jornal dos bairros julho13

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UAB sedia V Conferência Municipal das Cidades e debate reforma urbana Junho de 2013 viu o que há muitos anos não acontecia. Imensas manifestações sacurdiram o Brasil. Bandeiras e pautas muitas vezes contraditórias tomaram as ruas. Em julho, os trabalhadores foram novamente às ruas - pois para eles ir às ruas não é novidade - somando-se às vozes das manifestações, reivindicando um Brasil justo, digno com direitos para todos. Ano 17 Nº 07 Jornal dos Bairros Julho 2013 Publicação da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul - Filiada à FRACAB e à CONAM Pág. 11 Reuniões do Orçamento Comunitário iniciam em agosto. Confira a agenda de quatro regiões Orçamento Págs. 08, 09 e 10 Brasileiros querem avanços Nova diretoria da UAB toma posse durante Assembleia Geral Pág. 03 Págs. 06 e 07 Participação Fotos: Karine Endres

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Edição completa do Jornal dos Bairros, edição de julho de 2013. Confira a cobertura da V Conferência Municipal das Cidades, Manifestações em Caxias do Sul - com uma grande análise do processo no Brasil. Ainda: reuniões do OC em agosto, Assembleia Geral da UAB de julho, mapa do policiamento do em Caxias. E mais: festas comunitárias em julho.

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Page 1: Jornal dos bairros Julho13

UAB sedia V Conferência Municipal das Cidades e debate reforma urbana

Junho de 2013 viu o que há muitos anos não acontecia. Imensas manifestações sacurdiram o Brasil. Bandeiras e pautas muitas vezes contraditórias tomaram as ruas. Em julho, os trabalhadores foram novamente às ruas - pois para eles ir às ruas não é novidade - somando-se às vozes das manifestações, reivindicando um Brasil justo, digno

com direitos para todos.

Ano 17Nº 07

Jornaldos

Bairros Julho 2013

Publicação da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul - Filiada à FRACAB e à CONAM

Pág. 11

Reuniões do Orçamento Comunitário iniciam em agosto. Confira a agenda de quatro regiões

OrçamentoPágs. 08, 09 e 10

Brasileiros querem avanços

Nova diretoria da UAB toma posse

durante Assembleia Geral

Pág. 03Págs. 06 e 07

Participação

Fotos: Karine Endres

Page 2: Jornal dos bairros Julho13

Jornal dos Bairros

Julho 2013Opinião 02

EditorialBrasil em luta

Jornal dos BairrosExpediente: Veículo da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul – UAB - Rua Luiz Antunes, 80, Bairro Panazzolo – Cep: 95080-000 - Caxias do SulFiliada à Federação Riograndense de Associações Comunitárias e de Moradores de Bairros (FRA-CAB) e a Confederação Nacional de Associações de Moradores (CONAM)

Presidente: Valdir WalterDiretor de Imprensa e Comunicação: Cláudio Teixeira - [email protected]: Karine Endres - MTb. 12.764 - [email protected] Gráfico: Karine EndresReportagem: Karine EndresE-mail: [email protected] Telefone: 3238.5348Tiragem: 10.000 exemplares

Conselho Editorial:Antonio Pacheco de Oliveira, Cláudio Teixeira, Flávio Fernandes, Karine Endres, Paulo Saussen e Valdir WalterEmail: [email protected]: 3219.4281Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Mande seu recadoEscreva para o Jornal dos Bairros. Mande sua sugestão, reclamação ou comentário.

Entregue na sede da UAB até a última semana de cada mês ou pelo e-mail [email protected]

Série Prata e Veteranos iniciam em 10 de agosto

As inscrições para os campeonatos Série Prata e Veteranos, realizados pelo departamento de Esportes da UAB, ain-da não foram encerradas, mas as abertu-ras dos certames já estão programadas. Os dois jogos de abertura devem ser re-alizados no dia 10 agosto, às 19 horas, no Enxutão.

As inscrições podem ser realizadas até o dia 20 julho, com uma taxa de R$ 220,00 por time, em cada categoria. Logo após o encerramento das inscrições e ainda antes da abertura, será realizado o sorteio das chaves e é importante que os times se organizem para participar. Pre-visto para às 20 horas do dia 24 de julho, na UAB, cada equipe deve enviar um re-presentante para o sorteio, quando se-rão definidos as chaves e o regulamento

dos certames.O diretor do departamento de Es-

portes, Josmar dos Santos, lembra que todas as equipes devem comparecer à abertura, contando assim, desde o iní-cio, pontos para sua classificação. “É im-portante que todos venham na abertura, fortalecendo assim os campeonatos da UAB. Isto vai contar pontos para a clas-sificação disciplinar dos times”, explica o diretor.

“Esperamos que estes sejam nova-mente campeonatos muito bons, com um excelente nível, como tem aconte-cido nos últimos anos. Além disso, res-saltamos a importância da disciplina em campo, lembrando que as infrações gra-ves contarão também para os demais campeonatos municipais”, afirma. Jos-mar lembra que é nome do bairro que está sendo levado em quadra. “Cada jo-gador tem que lembrar que representa seu bairro. Não é apenas ele que está em quadra, mas o nome o bairro”, afirma.

Além disso, o departamento de Es-portes está com um programa na rádio comunitária UAB FM 87,5. O programa vai ao ar aos domingos, das 18 às 20 horas, comentando os principais fatos da roda-da do final de semana. “Neste programa queremos manter os jogadores atualiza-dos sobre as rodadas, andamento dos jogos, classificação e todos os fatos im-portantes que acontecerem durante as partidas”, afirma Josmar.

Agende-se para o futebol:

Prazo de inscrições: 20 de julho

> R$ 220,00 por time

Sorteio das chaves: 24 de julho

> 20 hs, na UAB

Abertura dos campeonatos Série Prata e Veteranos: 10 de

agosto > 19 hs, no Enxutão

Sebastião Nunes

Fomos sacudidos durante o último mês por gigantescas mobilizações popu-lares nas ruas dos grandes centros urba-nos do Brasil. Inclusive em nossa cidade, milhares de pessoas foram às ruas. Sem uma reivindicação em comum, assisti-mos uma multidão sem líderes marchar pelas ruas das cidades cobrando mais direitos, mais opções de cultura, lazer e educação e expressando sua indignação com as discussões no Congresso Nacio-nal, que tem produzido verdadeiras gros-serias como o projeto da “cura gay” ou Projetos de Emenda a Constituição que beneficiam a corrupção.

O estopim de toda essa inquieta-ção foram as manifestações contra os aumentos de passagem de ônibus em capitais como Porto Alegre, São Paulo e Recife seguidas por abuso de violência policial contra os manifestantes. O início da Copa das Confederações em estádios que consumiram milhões de reais para atender os interesses da FIFA também é um ingrediente que ajudou esse incons-ciente coletivo, alimentado pela grande mídia que se beneficiará muito da rea-lização da Copa do Mundo, mas tenta emplacar pechas negativas ao Governo Federal, demonstrando que o verdadeiro partido de oposição é a grande imprensa, representada pelas Organizações Globo, Editora Abril, Folha de São Paulo e Gru-po Estadão.

A junção de tantos grupos infiltra-dos em meio a esse imenso inconscien-te coletivo produziu situações curiosas. Imaginar até então skinheads (fascistas da extrema-direita) em uma mesma mani-festação que os punks, assim como par-tidários de esquerda e de direita, mistu-rados a bondes e quadrilhas de arrastão gerou manifestações com atos de violên-cia e destruição nunca antes vistas em nosso país. Grupos sociais que há anos estão permanentemente na luta como

anarquistas e militantes de movimentos sindicais, além de partidos de esquerda, foram escorraçados das manifestações, numa tentativa de afastar aqueles que sempre estão com o povo.

O que inicialmente poderia ser lido como um golpe de estado, pois as primei-ras transmissões televisivas apontavam para a tentativa de derrubada da presi-denta Dilma, mostrou-se como uma for-ma de produzir uma reviravolta do Gover-no Federal contra a areia movediça que é o Congresso Nacional. Dilma foi a TV e em cadeia nacional de televisão anunciou 5 pactos com a população nas áreas eco-nômica, saúde, transporte, educação e participação popular, com a realização de um plebiscito pela reforma política que se arrasta há anos.

Os movimentos sociais sentiram que o momento está propício para a re-afirmação de pautas históricas e tam-bém foram as ruas de forma organizada. Como deve ser a luta daqueles que lutam contra as forças do capital, forças que dominam nosso país nos bastidores do poder, forças que controlam a grande mí-dia e que tem pavor de ver o povo exer-cendo direitos.

Ainda muito terá que ser refletido sobre estas manifestações. Com a pos-sibilidade de mais pessoas terem direito a educação, com políticas como o PROUNI ou as cotas raciais ou mesmo com a erra-dicação da fome e da miséria com políti-cas como o bolsa-família e ainda com o direito a moradia através do Minha casa, minha vida, nos deparamos com uma po-pulação que engatinha nesta democracia de pouco mais de 20 anos em busca de mais direitos. Cabe a nós que estamos a frente de movimentos sociais nos colo-carmos ao lado dessa sede de melhorias em nosso país. Afinal de contas, como diz o ditado popular, só se busca o livro depois de se estar alimentado.

Faleceu no dia 6 de junho o técni-co de futebol Sebastião Nunes. Mais co-nhecido como ‘Tião’, técnico de futebol amador de Futsal.

Ele atuou em vários torneios ama-dores da cidade e acompanhou por anos os campeonatos realizados pela UAB.

20/07 - 14h Debate do departamento de Organização da Mulher sobre violência contra as mulhers nas redes sociais

20/07 - Término das inscrições para os campeonatos Série Prata e Veteranos

20/07 - 20h Filó das Embaixatrizes da Festa da Uva

24/07 - 20h Reunião de organização dos campeonatos Série Prata e Veteranos

27/07 - 09h Reunião da diretoria da UAB

03/08 - 14 Assembleia Geral da UAB

Agenda Comunitária

Page 3: Jornal dos bairros Julho13

Jornal dos Bairros

Julho 2013Movimento 03

Comunitaristas eleitos são empossadosFoto: Karine Endres

Alceu quer todas as crianças de Caxias, maiores de quatro anos, no ensino fundamental até 2016

Os comunitaristas eleitos para diri-girem as Amobs e a União das Associa-ções de Bairros lotaram o auditório José Carlos de Anflor durante a sua posse, no dia 6 de julho. Presidentes, além de diretores de Amobs e da UAB foram di-plomados durante a Assembleia Geral da UAB. Mais de 180 comunidades elege-ram as diretorias no dia 2 de junho para o mandato de 2013 a 2015.

UAB prestigiadaDiversas autoridades prestigiaram o

evento, como o prefeito municipal, Al-ceu Barbosa Velho (PDT), vice-prefeito, Antônio Feldmann (PMDB), presiden-te da Câmara de Vereadores, Édson da Rosa (PMDB), a deputada estadual, Ma-risa Formolo (PT), além de vereadores, secretários municipais e presidente de autarquias.

O prefeito municipal, Alceu Barbo-sa Velho, ressaltou a solidariedade pre-sente no movimento comunitário. “Se eu tivesse que definir a relação de vocês, o que significa a UAB, seus dirigentes, as-sim como os presidentes de bairro, eu diria que é um dos maiores exemplos de solidariedade que eu posso perceber”. P

O prefeito afirma tor-cer para que a amizade se fortaleça na UAB e no mo-vimento. “Tudo que eu tor-ço, é que vocês continuem tendo essa amizade, que vocês têm e que vocês vi-vam essa solidariedade. Eu, como prefeito, agradeço a parceria, faço voz para que ela continue e vida longa à nossa UAB”.

Para Pizetti, momento histórico

Luiz Pizetti, presiden-te de honra da UAB, apro-veitou a oportunidade para chamar os novos e antigos comunitaristas a se soma-rem às manifestações de ruas, para que possa ser possível “dar um salto de cem anos na história”.

Pizetti lembrou que a Ditadura Mili-tar fez mais do que ceifar vidas, ela rom-peu com a capacidade de luta de mais de uma geração. “Temos que recuperar esse tempo perdido e surgiu a oportu-

nidade para avançarmos nas conquis-tas sociais, na busca de uma socieda-de justa e construir um mundo novo”, afirma Pizetti.

Capacidade de unirEm nome da Assembleia Legislati-

va, a deputada estadual Marisa Formolo, saudou a nova diretoria e cumprimentou pela maturidade política, que resultou em uma única chapa para a União. “In-dependente das posições partidárias, todos se juntaram em uma chapa única para fazer uma grande eleição democrá-tica nessa cidade”, enfatizou. “Aqui hoje, as maiores autoridades são vocês que estão tomando posse, tanto na direção da UAB quanto nas Amobs. Sem vocês, não haveria solenidade hoje. Quero dei-xar um voto de esperança, pois a cidade é uma grande casa, se cada um faz a sua parte, dá certo. E vocês estão organiza-dos nos bairros e é disso que precisa-mos, organização”, afirmou

ParceriaO presidente da Câmara de Verea-

dores, Édson da Rosa, destacou que o momento é festivo. “Uma posse é um momento festivo de todas as pessoas que se colocam à disposição e reconhe-cemos o valor de todos os comunitaris-tas. Tanto que neste ano fizemos efetiva-mente uma parceria, através do Câmara vai aos Bairros, com aqueles que melhor conhecem a realidade e os problemas de suas comunidades”, diz Édson. “Em nome da Câmara de Vereadores, sauda-mos a todos que foram eleitos e deseja-mos a todos uma boa gestão”, concluiu.

CoquetelCada presidente de bairro foi cha-

mado à frente do plenário para receber seu diploma de posse. Ao encerramento da diplomação, todos foram convidados a participar de um coquetel no ponto de cultura UAB Cultural.

A Executiva da UAB é a instância responsável por dar andamento e exe-cutar as decisões da diretoria da UAB e também dos presidentes de bairro, através da Assembleia Geral. Ela res-ponde pelo dia-a-dia da União.

Já a diretoria é formada por todos os diretores dos 22 departamentos, conselho fiscal, diretorias de região – em um total de dez regiões, seis secre-tarias especiais, além da mesa da As-sembleia Geral – constituída por presi-dente, vice e três secretários).

A Assembleia Geral é o espaço onde os presidentes de bairro tomam suas decisões, podendo orientar e de-finir a linha política que será adotada pela entidade.

Prestação de contas aprovada por unanimidade

Durante a AG, também foi realizada a prestação de contas da UAB do man-dato, pela então tesoureira Maria Bo-nilla, que deixou o cargo. Maria assume o departamento de Patrimônio da UAB e passa a tesouraria para o ex vice-pre-sidente, Flávio Fernandes.

A prestação de contas foi aprovada por unanimidade pelos presentes. Valdir Walter, reeleito para a presidir a União, destacou o trabalho de Maria Bonilla, que conduziu com sobriedade as finan-ças da entidade nos últimos quatro anos.

“Quero agradecer a Maria por esses dois mandatos e quero dizer, que lá no início eu já dizia que ela seria uma gran-de tesoureira, e se confirmou. Muitas vezes ela chorou nessa salinha ao lado, quando a verba ficava curta e a Maria se desesperava. Eu sempre dizia que a gente conseguiria fazer com que tudo desse certo”, afirma Valdir. “Maria, tu foi nossa grande tesoureira e será sempre. Tenho certeza que continuará fazendo um grande trabalho no departamento de Patrimônio”, afirmou.

Maria Bonilla, ao centro na mesa, teve planilhas aprovadas com casa cheia

UAB tem nova ExecutivaSaiba quem é a nova Executiva

Presidente: Valdir Fernandes WalterVice: Jocemar BarbosaSecretária geral: Cleusa MoraesJurídico: Antonio PachecoTesoureiro: Flavio FernandesPatrimônio: Maria BonilaComunicação: Cláudio TeixeiraParticipação Popular: Elvino SantosFormação: Alexandre Severo

Confira a Assembleia Geral:Presidente: Paulo SaussenVice-presidente: Valdevino Tavares1º Secretária: Edi Maria Bolson2º Secretária: Cláudia Maria dos San-tos3º Secretário: Sérgio Luis de Jesus

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Jornal dos Bairros

Julho 2013Geral 04

Grabriele é UAB e Visate na Festa da Uva 2014Foto: Luiz Chaves

Gabriele, primeira embaixatriz à esquerda, divulga também o nome da UAB em visita ao governador Tarso

A primeira princesa comu-nitária da UAB, Gabriele Bari-li Rossi, está representando a UAB, em parceria com a Visa-te, no concurso para Rainha da Festa da Uva 2014.

Gabriele é moradora do Jardim América e tem 21 anos. Ela foi a candidata da UAB, con-trariando a tradição de indicar a Mais Bela Comunitária, pois Letícia de Carvalho, que detém a faixa, ainda não completou 18 anos e não pode concorrer, conforme o regulamento do concurso à soberana da Festa da Uva.

Gabriele vem cumprindo uma extensa agenda do pré-concurso. As 25 candidatas precisam dominar a história da cidade de Caxias, sobretudo aquela referente à colonização italiana, conhecer os pontos tu-rísticos e sua importância, as-sim como ter boas noções de etiqueta e comportamento em

público.“A agenda é extensa sim,

fora os eventos oficiais, todos os dias temos um novo compro-misso”, afirma a candidata co-

munitária. “São entrevistas nos meios de comunicação, visitas, apresentações de candidatas, fora o tempo para estudar”, diz.

Mas, segundo ela, a dedi-

cação vale a pena. “Fico feliz e orgulha por estar representan-do duas entidades de tamanha importância para Caxias do Sul. A UAB é como se fosse uma se-gunda casa para mim, e a Visa-te é parte do dia a dia da maio-ria dos caxienses”, continua Gabriele.

Segundo ela, é um com-promisso diferenciado, pois o movimento comunitário ‘é uma força muito grande’. “Tenho que me empenhar o máximo, dar o meu melhor, para poder estar representando cada uma des-sas pessoas que fazem parte e lutam pela comunidade, da me-lhor forma possível”, explica.

Segundo Ângela Córdova, diretora do Departamento de Organização das Mulheres, da UAB, a importância da UAB ter uma candidata no concurso da Festa da Uva é justamente por esta ser a maior festa comuni-tária da cidade. “A UAB sendo

uma entidade popular, que atin-ge a maior parte da população de Caxias, tendo uma candida-ta que nos represente na Festa, nos dá oportunidade de visibi-lidade e também possibilita a participação das meninas dos bairros”, afirma.

Shania Pandolfo, que tam-bém é diretora do departamen-to, ex Mais Bela e que já concor-reu à Rainha, reafirma a opor-tunidade de visibilidade para a entidade. “São meses de visibi-lidade e uma forma de nos afir-marmos em um determinado meio social. Afinal, não é por-que somos uma entidade popu-lar, que não podemos participar da uma festa tradicional e que, historicamente, reúne as elites da cidade”, diz.

Ângela ainda afirma que, neste ano, a festa tem como lema a diversidade e por isso, é ainda mais importante a UAB estar representada. “Quem mais representa a diversidade de Ca-xias do que a própria UAB, que reúne todo o tipo de cultura e padrões sociais?”, questiona.

A União das Associações de Bairros também está repre-sentada na corte eleita para o distrito de Galópolis. A atual Mais Bela, Letícia de Carvalho, concorreu e foi eleita princesa

União também está na corte de Galópolisde Galó-polis, no dia 29 de j u n h o . C e c i l l e Fe l i p p i foi esco-lhida rai-nha do distr ito e Luana To n e t -

ta, a outra princesa. Elas irão representar a comunidade por dois anos.

Além disso, a torcida de Letícia foi escolhida como a melhor entre as sete candida-tas. Muitos comunitaristas par-

ticiparam do evento, ajudando a conquistar este título.

“Para nós foi importante apoiar nossa Mais Bela Comu-nitária em um concurso do seu próprio bairro, onde ela tam-bém levou o nome da UAB. Além de conquistarmos a coroa de princesa, garantimos o títu-lo de melhor torcida organiza-da. Isto, no mínimo, demons-tra nossa capacidade de união e de participação comunitária em eventos que não são ape-nas os organizados pela própria entidade. Assim fortalecemos o nome da UAB nos mais diver-sos locais e bairros de Caxias”, diz Ângela.

Foto: Andreia Coppini

Letícia, à esquerda, representou comunitaritas

“Uma candidata que nos represente na Festa, nos dá oportunidade de visibilidade e também

possibilita que as meninas dos bairros possam participar, no mesmo grau de

importância que uma menina de um grande

clube ou grande empresa”

Ângela Córdova

Page 5: Jornal dos bairros Julho13

Jornal dos Bairros

Julho 2013Segurança 05

Caxias já tem 14 núcleos de policiamento comunitário

A experiência piloto do policiamento comunitário em Caxias já deu bom resultados. Além dos dez núcleos iniciais, que começaram a operar ainda no início de 2012, o município recebeu mais quatro núcleos no dia 13 de junho.

Agora, os bairros Mare-chal Floriano, Euzébio Beltrão de Queiróz, Cruzeiro, Cinquen-tenário I e II e Universitário, Jar-dim América e Antena passam a contar com esse tipo de segu-rança, beneficiando mais 40 mil pessoas. O modelo é uma par-ceria entre o Governo do Estado – que sede as viaturas, p o l i c i a i s e equipa-mentos, e a prefeitura municipal, que é res-p o n s á v e l em auxiliar o custo de moradia dos policiais. Hoje o projeto se expandiu para outros municí-pios como Bento Gonçalves, Campo Bom, Cruz Alta, Esteio

e Passo Fundo.A entrega dos novos núcle-

os foi realizada em um evento no bairro Cruzeiro, um entre os quatro novos núcleos implan-tados, e contou com a presen-ça do prefeito municipal, Alceu Barbosa Velho, do secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels, além de demais autoridades militares e muni-cipais.

“Agradeço aos nossos pre-sidentes de bairros que são a porta de entrada do policia-mento comunitário nos bairros.

Sempre estare-mos juntos de projetos como esse, que bene-ficiam a toda a comunidade. É um modelo que deu certo, que reduziu em 60 a 70% da violên-cia nos bairros atendidos. Não

ouvimos mais falar de casos graves nesses bairros, então agradeço aqui ao empenho de todos os parceiros, em espe-cial a Prefeitura e ao Governo

do Estado”, disse o presidente da UAB, Valdir Walter, em nome da comunidade.

Caxias é pioneiraO secretário estadual, Air-

ton Michels, ressaltou a ini-ciativa caxiense e anunciou oito novos núcleos do Policia-mento Comunitário até o final deste ano. “Vocês foram pro-

tagonistas e incentivado-res para que outros mu-nicípios gaú-chos procu-rassem essa política esta-dual de polí-cia comuni-

tária. De longe, Caxias é o muni-cípio que mais incentiva e busca ações da área da segurança jun-to ao Governo Estadual, porque é uma vontade da comunidade, que pede e nós, autoridades da área, procuramos atender essas solicitações. Tanto que Caxias apresentou resultados positivos na redução da criminalidade. Voltarei aqui ate o final do ano para entregar mais núcleos do Policiamento Comunitário aos caxienses”, informou o secre-tário estadual, também anun-ciando para breve a implanta-ção na cidade da Patrulha Maria da Penha.

O prefeito Alceu Barbosa Velho ressaltou a parceria com o Governo do Estado em várias

ações em prol da comunidade.“A sua presença secretário

é uma distinção para Caxias pela sua posição no Estado e pela sua economia. Temos várias parcerias com a Brigada Militar, entre elas a participação no Ga-binete de Gestão Integrada do Municípiol. É o GGI-M, que re-úne as forças do município, que decide as ações como a implan-tação da justiça restaurativa, a qual também somos pioneiros no Rio Grande do Sul e no Brasil. E nossas parcerias são efetivas, no caso do Policiamento Comu-nitário a Prefeitura investe cerca de R$ 500 mil ao ano. Então, o que o Governo Estadual faz en-contra eco aqui em Caxias”, dis-se Alceu Barbosa Velho.

Foto: Andreía Copini

Governo do Estado pretende implantar mais oito núcleos ainda em 2013

Os dez núcleos mais antigosCaxias do Sul foi pioneira no Rio

Grande do Sul na implantação deste novo modelo de policiamento comu-nitário.

Ainda no início de 2012, foram instalados 10 núcleos abrangendo os bairros Pio X, Santa Catarina, Expo-

sição, Panazzolo, Cristo Redentor, Rio Branco, Lourdes, Bela Vista, Sanvitto, Floresta, Medianeira, Sagrada Família, Santa Lúcia, Cohab, Colina Sorriso, São Pelegrino, Petrópolis e Presidente Vargas, abrangendo cerca de 112 mil moradores.

Divulgação Governo do RS

Cada núcleo conta com três PMs morando na região e uma viatura

“Vocês foram protagonistas e incentivadores para que outros municípios

gaúchos procurassem essa política estadual de polícia

comunitária”

Airton Michels

Page 6: Jornal dos bairros Julho13

Jornal dos Bairros6Julho 2013

Reforma Urbana

C M

Y K

06

Secretário estadual defende protagonismo popular

5º Conferência Municipal das Cidades discute reforma urbana em Caxias

Cidades com transporte de qualidade, mobilidade urba-na, acessibilidade, moradia de qualidade com custo acessível, acesso aos serviços públicos, comércio, além de cultura e lazer, somado à qualidade no abastecimento de água e trata-mento de efluentes e resíduos são alguns temas que consti-tuem a reforma urbana. E no dia 15 de junho, a UAB abriu suas portas para colocar estes assuntos em debate na 5º Con-ferência Municipal das Cidades.

Com o tema “Quem muda a cidades somos nós. Refor-ma urbana Já.”, o processo da conferência (que ainda tem etapas estaduais e nacional) pretende que as pessoas dis-cutam a cidade que querem e ajudem a formular planos para a mudança.

Etapa municipalEm Caxias, a conferência

teve a presença do secretário estadual de Habitação e Sane-amento, Marcel Frison, do vi-ce-prefeito Antônio Feldmann, do secretário municipal da Ha-bitação e Coordenador da Co-missão Preparatória Municipal, Renato Oliveira, do diretor pre-sidente do Samae, Elói Frizzo, do secretário municipal do Ur-banismo, Fábio Vanin, além de vereadores, comunitaristas e

comunidade em geral. Frison abordou “A Reforma

Urbana e a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano”.

Já o engenheiro Arnaldo Dutra, da Corsan, trouxe infor-mações sobre o tema “Sanea-mento para Todos com Desen-volvimento Sustentável e Con-trole Social”.

Após os painéis, os inscri-

tos, representantes de diversos segmentos da sociedade, par-ticiparam das oficinas, inspi-radas no texto-base da confe-rência, enviado pelo Ministério das Cidades.

O relatório final, aprovado em plenária, está ainda sendo formatado pela prefeitura mu-nicipal, que deverá divulgá-lo para a comunidade.

RS participaNo RS, 235 municípios es-

tão realizando suas conferên-cias e devem enviar delegados para a Conferência Estadual das Cidades, que ocorre de 15 a 17 de agosto no Centro de Eventos da Fiergs em Por-to Alegre.

A etapa nacional deve acontecer de 20 a 24 de no-

vembro deste ano, em Brasília.

RealizaçãoA 5º Conferência Munici-

pal foi uma realização da pre-feitura, em parceria com Câ-mara de Vereadores, CIC, UAB e sindicatos e Associação de En-genheiros, Arquitetos, Agrôno-mos, Químicos e Geólogos de Caxias do Sul (SEAAQ).

Foto: Karine Endres

Marcel Frison, secretario estadual, chamou atenção para importância da pressão popular para que avanços sejam conquistados

‘Quem muda a cidade so-mos nós’, reafirmou o secretá-rio estadual de Habitação e Sa-neamento, Marcel Frison, que também é conselheiro nacio-nal das Cidades. Segundo, ele, já existem os mecanismos que podem garantir mais democra-cia no acesso à terra e às cida-des, porém, “as prefeituras não farão isso se não houver pres-são popular”, afirma.

Para ele, o programa fe-deral ‘Minha Casa Minha Vida’ é uma importante iniciativa para diminuir o déficit de ha-bitações, porém, sozinho, não conseguirá dar uma resposta satisfatória a toda a demanda que existe nesta área. “O pro-

grama retomou uma política massiva de habitação que não existia desde a década de oi-tenta. Desde esse perío-do também não existiam mais investimentos em saneamento no país. Po-rém, o custo da terra ain-da é extremamente alto em muitos lugares, invia-bilizando a construção de unidades habitacionais a um preço mais acessível”, argumenta.

Para o gestor, o pro-grama foi um indutor do desenvolvimento econô-mico, foi uma política econômi-ca criada para a ajudar a gerar emprego e a movimentar a eco-

nomia, mas também responde a um grande déficit habitacio-nal. “O processo que gerou o

programa não é perfeito e pre-cisamos evoluir mais”, afirma.

Estatuto das CidadesA criação do Estatutos da Cidade foi uma grande conquista para a socieda-de, avalia o secretário Fri-son, que poderia ajudar a diminuir o custo da terra para habitações de inte-resse social. “Mas não é aplicado”, argumenta o secretário.

“O Estatuto das Ci-dades cria um conjunto de instrumentos para a reforma urbana, como a taxação progressiva, as áreas de interesse social,

mas muito pouco as prefeituras têm aplicado isso. E é um deba-te que precisa ser feito. Mas as

prefeituras não farão isso sem pressão popular”, diz.

“O interesse pela terra enquanto mercadoria é muito grande em uma economia mo-vida pelo capital, a pressão da propriedade privada é muito grande. Se a gente não tiver um contraponto social profundo, para dar firmeza para os ges-tores e a Câmara fazerem as reformas, elas não vão sair”, diz Frison.

As ocupações em área de risco são um forte sintoma deste fato, acredita o gestor estadual. “Elas não vão para as áreas de risco porque são suicidas, mas sim, são empur-radas para as periferias por-

““O interesse pela terra enquanto mercadoria é muito grande em

uma economia movida pelo capital, Se a gente não tiver um

contraponto social profundo, para dar firmeza para os gestores e a

Câmara fazerem as reformas, elas não vão sair””

Marcel Frison

Page 7: Jornal dos bairros Julho13

Jornal dos Bairros

Julho 2013 07

Foto: Karine Endres

“Saneamento básico é um direito de todos, por isso deve ser público”, diz Arnadlo Dutra

Reforma Urbana

Arnaldo Dutra, engenheiro da Corsan, também palestrou na Conferência Municipal das Cida-des e trouxe dados importantes sobre este setor hoje, no Brasil e no RS. Ele lembrou que há um longo período não se investia em saneamento e hoje a situação é precária, mesmo os investimen-tos tendo sido retomados atra-vés do PAC – Programa de Acele-ração do Crescimento, mantido pelo Governo Federal.

Para ele, avançar no sane-amento é “garantir cidadania”. “Não se pode querer que uma pessoa tenha dignididade, se ela não tem como tomar um banho com água limpa para ir trabalhar”, afirma Dutra.

“O saneamento é um direito das pessoas e por isso não pode virar lucro. E se não pode visar o lucro, precisa ser público”, acre-dita. “Hoje, 1,6 bilhão de pessoas

que não têm para onde ir, e esse processo resulta na criação dos bolsões de miséria ao redor das cidades”, afirma.

Plano estadualSegundo Frison, o Governo

do Estado já está construindo o plano estadual de habitação de interesse social, e no qual, Ca-xias deverá ser considerada uma região metropolitana. “Precisa-mos enfrentar a democratização do solo urbano, mas não faremos isso se as prefeituras não utiliza-rem os instrumentos para incidir no meio urbano. Não é possível

que a terra tenha o mesmo valor quando utilizada para os bens sociais e quando usada para o mercado. As questões comunitárias e so-ciais precisam ter o mesmo valor das coisas voltadas para o mercado e para a econo-mia”, diz.

Mobilidade e acessibildade

Ele também destaca a importância de discutir a mo-bilidade urbana, “e isso tem a ver com a forma como en-xergamos a cidade”, explica

Frison. “A cidade tem que ser in-

tegrada, o emprego, o acesso aos serviços, ao lazer, à saúde, em que estar perto das pesso-as. As coisas não podem estar segmentadas. O desenvolvi-mento não pode ser pensado dividindo as coisas. A grande parte do emprego tem que es-tar perto das pessoas”, acre-dita.

Para o secretário estadual, não é um problema de fato to-das as famílias terem um veícu-lo próprio. “O problema é todas as pessoas quererem usar seu

veículo todos os dias, e não ter-mos um transporte público de qualidade e acessível”, afirma.

Outro tema de fundamen-tal importância é a acessibilida-de, segundo Frison, que trouxe o dado de que cerca de 10% da população brasileira possui algum tipo de dificuldade de acessibilidade. “Isso inclui as crianças, os idosos, os que en-xergam pouco, os surdos e os que ouvem pouco, os obesos. Quando falamos de acessibili-dade, não falamos apenas dos cadeirantes”, expõe.

Frison afirma que o Go-

verno Federal está criando os instrumentos necessários para que os gestores comecem a buscar soluções para estes pro-blemas, como o próprio Esta-tuto das Cidades, o Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano e um fundo monetário correspondente, que buscam integrar todas as políticas de desenvolvimento urbano.

Mas para que estes proble-mas sejam resolvidos, é preciso que estes instrumentos encon-trem eco nas prefeituras e nos Estados, de forma articulada e com participação social.

Saneamento com controle e inclusão social

não possuem água limpa para a higiene pessoal e da casa. Além disso, 2,4 bilhões – ou 1 a cada três pessoas em todo o planeta – não tem acesso a esgoto e usa diariamente rios, córregos e matas para suas necessidades”, disse.

Para ele, pelo fato do sa-neamento afetar a saúde e a qualidade de vida das pesso-as, este é mais grave proble-ma relacionado com a pobre-za e interfere diretamente na auto-estima e na dignidade das pessoas.

“Falar em erradicação da pobreza sem falar em sane-amento e por consequência em habitação é impossível”, acredita. “Ele tem que ser um direito de todos, independen-te da sua situação econômi-ca, e para isso, as pessoas precisam exigir do gover-

no e participar de forma ativa para construir essa temática. E para isso pre-cisa de contro-le público, isto é, controle so-cial”, diz Dutra.

Hoje, 5% do PIB brasi-leiro é investi-do em educa-ção; 3,77% em saúde e outros 3% em infraes-trutura – o que abarca todos investimentos em estradas, aeroportos e saneamento, por exemplo. “Existe uma lacuna muito gran-de e precisamos avançar”, diz. “Saneamento se faz com von-

tade política, com planejamen-to, mas sobretudo, com recur-sos financeiros. Sem dinheiro, não se faz saneamento”, afir-

mou Dutra.“Quando falamos em obra

de saneamento, falamos em obras de milhões. E com recur-sos das tarifas, é inviável, pois demoraria muito tempo para ar-recadar o valor. E o PAC, neste sentido, foi muito importante, pois trouxe alguns recursos, mas ainda precisamos avan-çar”, reafirmou o engenheiro.

Como exemplo, Dutra ci-tou que o PAC 1 liberou R$ 40 bilhões para obras de sanea-mento. Agora, o PAC 2 liberou outros R$ 45 bilhões.

Porém, segundo ele, o dé-ficit brasileiro na área é de R$ 510 bilhões. “O Conselho das Cidades identificou que preci-samos investir cerca de R$ 510 bilhões nos diversos tipos de obras de saneamento, em 20 anos, para resolvermos nos-so déficit neste setor”, encer-ra Dutra.

O engenheiro Arnaldo Du-tra trouxe uma série de infor-mações sobre como foi tratado o saneamento básico na histó-ria recente brasileira. Ele tam-bém falou sobre as principais leis que regem o tema hoje:

Antes de 1969: cada ente fede-rativo conduzia o saneamento local de acordo com sua vonta-de própria. Foi quando alguns serviços, como o Samae foram criados. Não havia uma diretriz nacional, nem fonte de recur-sos estabelecidos.

1969: criação do Planasa – Pla-no Nacional de Saneamento.

Saneamento básico no tempoInício dos investimentos fe-derais em saneamento. Po-rém, considerava apenas o abastecimento de água e não o tratamento de efluentes ou de resíduos.

2004: criação do Conselho Nacional das Cidades. Um marco no controle social e participação sobre o tema do saneamento

2005: criada a Lei dos Con-sórcios Públicos

2007: criada a Lei do Sane-amento, que traça as diretri-zes para o setor. Define que

o saneamento público é um direito de todos e que precisa ser universalizado. Abriu o con-ceito de saneamento, incluindo o tratamento de água, esgoto, tratamento dos resíduos e do lixo, assim como o manejo das águas.

2007: Inicio do PAC 1, que des-tinou R$ 40 bilhões para obras de saneamento

2010: criado o Plano Nacional de Saneamento Básico – dá as diretrizes para o saneamento em todo o Brasil e define que devem ser feitos planos esta-duais e municipais. O assunto

deixa de ser de compromisso do governante eleito e pas-sa a ser um compromisso de gestão dos municípios.

2010: aprovada a Lei 12.305, que trata da política nacional de resíduos sólidos e determi-na o final dos lixões em até quatro anos. Ainda hoje, mais de 3 mil municípios ainda têm depósitos de lixo a céu aberto como destino de seus resídu-os. Caxias já conta com aterro sanitário regularizado.

2013: Conselho Nacional das Cidades aprova o Plano Na-cional de Saneamento Básico

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Jornal dos Bairros

Julho 2013Especial

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Fotos: Karine Endres

Difícil leitura

2013: o ano que o Brasil foi para a rua No dia 6 de junho, os jornais de São

Paulo ainda repercutiam mortes violen-tas em tentativas de assalto quando uma primeira manifestação de 150 jovens, aparentemente despretensiosa, acon-teceu no centro da cidade, na hora do rush, rumo à Avenida Paulista. Era o pri-meiro protesto do Movimento Passe Li-vre (MPL), que nos dias seguintes atrairia os holofotes da imprensa e se espalharia como “epidemia” pelo Brasil, contagian-do rapidamente a população de diferen-tes cidades.

O papel das redes sociais (Twitter e Facebook) foi decisivo para a articula-ção dos discursos e para divulgar hora e local dos protestos. Mas a epidemia só ganhou força depois do dia 17, ao mo-nopolizar o noticiário das grandes redes de televisão.

Em São Paulo, os primeiros três pro-testos aconteceram em um intervalo de seis dias e não ultrapassaram os 10 mil manifestantes. Mesmo assim, já eram a principal história dos jornais. No dia 13 de junho, outras dez cidades aderiram - capitais ou cidades médias, como Natal, Porto Alegre, Rio, Santos e Sorocaba.

A repressão policial utilizada con-tra estes manifestantes correu como um rastilho de pólvora na internet. Diver-sas organizações e movimentos sociais iniciaram uma articulação nacional em apoio a estes manifestantes. Em Caxias do Sul não foi diferente. Os estudantes, sobretudo, chamaram um ato para o dia 21 de junho e ainda na terça, dia 18,

eles fizeram uma primeira ocupação na Câmara de Vere-adores.

Ainda naque-la semana, o dia 17 se transformou em um marco nas ma-nifestações de ruas do Brasil. São Pau-lo parou, com 200 mil pessoas nas ruas e já se conta-vam 21 protestos por todo o país.

O auge foi no dia 20, quando 150 municípios tiveram protestos. Pelo menos 1 milhão de brasileiros foram às passeatas, segun-do dados das Po-lícias Militares de 75 cidades. Desde Belém, no Pará, até Santana do Livra-mento, na frontei-ra com o Uruguai. A menor cidade a se rebelar foi Figuei-rão (MS), que tem 2,9 mil habitantes.

O mote do transporte público foi o mais popular principalmente nas ci-dades que têm rede de ônibus. Mas os protestos também ganharam conota-

ções regionais, especialmente nas cida-des menores. Picos (PI), por exemplo, atraiu manifestantes contra os pisto-

leiros. Coxim (MS) protestou contra os buracos nas ruas e pediu a saída do se-cretário de obras.

Mais de 30 mil estavam na manifestação em Caxias, tomando mais de 11 quadras centrais

Mesmo para aqueles que acompa-nham a história do movimento, a epi-demia de protestos surpreendeu. O fi-lósofo Pablo Ortellado, coautor do livro Estamos Vencendo! (Conrad), sobre os movimentos autonomistas no Brasil, ainda se esforça para entender o que aconteceu. “A resistência e a desobedi-ência civil já eram discutidas desde Se-attle, em 1999, nos movimentos antiglo-balização. A novidade foi o Passe Livre, que passou a ter uma pauta clara, com

um grupo de referência para negociar. O governo foi acuado pelas passeatas e mudou sua decisão.” As manifesta-ções continuaram em menor quantida-de depois da redução das tarifas, apesar de muitos protestos contra a Copa das Confederações.

Para especialistas, atos podem continuar

Diante da “epidemia” de protestos, as autoridades foram surpreendidas e

tentaram administrar “antibióticos” para acalmar a febre popular.

A presidente Dilma Rousseff tam-bém precisou se mexer e anunciou a in-tenção de convocar um plebiscito para promover a reforma política, entre ou-tras medidas. A professora e pesquisa-dora de mídia digital Giselle Beiguelman (FAU-USP) vê a atitude dos políticos com ceticismo. “Parece que eles tentaram co-locar um ‘curativo’ para solucionar um problema muito mais grave”, diz. “Há

uma crise na democracia representati-va. A internet aumentou a quantidade de informação e hoje as pessoas estão de olho nas ações governamentais Os protestos devem continuar enquanto não forem feitas reformas profundas.”

Os analistas lembram que as rei-vindicações atuais são diferentes das ocorridas, por exemplo, em 1984, quan-do se pedia as “Diretas-Já”, e em 1992, quando os caras-pintadas gritaram pelo “Fora Collor”.

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Jornal dos Bairros

Julho 2013 09Especial

2013: o ano que o Brasil foi para a rua

Os recentes protestos em todo o país têm levado para as ruas uma gama variada de pautas e manifestantes. Con-vocadas, em sua maioria, por estudantes engajados contra o aumento das tarifas do transporte público, as mobilizações ganharam a adesão, a partir de agora, da classe trabalhadora organizada.

No dia 11 de julho, sete centrais sindicais foram para a rua. As manifes-tações reuniram sete centrais sindicais (CUT, CTB, Força, UGT, CSP/Conlutas, CGTB, CSB e NCST) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em Caxias, novamente não foi diferente.

A cidade parou no dia 11 de julho.

Uma energia vulcânica irrompeu nas ruas

Para o teólogo, filósofo e es-critor Leonardo Boff, o projeto de inclusão do PT alcançou depois de dez anos o seu teto. “A ilusão do PT foi entender-se como a re-alização do Brasil que queríamos. Abandonou o trabalho nas bases e perdeu a organicidadade com os mo-vimentos sociais organizados que o criaram. Nas bases não se discutia mais política nem se sonhava com a constru-ção de um Brasil ainda melhor”, consta-ta Leonardo Boff.

Segundo ele, “as ruas foram ocu-padas pela energia da indignação. Não se trata de vinte centavos mas de res-peito e de direitos negados. A própria destruição de bens públicos são gestos de negação de um mundo que nega as pessoas. Quer dizer, o arranjo histórico-social já não funcionava mais. Nega-se tudo: o poder público, os partidos, qual-quer sigla de organização. O que está aí tem que mudar. É uma sociedade em

estado nascente cuja centralidade deve ser a coisa pública, de todos”, afirma.

“Não entender essa irrupção é ne-gar-se à realidade”, diz Boff. Não fazer as mudanças exigidas é permitir que a energia do negativo triunfe”, diz.

Para Boff, “O PT significava a cris-talização do poder social acumulado nas bases, transformado agora em po-der político. Conquistou o lugar central das decisões dos destinos do país”. O filósofo diz ainda que o PT apresenta-

va-se como a resposta à questão que durante décadas se discutia nos

grupos e que movia mentes e cora-ções: ‘Que Brasil queremos que seja libertador para as grandes maiorias historicamente condenadas e ofen-didas?’”, ele pergunta.

Uma vez no poder, o PT aten-deu às principais urgências popula-res desde sempre negadas ou insufi-cientemente satisfeitas. Finalmente,

a dignidade dos condenados a serem não cidadãos foi resgatada: puderam comer, ter um mínimo de educação, de saúde e de benefícios da modernidade como luz elétrica, acesso à casa e ao sis-tema bancário. Cerca de uma inteira Ar-gentina de marginalizados foi incluída na sociedade contemporânea. “É um feito de magnitude histórica. A desigualdade social, nossa maior chaga, diminuiu em 17%”, completa.

“O povo, uma vez desperto, quer mais. Não basta sair da miséria e da po-breza. Postula um outro Brasil, onde não haja contradições escandalosas como a atividade política movida por interesses, conchavos e negócios, como a corrup-ção fruto da relação incestuosa entre o poder publico e os interesses particula-res dos poderosos”, acredita.

Os privilégios das elites dominantes contam mais que os direitos dos cida-dãos. Para elas são feitos os principais investimentos, restando sobras para as necessidade da população. Daí se expli-ca a má qualidade do transporte coleti-vo em cidades inchadas, porque não se fez a reforma agrária, a saúde é precária e a educação desqualificada.

Mas para Boff, também é notório que a direita brasileira, especialmente

aquela articulação de forças que sempre ocupou o poder de Estado e o tratou como propriedade privada, apoiada pela mídia privada e familiar, está se aprovei-tando das manifestações massivas nas ruas para manipular esta energia a seu favor. “A estratégia é fazer sangrar mais e mais a Presidenta Dilma e desmora-lizar o PT e assim criar uma atmosfera que lhe permite voltar ao lugar que por via democrática perderam”, acredita o filósofo.

Para ele, se deve superar a contra-dição “criticar o governo ou só defen-dê-lo”. “Se por um lado não podemos nos privar de críticas ao governo do PT, mas críticas construtivas, por outro, não podemos ingenuamente permitir que as transformações político-sociais alcança-das nos últimos 10 anos sejam desmora-lizadas e, se puderem, desmontadas por parte das elites conservadoras”, afirma.

Para Boff, as forças de direita visam ganhar o imaginário dos manifestantes para a sua causa que é inimiga de uma democracia participativa de matriz po-pular. “Por isso, as massas devem con-tinuar na rua contra elas. Precisam estar atentas a esta infiltração que visa mudar o rumo das manifestações. Elas invocam a segurança pública e a ordem a ser es-tabelecida. Quem sabe, até sonham com a volta do braço armado para limpar as ruas”, afirma o teólogo.

Para ele, uma saída é enfrentar as articulações da direita e ,com mais for-ça, reclamar reformas políticas de base que vão na direção de atender a infra-estrutura reclamada pelo povo nas ruas: melhor educação, melhores hospitais públicos, melhor transporte coletivo e menos violência na cidade e no campo.

!“O povo, uma vez desperto, quer mais.

Não basta sair da miséria e da po-breza. Postula um outro Brasil, onde não haja contradições escandalosas

como a atividade política movida por interesses, conchavos e ne-gócios, como a corrupção fruto

da relação incestuosa entre o poder publico e os interesses particulares dos poderosos”

Leonardo Boff

Centrais vão para a rua destravar pauta dos trabalhadores

Com os portões da Visate fechados desde às 3 horas da manhã, e com uma grande publicidade anterior sobre isso, os trabalhadores ficaram em casa. As ruas estavam com pouquíssimos carros e muitas firmas tiveram seu contingente de funcionários extreamente reduzidos.

Em Caxias, a coalizão de forças de diversos sindicatos – metalúrgicos, servi-dores, profissionais da saúde, carteiros, bancários, comerciários – reuniu mais de quatro mil pessoas nas ruas. O objetivo é pressionar o governo a atender deman-das que beneficiem os trabalhadores.

Os protestos que vêm ocorrendo há cerca de um mês por centenas de

cidades brasileiras também motivam as entidades. Para o secretário nacional de Finanças da Central Única dos Trabalha-dores (CUT), Quintino Severo, o momen-to é positivo para se obter conquistas. “Estamos há um bom tempo fazendo mobilizações com a pauta da classe tra-balhadora e, dado o momento conjuntu-ral, evidentemente que a possibilidade de conquista é maior”, avalia.

PautasA plataforma unitária das centrais

e do MST inclui pontos como aumento dos investimentos públicos em educa-ção, saúde e transportes; redução da

jornada de trabalho para 40 horas sema-nais sem redução dos salários; cancela-mento dos leilões do petróleo; realiza-ção da reforma agrária e o fim do fator previdenciário.

A questão da precarização das con-dições de trabalho também aparece na pauta, simbolizada na luta contra o Pro-jeto de Lei nº 4.330/04. De autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), o texto propõe a regulamentação da ter-ceirização nos setores público e privado. O PL tem sido duramente criticado pelas centrais sindicais, que veem na proposta uma forma de flexibilizar ainda mais os direitos trabalhistas.

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Jornal dos Bairros10Julho 2013

Geral

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Entregue relatório do Câmara Vai aos Bairros

O presidente da Câmara Municipal de Caxias do Sul, vereador Edson da Rosa, entregou no dia 04 de julho, ao prefeito Alceu Barbosa Velho, o relató-rio da primeira edição do Câmara Vai aos Bairros 2013. O documento contém 55 reivindicações de 34 localidades da região Norte do município. As deman-das foram colhidas durante encontro realizado no último dia 29 de abril, no centro comunitário do Bairro Belo Ho-rizonte, que reuniu 150 pessoas.

Edson comentou que os principais objetivos da iniciativa têm sido fixar o conceito de Legislativo junto à popu-lação, e ouvir as suas reivindicações. Ele também enfatizou a parceria com a União das Associações de Bairros (UAB), para mobilizar as comunidades.

Ao longo deste ano, a previsão é de que ocorreram mais cinco edições

do projeto, com a intenção de abranger as regiões Sul, Leste e Oeste, além do Interior e do meio universitário.

Para Valdir Walter, presidente da UAB, a iniciativa aproxima de fato os moradores da Câmara e também dos vereadores. “É uma oportunidade para a população fazer suas reivindicações através do legislativo”, afirma o presi-dente da UAB.

O projeto Câmara Vai aos Bairros é realizado por meio de parcerias com as associações de moradores, clubes de mães, igrejas, instituições de ensi-no e quaisquer outras entidades inte-ressadas.

A intenção consiste em aumentar a participação da Casa, junto a variados segmentos da comunidade caxiense, bem como, intermediar a solução de problemas apontados pela população.

Foto: Karine Endres

UAB é parceira da Câmara e esteve na primeira edição do evento no Belo Horizonte

UAB forma novas turmas de informática

O departamento de Inclusão Digital da UAB entregou os certificados de con-clusão do curso de informática, promovi-do pela União, no dia 13 de julho.

Ao todo, três turmas receberam seus diplomas, no evento realizado na sede da União. “Na era da informática, a UAB está de portas abertas para aque-

les que têm dificuldade com o mundo digital”, afirma Valdir Walter, presiden-te da entidade. Ele ainda ressalta que os cursos são gratuitos e estão abertos para todos os moradores de bairros. As inscrições para novas turmas já estão abertas. Maiores informações através do 3219.4281, com Clara.

Foto: Mirando Toson

Danúbia Maciel, ao centro, entrega certificado para o comunitarista Sérgio Luis

“Por que a Globo simboliza os podres da mídia brasileira?”

No dia 11, a manifestação chamada pelos trabalhadores e pelas centrais sin-dicais, em conjunto cutras oitenta organi-zações, pediu transformações em nosso país. Ao lado das pautas trabalhistas, a democratização da mídia foi uma reivin-dicação central. Em várias capitais, os protestos terminaram em frente à sede da TV Globo e suas afiliadas. Em Porto Alegre, 100 quilos de esterco foram dei-xado na frente do prédio da RBS.

Mas por que a Globo como alvo, se a crítica cada vez maior da população acer-ca do papel dos meios de comunicação de massa aponta para problemas comuns ao conjunto das grandes empresas que controlam a maioria do que se lê, assis-te e ouve no Brasil? Porque a Globo é um símbolo. É parte desse problema e uma de suas principais causas. Vale enumerar:

ConcentraçãoO cenário na televisão brasileira é

de quase monopólio – algo proibido pela Constituição Federal, mas nunca garanti-do na prática. Na TV aberta, a Globo con-trola 73% das verbas publicitárias, embo-ra tenha 43% da audiência. No mercado de TV por assinatura, a Globosat participa de 38 canais e tem poder de veto na de-finição dos canais da NET e da SKY, que juntas controlam 80% do conjunto de assinantes. Em grandes cidades como a do Rio de Janeiro, o grupo controla os principais jornais, TVs e rádios, situação que seria proibida nos Estados Unidos e em vários países da Europa, onde há re-gulação democrática da mídia anticon-centração.

Promiscuidade política

Várias emissoras afiliadas da Globo pelo Brasil são controladas por políticos envolvidos em inúmeros escândalos: no Maranhão, a família Sarney controla a TV Mirante; em Alagoas, Fernando Collor controla a Gazeta; entre outros. É impor-tante lembrar que a Constituição Federal também proíbe, em seu artigo 54, que po-líticos detentores de cargos eletivos con-

trolem concessionárias de serviço públi-co. Historicamente, as Organizações Glo-bo construíram seu poder econômico e político a partir de estreitos laços com a ditadura militar, que lhe garantiu o aces-so a toda a estrutura da Telebrás e a ex-pansão nacional do seu sinal.

Manipulação

A emissora opera politicamente, direcionando o noticiário jornalístico a partir de suas opiniões conservadoras e buscando definir a agenda pública do país a partir de entrevistados que têm vi-sões alinhadas. A mudança que vimos re-centemente na abordagem da cobertura dos protestos simboliza bem a transição entre a deslegitimação e a tentativa de cooptação das ruas a partir de sua pró-pria pauta. Momentos grosseiros de ma-nipulação, como a cobertura das Diretas Já ou a edição do debate entre Collor e Lula, que favoreceu a eleição do primeiro, ainda existem, mas perdem espaço para uma manipulação mais sutil, sofisticada e cotidiana – muitas vezes imperceptível para grande parte da população.

CorrupçãoA recente denúncia de uma opera-

ção fraudulenta da Globo para sonegar impostos na compra dos direitos de exi-bição da Copa do Mundo de 2002 – so-bre a qual a população ainda aguarda explicações – não é o primeiro caso de corrupção na história da empresa. Seu crescimento na década de 1960 se deu a partir de um acordo técnico ilegal com o grupo Time-Life, que mereceu uma CPI no Congresso Nacional, mas foi abafado.

Por estes e outros motivos a Globo simboliza os podres da mídia brasileira. Por este e outros motivos, a democracia brasileira só será consolidada quando os meios de comunicação de massa fo-rem também democratizados; quando os princípios previstos na Constituição para a comunicação social saírem do papel e quando a liberdade de expressão for um direito garantido a todos e todas.

Foto: Karine Endres

Democratização da mídia também foi pautada em Caxias, no dia 11

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Jornal dos Bairros11Julho 2013

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Orçamento Comunitário

Algumas regiões já estão com as suas reuniões do Or-çamento Comunitário 2013 marcadas.

Neste ano, as reuniões es-tão sendo realizadas por eta-pas e o Centro, Serrano, São Giácomo e Planalto são as pri-meiras regiões a realizarem os encontros. Os presidentes de bairro das demais regiões já podem entrar em contato com os coordenadores do OC, bus-cando agendar os seus encon-tros para setembro e outubro.

ParticpaçãoSegundo o coordenador

do OC, José Dambrós, a pre-feitura quer a participação da comunidade.

OC 2013 já tem reuniões marcadas“Quem escolhe a data e o

local é o presidente da Amob, então, eles precisam se organi-zar com as demais entidades e forças vivas do seu bairro e lo-teamento e colocar gente nas reuniões”, afirma Dambrós. Ele ressalta que este é o critério para a distribuição dos valores: o número de participantes em cada reunião.

“O valor destinado ao OC, que em 2013 é de R$ 15 mi-lhões, será dividido pelo nú-mero total de participantes em cada reunião. Então, quem co-locar mais gente, levará mais recursos”, argumenta.

“A comunidade precisa participar, não apenas das reu-niões, mas também depois,

fiscalizando, acompanhando e ajudando a preservar. A porta de entrada da prefeitura con-tinua sendo o Orçamento Co-munitário”, enfatiza o coorde-nador.

ControleEle ainda ressalta que a

secretaria do OC redefiniu os métodos de controle das fichas e que será feito uma fiscaliza-ção rigorosa. “Não quero saber de gente querendo pegar ficha antes ou depois nas reuniões. Vale quem está lá, na hora mar-cada”, afirma.

Sem UBS e crecheDambrós também alerta

que neste ano não será aceito

o aporte de verbas para Uni-dade Básica de Saúde e cons-trução de novas escolas infan-tis. “As comunidades que já iniciaram o aporte de verbas para este tipo de obra poderão continuar destinando recursos, até que se complete o valor ne-cessário. Mas não serão acei-tas novas indicações, porque são obras muito caras e acaba por se desmobilizar a comuni-dade, quando a obra demora para sair”, afirma.

Loteamentos IrregularesOutra questão que gera

inúmeros debates são os lo-teamentos irregulares. O co-ordenador afirma que estas comunidades poderão realizar

as reuniões do OC, mas que as verbas terão que ser desti-nadas para a regularização. “A prioridade é a regularização. A comunidade pode aportar ver-bas e assim vamos construin-do o mapa, o alinhamento das ruas e avançando na questão”, afirma.

Obras caras e que vinham sendo reivindicadas, como o asfaltamento de vias extensas para a circulação do transporte coletivo – caso do Conquista e do Cannyon – ou de infraestru-tura – como a entrada do Villa Lobos e o acesso ao Belvedere – estão sendo planejadas com recursos do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento, Fase 2 – do Governo Federal).

Século XX - Centro Comunitário - 03/08 /15:00Jardim Eldorado - Centro Comunitário - 07/08 / 19:30J. das Hortênsias I - EMEF Bento Gonçalves - 10/08 / 14:00Interlagos - Igreja Nossa Senhora dos Homens - 10/08 / 17:00Rota do Sol - Casa do Valdecir - 17/08 / 15:30Capivari - Igreja (Salão da Igreja) - 23/08 / 19:30Mariland - EMEF Ângelo Guerra - 30/08 / 19:30São Ciro II - EMEF Laurindo Formolo - 31/08 / 15:00Chaimar - Bar Rodrigues - 31/08 / 19:00

Serrano

Confira as reuniões que já estão marcadas:

Vale Verde - Rua Adelino Andreazza Samotto, nº 288 - 03/08 / 14:00Morada Feliz - Borracharia Cristal - 03/08 / 16:30Colina das Castanheiras - Rua Antônio Felipe, nº 2800 - 07/08 / 19:00Vale da Esperança - Centro Comunitário - 08/08 / 19:00Matioda - Pavilhão da Comunidade Católica - 09/08 / 19:00Mariani - Centro Comunitário - 10/08 / 16:00Lorandi - Restaurante Gralha Azul - 14/08 / 19:00Cidade Nova IV - Centro Comunitário - 15/08 / 19:00Boa Ventura - Espaço Aberto Rua Mário Verona - 16/08 / 19:00São Giácomo - Salão Comunitário - 17/08 / 14:30Reolon - Salão da Igreja N. Sra. Do Caravággio - 21/08 / 19:00Cidade Nova - Centro Comunitário - 24/08 / 14:30

São GiácomoPinho Verde - Casa da Presidente, nº 303 - 03/08 / 14:00Monte Reali - Casa da Dona Irdes Salvalaggio - 03/08 / 18:00Assunção - Rua São Pedro, nº 1140 - 09/08 / 19:00Vila Verde - São Romédio - 16/08 / 19:00Brisotto - Rua Ângelo Brisotto (Salão) - 17/08 / 19:00Planalto I - Salão Igreja Aparecida - 19/08 / 19:00São Victor COHAB - Colégio São Victor - 22/08 / 19:00Bortoline - Salão N. Sra. Do Rosário (R. Conde D’Eu, nº 730) - 28/08 / 19:00Planalto II - Colégio Guerino Zugno - 30/08 / 19:00COESP - Centro Comunitário - 31/08 / 10:00Paiquerê - Salão da Igreja São Victor - 31/08 / 14:30São Vergílio - Salão da Igreja Santo Antônio - 6º Légua - 31/08 / 18:00

Planalto

CentroRio Branco - Sede da Associação - 03/08 / 14:00Floresta II - Travessa Virgílio Curtullo, nº 17 (Residência Lucimara) - 03/08 / 15:30São Leopoldo - Salão Jesus Bom Pastor - 07/08 / 19:30Jardim América - CTG Minuano - 08/08 / 19:30Jardim América Antena - Rua Italo V.

Bersani, nº 155 (Residência Sr. Henrique) - 10/08 / 14:00Pio X - Escola João Triches - 10/08 / 16:00Cinquentenário I - Centro omunitário - 12/08 / 19:30Marechal Floriano - Centro Comunitário - 12/08 / 19:30Cristo Redentor - Seminário Lateranense - 13/08 / 20:00Flor da Serra - Centro Comunitário - 15/08 / 19:301º de Maio - Centro Comunitário - 16/08 / 19:30Sagrada Família - Centro Comunitário - 17/08 / 16:30Centro - Anfiteatro da Câmara - 20/08 / 19:00Vila Moderna - Sede da Associação - 22/08 / 20:00Vila Libertá - Escola Governador Roberto Silveira - 23/08 / 19:30Euzébio Beltrão de Queiroz - Postinho (Ao lado da Cozinha Comunitária) - 24/08 / 16:00Kahler - Centro Comunitário - 26/08 / 19:30Madureira - Centro Comunitário - 27/08 / 19:00N. Sra. De Lourdes - Salão da Igreja de Lourdes - 27/08 / 19:00Jardelino Ramos - Escola Ivanir Marchioro - 30/08 / 19:00

Santa Catarina - Salão da Igreja Santa Catarina - 31/08 / 14:30Boa Vista - EMEF Giuseppe Garibaldi - 31/08 / 17:00

Cidade Industrial - Salão da Comunidade (Avenida Industrial) - 25 /08 / 15:00

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Jornal dos Bairros12Julho 2013

Igualdade

Caxias realizou no dia 6 de julho sua II Conferência da Igualdade Racial e discutiu po-líticas públicas voltadas especi-ficamente para este tema. Com mais de 120 participantes, uma das principais deliberações foi a indicação de uma secretaria municipal da Igualdade Racial. O tema é importante pois pos-sibilita que o município acesse os recursos que serão disponi-bilizados pelo Governo Federal, através do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir).

O Sinapir representa uma forma de organização voltada à implementação de políticas e serviços para superar as de-sigualdades raciais e combater as desigualdades sociais resul-tantes do racismo. Ele foi ins-tituído pelo Estatuto da Igual-dade Racial e envolve toda a estrutura executiva de um mu-nicípio ou estado, buscando

II Conferência da Igualdade Racial propõe criação de secretaria específica

que conjunto a superação das desigualdades.

O Sinapir busca criar uma forma dos municípios e esta-dos criarem políticas públicas consistentes para a igualdade social, como política de estado.

Aquelas prefeituras ou es-tados que optarem por criar secretarias destinadas exclusi-vamente ao tema da igualdade racial poderão ter a gestão ple-na dentro do sistema e receber mais volume de recursos para implementar as políticas de combate à desigualdade.

Segundo Juçara Quadros, diretora de Etnias da UAB e presidente do Comune, é im-portante a conferência muni-cipal apontar para a criação de uma secretaria municipal para a igualdade, buscando forças para que isso de fato aconteça.

Também foram discutidos políticas de promoção da igual-dade racial nos âmbitos regio-

nal Serra, estadu-al e nacional.

Como des-taque de propos-ta nacional, foi sugerida a cria-ção do Ministé-rio de Promoção da Igualdade Ra-cial; em âmbito estadual, cria-ção da Secreta-ria de Promoção de Igualdade Ra-cial; e para o mu-nicípio, além da secretaria especí-fica, também foi apontada a inclu-são do segmento cultura afro no Financiarte. “Esta conferên-cia serviu de base para as ou-tras conferências que ocorrerão nas outras regiões do Estado”, lembra Mestre Brazil.

O encontro contou com cerca de 120 participantes.

Entre eles, estavam o titular da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial, Mestre Brazil, o diretor geral da Secretaria de Segurança Pública e Proteção Social, José Francisco Barden da Rosa; da coordenadora do COEPPIR e representante da

III COEPPIR, Sandra Maciel; da Vice-Presidente do CODENE, Jeanice Dias Ramos; da presi-dente do COMUNE e diretora do departamento de Etnias da UAB, Juçara Quadros e do pre-sidente da Câmara de Vereado-res, Edson da Rosa.

Foto: Natielen Legner

Promoção da igualdade racial é tema de conferência na Câmara de Vereadores

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Jornal dos Bairros13Julho 2013

Espaço Comunitário

O bairro Belo Horizonte conta uma história de supera-ção através de seu centro co-munitário. De um local marcado pela violência, o espaço agora abriga diversas iniciativas vol-tadas para a cultura e o lazer da comunidade. Segundo Jairo Gomes, presidente reeleito da Amob, o bairro Belo Horizon-te tem em sua história a marca da violência e isso também im-pactava no centro comunitário. “Nosso bairro era muito violen-to há alguns anos atrás. E os moradores não viam o centro comunitário com bons olhos, pois em todas as festas ocor-riam incidentes, inclusive com a ocorrência de mortes”, relata.

Mas esta história ficou no passado. Um forte trabalho da diretoria fez do espaço local para a diversão, cultura e lazer. “E viemos numa busca de res-gatar esse espaço. Hoje, esse centro é ocupado de segunda a segunda. Tanto os moradores com as festas de aniversário, casamento, quanto as igrejas da região e também é usado para a política comunitária”, relata.

Segundo ele, o centro é aberto para todas as matrizes religiosas e as reuniões que preparam as festas da comu-nidade, seja a junina, seja a de Natal, são realizadas no espa-ço. “Até as atividades esporti-vas são organizadas no centro, pois buscamos fazer um traba-lho de combate à violência, que antigamente, em qualquer situ-ação que saíamos do bairro, a coisa acabava mal. Hoje, eu já aviso, que se é para sair e me in-comodar por causa de atitutes violentas, eu não saio de casa”, enfatiza.

Além disso, diversas ati-

Muita cultura no centro comunitário do Belo Horizonte

vidades da Unidade Básica de Saúde são realizadas no centro, como as reuniões do grupo an-titabagismo, a ginástica laboral, o PIM, o grupo de hipertensos e diabéticos.

Ponto de CulturaOs moradores do Belo Ho-

rizonte se organizaram através da Amob e conquistaram um ponto de cultura, que é abrigado no centro comunitário. “O pon-to ‘Música para Todos’, funcio-na no centro em uma sala pró-pria e foi conquistado há dois anos”, conta Jairo. Segundo ele, ali se reúnem crianças, jovens e adultos do bairro, além de artis-tas de toda a cidade.

O ponto de cultura ‘Músi-ca para Todos’ oferece aulas de violão, capoeira, cavaquinho, dança de salão e uma nova tur-ma com aulas de canto deve ini-ciar em breve. Todos os cursos têm três turmas com dez alunos

cada, com um público que va-ria entre os cinco e os sessenta anos. Estas atividades são to-das gratuitas e abertas apenas para os moradores do bairro.

Além disso, no ponto de cultura também disponibiliza um estúdio de gravação que pode ser utilizado por todos os artistas de Caxias. A gra-vação dos CDs pode ser feita sem custo algum para o artista. Apenas é necessário entrar em contato com os responsáveis pelo ponto ou com o presiden-te da Amob, pelo telefone (54)

9126.8824, para agendar ho-rários.

TelecentroOutro recurso disponi-

bilizado pela Amob é o te-lecentro, com recursos do governo fe-deral. Hoje, a Amob conta com 11 com-putadores no-vos e uma es-tagiária, que

dá aulas de segunda a sexta-fei-ra. E recentemente, uma empre-sa de internet da cidade passou a fornecer internet de forma gra-tuita para o telecentro e para o centro comunitário. “É uma for-ma da empresa fazer um traba-lho social, mas para nós foi fun-damental, porque nossa primei-ra turma de alunos, que tinham em torno de 50 anos de idade, já tinham computadores em casa, mas não sabiam acessar a internet. Vieram fazer o curso para aprender a usar internet e a gente não tinha como ofere-cer”, relata.

Biblioteca ComunitáriaNo espaço também exis-

te uma biblioteca comunitária, que atende das 14 às 16 horas, nas quartas-feiras. “Hoje, temos cerca de 500 livros para disponi-bilizar para a comunidade, que pode retirar os títulos ou ler no espaço do centro comunitário”, explica Jairo.

Foto: Vitor Lemes

“Música para Todos” proporciona aulas de música e dança no centro do Belo Horizonte

Espaço Comunitário:Centro Comunitário

Belo Horizonte

Área Construída: 200 m2

Estrutura: Banheiros, churrasqueiras, cozinha e salãoAluguel: de R$ 100 a R$ 200Endereço: Avenida dos Metalúrgicos, 654, Belo Horizonte

O Centro foi construído há mais de vinte anos e há dois anos recebeu uma reforma que remodelou todo o espaço. “Só não foram mudados as paredes e o piso, pois todo o resto rece-beu intervenção”, explica Jairo.

O espaço

Ele relata que o telhado foi re-feito, as paredes que receberam novo reboco e pintura. “Foi gas-to em torno de R$ 100.000,00, tudo através de verba do OC. Esse valor foi conquistado com duas reuniões do OC. Chegou a

faltar um pouco, mas a prefei-tura completou o valor”, relata. A cozinha também foi modifi-cada, com novos instrumen-tos. Jairo explica que não havia água, nem fiação elétrica. “O centro estava completamente depredado, quando chovia, ti-nha mais água dentro do centro do que fora”, relata ele.

O aluguel do salão é co-brado apenas para festas e va-ria de R$ 200,00 a R$ 100,00, dependendo se a estrutura será usada apenas à tarde, ou contará com janta à noite. O locador pega as chaves com o salão limpo e assim deve deve devolver. Segundo Jairo, o cen-tro é emprestado apenas para moradores do bairro.Espaço também abriga telecentro, com aulas em Linux

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Jornal dos Bairros14Julho 2013

Bairros

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São Victor discute definição para a escola infantil

A nova diretoria da Amob São Victor já está trabalhando para resolver demandas antigas da comunidade. Um destes pro-blemas foi discutido no dia 13 de junho, em uma reunião entre diretores da Amob, moradores e representantes da secretaria municipal de Educação.

Em 2009, a escola de edu-cação infantil Marquinhos teve seu prédio condenado pelo se-tor de engenharia da prefeitura e as crianças foram transferi-das para uma outra escola no Bela Vista. Esta escola atende 54 crianças de 1 a quatro anos, dos bairros São Vitor, Bela Vista e arredores.

Mas as crianças menores de 1 ano e quatro meses não puderam ser atendidas no novo local, devido à dificuldade de transporte. Os moradores dos bairros questionam o motivo da transferência das crianças e falta de atendimento para os bebês, já que o prédio antigo, no São Victor, ficou desocupa-do e em pé.

Segundo a secretária mu-nicipal da Educação, Marléa Ramos Alves, como o prédio foi condenado, ele não chegou a desabar, mas isto poderia ter acontecido. “O prédio conti-nuou em pé, mas vocês imagi-nam se ele chega a cair com as crianças dentro? A prefeitura não podia correr esse risco”, afirma a secretaria.

Segundo ela, o atual pré-dio da escolinha Marquinhos será demolido e será construí-do um novo prédio no espaço onde houve a permissão de uso do Estado, que fica em frente à escola São Vitor.

“A permissão de uso foi dada pelo Governo do Estado e agora vamos iniciar a licitação.

A obra deve iniciar no segundo semestre e a previsão é de 180 a 240 dias”, explica Marléa. O mu-nicípio está prevendo construir uma creche e um ginásio – este através da secretaria de Espor-te e Lazer.

De acordo com Marléa, o projeto da nova escola infantil já está pronto. Neste momento, o município realiza a avaliação técnica e topográfica do local. Após, será aberto o processo li-citatório para, então, dar início à obra. “A nova escola terá sua ca-pacidade ampliada e atenderá 99 crianças, de zero a três anos. O prédio antigo será demolido e o terreno será utilizado para a ampliação da Escola de Ensino Fundamental São Vitor”.

Secretária de Educação (ao centro, em pé) anúnciou construção de nova escola infantil no bairro

Foto: Karine Endres

A nova Escola de Educa-ção Infantil Marquinhos será construída na Rua Giovani Menegotto, esquina com a rua Pompeu Pezzi, no bairro

ConquistaSão Vitor Cohab. Os recursos para a obra são provenientes do próprio município. O custo estimado para a construção é superior a R$ 830 mil.

Foi oficializado no dia 12 de julho o convênio entre a prefeitura municipal e o poder judiciário do Estado para a ins-talação e o funcionamento do Núcleo de Práticas Restaurati-vas, junto à Central de Conci-liação e Mediação da Comarca de Caxias. A Justiça Restaurati-va é um encontro de pessoas diretamente envolvidas em uma

Caxias tem Núcleo de Práticas Restaurativassituação de violência ou confli-to, valorizando a autonomia e o diálogo. Cria oportunidades para que as pessoas envolvidas e os interessados em questão possam conversar e identificar as necessidades não atendidas, a fim de restaurar a harmonia e o equilíbrio.

O Núcleo de Pacificação está sendo implantado grada-

tivamente na cidade desde o início do ano. É composto pela Central Judicial de Práticas Res-taurativas, que funciona junto ao Fórum; pela Central de Prá-ticas Restaurativas da Infância e da Juventude, junto à UCS; e pela Central de Práticas Restau-rativas Comunitária, que fun-cionará junto ao CRAS, na Zona Norte do Município.

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Jornal dos Bairros15Julho 2013

Bairros

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Rio Branco também tem academia da melhor idade

Moradores contam com nova academia desde o início do ano

Liga de Bolão quer incentivar o esporte na cidade

Foto: Karine EndresA população da tercei-

ra idade no bairro Rio Branco tem um bom motivo para sair de casa. A comunidade conta com uma academia da melhor idade (Amei) instalada desde fevereiro deste ano. Com um custo R$ 69 mil, a academia conta com dez equipamento de exercícios, bancos, cercamen-to, calçada de piso tátil para deficientes visuais e rampa de acesso para portadores de di-ficuldade motora.

Sérgio Scola, presidente da Amob, relata que os moradores costumam usar o espaço mais pela manhã e ao final da tarde. Uma das grandes vitórias con-quistada junto com o equipa-mento, e também um dos mo-tivos que atrasou a obra, foi a manutenção das árvores do lo-cal. Segundo Sérgio, o terreno não é muito grande e a presen-ça das árvores estava dificultan-do a instalação da academia.

O presidente da Amob re-lata que o acesso ao espaço é fechado à noite e aberto pela manhã. “Os vizinhos estão aju-dando a cuidar da praça e tam-bém a abrir e fechar o acesso. Já

aconteceu um in-cidente, quando jovens entraram na praça e tenta-ram depredar o equipamento. Os vizinhos ouviram o barulho e cha-maram a Briga-da, que espantou os guris”, relata Scola.

Sérgio tam-bém afirma que agora, as pesso-as de mais ida-de do bairro têm um incentivo a mais para sair de suas casas e pra-ticar algum exer-cício físico. “Al-guns moradores não saiam nem mais para cami-nhar. Temos mui-to idosos acima de 70 anos, in-clusive morado-res com mais de oitenta e noventa anos. Agora, eles saem de casa e usufruem do espaço”, relata.

Outro motivo para co-memoração foi a instalação

da lomba-fai-xa, em frente à UBS Rio Bran-co. “O pesso-al que trabalha na Unidade Bá-sica tinha que ajudar alguns moradores a atravessarem a avenida Rio Branco, porque é uma região de muito movi-mento”, relata Scola. Segundo ele, agora já é possível ver os carros parando para a travessia de idosos.

A Acade-mia fica na João Polla, esquina com a rua Ge-neral Mallet, tem 10 apare-lhos para gi-nástica. Uma instrutora da

SMEL orientará a comunidade sobre a melhor forma de utilização dos apare-

lhos nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 16h às 18h.

Sérgio Scola afirma que trabalhando unidos, todos juntos pela mesma demanda, é possível melhorar a vida da população. “E vamos continuar lutando”, afirma ele. Scola tam-bém ressalta o apoio da pre-feitura. “Não tem como negar que tivemos um grande apoio da prefeitura no ano passado e neste ano já começou nesse ritmo também”, diz.

“Existe uma visão de que o Rio Branco é um bairro antigo e de que não há mais deman-das, mas não é assim”, argu-menta. Segundo ele, o bairro hoje já pode ser considerado central, e isso acarreta novas demandas. “Além da manuten-ção, sempre temos que olhar para as novas coisas que sur-gem. Por exemplo, hoje, temos seis agências bancárias aqui, e isso implica em segurança”, diz. Scola ressalta ainda que a pró-xima demanda da comunidade será por conquistar uma área própria para a UBS Rio Branco, que hoje é alugada e o custo é muito alto.

Um fato que poucas pes-soas conhecem, sobretudo as mais jovens, é que Caxias pos-sui uma Liga de Bolão, que tem por objetivo incentivar esta modalidade esportiva amado-ra e também organizar cam-peonatos.

Fundada em 1968, a Liga de Bolão de Caxias é com-

posta por quatro associações, e reúne mulheres e homens na prática deste esporte, que teve seu início há mais de 3 mil anos.

A Sociedade Recreativa Capuchinhos, Clube de Bo-lão São Pelegrino, Sociedade União Forquetense e o Grupo de Bolão São Francisco são

as associações que compõem a Liga de Bolão de Caxias, e seus participantes se reúnem sema-nalmente para a prática do bo-lão, e também para as compe-tições.

Caxias se-dia duas com-pet ições por ano. Uma de-las é organizada pela prefeitura municipal e ou-tra pela própria

Liga. Além disso, os jogadores também disputam o campe-onato estadual e o nacional, que reúne sobretudo os três estados do sul do país.

No Brasil, sua prática aca-bou sendo mais disseminada nas cidades com populações formadas por descendentes de imigrantes europeus. É um dos

mais antigos tipos de jo-gos da his-tória da hu-manidade.

O mais d i f u n d i d o ‘boliche’ é um tipo de variação do bolão. Em pe-ríodos variados da história, o bolão foi condenado, por ser con-siderado jogo de azar. Até que nos Estados Unidos en-contraram uma forma de libe-rar o jogo oficialmente: os nor-te-americanos acrescentaram mais um pino, alteraram um pouco as regras, o desenho e formato das pistas, pinos e bo-las, e finalmente renomearam o bolão para bowling (boliche, em português).

O presidente da Liga de Bolão de Caxias, Mário Po-zzer, conta que embora o jogo seja antigo, em Caxias há cada vez menos praticantes. Mauro

explica que o jogo é mui-

to parecido com o bo-liche, mas que exige uma certa d i spos i -ção física,

já que cada bola pode pe-

sar até 11 qui-los. “Mas também é um

esporte que não exige muita técnica, além disso, sempre há alguém disposto a ensinar nas associações”, afirma.

Segundo Mário Pozzer, cada sociedade possui regu-lamento próprio e define seus critérios para a participação dos jogadores. “Mas para co-nhecer o jogo, o acesso é li-vre, e é independente do bairro onde o jogador mora”, explica. Cada associação é composta por agremiações, sendo algu-mas voltadas para homens e outras para mulheres.

Premiação do campeonato de bolão realizado pela prefeitura em 2012

Foto:Divullgação

!O bolão é composto de uma pista de ma-deira, bolas de arre-messo feitas de ma-

deira ou resina, e nove pinos de plástico ou

madeira.

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Jornal dos Bairros16Julho 2013

Integração

Festa junina reúne comunidade no Colina do Sol

Diretoria da Amob buscou ocupar praça da comunidade e integrar moradores

Uma atividade realizada no Colina do Sol promoveu o lazer e a integração da comunidade e, de quebra, deixou a diretoria da Amob com um grande sor-riso estampado no rosto. “Foi maravilhosa, foi até melhor do que a gente esperava”, fala Fer-nanda Goulart Pereira, ao co-mentar os resultados da festa junina realizada no bairro, no dia 15 de junho.

“Nem nós esperávamos tanto calor humano quanto ti-vemos. A comunidade ajudou e participou e a diretoria da Amob está bem contente”, re-lata. A festa foi organizada com os objetivos de integrar a comu-nidade e, além disso, ocupar a praça do bairro, espaço que foi amplamente reivindicado pela comunidade.

“Conquistamos a praça através o Orçamento Comu-nitário e é importante ocupar-mos e mostrarmos que é para as crianças, mas também para os adultos. É um espaço para a comunidade se conhecer e se encontrar”, relata a presidente. Fenanda relata que não houve cobrança de ingresso na festa, apenas a venda de alimentos e passe para as brincadeiras.

“Tudo foi organizado com a ajuda da comunidade. Todos os alimentos vendidos foram fei-tos através de doação dos mo-radores. Por exemplo, os bolos foram feitos pelas mulheres da comunidade que já trouxeram cortados para a venda”, conta.

Na festa, foi vendido quen-tão, pipoca, amendoim cara-melado, bolo, pastéis fritos na

hora, e refri-gerante para as crianças. Havia algu-mas brinca-deiras para os pequenos, como pesca-r ia , caval i -nhos e jogo de argolas. Os br indes também fo-ram doados pela comuni-dade. “Dei-xamos bem claro, desde o início, que e s t á v a m o s arrecadando as doções, mas que na hora os alimentos e os passes seriam vendidos e o dinheiro encami-

nhado para a Amob, que estava com o caixa vazio”, relata Fernanda.

Segundo ela, a co-munidade achou válida a ideia. “Batemos de porta em porta, temos sócios, mas não são todos que pagam. Como temos gas-tos, todos se prontifica-ram a ajudar”, afirma. Se-gundo ela, a falta de um centro comunitário difi-culta um pouco a integra-ção da comunidade, mas a diretoria da Amob vai

procurar realizar mais ativida-des na praça, proporcionando que os moradores se conhe-çam. “Nosso loteamento cres-ceu muito e hoje já contamos com mais de mil moradores”, afirma Fernanda.

Para a presidente, este tipo de evento é uma oportunidade também para que as lideranças comunitárias sejam mais co-nhecidas, que as propostas da Amob sejam divulgadas e que a comunidade apresente as de-mandas que julga necessárias. Os preços variavam entre R$ 0,50 e R$ 2,00, o que ajudou a fortalecer o caixa da Amob. “Ar-recadamos R$ 884,00 e preten-

demos usar esse valor para os gastos da Amob, como as ins-crições para o futebol, a men-salidade com a UAB e gastos de divulgação da própria Associa-ção”, explica Fernanda.

Fotos: Cláudio Teixeira

Crianças participaram de concurso para escolher melhor fantasia

Vitória comemora 15 da ocupaçãoO loteamento Vitória tem

muitos motivos para comemo-rar. Iniciado há 15 anos, atra-vés de uma ocupação, hoje o loteamento já conta com di-versos serviços públicos, ruas calçadas, linha de ônibus e está prestes a concluir seu processo de regularização.

Para comemorar, a comu-nidade realizou uma janta com um baile e 14 meninas debuta-ram no evento, no dia 15 de ju-nho. Cerca de 400 pessoas par-ticiparam da festa no Recreio Imigrante, no bairro Cruzeiro, porque o Vitória ainda não tem centro comunitário.

As meninas Yasmin Miran-da Friedrich, Tais da Rocha Al-ves, Tainá Guadagnini Portalu-pe, Stephanie Schneider Perei-ra, Patrícia Rech, Mônica Theis

da Veiga, Katiele Laís Knack, Karina de Lima Medino, Gra-ziele Sales Lucchese, Gabriele Almeida Machado, Débora da Silva Cavalheiro, Daniella Leal da Silva, Caroline Rech Calde-ron e Bruna de Oliveira Gomes debutaram no evento.

A festa foi organizada com grande esforço da comunida-de, que adquiriu ingressos para o jantar. O Vitória completou seu 15º aniversário no dia 30 de maio.

Na oportunidade ficou es-tabelecido com a Secretaria de Habitação do RS, a assinatura da transferência de áreas habi-tacionais do Estado para Caxias do Sul (antiga Cohab), mais es-pecificamente áreas onde estão os loteamentos Vitória e Con-quista, que posteriormente so-

frerão regularização fundiária.Ainda durante a festa, os

moradores do bairro foram homenageados com diversas placas comemorativas. O vere-ador Edi Carlos entregou uma

placa em nome da Câmara de Vereadores.

A comunitarista Juçara Quadros também entregou uma placa, representando a deputa-da estadual Marisa Formolo, em

nome da Assembleia Legislati-va do RS.

Além disso, a Visate tam-bém esteve presente no en-contro e entregou outra placa comemorativa.

Meninas que nasceram na época da ocupação debutaram no aniversário de 15 da comunidade

Foto: Taís Batalha