jornal entreposto | agosto de 2011

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Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 12 - N o 135 | agosto de 2011 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento Um jornal a serviço do agronegócio Abrinq e Nossa Turma selam parceria Índice Ceagesp fecha julho com alta de 0,87% Redução de IPI de caminhões é ampliada |Cá entre nós | pág. 23 | Ceasas Brasil | pág. 26 |Transporte| pág. 28 Frutas Geral Legumes Verduras Diversos Pescado -4,47% 0,87% -2,29% -7,60% -2,98% -1,96% Alta Alta Baixa Baixa Baixa Baixa Índice Ceagesp - Julho 2011 pág. 16 pág. 14 pág. 10 págs. 6 e 8 pág. 20 pág. 21 Brasileiros consomem mais frutas e menos hortaliças Alimentação e saúde pública no Brasil: Variedades de repolhos Reduzir gases do efeito estufa é o novo objetivo do setor agropecuário Programa de governança climática da CNA avança nas discussões sobre o tema e sinaliza desafios e oportunidades para o agronegócio brasileiro crescer e preservar os recursos naturais ao longo dos próximos anos. Crédito rural tem novas regras O novo percentual passou de 7% para 10% no caso dos recursos voltados ao Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), e de 11% para 20%, nos valores destinados a cooperativas. Frutas e hortaliças frescas na Bolsa Eletrônica de Compras de SP pág. 4 Permissionários reivindicam revitalização das Ceasas espaço para o marketing nutricional de FLV

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Um jornal a serviço do agronegócio

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Page 1: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 12 - No 135 | agosto de 2011 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Associação Brasileira dasCentrais de Abastecimento

Um jornal a serviço do agronegócio

Abrinq e Nossa Turma selam parceria

Índice Ceagesp fecha julho com alta de 0,87%

Redução de IPI de caminhões é ampliada

|Cá entre nós | pág. 23

| Ceasas Brasil | pág. 26

|Transporte| pág. 28

FrutasGeral Legumes Verduras Diversos Pescado-4,47%0,87% -2,29% -7,60% -2,98% -1,96%AltaAlta Baixa Baixa Baixa Baixa

Índice Ceagesp - Julho 2011

pág. 16 pág. 14

pág. 10

págs. 6 e 8

pág. 20

pág. 21

Brasileiros consomem mais frutas e menos hortaliças

Alimentação e saúde pública no Brasil:

Variedades de repolhos

Reduzir gases do efeito estufa é o novo objetivo do setor agropecuárioPrograma de governança climática da CNA avança nas discussões sobre o tema e sinaliza desafios e oportunidades para o agronegócio brasileiro crescer e preservar os recursos naturais ao longo dos próximos anos.

Crédito rural tem novas regrasO novo percentual passou de 7% para 10% no caso dos recursos voltados ao Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), e de 11% para 20%, nos valores destinados a cooperativas.

Frutas e hortaliças frescas na Bolsa Eletrônica de Compras de SP

pág. 4

Permissionários reivindicam revitalização das Ceasas

espaço para o marketing nutricional de FLV

Page 2: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201102 Editorial

É hora de amadurecerAs pessoas passam muito

tempo investindo seus recur-sos e esforços na solução de problemas enquanto deveriam estar fazendo isto para as opor-tunidades.

As oportunidades não são milagres, apesar que os mila-gres acontecem às vezes, mas é preciso trabalhar tremenda-mente para que aconteçam, como disse Peter Drucker, pai do marketing.

Nesta edição, o Jornal Entreposto aproveita para comemorar o lançamento da 4ª edição do Anuário Entreposto, uma importante ferramenta de marketing para empresas e pessoas do negócio de horti-frutícolas.

O óbvio e a simplicidade fazem deste guia uma grande

ideia para o mercado em de-senvolvimento, que busca sua maturação por meio da troca de informações.

E por falar em informação, 28 de julho foi o Dia do Agricul-tor. Ele já foi chamado pelos mais variados termos: cam-ponês, lavrador, agricultor de subistência, pequeno produtor, agricultor familiar. Hoje faz parte de uma nova situação, onde este trabalhador é con-siderado um empreendedor de negócios, fundamental para economia e desenvolvimento do país.

A CATI - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, Secretaria de Agricultura e Abastecimento, do Governo do Estado de São Paulo, realizou um evento comemorar este dia e o Jornal Esntreposto esteve

lá para fazer uma cobertura fotográfica. Veja as imagens no caderno de agricultura.

As mudanças climáticas foram tema de reunião na sede da CNA, em Brasília. Algumas das propostas discutidas por especialistas poderão ser in-corporadas ao Programa de Governança Climática para uma Agricultura de Baixo Car-bono (PABC), lançado pela CNA em junho. O objetivo do pro-grama é apresentar as contri-buições do setor agropecuário para a redução da emissão de carbono, ajudando a mitigar os efeitos negativos do aumento da temperatura sobre a ativi-dade rural.

Vamos dividir o conheci-mento sobre estes temas e mui-to outros com você. Tenham uma boa Leitura!

Page 3: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio março de 2011 03EditorialJORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 03

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Page 4: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201104 Abastecimento

Palestra proferida pelo de-putado federal Junji Abe (DEM/SP), à convite do Sincaesp, con-tou com a participação de um grande número de permissioná-rios e visitantes, que lotaram o auditório do sindicato na manhã do último dia 11 de agosto para ouvir o parlamentar discorrer sobre diversos temas, como “Ce-asa - Distribuição de Hortifru-tis”, “Novo Código Florestal” e “Discussão da Frente Parlamen-tar Pró-Horti”.

O grande número de parti-cipantes tem explicação no fato de que o deputado sempre foi um tradicional aliado do setor de produção e distribuição de hortigranjeiros, podendo-se até mesmo afirmar que, no uni-verso da política, ele é o único representante paulista nas úl-timas décadas a se posicionar sistematicamente a favor dos anseios de produtores e ataca-distas da Ceagesp, desde os tem-pos em que atuou como deputa-do estadual, na década de 90.

Na palestra, Abe, que tam-bém foi prefeito de Mogi das Cruzes por duas vezes, destacou a sua origem imigrante, de pais vindos do Japão, e o estreito vín-culo da família com a produção

“Revitalização das Ceasas só virá com união dos permissionários”

agrícola, atividade na qual che-gou a se constituir na principal produtora nacional de alguns produtos, como a batata-doce. Apesar da militância na política, Abe nunca deixou o setor pro-dutivo e ainda hoje permanece atuante como cultivador de or-quídeas.

Por conta da ligação com a produção de hortaliças, o Abe acompanhou a implantação e o crescimento da Ceagesp, des-de o seu início, nos anos 60. Na época, segundo ele, diante das dificuldades que os produtores enfrentavam para comercializar seus produtos na região central da cidade de São Paulo, o surgi-mento do entreposto no Jaguaré representou um grande avanço.

Ele destaca que o novo mer-cado podia ser comparado, em termos de modernidade, a um verdadeiro cadillac, veículo que na ocasião era considerado o principal símbolo de status e so-fisticação entre os produtos da indústria em geral.

No entanto, olhando hoje para o mercado, a impressão que se tem, conforme o depu-tado, é que a lataria do cadillac foi severamente corroída pela ferrugem, a pintura desbotou e os pneus ficaram carecas. E todos os demais itens também deixam claro que a manutenção do “veículo” ficou muito aquém do desejável e que ele está fi-

cando sem condições de uso, em grande parte por conta da negli-gência dos seus proprietários, inclusive os próprios permissio-nários.

O sucateamento do entre-posto paulistano deixa evidente que os permissionários nunca souberam entender a importân-cia de se unirem na escolha de representantes que pudessem defender seus interesses e tra-balhar pelo aperfeiçoamento do mercado nas esferas políticas. Quer queiramos ou não, desde o retorno da normalidade de-mocrática é nessas esferas que são decididos os destinos das empresas públicas, com a es-colha de seus dirigentes entre esta ou aquela facção político-partidária.

Se os permissionários não

Neno SilveiraDe São Paulo

se mobilizam para interferir nessas escolhas e se essas es-colhas recaem sobre dirigentes despreparados e sem qualquer compromisso com o processo de abastecimento e com o avan-ço e a modernização do merca-do, eles não têm nem como re-clamar por atitudes que possam violar direitos que possuam sobre seus locais de trabalho, pelo tratamento desrespeitoso que recebem e pela deteriora-ção constante das condições de comercialização. Deterioração essa que, por sua vez, reforça a argumentação daqueles que são contrários à permanência do mercado no seu local atual.

Nas intervenções da plateia, foi lembrada por permissioná-rios presentes a atitude lamen-tável de colegas seus em relação

à manutenção dos seus boxes e das áreas comuns do mercado, notadamente no que se refere às condições de limpeza e apre-sentação. Segundo os presentes, posturas como essa trazem des-crédito para o mercado e justifi-cam as fiscalizações e autuações que vêm sendo impostas pela Covisa (Coordenadoria de Vigi-lância Sanitária), da prefeitura.

Na sua palestra, Junji Abe abordou ainda a votação do novo Código Florestal, desta-cando que o texto aprovado na Câmara atendeu às recomen-dações das lideranças ligadas à produção agrícola, restando esperar pela votação no Senado. Ele considera imprescindível destacar o reconhecimento, no texto aprovado, do direito de produtores que cultivam, há dé-cadas, em APP’s (Áreas de Pre-servação Permanente), assim como em encostas de morro, e a manutenção das demais áreas como invioláveis.

Outra medida que ele consi-derou vital para a sobrevivên-cia dos pequenos produtores é a que permite a soma de APP’s no cálculo da reserva legal, des-de que a área esteja conservada e que isso não implique mais desmatamentos. Como produ-zem em espaços modestos, se os pequenos produtores tiverem de manter invioláveis as APP’s e mais a reserva legal, prati-camente não sobraria terreno para cultivo.

O deputado revelou ainda que passou a compor recente-mente a Frente Parlamentar em Defesa as Centrais de Abasteci-mento, lançada em julho na Câ-mara Federal, sob coordenação do deputado mineiro Leonar-do Quintão (PMDB-MG). Disse também que convidou o colega mineiro para reapresentarem projeto do ex-deputado Silas Brasileiro, que institui o Plano Nacional de Abastecimento de Hortigranjeiros, que prevê a recuperação das Ceasas e a al-teração do regime jurídico das mesmas.

Nesse ponto, foi lembrado pelo presidente do Sincaesp, José Robson Coringa, que o re-ferido projeto teve origem na própria Brastece, entidade que congrega os sindicatos e asso-ciações de permissionários das Ceasas brasileiras, tendo recebi-do posteriormente a adesão da Abracen (Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento).

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 05

Com dados atualizados e conteúdo renovado, Anuário Entreposto chega à sua 4ª edição

Comprar na Ceagesp ficou cada vez mais fácil com a utili-zação do Anuário

Entreposto. O guia que está em sua 4ª edição traz infor-mações técnicas detalhadas para uma boa compra e da-dos atualizados de todos os permissionários dos entre-postos de abastecimento do estado de São Paulo.

O objetivo da publicação é promover o comércio de produtos in natura através da consulta rápida e efi-ciente, com separação por Ceasas de cada cidade. As publicidades de permissio-nários valorizam o guia e facilitam a escolha por em-presas.

Desde que foi criado, o Anuário Entreposto conti-nua em crescente aceitação por parte de permissioná-rios, transportadores, su-permercadistas, feirantes, produtores e empresas que utilizam o entreposto para realizarem seus negócios.

Hoje considerado fer-ramenta indispensável no mercado atacadista de hor-tifurtícolas, o Anuário En-treposto caminha para um futuro ainda melhor, onde irá agregar tecnologia digi-tal ao produto editorial.

O site www.anuario-entreposto.com.br deverá conter versão online do guia, disponibilizando uma busca rápida de referência de produtos para todas Ce-asas do estado de São Paulo.

Já está aberta a oportu-nidade para participar da edição número 5 do Anuá-rio Entreposto para 2012.

Para mais informações ligue no departamento co-mercial do Jornal Entrepos-to (11) 3831.4875

JORNAL ENTREPOSTOA maior mídia dirigida ao

mercado de produtos hor-tifrutícolas do país

Considerado o melhor instrumento de consulta de produtos hortifrutícolas do estado de São Paulo, o guia traz novidades para leitores e compradores de produtos in natura

Page 6: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201106 Meio Ambiente

A Confederação da Agri-cultura e Pecuária do Brasil está promovendo uma série de encontros com especialistas em mudanças climáticas para colher sugestões e propostas pertinentes à consolidação do PABC (Programa de Governan-ça Climática para uma Agrope-cuária de Baixo Carbono).

Por meio desse plano lança-do em junho, a CNA pretende apresentar as contribuições do setor para a redução de emis-sões de poluentes agravantes do aquecimento global, ajudan-do a mitigar os efeitos negati-vos do aumento da temperatu-ra sobre a atividade rural.

Um dos convidados para falar no primeiro encontro, rea-lizado no início do mês em Bra-sília, foi o professor Luiz Gylvan Meira Filho, do IEA/USP (Ins-tituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo), que questionou a atual métrica utilizada para equivaler o me-tano ao dióxido de carbono.

“A conversão do metano em CO2 pelo GWP [sigla em in-glês para “potencial de aqueci-mento global”] superestima as emissões da pecuária”, disse, alertando que países que com-petem com o Brasil no mercado internacional podem utilizar como pretexto o volume de emissões de gases para defen-der interesses comerciais.

Para que o segmento não corra o risco de sofrer mais barreiras não-tarifárias e man-tenha sua competitividade, o especialista recomendou ao se-tor agropecuário continuar fa-zendo sua parte com a adoção de práticas que reduzam emis-sões de poluentes que interfe-rem no clima do planeta e ter papel protagonista no debate sobre o tema.

“A tendência é de que a OMC (Organização Mundial de Co-

mércio) seja a grande arena para estas questões, caso ou-tros países utilizem as emis-sões como desculpas para im-por entraves não-alfandegários ao Brasil”, enfatizou.

Impactos regionais

As mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global aprofundarão as desi-gualdades regionais e de renda no Brasil. Na região Nordeste, vai chover menos; no Sul, as chuvas serão mais intensas e as geadas diminuirão, enquanto no Centro-Oeste o clima ficará mais quente.

Essas foram as principais conclusões do estudo “Econo-mia da Mudança do Clima no Brasil: Custos e Oportunida-des”, apresentado por Carolina Dubeux, do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Am-biente e Mudanças Climáticas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que também coordenou o levantamento.

A pesquisa projeta um cená-rio otimista e outro pessimista para a realidade da economia brasileira deste século.

“Quando se constroem ce-nários, é possível imaginar qual o caminho a humanidade vai seguir e, dessa forma, me-dir os impactos dessa escolha”, explicou a pesquisadora, que também integra o Painel Inter-governamental de Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês).

Apesar dos problemas cli-máticos associados ao aqueci-mento global serem de longo prazo, o levantamento adotou o ano de 2050 como marco para o aumento da percepção dos efeitos das mudanças climáti-cas em curso.

De acordo com o estudo, a agricultura será uma das ati-vidades econômicas que mais

sofrerão mudanças com as con-sequências do aumento da tem-peratura.

Segundo a especialista, a área propícia para o plantio de soja, em 2050, será 34% menor e as perdas anuais com

Mudanças do clima pautam discussões na CNAEntidade organiza e desenvolve ações para fomentar o emprego de tecnologias mitigadoras das emissões de carbono no campo

área plantada de milho.Com exceção da cana-de-

açúcar, que deverá ter um au-mento da área cultivada de até 147%, todas as outras culturas poderão sofrer redução de área até a metade deste século. “A produtividade cairia principal-mente nas culturas de subsis-tência do Nordeste”, disse.

Na região, diz o estudo, as chuvas tenderiam a diminuir 22,5 mm por dia até 2100, causando perdas agrícolas em todos os seus estados. O défi-cit hídrico reduziria em 25% a capacidade de criação de bovi-nos de corte e, assim, pode pro-vocar um retrocesso à pecuária de baixo rendimento.

Oportunidades

O levantamento também apontou medidas que ajudarão a mitigar os efeitos do aqueci-mento global. Entre elas, a taxa-ção do preço médio da tonela-da do carbono na Amazônia em US$ 3, ou US$ 450 por hectare.

“Precisamos oferecer meca-nismos para estimular os pro-dutores rurais a deixarem as árvores em pé, e a melhor ma-neira de se fazer isso é remune-rá-los”, defendeu Dubeux.

A substituição dos combus-tíveis fósseis também é apon-tada no estudo como uma for-ma para mitigar o impacto das emissões de gases do efeito es-tufa. O uso de biocombustíveis poderia evitar emissões de 92 milhões a 203 milhões de to-neladas de gás carbônico pelo Brasil até 2035.

O crescimento da área plan-tada de 17,8 milhões a 19 mi-lhões de hectares não causaria substituição de áreas destina-das às culturas de subsistência em nenhuma região, nem pres-sionaria o desmatamento da Amazônia, enfatiza o estudo.

Segundo o professor Gylvan Meira Filho, pecuária não é vilã das emissões de CO2

Carolina Dubeux defende estímulos para produtores rurais manterem árvores em pé

essa redução são estimadas em R$ 6,8 bilhões. O milho é outro produto que será fortemente atingido, revela o estudo. Estão previstas perdas de até R$ 1,5 bilhão por ano até 2050, por causa da retração de 15% da

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Integração entre lavoura, pecuária e floresta é uma das apostas do setor contra o aquecimento global

FOTOS: PAULO FERNANDO

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 07

Page 8: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201108 Entrevista

A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Bra-sil) entrou de vez na luta contra o aquecimento global. A entida-de que representa o pujante se-tor da economia nacional lançou um plano de mitigação dos efei-tos adversos provocados pelas emissões de dióxido de carbo-no, metano e outros gases que, segundo os relatórios do IPCC (sigla em inglês do Painel Inter-governamental sobre Mudanças Climáticas), interferem no clima e elevam a temperatura média do planeta.

Elaborado pelo especialista em direito ambiental e em eco-nomia verde Flávio Menezes, o PABC (Programa de Governança Climática para uma Agropecuá-ria de Baixo Carbono) se iniciará com a realização de um diagnós-tico que pretende avaliar a real participação do setor nas emis-sões desses poluentes.

“Esta etapa inicial servirá de suporte para as fases seguintes, que incluirão a discussão sobre as ações – o que já estamos fa-zendo – e a adoção de tecnolo-gias menos intensivas em carbo-no”, diz.

Durante entrevista ao JE, o advogado paulistano também informou que estão previstas no programa a criação de um fundo de pesquisa e desenvol-vimento e a busca de parcerias para financiar os projetos junto a instituições como o BID (Ban-co Interamericano de Desenvol-vimento) e o Bird (Banco Inter-nacional para Reconstrução e Desenvolvimento).

Outra iniciativa do PABC será a instalação do Observató-rio Tecnológico do Clima, ins-tituição que irá centralizar in-formações sobre transferência de tecnologias. “Hoje, o grande desafio do agronegócio é asse-gurar a produção de alimento barato, em áreas menores e com alta produtividade, mas com um nível baixo de emissões. E é isso que esse programa se propõe a fazer”, resume.

Jornal Entreposto – Por que a CNA lançou um plano de gover-nança climática?Flávio Menezes – Em conformi-dade com a Convenção do Clima e o Protocolo de Quioto, o Brasil tem uma Política Nacional de Mudança Climática. A partir de

seus inventários de emissões, cada setor da economia tem de lançar o seu plano para reduzi-las. Essa regulamentação está a cargo da Casa Civil e, de todos os setores econômicos do país, o único que tem uma proposta – já elaborada pelo Ministério da Agricultura – é a agropecuária. A CNA está enxergando nisso uma grande oportunidade e, portan-to, decidiu fazer o que tinha de ser feito, ou seja, uma política de governança climática.

JE – Quem vai bancar as ações previstas?Menezes – Não adianta ter um plano setorial se não há dinhei-ro para financiar as transações. O governo brasileiro criou uma linha de financiamento especial a partir do Fundo Nacional de Mudanças Climáticas, por meio do BNDES [Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social]. O volume de recursos vai triplicar e, por isso, haverá muito dinheiro para isso. Em-bora ainda seja necessário trei-nar os agentes financeiros dos bancos repassadores, creio que as ações vão se dar numa veloci-dade maior do que imaginamos.

JE – Quais são as metas?Menezes – Precisamos enten-der que a mudança climática é um fato que vai impactar todos os setores da economia, espe-cialmente o agronegócio, que é tido como um grande vilão nessa questão, seja pelo desma-tamento ou pelo uso da terra. O setor discutiu muito pouco com relação ao inventário elabora-do e ao plano setorial, mas to-dos entendem que é importan-te participar dessa discussão, principalmente para saber se

as metas são factíveis. O setor terá uma meta agressiva de re-dução de 24% de suas emissões em relação aos níveis de 1990. Ao mesmo tempo em que não poderá mais desmatar, porque a meta de desmatamento é zero, o setor vai ter de aumentar a pro-dutividade. Em outubro, haverá sete bilhões de habitantes no planeta e, quando esse número chegar a nove bilhões, teremos de elevar a produção mundial de alimentos em pelo menos 40%. Nenhum país do mundo está tão preparado quanto o Brasil para fazer frente a essa demanda, ga-rantindo a segurança alimentar e a diminuição das emissões de gases do efeito estufa. Por isso, queremos transformar esse plano numa grande vantagem competitiva para o setor produ-tivo e agregar valor à produção nacional.

JE – O novo – e polêmico, por sinal – Código Florestal poderá fortalecer esse programa?Menezes – Bem ou mal, essa legislação resolverá a questão fundiária. Tirar os agricultores da informalidade ou o peso de cima daqueles que não tinham seus títulos regulamentados é uma grande vantagem para o país. Afinal de contas, não po-demos nos esquecer que 30% do nosso PIB [Produto Interno Bruto] vêm dessa atividade. Os pequenos e médios produtores têm uma participação impor-tante nessa história e, agora, também há uma movimenta-ção interessante em relação ao REDD [Redução das Emissões por Desmatamento e Degrada-ção Florestal].

JE – Mas por que o mecanismo de REDD ainda não emplacou no Brasil?Menezes – O REDD está empla-cando, sim. Há alguns projetos no Mato Grosso, há um impor-tante na Amazônia e vários ou-tros. Entretanto, do meu ponto de vista particular, o REDD não está funcionando do jeito que deveria funcionar porque todo mundo foi atrás do Fundo Ama-zônia, cuja metodologia é dife-rente.

JE – Voltando ao PABC, como vai funcionar o Observatório Tecno-lógico do Clima?Menezes – Tão logo conclua-mos a fase de diagnóstico do programa, a CNA criará esse centro para, entre outras fun-

ções, cuidar dos processos de mitigação, que englobam o tra-tamento de resíduos e efluentes, redução do consumo energético e outras ações que possam re-sultar num projeto gerador de créditos de carbono. A CNA pre-tende disponibilizar tecnologia e conhecimento, incentivar o pequeno produtor e fornecer assessoria técnica, porque tam-bém é objetivo do PABC criar e consolidar um mercado de ser-viços ambientais.

JE – Embora tenha transaciona-do mais de 140 bilhões de euros no ano passado, o mercado de créditos de carbono não está sob ameaça, já que ainda há muitas incertezas sobre os rumos de Quioto?Menezes – O mercado de car-bono não vai acabar só porque o Protocolo de Quioto não será renovado. A ONU [Organização das Nações Unidas] continuará emitindo CERs [Certificados de Emissões Reduzidas], que, nes-se novo cenário, só vão mudar de mãos. Não só a ONU, mas o Banco Mundial e outras institui-ções entrarão nesse mercado, e é aí que nós estamos enxerga-mos uma ótima oportunidade para a agropecuária brasileira, pois reter carbono nas proprie-dades rurais é um grande ne-gócio e pode ser realizado por meio da integração lavoura-pe-cuária-floresta, o que também resulta em inúmeros serviços ecossistêmicos passíveis de re-muneração.

JE – Para finalizar, qual será o papel da biotecnologia?Menezes – A CNA, por meio desse projeto, está fazendo uma coisa genial ao criar um fun-do de estímulo à produção de conhecimento. Hoje, nós só te-mos 180 bolsas de mestrado e doutorado na área de ciências agrárias, e isso é ridículo para um país como o Brasil. O que a entidade está tentando fazer é incentivar pesquisas em alguns setores que são essenciais para a agropecuária. Nesse sentido, os transgênicos são um grande apoiador dos programas de pro-dução de baixo carbono. Ainda que haja a incerteza quanto ao longo prazo, isso é uma questão prática, já que temos de aumen-tar a nossa produção em 40%. Vamos ter de dar um salto gran-de em termos de produtividade agrícola, e isso passa, sem dúvi-da, pelo uso da biotecnologia.

Rumo à agropecuária de baixo carbonoGarantir a segurança alimentar e a redução das emissões de gases do efeito estufa é o novo objetivo do setor responsável por 30% do PIB brasileiro

ECONOMIA VERDE

Desmatamento zero e redução

de emissões estão na agenda

do setor produtivo, afirma

Menezes

Paulo FernandoDe São Paulo

PAULO FERNANDO

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 09

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201110 Agronegócio

O Conselho Monetário Na-cional (CMN) aprovou no �inal de julho, o aumento do percen-tual dos depósitos bancários destinados ao crédito rural, a chamada subexigibilidade. O percentual passou de 7% para 10% no caso dos recursos vol-tados ao Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), e de 11% para 20%, nos valores destinados a cooperativas. Na prática, a me-dida representa uma mudan-ça na exigibilidade, isto é, dos 28% que os bancos são obri-gados a destinar para o crédito rural, a partir de agora, 10% se-rão direcionados ao Pronamp e 20% para as cooperativas.

No caso do crédito para o médio produtor, esse aumento representa uma ampliação dos recursos �inanciados a juros controlados. Com a decisão do CMN, 10% do valor obrigató-rio dos depósitos à vista serão repassados para essa �inalida-de. A medida não terá impacto negativo para os bancos que, na safra passada, já vinham aplicando um percentual maior que os 6% obrigatórios.

Para as cooperativas, antes da decisão, a subexigibildiade só atendia a duas modalidades de crédito: adiantamento e re-passe a cooperados. Com a re-solução do CMN, as restrições não valem mais e, na safra atual (2011/2012), os recursos po-derão ser aplicados em todas as modalidades de crédito previs-tas no capítulo 5 do Manual de Crédito Rural. O �inanciamento pode ser destinado a custeio, investimento ou comercializa-ção, bem como atividades pró-prias; suprimento de recursos para atendimento aos coope-rados; integralização de cotas-partes; antecipação de recursos

de taxa de retenção e repasse a cooperados.

Poupança Rural

No caso da Poupança Rural, a exigibilidade de aplicação em operações de crédito rural era de 68% dos recursos captados. Deste percentual, 40% pode-riam ser destinados a bene�i-ciários do setor agroindustrial. Com a nova regra, a intenção do Ministério da Agricultura é destinar, em etapas, o valor total dos recursos dessa exigi-bilidade exclusivamente a pro-dutores e cooperativas.

Assim, dos atuais 40%, o percentual irá diminuir a cada safra e passando a ser de 30% na safra 2011/2012, 20% na safra 2012/2013 e 10% na safra 2013/2014 até que a to-talidade desses recursos seja voltada às operações com pro-dutores rurais e suas coopera-tivas a partir de 1º de julho de 2014.

A exigibilidade é uma regra do governo que determina que um percentual mínimo dos de-pósitos bancários à vista e em Poupança Rural devem ser di-recionados ao crédito rural. A subexigibilidade é um percen-tual da exigibilidade que deve ser destinado a um programa especí�ico.

Criado na safra 2010/2011, o Pronamp dispõe de recursos para custeio e investimento aos médios produtores rurais. Até o ciclo agrícola atual, para aces-sar o crédito, o produtor preci-sava ter uma renda bruta anual de até R$ 500 mil. A partir da safra 2011/2012, o limite para enquadramento no programa aumentou para R$ 700 mil, fa-vorecendo um maior número de produtores.

Governo aprova mudanças para crédito rural

Para o médio produtor, novo aumento representa ampliação dos recursos fi nanciados a juros controlados

Laranja

Em junho passado, o CMN já havia instituído algumas mu-danças. Na parte de comerciali-zação, por exemplo, aumentou o limite de crédito da Linha Es-pecial de Crédito (LEC) passou de R$ 200 mil para R$ 650 mil, dependendo do produto, para R$ 1,3 milhão por produtor. Para as agroindústrias, o limite passou de R$ 30 milhões para R$ 40 milhões.

O setor de laranja, um dos destaques do Plano Agríco-la e Pecuário, terá condições especí�icas no �inanciamento da LEC, com limite de R$ 80 milhões para cooperativas e empresas de �inanciamento ou industrialização. A operações podem ser contratadas até 30 de setembro e devem ser pagas em até quatro parcelas, até fe-vereiro de 2013.

Page 11: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 11Agronegócio

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Um estudo elaborado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostrou que, desde 2008, os créditos concedidos por bancos estatais subiram acima de 30%, en-quanto as intuições �inanceiras privadas reduziram o ritmo de aumento dos �inanciamentos de 25% para 10%. O levanta-mento analisou a concessão de crédito dos bancos federais para os setores industrial, agrí-cola e de habitação.

Entre 2001 e 2004, o per-

centual de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) variava entre 25% e 26%. A partir de 2005, essa propor-ção foi aumentando até atingir 44% em 2009. Em 2010, o país disponibilizou em crédito valor correspondente a 46%, percen-tual já superado no acumula-do até maio de 2011, quando o crédito já representava 47% do PIB. “O Brasil vive, desde 2004, um ciclo inédito de au-mento ininterrupto do crédito. Até 2007, os [bancos] privados puxavam os �inanciamentos. Em 2008, a curva se inverteu, o crédito dos bancos priva-dos desacelerou fortemente e o crescimento foi sustentado pela atuação anticíclica das ins-tituições públicas”, explicou o técnico de Planejamento e Pes-quisa do Ipea, Victor Leonardo de Araújo. Segundo ele, os ban-cos públicos atuam também em

segmentos que estão fora dos setores mais capitalizados do agronegócio, como a agricultu-ra familiar.

O Banco do Brasil, por exemplo, foi responsável por 73% dos créditos liberados para a agricultura familiar, 77% ao médio produtor e 40% à agricultura empresarial na safra passada. No primeiro tri-mestre deste ano, a instituição se manteve como líder do Siste-ma Nacional de Crédito Rural, com 61,2% de participação e carteira de R$ 77,4 bilhões.

Para a safra 2011/2012, a instituição pretende destinar cerca de R$ 45,7 bilhões em operações de crédito rural. No anúncio feito no início de agos-to, o banco informou que o va-lor é 17% superior ao do ciclo anterior. Na safra 2010/2011, foram liberados R$ 39 bilhões do total de R$ 42 bilhões dis-

Bancos estatais concedem mais crédito que instituições privadas

ponibilizados. Segundo o vice-presidente de Agronegócios e de Micro e Pequenas Empresas do BB, Osmar Dias, as agências já estão fazendo operações de crédito para a nova safra desde 1º de julho e várias medidas fo-ram tomadas para dar mais ra-pidez à liberação dos recursos.

De acordo com o Ipea, hou-ve aumento da participação privada na concessão de crédi-to rural, provocado principal-mente pela elevação dos preços das commodities. No entanto, 55% do volume total continu-am concentrados em institui-ções estatais.

Mais da metade do volume de crédito concedido está concentrada em bancos públicos

VALTER CAMPANATO/ABr

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201112 Evento

Um grande evento, realizado no último dia 28 de julho, reuniu cerca de 700 pessoas, entre agri-cultores e familiares, para uma confraternização em homenagem ao Dia do Agricultor, tendo como sede a Associação dos Produto-res de Morango e Hortifrutigran-jeiros de Atibaia, Jarinu e Região. Estiveram presentes produtores rurais de diversos municípios das regiões de Campinas e Bragança Paulista.

A idéia da comemoração veio da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, por meio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). Segundo o Engenheiro Agrônomo Paulo Namur Claro, da CATI Regional de Campinas, um dos responsáveis pela organização do evento, a ini-ciativa objetivou enaltecer o papel do produtor rural. Conforme ele enfatizou: “Valorizar o produtor rural é valorizar nossa própria vida, uma vez que toda a produ-ção de alimentos depende deles”.

A data em comemoração ao Dia do Agricultor, 28 de julho, foi instituída a partir do centenário da criação do Ministério da Agri-cultura, em 1960. Na época, o en-tão presidente Juscelino Kubits-chek foi responsável pelo decreto que aprovou a data, por conside-rar que o trabalho do agricultor era responsável pelo crescimento econômico do Brasil.

Como destacou o engenheiro da CATI, o agricultor ou produtor rural é aquele que levanta com o nascer do sol para produzir o ali-mento que está na mesa do dia a dia das pessoas. Mas não é só isso, deles depende também a confec-

ção da maioria das roupas e do papel utilizados nas atividades diárias, o combustível ecologica-mente correto dos carros e muitas outras coisas usadas constante-mente por todos.

Por esse motivo, muitas orga-nizações, governamentais e parti-culares, desenvolvem pesquisas, produtos, serviços e políticas pú-blicas para apoiar o desenvolvi-mento desse setor, que é de suma importância para o desenvolvi-mento do país.

A importância da agricultura na vida e na economia das cida-des da região ficou evidenciada pela presença de inúmeras auto-ridades, entre as quais o Prefeito de Atibaia, José Bernardo Denig, o vice-prefeito de Jarinu, prof. Ricardo dos Santos Antonio, ve-readores, secretários e diretores municipais de agricultura, presi-dentes de associações, sindicatos rurais e conselhos municipais de desenvolvimento rural, além de lideranças do meio rural.

O “Projeto Águas do Piracica-ba” homenageou 33 produtores rurais e membros da sociedade que contribuem para a preserva-ção ambiental da região Braganti-na, Circuito das Águas e Campinas com a entrega do “Prêmio Rober-to Mosso - Protetor das Águas”.

O Prefeito de Itatiba, João Gualberto Fattori, também foi homenageado pela elaboração e aprovação da Lei Nº 4.296/2010 que “Autoriza o Poder Executivo a conceder subvenção econômica de até 40% do valor prêmio do se-guro rural dos produtores rurais de caqui estabelecidos no Municí-pio de Itatiba”.

A festa em homenagem aos

Dia do Agricultor

trabalhadores do campo contou com estandes de exposição de máquinas, implementos e veí-culos, insumos agrícolas, venda de produtos rurais, além de uma peça teatral e um show de música sertaneja universitária.

O público que prestigiou o evento também pôde provar o fa-moso prato de frango com polen-ta, que foi servido em um almoço oferecido pela organização.

Em todo o Estado de São Pau-lo foram realizados eventos seme-

lhantes por todas as Regionais da CATI, com o apoio das prefeituras organizações rurais e empresas privadas.

Você já se alimentou hoje? Então, agradeça a um produtor rural.

é comemorado com grande sucessoNeno Silveira

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201114 Artigo

Alimentação e saúde pública no Brasil: espaço para o marketing nutricional de FLV

Antonio Hélio Junqueira

Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.

O brasileiro se alimenta mal: come muito; abusa do açúcar, das gorduras e do sal e não consome diariamente nem as quantidades mínimas reco-mendadas de frutas, legumes e verduras (FLV). O diagnóstico não é novo. Porém, mereceu forte destaque no mais recente estudo setorial realizado pelo Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), divul-gado no final de julho passado.

A “Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil”, de caráter inédito no rol de estudos periódicos da institu-ição, foi realizada em 13,5 mil domicílios visitados durante a Pesquisa de Orçamentos Fa-miliares (POF) de 2008-2009 e envolveu 34 mil moradores. Es-tes anotaram, durante dois dias não consecutivos, tudo o que haviam ingerido de alimentos e líquidos, exceto água.

Pelos indicadores obtidos, observou-se que apenas 10% dos brasileiros chegam a con-sumir o mínimo de 400 gramas diários de frutas, verduras e legumes recomendados pelo Ministério da Saúde. Por outro lado, constatou-se elevados níveis de ingestão de carboi-dratos, açúcar, gordura e sódio, em quantidades muito acima das desejáveis para uma saúde satisfatória e equilibrada.

O principal fato preocu-pante que decorre deste quadro de consumo alimentar inad-equado é que ao mesmo tempo em que se acentuam os fatores de risco para a saúde pública – obesidade, pressão alta, car-diopatias e doenças renais e degenerativas, como o câncer - decresce a ingestão dos el-ementos nutricionais constru-tores e protetores do equilíbrio e funcionamento do organismo humano, como as vitaminas, sais minerais e fibras. Estes úl-timos são encontrados princi-palmente nas frutas, legumes e verduras e devem, sempre que possível, serem consumidos em sua forma integral, crus e bem

higienizados. Porém, como constata a pesquisa do IBGE: apenas 16% dos entrevistados informaram ter comido algum tipo de salada crua.

Em razão deste desequilí-brio, demonstrou-se a pre-valência de elevados níveis de carência de cálcio, fósforo, ferro, zinco, além das Vitami-nas A e C em grande parte da população brasileira, incluindo praticamente todas das faixas etárias e os diferentes estratos de renda.

Segundo pesquisa telefôni-ca anual do Ministério da Saúde (VIGITEL), em 2010, 48,1% da população do País apresentava sobrepeso, enquanto a obesi-dade já atingia 15%. A mesma instituição, em 2011, mostrou que uma parcela de 23% da população brasileira é cronica-mente hipertensa, e que, por-tanto, se não tratada devidam-ente, vive sujeita a derrames, insuficiência renal e/ou prob-lemas cardiovasculares.

Sabe-se que se por um lado a diminuição nos índices de desnutrição representa um ganho social relevante para o País, por outro, o reverso, ou seja os males decorrentes da má nutrição e dos excessos da alimentação desequilibrada

constitui preocupação pública igualmente grave. Afinal, o tratamento das doenças orig-inárias deste padrão alimentar deficiente é mais difícil e caro do que a correção das distor-ções decorrentes da pobreza.

Neste contexto, as frutas e hortaliças representam uma das mais importantes respos-tas aos desafios alimentares contemporâneos, especial-mente por serem simultanea-mente pobres em carboidra-tos, gordura e sódio e ricas em micronutrientes e fibras. E, para contribuir para a tom-ada de consciência sobre a im-portância da boa alimentação e redução das doenças decor-rentes de regimes alimentares inadequados, bem como para alavancar vantajosamente os negócios nas cadeias produ-tivas da horticultura, é que se deve lançar mão das ferramen-tas do marketing nutricional.

Trata-se, neste caso, de um conjunto de ferramentas e es-tratégias relativamente recen-tes e inovadoras, que têm como principal objetivo fornecer ao consumidor informações ad-equadas, oportunas e eficien-tes sobre o valor nutricional e nutracêutico dos alimentos, favorecendo a adoção de estilos

de vida saudáveis e equilibra-dos.

Mundialmente, e em espe-cial nos países mais desenvolvi-dos do Hemisfério Norte, o re-conhecimento da importância do consumo diário de frutas e hortaliças tem se refletido no planejamento e execução de projetos de marketing insti-tucional, como por exemplo o “Five a Day – fruits and veg-etables for better health”. Esse programa, surgido em 1991 nos EUA, visa conseguir que cada um consuma um mínimo de cinco porções diárias de fru-tas e hortaliças.

Na América Latina, e no Brasil em particular, já se conta com um pequeno, porém significativo conjunto de ini-ciativas de natureza similar. Porém, frente aos novos dados e conhecimentos sobre a re-alidade alimentar e nutricio-nal dos brasileiros, desenha-se um novo e oportuno momento para a orquestração de idéias, programas e projetos foca-dos no Marketing Nutricional para o segmento FLV. Entre as ações que se podem desen-volver neste segmento estão: campanhas institucionais na grande mídia de massa (tele-visão, rádio, jornais e revistas,

sites etc.) que conscientizem sobre a importância do consu-mo diário de frutas e hortaliças; disponibilização de informa-ções nutricionais e degustações nos pontos-de-venda; market-ing viral em redes sociais; elab-oração e envio de newsletters especializados para públicos segmentados; palestras, aulas e distribuição de manuais nas es-colas e academias de ginástica e fitness, com envolvimento de médicos e nutricionistas; real-ização de eventos especiais em feiras profissionais das áreas de alimentação, saúde e nu-trição, entre outras.

Afinal, a incorporação de ob-jetivos nutricionais nas políti-cas e estratégias de desenvolvi-mento econômico, a geração de empregos e a preservação da saúde e do meio ambiente figuram, seguramente, entre os principais desafios do mundo contemporâneo. E, as cadeias produtivas de frutas e hor-taliças têm tudo para colaborar com a conquista dessas impre-scindíveis metas sociais.

Page 15: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

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A CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica integral), órgão da Secretaria de Agricul-tura paulista, acaba de lançar o “Manual Técnico de Goiaba - do plantio à comercialização”. A publicação abrange todas as questões relacionadas ao cul-tivo dessa frutífera, abordando tópicos que vão da biologia floral, propagação vegetativa e principais cultivares a temas específicos, como controle de nematóides, principais doen-ças, podas, irrigação, colheita e pós-colheita, processamento

CATI lança manual técnico sobre goiabae um panorama dos cultivares de mesa no maior mercado atacadista do estado de São Paulo, a Ceagesp.

Segundo o coordenador da CATI, José Luiz Fontes, a ne-cessidade de publicação desse manual se deu em virtude do diagnóstico realizado pelos Conselhos Municipais e Re-gionais de Desenvolvimento Rural, com a participação dos agricultores, e que aponta-ram as necessidades da cadeia produtiva de fruticultura. Uma dessas foi a cultura da goiaba.

Ele destacou a importância da integração de diversas institu-ições no preparo de um mate-rial completo, que tem por fi-nalidade levar o conhecimento para o agricultor produzir com qualidade e assim obter lucro com a atividade.

Para Aloisio Costa Sampaio, professor da Unesp de Bauru e um dos autores do manual de goiaba, essa iniciativa conjunta possibilita a transferência de conhecimento obtido através das instituições de pesquisa para o produtor rural. Ele de-

staca que a publicação não é a primeira. “Começamos com o maracujá e a próxima será so-bre o abacaxi. Nosso objetivo é levar aos pequenos agricul-tores as ações desenvolvidas pelas instituições de pesquisa visando sempre à qualidade na produção do campo”.

O Manual Técnico sobre a cultura da goiaba pode ser ad-quirido através do site www.cati.sp.gov.br ou solicitado nas Casas da Agricultura, distribuí-das na maioria dos municípios paulistas.

Atualmente as pimentas são a segunda hortaliça mais ex-portada no Brasil, atrás apenas do melão. Diante deste mercado em expansão, a Embrapa acaba de lançar três novas variedades da hortaliça: a pimenta BRS Mari, uma cultivar do dedo-de-moça, a BRS Moema, uma pimenta do

Aumento de 100% na produ-tividade e redução de 70% na aplicação de defensivos agrícolas. Esses são os resultados do uso do cultivo protegido em “Y” com cobertura impermeável para cul-tivo de videiras, técnica introdu-zida pelo Instituto Agronômico. A nova técnica melhora ainda a

Os produtores de tomate terão novas opções nos segmentos Cere-ja e Santa Cruz. Os três novos híbri-dos deverão chegar ao mercado no início de 2012 e são fruto de uma parceria entre a Embrapa Hor-taliças e a fabricante de sementes Agrocinco, com contrato baseado na Lei de Inovação.Mais em: www.jornalentreposto.com.br

Pimentas mais produtivastipo biquinho, e a BRS Seriema, do tipo bode. Segundo a em-presa, esses materiais, com mel-hores características agronômi-cas, foram desenvolvidos para atender um mercado em expan-são e cada vez mais exigente.

Mais em: www.jornalentreposto.com.br

Cultivo protegido da uvaqualidade dos frutos, gera cachos de uva maiores e protege a plan-tação contra chuvas de granizo e ataque de pássaros, que podem acabar com a produção ou preju-dicar a qualidade das uvas atingi-das.

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Novos tomates

Page 16: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201116 Consumo

O brasileiro está reduzindo o consumo de hortaliças como tomate, batata e cebola em casa. Na mé-

dia geral das hortaliças, a redução foi de 1,93 quilo por pessoa entre os anos de 2002 e 2008, quando foram realizadas as edições mais recentes da Pesquisa de Orçamen-tos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-ca (IBGE). Com base nesses dados, analistas de mercado do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, que trabalham com o setor de hor-tifrutícolas analisaram também a evolução do consumo de frutas nos lares brasileiros. Neste caso, o re-sultado é positivo.

Houve aumento de 4,38 quilos por pessoa ingeridos em casa, com a laranja e a banana se mantendo como as mais consumidas. Os re-sultados detalhados desse estudo realizado por Juliana Silveira, He-lena Galeskas, Rafael Tapetti e Isa-bella Lourencini com a coordena-ção da doutora Margarete Boteon estão na edição nº 103 da revista Hortifruti Brasil, do Cepea (distri-buição gratuita).

O consumo de hortaliças por pessoa/ano em casa era de 29 qui-los em 2002, mas em 2008 passou a ser de 27,08 kg. A região Sudes-te foi a mais representativa nesta queda, reduzindo seu consumo per capita em 4,43 kg/pessoa/ano, to-talizando 28 kg/pessoa em 2008. O Centro-Oeste, ao contrário do Sudeste, foi a única região onde o consumo de hortaliças aumentou, 3,38 kg/pessoa a mais, totalizando 26,6 kg/pessoa em 2008.

No caso das frutas, em 2002, a média consumida em casa era de 24,49 kg/pessoa e, em 2008, pas-sou para 28,86 kg/pessoa. Todas as regiões brasileiras tiveram aumen-to significativo no consumo per capita de frutas, com grande desta-que novamente para a região Cen-tro-Oeste, que apresentou elevação de 8,61 kg/pessoa/ano em seis anos. O Nordeste ficou em segundo lugar em termos de crescimento. Na região Sul, que já era e conti-nuou sendo a maior consumidora per capita de frutas, o aumento foi de 5,53 kg/pessoa/ano. O Sudeste é o segundo maior consumidor de frutas no Brasil, porém o avanço no consumo per capita foi menor que nas demais regiões brasileiras, de apenas 2,15 kg/pessoa entre 2002 e 2008.

Analisando o consumo total por faixa de renda, pesquisadores do Cepea constatam que o princi-pal mercado consumidor de frutas e hortaliças é a classe média. Em 2008, esse segmento da população brasileira representava 49% do consumo de hortaliças no Brasil e 48% do consumo de frutas, confor-me dados da POF/IBGE.

“É na classe média que se en-contra a maior parcela dos brasi-leiros, o que explica a representati-vidade dessa classe para o setor. Se levarmos em conta que essa classe segue em ampliação, é provável que em 2011 já seja responsável por mais da metade do consumo de frutas e hortaliças”, avalia Mar-garete Boteon, coordenadora do estudo.

Na média nacional, o consumo de hortaliças foi de 27 kg por pes-soa em 2008. A classe baixa consu-miu 19 kg/pessoa/ano, 8 quilos a menos que a média nacional, des-taca o estudo do Cepea baseada em dados da POF/IBGE. Se considera-das apenas as pessoas que têm ren-dimento mensal de até 2 salários mínimos, esse consumo cai para 15,3 kg/pessoa/ano. O consumo per capita da classe média fica pró-ximo ao do consumo nacional, com 29,8 kg/pessoa/ano. A classe alta é a grande consumidora: 39,7 kg/pessoa/ano, quase 12 kg/pessoa a mais que a média nacional. Ao con-trário de arroz e feijão, o consumo de batata, cenoura, cebola e toma-

te apresenta relação positiva com a renda – quanto maior a renda, maior o consumo.

Os responsáveis por esse estu-do explicam que algumas hortali-ças respondem mais que outras ao aumento da renda. Considerando-se as quatro hortaliças estudadas continuamente pelo Cepea, a aqui-sição per capita de tomate é a que mais cresce à medida que a renda sobe. Enquanto a classe baixa con-sumiu em média 3,7 kg/pessoa de tomate em 2008, as classes média e alta consumiram, respectivamen-te, 5,2 kg/pessoa/ano e 7 kg/pes-soa/ano.

Já em relação ao consumo de batata, a diferença entre as clas-ses é maior entre a classe baixa e a média. A classe média consome 2 quilos a mais de batata que a clas-se baixa; por sua vez, a classe alta consome apenas 1 kg/pessoa/ano a mais que a classe média – dados de 2008.

A batata in natura está cada vez menos presente nos lares brasilei-ros, principalmente nos de classe mais alta, uma vez que as opções

congeladas (pré-frita, smile, bata-ta com queijo etc.) vêm sendo um meio mais prático e saboroso de se consumir o tubérculo.

A aquisição de cenoura entre as classes de renda segue o mesmo padrão da batata. Já a diferença na aquisição de cebola entre as clas-ses não é grande. A classe baixa consome cerca de 1 kg/pessoa/ano a menos que a classe média, e esta consome também 1 kg/pes-soa/ano a menos que a classe alta.

“O consumo de hortaliças em casa reduziu em todas as classes de renda”, resume a pesquisadora Margarete Boteon. Ela avalia que a batata é a que está ganhando mais espaço na alimentação fora de casa ou o consumidor já a ad-quire de forma processada, como a batata pré-congelada – neste caso, a aquisição não é incluída na cate-goria hortaliças que só considera o produto fresco e consumido no do-micilio. A menor queda de consu-mo entre 2002 e 2008 ocorreu no tomate, sustentado pelo ligeiro au-mento do consumo da classe mais rica. “O tomate conseguiu agregar

Mais frutas e menos hortaliças na mesa do brasileiro

Laranja e banana se mantêm como as frutas mais consumidas pela população

valor nas classes de renda mais alta e manter seu espaço nos lares, ofertando um produto diferencia-do, como já comentado”, explica a pesquisadora.

Em 2008, o brasileiro con-sumiu 28,86 quilos de frutas em média em casa. A classe baixa teve consumo de 17,3 kg/pessoa/ano, 11,5 quilos a menos que a média nacional. Na classe média, o consu-mo per capita em casa foi de 31,4 quilos naquele ano.

A classe alta continua sendo a grande consumidora, com 50,27 kg/pessoa/ano, 21 quilos/pes-soa a mais que a média brasileira. No grupo de maior renda no País, superior a 15 salários mínimos, o consumo de frutas foi de 59,2 qui-los em 2008.

Há uma correlação positiva en-tre renda e consumo de fruta. As frutas são consideradas caras den-tro do grupo dos alimentos, sendo menos consumidas pelas classes mais baixas. Muitas vezes, um qui-lo de fruta é comparado com ou-tros produtos mais calóricos e que “sustentam mais”, como um quilo de frango, por exemplo.

Conforme os autores desse es-tudo, a aquisição, em quilos, de ba-nana e laranja se destaca entre ou-tras frutas em todas as classes de renda. No entanto, a diferença em quilos adquiridos entre as classes é grande. “Isso mostra um cenário promissor em termos de demanda para os dois produtos, já que, em todas as classes de renda, o con-sumo é grande e tende a aumentar conforme a renda aumenta”, desta-ca a coordenadora do estudo.

Na classe baixa, além da me-nor ingestão de frutas nos lares, o consumo se concentra em apenas três: banana, laranja e maçã. Na classe média, destacam-se também essas três frutas, mas ganham re-presentatividade ainda o mamão e a tangerina, cujo consumo é muito pequeno na classe baixa.

Na classe alta, frutas como me-lão, limão, uva e também mamão passam a ter consumo mais signi-ficativo. O consumo per capita do mamão na classe alta em 2008, por exemplo, era 3 kg/pessoa, supe-rior ao da classe média e 4,5 quilos acima do observado para a classe baixa.

Analisando de forma agregada as três principais faixas de renda – baixa, média e alta –, os pesquisa-dores observam aumento do con-sumo de frutas em todas as classes entre 2002 e 2008. O incremento (total) per capita foi maior na clas-se alta. “O acesso a informação, a preocupação com a saúde, o ma-rketing da fruta segura e com qua-lidade de origem são fatores que vêm colaborando para o aumento do consumo de frutas nas classes de maior poder aquisitivo”, comen-ta Margarete Boteon.

No entanto, em termos rela-tivos, o maior incremento entre 2002 e 2008 ocorreu na classe baixa, impulsionado pelo cresci-mento da banana, melancia, laran-ja e maçã. Nos seis anos entre uma pesquisa e outra, a classe média aumentou seu consumo tanto de frutas mais baratas e tradicionais, como maçã e laranja, como de fru-tas mais caras, como manga, melão e uva.

Page 17: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 17

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Page 18: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201118 Agrícola

Na tentativa de combater a pior doença que afeta os pomares citrícolas, produtores de diversas regiões paulistas estão se organi-zando em grupos para realizar o manejo do greening.

Aproveitando o inverno, perí-odo de dormência das plantas, os citricultores de Santa Cruz do Rio Pardo e Ibitinga realizarão pulve-rizações em conjuntas, na primei-ra semana de agosto, com o obje-tivo de diminuir as populações do inseto vetor do greening, o pslí-deo Diaphorina citri. “É uma me-dida importante para evitar picos populacionais do inseto no perí-odo de brotação”, explica Juliano Ayres, gerente do Departamento Cientí�ico do Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura).

A ação deve facilitar as ativi-dades seguintes no período de brotações, quando naturalmente as populações do inseto tendem a aumentar, pois o psilídeo prefere se alimentar de brotos ou ramos novos.

Contra doença, citricultores paulistas realizam pulverizações conjuntas

A pulverização de dormên-cia tem se tornado uma prática comum em outros países. “Os Estados Unidos, que também sofrem com a presença do gree-ning, estão recomendando esse tipo de aplicação”, destaca Ayres. No ano passado, o Fundecitrus comprovou, por meio de pesqui-sa, que o manejo realizado em conjunto por vários citricultores é mais e�icaz contra o greening, podendo reduzir em até 15 ve-zes os níveis de incidência da do-ença. Desde então, a instituição apoia e dá suporte à formação de grupos regionais. Considerada a doença mais séria da atualidade na citricultura, o greening exige cuidados especí�icos. O manejo é baseado na identi�icação e elimi-nação de plantas doentes, contro-le do inseto vetor e uso de mudas sadias. Uma vez que o psilídeo se alimenta de uma planta contami-nada, ele transmite, até o �inal de sua vida, a bactéria do greening para as demais árvores.

Desbastar, desfolhar, adubar, corrigir a acidez do solo e aterrar a ba-naneira são alguns dos conhecimentos técnicos repassados por técnicos da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Ex-tensão Rural) aos produ-tores de banana do distri-to de União Bandeirantes, município de Porto Velho. O distrito é uma das co-munidades localizadas no entorno da obra da UHE Jirau que receberão assistência para a viabi-lização técnica e econô-mica na produção e co-mercialização de frutas, especialmente o abacaxi, a banana e o açaí.

Desde o segundo semestre de 2010, téc-nicos da Emater têm vi-sitado propriedades de agricultores familiares e realizado dias de campo na região. O resultado é muiito positivo. Nos pri-meiros seis meses de as-sistência técnica, muitos agricultores aplicaram os novos conhecimentos em suas propriedades e

Tecnologia melhora qualidade da banana

Agência Sebrae de Notícias Agência Câmara

obtiveram frutos de me-lhor qualidade. Segundo o agricultor Agnaldo dos Santos, conhecido como Pedro Farinheiro, antes de melhorar a qualidade dos frutos que produzia em sua propriedade, ele vendia uma caixa de ba-nana a R$ 7. Hoje, vende por R$ 15. “No meu sítio, não uso agrotóxicos e faço plantio consorciado, assim evito a proliferação das pragas que costu-mam aparecer na mono-cultura”, diz.

Santos prossegue, satisfeito: “Com os técni-cos da Emater, aprendi a fazer armadilhas eco-lógicas para capturar a broca da bananeira, que é um besouro que se de-senvolve na planta e faz com que as folhas �iquem amarelas, os cachos se tornem pequenos e as plantas �iquem sujeitas a tombar. Ao usar a tecno-logia, percebi que a qua-lidade e produtividade do meu plantio aumenta-ram, assim como o preço pago pelo meu produto”.

Palestrantes e de-putados defenderam, durante reunião realiza-da no início de agostoo, o aumento de recursos destinados ao combate de pragas que podem comprometer as lavou-ras brasileiras, especial-mente na região Norte. O tema foi discutido pela Comissão de Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regio-nal.

O diretor do Depar-tamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Cósam de Carvalho Coutinho, disse que o órgão tem orça-mento anual de R$ 50 mi-lhões. Ele admitiu que os recursos são insu�icien-tes pra cobrir o país intei-ro e que a região Norte é a mais vulnerável às novas pragas. “A região Norte é uma preocupação a mais porque é de acesso di�ícil, tem fronteiras imensas, cidades divididas entre dois países, e outras ca-racterísticas que tornam

mais fácil a introdução de uma nova praga do que no sul do país, que é mais vigiado”, disse o diretor.

São essas di�iculda-des de locomoção, na avaliação do diretor da Defesa Agropecuária do Pará, Sálvio Freire, que justi�icariam mais recur-sos para a região. “Em de-terminadas regiões só se consegue chegar de avião. Por exemplo, em uma das nossas �iscalizações gas-tamos R$ 12 mil só para visitar uma fazenda”, dis-se.

Sálvio enfatizou que o aumento do controle na região é necessário porque cabe aos estados do Norte, entre outros, o controle de uma praga que pode gerar prejuí-zos de pelo menos 150 milhões de dólares para o país. Segundo ele, caso a mosca da carambola avance pelo Pará, a expor-tação de frutas de vários outros estados será com-prometida por barreiras sanitárias internacionais.

Mais recursos para controle de pragas

Page 19: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 19Agronegócio

Uma comissão especial for-mada por deputados estaduais paulistas este mês, na Assem-bleia Legislativa de São Paulo, a Frente Parlamentar de Citricul-tura. Na plateia estavam produ-tores, fornecedores, empresários da indústria citrícola e represen-tantes de cidades produtoras, como Jaboticabal, Dobrada, Ara-raquara, Araras e Rio Claro.

O objetivo da Frente é elabo-rar, em dois anos, o Plano Esta-dual da Citricultura, uma propos-ta da Assembleia Legislativa que consiste na organização de uma agenda estratégica para a citri-cultura paulista visando a expan-são do seu nível de competitivi-dade internacional e tornando-a uma atividade propulsora da jus-tiça e de desenvolvimento social.

De acordo com esse objetivo, o professor da USP de Ribeirão

Preto Marcos Fava Neves fez uma apresentação do cenário atual da citricultura brasileira, seus desa-fios, problemas e possíveis solu-ções a serem aplicadas na cadeia produtiva.

Entre suas sugestões, Fava Neves salientou a importân-cia do planejamento para que a produção brasileira consiga alcançar um nível competitivo internacional: “recomendo que o foco dos debates dessa frente parlamentar esteja no plano es-tratégico do setor para os próxi-mos anos”, comentou.

Além disso, sua apresentação destacou a importância do papel do Brasil como um dos princi-pais produtores de commodities do mundo, já que a população global vai precisar cada vez mais de alimentos e energia.

Hoje, o Brasil é o maior pro-

Frente Parlamentar de Citricultura é criada em São PauloEspecialista traça cenário atual do setor e propõe soluções estratégicas de produção da fruta

dutor de laranja e o maior ex-portador do seu suco no mundo, com 85% de participação no mercado mundial. No entanto, 98% da produção total é expor-tada, ou seja, as laranjas produ-zidas no Brasil não são consumi-das no país.

Uma das sugestões desta-cadas por Marcos Fava Neves, o investimento na gestão dos es-toques, foi amplamente elogiada pelos presentes na mesa de de-bate. Segundo o professor, esses estoques seriam importantes para o abastecimento contínuo do mercado interno, para o su-primento da merenda escolar e teriam efeitos benéficos até em controlar a inflação. Além dis-so, a ampliação dos estoques de segurança trariam mais renda e ainda uma redução na volatilida-de do suco e da fruta.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publi-cou os estudos de zoneamento agrícola de risco climático para as culturas de abacaxi, milheto e si-sal. A lista dos municípios que es-tão no estudo e os períodos mais adequados para o plantio consta das portarias de 303 a 328.

O zoneamento agrícola indica o melhor período para se plantar em cada município do país, de acordo com a análise histórica do comportamento do clima.

O objetivo é orientar os agri-cultores sobre os riscos de adver-sidades climáticas coincidentes com as fases mais sensíveis das culturas.

O cultivo do abacaxi é indica-do no Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins, Acre, Pará, Rondônia, Bahia, Maranhão, Piauí, Rio Gran-de do Sul, Paraná, Santa Catari-na, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espí-rito Santo e Minas Gerais. A tem-peratura média anual adequada

Estudo orienta plantio de abacaxi

para o cultivo da fruta está em torno de 24ºC. A cultura é muito sensível a geadas fortes, tendo crescimento bastante reduzido quando as temperaturas baixas prevalecem.

A cultura do milheto adapta-se bem a vários tipos de solos e apresenta ótima produtividade em solos de média a boa fertili-dade. Os fatores climáticos que influenciam o desenvolvimento, a produção e a produtividade da cultura são a temperatura, o fo-toperíodo (tempo de exposição à luz) e a precipitação pluviomé-trica. As condições ideais são en-contradas na Bahia, Minas Gerais e Tocantins.

O sisal apresenta bom rendi-mento na região do semi-árido nordestino, na Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte. A cultura tem grande importância econô-mica e social regional. As melho-res condições para o plantio es-tão na Paraíba, Bahia, Maranhão e Ceará.

Diário Oficial da União publica zoneamento agrícola de risco climático para as culturas de abacaxi, milheto e sisal

Frente Parlamentar em Defesa da Citricultura reúne-se na Alesp

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201120 Qualidade

Thiago de OliveiraCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Pesquisa e Desenho: Bertoldo BorgesTexto: Anita Gutierrez/Eng. AgrônomaCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O repolho roxo, além de servir como alimento, tam-bém é utilizado em laborató-rios químicos como indicador de pH (“acidez de uma so-lução”). A efusão de suas fo-lhas produz uma solução que muda a cor com o pH, ou seja, pode se estimar se o produto a ser analisado está ácido (pH menor que 7) ou básico (pH maior que7), pela cor da so-lução.

A utilização do extrato de

Curiosidades sobre o repolho roxo

O repolho é da família das Brassicas, que compreende a couve, a couve-�lor, os bróco-lis, a mostarda. O repolho é o produto de maior volume e res-ponde por 22% do movimento do setor de Verduras da Cea-gesp, com 52.233 toneladas em 2010.

Existem indícios de sua uti-lização como alimento pelos chineses desde os anos 4000 a.C e pelos gregos desde 650 a.C.

O repolho se originou pró-ximo ao mar, exposto ao vento salino. O desenvolvimento de uma camada de cera de prote-ção e a formação de uma cabe-ça, com a proteção das folhas internas, foram necessárias à sua sobrevivência e responsá-veis pela resistência à seca e ao frio. A formação da cabeça do repolho começa com a cessão de crescimento do broto api-cal e das suas folhas internas. O broto terminal �ica no centro da cabeça, submerso dentro das folhas, que o rodeiam com �irmeza.

Os seus efeitos bené�icos são conhecidos na prevenção do câncer e doenças cardíacas, na redução de in�lamações e no estímulo do sistema imuno-lógico. Uma porção de repolho (150 gramas) é su�iciente para suprir 92% da necessidade diá-ria de vitamina K de um adulto, 50% das necessidades de vi-tamina C, 15% da necessidade de manganês e de vitamina B6, além de outros minerais e vita-minas.

Os grupos varietais do re-polho podem ser organizados de acordo com o formato (ar-redondado, achatado, e côni-

Grupos varietais de repolho comercializados na Ceagesp

Variedades

Bobcat Fenix

FujitoyoKenzanNozomi

Red JewelRoyal VantageAstrus PlusRed Dinasty

Coração de Boi60 dias Akahana

Chato de QuintalChiaki Hibrido F1Das 4 EstaçõesKami Híbrido E1Louco de Verão

Mini Yakko Híbrido F1Red Rock RoxoTakami Roxo

Suki Híbrido F1Taishita Híbrido F1

ShinseiVertus

Red Vertus

Formato

ArredondadoArredondadoArredondadoArredondadoArredondadoArredondado

AchatadoArredondadoArredondado

CônicoArredondadoArredondado

Arredondado achatadoArredondado

Arredondado achatadoArredondado achatadoArredondado achatado

ArredondadoArredondadoArredondado

Arredondado achatadoArredondado

Arredondado a achatadoArredondadoArredondado

Cor

VerdeVerdeVerdeVerdeVerdeRoxoVerde

Verde escuroRoxoVerdeVerdeVerdeVerdeVerdeVerde

Verde escuroVerde escuro

VerdeRoxo médio

RoxoVerde claroVerde médio

VerdeVerdeRoxo

Textura

LisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisaLisa

CrespaCrespa

Tamanho

MédioGrandeGrandeMédio`

PequenoPequenoGrande

Médio a grandeMédio a grande

Pequeno a médioMédio

PequenoPequenoGrande

PequenoPequenoPequenoPequenoPequenoPequenoGrandeGrande

Médio a grandeGrandeGrande

co), com a coloração da folha externa (verde e roxa), com a textura da folha(lisa e crespa) e com tamanho (grande, médio e pequeno).

O formato é considerado arredondado quando a relação entre a altura e o maior diâme-tro da cabeça é igual ou menor a 0,80; achatado quando esta relação for superior a 0,80; e cônico, quando o formato se as-semelha a um cone ou coração. O tamanho é caracterizado pelo seu peso. Ele é considerado grande quando acima de 2,5 kg, médio de 2,0 a 2,5 kg e pequeno abaixo de 2 kg.

repolho roxo como indica-dor universal de pH tem sido muito recorrente em análises químicas qualitativas, onde não é necessário o valor exato do pH, e também em labora-tórios didáticos e em aulas de química convencionais, uma vez que a solução de extrato de repolho roxo não apresen-ta nenhuma toxicidade e é muito fácil de produzir, pois, o extrato da folha do repolho é preparado como um “chá”.

Page 21: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 21

Anita de Souza Dias GutierrezCláudio Inforzato FanaleCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A BEC (Bolsa Eletrônica de Compras), sistema eletrônico de negociação e compras de produtos e serviços do gov-erno do Estado de São Paulo, é revolucionária. Ela garante transparência nas negociações, permite que pequenos fornece-dores especializados partici-pem do fornecimento de bens e serviços para o governo e ga-rante o pagamento em 30 dias.

A compra de frutas e hor-taliças frescas para o governo abrange as necessidades de presídios, hospitais, escolas, creches, restaurantes popu-lares e outras instituições de governo que preparem ali-mento. O comprador tem a sua disposição um cardápio de produtos, que podem ser en-contrados no item catálogo da página eletrônica da BEC. Ele insere o seu pedido e determi-na o local de entrega. O pedido só será aceito se o comprador tiver recursos no seu orçamen-to para comprar e o pagamento é empenhado no momento do pedido. O mesmo fornecedor pode se registrar para fornecer vários produtos, mas o sistema permite que o fornecedor ofe-reça somente um produto. Um atacadista ou um produtor que só trabalha com banana pode concorrer na BEC. O seu des-empenho é monitorado e ele pode perder o seu cadastro como fornecedor se não en-tregar o produto ou entregar um produto de má qualidade.

O sucesso do sistema exige uma boa descrição do produto na compra, um bom controle de qualidade no recebimento e a escolha do produto e da classi�icação de melhor custo-bene�ício, em cada época.

A diversidade de frutas e hortaliças comercializadas pela BEC é grande – 72 produtos diferentes, o volume é grande - 10.288 toneladas em 2010, e só tende a crescer.

Frutas e hortaliças frescas na bolsa eletrônica de compras de São Paulo

A di�iculdade de compra de frutas e hortaliças pelo pregão eletrônico tornou possível uma parceria entre a BEC e o Centro de Qualidade em Horticultura (CQH) da Ceagesp.

A descrição do produto para a BEC exige o estabelecimento das opções de escolha (taman-ho e variedade), o estabeleci-mento de um padrão mínimo de qualidade (abaixo do qual não se recebe o produto), de obediência a exigências de embalagem, rotulagem, trans-porte, segurança alimentar, ras-treabilidade.

A decisão do que comprar exige o conhecimento da sazon-alidade do produto, das suas variedades, do seu tamanho de melhor custo-bene�ício, das suas exigências de conservação e de manuseio.

Um bom controle de quali-dade no recebimento exige uma �icha do produto e uma �icha de entrega do comprador.

Já foram desenvolvidos ma-teriais de apoio para 15 produ-tos.

O CQH está treinando os funcionários encarregados da compra e recebimento em cur-sos na Escola Fazendária. O primeiro aconteceu no dia últi-mo dia 9 de agosto, para o pes-soal da Secretaria da Educação.

Outros produtos estão sen-do trabalhados e serão incor-porados ao sistema BEC.

Aqui está um exemplo de uma das descrições de alho. Foram criadas diversas opções de compra de alho. Temos dois grupos varietais (branco ou roxo), dois tipos de preenchi-mento do bulbo (inteiro ou quebrado), dois tipos de pre-sença de catá�ilo (com e sem) e três tamanhos (graúdo, médio e miúdo).

Código: 3236927alho, coloração roxa grande,

diam. equatorial maior que 60 mm, inteiro

Alho; coloração roxa; ta-manho grande; com diâmetro equatorial maior que 60 mm; inteiro, sem perda de bubilho; sem estar brotado, choco, de-teriorado, desidratado, quei-mado; sem polpa externa c/perfuração por pragas, sem dano mecânico; devendo ser entregue em emb. paletizáv-el; contendo identi�icação do produto, peso liquido, nome do fornecedor; endereço completo do fornecedor do produto e telefone; devendo obedecer as exigências da RES. ANVISA nº. 259/02, PORTARIA nº. 157/02 e RES. CVS nº.15/91, e infor-mações contidas normas e pa-drões site www.bec.sp.gov.br

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201122 Qualidade

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A alimentação de uma po-pulação de nove bilhões de habitantes prevista para 2050 exige um crescimento de 70% na produção de alimentos. A possibilidade de crescimento da área de plantio é muito pe-quena e o aumento de produ-ção deverá ser feito investindo na produtividade e na sustenta-bilidade da agricultura.

Até o ano 2000 a produ-tividade cresceu anualmente

A agricultura e o futuro da humanidade1,4%, agora será necessário um crescimento anual 25% maior – de 1,75%. Entretanto, dife-rente do aumento de produti-vidade que aconteceu nos anos 60 e 70 com a Revolução Verde, o aumento da produtividade precisa acontecer com menor utilização de água, fertilizantes e defensivos. Estudos mostram que os campos agrícolas fertili-zados com nitrogênio, fósforo e potássio, perdem entre 50% e

65% das suas quantidades ori-ginais de carbono e nitrogênio em 50 anos.

Os solos precisam ser re-construídos. Rotação de cultu-ras, sistema lavoura-pecuária e plantio direto são algumas das técnicas de reconstrução do solo.

A expectativa é que a ex-pansão da área seja de 10% até 2050. Novas áreas precisam ser preparadas para a produção,

como foi feito com o Cerrado brasileiro, que hoje responde por 70% da produção brasilei-ra de soja, que passou de cinco milhões de toneladas em 1973 para 73 milhões de toneladas em 2011.

O milho é um bom exemplo de aumento de produtividade no mundo, passando de dois para cinco toneladas por hecta-re. Nos Estados Unidos passou de 3,5 toneladas para 10 tone-

ladas por hectare, desde 1960 até hoje.

A escassez das commodities agrícolas dará mais poder ao agricultor.

•Fonte: Growing food demand in globalised agriculture: The rise of the rural entrepreneur www.rabobank.com/far

• Tradução e adaptação: Anita de Souza Dias Gutierrez

Com a aproximação da safra de verão 2011/2012, chega o mo-mento de os agricultores voltarem sua atenção para o solo. Enquan-to alguns agricultores o revolvem, incorporando os restos de palha e vegetais, grande parte já opta pelo plantio direto, prática da agricul-tura conservacionista que, quando empregada corretamente, garante a saúde do terreno em longo prazo. Segundo o censo do IBGE de 2006, em 73% da área de grãos das regi-ões gaúchas de Erechim, Ijuí e Passo Fundo, no o plantio já era realizado por meio desta técnica.

Com este método de semeadu-ra, opta-se por manter os resíduos e revolver o solo apenas nos pontos onde são depositadas as sementes, de forma a evitar sua exposição di-reta à ação do sol e da chuva. “Em um terreno desnudo, em dias de sol, a temperatura da super�ície pode atingir até 55ºC, perdendo mais água por evaporação e chegando a dé�icits hídricos mais rápido do que no plantio direto. Além disso, com

a retirada da palha, a água escorre com mais facilidade, o que favorece a erosão”, alerta o engenheiro agrô-nomo e doutor em solos da Emater/RS, Edemar Streck.

O produtor Eivar Rissee, de Passo Fundo, conta que a produti-vidade da lavoura melhorou subs-tancialmente depois que ele passou a empregar o plantio direto. Ele res-

salta a importância de se manter a cobertura vegetal. “A palha protege o solo e evita a erosão”, destaca.

Apesar de aparentemente sim-ples, para que seja efetivo e se per-petue ao longo dos anos, o plantio direto precisa ser acompanhado de uma série de cuidados especiais, como a rotação de culturas, o terra-ceamento, o plantio em contorno e

a manutenção da cobertura vegetal. “Para perpetuar o plantio direto, o agricultor deve adotar todo o siste-ma que permite manter a fertilida-de integral do solo, química, �ísica e biologicamente”, frisa o pesqui-sador da Embrapa Trigo, José Eloir Denardin. Ele explica que, para se obter esta fertilidade, não basta fornecer somente os nutrientes às plantas: é preciso que o solo esteja �isicamente saudável, de forma que as raízes consigam penetrar em profundidade para retirar água e incorporar a matéria orgânica.

Para que isto seja possível, o plantio direto deve ir além de seus dois preceitos básicos: revolver o solo apenas nos pontos onde serão depositadas as sementes e manter a cobertura vegetal. “É preciso que haja diversi�icação de espécies, por meio da rotação ou consorciação de culturas, minimização do intervalo entre colheita e semeadura, obje-tivando estabelecer um processo contínuo”, enumera Denardin. Com isso, o sistema sofre um menor grau

de perturbação, quando comparado a outras formas de manejo.

Streck observa que, quando o produtor que opta pelo plantio di-reto não adota todos estes cuida-dos, o resultado pode ser a erosão do terreno. “O plantio direto reali-zado hoje no Rio Grande do Sul é de qualidade indesejada, com pouca palha e sem terraceamento, o que causa muita erosão”, avalia. Para reverter este quadro, reforça, é fun-damental não restringir o plantio direto ao abandono do preparo do solo: ele precisa vir acompanhado da adoção de todo o sistema de uso, manejo e conservação de solo.

Seguindo todos estes preceitos, pesquisador e técnico concordam que o sistema de plantio direto é uma ferramenta da agricultura con-servacionista indispensável para garantir a sustentabilidade da pro-dução. Através deste método, o solo é protegido contra agentes erosivos, o impacto da chuva e as variações de temperatura, viabilizando-se de modo contínuo a semeadura direta.

Sistema de plantio direto garante fertilidade integral do solo

Page 23: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 23

Deus salve as crianças

CÁ ENTRE NÓS

Por Manelão

Estou feliz! No dia 10 de agosto completei 60 anos, dos quais 40 vividos aqui na Ce-agesp. Joguei bola onde hoje estão construídos os pavilhões HFN e HFO. Nessas quatro dé-cadas, além de descarregar ca-minhões, vender frutas, apartar brigas, socorrer trabalhadores baleados e atropelados, contei história até na rádio Eldorado e a convite da dra. Anita Gutier-rez fiz palestra sobre preço e qualidade na Apas.

Mas no último dia 12 a emo-ção foi muito grande e na minha prece noturna agradeci a Deus por todas as pessoas que nos 13 anos de existência da Nossa Turma deram a sua contribui-ção, seja no campo das idéias, em dinheiro, material didático, hortifrutícolas, aconselhamen-to e orações ou em doações de roupas e brinquedos. E tam-bém por aqueles que nos ajuda-ram a inscrever projetos para a entidade ficar sólida.

Mandamos projetos como a Escola do Sabor para a Petro-bras, para a Fundação Salvador Arena e para os voluntários do banco HSBC, no qual fomos premiados. Agora inscrevemos a Nossa Turma no Fumcad e o processo está sendo apreciado. Se formos vitoriosos, as empre-sas do mercado e do entorno poderão destinar à escolinha parte do Imposto de Renda re-colhido.

Para coroar tudo isso, o des-cerramento da placa do Progra-ma Nossas Crianças, da Fun-dação Abrinq, que por um ano manterá uma classe com 25 alunos. Durante a solenidade ocorrida no dia 12, fomos pres-tigiados pela empresa Tedecon, que disponibilizou o sinal de internet para a nossa sala com 20 computadores; pelo senhor João Aparecido Pacetti Neto e sua irmã, Sonia Maria Pacetti de Souza, representantes das marcas Red Nose e Everlast, que doarão os tênis utilizados nas competições de skate para as criança da Nossa Turma. Estiveram presentes também representantes do grupo SOS Amigos do Anhembi Tênis Clu-be, cuja entidade ajudará na realização do Dia das Crianças e Ivana Lemos da Silva, repre-sentando os funcionários da Ceagesp e a diretoria do Ciesp.

Sob o olhar das crianças do futebol, que estreavam o unifor-me doado pela empresa Frugal e Hetros, foi descerrada a placa da da Abrinq, símbolo da luta das pessoas de bem contra o trabalho infantil. O descerra-mento foi feito pela voluntária da Nossa Turma, Luciana Pa-zim, que inscreveu o projeto, e por Michelly Antunes, do pro-

grama Nossas Crianças.Após a cerimônia, que teve

cobertura de diveros veículos da imprensa, cantamos para-béns pela parceria que vai ca-pacitar nossos profissionais e saboreamos o bolo da tia Cida, da padaria Nativa e o pão de queijo doado pela empresa Rycco. Obrigado e que Deus abençõe a todos!

Page 24: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201124 Meio Ambiente

A produção agrícola é altamente dependen-te da qualidade dos recursos naturais.

Assim, o sucesso de empreen-dimentos dessa natureza de-pende do manejo sustentável do ambiente. O solo dá suporte às plantas e fornece nutrientes; a água é essencial na formação de folhas, frutos e sementes, en-quanto que a vegetação nativa contribui para o equilíbrio da fauna e no controle de pragas e doenças.

Entretanto, a qualidade desses recursos tem sido com-prometida devido ao uso ina-dequado das terras agrícolas, conforme comprovação de estu-do realizado na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Quei-roz” (USP/Esalq), que busca uma proposta alternativa para a questão da largura da mata ciliar e verificar como ela inter-fere na qualidade do solo e da água.

O trabalho, realizado por Renata Santos Momoli, douto-randa do programa de pós-gra-duação (PPG) em Solos e Nutri-ção de Plantas, sob orientação do professor Miguel Cooper, do Departamento de Ciência do Solo (LSO), relata que solos erodidos perdem sua fertilidade natural e modificam o equilíbrio dos ecossistemas. Sinaliza tam-bém que, águas contaminadas por agrotóxicos, sedimentos e esgoto se tornam inadequadas para o uso humano e, nascentes soterradas reduzem o volume dos rios e comprometem a ofer-ta de água para seres humanos, animais e plantas. A pesquisa-dora explica que florestas de-gradadas tornam-se ambientes inóspitos para diversos animais importantes na cadeia alimen-tar, além de exporem o solo às intempéries do clima favorecen-do a erosão do solo.

Um conjunto de práticas de manejo conservacionistas (PMC), que visam à redução dos impactos causados pela erosão, são sugeridos no estudo. As PMCs englobam a cobertura do solo (por meio da palhada de plantio direto ou adubos ver-des), o plantio em nível, a cons-trução de terraços de infiltração e drenagem, o plantio de faixas ou cordões de vegetação para reduzir a velocidade da enxur-rada e a preservação e recupe-ração da mata ciliar (áreas de proteção permanente - APPs de beira de rios e ao redor de nas-centes).

De acordo com a doutoran-da, deve haver um esforço con-junto entre produtores rurais, pesquisadores e políticos no in-tuito de manter o equilíbrio do ecossistema para promover a perpetuidade da produtividade agrícola. “A proposta de redução

da largura das matas ciliares (APPs de beira de rio e ao redor das nascentes) implica no com-prometimento da longevidade do sistema agrícola no país. A manutenção da floresta ao re-dor de rios e nascentes promo-ve o aumento na qualidade de recursos naturais, como água e solo.

A proteção dada pela copa das árvores, por exemplo, reduz o impacto da chuva sobre o solo, reduzindo a erosão. A presença de caules e raízes de árvores fa-vorece a retenção da maior par-te dos sedimentos na borda da mata, protegendo as nascentes que se encontram no interior da mata ciliar”.

Para o desenvolvimento do estudo, a pesquisadora esco-lheu área do cerrado brasileiro por este ser considerado região de expansão agrícola onde, te-oricamente, os níveis de erosão são baixos e os solos são aptos à agricultura. “O cerrado goiano, foco da pesquisa, é considerado uma importante fronteira de expansão agrícola. Porém, por tratar-se de uma região que so-fre incidências de chuvas muito fortes e solos expostos pelo des-matamento, observou-se a per-da da camada superficial e mais fértil do solo, abertura de voço-rocas efêmeras e permanentes, deposição de sedimentos nas áreas mais baixas do relevo e assoreamento das nascentes pelo processo erosivo”, destaca Renata.

O estudo da dinâmica da se-dimentação numa mata ciliar da região sul do estado de Goiás re-sultou numa interpretação mais integrada do ambiente para a proposição das dimensões que a mata ciliar deve possuir para promover a interceptação dos sedimentos derivados da erosão das áreas à montante. Registros de 18 meses de observações re-velaram que a maior parte da sedimentação ocorreu na borda da mata ciliar, sendo que em al-guns pontos houve um aumento de mais de 35 cm no nível do solo, decorrente da deposição de sedimentos potencializada pela presença de grandes sulcos de erosão na área com cultivo agrícola.

Além do mais, no interior da mata ciliar, alguns locais tam-bém apresentaram níveis acima de 30 cm de sedimentação, nes-se caso, a sedimentação foi favo-recida pela presença de árvores com raízes tabulares, as quais “barram” o fluxo de sedimentos, retendo ali, grande quantidade de material sólido transportado na enxurrada. Utilizando as ár-vores da mata ciliar como indi-cador da espessura do depósito de sedimentos ao longo do tem-po foi possível a constatação de que grande parte de deposição

de sedimentos (ao redor de 30 cm de altura) ocorreu nos últi-mos dez anos.

O fato confirma a grande proporção do impacto negativo da ocupação agrícola em áreas sensíveis como as zonas ripá-rias. Já em projetos de restaura-ção de APPs de mata ciliar deve ser considerado o uso de espé-cies arbóreas com raízes tabula-res, pois as mesmas potenciali-zam o efeito de filtro da floresta. O estudo ainda sinaliza que é interessante incluir no reflores-tamento espécies que possuam

anéis de crescimento bem de-marcados pois podem, futura-mente, servir como indicadores de alterações ambientais como, por exemplo, a datação de pro-cessos de erosão/sedimentação com resolução anual.

“Esse estudo comprovou que grande parte do sedimento que se deposita na borda da mata ciliar recobre as diversas nas-centes que ali afloram. Esse pro-cesso de assoreamento propicia o secamento das nascentes e a redução na produção de água”, explica a pesquisadora.

ConclusãoA pesquisa conclui que é

essencial que seja mantida a le-gislação sobre largura da mata ciliar até que estudos mais deta-lhados sobre a interpretação in-tegrada do ambiente possam ser produzidos.

A aprovação da redução da largura das APPs provocará o acúmulo de sedimentos sobre as nascentes e permitirá o fluxo livre da enxurrada até o leito dos rios. Como conseqüência desse processo, aumenta a carga de sólidos em suspensão e aumenta

Mata ciliar garante sustentabilidade do ambiente agrícola

Área de Preservação Permanente (APP)

Tipos de APPs

Nascentes

Restingas

Mata Ciliar

Zona protegida, cobertya ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar a

água, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o solo e assegurar o bem-estar

das pessoas. Pode ocorrer em áera rural ou urbana

O tamanho desta APP depende da largura do curso d’água:

Esta APP ocupa sempre um raio mínimo

de 50 metros ao redor de nascentes

APP que cobre áreas de dunas ou

estabilizadoras de mangues

De 30 metros para os cursos d’água com menos de 10 metros de largura

De 50 metros para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura

De 100 metros para os cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura

De 200 metros para os cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura

De 500 metros para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros

Ao redor das lagoas, ou lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais

Qualidade dos recursos naturais disponíveis está

atrelada à conservação desses ecossistemas

Page 25: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 25Meio Ambiente

A Câmara analisa o Pro-jeto de Lei 740/11, do depu-tado Luiz Otavio (PMDB-PA), que prevê a remuneração do proprietário rural ou deten-tor de posse rural pela recupe-ração ou manutenção de áreas de preservação permanente (APPs).

De acordo com a proposta, os recursos �inanceiros para pagamento desse tipo de “ser-viço ambiental” serão prove-nientes de doações de pessoas �ísicas e de entidades nacionais e internacionais, sem ônus para

Proprietário rural que recuperar APPs poderá receber pagamento

o Tesouro Nacional. O texto não de�ine o valor da recompensa aos agricultores.

O projeto acrescenta ar-tigo ao Código Florestal (Lei 4.771/65). A lei de�ine como áreas de preservação perma-nente espaços territoriais sob regime de proteção integral, entre os quais as áreas com vegetação natural situada ao longo dos rios, nos topos de morro e nas encostas com de-terminado grau de declividade. “Toda a população, direta ou in-diretamente, é favorecida pelos

serviços ambientais decorren-tes das APPs e, portanto, nada mais justo do que destinar re-cursos �inanceiros aos proprie-tários rurais que adotem práti-cas voltadas à recuperação e manutenção dessas áreas”, ar-gumenta o autor.

Também está prevista, na proposta, a alteração da Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, para incluir o paga-mento por serviços ambien-tais como instrumento dessa política.

Tramitação

O projeto, que tra-mita em caráter conclu-sivo, será analisado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Ru-ral; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Susten-tável; de Finanças e Trib-utação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Agência Câmara

a sedimentação. A sedimentação tem como conseqüência o asso-reamento dos rios e das nascen-tes. O assoreamento favorece a ocorrência de inundações seve-ras nas margens dos rios, ou seja, a redução da largura da mata ciliar resultará em impactos ne-gativos cada vez mais intensos, maiores inundações, maiores ní-veis de sedimentação soterran-do nascentes. Por isso, reduzir a largura das APPs de beira de rios e nascentes resultará no com-prometimento da qualidade do solo, da água e dos ecossistemas.

Depois de um recuo em maio, o desmatamento da Amazônia voltou a subir em junho, de acor-do com o Inpe (Instituto Nacio-nal de Pesquisas Espaciais). Em um mês, a �loresta perdeu 312,6 quilômetros quadrados, desmate 17% maior que o registrado em maio. Em relação a junho de 2010, quando o desmatamento foi de 243,7 km², houve aumento de 28% no ritmo da derrubada. O Pará liderou o desmate na região

Desmatamento da Amazônia aumenta em junho

em junho, com 119,6 km² de no-vas áreas derrubadas, seguido por Mato Grosso, com 81,5 km², e por Rondônia, com 64 km². No Ama-zonas, as derrubadas atingiram 41,6 km² de �lorestas, no Maran-hão, cerca de 5 km² e no Tocan-tins, 0,5 km².

A cobertura de nuvens im-pediu a visualização de 21% da Amazônia Legal, segundo o Inpe.

Os números são calculados pelo Sistema de Detecção do Des-

matamento em Tempo Real (De-ter), que monitora áreas maiores do que 25 hectares e serve para orientar a �iscalização ambiental. Além do corte raso (desmata-mento total), o sistema também registra a degradação progressiva da �loresta.

Faltando um mês para o fe-chamento do calendário o�icial do desmatamento (que vai de agosto de um ano a julho do outro), os dados do Deter mostram tendên-

cia de aumento da taxa anual de desmate. Entre agosto de 2010 e junho de 2011, a derrubada acumulada foi de 2.429,5 km², fr-ente a 1.810,8 km² registrados no período anterior (agosto de 2009 a junho de 2010), com aumento de 34%. Apesar da tendência, a taxa anual é calculada por outro siste-ma do Inpe, o Projeto de Moni-toramento do Des�lorestamento na Amazônia Legal (Prodes), e só deve ser divulgada em novembro.

Agência Brasil

Com base no padrão dos des-matamentos consolidados, o Ima-zon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia) tra-çou uma estimativa de novas der-rubadas para a região e concluiu que a devastação vai aumentar entre julho deste ano e agosto de 2012. O levantamento alerta para a provável derrubada de 7.134 quilômetros quadrados (km²) de �loresta no período. A atual taxa de desmatamento, medida entre agosto de 2009 e julho de 2010, é 6.451 km².

Para este ano, os dados ainda não estão fechados, mas os núme-ros dos alertas mensais apontam tendência de aumento da taxa. Em maio, por exemplo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais registrou 268 km² de desmata-mento, área 144% maior que no mesmo mês de 2010.

De acordo com a projeção do Imazon, os estados do Pará e de Mato Grosso concentram as �lo-restas com maior risco de des-matamento. As áreas com maior probabilidade de desmatamento estão ao longo da BR-320 (Transa-mazônica), na região da Terra do Meio, e ao longo da BR-163 (que

liga Pará e Mato Grosso), segundo o estudo.

Entre os municípios, o risco de desmatamento é crítico na região onde será construída a Usina Hi-drelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Os três municípios com maior probabilidade de des-matamentos futuros estão na área de in�luência do empreendimen-to: Pacajá, Altamira e São Félix do Xingu.

O modelo do Imazon usa in-formações sobre a localização da ocorrência de desmatamento no passado para calcular a pos-sibilidade de novos desmates. A estimativa também considera variáveis como proximidade com estradas, rios, distância de áreas protegidas e alcance econômico.

Na avaliação por situação fun-diária da terra sob risco, o Imazon concluiu que a maior parte das áreas vulneráveis está em pro-priedades privadas ou em con�li-tos por posse: 65% do total. Os assentamentos de reforma agrá-ria abrigam 24% das �lorestas sob risco. O restante está em unidades de conservação e terras indígenas, onde, teoricamente, não deveria haver nenhuma derrubada ilegal.

Estudo diz que desmatamento na Amazônia vai aumentar

Encostas

Topos de morros, montes,

montanhas e serras

APP em regiões com

declividade superior a 450

Page 26: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201126 Ceasas do Brasil

Limão

15,6%

Cebola Salmão

6,1% -9,5%Tomate

-22,55%

(*) cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos

Índice Ceagesp julho 2011

Geral

Frutas

Legumes

Verduras

Diversos*

Pescados

-0,87%

4,47%

-2,29%

-7,60%

-2,98%

-1,96%Fonte: Ceagesp

Índice Ceagesp fecha julho com alta de 0,87%

Em julho, o Índice Ceagesp apresentou ligeira elevação de 0,87% nos preços no atacado dos principais produtos co-mercializados na estatal. “Este aumento foi impulsionado pelo setor de frutas, o único do en-treposto da capital a registrar elevação de preços. Todos os demais setores registraram re-tração dos preços praticados”, analisa o economista da com-panhia, Flávio Godas. No ano, o balizador de preços tem alta de 0,23%, e de 1,21%, nos últimos 12 meses.

Principal item da cesta de 105 produtos frescos que com-põe o Índice Ceagesp, o setor de frutas apresentou elevação de 4,47%. As principais altas foram do limão (15,6%), da atemoia (15,2%) e do abacate (14,7%). A melancia (-12,9%), o moran-go (-13,2%) e a banana maçã (-6,7%) registraram as princi-pais quedas.

Para o mês de agosto são es-

peradas mais elevações nos pre-ços do setor de frutas. “Mesmo com as altas em julho, o setor registra retração de 9,83% em 2011. Assim produtos como li-mão, maracujá, mamão, melão deverão apresentar recupera-ção dos preços nos próximos meses” avalia Godas.

Desde de março, o setor de verduras computa retração nos preços. Em julho, o recuo foi de 7,60%. As baixas foram do co-entro (-41,7%), da couve-�lor (-35,8%) e do brócolis (-24,5%). Já as altas foram da alface crespa (30,18%), da alface lisa (12,4%) e da escarola (9,55%).

Os setores diversos (2,98%), legumes (2,29%) e pescados (1,96%) também registraram quedas nos preços praticados. Em Diversos, as baixas foram da batata comum (-15,6%), da batata lisa (-16,8%) e do amen-doim (-12,44%). O único item a apresentar alta foi à cebola, com 6,1%. Já no setor de legumes,

as principais quedas nos pre-ços foram do pimentão amarelo (-37,1%), do tomate (-22,55%) e do pepino caipira (-10,4%). E os aumentos foram da abobri-nha italiana (35,2%), da berin-jela (23,39%) e da beterraba (13,2%).

Nos pescados, os preços das anchovas (-31,6%), do cação (-12,3%) e do salmão (-9,5%) foram os responsáveis pelas re-trações no setor. As elevações �icaram por conta da cavalinha (23,8%), do robalo (15,8%) e do atum (11,9%).

Para este mês de agosto, as bruscas mudanças climáticas nas regiões produtoras poderão ser fatores importantes para diminuição da qualidade e da quantidade ofertada dos horti-frutis.

Como as geadas que podem prejudicar a oferta de hortali-ças. “Caso não ocorram, a ex-pectativa é de ainda queda dos preços praticados nos setores

de Legumes e Verduras”, comen-ta Godas.

Também as cheias no Vale do Ribeira poderão comprometer a quantidade ofertada de banana. Municípios agrícolas como Re-gistro, Eldorado e Sete Barras apresentaram perdas acentua-das e alguns produtores perde-ram 100% da plantação. “Como a região é responsável por mais de 90% da oferta de banana na-nica na Ceagesp, são esperadas reduções no volume ofertado e majorações nos preços pratica-dos nas próximas semanas” pre-vê Godas.

Na manhã do dia 4 de julho, foram inaugurados dois totens no MLP (Mercado Livre do Pro-dutor) com informações úteis para o trabalhador e também foi inaugurada a nova Central do Produtor no entreposto de Contagem da CeasaMinas.

Os totens funcionam como

centrais de informação, nas quais os usuários podem fazer consultas online ao Detran-MG e ao SPC. De acordo como pre-sidente da estatal, João Alberto Paixão Lages, a medida vai tra-zer mais segurança ao produ-tor. “Eu quero chamar a atenção dos nossos produtores rurais, para que eles não deixem que pessoas mal intencionadas os enganem. O produtor deve ir ao totem e consultar se o che-que que ele recebe tem algum impedimento ou foi roubado”, alerta.

Informações institucionais da CeasaMinas, como os pro-

jetos sociais desenvolvidos e apoiados pela estatal, também são apresentadas nos totens. Para facilitar o deslocamento dos usuários dentro do entre-posto, foram disponibilizadas informações sobre localização das lojas. Ao selecionar uma delas, o computador gera um mapa com a rota de acesso. Ainda, é possível encontrar produtores rurais, pesquisando pelo seu nome ou pelo produto vendido.

A Central do Produtor é o espaço onde os produtores são credenciados para atuarem no MLP. Anteriormente, a Central

estava localizada no Pavilhão Shopping, distante do local de trabalho dos produtores rurais. Agora, ela �ica anexa ao plantão do MLP. Essa facilidade de aces-so e a diminuição da burocracia fazem com que os produtores possam comercializar seus produtos com mais tranqüili-dade. “Nossa rotina era muito di�ícil com a Central no Shop-ping. O tempo do produtor é muito curto. A transferência da Central para o MLP vai colocar �im a esse vai e vem. É uma me-lhoria inexplicável”, comemora Antônio Lopes, presidente da associação de produtores.

Produtores da CeasaMinas já podem fazer consultas ao SPC sem sair do mercado

Medida deve trazer mais segurança aos produtores

A continuidade do movi-mento de aumento nas impor-tações chinesas de produtos básicos deverá garantir a sus-tentação dos preços das com-modities por um bom tempo, bene�iciando o agronegócio brasileiro. A previsão foi feita pelo professor da Universidade de São Paulo (USP), José Edu-ardo de Morais Pinto Furtado, durante o Painel “O Mercado de Fertilizantes sob o Impacto da Nova Economia Mundial”, du-rante o 1º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, que foi realiza-do no último dia 12 de agosto, em São Paulo. “Esta tendência tem fôlego para continuar por alguns anos. O crescimento da economia chinesa teve início há 32 anos e não há registro na história de um movimento tão longo sem crise”, destacou o economista, lembrando que a nova economia mundial criou um novo parâmetro.

Atualmente, existe um peso crescente de economias com de-mogra�ia volumosa e dinâmicas. Além disso, explica o professor, o padrão de consumo está ba-seado em produtos básicos. “O deslocamento de demanda é muito grande e os preços não devem retornar aos níveis ini-ciais, mesmo com o ajuste da oferta”, completa.

A liderança iminente da Chi-na pode ser ressaltada pelos ní-veis crescentes de consumo.

No caso dos fertilizantes, por exemplo, o consumo americano se estabilizou na casa de 20 mi-lhões de toneladas, contra mais de 40 milhões na China e com tendência de crescimento. “A China tem condições de garantir o crescimento durável e forte da economia mundial por um lon-go período. Os Estados Unidos conseguiram isso por 50 anos e as condições chinesas são ainda mais favoráveis”, aposta Furta-do. Segundo Furtado, a grande questão para o Brasil e o agro-negócio nacional é saber apro-veitar este impulso chinês. Para ele, o Brasil precisa se preparar não só para aproveitar os bons preços, mas se favorecer dos efeitos estruturantes, investin-do na amenização dos gargalos produtivos.

Demanda chinesa deve sustentar preços agrícolas no Brasil

Liderança iminente da China pode ser ressaltada pelos níveis crescentes de consumo

Page 27: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 27Agronegócio

O Valor Bruto da Produção das 20 principais lavouras do país deve chegar a R$ 199 bi-lhões este ano. A estimativa de faturamento, apurada com dados levantados até junho pelo Ministério da Agricultura, é 10,4% maior que o resulta-do de 2010, que ficou em R$ 180,38 bilhões, e representa um novo recorde. A melhor marca até agora foi atingida em 2008, quando o VBP ficou em R$ 183,61 bilhões.

Segundo o coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques, o resultado favorável vem, prin-cipalmente, pela junção de três fatores: melhores preços dos produtos agrícolas, maior pro-dutividade e volume recorde da safra.

De acordo com o Ministério, os produtos que mais aumenta-

ram o valor da produção foram algodão (67,7%), uva (46,3%), café (38%), milho (29,8%), soja (17,1%), mandioca (11%) e feijão (10,2%). A soja tem o

Agronegócio brasileiro terá faturamento recorde de quase R$ 200 bilhões este anoAgência Brasil

maior peso no faturamento das lavouras brasileiras, com R$ 55 bilhões, seguida pela cana-de-açúcar (R$ 30 bilhões), milho (R$ 23,5 bilhões) e café (22 bi-

lhões). O algodão, com a maior elevação do valor bruto, passou de R$ 3,2 bilhões, no ano pas-sado, para R$ 5,3 bilhões este ano. Mas alguns produtos não

acompanharam essa valoriza-ção e apresentaram queda no VBP, como cebola (-62,4%), que deve faturar este ano R$ 752 milhões; batata inglesa (-24,6% e VBC de R$ 2,9 bi-lhões) e trigo (-16,8% e VBC de R$ 2,2 bilhões). O estudo do valor da produção é feito desde 1997, com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE), da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Com-panhia Nacional de Abasteci-mento (Conab).

O VBP se refere à renda dentro da propriedade e leva em consideração as planta-ções de soja, cana-de-açúcar, uva, amendoim, milho, café, arroz, algodão, banana, batata-inglesa, cebola, feijão, fumo, mandioca, pimenta-do-reino, trigo, tomate, cacau, laranja e mamona.

Page 28: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201128 Transporte

Com o slogan “Inovar para Competir. Competir para Crescer”, a presidente Dilma Rousseff lan-çou no início de agosto em Brasí-lia, o Plano Brasil Maior. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior (MDIC), o plano foi idealizado para o perío-do 2011-2014 e tem o objetivo de aumentar a competitividade dos produtos nacionais a partir do in-centivo à inovação e à agregação de valor. Uma das medidas é destinada a dar estímulo a investimento e a inovação, com desoneração tribu-tária do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de bens de investimento. Ou seja, uma exten-são por mais 12 meses da redução do imposto sobre bens de capital, materiais de construção, caminhões e veículos comerciais leves.

Outra medida de desoneração tributária prevê a redução gradual do prazo para devolução dos crédi-tos do PIS-Pasep/Cofins sobre bens de capital.

Para o investimento, o plano prevê a extensão do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) até dezembro de 2012, com orça-mento de R$ 75 bilhões. Foi manti-do o foco em bens de capital, inova-ção, exportação e no programa Pró-Caminhoneiro.

Foram incluídos novos setores como componentes e serviços téc-nicos especializados, equipamen-tos, tecnologia de informação e comunicação (informática), ônibus híbridos, Pró-Engenharia (pro-grama para impulsionar a forma-ção de novos engenheiros) e Linha Inovação Produção. São áreas con-sideradas prejudicadas pelo gover-no devido à concorrência de produ-tos estrangeiros.

O plano concede estímulos ai-nda à ampliação do capital de giro para o Programa BNDES de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda com novas condições de crédito e prazo e a inclusão dos setores au-topeças, móveis e artefatos.

O orçamento chega a R$ 10,4 bilhões, a taxas de juro de 10% a 13% ao ano, com prazo de financia-mento entre 24 e 36 meses. A vigên-

Redução de IPI de caminhões é estendida por mais um anoAgência Brasil

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Page 29: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 29Transporte

cia foi prorrogada até dezembro do ano que vem.

O governo vai relançar o Pro-grama BNDES Revitaliza, que terá novas condições de �inanciamento ao investimento. O orçamento pre-visto para a nova fase, que passa a incluir o setor autopeças, é R$ 6,7 bilhões, com taxa �ixa de 9%, vi-gente, também, até dezembro de 2012.

O objetivo do programa é �i-nanciar ações de revitalização das empresas que atuam nos setores de pedras ornamentais, bene�icia-

mento de madeira, de couro, calça-dos, confecção, móveis de madeira, frutas (in natura ou processadas), cerâmicas, softwares e prestação de serviços de tecnologia da infor-mação, priorizando a agregação de valor ao produto nacional e a adoção de métodos de produção mais e�icientes.

Outro programa, segundo o MDIC, que será criado é o Fundo do Clima, cujos recursos serão destina-dos à inovação e ao �inanciamento de projetos que reduzam emissões de gases de efeito estufa.

A montadora Volvo está lan-çando no mercado europeu o modelo FM Metano-Diesel. O novo caminhão é movido por uma mistura de combustíveis com até 75% de gás. Segundo a montadora, a tecnologia de e�iciência de combustível am-plia as possibilidades operacio-nais do veículo, tornando pos-sível reduzir consideravelmente as emissões de gás carbônico em aplicações de transporte pesado, em longas distâncias.

“Nosso modelo metano-diesel oferece novas condições para o mercado de caminhões movidos a gás. Com o uso de gás liquefeito, em um motor a diesel e�iciente, tornamos possível o uso de caminhões a gás em op-erações de transporte pesado e em grandes distâncias”, conta o presidente da divisão europeia da Volvo, Claes Nilsson.

De acordo com a Volvo, o caminhão movido a gás natural gera 10% menos CO2, se com-parada com o motor a diesel. No longo prazo, a empresa acredita no aumento do uso de gás natu-ral como um passo importante em direção à uma maior dis-ponibilidade e do uso do bio-gás, o que reduz ainda mais as emissões de CO2.

“Estamos convencidos que o gás liquefeito é uma das mais importantes alternativas futu-ras para os combustíveis usados nos veículos atuais” a�irma Lars Mårtensson, diretor de assuntos ambientais da Volvo.

A montadora diz que seu caminhão movido a bio-gás é capaz de reduzir a emissão de dióxido de carbono em até 70%, se comparado com o motor a diesel convencional.

Uma vez que o preço do gás natural é, quase sempre, signi�i-cativamente menor que o preço do diesel, a economia também é um atrativo – e, muitas vezes, uma pré-condição para a aceita-ção mais ampla de uma nova tecnologia.

As primeiras unidades do FM Metano-Diesel serão vendi-das na Holanda, Grã Bretanha e Suécia, onde existe uma melhor infraestrutura para o forneci-mento de gás. Os planos são de fabricar 100 caminhões até o �i-nal do ano. A produção em série será iniciada em agosto.

“Se as coisas correrem como planejado, esperamos que as vendas sejam feitas em seis ou oito países europeus dentro de dois anos, com uma venda an-ual de cerca de 400 caminhões. As vendas futuras dependerão muito, naturalmente, da expan-são dos postos de abastecimen-to de gás liquefeito, para veícu-los comerciais”, complementa Nilsson.

Montadora passará a oferecer caminhões movidos a gás

HORIZONTERODOVIA MOGI-DUTRA, 1.461 ITAPETI - MOGI DAS CRUZES - SPTEL.: (11) 4791-7720

NUÑO CAMINHÕESAVENIDA MARGINAL SUL, Nº 58 TREVO BR-116, KM 446 VILA NOVA RIBEIRA - REGISTRO - SPTEL.: (13) 3828-5050

SOUZA RAMOSAV. TENENTE JOSÉ JERÔNIMO DE MESQUITA, 155PARQUE NOVO MUNDO SÃO PAULO - SP TEL.: (11) 2984-3366

VALE CAMINHÕESAV. DR. ROSALVO DE ALMEIDA TELLES, 500 - NOVA CAÇAPAVACAÇAPAVA - SP TELS.: (12) 3654-7103 - (12) 3654-7108

SOUZA RAMOS ABCAV. DOS ESTADOS, 2.257 VILA METALÚRGICA SANTO ANDRÉ - SP TEL.: (11) 3377-0000

FELIVELROD. RAPOSO TAVARES, S/Nº KM 95,4 V. ARTURASOROCABA - SPTEL.: (15) 3237-8090

CAOA CAMINHÕESRODOVIA ANHANGUERA, KM 17,5VILA JARAGUÁ SÃO PAULO - SP TEL.: (11) 3837-3000

CARUEMERODOVIA D. PEDRO I, S/NºKM 145 NOVA APARECIDACAMPINAS - SP TEL.: (19) 2101-2800

COSTA SUL CAMINHÕESRUA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, 1.172 - J. CASQUEIRO (PARALELA À ROD. ANCHIETA)CUBATÃO - SPTEL.: (13) 3365-8890

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Page 30: Jornal Entreposto | Agosto de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201130 Apesp

Espaço ApespEspaço informativo da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo

Leva

A polêmica de troca de saca-ria de batata de 50 por 25 qui-los está esquentando. A batata é o único produto embalado e comercializado com um peso tão alto. Os citros e o repolho, com 27 e 25 quilos, respecti-vamente, são os produtos mais pesados depois da batata.

A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é antiga - de 1943 - e permite até 60 quilos de peso máximo no carrega-mento manual. Entretanto, a NR-17 Norma Regulamentado-ra do Ministério do Trabalho, coloca como obrigação do em-pregador: “Não se deve com-prometer a saúde ou a seguran-ça do trabalhador no transporte manual de cargas”.

Alguns estudos estabelecem de 23 a 25 quilos como peso máximo para o transporte ma-nual de cargas.

A produção de batata no Brasil exige alta tecnologia e mecanização. Depois da colhei-ta ela é encaminhada às máqui-nas de classificação para ser la-vada e separada por tamanho e qualidade. Em todo o processo existe um grande cuidado para não ferir o produto e manter sua qualidade.

O embalamento em sacaria de 50 kg rompe com o proce-dimento de manutenção de qualidade e com as operações mecanizadas. As operações de embalamento, de manuseio, de costura da sacaria e de car-

ga e descarga são feitas ma-nualmente, o que impede um manuseio cuidadoso e leva ao ferimento da batata. O grande esforço e investimento na pro-dução e no beneficiamento po-dem ser destruídos nas opera-ções posteriores.

Ceagesp

Atacadistas, compradores e carregadores foram entrevista-dos no entreposto paulistano da Ceagesp com o objetivo de compreender a sua percepção na questão da troca de sacaria de 50 para 25 kg. A maior par-te deles é favorável à adoção do embalamento em saco de 25 kg para batata - atacadistas (75%), compradores (80%), carregadores (67%).

Sacaria de batata: 25 kg ou 50 kg?

A maior parte dos atacadis-tas (81%) já comercializa parte das suas vendas em sacarias de 25 kg e 31% em caixas plásticas. Uma embalagem especial, em saco de juta de 10 kg com eti-queta do fornecedor, foi encon-trada em um dos atacadistas.

A grande dificuldade para a adoção da sacaria de 25 kg é a adesão dos produtores. A jus-tificativa é o aumento do custo no beneficiamento, em virtude da maior necessidade de mão de obra e de maior custo da em-balagem, o que somando daria um aumento no preço pago ao produtor de R$ 0,02 por kg de batata.

Os benefícios são reconhe-cidos por todos: preservação da saúde do trabalhador, pre-servação da qualidade da ba-

tata, facilidade de mecanização da carga e da descarga, melhor atendimento a pequenos com-pradores, maior facilidade de contratação de mão de obra.

Os resultados mais detalha-dos das entrevistas foram apre-sentados aos atacadistas de ba-tata e aos técnicos da Ceagesp em reunião realizada no último dia 26 de julho.

Abaixo você confere o que ficou decidido.

1. O encaminhamento pelos atacadistas da posição do corpo técnico da Ceagesp e da Ceasa Campinas aos produtores e be-neficiadores de batata;

2. O encaminhamento de solici-tação ao Ministério da Agricul-

Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT

Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP

Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais.

Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)Entre em contato com nossos representantes

Fábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644

End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)

Programas exigidos por lei:

tura de mudança do peso má-ximo das embalagens de batata de 50 para 25 kg, estabelecido no item 4 da Norma de Identi-dade, Qualidade, Acondiciona-mento, Embalagem e Apresen-tação – Portaria número 69, de 21 de fevereiro de 1995, que estabelece: “A batata para con-sumo será acondicionada em embalagem nova, seca, limpa e com capacidade máxima de até 50 kg (cinquenta quilogramas) líquidos”.

3. A divulgação aos comprado-res acerca dos benefícios da sa-caria de 25 kg de batata.

Autoria: Barbara Ludwig Navarro e Camila Klock de Lima

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio agosto de 2011 31

Mariana G. Marques

Turismo

O Amazonas é o maior Estado brasileiro, com uma área aproxi-mada de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, ou duas vezes a soma do tamanho da Bélgica, Hungria, Áus-tria e Portugal juntos. Seu portal de entrada �ica na capital, Manaus, cujo aeroporto internacional recebe dia-riamente cerca de 50 voos lotados de turistas de todas as regiões do país e do mundo.

Ocupando grande parte do esta-do, está a �loresta amazônica, consi-derada o maior celeiro de biodiver-sidades da terra. Só para se ter ideia da grandiosidade de sua diversida-de, num espaço de vinte centíme-tros quadrados, segundo os estu-diosos, podem ser encontrados até 1,5 mil espécies vegetais e animais diferentes, somando-se fungos e microorganismos. Estima-se ainda que existam cerca de dois milhões de espécies espalhadas pelas matas de igapó, mata de terra-�irme e ma-tas de várzea que formam a �loresta.

Ao fazer um passeio pela �lores-ta é interessante reparar que a altu-ra das árvores aumenta à medida que se distanciam dos rios. Existem algumas bem antigas que chegam a atingir até 50 metros de altura. Mas há também outros inúmeros tipos diferentes de espécies vegetais, prova disso é que 25% de todas as essências farmacêuticas utilizadas atualmente pela medicina moderna foram retiradas da Amazônia.

A fauna da região também é bastante variada, e, assim como no reino vegetal, há muitas espécies que existem apenas lá. Somente na Amazônia é possível conhecer espécies em extinção como os ma-cacos uacari branco e o pequeno sauim-de-coleira que somente são encontrados nas proximidades de Manaus. Apesar disso, o que mais faz sucesso com os turistas que vão até o Amazonas são os passeios no-turnos para avistar jacarés e a pesca de piranhas, muito comum nos rios que cortam o estado. A bacia Ama-zônica é uma região muito plana, mas, em contraposição, abriga o maior pico do Brasil, o Pico da Ne-blina, com 3014 m.

Quem visita o Amazonas en-contra toda a infra-estrutura neces-

sária para a realização de roteiros seguros pela �loresta. É possível conhecer os encantos da selva com a companhia de guias altamente treinados, inclusive com cursos de especialização de sobrevivência na selva, ministrados pelo Exército Brasileiro. Assim, os visitantes têm oportunidade de conhecer, apren-der e valorizar a importância da �loresta tropical e os habitantes que nela vivem e que são os responsá-veis pela sua conservação.

Em se tratando de hospedagem, é possível escolher entre os lodges, também conhecidos como hotéis de selva, geralmente mais rústicos e também mais próximos da nature-za ou os hotéis mais confortáveis e luxuosos encontrados em Manaus. Outra opção é se hospedar no bar-co-hotel Iberostar Grand Amazon, uma embarcação 5 estrelas que passeia pelo rio Amazonas.

Como já deu para perceber, a �loresta amazônica tem tudo aquilo que já ouvimos na escola, a diver-sidade da �loresta, a grandiosidade dos rios e a exuberância da fauna. Mas melhor do que ouvir falar é ver com os próprios olhos e conhecer de perto tudo isso.

Passeios

Existem diversos tipos de pas-seios que podem ser feitos na re-gião, mas a maioria dos pacotes oferecidos pelos hotéis ou agências de turismo aborda três temas em geral:

Selva: com passeias pela mata, ob-servação de espécies da fauna e �lo-ra e visita a cachoeiras; os passeios podem ser feitos por terra ou pelo ar, com os famosos ultraleves.

Cruzeiros: com passeios em va-riadas embarcações, visita a ilhas e praias ribeirinhas da região e pesca esportiva;

Compras e cultura: normalmente feitos em Manaus e Parintins, com visitas a museus, igrejas, antigas construções, e ainda a participação em festas típicas, como por exem-plo, a Festa do Boi em Parintins, entre outros.

Parque Ecológico do Lago Janauari

Localizado no Rio Negro a uma hora de barco de Manaus, o parque possui uma área de nove mil hecta-res de matas de terra �irme, várzea e igapós (�loresta inundada). No local é possível fazer tour de canoas pe-los lagos e igarapés da região e ain-da vislumbrar a vitória-régia, plan-ta que abre sua folha redonda sobre as águas rasas e sem correnteza e chega a medir 1,8 m de diâmetro.

Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá

É umas das maiores reservas de área inundada do mundo, com 1,1 milhão de hectares, com até 80 qui-lômetros de �loresta alagada. Na re-serva já foram catalogadas mais de 300 espécies de peixes, incluindo os ornamentais como o acará disco. Lá também vivem cerca de 400 es-pécies de aves e pelo menos 45 es-pécies de mamíferos. Dentre outros animais protegidos, o mais conheci-do é o macaco uacari branco que só pode ser encontrado naquela região de várzea.

Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Piranha

O local é um dos melhores para a pesca esportiva, pela variedade de peixes como o bodó, a piranha e o aruanã. Em seu hotel �lutuante com estação de tratamento de água e esgoto e um observatório de pás-saros, desenvolvem com a comuni-dade locais programas que incluem caminhadas em trilhas interpreta-tivas pela �loresta, a observação de jacarés e aves, passeios pelos lagos e tour fotográ�icos.

Arquipélago de Anavilhanas/ Novo Airão

Cerca de 400 ilhas cobertas de �loresta virgem formam um ver-dadeiro labirinto natural, um dos mais belos exemplos de paisagem natural amazônica. No período de seca, a descida das águas revela inúmeras praias de areias brancas e interessantes formações naturais

de raízes e troncos. No entanto, a maioria dos visitantes vai ao local para nadar com os botos cor de rosa e para alimentá-los em um dos ba-res na praia.

Manaus

A capital conta com opções para todos os tipos de turistas, dos mais simples aos mais requintados. Mui-tos restaurantes oferecem culinária variada, mas o que faz mais sucesso entre os turistas são os pratos da cozinha regional que têm por base os peixes como o tambaqui, o pira-rucu e o tucunaré. As frutas exóticas também encontradas facilmente são utilizadas no preparo de sucos e sobremesas.

Uma boa maneira de iniciar o passeio por Manaus é ir até o cen-tro. Lá, o visitante pode conhecer prédios históricos e museus sobre a Amazônia sem fazer muito esfor-ço, já que eles estão espalhados por toda parte. Aproveite para visitar o mercado municipal e suas lojas de artesanato local e indígena. Vai ser impossível sair de lá sem comprar nada.

Uma outra visita obrigatória é ao cartão postal da cidade: o Teatro Amazonas, inaugurado em 1896. A enorme construção tem capacidade para 700 pessoas e �ica aberto para visitação em horários especí�icos que devem ser consultados com an-tecedência.

Um dos passeios mais procura-dos pelos turistas é o que leva até a con�luência dos rios Solimões e Negro, que formam o Amazonas. A diferença das cores no encontro das águas de cada um dos rios, dá a impressão de que eles não se mis-turam, causando um efeito muito interessante que pode ser fotogra-fado para registrar sua visita. Esse e outros passeios com destino a variadas cidades são oferecidos no centro da cidade, no porto, de onde partem todos os barcos.

Aproveite sua viagem e dê um pulinho até a Zona Franca, que �ica no centro da cidade. A área é for-mada por onze quarteirões reple-tos de lojas que vendem produtos eletrônicos nacionais com ótimos preços. O Amazonas Shopping que

�ica no bairro da Chapada, apesar de oferecer menos opções, tem ar condicionado e mais conforto para suas compras.

Parintins

A ilha �luvial �ica a 325 Km Ma-naus, com acesso por via �luvial ou aérea, está na margem direita do Rio Amazonas. A cidade é palco de uma das maiores manifestações de cultura popular do mundo, o Festi-val Folclórico de Parintins. A festa, que acontece em junho, é marca-da pela presença de personagens místicos usando alegorias de len-das amazônicas, como o bumba-meu-boi e a cobra grande. Um dos pontos altos do festival é a disputa dos bois-bumbá Garantido e Ca-prichoso, cada um com suas cores marcantes: vermelho para o boi e a torcida do Garantido e azul para o Caprichoso. Vence o boi que �izer o des�ile mais bonito e animado.

Além do festival, a cidade dispõe de boa infra-estrutura, com bares, restaurantes e hotéis de excelente qualidade. Oferece também várias opções de lazer, como por exemplo, a praia de Uaicurapá que no verão atrai multidões. Constantemente a praia é transformada em palco para shows, festivais de música e concur-sos de beleza.

Dicas• Antes de viajar para o estado do Amazonas, é necessário tomar vaci-nas contra a febre amarela, tétano, hepatite B e tifo.• Durante os passeios pela selva, tenha sempre à mão uma blusa de manga comprida. No �inal do dia a temperatura pode cair e também será útil na proteção contra os mos-quitos.• Se for possível, o ideal é levar um binóculo para observar os animais, sem assustá-los. Não esqueça de le-var a máquina fotográ�ica.

Agências turísticaswww.katerre.comwww.cvc.com.br/Amazoniawww.venturas.com.br www.manausjungletours.comwww.ecoadventures.com.br

Boto Rosa da AmazôniaVista aérea do maior afl uente do mundo

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Encontro das águas

AMAZONAS

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