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Jornal Espírita de Uberaba – Ano 10 – Nº 132 – Setembro/2017 Página 1 “O suicídio é o maior dos crimes porque é o desprezo do divino remédio nas dores passageiras da vida”. Camilo Castelo Branco. EDITORIAL SUICÍDIO Com caráter epidêmico, o suicídio alcança índices surpreendentes na estatística dos óbitos terrestres, havendo ultrapassado o número daqueles que desencarnam vitimados pela AIDS. A ciência, aliada à tecnologia, tem facultado incontáveis benefícios à criatura humana, mas não conseguiu dar-lhe segurança emocional. Em alguns casos, a comunicação virtual tem estimulado pessoas portadoras de problemas psicológicos e psiquiátricos a fugirem pela porta abissal do autocídio, como se isso solucionasse a dificuldade momentânea que as aturde. Por outro lado, sites danosos estimulam o terrível comportamento, especialmente entre os jovens ainda imaturos, que não tiveram oportunidade de experienciar a existência. De um lado, as promessas de felicidade, confundidas com os gozos sensoriais, dão à vida um colorido que não existe e propõem usufruir-se do prazer até a exaustão, como se a Terra fosse uma ilha de fantasia. Embalados pelos muito bem feitos estimulantes de fuga da realidade, quando as pessoas dão-se conta da realidade, frustam-se e amarguram-se, permitindo-se a instalação da revolta ou da depressão, tombando no trágico desar. Ano 10 – nº 132 – Setembro/2017 – “Fundado em outubro de 2006” RESPONSÁVEL: Luiz Carlos de Souza (Trabalhador na seara espírita em Uberaba-MG) FACEBOOK: Jornal Espírita de Uberaba / TWITTER: @jornalespirita SITES: www.jornalespiritadeuberaba.com.br e www.issuu.com/jornalespiritadeuberaba E-MAIL: [email protected] / WHATSAPP: (34) 9 9969-7191

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Jornal Espírita de Uberaba – Ano 10 – Nº 132 – Setembro/2017

Página 1

“O suicídio é o maior dos crimes porque é o desprezo do divino remédio nas

dores passageiras da vida”. Camilo Castelo Branco.

EDITORIAL

SUICÍDIO Com caráter epidêmico, o suicídio alcança índices surpreendentes na estatística

dos óbitos terrestres, havendo ultrapassado o número daqueles que desencarnam vitimados pela AIDS.

A ciência, aliada à tecnologia, tem facultado incontáveis benefícios à criatura humana, mas não conseguiu dar-lhe

segurança emocional. Em alguns casos, a comunicação

virtual tem estimulado pessoas portadoras de problemas psicológicos e

psiquiátricos a fugirem pela porta

abissal do autocídio, como se isso solucionasse a dificuldade momentânea

que as aturde. Por outro lado, sites danosos

estimulam o terrível comportamento, especialmente entre os jovens ainda

imaturos, que não tiveram oportunidade de experienciar a existência. De um

lado, as promessas de felicidade, confundidas com os gozos sensoriais,

dão à vida um colorido que não existe e propõem usufruir-se do prazer até a

exaustão, como se a Terra fosse uma ilha de fantasia. Embalados pelos muito

bem feitos estimulantes de fuga da realidade, quando as pessoas dão-se conta da

realidade, frustam-se e amarguram-se, permitindo-se a instalação da revolta ou da depressão, tombando no trágico desar.

Ano 10 – nº 132 – Setembro/2017 – “Fundado em outubro de 2006” RESPONSÁVEL: Luiz Carlos de Souza (Trabalhador na seara espírita em Uberaba-MG)

FACEBOOK: Jornal Espírita de Uberaba / TWITTER: @jornalespirita

SITES: www.jornalespiritadeuberaba.com.br e www.issuu.com/jornalespiritadeuberaba

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Recentemente a Mídia apresentou uma nova técnica de autodestruição, no

denominado clube da baleia azul, no qual os candidatos devem expor a vida em esportes radicais ou situações perigosíssimas, a fim de demonstrarem força e valor,

culminando no suicídio. Se, por acaso, na experiência tormentosa há um momento de lucidez e o indivíduo resolve parar é ameaçado pela quadrilha de ter a vida exterminada

ou algum membro da sua família pagará pela sua desistência. O uso exagerado de drogas alucinógenas, a liberdade sexual exaustiva e as

desarrazoadas buscas do poder transitório conduzem à contínua insatisfação e angústia,

sendo fator preponderantes para a covarde conduta. O suicídio é um filho espúrio do materialismo, por demonstrar que o sentido da

vida é o gozo e que, após, tudo retorna ao caos do princípio. É muito lamentável esse trágico fenômeno humano, tendo-se em vista a grandeza

da vida em si mesma, as oportunidades excelentes de desenvolvimento do amor e da criação de um mundo cada vez melhor.

Ao observar-se, porém, a indiferença de muitos pais em relação à prole, a ausência de educação condigna e os exemplos de edificação humana, defronta-se,

inevitavelmente, a deplorável situação em que estertora a sociedade. Todo exemplo deve ser feito para a preservação do significado existencial,

trabalhando-se contra a ilusão que domina a sociedade e trabalhando-se pelo fortalecimento dos laços de família, pela solidariedade e pela vivência do amor, que são

antídotos eficazes ao cruel inimigo da vida – o suicídio! Divaldo Franco (Professor, médium e conferencista)

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 20/04/2017

Transcrito do link: http://www.febnet.org.br/blog/geral/colunistas/artigos-espiritas/suicidio/

VALORIZAÇÃO DA VIDA – SIGNIFICADO ESPIRITUAL

Ao ensejo da campanha “Setembro Amarelo” com foco na valorização da vida e prevenção do suicídio tornam-se oportunos alguns comentários sob a ótica espírita.

A questão da imortalidade é tratada de forma aprofundada pelo Espiritismo e esta é sua tarefa fundamental, inclusive

evocando o Mestre: “[…] eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”

(João, 10.10). No livro inaugural do Espiritismo –

O livro dos espíritos – há uma clara definição: “Qual o primeiro de todos os

direitos naturais do homem? – O de

viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante,

nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal”

(questão 880). Em outras considerações

interessantes com base no Cristianismo e no Espiritismo, destacamos o apóstolo

Paulo: “Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais

pertencem a Deus.” (I Cor., 6.20), e, o espírito André Luiz define com clareza

em dois comentários: “O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne” (de Conduta Espírita); “[…] temos necessidade da luta que corrige, renova,

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restaura e aperfeiçoa. A reencarnação é o meio, a educação divina é o fim” (de

Missionários da Luz). Nas citações de o Novo Testamento, de obras de Allan Kardec e do espírito André

Luiz, nota-se a coerência entre os ensinos do Cristo e do Espiritismo a respeito do valor do corpo. A certeza de que somos espíritos reencarnados e em processo de

aprimoramento é de fundamental importância para a melhor compreensão dos valores e da oportunidade da vida corpórea e também para se compreender o porquê de se

realizar a profilaxia de todos os processos que podem interromper a vida.

À vista desses conceitos, altera-se o conceito de morte, pois o que morre é o corpo; o espírito é imortal. Após a morte do corpo o espírito mantém sua individualidade

e identidade, como mostram milhares de cartas psicografadas por Chico Xavier onde os chamados “mortos” se dirigem a seus familiares.

Em mensagens espirituais históricas incluídas por Allan Kardec no livro O céu e o inferno e outras psicografadas por Chico Xavier, nota-se a surpresa de espíritos que

partiram para o mundo espiritual na condição de suicidas, pois apesar de terem encerrado a existência material prosseguiam vivos, pensando, reagindo e sentindo a

situação de terem interrompido a vida do organismo. Sempre há caminhos e soluções para os momentos de dificuldades e de impasses

existenciais e devem ser procurados e valorizados os apoios de profissionais especializados e de natureza espiritual ou religiosos. O espírito Emmanuel, orientador de

Chico Xavier, conclama: “Guarda, pois, a existência como dom inefável, porque teu corpo é sempre instrumento divino, para que nele aprendas a crescer para a luz e a

viver para o amor, ante a glória de Deus” (de Religião dos Espíritos).

Antonio Cesar Perri de Carvalho (Ex-presidente da USE-SP e da FEB). Transcrito do link:

http://grupochicoxavier.com.br/valorizacao-da-vida-significado-espiritual/

EVENTOS ESPÍRITAS

ENCONTRO VIVÊNCIA XAVIER O Grupo Espírita da Prece de Chico Xavier convida a

todos para a programação do mês de setembro: Local: Avenida João XXIII nº 1469 – Parque das

Américas Horário: 19h30min

Dia: 29 de setembro (sexta-feira) Tema: A prática da caridade – o exemplo de Chico

Xavier

Expositora: Natália Carolina de Castro Salgado

UNIÃO LÍTERO MUSICAL DOUTRINÁRIA Palestra: AS MULHERES DO CRISTIANISMO

PRIMITIVO Expositora: Ana Cristina Borges Fiuza

Programação: Palestra, Apresentação Musical, Sorteio de Livros e Confraternização.

Data: 30 de setembro de 2017 (sábado) Horário: 19h30min

Local: Centro Espírita Uberabense (Rua Barão de Ituberaba nº 449 – Estados Unidos – Uberaba-MG)

Organização: UMEU – União da Mocidade Espírita de Uberaba

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EM DIA COM O ESPIRITISMO

BÍBLIA DO CAMINHO

A Bíblia do Caminho é uma compilação das obras completas de Allan Kardec e Francisco Cândido Xavier, além de uma versão do Antigo e Novo Testamentos no

formato hipertexto. Este livro eletrônico é uma verdadeira biblioteca espírita digital on-line, constituído

de uma coleção de livros virtuais inter-

relacionados e um Índice Temático Principal — poderosa ferramenta de busca por assuntos, nos

mais de mil temas disponíveis para pesquisa. Acesse agora o site:

www.bibliadocaminho.com.br e instale já em seu micro, celular ou tablet. Você pode acessar

também os sites: www.bibliaespirita.com; www.espiritismocristao.com.br;

www.doutrinaespirita.com; www.ocaminho.com.

ESTUDO

O SUICÍDIO E A LOUCURA A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da

confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra

a loucura e o suicídio. Com efeito, é certo que a maioria dos casos de loucura se deve à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem a coragem de suportar.

Ora, se encarando as coisas deste mundo da maneira por que o Espiritismo faz que ele as considere, o homem recebe com indiferença, mesmo com alegria, os reveses e as

decepções que o houveram desesperado noutras circunstâncias, evidente se torna que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, lhe preserva de abalos a razão, os

quais, se não fora isso, a conturbariam. O mesmo ocorre com o suicídio. Postos de lado os que se dão em estado de

embriaguez e de loucura, aos quais se pode chamar de inconscientes, é incontestável que tem ele sempre por causa

um descontentamento, quaisquer que sejam os motivos

particulares que se lhe apontem. Ora, aquele que está certo de

que só é desventurado por um

dia e que melhores serão os dias que hão de vir, enche-se

facilmente de paciência. Só se desespera quando nenhum termo

divisa para os seus sofrimentos. E que é a vida humana, com

relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas, para o

que não crê na eternidade e julga que com a vida tudo se acaba, se

os infortúnios e as aflições o acabrunham, unicamente na

morte vê uma solução para as suas amarguras. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar pelo suicídio as suas misérias.

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A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as ideias materialistas, numa

palavra, são os maiores incitantes ao suicídio; ocasionam a covardia moral. Quando homens de ciência, apoiados na autoridade do seu saber, se esforçam por provar aos

que os ouvem ou leem que estes nada têm a esperar depois da morte, não estão de fato levando-os a deduzir que, se são desgraçados, coisa melhor não lhes resta senão se

matarem? Que lhes poderiam dizer para desviá-los dessa consequência? Que compensação lhes podem oferecer? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não

ser o nada. Daí se deve concluir que, se o nada é o único remédio heroico, a única

perspectiva, mais vale buscá-lo imediatamente e não mais tarde, para sofrer por menos tempo.

A propagação das doutrinas materialistas é, pois, o veneno que

inocula a idéia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se

constituem apóstolos de semelhantes doutrinas assumem tremenda

responsabilidade. Com o Espiritismo, tornada impossível a dúvida, muda o

aspecto da vida. O crente sabe que a existência se prolonga

indefinidamente para lá do túmulo, mas em condições muito diversas;

donde a paciência e a resignação que

o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; donde, em suma, a

coragem moral. O Espiritismo ainda produz, sob esse aspecto, outro resultado igualmente positivo

e talvez mais decisivo. Apresenta-nos os próprios suicidas a informar-nos da situação desgraçada em que se encontram e a provar que ninguém viola impunemente a lei de

Deus, que proíbe ao homem encurtar a sua vida. Entre os suicidas, alguns há cujos sofrimentos, nem por serem temporários e não eternos, não são menos terríveis e de

natureza a fazer refletir os que porventura pensam em daqui sair, antes que Deus o haja ordenado. O espírita tem, assim, vários motivos a contrapor à ideia do suicídio: a

certeza de uma vida futura, em que, sabe-o ele, será tanto mais ditoso, quanto mais inditoso e resignado haja sido na Terra: a certeza de que, abreviando seus dias, chega,

precisamente, a resultado oposto ao que esperava; que se liberta de um mal, para incorrer num mal pior, mais longo e mais terrível; que se engana, imaginando que, com

o matar-se, vai mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo a que no outro

mundo ele se reúna aos que foram objeto de suas afeições e aos quais esperava encontrar; donde a consequência de que o suicídio, só lhe trazendo decepções, é

contrário aos seus próprios interesses. Por isso mesmo, considerável já é o número dos que têm sido, pelo Espiritismo, obstados de suicidar-se, podendo daí concluir-se que,

quando todos os homens forem espíritas, deixará de haver suicídios conscientes. Comparando-se, então, os resultados que as doutrinas materialistas produzem com os

que decorrem da Doutrina Espírita, somente do ponto de vista do suicídio, forçoso será reconhecer que, enquanto a lógica das primeiras a ele conduz, a da outra o evita, fato

que a experiência confirma. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 5. Livro

eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Transcrito do link:

http://www.reflexoesespiritas.org/mensagens-espiritas/2281-suicidio-e-a-loucura

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MEDIUNIDADE

AUTORIDADE DA DOUTRINA ESPÍRITA

Com a prudência e o bom senso que lhe eram peculiares, Allan Kardec registrou no seu O Evangelho segundo o Espiritismo, Introdução, Item II, p. 31, 109ª Ed., 1944,

FEB/RJ-RJ: “Se a Doutrina Espírita fosse de concepção puramente humana, não ofereceria por

penhor senão as luzes daquele que a houvesse concebido. Ora, ninguém, neste mundo,

poderia alimentar fundadamente a pretensão de possuir, com exclusividade, a verdade absoluta. Se os Espíritos que a revelaram se houvessem manifestado a um só homem,

nada lhe garantiria a origem, porquanto fora mister acreditar, sob palavra, naquele que dissesse ter recebido deles o ensino.

(...) Quis Deus que a nova revelação chegasse aos homens por mais rápido caminho e mais autêntico. Incumbiu, pois, os Espíritos de levá-la de um polo a outro,

manifestando-se por toda parte, sem conferir a ninguém o privilégio de lhes ouvir a palavra.

(...) São, pois, os próprios Espíritos que fazem a propagação, com o auxílio dos inúmeros médiuns que, também eles, os Espíritos, vão suscitando de todos os lados.

(...) Na universalidade do ensino dos Espíritos reside a força do Espiritismo. (...) Tudo o que seja fora do

âmbito do ensino exclusivamente moral, as revelações que cada um

possa receber terão caráter

individual, sem cunho de autenticidade: que devem ser

consideradas opiniões pessoais de tal ou qual Espírito e que

imprudente fora aceitá-las e propagá-las levianamente como

verdades absolutas. (...) A concordância no que

ensinem os Espíritos é, pois, a melhor comprovação.

(...) Tampouco garantia alguma suficiente haverá na

conformidade que apresente o que se possa obter por diversos médiuns, num mesmo centro, porque podem estar

todos sob a mesma influência.

(...) Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande

número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares. Mais à frente, Kardec comentou:

(...) Foi essa unanimidade que pôs por terra todos os sistemas parciais que surgiram na origem do Espiritismo, quando cada um explicava à sua maneira os

fenômenos, e antes que se conhecessem as leis que regem as relações entre o mundo visível e o mundo invisível.

Essa a base em que nos apoiamos, quando formulamos um princípio da doutrina. (...) A nossa opinião pessoal não passa, aos nossos próprios olhos de uma opinião

pessoal, que pode ser verdadeira ou falsa. (...) Na posição em que nos encontramos, a receber comunicações de perto de mil

centros espíritas sérios, disseminados pelos mais diversos pontos da Terra, achamo-nos em condições de observar sobre que princípio se estabelece a concordância.

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*

Considero que, “ouvindo” acima o que Kardec lecionou, não padece mais dúvida de que para qualquer ensinamento moral ser inserido no Espiritismo ele carece de que

chegue à Terra em múltiplos veículos, isto é, via vários médiuns, absolutamente desconhecidos entre si e desde que haja rigorosa unanimidade nos conceitos.

À guisa de expor mais uma lição de Kardec, registro a seguir outros comentários dele, indiretamente ligados ao tema da “Autoridade da Doutrina Espírita”, agora a

propósito de obras literárias mediúnicas:

REVISTA ESPÍRITA, Novembro/1859, p. 283: “Deve-se publicar tudo quanto dizem os Espíritos?”

(...) O erro de certos autores é o de escrever sobre um assunto antes de tê-lo aprofundado suficientemente, e, por aí, dar lugar a uma crítica fundada. Lamentam-se

do julgamento temerário de seus antagonistas: não prestam atenção ao fato de que, eles mesmos, frequentemente, mostram o ponto fraco".

REVISTA ESPÍRITA, Maio/1863, p. 156: “Exame das comunicações medianímicas (o mesmo que mediúnicas) que nos são

dirigidas”: (...) Fizemos exame (...) de três mil e seiscentas (...) Entre elas encontramos (...)

mais de três mil de uma moralidade irrepreensível: trezentas para a publicidade; apenas cem de um mérito sem paralelo. (...) Dos manuscritos ou trabalhos de grande fôlego

que nos são dirigidos, entre os quais, sobre trinta deles não encontramos senão cinco ou seis tendo um valor real. No mundo invisível, como sobre a Terra, os escritores não

faltam, mas os bons escritores são raros".

Por Eurípedes Kühl Transcrito do link: http://www.oconsolador.com.br/ano11/533/ca5.html

JUVENTUDE

SUICÍDIO NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA:

O PROBLEMA SOB A VISÃO ESPÍRITA

“ (...)para o que não crê na eternidade e julga que com a vida tudo se acaba, se os infortúnios e as aflições o acabrunham, unicamente na morte vê uma solução para as

suas amarguras. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar pelo suicídio as suas misérias.”

(“O suicídio e a loucura”. In: O Evangelho segundo o Espiritismo.) (1)

Crianças e adolescentes,

em número expressivo, buscam no suicídio a fuga que lhes

parece mais viável aos dissabores e dificuldades que

surgem de suas experiências na matéria.

O assunto, de importância vital para análise e reflexão de

todos os espíritas, é destacado no temário das Campanhas

Viver em Família e Em Defesa da Vida, reativadas pelo Conselho

Federativo Nacional, órgão da Federação Espírita Brasileira, em 21 de novembro de 2004, tendo como uma de suas ações, em nível nacional, estimular o aprofundamento

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de temas dessa natureza, concluindo quão importante torna-se o conviver em família,

onde sob todos os aspectos, a vida deve ser preservada e cuidada. (2) De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2000), no mundo inteiro, o

suicídio está entre as cinco maiores causas de morte na faixa etária de 15 a 19 anos e em vários países ele fica como primeira ou segunda causa de morte entre meninos e

meninas nessa mesma faixa etária. (3)Verificamos que, estatisticamente, o Brasil se coloca como um dos países que possui um índice relativamente significativo neste tipo

de morte entre os jovens: nos anos de 1991 a 2000 os suicídios, nessa faixa etária,

tiveram crescimento de 28,5% e os dados, atualmente, apresentam, segundo a magnitude da população jovem brasileira, uma taxa de 4 suicídios por 100 mil

habitantes. É possível, também, observar que a incidência dos óbitos por suicídio apresenta, a partir dos 10 anos, uma forte tendência ascendente para chegar à sua

máxima expressão aos 21 anos de idade. (4) É entristecedor ver esses Espíritos envolvidos em tantas frustrações, decorrentes

de conflitos íntimos e de uma educação mal administrada, por parte dos pais, ou por serem, alguns, portadores de

desequilíbrios emocionais que não foram atendidos adequadamente na

infância, levando-os a uma atitude tão drástica.

O Espírito Manoel Philomeno de Miranda (1991) aponta para os

graves agentes psicológicos que

levam ao suicídio, como a angústia, a insegurança, os conturbadores

fenômenos psicossociais e econômicos, as enfermidades

crucificadoras, o sentimento de desamparo e de perda, todos com sede na alma imatura e ingrata, fraca de recursos

morais para sobrepô-los às contingências transitórias desses propelentes ao ato extremo. E, este trágico ato assume gravidade e constrangimento maiores, quando

crianças, que ainda não dispõem do discernimento, optam pela aberrante decisão. (5) Como avaliar o tresloucado gesto de seres tão jovens, sob a visão espírita? Que

causas estimulam esses Espíritos, ainda imaturos, a buscarem, no gesto derradeiro, a superação dos problemas que os alucinam?

Mesmo considerando o grande número de suicidas que renascem com as impressões da ação cometida em vidas passadas, é necessária uma análise mais

acurada sobre as razões que os impelem a cometer novas transgressões às leis de

Deus, agravando ainda mais sua situação espiritual. Analisaremos, inicialmente, os suicídios que têm por causa a obsessão.

Elucida-nos o venerável Espírito Bezerra de Menezes que Espíritos perversos influenciam os encarnados, sugestionando-os a cometerem o ato terrível, através do

sono de cada noite, por uma pressão obsessora do seu desafeto espiritual, (...). Outros existem que não querem absolutamente morrer, não desejam o suicídio (...). Apesar

disso, sucumbem, (...) uma vez que, deseducados da luz das verdades eternas, desconhecedores do verdadeiro móvel da vida humana, como da natureza espiritual do

homem, não lograram forças nem elementos com que se libertarem do jugo mental (...) cujo acesso permitiram (6). Esses suicídios, levados a efeito por influências obsessivas,

apresentam certa parcela de atenuantes para as vítimas e graves responsabilidades para os que os motivaram, respondendo, esses algozes, perante a Justiça Divina, pela

crueldade cometida contra os seus adversários. Intriga-nos, sem dúvida, que esta situação possa ocorrer com crianças e jovens.

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A análise feita por Allan Kardec à resposta dada pelos Espíritos Superiores, à

questão 199a, em O Livro dos Espíritos, esclarece-nos sobre o problema. Diz o Codificador: “Aliás, não é racional considerar-se a infância como um estado normal de

inocência. Não se vêem crianças dotadas dos piores instintos, numa idade em que ainda nenhuma influência pode ter tido a educação? Algumas não há que parecem trazer do

berço a astúcia, a felonia, a perfídia, até o pendor para o roubo e para o assassínio, não obstante os bons exemplos que de todos os lados se lhes dão?” (7)Conclui Kardec, na

mesma nota, que esses Espíritos se revelam viciosos por não possuírem progresso,

sofrendo, então, por efeito de sua inferioridade. Essas crianças, geralmente, manifestam comportamentos desequilibrados, como resultante da rebeldia, da insatisfação, do

nervosismo, da dificuldade intelectual que apresentam, agravando-se, cada vez mais, a sua existência, caso não recebam os cuidados urgentes dos pais, em forma de afeto,

compreensão e providências terapêuticas adequadas, para que

consigam superar reminiscências tão dolorosas.

Suely Caldas Schubert (1981), ao referir-se ao problema da

obsessão na infância, traz de sua experiência interessantes

depoimentos sobre crianças que tentaram o suicídio. Um desses casos

foi destacado como gravíssimo.

Conta-nos a autora que certa criança de três anos e alguns meses vinha

tentando o suicídio das mais diferentes maneiras, o que lhe

resultara, inclusive, ferimentos: um dia, jogou-se na piscina; em outro, atirou-se do alto do telhado, na varanda de sua

casa; depois quis atirar-se do carro em movimento, o que levou os familiares a vigiá-la dia e noite. Seu comportamento, de súbito, tornou-se estranho, maltratando

especialmente a mãe, a quem dirigia palavras de baixo calão que os pais nunca imaginaram ser do seu conhecimento (8).

Os pais da referida criança buscaram ajuda no Espiritismo e, a partir das reuniões de desobsessão, realizadas em seu benefício, foi possível diagnosticar, espiritualmente,

as causas do seu estado atual. A oração, o passe e a água fluidificada, usados na terapêutica espiritual, melhoraram sensivelmente o problema obsessivo e outras

crianças, que apresentavam sintomas semelhantes, foram amparadas, igualmente.

Schubert chama atenção para a importância das aulas de Evangelização Espírita, quando os pequeninos seres são extremamente ajudados pelos ensinamentos

ministrados, oferecidos por meio das luzes do esclarecimento espírita-cristão de que tanto carecem (p. 66).

Além das orientações que recebemos da profilaxia espírita é imprescindível procurarmos o auxílio de psicólogos, médicos, educadores e outros, que orientem na

utilização de mecanismos preventivos, para o reajustamento dessas crianças. É importante ressaltar, todavia, que ao tratarmos de suicídio, não podemos apenas nos

referir às obsessões, que influenciam grandemente essas almas torturadas, mas devemos levar em conta o rol de dificuldades que esses Espíritos trazem consigo,

impulsionando-os a cometer desatinos de toda sorte, em prejuízo próprio, não lhes permitindo viver de forma mais tranquila e segura.

Aos pais cabe a tarefa maior de ampará-los, dispensando-lhes muito amor, a fim de que se sintam amados e possam superar esses estados de sofrimento, choques e

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dores que necessitam ser atenuados por meio da educação, na prática de exercícios

moralizadores, até que consigam transformar suas disposições mentais, na busca do rumo feliz que tanto anelam.

Ao conhecermos os fatores causais dos sofrimentos que nos atingem, passamos a aceitar com resignação e responsabilidade as provas indispensáveis para evoluirmos.

Por isso, aceitar filhos difíceis é reagir de forma positiva, envolvendo-os em vibrações de ternura, anulando-lhes as impressões negativas, dialogando constantemente com eles,

no uso da palavra envolta em emoção afetuosa e franca, e transmitindo-lhes a confiança

de que haverão de se livrar dos problemas íntimos que os oprimem, confiando em Jesus e nos benfeitores espirituais. A criança, se evangelizada desde cedo, tem noção exata

do que significa o amparo desses Amigos do além-túmulo. O problema do

suicídio assume dimensões maiores na

adolescência, quando, quase sempre, não se

recebeu ajuda na fase infantil. O Espírito Joanna

de Ângelis (1998) afirma que a desinformação a

respeito da imortalidade do ser e da reencarnação

responde pela correria

alucinada na busca do suicídio. (...) E essa falta

de esclarecimento é maior no período infanto-juvenil,

(...) facultando a fuga hedionda da existência carnal (...) (9). Há que se considerar, também, o suicídio indireto, quando o adolescente, vivendo

em clima de lutas acerbas e não tendo recebido uma base familiar de orientação segura, desgasta suas forças morais e emocionais, enredando-se no jogo das paixões,

principalmente no sexo em uso excessivo, na ingestão de bebidas alcoólicas, do fumo nocivo e das drogas, resultando nas reações comportamentais rebeldes e agressivas,

que causarão sobrecargas destrutivas no conjunto do ser, desequilibrando suas condições física e mental (p. 133).

O panorama traçado até aqui mostra que o suicídio de crianças e jovens é constantemente desafiado pelas circunstâncias, muitas vezes imprevisíveis, que surgem

dentro do próprio lar.

O lar deve ser escola de real educação, sem o caráter autoritário e impositivo, que torne as relações entre pais e filhos obsessivas e desgastantes, mas com a preocupação

sincera de estabelecer-se entre eles uma amizade verdadeira, que lhes permita encontrar a resistência espiritual de que precisam, para enfrentar as vicissitudes e os

desafios decorrentes de frustrações e de conflitos íntimos, surgidos, especialmente, dos relacionamentos interpessoais, nem sempre vividos favoravelmente.

A educação que se funda no processo de despertar os poderes latentes do Espírito é a única que realmente resolve o problema do ser. Educação que deve preparar o

indivíduo para a vida como realmente ela é, destacando, sempre, a bênção da reencarnação, que permite lutar pelas mais nobres aspirações e reconhecendo, com

gratidão, os destinos altaneiros que Deus concebeu e tracejou para o Espírito. Importa, pois, primeiramente, que a criança e o adolescente tenham uma visão

correta sobre a realidade e o futuro do ser, traçando para si valores éticos e cristãos que

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constituem a verdadeira vida e que os fará esperar pela concretização de realizações

que os estimulem ao progresso. A missão do Espiritismo é educar para salvar. Tenhamos nós, espíritas, a certeza

desta revelação, pois enquanto esse fato não penetrar em nossas mentes e corações não saberemos acolher, com compreensão, essas almas infelizes e enfermas,

necessitadas de infinito amor. Quanto a isso, reflitamos sobre a sábia lição de Jesus: “Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário,

sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa.” (Mateus, 5:15.)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: (1)KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 105. ed. Rio de Janeiro: FEB.

1991, cap. V, item 15, p. 113. (2)FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA – FEB. Família, Vida e Paz – Subsídios para a

Implantação e Desenvolvimento das Campanhas Viver em Família, Em Defesa da Vida e Construamos a Paz Promovendo o Bem! Brasília (DF): 2005.

(3)ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – Departamento de Saúde Mental. “Prevenção do Suicídio: Um Manual para Profissionais da Saúde em Atenção Primária”. Genebra,

Suíça. 2000. (4)WAISELFISZ, Jacob. UNESCO. “Mapa da Violência III”. Brasil (DF). Fevereiro de

2002. (5)FRANCO, Divaldo Pereira. “Suicídio – Solução Insolvável”. In: Temas da Vida e da

Morte, pelo Espírito Manoel P. de Miranda. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1991, p. 98. (6)PEREIRA, Yvonne A. Dramas da Obsessão, pelo Espírito Bezerra de Menezes. 3. ed.

Rio de Janeiro: FEB, 1976, Primeira Parte, cap. VI, p. 28-29.

(7)KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 72. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1992, “Sorte das crianças depois da morte”. Parte Segunda, cap. IV, questão 199a, p. 134.

(8)SCHUBERT, Suely Caldas. “A criança obsidiada”. In: Obsessão/Desobsessão. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB. 1981, cap. 12, p. 66.

(9)FRANCO, Divaldo Pereira. “O Adolescente e o Suicídio”. In: Adolescência e Vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis. 4. ed. Salvador (BA), LEAL editora. 1997, p: 131-135.

Por Clara Lila Gonzalez de Araujo Fonte: Revista Reformador/Agosto 2005 – FEB

Transcrito do link: https://fems.org.br/Registro.aspx?id=20140708121139&Tipo=artigos

LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER

CASO 89 – APELO AO TRABALHO MAIOR

Em 1 de dezembro de 1953, de volta a Pedro Leopoldo, recebemos, pela mão do

Chico, a seguinte mensagem do nosso caro companheiro Braga Neto, que oferecemos aos nossos leitores:

“Aí vai o nosso apelo ao Trabalho Incessante e Maior. Hoje entendo que o Espiritismo é muito mais que uma Doutrina para o

nosso modo de crer, muito mais que um sistema de indagação da fé... Representa, acima de tudo, uma luz para o coração e para a inteligência,

Requisitando-nos todas as possibilidades para expressar-se em serviço aos nossos semelhantes que, no fundo, é sempre socorro e assistência a nós mesmos.

Um corpo carnal é um templo vivo, onde nosso espírito consegue furtar-se às escuras reminiscências do passado culposo e, simultaneamente, em que nos

cabe aproveitar o presente na estruturação do futuro.

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Por mais que se nos agigante o entendimento no mundo, no estado atual

de nossa evolução, não compreendemos a riqueza da reencarnação, em todo o sentido que lhe diz respeito. A existência física é dádiva das mais preciosas, de

vez que, por ela, é possível renovar o caminho de nosso espírito para a imortalidade vitoriosa. A Terra é uma escola onde

conseguimos recapitular o pretérito mal vivido, repetindo lições necessárias ao nosso reajuste. Por isso é

imprescindível procurar, enquanto aí, o aproveitamento

individual da oportunidade, disputando, em nosso benefício, os louros do aprendiz aplicado aos

ensinamentos que recolhe... Muito nos pesa reconhecer valiosos companheiros nossos mergulhados na corrente

agitada de velhas discussões que, a rigor não edificam, perdendo-se elevado patrimônio de tempo e de

empréstimo ao Senhor. O rótulo não define a substância. O título, entre

os homens, nem sempre se reveste do valor que lhe corresponde. Palavras precisam de base para o auxilio a

que se destinam. Do que posso agora observar, à distância do turbilhão, destaca-se o reconhecimento das

horas perdidas, de mil modos diferentes, no curso de nosso breve aprendizado, na experiência física, que, em não nos pertencendo, já que o tempo é um depósito do

Senhor, nos agravam os compromissos. Tudo na face do planeta é pura

transformação. Os dias se sucedem uns aos outros, mas não são iguais. A infância de hoje é juventude amanhã, tanto quanto a mocidade de agora é madureza

depois. Mais que parece, voa o século e, com ele, se apaga o ensejo de ressurreição espiritual, dentro de nós mesmos, se não soubermos gastar

sabiamente o crédito que Jesus nos empresta, em precioso adiantamento, no santuário da confiança.

Aproveitemos, desse modo, a Mensagem do Evangelho por norma de luz, no imo da própria consciência, a fim de que a libertação definitiva surja para nós

na vida eterna. Enquanto a perturbação palavrosa se alonga nas linhas da luta a que fomos chamados, saibamos construir em nós mesmos o altar de serviço ao

próximo para receber a Divina Vontade, oferecendo-lhe a execução. Continuemos em nosso antigo passado, buscando dessedentar a própria

alma na fonte da humildade e da oração. A subida com Jesus é sacrifício na marcha da renúncia a nós próprios. Na Jerusalém convulsionada do mundo,

autoridades e poderes, sacerdotes e doutores, filósofos e cientistas, homens e

mulheres ainda se aglomeram ao pé da cruz, indiferentes à sorte do Divino Emissário, hoje personificado em seus princípios, que sofrem menosprezo em

quase todas as direções; mas o discípulo sincero não ignora que o Mestre não somente escalou o Monte do testemunho, mas além do Monte, escalou o madeiro

de martírio e perdão, para ressurgir triunfante, enfim... Não esmoreçamos.

Prossigamos com Jesus, hoje amanhã e sempre. Braga Netto

Transcrito do livro “Lindos Casos de Chico Xavier” de Ramiro Gama.

MENSAGEM ESPÍRITA

SUICÍDIO E JUVENTUDE Coisa mais triste é ver como o suicida

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Tenta dar cabo de sua própria vida;

Busca matar em si o que é imortal. Todo suicídio é uma patologia,

Que envenena a razão, dia por dia, A constituir-se em lamentável mal.

A vida é um patrimônio tão grandioso

Do Criador, para que seja ditoso

Cada ser que vem laborar no mundo. Cada corpo é uma bênção valorosa,

Na qual o ser encarnado se entrosa, Para alcançar o progresso fecundo.

Seja ele são, repleto de saúde,

Seja marcado por tormento rude, Todo corpo é um dom do Criador.

Respeitá-lo é caminhar pra vitória, Bem usá-lo é conquistar toda a glória

Que só alcança quem se arrima no amor.

Junto ao corpo é importante ter cuidado, É preciso que seja bem pensado

Tudo o que possa envolver nosso soma.

Pois, no correr dos dias tudo morre, A vida entre nossos dedos escorre,

E a desencarnação o corpo toma.

Que o corpo com responsabilidade, Seja explorado, sem perversidade,

Para obedecer à lei do descanso. Nosso corpo é instrumento de progresso,

Ajudando a alijar o mal pregresso, Pra que, de fera, o homem seja manso.

Ó juventude, busca em Cristo a rota,

Que o Evangelho luminoso denota, E o Espiritismo traz como incentivo.

Valoriza teu tempo, que na Terra,

Para ti chances divinas encerra, Pra que vivas feliz com bom motivo.

Abre mão desses vícios cotidianos,

Que entre costumes torpes quanto insanos, Matam-te o corpo, ficando frustrada.

Ama a vida, o teu corpo e tudo o mais Que se te agrega pra que tenhas paz,

Pondo mais luz nos passos da tua estrada.

Deixa o alcoolismo e outras drogas pesadas, Que te escravizarão pelas nonadas

Das euforias em tempo inditoso. Cuida de ti com lucidez bastante,

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E logo brilharás são e triunfante,

Sobre o mundo sombrio vitorioso.

Seja qual for a luta dos teus dias, Teu viver tem razões para alegrias,

Que vertem das mãos do Pai Criador. Vive feliz, juventude, na luta,

Aguça ouvidos e a Jesus escuta,

E ergue-te na Terra com valor.

Matar-te jovem, nem de brincadeira. Mergulha nessa vida verdadeira

Que o Cristo veio aqui sedimentar. Trabalha, estuda, chora, se preciso,

Segue feliz, nunca estando indeciso, Vivendo sem nunca desanimar.

Pelo Espírito Ivan de Albuquerque – Psicografado por Raul Teixeira – Livro:

Caminhos para o Amor e a Paz – ed. Fráter. Transcrito do link: http://www.mundoespirita.com.br/?materia=suicidio-e-

juventude

TRABALHO IMPORTANTE

CENTRO DE ESTUDOS E ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL

CRECHE NILZA AZEVEDO Missão

O Centro de Estudos e Assistência Espiritual – CEAE é uma Entidade Filantrópica sem fins lucrativos que presta assistência espiritual e social à comunidade Picoense há

28 anos para aqueles que buscam o alimento espiritual e a prática da caridade cristã com a ajuda de voluntários, amigos, parceiros e profitentes da Doutrina Espírita.

Diretoria Fundadora:

Ismael Clementino de Sousa Neto - Presidente Vice-Presidente - Pedro Paulo de Santana

José Orácio Cruz - Primeiro Secretário Maria Cleide Martins Santos - Segundo Secretário

Francinete Batista Pereira - Primeiro Tesoureiro Francisca Alves de Sousa Bezerra – Segundo Tesoureiro

Projetos de Cunho Espiritual e Social

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Desenvolvemos diversos projetos de cunho espiritual e social, à medida que

ajudamos a difundir a base da Doutrina Espírita com ênfase nos mais sublimes ensinamentos do Cristo, nosso Divino Mestre. Conheça alguns desses projetos!

Projeto: Doutores da Alegria Esse projeto leva fé, esperança, alegria e conforto aos nossos

irmãos debilitados e internados no Hospital Regional Justino Luz - HRJL uma vez por semana (quarta-

feira à tarde).

Projeto: CAPSAD Projeto Amar com assistência espiritual destinado

aos usuários do CAPSAD – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas - com atendimento na 2ª quinta-feira do

mês. Projeto: PSAE

Visa prestar assistência especializada à população carente por meio de atendimento médico, assistencial e

educacional com apoio de profissionais como: médicos de várias especialidades, assistente social, psicólogo, pedagogo,

nutricionista e etc. (Em fase de implantação e cadastro de parceiros).

Projeto: Sopa Fraterna

Distribuição de Sopa Fraterna semanalmente às quartas-feiras à noite para a população carente do Bairro

Parque de Exposição. Uma vez por mês a sopa fraterna é estendida aos

bairros mais carentes de Picos como: Papelão, Oiticica, Morada do Sol, Paroquial, entre outros.

Projeto: Evangelho no Lar Estudo do Evangelho de Jesus em reunião familiar.

Projeto: Creche Nilza Azevedo Projeto Evangelização Infantil na Creche Nilza Azevedo que

atende cerca de 60 crianças carentes do Bairro Parque de Exposição com evangelização das crianças aos domingos pela manhã seguido

de almoço. Projeto: Bazar Beneficente

Projeto Bazar Beneficente realizado na Praça Félix Pacheco um sábado por mês a partir de doações de roupas e calçados.

Projeto: Assistência Espiritual O CEAE oferece tratamento de Fluidoterapia às segundas; Estudo Sistematizado

da Doutrina Espírita aos sábados; Sessão de Desobssessão e Palestra Pública/Doutrinária às sextas.

Confira mais detalhes de nossos projetos na seção

Agenda & Cronograma em nosso site: http://ceaepicos.wixsite.com/centro-de-luz.

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PERSONALIDADE DE DESTAQUE NO MOVIMENTO ESPÍRITA

ANTUZA FERREIRA MARTINS

Uma das páginas mais luminescentes da Doutrina Espírita em Uberaba e também em toda a vasta região do Triângulo Mineiro, chamava-se Antuza Ferreira Martins.

Filha de Manoel Ferreira Martins e D. Júlia Maria do Espírito Santo, nasceu em uma fazenda nos arredores de Uberaba, no dia 09 de setembro de 1902.

Aos 4 anos, acometida de meningite, foi

desenganada por muitos médicos, tendo, em consequência, ficado surda e perdido o sentido

da fala. Posteriormente, mudou-se com a família para Uberaba.

Antuza, segundo Erenice sua irmã a quem carinhosamente chamávamos de Nice, desde

pequena via os espíritos. Cresceu dentro de um clima psíquico que não compreendia, nem

mesmo os familiares, posto que ninguém na família era espírita.

Quando completou 15 anos, em 1917, a família transferiu-se para Sacramento, cidade

que, desde 1904, se transformara em ponto central do Espiritismo em todo o Brasil, pelo

trabalho que vinha desempenhando o

inesquecível Eurípedes Barsanulfo. Em lá chegando Antuza foi levada pela

mãe à presença de Eurípedes, o qual, ao vê-la, foi logo dizendo da tarefa que deveria

desempenhar no campo da mediunidade. Tornaram-se, a partir daí, espíritas. Durante alguns meses, quase dois anos, Antuza trabalhou lado a lado de

Eurípedes Barsanulfo, ora ajudando na limpeza da farmácia, ora auxiliando na manipulação dos medicamentos homeopáticos. Com esse “estágio espiritual” junto ao

grande Missionário da Caridade, Antuza equilibrou-se, aprendeu a viver dentro de suas limitações, a comunicar-se por meio de sinais e as suas faculdades psíquicas ampliaram-

se dando-lhe extraordinária lucidez. Quando Eurípedes desencarnou, em 1918, ela e a família mudaram-se

definitivamente para Uberaba. Mas, antes disso, ainda em Sacramento, Antuza encontrava-se desconsolada com a partida do Benfeitor para o Plano Espiritual e

chorava muito. Através da mímica e de algumas poucas palavras que com o tempo

aprendeu a articular, conta-nos ela que, certo dia, quando, em prantos, ouviu uma voz a chamar-lhe: - “Antuza, Antuza!..” Ela, assustada, ao voltar-se, percebeu Eurípedes

pairando no ar a dizer-lhe ainda: - “Não chore. Você precisa trabalhar muito! . . .” Quando ainda morava em fazenda, uma criança foi levada pela mãe até Antuza

para ser “benzida”. A criança estava muito mal, com o abdome muito dilatado. Antuza conversou com os espíritos (via-se que ela estava ouvindo e respondia, com gestos e

com balbucios a alguém invisível), estendeu as mãos com as palmas para cima e da espiritualidade desceu uma quantidade grande de fluido esverdeado e luminoso (a irmã

mais velha de Antuza era médium e viu essa massa fluídica). Antuza modelou essa massa com as mãos e colocou sobre o abdome da criança, massageando de leve. O

abdome da criança foi diminuindo e em poucos dias ela estava saudável. Quando a família se instalou em Uberaba, contava ela 17 anos e começou a

frequentar o tradicional Ponto “Bezerra de Menezes”, em casa de Da Maria Modesto Cravo. Numa das reuniões do Ponto, Antuza recebeu instruções sobre a sua missão do

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Jornal Espírita de Uberaba – Ano 10 – Nº 132 – Setembro/2017

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espírito de Santo Agostinho que seria, durante toda a sua vida, seu protetor. Note-se

que através da psicofonia de Da Maria Modesto, todos os presentes ouviram a comunicação, inclusive Antuza que, apesar de surda, ouvia os espíritos.

Por essa época, Antuza começou a transmitir passes, cuja mediunidade curadora, coadjuvada pela vidência, audição, desdobramento e efeitos físicos, foi empregada para

ajudar aos necessitados com raro discernimento evangélico. Antes de passar a atender em sua própria casa, num galpão construído nos

fundos, trabalhou como médium no C. E. Uberabense, Sanatório Espírita e na

Comunhão Espírita Cristã, logo que Chico Xavier se transferiu para Uberaba. A seu respeito, o nosso estimado Chico já se pronunciou em diversas ocasiões,

tendo, inclusive, afirmado trazer Antuza “o remédio nas mãos”. Quando homenageado na Capital do Estado, Chico disse que existia

em Uberaba uma senhora que, no anonimato de seu trabalho em favor dos que sofrem,

deveria ali estar sendo alvo das homenagens prestadas a ele, que reconhecia não as

merecer, de forma alguma, e citou o nome de Antuza Ferreira Martins!

Em sua própria casa e depois no “Barracão”, recebia extensa fila de pessoas,

entre crianças e adultos. Quantas vezes, após exaustiva concentração, Antuza nos

descrevia o problema orgânico, ou espiritual,

de quem lhe buscava o concurso carinhoso e abnegado!

Uma senhora obsedada foi trazida amarrada para a casa onde morava Antuza.

Era necessário, mesmo assim que várias pessoas a segurassem, ela se debatia e

retorcia constantemente. Antuza entrou em prece e daí a pouco uma médium vidente

presente viu uma luz vinda de muito alto descer e tomar a forma de Eurípedes

Barsanulfo. Este, incorporado na médium, disse “boa noite, irmãos” e os espíritos que subjugavam aquela senhora afastaram-se

imediatamente. Aí Eurípedes pediu que desamarrassem e soltassem a mulher. Ela se tornou imediatamente lúcida e curada daquela obsessão.

Uma moça vinda do estado de Mato Grosso chegou até a casa da Antuza andando

de “quatro”, isto é como um quadrúpede, sem falar e sem consciência de si mesmo. A família já havia procurado inúmeros médicos sem resultados. Antuza “conversou” com o

espírito que a obsedava, fez gestos indicando a ele que se retirasse, fosse embora e em alguns minutos a moça se levantou e perguntou ao pai que a acompanhava: onde

estamos? O que estamos fazendo aqui? Na sessão de desobsessão que ocorria à noite, no Barracão, dois espíritos vingadores da moça foram doutrinados: haviam sido

torturados e mortos por ordem dela, quando eram seus escravos e a perseguiam desde então. Faziam-na ficar como um animal e montavam sobre ela, fazendo-a conduzi-los

no “lombo”, entre outras coisas. Além das atividades mediúnicas Antuza ajudava nas tarefas da casa, ao lado de

sua irmã Erenice, irmãos e de seus sobrinhos que vieram morar com eles. Fazia tapete de crochê usando cordões cortados de malhas; esses tapetes eram vendidos e o

dinheiro era usado para comprar algumas coisas para seu uso pessoal, presentes, brinquedos e outras necessidades.

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Conta-nos Nice (intérprete de Antuza para os que não se familiarizam com a sua

maneira de “falar” com as pessoas) que, certa vez, uma mulher, chorando muito e extremamente desesperada, ao receber o passe, é indagada pela médium se tinha

bebido alguma coisa corrosiva, pois o interior dela estava parecendo “velho”. Ainda em lágrimas, a infeliz irmã lhe diz que, tempos atrás, havia ingerido soda cáustica (!) e

ainda sentia fortes dores, encontrando dificuldade de alimentar-se normalmente. Para que tenhamos uma ideia da presença dos espíritos na vida de Antuza,

vejamos o que ocorreu quando ainda era criança. Ela e a mãe, morando na fazenda,

foram até a horta colher legumes e sua mãe a deixou um pouco para trás; nisto, surge uma cobra prestes a picar a menina. Ela ficou como que hipnotizada e, como não falava,

não tinha como gritar por socorro. Eis quando, ao seu

lado, um espírito, com aspecto de padre, a pega pelos braços e

lhe dá um violento impulso, distanciando-a, assim, do

peçonhento réptil. Antuza começa a chorar e sua mãe,

correndo, chama alguns lavradores, os quais dão cabo

da enorme serpente. Dr. Henrique Krüger,

médico uberabense, Agostinho,

Eurípedes Barsanulfo e muitos outros a quem não conhece

pelo nome, são os espíritos que lhe assistem o trabalho cristão

ao qual devotou a própria vida. Por volta de 1979, Antuza

que ainda enxergava, porém surda e muda, vivia em Uberaba na companhia dos irmãos Euphranor e Erenice; e, aos domingos, como de costume, almoçava na casa do sobrinho

Antônio Carlos, o qual possuía um piano francês. Antuza era capaz de ver dentro do corpo das pessoas, a doença que tinha ou não

tinha; fazia curas à distância, especialmente à noite. Após a refeição, Antuza se dirigia para a sala onde se encontrava o piano, e

acomodando-se em uma poltrona, permanecia imóvel por mais de uma hora. Depois, levantando-se, vinha dizer em seu modo característico (gestos e fala precária) que

Frederico, um rapaz muito bonito, estava tocando piano para ela; e que sua música era

maravilhosa. Tai fato se repetiu por anos, e era de conhecimento de toda a família. Certa vez, em visita a outro sobrinho: Euphranor Jr., que era professor de História e

possui uma bela biblioteca em sua casa; este entregou à Antuza um belo exemplar de um livro sobre os maiores compositores da musica clássica (nota-se que tal livro

continha fotografias de todos compositores, os quais, já haviam desencarnado). Enquanto Antuza folheava o livro, Euphranor Jr. ia lhe perguntando se ela conhecia as

pessoas das fotos, o que lhe era negado: “Não...,não..., não!” Em dado momento, diante da foto do grande músico Frederico Chopin ela se manifestou por gestos: "- É

ele! Frederico, o moço que toca piano para mim”. Como Eurípedes, Antuza igualmente "casou-se com os mais pobres", doando-se

inteiramente ao serviço cristão, na edificação do Reino de Deus no coração das criaturas.

Em seus lábios, a palavra “trabalhar” (uma das poucas que conseguia articular com certa nitidez) soava de maneira diferente: é imperiosa e definitiva!

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Por mais de 70 anos ela exerceu seu legítimo "mandato mediúnico". E não são

poucos os que, através de suas abençoadas mãos, receberam o amparo do Mais Alto. Antuza foi um dos expoentes do Espiritismo em Uberaba. Muitos artistas de

televisão vinham visitá-la, inclusive Dercy Gonçalves. Em seu humilde recanto de trabalho, sobre tosca mesa de madeira, cujos pés

estão fincados no piso, um único livro: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, o qual, de quando em quando, solicitava a um dos colaboradores ler uma página.

Nos últimos seis anos de existência física, Antuza ficou cega, agravando as suas

limitações físicas e no dia 30 de julho de 1996, aos 94 anos incompletos, desencarnou em Uberaba, em decorrência de complicações naturais da idade avançada.

Antuza, uma “baixinha” de um metro e alguns quebrados de altura, mas um espírito gigante na seara evangélica foi, sem dúvida alguma, uma das mais legítimas

representantes da mediunidade com Jesus! Um exemplo a ser seguido pelos espíritas de hoje e de amanhã!...

(Texto baseado no livro “O Espiritismo em Uberaba”, no “Anuário Espírita” de 1997, em um “Boletim Informativo” da AME Uberaba e em informações pessoais de parentes).

Transcrito do Boletim Informativo da AME – Uberaba de setembro/2017.

DATAS IMPORTANTES DO ESPIRITISMO

SETEMBRO Dia 01 de 1865 – Nasce Leôncio Correia, em Paranaguá, Paraná. Foi Presidente da

Liga Espírita do Brasil, depois Liga Espírita do Estado da Guanabara. Desencarna em 19

de junho de 1950, no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Dia 01 de 1873 – Nasce Olímpio Alves Lisboa, em Guarapuava, Paraná. Foi Presidente

da Federação Espírita do Paraná de 11.01.1920 a 09.01.1921 e de 08.01.1922 a 14.01.1923. Desencarna em Curitiba, em 13 de dezembro de 1941.

Dia 01 de 1875 – Em Natal, Rio Grande do Norte, por Manoel Gomes

da Silva, editado o primeiro jornal espírita do Rio Grande do Norte.

Dia 01 de 1892 – Funda-se no Rio de Janeiro a Sociedade Brasileira de

Estudos Psíquicos. Dia 02 de 1984 – Fundada a

Sociedade Espírita Meimei, em Campo Mourão, Paraná.

Dia 03 de 1951 – Em Goiânia,

Goiás, fundada a Federação Espírita do Estado de Goiás.

Dia 06 de 1853 – Na Ilha Jersey, França, Victor Hugo assiste pela primeira vez sessões de mesas girantes, por sugestão de Delphine de Girardin.

Dia 06 de 1881 – Realizado, no Rio de Janeiro, RJ, o Primeiro Congresso Espírita Brasileiro. Em 1881 ainda, o Imperador D. Pedro II recebe uma comissão de espíritas do

Rio de Janeiro que lhe entrega um documento narrando as perseguições sofridas e pedindo justiça.

Dia 06 de 1894 – Em Taubaté, SP, nasce o trabalhador espírita Homero Escobar. Desencarna em Bauru, SP, no dia 27 de janeiro de 1985.

Dia 07 de 1953 – Realizada em Vitória da Conquista, Bahia, a 1ª Semana Espírita. Dia 08 de 1845 – Na Bahia, nasce Padre Manuel de Natividade de Maria. Desencarna

em 1º de janeiro de 1922, em Salvador, na Bahia.

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Jornal Espírita de Uberaba – Ano 10 – Nº 132 – Setembro/2017

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Dia 08 de 1888 – Realizado Primeiro Congresso Espírita Internacional, em Barcelona,

na Espanha. Dia 09 de 1884 – Nasce Carlos Imbassahy, que foi redator da Revista Reformador da

Federação Espírita Brasileira. Desencarna em 1961. Dia 10 a 17 de 1960 – Realiza-se em Londres um Congresso Espiritualista

Internacional, no qual a tese reencarnacionista foi brilhantemente defendida pelo Dr. Karl E, Muller, presidente da Federação Espírita Internacional.

Dia 12 de 1876 – Nasce Auta de Souza, em Macaíba, Rio Grande do Norte. Desencarna

em 7 de fevereiro de 1901, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. Dia 15 de 2002 – Fundada Sociedade Espírita Abibe Isfer, em Curitiba, Paraná. Atual

denominação: Centro Espírita Abibe Isfer. Dia 17 de 1839 – Nasce Ira Erastus Davenport, na cidade de Buffalo, Estado de New

York. Médium de efeitos físicos, notabilizou-se pelas sessões públicas que promoveu, junto com seu irmão.

Dia 17 de 1865 – Fundada, por Luiz Olímpio Telles de Menezes, a 1ª Sociedade Espírita do Brasil, em Salvador, Bahia, com o nome Grupo Familiar do Espiritismo.

Dia 20 de 1916 – Nasce em Alta Paulista, Paulo Tereziano Barros, pioneiro espírita do Nordeste do Estado do Paraná. Desencarna em 14 de setembro de 1990, em Paranavaí,

Pr. Dia 22 de 1868 – No Rio de Janeiro, RJ, nasce Cairbar de Souza Schutel, jornalista,

escritor e médium espírita, fundador de O Clarim e da Revista Internacional de Espiritismo. Desencarna em 30 de janeiro de 1938, em Matão, SP.

Dia 22 de 1936 – Fundado em Curitiba, Paraná o Centro Espírita Ildefonso Correia.

Dia 25 de 1914 – Nasce em Avaré, SP, o jornalista e escritor espírita José Herculano Pires. Desencarna na cidade de São Paulo, SP, no dia 9 de março de 1979.

Dia 26 de 1912 – Em Sabará, Minas Gerais, nasce Ademar Dias Duarte,

Presidente do Conselho Deliberativo da União Espírita Mineira. Desencarna em 3

de maio de 1975. Dia 27 de 1813 – Nasce Epes Sargent,

no Estado americano de Massachusetts. Desencarna em 30 de dezembro de 1880.

Autor do livro Bases científicas do Espiritismo.

Dia 27 de 1847 – Nasce Cosme Mariño, na Argentina. Desencarna em Buenos

Aires, Argentina, em 18 de agosto de

1927. Também chamado de Kardec argentino.

Dia 27 de 1865 – Nasce em Florianópolis, SC, o médium curador

Juvêncio de Araújo Figueiredo, um dos pioneiros espíritas de Santa Catarina.

Desencarna em 6 de abril de 1927, em Coqueiros, SC. Dia 28 de 2004 – Publicado texto do Momento Espírita, produzido pela Federação

Espírita do Paraná, no Jornal Gazeta do Povo. A coluna foi mantida até a data de 29 de março de 2006.

Dia 30 de 1891 – Nasce Leopoldo Machado Barbosa, no Arraial de Cepa Forte, hoje Jandaíra, Bahia. Desencarna em 22 de agosto de 1957, em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro.

Dia 30 de 1930 – Em São Luís, Maranhão, fundada Federação Espírita do Estado do Maranhão.

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09/1887 – Bezerra de Menezes, sob o pseudônimo de Max, inicia a publicação de uma

série de artigos doutrinários espíritas, nas páginas de “O Paiz”, jornal do Rio de Janeiro de maior tiragem na época.

09/1889 – Inaugura-se em Paris o 2º Congresso Espírita Internacional, no qual Leon Denis toma parte ativa como defensor da tese Kardequiana.

LIVROS DO “CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA”

DEPARTAMENTO – CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA “MARIA DOLORES”

Rua Artur Machado nº 288 – sala 04 – Centro

LUSES NO BRASIL – Sidney Fernandes Teria fundamento a notícia de que milhares de franceses passaram a

nascer no Brasil, a partir da última quadra do século dezenove? Nosso país teria as condições ideais para acolher a revolucionária

mensagem de Jesus? Neste livro o leitor conhecerá a continuidade da epopeia francesa,

reencontrando velhos personagens, agora reencarnados em nosso país. Eles estão de volta, com recursos afetivos imensos, iluminados por uma

inspiração de ordem superior. As luzes que brilharam na Paris do século XIX agora iluminam o solo brasileiro!

POÇO DOS MERCENÁRIOS – Pelo Espírito de Simone – Psicografado por Aparecida Talhares

Excelente livro que analisa com muita propriedade diversas passagens do Evangelho. Mostra ainda uma região no plano espiritual, onde colhemos o

que plantamos em nossa romagem na Terra.

CRISTO EM NÓS – Pelo Espírito Bezerra de Menezes – Psicografado por Carlos

A. Baccelli Nas páginas deste livro, com a sabedoria e ternura paternal que lhe são

peculiares, Dr. Bezerra de Menezes transmite, sob a inspiração do Cristo, conselhos e orientações para que o homem possa continuar

vencendo, em sua condição de espírito peregrino na Terra, todos os problemas e dificuldades com os quais se depara no cotidiano da vida.

Valioso guia com as diretrizes necessárias para encarar todos os

desafios e adversidades com amor e gratidão, através da compreensão dos ensinamentos cristãos e da importância em utilizá-los como fios

condutores para uma vida de paz e redenção.

SUGESTÃO DE LEITURA

MEMÓRIAS DE UM SUICÍDA – Pelo Espírito Camilo Cândido Botelho – Psicografado por Yvonne A. Pereira

Com orientação do Espírito Léon Denis, o autor espiritual Camilo Castelo Branco, sob o pseudônimo Camilo Cândido Botelho, descreve à médium

Yvonne A. Pereira sua dolorosa experiência após a desencarnação pelo suicídio. Com valiosos ensinamentos, o livro mostra a grandeza da

Misericórdia divina para com os suicidas arrependidos, trazendo-lhes a oportunidade de conhecer o Universo e a vida em sua integral dimensão.

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A gênese planetária, a evolução do ser, a imortalidade da alma, a moral cristã e outros

temas relevantes são estudados para a compreensão de que “nenhuma tentativa para o reerguimento moral será eficiente se continuarmos presos à ignorância de nós

mesmos”.A leitura completa da obra mostra que há um caminho de reconstrução para os arrependidos. Há sempre esperança, porquanto a reabilitação é possível.

NO VALE DOS SUICIDAS – Pelo Espírito de Elias – Psicografado por Evaristo

Humberto de Araujo

É best-seller da Madras Editora, a obra contém um impressionante relato espiritual.

O livro convida o leitor a conhecer o quadro de um dos lugares mais sofridos das moradas do Senhor: o Vale dos Suicidas.

Com fatos nunca antes revelados, é nesse cenário de caos e de dor que podemos acompanhar o desespero de Márcio, um espírito sofredor que,

encarnado, usou seu livre-arbítrio para dar fim a um dos maiores bens que recebemos do Criador: a vida humana.

Sem coragem para enfrentar os obstáculos que lhe foram impostos como o caminho que o levaria a vencer o orgulho, Márcio resolve pôr fim à própria vida.

No mesmo instante, inicia uma viagem rumo ao desespero, entre encostas e pântanos, choros, gemidos e lamentos.

Arrependido e sem encontrar uma saída, conhece a abnegação de Elias, espírito consolador, cuja fé inabalável no desenvolvimento da humanidade o incentiva a

trabalhar, incansavelmente, até mesmo nos lugares mais pútridos.

Então, quando todas as esperanças parecem perdidas, o amor do Criador por Seu filho se faz sentir, e uma nova oportunidade de trilhar um caminho na Luz lhe é ofertada.

HUMOR ESPÍRITA – “Sem Noção”

http://espitirinhas.blogspot.com.br