jornal entreposto | março 2014

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PÁGINA 13 PÁGINA 4 PÁGINA19 Artigo | Entrevista | Ceasas | Flores e FLV: relações comerciais no segmento Ceasa RS completa quatro décadas de abastecimento Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento Um jornal a serviço do agronegócio Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 15 - N o 166 | março de 2014 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br Água | PÁGINA 4 Uso sustentável da água para agricultura FUTURO Bruno Costa, coordenador da Netafim Brasil Faltou diálogo na Ceagesp Não houve acordo para se chegar a uma solução pacífica sobre o estacionamento “Um país se faz com homens e livros” Monteiro Lobato Aqui tem um livro esperando por você! Sai o primeiro ganhador do Concurso Cultural Femetran CQH conta a história da uva niágara e a expansão do cultivo Frutas Legumes Verduras Diversos 1,67% 33,89% 58,20% 6,63% -4,62% Alta Alta Alta Alta Alta Baixa Índice Ceagesp - fevereiro 2014 Geral 9,07% Pescado CAROLINA DE SCICCO PÁGINA 8 PÁGINA 9 PÁGINA 2 Embrapa envia amostras de feijão para o Banco Global de Sementes. Os exemplares compõem parte da riqueza genéca brasileira que ficará armazenada para o futuro na construção conhecida como a ‘caixa forte do fim do mundo’ As ações de vandalismo durante o protesto contra a cobrança de estacionamento que aconteceu na manhã do dia 14 prejudicou a movi- mentação do mercado ata- cadista. O local virou uma praça de guerra. Caminhões e prédios da administração foram incendiados. Os lamentáveis aconte- cimentos colocam em evi- dência a escassez de diálo- go entre permissionários e a direção do entreposto. A falta de negociação e uma multidão com ânimo exalta- do resultaram em drásticas consequências. Anunciada desde 2013, a cobrança do estacionamen- to teve início na quarta- feira (12). De acordo com a C3V, concessionária con- tratada para administrar o estacionamento e outros projetos de reestruturação no entreposto. Novos ministros prometem acelerar projetos da cadeia PÁGINA 14 . PÁGINA 3

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Um jornal a serviço do agronegócio

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Page 1: Jornal Entreposto | Março 2014

PÁGINA 13

PÁGINA 4

PÁGINA19

Artigo |

Entrevista |

Ceasas |

Flores e FLV: relações comerciais no segmento

Ceasa RS completa quatro décadas de abastecimento

Associação Brasileira dasCentrais de Abastecimento

Um jornal a serviço do agronegócio

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 15 - No 166 | março de 2014 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Água | PÁGINA 4

Uso sustentávelda água para agricultura

FUTURO

Bruno Costa, coordenador da Netafim Brasil

Faltou diálogo na CeagespNão houve acordo para se chegar a uma solução pacífica sobre o estacionamento

“Um país se faz com homens e livros”

Monteiro Lobato

Aqui tem um livro esperando por você!

Sai o primeiro ganhador do ConcursoCultural Femetran

CQH conta a história da uva niágara e a expansão do cultivo

Frutas Legumes Verduras Diversos1,67% 33,89% 58,20% 6,63% -4,62%AltaAlta Alta Alta Alta Baixa

Índice Ceagesp - fevereiro 2014

Geral9,07%

Pescado

CAROLINA DE SCICCO

PÁGINA 8PÁGINA 9PÁGINA 2

Embrapa envia amostras de feijão para o Banco Global de Sementes.Os exemplares compõem parte da riqueza genética brasileira que ficará armazenada para o futuro na construção conhecida como a ‘caixa forte do fim do mundo’

As ações de vandalismo durante o protesto contra a cobrança de estacionamento que aconteceu na manhã do dia 14 prejudicou a movi-mentação do mercado ata-cadista. O local virou uma

praça de guerra. Caminhões e prédios da administração foram incendiados.

Os lamentáveis aconte-cimentos colocam em evi-dência a escassez de diálo-go entre permissionários e

a direção do entreposto. A falta de negociação e uma multidão com ânimo exalta-do resultaram em drásticas consequências.

Anunciada desde 2013, a cobrança do estacionamen-

to teve início na quarta-feira (12). De acordo com a C3V, concessionária con-tratada para administrar o estacionamento e outros projetos de reestruturação no entreposto.

Novos ministros prometem acelerar projetos da cadeia

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Page 2: Jornal Entreposto | Março 2014

02 JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomarço de 2014

Paulo Fernando Costa / Carolina de Scicco / Letícia Doriguelo Benetti / Paulo César Rodrigues

Anita Gutierrez/ Gabriel Bitencourt /Hélio Junqueira e Marcia Peetz/

Manelão

Paulo Fernando Costa / Carolina de Scicco / Letícia Doriguelo Benetti / Paulo César Rodrigues

Dia Mundial da Água

A Organização das Na-ções Unidas (ONU) definiu nesta semana o tema do Dia Mundial da Água a ser cele-brado em 22 de março de 2014: Água e Energia. A es-colha se deu porque água e energia estão intimamente interligadas e são interde-pendentes, já que a geração hidrelétrica, nuclear e tér-mica precisa de recursos hídricos. Segundo dados da Agência Internacional de Energia, por exemplo, um aumento nominal de 5% do transporte rodoviário no mundo até 2030 poderia aumentar a demanda por água em até 20% do recur-so utilizado na agricultura, devido ao uso de biocom-bustíveis.

Outro dado da ONU aponta que cerca de 8% da energia gerada no planeta é utilizada para bombear, tratar e levar a água para o

consumo das pessoas. Além disso, os recursos hídricos são utilizados para a gera-ção de energia geotérmica, que é uma alternativa para energia em países com es-cassez de água.

Segundo o Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Infor-me 2012, da Agência Na-cional de Águas (ANA), o País possui cerca de 1.000 empreendimentos hidre-létricos, sendo que mais de 400 deles são peque-nas centrais hidrelétricas (PCH). Até 2011, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), aproximadamente 70% dos 117 mil megawatts (MW) da capacidade instalada da matriz energética brasileira eram gerados por PCH, usi-nas hidrelétricas e centrais de geração hidrelétrica.

Dia Mundial da Água

Celebrado mundial-mente desde 22 de março de 1993, o Dia Mundial da Água foi recomendado pela ONU durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvol-vimento, a Eco-92. Desde então as celebrações ao re-dor do mundo acontecem a partir de um tema anual, definido pela própria Or-ganização, com o intuito de abordar os problemas relacionados aos recursos hídricos.

Em 2013, a ONU defi-niu o tema “Cooperação pela Água” para marcar as celebrações e o Brasil, que instituiu seu Dia Nacional da Água em 2003, aderiu à proposta, como forma de incentivar a troca de expe-riências e a busca por solu-ções. Entre os temas já es-colhidos para a data estão: água e segurança alimentar,

águas transfronteiriças, sa-neamento, água limpa para um mundo saudável, lidan-do com a escassez de água e água para as cidades: res-pondendo ao desafio urba-no.

Águas de Março

Para celebrar o Dia Mundial da Água, entre outras ações, a ANA criou, em 2007, o hotsite Águas de Março. A ideia é trazer informações institucionais sobre o tema anual defini-do pela ONU, um calendário de eventos nacionais, esta-duais e locais que tenham como mote a celebração do dia 22 de março, bem como informações sobre o tema das celebrações de cada ano.

Água e Energia será o tema do Dia Mundial da Água 2014

Sai primeiro ganhador do Concurso Cultural FemetranJoel Marx foi o vencedor da primeira fase do Concurso Cultural Femetran “Sou Mais Brasil”, com a frase:

“Vou de carro, a pé, no meio da rua pra maior arquibancaba, porque sou mais Brasil.”

Ele foi premiado com uma camisa oficial da Seleção Brasileira. Parabéns Joel. Participe você também! http://bit.do/concursoculturalfemetran

Page 3: Jornal Entreposto | Março 2014

março de 2011 03Editorial 03março de 2014Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

As ações de vandalismo duran-te o protesto contra cobrança de estacionamento na Ceagesp que aconteceu na manhã do dia 14 prejudicaram a movimenta-ção do mercado no dia seguin-te, sábado. Embora tenha sido anunciado o não funcionamen-to do Entreposto neste final de semana, o portão 3 abriu nor-malmente.

Funcionários ainda reco-lhiam cacos de vidros e resídu-os do local. Poucos boxes foram abertos. E o abastecimento fi-cou defasado. “Não tive como procurar o melhor preço. Com poucas opções o jeito foi levar o que deu”, conta o feirante Éric Ishimoto.

As vendas no varejo também foram prejudicadas e poucos consumidores apareceram. Fre-quentadora do varejão, Elizete Dias arriscou. “O movimento está muito abaixo do normal. Consegui comprar algumas ver-duras, mas vou voltar para casa sem fruta nenhuma”, disse.

Tumulto

A confusão começou por volta das 10h da manhã quan-do alguns manifestantes inva-diram o local e atearam fogo em caixas de frutas e passaram a depredar as cabines de cobran-ça e respectivas cancelas.

As ações dos vândalos du-rante o protesto deixaram o lo-cal como uma praça de guerra, caminhões e prédios da admi-nistração foram incendiados. Quatro seguranças ficaram fe-ridos e um homem foi baleado. Ninguém foi detido.

Vandalismo na Ceagesp prejudica abastecimento

Os lamentáveis aconteci-mentos expõem a escassez de diálogo entre permissioná-rios e a direção do entreposto. A falta de negociação e uma multidão com ânimo exaltado resultaram em drásticas conse-quências.

Estacionamento

Anunciada desde 2013, a co-brança do estacionamento teve início na quarta-feira (12). De acordo com a C3V, concessio-nária contratada para adminis-trar o estacionamento e outros projetos de reestruturação no entreposto.

A cobrança do estaciona-mento faz parte de um proces-so de modernização da com-panhia, que visa organizar o espaço de carga e descarga de mercadoria.

Desde a fundação do mer-cado, veículos de transporte de carga podem entrar e per-manecer no local o tempo que quiserem. Entretanto, o cresci-mento do setor gerou um grave problema logístico. Desde o iní-cio, o Sincaesp (Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimen-tos do Estado de São Paulo) é contra essa cobrança.

As tarifas variam de acordo com o tipo de veículo. Moto-cicletas pagariam a diária de dois reais.

Enquanto carros, quatro re-ais por uma hora, chegando a 50 reais por um período maior que dez horas. Para caminhões os preços variam de acordo com os eixos.

O Sincaesp, Acapesp, Apesp, Sindicar e varejões reunidos no dia 11 de março reafirma-ram sua posição, contrária ao projeto de controle de por-tarias e circulação, que man-tem desde 2012. Não porque achem desnecessário um con-trole de acesso e monitora-mento interno, mas sim pelo modelo que foi apresentado. Por diversas vezes as entida-des apresentaram sugestões alternativas para este contro-le, mas a diretoria da Ceagesp nunca aceitou uma sequer.A implantação de um novo sistema viário de circulação interna, a partir de setembro do ano passado, causou gran-des transtornos, fazendo com que até triplicasse o tempo de carga e descarga de mer-cadorias para alguns setores. Este novo sistema dificultou o acesso dos compradores aos diferentes setores do entre-posto fazendo com que mui-tos deixassem de fazer suas comprar aqui. Neste sistema preocupou-se apenas com a circulação, esqueceram que

os caminhões entram no en-treposto para descarregar ou carregar mercadorias.Torna-se urgente um trabalho conjunto para reorganizar o sistema viário de circulação interna de acordo com a di-nâmica do mercado, permi-tindo uma redução do tempo de permanência dos veículos. Que agilize o fluxo interno e não prejudique o transito no entorno da Ceagesp.A cobrança do pedágio é des-necessária, os novos serviços de monitoramento de transito e segurança através de câma-ras eletrônicas poderão ser viabilizados de outras formas, sem esta cobrança. Os permis-sionários já pagam em seus boletos mensais, por seguran-ça, fiscalização e portaria. A cobrança de um pedágio, que tem uma função puramente arrecadatória, prejudica os comerciantes aqui instalados e não traz nenhum benefício a este mercado que precisa ser revitalizado.A redução de tempo como benefício a ser auferido pela

cobrança de pedágio/perma-nência é uma falácia, a dinâ-mica do mercado na recepção das mercadorias, bem como nas retiradas pelos compra-dores determina esse tempo. A simples cobrança de acesso e estadia não contribui para essa redução de tempo.As injustas tarifas cobradas serão pagas pelos produtores e consumidores. Não se pode, através de uma aritmética simples, mostrar que isso cor-responde a frações de centa-vos no quilo dos produtos. A cobrança do pedágio afasta os compradores de nosso entre-posto, especialmente os pe-quenos e consumidores finais, o ETSP não precisa desta me-dida que apenas aumenta os custos sem trazer reais bene-fícios para a cadeia produtiva.

Sincaesp – Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo.

Entidades da Ceagesp são contra o pedágio

NOTA ENVIADA PELO SINCAESP

CAROLINA DE SCICCO

Page 4: Jornal Entreposto | Março 2014

04 Entrevista JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomarço de 2014

Fundada há mais de 45 anos e com cerca de 30 subsidiárias em todo o mundo, a Netafim ofe-rece soluções para a redução do uso de água na agricultura. Os sistemas completos de irrigação por gotejamento, microaspersão, controle e monitoramento auto-matizados prometem redução de até 50% do recurso hídrico.

Com produtos e serviços que atendem produtores rurais de todos os portes, a empresa isra-elense também procura propor-cionar aos pequenos agriculto-res a oportunidade de inserção social e econômica através da geração de empregos e do for-talecimento das economias lo-cais, de forma a tornar o negócio sustentável não só para eles mas também para a comunidade que os cerca.

O coordenador de produtos e mercado da Netafim Brasil, Bru-no Costa, conversou com o Jornal Entreposto e explicou as técnicas usadas pela empresa para a irri-gação localizada e as vantagens do uso da água de forma parce-lada.

Jornal Entreposto – Qual é a principal solução que a Neta-fim oferece para a redução do

uso de água na agricultura?Bruno Costa - A Netafim,

empresa de origem israelense, criou a tecnologia de goteja-mento justamente porque em um país com pouquíssima água, não é aceitável existir desperdí-cio. Desde então a tecnologia foi aprimorando-se e hoje a nossa solução abrange desde compo-nentes básicos de um sistema de irrigação até produtos para mo-nitoramento e controle de alta precisão na aplicação de água, fertilizantes e outros produtos químicos. Podemos atender to-dos os perfis de produtores, des-de pequenos agricultores fami-liares até grande empresários do agronegócio.

JE - Além do gotejamento, quais são as outras técnicas que a empresa oferece aos produtores rurais para o uso sustentável da água? Existe alguma mais indicada para a agricultura familiar?

BC - Oferecemos soluções em irrigação localizada, a qual consiste basicamente em dois métodos: o gotejamento e a mi-croaspersão. Em ambos os casos, é possível aplicar água, fertilizan-tes e outros produtos com altos

índices de eficiência e uniformi-dade, reduzindo as perdas, os custos operacionais e também o impacto ambiental. Em espe-cial para a agricultura familiar, a Netafim oferece a linha de kit de irrigação por gotejamento, o KifNET, que possibilita a irriga-ção de diversos cultivos e sem utilização de energia elétrica (a água é aplicada com a força da gravidade). Este produto trouxe resultados no mundo todo e é, realmente, um caso de sucesso que nos orgulha muito.

JE - Quais são as principais vantagens da irrigação por go-tejamento?

BC - A técnica do gotejamen-to consiste na aplicação de água em baixa intensidade, ou seja, baixas vazões, e em alta frequ-ência. Aplicamos água de uma forma parcelada, possibilitando a absorção pela planta durante todo o dia, minimizando assim efeitos do ambiente como a lixi-viação, o escoamento superficial e evaporação.

JE - Como se dá a manuten-ção do sistema? E a reposição de peças?

BC - Todo sistema de irri-

gação necessita de cuidados preventivos que garantam seu desempenho por muitos anos, como por exemplo a abertu-ra das extremidades dos tubos gotejadores para limpeza por arraste e a aplicação de cloro, mas todas estas instruções são fornecidas por nós e por nossos parceiros. Além deste serviço, os parceiros são distribuidores de produtos Netafim e podem for-necer peças de reposição caso sejam necessárias.

JE - E o consumo de energia elétrica?

BC - Os sistemas de irrigação localizada consomem menos energia em comparação com outros sistemas de irrigação por utilizar sistemas de bombea-mento de água menores.

JE - Que região do Brasil mais utiliza este tipo de irriga-ção?

BC - Possuímos clientes em todo território nacional e em diversos cultivos. No entanto, o sistema de gotejamento é ampla-mente conhecido e utilizado nas regiões sudeste e nordeste.

JE – As soluções Netafim po-

dem ser aplicadas no cultivo de orgânicos?

BC - As soluções de irrigação da Netafim atendem cultivos or-gânicos da mesma forma que a agricultura convencional.

JE - Existe algum lançamen-to previsto para 2014?

BC - Em 2014 lançaremos um novo gotejador com carac-terísticas que elevam o patamar de resistência a entupimento, ga-rantindo a longevidade e a con-fiabilidade do sistema de irriga-ção por gotejamento.

JE - Como você avalia a cons-cientização do produtor rural em relação à preservação da água e do solo?

BC - Hoje, de forma geral, não vemos no Brasil a preocupação com a utilização correta e sus-tentável dos recursos hídricos, sendo que práticas recorrentes aqui são consideradas ilegais em outros países. A demanda de ali-mentos no mundo cresce anual-mente e isso gera a necessidade de elevar a produtividade. Sen-do os recursos necessários para produção escassos não haverá solução que não envolva a con-servação de água e solos.

Irrigação para agricultura familiarNetafim oferece kit para pequenos agricultores que dispensa uso de energia elétrica

A agricultura irrigada sustentável e o ciclo hidrológico

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março de 2014 05Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO Ambiente

A irrigação é o setor que mais des-perdiça água. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que aproximadamente 70% de toda a água disponível no mundo – que já não é muita – é utilizada para irrigação. No Brasil, esse índice chega a 72%.

A agricultura é vista pelo organis-mo internacional como alvo prioritário para as políticas de controle racional de água. De acordo com a Organiza-ção as Nações Unidas para a Alimen-tação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), cerca de 60% da água utilizada em projetos de irrigação é perdida por fenômenos como a evaporação. Ainda segundo o órgão, uma redução de 10% no desperdício poderia abastecer o dobro da população mundial dos dias atuais.

A Agência Nacional de Águas (ANA) informa que a irrigação é em disparado a maior usuária de água no Brasil, com uma área irrigável de aproximadamen-te 29,6 milhões de hectares. “Apesar da agricultura irrigada ser o principal uso no país e por isso requerer maior atenção dos órgão gestores, visando ao uso racional da água, ela resulta em au-

mento da oferta de alimentos e preços menores em relação àqueles produzi-dos em áreas não irrigadas devido ao aumento substancial da produtitivade”, pondera o Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil.

O tema tem sido debatido na Sub-comissão de Segurança Alimentar da Câmara dos Deputados. Em recente reunião, a presidente do Conselho Na-cional de Segurança Alimentar (Con-seas), Maria Emília Pacheco, ressaltou que o Brasil precisa de uma agricul-tura que tenha harmonia com o meio ambiente. “A chamada revolução ver-de não é baseada na especificidade de uma agricultura tropical. Ela usa água em quantidade demasiada, desperdiça água”, comentou.

Em 20 de agosto de 2012, a presi-denta Dilma Rousseff publicou o de-creto nº 7.794, que instituiu a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e tem o objetivo de “contri-buir para o desenvolvimento sustentá-vel e a qualidade de vida da população, por meio do uso sustentável dos recur-sos naturais e da oferta e consumo de alimentos saudáveis”.

Agricultura é o setor que mais gasta água no Brasil e no mundo

Plantas geneticamente modifica-das (GM) favorecem o uso racional do recurso natural no campo e no-vas pesquisas apontam para ganhos de eficiência ainda maiores. Garantir que mais pessoas tenham acesso à água potável está entre os Objetivos do Milênio (ODM) da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com o último relatório conjunto do Fun-do das Nações Unidas para a Infân-cia (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) quase 800 milhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso a de água própria para beber.

A aplicação de tecnologia em dife-rentes atividades é uma das maneiras de contribuir para racionalizar e dis-tribuir este recurso natural. De acor-do com levantamento feito pelo Water Resources Group, a agricultura é res-ponsável por aproximadamente 71% do consumo de água em todo o plane-ta (o equivalente a 3,1 bilhões de m³). Por essa razão, muito se investe no aperfeiçoamento de técnicas agrícolas para preservar não somente os recur-sos hídricos, mas também os naturais.

A biotecnologia pode ajudar nesse uso sustentável por meio do desenvol-

vimento de variedades de plantas ge-neticamente modificados (GM) resis-tentes à seca ou cujas características diminuam o uso de defensivos quími-cos e, consequentemente, de água. No Brasil, os atuais eventos transgênicos disponíveis já trazem esse benefí-cio. Segundo um estudo da Associa-ção Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM) e da Céleres Ambiental, os atuais eventos podem representar uma economia de aproximadamente 134 bilhões de litros de água entre 2010 e 2020.

Essa quantidade seria suficiente para abastecer as cidades de Recife e Porto Alegre por um ano. Adicional-mente, já existem no País pesquisas com cana, soja e trigo geneticamente modificados (GM) para serem resis-tentes a estresses hídricos. Sem o uso de tecnologia para aumentar a eficiên-cia do uso de água no campo, em 2030 o setor primário será responsável pelo consumo de 4,5 bilhões de m³ de água, um aumento de 45% em relação a o qu e é gasto hoje. Adicionando a este número o uso industrial e domés-tico, o total será de aproximadamente 7 bilhões de m³.

USO DOMÉSTICO

USO INDUSTRIAL

USO NA IRRIGAÇÃO

De acordo com o gráfico acima que utiliza dados da ONU e do Programa de Avaliação Mundial da Água, a irrigação é a principal responsável pelo uso do recurso.

USO DA ÁGUA NO MUNDO

50% 60%Porcentagem de aumento no gasto da água até 2025 em países em desenvolvimento.

Porcentagem de cidades europeias que utilizam água do subsolo em velocidade maior do que ela pode ser reposta.

2 milhõesNúmero aproximado de pessoas que viverão em regiões de abasoluta escassez de água até 2025.

USO DA ÁGUA NO BRASIL

70%

22%

8%

IRRIGAÇÃO

ANIMAL

RURAL

URBANO

INDUSTRIAL

72%

11%

1%9%7%

A vazão consumida total no Brasil é de 1.212 m³. Desse valor, 72% corresponde ao ramo de irrigação na agricultura. Os dados são da Agência Nacional de Águas (ANA) em relatório de 2012.

20%29,6Porcentagem de crescimento do valor da área irrigada em 2010 em compraração com 2006.

Número de hectares irrigáveis no Brasil.

1,8Número de hectares da região hidrográfica do Paraná, a maior neste aspecto.

10%De acordo com a ONU, essa é a porcentagem de redução necessária do usoi de água na agricultura para abastecer o dobro da população mundial.

milhões

milhão

Biotecnologia reduz uso de água na agricultura

Page 6: Jornal Entreposto | Março 2014

06 Qualidade JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomarço de 2014

Anita de Souza Dias GutierrezCentro de Qualidade em Horticultura Ceagesp

A conservação do meio am-biente é tema dominante nas escolas e na mídia brasileira. A fiscalização ambiental chega a aterrorizar o agricultor – que tem suas lavouras destruídas por capivaras e lebres e não pode fazer nada.

A legislação ambiental im-pede até o controle de pragas urbanas importantes como os pombos, conhecidos como transmissores de doenças im-portantes e pela sujeira que fazem.

Parece que a conservação do solo e da água não faz parte da legislação ambiental brasi-leira. Os estados de São Paulo e do Paraná possuem leis pró-prias de conservação do solo e da água e fiscalização do cum-primento dessas leis é respon-sabilidade das suas secretarias da agricultura.

Nos anos 50 existiam agrô-nomos conservacionistas na Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, campa-nhas de conservação do solo e prêmios para as propriedades melhor conservadas.

Algumas das frases utiliza-das nas campanhas ainda são lembradas: ‘A erosão rouba a herança do paulista de ama-nhã’, e ‘Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil.’ A erosão já era respon-sável, naquela época, pelas ‘Ci-dades Mortas’ escritas no livro de Monteiro Lobato – regiões inteiras em que o cultivo erra-do de café destruiu a fertilida-de do solo e exigiu a mudança da cultura para outras regiões.

O plantio direto começou timidamente nos anos 70 e se expandiu para as grandes culturas como soja e milho. Infelizmente, na produção de frutas e hortaliças frescas, o plantio direto ainda é muito pouco ou nada utilizado.

A receita da produção de água limpa

Fazendo umaconta rápida

Tomemos uma região em que o volume pluviométrico é de 1.500 mm. Cada mm de chu-va representa 1 litro de água por metro quadrado. Vamos considerar o que acontece 10.000 metros quadrados de terra – um hectare de terra bem conservado, qual é a sua capacidade de produção de água.

Um hectare em um região que recebe, por ano, uma pre-cipitação de 1.500 mm (co-mum no Estado de São Paulo), que equivale a 15 milhões de litros e que 3 milhões de li-tros (20% do total) chegarão ás fontes de água e aos rios, através do lençol freático, ao longo do ano e permitirão o abastecimento de água para o consumo da população, a pro-dução de energia e a irrigação

das lavouras. A falta de con-servação do solo nas proprie-dades rurais é muito agravada pela ação das construtoras das estradas federais, estadu-ais e municipais, pavimenta-das ou não.

Elas canalizam a água das chuvas e as despejam nas propriedades rurais sem ne-nhuma preocupação com os danos ambientais que estão causando e com os seus preju-ízos para a propriedade rural.

As cidades com suas imen-sas áreas impermeabilizadas, que impedem a infiltração da água de chuva no solo, são grandes causadoras de en-chentes e da escassez de água, que prejudicam os seus habi-tantes e a área rural.

Estamos num momento de grande escassez de água. É o momento de investir forte na produção de água limpa, atra-vés da Conservação do Solo e da Água.

O raciocínio é muito simples

No solo protegido, cheio de canalículos de raízes, bem drenado, o impacto da água de chuva é absorvido pelo solo coberto e toda a água penetra no solo. Uma parte da água é perdida para a atmosfera por evapotranspiração, uma parte é utilizada pela planta e uma outra parte infiltra no solo e abastece o lençol freático – cer-ca de 20% segundo estudos feitos pelo CENA – Centro de Energia Nuclear na Agricultura – ESALQ/USP.

No solo sem proteção de pa-lha, sem mecanismos de que-bra de força e de velocidade da água, a chuva arrasta a parte mais fértil do solo, faz buraco, polui os rios e causa inunda-ções. A água da chuva não che-ga ao lençol freático que abas-tece as minas d´água e pereniza e estabiliza o volume dos rios.

No solo sem proteção de palha, sem mecanismos de quebra de força e de velocidade da água, a chuva arrasta a parte mais fértil do solo, faz buraco, polui os rios e causa inundações

Page 7: Jornal Entreposto | Março 2014

março de 2014 07Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO Agricultura Familiar

Pequenos agricultores rurais do município de Magé (RJ), que re-ceberam da Embrapa

Agroindústria de Alimentos ramas de batata-doce biofor-tificada para plantio, obtive-ram colheitas acima da média, apesar da estiagem que se es-tendeu por cerca de 40 dias na região, no início deste ano. O cultivar enriquecido pode re-presentar nova opção de renda para esses agricultores.

Fazendo uma projeção pela área que foi plantada “e pelo rendimento” alcançado, o pes-quisador da Embrapa Agroin-dústria de Alimentos, José Luiz Viana de Carvalho, disse que o resultado “deu acima da média nacional”, que são oito tonela-das por hectare, de acordo com a Embrapa Hortaliças. Segun-do Viana, se plantada em uma escala maior, a produtividade atingiria em torno de dez tone-ladas. “É sinal que, se a gente der um tratamento, um carinho na criança, a gente vai conse-guir, e muito, melhorar o que fez”, externou.

O município de Magé inte-gra o grupo de cidades do Rio de Janeiro que recebem culti-vares biofortificados, dentro da Rede BioFORT. Os outros

municípios fluminenses par-ceiros do projeto são Pinheiral e Itaguaí. A biofortificação é um processo de cruzamento de plantas da mesma espécie, tam-bém conhecido como melhora-mento genético convencional, que gera cultivares mais nutri-tivos. O objetivo é diminuir a desnutrição e propiciar maior segurança alimentar por meio de maiores níveis de ferro, zin-co e pró-vitamina A na dieta da população, sobretudo a mais carente.

A Rede BioFORT abrange 59 municípios de nove estados: Maranhão, Piauí, Minas Gerais, Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia, Rondônia e Pará.

Os alimentos cujo valor nu-tricional vêm sendo enriqueci-do pelos técnicos da Embrapa Agroindústria de Alimentos en-globam hortaliças, grãos e raí-zes. Ao todo, são oito culturas no Brasil: arroz, feijão comum e feijão-caupi (fradinho), milho, trigo, batata-doce, mandioca e abóbora.

Para ser viabilizado, o pro-jeto deve contar com a partici-pação de outros atores, além da Embrapa Agroindústria de Ali-mentos, destacou Carvalho. No caso de Magé, por exemplo, o

plantio da batata-doce bioforti-ficada pôde se tornar realidade graças a acordo firmado entre a unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em-brapa) e a prefeitura de Magé, por meio da secretaria munici-pal de Agricultura Sustentável e da Empresa de Assistência Téc-nica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-RJ).

Carvalho acredita que Magé tem todas as condições para apoiar a agricultura familiar. A cidade já é um polo produtor de hortaliças. Ele disse que a ideia é continuar atuando para melhorar a produtividade de alimentos enriquecidos na re-gião. O secretário municipal de Agricultura Sustentável de Magé, Aloísio Sturm, quer dar continuidade à parceria com a Embrapa Agroindústria de Ali-mentos nesse projeto de bio-fortificação.

“Tudo que a Embrapa trou-xer para nós é bem-vindo, por-que a gente conhece a Embra-pa, sabe da importância de suas pesquisas, e a gente está aqui para multiplicar os resultados que a Embrapa faz acontecer”, manifestou Sturm. Ele disse que, para os pequenos produ-tores, novidades como essa podem significar oportunida-

Apesar da

seca,

des boas de mercado; inclusive quanto à merenda escolar, por-que “o nosso foco com essa ba-tata biofortificada é a merenda escolar”.

A batata-doce biofortifica-da tem polpa de cor alaranjada e casca vermelho-arroxeada, de superfície lisa. O agricultor Matheus Cardoso Teixeira, que participou do projeto em Magé, na Fazenda Pau Grande, disse que “a batata-doce é muito boa porque, com as 15 ramas que recebi da prefeitura, em convê-nio com a Embrapa, plantei o equivalente a 2 metros de can-teiro e colhi 8 quilos”. Se tives-se plantado uma batata-doce comum, Matheus informou que não teria colhido mais que 4 quilos do alimento.

O produtor Laerte Luiz da Rosa, de 54 anos, dedicou toda a sua vida à agricultura familiar e quis participar do projeto. Ele colheu 15 quilos de batata-do-ce enriquecida na primeira vez que plantou. ”Achei a batata--doce biofortificada muito boa”, disse ele, e adiantou que na se-gunda safra, que deve colher no início de março, espera retirar em torno de 60 caixas para co-mercializar no mercado. Em re-lação ao paladar, foi categórico: “É muito bom. Está aprovado”.

alimento biofortificado rende mais que a média nacional

Page 8: Jornal Entreposto | Março 2014

08 Qualidade JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomarço de 2014

História da uva niágaraA uva Niágara Branca, re-

sultado do cruzamento das va-riedades labruscas: Concord e Cassady, foi obtida nos Estados Unidos em 1868, e introduzida no Brasil, em 1894, inicialmen-te no Estado de São Paulo, no município de Louveira, região tradicional de fruticultores produtores de uva de mesa, vi-nho e sucos.

A uva Niágara Rosada, se-gundo relatos de alguns auto-res, surgiu em 1933, no mu-nicípio de Louveira, através de mutação somática em uma planta de uva Niágara branca na parreira do produtor An-tônio Carbonari e descoberta pelo viticultor Aurélio Franzi-ni. A cor rosada, sabor carac-terístico, doce e aroma foxado, conquistaram rapidamente os consumidores, e o seu cultivo expandiu-se rapidamente subs-tituindo pomares antigos de variedades tradicionais desti-nadas à produção uva de mesa, suco e vinho.

A grande aceitação pelos consumidores fez com que surgissem novos viticultores, principalmente os produtores de café que passavam por uma forte crise mundial. Outros fa-tores que contribuíram para a rápida expansão estão relacio-nados ao relevo acidentado, ao pequeno porte da maioria de propriedades, ao clima adequa-do para o cultivo de uva e à pro-ximidade de grandes centros consumidores. A expansão de novos plantios em municípios vizinhos (Jundiaí, Indaiatuba, Campinas) ocorreu rapidamen-te tornando a região como um dos principais polos de produ-ção da Niágara do Estado de São Paulo e do Brasil, que per-manece até hoje.

O sucesso da Niágara Ro-sada foi tão grande que mui-tos produtores tradicionais da Niágara Branca optaram pela substituição gradativa, a ponto do quase desaparecimento de cultivos comerciais de Niágara Branca.

Até a década de 1990, pre-dominantemente o cultivo da Niágara se dava nos municípios de Indaiatuba, Jundiaí, Louvei-ra, Valinhos, Itupeva, Jarinu, Monte Mor, Itatiba e Campi-nas, região de clima ameno e agradável, próximo da Grande São Paulo, fez com que mui-tas pessoas procurassem essa região para adquirir terrenos para lazer/moradia. Surgiram muitas chácaras, condomínios

de alto padrão e o crescimento acelerado das cidades invadiu as propriedades rurais, valo-rizando os terrenos, criando uma forte pressão imobiliária, fazendo com que muitos pro-dutores vendessem suas áreas, migrando para outras regiões relativamente próximas, para terrenos de menor valor, cli-ma adequado para a viticultu-ra, disponibilidade de mão de obra e não muito distantes dos grandes centros consumidores. A uva Niágara requer agilidade na comercialização pela cur-

Hélio Satoshi WatanabeCentro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

ta vida de prateleira. Uma das regiões que tem crescido bas-tante é de São Miguel Arcanjo com produção um pouco mais tardia em relação às demais regiões tradicionais e Jales que produz na entressafra.

Recentemente, com a evo-lução tecnológica para produ-ção de uva Niágara em regiões de clima tropical possibilitou o cultivo com sucesso como a região de Jales – SP, Primavera do Leste - MT, Marialva e Ban-deirantes - PR Janaúba - MG produzindo na entressafra das

Os principais estados produtores de uva Niágara são: São Paulo, Minas Gerais e Paraná Evolução da área de cultivo da Uva Niágara

Fonte: IEA – Instituto de Economia Agrícola de São Paulo, com área em hectares estimada pelo CQH da Ceagesp

Conforme dados da tabe-la fica claro que está havendo decréscimo na Região de Cam-pinas e aumento de área na Re-gião de São Miguel Arcanjo e Ja-les no período de 1983 a 2013, ou seja, Campinas foi de 5.224 para 4.003 hectares, São Miguel Arcanjo de 9 para 936 hectares e Jales de 0,23 para 224,9 hecta-res, uma demonstração clara da migração de áreas tradicionais para outras regiões.

Plantio Novo - hectares Área em Produção - hectares Região 1983 1993 2003 2013 1983 1993 2003 2013 Campinas 214 182 80,6 80 5.224 5.146 5.498 4.003 São Miguel Arcanjo

0 0,2 20 0 9 306 328 936

Jales 0,11 18,9 2,75 6,5 0,23 15,7 44,8 224,9

regiões tradicionais, aumen-tando a oferta por todo o ano, os produtores estão obtendo ótimos resultados produzindo no período de menor oferta, possibilitando aos pequenos produtores de regiões tropicais investirem na cultura. O plan-tio de uva Niágara na região de Janaúba-Mg, já é uma realidade.

Vale ressaltar que a uva Ni-ágara é destinada na sua maio-ria para consumo “in natura”, mas uma parte da produção é destinada para produção de vi-nhos e sucos.

LEITURA

Obra aborda o cultivo da uva Niágara rosada

A cultivar niágara ro-sada tem se apresentado como uma alternativa em relação às cultivares finas, para a produção de uvas nas regiões tropicais do Brasil. Por ser menos sus-cetível às doenças fungicas e apresentar menor custo de produção, possibilita melhor renda ao pequeno produtor, além de atingir preços compensadores no período de junho a novem-bro, entressafra nas regi-ões vitícolas tradicionais.

A Embrapa Uva e Vinho tem desenvolvido, ao lon-go de sua história, diversas pesquisas na área do me-lhoramento genético da vi-deira, que culminaram no lançamento de várias no-vas cultivares de uvas para mesa e processamento, en-tre elas, a cultivar niágara. Paralelamente, trabalhos foram conduzidos visando o manejo das novas culti-vares resultantes dessas introduções, buscando sua adaptação às diferentes condições brasileiras.

O livro “O cultivo da vi-deira niágara no Brasil”, da Embrapa, apresenta orien-tações para implantação de vinhedos, poda, nutri-ção, controle de pragas e irrigação das videiras, bem como informações históri-cas acerca da origem e do melhoramento da cultivar Niágara. Vendas pelo site: http://vendasliv.sct .em-brapa.br.

Page 9: Jornal Entreposto | Março 2014

março de 2014 09Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

O preço mínimo da uva in-dustrial (Isabel) para o ano de 2014 nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste será de R$ 0,63, alta de 10,5% sobre os R$ 0,57 defini-dos pelo governo federal no ano passado. O valor foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacio-nal (CMN) no final de 2013, mas só foi publicado em 20 de feve-reiro no Diário Oficial da União.

“Esta é a primeira alta no preço mínimo do produto desde 2012 e será de fundamental im-portância para os produtores”, explicou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimen-to, Neri Geller.

A Política de Garantia de Pre-ços Mínimos (PGPM) faz parte das ações governamentais para a

Governo estabelece novo preço mínimo para a uva industrialValor da fruta usada em vinhos, sucos e derivados fica 10,5% maior

aquisição de produtos exceden-tes do mercado, corrigindo dis-torções de preços ao produtor. O objetivo é permitir o sustento da renda no campo, garantindo uma remuneração mínima pela colheita.

Além da PGPM, o auxílio do Ministério da Agricultura ao se-tor da vitivinicultura tem sido por meio de linhas de crédito para custeio e investimento, além da subvenção ao prêmio do seguro rural.

No ano passado, a estimativa é que tenham sido processadas 611 mil toneladas de uva Isabel apenas no Rio Grande do Sul, estado responsável por cerca de 90% da produção nacional. A utilização é para a elaboração de vinhos, sucos e outros derivados.

PREÇO

Há menos de dois meses para a APAS 2014 – 30º Con-gresso e Feira de Negócios em Supermercados, a Associa-ção Paulista de Supermerca-dos (APAS) se prepara para o maior evento mundial do setor supermercadista, que aconte-ce entre os dias 5 e 8 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo. São esperados 68 mil visitantes, entre empresários do setor de supermercados e executivos do varejo de todo o país e do exterior. A entidade estima gerar negócios da or-dem de R$ 5,5 bilhões.

Este ano, o tema é “CON-FIANÇA – Fundamento do Time Campeão”. “A confiança é a base de tudo e a transpa-rência e responsabilidade do setor com o consumidor são os reflexos do crescimento. Em época de Copa do Mundo de Futebol e de eleições, o tema

não poderia ser mais propício, afinal, sabemos que pequenas atitudes positivas, realizadas em equipe, podem construir uma relação de confiança mais duradoura”, afirmou o presi-dente da APAS, João Galassi.

Custo Zero até 25 de abril

E quem é associado con-ta com vantagens exclusivas: mais uma vez, é oferecido custo zero para os associados que inscreverem seus cola-boradores na APAS 2014 até o próximo dia 25 de abril. A ação é válida também para não associados: quem se associar até esta data poderá inscrever toda a equipe de funcionários para participar dos quatro dias da Feira, gratuitamente.

Além do custo zero para a Feira, os supermercadistas associados da APAS e das as-

sociações estaduais de super-mercados do País têm descon-tos especiais no Congresso de Gestão. O pacote de palestras é adquirido por dia: ao escolher a data de preferência, o super-mercadista terá acesso a todas as palestras do Grande Audi-tório e dos Auditórios Temáti-cos, com temas diversos como Marketing, Capital Humano, Tecnologia, Comercial, e Estra-tégia e Gestão.

Mais informações sobre o custo zero e a programação completa podem ser obtidas no site.

www.feiraapas.com.br.Sessão Solene de Abertura: 5 de maio às 14hFeira de Negócios: 5 a 7 de maio, das 14h às 22h / 8 de maio, das 14h às 20hCongresso de Gestão: 6 a 8 de maio, das 8:30h às 14h

APAS 2014 trata da confiança na cadeia supermercadista

Após assumir o Ministério da Agricultura, o ex-secretário de Política Agrícola da pasta, Neri Geller, disse ter o apoio do setor e do PMDB. O novo ministro disse ter ligação “for-te” com o Congresso Nacional e obter apoio de “praticamen-te todo o setor do país”. Já o recém-empossado ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, quer melho-rar a execução das políticas da pasta, que já tiveram “enorme crescimento” nos últimos dez anos.

Neri Geller foi indicado por seu antecessor, Antônio Andrade, em apoio liderado pelo senador Blairo Maggi, ex--governador de Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil. Filiado recentemente ao PMDB, Geller diz ter “for-te” ligação com o Congresso Nacional. “Eu sinto por parte da grande maioria dos deputa-dos, se não todos, inclusive do PMDB, que tive apoio sim. A nossa relação com o Congres-so Nacional vai ser muito for-te, no sentido de implementar política de resultado no setor”, afirmou.

Miguel Rossetto volta ao comando do Ministério do De-

senvolvimento Agrário com o objetivo de ampliar os progra-mas atualmente em execução pela pasta. “Vamos dar conti-nuidade, melhorando crédito, assistência técnica, melho-rando preços agrícolas, avan-çando na política de reforma agrária com qualidade e quan-tidade”, observou.

“Lá em 2003 ajudou a im-plantar este ministério, e, além disso, traz para ele uma bem-sucedida passagem pela presidência da Petrobras Bio-combustíveis”, disse Dilma du-rante discurso na cerimônia de posse. Para Dilma, o sena-dor Eduardo Lopes assume o

Ministério da Pesca e da Aqui-cultura com a tarefa de “conti-nuar fortalecendo a pesca e a aquicultura, de transformar a pesca em um setor agregador de valor e gerador de renda”. O novo ministro da Pesca e da Aquicultura pretende conhe-cer os projetos em execução pela pasta, principalmente no que diz respeito aos resulta-dos atuais do Plano Safra da Pesca. “Quero manter a média da produção que foi alcançada. No ano passado houve cresci-mento de 70%, passamos de 1,5 milhão para 2,5 milhões de toneladas de produção anual”, disse Eduardo Lopes.

Novos ministros prometem acelerar projetos de logística, agricultura e pesca

MARCELO CAMARGO/ABr

Page 10: Jornal Entreposto | Março 2014

10 JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomarço de 2014Artigo

Antonio Hélio Junqueira *Marcia da Silva Peetz **

As vendas de flores para o dia internacional da mulher em 2014

* Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós--graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.

** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abaste-cimento Alimentar Urbano, sócia-ad-ministradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.

O Dia Internacional da Mu-lher, celebrado a cada ano no dia 8 de março, foi oficialmente instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1977. Contudo, a iniciativa de home-nageá-las data do início do sé-culo XX, quando nos EUA e Eu-ropa elas foram, em diferentes ocasiões, destacadas por suas lutas por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito ao voto.

Essa data vem conquistan-do, a cada ano, maior expressi-vidade no calendário anual de vendas de flores no mercado interno brasileiro. Representa, hoje, uma das ocasiões mais importantes para o comércio setorial, sendo superada ape-nas pelos tradicionais campe-ões de vendas – Dia das Mães e dos Namorados – porém, eventualmente, ultrapassando os valores de vendas em outras relevantes ocasiões como Fina-dos, Natal e Réveillon.

Cabe destacar que a data comemorativa dedicada às mu-lheres marca a efetiva abertura anual do mercado nacional de flores, a partir da qual se ob-servam importantes acrésci-mos nos fluxos de produção e comercialização setorial, já que nos meses de janeiro e feverei-ro o consumo sofre importan-tes níveis de queda, por virem após as festividades de final de ano e constituírem-se em perí-odo de férias.

Menores resultados finan-ceiros do comércio para esta data costumam ocorrer em anos em que a sua celebra-ção coincide com o Carnaval – como ocorreu em 2011 –, ou se apresenta muito próxima dele (como em 2012 e agora, em 2014). As vendas de flores para celebrar a data também são prejudicadas quando a data cai em um final de semana, uma vez que, entre os principais compradores para os presen-tes femininos, encontram-se os clientes institucionais de esta-belecimentos que não traba-lham aos sábados e domingos (bancos, escritórios, escolas e outros).

Em 2014, desafortunada-mente, esses dois fatores ocor-reram simultaneamente. Neste

contexto, todos os segmentos do comércio brasileiro de flores e plantas ornamentais, tanto em nível de atacado, quanto de varejo, ficaram bastante apre-ensivos com as vendas para esse Dia Internacional da Mu-lher e, efetivamente, contabili-zaram piores resultados do que no ano passado.

Para avaliar o impacto des-ses fenômenos no resultado das vendas, a empresa de In-teligência de Mercado, Hórtica Consultoria, em parceria com o Sindicato do Comércio Vare-jista de Flores e Plantas Orna-mentais do Estado de São Pau-lo, realizou pesquisa via e-mail, redes sociais e telefone com floriculturas e empresas vare-jistas do segmento de todo o Brasil. A pesquisa foi realizada entre os dias 26 de fevereiro e 6 março de 2014, e ouviu técni-cos especialistas das principais Centrais de Abastecimento, atacadistas e distribuidores, cooperativas de produtores, importadores de flores e plan-tas ornamentais, responsáveis pelas compras do departa-mento de jardinagem do setor

supermercadista, floriculturas e empresas de comércio eletrô-nico e de distribuição de cestas e de telemensagens.

Os resultados obtidos permitiram constatar que 63% das empresas do varejo consul-tadas apostaram que em 2014 venderiam menos do que na mesma data do ano anterior. Uma parcela de 10% delas avaliou que obteria o mesmo montante, enquanto 27% de-clararam acreditar que os re-sultados seriam menores do que os de 2013.

Observou-se que 92% das floriculturas e outras lojas ou empresas varejistas pesquisa-das afirmaram concordar que a proximidade do Carnaval pre-judicaria as vendas, enquanto outras 76% acreditavam que a data ter caído em um sábado também faria com que a procu-ra por flores para presentear as mulheres seria negativamente afetada.

Como sempre, as rosas li-deraram majoritariamente as intenções de compra para pre-sentear no Dia Internacional da Mulher, com uma participação relativa de 66%. Essas flores costumam ser compradas pelo consumidor como buquês de 6 a 12 botões, mas também vem se tornando cada vez mais im-portante o ato de presentear com apenas um botão solitário de rosa, especialmente no caso da demanda corporativa. Neste caso, o valor do botão prepara-do para o presente oscila, em todo o Brasil, na faixa de R$

5,00 a R$ 10,00. Em segundo lugar na preferência das com-pras, com 11% das respostas, vieram os pequenos arranjos ou ramalhetes de flores diversi-ficadas, aos quais se seguiram: orquídeas e cestas com choco-lates (com 7% cada uma das opções), vasos floridos, espe-cialmente begônias, kalancho-es, violetas e outras (6%) e ou-tras flores de corte, tais como gérberas e alstroemérias (3%) (Ver figura)

BRASIL. Produtos preferi-dos para presentear no Dia In-ternacional da Mulher de 2014

Fonte: Hórtica Consultoria/ Sindiflores, pesquisa de campo, fevereiro/março de 2014.

Enfim, contabilizados to-dos os resultados efetivamente apurados pelo mercado e que infelizmente comprovaram as previsões baixistas apon-tadas pela pesquisa, cabe-nos discutir estratégias possíveis de enfrentamento da questão apontada. Em realidade, du-rante todo o tempo o setor tra-balhou como em uma “crônica da morte anunciada”. Ou seja, todos sabiam de antemão que a coincidência da data com o Car-naval e o sábado trariam conse-quências ruins para as vendas. No entanto, o que faltou foi a capacidade de articulação de soluções para a mitigação do risco previamente identificado.

Neste sentido, é válido apontar para ações comerciais

e de marketing que poderiam ter sido antecipadas ao proble-ma, induzindo à pré-programa-ção de compras e encomendas, ou até mesmo o incentivo à celebração da data no dia an-terior ao final de semana. Para que isso tivesse sido possível, claramente deveriam ter sido articuladas ações coletivas de propaganda, marketing e co-municação institucional.

Mas, fica aqui o recado: jei-to há de se antecipar aos pro-blemas e soluções podem ser encontradas para a mitigação ou eliminação dos riscos. Basta mirar o problema com deter-minação e organizar-se para enfrentá-lo. Afinal, o Dia dos Namorados está chegando e to-dos sabem que ele caiará no dia de abertura dos jogos da Copa do Mundo de Futebol. O que fa-zer, antão?

A pesquisa completa pode ser acessada no endereço: http://www.hortica.com.br/artigos/2014/Boletim_perspec-tivas_vendas_flores_Dia_Inter-nacional_%20Mulher_2014.pdf

[NOME DA CATEGORIA] [PORCENTAGEM]

Orquídeas 7%

Buquês mistos 11%

Vasos diversos 6%

Cestas 7% Outras flores

3%

Rosas vermelhas 66Orquídeas 7Buquês mistos 11Vasos diversos 6Cestas 7Outras flores 3

Produtos de maior saída

Produtos de maior saída

Rosas vermelhas66%

Page 11: Jornal Entreposto | Março 2014

março de 2014 11Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

FICHA DE INSCRIÇÃO ESCREVA AQUI SUA FRASE COM O TEMA “sou mais brasil”

NOME

TELEFONE

EMAIL

Page 12: Jornal Entreposto | Março 2014

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomarço de 201412

CONCURSO CULTURAL FEMETRANDEPOSITE ESTE CUPOM NA URNA LOCALIZADA NO EDSED II - LOJA 14A

PROMOÇÃO

Os 20 mil voluntários que atuarão nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo Fifa 2014 re-ceberão kits para lanches com produtos da agricultura fami-liar. O Ministério do Desenvolvi-mento Social e Combate à Fome (MDS) publicou, no início deste mês, uma chamada pública para comprar produtos de agriculto-res familiares.

“O objetivo é estimular o consumo consciente, gerar oportunidades de negócios e promover a inserção de produ-tos orgânicos e sustentáveis da agricultura familiar no merca-do turístico em grandes even-tos, como a Copa do Mundo de 2014”, afirma a assessora da se-cretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Laura

Souza. Ela ressalta ainda que o legado dessa ação é criar uma cadeia produtiva mais estrutu-rada para o setor, com inserção social, geração de emprego e renda e preservação ambiental.

Esta compra institucional – realizada por meio do Pro-grama de Aquisição de Alimen-tos (PAA) – dispensa licitação e é voltada para associações e cooperativas que produzem alimentos orgânicos e susten-táveis. As propostas e os docu-mentos para habilitação pode-rão ser entregues entre os dias 10 e 21 de março.

Cada kit será formado por 10 itens: castanha de caju (100g), abacaxi desidratado (100g), banana desidratada (100g), barra de cereal (50g),

biscoito integral (350g), biscoi-to sequilho (350g), castanha de baru (100g), castanha do Brasil (100g), mel em sachê (60g) e suco de diversos sabores (1,8 l). Cada organização (cooperativa ou associação) da agricultura familiar poderá concorrer a um ou mais de um item.

As organizações habilitadas também deverão apresentar uma prova dos produtos em quantidade equivalente a um kit, para avaliação quanto à sua apresentação e qualidade, podendo, inclusive, passar por testes laboratoriais. Depois da divulgação do resultado, previs-to para o início de abril, os pro-dutos deverão ser entregues em São Paulo (SP), entre os dias 13 de abril e 3 de maio.

Voluntários da Copa do Mundo receberão kits com produtos da agricultura familiarChamada pública para associações e cooperativas que produzem alimentos orgânicos e sustentáveis prevê a compra de itens como castanha de caju, barra de cereal, mel em sachê e sucos de diversos sabores

O projeto cultural Entrepos-to do Livro serviu de inspiração para o Grupo de Mídia Entre-posto criar a Promoção da Feira dos Meios de Transporte, Movi-mentação e Logística de Produ-tos Hortifrutícolas (Femetran 2014). O evento acontece entre os dias 20 e 23 de maio e apre-senta aos usuários da Ceagesp os lançamentos das principais montadoras de caminhões, além de veículos comerciais leves, im-

plementos e outros produtos e serviços do segmento.

Neste mês, o bolsão de livros contabiliza mais de 600 obras literárias disponíveis para em-préstimo e a feira pega carona no sucesso do projeto cultural: para participar da Promoção Fe-metran 2014 e ganhar camisas da seleção brasileira, os visitan-tes devem preencher o cupom anexo ao Jornal Entreposto e escrever uma frase com o tema

“Sou mais Brasil”. Os autores das três frases mais criativas serão os vencedores. Com o objetivo de disseminar o hábito da leitu-ra entre os frequentadores do ETSP, o Grupo de Mídia Entre-posto continua agregando livros em seu acervo e a biblioteca não para de crescer. São diver-sos gêneros disponíveis. Visite o Entreposto do Livro e amplie suas ideias para participar da Promoção da Femetran.

Entreposto do Livro inspira concurso cultural

Page 13: Jornal Entreposto | Março 2014

março de 2014 13Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO Artigo

As relações de consumo na contemporaneidade vêm se modificando em velocidade surpreendente. Na atual “Socie-dade da Informação”, os papeis dos agentes envolvidos nessa dinâmica se transformam de tempos em tempos, ganhan-do pesos e funções diferentes. No mercado de Flores e FLV (frutas, legumes e verduras) não poderia ser diferente, e as relações comerciais nesse seg-mento também passam por um processo de transformação, fa-zendo com que a cadeia inteira – da base produtiva até o con-sumidor final – precise se rein-ventar constantemente.

Na época em que a gestão de Pontos de Venda (PDV) e a lei-tura do consumo ainda estavam em fase inicial de exploração, os intermediários, que atuavam basicamente como agentes de comercialização, identificaram uma série de necessidades e oportunidades de crescimento para o setor, e trabalharam di-retamente em seu desenvolvi-mento junto aos produtores e ao mercado de varejo.

Com o passar do tempo, es-ses processos foram dominados tanto pelas grandes redes como pelos produtores, o conheci-mento foi internalizado pelas organizações com capacidade de criar e manter tal estrutura, e as negociações passaram a ser realizadas diretamente en-tre as partes, “eliminando” gra-dativamente os intermediários desse ciclo de compra e venda. No entanto, essa é uma realida-de quando se fala de “gigantes”: grandes produtores e grandes

Relações comerciais no segmento de Flores e FLV: desafios e oportunidadesPor Roberta Bongers*

redes varejistas. Quando fala-mos em pequenos produtores, que correspondem a boa parte dessa base produtiva no País, a figura do intermediário como agente de comercialização ain-da é essencial: o grande varejo não possui estrutura nem mes-mo tempo para negociar com uma série de pequenos produ-tores, e concentrar esse pro-cesso é sinônimo de eficiência operacional para os dois lados.

Além dessa reorganização estrutural no setor, chegamos a um patamar em que o conceito do intermediário como apenas um agente comercializador foi superado. Esse profissional passa a ter também a função de um consultor, capaz de condu-

zir processos que vão da análise de tendências à formulação de estratégias de posicionamento no mercado, desta vez, tanto para os pequenos quanto para os grandes players. O varejo atual demanda novas aborda-gens para empresas e produtos perante o consumidor, o que pressupões inovações constan-tes. Logo, manter-se atualizado é uma premissa não somente para crescer, mas para sobrevi-ver neste ambiente. A identifi-cação das principais tendências e movimentações de consumo e mercado, que podem ser in-fluenciados por fatores como a mídia, por exemplo, é o ponto de partida dessa trajetória.

Para se ter destaque de for-

ma sustentável, é preciso ado-tar uma série de práticas, como entender os desejos do consu-midor e os traduzir em concei-tos e projetos adequados a cada empresa do segmento de Flores e FLV, desde a apresentação do produto - padronização, emba-lagem, customização - até seu posicionamento no ponto de venda, além de precificação e dimensionamento de volumes. E isso demanda uma estrutura complexa, além de uma rede de relacionamentos da qual não se pode descuidar!

Pesquisa, observação, aná-lise, estreito relacionamento com produtores e varejistas, gestão de perdas técnicas e co-merciais, além de capacitação e

treinamento, são algumas das formas de contribuição dos agentes intermediários para essa dinâmica. Como podemos ver, o desafio é enorme. Assim como são as oportunidades.

*Roberta Bongers é espe-cialista no mercado varejista de flores, no qual atua como consul-tora e pesquisadora de tendências desde 2001.

Formada em Relações Públi-cas pela UNESP – Universidade Estadual Paulista, é pós-graduada em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, e em Administração de Varejo In-ternacional pela FIA – USP. Conta-to: www.floralies.com.br / [email protected].

Page 14: Jornal Entreposto | Março 2014

14 Futuro JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomarço de 2014

PATRIMÔNIO GENÉTICO

Embrapa envia amostras de feijão para o Banco Global de SementesJunto com as variedades de arroz e milho encaminhadas em 2012, as sementes de feijão agora compõem parte da riqueza genética brasileira que ficará armazenada para o futuro na construção conhecida como a ‘caixa-forte do fim do mundo’

A Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária (Embrapa) enviou, no dia 11 de fevereiro, 514 acessos de feijão (Phaseolus vulgaris), para o Banco Global de Sementes de Svalbard, situa-do na cidade de Longyearbyen, Noruega.

Acessos são amostras de sementes representativas de diferentes populações de uma mesma espécie. A iniciativa é decorrente do acordo assinado entre a companhia e o Ministé-rio de Agricultura e Alimenta-ção norueguês, em 2008, e as sementes enviadas compõem Coleção Nuclear de Feijão da Embrapa, que, em setembro de 2012, já havia enviado ao banco nórdico 264 acessos de milho e 541 acessos de arroz.

Segundo o pesquisador Paulo Hideo, responsável pelo Banco de Arroz e Feijão da Em-brapa, o termo coleção nuclear, também conhecido no meio

científico como core collection, é utilizado para definir um grupo limitado de acessos derivados de uma coleção vegetal, escolhi-do para representar a variabili-dade genética da coleção inteira.

Tradicionalmente, as cole-ções nucleares são estabeleci-das com tamanho inferior a 10% dos acessos de toda a coleção original e incluem aproximada-mente 70% do acervo genético.

“São coleções pequenas, mas estratégicas. Apesar do número reduzido de acessos, represen-tam grande parte da variabilida-de genética das espécies vege-tais e normalmente não contém duplicatas”, explica a pesquisa-dora da Embrapa Recursos Ge-néticos e Biotecnologia, Marília Burle.

A seleção dos acessos para a coleção nuclear de feijão envia-da ao Banco de Svalbard é resul-tado de diferentes modelos bio-métricos de amostragem. Esses

modelos deram origem a várias coleções que foram comparadas entre si e escolhida a mais ro-busta, ou seja, a mais represen-tativa.

Na verdade, as coleções nu-cleares são recomendadas pelo Banco de Svalbard, como deixou claro o coordenador de opera-ções, Ola T. Westengen, visto que garantem a conservação das es-pécies e ocupam menos espaço no banco, que tem capacidade para quatro milhões e quinhen-tas mil amostras de sementes de todas as partes do mundo.

Antes de seguir viagem para o banco da Noruega, a coleção nuclear de feijão passou pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, DF, onde as amostras foram conferi-das, organizadas e etiquetadas.

Depois, foi submetida ao trâ-mite regular de intercâmbio exi-gido pelo Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento.

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Agrícolamarço de 2014 15Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Feijão, arroz e milho: importância alimentar e cultivo secular no Brasil

A escolha das culturas agrí-colas enviadas a Svalbard – fei-jão, arroz e milho - atende a uma das recomendações do Banco quanto à relevância para a segurança alimentar e agri-cultura sustentável.

Além disso, elas são cultu-ras que, apesar de não serem originárias do Brasil, são culti-vadas no País há séculos e, por isso, possuem características de rusticidade e adaptabilidade às condições nacionais.

Mais segurança para a conservação das sementes brasileiras

A conservação das espé-cies vegetais de importância alimentar é uma preocupação da Embrapa desde a sua cria-ção em 1973. Prova disso é que a empresa possui hoje o maior banco genético vegetal do Brasil e da América Latina, com mais de 120 mil amostras de sementes de cerca de 670 espécies agrícolas de impor-tância socioeconômica conser-vadas a 20ºC abaixo de zero na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

O envio de amostras para Svalbard é mais uma garantia de segurança, já que o banco nórdico é o mais seguro do mundo em termos físicos e ambientais. Além de estar situ-ado dentro de uma montanha na cidade de Longyearbyen foi construído com total seguran-ça para resistir a catástrofes climáticas (enchentes terre-motos, aquecimento gradual, etc.) e até mesmo a uma explo-são nuclear.

O acordo prevê cooperação contínua entre as duas institui-ções e, por isso, “futuramente, sementes de outras espécies serão enviadas ao Banco Glo-bal”, como explica pesquisa-dora Marília Burle, lembrando que a prioridade será a mes-ma, ou seja, sementes de im-portância para a alimentação da população brasileira.

A caixa-forteda Noruega

A caixa-forte noruegue-sa tem capacidade para qua-tro milhões e quinhentas mil amostras de sementes. O con-junto arquitetônico conta com três câmaras de segurança má-xima situadas ao final de um túnel de 125 metros dentro de uma montanha em uma pe-quena ilha do arquipélago de Svalbard situado no paralelo 780 N, próximo do Polo Norte.

As sementes são armazena-das a 20ºC abaixo de zero em embalagens hermeticamente fechadas, guardadas em caixas armazenadas em prateleiras. O depósito está rodeado pelo clima glacial do Ártico, o que assegura as baixas tempera-turas, mesmo se houver falha no suprimento de energia elé-trica. As baixas temperatura e umidade garantem a baixa ati-vidade metabólica, mantendo a viabilidade das sementes por um milênio ou mais.

CRÉDITO RURAL

Agricultura empresarial contrata R$ 98,2 bi em financiamentos Resultado é 48,2% superior ao obtido nos primeiros sete meses da safra 2012/13

Os financiamentos da agri-cultura empresarial apresen-taram alta de 48,2% nestes primeiros sete meses do Plano Agrícola e Pecuário 2013/14, em relação ao mesmo período da safra passada, alcançando R$ 98,2 bilhões. Os produtores rurais contrataram R$ 71,1 bi-lhões pelas modalidades de custeio e comercialização e R$ 27,08 bilhões pelas de investi-mento.

Ao analisar os resultados, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, destacou os avan-ços dos recursos disponibili-zados pelo plano de constru-ção e ampliação de armazéns (PCA), que já obteve R$ 2,18 milhões aplicados, um desem-bolso relativo a 62,5% dos re-cursos programados. Segundo o secretário, isto demonstra os avanços do setor com o intuito de buscar o apoio do governo em assegurar os produtos a serem armazenados. Ao todo, a agricultura empresarial con-tratou R$ 2,79 bilhões dos R$ 4,5 bilhões em recursos dis-ponibilizados para ampliação e reforma de armazéns priva-dos – outros R$ 500 milhões foram alocados para a agricul-tura familiar.

Entre as linhas de crédito para custeio e comercializa-ção, o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Ru-ral (Pronamp) chegou a um total de R$ 6,27 bilhões em empréstimos – alta de 6,8% sobre os meses de julho a ja-neiro da safra passada.

Entre os programas re-ferentes aos investimentos, outro destaque vai pra o Programa de Sustentação de Investimento (PSI-BK), que financia máquinas e equipa-mentos, em que se observou maiores níveis de aplicação nesses sete primeiros meses do Plano Agrícola e Pecuá-rio. Foram aplicados R$ 9,2 bilhões, 57,8 % a mais que o volume observado em igual período do ano passado.

“Os produtores estão cada vez mais preocupados em modernizar suas proprieda-des para obterem resultados ainda melhores em relação à produtividade no campo”, des-tacou Geller.

A avaliação, atualizada mensalmente, das contrata-ções do crédito agrícola é re-alizada pelo Grupo de Acom-panhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa.

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16 JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomarço de 2014Notícias do site

Manéfrut utiliza QR Code

Com quase 25 anos de atuação no mercado hortifrutícola a ata-cadista Manéfrut conta com três lojas - duas no Mercadão e uma na Ceagesp. Desde meados dos anos 2000, vem se destacando no mercado de trabalho nordestino. O caju, um dos destaques da em-presa é, atualmente, produzido na região. Além do caju, a atacadista oferta uma vasta diversidade de frutas, como abacate, carambola, gravio-la, A rotulagem das frutas emba-ladas é efetuada no próprio box. Além disso, a atacadista já utiliza o QR Code, um código de barras bidimensional que pode ser es-caneado usando a maioria dos celulares equipados com câmera.

Hasegawa: tradição em pescados

Todos os finais de semana, des-de 1979, a barraca dos Pesca-dos Hasegawa, que funciona no entreposto desde o início do varejão, oferece todos os ti-pos de frutos do mar ao gosto dos clientes e conta com uma grande equipe para atendê-los e fazer os melhores cortes na hora. “Enquanto pego outros produtos, eles vão limpando e cortando do jeito que eu qui-ser”, comprova a dona de casa Lúcia Pavão. “É tudo sempre fresquinho”, completa.Na banca você pode encontrar peixes como bagre, tilápia, ba-calhau, atum, truta e robalo, além de outros frutos do mar: vongoli, lula, camarão e lagosta.

Ervas e temperos na feira de flores

Mais de 100 espécies de mudas de ervas e temperos são cul-tivadas no sítio da produtora Fujino, em Arujá, interior de São Paulo. “As pessoas querem sempre vender o que é comum. Aqui tem de tudo. Nossos clien-tes são fiéis por saberem que oferecemos essa diversidade”, explica Karen que, além de vendedora, é responsável pela atuação da empresa na Ceasa, junto com o marido, filho dos fundadores. Entre os temperos mais popu-lares e com maior saída estão o alecrim, manjericão, salsa, ce-bolinha, orégano e tomilho.

DiBaraldi ofereceflores permanentes

Há 25 anos, Domingos Baraldi é permissionário na feira de flores da Ceagesp. Sua empresa, DiBa-raldi Ornamental Floral Desing, comercializa flores permanen-tes. Atualmente, é a única do seg-mento no local. “Antigamente as chamavam de flores artificiais, mas com a evolução na produção hoje elas se assemelham muito mais com as naturais, conquis-tando essa designação”, elucida Domingos.O catálogo da empresa contabi-liza quase dois mil produtos. São réplicas de amarílis, orquídeas, vitória régia, bromélias, frutas, árvores e muito mais.

Gramado tem FLV mini e baby

Atenta as mudanças nos há-bitos de consumo dos brasi-leiros, a atacadista Gramado, que atua no setor alimentício desde 1993, oferece produtos diferenciados e inovadores. O extenso catálogode frutas, le-gumes e verduras tem garantia de qualidade, sabor e maior du-rabilidade.A seção de hortifrutis gourmet contribui no toque final da alta gastronomia. As versões baby ou mini de produtos frescos como folha de beterraba, alface, agrião, abóbora, abobrinha, to-mate e até mesmo mini pitaya, fazem a diferença nos pratos sofisticados.

Frutiminas e as uvas chilenas

A Frutiminas iniciou suas ativi-dades no Terminal Entreposto de São Paulo na década de 90. Hoje, a empresa familiar está entre as maiores importadoras de frutas no País, com produtos vindos do Chile, Estados Uni-dos, Portugal, Espanha, Itália e Argentina.A uva de mesa – Thompson, Crimson e Red Globe – é o carro chefe da atacadista. De acordo com o vendedor Dário Henrique, a especialização da importadora no comércio de uvas chilenas foi uma caixa de surpresas. “Nós começamos a fazer e deu certo”, conta.

Empresa inova com frutas para presente

A arrojada Love Fruits, loja vir-tual em atividade há seis me-ses, comercializa frutas para presente na Grande São Paulo. O principal parceiro da Love Fruits é o grupo NK, há mais de 20 anos atuando no setor de hortifruti.De acordo com Lisa Aoki, que acompanha o projeto desde o início, os produtos da linha Mimo têm sido os mais comer-cializados. Com preços atraen-tes, que variam entre R$ 31,49 e R$ 122,39, os acessórios ex-pressam o conceito essencial da marca: despertar os cinco sentidos. Os presentes são des-tinados para variadas ocasiões, como aniversário, maternida-de, desculpas, amizade e ne-tworking.

Samar incentiva produção em MG

A Samar comercializa todos os tipos de alho disponíveis no Brasil, mas o seu forte é o alho roxo nacional, variedade mais apreciada. “95% dos nos-sos produtos vêm da região de São Gotardo, em Minas Gerais, que fornece o melhor alho do país”, explica o permissionário enfatizando o recebimento de mercadoria dos 25 produtores da região. “Somos os únicos do mercado a trabalhar com to-dos os melhores produtores de alho”, comemora.O entusiasmo do permissio-nário tem fundamento. São Gotardo produz um bulbo de excelente qualidade, coloração e sabor.

Fórum sobre tomates de mesa

Entre os dias 8 e 9 de abril, a ci-dade de Piracicaba, no interior de São Paulo, será palco para a 5ª edição do Seminário Nacional de Tomate de Mesa. O evento especializado acontecerá no Teatro da UNIMEP e reunirá fóruns voltados para todos os elos dessa cadeia produtiva, tratando avanços tecnológicos, tendências e desafios da cultura do tomate de mesa.Além de trazer especialista de países como Estados Unidos, Canadá e Chile, que possuem alta tecnologia no segmento, o “Minicurso sobre tecnologia da produção de tomate em ambien-te protegido” foi agregado à pro-gramação e será ministrado por profissionais ligados a EACEA.

Descask evolui em manuseio

Referência quando se trata de laranja, a atacadista Descask está baseada na Ceagesp des-de 2004. Também produtora, a empresa conta com plantações localizadas nas cidades de Al-tinópolis e Franca - ambas no interior do estado de São Paulo - que somam cerca de 500 mil pés produzindo. A maior parte deles já possui contrato esta-belecido, ou seja, é destinado à indústria.A Descask conseguiu cumprir a exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, que estabelece normas para a utilização de caixas descartá-veis e retornáveis na comercia-lização de produtos hortifrutí-colas “in natura”.

PESCADO

FRUTAS BATATA NOTÍCIAS FRUTASFRUTAS

DIVERSOS FLORES LEGUMES FRUTAS

www.jornalentreposto.com.br

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Agrícolamarço de 2014 17Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO Cá entre nós

Principais Sapindaceas comercializadas na CeagespIlustração: Bertoldo Borges FilhoCentro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Lá vem o outunoPor Manelão

Março! Muito calor. O cor-po necessita de chuchu, suco de frutas a vontade, bastante sombra e água de coco fresca. No dia 09 realizamos o Sarau Cultural Nossa Turma. A Lau-ra, gerente da Ciesp – Oeste, na companhia do poeta José Daniel, homenagearam todas as mulheres e declamaram poemas de Cecília Meireles, Clarice Lispector e Lygia Fa-gundes Telles. A parte musi-cal ficou com o cantor de rock country Luigi, que empolgou a todos ao interpretar Raul Seixas, Cazuza, Elvis Presley e Renato Russo, além de mos-trar a balada country que ele está terminando de compor e vai cantá-la em primeira mão na próxima Queima do Alho. A Iguape, para o bingo, mandou uma geladeira, o Alemão da AJM Sacolão, uma lavadoura, a Nata Frutas, um tablet e a Frugal, uma cafeteira elétrica. O SESI Leopoldina enviou uma camisa autografada por todo

o time masculino de vôlei. O Santos Futebol Clube nos deu a camisa oficial autografada pelo craque Arouca e todo o plantel santista. O prêmio de mil reais foi ofertado pela Co-mercial Campo Vitória. Foi um sucesso!

Na quinta feira, dia 13, após o almoço, as crianças estavam na hora do soninho quando fomos alertados por gritos de que havia incêndio na comu-nidade. Avisamos a segurança que comunicou a gerência, as nossas educadoras acordaram a garotada e os convidaram para realizar uma atividade externa e, assim, todos saíram da escolinha e foram levados para um local seguro.

Os caminhões pipas da companhia chegaram. A briga-da de incêndio foi comandada pelo gerente Edson Inácio e os funcionários da Seção da Medicina do Trabalho ligaram as mangueiras nos hidrantes, escalaram o muro e a grade de proteção e todo o pavilhão próximo da escolinha ajudou

a segurar a mangueira e con-trolar o fogo até a chegada dos bombeiros. Após uma batalha intensa, as chamas foram de-beladas. A comunidade agra-dece a solidariedade de todos. Houve perda material. Mais de

60 famílias ficaram sem lar. Mas não houve feridos.

No domingo, dia 16, foi a primeira etapa do Circuito Queima do Alho e a vencedo-ra foi a nossa querida Comiti-va Capiau que vai disputar no

Barretão em agosto. E no dia 18 de maio, na Arena da Cea-gesp, você vai poder saborear a comida tropeira: 40 comi-tivas confirmaram presença na Queima do Alho da Nossa Turma.

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18 JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomarço de 2014Ceasas do Brasil

ECONOMIA

Uva Niágara

40,1%

Tomate

67,4%

Alface Crespa

118,5%

Ovos Vermelhos

22,7%

Robalo

-17,7%

Em fevereiro, o Índice Ce-agesp de preços de frutas, le-gumes, verduras e pescados registrou alta de 9,07%. Nestes primeiros dois meses de 2014, o indicador acumula elevação de 7,87%. Nos últimos 12 me-ses a elevação foi de 8,77%.

Do lado da oferta, a estia-gem e as altas temperaturas prejudicaram a produção de hortaliças, notadamente as mais sensíveis. Com a demanda aquecida em razão principal-mente da busca por alimentos mais leves e saudáveis, houve elevação acentuada de preços nos setores de legumes e ver-duras. O setor de pescados foi o único que registrou queda dos preços praticados em fevereiro, O setor de frutas subiu 1,67%. Principais altas: uva niagara (40,1%), melancia (32,1%), manga Tommy (30,7%), melão amarelo (26,2%) e abacaxi ha-vaí (17,2%). Principais quedas: Figo (-22,8%), pêra estran-

Índice de preços da Ceagesp sobe 9,07% em fevereiroAltas excessivas nos preços dos legumes e verduras impulsionaram a elevação do indicador. Estiagem e altas temperaturas prejudicaram a produção de hortaliças

geira williams (-21,6%), jaca (-19,6%), abacate (-13,9%) e limão (-10,1%).

O setor de legumes regis-trou elevação de 33,89%. Prin-cipais altas: tomate (67,4%), vagem (67,1%), pimentão ver-de (60,2%), abobrinha italia-na (49,2%) e chuchu (46,3%). Principais quedas: abóbora seca (8,5%), batata doce rosada (7%), maxixe (6,5%) e pimen-tão amarelo (-6,7%).

O setor de verduras apre-sentou alta de 58,20%. Princi-pais altas: coentro (125,6%), alface crespa (118,5%), al-face lisa (107,4%), repolho (105,2%), agrião (73%), esca-rola (60,6%) e Rúcula (50,7%). Não houve produtos que regis-traram queda de preços no se-tor de verduras em fevereiro.

O setor de diversos subiu 6,63%. Principais altas: ovos vermelhos (22,7%), ovos bran-cos (21,3%), coco seco (9,6%), cebola nacional (5,8%), batata

lisa (2,7%). Principais quedas: amendoim (-6,2%), milho pi-poca (-2,4%) e batata comum (-1,1%).

O setor de pescados caiu 4,62%. Principais baixas: atum (-34,1%), cavalinha (-32,7%), tainha (-28,7%), lula congela-da (-19,1%) e robalo (-17,7%). Principais altas: cação congela-do (23,4%), polvo (5,6%) e sar-dinha congelada (4,5%).

TendênciaAs elevações acentuadas de

preços, ao que tudo indica, não deverão se repetir em março. Em patamares elevados, os pre-ços de legumes e verduras de-verão perder fôlego e registrar ligeira queda durante o mês de março. Nesta faixa elevada de preços, muitos consumidores diminuem o volume de com-pras ou, simplesmente, deixam

de consumir, fazendo com que os preços não se sustentem em patamares tão elevados.

As condições climáticas, com temperaturas mais amenas também deverão ser mais fa-voráveis à produção. Há que se atentar, no entanto, ao volume de chuvas que pode, caso ocorra em níveis elevados, novamente prejudicar a oferta e a qualidade das hortaliças.

PAULO FERNANDO

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março de 2014 19Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO Ceasas do Brasil

Por Ciro Cavalcante

Uma gestão de continuidade ao trabalho desenvolvido nos úl-timos três anos, que teve como principal foco a criação de condi-ções adequadas para o bom fun-cionamento do mercado. Tudo isso visando manter um ambien-te onde produtores, comerciantes e consumidores bem interajam, em um processo que equilibra o desenvolvimento econômico com responsabilidade social e am-biental. Esses são os objetivos - e desafios - do novo presidente das Centrais de Abastecimento do Es-tado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ), engenheiro Sérgio Marcolini.

Entre suas metas, Marcoli-ni destaca o apoio à agricultura familiar e a ampliação do Banco de Alimentos, prosseguindo com o projeto iniciado pelo advogado Leonardo Brandão, à frente da Ceasa nos últimos três anos, pe-ríodo em que a Central registrou o crescimento mais expressivo de todos os seus 40 anos. Segunda maior unidade de abastecimento

A Centrais de Abastecimen-to de Campinas (Ceasa) abriuno dia 27 de fevereiro, as inscri-ções de concurso público para o preenchimento de 36 vagas. Os cargos são para todos os níveis de escolaridade e os salários variam entre R$ 1.314,83 e R$ 4.023,96, mais benefícios como transporte, vale refeição e ali-mentação, assistência médica e odontológica.

A seleção será realizada para trabalho e formação de ca-dastro reserva. São 5 vagas pre-vistas para operador de carga, 4 para motorista de caminhão, 3 de assistente administrativo I, 4 para técnico de mercado I, 2 para técnico de mercado II, 4 de analista contábil, 4 nutricionis-tas e 2 técnicos em nutrição. Há ainda 1 vaga para cada um dos seguintes cargos: almoxarife, conferente, técnico em edifica-ções, auxiliar de departamento pessoal, advogado, analista fis-

cal, analista de custos e orça-mento e engenheiro agrônomo. Para as pessoas com deficiência é assegurado o percentual de 5% das vagas existentes.

Os interessados podem se inscrever até o dia 6 de abril exclusivamente pela internet pelo endereço eletrônico www.shdias.com.br, da empresa res-ponsável pela realização das provas. No site da SH Dias e da Ceasa (www.ceasacampinas.com.br) também está disponível o edital completo do concurso.

A taxa de inscrição varia de R$ 33 a R$ 90, de acordo com o nível de escolaridade exigido para o cargo. A realização das provas está prevista para o dia 27 de abril. O concurso público foi publicado na edição desta quarta-feira, 26 de fevereiro, do Diário Oficial do Município - www.campinas.sp.gov.br/dia-rio-oficial e no Jornal Folha de São Paulo.

Ceasa-RJ tem novo presidente

da América Latina, a Ceasa-RJ é agora referência até internacional no ramo.

“É notável o avanço da Ceasa nesses três anos, com progres-sos no campo operacional e no institucional. Um exemplo é a se-gurança jurídica proporcionada pela regularização dos contratos de ocupação, marco na história da Central, atrelada ao apoio per-manente ao produtor rural e ao programa de segurança alimen-tar. E seguimos com os trabalhos

pautados pela transparência, dedicação e criatividade do se-cretário Felipe Peixoto, à frente da Secretaria de Estado de De-senvolvimento Regional, Abaste-cimento e Pesca, a Sedrap. Criada há exatos três anos, a Secretaria absorveu a Ceasa, que não para de dar ótimos frutos - disse Mar-colini. Agora, além de presidir a Ceasa-RJ, Marcolini responde pela presidência da Companhia Central de Armazéns e Silos do Rio de Janeiro, a Caserj.

Ceasa Campinas abre inscrições de concurso público

ABASTECIMENTO

A Ceasa/RS entregou oficial-mente, no dia 18, as obras de revitalização e modernização do complexo, nas quais foram inves-tidos recursos superiores a R$ 8 milhões, provenientes do Te-souro do Estado, outros R$ 300 mil com recursos do Fundo de Investimento da central, além de aporte financeiro obtido junto ao BNDES (Banco Nacional de De-senvolvimento Social).

O ato contou com a presença do governador do Estado, Tarso Genro, e o secretário de Desenvol-vimento Rural, Pesca e Cooperati-vismo, que na ocasião também prestarão homenagens a 75 mu-

Ceasa/RS comemora quatro décadas de abastecimentolheres e homens, a maioria oriun-dos da Feira da Praia de Belas e que foram transferidos, no final de 1973, para o novo entreposto comercial na zona norte da Capi-tal, e ao longo dessas quatro dé-cadas contribuíram com o forta-lecimento da central, tornando-a reconhecidamente como a Cidade do Abastecimento. Atualmente, a Ceasa tem cadastrados mais de dois mil produtores gaúchos de hortigranjeiros e 300 atacadistas.

A iniciativa integra as come-morações de 40 anos de inau-guração do complexo, por onde passam 35% do total de horti-granjeiros consumidos no Rio

Grande do Sul. “No ano interna-cional da agricultura, a Ceasa re-conhece institucionalmente o tra-balho realizado, ao longo desses 40 anos, dos permissionários que são o elo entre os produtos da ter-ra e a mesa dos gaúchos, ofertan-do qualidade alimentar”, afirma o presidente da Ceasa, Paulino Donatti. A inauguração oficial da Ceasa/RS ocorreu no dia 08 de março de 1974.

Revitalização e ModernizaçãoEntre as obras de revitaliza-

ção e modernização está o maior pavilhão do Estado de comercia-lização de hortigranjeiros dos

produtores gaúchos, com 32 mil metros quadrados, que passou por uma restauração completa. Além do bloco do GNP (Galpão Não Permanente), foram recu-peradas as coberturas de mais quatro pavilhões e do pórtico da entrada do complexo. Na área da segurança, visando coibir arrom-bamentos, furtos e roubos no in-terior do complexo, foi instalado um novo gradil de pré-concreto armado vazado junto à divisa oes-te, substituindo à antiga cerca de ferro, que apresentava corrosão em vários pontos. Além da ferru-gem no gradil de ferro, a iniciativa se fez necessária devido à imple-

mentação do projeto Anchieta, para a urbanização da área, com a criação de lotes e ruas nas ime-diações da empresa.

Como as cotas de nível dos lo-tes e arruamento estavam acima da cota de nível da Ceasa, com a urbanização do local e liberação da circulação de veículos na rua que corre paralelo à cerca, a segu-rança no local poderia ficar muito fragilizada. O custo total da obra foi R$ 294.849,87. Também fo-ram instaladas mais câmaras de videomonitoramento, bem como houve um aumento no efetivo de segurança privada, tanto no tur-no do dia quanto da noite.

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20 JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomarço de 2014