar- tesanato gera intercâmbio en- tre artesãos e alunos da Fatea. Curso Talentos na Cozinha: desde o simples feijão até os pratos mais sofisticadosP.07 são 30 anos de incentivo às pesquisas científicas REVISTA ÂnGULO P.05 P.05 tempos, de amigos fortes de Deus” . (SantaTeresa) P.08 Cláudio Pastro “Nós precisamos, nestes Thiago Banco de imagens da FaTEa

Upload: jornal-informacao-fatea

Post on 21-Feb-2016

222 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal laboratório da Habilitação em Jornalismo do Curso de Comunicação Social, das Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Lorena, SP. Produzido pelos alunos do 3º ano.

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal [in]Formação 4ª. edição 2008

JORNALLABORATÓRIODO 3° ANO DE JORNALISMO

Kotscho fala com exclusividade ao

ÍNDICE PRÁTICO

CADERNOnova lei dos estagiários: direitos coimo 13°. salário e férias são parte do projeto• P.03Eles gastam mais do que ganham: jovens de até 30 anos são as maiores vítimas dos créditos• P.03

O QUE VOCÊQUER VER nO

Envie suas dicas para:[email protected]

“O jornalista está sempre a serviço dos outros. na maioria das profi ssões você está a ser-viço de você mesmo, do seu salário e do seu bem estar. É claro que o jornalista precisa de salário e de bem estar, mas acho que o jornalista tem que ter em mente que ele presta serviço para os outros assim como os padres”. P.02

Ano 7 •• n. 40 ••• outubro de 2008 Faculdades integradas Teresa d’Ávila

“ O jornalismo tem infl uência em todas as áreas, pois nós contamos o que está acontecendo”.

Quem pode doar?• Onde é realizada?• Corro algum risco durante • a doação?Quanto tempo demora?•

Ruth Guimarães: a Cachoeirense membro da academia Paulista de Letras•P.07

DOAÇÃO DE MEDULA, DOAÇÃO DE AMORConseguir um doador compatível pode ser uma busca injusta para o paciente de leucemia.

“O desconhecimento sobre a doação de medula óssea e a falta de informação é o prin-cipal problema”. • P.06

Luta sem tréguas: a ansiedade; o estresse e o medo de ganhar vários “quilos” a mais.• P.06 El

isân

gela

Cav

alhe

iro

RICARDO KOTSChO: 40 ANOS DE JORNALISMO

“Está caindo a circu-lação dos jornais. a au-diência dos telejornais também vem caindo, eu acho que saturou”.

É MUxUAnGO!Quinta edição de feira de ar-

tesanato gera intercâmbio en-tre artesãos e alunos da Fatea.Curso Talentos na Cozinha:

desde o simples feijão até os pratos mais sofi sticados•P.07

são 30 anos de incentivo às pesquisas científi cas

REVISTA ÂnGULO

P.05 P.05tempos, de amigos fortes de Deus”. (Santa Teresa)

P.08 Cláu

dio

Past

ro

“Nós precisamos, nestes

Thia

go

Banc

o de

imag

ens

da F

aTEa

Page 2: Jornal [in]Formação 4ª. edição 2008

Entrevista

Filipe Chicarino

Com 40 anos de carreira, o ex-assessor de imprensa de Lula, fala sobre os desafios da profissão

“O jornalismo tem influência em todas as áreas, pois nós contamos o que está acontecendo”, afirma o jornalista Ricardo Kotscho

Thia

go

Quarenta anos de profis-são. Um dos mais importantes jor-nalistas do Brasil. Foi repórter de diversos veículos como: Jornal do Brasil, Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Época IstoÉ, TV Globo e SBT . Foi assessor de imprensa do presidente Luis Inácio Lula da Sil-va nos dois primeiros anos de go-verno. Vencedor de 4 prêmios Esso de Reportagem, o mais importante do jornalismo brasileiro. Escreveu diversos livros, entre eles “A Prá-tica da Reportagem” que há 20 anos é usado nos principais cur-sos de jornalismo em todo o país.

[in] - Na sua coluna do IG, o senhor disse que o diretor de cinema Walter Salles comentou que o senhor era o responsável pela história do filme premiado no festival de Can-nes “Linha de Passe”. Como foi isso?

Ricardo Kotscho – Em 2001, fiz uma reportagem na Folha de S. Pau-lo sobre um menino de 12 anos que roubou um ônibus e andou muitos quilômetros pelas ruas de São Paulo até a policia o pegar. Walter Salles leu a matéria e achou que aquilo dava um filme. Ele me ligou, na época, e agora eu tinha até esque-cido. Recentemente me mandaram um convite para a pré-estréia. E ele disse a todos que estavam lá que eu era o responsável pelo filme. Isso me deixa muito feliz, pois já aconteceu outras vezes de algumas reporta-

gens que eu fiz inspirarem filmes e peças de teatro. Acho que isso é muito importante, pois o jornalis-mo é uma coisa que acaba no dia seguinte, quando o jornal vai para o lixo, agora as boas reportagens aca-bam ficando por meio dessas obras.

[in] - Os filmes brasileiros que têm recebido boas críticas no exterior são

os que ilustram a realidade social do país. Quais os caminhos que o senhor acredita que o Brasil deve trilhar para que seja mudada essa realidade?

Kotscho – Já está mudando. A re-alidade social do Brasil, que sempre foi dramática, é hoje diferente. Acho que o país vive seu melhor momen-to. O cinema, como o jornalismo, tem mesmo que mostrar a verdadeira

realidade, mas já está na hora de fa-zer uns filmes com histórias felizes, pois no Brasil não tem só desgraça. A verdade é que existe um processo de transformação muito forte no Bra-sil, principalmente na área social.

[in] - O senhor falou de no-ticias ruins, desgraças e tragé-dias. Acredita que é esse tipo

de noticia que atrai o leitor?Kotscho - Eu acho que não. Está

caindo a circulação dos jornais. A au-diência dos telejornais também vem caindo, eu acho que saturou. Houve um momento em que exageraram sempre para esse lado negativo. Eu percebo, durante as minhas viagens, que já não existe mais aquele hábi-to de todo mundo a noite assistir

ao telejornal. As pessoas estão as-sistindo outras coisas ou nem estão assistindo mais televisão. Eu acho que isso precisava ser repensado.

[in] – Em seu ponto de vista, o jor-nalismo está implicado diretamente com o nível de educação do país?

Kotscho – O jornalismo tem in-fluência em todas as áreas, pois nós contamos o que está acontecendo. Eu não saberia te responder se ele está implicado diretamente na educa-ção, mas eu acho que a internet, que é uma revolução na comunicação humana, contribui com a educação. Hoje temos mais de 40 milhões de brasileiros conectados à rede e, por-tanto, com acesso a mais informa-ções. E isso é a grande mudança que está acontecendo em nosso meio.

[in] - No seu livro “A prática da reportagem” você diz que o jor-nalismo é uma opção de vida. O que o jornalismo têm de di-ferente de outras profissões?

Kotscho – Eu acho o jornalismo muito parecido com o sacerdócio. Eu estudei em colégio de padre e o meu teste vocacional deu que eu tinha vocação para o sacerdócio. O jornalista está sempre a serviço dos outros. Na maioria das profissões, você está a serviço de você mesmo, do seu salário e do seu bem estar. É claro que o jornalista precisa de salário e de bem estar, mas acho que o jornalista tem que ter em mente que ele presta serviço para os outros, assim como os padres.

Julio Oliveira

A doação de órgãos no Bra-sil ainda é um tabu para a maior parte da população, mesmo com a insistência das emissoras de televisão que incluem em suas programações quadros que iden-tificam o calvário dos doentes para conseguirem uma sobrevida.

Há poucas semanas, Cruzeiro e outras cidades do Vale do Paraíba foram mobilizadas para conseguir um doador de medula para um ga-rotinho que sofre de uma doença degenerativa. Nesse tipo de caso, o doador não precisa sofrer uma intervenção cirúrgica. Mesmo assim, em geral, os doadores são poucos. Mas uma campanha nos meios de comunicação conseguiu

um grande número de voluntários. Já nos casos em que é necessá-

ria a retirada de órgãos, a situação se complica ainda mais, pois de-pende de inúmeros fatores, des-de a compatibilidade de genes à dor das famílias que perdem seus entes queridos, que é o fator mais delicado e que deve ser mais bem trabalhado. Coloquemo-nos na posição dos pais de uma jovem que perdeu a vida por conta da violência como aconteceu com a menina Eloá, de Santo André. O que pensar e como decidir num momento de profunda dor? Os pais dela são prova de que Deus existe e do verdadeiro sentido de solidariedade e do amor humano.

Jornal Laboratório 3° ano de JornalismoFaculdades Integradas Teresa D’ Ávila – FATEA Ano VII – n° 40 - Outubro / 2008

Equipe de Alunos:Carlos Alberto, Eduardo Góis,Elaine Santos, Elisangela Cavalheiro, Endrigo de Oliveira, Estefânia Oliveira, Filipe Chicarino, Gabriel Fini,Gabriel Theodoro, Graziela Staut,Hugo Barbeta, Josafá Moraes,Josiane Bittencourt, Julio Oliveira, Karina Pontarolo, Lauren Moraes, Liliane Pimentel, Luana Corrêa,Lucas Caponto, Marcela Rocha,Maurício Moura, Maurício Rebouças,Meire Moreira, Melisa Lemes, Michelly Ribeiro, Natália Moreira, Oswaldo Corneti, Paulo Diniz, Paulo Henrique de Jesus, Pedro Hummel, Tamiris Correa, Vanessa Guimarães.

Faculdades Integradas Teresa D’ Ávila – FATEAAv. Peixoto de Castro, 539 – Vila Celeste • Lorena – SP – CEP: 12606-580 • Fone: (12) 2124-2888

ExPEDIEnTE

Direção Geral: Prof.ª Dr.ª Olga de Sá

Editoração: Prof.ª Ms. Bianca de Freitas

Projeto Gráfico: Agência Experimenta – Agência Integrada de ComunicaçãoDiagramação: Samantha Natielli

Coordenação Geral e Edição: Prof.ª Ms. Bianca de Freitas (MTB: 28876)

P. • >>>02 “Entre Aspas”

EDITORIAL

Page 3: Jornal [in]Formação 4ª. edição 2008

Luana Corrêa

Eduardo Góis

Depois de algumas tentativas, o jovem Pablo Soares, de 21 anos, conseguiu entrar para faculdade de Rádio e TV e está cursando o segundo ano. É a realização de um sonho que se completa a cada dia. Mas nem tudo são flores.

O jovem faz parte dos 39%, da fatia dos jovens entre 21 e 30 anos, no universo dos inadim-plentes, que cresce de forma as-sustadora.Arcar com as despesas dos estudos e outras compras não é tarefa fácil. Segundo a empresa Telecheque, 10% dos devedores têm até 20 anos

Para conseguir se sustentar na faculdade, Soares tem que fazer uma jornada dupla de trabalho, em uma rádio da cidade e na as-sessoria de imprensa da prefei-tura. Mesmo assim, ainda não é o suficiente. “Não é fácil, tenho uma carga horária pesada. Hoje eu tenho 50% de desconto na men-

salidade pelo estágio na rádio e, para pagar o restante, trabalho na assessoria. Mesmo assim, ainda não ganho o necessário para hon-rar todas as despesas”, afirma.

Caso parecido foi o do estudan-te de Direito, Jeferson Santos. No caso dele, o problema não foi o compromisso com a faculdade e sim com os cartões de crédito.

O banco em que era cliente ofe-receu dois ótimos cartões de cré-dito com limites a perder de vista, senha para sacar dinheiro extra no caixa eletrônico, e ainda um belo cheque especial. A conseqüência de tantos serviços prestados pelo banco e usufruídos por Jeferson, foi ter seu nome estampado no Serviço de Pro-teção ao Crédito (SPC) e no Serasa.

“Eu perdi o controle, não tinha dinheiro pra pagar e, quando eu conseguia, pagava somente a par-cela mínima”, diz Jeferson.

Em entrevista ao site da Facul-

dade Universia, o psicoterapeuta do Departamento de Psicologia da PUC-Campinas (Pontifícia Uni-versidade Católica de Campinas) Hipólito Carretoni Filho, disse que este comportamento de con-sumo não se reflete apenas nas compras, mas no modo como os jovens encaram a vida hoje. Mui-tas vezes atraídos por circunstân-cias que agradam a curto prazo.

Soares e Jeferson fazem parte de um grupo cada vez mais comum na família brasileira contemporâ-nea. São os jovens endividados. Além de adiar a saída de casa, esses que na maioria são estudantes, não conseguem ajudar nas despesas fa-miliares, nem tampouco pagar as próprias contas. Pior: gastam mais do que devem e acumulam dívidas. Muitos estão simplesmente falidos e entraram na lista negra das enti-dades de proteção ao crédito.

O terapeuta financeiro e economista,

Reinaldo Domingos, explica que para conseguir pagar todas as dívidas e manter-se em dia com as contas é necessário fazer um planejamento.

“Para conseguir realizar os sonhos, o jovem ou qualquer pessoa tem que estar sadio financeiramente.Traçar planos, metas e objetivos é o primei-ro passo”, ressalta Domingos.

De acordo com o economista com-prar à vista e fugir dos cartões de crédito é sempre a melhor opção.

Mais informaçõesPara esclarecer dúvidas de estu-

dantes, empresas e instituições de ensino, cadastrados ou não em seu banco de dados, ligar para o CIEE: 0800-771-2433. As principais novi-dades e a íntegra da lei estão disponí-veis no site www.in.gov.br/imprensa.

Nova lei que esperou quase 10 meses para ser sancionada traz igualdade para estagiários

Luan

a Co

rrêa

Em 25 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou a nova lei para os estagiários nº Lei n.º 11.788. Sua publicação no diário ofi-cial aconteceu no dia seguinte. Essa lei busca trazer para o estagiário direi-tos semelhantes ao de um funcionário normal. As mudanças serão muitas, como o direito a férias de 30 dias remu-neradas e a bolsa auxilio obrigatória.

A lei que regia os direitos dos estagiários era de 1977. Seus ar-

tigos já defasados não continham a obrigatoriedade de um salário ou seguro de vida ao estagiário.

A nova lei corrige pontos que foram esquecidos. Em texto dispo-nibilizado pela assessoria de comu-nicação do CIEE (Centro de Integra-ção Empresa Escola), Luiz Gonzaga Bertelli presidente da entidade, faz sua avaliação. “A nova Lei de Es-tágio não é perfeita, mas acerta ao manter o caráter educacional do

estágio e ao preservar a isenção de encargos trabalhistas e previdenci-ários para essa valiosa modalidade de formação profissional do jovem”.

Com a lei entrando em vigor, os estagiários ganharam direitos como: bolsa auxilio obrigatória, férias re-muneradas após um ano de traba-lho, estágio de no máximo 6 horas, 13º salário, estágios para alunos do ensino Superior, Médio, Médio Téc-nico, Educação Especial e dos anos finais do Fundamental, vale-refei-ção, vale-transporte e máximo dois anos de estágio. “Esses benefícios vão incentivar o trabalho e aprendi-zado do estagiário, que atua como qualquer outro funcionário”, disse Glaziele Mary da Silva Pereira, esta-giária da prefeitura de Guaratinguetá.

Segundo Bertelli, a obrigatoriedade de 30 horas semanais dá aos estagi-ários, horas vagas para estudar. “Isso deixará mais tempo livre para que o estagiário cumpra suas obrigações escolares e também possa realizar algumas atividades extracurricula-res, como um curso de idiomas, in-dispensável à sua futura carreira”.

Outra novidade desta lei é para profissionais liberais como enge-nheiros, dentistas, advogados que poderão contratar estagiário mesmo sendo autônomos. “Agora vou poder dar oportunidade a jovens que que-

rem conhecer e aprender, mesmo an-tes de estarem na faculdade”, afirma Cláudio Nunes, dono de um escritó-rio de advocacia em Guaratinguetá.

A maioria das inovações já vinha sendo recomendada pelo CIEE e aca-tada pelas empresas e órgãos públi-cos parceiros. É o caso, por exemplo, da bolsa-auxílio, que só passará a ser obrigatória quando a lei entrar em vi-gor, mas que há muito vem sendo con-cedida pela totalidade das empresas.

Para os que contratam estagiários, é importante saber que uma das clau-sulas da lei deixa claro que, no caso do descumprimento das novas nor-mas, poderá caracterizar vínculo em-pregatício, com a conseqüente perda das isenções trabalhistas e previ-denciárias concedidas como incen-tivo ao estágio. E mais, em caso de reincidência, a organização ficará impedida de contratar novos esta-giários pelo período de dois anos.

NOVIDADES PARA ESTAGIÁRIOSEnfoque 03>>> • P.

ELES GASTAM MAIS DO QUE GANHAMJovens de até 30 anos são as maiores vítimas do crédito

Edua

rdo

Gói

s

Boletos enchem as gavetas dos jovens

Page 4: Jornal [in]Formação 4ª. edição 2008

Colaboração: Bruna Jardim

P. • >>>04 Educação

NA FATEAD

Em 15 de setembro, a biblioteca da FaTEa promoveu o lançamento da exposição fotográfi ca do aluno do 2°. ano de Jornalismo, rodolfo Magalhães: “a Leitura do Olhar”. Uma exposição com um enfoque diferenciado sobre os livros, usuá-rios e o espaço da biblioteca.

José Antonio dos Santos Junior foi um dos finalistas no concurso Prêmio Abre Design & Embalagem. Orientado pelo professor Marcos Vinícius, disciplina Pro-dução Gráfica da FATEA, desenvolveu uma embalagem para feijoada. O tema era “Novas propostas de utilização para emba-lagens Longa Vida (Tetra Pak)”.

Banc

o de

imag

ens

da F

aTEa

Lucas José Montenegro Rodrigues, tam-bém aluno do curso de Design, é vencedor regional do Concurso Casas Pernambuca-nas 2008. O tema era Desenvolver uma pintura estilizada para veículo pick-up - Dia dos Pais.

div

ulga

ção

Pern

ambu

cana

s

CURSO TALENTOS NA COZINhA ATRAI ESTUDANTES DE DIVERSAS IDADES

Meire Moreira

Curso ensina a cozinhar desde o feijão básico até pratos mais elaborados regionais e internacionais

Se para você cozinha é igual painel de comando de uma nave interestelar, ou seja, você não faz idéia do que serve para fazer o que e como, a Fatea dá uma forcinha.

O curso Talentos na Cozinha, coordenado pelo professor Hér-cio Miranda, e ministrado pelos professores Anderson Rodri-gues e Carolina Madruga teve início em agosto e surgiu como

uma proposta de ser um curso rápido, em um dia da semana, mas a procura foi tão grande que ele foi dividido em duas turmas. E continua atraindo alunos de diversas idades e for-mação profi ssional. Ele atende desde quem não sabe fritar um ovo até quem procura no curso uma qualifi cação profi ssional.

Os alunos têm aulas práticas

e teóricas sobre higiene e con-servação de alimentos, reapro-veitamento de sobras, cozinha regional e internacional, monta-gem de cardápios e administra-ção da cozinha, entre outras. O curso está dividido em duas tur-mas de 25 alunos com aulas as terças e quintas, das 19h às 22h.

Marcos Xavier é um dos alu-nos que chegou atraído pela possibilidade de crescer no ramo. Ele trabalha com mas-sas e frango assado nos fi nais de semana em sua casa e quer abrir seu próprio negócio.

O curso ensina desde o básico feijão com arroz bem feitinho e da maneira correta, conhecen-do a manipulação de alimentos, com higiene e sem desperdício, até pratos elaborados da cozi-nha regional e internacional.

Os interessados podem fa-zer sua matrícula na Tesou-raria da Fatea de segunda à sexta das 8h às 21h e aos sá-bados das 8h às 11h. O valor do investimento é de 150 re-ais divididos em três parcelas.

O professor Anderson Rodrigues e o aluno .Marcos Xavier em uma das aulas

Mei

re M

orei

ra

aconteceu no dia 25 de setembro o lançamento do livro “Expressividade, estilo e gesto vocal”, da professora iza-bel viola durante o Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, em Campos do Jor-dão. O livro aborda os fundamentos da expressividade e das pesquisas atuais.

Portadores do Mal de alzheimer se reunem no início de cada mês na FaTEa em Lorena para trocar expe-riências vividas pelos pacientes. nos encontros as pessoas aprendem a ouvir outras opiniões e experiência, tentando adaptá-las para o ambien-te de cada casa. O endereço é ave-nida dr. Peixoto de Castro, 539 vila Celeste. Telefone (12) 2124-2888.

nos dias 26 e 27 de setembro, foi realizado o iX Fórum ambien-tal no Espaço arte Teresa d’Ávila da FaTEa. O tema foi “responsa-bilidade individual pelo meio am-biente ‒ você é parte integrante”.

PrÊMiOs aLUnOs da FaTEa ParTiCiPaM dO MUTirÃO dE Cidadania dO CaMPO

Alunos da FATEA estiveram pre-sentes no 1° Mutirão da Cidadania no Campo realizado no dia 28 de setem-bro em Piquete, pelo Sindicato Rural de Lorena e Piquete, em convênio com o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural-Administração Regional do Estado de São Paulo).

Numa demonstração de cidadania, todos se tornaram responsáveis pela comunidade a que pertencem. Ins-tituições e 120 voluntários oferece-ram aos 624 visitantes ações como: fornecimento de certidões, aferição de pressão arterial, teste de glicemia, prevenção e educação das doenças sexualmente transmissíveis, ofi cina de artesanato, contadores de histó-rias, entre outras. Houve também momentos de entretenimento na área de cultura, esporte e apresen-tações de adestramento de animais.

Para a aluna do curso de Pedagogia Gleicy Kelly Silva, participar deste evento foi uma oportunidade de es-tar próxima de uma outra realidade diferente. “Senti, no fi nal do dia, a certeza de ter colaborado com a for-

mação educacional de algumas crian-ças, pois, por meio principalmente da contação de história, em que se trabalha com valores e culturas, pude perceber em vários olhinhos uma viagem para um mundo imaginário”.

O Mutirão de Cidadania realizado em Piquete fez parte da comemoração do dia da Responsabilidade Social do Ensino Superior Particular – promovi-do pela Associação Brasileira de Man-tenedora do Ensino Superior - ABMES.

Para a professora e coordenadora do Núcleo de Extensão Universitária da FATEA, Rosana Montemor, o evento contribuiu também para a FATEA co-memorar o Dia Nacional da Respon-sabilidade Social, uma oportunidade na construção de uma democracia participativa para gerar no aluno o ca-pital humano intelectual humanista.

Segundo o presidente do Sindi-cato Rural, José Fernando de Paiva, o mutirão alcançou seu objetivo de mostrar aos homens do campo a importância da sua cultura e tam-bém despertar o interesse por seus direitos e deveres básicos para que possam exercer sua cidadania.

Page 5: Jornal [in]Formação 4ª. edição 2008

Educação 05>>> • P.

30 anOs dE rEvisTa ÂnGULOa revista surgiu em 1978 para fortalecer as pesquisas de iniciação Científica

Com o objetivo de fortalecer a iniciação científica na FATEA, em 1978, surge a revista Ângulo, cujo nome significa “ângulo de 180º aberto a todas as opiniões”. O veículo comemora, em outu-bro, 30 anos de existência com o lançamento de uma edição espe-cial Machado de Assis. O lança-mento aconteceu em São Paulo, em 25 de outubro, na Rato de Li-vraria Revistaria.

A Ângulo divulga trabalhos desenvolvidos por professores e alunos, recebendo também con-tribuições de profissionais de outras faculdades do país e do exterior, como da França e dos Estados Unidos. Segundo a edi-tora e redatora da revista, Sônia Siqueira, o material é bastante reconhecido nesse meio pela sua qualidade. “Lembro-me de quan-do fizemos um especial sobre o

Michelly ribeiro

alguns exemplares da revista Ãngulo

Mic

helly

rib

eiro

Gab

riel T

heod

oro

soar

es

Banc

o de

imag

ens

da F

aTEa

MUXUANGO PROMOVE O ARTESANATO REGIONALQuinta edição da feira de artesanato gera intercâmbio entre artesãos e alunos da Fatea.

Oswaldo Corneti

Já em sua quinta edição, a feira Muxuango, que aconteceu nos dias 23 e 24 de setembro, no pátio cober-to da FATEA, pôde ser acompanha-da tanto pelo público da instituição quanto pelos moradores locais.

Muxuango é uma palavra que surgiu no meio rural fluminen-se, usada pelo homem do cam-po para denominar o ´caipira´.

Coordenados pelo professor Fá-bio Corniani, alunos do 1º ano do curso de Desenho Industrial, do 2° ano de Jornalismo e do 3° ano de Publicidade e Propaganda da FA-TEA, realizaram atividades distin-tas e relacionadas com suas disci-plinas, para a realização do evento.

A cada grupo de alunos coube uma função específica. Os alunos de Desenho Industrial ficaram res-ponsáveis pela seleção dos arte-sãos, pelo transporte dos objetos e de seu traslado. Os alunos de Jor-nalismo ficaram responsáveis pela cobertura do evento. Aos alunos do curso de Publicidade e Propagan-da coube o trabalho de divulgação do evento. “Ao mesmo tempo em que os alunos desempenharam as funções ligadas às áreas didáticas de seus respectivos cursos, eles puderam interagir entre si e ain-

da conheceram um pouco mais a respeito da produção dos artesãos locais”, explicou o professor Fábio.

Os alunos do primeiro ano de DI, Jhonatan Oliveira e Reinaldo César, foram os responsáveis pelo estande que trazia as obras feitas em argila, pelos artesãos Eula Toledo e Rob-son Alexsander. “O que achamos mais positivo, foi a montagem do espaço e a maneira como os produ-

tos foram expostos. Aprendemos o melhor jeito de montar um estande, para torná-lo atrativo para os visi-tantes e confortável para o artesão que ficaria ali”, disse Jhonatan.

A também estudante do primeiro ano de DI, Laura Ribeiro, acha que o intercâmbio que aconteceu na feira entre alunos e artesãos, pro-voca um impacto positivo para os estudantes que pretendem desen-

volver projetos tanto gráficos como de produtos. “O contato com os artesãos pode nos ajudar na inspi-ração de muitas coisas”, finalizou.

Além dos estandes dos artesãos, houve ainda um específico dos alunos do 3° ano do curso de de-senho industrial, que por meio da venda de produtos diversos, levan-taram fundos para o DIF (Design Industrial Fashion), que acontece no dia 5 de novembro deste ano.

Uma das barracas de artesanato expostas na feira

Mazzaropi e, com isso, notei que a partir da publicação, ele passou a ser estudado mais seriamente pelas universidades. Recebemos também muitas contribuições dos estudiosos”, afirma.

A princípio, a revista era voltada aos únicos cursos que a instituição pos-suía: Educação Artística e Economia Doméstica e Biblioteconomia. Hoje, a revista abrange todas as áreas dos 17 cursos que a faculdade atende.

Ela é trimestral, com 48 pági-nas, tiragem de mil exemplares e nunca recebeu contribuições de patrocinadores ou verbas gover-namentais. Além da versão im-pressa, possui uma digital, abrin-do mais o leque de opções para o leitor, em: www.fatea.br/angulo

A próxima edição vai sair em dezembro, com um especial so-bre Guimarães Rosa, também com lançamento em São Paulo.

Page 6: Jornal [in]Formação 4ª. edição 2008

Elis

ange

la C

aval

heiro

P. • >>>06 Viver Bem

NÚMERO DE DOADORES DE MEDULA ÓSSEA É INSUFICIENTE As dificuldades de um paciente que sofre de leucemia em encontrar um doador compatível

Elisangela Cavalheirodepois das semanas iniciais, vêm os

piores adversários na luta contra o cigar-ro: a ansiedade, o estresse , dificuldade de concentração, irritabilidade e o medo de ganhar vários “quilos” a mais. Tudo, claro acompanhado de um desejo absurdo de voltar a aspirar a doce fumaça.

Os primeiros dias ou semanas que seguem ao abandono do vício trazem consigo esses e outros sinto-mas provocados pela abstinência da nicotina. Considerada um “estimu-lante leve” e também com ação no relaxamento muscular, sua ausên-cia é um impacto e, principalmente, para quem lida com situações cons-tantes de depressão e estresse.

Quem nunca fumou pode até soar como “frescura”, mas quem já tentou largar ou largou o cigarro sabe muito bem do que se trata.

“Eu parei de fumar umas cinco ou seis vezes, mas nunca consegui pas-sar mais de quatro dias sem cigarro. É só ter um aborrecimento maior ou uma cervejinha” relata Luís Cláu-dio Oliveira, 23 anos, universitário, fazendo uma alusão justamente a dois comportamentos que todos os especialistas recomendam distância aos ex-fumantes.

O universitário foi aconselhado por seu médico a parar de fumar há cerca de oito meses e ainda não conseguiu levar a cabo. Tentou primeiro na raça, segundo com adesivos de nicotina e há um mês com um novo antide-pressivo que vem ajudando muitas pessoas na luta contra o vício.

Muita gente que tem a inten-ção de parar de fumar enfrenta ainda outro grande dilema, o medo de engordar. O que existe comprovado cientificamente é que a nicotina tem de fato ação na inibição do apetite, mas nada entretanto que uma boa dieta não consiga controlar.

O grande problema, segundo os especialistas e todos os ex-fumantes, é deixar de fumar e manter a boca fechada ao mesmo tempo. Há algu-mas medidas que podem ajudar a perder o vício sem engordar, como: evitar tomar café e bebidas alcoóli-cas, beber muita água, iniciar alguma atividade física, entre outras.

Luta sem tréguas

Lucas Caponto

Conseguir um doador compatível pode ser uma busca injusta para o pa-ciente de leucemia. Para cada pacien-te que não conseguiu encontrar um doador na família - entre 60% e 70% - uma das alternativas é procurar um doador voluntário que esteja no Regis-tro Nacional do Redome (Registro de Doadores de Medula Óssea).

A probabilidade de encontrar uma medula compatível varia de uma para dez mil a uma para um milhão, depen-dendo da herança genética.

Vivenciando este drama diaria-mente com pacientes e familiares e conhecendo a dificuldade para achar um doador compatível, a dra. Car-mem Vergueiro, hematologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, constatou que a busca pela compatibilidade era quase nula ao acessar o Registro Nacional que na época contava apenas 12 mil doado-res voluntários cadastrados. Por isso, em 2002, ela idealizou e fundou uma organização civil no sentido de am-pliar os registros. A partir disso, fun-dou a Ameo (Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo) e ini-ciou um trabalho pioneiro no Brasil. Unindo forças com hemocentros de outros estados brasileiros, a associa-ção conseguiu chegar na marca dos 710 mil cadastros. Mas a meta ainda está longe de ser alcançada.

A Ameo também realiza campanhas para recrutar doadores voluntários em várias cidades do estado. Aqui, no do Vale do Paraíba, já foram contempla-das as cidades de Taubaté, que teve duas campanhas, e Cachoeira Paulis-

ta, que alcançou muitos cadastrados. Recentemente, um evento em Cruzei-ro, em 6 de setembro, conseguiu cerca de 3400 novos doadores de medula ós-sea. Considerada um sucesso, a cam-panha pretende ajudar um menino de nove anos que sofre da doença.

O procedimento da doação é fácil e não há riscos para quem doa (veja boxe).

Para a hematologista, além do nú-mero, está por detrás o objetivo maior, que é ajudar alguém e a conscientiza-ção.

A médica ressalta que a formação que acontece nestas campanhas é im-portante para que as pessoas sejam es-clarecidas quanto à doação de medula óssea, que é confundida com a medula espinhal. “O desconhecimento sobre a doação de medula óssea e a falta de in-formação é o principal problema”.

A assistente social Fátima Guedes da Aspal, de Taubaté (Associação de Pais e Amigos dos Doentes com Leu-cemia) partilha da mesma opinião. “Observamos que as pessoas têm medo de fazer a doação e pensam até se mais tarde alguém da família for precisar como irão fazer. Eles vêm com muitas dúvidas até nós”. A assis-tente afirma a necessidade de cons-cientização da população.

A Aspal de Taubaté auxilia pa-cientes do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Litoral Norte e Sul de Minas, que realizam o tratamento nos hospitais da região. Oferece terapia em grupo para pacientes e familia-res e acompanhamento e informação quanto à medicação que não é forne-cida pelo Estado.

Como é a doação?O procedimento para doação

começa com a coleta de uma amostra de sangue que é leva-da para um laboratório para a realização de exames. Depois os dados genéticos do doador são incluídos no Registro Na-cional. Esses dados são dispo-nibilizados para médicos de todo o Brasil. Quando é consta-tada compatibilidade, o doador se dirige a um centro de trans-plantes mais próximo, onde realiza mais exames e depois é encaminhado para a doação.

A doação pode ser de duas formas: por punção de uma veia periférica para filtração das células-mãe ou puncionan-do a medula diretamente da cavidade do osso. O primeiro procedimento dura cerca de quatro horas e o segundo qua-renta minutos. Em nenhum dos casos há riscos para o doador. O Brasil utiliza também o ban-co de doadores do EUA que tem milhões de doadores cadastra-dos, mas a herança genética do brasileiro é muito miscigenada, então, a possibilidade é maior no banco brasileiro.

Onde doar? Recentemente, o Hospital Pio

XII de São José dos Campos passou a ser um posto perma-nente para receber amostras de doadores voluntários. Antes era preciso ir até a capital. Para doar o sangue não é preciso estar em jejum. As coletas são recebidas de segunda a sexta-feira das 6h às 17h e aos sába-dos das 7h às 12h, no Pronto Atendimento do hospital. In-formações pelo telefone (12) 3928-3300.

Outros contatos: Ameo São Paulo (11) 3333-4424 e Aspal Taubaté (12) 2125-4600.

“O desconhecimento sobre a doação de medula

óssea e a falta de informação são o principal problema”.

voluntária doando sangue para pacientes com leucemia

Page 7: Jornal [in]Formação 4ª. edição 2008

Cultura 07>>> • P.

CAChOEIRENSE SE TORNA MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS

A escritora e folclorista Ruth Guimarães foi eleita quase que por unanimidade, e dos 34 votos possíveis recebeu 30Maurício Moura

Mau

rício

Mou

ra

“Eu sou caipira, quando estou falando

de literatura. Quan-do estou falando de

cultura popular, estou falando de mim”.

Centenário Machado de Assis: “Tu dirás que é a Morte: eu direi que é a vida”Josafá de Jesus Moraes

“Duas vezes por semana eu vou à Academia Brasileira de Letras (ABL) e passo próximo ao busto de Machado Assis e leio a famosa frase dele: ‘a glória que fica, ele-va, honra e consola’. Não há uma visita minha à Academia que eu discretamente não pare e diga, ´como vai o senhor?´”, conta a escritora, Nélida Piñon.

Instituído pelo Ministério da Cultura como “Ano Nacional Ma-chado de Assis”, 2008 marca o cen-tenário da morte do maior escritor brasileiro e fundador da ABL.

Joaquim Maria de Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro. Macha-dinho, como era conhecido, es-treou na literatura, em 1855, com quinze anos, com a publicação, na revista Marmota Fluminense, do poema “Ela”.

A profundidade de seus escri-

tos aliada à elegância peculiar do uso das palavras, o fizeram memorável no desenvolvimento da língua portuguesa. Muitos de seus personagens foram além da obra, como é o caso de Capitu, do romance Dom Casmurro, e da sá-tira de Brás Cubas em Memórias Póstumas de Brás Cubas, persona-gens que até hoje inspiram filmes e novelas, muito embora a relação passe despercebida pelas pessoas.

“Comemorar Machado de Assis é despertar a sutilidade crítica, a audácia velada de quem aborda temas importantes com a leveza de quem conta um fato corriquei-ro”, afirma a professora e coorde-nadora de Letras, Stela Maris. “Ma-chado foi um crítico da sociedade fútil, dos discursos vazios. Seu narrador é sagaz e está em perma-nente diálogo com o leitor. Seu humor brinca com associações de idéias que são desenhadas na

imaginação de quem lê. Não ex-plicita, mas insinua despertando o atento leitor. Suas crônicas, de grande consonância social, eram construídas numa simbiose de jornalismo e literatura. O que mais impressiona é a presentati-vidade dos conceitos que ele apre-senta, principalmente nas crônicas. É como se estivesse escrevendo em nossos dias”, completa.

Ao estudante, num primeiro instante, a leitura machadiana pode soar arcaica, mas ao aden-trar, o principiante será fascinado pela ironia e astúcia, necessárias ao antenado profissional dos nossos dias. Olhar a sociedade como ele o fez, traz à tona o pen-samento crítico de quem quer enxergar a realidade através dos verdadeiros entremeios, de quem busca marcar história num país com questões sociais e humanas tão discrepantes. Se Machado de

Assis existiu, o Brasil é possível. “Eu acho Machado de Assis o mi-lagre do Brasil – ele não cursou universidade, foi autodidata, era tartamudo... a história dele reno-va minha esperança no Brasil”, afirma Nélida Pinõn.

Machado de assis

No dia 18 de setembro, a escritora e folclorista de Cachoeira Paulista, Ruth Guimarães, se tornou mem-bro da Academia Paulista de Letras.

Indicada pela terceira vez para ocupar um lugar na Academia, a escritora de 88 anos foi eleita com 30 votos dos 34 possíveis. Ruth ocupará a cadeira nº 22 da aca-demia e, juntando-se ao escritor e professor Gabriel Chalita, pas-sa a ser a segunda representante do Vale do Paraíba na Academia.

A cachoeirense recebeu com orgulho a nova indica-ção e disse que é um reconhe-cimento por seu trabalho feito.

“É a 3ª indicação e vou com-petir e trabalhar para entrar bem. Eu sabia que entraria porque te-nho trabalho suficiente para isso.

Para mim é um acréscimo, um prestígio.” comenta a escritora.

A escritora fará parte da histó-

ria de um vasto grupo de perso-nalidades que já passaram pela academia, como Monteiro Lobato, Plínio Salgado, Raimundo de Me-nezes e Guilherme de Almeida

Ruth que teve seus primeiros versos publicados em jornais da região aos 10 anos de idade, hoje já conta com mais de 40 publicações.

Seu segundo livro “Filhos do medo”, pesquisa folclórica sobre o diabo e suas manifestações na imaginação do homem do vale pa-raibano, rendeu-lhe um verbete

na “Enciclopédia Française de La Plêiade”, conseguindo assim ser a única escritora latino-america-na a receber tal reconhecimento.

Segundo a escritora, a grande qualidade de seus livros é a origi-nalidade. “Meus livros têm uma qualidade que nem todos têm que é ser original. Eu falo de coisas que os outros não falaram ainda, por-que estou mais dentro do ambiente. Eu escrevo a respeito do que sei, e isso é muito importante para um escritor”, enfatiza Ruth Guimarães.

“A influência pela escrita po-pular é uma paixão que se deu pela vida”, explicou a folclorista.

“Eu sou caipira, quando estou falando de literatura. Quando es-tou falando de cultura popular, estou falando de mim. Eu estou bem inserida neste contexto popu-lar do vale do Paraíba, tanto que a minha pesquisa é toda do Vale, dos caipiras aqui do Vale”, concluiu.

Com um acervo de 4 mil livros em sua casa, em Cachoeira Pau-lista, a escritora também comen-tou a enxurrada de livros estran-geiros no Brasil e a preferência da maioria dos jovens por eles.

“É a vaidade do ignorante, o caipira urbano quer parecer que é muito civilizado”, enfatizou.

ruth Guimarães foi eleita com 30 votos, dos 34 votos possíveis

“Meus livros têm uma qua-lidade que nem todos têm,

que é ser original”.

Page 8: Jornal [in]Formação 4ª. edição 2008

Santa Teresa nasceu em Ávila, na Espanha, no ano de 1515. A educa-ção que os pais deram a ela e ao ir-mão Roderico, foi a mais sólida pos-sível. Acostumada desde pequena à leitura de bons livros, o espírito da menina não conhecia maior encan-to que o da vida dos santos mártires.

Trinta e dois mosteiros (17 femini-nos e 15 masculinos) foram por ela fundados e outros tantos reforma-dos. Em sua biografia há partes que dão testemunho da intensidade da sua vida interior. O que diz sobre os quatro degraus da oração, isto é, so-bre o recolhimento, a quietação, a união e o arrebatamento, é realmen-te aquilo que a oração da sua festa chama “pábulo da celeste doutrina”. Graças extraordinárias a acompa-nhavam constantemente como fos-sem: comunicações diretas divinas, visões, presença visível de Cristo.

Esta obra sobre-humana não teria tido o resultado brilhante que teve, se não fosse a execu-ção da vontade divina e se Tere-sa não tivesse sido toda de Deus, possuidora das mais excelentes e sólidas virtudes, dotada de gran-de inteligência e senhora de pro-

fundos conhecimentos teológicos.Santa Teresa teve o dom de ler

nas consciências e predizer coisas futuras, não lhe faltou a cruz dos so-frimentos físicos e morais. No seio das maiores provações, nas ocasiões em que lhe parecia ter sido aban-donada pelo céu e pela terra, era imperturbável sua paciência e con-formidade com a vontade de Deus.

Oito anos antes de deixar este mundo, foi-lhe revelada a hora da morte. Sentindo esta se aproximar, dirigiu uma fervorosa ordem a to-dos os conventos de sua fundação

ao ou reforma. Com muita devoção recebeu os santos Sacramentos, e constantemente rezava jaculatórias sobre esta: “Meu Senhor, chegou afinal a hora desejada, que traz a felicidade de ver-vos eternamen-te.“ – Sou uma filha de Vossa Igreja. Como filha de Igreja Católica, quero morrer.” - Senhor, não me rejeiteis a Vossa face. Um coração contrito e humilhado não haveis de desprezar”.

Santa Teresa morreu em 1582, na idade de 67 anos. Logo após sua morte, o corpo da Santa exala-va um perfume deliciosíssimo. Até o presente dia se conserva intacto.

“Em tempos de tristeza e de inquietação, não abandones nem as boas obras de oração, nem a penitência a que estás habituada. antes, intensifica-as. E verás com que prontidão o senhor te sustentará”

(santa Teresa d’Ávila)

Santa Teresa

P. • >>>08 Especial

FESTA DE SANTA TERESA FORTALECE CLIMA DE ESPIRITUALIDADE NA FATEA

Um clima de espiritualidade tomou a FATEA entre os dias 6 e 15 de outubro. Missas, trechos de filme biográfico, exposição de fotos, mensagens nos corredores e um show musical solenizaram a novena de Santa Teresa D’Ávila. Tanta festa teve o objetivo de tor-nar mais conhecida a patrona da faculdade e inspiradora do trabalho das Irmãs salesianas.

“As pessoas podem ver em San-ta Teresa que santidade não é sair do mundo. Ela ensina uma certa determinação em mudar da vida medíocre para uma vida melhor”, comenta a diretora geral da fa-culdade, Prof. Dra. Ir. Olga de Sá.

O show com a cantora católica Ziza Fernandes lotou o teatro da faculdade, na sexta-feira, dia 10. Além de cantar músicas de seus CD’s, a artista testemunhou expe-riências de superação, perdão e oração. E ainda resgatou canções da MPB, como “Maria, Maria”, de Milton Nascimento. Não faltou quem se emocionasse. “O que mais me marcou, foi quando ela disse

Mauricio Matos

Mei

re M

orei

ra

alimentos para famílias carentes são colocados diante do altar

que quando a gente morrer, Deus vai abrir um livro e nos mostrar a vida que vivemos e, depois, a vida que Ele gostaria que nós tivésse-mos vivido”, conta a estudante de jornalismo, Rosemary Aparecida.

Na Cantina d´Arte, mais de 500 visitantes passaram para apreciar uma exposição com 17 fotografias e 22 cartazes biográficos sobre Santa Teresa. O acervo foi escane-ado de livros sobre a vida da santa e de arquivos pessoais de quem esteve na cidade natal da home-nageada, em Ávila, na Espanha.

Alunos e professores de todos os cursos da entidade se envol-veram como responsáveis pela organização das missas e doaram alimentos para serem distribuídos às famílias carentes de Lorena.

Presidente da missa no 4º dia da novena, padre Luiz Aparecido Tegami disse que a oração em am-bientes universitários serve para contrapor uma vida “racionalista demais”. “Santa Teresa mostra que é preciso mais mística, menos baru-lho para encontrar Deus dentro si”.