jornal especial do precatório alimentar

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E ntre as diversas modalidades de calotes, a mais perversa que destaco é a do leilão de precatórios alimentares, ou seja, “instrumento do diabo de plantão”. O leilão inserido na PEC 62/09 como opção de pagamento se traduz na seguinte “matemágica”: o projeto inicial engendrado pelo Governo do Estado de São Paulo correspondia a 3% da Receita Corrente Líquida que se considerarmos o orçamento para 2012, seria aproximadamente R$3 bi, ou seja, R$100 bi x 3%. Na tramitação do projeto da PEC do calote, reduziram para metade, 1,5%, transformando-se em R$1.5 bi. Consequentemente, o valor a ser despendido para pagamento dos precatórios alimentares é o seguinte: - R$1.5 bi dividido 50% para pagamento de precatórios alimentares e 50% para pagamento de precatórios não alimentares , obteremos o seguinte valor: LEILÃO DE PRECATÓRIOS: "Não venda a sua dignidade para o diabo caloteiro" - R$ 850 mi por ano para precatórios alimentares - A dívida do Governo de São P a u l o , atualmente, é de R$22 bi a ser atualizada nos próximos anos, chegando a R$ 25 bi, dividido por R$1.500 bi, levará 17 anos para ser quitada, mais do que o absurdo e inconstitucional prazo de 15 anos a que se refere a PEC 62/09 do calote. O leilão, em um passe de mágica, quer fazer desaparecer mais de R$ 12 bi às custas do credor, especialmente os de natureza alimentar com a propaganda enganosa de que é melhor dar um desconto e receber agora e em vida, tendo em vista que já faleceram mais de 80.000 credores e é melhor “entregar” para o próprio Estado, do que vender por cessão de crédito para os particulares que enganam, especialmente os idosos e pagam somente de 8% a 12% do valor real. É o diabo querendo comprar sua dignidade, sendo o Governo o leiloeiro de sua própria dívida e o único comprador, consagrando o calote oficial, uma tentativa de estelionato, desgraçando financeiramente os credores, pressionando-os a conceder o maior deságio. Não entre em leilão. O seu crédito deve ser recebido por inteiro, sem deságio, e direito legítimo conquistado, é salário, provento e pensão sonegado há muitos anos. Esta é a razão principal do maldito leilão, pois o Governador Geraldo Alckmin, comprometeu-se no ano de 2001, no Supremo Tribunal Federal perante o Ministro Marco Aurélio, quando do julgamento das intervenções, a pagar os precatórios alimentares e até hoje não pagou. Agrava-se a situação, demonstrando que promessa de campanha não é cumprida, pois ele comprometeu-se comigo em palavra no ano de 2011 na volta para o Governo de São Paulo e não a honrou, ou seja, não vale nada, pois, vergonhosamente e sem o mínimo respeito à dignidade dos credores edita o Decreto 57.658 de 21 de dezembro de 2011, para realizar o leilão. Acredite! Estamos lutando para que todos recebam sem leilão e em vida, no julgamento do STF – O Relator Ayres Britto já votou a nosso Março/2012 Audiência no Supremo Tribunal Federal em dezembro de 2001 com a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Promessa do governador não cumprida diante do Ministro Marco Aurélio Mello, então presidente do STF. Julio Bonafonte é o segundo à esquerda. Fonte: Madeca favor. Convocamos a OAB em nome da Constituição Federal, dos princípios da moralidade e da Justiça, para ingressar com Arguição Direta de Inconstitucionalidade contra o Decreto n. 57.658 de 21 de dezembro de 2011, os advogados que militam na área, bem como, todas as entidades do funcionalismo a instruírem os clientes e sócios a não aceitarem o leilão, pois iremos combatê-lo com campanhas e se necessário “colocando o bloco na rua” para denunciar à sociedade o Governo caloteiro sem palavra. Estamos acordados, especialmente levando Memoriais aos Senhores Ministros com audiências em Brasília, para que julguem imediatamente a PEC 62/09 no Supremo Tribunal Federal, eliminando de uma vez por todas as absurdas inconstitucionalidades, como este leilão e obrigar Estados e Prefeituras a pagarem os precatórios alimentares já!

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Page 1: Jornal Especial do Precatório Alimentar

Entre as diversasmodalidades de calotes, amais perversa que destaco

é a do leilão de precatóriosalimentares, ou seja, “instrumento dodiabo de plantão”.

O leilão inserido na PEC 62/09como opção de pagamento se traduzna seguinte “matemágica”: o projetoinicial engendrado pelo Governo doEstado de São Paulo correspondia a3% da Receita Corrente Líquida quese considerarmos o orçamento para2012, seria aproximadamente R$3 bi,ou seja, R$100 bi x 3%.

Na tramitação do projeto da PECdo calote, reduziram para metade,1,5%, transformando-se em R$1.5 bi.

Consequentemente, o valor a serdespendido para pagamento dosprecatórios alimentares é o seguinte:

- R$1.5 bi dividido 50% parapagamento de precatóriosalimentares e 50% para pagamentode precatórios não alimentares ,obteremos o seguinte valor:

LEILÃO DE PRECATÓRIOS: "Não venda a suadignidade para o diabo caloteiro"

- R$ 850 mipor ano parap r e c a t ó r i o salimentares

- A dívida doGoverno de SãoP a u l o ,atualmente, é deR$22 bi a seratualizada nospróximos anos,chegando a R$25 bi, divididopor R$1.500 bi,levará 17 anospara serquitada, mais doque o absurdo einconstitucionalprazo de 15 anosa que se referea PEC 62/09 docalote.

O leilão, em um passe de mágica,quer fazer desaparecer mais de R$12 bi às custas do credor,especialmente os de naturezaalimentar com a propagandaenganosa de que é melhor dar umdesconto e receber agora e em vida,tendo em vista que já faleceram maisde 80.000 credores e é melhor“entregar” para o próprio Estado, doque vender por cessão de créditopara os particulares que enganam,especialmente os idosos e pagamsomente de 8% a 12% do valor real.

É o diabo querendo comprar suadignidade, sendo o Governo oleiloeiro de sua própria dívida e oúnico comprador, consagrando ocalote oficial, uma tentativa deestelionato, desgraçandofinanceiramente os credores,pressionando-os a conceder o maiordeságio.

Não entre em leilão. O seu créditodeve ser recebido por inteiro, sem

deságio, e direito legítimoconquistado, é salário, provento epensão sonegado há muitos anos.

Esta é a razão principal do malditoleilão, pois o Governador GeraldoAlckmin, comprometeu-se no ano de2001, no Supremo Tribunal Federalperante o Ministro Marco Aurélio,quando do julgamento dasintervenções, a pagar os precatóriosalimentares e até hoje não pagou.

Agrava-se a situação,demonstrando que promessa decampanha não é cumprida, pois elecomprometeu-se comigo em palavrano ano de 2011 na volta para oGoverno de São Paulo e não ahonrou, ou seja, não vale nada, pois,vergonhosamente e sem o mínimorespeito à dignidade dos credoresedita o Decreto 57.658 de 21 dedezembro de 2011, para realizar oleilão.

Acredite! Estamos lutando paraque todos recebam sem leilão e emvida, no julgamento do STF – ORelator Ayres Britto já votou a nosso

Mar

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Audiência no Supremo Tribunal Federal em dezembro de 2001 com apresença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Promessa do

governador não cumprida diante do Ministro Marco Aurélio Mello, entãopresidente do STF. Julio Bonafonte é o segundo à esquerda.

Fonte: Madeca

favor.Convocamos a OAB em nome da

Constituição Federal, dos princípiosda moralidade e da Justiça, paraingressar com Arguição Direta deInconstitucionalidade contra oDecreto n. 57.658 de 21 dedezembro de 2011, os advogadosque militam na área, bem como,todas as entidades do funcionalismoa instruírem os clientes e sócios anão aceitarem o leilão, pois iremoscombatê-lo com campanhas e senecessário “colocando o bloco narua” para denunciar à sociedade oGoverno caloteiro sem palavra.

Estamos acordados,especialmente levando Memoriaisaos Senhores Ministros comaudiências em Brasília, para quejulguem imediatamente a PEC 62/09no Supremo Tribunal Federal,eliminando de uma vez por todas asabsurdas inconstitucionalidades,como este leilão e obrigar Estados ePrefeituras a pagarem os precatóriosalimentares já!

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EXCELENTISSÍMO SENHORPRESIDENTE DO EGRÉGIOTRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADODE SÃO PAULO -DESEMBARGADOR – IVANRICARDO GARISIO SARTORI.

As entidades ASSETJ –ANSJ – FESPESP e CNSP,representando mais de

700.000 mil servidores ativos,aposentados e pensionistas de todosos Poderes do Estado, parabenizamVossa Excelência pela eleição para ocargo de Presidente do EgrégioTribunal de Justiça de São Paulo,renascendo a nossa crença por umPoder Judiciário atuante, inovador,célere para a distribuição de Justiçae acima de tudo representativo paraos dias atuais.

Sabemos que a tarefa é árdua,mas não impossível e VossaExcelência em diversos embatesjudiciais já demonstrou a sensibilidadee disposição para enfrentar osproblemas que são muitos, mas quedevem ser solucionadosurgentemente sob pena de inviabilizaruma instituição que é vital para asociedade.

Antes de qualquer pedido oureivindicação, fazemos questão deregistrar afirmando que nesta lutaestaremos lado a lado e com a mesmadisposição de resgatar o tempo esuprir as necessidades crônicas queoriginaram o caos atual, comoausência de mais de 15.000servidores, informatização,pagamentos de dividas salariais,salários dignos, condições detrabalhos e outros.

Vossa Excelência tem a corageme a índole de não se omitir, tambémnossa conduta, o que caracteriza umaparceria de propósito.

Neste sentido apresentamospontualmente algumas propostas,independentemente da pauta dereivindicações das entidades doPoder Judiciário que são específicas,e peculiares aos servidores doTribunal de Justiça, mas tendo emvista os problemas de abrangência deservidores, também de outrosPoderes, que envolvem a questão

precatórios alimentares desuma importância paramilhares de credores quesofrem há 33 ( trinta e três)

Documento entregue ao desembargador Ivan Sartori, presanos, verdadeiro calote oficial porparte dos Governos do Estado de SãoPaulo e Prefeituras que merecemimediata atenção e inadiável solução:

1-) Manutenção do mutirão dosservidores colocados à disposiçãoda Vara de Execução da FazendaPublica, bem como urgentealocação de recursos humanosnecessários a suprirdefinitivamente as necessidadespara tão importante mister.

A disponibilização de recursoshumanos ao DEPRE, comconhecimentos técnicos paraelaboração de cálculos, depósitosjudiciais nos precatórios,processamento, controle dosvalores destinados pelas EntidadesPúblicas devedoras.

A proposta leva em consideraçãoa sequência – depósito-levantamentoe tem que observar com maioratenção a efetiva disponibilização derecursos humanos para se atingir oobjetivo de pagamento dos créditosde precatórios alimentares,especialmente aos portadores dedoença grave e idosos, o que hojenão está ocorrendo com a celeridadedevida.

É de fundamental importância queos trabalhos sejam integradosDEPRE/EXECUÇÃO para que noconjunto se atinja o objetivo final,integrando o sistema com eficiência,e solução de continuidade.

2-) Suspensão da aplicação doartigo 5º da Lei 11.960/09(caderneta de poupança T.R.) nosdepósitos de precatórios.

Como Vossa Excelência podeobservar, com a aplicação dainconstitucional E.C. 62/09, critériosincorretos e indevidos com a Lei11.960/09 correção monetária dacaderneta de poupança, sumula 17– juros, imposto de renda, os valoresestão se tornando irrisórios e devemmerecer por parte do Tribunalcapitaneado por Vossa Excelênciaprovidências inadiáveis para se evitarprejuízo considerável aos credores.

3-) Suspensão da aplicação daSúmula 17 do Supremo TribunalFederal que refere-se a exclusão

dos juros moratórios no períodoentre o protocolamento e o finaldo exercício seguinte, hipóteseque a Procuradoria Judicial doEstado reivindicou para oTribunal e com revisão desúmula hoje sub-judice (seguetambém juntado emdocumentos separados), mas deabsoluta inaplicabilidade nosdepósitos dos precatórios pornão terem sido pagos ate o finaldo exercício seguinte.

Evidentemente que os jurosmoratórios não podem serexcluídos e a própria súmula 17 écristalina, ou seja, somenteocorreria a “graça” com a exclusãodos juros se fossem os precatóriospagos naquele período previsto noartigo 100 da ConstituiçãoFederal, o que não ocorreu atéhoje, há mais de uma década.

É inconstitucional qualqueroutra exegesse, pois seria umsalvo conduto aos caloteiros deplantão que mesmo nãocumprindo o prazo, sabedores da“graça” de 18 meses dos jurosmoratórios ficarão impunes pelonão pagamento no final doexercício seguinte.

A suspensão se impõeenquanto o STF aprecie econsolide a correta jurisprudência.

4-) Como fonte pagadora dosdepósitos regulamentar aretenção do imposto de renda nafonte dos depósitos efetuadosobservando-se a instrução n.º1215, de 15 de dezembro de2011, considerando-se para finsde retenção a base de calculodo valor depositado a serdividido pelo números de mesesa que se refere o valor e nãoproporcionalmente ao totaldevido, para evitar que doisautores do mesmo processo quereceberão pela preferênciaConstitucional o mesmo valorou seja, 3 vezes o RPV de acordocom a E.C 62/09, ocorra umisento e outro com retenção,tratando-os de forma distinta oque é inaceitável, devendo seraplicado somente a retenção dovalor do depósito final.

A questão da regulamentação edefinição da retenção de imposto derenda com seus critérios, se impõe paraevitar problemas quando da declaraçãoanual para a Receita Federal, no sentidode informes corretos sem inconsistênciaque acarreta “malha fina” ao credor,compatibilizando com o D.I.R.F.

5-) Para apuração do Imposto deRenda retido na fonte que sejaconsiderado somente o principal comobase par a divisão do número de mesesa que se refere a instrução nº 1.215,de 15 dezembro de 2011 tendo emvista não incidir imposto de rendasobre os juros moratórios legais emdecorrência de sua natureza e funçãoindenizatória ampla.

Justifica-se o pedido paracumprimento do decidido no SuperiorTribunal de Justiça, na PRIMEIRASEÇÃO, sob o rito do art. 543-C do CPC,conforme poderá se constatar do julgadopublicado no D.OJ de 19/10/2011, aseguir reproduzido (veja no topo dapágina ao lado):

Ainda em reforço a recentíssimaedição da súmula do T.R.T. 15º Regiãode nº 26, publicada no D.E. Justiça de29 de novembro de 2011.

Súmula nº 26

“Juros de mora – Naturezaindenizatória – Não incidência deImposto de Renda Retido na Fonte – Oart. 404 e seu parágrafo único, doCódigo Civil de 2002, conferemnatureza estritamente indenizatóriaaos juros de mora incidentes sobre asprestações de pagamento em dinheiro,porque visam à integral reparação dasperdas e danos, sendo, portanto,insusceptíveis de incidência deimposto de renda, a teor do quepreconiza i inciso I do § 1º do art. 46 daLei nº 8.541/1992.”

6-) Que os depósitos de RPV e osque tem como base três vezes o valorda RPV para credores de precatórioportadores de doença grave e poridade nas preferências já sejamefetuados com o valor atualizado apartir de janeiro do ano corrente,sendo para o Estado o valor de R$20.934,72 e Prefeitura do Município de

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, presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

São Paulo o valor de R$ 14.557,20.

A questão do valor atualizado daRPV se faz necessário por já estarem vigor a partir de janeiro, evitando-se depósitos a menor.

ALICERCE DE CONVENCIMENTODAS PROPOSTAS

Vossa Excelência que judicou emVara da Fazenda Pública e comointegrante da 13ª Câmara de DireitoPublico e Órgão Especial do T.J.,conhece todo drama dos credores deprecatórios alimentares que inclusiveresultou nestes anos o falecimento demais de 75.000 ( setenta e cinco mil )sem receber em vida o legitimocrédito, inclusive como Relatorrecentemente julgou inconstitucionala E.C 62/09, bem como a Lei 11.960/09.

Se não bastasse o verdadeiromartírio dos credores para receberem vida os precatórios agora se vêemacuados pelo devedor com o leilãopara venda de seus créditos, diantedo desespero financeiro, Decreto nº57.658 de 21 de dezembro de 2011.

Com a sensibilidade e visão justae sábia, já em 2010, Vossa Excelênciaantecipando-se inclusive ao própriojulgamento da ADI 4357, no SupremoTribunal Federal com o voto doRelator Carlos Ayres Britto, aplicoucorretamente a justiça.

Iniciados os depósitos judiciaishoje de competência do Tribunal deJustiça efetuados com a

Coordenadoria do ExcelentíssimoDesembargador Venício Salles quetem envidados junto ao DEPRE osmaiores esforços para minimizar osentraves para que o pagamento sejaefetivado, mas diante de diversosproblemas não tem se atingido oobjetivo pleno, o que por si so justificaa nossa propositura.

O Tribunal de Justiça ao elaboraros depósitos, inicialmente ao cumprira E.C. 62/09 efetuou os cálculosaplicando a tabela oficial, sem inserirnos mesmos a atualização pelainconstitucional lei 11.960/09 –Caderneta de Poupança, nem asupressão dos juros moratórios de 18meses a que se refere a súmula 17/59 do Supremo Tribunal Federal,procedimento absolutamente corretotendo em vista que as duas questõesencontra-se sub-judice e qualquerdecisão ainda que contrária aoscredores, poderia ser somentecumprida quando do depósito final.

Posteriormente o que protestamose não aceitamos é que diante daconduta do Procurador do Estado,acompanhado do SenhorGovernador do Estado ao EgrégioTribunal de Justiça ocorreu amodificação em prejuízo doscredores, aplicando-se os incorretoscálculos com as duas situaçõessupracitadas, gerando insuficiênciamaior.

Enfatiza-se tendo em vista opróprio julgamento com Relatoria deVossa Excelência no Órgão EspecialIntervenção Estadual 994.09229278- 30/06/2010 e o recente voto do

ministro Carlos Ayres Britto, naADI – 4357 julgando a leiinconstitucional, ( documentosjuntados separados, anexo),não é correto aplicação, noscálculos de depósito da lei11.960/09 alterando-se osvalores já definidos pela coisajulgada.

É necessário que aPresidência determine uma“ f o r ç a - t a r e f a - e s p e c i a l ”Funcionários/Juízes paraoperacionalizar e o resgate devalores até os que estão sendopagos com preferência aosidosos e portadores dedoenças graves, bem como afalta de funcionários no Setorde Execução contra a Fazenda

Publica e DEPRE paraoperacionalizar os depósitos elevantamentos, são públicos enotórios, bastando afirmar que maisde 20.000 depósitos encontra-senesta fase, e o que é grave é o fatode que entre o depósito e olevantamento mais credores vierama falecer sem receber.

Diante deste quadro real,escusando-se pelo extenso relato,mas que se faz absolutamentenecessário para avaliar a dimensãoe a gravidade do problema, exigindoordenamento imediato.

O advogado Julio Bonafonte (ao fundo) participa da primeirareunião de Entidades do Judiciário com o presidente do Tribunalde Justiça do Estado de São Paulo, desembargador Ivan Sartori,quando foi entregue o documento, aqui reproduzido na íntegra.

Na parceria de propósitoreivindicamos a Vossa Excelência anossa participação em nome de todosos credores de precatóriosalimentares no Comitê Gestorconforme determina os arts. 1º, 2º, 8º§ 1º e 9º § 1º da Resolução 115 de29 de junho de 2010 e Resolução 123de 09 de novembro de 2010,Conselho Nacional de Justiça, bemcomo dos trabalhos a seremrealizados no sentido de resolver osproblemas de reorganização dossetores envolvidos a que se propõeo CNJ.

Convictos de que VossaExcelência como de costume não seomitirá para atender o nosso justopleito, aguardamos confiantemente asprovidências a serem adotadas emcaráter de inadiável urgência.

São Paulo, 24 de fevereiro de 2012

Obs.: o documento, aquireproduzido, foi entreguepessoalmente ao presidente do TJ/SP, desembargador Ivan Sartori evai assinado pelo presidente daASSETJ, FESPESP e ANSJ eSecretário Geral da CNSP, JoséGozze e pelo presidente doConselho Deliberativo da ASSETJe Diretor Jurídico da CNSP -FESPESP - ANSJ, Julio Bonafonte.

Foto: Sylvio Micelli

Page 4: Jornal Especial do Precatório Alimentar

A “graça” que o Governo doEstado de São Paulo, maior devedor de precatórios do

país, apoiado pela União, busca com opedido de nº 59 de revisão da Súmula n°17, perante o Supremo Tribunal Federal,é mais uma “desgraça financeira”, novamodalidade de calote no pagamento aoscredores, especialmente os de precatórioscom créditos de natureza alimentar.

Como se não bastasse, ainconstitucional Emenda Constitucional nº62/2009 – “PEC do calote”, perpetuandoa moratória por mais 15 (quinze) anos,em um total de 33 (trinta e três) anos, oimoral leilão, o contrabando legislativo doartigo 5º - Lei Federal 11.960/09, agorapretende implantar a nova “matemágicasupressiva” com relação ao pagamentodos juros moratórios no período a que serefere o artigo 100 § 1° atualmente 5° daCarta Magna.

Para melhor compreensão, os textosdas Súmulas n° 17, bem como o dopedido de revisão de n° 59 são osseguintes:

Súmula n° 17

Durante o período previsto noparágrafo 1° do artigo 100 daConstituição não incidem juros demora sobre os pagamentos quenele sejam pagos.

A inconstitucional propostade revisão da súmula 59

Durante o período previsto noparágrafo 1° do artigo 100 daConstituição não incidem juros damora, voltando a correr a partir dovencimento do precatório, casonão seja pago dentro daqueleperíodo. (grifo nosso).

O Governo do Estado de SãoPaulo em leitura distorcida da Súmula n°17, acometido de presbiopia interpretativa,pretende verdadeira modificação naaplicação do texto.

O decidido é cristalino e não permitenenhuma outra interpretação desde os

julgados nos RE – QO- 591.085/MS e RE298.616, "a incidência dos juros nosprecatórios pagos dentro do períodoprevisto no parágrafo 1° do artigo 100da Carta Magna, atualmenteparágrafo 5° do artigo 100, redaçãodada pela E.C. 62/2009".

Ora, os precatórios protocolados até1º de julho de exercício terão que serpagos até o final do exercício seguinte, oque não ocorreu no Estado de São Paulo,especialmente os de natureza alimentarque aguardam na fila desde 1999 há 13(treze) anos, ocasionando o falecimentode mais de 75.000 credores sem receberem vida o legítimo crédito.

Consequentemente, os jurosmoratórios legais são devidos, sob penade caloteá-los em 9% (nove por cento),considerando a taxa de 6% ao ano,correspondente ao período de 1/ 07 de umexercício até 31/12 do exercício seguinte,e o que é pior, instituir uma nova einconstitucional sistemática de quemesmo não cumprindo o prazoConstitucional no final do exercícioseguinte, ficam isentos de pagamento dos

referidos juros.A condição para gozar do benefício da

chamada “graça constitucional”, que odevedor particular não tem com o Estado,de não incidência dos juros, é quitar osdébitos dos precatórios no prazo de 18

meses, estipuladono artigo 100 § 5º daatual ConstituiçãoFederal, o que nãotem acontecido.

Os váriosjulgados sãoesclarecedoresculminando com aprecisa decisão noAgravo Regimentalno RecursoExtraordinário nº502.901/MG no qualos SenhoresMinistros ErosGrau, Cesar Peluso,Joaquim Barbosa eEllen Gracie, comalicerce noe n t e n d i m e n t ofirmado pelo Plenodo SupremoTribunal Federal no RE 298.616 – SP –Rel. Ministro Gilmar Mendes, firmandotaxativamente que a regra de exclusãodos juros não se aplicam na hipótese de

pagamento emdesacordo com o artigo100 da ConstituiçãoFederal (grifo nosso).

Em tempos que oGoverno do Estado deSão Paulo quer majorartarifas de pedágios aoscidadãos, substituindo oíndice INPC pelo IPCA,por ser de taxa maior,cobra os seus créditospela UFESP/SELIC,mas para pagamentosdos precatórios substituio INPC/IPCA peloíndice de atualização dacaderneta de poupança- T.R. Lei Complementar

11.960/09 – artigo 5º para pagar menos,alterando a coisa julgada o valor inseridono orçamento já definido, cominconstitucional retroação, é inadmissívelcausar considerável prejuízo aos credores.

Comprova-se o prejuízo comparando-se os índices indexadores de atualizaçãomonetária, considerando a indevidaaplicação do artigo 5° da Lei Federal

A “graça” dos Juros na Constituição Federal

11.960/09, conforme quadro demonstrativojá publicado no jornal Valor Econômico.

O Supremo Tribunal Federal,cumprindo o dever de ofício como guardiãoda Constituição, não legitimará apretensão do Governo do Estado de SãoPaulo com a adesão da União, mantendoa redação da Súmula n°17, reafirmandoque não cumprido o prazo a que se refereo artigo 100 § 5° atualmente, são devidosos juros moratórios no período entre aexpedição do precatório e o pagamentono exercício seguinte, rejeitando aproposta de revisão da Súmula Vinculantede nº 59.

Não há coerência e nem harmonia naequivocada interpretação de que os jurosnão são devidos e não devem retroagir àdata da expedição do precatório.

O próprio parágrafo 12° do artigo 100da atual Emenda Constitucional n° 62/09em vigor afirma que após a expediçãodo precatório incidirão os jurossimples até o efetivo pagamento.

O princípio da legalidade, moralidadee a segurança jurídica devem imperar semque o Estado proponha não honrar suadívida no prazo constitucional porintermédio de artifícios interpretativos paraeximir-se do pagamento dos jurosmoratórios devidos, sob pena dedesrespeitar os direitos dos cidadãos.

Fonte: Valor Econômico

Este jornal é promovido pelo advogado Dr. Julio Bonafonteem nome das seguintes entidades:

* Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP)* Associação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário (ANSJ)

* Federação das Entidades de Servidores Públicos do Estado de São Paulo (FESPESP)* Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (ASSETJ)

EXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

Textos e Legislação: Julio BonafonteColaboração: Vanessa Pessoa

Ilustrações: Ana Lúcia BonafonteJornalista Responsável: Sylvio Micelli (MTB: 28.136/SP)